Planeamento de Projectos

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1 AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO – AEVSF FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA – FACAPE CURSO CIÊNCIA CONTÁBIL CONTABILIDADE AGRÍCOLA E PECUÁRIA 7 PERIODO PROJETOS E AVALIAÇÃO PROFESSOR: WALDENIR S. FAGUNDES BRITTO 2008-1 [email protected]

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AUTARQUIA EDUCACIONAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO – AEVSF

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA – FACAPE

CURSO CIÊNCIA CONTÁBIL

CONTABILIDADE AGRÍCOLA E PECUÁRIA 7 PERIODO

PROJETOS E AVALIAÇÃO

PROFESSOR: WALDENIR S. FAGUNDES

BRITTO 2008-1

[email protected]

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PROJETOS 1 Definições Básicas

Em um sentido lato, projeto é qualquer propósito de ação definido e organizado de forma racional. Em termos estritamente econômico, quando falamos em projeto geralmente temos em vista um plano de investimento. O investimento, por sua vez, definido como um comprometimento de recursos realizados com o objetivo ou a esperança de obtenção de beneficio futuros , durante um período razoável de tempo. Dessa forma , o projeto corresponde ao conjunto de informações , sistemática e racionalmente ordenadas , que nos permite estimar os custos e benefícios de um determinado investimento , vale dizer as vantagens e desvantagens de utilizar recursos para a criação de novos meios de produção ou para o aumento da capacidade ou melhoria do rendimento dos meios de produção existente. De um ponto de vista social, o projeto considera os custos e benefícios sociais da utilização dos recursos de comunidade na produção de determinados bens e serviços.Do ponto de vista do empresário privado, o projeto é um instrumento que permite avaliar as vantagens relativas de um determinado usos dos seus recursos- capital e capacidade empresarial-face a possibilidades alternativas de investimento. Neste ultimo sentido, o projeto representa de um lado, a justificativa de um programa de produção e, de outro, o mecanismo técnico administrativo que permite minimizar os riscos inerentes á decisão de investir. Com efeito, a elaboração de qualquer plano de produção futura de bens e serviços implica sempre o equacionamento de um complexo número de variáveis, relacionadas com os diversos aspectos técnicos, econômicos , financeiro, administrativo e legais das empresas ou empreendimentos, sendo feitos supor que as possibilidades de êxito serão maiores na medida em que essas múltiplas informações forem ordenadas na forma sugerida pelo conhecimento cientifico e experiência prática. Foi para atender a necessidade desse tipo-racionalizado do processo decisório, na escolha entre alternativas de investimento – que surgiu a técnica de elaboração e avaliação de projetos. Esta nada mais é que uma combinação de princípios, básicos de economia, engenharia, finanças e administração, que proporciona a definição de critérios objetivos ( não raro, quantificáveis ) de escolha entre cursos alternativos de ação. È assim um a matéria de caráter essencialmente pratico e interdisciplinar, estruturada a partir de uma cuidadosa seleção de conceitos econômicos, técnicos e administrativos que são utilizados de forma sistemática para a solução de problemas reais com que se defrontam empresários privados e instituições governamentais. Dentro de um estrutura de planejamento, o projeto é “ a menor unidade de investimento tomada em consideração; um mínimo de obras capaz de vida autônoma que, por motivos de complementaridade técnica, representa um todo que não pode ser destituído de suas partes sem que as outras fiquem comprometidas.” Significado e Importância O processo de elaboração de projetos tem grande importância instrumental técnico-administrativo e de avaliação econômica, tanto do ponto de vista privado como do ponto de vista social.

1 Do livro “ Planejamento e Projetos” 12ª edição. Nilson Holanda.1983. UFC-Fortaleza-CE

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Sob a ótica do empresário privado, o projeto representa um pensamento lógico e racional que substitui o comportamento intuitivo e empírico geralmente utilizado para as sua decisões de investimento e, de outro, o mecanismo de avaliação econômica dos efeitos diretos dessas decisões, em termos de rentabilidade ou eficiência da aplicação de recursos financeiros. Do ponto de vista social, porem não basta estimar os efeitos diretos do projeto; cumpre avaliar, também , as suas repercussões indiretas sobre o sistema econômico, bem assim aquelas que, por imperfeições de mercado e fatores institucionais, não se expressam e custos e benefícios monetários . Por outro lado, em um sistema misto de livre empresa, é função precípua do Governo conciliar ou compatibilizar os interesses sociais e privados, no planejamento e execução de empreendimentos específicos, sendo o projeto justamente o instrumento técnico-administrativo que facilita o exercício dessa função. Por isso, as instituições governamentais e os bancos e órgãos de desenvolvimento que administram programas de incentivos cambiais, fiscais e financeiros generalizam a exigência do projeto como condição para o recebimento desses favores, transformando-o no instrumento que permite a distribuição dos benefícios referido estritamente de acordo com os ditames da política econômica que previamente tenha sido traçada. Assim, do ponto de vista da eficiência de administração de organizações publicas ou paraestatais – u dos pontos de estrangulamento de paises subdesenvolvidos- o projeto representa um alternativa que substitui o comportamento arbitrário ou sistema do “trafico de influência” por decisões tecnicamente justificada, assegurando padrões mínimos de eficiência e fortalecimento a confiança geral do povo na solidez de suas instituições. A elaboração projetos contribui também para dinamizar o processo pelo qual as poupanças monetárias se transformam em investimentos efetivos, a par de estimular a elevação geral das poupanças da comunidade, apresentando-lhe de forma racional e convincente, oportunidades de investimento rentável. Com efeito, a escassez de projetos constitui um dos principais problemas dos paises subdesenvolvidos e um dos fatores que induzem o desperdício ou má utilização do potencial de poupança desses paises. Por fim, deve ser ressaltado que, dentro de uma estrutura de planejamento, é o processo de elaboração de projetos que assegura ou viabiliza a concretização das metas ou diretrizes estabelecidas no plano de desenvolvimento. Nesse sentido, os técnicos que participaram de uma seminário sobre planejamento, pratico pela CEPAL ( ILPES), definiram o projeto como “toda unidade de atividade que permite materializar um plano de desenvolvimento.”

Por isso, e porque se reconhece haver escassez de projetos, tem-se dado grande ênfase , em anos recentes, aos trabalhos de investimentos á criação de mecanismo e fundos de pré-investimento, no contexto das políticas de desenvolvimento de paises subdesenvolvidos. Tipos de Projetos:

O planejamento e a execução de qualquer investimento público ou privado pode ser realizado a base de projetos, em função de que estes se classifiquem da seguinte forma:

a) agrícolas: (inclusive pecuários) b) industriais: (de indústrias extrativas e manufatureiras)

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c) de serviços:

1. serviços básicos: - usinas hidrelétricas, estradas,ferrovias, portos, armazéns e silos ,serviços de água e esgotos , escolas ,etc. 2. serviços sociais: hospitais, habitações, etc. 3. outros serviços: hotéis, etc.

Em todos os paises, mormente em paises subdesenvolvidos, que adotam um

sistema capitalista de tipo misto, grande parte dos projetos são de caráter publico, devido a que:

a) muitos projetos exigem um investimento de capital excessivamente elevado e, estão fora do alcance da empresa privada; b) certos tipos de projetos, notadamente aquelas de caráter social tem uma rentabilidade muito baixa, ou negativa, do ponto de vista de custos e benefícios de mercado, e em conseqüência, não despertam nenhum interesse para os empresários privados; c) determinados investimentos tem um largo prazo de manutenção e somente podem ser planejados e executados adequadamente dentro de uma perspectiva de longo prazo, como ocorre com os serviços se infra-estrutura e certas industria básicas; nestes casos é necessário adotar, muitas vezes, uma atitude ativa, criando-se a oferta do bem ou serviço em antecipação ao crescimento da procura respectiva (ex-energia),o que, evidentemente, só pode ser feito quando a iniciativa é do Governo; d) finalmente, em paises subdesenvolvidos, o Governo é obrigado a intervir em muitos outros setores, para suprir a debilidade e falta de dinamismo do setor empresarial privado, que não raro, é muito pequeno, face ás necessidades do pais, é voltado ademais, para investimentos de tipo tradicional (aquisição de terra, comércio,exportação de produtos primários,etc.)que não são prioritários do ponto de vista desenvolvimento econômico.

Por outro lado dentro de cada setor, os projetos podem ser classificados em função de sua finalidade, conforme tenham em vista criar novos meios de produção ou ampliar a capacidade ou aumentar a produtividade de meios de produção existentes. Projetos industriais, por exemplo, podem ser classificados como de: a)implantação – criação de uma unidade completamente nova; b)expansão ou ampliação – seja através da simples multiplicação de centros produtivos já existente, seja mediante a integração de centros novos ao conjunto industrial preexistente como da introdução de uma nova linha de produção para aproveitamento de fatores fixos ou eliminação de capacidade ociosa; c)modernização- substituição de unidades de equipamento ou centros produtivos considerados obsoletos.mantida, porém a mesma capacidade de produção; d) relocalização – mudanças na localização do projeto, quase sempre como resultado de um programa de modernização ou em decorrência de alterações nos preços dos fatores.

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Origem dos projetos Os projetos públicos podem surgir como resultado de planos globais ou setoriais de desenvolvimento, de caráter ou regional. Uma vez estabelecido na administração pública, direta ou descentralizada, um processo de planejamento, este tende a evoluir no sentido de um progressivo detalhamento, que contém indicações bastantes precisas para a elaboração e execução de projetos. Os órgãos de planejamento setorial ou regional –Ministérios Departamentos, Autarquias e Sociedade de Economia Mista – pelo seu caráter especializado e âmbito de ação mais restrito, constituem, também,uma fonte abundante de idéias para elaboração de projetos, com o objetivo de eliminar pontos de estrangulamento em setores básicos (transportes,energia ,etc.), aproveitar recursos ociosos (minérios ,etc.)ou simplesmente implantar indústrias básicas, com vistas a acelerar o processo de desenvolvimento e diminuir o grau de dependência do exterior. Também os órgãos de pesquisa econômica e tecnológica asseguram um suprimento importante de informações para a execução de projetos de caráter mais pioneiro. Em anos recentes, tem aumentado a influência dos bancos de desenvolvimento, como um fator de estimulo – não apenas financeiro , como também técnico –á elaboração de projetos. Outros projetos de interesse social e estratégico tem origem em pressões de natureza política e social, sendo preponderante, neste particular, a influência dos órgãos de planejamento de âmbito local. Os projetos privados surgem geralmente em resposta a dois tipos de estimulo:

a) solicitações de um mercado amplo e em crescimento; b) estímulos financeiros , fiscais e cambiais criados pelo Governo,em

beneficio de certas áreas preferenciais de investimento, em termos setoriais e regionais.

A principal característica diferenciadora do investimento privado decorre de ser este estreitamente dependente das solicitações imediatas do mercado, enquanto o investimento da publico pode assumir um papel mais ativo , antecipando-se ao crescimento da procura de determinados bens e serviços.

Por isso , a maioria dos projetos surge de estudos de mercado seja mercado atual , considerando-se a possibilidade de aumento de exportações ou substituição de importações (do ponto de vista internacional ou inter-regional) ou o atendimento da procura insatisfeita, seja o mercado potencial , face a perspectiva do crescimento da procura externa e interna em decorrência de crescimento da população , aumento da renda , substituição da produção artesanal pela fabril e inovação tecnológica . Quando á sua origem, portanto, poderíamos classificar os projetos como:

a) derivados de planos de desenvolvimento de caráter nacional, setorial, regional,sub-regional ou local;

b) decorrentes de estudo de mercado ( nacional e internacional, regional ou local,atual ou futuro),como nos casos de projetos para exportação, substituição de importação , atendimeneto de demanda insatisfeita ou para atender ao crescimento previsível da demanda em função do aumento de renda e crescimento da população ;

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c) induzidos pela abertura de oportunidades para exploração de recursos ociosos (ex: investimento de infra-estrutura , como abertura de uma estrada ou construção de um porto , que permite aproveitar recursos que , embora conhecidos , não podiam ser explorados por falta de condições de acessibilidade) ou pela descoberta de novos recursos naturais ( petróleo e minérios , de um modo geral);

d) associados ao processo de inovação tecnológica , através da modernização de unidades existentes , criação de novos produtos ou desenvolvimento de novos meios para produzir bens conhecidos;

e) decorrentes de pressões políticas ou de considerações de natureza estratégica ou militar.

Etapas principais de um projeto

Para projetos específicos poderemos identificar um maior ou menor número de

fases ou etapas de acorda com o maior ou menor complexidade de sua elaboração ou análise.

De modo geral, podemos destinguir cinco etapas principais:

a) estudos preliminares; b) anteprojeto; c) projeto final ou definitivo; d) montagem e execução (colocação em funcionamento); e) funcionamento normal.

Consideramos aqui como estudos preliminares as investigações exploratórias

de caráter bastante sumario ou superficial, em torno de idéia inicial de um projeto. Esses estudos tem por objetivo o equacionamento geral do problema, fornecendo subsídios para a orientação de pesquisas futuras, a, nível de anteprojeto, ou identificado obstáculos que, de imediato ou liminarmente , evidenciam a inviabilidade de projeto.

Um roteiro sucinto dos tópicos a serem abordados nesta fase poderá incluir: reconhecimento sumário do mercado para o projeto e da capacidade de produção dos atuais fornecedores ou produtores, da disponibilidade e fontes de abastecimento das principais matérias-primas e dos fatores de política econômica que podem afetar a implantação ou funcionamento do projeto. Os trabalhos dessa etapa são desenvolvidos principalmente a base de consultas a produtores, técnicos, órgãos de classe, empresa de consultoria e instituições governamentais. È importante , nesse particular, identificar projetos similares já elaborados no passado e não executados, por motivos diversos, e analisar as experiências anteriores de outros empresários do mesmo setor.

Já o anteprojeto corresponde a um estudo mais sistemático de todos os aspectos que deveram integrar o projeto final, mas não se da ainda suficiente ênfase aos aspectos de engenharia, nem são realizados os estudos complementares que deverão fazer parte do projeto final. A diferença entre anteprojetos e projeto final não é muito precisa nem pode ser rígida. De um modo geral, pode-se considerar anteprojeto o estudo que permite uma apreciação das vantagens e desvantagens de uma decisão de investimento, não dispondo, porém, de suficientes detalhes que tornem possível a montagem da unidade produtora. Para isto seria necessário um projeto final. Por outro lado, pode-se afirmar que o anteprojeto é um estudo de caráter mais geral, abrangendo principalmente os aspectos “econômicos” do empreendimento,

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enquanto que o projeto final contem, alem desses elementos, todos os demais dados “técnicos” ou de engenharia necessários a instalação da unidade produtora. Assim, as diferenças entre um e outro se define pelo grau de detalhe das informações disponíveis. No anteprojeto, por exemplo, os componentes físicos dos equipamentos não são detalhados, estimando-se as inversões em função de índice e valores médios; a localização pode ser estabelecida somente em termos de uma região e não em termos de terreno determinado; a responsabilidade pelo projeto de engenharia pode não estar completamente definida e o esquema de financiamento é formulado em termos gerais.

Na realidade , é impossível estabelecer diferenças entre projeto e anteprojeto, em termos dos tópicos a serem abordados num e outro. A rigor , ambos cobrem assuntos da mesma natureza , embora com analises bastante diferentes em graus de profundidade e suficiência. O anteprojeto é porque a elaboração do projeto final implica quase sempre custos elevados e pode não ser conveniente avançar nos estudos se existem obstáculos e problemas que desaconselham, liminarmente,a execução do projeto.Além disso, a elaboração do projeto final pode depender de definições de política de investimento de empresas e empresários ou pode ficar condicionada ainda a decisões ou pronunciamentos de bancos, instituições financeiras e órgãos governamentais, que administram programas de incentivos fiscais, financeiros e cambiais ou exercem o controle direto de atividades que podem afetar a viabilidade do projeto.

