INCIDÊNCIA DE DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PERÍODO DE...

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CÍNTIA BORGES DE SOUZA INCIDÊNCIA DE DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PERÍODO DE PÓS- PARTO IMEDIATO EM PUÉRPERAS DO ALOJAMENTO CONJUNTO DO HNSC- TUBARÃO/ SC Tubarão, 2006

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CÍNTIA BORGES DE SOUZA

INCIDÊNCIA DE DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PERÍODO DE PÓS-

PARTO IMEDIATO EM PUÉRPERAS DO ALOJAMENTO CONJUNTO DO HNSC-

TUBARÃO/ SC

Tubarão, 2006

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CÍNTIA BORGES DE SOUZA

INCIDÊNCIA DE DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PERÍODO DE PÓS-

PARTO IMEDIATO EM PUÉRPERAS DO ALOJAMENTO CONJUNTO DO HNSC-

TUBARÃO/SC

Orientadora Professora MSc. Inês Almansa Vinadé

Tubarão, 2006

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia.

Universidade do Sul de Santa Catarina

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer sinceramente a todos

aqueles que diretamente ou indiretamente

contribuíram para elaboração deste trabalho.

De maneira particular expresso minha gratidão

aos Professores Mestres Edjandir Corrêa

Costa, Luciano Prosdossimi Stähelin, Inês

Almansa Vinadé e Paulo Madeira pela

dedicação e amizade que marcaram seus papéis

de colaboradores durante todo o

desenvolvimento deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a meus pais (Gelson e

Cecília) por me apoiarem na conclusão de mais

uma etapa de minha vida. À minha amiga

Amanda Jung Prates por todos os momentos

que passamos. Ao meu namorado, Edjandir

Corrêa Costa, pela dedicação, incentivo e

apoio na realização deste projeto.

“Na vida, não vale tanto o que temos nem tanto

importa o que somos. Vale o que realizamos

com aquilo que possuímos, acima de tudo,

importa o que fazemos de nós.” (Francisco

Cândido Xavier).

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RESUMO

A diástase de reto abdominal é a separação dos músculos retos da parede abdominal ocorrendo, geralmente, na gravidez. Casos graves de diástase podem contribuir para a herniação das vísceras abdominais. O presente estudo teve como objetivo avaliar e caracterizar a incidência de diástase de reto abdominal em puérperas no período de pós-parto imediato. A pesquisa, realizada na unidade do Alojamento Conjunto (maternidade) do Hospital Nossa Senhora da Conceição da cidade Tubarão (SC), abrangeu uma população de 72 puérperas. As púerperas responderam a um questionário para coleta de informações como idade, número de gestações e hábitos de vida, de caráter fechado, e, em seguida, foram submetidas ao procedimento de teste de diástase de reto abdominal para determinar o grau de afastamento do músculo. Na pesquisa, além de avaliar o grau de incidência de diástase, procurou-se relacionar os fatores idade e paridade com grau de afastamento dos músculos retos abdominais e estabelecer um modelo linear que permite calcular a extensão da diástase com base nesses fatores. O resultado da pesquisa revelou o alto índice de diástase de reto abdominal na população avaliada, principalmente em puérperas de 16 a 25 anos de idade, independentemente da quantidade de gestações.

Palavras-chave: Diástase de reto abdominal, incidência, puérpera, idade, paridade.

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ABSTRACT

Diastasis recti is the separation of rectus muscles of abdominal wall occurring, generally, during pregnancy. Serious cases of diastasis recti might contribute to herniation of abdominal viscera. The objective of present study was to evaluate and to characterize the diastasis recti incidence on puerperas in the immediate postpartum period. The research, made at maternity unit of Hospital Nossa Senhora da Conceição rooming-in at Tubarão (SC) city, included 72 women. The women answered a questionnaire to pick information like age, number of pregnancies and life habits, and, after, were submitted to the diastasis recti test to determine the significance of muscles separation. The research, beyond evaluating the significance of diastasis recti incidence, concerned the relation of age and the number of pregnancies with the distance of the abdominal rectus muscles and the definition of a linear model to obtain the significance of separation based on that factors. The result of research shows the high incidence of diastasis recti on the group evaluated, especially on women between 16 and 25 years old, no matter the number of pregnancies.

Key-words: Diastasis recti, incidence, puerperium, age, number of pregnancies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação da gestação em fase inicial e avançada........................................... 22

Figura 2 – Representação esquemática de diástase de reto abdominal.....................................26

Figura 3 – Hérnia Abdominal de vista lateral...........................................................................28

Figura 4 – Hérnia abdominal de Trendelemburg......................................................................28

Figura 5 – Hérnia Abdominal em decúbito dorsal....................................................................29

Figura 6 – Teste de diástase de reto abdominal........................................................................ 30

Figura 7 - Sutura horizontal no umbigo....................................................................................32

Figura 8 – Exercício corretivo para diástase de reto abdominal...............................................34

Figura 9 – Exercício na posição dorsal..................................................................................... 35

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Grau de incidência de diástase de reto abdominal................................................. 42

Gráfico 2 - Gráfico de percentual de diástase de reto abdominal superior a 3 cm distribuído

por faixa etária........................................................................................................ 48

Gráfico 3 - Percentual de diástase de reto abdominal superior a 3 cm distribuído por grupo de

paridade...................................................................................................................50

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LISTA DE QUADROS

Quadro1 – Distribuição de índice de grau de diástase por faixa etária.....................................45

Quadro 2 – Grau de diástase de reto abdominal classificado por paridade.............................. 49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11

2 DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PUERPÉRIO...............................................14

2.1 Gestação............................................................................................................................. 14

2.2 Puerpério............................................................................................................................16

2.3 Alterações do aparelho reprodutor da gestação.............................................................17

2.3.1 Alterações hormonais ......................................................................................................17

2.3.2 Alterações músculo - esquelética ....................................................................................20

2.4 Anatomia da musculatura abdominal ............................................................................23

2.5 Diástase de reto abdominal ............................................................................................. 26

2.6 Tratamento da diástase de reto abdominal.................................................................... 30

2.6.1 Reparação cirúrgica..........................................................................................................30

2.6.2 Tratamento fisioterápico para diástase de reto abdominal..............................................32

3 METODOLOGIA................................................................................................................ 37

3.1 Tipo da pesquisa................................................................................................................37

3.2 População/amostra............................................................................................................37

3.3 O instrumento da pesquisa...............................................................................................38

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3.4 Procedimentos utilizados na coleta..................................................................................39

3.5 Tratamento estatístico dos dados.....................................................................................40

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS...........................................................41

4.1 Grau de incidência de diástase de reto abdominal.........................................................42

4.2 Correlação de fatores à incidência de diástase...............................................................44

4.2.1 Faixa etária.......................................................................................................................44

4.2.2 Paridade............................................................................................................................48

4.3 Análise estatística do resultado da pesquisa................................................................... 50

5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................................53

5.1 Considerações.................................................................................................................... 53

5.2 Recomendações.................................................................................................................55

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57

GLOSSÁRIO...........................................................................................................................60

APÊNDICE..............................................................................................................................62

APÊNCIDE A - Instrumento de pesquisa................................................................................63

ANEXOS ................................................................................................................................. 66

ANEXO A – Ficha de avaliação .............................................................................................. 67

ANEXO B – Termo de consentimento .................................................................................... 71

ANEXO C – Comitê de ética ...................................................................................................72

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1 INTRODUÇÃO

A diástase do reto-abdominal é a separação dos músculos retos da parede

abdominal, na maioria das vezes ocorrendo no período da gravidez. Apesar de geralmente

detectada pela palpação, a diástase pode ser visível através de uma linha separadora definindo

a cavidade no abdômen. O maior ponto de abertura é geralmente no umbigo, mas pode se

estender pela extensão total da linha alba, como também ocorrer em casos de separação

marcada, o que acontece em casos do peritônio ou fáscia atenuada ou gordura subcutânea e ou

pele comprimida (POLDEN; MANTLE, 1997).

O músculo reto abdominal na gestante tem a função de expansão e compressão da

cavidade abdominal e das vísceras, além de auxiliarem na respiração puxando o esterno para

baixo e diminuindo a pressão intra-abdominal. Isso facilita a liberação do ar de dentro do

sistema respiratório para a atmosfera, portanto contribuindo para a manutenção do tamanho da

cavidade torácica (KISNER; COLBY, 1998).

O músculo reto abdominal na gestante sofre mudanças radicais à medida que a

gestação progride. Essas alterações podem causar certo desconforto e até incapacidades,

como, por exemplo, a hiperlordose causada pela mudança do centro de gravidade, que

facilmente culmina em dor.

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A gravidez e o parto constituem-se em eventos essencialmente fisiológicos na vida

da mulher. No entanto, caracterizam-se por provocarem variadas e profundas alterações

físicas e emocionais na mulher, as quais requerem um acompanhamento contínuo por parte da

família e dos profissionais em saúde (KISNER; COLBY, 1998, p. 581).

Noble (1982) afirma que “[...] a maioria das mulheres após o parto tem algum grau

de separação na musculatura.” A separação ocorre frequentemente durante a gravidez, ou

gradualmente ou repentinamente, com o resultado da pressão imposta à fraca musculatura.

Conjecturas a respeito das causas dessa condição sugerem mudanças hormonais e estresse

mecânico. Outros fatores de predisposição incluem obesidade, gravidez de gêmeos, um bebê

macrossômico, excesso de fluido uterino, e fraqueza abdominal na primeira gestação.

O tratamento preventivo para redução da diástase do reto abdominal consiste na

realização de atividades físicas para fortalecimento da parede abdominal tanto no período pré-

natal como no pós-natal. Portanto, a intervenção fisioterapêutica no puerpério é capaz de

contribuir para a redução da diástase, quando realizado o mais precocemente possível. Além

da terapêutica mais tradicional, outro método utilizado para redução da diástase é a correção

por meio de intervenção cirúrgica, sendo um método invasivo e com riscos.

A intervenção fisioterapêutica para redução da diástase do reto abdominal é um

tratamento não-invasivo que pode ser realizado preventivamente durante o processo

gestacional e após o parto; já a cirurgia para correção da diástase abdominal é um

procedimento traumático, onde o paciente é submetido a riscos de infecção e complicações

pós-cirúrgicas.

Tendo em vista os aspectos positivos da fisioterapia no tratamento da diástase do

reto abdominal, é que se tem como mote o campo de ação preventivo.

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Este trabalho tem como objetivo geral avaliar a incidência de diástase de reto

abdominal em mulheres primigesta ou multigesta, na enfermaria do alojamento conjunto do

HNSC (Hospital Nossa Senhora da Conceição). Os objetivos específicos consistem em

verificar se existe correlação entre extensão de diástase e número de filhos, isto é, a paridade,

relacionar a idade com a presença da extensão de diástase abdominal, estabelecer um modelo

linear que permita calcular a extensão da diástase em função do número de filhos e idade.

