Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

download Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

of 208

Transcript of Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    1/208

    RECOLHA DOS SABER-FAZER TRADICIONAISDAS PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS

    CONCELHOS DE ALJEZUR, LAGOS E VILA DO BISPO

    TRABALHO REALIZADO POR:

    AFLOSULASSOCIAO DE PRODUTORES FLORESTAIS DO SUDOESTE ALGARVIO

    Bordeira, Setembro de 2006

    PROJECTO CO-FINANCIADOPELA UNIO EUROPEIAFundo Europeu de Orientao eGarantia Agrcola

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    2/208

    2

    RECOLHA DOS SABER-FAZER TRADICIONAISDAS PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS

    CONCELHOS DE ALJEZUR, LAGOS E VILA DO BISPO

    Relatrio de Projecto realizado no mbito da execuo do Projecto Agir para ummundo rural sustentvel (Medida AGRIS, Aco 8 Dinamizao doDesenvolvimento Agro Florestal e Rural).

    TRABALHO REALIZADO POR:Joana Salom Camejo RodriguesAssociao AFLOSUL

    EQUIPA TCNICA DO PROJECTOCmara Municipal de Aljezur - Filipa Fonseca

    Cmara Municipal da Vila do Bispo - Joo SantanaAFLOSUL Ricardo Jacinto

    Bordeira, Setembro de 2006

    PROJECTO CO-FINANCIADO

    PELA UNIO EUROPEIAFundo Europeu de Orientao eGarantia Agrcola

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    3/208

    3

    RECOLHA DOS SABER-FAZER TRADICIONAISDAS PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS

    NDICE

    Resumo ... 41 Introduo . 62 Mtodos 8

    2.1 Metodologia etnobotnica 82.2 Metodologia de identificao botnica . 92.3 Metodologia de recolha de informao sobre produo e comercializao de PAM ... 10

    3 - Catlogo dos dados etnobotnicos recolhidos ... 12

    3.1 Catlogo de plantas medicinais 153.2 Catlogo de plantas aromticas/condimentares 793.3 Catlogo de plantas com outros usos 80

    4 - Produo e Comercializao de PAM ... 944.1 Informao genrica recolhida . 94

    4.1.1 Comercializao de PAM no nosso pas 954.1.2 Produo de PAM ... 954.1.3 Ajudas / subsdios para o sector das PAM . 1024.1.4 Contactos de interesse 103

    4.2 Produo regional . 1074.3 Comrcio regional 1084.4 Proposta de espcies com interesse para comercializar na regio 108

    5 Perspectivas .. 1145.1 Perspectivas etnobotnicas ... 1145.2 Perspectivas no sector da produo e comercializao de PAM .. 115

    Anexos 117Anexo 1 Catlogo de fotos (no disponvel) 119Anexo 2 Lista das pessoas entrevistadas 121Anexo 3 Transcrio das Entrevistas (no disponvel) ... 127Anexo 4 Lista de espcie citadas como medicinais 129Anexo 5 Lista de espcies citadas como aromticas/condimentares .. 137Anexo 6 Lista de espcies com outros usos 141Anexo 7 Resumo dos dados etnobotnicos referentes s espcies com usos medicinais

    citados em trs ou mais entrevistas ... 147Anexo 8 Fontes da identificao cientfica das plantas 159Anexo 9 Localizaes de PAM na regio (no disponvel) 163Anexo 10 Catlogo de outras mezinhas referidas ... 165Anexo 11 Outros dados etnolgicos recolhidos . 173Anexo 12 Novos nomes vulgares ... 181Anexo 13 Resultados do estudo de mercado .. 187Anexo 14 Proposta para brochura (no disponvel) ... 191Anexo 15 Bibliografia consultada .. 193Anexo 16 ndice remissivo dos nomes cientficos e vernculos das plantas .. 197

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    4/208

    4

    RESUMO

    O presente estudo etnobotnico foi promovido pelas Cmaras Municipais de Aljezur, Vila do

    Bispo e Lagos e realizado pela Associao Aflosul, de Outubro de 2005 a Julho de 2006, no mbito do

    Projecto Agir (Medida AGRIS, Aco 8). Este estudo abarcou os concelhos de Aljezur, Vila do Bispoe Lagos, tendo sido efectuadas 49 entrevistas etnobotnicas, nas que participaram 75 pessoas

    (informantes).

    As entrevistas foram realizadas de modo informal sob a forma de conversa. Os dados obtidos

    para cada planta foram: o seu nome popular, os seus usos, as partes utilizadas e o modo de preparao

    e aplicao em cada caso.

    Com excepo das espcies j amplamente conhecidas e que no induzem a erro (p.e. alecrim,

    erva-cidreira, etc.), todas as plantas citadas foram identificadas cientificamente e confirmadas junto decada informante que a referira.

    O estudo permitiu recolher informaes acerca de 173 espcies citadas como teis, das quais

    164 foram citadas como medicinais, 16 como condimentares, e ainda 62 espcies com outros usos, das

    quais 31 com usos veterinrios.

    Com base na anlise efectuada foi possvel distinguir 76 espcies com usos medicinais

    confirmados por 3 ou mais informantes de entrevistas distintas.