A etapa de montagem e execução do projeto ( ou colocação em funcionamento, “puesta em marcha “, período de implantação ) corresponde a fase de execução dos investimentos previstos , com a construção de edifícios e instalações, montagem de equipamentos, realização de testes de funcionamento,recrutamento e treinamento de pessoal ,etc., até que o conjunto produtivo esteja em condições de funcionamento normal. Elaboração e avaliação

Tem-se convencionado que a técnica de projetamento envolve, pelo menos dois aspectos principais : de um lado, a elaboração do projeto propriamente dita e, de outro, a sua avaliação.Na realidade é bastante difícil dissociar esses dois aspectos que quase sempre se apresentam estreitamente inter-relacionados, mesmo porque a elaboração do projeto é, até certo ponto, uma simples ordenação de dados para a sua avaliação. A diferença fundamental decorre do fato de que na avaliação se torna necessário utilizar uma maior soma de dados “extra projeto”, sob a forma de padrões de referencia ou critérios de julgamento estabelecido a priori ou e função de consideração mais amplas que as contidas no projeto. Assim, na elaboração do projeto tem maior evidencia as considerações de natureza microeconômica, enquanto que , na sua avaliação, quando se procura estimar as recuperações do projeto no conjunto de todo o sistema produtivo, tem maior ênfase as considerações de natureza macroeconômica. A avaliação constitui como que uma ponte que liga os projetos aos programas. Roteiro básico para elaboração de Projetos. Existe um grande número de roteiros e formulários distribuídos por órgão especializados e agências governamentais para orientar a elaboração de projetos.

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De modo geral, a maior parte desses roteiros acompanha as linhas do esquema a seguir indicado: Primeira parte – A EMPRESA Denominação ou razão social; forma jurídica. Capital atual (subscrito e integralizado) e aumentos previstos. Principais acionistas, controle acionário, relação com outras empresas ou grupos financeiros. Dirigentes e administradores principais. Histórico das atividades da empresa e evolução da produção, vendas, capital e resultados financeiros (nos casos de ampliação de empresas existentes .) Segunda parte – O PROJETO I – APRESENTAÇÃO: descrição sumárias dos objetivos e características principais do projeto, com indicação dos seus promotores ou responsáveis por sua execução, do programa de produção , investimentos necessários, esquema de financiamento e resultados esperados; II – MERCADO: características dos produtos, estimativa do mercado atual e futuro, dimensionamismo da oferta, estrutura de comercialização, condições de competição e análise dos fatores que justificam a existência de mercado para o projeto; III – TAMANHO: justificativa da escala de operação e do investimento previsto; VI – LOCALIZAÇÂO: análise dos fatores locacionais que influenciam o projeto e justificativa da localização escolhida; V – ENGENHARIA: requisitos técnicos para cumprimento do programa de produção projetado, em termos de investimentos fixos, matérias-primas, mão-de-obra e insumos diversos (água, energia, transportes, material de embalagem, combustível, etc.), processo tecnológico, regime de produção, fluxo de operações (lay out); VI – INVESTIMENTO: estimativas das necessidades totais de capital fixo e capital de trabalho para execução do projeto. Calendário de execução do projeto; VII – FINANCIAMENTO: fontes de recursos para financiamento das inversões previstas. Recursos próprios e de empréstimos. Esquema de mobilização desses recursos, em consonância com o calendário de execução de projeto. Estimativa da capacidade de pagamento do projeto. VIII – CUSTOS E RECEITAS ANUAIS: estimativas das receitas anuais esperadas e dos custos fixos necessários para obtenção dessas receitas; IX – ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: estrutura organizacional e administrativa para execução do projeto. Pessoal técnico e de administração superior. Programas de treinamento de pessoal;

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X – JUSTIFICATIVA ECONÔMICAE CONCLUSÕES: ordenação dos dados necessários à avaliação do projeto. Justificativa de sua rentabilidade e análise da contribuição do projeto para o desenvolvimento de país ou região considerados, efeitos sobre renda, emprego, balanço de pagamentos, nível de atividade industrial ou agrícola; Terceira parte – ANEXOS Estudos complementares, plantas estatísticas, literatura técnica citada ou referida e demais documentos que tenham sido utilizados para elaboração do projeto.

O mercado O mercado pode ser definido de diversas maneiras, seja em termo da área geográfica que abrange, seja em termos do grau de competição que nele prevalece ou das funções econômicas que exerce: De um lado, considera mercado “a área para a qual convergem a oferta e a procura com o fim de estabelecer um preço único”. De outro, um mercado competitivo pode ser definido como um certo número de compradores e vendedores que, em estreito contacto, compram e vendem entre si. Podemos ainda considerar um mercado local, nacional ou internacional; ou podemos analisar um mercado de competição imperfeita, monopolista, oligopólica ou um mercado sem competição (monopólio). O objetivo de mercado de um projeto é determinar a quantidade de bens e serviços provenientes de uma nova unidade produtiva que, em uma certa área geográfica e sob determinadas condições de venda (preços, prazos, etc.), a comunidade poderá adquirir. Comercialização

Aquela parte do estudo de mercado que se refere ao movimento dos bens entra produtores e consumidores se caracteriza como o estado da comercialização.

Estudos desse tipo têm grande importância em países desenvolvidos, onde não existe propriamente procura insatisfeita e as empresas já atingiram elevado nível de eficiência operacional, tornando-se bastante limitada as possibilidades de competição através e redução de preços; em conseqüência, a luta competitiva se desloca para o campo dos processos de comercialização.

Em países subdesenvolvidos costuma-se dar menor atenção ao assunto, embora a comercialização possa constituir-se em aspectos de extrema importância, para certos tipos de indústria, tais como matadouros frigoríficos, industrias pesqueiras, ou em empresas de prestação de serviços.

3. O estudo do mercado

Objetivos Diz-se que o estudo de mercado tem por objetivo oferecer respostas a três questões fundamentais:

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a) a quanto se poderá vender? b) a que preços? c) quais são os problemas de comercialização? De nossa parte preferimos distinguir no estudo de mercado dois aspectos estreitamente relacionados entre si:

a) um aspecto quantitativo, que diz respeito ao dimensionamento da procura atual e à projeção de seu crescimento futuro; e, b) um aspecto qualitativo, que se refere à identificação dos principais fatores que influenciam ou determinam essa procura – preços, renda, gostos dos consumidores, inovações, técnicas, modificações nas políticas fiscal, tarifária, cambial, flutuações do comércio externo, etc.

Etapas do estudo O trabalho de elaboração desse estudo pode desdobrar-se em duas etapas principais:

a) uma primeira etapa de colheita de antecedentes ou informações estatísticas (ou quantitativas e qualitativas), tendo em vista: - a identificação da área de mercado - a delimitação da área de mercado - o dimensionamento da procura e oferta atual

b) uma primeira etapa de análise dessas informações e projeção de tendências, para definir a procura e a oferta potencial ou futura e a existência de mercado para o projeto.

Engenharia

Um projeto nada mais é que um sistema de produção concebido de forma integrada. Esse sistema está constituído por um conjunto de fatores fixos que serve de base para a combinação de fatores variáveis, através das etapas sucessivas de um fluxo ou processo produtivo, com vistas à obtenção de um determinado produto. Em termos esquemáticos esse sistema poderia ser representado na forma do seguinte diagrama. O objetivo do estudo de engenharia de projeto é definir a especificar tecnicamente os elementos que compõem esse sistema – e as respectivas inter-relações – de forma suficientemente detalhada e precisa que permita a montagem e colocação em funcionamento da unidade produtiva.

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De um modo geral, a definição dessa parte técnica do projeto está associada à participação dos engenheiros no processo de elaboração de um plano de investimento; todavia, existe uma inter-relação muito estreita entre os aspectos técnicos e econômicos sedo de todo conveniente um intercâmbio de informações entre engenheiros, economistas e técnicos especializados, ao longo do processo de aproximações sucessivas em que consiste a elaboração de um projeto. Na realidade, um dos erros mais comuns desse processo é a excessiva ênfase na busca de soluções ótimas de um ponto de vista exclusivamente técnico que não correspondem às alternativas que assegurariam os melhores resultados para o projeto em seu conjunto. Essas inter-relações entre o aspecto técnico e econômico podem ser evidenciadas pelo fato de que o projeto de engenharia deve partir da definição de um produto sujas características principais foram estabelecidas pelo estudo de mercado. A seguir, os engenheiros devem especificar as necessidades de fatores fixos – edifícios, equipamentos e instalações, etc. – e os requisitos de insumos e fatores variáveis – materiais, materiais secundários, mão-de-obra, etc. – bem assim como os coeficientes e índices de rendimento dos diferentes fatores utilizados. Essas necessidades, requisitos e coeficientes, inicialmente estimadas em termos físicos, devem ser traduzidas em unidades monetárias para expressar os valores de investimentos, custos e receitas. As características do processo produtivo, por sua vez, vão determinar as exigências de formação de estoques e, em conseqüência, as necessidades de capital de trabalho do projeto.

Fases de estudos e montagem Os engenheiros, sejam técnicos da própria empresa, sejam técnicos contratados, participam da elaboração do projeto das seguintes fases:

a) fases de estudos - estudos preliminares; - projeto básico; - projetos complementares; b) fase de montagem - contração geral das obras; - montagem dos equipamentos; - controle dos contratos, testes de funcionamento, etc.

TAMANHO

1. Definição

O tamanho de um projeto é definido por sua capacidade de produção, durante um período de trabalho considerado normal. Exemplo: 2.000 unidades anuais, considerado o ano de 300 dias e o dia de 8 horas. Unidades de medidas do tamanho Esse tamanho é geralmente dado em termos das unidades ou do valor dos bens produzidos, mas pode ser medido também em função de:

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a) quantidades de matérias-primas utilizadas (ex.: descaroçadores de algodão, moinhos de trigo, etc.); b) número de empregos ou operários, o que constitui um bom índice para comparações dentro de um mesmo setor industrial, quando não existem diferenças acentuadas no nível da tecnologia adotada pelas diversas empresas; ou ainda em comparações internacionais, por conveniência de natureza estatística; c) montantes do investimento total; d) unidades especiais, como número de fusos e teares, na indústria têxtil. Na indústria de bens de capital, quando os equipamentos produzidos são de características e tamanhos diversos, utiliza-se o índice dos respectivos pesos (em toneladas) para reduzi-los a um denominador comum;

Conceito de capacidade de produção O conceito de capacidade de produção pode ser definido de duas formas principais: de um lado , há o conceito técnico ou de engenharia; que identifica a capacidade com o máximo de produção obtenível de determinados equipamentos; de outro, há o conceito econômico, em que a capacidade é definida como o nível de produção que reduz ao mínimo os custos unitários (ou eleva ao máximo os lucros). Ainda com relação ao conceito técnico, convém notar que a capacidade “efetiva”, normal ou real, tende a ser quase sempre inferior à capacidade “teórica” ou nominal, dado que esta última depende de certas condições ideais ou “de laboratório”, no que se refere à qualidade das matérias-primas, características de insumos básicos, treinamento a experiência da mão-de-obra, etc., que nem sempre corresponde às condições reais de trabalho; por isso, torna-se necessário corrigir a eficiência teórica por um fator de desperdício, para fazer face a:

a) interrupções do processo produtivo decorrentes de defeitos técnicos, paradas para reparos, manutenção, substituição de peças, etc.; b) necessidade de manter unidades de reserva, em certos setores da indústria; isso é especialmente verdadeiro com relação a determinados serviços auxiliares (suprimento de energia, por exemplo) ou nos casos de processos produtivos cuja interrupção pode acarretar sérios prejuízos para a atividade industrial da empresa (ex.: frio industrial); c) invisibilidade de certos equipamentos e inadequada complementaridade com os demais centros de produção; d) baixa produtividade de mão-de-obra, por falta de treinamento adequado; isso é particularmente relevante em indústrias não-autorizadas, quando a produtividade dos equipamentos depende em larga proporção da habilidade dos operários, como decorre com as indústrias de sapatos, de confecções, de mobiliário, gráficas, etc.; Dessa forma, a capacidade normal de um pode não ser fixada aprioristicamente,

sem levar-se em conta as características e peculiaridades de cad tipo de industria; indicações técnicas específicas serão necessárias em cada caso e a definição de tamanho normal será necessariamente diversa de uma indústria para outra.

Por sua vez, o conceito técnico de capacidade difere do conceito econômico – porque a máxima produção, em termos físicos, pode não corresponder ao nível de produção que assegura custos unitários mínimos ou lucros máximos.

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Em primeiro lugar, os custos de matérias-primas e mão-de-obra podem elevar-se, na medida em que se utiliza mais intensamente essa capacidade; para que os equipamentos trabalhem 3 turnos, por exemplo, há que remunerar o trabalho noturno a taxas de salários mais elevadas do que as normais. Ademais, os custos de supervisão e administração serão mais elevados, podendo existir ainda fatores institucionais ou legais que limitem a multiplicação dos turnos (ex.: proibições podem ser estabelecidas em posturas municipais, nos casos de indústrias localizadas em zonas urbanas e que provoquem muito ruído). Por isso, os turnos múltiplos somente são adotados quando o montante do investimento é muito elevado – ou seja, quando a redução dos custos fixos, decorrentes da multiplicação dos turnos, mais do que compensa eventuais elevações de custos variáveis – ou quando existem imperativos de natureza tecnológica (como nos casos de indústrias que utilizam processos contínuos de produção).

Em segundo lugar, a capacidade de um projeto, do ponto de vista técnico, é quase sempre a definida em função do seu capital fixo, enquanto que, do ponto de vista econômico, o que é relevante é a plena utilização de todos os recursos investidos na empresa, inclusive o capital de trabalho que seria necessário para que os equipamentos e instalações pudessem ser aproveitadas a 100% de sua capacidade.

Isso é especialmente verdadeiro naqueles casos de indústrias que utilizam matérias-primas de oferta sazonal ou que, alternativamente, atendem a um mercado de procura estacional. Aqui, a redução de custos de capital fixo, pela mais intensa utilização de equipamentos e instalações, pode muito bem ser neutralizada por um aumento nos custos de capital de trabalho, em função da manutenção de elevados estoques de matérias-primas ou de produtos acabados.

2. O tamanho ótimo

Conceituação O objetivo do estudo de tamanho de um projeto é a determinação de uma solução ótima que conduza aos resultados mais favoráveis para o projeto, em seu conjunto. Esta solução ótima poderá ser alcançada através da escolha, entre várias alternativas, daquele tamanho que assegure:

a) a mais alta rentabilidade, ou a maior diferença entre custos e benefícios privados, do ponto de vista do empresário privado;

b) o custo unitário mais baixo possível, ou a maior diferença entre custos e benefícios sociais, do ponto de vista social.

No longo prazo e em condições excepcionais de competição perfeita,

conhecimento perfeito, mobilidade perfeita dos fatores e livre entrada de novas firmas no mercado, pode-se admitir que o ponto ótimo seja o mesmo, tanto do ponto de vista privado como sob o critério social.

Nessa hipótese, cada empresário consegue alcançar a máxima rentabilidade, através da expansão da produção até o ponto em que o preço do produto (que é equivalente à receita marginal) torna-se igual ao seu custo marginal de produção. Qualquer desse ponto – seja aumentando a produção em uma unidade, seja reduzindo a produção também para uma unidade – implicará diminuição da rentabilidade total.

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Ao mesmo tempo, em função dos ajustamentos de longo prazo na escala de fabricação, o conjunto de empresários que integram setor industrial considerado tenderá a ter o estoque de fábricas e equipamentos que assegurem a obtenção do total da respectiva produção industrial a um custo médio que é o mais baixo possível.

É provável, no entanto, que essa coincidência entre o ótimo privado e o ótimo social nem sempre se verifique, na prática.

Em primeiro lugar, dadas as imperfeições de mercado, o ponto de mais alta rentabilidade pode ser alcançado antes que o custo unitário seja o mais baixo possível.

Em segundo lugar, as limitações de capacidade, no curto prazo, podem implicar ausência daquela combinação ideal de fábricas e equipamentos que assegura a minimização dos custos unitários da produção total, combinação essa que somente poderá ser alcançada depois que os ajustamentos de longo prazo tiverem ocorrido.

Essas condições sugerem que a escolha do tamanho ótimo do projeto corresponde a um problema de longo prazo, não apenas em termos analíticos (do ponto de vista do que se considera longo prazo em teoria-econômica) como também em termos reais, no sentido de que se deve considerar tanto os preços e custos atuais como os preços e custos futuros.