Através de literaturas específicas, percebe-se que a diástase do reto abdominal é

uma situação comum, porém não normal e que deve merecer atenção dos profissionais da área

da saúde.

Este trabalho de pesquisa pode ser classificado como uma pesquisa exploratória e

descritiva, pois visa analisar as alterações na musculatura abdominal, no período puerperal,

em pacientes do HNSC.

Foram realizadas 72 entrevistas com puérperas da enfermaria do alojamento

conjunto do HNSC. Após a avaliação, foram analisados e interpretados os dados para a

obtenção dos resultados. Neste trabalho constam os procedimentos para realização da

pesquisa e os resultados obtidos.

A estrutura do presente trabalho constitui-se de cinco capítulos, onde se

desenvolvem a introdução, a revisão bibliográfica, a metodologia e a apresentação e discussão

dos dados da pesquisa, bem como as considerações e recomendações.

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2 DIÁSTASE DE RETO ABDOMINAL NO PUERPÉRIO

O presente capítulo apresenta temas relacionados à incidência de diástase de retos

abdominais. Inicialmente apresentam-se os temas gestação, puerpério e alterações decorrentes

do processo gestacional, para, em seguida, abordar, mais especificamente, o tema diástase de

retos abdominais e seus possíveis tratamentos.

2.1 Gestação

Segundo Burroughs (1995, p.23), a gestação é um fenômeno fisiológico normal e,

por isso, sua evolução se dá na maior parte dos casos sem intercorrências. As observações

clínica e as estatísticas demonstram que cerca de 90% das gestações começam, evoluem e

terminam sem complicações. Outras, contudo, já se iniciam com problemas e estes surgem

durante o seu transcurso, e apresentam maiores probabilidades de terem evolução

desfavorável, quer para o feto, quer para a mãe.

A gestação caracteriza-se como o desenvolvimento de uma nova vida no

organismo da mulher. Para isso, diversas modificações são necessárias, tornando esse período

de nove meses uma fase de transformação corporal intensa (POLDEN; MANTLE, 1997).

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Essas mudanças são mediadas por hormônios, podendo-se citar algumas dessas

alterações: o músculo-esquelético (dor lombar e nos membros inferiores (MMII)),

respiratórias (dificuldade de respirar devido ao volume do abdômen e posição do diafragma),

cardiovascular (edema em MMII, varizes, vertigens), gastrointestinais (prisão de ventre, azia),

geniturinárias (incontinências urinarias e infecções) e nervosas (compressões nervosas).

Conforme Kisner e Colby (1998, p. 716), a gestação é o período de

desenvolvimento desde a fertilização até o nascimento (gravidez). O ganho de peso durante a

gestação revela em média de 7 kg a 10 kg. A velocidade de ganho de peso durante a gestação

no último trimestre é altamente variável entre as pacientes (ARTAL, 1999, p. 133).

Segundo Smith (1997, p. 445), a mulher passa por grandes mudanças durante sua

vida. Sofre transformações físicas e psíquicas, às vezes silenciosas, outras vezes de muita

turbulência, mais ou menos como acontece durante a adolescência. Isto ocorre devido às

variações hormonais, sendo a gestação um dos períodos mais significativos em alterações

hormonais.

Como define Rezende (2000, p. 119), o período de gestação é de

aproximadamente 285 dias (9,5 meses) ou 40 semanas, podendo variar fisiologicamente em

15 dias para mais ou para menos, dependendo da raça, idade e condições externas (estilo de

vida, trabalho).

Durante a gestação ocorre a dilatação do útero para acomodar o feto que ali se

desenvolve, num 1º momento pela ação hormonal e num 2° momento pelo alongamento

provocado pelo feto.

De acordo com Rezende (2000, p. 50), a amenorréia é o achado que mais

freqüentemente levanta a suspeita de gestação. A prevista é o primeiro indício de que possa

haver a concepção. Entretanto, pacientes com menstruações irregulares muitas vezes só

suspeitam de gestação quando aparecem outros sintomas como náuseas e vômitos, aumento

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do volume e dolorimento das mamas, aumento da freqüência urinária, aumento de peso,

aumento do volume abdominal e, mais tardiamente, com a sensação dos movimentos fetais.

O conhecimento das alterações ocorridas durante a gestação é de fundamental

importância para que se entendam muitos sinais e sintomas que constituem freqüentes queixas

das gestantes, além de possibilitar a distinção do que é fisiológico para a grávida daqueles que

podem ser patológicos (KAHHALE, 1994, p. 55).

Através do exame médico, quando procurado devido ao atraso menstrual, alguns

sinais são altamente sugestivos de gestação: aumento do volume uterino e amolecimento do

útero ao exame de toque.

De acordo com os últimos autores citados, deve-se adotar uma dieta equilibrada e

caminhar todos os dias, para evitar possíveis dificuldades digestivas ou prisão de ventre, além

de dar um condicionamento aeróbico à futura parturiente.

2.2 Puerpério

Conforme Santo e Berni (1997, p.134), puerpério é o período que segue o término

da gestação, inicia-se no parto e pode durar cerca de 6 semanas, em que ocorre a recuperação

do organismo dos traumas do parto ou da cesariana, quando se processam fenômenos

involutivos da gravidez.

Segundo Machado (2000, p. 227), o puerpério apresenta duas funções: a

involução e a recuperação da musculatura uterina e da mucosa vaginal.

De acordo com Vokaer citado por Rezende (2000, p. 373) o puerpério é dividido

de acordo com seu tempo de duração normal que vai de 6 a 8 semanas sucedentes ao parto,

com os seguintes estágios:

− Pós-parto imediato: do 1° ao 10° dia após a parturição;

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− Pós-parto tardio: do 10° ao 45° dia;

− Pós-parto remoto: além do 45° dias.

Segundo Brasil (2001, p.175), o puerpério inicia-se 2 horas após a saída da

placenta e tem seu término imprevisto, pois enquanto a mulher amamentar estará sofrendo

transformações da gestação.

[...] o puerpério é a fase final da gravidez e parto, é o período de 6 a 8 semanas seguintes do parto nas quais o trato vaginal da mulher retorna a um estado não-gravídico. O processo pelo qual isso acontece é chamado de involução, e ele se inicia tão logo a placenta é expelida. (POLDEN; MANTLE, 2000, p. 77).

Conforme Santo e Berni (1997, p. 135), o puerpério ocorre rapidamente à

involução das mudanças que se processaram de forma lenta durante a gestação. É um período

de grande transformação tanto orgânica quanto emocional.

De acordo com Rezende (2000, p. 374), as alterações anatômicas e fisiológicas do

puerpério consideram que no pós-parto imediato predomina a involução da musculatura

uterina e vaginal, através de fenômenos catabólicos e involutivos das estruturas hipertróficas e

hiperplasiadas da gestação, notoriamente das que abrigavam o concepto, juntamente com

alterações gerais e, sobretudo endócrinas. Para Rezende (2000, p. 374) “[...] os momentos que

se seguem ao parto inauguram breve período de calmaria dos processos fisiológicos, onde a

paciente encontra-se em estado de relativa exaustão” .

Segundo Artal (1995, p. 40), as alterações biomecânicas observadas no puerpério

são decorrentes das modificações físicas pertinentes à gravidez. Após o parto, inicia-se um

processo lento de reversão, que dura em média seis semanas, podendo se arrastar até três

meses após o parto. Assim, percebe-se a necessidade de exercícios físicos no pós-parto desde

que sejam supervisionados e direcionados por profissionais especializados, objetivando

acelerar o processo de retorno às condições pré-gravíticas.

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2.3 Alterações do aparelho reprodutor que ocorrem na gestação

2.3.1 Alterações Hormonais

Segundo Guyton (1992, p. 229), mudanças significativas no perfil endócrino

ocorrem durante a gestação, destacando-se hormônio lactogênio placentário humano,

hormônio melanotrófico, aldosterona, progesterona e estrogênio que desempenham um papel

fundamental para a mãe e para o feto.

Dois desses são os hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona, os

quais são secretados pelo ovário durante os ciclos menstruais normais, passando a ser

secretado em grandes quantidades pela placenta durante a gestação.

Conforme Gant et al. (2000, p. 469), a suspensão do progesterona permite que a

prolactina atue sem oposição em sua estimulação da produção de α-lactalbumina. A

intensidade e duração da lactação são controladas em grande parte pelo estimulo repetitivo da

mamentação.

Segundo Thomsom (1994, p. 97), os níveis sanguíneos de estrogênio e

progesterona ficam diminuídos devido às altas concentrações de prolactina, enquanto a

amamentação ocorre.

De acordo Polden e Mantle (1997, p. 28), as principais funções do estrogênio são:

promover proliferação de determinadas células (por exemplo, células musculares lisas do

útero), aumento da vagina, desenvolvimento dos grandes e pequenos lábios, crescimento de

pelos pubianos, alargamento pélvico, crescimento das mamas e de seus elementos glandulares

além de deposição de tecido adiposo em áreas específicas femininas, tais como coxas e

quadris.

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Conforme Souza et al (1999, p. 45), durante a gravidez o estrogênio provoca uma

rápida proliferação da musculatura uterina, aumento acentuado do crescimento do sistema

vascular para o útero, dilatação do orifício vaginal e dos órgãos sexuais externos e

relaxamento dos ligamentos pélvicos, permitindo assim uma maior dilatação do canal pélvico

o que facilita a passagem do feto no momento do nascimento.

De acordo com Polden e Mantle (1997, p. 26), a gravidez modifica as funções do

organismo materno de uma maneira global. Existem alterações psíquicas importantes, muitas

vezes levando a mulher a um estado de carência afetiva com exigências e vontades que antes

não existiam.

Segundo Guyton (1992, p. 450), durante a gestação, o progesterona atua

disponibilizando para o uso do feto, nutrientes que ficam armazenados no endométrio. O

progesterona também é responsável pelo efeito inibidor da musculatura uterina, pois se isto

não ocorresse, as contrações expulsariam o óvulo fertilizado ou até mesmo o feto em

desenvolvimento.

Conforme Souza et al (1999, p. 63), a musculatura fica impregnada de líquido e

verifica-se afrouxamento dos tendões e dos ligamentos, que perdem um pouco da sua função

de sustentação. Na medida em que a gravidez progride, ocorrem modificações nos tecidos

ósseos e cartilaginosos, a coluna também fica sobrecarregada com modificações da postura

durante o ciclo gestacional puerperal. A bacia se alarga, porque a cartilagem da sínfise púbica

e as articulações sacro-ilíacas sofrem afastamento, dando "espaço" para o desenvolvimento do

bebê.

De acordo com Fattini e Dangelo (1995, p. 406), as vísceras são empurradas para

cima em direção ao diafragma. Como diminui o espaço pulmonar para ventilação, algumas

gestantes referem dificuldade para respirar, adquirindo uma respiração mais apical.

