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    A ESFERAA ESFERA

    DIVINADIVINA

    E MÍSTICAE MÍSTICA

    © 1996 Living Stream Ministry

    Witness Lee

    1

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    CONTEÚDO

    1. Conhecer Esta Era

    2. Entrar na Esfera Divina e Mística do Ministério Celestial

    de Cristo

    3. A Esfera Divina e Mística do Espírito Consumado e o

    Cristo Pneumático

    4. “O Próprio Espírito com o Nosso Espírito” A Chave para

     Abrir as Oito Seções da Salvação Orgânica de Deus (1)5. “O Próprio Espírito com o Nosso Espírito” A Chave para

     Abrir as Oito Seções da Salvação Orgânica de Deus (2)

    6. A Única Base das Igrejas Locais de Deus e a Unidade

    Única do Corpo Universal de Cristo

    Este livro é composto de mensagens dadas pelo Irmão

    Witness Lee em Anaheim, Califórnia na Conferência Inter-

    nacional de Cooperadores e Presbíteros Entremesclados de 9-

    11 de Abril de 1996.

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    CAPÍTULO UM

    CONHECER ESTA ERA

    Leitura Bíblica: Jo 7:39; 1Co 15:45b; 2Co 3:17-18; Êx 30:23-

    25; Rm. 8:2, 9-11; Ap. 1:4; 3:1; 4:5; 5:6

    ESBOÇO

    Leitura Bíblica: Jo 7:39; 1Co 15:45b; 2Co 3:17-18; Ex 30:23-

    25; Rm 8:2, 9-11, Ap 1:4; 3:1; 4:5; 5:6

    I. Nenhuma das teologias atuais, incluindo o Credo de

    Nicene, enfatiza de modo adequado os cincos pontos

    críticos que se seguem com respeito ao Espírito de Deus

    no mover da economia eterna de Deus:

     A. O Espírito que dá vida ainda não era antes da

    glorificação (ressurreição) de Cristo—Jo 7:39

    B. O ultimo Adão (Cristo em carne) tornou-se o

    Espírito que dá vida (cumprido Jo 7:39)—1Co

    15:45b. Por isso, em 2 Coríntios 3:17 diz que “o

    Senhor é o Espírito”, e os versículos seguintes

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    usa “O Senhor Espírito” como um titulo divino

    composto.

    C. O Espírito composto tipificado pelo óleo da unção

    (composto de him de azeite de oliva com quatrotipos de especiarias e sua efetividade) em Êxodo

    30:23-25

    D. O Espírito da vida, o Espírito de Deus, o Espírito

    de Cristo, o próprio Cristo, e o Espírito que

    habita interiormente em Romanos 8:2, 9-11,

    todos se referem ao Espírito composto que dávida.

     A. Os sete Espíritos (o Espírito sete vezes intensi-

    ficado, cf. sete vezes a luz do sol—Is 30:26) de

    Deus—Ap 1:4; 3:1; 4:5; 5:6

    II. A Igreja Católica, as denominações protestantes, as

    assembléias dos Irmãos Unidos, as igrejas pentecostais,

    e todos os grupos livres se agarram em sua teologia

    imperfeita e não bíblica, distante da visão central de

    Deus e não atingem o nível da conclusão da economia

    eterna de Deus por causa de suas falhas, negligência e

    oposição aos cinco pontos críticos acima citados com

    respeito ao Espírito de Deus.III. Deus necessita ter um povo que são homens-Deus para

    serem Seus vencedores a fim de que Ele realize Sua

    economia eterna com respeito a igreja resultando no

    Corpo de Cristo e consumando na Nova Jerusalém.

    Oração:

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    Senhor, nós O adoramos por esta reunião. Nós Te

    louvamos. Somente Tu podes organizar tal reunião. Senhor,

    para esta reunião nós precisamos de Ti de uma maneira sete

    vezes intensificada. Senhor, venha e abra a Ti mesmo a nós, eque possamos também nos abrir a Ti. Rogamos que haja uma

    relação, um caminho, entre Tu e nós. Senhor, liberta-nos da

    velharia. Liberta-nos do conhecimento velho e das coisas

    tradicionais, coisas que temos guardado durante anos.

    Senhor, nos perdoe, nos limpe e nos cubra em todos os

    aspectos com Seu sangue prevalecente contra o inimigo.Liberar Sua palavra é uma batalha, portanto, Senhor, nos

    ocultamos em Ti. Ocultamo-nos sob o sangue do Cordeiro.

    Senhor, nos fortaleça e derrame a Ti mesmo em nós de uma

    maneira sete vezes intensificada. Senhor, nos toque e fala a

    nós, fazendo-nos um espírito Contigo. Obrigado. Amém.

    O título desta mensagem é “Conhecer Esta Era.” Esta-

    mos usando a palavra era aqui para referir não à era do

    mundo de uma maneira geral, mas a era do Cristianismo

    atual de uma maneira particular, especialmente em relação à

    revelação das Escrituras, as verdades divinas, e a teologia

    genuína e adequada.

    O primeiro assunto abordado nas Escrituras é opróprio Deus. A revelação com respeito a Deus envolve Sua

    pessoa, e a Sua pessoa é muito misteriosa. Ele é um, contudo

    três; portanto, Ele é triúno. As compreensões diferentes da

    Trindade Divina tem sido o fator principal, um elemento

    oculto, de todos os problemas no Cristianismo atual. O Cris-

    tianismo foi dividido pelos diferentes conceitos da Trindade

    Divina.

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     A realização do segundo (Cristo) e do terceiro (o

    Espírito) da Trindade Divina é ainda mais perturbador e

    problemático. Quem é Cristo? Em resposta a esta pergunta,

    diria a maioria dos cristãos que Cristo é o Filho de Deus.Porém, muitos crentes não percebem que Cristo não é

    meramente o Filho unigênito de Deus (Jo 3:16) mas também

    o Filho primogênito de Deus (Rm 8:29; Cl 1:18; Hb 1:6; Ap

    1:5). Como pode o Filho unigênito se tornar o Filho primo-

    gênito? Como Filho unigênito Ele deve ser somente filho e

    não pode ser o primeiro, e como o Filho primogênito Ele é oprimeiro Filho e assim não pode ser somente Filho. Como

    deveríamos explicar isto?

    Os teólogos declaram que as pessoas da Trindade não

    deveriam ser confusas. Não obstante, nós precisamos fazer

    certas perguntas. É Cristo somente o Filho e não é também o

    Espírito? O Espírito é somente o Espírito? O Espírito tam-

    bém não está relacionado a Cristo e envolvido com o Filho?

    Outra pergunta com respeito aos sete Espíritos (Ap 1:4; 3:1;

    4:5; 5:6). De acordo com Apocalipse 5:6 os sete Espíritos são

    os sete olhos do Cordeiro. Os sete Espíritos e o Cordeiro são

    uma ou duas pessoas? Seguramente Eles são dois, contudo os

    sete Espíritos são os sete olhos do Cordeiro. Eles são um ou

    dois? Se dissermos que o Cordeiro e os sete Espíritos como ossete olhos do Cordeiro são um, outros, insistem que o

    Espírito é o Espírito e o Filho é o Filho, nos acusam de

    confundir as pessoas da Trindade Divina. Mas em Apocalipse

    5:6 o terceiro da Trindade Divina é os olhos do segundo.

    Como, então, o Espírito pode estar separado do Filho? Seus

    olhos estão separados de você? Enquanto seus olhos estive-

    rem olhando para alguém, você está olhando para aquela

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    pessoa. Ninguém diz, “Somente meus olhos estão olhando

    para você; eu não estou olhando para você.” Seus olhos são

    você. Se seus olhos olham para algo significa que você está

    olhando. Estas são breves ilustrações das deficiências dateologia no Cristianismo de hoje.

    Pelo fato de as questões do Filho e do Espírito na

    Trindade Divina serem tão difíceis e complicadas, temos sido

    compelidos a dar a Cristo um titulo particular — o Cristo

    todo-inclusivo. Cristo é todo-inclusivo porque Ele é tudo. Ele

    é Deus, Ele é o Pai (Is 9:6), Ele é o Filho, e Ele é o Espírito.De acordo com a revelação no Novo Testamento, o Pai é

    encarnado no Filho (Cl 2:9), e o Filho é concebido pelo

    Espírito (Jo 14:17, 20). Assim, o Filho é a incorporação do

    Pai, e o Espírito é a realização do Filho. Esta com certeza é

    uma linguagem divina e celestial.

    João 1:1 diz, “No princípio era o Verbo, e o Verbo

    estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Desde que o Verbo era

    Deus, que necessidade havia de Ele estar com Deus?

    Ninguém pode explicar isto adequadamente, porque não

    temos a linguagem para expressar este tipo de “cultura.”

    I. NENHUMA DAS TEOLOGIAS DE HOJE,

    INCLUSIVE O CREDO DE NICENE, ENFATIZA ADEQUADAMENTE OS SEGUINTES CINCO

    PONTOS CRÍTICOS CONCERNENTES AO

    ESPÍRITO DE DEUS NO MOVER DA

    ECONOMIA ETERNA DE DEUS

     A. Antes da Glorificação (Ressurreição) de Cristo Ainda não Havia o Espírito Que Dá Vida

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     Antes da Glorificação (Ressurreição) de Cristo ainda

    não havia o Espírito que dá vida (Jo 7:39b). João 7:37-39 diz,

    “Ora, no último dia, o grandedia da festa, Jesus pôs-se empé clamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem

    crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão

    rios de água viva. Isso, porém, Ele disse com respeito ao

    Espírito que haviam de receber os que Nele cressem; pois

    ainda não havia o Espírito, porque Jesus não havia sido

    ainda glorificado.” O fundo histórico da palavra do Senhorestava relacionado a Festa dos Tabernáculos, a última e

    maior das festas anuais dos Judeus. A Festa dos Taberná-

    culos era uma festa muito agradável. Ela foi estabelecida na

    ocasião quando os filhos de Israel vinham juntos para desfru-

    tar o que eles tinham colhido. Eles se alegravam juntos por

    um período de sete dias. O último dia era o grande dia da

    festa. Naquele dia, para a surpresa daqueles que participa-

    vam da festa, o Senhor Jesus se levantou e clamou, dizendo,

    “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba.” Esta palavra é

    rica em significado, pois ela indica que aqueles que estavam

    participando da Festa dos Tabernáculos ainda estavam se-

    dentos, não tendo nada que saciasse sua sede.