Dado que a vida útil do projeto é de vários anos e existem variações no grau de utilização da capacidade instalada, em decorrência de flutuações da procura; há que considerar a maximização dos lucros (ou a minimização dos custos unitários) para todo o período de vida útil do projeto.

Em uma economia dinâmica, cuja procura cresce de forma acelerada, a implementação de um projeto deve considerar diversas alternativas de tamanho, face ao crescimento previsto para o mercado.

Limitações práticas do estudo

Na prática é pouco freqüente o exame exaustivo do problema, em função das

limitações impostas pelo mercado, pela tecnologia pelo financiamento e pela localização, que n,ao permitem a escolha entre muitas alternativas. Tamanho e mercado A magnitude do mercado estabelece um limite máximo para o tamanho do projeto. Neste particular, três hipóteses podem surgir, conforme o tamanho mínimo da fábrica seja maior que o mercado (o projeto não pode ser executado), igual ao mercado (o projeto é possível, mas pouco seguro, exigindo-se um cuidadoso estudo, posto que qualquer diminuição da procura pode afastar a estabilidade do empreendimento) ou menor que o mercado (o mercado não seria fator limitativo e o tamanho ótimo seria determinado em função de outros elementos). Conforme já observado anteriormente, deve ser considerado não apenas o mercado atual, como também o seu crescimento futuro, o que poderá justificar a implementação de um projeto que terá de início, capacidade ociosa. Tamanho e tecnologia Em função da natureza dos diferentes processos industriais, a tecnologia estabelece escalas mínimas de produção, abaixo das quais os custos seriam excessivamente altos. Os fornecedores somente fabricam tamanhos iguais ou superiores

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a esse mínimo. Assim como os mercado fixo limites máximos, a tecnologia determina os limites mínimos da escala da empresa. Por outro lado, em função da indivisibilidade de certos equipamentos e do interesse dos produtores de bens de capital em venderem conjuntos industriais com características de tamanho ótimo, não existe uma faixa contínua e ilimitada de tamanhos alternativos, mas um número restrito de opções técnicas, o que torna mais fácil, na prática, o problema da seleção do melhor tamanho. Tamanho e localização Os problemas de tamanho e localização estão estreitamente inter-relacionados. De acordo com a localização do projeto, tamanhos maiores podem implicar maiores custos de transporte, tanto na distribuição dos produtos, como na aquisição de matérias-primas. Isso é especialmente importante nas indústrias que dependem de matérias-primas que, pro serem perecíveis, demasiado volumosas ou pesadas, não podem ser transportadas a grandes distâncias (indústria de laticínios, madeira, de celulose e papel, etc.) Não basta também considerar apenas as condições de suprimento de matérias-primas e a disponibilidade de certos fatores como mão-de-obra, energia, etc. É conveniente também levar em conta o impacto do tamanho do projeto nos custos dos insumos e preços dos fatores. Fatores supostamente e baratos podem se tornar escassos e caros como decorrência da implementação de um projeto de grande porte. Tamanho e financiamento O tamanho está limitado também pelas possibilidades financeiras de empresa ou dos empresários, dados que maiores tamanhos implicam maiores investimentos de capital. Esta limitação pode ser de menor importância quando o projeto pode ser realizado por etapas e há perspectivas de reinversão dos lucros. Ou, ainda, quando há fácil acesso ao mercado de capital ou a empréstimos de bancos estatais de desenvolvimento. Outros fatores Além disto, a limitação na disponibilidade de certos insumos e a escassez de pessoal técnico e de administração podem constituir outros fatores restritivos de tamanho do projeto. Por outro lado, o pode ser afetado ainda pela política de desenvolvimento do país (prioridade para certas indústrias básicas, programas de desenvolvimento regional, etc.) e por considerações de natureza não-econômica (indústrias de importância estratégica, etc.). Tamanho mínimo e tamanho máximo Considerados todos esses fatores, a escolha do tamanho fica limitada a uma faixa relativamente restrita de opções. Essa faixa tem um limite superior que é fixado pelo mercado atual ou potencial e um limite inferior determinado por razões econômicas ou tecnológicas.

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Do ponto de vista econômico, o tamanho mínimo depende dos preços de mercado do produto considerado, no sentido de que somente serão consideradas alternativas d tamanhos cujos custos médios sejam iguais ou inferiores a esses preços. Em uma economia aberta, o tamanho mínimo é fixado, assim, pelo preço do produto importado. Do ponto de vista tecnológico ou de engenharia. O tamanho mínimo está condicionado pela disponibilidade de equipamentos e conjuntos industriais, no mercado de bens de capital. Isto porque os fabricantes de bens de capital somente fornecem esses equipamentos a partir de certos tamanhos mínimos tecnologicamente definidos. O problema pode ser ilustrado com o gráfico abaixo.

GRÁFICO

TAMANHO MÁXIMO, TAMANHO MÍNIMO E TAMANHO ÓTIMO

Considerada a curva de custo médio e o preço do produto importado representados no gráfico, a escolha do tamanho ótimo deverá ser feita entre limite mínimo Q1, a partir do qual a produção interna passa a ser competitiva com os produtos importados, e um limite máximo, Q6, que corresponde à maior dimensão de mercado que se pode prever durante a vida útil do projeto. Essa faixa de escolha fica ainda mais restrita quando consideramos que não podemos adquirir um conjunto industrial com capacidade inferior a Q2 e que as nossas possibilidades de financiamento não nos permitem contemplar uma escala de produção seja superior a Q5. Admitidas certas hipóteses de taxa de desconto e de ritmo de crescimento do mercado, o tamanho ótimo estará situado num ponto intermediário entre o mercado atual (Q3) e o mercado futuro (Q6), ou em Q4, por exemplo.

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LOCALIZAÇÃO

1. Introdução

Além de decidir sobre o que, como e quando produzir, o empresário se defronta, também, com o problema de onde produzir.

Introduz-se, assim, no processo decisório, a variável distância e a análise dos fatores que condicionam a distribuição espacial da atividade econômica. Abordagem do problema

Na evolução da teoria da localização industrial tem-se observado duas tendências principais. De um lado, a abordagem de equilíbrio parcial, ou a teoria clássica dos custos mínimos de transportes, associada a WEBER, PALANDER e HOOVER, que se preocupa com a minimização dos custos de transporte, em condições de demanda constante, desprezando os aspectos de interdependência locacional das empresas. Do outro, a abordagem de equilíbrio geral, associada a LOSCH, que considera a interdependência locacional das firmas, as variações de demanda e a determinação de áreas de mercado para indústrias localizadas em diferentes pontos geográficos.

O primeiro enfoque pressupõe competição perfeita, abstrai variações de demanda e considera especialmente as variações locacionais de custos, com vistas a definir a localização que assegura custos mínimos.

O segundo enfoque admite a existência de competição imperfeita (cada produtor tem um controle monopolístico sobre a parcela de mercado que ele pode suprir a preços mais baixos que os seus competidores), abstrai diferenças locacionais de custos e analisa principalmente como a demanda se modifica de um lugar para outro e como a localização de uma firma é afetada pela localização das demais firmas.

Para os nossos propósitos de definição de uma metodologia ou roteiro que orienta a seleção do melhor local para implementação de um projeto específico, a abordagem deve ser necessariamente do tipo parcial, “enfocando-se apenas uma ou algumas poucas relações selecionadas, que podem ser então exploradas com maior atenção para os seus detalhes realísticos, enquanto os demais elementos são considerados como dados”.

Mesmo porque, conforme assinala LOSCH, “não há nenhuma solução inequívoca e científica para o problema de localização, mas somente uma solução prática: a do método de tentativa e erro” ou de aproximações sucessivas. Localização ótima

A localização ótima é aquela que assegura a maior diferença entre custos e benefícios, privados ou sociais. Vale dizer, a melhor localização é a que permite obter a mais alta taxa de rentabilidade (critério privado) ou o custo unitário mínimo (critério social).

Conforme já assinalado no capítulo anterior, pode-se esperar que, no longo prazo e em condições excepcionais de competição perfeita, conhecimento perfeito, mobilidade perfeita e livre entrada de novas firmas no mercado, a localização ótima venha a ser a mesma, tanto do ponto de vista privado como social. Todavia, são válidas aqui também as mesmas observações do Capítulo sobre Tamanho (III, item 2) no que se refere a

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existência de imperfeições de mercado e á conveniência de analisar o problema também de um ponto de vista dinâmico.

2. Forças locacionais

A escolha de localização está condicionada pelo comportamento e influência das

forças locacionais, assim consideradas as variáveis que determinam ou orientam a distribuição geográfica das atividades econômicas e as suas características de concentração e dispersão, em relação à base física da economia de um país ou região.. Custo de produção e custo de transferência

Para identificar essas forças locacionais, consideramos a estrutura de custos de um projeto, de ponto de vista de duas alternativas de localização. Nesse particular o processo produtivo pode ser desdobrado em pelo menos 4 operações:

1) aquisição de matérias-primas e insumos; 2) transporte dessas matérias para o local de processamento; 3) processamento industrial; e 4) transporte dos produtos acabados para os mercados. Em termos especiais, essas operações podem ser realizadas em três pontos

geográficos distintos, a saber (Ver gráfico XIII). 1) fontes de matérias-primas, 2) local de processamento e áreas de mercado.

O fluxo visualizado no diagrama anterior permite identificar dois tipos principais

de custos: 1) custos relacionados com a transferência de matérias-primas – das fontes supridoras para local de processamento – e de produtos acabados – da zona de processamento para áreas de mercado; e 2) custos de aquisição e matérias-primas, insumos e serviços de fatores.

As forças locacionais podem ser definidas então em função da influência que diferentes localizações podem ter sobre esses dois tipos de custos. Obviamente, os custos de transferência serão os mais sensíveis às alterações nas hipóteses alternativas de localização, que implicam em alterações das distâncias que terão de ser percorridas entre os diferentes pontos geográficos do diagrama indicado; Os demais custos também poderão ser afetados pelas alterações de localização e, na medida em que o forem, poderão ser classificados como forças locacionais. 3. Tipos de Orientação Locacional

Face a análise da influência desses fatores sobre a localização de diferentes indústrias, estas podem ser classificadas como:

a) orientadas para as fontes de insumos: i. matérias-primas;

ii. energia; iii. mão-de-obra;

b) orientadas para o mercado dos produtos; c) orientadas para pontos intermediários entre a e b; d) de localização independente. As indústrias são orientadas ou para o mercado dos produtos ou para as fontes de

suprimento dos insumos, especialmente matérias-primas, conforme seja mais

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conveniente a localização num ou noutro sentido, considerada a alternativa que permite minimizar a conta de fretes (e abstraída, por enquanto, a influência de outros fatores).

Em certas circunstâncias, notadamente quando entre a fonte de matérias-primas e o mercado não existe um fluxo contínuo de transportes, gerando a necessidade de transbordos e baldeações, ou quando interferem outros fatores, a localização ótima pode situar-se em um ponto intermediário relativamente ao mercado e fonte de matérias-primas.

Se a disponibilidade e os custos de mão-de-obra são de importância decisiva para a localização de um indústria, diz-se que esta é orientada para a mão-de-obra.

Quando nenhum desses fatores é predominante, a indústria é de localização independente. Orientação para a matéria-prima

De modo geral, são orientadas para a matéria-prima aquelas indústrias que estão sujeitas a uma ou a alguma das condições abaixo referidas:

a) elaboram materiais brutos (weight losing materials), que durante o processamento industrial sofrem substancial perda de peso, por combustão ou desperdício. É o caso, por exemplo, da indústria siderúrgica, em que são necessárias cerca de 4 a 5 toneladas de matéria-prima por tonelada de aço produzido, das indústrias açucareiras, de papel e celulose, de beneficiamento de fibras vegetais, e das indústrias que consomem grande quantidade de combustíveis, porque o peso destes não se incorpora ao peso do produto final (cimento, vidro, nitratos sintéticos, etc.). Este é o caso que o “índice de material” de Weber (peso da matéria-prima / peso do produto final) é maior que 1. b) processam materiais que embora não percam peso no processo produtivo se transformam em mercadorias de mais fácil transporte quando sob a forma de produtos semi-elaborados é o caso da indústria de descaroçamento e enfardamento de algodão, que tende a localizar-se junto às fontes de matérias-primas, porque é muito mais fácil transportar o algodão em pluma, enfardado, do que o algodão em rama. c) utilizam matérias-primas perecíveis que não podem ser transportadas a grandes distâncias, como laticínios, frutas, pescado, carne. d) dependem do suprimento de matérias-primas localizadas, que somente podem ser encontradas em áreas geográficas definidas, como o fosfato, o cobre, e os produtos minerais e agrícolas em geral. e) usam matérias-primas de baixo valor específico, ou em função da elevada incidência dos custos de transporte (ct) sobre o valor da matéria-prima (Vm), são obrigadas a localizar-se junto às fontes destas. Vale dizer, considerada a alternativa de localização junto ao mercado, o índice ct/Vm seria excessivamente elevado.

Orientação para o Mercado

Em sentido contrário, tendem a orientar-se para o mercado as indústrias que:

a) elaboram materiais puros, que não perdem peso, durante o processo industrial, como seria o caso do outro utilizado n fabrico de jóias; ou ainda noutros casos, os materiais ganham peso, no decorrer desse processo, como

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ocorre na fabricação do ácido sulfúrico, em que são necessárias apenas 32 t de enxofre por 100 toneladas de produto final. b) produzem mercadorias perecíveis, como pão, gelo, leite pasteurizado, etc; c) utilizam materiais ubíquos, que podem ser encontrados praticamente em qualquer região, como água e o calcário (ex.: refrigerantes, cerveja, cerâmica de tijolo, etc.); d) fabricam bens de baixo valor específico, no sentido de que a incidência dos custos de transportes (ct) no valor unitário do produto final (Vt) é excessivamente elevada; e) apresentam a característica de que o transporte de seus produtos acabados é mais complicado e difícil ou mais caro que o transporte de suas matérias-primas (exemplo: indústria de móveis de madeira e indústrias metalúrgicas em geral), ou se dirigem a uma clientela eu exige atendimento rápido (circunstância que se acentua quando já existem competidores instalados junto ao mercado) ou é influência por mutações bruscas de estilo, desenho ou moda.

Um caso especial de orientação para o mercado é o das chamadas industriais metropolitanas, que, por sua natureza, tendem a localizar-se junto aos grandes centros metropolitanos, porque:

a) procura do produto depende do prestígio da cidade em que é fabricado, como é o caso dos artigos de moda ou de consumo conspícuo – confecções de luxo, perfumes, etc; b) a indústria necessita de uma infra-estrutura cultural que somente é encontrada nas grandes cidades – indústria editorial e gráfica, teatral, cinematográfica, etc.

Localização Independente ou Especial

Na medida em que as matérias-primas e produtos finais têm um alto valor específico, as indústrias se caracterizam como de localização independente, em relação ao fator transporte.

A indústria de produtos óticos ou de instrumentos de precisão, por exemplo, porque produz bens que têm alta relação valor/peso e porque os custos de transportes representam uma percentagem muito pequena do custo total, é mais ou menos independente com relação à alternativa de localização junto a mercados ou fontes de matérias-primas. Neste caso, os demais fatores locacionais, notadamente o fator mão-de-obra, tendem a ter uma importância decisiva.

Por outro lado, se dividirmos todos as indústria em 3 grupos – de processamento primário, de beneficiamento intermediário e de acabamento final – poderemos observar, de um modo geral, que as primeiras tendem a localizar-se junto as matérias-primas e as últimas junto aos mercados. Já as industrias d beneficiamento intermediário se caracterizam por relativa independência locacional, sendo o que se chama em inglês de “foot-loose industries”.

