Inteligencia Geografica de Seg Publica no Estado do PR - V2

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Ayrton Alves de Oliveira 1 Laurence Smanhotto Tomaz 2 Marcelo Bordin 3 Reginaldo Santa Rosa 4 Rodrigo Perim de Lima 5 INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos atualmente observados no campo da informática e a sua consequente disseminação por toda a sociedade e esferas da vida humana, são responsáveis pela otimização e agilidade de muitas atividades que eram morosas e burocráticas. Estamos vivendo em uma sociedade que cada vez mais interage por meio das redes sociais digitais e vivenciando um fluxo de informações jamais imaginado, denominado de BIG DATA 6 . Nesse sentido, a administração pública em geral começa, em todo o mundo, a utilizar-se dessa tecnologia para melhorar o acesso aos seus serviços buscando maximizar os recursos e reduzir custos. INTELIGÊNCIA GEOGRÁFICA NA SEGURANÇA PÚBLICA NO ESTADO DO PARANÁ: AVANÇOS E DESAFIOS 1 Segundo Sargento da Polícia Militar do Paraná. Engenheiro Agrícola e Ambiental (Faculdade Espírita), Especialista em Ensino da Matemática (Faculdade Opet). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planeja- mento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná. 2 Soldado da Polícia Militar do Paraná. Tecnólogo T.I., Especialista em Redes e Segurança de Sistemas. Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Adminis- tração Penitenciária do Paraná. 3 Cabo da Polícia Militar do Paraná. Geógrafo (UFPR), Cientista Político (UNINTER), Mestre em Geografia (UFPR) e Doutorando em Sociologia (UFPR). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná. 4 Soldado da Polícia Militar do Paraná. Licenciado em Matemática (UFPR), Mestre em Métodos Numéricos (UFPR) e Doutoran- do em Métodos Numéricos (UFPR). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná. 5 Capitão da Polícia Militar do Paraná. Bacharel em Direito (UNIBRASIL) e Especialista em Gestão de Pessoas (FACEAR). Atual- mente é analista criminal e coordenador da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná. 6 Big Data é o conjunto de dados digitais disponíveis na rede mundial de computadores. Conforme a IBM: “Big data is a term applied to data sets whose size or type is beyond the ability of traditional relational databases to capture, manage, and process the data with low-latency. And it has one or more of the following characteristics – high volume, high velocity, or high variety. Big data comes from sensors, devices, video/audio, networks, log files, transactional applications, web, and social media - much of it generated in real time and in a very large scale.” Disponível em https://goo.gl/Xqh8gL

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Ayrton Alves de Oliveira1

Laurence Smanhotto Tomaz2

Marcelo Bordin3

Reginaldo Santa Rosa4

Rodrigo Perim de Lima5

INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos atualmente observados no campo da informática e a sua consequente disseminação por toda a sociedade e esferas da vida humana, são responsáveis pela otimização e agilidade de muitas atividades que eram morosas e burocráticas.

Estamos vivendo em uma sociedade que cada vez mais interage por meio das redes sociais digitais e vivenciando um fluxo de informações jamais imaginado, denominado de BIG DATA6 .

Nesse sentido, a administração pública em geral começa, em todo o mundo, a utilizar-se dessa tecnologia para melhorar o acesso aos seus serviços buscando maximizar os recursos e reduzir custos.