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Para Souza et al (1999, p. 58), o útero aumentando com o evoluir da gestação

empurra para cima o diafragma, diminuindo a capacidade respiratória e trocas gasosas. No

sexto e sétimo mês afrouxa-se tecidos conjuntivos, devido aos hormônios, principalmente a

parede abdominal.

Segundo Grabner (2001, p. 12), considera outros hormônios também importantes;

a relaxina que é produzida antes de duas semanas de gestação, permanecendo em seus mais

altos níveis no 1° trimestre e decaindo em 20% e estabilizando-se até o parto. Apresenta como

efeito maior extensibilidade e flexibilidade dos tecidos articulares e capsulares, produção de

tecido conjuntivo de suporte adicional para fibras musculares, amadurecimento cervical e

crescimento mamário.

2.3.2 Alterações músculo-esquelético

No período gestacional, comumente, estão presentes as alterações músculo-

esquelético, como: mudança de postura e flacidez muscular. É freqüente a mulher grávida

sentir algum tipo de dor ou desconforto lombar, tanto durante a gravidez como também no

pós-parto. Vários fatores são responsáveis pelo aparecimento da dor nas costas em gestantes.

De acordo com Kisner e Colby (1998, p. 588), são problemas neuromusculares e

músculos esqueléticos freqüentes na gravidez: pressão na caixa torácica, câimbras, pressão

pélvica, controle da bexiga, dor no quadril, dor sacro-ilíaca, dor lombar e pubalgia.

Kisner e Colby (1998, p. 588) afirmam que as queixas mais freqüentes durante a

gestação são dores lombares, ciatalgias, cervicalgias, síndrome da mão da gestante

(formigamento, sensação de peso e inchaço) e edemas genéticos, pôr mais acentuado nas

pernas e mãos. No entanto, esses problemas podem ser tratados seja preventivamente para

evitá-los, seja curativamente para amenizá-lo, com ajuda da fisioterapia.

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Para Souza et al (1999, p. 63), esse aumento da lordose lombar leva a um desgaste

das articulações intervertebrais, aumentando o risco do aparecimento de lesão do disco

intervertebral, podendo causar dor. Se essa discopatia não for prevenida ou tratada durante a

gravidez, ela poderá se agravar no pós-parto em virtude da fraqueza dos músculos abdominais

e da sobrecarga física que os cuidados ao bebê impõem à mãe.

De acordo com Rezende (2000, p. 220), durante a gestação, pelo fato de o feto se

desenvolver de maneira bastante volumosa no interior da cavidade uterina, ocorre um

aumento importante de toda a cavidade, podendo fazer com que a musculatura sofra

alterações como afastamento das massas musculares na linha média.

O peso adicional ganho durante a gestação aumenta a carga sobre as estruturas do

sistema músculo esquelético, mesmo ao exercer as atividades diárias. O ganho de peso

durante a gestação revela em média de 7 a 10 quilos. A velocidade de ganho de peso durante o

último trimestre é altamente variável entre as pacientes, (ARTAL; WISWELL, 1999, p. 133-

134).

Como exposto por Polden e Mantle (1997, p. 10), exatamente na linha média,

existe uma linha vertical que passa pela cicatriz umbilical na quais os grupamentos

musculares do lado direito e do lado esquerdo fundem-se. Quando ocorre o aumento intra-

abdominal gestacional, esta linha pode sofrer um processo de afastamento. Esse espaçamento

faz com que, na linha média, possam aparecer hérnias. Hérnias são zonas de fragilidade da

parede muscular que permitem a saída de vísceras (porções de intestino) de dentro da

cavidade para o exterior. Essas hérnias podem tornar-se mais ou menos volumosas,

dependendo do grau de pressão intra-abdominal e do grau de alteração da parede muscular.

Segundo Souza et al (1999, p. 58), essas modificações internas manifestam-se na

porção externa da parede abdominal, com alterações mais ou menos volumosas. Sabe-se que

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mulheres que têm gestações sucessivas apresentam mais facilidade para o aparecimento desse

quadro.

Conforme Polden e Mantle (1997, p. 15), tendões e ligamentos ficam mais

relaxados e com isso a articulação fica fragilizada. Somada à aquisição de alguns quilos,

predispõe a mulher a maiores riscos de lesões ósseas e musculares.

Conforme Artal, Wiswell e Drinkwater (1999, p. 9),

[...] abdômen protuso, marcha gingada e lordose exagerada são aspectos familiares da gestação normal. O útero em constante crescimento, embora um órgão muscular que não pertence ao sistema músculo esquelético em si, é a principal causa das alterações que ocorrem na estática e dinâmica do esqueleto da gestante. A orientação anterior do útero que se expande dentro da cavidade abdominal desloca o centro de gravidade da mulher, resultando em lordose lombar progressiva e rotação da pélvis sobre o fêmur. Isso desloca a gravidade de volta sobre a pélvis, evitando queda para frente.

“[...] Os ombros ficam arredondados com protrução escapular e rotação interna dos

membros superiores, devido ao crescimento das mamas”. (KONKLER; KISNER apud

KISNER; COBY, 1998, p. 587).

Figura 1 - Representação da gestação em fase inicial e avançada.Fonte: Artal, R.; Wiswell, R.; Drinkwater, B.; 1999, p. 230.

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De acordo com Kisner e Colby (1998, p. 588), as alterações na postura geralmente

não se corrigem espontaneamente após o nascimento, e a postura de grávida pode ser mantida

como uma postura adquirida, conforme mostra a Figura 1.

Conforme Greenhill e Friedman (1976, p. 118), o sistema esquelético da mulher na

gravidez apresenta um aumento da vascularização, especialmente da substância vermelha. A

coluna espinhal fica comprimida e o conteúdo uterino, proeminente na frente muda a linha de

direção da postura. Esta linha de direção tende a cair anteriormente para a sua base de suporte.

Além disso, a gestante projeta seus ombros para trás e encolhe o seu pescoço e a cabeça. A

curva no pequeno dorso fica evidente e a pelve rodada levemente nos fêmures.

Para Kisner e Colby (1998, p. 587), “Os músculos abdominais são alongados até o

ponto de seu limite elástico no fim da gravidez.”

Polden e Mantle (2000) afirmam que as formas como as paredes abdominais se

adaptam ao grau requerido de distensão é considerável. As fibras musculares permitem

estiramento, mas os componentes de colágeno (a aponeurose, as bainhas fibrosas e nas

intersecções, e a linha alba) provavelmente sofrem mudança estrutural hormonalmente

mediada para prover extensibilidade extra temporariamente necessária. A distância entre dois

músculos retos abdominais pode ser vista dilatando-se do começo ao fim da gravidez e a linha

alba pode até dividir-se sob o esforço, o que caracteriza a diástase de reto abdominal.

São problemas neuromusculares e musculoesqueléticos freqüentes na gravidez:

pressão na caixa torácica, cãibras, pressão pélvica, controle da bexiga, dor no quadril, dor

sacro-ilíaca, dor lombar e pubalgia.

De acordo com os últimos autores citados, as queixas mais freqüentes durante a

gestação são dores lombares, ciatalgias, cervicalgias, síndrome da mão da gestante

(formigamento, sensação de peso e inchaço) e edemas genéticos, por mais acentuado nas

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pernas e mãos. No entanto, esses problemas podem ser tratados, seja preventivamente para

evitá-los, seja curativamente para amenizá-los, com ajuda da fisioterapia.

2.4 Anatomia da musculatura abdominal

De acordo com Fattini e Dangelo (1995, p. 166), os músculos são as estruturas

motoras da coluna vertebral, comandado pelos estímulos nervosos que saem do cérebro

passando pela medula nervosa e terminando neles próprios. A musculatura abdominal é

composta por oblíquo interno, oblíquos externos, transversos do abdômen e retos do

abdômen.

Segundo Machado (2000, p. 229), a parede abdominal torna-se flácida, e as

vísceras aos poucos voltam à posição de origem. No pós-parto imediato é possível evidenciar

a diástase dos músculos reto-abdominais com a parede abdominal composta de pele, tecido

subcutâneo, fáscia e peritônio. A recuperação da tonicidade da musculatura da parede

abdominal, distendida pelo útero gravídico, ocorre em média de 6 semanas do pós-parto, lenta

e às vezes imperfeitamente. O exercício supervisionado ajuda na recuperação da parede

abdominal.

Polden e Mantle (2000, p. 130), sugerem que as mulheres cujas gestações

exigiram prolongada inatividade, ou aquelas que habitualmente fazem pouco exercício, irão

verificar com certeza que seus músculos abdominais estão extremamente fracos.

Segundo Fattini e Dangelo (1995, p. 405), anatomicamente, o reto do abdômen

tem forma de tira longa situado em cada lado da linha alba; inferiormente se origina na crista

do púbis e nos ligamentos da sínfise púbica; insere-se através de 3 tiras largas na face anterior

da cartilagem costal da 5ª, 6ª e 7ª costelas e por uma pequena tira no processo xifóide do

esterno.

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De acordo com Smith (1997, p. 440), o músculo reto do abdômen, entre a origem e

a inserção, é interrompido transversalmente por tendões intermediários, em três intersecções

tendíneas. Essas intersecções são evidentes na superfície anterior, onde se unem à lâmina

anterior da bainha do reto, não chegando até a superfície posterior.

De acordo com Fattini e Dangelo (1995, p. 398), os músculos oblíquos abdominais

(externo e interno) também parecem cumprir a função de interligação entre o tórax e a pelve.

Para Smith (1997, p. 441), o músculo oblíquo externo, tem sua origem na margem

inferior e face externa das sete ou oito últimas costelas, por digitações musculares que se

imbrica com as dos músculos serrátil anterior e grande dorsal.

Seu feixe muscular tem direção caudal e para frente, com obliqüidade variável.

Os feixes posteriores inserem-se nos 3/4 anteriores do lábio externo da crista ilíaca, e os

feixes superiores e médios têm continuidade por um tendão lamelar que participa na formação

da linha alba medialmente e sua porção inferior contribui para formar o ligamento inguinal,

que está inserido súpero-lateralmente na espinha ilíaca ântero-superior.

Segundo Fattini e Dangelo (1995, p. 392), o músculo oblíquo interno, origina-se

na metade lateral do ligamento inguinal, 2/3 anteriores da linha intermediária da crista ilíaca e

da fáscia toraco-lombar. O feixe muscular tem uma disposição irradiada em leque a partir das

suas origens, sendo a sua direção geral para cima e para frente. Suas fibras atingem o púbis

em apenas 5% dos portadores de hérnia direta, e 30% na hérnia oblíqua externa.

Conforme Smith (1997, p. 442), o músculo transverso é o mais profundo dos três

(3); tem origem no 1/3 lateral da arcada inguinal, nos 2/3 anteriores do lábio interno da crista

ilíaca, da face interna da cartilagem costal das 6 últimas costelas e da fáscia toraco-lombar.