    Das 49 entrevistas etnobotnicas efectuadas, em 28 delas (57%) foram referidas 30 ou maisplantas teis, o que demonstra um bom nvel de conhecimentos sobre as plantas e os seus usos

    populares na regio estudada.

    Em comparao com o livro Portugal Botnico de A a Z (Fernandes e Carvalho, 2003), que

    a obra mais recente sobre os nomes vulgares das plantas em Portugal e que reuniu os nomes referidos

    em diversas obras, foi ainda possvel averiguar quais os nomes vulgares citados na regio que ainda

    no foram publicados at data.

    O presente estudo teve assim como objectivo a recolha dos saber-fazer tradicionais acerca

    das plantas medicinais e aromticas (PAM). Como complemento este estudo contribuiu tambm para a

    recolha de informaes acerca da produo e comercializao das PAM.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    5/208

    5

    No cheires na rosa abertaQue essa est lavada do tempoCheira naquela fechadinha

    Que essa tem o cheiro dentro(Deolinda Maria Miquelino, Bordeira)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    6/208

    6

    1. INTRODUO

    Os saber-fazer tradicionais relacionados com as plantas tradicionalmente empregues nas medicinas econdimentos caseiros (vulgo PAM plantas aromticas e medicinais) so cada vez mais escassos e caminhampara a extino. Ao longo do nosso pas alguns estudos etnobotnicos tm sido desenvolvidos com o objectivo

    de recolher este patrimnio cultural, se bem que muito ainda se encontre por resgatar das teias do esquecimento,desuso e desaparecimento.O presente estudo foi desenvolvido no mbito da execuo do Projecto Agir para um mundo rural

    sustentvel (Medida AGRIS, Aco 8 Dinamizao do Desenvolvimento Agro Florestal e Rural) epromovido pelas Cmaras Municipais de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos, tendo sido executado atravs daAssociao Aflosul de Outubro de 2005 a Julho de 2006. Este estudo etnobotnico visou a recolha dessessaber-fazer tradicionais nos concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos.

    Ao que foi apurado um outro estudo de recolha dos usos medicinais populares das plantas foi feito noconcelho de Vila do Bispo por uma equipa liderada pela Enga. Eleonora Borges da Estao Florestal Nacional, oqual decorreu durante 3 anos e terminou em Maio deste ano.

    Durante a realizao deste estudo contou-se com a colaborao das seguintes pessoas e entidades, s

    quais queremos deixar os nossos agradecimentos:- Enga. Filipa Fonseca, Cmara Municipal de Aljezur- Daniel Glria, Cmara Municipal de Lagos- Engo. Joo Santana, Cmara Municipal de Vila do Bispo- Sr. Lus Manuel Mateus Costa, Presidente da Junta de Freguesia de Vila do Bispo- Sr. Antnio Correia, Presidente da Junta de Freguesia de Baro de S. Joo- Sr. Firmino Manuel Rosado Correia, Presidente da Junta de Freguesia de Budens- Enga. Margarida Costa da Direco Regional de Agricultura do Algarve (DRA-ALG)

    Em especial queremos agradecer a todas as pessoas entrevistadas (listadas abaixo e no Anexo 6.2) e atoda a populao destes trs concelhos, particularmente s pessoas que, no tendo participado em entrevistas,foram no entanto importantes pois indicaram aquelas pessoas que saberiam mais destes assuntos nas suas

    aldeias ou na restante rea de estudo. s pessoas entrevistadas ou que de algum modo participaram ementrevistas, o nosso muito obrigado pela simpatia e colaborao:

    - Adelina Custdia Marreiros (Vrzea da Fonte)- Adelina Mendes (Raposeira)- Adelino Pacheco Norte (Pincho)- Afonso Pacheco (Almdena)- Agostinho Joaquim (Bordeira)- Albertina Pacheco (Vale de Boi)- Aldegundes Duarte e Jos Correia Virtuoso (Raposeira)- Aldina Maria e Domingos Jos Paulino Nunes (Monte da Vrzea, perto de Aljezur)

    - Alexandre Domingos Bonina (Baro de S. Joo)- Alzira Gonalves (Vale de Boi)- Ana Canelas (Burgau)- Angelina da Encarnao Guerreiro (Baro de S. Joo)- Antnia Catarina Silva (Moinho da Vrzea, perto de Aljezur)- Antnio Joo Viana (Lagos)- Antnio Correia (Baro de S. Joo)- Bernardino Campos e esposa (Baro de So Joo)- Ceclia Deolinda de Jesus (Carrapateira)- Celeste Oliveira Marreiros (Aljezur)- Celzia Oliveira e Jos Dias (Carrascalinho)- Cesaltina Batista Sintra, Fernando Alves Sintra, Rui Fernando Batista Sintra (Pedralva)

    - Custdia Rosado (Arrifana)- Daniel Afonso Pacheco e Albertina Gomes (Bordeira)- Deolinda Francisca Loureno (Hortas do Tabual)- Deolinda Maria Miquelino (Bordeira)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    7/208