Conforme assinala HOOVER, “parece que os bens que se transformam em qualquer tipo de produto final assumem suas formas mais facilmente transportáveis (no sentido de facilidade de transporte físico e simplicidade de troca comercial) nos estágios intermediários de produção. Os estágios iniciais sempre envolvem redução de volume, preservação, classificação, padronização, ou elevado consumo de combustíveis, de modo que os produtos resultantes são mais facilmente transportados e vendidos do que os manuseios de bens geralmente envolvem diferenciação, subdivisão de materiais recebidos em lotes menores, maior volume, maior valor em relação ao peso e maior

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perecibilidade, tanto em termos física como cara que os materiais de que eles foram feitos”. Finalmente, certas indústrias que produzem artigos de baixa relação valor/peso têm que localizar-se ao mesmo tempo junto aos mercados e as fontes de matérias-primas. Ex.: cerâmica de tijolos e telhas. O mesmo acontece com indústrias cujas matérias-primas e produtos finais são igualmente perecíveis. Ex.: industria de leite pasteurizado. Já determinados os projetos, por sua natureza, estão necessariamente vinculados a uma certa localização – projetos de mineração, irrigação, aproveitamento hidrelétrico, etc. Noutros casos, a localização é decidida, a priori, por considerações de natureza política ou em atenção a necessidades mais ou menos óbvias, como é o caso da localização de aeroportos, portos, etc.

Orientação para o Mercado

Na prática, a determinação da localização de um projeto específico vai depender de uma análise ponderada de todos os fatores de mercado, tamanho, custo, etc., que influenciam em sua rentabilidade, de modo a descobrir-se aquela alternativa que assegure lucros máximos.

CUSTOS E RECEITAS

1. Introdução

Dentre as diferentes partes que integram qualquer projeto, o orçamento de custos e receitas é, sem dúvida, uma das mais importantes. Todos os elementos básicos do projeto-mercado, em termos financeiros, e sintetizados, de forma adequada, para um avaliação das repercussões econômicas do investimento que se pretende realizar. Com efeito, a preparação desse orçamento permite-nos estimar: a) a rentabilidade do projeto b) o seu ponto de nivelação (break-even point)

c) a importância relativa dos diferentes itens de custos, o que pode influenciar as decisões relativas a tamanho, localização e financiamento d) a contribuição do projeto para o aumento da renda nacional em termos do valor agregado bruto por ele gerado – o que é básico para avaliação macroeconômica.

Dados do orçamento Na estrutura do orçamento de custos e receitas devem ser considerados os seguintes elementos básicos:

a) preços x quantidades físicas dos diversos insumos = custos previstos b) preços x quantidades físicas dos produtos acabados = receitas esperada

c) possíveis alterações desses preços e eventuais flutuações da procura (e, em conseqüência, da utilização da capacidade instalada), que podem afetar os custos e receitas inicialmente estimados.

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Para montar esse orçamento, é necessário partir do programa de produção do projeto – no que se refere às receitas – e dos requisitos de insumos e mão-de-obra – para estimativa dos custos.

3. Orçamentos de Custos e Receitas

O orçamento de custos e receitas anuais do projeto pode ser estruturado de

acordo com o modelo do Quadro XI. Pressupõe-se aí que não ocorrem variações de nível de produção, de ano para ano (ou mesmo de um mês para outro), de modo que a estimativa dos custos e receitas para um determinado ano pode ser considerado típica ou representativa de toda a vida útil do projeto.

A partir desse orçamento anual, podem ser calculados os custos e receitas mensais, os custos unitários, o ponto de nivelação e outros índices relevantes para avaliação.

Na hipótese de serem previstas variações na utilização da capacidade instalada – como, por exemplo, quando há capacidade ociosa, nos primeiros anos, por insuficiência da procura – é conveniente elaborar um orçamento de custos e receitas para cada ano ou para cada alternativa de utilização dessa capacidade. Neste caso, será necessário utilizar métodos de equivalências financeiras para tornar homogêneas, no tempo, as séries desuniformes de custos e receitas anuais, ao longo da vida do projeto.

INVESTIMENTO

O estudo do investimento de um projeto tem por objetivo estimar o total de

recursos de capital que serão necessários para a sua realização. O estudo é de grande importância no conjunto dos elementos necessários à elaboração e avaliação do projeto, pois em função de estimativa dos investimentos é que serão estruturados os esquemas de financiamento do projeto e, em conseqüência, avaliados os seus custos de capital, a sua rentabilidade, em termos privados, e a sua prioridade, do ponto de vista macroeconômico.

1. Definições básicas

Podemos definir como investimento qualquer aplicação de recursos de capital com vistas à obtenção de um fluxo de benefícios, ao longo de um determinado período futuro.

Do ponto de vista financeiro, o investimento corresponde a uma “imobilização” de recursos no sentido de que estes são aplicados com o objetivo de permanecerem investidos na atividade selecionada por um período de tempo relativamente longo.

Gastos de Investimento vs. Custos de Produção

Na estruturação dos custos e necessidades de investimentos de um projeto, uma distinção deve ser feita em primeiro lugar entre gastos de investimento e custos de produção. Como ambos representam fluxos de caixa ou desembolsos de recursos, algumas vezes podem surgir dificuldades na classificação dos gastos entre essas duas categorias.

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À primeira vista, poderíamos identificar como gastos de investimento todos aqueles realizados no período de implementação do projeto, enquanto seriam considerados custos normais de produção os gastos efetuados no período de funcionamento.

A adoção desse critério é perfeitamente aceitável quando as fases de instalação e funcionamento de um projeto estão perfeitamente delimitadas. Todavia, nem sempre isso ocorre. Em determinadas circunstâncias podemos ter projetos em que a fase de implementação se superpõe à fase de funcionamento, durante um certo período.

Por isso não podemos fugir a uma definição econômica cujos efeitos se refiram a toda a vida do projeto; custos de produção seriam então aqueles dispêndios que podem ser imputados a um período específico da vida do projeto.

De um modo geral, os gastos de investimento estão relacionados com a aquisição dos fatores considerados fixos – terrenos, equipamentos, edifícios. Em sentido contrário, os custos de operação estão associados à aquisição dos fatores considerados variáveis – mão-de-obra, transportes, energia, etc.

Os gastos com fatores fixos determinam a capacidade instalada do projeto, os gastos com fatores variáveis, por sua vez, condicionam o nível de utilização dessa capacidade.

Capital fixo e Capital de trabalho

Em segundo lugar, há uma tendência para considerar como investimento apenas aqueles gastos que deverão integrar o ativo fixo da empresa – capital fixo, negligenciando-se não raro a estimativa das necessidades de capital de trabalho do projeto.

Do ponto de vista estritamente físico ou material, há uma distinção evidente entre capital fixo e capital de trabalho, no sentido de que o primeiro corresponde a uma imobilização de recursos na aquisição de um conjunto de bens que não se espera venha a ser objeto de transações correntes da empresa, enquanto o segundo corresponde à aplicação de recursos na aquisição exatamente aos bens que deverão constituir o objeto das transações normais da empresa.

Ademais, o ativo fixo está constituído por uma série de itens que não mudam de forma física, ao longo de um ciclo produtivo, enquanto que os elementos que compõem o capital de trabalho estão permanentemente “circulando”; vale dizer, correspondem a recursos de caixa que são transformados em estoques de matérias-primas e materiais secundários, os quais, por sua vez, são incorporados em estoques de produtos acabados e títulos em carteira até que, ao completar-se o ciclo produtivo, são novamente transformados em recursos de caixa.

Todavia, se essa circulação é permanente, ou seja, se se pretende que a empresa deve continuar a operar normalmente, os recursos aplicados em capital de trabalho estão, do ponto de vista financeiro, tão imobilizados quanto os recursos aplicados em capital fixo. Entendemos aqui como “circulação” o processo de transformação de recursos de caixa em bens do ativo fixo ou do capital de trabalho e a posterior transformação desses bens novamente em recursos de caixa.

A rigor, portanto, podemos dizer que a distinção fundamental entre capital fixo e capital de trabalho diz respeito às suas respectivas velocidades de circulação. O capital de trabalho circula dentro de um período curto (2 a 4 meses, por exemplo), enquanto que o capital fixo circula em um período bem mais longo (em projetos industriais, por exemplo, dez anos ou mais tempo necessários para a recuperação do investimento fixo realizado).

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FINANCIAMENTO

Objetivos do Estudo

O estudo de financiamento do projeto tem por objetivo determinar a viabilidade e otimização do seu esquema financeiro, envolvendo os seguintes aspectos:

a) levantamento das possibilidades de captação de poupança na escala e no ritmo necessários para a realização dos investimentos previstos; b) definição da combinação ótima dos recursos a serem levantados, tendo em conta as suas diferentes características de adequação, custos, risco e efeitos sobre o controle e a flexibilidade de operação da empresa. Com relação ao primeiro aspecto, o estudo de financiamento do projeto é a

contrapartida do se programa de investimento; este indica os usos dos recursos; aquele aponta as respectivas fontes. Ademais, o exame da viabilidade financeira, na fase de implantação, é complementado com uma avaliação dessa viabilidade na fase de funcionamento, particularmente no que se refere a capacidade de o projeto gerar internamente as poupanças necessárias para a amortização dos empréstimos que devem ser obtidos.

O segundo aspecto diz respeito à minimização dos custos de capital ou estruturação de um esquema financeiro que assegure os melhores resultados para o projeto, em seu conjunto, considerados não apenas os fatores estritamento econômicos (custo, etc.) como também aqueles de natureza administrativa (efeito sobre o controle da empresa, etc.0ou de avaliação subjetiva (risco, aversão ou endividamento, etc.).

O problema de financiamento está estritamente relacionado com os problemas de:

a) organização: a forma de capitação de recursos condiciona o tipo de organização da empresa (firma individual, sociedade em nome coletivo, sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima); b) tamanho e tecnologia: a insuficiência de recursos pode limitar a escala e o grau de mecanização do projeto; c) custos: a forma de financiamento determina os custos de capital; d) avaliação: o valor total dos capitais investidos na realização do projeto é um dos dados básicos para a estimativa dos índices de rentabilidade privada e produtividade social.

Fontes de Recursos, Internos e Externas

Os recursos para financiamento dos projetos provêm de fontes internas e externas, a saber:

Lucros retidos ou não distribuídos Recursos próprios Internas depreciação (ou de Participação) Reservas exaustão Outras reservas

vendas de ações no ordinárias

mercado de capitais preferenciais

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Externas Bancos privados Recursos Bancos estatais Alheios Empréstimos de bancos internacionais (ou de Empréstimo) Fornecedores de equipamentos Somente existem fontes internas quando se considera um projeto de expansão ou

modernização de empresa já existente. As fontes internas estão relacionadas com a poupança bruta (e não líquida) ou

com as receitas de caixa grande geradas pela empresa e por isso incluem, além dos lucros retidos, as reservas de depreciação e outros fundos e previsões. Obviamente, esses recursos somente poderão ser considerados como fontes de financiamento se estiverem disponíveis em forma de caixa ou de ativos realizáveis a curtíssimo prazo; vale dizer, se não estiverem já comprometidos com outros tipos de investimentos.

Os lucros retidos (ou lucros suspensos ou não distribuídos) correspondem à parcela dos lucros líquidos totais (descontadas e depreciação e as reservas) que sobra, após o pagamento dos impostos e dividendos.

A disponibilidade de fontes internas depende, portanto, da rentabilidade da empresa e de sua política de distribuição de dividendos, formação de reservas e reinversão de lucros.

As fontes externas podem ser de dois tipos, conforme representem aportes novos de capital próprio, diretamente (como quando uma empresa por quotas obtém um novo sócio) ou através do mercado de capitais, ou correspondem a capitais ou correspondem a capitais alheios mobilizados pela empresa, sob a forma de empréstimos de longo prazo. Capital Próprio e Capital de Empréstimo

O capital próprio da empresa compreende a soma das contribuições dos seus sócios ou acionistas. Estes fazem um aporte de fundos, sem prazo determinado, nem garantia de rendimentos (salvo no caso das ações preferenciais), mas com o direito de controle e gestão da empresa.

Esse capital pode ser aumentado mediante aporte recursos novos, da parte dos acionistas (recursos que, neste caso, são considerados de fontes externas), ou através da reinversão dos lucros não distribuídos (fontes internas).

O capital próprio da empresa pode estar representado por ações ordinárias ou preferenciais.

As ações preferenciais se distinguem das ordinárias porque têm assegurada prioridade na distribuição dos dividendos e no resgate do capital, em caso de liquidação da empresa.

O capital de empréstimo ou alheio pode assumir as seguintes formas: a) crédito obtido de bancos de fomento, corporações financeiras ou instituições de desenvolvimento, nacionais ou estrangeiras; b) créditos obtidos do público em geral, através da colocação de bônus e obrigações no mercado de capitais (bônus hipotecários, debêntures, etc.);

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As obrigações ou bônus são instrumentos de crédito que contêm a promessa de pagamento de uma determinada importância, em dinheiro, ao fim de certo prazo, e além disso, a promessa adicional de pagamento periódico de juros, também em datas predeterminadas.

Os capitais próprios se diferenciam dos capitais alheios ou de empréstimo basicamente em função das seguintes características.

a) vencimento: o capital próprio não tem data de vencimento, enquanto o capital de empréstimo deve ser devolvido aos credores dentro do prazo estipulado; b) direitos sobre lucros – envolvendo os aspectos de prioridade, certeza e valor da exigibilidade, a saber: - prioridade do direito, já que os direitos dos credores têm prioridade sobre os direitos dos acionistas, da mesma forma que os portadores de ações preferenciais têm prioridade sobre os portadores de ações ordinárias; - certeza e valor da exigibilidade; as amortizações e juros recebidos pelo credor constituem um direito líquido e certo e o seu valor foi previamente determinado, enquanto os dividendo dos acionistas são fixados pela Diretoria para cada exercício e o seu direito ao resgate de parte do capital somente pode ser apurado residualmente, quando da liquidação da empresa; c) direito sobre o ativo – os direitos dos credores sobre o ativo da empresa também têm sempre prioridade sobre os dos proprietários; d) direito de voto na administração – os credores, ao contrário dos acionistas, não têm o direito de voto na administração. Em contratos de grande vulto, os credores podem introduzir algumas restrições e limitações à administração da empresa; é provável, no entanto, que essas restrições somente se tornem efetivas se a empresa não cumprir os compromissos pactuados.

Vantagens e Desvantagens do Financiamento com Empréstimos

A escolha de uma combinação ótima de recursos próprios e de empréstimo para financiamento do projeto depende da disponibilidade e custos alternativos desses recursos e da consideração de diversos fatores de adequação, risco e efeito sobre o controle e a flexibilidade de administração da empresa.

O financiamento com recursos de empréstimo, por exemplo, apresenta as seguintes vantagens:

a) menor custo de capital, na medida em que a taxa de juros a ser paga nos empréstimos é menor que a taxa de dividendos a ser assegurada aos novos acionistas (além dos custos de emissão, deságio, comissão de “underwriting” e taxas de corretagem necessários para a colocação das novas ações); isso é especialmente verdadeiro no caso de os empréstimos serem concedidos a taxas de subsídios, como ocorre em países sujeitos à inflação e que não adotam sistemas de correção monetária; b) manutenção do controle de empresa, dado que a obtenção do empréstimo não exige que o acionista majoritário partilhe o seu direito de voto com novos acionistas; em empréstimos de grande vulto ou elevado risco (como no caso de a empresa encontrar-se em situação difícil) pode ocorrer, no entanto, que os credores exijam participação na administração da empresa; c) vantagens físicas, dado que os juros podem ser deduzidos da renda tributável, enquanto os dividendos não o são ;

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Obviamente, se forem consideradas apenas essas vantagens, cada empresa

procurará obter o máximo de capital de empréstimo. Isso não ocorre, porém, em função das seguintes limitações ou desvantagens:

a) a disponibilidade de crédito não é infinita e quase está condicionada pelo esforço de levantamento de recursos próprios para o projeto (o Banco do Nordeste do Brasil, por exemplo, em seu programa de crédito industrial, somente concede empréstimos até o limite de 50% do investimento total da empresa); b) os prazos dos empréstimos podem não ser adequados às necessidades financeiras do projeto; c) a rentabilidade do projeto pode não ser suficiente para garantir a amortização da dívida, com margens razoáveis de segurança; d) a obtenção de capital de empréstimo aumenta o risco do empreendimento, dado que o juro corresponde a uma carga fixa que deve ser paga de qualquer maneira, haja lucro ou não – o que não ocorre com os dividendos; e) a prestação de garantias reais e o atendimento de certas exigências dos credores (proibição de obtenção de novos empréstimos, limitações de distribuição de lucros e dividendos) pode limitar o poder de endividamento da empresa e restringir a flexibilidade de sua administração financeira.;

Quadros de fontes e Usos

Uma vez quantificadas todas as necessidades de investimentos do projeto e identificadas as respectivas possibilidades de financiamento, torna-se necessário ordenar e sistematizar essas informações através da estruturação de quadros de fontes e usos de recursos.