Conforme os autores citados, acima, esses feixes musculares se orientam

transversalmente; para frente termina em uma forte aponeurose que se insere na linha alba,

crista do púbis e na crista pectínea.

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As fibras mais inferiores têm disposição curva para baixo e para frente; em 5% se

une com uma formação semelhante do oblíquo interno formando o "tendão conjunto". Na

região inguinal o músculo é representado pelos seus componentes aponeuróticos e pelas suas

fáscias.

2.5 Diástase de reto abdominal

Conforme Kisner e Colby (1998, p. 588), a diástase de reto abdominal caracteriza-

se pela separação dos músculos retos abdominais na linha alba, conforme apresentado na

Figura 2. Com evidências de sua ocorrência, na gestação, a diástase dos retos possivelmente

ocorre na gestação como resultado de efeitos hormonais sobre o tecido conectivo e as

alterações biomecânicas da gravidez.

A diástase não provoca desconforto, é relativamente incomum no primeiro

trimestre, mas a incidência aumenta à medida que a gestação progride, atingindo um pico no

terceiro trimestre quando a continuidade da parede abdominal é comprometida devido ao

volume abdominal.

Figura 2-Representação esquemáticas de diástase dos retos.Fonte: Kisner; Colby (1998, p. 588).

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Para Mesquita (1999, p. 268), “[...] durante a gestação, o estiramento da

musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino, ocorrendo,

portanto, uma separação dos feixes dos músculos retos abdominais”.

Segundo Bursh (1987, p. 1077), são considerados fatores predisponentes para

diástase dos músculos retos abdominais, a obesidade, as gestações múltiplas, a multiparidade,

a macrossomia fetal e a flacidez da musculatura abdominal pré-gravítica, por levar a uma

maior distensão abdominal durante a gravidez.

De acordo com Polden e Mantle (1997, p. 250), uma separação maior que dois (2)

cm deve ser considerada. Essa condição não é exclusiva para mulheres grávidas, mas é vista

com freqüência nessa população.

Os autores colocam, ainda que, a diástase dos retos pode ocorrer acima, abaixo ou

no nível do umbigo, sendo que a considerada menos comum é abaixo do umbigo. Parece ser

menos comum em mulheres com bom tônus abdominal antes da gravidez.

Segundo Boissonnault e Blaschak (1988, p.1084), em sua pesquisa, 52% dos casos

de diástase de retos abdominais foram localizados na região umbilical, 36% acima do umbigo

e 11% abaixo do umbigo.

Segundo Kisner e Colby (1998, p. 589), a condição da diástase dos retos pode

produzir queixas músculo-esqueléticas (dor lombar) possivelmente como resultado da

diminuição na capacidade da musculatura abdominal em controlar a pelve e a coluna lombar.

Segundo Polden e Mantle (1997, p. 251), em separações graves, o segmento

anterior da parede abdominal é composto somente por pele, fáscia, gordura subcutânea e

peritônio. A falta de suporte abdominal dá uma menor proteção ao feto. Casos graves de

diástase dos retos, conforme mostra a figura 3, figura 4 e figura 5, podem progredir para

herniação das vísceras abdominais através da separação na parede abdominal.

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Figura 3- Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das vísceras abdominais (vista lateral direita).

Figura 4- Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das vísceras abdominais (Trendelemburg,45°).

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Figura 5- Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das vísceras abdominais(decúbito dorsal).

De acordo com Rezende (1976, p. 56), o abdômen exibe as resultantes da

distensão de sua parede pelo útero grávido em crescimento. A cicatriz umbilical, antes como

depressão, torna-se então plana, até saliente.

Para Polden e Mantle (1997, p. 250 e 251),

[...] em algumas mulheres, grandes diástase serão visíveis realmente quando elas tentam sentar-se ou deitar-se – um amplo cordão de tecido torna-se visível quando a atividade incluindo o uso dos músculos retos é exercida contra a gravidade, especialmente na posição supino. A diástase pode simplesmente se estender uns centímetros acima e abaixo do umbigo e ter somente de 2 a 3 cm de largura, pode surgir apenas abaixo do umbigo, ou pode incluir a maior parte da linha Alba.

À medida que a gestação prossegue, os abdominais não suportam exercícios

cansativos. Estes precisarão ser adaptados, para ir ao encontro das necessidades de cada

gestante. Deve ser feita sempre uma verificação de diástase dos retos antes de iniciar um

programa de exercícios afim de não provocar maior ruptura (KISNER; COLBY, 1998, p.

598).

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Segundo Kisner e Colby (1998, p. 589), nos testes de diástase dos retos, a posição

do paciente é muito importante. Esta deve estar em decúbito dorsal, com joelhos fletidos e pés

apoiados. A puérpera eleva lentamente sua cervical e os ombros acima do plano, tentando

colocar os membros superiores nos joelhos, até que a espinha da escápula deixe o leito.

Conforme Kisner e Colby (1998, p. 589), o terapeuta coloca as falanges de uma

mão horizontalmente através da linha média do abdômen, no umbigo, conforme apresentado

na Figura 6. Se houver uma separação, as falanges irão afundar dentro da fenda. A diástase é

medida pelo número de dedos que podem ser colocados entre os ventres musculares dos retos.

Figura 6 - Teste de diástase dos retos.

Um tipo de diástase que acontece em menor número, relatada por Nahas et al

(2004, p. 189), é a chamada diástase recorrente dos retos abdominais. Este tipo de diástase de

retos abdominais acontece com a inserção lateral dos músculos retos abdominais.

2.6 Tratamento da diástase de reto abdominal

2.6.1 Reparação cirúrgica

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Segundo Thomson (1993, p. 457), a cirurgia para correção da diástase abdominal

pode ser um procedimento traumático, onde a paciente é submetido a riscos de infecções e

complicações pós-cirúrgicas, como em qualquer outra cirurgia.

Noble (1982, p. 59) afirma que a correção do abdômen por alguns cirurgiões, se

propõe a corrigir uma flacidez abdominal até mesmo simultaneamente a uma cesárea. Tal

procedimento, nesse momento, pode ser contra-indicado, já que a parede abdominal está

totalmente desorganizada e qualquer correção nesse momento poderá interferir com a

involução normal do abdômen, durante o puerpério.

A maior parte das correções de diástase de reto abdominal por cirurgia acontece

em conjunto com outras reparações estéticas como retirada de excesso de pele da região

abdominal ou até mesmo lipoaspiração. Segundo Shull (1988, p. 11), esse tipo de trabalho

combinado é realizado desde o início do século XX.

Conforme Core et al (1997, p. 715), um dos tipos de cirurgia para correção da

diástase de reto abdominal que vem se destacando é a cirurgia endoscópica. Este tipo de

cirurgia implica no uso de endoscópio, inserido em pequenas incisões feitas no abdômen,

juntamente com os instrumentos usados para a sutura. A sutura normalmente é feita

horizontalmente (Figura 7), iniciando-se na região pélvica estendo-se por toda a linha alba.

O tipo de cirurgia relatado por Core et al (1997, p. 715) reduz o tamanho da

cicatriz, favorecendo o aspecto estético do abdômen. Em cirurgias convencionais, onde é

realizada uma grande abertura abdominal, as cicatrizes são bem aparentes.

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Figura 7 - Sutura horizontal no umbigo Fonte: Core et al (1995, p. 715)

Segundo Nahas, Augusto e Ghelfond (1997, p. 285), muitos autores vêm

propondo diferentes técnicas para tratar a deformidade causada pela fraqueza da estrutura

muscular da parede abdominal, porém, a plicatura é a mais utilizada.

Nahas, Augusto e Ghelfond (1997, p. 285) questionam a efetividade e eficácia do

procedimento de plicatura. Para chegar a uma conclusão a respeito das duas questões, os

autores realizaram um estudo com 14 pacientes submetidos à abdominoplastia com plicatura

dos retos abdominais, comparando o grau de diástase antes e seis meses após a realização da

cirurgia. Nesse estudo os autores comprovaram a correção da diástase após seis meses de pós-

operatório.

2.6.2 Tratamento fisioterapêutico para diástase de reto abdominal

Para Souza et al (2000, p. 243), todas as mulheres logo após o parto, deveriam ser

acompanhadas pelo fisioterapeuta obstetra para ter uma melhor recuperação. Infelizmente, a

prática fisioterapêutica pós–parto é mantida em um número mínimo de maternidades. O

trabalho do fisioterapeuta no puerpério consiste na prevenção e no tratamento de alterações do

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sistema músculo esquelético, respiratório e circulatório, englobando também orientações

gerais.

Conforme Mesquita et al (1999, p. 268), a atuação da fisioterapia no pós-parto

imediato visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos e conscientizar a

puérpera sobre a importância da continuidade dos exercícios iniciados neste período.

Para Kisner e Colby (1998, p. 589), o tratamento da diástase dos retos consiste em

testar todas as mulheres grávidas quanto à presença de diástase dos retos antes de realizar

exercícios abdominais e realizar exercícios corretivos para diástase dos retos sem outros

exercícios abdominais até que a separação tenha diminuído para dois cm ou menos. Quando

isso ocorrer, os exercícios abdominais poderão ser retomados, mas a integridade da linha alba

deverá ser monitorada para certificar-se que a separação continua a diminuir.

Qualquer atividade física direcionada ao músculo abdominal, para gestantes, não

poderá ser desenvolvido a partir do 3° trimestre, uma vez que se torna difícil para a gestante

iniciar um treinamento neste período. Por isso a importância de uma prévia avaliação da

gestante, quanto ao mês gestacional e a paridade é imprescindível. Numa gestante multípara, a

proporção é maior de abertura dos retos, pois sua musculatura já foi testada, exigida com

gestações anteriores.

Segundo Souza et al (2000, p. 247) a atividade de propriocepção dos músculos

abdominais deve ser iniciada no puerpério imediato. Portanto, é relevante ressaltar a atuação

preventiva no pós - parto imediato e tardio, principalmente para aquelas que relatam flacidez,

fraqueza da musculatura do reto abdominal durante a gestação.

Kisner e Colby (1998, p. 599), citam alguns exemplos de exercícios corretivos

para diástase de reto abdominal vão do menos cansativo para o mais cansativo. Elevação da

cabeça posicionando a mulher em decúbito dorsal com pés apoiados e joelhos fletidos, mãos

cruzadas sobre a linha média da diástase para dar suporte à região é um dos exercícios que

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podem ser realizados pelos fisioterapeutas. À medida que ela expira, levanta apenas a cabeça

do plano até o ponto anterior ao aparecimento de uma saliência. Suas mãos podem empurrar

delicadamente os músculos retos em direção à linha média, fazendo a gestante abaixar sua

cabeça lentamente e relaxar. Esse exercício enfatiza o músculo reto abdominal e minimiza os

oblíquos (Figura 8).

Figura 8 - Exercícios corretivos para diástase dos retos.