    Tanto no passado quanto no presente, muitos grandeshomens, após tornarem-se bem-sucedidos em suas carreiras

    ou empreendimento ou se tornarem renomados, sentiram

    que suas vidas ainda era vaidade. Como o Rei Salomão eles

    poderiam dizer, “Vaidade das vaidades; tudo é vaidade.…

     Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis

    que tudo é vaidade e correr atrás do vento” (Ec 1:2, 14). Ter

    esse sentimento é estar sedento e insatisfeito. Percebendo

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    que as pessoas não tinham sido satisfeitas e a sede delas não

    tinha sido saciada, o Senhor Jesus se levantou e clamou no

    grande dia da festa, “Se alguém tem sede, venha a Mim e

    beba.” Isso é que é uma grande palavra! Somente o SenhorJesus estava qualificado para dizer essa palavra. Somente

    Ele, um pequeno homem de mais de trinta anos de idade,

    poderia dizer, “Quem crer em Mim... do seu interior fluirão

    rios de água viva.”

    No versículo 39 o apóstolo João, o escritor do Evan-

    gelho de João, deu a explicação, dizendo, “Isso, porém, disseEle com respeito ao Espírito que haviam de receber os que

    Nele cressem”. Aqui João não fala do Espírito de Deus, nem

    do Espírito de Jeová, nem do Espírito Santo, mas simples-

    mente do Espírito, dizendo-nos que “não havia o Espírito,

    porque Jesus não tinha sido glorificado.” Sua palavra indica

    uma expectativa — a expectativa de que, embora “não

    houvesse” o Espírito, o momento estava chegando quando o

    Espírito estaria lá. Este momento era o momento da glorifi-

    cação de Jesus, isto é, o momento da ressurreição de Jesus

    (Lc 24:26). O Senhor Jesus era o próprio Deus cheio de glória.

    Porém, Ele se tornou carne, e Sua glória divina estava oculta

    dentro da casca de Sua carne, a casca de Sua humanidade.

    Quando Ele morreu esta casca foi quebrada, e quando Eleressuscitou, a glória que estava oculta dentro Dele foi

    liberada. Disto vemos que Sua ressurreição foi Sua

    glorificação. Portanto, a expectativa em João 7:39 era que

    quando o Senhor Jesus fosse glorificado pela ressurreição, o

    Espírito que “não era” se tornaria o Espírito que agora é.

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    B. O Último Adão (o Cristo na Carne) Se Tornando

    o Espírito Que dá Vida

    O segundo ponto crítico com relação ao Espírito de

    Deus não enfatizado adequadamente nas teologias de hoje é

    que, como revelado em 1 Coríntios 15:45b, em ressurreição o

    último Adão (o Cristo na carne) se tornou o Espírito que dá

    vida (cumprindo João 7:39). Conseqüentemente, 2 Coríntios

    3:17 diz que “o Senhor é o Espírito”, e o versículo seguinte

    usa “o Senhor Espírito” como um título divino composto. Apalavra em 1 Coríntios 15:45b sobre o último Adão se tornan-

    do o Espírito que dá vida é um forte cumprimento da profecia

    em João 7:39 com relação ao Espírito que não havia porque

    Cristo ainda não tinha sido glorificado, ressuscitado. Na

    ressurreição, Cristo se tornou o Espírito que dá vida.

    Muitos pastores, missionários, teólogos, e professores

    se opõem a nós por ensinar que, de acordo com 1 Coríntios

    15:45, Cristo como o último Adão na carne se tornou o

    Espírito que dá vida em ressurreição. Até mesmo dois coope-

    radores se opuseram a nós nesta questão. Um destes coope-

    radores que eventualmente se tornou um oponente disse que

    ele não acreditava que Cristo o Filho pode tornar-se o

    Espírito que dá vida. Em uma ocasião esta pessoa me disseque cria que o Pai, o Filho, e o Espírito eram três Deuses.

    Quando o ouvi dizer isto, eu lhe disse que estava ensinando a

    heresia do triteísmo. Eu mostrei-lhe a questão na Bíblia que

    diz que Deus é unicamente um. O outro cooperador estava

    preocupado por causa de três hinos que eu tinha escrito sobre

    Cristo como o Espírito (Hinos, #493, 539, e 745). Ele admitiuque a Bíblia diz que Cristo se tornou o Espírito que dá vida,

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    entretanto ele me advertiu que se nós pregarmos isto, o

    Cristianismo nos rejeitará. Eu disse, “Irmão, eu vim para

    este país com o encargo de ensinar isto. Considerando que

    você concorda que está de acordo com a Bíblia dizer queCristo se tornou o Espírito que dá vida, por favor, dê-me a

    liberdade de ensinar esta verdade.”

    O Novo Testamento fala dos dois tornou-se de Cristo.

    João 1:14 diz que, como a Palavra, Deus tornou-se carne, e 1

    Coríntios 15:45 diz que Cristo, como o último Adão na carne,

    tornou-se o Espírito que dá vida. Devemos crer e ensinartanto que Deus tornou-se carne e que o último Adão tornou-

    se o Espírito que dá vida.

    C. O Espírito Composto Tipificado

    Pelo Óleo da Unção

    Terceiro, nenhuma das teologias atuais enfatizam ade-

    quadamente o ponto crítico com relação ao Espírito composto

    tipificado pelo óleo da unção (um composto de um him de

    azeite de oliva com quatro tipos de especiarias e a eficácia

    delas) em Êxodo 30:23-25. O Espírito que dá vida não é

    simples, mas é um Espírito que foi composto. O último Adão

    era um homem, e o Espírito que dá vida é divino. Assim, esteEspírito deve ser um Espírito com duas naturezas — a

    natureza humana e a natureza divina. Estas duas naturezas

    não somente foram mescladas, mas foram compostas, como

    indicado pelo tipo em Êxodo 30:23-25 o qual registra as

    instruções de Deus para compor o óleo da unção.

    Este ungüento não era um elemento simples, mas umacomposição. Um elemento simples não pode ser um un-

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    güento. O óleo da unção em Êxodo 30 era um composto de um

    item principal — um him de óleo de oliva composto com

    quatro tipos de especiarias: mirra, cinamomo, cálamo e

    cássia. Em tipologia, o óleo tipifica o Espírito de Deus. Mirrafluida tipifica a morte de Cristo, e o cinamomo tipifica a

    doçura e a eficácia de Sua morte. Cálamo, um junco que

    cresce em um pântano ou lugar barrento, cresce em direção

    ao céu, tipifica ressurreição. Cássia tipifica o poder repelente

    e a eficácia da ressurreição de Cristo. Cássia é um tipo casca

    de árvore que era usada como repelente para repelir cobras einsetos. Assim, cássia significa o poder, especialmente o

    poder de repelir, da ressurreição de Cristo. Sua ressurreição

    tem poder para repelir Satanás, a serpente. Estas quatro

    especiarias foram compostas com um him de azeite de oliva

    para se tornar um ungüento de cinco elementos.

    Com este ungüento composto nós temos o número um

    (um him de azeite de oliva) tipificando o único Deus e o

    número quatro (quatro especiarias) tipificando o homem

    como a criatura de Deus. Nós também temos o número três,

    visto no fato de que a quantidade das especiarias envolvia

    três unidades, cada uma de quinhentos siclos: mirra –

    quinhentos siclos; cássia – duzentos e cinqüenta siclos;

    cálamo – duzentos e cinqüenta siclos; e cássia – quinhentossiclos. Conseqüentemente, a quantidade das especiarias con-

    sistia em três unidades de quinhentos siclos, ou três unida-

    des de quinhentos siclos. O número três tipifica o Deus

    Triúno. Aqui devemos notar que a segunda unidade de

    quinhentos siclos foi dividida em duas partes (tipificando

    Cristo, o centro da Trindade Divina que foi ferido na cruz),

    cada uma de duzentos cinqüenta siclos. Na Bíblia dois é o

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    número do testemunho. Além disso, com este ungüento

    composto nós temos o número cinco, formado pela adição de

    um him de azeite de oliva e as quatro especiarias. O número

    cinco também é visto nos quinhentos siclos. Na Bíblia cincotipifica responsabilidade. Por exemplo, os Dez Mandamen-tos

    foram escritos em duas tábuas, com cinco mandamentos em

    cada uma. Em Mateus 25 as dez virgens são divididas em

    dois grupos que consistem em cinco sábias e cinco néscias.

    De todo o antecedente nós vemos que os números um, dois,

    três, quatro e cinco são todos usados no tipo do óleo compostoem Êxodo 30.

    Este tipo no Antigo Testamento que de fato era um

    tipo de profecia tem que ter um cumprimento de Novo Testa-

    mento. O tipo do óleo da unção foi completamente cumprido

    no Espírito que dá vida que foi produzido na ressurreição de

    Cristo. O Espírito que dá vida, que o último Adão se tornou,

    contém a divindade de Cristo, Sua humanidade, a doçura e a

    eficácia de Sua morte, o poder e a eficácia de Sua ressur-

    reição. O Espírito que dá vida é, portanto, o Espírito com-

    posto tipificado pelo óleo da unção no Antigo Testamento.

    D. O Espírito da Vida, o Espírito de Deus, o Espírito

    de Cristo, o Próprio Cristo, e o Espírito que HabitaInteriormente, Todos Se referem ao

    Espírito Composto Que Dá Vida

    Cristo é Cristo, e Ele também é o Espírito, porque Ele

    foi pneumatizado e tornou-se o Cristo pneumático. Com rela-

    ção ao Cristo pneumático, precisamos ver que o Espírito davida, o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo, o próprio

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    Cristo, e o Espírito que habita interiormente em Romanos

    8:2, 9-11 todos se referem ao Espírito composto que dá vida.

    No versículo 2 temos o Espírito da vida, e nos versículos de 9

    a 11, o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo, o próprioCristo, e o Espírito que habita interiormente. Eles são cinco

    ou são um? O Espírito que dá vida é chamado de o Espírito

    da vida, o Espírito da vida é o Espírito de Deus, o Espírito de

    Deus é o Espírito de Cristo, o Espírito de Cristo é o próprio

    Cristo. Além disso, este Espírito que é da vida, de Deus, de

    Cristo, e o próprio Cristo que habita em nós como o Espíritoque habita interiormente dispensa vida a nós todo o tempo.

    Este é o Cristo pneumático.

    Segunda Coríntios 3:17 diz, “O Senhor é o Espírito”, e

    o versículo 18 diz que somos transformados “como o Senhor

    Espírito.” Como o título Deus Pai, o título Senhor Espírito é

    um título divino composto. Ele é o Senhor, e Ele também é o

    Espírito. Hoje nosso Cristo é o Cristo pneumático, o Cristo

    pneumatizado, o Cristo que é tanto o Senhor quanto o Espí-

    rito.

    Com o Espírito em Si, não havia humanidade. Do

    mesmo modo, no Espírito não estava incluído os elementos

    da morte de Cristo, a eficácia de Sua morte, de Sua ressur-

    reição, e o poder de Sua ressurreição. Porém, o elemento dahumanidade de Cristo e os elementos de Sua morte, a

    eficácia de Sua morte, da ressurreição e o poder de Sua

    ressurreição foram todos adicionados e compostos com o

    Espírito de Deus para produzir o Espírito composto. Hoje o

    Cristo pneumático é este Espírito consumado que dá vida.