Para os nossos propósitos, é conveniente distinguir três tipos diferentes de quadros:

a) fontes e usos: instalação, que representam um resumo do programa de investimentos e do esquema de financiamento, desde o início da montagem até o ponto em que a empresa está em condições de funcionar normalmente: b) fontes e usos no funcionamento que, em realidade, compreendem: i. uma estimativa do orçamento de custos e receitas;

ii. uma estimativa da capacidade de pagamento do projeto, isto é, da sua capacidade de produzir suficiente poupanças que garantem a amortização do empréstimo obtido, no período previsto.

Os quadros do item a acima correspondem a uma projeção de balanço da empresa, cujo ativo registra os usos dos recursos, enquanto o passivo identifica as suas fontes. Já os quadros do item b representam uma projeção da conta de lucros e perdas, para quantificação do saldo ou da renda residual de que se poderá dispor para amortizar empréstimos ou remunerar acionistas. Todos esses elementos estão estritamente inter-relacionados e poderão ser englobados em um único quadro, mas, para fins didáticos, é conveniente fazer essa separação. Considerando um determinado projeto de ampliação de uma empresa existente, o seu esquema de fontes e usos na instalação poderia incluir os seguintes itens (levando-se em conta apenas os novos investimentos):

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Os totais de fontes e usos podem ser distribuídos por vários períodos, de acordo

com o calendário de inversões e o esquema de financiamento respectivo. O que chamamos fontes e usos no funcionamento nada mais é que uma projeção

dos custos e receitas anuais e, em função desse orçamento, uma projeção da capacidade de pagamento do projeto, ou seja, de sua capacidade de formação de poupanças.

A estimativa da capacidade de pagamento é especialmente importante quando existem empréstimos de longo prazo, dado que o serviço de amortização desses empréstimos depende dessa capacidade.

O item referente ao orçamento de custos e receitas já foi examinado no Capítulo VI; em conseqüência, somente examinaremos aqui a forma de calcular a capacidade de pagamento.

Capacidade de Pagamento

O elemento básico necessário para estimar a capacidade de pagamento de um projeto, é o rédito financeiro total, ou os resultados totais, vale dizer, a diferença entre custos e receitas, de acordo com o orçamento respectivo.

Uma vez obtido esse dado, consoante a metodologia sugerida no Capítulo VI (Orçamento de Custos e Receitas), torna-se necessário fazer alguns ajustamentos para

FONTES

a. Externas 200

I. Aumento de Capital 100

II. Empréstimo de prazo médio ou longo 100

1. Debêntures 25

2. BNDE 50

3. Outros recursos 25

b. Internas 50

III. Lucros não Distribuídos 20

IV. Reservas 30

c. Total das FONTES 250

USOS

d. Capital Fixo 200

I. Terrenos 30

II. Contruções 60

III. Equipamentos 70

IV. Veículos 25

V. Móveis e Utensílios 10

VI. Outros 5

e. Capital de Trabalho 50

f. Total de USOS 250

Cr$ milhões

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calcular o lucro tributável e, em função deste, o lucro líquido; a partir desse ponto, estima-se então a capacidade de pagamento.

Para esse fim, o seguinte procedimento deve ser utilizado: a) agregar ao rédito o valor dos juros sobre capital próprio. Esses juros correspondem a custos imputados e não representam desembolsos efetivos, constituindo, assim, um acervo líquido com que se pode contar para amortização do empréstimo. Além disso, os juros imputados não são considerados custos, de um ponto de vista fiscal, tornando-se necessária a sua adição ao rédito, para que se possa encontrar o valor do lucro operacional; b) ao lucro operacional deve ser agregado o lucro ou prejuízo não operacional e o saldo da correção monetária, para obter-se o lucro tributável ou resultado antes do imposto de renda; c) do lucro tributável devem ser deduzidas a provisão para o imposto de renda, as participações de debêntures, partes beneficiárias, empregados e administradores e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, para encontrar-se o lucro líquido; d) do lucro líquido devem ser subtraídos os valores correspondentes à reserva legal (5% do lucro líquido, obrigatoriamente, até alcançar 20% do capital social) às reservas estatuárias (definidas nos Estatutos das empresas)ou reservas para contingências (criadas pela Assembléia Geral) e o dividendo obrigatório (fixado nos Estatutos ou, na emissão destes, definido por lei em 25% do lucro líquido), para encontrar-se o lucro a distribuir, cuja destinação será definida pela Assembléia Geral. O saldo remanescente, aqui definido como lucro e distribuir, poderá ser

utilizado para a distribuição de dividendos em montante superior ao mínimo definido em lei ou nos Estatutos ou para o reforço do capital da empresa. Ou poderá, ainda, ficar retido em uma conta de lucros acumulados (ou lucros suspensos, na terminologia da antiga lei das S.A).

A capacidade de pagfamento será dada pela soma de todos os recursos líquidos que estejam disponíveis para amortização de eventuais empréstimos, ou seja,

Capacidade de pagamento = reserva legal + reservas estatutárias + reservas para contingências + fundos de depreciação + lucros acumulados

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Técnicas para análise de alternativas de investimento

Introdução Vários são os métodos de avaliação de investimentos (ou métodos de orçamento de capital) destacados na literatura. A utilidade desses métodos depende, basicamente, das informações que a empresa necessita para classificar uma operação como viável ou não. Normalmente, os que levam o valor do dinheiro no tempo são mais apropriados e apresenta maior amplitude de análise. Entretanto, necessidades específicas podem fazer com que outros sejam mais adequados. Antes da abordagem dos métodos em si, faz-se necessária à definição do que convencional denominar de investimentos. De acordo com SANVICENTE (1999), os mesmos representam, normalmente, aplicações de recursos de longo prazo em ativos fixos, o que torna evidente a preocupação com o efeito do tempo sobre o valor do dinheiro. A conseqüência dessas aplicações é o investimento de saídas (geralmente, mas não necessariamente, no início do projeto) e entradas de recursos no caixa da organização. SANVICENTE (1999) expõe as principais explicações de recursos no longo prazo que estão sujeitas à utilização dos métodos de avaliação de investimentos. São elas: * Compra de uma nova máquina; * Substituição de um equipamento por outro; * Construção de uma nova fábrica; * Lançamento de um novo produto; * Decisões entre alugar e comprar; entre outras; GITAMN (1997) complemente dizendo que existem outras formas de dispêndio de capital que são difíceis de avaliar, pois geram retornos intangíveis, como é o caso de instalação de sistemas de controle de poluição e/ou de segurança (requisitados pelo governo). O autor especifica, ainda, as etapas do processo de orçamento de capital (ou análise de investimento), quais sejam: Ø Geração de propostas: as propostas para dispêndio de capital são geradas,

normalmente, na administração superior da empresa, uma vez que essa tem o papel principal de propor e alternativas para o desenvolvimento da instituição.

Ø Avaliação e análise: o setor financeiro tem a incumbência de avaliar as propostas de dispêndio de capital na empresa, tomando como base os objetivos da entidade e a viabilidade econômica do projeto. Essa etapa consiste, basicamente, no que vais ser analisado neste típico da disciplina (determinação do fluxo de caixa e técnicas de análise de investimento).

Ø Tomada de decisão: após a proposta de investimento de recursos ser analisada, o setor financeiro deve encaminhar um relatório, explicitando o resultado dos trabalhos de avaliação, à administração, responsável pela decisão de investir ou não em determinado projeto.

Ø Implementação: é a fase operacional do processo de investimento (ou de orçamento de capital), em que os recursos aprovados são efetivamente investidos e o projeto começa a apresentar resultados.

Ø Acompanhamento: esses resultados, por sua vez, devem ser monitorados, com o objetivo de verificar se os valores estimados estão próximos aos realmente obtidos (se estiverem diferentes, medidas devem ser tomadas para corrigir o rumo do projeto).

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Nesse sentido, os principais métodos para análise dos diversos tipos de investimento que serão abordados nesta seção são: Período de Payback, Taxa Média de Retorno, Valor Presente líquido e Taxa Interna de Retorno. Antes, porém, alguns comentários devem ser feitos sobre a base de dados para a aplicação desses métodos: os fluxos de caixa potencialmente originados pelos projetos em análise.

1. Fluxos de caixa As operações que geram fluxos de caixa mensuráveis são o alvo principal das técnicas de orçamento de capital. E esses fluxos, conforme comentado, são à base de informações para determinação da viabilidade ou não do projeto. Portanto, sua correta projeção é de vital importância para o sucesso da análise. Os investimentos implicam, geralmente, em saídas iniciais de caixa e posteriores entradas (seja através de receitas ou redução de custos). Contudo, isso pode não acontecer, como no caso da utilização de um maquinário adquirido através de leasing, em que há o pagamento periódico do aluguel do equipamento e a possibilidade concreta de compra do mesmo no final do período pré-estabelecido. Nesse sentido, SANVICENTE (1999) define os quatros tipos básicos de fluxo de

caixa: a) Despesas e Investimentos – gastos incorporados ao ativo fixo da empresa, que envolvem custo de ativos mais as despesas de instalação porventura existentes (sujeitos a depreciação ou amortização); b) Despesas Operacionais – custos necessários ao funcionamento normal do projeto; c) Receitas Operacionais – resultado do projeto (vendas de produtos ou serviços); d) Valor Residual – valor de liquidação do investimento (deve ser considerado no último período do projeto). Dentre as despesas operacionais, a depreciação, calculada quando o projeto envolve ativos fixos, deve ser excluída, uma vez que não representa saída efetiva de numerário. Já as receitas não obtidas, ou reduzidas, com a opção de investimento devem ser levadas em consideração. É o chamado custo de oportunidade . Por exemplo, os recursos utilizados em um projeto poderiam ser empregados em outras modalidades de ativos (financeiros, normalmente) que apresentam determinada taxa de rendimento. A receita potencial perdida com o emprego do dinheiro em outra atividade deve ser considerada como despesa na avaliação do investimento (uma vez que diz respeito a um valor que, necessariamente, seria obtido com a não implementação do projeto). Do mesmo modo, a aceitação de um projeto pode implicar em redução de vendas de outros produtos, o que também deve ser considerado como despesa. Além dessas questões, SANVICENTE (1999) destaca outra que devem ser levadas em consideração na análise de qualquer tipo de investimento, são elas: * Os fluxos de caixa não devem corresponder a valores contábeis, uma vez que apenas as entradas e saídas efetivas de caixa são relevantes para a determinação do resultado do projeto em análise (sendo assim, a despesa com depreciação, como já comentado anteriormente, deve ser deduzida para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social, entretanto, deve ser adicionada posteriormente, pois não representa uma saída efetiva de recursos); * Os resultados por período devem ser líquidos de impostos (IR e CSSL); * As despesas referentes ao financiamento externo do projeto (juros de empréstimos) não devem ser consideradas na análise (vamos trabalhar com recursos próprios ilimitados para financiamento dos projetos) uma vez que o investimento deve ser

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avaliado de acordo com suas próprias características, não levando em consideração encargos de utilização de recursos de terceiros; * O projeto pode não apresentar todos os fluxos de caixa descritos, como no caso da substituição de equipamentos em uma agroindústria, o que implica em ausência de novas receitas, sendo seu principal benefício à redução de despesas operacionais. Definidas esses questões, o primeiro passo na avaliação de projetos, em qualquer tipo de empresa, diz respeito, conforme já comentado, à identificação dos fluxos de caixa potenciais, com base na previsão de vida útil do projeto.Como exemplo, torna-se a agroindústria X, que deseja investir em máquinas para beneficiamento da matéria-prima agrícola para lançamento de um novo produto. Nesse sentido, a empresa espera que esse novo produto tenha vida econômica útil de 5 anos, ou seja, que suas vendas sejam garantidas nesse período. O setor financeiro deve basear essa perspectiva no tempo de mercado que o novo produto já possui (comercializado por outras empresas), como vêm se comportando suas vendas ao longo desse período, quais são os cenários para a economia do país, etc. Determinada a vida útil, cabe ao setor financeiro projetar as entradas e saídas de caixa originadas com a implantação do projeto. As despesas são especificas a seguir:

a Todos os fluxos descritos são anuais, com exceção do desencaixe inicial para compra das máquinas. b O CPV deveria variar de acordo com o comportamento das vendas, entretanto, para fins de simplificação dos cálculos, optou-se considerá-lo fixo. c Considerando que as máquinas apresentavam vida útil de 10 anos, a taxa de depreciação anual é de 10% ($270.000 x 10% = 27.000).

Já as receitas operacionais, oriundas da venda do novo produto, apresentam

tendência a se comportar da seguinte forma:

Com essas informações, pode-se determinar os fluxos de caixa do projeto. Para tanto, duas pressuposições básicas, que poderão ser relaxadas posteriormente, devem ser feitas: as saídas e entradas de recursos são feitas no mesmo período do ano, normalmente no final, e o efeito inflacionário é desconsiderado, assumindo valores constantes para os fluxos. Assim:

a) Despesas de Investimento - R$ 270.000 (saída inicial) b) Despesas Operacionais

Custo dos produtos vendidos - R$ 190.000,00

Valor ($)

270.000190.00027.00072.0009.000Redução da Margem de Contribuição de outros produtos

Depreciação cDespesas Administrativas e Comerciais

Compra das máquinas (+ despesas de instalação)Custos dos Produtos Vendidos b

Discriminação a

Valor ($)

320.000370.000410.000390.000330.0005

34

12

Ano

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Depreciação - R$ 27.000,00 Despesas adm. e com. - R$ 72.000,00 Redução margem contr. - R$ 9.000,00 Total - R$ 298.000,00

c) Receitas operacionais - tabela anterior d) Valor residual - R$ 135.000,00

Valor do equipamento = R$ 270.000,00 Depreciação em 5 anos = R$ 135.000,00 Diferença

Em termos de fluxos líquidos anuais, a única informação que ainda falta é a alíquota dos impostos sobre o resultado – Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL). Considerando uma alíquota total de 25% para o IR e a CSSL, descreve os cálculos necessários para a determinação das entradas e saídas de caixa originadas com a implantação do projeto:

Esses fluxos de caixa podem ser explicitados através de uma linha temporal:

Cabe ressaltar que os fluxos de caixa descritos acima são originados da compra de novos equipamentos para lançamento de um produto e, conseqüentemente, representam os valores originados diretamente da implementação do projeto. Entretanto, alguns investimentos específicos, como a substituição de equipamentos em uma agroindústria, culminam em aumentos de receitas e despesas operacionais no processo de industrialização, fazendo com que haja a necessidade de determinação dos fluxos de caixa incrementais. Essas entradas e saídas de caixa fluxos são, simplesmente, a diferença entre os valores obtidos com o novo bem e aqueles gerados pelo ativo a ser substituído.

Dessa forma, segundo GITMAN (1997), os fluxos seriam os seguintes: * Investimento inicial = (valor de compra do novo ativo + despesas de instalação) –

(valor de venda do ativo antigo – impostos sobre essa venda); * Despesas operacionais = despesas do novo ativo – despesas do ativo antigo;

* Receitas operacionais = receitas do novo ativo – receitas do ativo antigo; * Valor residual = valor residual do novo ativo – valor residual do ativo antigo;

Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Receitas Oper. 320.000 370.000 410.000 390.000 330.000CPV -190.000 -190.000 -190.000 -190.000 -190.000Depreciação -27.000 -27.000 -27.000 -27.000 -27.000Desp. Adm. Com. -72.000 -72.000 -72.000 -72.000 -72.000Red. Margem -9.000 -9.000 -9.000 -9.000 -9.000R.A.I.R. 22.000 72.000 112.000 92.000 32.000IR e CSSL -5.500 18.000 28.000 23.000 8.000R.D.I.R. 16.500 54.000 84.000 69.000 24.000Depreciação 27.000 27.000 27.000 27.000 27.000Valor Residual - - - - -Fluxos Líquidos 43.500 81.000 111.000 96.000 186.000

1 2 3 4 50

$ 43.500 $ 81.000 $ 111.000 $ 96.000 $ 186.000

$ 270.000

ANO

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Assim coma determinação das movimentações de entrada e saída de recursos originados por determinado projeto, cabe ao administrador financeiro escolher o método mais adequado de avaliação do investimento. Esses métodos , conforme já comentado, podem ou não considerar o valor do dinheiro no tempo. Os que consideram, trabalham com fluxos de caixa descontados, e os que não consideram, trabalham com fluxos de caixa nominais. Os métodos de Taxa Interna de Retorno e Valor Presente Líquido enquadram-se no primeiro grupo, enquanto os de período de payback e taxa média de retorno fazem parte do segundo.