A elevação da cabeça com inclinação pélvica é um outro tipo de exercício que

pode ser realizado durante a prática fisioterapêutica na correção da diástase de reto

abdominal. A paciente fica em posição dorsal com joelhos fletidos e pés apoiados, os

membros superiores são cruzados sobre a diástase e tracionados em direção à linha média,

levantando lentamente sua cabeça do chão enquanto faz simultaneamente uma inclinação

pélvica posterior, abaixando lentamente sua cabeça e relaxando (Figura 9).

Todas as contrações abdominais devem ser feitas com expiração de modo a

minimizar a pressão intra-abdominal. Somente os exercícios de elevação de cabeça e

deslizamento das pernas do paciente posicionado em decúbito dorsal com joelhos fletidos e

pés apoiados e pelve em inclinação posterior. A mulher mantém a inclinação pélvica à medida

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que desliza primeiro um pé pelo chão até que a posição ereta deva ser usada até que a

separação seja corrigida para dois ou dois dedos de largura.

Segundo Kisner e Colby (1998, p. 599), ela deve parar de deslizar o pé no ponto

que não conseguir manter a inclinação pélvica. Lentamente ela levanta os membros inferiores,

a respiração deve ser coordenada com o exercício de modo que ocorra contração abdominal

com expiração. Este exercício pode ser feito com os membros inferiores ao mesmo tempo se

os músculos abdominais puderem manter a inclinação pélvica durante todo o exercício.

Figura 9 - Em decúbito dorsal, joelhos flexionados, pés apoiados no chão, membros superiores sobre o tórax. Elevar as escápulas do chão, o mento inclinado em direção do

esterno.

Mesquita et al (1999, p. 267) relatam o resultado da aplicação de um protocolo

fisioterápico de 6 a 18 horas após o parto. Nessa experiência foram atendidas 50 puérperas no

período de abril a setembro de 1998. Um instrumento de medida de precisão (paquímetro) foi

utilizado para medir o grau de diástase antes e após a aplicação do protocolo. A pesquisa

apontou uma redução na diástase de 12,5% nas pacientes submetidas ao tratamento.

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Para Mesquita et al (1999, p. 268),

[...] a atuação da fisioterapia no pós-parto imediato visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos, conscientizarem as puérperas sobre a importância da continuidade dos exercícios iniciados neste período e sobre o retorno para o atendimento no pós-parto tardio.

As gestantes podem ser beneficiadas com a fisioterapia pré e pós-parto, no

sentido de prevenir ou tratar alterações durante a gravidez. O corpo da mulher transforma-se

para que seja possível abrigar o seu bebê, alimentá-lo e permitir o seu desenvolvimento até a

hora do nascimento, o que requer um acompanhamento contínuo por parte dos profissionais

da saúde.

Pode-se então enfatizar a necessidade da fisioterapia na orientação e preparação

da gestante para enfrentar as transformações decorrentes da gestação, com o objetivo de atuar

sobre as disfunções, em busca de um estado hígido, e, assim, melhorar a qualidade de vida.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. Segundo Mattar (2000), a

pesquisa exploratória emprega métodos amplos e versáteis como o levantamento em fontes

secundárias, levantamento de experiências, estudos de casos selecionados e observação

informal. Para Bruyne (1982), a pesquisa descritiva e exploratória objetiva descobrir

problemáticas novas, renovar perspectivas existentes ou sugerir hipóteses fecundas,

preparando assim o caminho para pesquisas ulteriores.

Para Godoy (1995), as pesquisas de caráter descritivo e exploratório são

apropriadas para investigação onde o conhecimento acerca de determinado tema não permite

o estabelecimento de hipóteses precisas e operacionalizáveis.

3.2 População e amostra

Trata-se de uma pesquisa desenvolvida na enfermaria do alojamento conjunto

(maternidade) do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) da cidade de Tubarão/SC,

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junto a uma amostra de conveniência. Para Triola (1999), na amostragem de conveniência,

simplesmente utilizam-se dados de fácil acesso.

A amostragem de conveniência foi realizada uma vez que outros métodos

tradicionais clássicos – amostragem aleatória, amostragem estratificada e amostragem

sistemática, entre outros – apresentariam dificuldades operacionais capazes de comprometer o

resultado da pesquisa. Para Triola (1999) e Moore (1995), a amostragem utiliza os indivíduos

mais disponíveis.

O tamanho da amostra (72) foi obtido mediante utilização da fórmula citada em

Triola (1999, p. 161).

n = é o tamanho da amostra;

p = é uma proporção de 50%,

q = é uma proporção de 50%;

N = é a população correspondente a 168 puérperas;

e = é o erro máximo da pesquisa sendo e= 8%;

z = valor tabelado correspondente a 92 % de nível de confiança.

3.3 O instrumento da pesquisa

O método quantitativo foi adotado nesta pesquisa, tendo em conta a

predominância de características exploratórias do estudo.

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n = z ² p q N

e ² (n-1)+ z ² p q

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O questionário utilizado como instrumento de pesquisa foi adaptado da ficha de

avaliação da Clínica Escola de Fisioterapia-UNISUL (Campus Tubarão/SC) de acordo Anexo

A. Foi elaborada pela pesquisadora e validada por dez fisioterapeutas. Neste questionário

constam a anamnese, a história da doença atual, a história pregressa e o exame físico da

paciente, permitindo a observação dos dados para levantamento de possível correlação de

incidências de diástase dos retos no puerpério imediato, de acordo Apêndice A.

3.4 Procedimentos utilizados para coleta e análise dos dados

Primeiramente, as puérperas são contatadas e informadas sobre os objetivos da

pesquisa e seu anonimato, assim deverá assinar o termo de consentimento, presente no Anexo

B.

As puérperas foram avaliadas, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, na cidade

de Tubarão (SC), e atendidas pela fisioterapia no período de março a junho de 2006.

As puérperas responderam a uma ficha de avaliação (apêndice A), e, em seguida,

realizaram o teste de diástase.

Durante as avaliações, as puérperas foram instruídas a usar trajes confortáveis,

para assim facilitar a visualização das possíveis alterações. Foram posicionadas em decúbito

dorsal com joelhos fletidos e pés apoiados levando lentamente a cervical ao leito

simultaneamente fazendo inclinação pélvica posterior, abaixando levemente sua cabeça e

relaxando. Os membros superiores foram cruzados sobre a diástase e tracionados em direção à

linha média. O terapeuta colocou as falanges de uma mão horizontalmente através da linha

média do abdômen. Se tivessem uma separação na musculatura do reto abdominal às falanges

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afundariam dentro da fenda, o que caracterizaria a incidência de diástase (KISNER; COLBY,

1998, p.589).

3.5 Tratamento estatístico dos dados

Os dados foram tratados conforme estatística descritiva e apresentados na forma

de gráfico em forma de pizza e de coluna e tabelas simples.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

A coleta de dados deste trabalho foi realizada no Hospital Nossa Senhora da

Conceição (setor Alojamento Conjunto) durante os meses de março e abril de 2006. As

puérperas que participaram da amostra desta pesquisa foram avaliadas e questionadas,

obedecendo a um protocolo de avaliação que estabelecia a realização de um teste de diástase

de reto abdominal e, em seguida, um questionário que tinha como propósito relacionar fatores

como multiparidade e faixa etária com a incidência de diástase (Apêndice A).

O teste de diástase de reto abdominal foi realizado com objetivo de apontar o grau

de diástase das puérperas avaliadas. O procedimento de teste foi realizado da seguinte forma:

o terapeuta utilizou as falanges de uma das mãos horizontalmente através da linha média do

abdômen, na região supra-umbilical. Os resultados obtidos variaram de 0 cm (sem diástase) a

5,5 cm (diástase acentuada). Quando a medida for superior a 3,0 cm considera-se o grau

relevante.

Segundo Boissonnault e Blaschak (1988, p.1084), em sua pesquisa, 52% dos casos

de diástase de retos abdominais foram localizados na região umbilical, 36% acima do umbigo

e 11% abaixo do umbigo.

Nesta pesquisa, evidenciou-se a diversidade da população em relação aos fatores

paridade e faixa etária. Com relação à paridade, ficou evidente a diversidade na pesquisa

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avaliando-se puérperas primíparas e puérperas que passaram pela sexta gestação (multigesta),

havendo uma variação extensa de gestações. Em relação à idade, as puérperas avaliadas se

encontravam com desde 16 a 38 anos de idade. Considerando o aspecto condicionamento

físico, a maioria relatou sedentarismo, porém, algumas puérperas realizavam atividades físicas

como caminhada e tarefas domésticas que exigiam algum esforço físico.

Segundo Bursh (1987, p. 1077), são considerados fatores predisponentes para

diástase dos músculos retos abdominais: gestações múltiplas, multiparidade, macrossomia

fetal e flacidez da musculatura abdominal pré-gravítica por levar a uma maior distensão

abdominal durante a gravidez.

4.1 Grau de incidência de diástase de reto abdominal

Após a avaliação realizada com as 72 puérperas, foram obtidos os seguintes

índices de diástase de reto abdominal (Gráfico 1):

Gráfico 1 – Grau de incidência de diástase de reto abdominal

14%

25%4% 9%

48%

0 cm 2,0 cm 3,0 cm4,0 cm 5,5 cm

Fonte: Elaborada pela autora, 2006.

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Os números apresentados no Gráfico 1 revelam o alto índice de diástase de reto

abdominal na população avaliada. Apenas 9% da população não apresentaram qualquer

alteração na estrutura da musculatura abdominal (0 cm).

Para Noble (1982, p. 122), uma diástase de dois dedos (aproximadamente 3 cm) é

considerada fisiológica, não implicando, portanto, em complicações biomecânicas para o

organismo materno. Este é o único critério descrito na literatura sobre a mensuração da

diástase do músculo reto abdominal.

Considerando o critério de Noble (1982, p. 122), o resultado desta pesquisa

indicou que 71% das puérperas, equivalente à soma de percentuais referentes às medidas

iguais ou inferiores a 3 cm, apresentaram diástase de reto abdominal de caráter fisiológico.

Para a autora, essas puérperas, provavelmente, não serão acomeditas por complicações

decorrentes do afastamento da musculatura da parede abdominal.

Na pesquisa realizada, 29% das avaliações registraram medida de diástase de reto

abdominal superior a 3 cm (25% 4,0 cm e 4% 5,5 cm). Segundo Bursch (1987, p. 1079), a

ocorrência de diástase de reto abdominal superior a 2 dedos (3 cm) indica a necessidade de

um programa modificado de exercícios pós-parto.

Para Polden e Mantle (1997, p. 10), o espaçamento que aparece na linha média,

que caracteriza o afastamento dos músculos da parede abdominal, gerado pelo aumento do

abdômen em função da gestação, pode provocar o surgimento de hérnias abdominais (porções

de intestino) de dentro da cavidade para o exterior.

A musculatura da parede abdominal exerce importante função garantindo

preservação das vísceras quando o abdômen é submetido a esforços. Essa proteção pode

diminuir a ocorrência de complicações na região abdominal. Se a integridade dessa

musculatura é comprometida, a mesma não poderá desempenhar seu papel protetor do

abdômen e auxiliador do músculo esterno na respiração.