    7

    - Deonilde Maria Correias, Antnio Martins (Raposeira)- Domingos Correia Gordinho (Raposeira)- Francelina Maria (Samoqueira)- Francisca de Jesus da Silva, Francisca da Silva Mochacho e Lusa Maria Furtado (Raposeira)- Francisco da Conceio Dias (Raposeira)- Francisco Rosado Xavier (Vale de Boi)- Georgina Maria Jos (Carrapateira)- Idalina Maria Felicidade (Raposeira)- Ildia da Conceio Viegas (Vila do Bispo) e Lusa Sousa Cintra (Vila do Bispo)- Isabel Alves Pacheco, Antnio Alves Marreiros (irmo) (Monte Ruivo)- Isabel Incia da Conceio Gonalves (Baro de S. Joo)- Isabel Maria da Conceio (Carrapateira)- Isabel Pires e Lus Pires (Raposeira)- Joo da Costa Pacheco (Monte Ruivo) e Albano Maria da Cruz (Chaboco)- Joo Pacheco Marreiros e Aura Maria Pacheco (Carrapateira)- Jos Batista da Silva (Raposeira)- Jos Francisco Simo de Carvalho (Vila do Bispo)- Jos Lino (Raposeira)

    - Jos Victor Mateus (Vila do Bispo)- Jos Vitorino da Encarnao (Serominheiro)- Joslia Maria Casimiro (Arrifana)- Leonilde Maria Duarte (Serominheiro)- Maria Adelina dos Reis Machado (Carrapateira)- Maria Candeias (Aljezur)- Maria da Graa Rosado Boto e Maria Francisca Rosado (Hortas do Tabual)- Maria de Jesus (Maria Vitorina) e Armindo de Jesus Marreiros (Craveira)- Maria Francisca da Glria (Monte da Cruz, Aljezur)- Maria Gonalves Afonso (Vilarinha)- Maria Isabel Correia Marreiros (Hortas do Tabual)- Maria Jos Marroios (Rogil)

    - Maria Jos Valentim (Maria Teresa no registo) (Monte Novo, perto de Vila do Bispo)- Maria Jlia Costa (Rogil)- Maria Soares (Maria do Jos Vicente) (Vila do Bispo)- Maria Vitorina (Serominheiro)- Mateus Marques Marreiros (Vila do Bispo)- Naciolinda Eufrases e Brgida Maria da Encarnao (Sagres)- Nomia Manuela de Jesus (Rogil)- Odete Alves Antnio (Bordeira)- Olinda Custdia e Adriana Pacheco (Carrascalinho)- Orlanda Correia e Jos da Luz Correia (Pedra Amarela, freg. Baro de S. Joo)- Palmira da Silva (Rogil) e Adelina de Jesus (Leiria)- Raquel Marques Barbara (Vila do Bispo)

    - Roglia Castela (Portimo)- Rosa e Joaquim Machado (Vila do Bispo)- Rosria (Raposeira)- Silvina Maria Candeias, Incia Maria Candeias Martins e Maria Candeias Martins (Budens)- Vicente Henrique (Carrapateira)

    Este projecto incluiu 4 aces principais, nomeadamente as entrevistas etnobotnicas, o estudo demercado, a recolha de informao sobre produo e comercializao de PAM e a confirmao cientfica dasplantas citadas nas entrevistas.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    8/208

    8

    2. MTODOS

    Alm dos mtodos apresentados a seguir de realar que durante a fase de recolha e identificao dasplantas foi tambm empregue um tempo considervel na recolha de imagens fotogrficas das plantas, tendo-se

    usado a mquina fotogrfica digital da Associao (hp photosmart 945). A recolha fotogrfica das plantas importante, quer como comprovativo das espcie1e da sua existncia na regio estudada, quer para a elaboraode documentos de divulgao.

    2.1METODOLOGIA ETNOBOTNICA

    entrevistas e informantes

    Para a recolha da informao etnobotnica efectuaram-se ao todo 54 entrevistas etnobotnicas, das quais5 foram excludas por os conhecimentos dos informantes (designao dada s pessoas entrevistadas) seremmnimos ou provirem notoriamente de livros e no de saberes tradicionais, pelo que se considerou que no sefaria a confirmao das plantas com estas pessoas. Foram ento consideradas e trabalhadas 49 entrevistas, 26 noconcelho de Aljezur, 17 no concelho de Vila do Bispo e 6 no de Lagos (ver dados gerais das entrevistas e dosinformantes no Anexo 6.2).

    Procurou-se entrevistar pessoas que tivessem um bom nvel de conhecimento das plantas silvestres eseus usos populares locais (portanto a amostragem no foi aleatria). Para tal recorreu-se a quatro tcnicas:1- perguntou-se a pessoas conhecidas quem na regio teria estas caractersticas2- perguntou-se nas aldeias, de forma aleatria, por pessoas (das mais antigas) que soubessem bastante sobrecomo se usavam antigamente as ervas para chs e mezinhas3- enviaram-se faxes a vrias sedes de Freguesia explicando o projecto e indagando que cidados das suas

    freguesias aconselhavam entrevistar4- perguntou-se s pessoas entrevistadas se conheciam outras pessoas que tambm soubessem muito desteassuntoDestas quatro tcnicas a terceira foi a menos proveitosa devido falta de resposta por parte da maioria dasJuntas de Freguesia.