02. Período de payback

De acordo com a definição de GITMAN (1997): “o período de payback é o período de tempo exato necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto, a partir das entradas de caixa.” Dessa forma, pode-se dizer que esse método leva em consideração apenas o tempo de retorno dos recursos investidos em determinado projeto, não se preocupando com o valor total do resultado obtido com a implementação do mesmo. SANVICENTE (1999), citando Harrison (1976), explicita que “em termos formais, o período de payback é o espaço de tempo entre o início do projeto e o momento em que o fluxo de caixa acumulado torna-se positivo.” Assim, é o medido, normalmente, em anos ou meses, variando de acordo com o tipo de investimento (curto ou longo prazo). Para efeitos de tomada de decisão, entretanto, a simples determinação do prazo de retorno dos recursos investidos não é suficiente, por si só, para determinar a aceitação ou não do projeto. É necessário que o administrador tenha um padrão pré-definido para comprar o resultado encontrado e, dessa forma, decidir sobre a utilização dos recursos. Tomando como exemplo o projeto definido anteriormente, o Conselho de Administração da agroindústria X poderia determinar que o mesmo só seria implementado caso a recuperação do montante investido se desse em tempo inferior a quatro anos. Relembrando os fluxos de caixa:

Com base no padrão determinado, o projeto seria aceito? Sim, uma vez que o fluxo de caixa acumulado torna-se positivo entre o terceiro e o quarto anos, isto é, dentro do prazo estabelecido como limite para recuperação do investimento inicial. Payback cálculo do Período de Payback (PP) exato é necessário encontrar o valor decimal (por meio de interpolação) entre o terceiro e o quarto anos, ou seja, o mês em que fluxo de caixa se torna positivo (considerando, agora, que as entradas anuais sejam efetivadas em 12 parcelas mensais iguais). Esse valor decimal corresponde ao quociente da divisão do último fluxo acumulado negativo (no exemplo; $34.500)pelo

ANO FLUXO DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS

0 ($ 270.000,00) ($ 270.000,00)1 $ 43.500,00 ($ 226.500,00)2 $ 81.500,00 ($ 145.500,00)3 $ 111.000,00 ($ 34.500,00)4 $ 96.000,00 $ 61.500,005 $ 186.000,00 $ 274.500,00

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fluxo de caixa do período em que o mesmo se torna positivo (no exemplo: $96.000). Assim: Valor decimal = ($34.500,00/$96.000,00) = 0,36 ano PP = 3 + 0,36 = 3,36 anos ou 3 anos e 4 meses Como o período de payback é inferior ao prazo estipulado pela administração para recuperação do investimento, conclui-se pela viabilidade do mesmo. Entretanto, a administração da empresa poderia definir uma taxa de risco para o projeto. Nesse contexto, tendo encontrado o PP, o passo seguinte teria a multiplicação desse valor pelo risco especificado para posterior decisão sobre a viabilidade ou não do investimento, ou seja: (1 + margem de risco) x PP ≤ prazo-limite = aceita-se o projeto (1 + margem de risco) x PP > prazo-limite = rejeita-se o projeto Sendo-se assim, imaginando que os administradores, com base em análises conjunturais da economia do país e da própria região de atuação da agroindústria, tenham determinado que a margem de risco para implementação do projeto é de 25%, o cálculo seria o seguinte: 1,25 x 3,36 anos = > prazo-limite de 4 anos Dessa forma, o investimento não seria realizado, pois apresenta um período de recuperação dos recursos utilizados superior ao limite estabelecido. O projeto excede o risco aceitável pela administração, o que o torna inviável pela. Esse método de análise, conforme especificado por GITAMN (1997), apresenta prós e contras. Entre as vantagens estão: Ø a simplicidade de seu cálculo e Ø a consideração, de certa forma, do efeito do tempo sobre o investimento, uma vez que determina o período em que o investimento inicial é recuperado.

Já em relação às desvantagens, o autor especifica: Ø a incapacidade de especificar qual o período adequado (prazo-limite) para a

recuperação do montante de recursos aplicado; Ø a não consideração integral do efeito tempo sobre os fluxos de caixa, já que utiliza

valores nominais para o cálculo; e Ø o não reconhecimento dos fluxos de caixa que ocorrem após o período de payback.

O exemplo a seguir, explicitado por GITMAN (1997), deixa bem claros os seguintes fluxos de caixa:

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O setor financeiro da empresa deve, com base no método do período de payback, determina qual deles deve ser implementado. Sendo assim, tem-se que: PP (Projeto A) = 2 anos PP (Projeto B) = 3 anos Dessa forma, o projeto A, por recuperado investimento inicial em tempo inferior ao projeto B, seria aceito. Entretanto, sem considerar o valor do dinheiro no tempo, o fluxo de caixa final acumulado do projeto A seria de $ 1.200 ao final de 5 anos, enquanto o fluxo de caixa final acumulado do projeto B seria de $ 7.000 no mesmo período, o que evidencia a falha desse método. Contudo, conforme já comentado anteriormente, o cálculo do período de payback pode ser útil à medida que a principal preocupação da empresa seja a velocidade de retorno do investimento. Isso poderia acontecer se houvesse a necessidade de quitação de débitos importantes em determinadas datas, o que implicaria na exigência de recursos em prazos específicos. Enfim, se a administração está preocupada com problemas de liquidez, a mensuração do tempo de recuperação de investimentos de vital importância para a determinação da viabilidade de projetos. 3. Taxa média de retorno

Ano A B

0 ($ 10.000) ($ 10.000)1 $ 5.000 $ 3.0002 $ 5.000 $ 4.0003 $1.000 $ 3.0004 $100 $ 4.0005 $100 $ 3.000

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O método de avaliação de projetos (ou orçamento de capital) através da determinação de sua Taxa média de Retorno (TMR), assim como no caso do Período de Payback (PP), não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. GITMAN (1997) especifica que “A TMR é uma técnica não sofisticada, calculada através da divisão dos retornos médios do projeto, após os impostos, pelo investimento médio”. De forma mais especifica, SANVICENTE (1999) afirma que esse método envolve o cumprimento de duas etapas:

a) Determinação do fluxo médio de entradas por período (divisão do fluxo total de entradas pelo número de períodos do projeto); e

b) Divisão do fluxo médio de entradas pelo investimento total.

Logicamente, o resultado dessa segunda e ultima etapa é a determinação de uma percentagem que representa a parcela do investimento total que retorna a empresa por período, isto é, Taxa Média de Retorno. Essa taxa, por sua vez, deve ser comparada a um padrão, estabelecido pela administração da empresa, que servirá como base de comparação para aceitação ou não do projeto.

Relembrando os fluxos de caixa anterior:

Pode-se calcular a TMR da seguinte forma:

Fluxo Total de Entradas (FTE) a $ 517.500 Período do projeto 5 anos Fluxo Médio de Entradas (FME) b $ 103.500 Investimento Total $ 270.000 Taxa Média de Retorno (TMR) c 38,33% ao ano a FTE = $ 43.500 + $ 81.000 + $ 111.000 + $ 96.000 + $ 186.000 b FME = FTE / Período do projeto c TMR = (FME / Investimento Total) x 100 Assumindo que a taxa mínima para aceitação do projeto, definida pela administração, seja de 35% a.a., a empresa deve aceitar o investimento, uma vez que irá recuperá-lo a uma taxa média de 38,33% a.a.. Pela taxa padrão, o retorno líquido médio deveria ser de $ 94.500 ($ 270.000 x 35%), inferior ao efetivamente obtido ($ 103.491).

ANO FLUXO DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS

0 ($ 270.000,00) ($ 270.000,00)1 $ 43.500,00 ($ 226.500,00)2 $ 81.500,00 ($ 145.500,00)3 $ 111.000,00 ($ 34.500,00)4 $ 96.000,00 $ 61.500,005 $ 186.000,00 $ 274.500,00

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SANVICENTE (1999) destaca que as limitações desse método são praticamente as mesmas do anterior (período de payback), a única exceção diz respeito ao não reconhecimento dos fluxos de caixa de todo o período do projeto, uma vez que o cálculo da taxa média envolve o total de fluxos. Entretanto, interpretações equivocadas podem acontecer. Por exemplo: uma taxa de 50% pode levar a uma conclusão de que o investimento total será recuperado em 2 anos, o que não é verdade, já que o método não considera a distribuição dos fluxos ao longo do período, ou seja, admite que, em cada ano, op valor recuperado corresponde ao Fluxo Médio de Entradas. Assim, suas desvantagens podem ser resumidas em: Ø incapacidade de especificar qual a taxa média adequada para recuperação do

montante de recurso aplicado; Ø não consideração do efeito tempo sobre os fluxos de caixa, já que utiliza valores nominais para o cálculo; e Ø impossibilidade de especificação de um produto médio de recuperação do

investimento.

4. Valor presente líquido

De acordo com GITMAN (1997), a técnica do Valor Presente Líquido é tida como sofisticada, pois considera, explicitamente , valor do dinheiro no tempo. Segundo SANVICENTE (1999), esse característica garante a superioridade desse método, em relação aos anteriores, por levar em consideração não apenas a magnitude dos fluxos previstos para cada período, mas também sua distribuição efetiva durante o projeto a ser implementado.

Como exemplo da importância dessa questão no processo de orçamento de capital, suponha que uma empresa tenha a possibilidade de viabilizar apenas um de dois projetos (mutuante exclusivos), com as seguintes características (SANVICENTE, 1999:43):

Conforme pode ser observado, os dois possuem fluxo líquido de $ 50.000 ao final de 3 anos, o que indica que apresentam Taxa Média de Retorno idêntica (200%). O cálculo do Período de Payback também não oferece subsídios para determinar qual dos dois é a melhor alternativa de investimento para a companhia, uma vez que a recuperação do investimento inicial é feita no primeiro ano em ambos os casos. Entretanto, o projeto A apresenta rentabilidade inferior à do projeto B, simplesmente porque os fluxos de entrada deste último são maiores em um menor espaço de tempo. Enquanto o retorno em A é de $ 20.000 no segundo ano, esse valor sobe para $ 30.000 em B. Imaginando que esses recursos, a partir do ano 2, pudessem

Ano Projeto A Projeto B

0 ($ 10.000) ($ 10.000,00)1 $ 10.000 $ 10.0002 $ 20.000 $ 30.0003 $ 30.000 $ 20.000

Fluxo Líquido $50.000 $50.000

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ser replicados a uma taxa de 10% a.a., o investimento no projeto A renderia, no final de sua vida útil, além dos $ 50.000 especificados, um valor de $ 3.000 ($ 30.000 x 10%) referente à reaplicação dos recursos recebidos nos dois anos anteriores (total de $ 53.000). A mesma operação, no projeto B, renderia, além dos $ 50.000 especificados, mais $ 4.000 ($40.000 x 10%) oriundos da reaplicação dos recursos recebidos nos dois anos anteriores (total de $ 54.000). Com base nessa análise, pode-se dizer que os métodos que levam em consideração o valor do dinheiro no tempo enfatizam, principalmente, a possibilidade de reinvestimento dos recursos obtidos com determinado projeto, garantindo, assim avaliação mais apropriada de suas reais potencialidades. Nesse sentido, a técnica do Valor Presidente Líquido procura expressar as entradas e saídas de caixa, originadas por determinada modalidade de investimento, em valores monetários de uma mesma data que, normalmente, é o início do projeto (data zero). Para tanto, faz-se necessário à determinação do que se conceituou chamar de “taxa de desconto”, isto é, um fator de descapitalização que reflete o custo de oportunidade ou custo de capital de empresa. Esse custo de capital, segundo GITMAN (1997), diz respeito ao retorno mínimo que a entidade deve obter em determinado projeto para que seu valor de mercado permaneça inalterado (maiores detalhes serão adicionados posteriormente). Conforme enfatizado por SANVICENTE (1999), “se os recursos não forem aplicados com um retorno pelo menos igual a esse índice, os proprietários da empresa conseguirão maior rentabilidade aplicado em outras alternativas fora da empresa e, no caso específico, a empresa deverá rejeitar a possibilidade de executar o projeto”. Assim, os passos para o cálculo do Valor Presente Líquido de um investimento podem ser descritos da seguinte forma: a) Especificação dos fluxos de caixa; b) escolha da Taxa de desconto que melhor reflete o custo de capital ou de oportunidade da empresa (exemplo: rendimento de uma modalidade alternativa de investimento); c) Com a utilização dessa taxa, transformar os fluxos futuros de caixa em valores atuais; d) Comparar o valor presente das entradas com o valor presente das saídas, se VP entradas > VP saídas (VPL positivo) =› o projeto deve ser aceito VP entradas < VP saídas (VPL negativo) =› o projeto deve ser rejeitado. A constatação de um VPL positivo indica que a taxa interna de retorno do projeto é superior ao custo de capital/oportunidade (taxa de desconto), o que representa um rendimento satisfatório do total de recursos investidos. Já um VPL negativo indica que existem opções melhores de investimento, exatamente aquelas que deram base para determinação da taxa de desconto. Mas como calcular o valor presente de um montante futuro? Antes de determinar a fórmula de cálculo, torna-se importante definir o conceito de valor presente. De acordo com GITMAN (1997), “o valor presente é o valor atual de um montante futuro em unidades monetárias”. Em outras palavras, é o total de recursos que poderia ser investido hoje, a uma dada taxa de juros, para que se obtenha o montante futuro em determinado período. É o processo inverso ao da capitalização, normalmente chamado de desconto de valores. Portanto, as variáveis que compõem a metodologia de cálculo são: VP = Valor Presente (ou valor atual) FCn = Fluxo de Caixa (FC) no período n n = número de períodos k = taxa de desconto. Assim, defina-se a fórmula do Valor Presente de um fluxo de caixa como:

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40

VP = FCn x ___1____ (1 + k)n

Se em determinado projeto calcúla-se uma entrada de caixa de R$ 5.000 no segundo ano de sua implementação e o custo de oportunidade dos recursos investidos é fixado em 8% a.a. (taxa de desconto), então tem-se que: VP = $ 5.000 x 1 / (1 + 0,08)² VP = $ 5.000 x 0,857 VP = $ 4.285 Ou seja, a entrada de $ 5.000 daqui a dois anos é igual a uma entrada de $ 4.825 hoje, quando se considera uma taxa de desconto de 8% a.a. De forma análoga, se a empresa possuísse $ 4.285 no presente e aplicasse esse valor no mercado financeiro (ou em outro tipo de investimento) a uma taxa de 8% a.a., obteria $ 5.000 ao final de dois anos. O multiplicador da fórmula descrita, 1 / (1 + k)n, é chamado de Fator de Juros do Valor Presente (FJVP) e, para projetos de vida útil superior a dois períodos, sua determinação é um pouco trabalhosa (na ausência de calculadoras científicas). Entretanto, pode-se usar uma tabele financeira para facilitar os cálculos (anexo). Essa tabela especifica o valor do multiplicador para um valor futuro descontado a uma taxa k por n períodos. Nesse contexto, o cálculo do VPL de um projeto com vida útil de t períodos é feito através da fórmula:

VPL = ∑tn=1FCn x ___1____

(1 + k)n

Os fluxos de caixa do exemplo anterior são os seguintes:

Considerando um custo de capital em torno de 18% a.a., o cálculo do Valor Presente deve ser

feito, então para cada fluxo, como segue:

ANO FLUXO DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS

0 ($ 270.000,00) ($ 270.000,00)1 $ 43.500,00 ($ 226.500,00)2 $ 81.500,00 ($ 145.500,00)3 $ 111.000,00 ($ 34.500,00)4 $ 96.000,00 $ 61.500,005 $ 186.000,00 $ 274.500,00