Os avanços tecnológicos atualmente observados no campo da informática e a sua consequente disseminação por toda a sociedade e esferas da vida

INTELIGÊNCIAGEOGRÁFICANA SEGURANÇA PÚBLICANO ESTADO DO PARANÁ:AVANÇOS E DESAFIOS

1 Segundo Sargento da Polícia Militar do Paraná. Engenheiro Agrícola e Ambiental (Faculdade Espírita), Especialista em Ensino da Matemática (Faculdade Opet). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planeja-mento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná.2 Soldado da Polícia Militar do Paraná. Tecnólogo T.I., Especialista em Redes e Segurança de Sistemas. Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Adminis-tração Penitenciária do Paraná.3 Cabo da Polícia Militar do Paraná. Geógrafo (UFPR), Cientista Político (UNINTER), Mestre em Geografia (UFPR) e Doutorando em Sociologia (UFPR). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná.4Soldado da Polícia Militar do Paraná. Licenciado em Matemática (UFPR), Mestre em Métodos Numéricos (UFPR) e Doutoran-do em Métodos Numéricos (UFPR). Atualmente é analista de geoprocessamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná.5 Capitão da Polícia Militar do Paraná. Bacharel em Direito (UNIBRASIL) e Especialista em Gestão de Pessoas (FACEAR). Atual-mente é analista criminal e coordenador da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná.6 Big Data é o conjunto de dados digitais disponíveis na rede mundial de computadores. Conforme a IBM: “Big data is a term applied to data sets whose size or type is beyond the ability of traditional relational databases to capture, manage, and process the data with low-latency. And it has one or more of the following characteristics – high volume, high velocity, or high variety. Big data comes from sensors, devices, video/audio, networks, log files, transactional applications, web, and social media - much of it generated in real time and in a very large scale.” Disponível em https://goo.gl/Xqh8gL

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7 SIG: Um Sistema de Informação Geográfica (SIG ou GIS - Geographic Information System, do acrónimo/acrônimo inglês) é um sistema de hardware e software, informação espacial e procedimentos computacionais que permite e facilita a análise, gestão ou representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem.8 Paraná. Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária.Estatísticas disponível em: https://goo.gl/Gzpm9q - Acesso em 05 jan 17.

A segurança pública também começa a se apropriar desses avanços, proporcionando uma melhor coleta dos registros de ocorrências policiais por meio de bancos de dados online, bancos de dados integrados e mapas digitais das áreas com maiores índices e horários de acúmulo de ocorrências.

Esse trabalho pretende discutir a implementação do sistema de registro estatístico e espacial de ocorrências policiais implantado no Estado do Paraná desde o ano de 2003, visando a criação de uma base histórica e também da utilização de mapas com informações georreferenciadas para melhor utilização dos recursos humanos e materiais das instituições policiais e a criação de indicadores criminais para o emprego em um sistema de metas.

A forma endentada para demonstrar a ferramenta de SIG7 , baseada na plataforma ArcGIS do Estado foi a elaboração de artigos onde serão demonstradas as principais ferramentas operacionais disponibilizadas a todos os policias civis e militares do Paraná, como também produtos dedicados à produção do conhecimento, gestão estratégica, inteligência e alinhamento de políticas públicas no âmbito da Segurança Pública do Estado.

PRIMEIROS PASSOS:A experiência do estado do Paraná: integração de bases das polícias e geoprocessamento das ocorrências policiais

Estando no mesmo patamar de outros Estados com relação aos problemas de segurança pública (ainda que a coleta e sistematização de dados de ocorrências policiais fossem falhos e com dois siste-mas de registros - polícia militar e polícia civil), os números estatísticos que se encontram publicados no site da SESP8 demonstravam um constante aumento dos casos de violência letal e também crimes contra o patrimônio. O estado do Paraná criou, para tentar reverter essa situação, uma equipe que iniciasse os trabalhos de levantamento de um diagnóstico da estatística criminal das duas instituições policiais.