    O mtodo utilizado para a recolha de informao foi a entrevista etnobotnica. Uma entrevistaetnobotnica compreende um conjunto de visitas ao longo do tempo, que so efectuadas ao mesmo informante,ou aos mesmos informantes no caso da presena e participao de mais de uma pessoa em simultneo (note-seque em certos casos algumas pessoas deram algumas informaes durante entrevistas feitas a pessoas suasconhecidas, mas foram consideradas como informantes secundrios e no participaram posteriormente naconfirmao das plantas; no entanto, os dados facultados por elas foram includos na respectiva entrevista e as

    plantas foram confirmadas, sempre que possvel, com o informante principal). A entrevista decorria em formade conversa informal, tentando-se no pressionar nem fazer demasiadas perguntas sucessivas e directas, demodo a obter as informaes quase espontaneamente e obter confiana por parte dos informantes. Assim,desenvolvia-se um dilogo em que se tentava orientar o tema de conversa mas se dava uma certa liberdade deexpresso ao orador, para que no se sentisse num interrogatrio. Pretendia-se assim transformar o informantenum professor que ensina o que sabe com alegria e entusiasmo.

    Procuraram-se recolher os conhecimentos que tivessem sido obtidos por experincia prpria ou atravsda transmisso oral tradicional. No entanto tem-se conscincia que, inevitavelmente, alguns dos conhecimentosrecolhidos possam ter sido adquiridos pelos informantes atravs de leitura de livros ou de informaes dateleviso e rdio.

    As entrevistas foram realizadas geralmente no domiclio dos informantes.

    1se bem que algumas espcies no so distinguveis por fotografia dado serem muito semelhantes a espcies irms, comdiferenas por vezes apenas notrias lupa.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    9/208

    9

    Vrias visitas foram efectuadas aos mesmos informantes, tanto para tentar recolher mais conhecimentos(dado numa primeira visita o informante geralmente no referir tudo o que sabe, por esquecimento ou por faltade confiana), como para esclarecer dvidas que tivessem ficado das visitas anteriores e confirmar as plantascitadas (explicado mais adiante).

    recolha de dados

    As informaes etnobotnicas referidas foram sendo apontadas num caderno durante as entrevistas eposteriormente informatizadas em Word.

    De cada informante registou-se os seus dados pessoais: nome, idade, local de residncia actual, locais deresidncia passados, ocupao profissional (presente e passada) e nvel de escolaridade.

    Durante a conversa anotaram-se os diversos conhecimentos que expressavam sobre as plantas e seususos medicinais e condimentares. Procurou-se simultaneamente averiguar para cada citao (planta referida comum determinado uso)qual a parte utilizada, o modo de preparao e o modo de aplicao. Sempre que outrainformao adicional era referida no era desprezada mas sim anotada e acrescentada informao base (p.e.dados como a poca de colheita, o modo de conservao do preparado, informaes respeitantes acaractersticas morfolgicas da planta, etc.).

    Todos os dados transmitidos pelos informantes foram registados, tendo sido tambm recolhida alguma

    informao acerca de plantas com usos teraputicos destinados a animais domsticos (usos veterinrios) ousobre quaisquer outros usos das plantas que os informantes espontaneamente relatavam. Foi tambm possvelrecolher diversas mezinhas da medicina tradicional em que no so usadas plantas, e diversos outros dadosetnolgicos de interesse (p.e. curas com recurso a rezas/ benzeduras, cantilenas, costumes tradicionais, crenaspopulares, etc.).

    Ao longo da fase de reconhecimento e confirmao das plantas citadas foram ainda recolhidos maisdados etnobotnicos, pois medida que as plantas eram visualizadas as pessoas por vezes lembravam-se demais usos.

    2.2METODOLOGIA DE IDENTIFICAO BOTNICA

    No existe uma unanimidade na designao popular das plantas, quer entre as diferentes regies dePortugal, quer, nalguns casos, dentro da mesma regio. Acontece por vezes encontrarem-se plantas diferentescom o mesmo nome popular, ou ainda uma mesma planta ser designada por mais de um nome na mesma regio.Assim, imprescindvel identificar cientificamente as plantas que so referidas como teis pelos informantes.

    Se bem que algumas plantas so nacionalmente conhecidas pelo mesmo nome e no precisam portantode ser confirmadas (e.g. agries, alecrim, alface, ameixeira, batata, erva-cidreira, laranjeira, limoeiro,marmeleiro, medronheiro, morangueiro, pinheiro, salsa, silva, etc.), para a maioria torna-se necessrio a suaconfirmao ou a sua identificao taxonmica.

    Ao longo deste estudo foram feitas 97 identificaes pelas Floras Botnicas2, que apuraram 67 espcies.A fonte da identificao taxonmica dessas espcies pode ser consultada no Anexo 6.8. Das restantes espciesalgumas correspondiam a plantas cuja confirmao no necessria (como explicado acima) ou a espcies jbem conhecidas pela tcnica investigadora. No entanto para a maior parte das espcies foi revista a suaclassificao taxonmica com o intuito de averiguar o nome cientfico mais actualizado com base nabibliografia botnica consultada.