Page 41: Planeamento de Projectos

41

Assim, como o VPL é positivo, ou seja, o VP das entradas é superior ao VP das saídas de recursos, a empresa obterá um retorno maior que seu custo de capital e, conseqüentemente, deve aceitar o projeto. Para essa técnica, qualquer alteração na distribuição dos fluxos, ao longo da vida útil do investimento, alteraria o resultado final, o que poderia não acontecer se fossem utilizados os métodos de Taxa Média de Retorno ou Período de Payback. Portanto, o VPL, por trabalhar com fluxos de caixa descontados, pode ser considerado superior aos demais, que utilizam valores nominais em seus cálculos. Contudo, a principal deficiência desse método reside no fato de que, apesar de representar excelente critério para decisões do tipo “aceitar/rejeitar”, não fornece subsídios adequados para definição de qual a melhor opção entre alternativas de investimento mutuamente exclusiva que apresentam necessidades diferentes de recursos para aplicação. Para melhor compreensão deste problema, deve-se comparar a situação do projeto anterior, em que a empresa tem a possibilidade de investir em máquinas para beneficiamento da produção, com um investimento alternativo (compra, por exemplo, de equipamentos menos sofisticados para agregação de valor, em menor escala, aos produtos comercializados). O primeiro projeto (A) apresenta VPL de $ 23.419,50, já o segundo (B) apresenta os seguintes fluxos, já em valores atuais:

À primeira vista, pode-se pensar que o projeto A, por apresentar um VPL muito superior ao projeto B, é a melhor opção de investimento para a empresa. Contudo, o investimento necessário para implementação das duas alternativas de beneficiamento de produtos é diferente, o que impossibilita a comparação com base nesse indicador. Para correção desse problema, conforme explicitado por SANVICENTE (1999), faz-se necessário o cálculo do Índice de Rentabilidade (IR), definido como um denominador comum representativo de dois ou mais projetos que necessitam de investimentos iniciais diferenciados. A fórmula de cálculo é a seguinte: IR = Valor Presente Líquido /Valor Atual das Saídas

Ano Fluxo de Caixa Fator de Juros (18%) Valor Presente

0 ($ 270.000,00) 1,000 $ (270.000,00)1 $ 43.500,00 0,847 $ 36.844,502 $ 81.500,00 0,718 $ 58.158,003 $ 111.000,00 0,609 $ 67.599,004 $ 96.000,00 0,512 $ 49.536,005 $ 186.000,00 0,437 $ 81.282,00

Valor Presente Líquido $ 23.419,50

Ano Valor Presente dos Fluxos

0 ($ 60.000)1 $ 13.1002 $ 15.6003 $ 16.7004 $ 16.6005 $ 15.300

VPL $ 17.300

Page 42: Planeamento de Projectos

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Portanto, os índices de rentabilidade dos dois projetos detalhados são: IRA = $ 23.419,50 / $ 270.000 = 0,0867 = 8,67%

IRB = $ 17.300 / $ 60.000 = 0,2883 = 28,83% O que indica que a alternativa B apresenta melhor rentabilidade (28,83%) do que a alternativa A (8,67%). Além desse problema, que pode ser resolvido com o cálculo do Índice de Rentabilidade, outra limitação do método do VPL diz respeito à comparação de projetos alternativos com vidas úteis diferentes. Nesse caso, apesar de existirem algumas técnicas para contornar essa situação, o cálculo de valores atuais para os fluxos não é a melhor opção para determinar a preferência. 5. Taxa interna de retorno De acordo com GITMAN (1997), a Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial do projeto (ou valor presente das saídas). Em outras palavras, diz respeito à taxa que faz com que o VPL de um investimento se iguale a zero. Graficamente:

De acordo com a definição da TIR, pode-se dizer que seu valor está entre 30% e 35%, uma vez que o VPL passa a ser negativo nesse intervalo. Se o custo de capital ou de oportunidades da empresa for menor que esse valor, o projeto deve ser implementado. Assim, em termos de decisão sobre aceitar ou não o projeto, estabece-se que: se a TIR for maior ou igual ao custo de capital ou de oportunidades da empresa, o projeto em análise deve ser aceito. Isso indica que a companhia obterá, pelo menos, a taxa de retorno mínima aceitável ou, ainda que o investimento realizado alcançará à preferência entre dois projetos alternativos, estabelece-se que : o melhor investimento é aquele que apresenta maior TIR, pois quanto maior essa taxa, mais elevado poderá ser o custo de capital da empresa. Aliás, essa comparação pode ser feita, ao contrário do que acontece com o método do VPL, diretamente, isto é, sem a necessidade de calcular índices de rendimento e/ou taxas equivalentes para projetos com investimentos iniciais ou vidas úteis diferentes. Em termos conceituais, calcúla-se a TIR igualando o VPL a zero, como segue:

VPL = ∑tn=1FCn x ___1____ = 0

(1 + k)n

Entretanto, a resolução dessa fórmula é um tanto complexa, o que gera a necessidade de

determinação da TIR mediante o uso do método de tentativa e erro. Assim, deve-se definir, em primeiro lugar, o intervalo entre duas taxas de desconto em que o VPL do projeto é nulo. No exemplo do gráfico anterior, pode-se notar que a TIR está entre 30% e 35%.

Então, o primeiro passo é calcular o VPL para as taxas entre 30% e 35%, como segue:

R$

R$ (50.000,00)

R$ (50.000,00)

R$ (100.000,00)

R$ (150.000,00)

R$ (200.000,00)

R$ (250.000,00)

0 5 10 15 20 25 30 35

Taxa de Desconto (%)

VPL

Page 43: Planeamento de Projectos

43

Pode-se notar, pelos valores explicitado acima, que a TIR encontra-se entre 33% e 34%. O

segundo passo, a partir dessa informação, é calcular a variação do VPL para a alteração de 1 ponto percentual (de 33 para 34%) na taxa de desconto, como segue:

∆VPL = $ 381,90 + $ 2.595,50 = $ 2.977,40 Em seguida, define-se o valor de X, dividindo-se o primeiro VPL negativo pela variação

encontrada: X = $ 2.595,50 / $ 2.977,40= 0,87 Por fim, calcúla-se a TIR pela diferença entre a taxa de desconto que originou o primeiro VPL

negativo (34%) e X, como segue: TIR = 34 – 0,87 = 33,13% a.a. Assumindo que o custo do capital investido pela empresa é de 25% a.a., o projeto deve ser

aceito, uma vez que a TIR é superior a esse custo. A representação gráfica da TIR pode ser feita da seguinte forma:

Exemplo prático Uma empresa tem duas alternativas de investimento (projetos A e B), que apresentam os seguintes fluxos de caixa:

De acordo com essas informações, pede-se: a) Se o custo de capital da empresa for de 10% a.a., qual o VPL de cada projeto?

Taxa de Desconto VPL

30% $ 9.872,2531% $ 6.656,5032% $ 3.535,2033% $ 381,9034% ($ 2.595,50) 35% ($ 5.425,50)

ANO Projeto A Projeto B

0 ($ 270.000,00) ($ 90.000,00)1 $ 48.550,00 $ 30.000,002 $ 97.200,00 $ 32.000,003 $ 136.200,00 $ 35.000,004 $ 116.700,00 $ 33.000,005 $ 193.200,00 $ 58.000,00

VPL

Taxa de Desconto

33,13

VPL = 0

Page 44: Planeamento de Projectos

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b) Usando como base de decisão o Índice de Rentabilidade (IR), qual projeto deve ser aceito? c) Qual a Taxa Interna de Retorno (TIR) de cada projeto? d) Usando com base de decisão a TIR, qual projeto deve ser aceito? Resolução: a)

b) IRA = VPL / Valor Atual Saídas = $ 156.297,75 / $ 270.000,00 = 57,89% IRB = VPL / Valor Atual Saídas = $ 48.544,00 / $ 90.000,00 = 53,94% O projeto A tem rentabilidade de 58%, enquanto o rendimento do B é de 54%. Portanto, o projeto A deve ser implementado. c) Projeto A

∆VPL = $ 4.993,20 + $ 1.787,85 = $ 6.781,05 X = $ 1.787,85 / $ 6.781,05 = 0,26 TIR = 27 – 0,26 = 26,74% a.a Projeto B ∆VPL = $ 776,00 + $ 1.168,00 = $ 1.944,00 X = $ 1.168,00 / $ 1.944,00 = 0,60 TIR = 28 – 0,60 = 27,4% a.a d) Como o projeto B apresenta TIR superior ao projeto A, a empresa deve implementar o projeto B.

Taxa de Desconto VPL

25% $ 11.919,0026% $ 4.993,2027% ($ 1.787,85)

Ano Fluxo de Caixa - A Fator de Juros (10%) Valor Presente

0 R$270.000,00 1,000 R$270.000,001 R$48.450,00 0,909 R$44.041,052 R$97.200,00 0,826 R$80.287,203 R$136.200,00 0,751 R$102.286,204 R$116.700,00 0,683 R$79.706,105 R$193.200,00 0,621 R$119.977,20

$ 156.297,75Valor Presente Líquido

Ano Fluxo de Caixa - B Fator de Juros (10%) Valor Presente

0 R$90.000,00 1,000 R$90.000,001 R$30.000,00 0,909 R$27.270,002 R$32.000,00 0,826 R$26.432,003 R$35.000,00 0,751 R$26.285,004 R$33.000,00 0,683 R$22.539,005 R$58.000,00 0,621 R$36.018,00

$ 48.544,00Valor Presente Líquido

Taxa de Desconto VPL

26% $ 2.851,0027% $ 776,0028% ($ 1.68,00)

Page 45: Planeamento de Projectos

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Como observa-se, as decisões são diferentes. Enquanto pelo método de VPL, o projeto A deve ser aceito, o cálculo da TIR indica que o projeto B é que deve ser implementado. Isso acontece porque a pressuposição básica das duas técnicas é diferente. Na metodologia do VPL, pressupõe-se que as entradas de caixa são reinvestidas a uma taxa igual ao do custo de capital da empresa. Já no caso da TIR admiti-se que o reinvestimento é feito a uma taxa igual à própria TIR. Qual método é mais correto? Segundo GITMAN (1997), a técnica do VPL, teoricamente, é mais interessante, uma vez que o reinvestimento das entradas de recursos é realizado a uma taxa mais realista (conforme comentado, o próprio custo de capital da empresa). A reaplicação de recursos a uma taxa equivalente a TIR é muito difícil, já que esse valor, normalmente, é mais elevado que o custo do montante investido no projeto. Além disso, em casos de projetos com saídas de caixa no início e durante a fase de implementação, pode-se encontrar duas Taxas Internas de Retorno (ver SANVICENTE, 1999). Entretanto, como já salientando, o método do VPL não pode ser aplicado diretamente para comparação de projetos alternativos que exigem volumes de investimento diferenciados e/ou que possuem vidas úteis não coincidentes. Nesses casos, a TIR pode ser um bom parâmetro para escolha de investimentos. Exercício: 1 – um investidor tema oportunidade de investir $ 30.000,00 e receber parcelas de $ 15.905,88, uma em 30 e outra em 60 dias. SE a taxa (custos de capital, oportunidade ou taxa mínima de atratividade) for igual a 6% am, o investimento é atrativo? E se a taxa fosse de 2%am? 2 - os engenheiros responsáveis pelo sistema de produção de um lacticínio verificaram que a programação da produção e a qualidade dos produtos estavam muito prejudicadas devido à utilização de equipamentos já significativamente desgastados do ponto de vista físico. A solução para o problema poderia ocorrer através da reforma dos equipamentos. A reforma exige um investimento inicial de $ 40.000,00, possibilita uma redução anual dos custos operacionais da ordem de $ 8.000,00 ao longo dos próximos dez anos quando os equipamentos seriam desativados sem apresentar valor residual. A aquisição de novos equipamentos exige um investimento inicial de $ 120.000,00, proporciona uma redução anual de custos de $ 20.000,0 e apresenta um valor residual de $ 30.000,00, após dez anos. Se a Taxa de atratividade (custo de oportunidade, ) utilizada pela empresa for de 10% aa, qual das alternativas deve ser escolhida pela gerência? 3 - uma empresa deve escolher entre três projetos existentes o melhor ponto de vista econômico. O fluxo de caixa de cada alternativa está representado na tabela 4.5 e taxa de atratividade é igual a 12%aa. Final de ano Alternativa A Alternativa B Alternativa C 0 $ (7.000,00) $ (10.000,00) $ (15.000,00) 1 a 10 $ 1.800,00 $ 2.500,00 $ 3.000,00 4 – A companhia agroindustrial Almeida está avaliando dois projetos mutuamente excludentes, isto é, a escolha de um dos projetos inibe a escolha do outro, denominados projeto X e projeto Y. Os respectivos fluxos de caixa estão representados na tabela abaixo, e a taxa de atratividade de retorno é de 10%aa.

Page 46: Planeamento de Projectos

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Final do ano Projeto X PROJETO Y 0 (100.00,00) (135.000,00) 1 31.500 41.300, 2 31.500 41.300, 3 31.500 41.300, 4 31.500 41.300, 5 31.500 41.300, 5 – uma empresa está estudando a viabilidade de adquirir equipamentos para automatizar seu sistema de embalagem e expedição de produtos. O investimento necessário para a compra dos equipamentos é de ordem de $ 80.000,00. Espera-se que o sistema possibilite uma economia anual de custos da ordem de $ 21.000,00; a vida econômica do sistema é de oito anos e o valor residual é nulo. Após quatro anos de utilização, será necessário fazer uma reforma no sistema, o que exigirá um investimento adicional de $ 30.000,00. para uma taxa de atratividade de 8% aa, verificar se o investimento é atrativo. 6 – o sistema de aquecimento de água de processo de produção de uma empresa apresenta perda de calor através dos tubos de condução de fluxo. Essa perda representa um custo anual de $ 800.000,00. um sistema de isolamento quer reduziria esse custo em 93% pode ser instalado por $ 500.000,00 e outro que reduziria este custo em 85% pode ser instalado por $ 300.000,00. determine se algum sistema de isolamento deve ser utilizado. Considere que o sistema será usado por oito anos e que a taxa de atratividade é de 5% aa; 7 – uma cooperativa de agricultores está estudando a possibilidade de construir um armazém temporário por $ 10 milhões, sendo que seu valor residual depois de desativado é zero. A receita liquida obtida co ma venda do espaço para estocagem é estimada em $ 3milhões. Se a taxa de atratividade é de 13% aa, qual a vida útil mínima para a construção ser interessante?