    E. Os Sete Espíritos de Deus

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    O quinto ponto crítico que as teologias atuais não

    enfatizam adequadamente com relação ao Espírito de Deus

    no mover da economia eterna de Deus é os sete Espíritos (oEspírito sete vezes intensificado, cf. sete vezes maior que a

    luz solar — Is 30:26) de Deus (Ap 1:4; 3:1; 4:5; 5:6).

    Como o último Adão na carne, Cristo poderia ser nosso

    Redentor, mas Ele não poderia entrar em nós para ser nossa

    vida. Mas depois que Ele tornou-se o Espírito, Ele pôde

    entrar em nós como o Espírito da vida para nos salvarorganicamente, levando a cabo a Sua salvação orgânica para

    dentro de nós como o Espírito que dá vida. Especificamente,

    Ele é o Espírito que dá vida para produzir a igreja. Porém,

    não muito tempo depois que a igreja foi produzida, ela

    degradou-se. Apocalipse, o último livro da Bíblia, fala da

    degradação da igreja. Por causa desta degradação, o Espírito

    que dá vida que é Cristo e o Espírito foi intensificado sete

    vezes.

    Isaias 30:26, uma profecia relacionada ao milênio, diz,

    “A luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol será sete

    vezes maior.” Considerando que em Isaias temos a luz solar

    sete vezes maior, em Apocalipse temos o Espírito sete vezes

    intensificado. Para produzir a igreja o Espírito que dá vida ésuficientemente forte, mas sob a degradação da igreja este

    Espírito forte foi intensificado sete vezes. Assim, Cristo

    tornou-se não somente o Espírito que dá vida, mas também o

    Espírito sete vezes intensificado. Os sete Espíritos que são os

    sete olhos do Cordeiro (Ap 5:6) indica que os sete Espíritos e

    Cristo são uma só pessoa.

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    II. SENDO IMPEDIDOS PELA TEOLOGIA

    IMPERFEITA E NÃO BÍBLICA DA VISÃO CENTRAL

    DE DEUS E NÃO ATINGINDO A CONCLUSÃO DA

    ECONOMIA ETERNA DE DEUS

     A Igreja Católica, as denominações Protestantes, os

    Irmãos Unidos, as igrejas Pentecostais, e todos os grupos

    livres são impedidos pela teologia imperfeita e não bíblica

    deles da visão central de Deus e não atingem a conclusão da

    economia eterna de Deus por causa dos seus desvios, negli-gência e oposição aos cinco pontos críticos anteriores com

    relação ao Espírito de Deus.

    Todos nós precisamos ter uma visão clara da visão

    central de Deus. A revelação central de Deus é Deus

    tornando-se carne, a carne tornando-se o Espírito que dá

    vida, e o Espírito que dá vida tornando-se sete vezesintensificado para edificar a igreja para resultar no Corpo de

    Cristo para consumar a Nova Jerusalém. Precisamos ver que

    o Deus Triúno tornou-se carne, que a carne tornou-se o

    Espírito que dá vida, e que o Espírito que dá vida tornou-se o

    Espírito sete vezes intensificado. Este Espírito é para edificar

    a igreja que se torna o Corpo de Cristo consumando a Nova

    Jerusalém como a meta final da economia de Deus. Estarevelação central foi completamente negligenciada nas

    teologias atuais. A Igreja Católica, as denominações Protes-

    tantes, os Irmãos Unidos, as igrejas Pentecostais, e todos os

    grupos livres são impedidos pela teologia imperfeita e não

    bíblica deles da visão central de Deus e não atingem a

    conclusão da economia eterna de Deus por causa dos seusdesvios, negligência e oposição aos cinco pontos críticos ante-

    16

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    riores com relação ao Espírito de Deus que salientamos nesta

    mensagem. A restauração do Senhor hoje é a restauração

    destes pontos críticos com relação ao Espírito de Deus no

    mover da economia eterna de Deus.Estou bastante preocupado com todos os cooperadores

    e presbíteros. Pode ser que muitos deles não tenham uma

    percepção plena do que é a restauração do Senhor. Se nos

    pedirem para explicar o que é a restauração hoje, devemos

    responder com uma simples sentença: A restauração do

    Senhor é Deus tornando-se carne, a carne tornando-se oEspírito que dá vida, e o Espírito que dá vida tornando-se o

    Espírito sete vezes intensificado para edificar a igreja que se

    torna o Corpo de Cristo e isso consuma a Nova Jerusalém.

    Com relação a presente restauração do Senhor, espero que

    nenhum de vocês sejam impedidos por causa da velha teolo-

    gia ou da velha percepção que vocês tem da restauração.

    III. DEUS TEM UM GRUPO DE PESSOAS

    QUE SÃO OS HOMENS-DEUS PARA

    SER SEUS VENCEDORES

    Deus deve ter um povo que são os homens-Deus para

    ser Seus vencedores para Ele cumprir Sua economia eternacom relação à igreja resultando no Corpo de Cristo e consu-

    mando a Nova Jerusalém.

    17

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    CAPÍTULO DOIS

    ENTRAR NA ESFERA DIVINA E

    MÍSTICA DO MINISTÉRIO

    CELESTIAL DE CRISTO

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    salvação orgânica de Deus como o propósito

    da salvação completa de Deus.

    B. Aquele que experimentou a redenção judicial de

    Deus pode ser considerando salvo apenas por serredemido, mas ele ainda necessita ser mais salvo

    pela salvação orgânica de Deus no cumprimento

    da economia de Deus.

    II. Entrar na esfera mística do ministério celestial de

    Cristo:

     A. Na esfera mística de Seu ministério celestial,Cristo é o Cristo como o Espírito que dá vida:

    1. A partir de Sua ressurreição na qual Ele se

    tornou o Espírito que dá vida através da

    eternidade.

    2. Como o Espírito que dá vida (Rm 8:9-10; 2Co

    3:17-18), Cristo está executando Seu minis-

    tério celestial ao cumprir subjetivamente a

    salvação orgânica em oito passos:

    a. Regeneração—para gerar os crentes redi-

    midos com Sua vida divina para que eles

    possam ser nascidos de Deus para ser

    Seus filhos de Sua espécie—Jo 1:12-13;

    3:6b.b. Alimentando—para alimentar os bebês re-

    cém-nascidos pela regeneração em Seu

    apascentamento do Seu rebanho ao

    nutrir e cuidar (Ef 5:29) para que Suas

    ovelhas possam crescer na vida divina

    para maturidade—Jo 10:10-11, 14-16;

    21:15-17; Hb 13:20; 1Pe 5:4; 2:25

    20

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    c. Santificação disposicional—para santificar

    os crentes que estão crescendo na vida

    divina em sua disposição com a natureza

    santa de Deus—Rm 15:16; 6:19, 22; 1Ts5:23

    d. Renovação—ter a mente mudada em sua

    religião, lógica, e filosofia concernentes ao

    universo, humanidade, Deus, etc, pelo

    Espírito da verdade com a visão das

    Escrituras, e até mesmo para ter a mentede Cristo substituindo suas mentes por

    meio da obra consumadora da cruz—Tt

    3:5; Rm 12:2b; Ef 4:23; Rm 8:6; Fl 2:5;

    2Co 4:16

    e. Transformação—ser transformado não

    apenas em natureza interiormente, mas

    muito mais na forma exterior para

    expressão. Não é uma correção nem

    meramente uma mudança exterior; é um

    metabolismo interior por ter mais do

    elemento da vida divina adicionada aos

    crentes para expressão exterior—Rm

    12:2b; 2Co 3:18f. Edificação—o crescimento dos crentes na

    vida divina e sua união com outros

    crentes na vida divina (Ef 4:15-16).

    Renovação resulta em transformação, e

    transformação resulta em edificação. Isso

    é plenamente provado pela muralha com

    sua fundação na Nova Jerusalém. A

    21

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    muralha da Nova Jerusalém é de jaspe,

    expressando a aparência de Deus (Ap

    4:3). Enquanto as pedras de jaspe estão

    sendo transformadas, elas são unidas(juntas) e edificadas em uma muralha.

    g. Conformação—para ser conformado a ple-

    na imagem do Filho primogênito de Deus,

    que é o primeiro homem-Deus, como o

    proto-tipo para reprodução em massa. Ele

    é o Deus mesclado com o homem e ohomem mesclado com Deus para viver a

    vida do homem-Deus que expressa todos

    os atributos de Deus como as virtudes

    humanas para expressão da glória divina

    na humanidade, da qual a última

    consumação e maturidade da vida divina

    é a Nova Jerusalém—Rm 8:29; 1:4; Ef

    4:14; Ap 21

    h. Glorificação—ser saturado com a glória

    divina interiormente na maturidade da

    vida divina e ser glorificado do exterior por

    e com a gloria divina como a finalização da

    redenção judicial de Deus dos corpos doscrentes e a parte mais importante da fili-

    ação divina na salvação orgânica de Deus

    —Rm 8:30; Hb 2:10; Fl 3:21; Ef 4:30; Rm

    8:23

      A. Devemos ser lembrados todo o tempo que

    Cristo cumpriu a salvação orgânica de Deus não por Si

    22

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    mesmo como o Cristo na carne, mas por Si mesmo

    como o Espírito.

    B. Também devemos lembrar que todos os itens dasalvação orgânica de Deus não são levados a cabo

    pelo ministério terrenal de Cristo judicialmente e

    objetivamente, mas por Seu ministério celestial

    organicamente e subjetivamente.

    C. Precisamos também ser lembrados que todos os

    itens da salvação orgânica de Deus não são execu-tados pelo ministério terreno de Cristo judicial-

    mente e objetivamente, mas pelo Seu ministério

    celestial organicamente e subjetivamente.

    Oração:

    Senhor, nós O adoramos por que Tu nos estabeleceste como

    um povo particular, como propriedade exclusiva Sua. Nós Te

    agradecemos, Senhor, por ter-nos escolhido e até mesmo nos

    designado com uma comissão de levar a cabo Sua economia

    eterna. Oh, isso é que é uma carreira! Por nós mesmos nãosomos absolutamente qualificados, mas Tu nos comissio-

    naste. O que diremos nós? Nós apenas olhamos para Ti.

    Senhor, abra Seu coração novamente a nós e revele o que está

    oculto nas profundezas de Seu bom prazer. Senhor, nós

    gostamos de estarmos abertos a Ti. Nós não queremos ter

    qualquer coisa nos impedindo. Senhor, nós Ti pedimos que

    tire todos os véus, toda a lógica, teologias, filosofias, e

    23

  • 8/19/2019 A Esfera Divina e Mística

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    ensinamentos tradicionais. Senhor, remova camada após

    camada dos véus em nós. Senhor, nós desejamos ser

    libertados, ser livrados de todas estas algemas. Nós não

    queremos ser impedidos ou sermos limitados de levar a caboSua economia. Obrigado, Senhor, por nos tratar como Seus

    seguidores amorosos. Nós cremos que Tu estás aqui, sentado

    conosco, querendo ter uma comunhão íntima, falar face a

    face sobre Seu objetivo, segundo a Sua economia eterna.

