Metodologia Mandala de Saberes Parte 3

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Metodologia Mandala de Saberes – Parte 3

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Có D I G O DA mO D E R N I DA D E : CA PAC I DA D E D E A N A L I SA R, S I N T E T I z A R E I N T ER P R E TA R DA D O S, FATO S E S I T UAÇ õ ES

A escola tem induzido uma certa condição de saber para

seus estudantes e tem sido incapaz de mobilizá-los intelec-

tualmente. A didática concebe o sujeito do conhecimento

a partir de um “eu epistêmico” já constituído e disponível

para a aventura da aprendizagem, o que não corresponde à

realidade, pois para que haja essa disposição o “eu epistê-

mico” precisa da relação com o “eu empírico”. O sujeito do

conhecimento vai buscar nas experiências e saberes que

possui a condição epistêmica para a aprendizagem. Nes-

se sentido, a escola, orientada por uma didática distante

das relações empíricas que os sujeitos estabelecem com o

mundo, induz uma certa relação com o conhecimento que

se fundamenta numa disponibilidade que não corresponde

à realidade. (Charlot, 2009)

A capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações tem relação direta com as competências anteriores – leitura/escrita e matemática –, no sentido de que pressupõe o domínio de linguagens e códigos.

Diz respeito, afinal, à capacidade de “ler” o mundo, interpretá-lo e “traduzi-lo” com autonomia, fundamental para que o estudante possa enfrentar os desafios diários de sua vida.

Internalizar essas habilidades, incorporando-as ao seu cotidiano, é essencial para que o estudante possa expor seu pensamento oralmente ou por escrito e participar ativamente da sociedade que cada vez mais utiliza símbolos, signos, dados, códigos e outras formas de expressões linguísticas e tecnológicas.

Entende-se que para desenvolver a capacidade de analisar, sintetizar e inter- pretar dados, fatos e situações, é necessário estimular nos estudantes práticas pedagógicas que desenvolvam a concentração, promovam a leitura de imagens e a interpretação de imagens e textos, capacidade de fazer relações; debater;

Arte de Educar

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duvidar e expressar-se. Essas habilidades os capacitam a organizar os pensa- mentos, falar e escrever com expressividade e ampliar sua participação ativa em conversas e debates. Com aqueles que estão em processo de alfabetização é importante desenvolver o habito da leitura de imagens e interpretag6es orais em todas as propostas pe- dagógicas, para que a imaginação e a criatividade sejam ampliadas.

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Entre as várias propostas desenvolvidas, destacam-se a leitura e interpretação de imagens e textos, em que foram utilizados suportes como contos, jornais, re- vistas, mapas, músicas e mídias diversas; jogos que utilizam símbolos e signos; brincadeiras que desenvolvam a percepção e a leitura de mundo; jogos coleti- vos que aprimorem a concentração – na dança, na capoeira, nas artes plásticas, na literatura e na música.

Nas propostas desenvolvidas diariamente com os estudantes, privilegiou-se, na interpretação de dados, fatos e situações, a análise de diferentes pontos de vista, com o objetivo de estimulá-los a estruturar o pensamento e expor seus argumentos, justificando suas ideias.

Essas práticas pedagógicas procuram gerar um estudante capaz de expressar- se com precisão por meio da fala e da escrita, e um cidadão produtivo e crítico, compromissado e envolvido com as questões da sociedade.

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Có d i g o da Mo d e r n i da d e : Ca paC i da d e d e C o M p r e en d er e atua r eM s eu en to r n o so C i a l

Os jovens de origem popular estão interessados numa

aprendizagem que os auxilie na relação que estabelecem

com o outro, pois o que sentem que precisam aprender é

a sobreviver em meio a fortes conflitos. A escola, mais do

que estruturar um “eu reflexivo” no sentido clássico, precisa

estruturar um “eu interativo” capaz de lidar com o mundo

e a vida. O que nos desafia é a construção de uma prática

pedagógica capaz de interagir com as demandas cotidianas,

reconquistando uma dimensão fenomenológica para as nos-

sas investigações, em que a reflexão está diretamente rela-

cionada aos fenômenos.