    Para a observao (e, se necessria, colheita para identificao) das plantas citadas pelos informantesforam aplicadas as seguintes tcnicas:

    2Para a identificao taxonmica recorreu-se s seguintes Floras: sempre que possvel recorreu-se preferencialmente Flora Iberica(Fernandz, 2001; Aedo & Herrero, 2005; Flora Iberica online) por ser a mais actualizada para o territrioportugus; quando no possvel recorrer quela, recorreu-se Nova Flora de Portugal (Franco, 1971-2003), tendo-seesporadicamente usado como auxiliares as obras Flora Vascular de Andaluca Occidental (Valds et al. 1987), Flora dePortugal(Coutinho, 1939) e Flora Portuguesa(Sampaio, 1946). Como auxiliar identificao utilizaram-se os dicionriosbotnicosDiccionario de Botnica(Font i Quer, 1985) e Vocabulrio de Termos Botnicos(Fernandes, s.d.).

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    10/208

    10

    1- mostra das plantas pelo informante mostra de plantas presentes em sua casa, quintal, horta ou atravsde idas ao campo a locais onde conhecia a planta; esta tcnica a mais apropriada num estudo destendole pois no influencia o informante. No entanto foram feitas poucas idas ao campo por requereremtempo e disponibilidade das pessoas e por consumirem muito tempo. Foram feitas 17 idas ao campocom 10 informantes, tendo a maioria servido para a observao de poucas plantas.

    2- colheita de plantas por parte da tcnica investigadora e mostra destas (sempre que possvel em fresco)aos informantes que as tinham referido, ao longo das vrias visitas posteriores. Este foi o principalmtodo usado tendo requerido um grande esforo na manuteno das plantas em fresco (em recipientescom o p ou raiz mergulhados em gua que foi sendo mudada com bastante regularidade para permitir amaior longevidade possvel das plantas), na sua colheita sempre que necessrio repor uma plantaestragada, e na re-visitao aos informantes at completa confirmao das plantas citadas por cada um.A escolha das plantas a colher e mostrar baseou-se nas plantas mostradas por outros informantes (que namaior parte dos casos coincidiram), ou em plantas que a tcnica investigadora suspeitava serem ascitadas, ou ainda, mais esporadicamente, com base nas espcies que apresentavam nomes vulgaresiguais ou semelhantes no livro Portugal Botnico de A a Z(Fernandes & Carvalho, 2003) ou mesmo emoutros livros ou estudos anteriores. Aquando a mostra das plantas mantidas em fresco aos informantesrecorreu-se ao seu transporte numa geleira (sem gelo) que, por ter paredes rgidas e espessas, permitia

    uma baixa danificao das plantas.3- apenas numa entrevista foram confirmadas duas espcies atravs de um livro sobre plantas medicinais

    que o informante tinha e mostrou, no qual existia uma imagem de cada planta e era referido o seu nomecientfico.

    de realar que a poca de observao e identificao das plantas prolongou-se desde quase o incio doestudo (nota: a primeira espcie foi identificada a 21 de Outubro de 2005) at ao final de Julho (nota: as duasltimas espcies foram confirmadas a 25 de Julho de 2006), tendo sido os meses mais intensivos os de Maio eJunho, ou seja durante a primavera, principal poca de florao da maioria das plantas.

    2.3METODOLOGIA DE RECOLHA DE INFORMAO SOBRE PRODUO E COMERCIALIZAODE PAM

    Para a recolha de informao sobre a produo e comercializao de PAM:

    - fez-se uma pesquisa na Internet das empresas existentes em Portugal e das plantas que comercializam (sempreque essa informao era disponibilizada);- visitou-se o Centro de Experimentao Hortofrutcola do Pataco da Direco Regional de Agricultura doAlgarve (DRAALG), no qual foi possvel reunir com a Enga. Margarida Costa, tcnica da DRAALG quedisponibilizou variada informao sobre este assunto;

    - visitou-se a empresaAromatechnicsna zona de Belmonte Luz de Tavira;- visitou-se as seces de destilaria, secagem e armazenamento da empresa Segredo da Planta na zona deCoruche;- a tcnica frequentou a Aco de Formao As Aromticas: Potencialidades e Alternativas para oDesenvolvimento Rural que decorreu entre 17 e 21 de Abril de 2006, no Centro Nacional de Formao Tcnicado Gil Vaz, em Canha, promovido pelo IDRHa (Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidrulica), durante oqual foi tambm feita uma visita empresaAlecrim aos Molhosna zona de Coruche;- a tcnica frequentou o Curso Prtico de Horticultura Biolgica leccionado pela Enga. Raquel Sousa do ISA(Instituto Superior de Agronomia) numa horta nos arredores do Sargaal Lagos.

    estudo de mercado

    Alm das aces anteriores procurou-se perceber a dinmica de comercializao das PAM na regio deestudo, tendo-se feito um breve estudo de mercado para o qual se visitou:

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    11/208

    11

    - o Mercado da Avenida em Lagos- o Mercado da Reforma Agrria em Lagos- o Mercado de Aljezur- o Mercado da Carrapateira (no qual no se encontrou qualquer venda de PAM)- a Ervanria Casa Universoem Portimo- a Ervanria Ortonaturaem Lagos- a ErvanriaMediconforto em Lagos

    Nas Ervanrias no foi possvel um estudo exaustivo das plantas que tinham venda (por desconfianae/ou rejeio dos responsveis) pelo que na maioria dos casos foi unicamente registada a marca da empresa quecomercializa os pacotes existentes venda.