    Senhor, fale conosco. Nós rogamos para que possamos ouvir

    Sua voz e possamos ver Sua visão. Amém, Senhor.

    O título desta mensagem é “Entrar na Esfera Mística

    do Ministério Celestial de Cristo.” Aqui a palavra esfera é de

    grande significado. Em vez de reino nós podemos usar a

    palavra esfera e assim podemos falar da esfera mística do

    ministério celestial de Cristo. Se quisermos entrar para

    dentro da esfera do ministério celestial de Cristo, uma esfera

    que é totalmente mística, precisamos conhecer o Cristo

    místico.

    Em Sua pessoa Cristo é místico. Com respeito à

    encarnação de Cristo, há dois tipos de registros no Novo

    Testamento — um registro físico e um registro místico. Nos

    Evangelhos sinópticos, os Evangelhos de Mateus, Marcos eLucas, o registro da encarnação do Senhor é completamente

    físico. Nós temos dito que Ele nasceu de uma virgem, que Ele

    foi posto em uma manjedoura, que pastores vieram adorá-Lo,

    que Ele foi levado de Israel para o Egito, e que Ele cresceu

    em Nazaré. Tudo isso é um registro físico. O registro no

    Evangelho de João é absolutamente diferente. Por exemplo, o

    capítulo um não é um registro físico, mas um registro

    24

  • 8/19/2019 A Esfera Divina e Mística

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    místico. Os versículos 1 e 14 dizem, “No princípio era o Verbo,

    e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.… E o Verbo

    tornou-se carne e armou tabernáculo entre nós… cheio de

    graça e da realidade.” Esta maneira de falar sobre aencarnação é mística e misteriosa. “Porque todos nós temos

    recebido da Sua plenitude, e graça sobre graça” (v. 16). Isto

    também é místico. O relato de João da encarnação de Cristo

    é totalmente místico.

    De fato, todo o Evangelho de João é místico. “Todas as

    coisas foram feitas por intermédio Dele [a Palavra].… Neleestava vida, e a vida era a luz dos homens” (1:3, 4). Isto é

    místico. Eis “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”

    e sobre Ele o Espírito desceu “do céu como uma pomba, e

    permaneceu sobre Ele” (vv. 29, 32). Isto, também, é místico.

     Aqueles que criam Nele se tornavam pedras (v. 42). Falando

    de Si mesmo como a escada celestial, Cristo disse, “Vereis o

    céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o

    Filho do Homem” (v. 51). Seguramente, todas estas coisas são

    místicas. Cristo sendo o templo como a casa de Deus (2:16-

    21) é místico, e regeneração também é mística. “O que é

    nascido do Espírito é espírito” (3:6b). O resultado da regene-

    ração é produzir uma noiva que é o aumento do Noivo (vv. 29-

    30). Uma vez mais, esta é uma questão mística. “E comoMoisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o

    Filho do Homem seja levantado” (v. 14). Cristo sendo levan-

    tado na cruz como uma serpente de bronze é certamente

    místico. Em 4:10 e 14 Cristo nos fala que se bebermos da

    água viva que somente Ele pode nos dar, esta água se

    tornará em nós “uma fonte de água que jorrará pela vida

    eterna.” Então Ele continua a dizer, “Deus é Espírito, e

    25

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    importa que os que O adoram O adorem em espírito e

    veracidade” (v. 24). Tudo isto é místico.

    Todos os santos na restauração do Senhor, especial-

    mente os cooperadores e os presbíteros, precisam ter umavisão clara com relação à esfera física e a esfera mística. Os

    cooperadores e os presbíteros que tomam a frente na restau-

    ração do Senhor têm que perceber que a restauração do

    Senhor é descansar nos ombros dela. O que a restauração

    será dependerá do que eles serão. Eu tenho um pesado

    encargo sobre isto. Considerando que este é meu encargo, eunão posso lhes dar ensinamentos comuns. Ao invés disso,

    terei que apresentar algo especial. Você precisa conhecer esta

    era e perceber que é uma era de ignorância, um tempo em

    que os cristãos estão sendo cegados e aprisionados pela

    teologia tradicional. Portanto, eu tenho o encargo de dizer a

    vocês que precisam entrar numa esfera, uma esfera, um

    esfera que é muito superior ao esfera que você está agora.

    Este esfera mais elevado é o esfera místico do ministério

    celestial de Cristo.

    I. ATRAVESSANDO A ESFERA FÍSICA DO

    MINISTÉRIO TERRENO DE CRISTO

    Primeiramente, devemos passar através da esfera

    mística do ministério terreno de Cristo. Seguramente, o que

    é físico é também terreno. Nós não devemos nos demorar

    nesta esfera, mas atravessá-lo rapidamente, como aqueles

    que estão pegando um trem expresso.

    26

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     A. Na Esfera Física do Seu Ministério Terreno,

    Cristo É o Cristo na Carne

     Você alguma vez ouviu que quando Cristo estava na

    terra, Ele era o Cristo na carne? Na Bíblia a carne é uma

    palavra muito negativa. De acordo com Gênesis 6:3, quando o

    homem caiu a tal ponto pelo fato de ter-se tornado carne,

    Deus decidiu destruir o homem da face da terra. Não

    obstante, João 1:14 não diz que a Palavra se tornou um

    homem nem que a Palavra se tornou uma pessoa, mas que aPalavra se tornou carne. Porque carne é algo condenado por

    Deus, muitos cristãos não têm ousadia de ensinar que Cristo

    era carne. Alguns podem dizer que Deus se tornou um

    homem, mas a Bíblia diz que Deus se tornou carne. Em

    Romanos 8:3 Paulo nos diz que o Filho de Deus veio “na

    semelhança da carne de pecado.” Cristo teve a semelhança

    da carne de pecado, mas não a natureza do pecado, da

    mesma maneira que a serpente de bronze tinha a forma de

    uma serpente, mas não a natureza venenosa de uma

    serpente (Jo 3:14; Nm 21:4-9). O Novo Testamento revela

    claramente que Cristo era carne, contudo sem pecado; Ele

    nunca pecou (Hb 2:14; 4:15). Nós temos dito até mesmo que

    Deus fez Cristo pecar por nós: “Ele não conheceu pecado,Deus O fez pecado por nós” (2Co 5:21). Esta é a genuína,

    clara e pura visão da Palavra de Deus.

    1. Da Sua Encarnação para Se tornar a Carne

    para a Sua Morte Toda-inclusiva

    27

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    Cristo viveu na carne durante trinta e três anos e

    meio, da Sua encarnação para se tornar a carne para a Sua

    morte toda-inclusiva.

    2. Em Sua Carne Cristo Levou a Cabo Seu Ministério

    Terreno Realizando a Redenção Judicial de Deus

    Em Sua carne (Cl 1:22) Cristo levou a cabo Seu

    ministério terreno realizando a redenção judicial de Deus.

    Esta redenção resultou objetivamente no perdão de Deus dospecados dos crentes (Ef 1:7), lavando seus pecados (Hb 1:3),

     justificando-os (Rm 3:24), reconciliando-os como Seus

    inimigos para Si mesmo (Rm 5:10a), e santificando-os na

    posição deles para Si mesmo como Seu povo santo (Hb 13:12;

    10:29). Todas estas questões são muito boas, mas elas são

    físicas, terrenas, judiciais e objetivas.

    3. Como um Procedimento da

    Salvação Plena de Deus

    O que Cristo levou a cabo em Seu ministério terreno

    foi um procedimento da salvação plena de Deus para os

    crentes participarem na salvação orgânica de Deus com oobjetivo da salvação plena de Deus. Este procedimento pode

    ser comparado a uma escada rolante que nos leva de um

    nível para outro. Uma escada rolante é útil, mas a pessoa

    não deve ficar por muito tempo nela. Porém, a maioria dos

    cristãos hoje estão demorando na “escada rolante” do

    procedimento da salvação plena de Deus. Alguns nem mesmoestão na escada rolante, mas ainda estão no “andar térreo”;

    28

  • 8/19/2019 A Esfera Divina e Mística

    29/115

    contudo, eles não começaram a experimentar o procedi-

    mento.

    É extremamente importante que nós diferenciemos

    entre o procedimento da salvação plena de Deus e o propósitoda Sua salvação plena. O procedimento é judicial, e o

    propósito é orgânico. Além disso, o procedimento está no

    esfera físico, e o propósito está Na esfera mística.

    B. Aquele Que Experimentou a Redenção

    Judicial de Deus é Considerado Salvo

     Aquele que experimentou a redenção judicial de Deus

    pode ser considerado salvo somente ao ser regenerado, mas

    ele ainda precisa ser salvo ainda mais pela salvação orgânica

    de Deus no cumprimento da Sua economia.

    II. ENTRAR NA ESFERA MÍSTICA DO MINISTÉRIO

    CELESTIAL DE CRISTO

    Nós precisamos atravessar a esfera física do ministério

    terreno de Cristo e entrar em algo mais elevado — a esfera

    mística do ministério celestial de Cristo.

     A. Na Esfera Mística do Seu Ministério Celestial,

    Cristo É o Cristo como o Espírito Que dá vida

    Cristo sendo o Espírito que dá vida é uma qualificação

    mais importante para Cristo levar a cabo Seu ministério

    celestial. Quando Ele estava na carne, Ele não podia entrarem nós como vida. Como um jovem Cristão, eu ficava

    29

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    aborrecido quando ouvia que, de acordo com a Bíblia, Cristo

    está em nós. Eu queria saber como era possível Cristo estar

    em mim. Naquela época, eu não percebia que, na

    ressurreição, o Cristo que estava na carne se tornou oEspírito que dá vida. Mais tarde eu pude ver que o Novo

    Testamento desvenda o fato de que Aquele que morreu na

    cruz como nosso Salvador foi ressuscitado, e em ressurreição

    Ele se tornou o Espírito que dá vida. Agora Ele está

    qualificado para levar a cabo Seu ministério celestial Na

    esfera mística.

    1. Da Sua Ressurreição pela Eternidade

    Na esfera mística do Seu ministério celestial, Cristo é

    o Espírito que dá vida por causa da Sua ressurreição na qual

    Ele se tornou o Espírito que dá vida, pela eternidade.