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Do total de puérperas avaliadas, 25% apresentaram diástase de reto abdominal

equivalente a 4,0 cm. Esta medida é considerada por Noble (1982, p. 123) uma complicação

que requer tratamento cirúrgico ou fisioterápico. Mesquita, Machado e Andrade (1999, p.

267) descrevem o sucesso de um tratamento fisioterápico para redução de diástase de reto

abdominal no puerpério imediato.

O grau de diástase de 5,5 cm foi encontrado em 4% das puérperas avaliadas.

Separações dessa dimensão devem ser consideradas patológicas e requerem tratamento

cirúrgico. Em alguns casos, esse grau de espaçamento pode vir acompanhado de hérnias

abdominais.

Evidenciou-se, em uma puérpera que apresentava diástase de reto abdominal de

5,5 cm, a possível relação da diástase de reto abdominal com o surgimento de hérnia

abdominal. A puérpera, de 28 anos, multigesta, possuía hérnias aparentes na região abdominal

como mostram as figura 6, figura 7 e figura 8.

Constatou-se, durante a pesquisa, que nenhuma atenção especial é dedicada ao

tema e, consequentemente, cuidados especiais com puérperas que apresentam diástase de

retos abdominais são negligenciados.

Os números apontados por esta pesquisa comprovam que esta complicação está

presente em muitas puérperas (29%), e que atenção especial deve ser destinada ao problema,

evitando, assim, que surjam problemas decorrentes do espaçamento patológico dos músculos

retos abdominais.

4.2 Correlação de fatores à incidência de diástase

4.2.1 Faixa Etária

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Um dos fatores que podem influenciar na incidência de diástase de reto abdominal

é a idade da puérpera. A pesquisa abrangeu uma população cuja faixa etária se estendeu de 16

anos até 38 anos de idade. Para análise de dados, a população foi distribuída em cinco grupos:

- 16 a 20 anos de idade;

- 21 a 25 anos de idade;

- 26 a 30 anos de idade;

- 31 a 35 anos de idade;

- 36 a 38 anos de idade.

Os dados da pesquisa, relacionando o grau de diástase com as faixas etárias que

distribuem a população de puérperas avaliadas, são apresentados no quadro 1. Este quadro

mostra o número de puérperas que apresentam um determinado grau de diástase de reto

abdominal.

Quadro 1 – Distribuição de índice de grau de diástase por faixa etária.

Faixa etária No de puérperas Grau de diástase0 cm 2 cm 3 cm 4 cm 5,5 cm

16 a 20 anos 14 - 7 3 4 -

21 a 25 anos 23 2 7 8 5 1

26 a 30 anos 16 4 6 4 - 2

31 a 35 anos 10 - 7 2 1 -

36 a 38 anos 9 1 7 1 - -

Fonte: Elaborado pela autora, 2006.

Os dados apresentados no quadro 1 indicam maior incidência de diástase de reto

abdominal em puérperas mais jovens. Todas as puérperas da faixa de 16 a 20 anos de idade

apresentaram algum grau de espaçamento entre os músculos.

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A população da amostra da pesquisa situada na faixa etária de 16 a 20 anos (19 %

da população total) apresentou alto índice de diástase de reto abdominal. Das 14 puérperas

avaliadas, 4 apresentaram índice superior a 3 cm. Para Noble (1982, p. 123), apenas medidas

superiores a 3 cm devem ser consideradas no estudo de diástase de reto abdominal.

A faixa etária de 21 a 25 anos de idade formou a maior população da pesquisa (23

puérperas, 32% da população total). Evidenciou-se, também, um alto índice de diástase nessa

população. Das 23 puérperas avaliadas, apenas 2 não apresentaram qualquer modificação na

distância entre os músculos da parede abdominal e 6 puérperas apresentaram um espaçamento

maior do que 3 cm entre os músculos.

A população da pesquisa que esteve na faixa etária de 26 a 30 anos foi de 16

puérperas (22% da população total). Apresentou, em quantidade, incidência de diástase de

reto abdominal inferior à faixa etária anterior, porém, concentrou os casos mais graves de

diástase. Das 16 puérperas, 2 apresentaram grau de diástase de 5,5 cm, acompanhado de

hérnia abdominal.

Polden e Mantle (1997, p. 10) afirmam que o espaçamento que ocorre na linha

média, devido ao afastamento da musculatura da parede abdominal, pode favorecer o

surgimento de hérnias abdominais. Hérnias são zonas de fragilidade da parede muscular que

permitem a saída de vísceras (porções de intestino) de dentro da cavidade para o exterior.

Na faixa etária de 31 a 35 anos todas as puérperas (10 puérperas, 14% da

população total) apresentaram afastamento da musculatura da parede abdominal, porém, com

exceção de 1 caso apenas, esse afastamento estava abaixo dos 3 cm (critério de Noble).

A população mais regular avaliada nesta pesquisa foi a que se situou na faixa

etária de 36 a 38 anos de idade (12% da população total). Nenhuma puérpera apresentou

diástase de reto abdominal superior a 3 cm. Uma puérpera do grupo não apresentou

afastamento da musculatura, outras 7 (77% do grupo) apresentaram espaçamento de 2 cm na

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musculatura, caracterizando a uniformidade do grupo. Finalizando, uma paciente, apenas,

apresentou diástase de reto abdominal de 3 cm.

A partir dos números apresentados no quadro 1 pode-se derivar o conjunto de

informações que expressam o resultado em percentuais. O gráfico 2 apresenta o percentual de

diástase de reto abdominal superior a 3 cm distribuído por faixa etária.

O resultado, considerando o critério de Noble (1982, p. 123), sugere que a

diástase de reto abdominal de caráter patológico ocorre predominante em puérperas mais

jovens. A faixa etária de 16 a 20 anos foi a que apresentou maior incidência de diástase de

reto abdominal: 28% do total de puérperas dessa faixa etária. Em seguida, a faixa etária de 21

a 25 anos com 26% de diástase de reto abdominal superior a 3 cm. O problema foi menos

presente nas faixas etárias de 31 a 35 anos, com 10% de incidência de diástase superior a 3

cm, e de 36 a 38 anos, onde não se registrou casos de diástase de reto abdominal.

Os casos mais graves de diástase de reto abdominal ocorreram na população da

faixa etária de 26 a 30 anos de idade. Apesar do índice geral de diástase de reto abdominal

superior a 3 cm nessa população ter sido de 12%, foram registrados dois casos de afastamento

de 5,5 cm, acompanhado de hérnia abdominal.

Um dos casos de diástase de reto abdominal de 5,5 cm foi o de uma paciente de

28 anos de idade, multigesta (6 filhos) e sedentária. Nesse caso, torna-se importante relacionar

outros fatores, diminuindo, possivelmente, a influência do fator idade no aparecimento da

complicação.

O gráfico 2, com os percentuais de incidência de diástase superior a 3 cm,

distribuídos por faixa etária é apresentada a seguir:

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Gráfico 2 – Gráfico de percentual de diástase de reto abdominal superior a 3 cm distribuído por faixa etária

28%26%

12%10%

0%0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

16-20 21-25 26-30 31-35 36-38

Faixa etária

Diástase patológica

Fonte: Elaborada pela autora, 2006.

A partir da análise dos dados torna-se relevante a aplicação de programas de

fisioterapia para redução de diástase de reto abdominal no pós-parto, como o apresentado por

Mesquita, Machado e Andrade (1999, p. 267).

Pelos números levantados por essa pesquisa, atenção maior deve ser dedicada à

população mais jovem, pois essa foi a que apresentou maior índice de diástase de reto

abdominal.

4.2.2 Paridade

Esta pesquisa procurou investigar, também, a influência do fator paridade na

ocorrência da diástase de reto abdominal. Nesse aspecto, a população foi dividida em três

grupos:

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-primigesta (quando a mulher teve uma única gestação);

-secundigesta (quando a mulher já teve duas gestações);

-multigesta (quando a mulher já teve três ou mais gestações).

Na pesquisa realizada, 31 puérperas (43% da população) eram primigestas, sendo

que 6 apresentaram diástase de reto abdominal superior a 3 cm. Vinte e duas puérperas (30%

da população) eram secundigestas e, dessas, 3 apresentaram afastamento dos músculos retos

abdominais maiores que 3 cm. Do total da população da pesquisa, 27 % (19 puérperas) eram

multigestas. Do grupo de multigestas, 4 apresentaram diástase de reto abdominal maior que 3

cm.

As mulheres que já passaram por 2 gestações (secudigestas) formaram o grupo

que apresentou a menor incidência de diástase de reto abdominal (13%). Já as multigestas

tiveram o maior índice de diástase de reto abdominal (21%) e, em seguida, as primigestas que

apresentaram 19% de incidência de diástase.

O quadro 2 apresenta os dados referentes à incidência de diástase de reto

abdominal por grupo de paridade (primigesta, secundigesta e multigesta).

Quadro 2 – Grau de diástase de reto abdominal classificado por paridade

Paridade No de puérperas

Diástase0 cm 2,0 cm 3,0 cm 4,0 cm 5,5 cm

Primigesta 31 2 13 10 5 1

Secundigesta 22 4 10 5 2 1

Multigesta 19 1 11 3 3 1

Fonte: Elaborado pela autora, 2006.

O gráfico 3 apresenta o percentual de ocorrência de diástase de reto abdominal

distribuído por grupos de paridade (primigesta, secundigesta e multigesta).

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Gráfico 3 - Percentual de diástase de reto abdominal superior a 3 cm distribuído por grupo de

paridade.

19%

13%

21%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Primigesta Secungesta Multigesta

Paridade

Diástase patológica

Fonte: Elaborada pela autora, 2006.

Os números obtidos na pesquisa sugerem a inexistência de relação entre o fator

paridade e a incidência de diástase de reto abdominal. Os casos mais graves de afastamento da

musculatura da parede abdominal (5,5 cm) não se concentraram em um grupo específico,

aparecendo um caso em cada um.

4.3 Análise estatística do resultado da pesquisa

Inicialmente, foram tabelados os valores referentes à idade, número de gestações e

extensão da diástase considerando cada uma das 72 integrantes da amostra (quadros 1 e 2). A

seguir foram consideradas as variáveis idade e extensão buscando-se saber se existiria

correlação entre as mesmas na amostra e na população. Neste sentido foi feito o teste não

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paramétrico de Spearman, com significância de 5%, que revelou a existência de uma

correlação negativa, entre inexistente e fraca, entre as duas variáveis.