O início do ano de 2003 foi o ponto de partida para a criação do Projeto Mapa do Crime, que buscou verificar as compatibilidades das bases de dados alimentadas pelas duas polícias estaduais e que verificou uma incompatibilidade, seja no modelo de coleta (formulários com formatos e necessidades diferentes de cada instituição) como no modo de construção do próprio banco de dados, que em alguns casos impossibilitava a extração sistematizada de informações (algumas essenciais para a especialização das ocorrências e mesmo a sua utilização estatística, eram inseridos em um campo denominado “histórico da ocorrência”, sendo composto por caracteres alfa numéricos). Segundo Bordin & Lima (2012, p.161),

Em fevereiro do ano 2003, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, foi instituído um projeto cujo propósito maior foi o de desenvolver uma proposta metodológica exequível para implantar, no âmbito da Segurança Pública Estadual, uma ferramenta para identificar, localizar e mensurar as ocorrências policiais de forma a proporcionar organização, clareza e transparência às informações geradas pelos registros policiais. Proporcionar também bases para a proposição de soluções aos problemas de criminalidade e violência que crescentemente vinham assolando o território paranaense, focando principalmente em suas maiores cidades.

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9 A dificuldade de atualização da base de arruamento é enorme em virtude das mudanças de nomes de ruas e na criação de novas ruas levando-se em consideração a falta de integração dos órgãos das diversas esferas governamentais que tem por objetivo gerenciar essas questões.10 Atualmente está em estudo uma proposta de uma nova articulação nas Áreas Integradas de Segurança Pública em virtude de adequações das duas instituições policiais.

Esse grupo de trabalho ficou nomeado de “Projeto Mapa do Crime” e a principal indicação de mudança na coleta das informações foi a adoção, em 2005, de um Boletim de Ocorrência Unificado (doravante denominado BOU), sendo considerado essencial na continuidade do projeto, pois é a “matéria-prima” de todo o processo de espacialização das ocorrências e também da gestão, estatística e transparência dos números sobre segurança pública no estado.

Ainda no sentido de criar um modelo de espacialização das ocorrências policiais, foi necessário fazer um levantamento da base de arruamento (base cartográfica) disponível. A base cartográfica atual foi produzida a partir de informações da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL), fornecida por força de convênio com a referida empresa, sendo sistematizadas pelos integrantes da CAPE.

A cartografia de arruamento do primeiro lote de trabalho, que continha 35 municípios, foi produzida por uma empresa. Com o advento de convênio com outros órgãos estaduais (Paraná Cidade e SEDU) foram disponibilizadas à CAPE outras bases disponíveis dentro da estrutura do Estado.

Com o amadurecimento do projeto o setor de cartografia da Coordenadoria, de posse de todo o material coletado, produziu uma base de arruamento própria da Secretaria de Segurança Pública, contendo os 399 municípios, onde obtendo-se uma cobertura de 100% de mapeamento do Paraná, metodologia de trabalho que se utilizou de interpolações espaciais e de soluções criadas a partir de ferramentas disponíveis no software ArcGIS.

Apesar de atingir um bom padrão no que diz respeito à cobertura cartográfica das áreas urbanas no Estado, atualmente, a CAPE preocupa-se com a atualização dessa cartografia, em especial nas cidades com maiores índices de desenvolvimento, em virtude da rápida dinâmica da produção do espaço urbano habitado, seja na construção de novas áreas de habitação regulares9 , seja na criação de áreas de habitação irregulares.

Buscando fazer frente à essa dinâmica, foi planejado e se encontra em fase de produção, um módulo junto ao sistema de Cadastro de Ocorrências do BOU, que permitirá a retroalimentação por parte dos policiais (civis e militares) que estão realizando o atendimento das ocorrências.

O fluxo de trabalho prevê uma base de arruamento pré-formatada, ou seja, quando não existir no cadastro o nome do arruamento, os policiais farão o “cadastro de rua nova” ainda inexistente, que será encaminhado ao setor de cartografia da CAPE para homologação e criação do logradouro junto à cartografia do Estado.

É importante ressaltar que a presente cartografia é utilizada por todo o Estado do Paraná e busca-se a efetivação de um comitê que será responsável pela supervisão e qualidade das informações contidas nessa base.