    2. Realizando a Salvação Orgânica de Deus

    Subjetivamente em Oito Passos

    Como o Espírito que dá vida (Rm 8:9-10; 2Co 3:17-18),

    Cristo está levando a cabo Seu ministério celestial realizando

    subjetivamente a salvação orgânica de Deus em oito passos. Aqui nós podemos ver um contraste nítido: terrenoversus

    divino, físicoversus místico, judicialversusorgânico, e

    objetivoversus subjetivo. Todos os oito aspectos da salvação

    orgânica de Deus são subjetivos.

    a. Regeneração

    30

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    Regeneração é gerar os crentes redimidos com a vida

    divina para que eles possam nascer de Deus para ser Seus

    filhos conforme Sua espécie (Jo 1:12-13; 3:6b). Como filhos de

    Deus nós somos do gênero Dele, da Sua espécie. Portanto,nós somos deuses, tendo a vida e natureza de Deus, mas não

    Sua Deidade.

    b. Alimentando

     Alimentar é alimentar os bebês recém-nascidos pormeio da regeneração em Cristo pastoreando Seu rebanho

    nutrindo e cuidando com carinho (Ef 5:29) para que Suas

    ovelhas possam podem crescer na vida divina até a maturi-

    dade (Jo 10:10-11, 14-16; 21:15-17; Hb 13:20; 1Pe 5:4; 2:25).

     Alimentar certamente é orgânico.

    c. Santificação Disposicional

    Santificação disposicional é santificar os crentes que

    estão crescendo na vida divina na disposição deles com a

    natureza santa de Deus (Rm 15:16; 6:19, 22; 1Ts 5:23). Nossa

    disposição natural é tortuosa, pervertida e distorcida,

    contudo pode ser santificada e corrigida, não com ensina-mentos, mas com a natureza santa de Deus.

    d. Renovação

    Renovação é ter nossa mente mudada em nossa reli-

    gião, lógica e filosofia com relação ao universo, a humani-dade, Deus, etc., pelo Espírito da verdade com as revelações

    31

  • 8/19/2019 A Esfera Divina e Mística

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    das Escrituras, até mesmo ter a mente de Cristo que

    substitui a nossa mente pela obra consumadora da cruz (Tt

    3:5; Rm 12:2b; Ef 4:23; Rm 8:6; Fp 2:5; 2Co 4:16).

    Os missionários que vinham para a China falavammuito sobre amor, dizendo-nos que tínhamos que amar uns

    aos outros. Depois que fui salvo, eu fui iluminado para ver

    gradualmente que todas as virtudes Cristãs, inclusive o

    amor, são diferentes das virtudes humanas naturais. Toda

    virtude Cristã tem que ter uma qualificação quádrupla: Deve

    passar por meio da cruz, deve ser pelo Espírito, deve ser paraministrar Cristo, e deve ser para produzir a igreja. O amor

    ensinado no Novo Testamento é um amor que é passado pela

    cruz, o qual elimina o ego e é pelo Espírito, e ministra Cristo

    para produzir a igreja. Após ter ficado claro em relação a

    isto, eu percebi que os missionários estavam enganados em

    seus ensinamentos, porque eles ensinavam erradamente

    sobre o amor enquanto reivindicavam que o ensinamento

    deles estava de acordo com a Bíblia. O amor desvendado na

    Bíblia não é um amor humano natural (amar os homens sem

    egoísmo) como aquele ensinado por Confúcio.

    O princípio é o mesmo com submissão. A submissão de

    uma irmã a seu marido deve ser uma submissão a qual é por

    meio da cruz, isto é pelo Espírito, que ministra ou dispensaCristo, e que é para a produção e edificação da igreja. Este

    tipo de submissão é completamente diferente da submissão

    ensinada por Confúcio. Este tipo de submissão é por meio da

    vida natural, não tendo nada a ver com a cruz, o Espírito, e o

    dispensar de Cristo e não tem o objetivo de produzir a igreja.

    Nós precisamos ser impressionados com o fato de que

    todas as virtudes ensinadas pela Bíblia são por meio da cruz,

    32

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    pelo Espírito, e ministrar Cristo para produção das igrejas

    para a edificação do Corpo. Com relação a este assunto nossa

    mente precisa ser renovada.

    e. Transformação

    Transformação é o resultado da renovação (Rm 12:2).

    Isto não é ser transformado na natureza interior, mas muitomais no aspecto exterior para expressão. Ela não é uma

    correção nem meramente uma mudança exterior; é um

    metabolismo interior quando temos mais do elemento da

    vida divina acrescentado a nós para a expressão externa (Rm

    12:2b; 2Co 3:18). Lembremos que a transformação não é

    somente uma mudança externa, mas é uma mudança meta-

    bólica por meio da adição da vida divina que nos transforma

    à imagem de Cristo.

    f. Edificação

    Edificação é uma questão de crescimento dos crentes

    na vida divina e o ser deles unido a outros crentes na vidadivina (Ef 4:15-16). Renovação resulta em transformação, e

    transformação resulta em edificação. Isto é completamente

    provado pela muralha da Nova Jerusalém com seus funda-

    mentos. A muralha da Nova Jerusalém é de jaspe, expres-

    sando a aparência de Deus (Ap 4:3). Enquanto as pedras de

     jaspe estavam sendo transformadas, elas foram sendo unidasumas as outras e edificando uma muralha.

    33

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    Não deveríamos pensar que ser edificados é apenas nos

    relacionar mais intimamente com outros crentes de uma

    maneira natural. Esta não é a maneira de ser edificado. A

    maneira adequada de ser edificado é crescer juntos na vidadivina. Enquanto estivermos crescendo, este crescimento nos

    une a todos como um só.

    g. Conformação

    Conformação é ser conformado à imagem plena doFilho primogênito de Deus que é o primeiro homem-Deus

    como o protótipo para reprodução de massa. Ele é Deus

    mesclado com o homem e homem mesclado com Deus para o

    viver de um homem-Deus que vive isso expressa todos os

    atributos de Deus como virtudes humanas pela expressão da

    glória divina em humanidade cujo última consumação cujo

    maturidade na vida divina, é a Nova Jerusalém (Rm 8:29;

    1:4; Ef 4:14; Ap 21).

    h. Glorificação

    Glorificação é ser saturado com a glória divina inte-

    riormente na maturidade da vida divina e ser glorificadoexteriormente por e com a glória divina como a finalização da

    redenção judicial de Deus do corpo dos crentes e a porção

    máxima da filiação divina na salvação orgânica de Deus (Rm

    8:30; Hb 2:10; Fp 3:21; Ef 4:30; Rm 8:23).

    Efésios 4:30 diz que nós fomos selados com o Espírito

    Santo “até o dia da redenção.” Redenção aqui referes-se àredenção do nosso corpo. O Espírito Santo como o selo em nós

    34

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    está nos selando continuamente com o elemento de Deus até

    que nosso corpo seja redimido, isto é, transfigurado e

    glorificado. Isto significa que a glorificação é uma questão de

    saturação. Nós podemos comparar o Espírito Santo à tintaque permeia e satura as páginas de um livro. Todos nós

    fomos pintados pelo Espírito Santo, e ano após ano e dia após

    dia Seu “pintar”, Seu dispensar da vida divina, está nos

    saturando gradualmente até que sejamos glorificados. Nós

    fomos pintados pelo Espírito Santo que é a glória de Deus.

    Nós temos sido, então, pintados pela glória de Deus, e o“pintar” da glória de Deus está fazendo com que a Sua glória

    nos permeie até saturar todo nosso ser. Se virmos isto,

    perceberemos que glorificação não é meramente objetiva,

    mas muito subjetiva.

    O tempo da saturação plena será o tempo da redenção

    do nosso corpo. Nós fomos regenerados em nosso espírito e

    estamos sendo transformados agora em nossa alma, mas

    nosso corpo ainda faz parte da velha criação. Por esta razão,

    nosso velho corpo precisa ser redimido. A última fase da

    redenção, a redenção do nosso corpo, será a porção máxima

    da nossa filiação.

    Se nós não controlarmos nosso corpo adequadamente

    de acordo com os atributos divinos expressos por meio dasvirtudes humanas, nosso corpo se tornará algo horrível.

    Como uma pessoa idosa eu sou bastante fraco em meu corpo,

    e esta fraqueza física me aborrece. Eu ainda posso mover e

    trabalhar, mas diariamente estou sofrendo por causa de

    minha fraqueza física. Interiormente eu digo, “Senhor Jesus,

    um dia eu serei glorificado. Então serei liberto deste velho

    corpo o qual não tem parte na filiação divina.”

    35

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     A filiação é do Espírito, e o Espírito está nos saturando

    com a filiação até que nosso corpo seja saturado com ela.

    Então nós experimentaremos a plena filiação, a “filificação”

    plena, a redenção de nosso corpo. Nós ainda temos uma parte—nosso corpo físico—o qual não foi “filificado”, então estamos

    esperando pelo dia quando até mesmo nosso corpo se tornará

    parte da filiação divina.

    B. Somos Lembrados de Que Cristo Realiza a Salvação

    Orgânica de Deus por Ele como o Espírito

    Nós temos que lembrar todo o tempo de que Cristo não

    realiza a salvação orgânica de Deus por Ele como o Cristo na

    carne, mas por Ele mesmo como o Espírito que dá vida.

    C. Lembrando Que Todos os Itens da SalvaçãoOrgânica de Deus são Levados a cabo por

    meio do Ministério Celestial de Cristo

    Nós também temos que nos lembrar de que todos os

    itens da salvação orgânica de Deus não são levados a cabo

     judicialmente e objetivamente pelo ministério terreno de

    Cristo, mas por meio do Seu ministério celestial orgânica esubjetivamente. Há uma grande diferença entre o ministério

    terreno de Cristo e Seu ministério celestial. Hoje nós não

    estamos sendo salvos judicialmente e objetivamente pelo

    ministério terreno de Cristo na carne. Nós estamos sendo

    salvos organicamente e subjetivamente pelo ministério

    celestial do Cristo que é o Espírito que dá vida. Para experi-

    36

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    mentar esta salvação orgânica, todos nós precisamos entrar

    na esfera mística do ministério celestial de Cristo.

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    CAPÍTULO TRÊS A ESFERA DIVINA E MÍSTICA DO

    ESPÍRITO CONSUMADO E O

    CRISTO PNEUMÁTICOLeitura Bíblica: Jo 14:10-11; Fp 1:19; Rm 8:9; 2Co 3:17-18; Jo

    14:16-20; 1Co 15:45b; Jo 20:22; 16:12-15; 15:4-5, 8,; 17:21, 23,

    ESBOÇO

    I. A esfera divina e mística:

     A. O Filho está no Pai, e o Pai está no Filho—Jo 14:10-

    11

    B. Isto indica que o Pai é corporificado no Filho e o

    Filho é a corporificação do Pai, formando uma esfera

    divina e mística.II. A esfera divina e mística do Espírito consumado e do

    Cristo pneumático—Fl 1:19; Rm 8:9; 2Co 3:17-18

     A. Outro Consolador, o Espírito da realidade, para ser

    a realidade do Filho percebida como a presença do

    Filho nos crentes—Jo 14:16-18

    B. No dia da ressurreição do Filho no qual o Filho setornou o Espírito vivificante (1Co 15:45b), Ele veio

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    aos discípulos na noite daquele dia para soprá-los e

    dizê-los para receber o Espírito Santo (Jo 20:22). Por

    tudo isso nós podemos saber que o Filho está no Pai,

    e os crentes estão no Filho, e o Filho está nos crentes—Jo 14:19-20.