    Quanto aos mercados, pretendeu-se visitar mais mercados mas a falta de tempo no permitiu. Dequalquer maneira o mercado visitado em Lagos dever corresponder a um dos mais ricos na regio estudada emternos de venda de PAM, pelo que este estudo j permite uma primeira abordagem a este tema. Em cadamercado foram registadas as PAM existentes venda em cada bancada, e escolhidas 2 ou 3 bancadas em que serecolheu informaes mais pormenorizada, tais como:

    - nome do vendedor- local de residncia do vendedor

    - se o vendedor tambm o colector- local de colheita- finalidade de uso de cada planta- rgo da planta venda- preo- quantidade venda ( vista)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    12/208

    12

    3. CATLOGO DOS DADOS ETNOBOTNICOS RECOLHIDOS

    INTRODUO PRVIA

    Antes de passar explicao deste catlogo e descrio dos dados etnobotnicos recolhidos,

    relevante apresentar aqui alguns dados de interesse.Das 75 pessoas que participaram nas 49 entrevistas (ver nomes no Anexo 6.2), 53 so mulheres e 22 sohomens. As idades das pessoas que participaram nas entrevistas variaram entre os 38 e os 90 anos, no entantoapenas 4 pessoas tinham idade abaixo dos 60 anos, tendo 23 pessoas entre os 60 e os 69 anos, 26 pessoas entre70 e 79 anos e 17 pessoas acima dos 79 anos. Pelo menos 29% dos entrevistados nunca frequentaram a escola,pelo menos outros 29% completaram a 3classe, a 4 classe ou a fizeram a 4 classe de adultos, e apenas 5% fezestudos acima da 4 classe tendo somente uma informante completado o 9 ano. A grande maioria dosentrevistados vive em rea rural e tem/teve uma ocupao profissional ligada ao trabalho rural. Das 49entrevistas etnobotnicas efectuadas, em 28 delas (57%) foram referidas 30 ou mais plantas teis, o quedemonstra um bom nvel de conhecimentos sobre as plantas e os seus usos populares na regio estudada. derealar que, tendo-se originalmente pensado fazer 40 entrevistas, a elaborao de mais entrevistas revelou serbastante positivo visto que, de entre as 9 entrevistas acrescidas, em 6 delas foram referidas 30 ou mais espcies

    teis, tendo-se assim incorporado no projecto mais pessoas com um bom nvel de conhecimentos.O presente estudo etnobotnico permitiu recolher informaes acerca de 173 espcies citadas como

    teis, das quais 164 foram citadas como medicinais, 16 como condimentares, e ainda 62 espcies com outrosusos, dos quais 31 com usos veterinrios.

    Tal como exposto em Camejo-Rodrigues (2002), difcil perceber at que ponto uma cura citada emmedicina caseira proveniente de princpios activos das plantas ou se uma questo de f (placebos). Paracomprovar de um modo metdico a aco teraputica das plantas necessrio desenvolver estudos qumicos efarmacolgicos. Contudo, a partir de um estudo etnobotnico j possvel ter uma ideia de quais as plantas quetm mais probabilidade de possuir compostos activos que de facto exeram uma aco curativa, a partir daanlise daquelas plantas cujos usos so referidos por vrios indivduos diferentes. Assim, o mtodo mais simplese difundido na rea da etnobotnica a anlise das espcies com usos citados em 3 ou mais entrevistasetnobotnicas. No presente estudo foram referidas 76 espcies com usos medicinais confirmados por 3 ou maisinformantes de entrevistas distintas, espcies essas listadas, juntamente com o resumo dos seus dadosetnobotnicos recolhidos, no Anexo 6.7.

    Este estudo permitiu ainda averiguar quais os nomes vulgares das plantas que so usados na regio masque no esto publicados no livro Portugal Botnico de A a Z (Fernandes e Carvalho, 2003), que a obramais recente sobre os nomes vulgares das plantas e que reuniu os nomes referidos em diversas obras.Consideram-se assim esses nomes como novos (no reportando sua idade de existncia mas sim ao seuregisto escrito e publicado), sendo apresentados no Anexo 6.12. Para cada um das espcies correspondentesprocurou-se a referncias desses novos nomes em estudos etnobotnicos anteriores, o que tambm apresentado no Anexo 6.12.

    INTRODUO EXPLICATIVA DO CATLOGO

    Os dados etnobotnicos recolhidos foram tratados de modo a serem apresentados por grandes categoriasde usos (Medicinais, Aromticos/Condimentares e Outros usos) e por espcie. Alm destas principais categoriasde usos, so apresentadas num quarto catlogo outras mezinhas no envolvendo directamente plantas, mezinhasestas referidas ao longo das entrevistas.

    Os trs primeiros catlogos esto ordenados por ordem alfabtica do nome comum das plantas citadas.Os usos veterinrios foram includos no catlogo das plantas com outros usos, para os distinguir

    claramente dos usados medicinais para as pessoas.Os dados transmitidos com dvida durante as entrevista foram deixados de fora do catlogo mas esto

    presentes na descrio de cada entrevista (Anexo 6.3).Foram deixados aqui algumas palavras ou expresses, assinaladas entre aspas, que so usadas

    localmente mas no vm no dicionrio de lngua portuguesa.