Ainda dentro do escopo da produção de gestão, foram criadas as Áreas Integradas de Segurança Pública (doravante AISP), que proporcionaram a unificação das áreas das delegacias da polícia civil e as unidades da polícia militar, e tem por objetivo facilitar as ações de segurança pública, melhorar a comunicação entre os gestores locais e regionais das duas polícias estaduais e também facilitar o levantamento estatístico por áreas integradas10 .

O projeto Mapa do Crime foi finalizado em dezembro de 2005 com a criação da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico, ficando com as atribuições de sistematizar os dados do BOU e produzir relatórios trimestrais, anuais e demais demandas dos órgãos de segurança pública e atender também qualquer outro órgão ou pedido externo, como por exemplo, de instituições acadêmicas.

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A partir da implantação do BOU e consequentemente a sua disseminação por todas as unidades das polícias estaduais, tiveram início as reuniões do Comitê Gestor de Segurança Pública. Esse comitê foi um espaço de debate entre as forças de segurança pública, sendo feitas avaliações de desempenho com relação aos dados estatísticos e áreas de maior incidência de registros policiais. Cada área avaliada era reavaliada após três meses, verificando os possíveis aumentos ou reduções nos registros policiais, bem como as práticas gerenciais aplicadas pelos gestores de cada região.

As reuniões do Comitê Gestor foram uma experiência para toda a equipe da CAPE, bem como para os demais operadores de segurança pública, e serviram de fomento para a disseminação e utilização das ferramentas de Informação Geográfica e Business Intelligence.

Contudo, a primeira experiência da Secretaria de Segurança Pública do Paraná com a ferramenta da família Esri remontam ao ano de 2005, ainda com a versão do software ArcGIS 3.2, sendo que na época os mapas eram produzidos e entregues fisicamente aos gestores das unidades policiais.

SISTEMA DE INFORMAÇÕESGEOGRÁFICAS DO PARANÁ - CAPEGEO

Dentre as principais dificuldades encontradas pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estra-tégico foi a democratização da informação e a mudança da cultura institucional quanto ao não uso de critérios científicos e ferramentas para o planejamento e tomada de decisão, na prática da gestão de segurança pública e aplicação dos recursos materiais e humanos no combate à criminalidade.

Figura 1: Reunião do Comitê Gestor de Segurança Pública do Estado do Paraná. Fonte: Bordin & Perim, 2012, p. 168).

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Buscando superar a dificuldade, e frente à oportunidade de recursos vindos de projetos apresentados ao Governo Federal, a SESP adquiriu a solução de SIG ArcGIS, correspondente ao software de gerenciamento e banco espacial (ArcGIS for Server Enterprise Advanced), Software de conexão e escrita no banco de dados (ArcGIS for Desktop Standard Concurrent) e licenças do ArcGIS Desktop.

Com a nova solução tecnológica no ano de 2014, a Coordenadoria iniciou os trabalhos para desenvolver um portal com ferramentas de geocodificação e análises espaciais básicas destinadas ao nível gerencial tático e operacional, passando posteriormente para a produção de visões estratégicas, análises espaciais mais aprimoradas, chegando à realização de mineração de dados e produção de informação para a produção de conhecimento.

Paralelamente ao desenvolvimento da ferramenta do portal CAPEGEO ocorreu a aquisição de soluções de Business Intelligence, que conjuntamente com o Sistema de Informações Geográficas, possibilitam a produção de planejamentos eficazes com a tomada de decisão qualificada e oportuna.

O portal CAPEGEO (Figura 02) apresenta ao usuário acesso compartimentado conforme a necessidade de saber de cada usuário, sendo que o dashboard operacional está disponibilizado a mais de 20 mil policiais civis e militares do Paraná, havendo, contudo, controle de acesso e rastreabilidade.