    III. Antes e depois do dia da ressurreição de Cristo:

     A. Antes do dia da ressurreição de Cristo:

    1.Cristo ainda tinha muitas coisas para desvendar

    aos Seus discípulos.

    2. Mas Seus discípulos, naquela época, não poderiamsuportá-las (Jo 16:12) pois, eles ainda não tinham

    recebido o Espírito da ressurreição de Cristo e

    ainda não tinham entrado na esfera divina e

    mística.

    B. Depois do dia da ressurreição de Cristo:

    1. Quando o Espírito da realidade viesse, Ele guiaria

    os discípulos, que então seria o Espírito da ressur-

    reição de Cristo, para toda a realidade concer-

    nente a economia de Deus para o Corpo de Cristo,

    que é o Cristo pneumático e o Espírito consumado.

    2. Ele falou que o que Ele ouvisse de Cristo, Ele

    declararia aos discípulos nas vinte e duas

    epístolas do Novo Testamento de Romanos a Apocalipse—Jo 16:13

    IV. A transição divina para a economia eterna da

    Trindade Divina:

     A. Tudo o que o Pai tem é a possessão do Filho,

    corporificado no Filho.

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    mático, sem Cristo sendo o Senhor Espírito, e sem

    Cristo sendo o Cristo em ressurreição e não apenas em

    carne, não há absolutamente nenhuma maneira para

    os crentes participarem, experienciarem, e desfru-tarem a seção orgânica da salvação completa de Deus

    em Cristo.

    Oração:Senhor, nós cremos que nestes dias Tu estás falando

    conosco, desvendando as profundezas que há em Ti. Nós

    somos tão abençoados. Obrigado. Senhor, agora nós vimos a

    Ti para aprender como Tu, o Deus Triúno, é um esfera e ver

    que Tu desejas que entremos nesta esfera, isso é, entrar em

    Ti. Senhor, abra nossos olhos. Leva embora nossa incapa-

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    cidade e nos torna capaz de conhecer as coisas místicas como

    Tu as conhece. Ó Senhor, nos cubra, nos limpe, e nos unja.

    Senhor, permita que sintamos a Sua presença e saibamos

    que Tu estás aqui falando conosco. Que todos nós possamosouvir a Sua voz. Senhor, Tu é tão misericordioso. Não somos

    dignos de nada. Não somos nada, e não temos nada, e não

    podemos fazer nada. Mas nós O temos como nosso tudo.

     Amém.

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    Nesta mensagem chegamos a um pico elevado — a

    esfera divina e mística. Algo que é místico não somente

    espiritual, mas é também misterioso.

    I. A ESFERA DIVINA E MÍSTICA

    O Deus Triúno, o Pai, o Filho, e o Espírito, são alto-

    existentes, sempre-existentes, e coinerem com os três da

    Trindade Divina que habita um no outro. De acordo com

    João 14:10 e 11, o Filho está no Pai, e o Pai está no Filho. Istoindica que o Pai está corporificado no Filho e o Filho é a

    corporificação do Pai, formando uma esfera divina e mística,

    o esfera do Deus Triúno. Portanto, o próprio Deus Triúno é

    uma esfera divina e mística.

     A esfera divina e mística na qual podemos entrar hoje

    não é simplesmente a esfera divina e mística do Deus Triúno,

    mas a esfera divina e mística do Espírito consumado e o

    Cristo pneumático. Os termos Espírito consumado e o Cristo

    pneumático são muito particulares.

    Quem é o Espírito consumado? O Espírito consumado

    é o Espírito composto tipificado pelo óleo da unção — um

    composto de um him de azeite de oliva com quatro tipos de

    especiarias e a eficácia delas (Êx 30:23-25). Antes do Espíritoser consumado, Ele era o Espírito de Deus, o Espírito de

    Jeová, e o Espírito Santo. Ele somente participou na criação

    de Deus como o Espírito de Deus (Gn 1:2). Muito depois,

    quando os Israelitas, o povo escolhido de Deus, estavam em

    dificuldade, Deus desceu para os ajudar como o Espírito de

    Jeová (Jz 3:10; 6:34; 11:29; 13:25). O Espírito de Jeová era

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    do seu interior fluirão rios de água viva” (vv. 37-38). No

    próximo versículo João, o autor deste Evangelho, dá uma

    palavra de explicação: “Isso, porém, disse Ele com respeito ao

    Espírito que haviam de receber os que Nele cressem; poisainda não havia o Espírito, porque Jesus não havia sido

    ainda glorificado” (v. 39). Nós precisamos prestar atenção

    especial às palavras“ainda não havia o Espírito”. O Espírito

    de Deus estava lá desde o princípio, na criação; o Espírito de

    Jeová tinha vindo ajudar o povo de Israel em suas dificul-

    dades muitas e muitas vezes; e o Espírito Santo tinha sidoativo na encarnação. Como João poderia dizer que ainda não

    havia o Espírito? Sim, o Espírito estava lá como o Espírito de

    Deus em Gênesis, como o Espírito de Jeová em Juízes, e

    como o Espírito Santo em Mateus e Lucas, mas o Espírito – o

    Espírito como o Espírito composto e consumado –ainda “não

    havia” em João 7:39, porque naquele momento Jesus não

    havia sido glorificado. O homem Jesus foi glorificado em

    ressurreição (Lc 24:26). Portanto, o Espírito ainda “não

    havia” até a ressurreição de Cristo. Na ressurreição Cristo, o

    último Adão na carne, tornou-se o Espírito que dá vida, o

    Espírito vivificante (1Co 15:45b).

     Agora podemos ver algo com relação à história da con-

    sumação do Espírito. Embora já houvesse o Espírito de Deus,o Espírito de Jeová e o Espírito Santo, o Espírito que dá vida

    ainda “não havia” em João 7 porque o Senhor Jesus não

    tinha passado pela morte pelos pecados do homem e contudo

    não tinha entrado em ressurreição. Pelo contrário, na época

    de João 7 Ele ainda estava na carne e não podia entrar nas

    pessoas para ser a vida delas. Mas em ressurreição Cristo se

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    tornou o Espírito que dá vida, e agora Ele pode entrar nos

    crentes para dar vida a eles.

    Na ressurreição o Espírito de Deus foi mesclado com a

    humanidade de Cristo, com Sua morte e sua eficácia, e com aSua ressurreição e seu poder. O resultado desta mescla é o

    Espírito composto e consumado.

     A Bíblia revela o fato de que o Espírito se tornou o

    Espírito consumado. Pelo fato de muitos cristãos não terem

    visto a visão na Bíblia com respeito ao Espírito consu-mado,

    eles precisam ser reeducados. Alguns podem dizer, “Deus é omesmo desde a eternidade; Ele nunca teve qualquer

    mudança.” Porém, a Bíblia revela claramente que Deus, que

    é Espírito, se tornou carne (Jo 1:14). Isso não foi uma

    mudança? Além disso, o último Adão na carne se tornou o

    Espírito que dá vida. Isso também não foi uma mudança?

    Primeiramente, Deus mudou isso por meio da encarnação,

    Ele se tornou carne, e então Ele mudou isso novamente, em

    ressurreição, Ele se tornou o Espírito que dá vida, e este

    Espírito é o Espírito consumado. Eu espero que estes que

    estão debaixo da velha influência, da teologia tradicional

    estejam dispostos a aprender que a Bíblia, nossa autoridade

    mais elevada, revela tudo com respeito ao Espírito consu-

    mado. A Bíblia também revela que Cristo se tornou o Cristo

    pneumático. Na eternidade Cristo era Deus como o Espírito,

    entretanto, Ele se tornou carne. Romanos 1:3 e 4 diz que Ele

    “veio da descendência de Davi segundo a carne”, mas que Ele

    foi “designado Filho de Deus com poder segundo o Espírito de

    santidade pela ressurreição dos mortos.” O título o Espírito

    de santidade, refere à divindade de Cristo, Sua essência

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    divina. Primeira Pedro 3:18, fala da crucificação de Cristo,

    diz que Ele, por um lado, foi levado à morte na carne, mas

    por outro, vivificado no Espírito. A crucificação somente

    colocou Cristo na morte na Sua carne, não em Seu Espíritocomo a Sua divindade. O Seu Espírito como Sua divindade

    não morreu na cruz quando Sua carne morreu; pelo contra-

    rio, Seu Espírito como Sua divindade foi vivificado, estimu-

    lado com novo poder de vida. Assim, enquanto Ele estava

    morrendo em Sua humanidade e até mesmo depois que Ele

    foi sepultado, Seu Espírito como Sua divindade permaneciaativo.

    Em João 12:24 o Senhor Jesus referiu a Si como um

    grão de trigo: “Se o grão de trigo não cair na terra e morrer,

    fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto.” Quando Ele

    caiu na terra como um grão de trigo, a morte começou

    imediatamente. Mas enquanto a Sua “casca” estava mor-

    rendo, a vida divina dentro Dele estava crescendo. Disto

    vemos que enquanto o Senhor Jesus estava morrendo, Ele

    também estava crescendo. Sem este tipo de ação, Ele não

    poderia ter sido ressuscitado.

     A carne de Jesus foi crucificada e sepultada. Como ela

    poderia ser ressuscitada? Em João 20 Pedro e João entraram

    na tumba na qual o Senhor havia sido sepultado. “Pedroentrou na tumba; e ele viu os panos de linho deixados ali e o

    lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, não posto com os

    panos de linho, mas enrolado um lugar a parte” (vv. 6-7). O

    corpo seguramente não tinha sido roubado. Como, então, era

    possível para a carne morta e sepultada do Senhor ser

    ressuscitada? A resposta para esta pergunta é que de acordo

    com a Sua carne Ele tinha sido sepultado lá, mas de acordo

    47

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    com a Sua divindade Ele tinha permanecido muito ativo.

    Entre o tempo do Seu sepultamento e ressurreição, Seu Espí-

    rito como Sua divindade estava trabalhando para ressuscitar

    Sua humanidade, elevá-la, e introduzi-la na divindade deforma que Sua humanidade pudesse nascer de Deus. De

    acordo com Atos 13:33 ela estava em ressurreição para que

    Deus gerasse Jesus para ser o Filho de Deus. Ele foi gerado

    para ser o Filho primogênito de Deus tendo Sua humanidade

    então elevada na divindade e até mesmo introduzida na

    filiação divina. Simultaneamente, Ele se tornou o Espíritoque dá vida e por meio disso tornou-se o Cristo pneumático.

    Nós temos visto que o Espírito foi consumado e que

    Cristo se tornou o Espírito que dá vida, o Cristo pneumático.