O grande desafio no enfrentamento dessa competência está no entendimento e valorização do entorno social a partir do território em que o estudante vive. É preciso fortalecer o sentimento de pertencimento a este território, lugar de vivências, de produzir, viver. E valorizar essas práticas como espaço de produ- ção de possibilidades no enfrentamento das adversidades, buscando converter problemas em soluções.

Nesta proposta os estudantes são sujeitos de seu processo de aprendizagem, e nesse caminho trazem para as práticas pedagógicas o interesse em solucionar problemas, defender seus interesses, por meio do diálogo e da negociação, res- peitando as regras, leis e normas estabelecidas. Reinventar outros modos de ser e estar no mundo. Espera-se que o conhecimento possa responder às deman- das da vida, que sirva para construir posturas.

Entre as experiências realizadas diariamente, as rodas de conversa têm sido uma estratégia pedagógica fundamental para dialogar, ouvir, discutir, analisar, perce- ber o interesse dos estudantes, avaliar e planejar novas práticas pedagógicas.

Nesses momentos, em que os estudantes falam de suas vivências dentro dos territórios, com os amigos, familiares, vizinhos, e de suas aprendizagens a partir dessas narrativas, é que os temas surgem, uma vez que eles são questionados sobre que saberes trazem de suas experiências, de sua cultura local e familiar.

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Com essas trocas de saberes é que se vai construindo o modo de ver e aceitar as múltiplas vivências e as diferentes expressões vivenciadas.

Um trabalho específico foi iniciado, então, com a identificação, no entorno so- cial, dos “inventores do morro”, pessoas que são referência na cultura local, que com seus saberes criavam possibilidades para o dia a dia. Buscava-se, assim, conhecer e valorizar a cultura local dos territórios.

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Có d i g o da Mo d e r n i da d e : r eC eb er C r i t i Ca M en t e o s M ei o s d e C o M u n i Cação

A formulação diferenciada na relação estudante/saber permite pen-

sar o “fracasso” escolar de forma distinta, pois somos desafiados a

compreender que o estudante, além de possuir determinada dificulda-

de frente a um objeto de estudo, tem também formulações frente ao

mesmo objeto que podem auxiliá-lo a superar essa dificuldade. O desafio de que trata essa competência diz respeito à formação de estudantes essencialmen- te críticos, o que significa potencializar ao máximo sua capacidade de reflexão e de análise.

Educar com o compromisso de desenvolver competências voltadas para lidar com o universo da comunicação é um desafio atual para a escola e para todas as áreas de conhecimento. O advento do trabalho de mídia-educação contribui para a formação de cidadãos aptos a par- ticipar de um mundo no qual a comunicação é instrumento imprescindível para promover a integração e a formação.

Como estratégias de trabalho com os estudantes, pensando em educá-los para um mundo de formação de competências comunicativas, entendeu-se ser fundamental pesquisar e iden- tificar seu potencial linguístico; analisar seu perfil sociocultural; identificar as competências e habilidades comunicativas necessárias para que se apropriem dos meios de comunicação com criticidade; e elaborar metas para que sejam capazes de interagir com as mídias e desen- volver a reflexão sobre as informações recebidas pelos meios de comunicação.

O primeiro passo foi procurar conhecer os meios de comunicação que os estudantes utilizam em seu cotidiano, saber como se comunicam e de que mídias estão mais próximos, para, a partir daí, utilizar essas mesmas mídias para iniciar as propostas educativas, com a intenção de criar uma aproximação com o universo desses jovens.

A pesquisa sobre o dia a dia dos estudantes levantou o que leem, e como o fazem, o que es- crevem, o que assistem na tevê, o que ouvem nas rádios, até mesmo o que jogam – uma ma- neira de ajudar o educador a conhecer seus educandos e planejar ações pedagógicas voltadas para o interesse do grupo.