Importante que seja considerada a cultura do improviso, que faz parte do cotidiano na atuação das organizações envoltas em segurança pública, e a falta de integração como dois dos grandes entraves à melhoria efetiva de resultados das políticas de segurança pública, dificultando a gestão. As políticas de segu-rança pública são tradicionalmente caracterizadas em uma perspectiva de trabalho pontual e de horizontes de curto prazo. Por outro lado, os princípios básicos de gestão (elaboração de diagnósticos dos problemas enfrentados, planejamento estratégico e monitoramento sistemático de resultados) são ações estranhas ou pouco costumeiras nesse universo. Ainda assim, o conceito de racionalização não é marca das políticas públicas nesse campo. (WOSNY, 2010, p. 25)

Figura 2: Página inicial do Portal CAPEGEO. Fonte: Página interna portal CAPEGEO.

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11 Paraná. Resolução SESP nº 022/2012. Instituir, no âmbito da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná, os seguintes indicadores criminais a fim de comporem o sistema de metas da SESP: Homicídio doloso; II. Roubos; III. Furtos; IV. Roubo, Furto e Recuperação de Veículos. V. Armas apreendidas. Disponível em: https://goo.gl/YDVphk

Imergindo no sistema os usuários têm acesso a um ambiente de análise rápido e intuitivo, contudo existe a possibilidade da realização de estudos específicos e com a profundidade que cada tema necessita.

Os policiais ainda podem ter acesso a informações quanto à cartografia, pontos notáveis, equipa-mentos públicos, quantitativo de presos no departamento penitenciário e nas delegacias de polícia por município.

O percentual de geoprocessamento das ocorrências por ponto atinge aproximadamente 70% devido às várias etapas de consistência aos quais os dados são submetidos.

O Estado criou metodologia própria de interpolação e consistência que, mesmo com a numeração “0” (zero), é possível realizar o mapeamento de 20% dessas ocorrências que anteriormente eram dispensadas na primeira análise de qualidade dos dados.

Com a barra de controle inferior (Figura 3) o policial pode ter acesso à lista de camadas onde encontra-se mapas pré-formata-dos segundo os locais exatos das ocorrências (pontos) e manchas termais (hot spot) dos indicado-res elencados pela Secretaria de Segurança Pública11.

Figura 3: Imagem da ferramenta de camadas. Fonte: Dashboard CAPEGEO.

Os próximo s dois ícones, (figura 4) respectivamente, trazem a legenda que é dinâmica confor-me o que for selecionado pelo usuário e a tabela de atributos, que contém todos os campos existentes no banco e disponi-bilizados para a visualização pelo usuário.

Essas tabelas podem ser expor-tadas para serem trabalhadas em planilhas eletrônicas caso seja de interesse do policial. Figura 4: Imagem da ferramenta de Legenda e tabela de atributos.

Fonte: Dashboard CAPEGEO.

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O ícone subsequente (figura 5) permite ao policial realizar a mineração de dados, podendo ter como objetos de pesquisa campos parametrizados e não parametrizados.

Com essa ferramenta é permiti-do ao policial realizar análises avançadas quanto a critérios de gestão em relação às ocorrên-cias atendidas, como também a espacialização do modo de agir de marginais, a produção de prova para pedidos de prisão, próprios da atuação da polícia Judiciária.

O policial ainda tem duas ferra-mentas de seleção (Figura 6) para determinar uma área a ser trabalhada, sendo que a primei-ra ferramenta é pré-formatada, demonstrando as quantidades de indicadores conforme a sele-ção, enquanto a segunda permite a criação de novos layers, que poderão ser analisa-dos segundo todas as ferramen-tas existentes no dashboard.

Figura 5: Imagem da ferramenta de consultas. Fonte: Dashboard CAPEGEO

Figura 6: Imagem da ferramenta de Seleção de área.Fonte: Dashbord CAPEGEO

As duas próximas ferramentas (figura 7) da barra de controle permitem ao usuário realizar filtros em campos parametriza-dos como também produzir gráfico segundo o dia da semana e horário que as naturezas crimi-nais ocorrem, fechando com isso os três elementos primários para a atuação epidemiológica da criminalidade, aplicando o poli-ciamento no local, data e hora correta.