Receitas totais 80,00 90,00 120,00 70,00 100,00 85,00

Gastos Totais 96,00 105,00 130,00 90,00 120,00 100,00

Page 47: Planeamento de Projectos

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8 – o projeto de uma nova planta para uma fabrica exige que os investimentos sejam feitos em duas etapas. A empresa possui o valor a ser desembolsado na data zero, entretanto, o complemento do investimento a ser realizados ao final do terceiro ano deverá ser obtido através de uma reserva a ser formada como resultados obtidos nos primeiros anos de operação.; essa reserva será remunerada a juros de 8% aa. Se a taxa de atratividade é de 10% aa, dadas as condições descritas a seguir, verificar se o investimento a atrativo utilizando o método da TIR. Discriminação Valor ($ mil) Final do ano Investimento inicial 250.000,00 0 Investimento complementar 65.000 3 Lucros anuais 60.000 1 a 10 Valor residual 60.000 10

Page 48: Planeamento de Projectos

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ORÇAMENTO POR HECTARE

MANUTENÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M VI E SEGUINTES DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 2.110,87 41,27%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 127,80 127,80 2,50% Imed/270 diasIndução floral(5) HM 15,00 20,00 300,00 5,87% 90/120 dias Capinas mecanicas(4) HM 4,00 20,00 80,00 1,56% Imed/90/180/270 diasCapinas manuais(06) DH 8,00 9,28 74,24 1,45% Imed/90/180/270 diasAdubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 2,54% Imed/90/180/270 diasPulverizações(12) HM 24,00 20,00 480,00 9,38% Imed/90/180/270 diasAplicação de paclobutrazol DH 2,00 11,14 22,27 0,44% Imed/90/180/270 diasTutoramento DH 36,00 9,28 334,08 6,53% 150/180 dias Podas DH 20,00 9,28 185,60 3,63% ImediatamenteIrrigação DH 12,00 9,28 111,36 2,18% Imed/90/180/270 diasColheita DH 20,00 9,28 185,60 3,63% 270 dias Transporte da produção HM 4,00 20,00 80,00 1,56% 270 dias

INSUMOS 3.003,90 58,73%

Tutores Unid 1.000,00 0,25 250,00 4,89% ImediatamneteEsterco M3 15,00 15,00 225,00 4,40% ImediatamneteCalcario dolomítico Kg 250,00 0,08 20,00 0,39% ImediatamneteUreia Kg 400,00 0,33 132,00 2,58% ImediatamneteSuperfosfato simples Kg 400,00 0,28 112,00 2,19% ImediatamneteCloreto de potássio Kg 200,00 0,46 92,00 1,80% ImediatamneteFTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,09% ImediatamneteNutrimins CaB L 20,00 2,10 42,00 0,82% ImediatamneteExtravon(x 12) L 4,00 4,50 18,00 0,35% ImediatamneteDithane PM(x 5) Kg 10,00 12,00 120,00 2,35% ImediatamneteFunguram(x 5) Kg 11,00 6,90 75,90 1,48% ImediatamneteSulficamp(x 5) Kg 36,00 2,80 100,80 1,97% ImediatamneteDipterex(x 5) L 15,00 15,50 232,50 4,55% ImediatamneteFolisuper(x 5) L 5,00 13,90 69,50 1,36% ImediatamneteCompat Zinc (x 12) L 3,00 1,80 5,40 0,11% Imediatamnete

Page 49: Planeamento de Projectos

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Nitrato de potássio Kg 225,00 1,36 306,00 5,98% ImediatamnetePaclobutrazol(25%) L 3,00 250,00 750,00 14,66% ImediatamneteÁgua(100%) Mil M3 14,00 32,00 448,00 8,76% Imed/90/180/270 di TOTAL 5.114,77 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: 20.000 Kg Volume médio de calda de pulverização: 1.000 litros/ha x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada Indução floral:1.500 litros de calda/ha x 5 vezes, a 03%. No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais

ORÇAMENTO POR HECTARE

IMPLANTAÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M II DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

REGIÃO DO MÉDIO SÃO FRANCISCO

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 865,93 45,91%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 39,82 39,82 2,11% ImediatamenteRoçagem mecânica(04) HM 4,00 20,00 80,00 4,24% Imed/90/180/270 diasRoçagem manual (06) DH 18,00 9,28 167,04 8,86% Imed/90/180/270 diasAdubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 6,89% Imed/90/180/270 diasPulverizações(12) DH 16,00 11,14 178,18 9,45% Imed/90/180/270 diasAplicação de formicida DH 1,00 11,14 11,14 0,59% Imed/90/180/270 diasPoda de formação DH 16,00 9,28 148,48 7,87% Imed/90/180/270 diasIrrigação DH 12,00 9,28 111,36 5,90% Imed/90/180/270 dias

INSUMOS 1.020,40 54,09% Esterco M3 15,00 15,00 225,00 11,93% ImediatamenteCalcario dolomítico Kg 125,00 0,08 10,00 0,53% ImediatamenteUreia Kg 250,00 0,33 82,50 4,37% ImediatamenteSuperfosfato simples Kg 550,00 0,28 154,00 8,16% ImediatamenteCloreto de potássio Kg 125,00 0,46 57,50 3,05% ImediatamenteFTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,25% ImediatamenteNutrimins CaB L 8,00 2,10 16,80 0,89% Imediatamente

Page 50: Planeamento de Projectos

50

Extravon(x 12) L 1,00 4,50 4,50 0,24% ImediatamenteDithane PM(x 5) Kg 4,00 12,00 48,00 2,54% ImediatamenteFunguram(x 5) Kg 4,00 6,90 27,60 1,46% ImediatamenteSulficamp(x 5) Kg 13,00 2,80 36,40 1,93% ImediatamenteDipterex(x 5) L 6,00 15,50 93,00 4,93% ImediatamenteFolisuper(x 5) L 2,00 13,90 27,80 1,47% ImediatamenteFormicida Kg 2,00 1,80 3,60 0,19% ImediatamenteCompat Zinc (x 12) L 1,00 4,90 4,90 0,26% ImediatamenteÁgua(50%) Mil M3 7,00 32,00 224,00 11,87% Imed/90/180/270 dias TOTAL 1.886,33 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: Volume médio de calda de pulverização: 1,5 litros de calda por planta x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais

Page 51: Planeamento de Projectos

51

ORÇAMENTO POR HECTARE

IMPLANTAÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M III DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

REGIÃO DO MÉDIO SÃO FRANCISCO

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 859,03 40,87%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 45,34 45,34 2,16% Imed/270 dias Roçagem mecânica(04) HM 4,00 20,00 80,00 3,81% Imed/90/180/270 dias Roçagem manual (06) DH 18,00 9,28 167,04 7,95% Imed/90/180/270 dias Adubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 6,18% Imed/90/180/270 dias Pulverizações(12) HM 12,00 20,00 240,00 11,42% Imed/90/180/270 dias Aplicação de formicida DH 1,00 11,14 11,14 0,53% Imed/90/180/270 dias Poda de formação DH 8,00 9,28 74,24 3,53% Imediatamente Irrigação DH 12,00 9,28 111,36 5,30% Imed/90/180/270 dias

INSUMOS 1.242,70 59,13% Esterco M3 15,00 15,00 225,00 10,71% Imediatamente Calcario dolomítico Kg 125,00 0,08 10,00 0,48% Imediatamente Ureia Kg 250,00 0,33 82,50 3,93% Imediatamente Superfosfato simples Kg 550,00 0,28 154,00 7,33% Imediatamente Cloreto de potássio Kg 125,00 0,46 57,50 2,74% Imediatamente FTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,23% Imediatamente Nutrimins CaB L 10,00 2,10 21,00 1,00% Imediatamente Extravon(x 12) L 2,00 4,50 9,00 0,43% Imediatamente Dithane PM(x 5) Kg 6,00 12,00 72,00 3,43% Imediatamente Funguram(x 5) Kg 6,00 6,90 41,40 1,97% Imediatamente Sulficamp(x 5) Kg 18,00 2,80 50,40 2,40% Imediatamente Dipterex(x 5) L 8,00 15,50 124,00 5,90% Imediatamente Folisuper(x 5) L 3,00 13,90 41,70 1,98% Imediatamente Formicida Kg 2,00 1,80 3,60 0,17% Imediatamente Compat Zinc (x 12) L 2,00 4,90 9,80 0,47% Imediatamente Água(75%) Mil M3 10,50 32,00 336,00 15,99% Imed/90/180/270 dias TOTAL 2.101,73 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: Volume médio de calda de pulverização: 500 litros de calda por hectare x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais

Page 52: Planeamento de Projectos

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ORÇAMENTO POR HECTARE

MANUTENÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M IV DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 1.460,98 34,50%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 116,31 116,31 2,75% Imed/270 dias Indução floral(5) HM 8,00 20,00 160,00 3,78% 90/120 dias Roçagem mecânica(04) HM 4,00 20,00 80,00 1,89% Imed/90/180/270 diasRoçagem manual (06) DH 18,00 9,28 167,04 3,94% Imed/90/180/270 diasAdubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 3,07% Imed/90/180/270 diasPulverizações(12) HM 15,00 20,00 300,00 7,08% Imed/90/180/270 diasAplicação de paclobutrazol DH 2,00 11,14 22,27 0,53% Imed/90/180/270 diasTutoramento DH 12,00 9,28 111,36 2,63% 150/180 dias Podas DH 12,00 9,28 111,36 2,63% Imediatamente Irrigação DH 12,00 9,28 111,36 2,63% Imed/90/180/270 diasColheita DH 12,00 9,28 111,36 2,63% 270 dias Transporte da produção HM 2,00 20,00 40,00 0,94% 270 dias

INSUMOS 2.774,10 65,50% Tutores Unid 800,00 0,25 200,00 4,72% Imediatamnete Esterco M3 15,00 15,00 225,00 5,31% Imediatamnete Calcario dolomítico Kg 250,00 0,08 20,00 0,47% Imediatamnete Ureia Kg 300,00 0,33 99,00 2,34% Imediatamnete Superfosfato simples Kg 550,00 0,28 154,00 3,64% Imediatamnete Cloreto de potássio Kg 125,00 0,46 57,50 1,36% Imediatamnete FTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,11% Imediatamnete Nutrimins CaB L 12,00 2,10 25,20 0,60% Imediatamnete Extravon(x 12) L 3,00 4,50 13,50 0,32% Imediatamnete Dithane PM(x 5) Kg 6,00 12,00 72,00 1,70% Imediatamnete Funguram(x 5) Kg 7,00 6,90 48,30 1,14% Imediatamnete Sulficamp(x 5) Kg 21,00 2,80 58,80 1,39% Imediatamnete Dipterex(x 5) L 9,00 15,50 139,50 3,29% Imediatamnete Folisuper(x 5) L 3,00 13,90 41,70 0,98% Imediatamnete Compat Zinc (x 12) L 2,00 1,80 3,60 0,09% Imediatamnete Nitrato de potássio Kg 120,00 1,36 163,20 3,85% Imediatamnete Paclobutrazol (25%) L 4,00 250,00 1.000,00 23,61% Imediatamnete Água(100%) Mil M3 14,00 32,00 448,00 10,58% Imed/90/180/270 dias

Page 53: Planeamento de Projectos

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TOTAL 4.235,08 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: 12.000 Kg Volume médio de calda de pulverização: 600 litros de calda por hectare x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada Indução floral: 800 litros de calda por hectare, a 03% x cinco vezes. No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais

Page 54: Planeamento de Projectos

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ORÇAMENTO POR HECTARE

MANUTENÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M V DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 1.714,19 38,12%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 116,72 116,72 2,60% Imed/270 dias Indução floral(5) HM 10,00 20,00 200,00 4,45% 90/120 dias Capinas mecanicas(4) HM 4,00 20,00 80,00 1,78% Imed/90/180/270 dias Capinas manuais(08) DH 10,00 9,28 92,80 2,06% Imed/90/180/270 dias Adubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 2,89% Imed/90/180/270 dias Pulverizações(12) HM 20,00 20,00 400,00 8,90% Imed/90/180/270 dias Aplicação de paclobutrazol DH 2,00 11,14 22,27 0,50% Imed/90/180/270 dias Tutoramento DH 20,00 9,28 185,60 4,13% 150/180 dias Podas DH 16,00 9,28 148,48 3,30% Imediatamente Irrigação DH 12,00 9,28 111,36 2,48% Imed/90/180/270 dias Colheita DH 18,00 9,28 167,04 3,71% 270 dias Transporte da produção HM 3,00 20,00 60,00 1,33% 270 dias

INSUMOS 2.782,30 61,88% Tutores Unid 1.000,00 0,25 250,00 5,56% Imediatamnete Esterco M3 15,00 15,00 225,00 5,00% Imediatamnete Calcario dolomítico Kg 250,00 0,08 20,00 0,44% Imediatamnete Ureia Kg 400,00 0,33 132,00 2,94% Imediatamnete Superfosfato simples Kg 400,00 0,28 112,00 2,49% Imediatamnete Cloreto de potássio Kg 200,00 0,46 92,00 2,05% Imediatamnete FTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,11% Imediatamnete Nutrimins CaB L 16,00 2,10 33,60 0,75% Imediatamnete Extravon(x 12) L 3,00 4,50 13,50 0,30% Imediatamnete Dithane PM(x 5) Kg 8,00 12,00 96,00 2,14% Imediatamnete Funguram(x 5) Kg 9,00 6,90 62,10 1,38% Imediatamnete Sulficamp(x 5) Kg 28,00 2,80 78,40 1,74% Imediatamnete Dipterex(x 5) L 12,00 15,50 186,00 4,14% Imediatamnete Folisuper(x 5) L 5,00 13,90 69,50 1,55% Imediatamnete Compat Zinc (x 12) L 3,00 1,80 5,40 0,12% Imediatamnete Nitrato de potássio Kg 150,00 1,36 204,00 4,54% Imediatamnete Paclobutrazol(25%) L 3,00 250,00 750,00 16,68% Imediatamnete Água(100%) Mil M3 14,00 32,00 448,00 9,96% Imed/90/180/270 dias TOTAL 4.496,49 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: 18.000 Kg Volume médio de calda de pulverização: 800 litros de calda por hectare x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada Indução floral: 1.000 litros de calda/ha, a 03%, 05 vezes. No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais

Page 55: Planeamento de Projectos

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ORÇAMENTO POR HECTARE

MANUTENÇÃO DE CULTURA

ESPÉCIE ANO

MANGUEIRA - IRRIG. LOCALIZADA - ESP. 08 X 05 M VI E SEGUINTES DATA DE ATUALIZAÇÃO 00/01/1900

PREÇO - R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL % ÉPOCA

SERVIÇOS 2.110,87 41,27%

Transp.interno(5% insumos) verba 1,00 127,80 127,80 2,50% Imed/270 diasIndução floral(5) HM 15,00 20,00 300,00 5,87% 90/120 dias Capinas mecanicas(4) HM 4,00 20,00 80,00 1,56% Imed/90/180/270 diasCapinas manuais(06) DH 8,00 9,28 74,24 1,45% Imed/90/180/270 diasAdubação de cobertura DH 14,00 9,28 129,92 2,54% Imed/90/180/270 diasPulverizações(12) HM 24,00 20,00 480,00 9,38% Imed/90/180/270 diasAplicação de paclobutrazol DH 2,00 11,14 22,27 0,44% Imed/90/180/270 diasTutoramento DH 36,00 9,28 334,08 6,53% 150/180 dias Podas DH 20,00 9,28 185,60 3,63% ImediatamenteIrrigação DH 12,00 9,28 111,36 2,18% Imed/90/180/270 diasColheita DH 20,00 9,28 185,60 3,63% 270 dias Transporte da produção HM 4,00 20,00 80,00 1,56% 270 dias

INSUMOS 3.003,90 58,73% Tutores Unid 1.000,00 0,25 250,00 4,89% ImediatamneteEsterco M3 15,00 15,00 225,00 4,40% ImediatamneteCalcario dolomítico Kg 250,00 0,08 20,00 0,39% ImediatamneteUreia Kg 400,00 0,33 132,00 2,58% ImediatamneteSuperfosfato simples Kg 400,00 0,28 112,00 2,19% ImediatamneteCloreto de potássio Kg 200,00 0,46 92,00 1,80% ImediatamneteFTE BR Kg 10,00 0,48 4,80 0,09% ImediatamneteNutrimins CaB L 20,00 2,10 42,00 0,82% ImediatamneteExtravon(x 12) L 4,00 4,50 18,00 0,35% ImediatamneteDithane PM(x 5) Kg 10,00 12,00 120,00 2,35% ImediatamneteFunguram(x 5) Kg 11,00 6,90 75,90 1,48% ImediatamneteSulficamp(x 5) Kg 36,00 2,80 100,80 1,97% ImediatamneteDipterex(x 5) L 15,00 15,50 232,50 4,55% ImediatamneteFolisuper(x 5) L 5,00 13,90 69,50 1,36% ImediatamneteCompat Zinc (x 12) L 3,00 1,80 5,40 0,11% ImediatamneteNitrato de potássio Kg 225,00 1,36 306,00 5,98% ImediatamnetePaclobutrazol(25%) L 3,00 250,00 750,00 14,66% ImediatamneteÁgua(100%) Mil M3 14,00 32,00 448,00 8,76% Imed/90/180/270 dias

Page 56: Planeamento de Projectos

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TOTAL 5.114,77 100,00% OBSERVAÇÕES: Espaçamento: 08 x 05 metros Produtividade: 20.000 Kg Volume médio de calda de pulverização: 1.000 litros/ha x 12 pulverizações. Sistema de irrigação: Localizada Indução floral:1.500 litros de calda/ha x 5 vezes, a 03%. No valor da diária não estão incluídos os encargos sociais