     Assim, podemos falar agora da esfera divina e mística deste

    Espírito consumado e deste Cristo pneumático. Que esfera

    maravilhosa é esta!

    Nós mostramos que os três da Trindade Divina são

    alto-existentes, sempre-existentes, e coinerem, e assim como

    o Pai, o Filho e o Espírito são uma esfera divina e mística.

    Com o Próprio Deus Triúno como uma esfera mística não há

    qualquer “complicação”, mas na esfera divina e mística do

    Espírito consumado e o Cristo pneumático há várias “compli-

    cações”, todas as quais são bênçãos para nós.Deus queria que estivéssemos Nele. Se Ele fosse

    somente o Deus Triúno sem a humanidade de Cristo, morte,

    e ressurreição, e nós pudéssemos entrar Nele, encontra-

    ríamos o Pai, o Filho e o Espírito, mas nada de humanidade,

    morte, e ressurreição. Porém, quando entrarmos na esfera

    divina e mística do Espírito consumado e o Cristo pneu-

    mático, nós não apenas temos a divindade, mas também a

    48

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    humanidade de Cristo, a morte de Cristo com sua eficácia, e

    a ressurreição de Cristo com seu poder repelente. Tudo está

    aqui nesta esfera maravilhosa.

    Embora eu tenha nascido na China e me tornado umcidadão americano naturalizado, eu posso testificar que não

    tenho o sentimento que eu sou Chinês ou Americano. Meu

    esfera não é a China ou a América – meu esfera é o Deus

    Triúno complexo e complicado. Eu estou aqui com o Pai, com

    o Filho que foi crucificado e ressuscitado, e com o Espírito

    consumado. Considerando que eu estou em tal Deus Triúno,eu tenho tudo que preciso. Se eu precisar de crucificação, eu

    a encontro nesta esfera que eu já fui crucificado. Se eu

    precisar de ressurreição, nesta esfera eu já fui ressuscitado.

    Louvado seja o Senhor por tal esfera divina e mística!

    Nesta conjuntura, vamos considerar o que está revê-

    lado em João 14 com relação à esfera divina e mística do

    Espírito consumado e o Cristo pneumático. O versículo 1 diz,

    “Não se turbe o vosso coração.” Em que esfera ficamos abor-

    recidos? Nós ficamos preocupados na terra, no mundo

    (16:33), no esfera físico.

    Neste versículo (14:1) o Senhor Jesus continuou a

    dizer, “Crede em Deus, crede também em mim.” Aqui a

    preposição em é muito importante. Nós não só deveríamoscrer em Deus e em Cristo, mas deveríamos crer em Deus e

    em Cristo. Nosso coração está preocupado porque nós

    estamos no mundo, e a maneira de resolver este problema é

    entrarmos em Cristo crendo Nele. Aqui podemos ver duas

    esferas: a esfera física—o mundo onde todas as dificuldades

    estão—e a esfera mística do Deus Triúno, o Pai, o Filho, e o

    Espírito onde a paz está.

    49

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    Em 16:33 o Senhor Jesus disse, “Essas coisas vos

    tenho dito para que em Mim tenhais paz. No mundo tendes

    aflição; mas tende ânimo, Eu venci o mundo.” Aqui nova-

    mente nós vemos tanto a esfera física (“o mundo”) e a esferamística (“Mim”).

    Capítulos quatorze, quinze e dezesseis de João são

    uma seção. No começo desta seção o Senhor Jesus indicou,

    em 14:1, que a intenção Dele era falar algo para nos ajudar a

    crer Nele. Nós não deveríamos pensar que em Cristo é uma

    questão simples. Se Ele não tivesse morrido na cruz e tiradonossos pecados, para crucificar nossa carne e terminar nosso

    velho homem, e se Ele não tivesse ressuscitado para se

    tornar o Espírito que dá vida, não haveria maneira para Ele

    entrar em nós e levar-nos para dentro Dele.

    Se nós estivéssemos lá quando o Senhor Jesus falou

    sobre crer em Deus e Nele, poderíamos ter dito, “Senhor, eu

    quero entrar em Ti. Diga-me como crer em Ti.” Como

    revelam os versículos seguintes, para nós entrarmos Nele,

    Ele teve que morrer e ser ressuscitado para se tornar o

    Espírito que dá vida, para que pudéssemos recebê-Lo crendo

    Nele e invocando, “Ó Senhor Jesus.”

    Entre 14:1 e 16:33 temos nós o ensinamento do Senhor

    concernente a como crer Nele. João 14:2a diz, “No casa deMeu Pai há muitas moradas.” Em 14:1 o Senhor Jesus falou

    sobre crer em Deus e crer Nele, mas aqui Ele de repente

    falou sobre a casa de Seu Pai. A casa do Pai seguramente não

    é uma mansão celestial, mas algo místico. De acordo com a

    interpretação em 2:16, 21, “a casa de Meu Pai” refere-se ao

    templo, o aumento de Cristo em Sua ressurreição para ser a

    igreja, o Seu Corpo, como o lugar de habitação de Deus (1Tm

    50

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    3:15; Ef 2:21-22). Em princípio, o corpo de Cristo era somente

    Seu corpo individual. Mas por meio de Sua morte e ressur-

    reição, Seu corpo foi aumentado para ser Seu Corpo corpo-

    rativo, o qual é a igreja, a casa de Deus (1Tm 3:15), o templode Deus (Ef 2:21). Você já tinha percebido que quando você

    creu em Deus e no Filho, você entrou na igreja?

    João 14:2 diz-nos que na casa do Pai há “muitas

    moradas.” Estas moradas são os crentes, os membros do

    Corpo de Cristo. Todo crente é uma morada, como afirmado

    no versículo 23.Na parte posterior do versículo 2 o Senhor Jesus disse,

    “Eu vou preparar-vos lugar.” As palavras “Eu vou” significa

    “Eu morrerei”. Ao dizer “Eu vou” Ele estava falando sobre

    Sua morte de uma maneira mística.

    Neste ponto eu quero lembrar vocês que o Evangelho

    de João é um livro místico e que todo registro em João é um

    registro místico. Falar da encarnação dizendo “a Palavra

    tornou-se carne” (1:14) é falar de uma maneira místico. Do

    mesmo modo, falar da água viva que se torna em nós uma

    fonte de água a jorrar pela vida eterna (4:10, 14) também é

    falar de uma maneira místico. Pelo fato de João ser um livro

    místico, quando nós o lemos que precisamos compreendê-lo

    misticamente.Em João 14:3 o Senhor Jesus continuou, “E se eu vou e

    vos preparar lugar, virei outra e vos receberei para Mim

    mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também.” Aqui

    Ele falou tanto de Sua ida quanto de Sua vinda. “Eu virei” é

    um presente continuo, indicando que quando o Senhor Jesus

    falou estas palavras Ele já estava vindo. Enquanto Ele estava

    falando, Ele estava preparando para entrar em ressurreição.

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    “Eu irei” é morrer e “Eu virei” é ser ressus-citado. Antes de

    morrer Ele já sabia que iria voltar. Aqui Sua ida e Sua vinda,

    a Sua morte e ressurreição, são referidas de uma maneira

    mística.Neste versículo o Senhor Jesus disse, “Eu vos recebe-

    rei para Mim mesmo.” Se nós estivéssemos estado lá,

    poderíamos ter dito, “Senhor, Tu não me receberá na casa do

    Pai? Por que dizes que me receberá em Ti mesmo? “ A

    resposta para tal pergunta é que a casa do Pai é o próprio

    Cristo.O versículo 3 termina com as palavras “Onde Eu estou

    estejais vós também”. Ele está no Pai. Assim, para nós estar-

    mos onde Ele está significa que nós também estamos no Pai.

    Isto está relacionado ao nosso crer no Pai, a esfera divina e

    mística.

    O Senhor Jesus continuou a dizer, “E para onde Eu

    vou, vós sabeis o caminho” (v. 4). Então Tomé disse, “Senhor,

    não sabemos para onde vais; como podemos saber o cami-

    nho?” (v. 5). De acordo com o versículo 6 Jesus disse a ele,

    “Eu sou o caminho e a realidade e a vida; ninguém vem ao

    Pai senão por mim.” Aqui o Senhor não disse, “ninguém vem

    para a “casa do Pai”; Ele disse, “ninguém vem ao Pai.” Vir ao

    Pai é vir para a casa do Pai, pois o Pai é a casa. A frase senãopor mim revela que nós só podemos vir ao Pai como a casa

    por meio de Cristo como o caminho.

    No versículo seguinte o Senhor Jesus disse, “Se vós Me

    tivésseis conhecido, conheceríeis também a Meu Pai; e desde

    agora O conheceis e O tendes visto”. Quando Filipe ouviu isto

    ele disse, “Senhor, mostrar-nos o Pai, eisso nos basta” (v. 8).

    Os versículos 9 e 10 continuam, “Disse-lhe Jesus: Há tanto

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    tempo estou convosco, e não me tens conhecido, Filipe? Quem

    Me vê a Mim, vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não

    crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras

    que Eu digo vos digo, nãoas falo de Mim mesmo, mas o Pai,que permanece em Mim, faz as Suas obras”. Aqui nós vemos

    que o falar do Filho era na verdade o falar do Pai, o trabalhar

    do Pai por permanecer Nele. Isto é completamente místico.

    Temos enfatizado o fato de que o Deus Triúno é uma

    esfera divina e mística. Como revelado na primeira parte de

    João 14, o Filho está no Pai, e o Pai está no Filho. Nos versí-culos 16 a18 nós temos não apenas uma palavra com relação

    ao Pai e o Filho, mas também com relação ao Espírito: “Eu

    rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que

    esteja para sempre convosco, o Espírito da realidade que o

    mundo não pode receber, porque não O vê ouO conhece; vós

    O conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós. Não

    vos deixarei órfãos; virei a vós.” O primeiro Consolador era

    Cristo na carne, e o outro Consolador é o Espírito da

    realidade. O “Aquele” que é o Espírito da realidade no

    versículo 17 se torna o “Eu” que é o próprio Senhor no versí-

    culo 18. Isto significa que o Cristo que estava na carne

    passou pela morte e ressurreição para se tornar o Espírito

    que dá vida, o Cristo pneumático. Isto não é meramenteespiritual—ele é místico. Nós não podemos dizer que o Espí-

    rito da realidade é espiritual e o Cristo que estava na carne

    não era espiritual, pois quando Ele estava na carne, Cristo o

    Filho, certamente era espiritual. O que precisamos ver aqui

    não é algo que é apenas espiritual, mas algo místico.

    O versículo 19 continua, “Ainda por um pouco e o

    mundo não Me verá mais; vós, porém, Me vereis; porque Eu

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    vivo, vós também vivereis.” Isto se refere à ressurreição de

    Cristo. Porque Ele vive em ressurreição, nós também vive-

    mos, porque nós fomos regenerados na Sua ressurreição,

    como revelado em 1 Pedro 1:3.Em João 14:20 o Senhor Jesus falou de “naquele dia.”