Nesse trabalho de reflexão com as mídias, é sempre a linguagem a mediadora, por isso a ne- cessidade de ampliar as possibilidades de criação e comunicação dos educandos, por meio do contato e manipulação de diferentes suportes e linguagens, o que fortalecerá seus recur- sos de modo a terem efetivamente uma atitude de interação e reflexão diante dos meios de comunicação.

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Para isso, foram planejadas várias propostas a serem desenvolvidas, como: • analisar notícias em meios de comunicação diversos e discutir em grupo

as diferenças percebidas; • produzir um site na internet; • planejar e criar um programa de rádio; • confeccionar um jornal sobre um tema debatido e escolhido em grupo.

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Tais propostas são importantes para despertar nos educandos, entre outras questões, a da credibilidade da informação. Pretendeu-se ainda, com elas, criar estratégias educativas para desenvolver no grupo habilidades e domínios sobre recursos cognitivos de modo que possam acessar e obter informações através dos meios de comunicação; refletir sobre essas informações, com amigos e fa- miliares; interagir com as diversas linguagens expressivas dos meios de comu- nicação.

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Có d i g o da Mo d e r n i da d e : Ca paC i da d e pa r a l o Ca l iz a r , aC es sa r e usa r M el h o r a i n f o r M ação aC u M u l a da

Abordar o problema do conhecimento, das relações entre didática, os

jovens e o saber, corresponde a buscar pensar os caminhos para fazer

da escola um espaço importante para seus estudantes, um espaço

onde possam atuar, interagir, criar e rever as formas que o mundo pode

assumir. O conhecimento escolar não precisa ser compreendido como

aquele que está “dentro da escola”, expresso numa ideia de ciência

imutável, mas sim como um conhecimento que sabe interagir, que

sabe receber impulsos de outras direções, que pode ser atravessado

por outros paradigmas, respondendo assim aos desafios contemporâ-

neos de uma sociedade plural.

Na era em que vivemos, em que se considera a informação um bem de grande poder estraté- gico e de transformação, e também de dominação, em que se alcançam velocidades cada vez maiores a vencer longas distâncias na veiculação de dados, informação de todo e qualquer tipo, o acesso a esse bem tornou-se mais fácil, rápido. E cada vez mais democrático. Não só no sentido de que cada vez mais pessoas têm acesso facilitado aos meios digitais, à internet, e, portanto, às informações, mas também porque a produção de informação não é mais privi- légio dos meios de comunicação: qualquer um produz conteúdo e o faz circular.

O excesso, portanto, tornou-se também marca dessas transformações. O universo virtual é abarrotado de informação de toda ordem, de todo tipo de origem, sobre qualquer tema, e a capacidade individual de filtrá-la e processá-la acabou por se tornar o grande diferencial entre aqueles que tratam com maior ou menor qualidade a informação que acessam.

É fato que as mídias eletrônicas absorvem a atenção dos estudantes, sendo praticamente o único meio utilizado para acessar e localizar informações. Em função disso, proporcionar o contato dos estudantes com outros meios, ambientes e suportes como alternativas na busca de informação mostrou-se de início uma interessante estratégia a seguir.

Buscava-se promover a ideia de que a comunicação é um aspecto que diz respeito à cultura. Fazê-los compreender que tanto pela internet, como pelo rádio, tv, pelas revistas e jornais, a sociedade constrói e faz circular valores que dizem respeito a sua cultura e à de grupos que a ela pertencem.

Parte-se do princípio de que o propósito do uso da comunicação é promover a maior circu- lação de vozes e incentivar a expressão da pluralidade. E, nessa linha, o desafio é fazer com que os estudantes tenham uma atitude crítica ao receber essas informações e possam ques-

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tioná-las, lançando mão de uma ética comprometida com as referências sociais e culturais; uma ética pautada por valores e atitudes construídos nas relações de convivência.