    Os dados referentes a cada espcie so apresentados numa tabela com os seguintes campos:

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    13/208

    13

    12

    3 4

    5 Foto(s): 6 Fonte: 7

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao8 9 10Observaes:11

    1 nome(s) comum(ns) mais citado(s)

    2 outros nomes menos referidos

    3 espcie cientfica

    4 famlia botnica segundo a Flora Iberica (Fernandz, 2001; Aedo & Herrero, 2005; Flora Iberica online)

    5AU autctone espcie nativa do pas e da regioALO alctone espcie no nativa e trazida de foraCUL planta cultivadaNATURALIZADA originalmente no nativa, trazida de fora h muito tempo tendo-se adaptado bem scondies da regio/pas comportando-se actualmente como nativaSUBESPONT. subespontnea espcie no nativa mas que cresce espontaneamente em alguns locais

    6 - nmero da(s) foto(s) apresentada(s) no Anexo 6.1

    7 entrevistas em que foi citada a planta com os usos aqui apresentados - (quantidade de entrevistas em que foicitada com estes usos)

    8 rgo da planta utilizadoNota: pampos ou pompos so termos usados na regio que correspondem aos rebentos/ renovos daplanta, ou seja parte terminal das ramas com folhas ainda pequenas e tenras.

    9 cada uso deve ser lido como Usado para ou Usado como refere-se a um problema (p.e. fraqueza),uma enfermidade (p.e. constipaes), ou um rgo do corpo (p.e. estmago), para os quais a planta usada;mais raramente referido directamente o uso, p.e. diurtico; entre parntesis apresentado a quantidade deentrevistas em que o uso foi citado

    Nota: foi referido por vrios informantes o problema bechocos que segundo algumas pessoas o

    mesmo que furnculos mas segundo outras parecido mas no a mesma coisa.

    10 descrita a maneira como usada a plantaNota:- ch: fervura do material vegetal durante alguns minutos, geralmente menos de 5 mas poucas vezesreferido como chegando aos 10 minutos ou excepcionalmente aos 30 minutos, por fim bebido.- infuso: aquecida gua at ferver e deitada ento por cima do material vegetal que se encontra numrecipiente (p.e. chvena), por vezes deixado assim a repousar por alguns minutos e por fim bebido.- cozimento e lavagens: faz-se um cozimento prolongado do material vegetal (durante largos minutos,bastante mais prolongado do que a fervura rpida do ch) e depois com a essa gua fazem-se lavagensna zona afectada.- cozimento e banhos: faz-se um cozimento prolongado do material vegetal (como acima), deixa-se

    arrefecer um pouco essa gua e depois vai-se mergulhando a zona afectada nessa gua ainda quente masque d para suportar a temperatura. Este mtodo pode ser usado em paralelo com o acima, e sendobastante semelhantes pode haver ocasies em que foi referido um mas na verdade corresponder aooutro.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    14/208

    14

    - cozimento e gargarejos: faz-se um cozimento prolongado do material vegetal (como acima), deixa-searrefecer um pouco e depois fazem-se gargarejos na garganta com essa gua.- cozimento e aplicao de panos encharcados3: faz-se um cozimento prolongado do material vegetal(como acima), depois encharcam-se panos/lenos (algumas pessoas referiram panos de linho) nessagua ainda quente e aplicam-se esses panos em cima da zona afectada, geralmente vai-se voltando aencharcar os panos na gua quente quando estes ficam frios.- cozimento e receber vapores: faz-se um cozimento prolongado do material vegetal (como acima),depois essa gua colocada num recipiente (p.e bacio, balde, alguidar), a pessoa coloca por cima a zonaafectada e recebe os vapores libertados por essa gua quente.- cataplasma: o material vegetal aplicado directamente na zona afectada e a fica a actuar sendoligado em forma de penso com um pano ou um leno.- aplicao directa: o material vegetal aplicado directamente na zona afectada mas, ao contrrio doacima descrito, a aplicao no muito prolongada e no se liga em forma de penso com um pano ouleno.- xarope: o material vegetal em geral fervido juntamente com mel ou acar resultando num lquidoespesso que tomado geralmente s colheradas (de sopa ou de ch, uma ou algumas colheradas por dia,muitas vezes em jejum) durante um tempo, podendo ser guardado num recipiente para se ir tomando atacabar.

    - macerao: o material vegetal colocado num lquido (p.e. gua, lcool, aguardente) em que fica arepousar durante um tempo; nalguns casos em que se usa lcool ou aguardente a soluo guardadanum recipiente (p.e. frasco) durante largos meses ou mesmo anos; muitas vezes o lquido resultante damacerao ento usado para fazer frices em que esse lquido colocado e esfregado na zonaafectada.- defumadouro: o material vegetal queimado (ao lume ou na brasa), deixam-se os vapores dessaqueima espalharem-se pela casa, ou coloca-se a pessoa ou a sua roupa a receber esses vapores (no casodo mal da Lua).- beberagem: usa-se este termo para os usos veterinrios em que se faz um cozimento prolongado domaterial vegetal e depois se d essa gua a beber ao animal.

    11 campo reservado a explicaes mais pormenorizadas ou informaes adicionais de interesse.