    “Naquele dia” era o dia da Sua ressurreição (20:19), o dia no

    qual Ele se tornaria o Cristo pneumatizado, o Cristo pneu-

    mático. Portanto, naquele dia na verdade significa “no dia da

    ressurreição.”

     Vamos ler agora todo o versículo 20: “Naquele dia, vósconhecereis que Eu estou em Meu Pai, e vós em Mim, e Eu

    em vós.” Isto se refere à esfera divina e mística onde não

    somente o Pai, o Filho, e o Espírito estão, mas também onde

    os crentes estão. Louvado seja o Senhor que, como crentes em

    Cristo, nós estamos agora na esfera divina e mística do

    Espírito consumado e o Cristo pneumático!

    II. A ESFERA DIVINA E MÍSTICA DO ESPÍRITO

    CONSUMADO E O CRISTO PNEUMÁTICO

    Todos nós precisamos entrar na esfera divina e mís-

    tica, não do Deus Triúno, mas do Espírito consumado e o

    Cristo pneumático (Fp 1:19; Rm 8:9; 2Co 3:17-18).

     A. Um Outro Consolador, o Espírito da Realidade,

    para Ser a Realidade do Filho,

    João 14:16-18 fala de um outro Consolador, o Espírito

    da realidade, ser a realidade do Filho percebida como a

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    presença do Filho nos crentes. O Espírito é a realidade do

    Filho, e a presença do Filho em nós é o Espírito.

    B. O Filho Está no Pai, os Crentes Estãono Filho, e o Filho Está nos Crentes

    No dia da ressurreição do Filho na qual o Filho se

    tornou o Espírito que dá vida (1Co 15:45b), Ele veio à noite

    aos discípulos naquele dia para insuflar neles e lhes disse

    que recebessem o Espírito Santo (João 20:22). Se Ele nãofosse o Espírito, como Ele poderia pedir para os discípulos em

    quem que Ele estava insuflando para receber o Espírito? Por

    tudo isso podemos saber que o Filho está no Pai, que os

    crentes estão no Filho, e que o Filho está nos crentes (João

    14:19-20).

    III. ANTES E DEPOIS DAQUELE DIA DA

    RESSURREIÇÃO DE CRISTO

     A. Antes Daquele Dia da Ressurreição de Cristo

     Antes daquele dia da ressurreição de Cristo, Ele teve

    ainda muitas coisas para desvendar aos Seus discípulos. MasSeus discípulos não as puderam suportar (Jo 16:12) porque

    eles não tinham recebido o Espírito da ressurreição de Cristo

    e não tinham entrado na esfera divina e mística.

    B. Depois Daquele Dia da Ressurreição de Cristo

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    O Senhor Jesus disse que quando o Espírito da reali-

    dade viesse, Ele guiaria os discípulos que estariam então no

    Espírito da ressurreição de Cristo em toda a realidade com

    relação à economia de Deus para o Corpo de Cristo que é oCristo pneumático e o Espírito consumado. O Espírito da

    realidade falaria o que Ele ouviria de Cristo e declararia aos

    discípulos nas vinte e duas Epístolas do Novo Testamento de

    Romanos a Apocalipse (Jo 16:13).

    IV. A TRANSIÇÃO DIVINA PARA A ECONOMIAETERNA DA TRINDADE DIVINA

     A. Tudo o Que o Pai Possui É Propriedade do Filho

    Tudo o que o Pai possui é propriedade do Filho, está

    corporificado no Filho.

    B. Tudo o Que o Filho Possui É

    Realizado pelo Espírito

    Tudo aquilo que o Filho possui é recebido pelo Espí-

    rito, realizado pelo Espírito que se tornou o Espírito que dá

    vida na ressurreição de Cristo para a realização do Cristopneumático.

    C. O Espírito Recebe Tudo o Que Cristo

    Possui e Declara aos Discípulos

    O Espírito recebe tudo o que o Cristo possui e declaraaos discípulos (que estavam então na realidade da ressur-

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    reição de Cristo e na esfera divina e mística do Cristo pneu-

    mático) para a produção das assembléias as quais resultam

    no Corpo de Cristo que consuma a Nova Jerusalém para

    expressar o Cristo todo-inclusivo para Sua glorificação naeternidade (vv. 14-15). No princípio, todas as coisas eram do

    Pai. Então, o que o Pai tinha tornou-se possessão de Cristo.

    Seguindo isto, tudo o que Cristo possui é ouvido e recebido

    pelo Espírito que declara todas estas coisas aos crentes. Esta

    é a transição divina para a economia eterna da Trindade

    Divina.

     V. OS CRENTES ESTÃO NA ESFERA DIVINA E

    MÍSTICA DO ESPÍRITO CONSUMADO

    PARA PRESERVAR A UNIDADE

    Todos os crentes deveriam estar nesta esfera divina e

    mística do Espírito consumado para estar mesclado com o

    Deus Triúno para preservar a unidade.

     A. Os Crentes Permanecem no Filho

    Todos os crentes deveriam permanecer no Filho para

    que o Filho possa permanecer neles que possam dar muitofruto para a glorificação (expressão) do Pai (15:4-5, 8). No

    capítulo quatorze o Senhor preparou os lugares, as moradas.

    No capítulo quinze precisamos permanecer Nele como nossa

    morada para que Ele possa permanecer em nós como Sua

    morada.

    B. Todos os Crentes São Um

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    Todos os crentes deveriam ter um, assim como o Pai

    está no Filho e o Filho no Pai, eles também podem estar no

    Pai e o Filho. O Filho está nos crentes e o Pai está no Filhopara que os crentes possam ser aperfeiçoados na unidade

    (17:21, 23). Nossa unidade deve ser igual à unidade entre os

    três do Deus Triúno. De fato, a unidade dos crentes é a

    unidade do Deus Triúno. Ela está no Deus Triúno para que

    possamos ser aperfeiçoados para ser um. Portanto, a verda-

    deira unidade está no Deus Triúno.Em João 14-16 o Senhor Jesus apresentou uma

    mensagem aos Seus discípulos, e então em João 17 Ele orou

    ao Pai. No final da Sua oração, Ele indicou que nossa

    unidade deveria ser no Deus Triúno, com o Cristo pneumá-

    tico e o Espírito consumado. Esta unidade que é a unidade

    genuína é o mesclar dos crentes com o Deus Triúno. Para ter

    tal unidade, os crentes devem estar no Deus Triúno como

    uma esfera divina e mística. Aqui o Pai está no Filho, o Filho

    está nos crentes, e os crentes estão no Filho que está no Pai.

    Isto significa que os crentes são um com o Deus Triúno na

    esfera divina e mística do Cristo pneumático e o Espírito

    consumado.

     VI. O MINISTÉRIO CELESTIAL DE CRISTO É

    LEVADO A CABO NESTA ESFERA MÍSTICA

    O ministério celestial de Cristo é levado a cabo nesta

    esfera mística, e a salvação orgânica de Deus é praticamente

    realizada nesta esfera. Se nós não estivermos nesta esfera,

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    nós não podemos participar no ministério celestial de Cristo

    ou podemos desfrutar a salvação orgânica de Deus.

     VII. OS CRENTES DEVEM CONSIDERARGRANDEMENTE A ENTRADA NESTA ESFERA

    Os crentes devem considerar grandemente a entrada

    nesta esfera, percebendo que sem o Cristo que se tornou o

    Espírito que dá vida, sem o Cristo que é o Cristo pneumático,

    sem o Cristo que é o Senhor Espírito, e sem o Cristo que é oCristo em ressurreição e não somente na carne, absoluta-

    mente não há nenhuma maneira para os crentes participa-

    rem, experimentarem, e desfrutarem a seção orgânica da

    salvação completa de Deus em Cristo.

    CAPÍTULO QUATRO

    “O PRÓPRIO ESPÍRITO COM

    NOSSO ESPÍRITO” A CHAVE

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    PARA ABRIR AS OITO SEÇÕES DA

    SALVAÇÃO ORGÂNICA DE DEUS

    (1)

    Esboço

    Nota: A intenção de Deus em Sua salvação orgânica é unir o

    espírito do crente com Seu Espírito como um espírito—umespírito mesclado—1Co 6:17.

    I. Abrir a primeira seção da regeneração:

     A. O Espírito da realidade veio para convencer os

    pecadores concernente ao pecado e concernente

    a justiça e ao julgamento (Jo 16:8-11), levando-

    os ao arrependimento da condição caída deles e

    entrando na morte e sepultamento de Cristo

    (Mt 3:2, 5-6).

    B. Nessa união o Espírito da realidade germina os

    crentes arrependidos com a ressurreição da vida

    de Cristo para regenerá-los, gerando-os no seu

    espírito novamente—1Pe 1:3; Jo 3:3,5.C. Isto é “o que é nascido do Espírito [de Deus] é

    espírito [do homem]—um espírito nascido do

    Espírito—Jo 3:6

    D. O Espírito de Deus testifica com o espírito dos

    crentes regenerados que eles são filhos de Deus

    (espiritual)—Rm 8:16.

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    II. Para abrir a segunda seção de alimentar (nutrir,

    nutrição)

     A. O Senhor deseja que os crentes regenerados como

    bebês recém-nascidos alimentem-se do leite(espiritual) da palavra, que é espírito e vida (Jo

    6:63), para que eles possam crescer em Sua vida

    para sua salvação diária—1Pe 2:2

     A. Conforme eles crescem na vida divina, eles tam-

    bém têm que ser nutridos também de alimento

    sólido, não somente de leite, ao exercitar seuespírito para contatar o Espírito da palavra de

    Deus a fim de que possam receber o suprimento

    da vida—Hb 5:13-14; Mt 4:4b.

    III. Para abrir a terceira seção da santificação

    disposicional:

     A. Os crentes que foram regenerados e que estão

    crescendo precisam ser santificados pelo

    Espírito Santo (Rm 15:16) em sua disposição

    com o elemento da vida ressurreta de Cristo a

    qual eles recebem por meio da nutrição para

    que a disposição natural, tortuosa, perversa e

    cheia de peculiaridades, possam ser santificadas

    com a natureza santa, divina de Deus (2Pe 1:4)a fim de que eles possam ser santificados para

    Deus (Ef 1:4).

    B. Essa santificação disposicional pelo Espírito

    Santo começa a partir do nosso espírito pas-

    sando pela nossa alma para nosso corpo a fim de

    que todo nosso ser possa ser totalmente

    santificado—1Ts 5:23

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    IV. Para abrir a quarta seção da renovação:

     A. Conforme prosseguimos com a santificaçãodisposicional, o Senhor nos renova pelo Seu

    Espírito—Tt 3:5

    B. O Espírito renovador é mesclado com o nosso

    espírito regenerado como um espírito mesclado

    para expandir a nossa mente para renovar todo

    nosso ser como um membro do n