Tendo em conta a aproximação normal das duas variáveis, foi utilizado o teste

paramétrico de Pearson que apenas confirmou a existência da correlação e nos levou a uma

definição de modelo linear que permite determinar a magnitude da extensão, uma vez

conhecida a idade da puérpera. Tal modelo foi obtido com recurso à regressão linear entre as

duas variáveis, que permitiu fosse obtida a seguinte equação:

A seguir, buscou-se saber se existiria correlação entre o número de gestações e

extensão da diástase e novamente recorreu-se aos processos de Spearman e Pearson, tendo

ambos revelado a inexistência de correlação, o que impede a utilização da regressão linear que

exige a existência de correlação para que seja possível a determinação de uma reta de

regressão. Em resumo, foram obtidos os resultados indicados a seguir, que atendem aos

objetivos da presente investigação:

− Existe uma correlação negativa, embora modesta (-0.28 para Spearman e –0.24 para

Pearson), indicando que puérperas com mais idade tendem a apresentar menor magnitude

da extensão da diástase;

− Não foi possível definir uma correlação entre o número de gestações bem sucedidas e a

extensão da diástase. Ambos os coeficientes de correlação, Spearman e Pearson

revelaram-se na proximidade de zero, o que traduz a inexistência de correlação;

− Foi definido um modelo linear que permite calcular a extensão da diástase uma vez

conhecida à idade da puérpera;

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extensão da diástase = 2,62 – 0,03 (idade da puérpera)

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− Não foi possível determinação de modelo linear que associasse a extensão da diástase com

o número de gestações bem sucedidas (sem morte fetal), tendo em conta a inexistência da

correlação entre as duas variáveis.

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5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Considerações

A musculatura abdominal tem valor significativo para proteção das vísceras

abdominais contra golpes externos, e seu fortalecimento é a melhor garantia contra hérnia

abdominal. Casos graves de diástase de reto abdominal podem progredir para herniação das

vísceras abdominais através da separação da parede abdominal que serve como contenção.

A condição de diástase dos retos na gestante pode produzir queixas músculo-

esqueléticas como, por exemplo, dor lombar, possivelmente como resultado da diminuição na

capacidade da musculatura abdominal controlar a pelve e a coluna lombar, dificuldade

respiratória e alteração na postura.

No sentido de avaliar a incidência de alteração do reto abdominal encontradas em

mulheres no puerpério, favorecendo ao trabalho dos profissionais da saúde que atuam junto a

essas pacientes e colaborando por uma melhor condição de vida, é que esta pesquisa

encontrou sua justificativa.

Esta pesquisa, cuja amostra representa um número significativo (72 puérperas) em

relação à quantidade populacional de puérperas, abrangendo uma faixa etária de 16 a 38 anos

de idade, caracterizou-se por uma pesquisa com dados epidemiológicos.

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Com o questionário aplicado (Apêndice A), foi possível observar o índice

evidente de diástase de reto abdominal em puérperas na Maternidade do Hospital Nossa

Senhora da Conceição da cidade de Tubarão (SC). Vinte e nove por cento das puérperas

avaliadas apresentaram afastamento da musculatura de reto abdominal superior a 3,0 cm.

Pensava-se que a multiparidade poderia ser causa de maior extensão de diástase,

porém, isto não se concretizou, uma vez que as puérperas que apresentaram maior assertiva

eram primíparas ou até secundíparas. Este fato nos remete à questão de que não a diástase de

reto abdominal, mas, sim a individualidade tecidual é que determina a disfunção, inclusive a

situação de herniação.

Durante a pesquisa, realizada no Hospital Nossa Senhora da Conceição em

Tubarão – SC, ficou esclarecido que a idade cronológica influência, diretamente, na

ocorrência de diástase de reto abdominal. Pelos números levantados por essa pesquisa,

atenção maior deve ser dedicada à população mais jovem, pois essa foi a que apresentou

maior índice de diástase de reto abdominal.

Foi possível, a partir de uma análise estatística dos dados coletados na pesquisa,

estabelecer um modelo linear que permite calcular a extensão da diástase de reto abdominal

em função da idade. Porém, não foi possível definir o mesmo modelo para relacionar a

extensão do afastamento com o número de gestações bem sucedidas, devido à inexistência de

correlação entre ocorrência de diástase com paridade.

Os resultados deste trabalho indicaram que a incidência de diástase do reto

abdominal nos primeiros dias de pós-parto tem sido subestimada pelos profissionais da saúde.

Atenção inadequada é dedicada a essa situação, provavelmente porque a puérpera não sente

dor diretamente em decorrência da separação dos músculos. Contudo, dor indireta, como dor

crônica nas costas, pode ser causa de fraqueza na musculatura. Se a diástase do reto

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abdominal não for corrigida, o desbalanceamento do músculo persiste, e a parede abdominal

pode permanecer enfraquecida.

5.2 Recomendações

Pesquisas mais abrangentes são necessárias para apontar as seqüelas em longo

prazo provocadas pela diástase de reto abdominal, a fim de conscientizar os profissionais da

saúde para que considerem com a devida importância esta anormalidade.

A relação do grau de incidência de diástase de reto abdominal com a

hereditariedade é um tema que pode ser explorado em trabalhos futuros. Em outras doenças,

como distrofias musculares, por exemplo, o fator hereditariedade tem forte influência.

A razão pela qual a diástase de reto abdominal é mais presente em jovens

puérperas pode, também, ser alvo de pesquisas futuras. Evidenciou-se, nesse trabalho,

incidência maior de diástase de reto abdominal em mulheres jovens. Presume-se que, em

princípio, esse fato se deve a fraqueza maior da musculatura da parede abdominal em jovens,

porém, cabe uma investigação mais detalhada sobre o tema.

Outro aspecto importante que pode ser explorado em pesquisas futuras é a relação

do nível de condicionamento físico antes da gravidez e a incidência de diástase de reto

abdominal. O propósito de tais pesquisas é o de conscientizar a terapêutica preventiva da

musculatura da parede abdominal objetivando a diminuição da incidência de diástase.

Estudos relevantes que comprovem a eficácia do tratamento fisioterápico em

casos de diástase de reto abdominal podem diminuir o número de cirurgias de reparo da

musculatura abdominal. A cirurgia é um procedimento traumático e gerador de possíveis

infecções, e deve ser realizada somente quando não há outra alternativa para a solução do

problema.

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Finalmente, enfatiza-se a relevância da orientação e cuidados com as gestantes

realizando práticas preventivas da musculatura do reto abdominal para que se possa prevenir

esta patologia bem como a predisposição para o desenvolvimento de hérnia umbilical.

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REFERÊNCIAS

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BOISSONNAULT, JS; BLASCHAK, MJ. Incidence of diastasis recti abdominis during the childbearing year.Journal Article, 1987 Jul: p. 1082-1086.

BRUYNE, Paul de; HERMAN, Jacques; SCHOUTHEETE, Marc de. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais: os pólos da prática metodológica. 2. ed. Rio de Janeiro: F. Alves, 1982.

BURROUGHS, A. Uma Introdução a Enfermagem Materna. 8 ed. Porto Alegre: Artemed. 1995.p. 226-229.

BURSH, SG. Interrater reliability of diastasis recti abdominis measurement. Journal Article, 1987 Jul: p. 1077-1979.

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GLOSSÁRIO

Diástase – conforme Kisner e Colby (1998, p. 588), diástase pode ser definida como a

separação dos músculos retos abdominais na linha alba, a partir da cicatriz umbilical, tanto

supra quanto infra-umbilical e que, sendo separação maior que dois (2) cm é considerada

significativa. O grau de diástase é medido pelo terapeuta colocando os dedos de uma mão

verticalmente, a partir da cicatriz umbilical tendo como referencia a linha Alba; se houver

uma separação, os dedos irão afundar dentro da fenda. A diástase é medida pelo número de

dedos que podem ser colocados entre os ventres musculares dos dois retos. O paciente deve

estar em supino, membro inferior fletidos e flexão do tronco em 30°. Mediante tal postura é

que o fisioterapeuta terá condições de avaliar se ocorre ou não a diástase de reto abdominal.

Gestação – conforme Kisner e Colby (1998, p. 716), gestação ou gravidez é o período de

desenvolvimento desde a fertilização até o nascimento (parto) incluindo as alterações

músculo-esqueléticas. O ganho de peso durante a gestação revela em média de 7 a 10 quilos.

A velocidade de ganho de peso durante o último trimestre é altamente variável entre as

pacientes (ARTAL, 1999, p. 133).

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Multigesta - conforme Manuila (1997, p.493), dize-se de uma mulher que teve vários filhos.

Primigesta - conforne Manuila (1997, p.600), mulher que está grávida pela primeira vez.

Puerpério – conforme Manuila (1997, p. 700), é o período que se inicia imediatamente após

o parto, e no qual ocorrem alterações anatômicas e fisiológicas responsáveis pela volta do

organismo materno às condições pré-gestacionais.

Reto Abdominal – conforme Smith (1997, p. 441), é o músculo superficial do abdômen e

consiste em duas partes, uma de cada lado da linha alba. Em rupturas graves o segmento

anterior da parede abdominal é composto somente por pele, fáscia, gordura subcutânea e

peritônio.

Secundigesta - segundo Manuila (1997, p. 671), mulher que dá a luz pela segunda vez.

61

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APÊNDICE

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Apêndice A

INSTRUMENTO DE PESQUISA

Avaliação para Diástase de reto abdominal

Nome:

Idade:

Escolaridade:

Profissão:

Estado Civil:

Procedência:

ANAMNESE

Paridade:

( ) primigesta ( ) secundigesta ( ) multigesta

( ) aborto ( ) morte fetal

Semanas ( ) Semanas( )

Tipo de parto:

( ) Cesária ( ) parto normal

Patologias associadas:

( ) 1ª gestação ( ) 2ª gestação

( ) 3ª gestação ( ) 4ª gestação

Hábitos de vida

( ) sedentarismo

( ) etilismo

( ) tabagismo

QUESTIONÁRIO COMPLEMENTAR

Sistema gastrointestinal

( ) incontinência fecal ( ) prisão de ventre ( ) hemorróidas

( ) uso de laxantes

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Sistema respiratório

Tipo de tórax _______________________________________________________________

Padrão respiratório __________________________________________________________

Patologias respiratórias________________________________________________________

Sistema genito-urinário

( ) incontinência ( ) urgência ( ) infecções ( ) disúria ( ) leucorreia

( ) hemorragia

EXAME FÍSICO

Peso : Anterior à gestação ( )

No final da gestação ( )

Atual ( )

Teste para retos abdominais:

Abdome:

( ) distendido ( ) normal ( ) protuso

( ) infra-umbilical ( ) supra-umbilical

Diastáse:

( ) sim ( ) não ( ) 2,0 cm ( ) 3,0 cm ( ) 4,0 cm 5,5 cm ( )

Força dos retos abdominais:

( ) grau 0

( ) grau 1

( ) grau 2

Analise postural da marcha:

( ) cifose ( ) antálgica

( ) escoliose ( ) anseriana

( ) hiperlordose cervical

( ) hiperlordose lombar

Diastáse da sínfise púbica:

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( ) sim ( ) não

Sintomas:

Dor púbica: ( ) sim ( ) não

Dor lombar ( ) sim ( ) não

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ANEXOS

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ANEXO A

Avaliação Pós–Parto

Universidade do Sul de Santa Catarina

Nome: ___________________________________________________________________________

Idade:____________________________________________________________________________

Escolaridade:_______________________________________________________________________

Profissão:_________________________________________________________________________

Estado civil:_______________________________________________________________________

Procedência:_______________________________________________________________________

ANAMNESE

Sentimentos em relação ao bebê ao nascimento________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Sentimentos em relação à condição maternal________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Relacionamento familiar_________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

Expectativas e planos quanto à amamentação______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Hábitos de vida ( ) sedentarismo

( ) etilismo

( ) tabagismo

Hábitos alimentares

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

67

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QUEIXA PRINCIPAL

História de gestações passadas__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

História da gestação atual__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________História do parto__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

QUESTIONÁRIO COMPLEMENTAR

Sistema gastrointestinal

( ) incontinência fecal ( ) prisão de ventre ( ) hemorróidas

( ) uso de laxantes ( ) melena

Freqüência e aspecto das fezes________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Sistema respiratório

Tipo de tórax _____________________________________________________________________

Padrão respiratório _________________________________________________________________

Patologias respiratórias_______________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Sistema cardiovascular

( ) hipertensão arterial ( ) palpitação ( ) arritmia ( ) edema em MMII

Sistema neurológico

Convulsões Sim ( ) Não ( )

Neuropatias periféricas Sim ( ) Não ( )

Ataxia Sim ( ) Não ( )

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Atonia Sim ( ) Não ( )

Sistema genito-urinário

( ) incontinência ( ) urgência ( ) infecções ( ) disúria ( ) leucorréia

( ) hemorragia

Sistema digestivo

( ) estomatite ( ) obstipação

( ) hiperoxia ( ) hiporexia ( ) disfagia ( ) azia ( ) regurgitação ( ) disperpsia

EXAME FÍSICO

Peso : Anterior à gestação ( )

No final da gestação ( )

Atual ( )

Abdome:

Aspecto__________________________________________________________________________

Diástase__________________________________________________________________________

Força dos retos abdominais____________________________________________________________

Períneo

Força da musculatura perineal___________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Mamas

Inspeção

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Tipo de mamilo _______________________ Cor _________________________________________

Sensibilidade________________________________________________________________________

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Características da Amamentação_________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Características musculares (mobilidade, força, dor...)

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Análise postural e da marcha

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

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ANEXO B Termo de Consentimento

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

Eu, _______________________________________________________________________,

cédula de identidade n° _______________________________________________________,

declaro que concordo declaro que plenamente com os termos da avaliação fornecida pelo

professor ___________________________________________________________________.

Informo, outros sim, que estou ciente dos procedimentos, eventuais incômodos e benefícios

decorrentes do tratamento. E, que posso abandonar, por livre e espontânea vontade, o referido

tratamento a qualquer tempo, mas que, nesta condição, me tomo responsável por prejuízos e/ou

riscos a que estou me expondo.

Tubarão (SC), / /

Assinatura_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nome por extenso do paciente voluntário

Assinatura_______________________________________________________________

Nome por extenso do professor / pesquisador

Assinatura_______________________________________________________________

Nome por extenso do acadêmico / auxiliar de pesquisa

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ANEXO C

Formulário do Comitê de Ética

MINISTÉRIO DA SAÚDE - Conselho Nacional de Saúde - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEPFOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS

( versão outubro/99 ) Para preencher o documento, use as indicações da página 2.1. Projeto de Pesquisa:

2. Área do Conhecimento (Ver relação no verso) 3. Código: 4. Nível: ( Só áreas do conhecimento 4)

5. Área(s) Temática(s) Especial (s) (Ver fluxograma no verso)

6. Código(s): 7. Fase: (Só área temática 3) I ( ) II ( )

III ( ) IV ( )8. Unitermos: ( 3 opções )

SUJEITOS DA PESQUISA

9. Número de sujeitos No Centro: Total:

10. Grupos Especiais: <18 anos ( ) Portador de Deficiência Mental ( ) Embrião /Feto ( ) Relação de Dependência (Estudantes , Militares, Presidiários, etc ) ( ) Outros ( ) Não se aplica ( )

PESQUISADOR RESPONSÁVEL11. Nome: Inês A. Vinadé

12. Identidade: 13. CPF: 19.Endereço (Rua, n.º ):

14. Nacionalidade: 15. Profissão: 20. CEP: 21. Cidade: 22. U.F.

16. Maior Titulação:

17. Cargo: 23. Fone: 24. Fax

18. Instituição a que pertence: 25. Email:

Termo de Compromisso: Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e a publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as responsabilidades pela condução científica do projeto acima. Data: ______________________________________ Assinatura

INSTITUIÇÃO ONDE SERÁ REALIZADO26. Nome: 29. Endereço (Rua, nº):

27. Unidade/Órgão: 30. CEP: 31. Cidade: 32. U.F.

28. Participação Estrangeira: Sim ( ) Não ( ) 33. Fone: 34. Fax.:

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35. Projeto Multicêntrico: Sim ( ) Não ( ) Nacional ( ) Internacional ( ) ( Anexar a lista de todos os Centros Participantes no Brasil )Termo de Compromisso (do responsável pela instituição ) :Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas Complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução.Nome: e Cargo: Data: ___________________________________ Assinatura

PATROCINADOR Não se aplica ( )36. Nome: 39. Endereço

37. Responsável: 40. CEP: 41. Cidade: 42. UF

38. Cargo/Função: 43. Fone: 44. Fax:

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP45. Data de Entrada:_____/_____/_____

46. Registro no CEP: 47. Conclusão: Aprovado ( )Data: ____/_____/_____

48. Não Aprovado ( )Data: _____/_____/_____

49. Relatório(s) do Pesquisador responsável previsto(s) para: Data: _____/_____/____ Data: _____/_____/_____Encaminho a CONEP:50. Os dados acima para registro ( ) 51. O projeto para apreciação ( )52. Data: _____/_____/_____

53. Coordenador/Nome

________________________________ Assinatura

Anexar o parecer consubstanciado

COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA - CONEP54. Nº Expediente :

55. Processo :

56.Data Recebimento : 57. Registro na CONEP:

58. Observações:

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINACOMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

FOLHA DE ROSTO PARA SUBMISSÃO DOS PROJETOS

Este formulário deve ser datilografado ou preenchido no computador. Antes de preencher este formulário e os demais formulários utilizados pelo CEP-UNISUL e encaminhar o projeto para análise, é recomendada a leitura das Resoluções do Conselho Nacional de Saúde No 196 de 10/10/96 e No 251 de 7/8/97.

Projeto:

( )- Monografia/Graduação( ) - Monografia/Especialização ( ) - Iniciação Científica

( ) - Mestrado ( ) - Projeto de Pesquisa ( ) - Doutorado

Para preenchimento da Comissão de Ética em Pesquisa- CEP-UNISUL

Data de entrada: Registro no CEP (código):

Relator:

Andamento ou Parecer - escrever data abaixo

( ) Aprovado ( ) Aprovado c/ Pendência ( ) Retirado ( ) Aprovado e Encaminhado à CONEP

Para preenchimento do Pesquisador

Título(sucinto e objetivo)

Pesquisador Responsável e pesquisador externo (nome, endereço, e-mail e telefone). Outros pesquisadores somente nome, telefone e e-mail.

Objetivo(s) do Estudo

MétodosNeste campo coloque apenas de maneira resumida:

a. Identificação dos sujeitos da

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pesquisa, número de indivíduos, idade e método de seleção.

b. Procedimentos (resumidamente)

c. Medidas das variáveis a serem obtidas

d. Armazenamento de dados

e. Análise, métodos estatísticos

Local e tempo de duração do estudo

Local:

Início: Término:

Perigos ou riscos potenciais ao sujeito da pesquisa/pacientes

Procedimentos de desconforto e distresse aos sujeitos das pesquisa/pacientes

Grau de Risco ( ) - Mínimo ( ) - Médio ( ) - Alto

Arranjos financeiros e Indenização Não há.

Quais pessoas terão acesso aos dados?.

Documentos enviados a. Formulário Folha de Rosto - CONEP ( )b. Folha de Rosto para Submissão dos Projetos - CEP UNISUL ( )

c. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ( )d. Declaração de Instituições envolvidas ( )e. Autorização para fotos, filmagens e gravações ( )f. Outros (se solicitado pelo CEP).

_________________________________

( )

Assinatura:

_______________________________ Data:

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Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Guidelines on the Practice of Ethics Committees in Medical Research Involving Human Subjects, Royal College of Physicians of London, 2nd Edition, 1990.

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINAAv. José Acácio Moreira, 787 - Bairro Dehon - Cx Postal 370

88704-900 - Tubarão - SCFone: (48) 621-3000

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Local e data: ________________________________________

Com o objetivo de atender às exigências para a obtenção de parecer da Comissão de Ética em Pesquisa - CEP-UNISUL, os representantes legais das instituições envolvidas no projeto de pesquisa intitulado "________________________________________________" declaram estarem cientes e de acordo com seu desenvolvimento nos termos propostos, lembrando aos pesquisadores que no desenvolvimento do referido projeto de pesquisa, serão cumpridos os termos da resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde.

_____________________________________________Ass. Pesquisador responsável (UNISUL)

_____________________________________________Ass. do responsável pela Instituição (UNISUL)

(Coordenador de curso)

_____________________________________________________

Ass. do responsável da outra Instituição (de outra instituição)

Adaptado de: CEFID / UDESC

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL TERMO DE CONSENTIMENTO

LIVRE E ESCLARECIDO

Observações:1. Preencha na linguagem coloquial do sujeito e/ou paciente a ser pesquisado.2. Em caso de pessoas legalmente não autônomas ou com capacidade de decisão diminuída, este termo de consentimento deve ser assinado pelo seu responsável legal.

Título do Projeto:

Gostaria de obter todas as informações sobre este estudo:

a- tempo que terei de ficar disponível;

b- quantas sessões serão necessárias (com dia e horário previamente marcados);

c- detalhes sobre todos os procedimentos (testes, tratamentos, exercícios, etc.);

d- local onde será realizado;

e- equipamentos ou instrumentos que serão utilizados;

f- se preciso vestir alguma roupa ou sapato apropriado;

g- quaisquer outras informações sobre o procedimento do estudo a ser realizado em mim.

Quais as medidas a serem obtidas?

Quais os riscos e desconfortos que podem ocorrer?

Quais os meus benefícios e vantagens em fazer parte deste estudo?

Quais as pessoas que estarão me acompanhando durante os procedimentos práticos deste estudo?

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Existe algum questionário que preciso preencher? Sou obrigado a responder a todas as perguntas?

PESSOA PARA CONTATO: NÚMERO DO TELEFONE:

ENDEREÇO:

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso: ______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.

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