“Preparar o aluno para o futuro, e que ele leve os conhecimentos para além dos muros da escola” – é a opinião de estudantes que participaram dos trabalhos de pesquisa sobre a capacidade de localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada.

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O estudante pesquisador, portanto, é – e se vê assim – um sujeito participativo, curioso, interessado, envolvido com sua formação, na construção de contextos coletivos de um modo de estar no mundo, e que se aproprie das aprendizagens e estabeleça relações entre o que aprende e o que faz.

O trabalho desenvolvido ao longo do ano procurou instrumentalizar os estu- dantes para que tivessem acesso a todas as tecnologias usadas para difundir a informação e discutissem cada uma delas, o papel e a função de cada uma como recurso político e social.

Consideramos essas habilidades fundamentais para que eles tenham compe- tência de, a partir das informações recebidas nas mídias e com base em suas experiências, posicionar-se de forma crítica e segura frente à realidade.

Estas foram algumas das perguntas formuladas ao longo do processo de pes- quisa:

• Quais as vantagens de uma sociedade informada? • Como é a comunicação nos diferentes espaços/territórios?

Organizados em pequenos grupos, os estudantes pesquisaram todos os meios de comunicação: rádio; jornal escrito; revistas; TV; cinema; telefones; computa- dor. Cada grupo apresentou sua pesquisa, foram discutidos pontos positivos e negativos de cada recurso pesquisado e suas utilidades e funções.

Para aprofundar o contato com as linguagens utilizadas na comunicação, cada grupo preparou uma matéria com base em uma notícia real e transmitiu ao gru- po, analisando a informação.

E, por fim, os estudantes assistiram a vários programas de televisão com a in- tenção de analisar os tipos de mensagens transmitidas, que informações privile- giavam, os diversos enfoques dados para tratar de uma mesma informação.

Pretendeu-se, com essas práticas, criar estratégias educativas para desenvol- ver habilidades a partir das quais os estudantes pudessem ter recursos cogniti- vos para expressar com clareza suas opiniões e ideias e demonstrar interesse e curiosidade em pesquisar.

Experiências como essas são significativas por sua capacidade de ampliar as possibilidades de análise e síntese dos estudantes e promover sempre o debate e a formação de opinião, levando à emancipação e à autonomia.

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Có d i g o da Mo d e r n i da d e : Ca paC i da d e d e pl a n e ja r , t r a ba l h a r e d eC i d i r eM g ru p o

A perspectiva da didática segundo Pimenta (2007), Libaneo (2009)

e Franco (2009) é indagar sobre condições da aprendizagem, porque

aprender requer condições específicas para tal. Cada saber cobra do

estudante uma determinada postura, que é construída através da rela-

ção do objeto com o contexto de quem o interroga. É Charlot (2006,

2009) quem nos diz ser um erro das pesquisas em didática supor que

o estudante está epistemicamente pronto para o conhecimento sem

buscar relações com sua condição empírica, contextualizada. Tornar a Casa da Arte de Educar um espaço permanente de reflexão e que desenvolva ações voltadas para o desenvolvimento da cidadania e consciência democráticas tem sido um desa- fio constante nas práticas propostas pela equipe.

Entende-se que o espaço educativo precisa ter um coletivo investigador, com a participação de diferentes segmentos presentes no território, suas vozes e posicionamentos, frente aos desafios cotidianos de repensar soluções e alternativas viáveis para o espaço coletivo.

Decidir em grupo nada mais é do que um exercício de cidadania, assim como planejar e traba- lhar com o coletivo. E, nesse sentido, essa seria a competência capaz de gerar um estudante atuante, propositivo e compromissado com sua vida; capaz de decidir e agir sobre suas deci- sões. Um estudante pesquisador, com iniciativa, com capacidade crítica e envolvido com seu aprendizado, e também com as decisões do coletivo.