Figura 7: Imagem da ferramenta de filtros e gráficos. Fonte: Dashbord CAPEGEO

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CONCLUSÃOObviamente o caminho ainda está sendo trilhado, mas a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado do Paraná trabalham para possuir uma aplicação cada vez mais eficiente de seus recursos humanos e materiais visando uma melhor prestação de serviços de segurança pública e emergências.

A continuidade da ideia inicial de empregar o geoprocessamento na ocorrências policiais, a manu-tenção de uma equipe de policiais civis e militares altamente qualificados em diversas áreas (das humanidades às tecnologias da informação), extremamente dedicados e com foco na melhoria da prestação de serviços públicos e com o objetivo de melhorar a qualidade de vida a cada cidadão, juntamente com investimento em tecnologia.

Fez com que aquele brainstorming frutificasse colocando o estado do Paraná em posição de destaque no que se refere ao uso das tecnologias de controle e gestão policial com a utilização das ferramentas de geoprocessamento.

Esse aperfeiçoamento cotidiano da equipe da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da SESP PR proporcionou o treinamento de muitos policiais civis e militares na utilização de ferramentas de gestão e controle, além de subsidiar inúmeras outras instituições de segurança pública em todo o estado com informações para melhorar o planejamento de suas ações.

O bem comum de toda a população é o objetivo dos esforços engendrados na aplicação das tecnologias de informação, geoprocessamento, controle e gestão policial da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado do Paraná.

Com o próximo botão (figura 8), o policial pode realizar o estudo de agrupamento de fatos, o que facilita a identificação da reincidência e o consequente estudo de campo de criminologia de ambiente.

A ferramenta seguinte (figura 8) permite ao usuário um estudo a partir de um ponto de interesse, tendo o mesmo pré-determinado, como uma escola, estabelecimento público ou comercial, é possível ver especialmente todos os fatos ocorridos dentro de um raio que pode ser estipulado pelo analista.

Figura 8: Imagem da ferramenta de cluster e proximidades. Fonte: Dashbord CAPEGEO

Por fim, como pode ser observado em todas as imagens (figuras 1 a 8) postadas no presente trabalho, no canto superior direito, o policial pode utilizar-se de várias cartografias de fundo, inclusive imagens de satélite, que é de grande valia na construção de uma visão mais completa da realidade e das necessi-dades para que o planejamento ocorra de forma eficiente e efetiva.

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REFERÊNCIAS

IBM. Analytics. Disponível em https://goo.gl/Xqh8gL Acesso em 12 nov 17.

Bordin, Marcelo & Lima, Rodrigo Perim de. Mapeamento do Crime e Análise Criminal: A Experiência do Estado do Paraná. Revista Geografares, nº 10, Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). 2012. Disponível em https://goo.gl/gwkuYN. Acesso em 13 nov 17.

Paraná. Resolução SESP nº 022/2012. Instituir, no âmbito da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná, os seguintes indicadores criminais a fim de comporem o sistema de metas da SESP: Homicídio doloso; II. Roubos; III. Furtos; IV. Roubo, Furto e Recuperação de Veículos. V. Armas apreendidas. Disponível em: https://goo.gl/dJ7y4v Acesso em: 06 jan 18.

Paraná. Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária. Estatísticas. Disponível em: https://goo.gl/Gzpm9q Acesso em: 05 jan 17.

TerraGes. Sistema de Informação Geografica. Disponível em: https://goo.gl/ueLe26 Acesso em: 05 jan 18.

WOSNY, Marcos Antonio. Segurança pública: uma análise crítica sobre o modelode gestão no Paraná. Monografia do Curso Superior de Polícia da Academia Policial Militar do Guatupê, São José do Pinhais, 2010. Disponível em: https://goo.gl/vLs2Fm Acesso em: 20 nov 2017.