Esse desafio não é fácil de enfrentar, e pressupõe, também, um educador ativo, proposi- tivo, compromissado e, sobretudo, pesquisador, envolvido na busca de respostas para os desafios diários de sua prática, que se volta para valorizar e construir essas relações com os estudantes.

Planejar coletivamente essas práticas faz toda a diferença na proposta político-pedagógica da Casa da Arte de Educar, que inclui os estudantes e educadores no contexto e no processo da educação que se quer construir.

Foram, então, propostos os fóruns dos estudantes, com o objetivo de criar espaços de pla- nejamento coletivo das práticas educativas e de decidir sobre questões, temas, impasses, projetos, práticas e dinâmicas educativas.

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Nesse espaço, a equipe pedagógica e os estudantes criam laços e vínculos, importantes condições para as práticas educativas que priorizam o respeito, o compartilhamento, a solidariedade, a confiança no estar junto, produzindo mo- mentos de integração e interações.

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A equipe pedagógica prepara uma roda, propõe um tema para debate; o estu- dante que pede a palavra expõe seus pontos de vista e passa a palavra para o outro, e assim segue a roda de conversa até que todos se manifestem.

Um estudante e um professor são responsáveis por registrar tudo o que aconte- ce no fórum e depois elaboram uma ata em conjunto. Outro grupo de estudan- tes registra o momento com fotos e filme.

As decisões são registradas e informadas a todos os envolvidos no processo, de modo que o que é decidido nesse espaço deverá ser cumprido por todos, estudantes e educadores.

Esses espaços educativos são importantes recursos para: • Contribuir no planejamento das atividades • Produzir em grupo • Avaliar as práticas educativas • Participar ativamente das propostas • Promover um coletivo investigador • Expressar sentimentos, emoções, análises e críticas • Manifestar interesse pelas discussões e decisões coletivas • Valorizar os espaços coletivos como construtores de saberes e práticas

Na experiência realizada, a dinâmica se deu da seguinte maneira:

No plano individual, os estudantes foram desafiados a formular um projeto pesso- al, em que criariam possibilidades e estratégias para sua vida no futuro. Definiram aquilo com que pretendiam trabalhar, seu meio de vida, numa visão empreende- dora, e a partir daí buscaram estabelecer: de que precisariam para conquistar esse desafio/desejo; como desenvolveriam o projeto; se seria um projeto individual ou

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coletivo. E, por fim, criaram um plano de ação para o projeto.

Depois de escrever seu projeto, os estudantes realizaram pesquisas na internet e prepararam uma apresentação em PowerPoint, a partir da qual debateram em grupo como seria o projeto pesquisado.

No debate, as ideias eram coletivizadas e havia um momento para que cada par- ticipante contribuísse com sugestões e críticas sobre os projetos apresentados, facilitando, com suas intervenções, a reflexão sobre os mesmos e a proposição de possíveis adequações.

Ao final, o educador preparou uma planilha com os temas surgidos no conjunto dos projetos e propôs aos participantes que escolhessem os grupos por afinida- de de temas para desenvolverem projetos juntos.

Essa proposta contribuiu para que o estudante pudesse refletir sobre suas op- ções e confrontar seu ponto de vista com os de outros participantes, dialogando, ouvindo e fazendo sugestões, refazendo seus planos e projetos e colaborando na reformulação de outros, a partir das trocas de opiniões.

No trabalho coletivo, são valorizados a socialização, o compartilhar, as relações de convivência e solidariedade. O educador, como mediador das práticas educa- tivas, contribui para a reflexão do estudante, que se fortalece como pesquisador e como sujeito compromissado com sua aprendizagem, assim como com o de- senvolvimento de seus potenciais.

Pretende-se, com essas práticas, criar estratégias educativas para desenvolver nos estudantes habilidades que lhes permitam ter recursos cognitivos para par- ticipar ativa e produtivamente das atividades em grupo; contribuir no planeja- mento das atividades; manifestar interesse nas discussões e decisões do grupo; e expressar livremente seus sentimentos.

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