    Torna-se importante explicar aqui que por vezes o mesmo nome comum foi citado para plantas deespcies diferentes, pelos seguintes motivos:

    1 informantes diferentes indicaram plantas diferentesexemplos: calafite(Hypericum tomentosum,Dorycnium hirsutum, Kickxia spuriassp. integrifolia), ch-do-mdo (Sideritis angustifolia / S. arborescens e Sideritis hirsuta), erva-abelha (Ophrys speculum ssp.speculume Capsella bursa-pastoris), pita(Aloe veraeAloe arborescens), tomilho(Thymus camphoratuseThymuscapitatus), tramagueira(Tamarix africanaeDittrichia viscosassp. revoluta).

    2 alguns informantes reconheceram mais de uma espcie com o mesmo nome e com os mesmos usos

    exemplos: arrdia (Ruta chalepensis e Ruta montana), erva-pinheirinha (Equisetum telmateia eEquisetum ramosissimum).

    Nas plantas chapeuzinhos, silvase tliaa espcie cientfica apresentada como spp. o que significaque vrias espcies do mesmo gnero botnico so usadas ou podero ser usadas, visto as pessoas no asdistinguirem (caso de chapeuzinhos e silvas) ou considerarem-nas com o mesmo nome e como teis para osmesmos fins (caso de tlia).

    No final do catlogo das plantas com usos medicinais e do catlogo das plantas com outros usos soapresentados os dados respeitantes a algumas plantas citadas nas entrevistas mas das quais no foi possvelidentificar a espcie cientfica ou sequer o gnero, indicando-se que espcie poder ser sempre que exista essasuspeita, de modo a facilitar futuro trabalho de confirmao.

    3Referido como compressas em Borges (2004) e Raminhos (1999).

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    15/208

    15

    3.1CATLOGO DE PLANTAS COM USOS MEDICINAIS

    abacateiro,pra-abacate,

    pereira-abacate

    Persea americanaMill. var. americana LAURACEAE

    CUL Foto(s): 1 Fonte: 7, 8, 11, 33, 36, 46 e 47 - (7)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaocolesterol*1(3), infeces urinrias*2(1), infeces de estmago*2(1),diurtico (1)

    chfolha

    queda do cabelo (2) cozimento e lavagensObservaes:*1 referido por uma pessoa como usado em mistura: raiz (em alternativa, as folhas) de erva-mont, 1 folha denespereira, 1 folha de abacateiro, folhas de erva-cidreira, folhas de ch-prncipe, rama de hortel.*2 mistura: raiz de gilbarbeiro, folhas ou raiz de medronheiro, folha de abacateiro, folha de nespereira, folhade laranjeira/limoeiro.

    abetnica Stachys officinalis (L.) Trevisanssp.officinalis LABIATAE

    AU Foto(s): 2, 3 e 4 Fonte: 17a, 33, 35, 37, 45 - (6)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    folha/ramanervos (2), lceras de estmago (1),

    estmago (1)ch

    problema indefinido consequente derebentamento de uma variz (1)

    cozimento e lavagensrama

    asma (1) seca, migada e fumada

    raiz varizes (1), infeces externas (1)cozimento, lavagens, aplicao depanos encharcados e cataplasma

    Observaes: referido por uma pessoa que para os nervos usam-se 3 ou 4 folhas.

    abrtea,gamboal, setembrista

    Asphodelus aestivus Brot. LILIACEAE

    AU Foto(s): 5 Fonte: 46, 47 (2)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    bolboimpigens (2), queda do cabelo (1),dores de dentes (1)

    o bolbo aberto ao meio e o interior(seiva) esfregado na zona afectada

    agrio Nasturtium officinaleR.Br. CRUCIFERAE

    AU /CUL Foto(s): - Fonte: 10, 17, 29, 30, 32a, 36, 39, 46 - (8)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicaoconstipaes (1) ch (com mel)folha

    constipaes (1), limpar os pulmes picado, juntado com mel e ingesto

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    16/208

    16

    (1), fraqueza (1)

    tosse seca (1), constipaes fortes(1)

    xarope 1 em mistura*:tudo fervido em 2 litro de gua at

    ficar 1 litro, coado, adicionado Kgde mel, volta a ferver at ficar em

    litro; ingesto do xarope, 1 copoantes de cada refeio (3 vezes/ dia)

    hepatite (1)

    xarope 2 em mistura*:tudo fervido em 1 litro de gua at

    ficar litro, adicionado 3 gemas deovo e l de mel; ingesto do

    xarope, s colheres

    fraqueza (1)

    xarope 3: de mel, de gua e os agries,cozido em forno de lenha numa

    panela de barro tapada com rolha decortia; ingesto do xarope, s

    colheres

    bronquite (1), fraqueza (1) xarope 4:agries com mel, fervido; ingestodo xarope, 1 colher de sopa por dia

    dores de garganta (1), fraqueza (1)

    xarope 5:agries fervidos, coado, adicionadomel ou gua mel, fervido novamente

    at ficar espesso; ingesto doxarope, 1 colher de ch ou de sopa, 1

    ou 2 vezes ao dia

    tosse (1)

    xarope 6*:agries e rodelas de cenoura,

    adicionado acar mascavado e um

    pouco de gua, fervido, coado,ingesto do xarope

    Observaes:* Misturas:xarope 1 1 mo cheia da rama de sarguacinha, 1 mo cheia da rama de agries; 7 folhas de eucalipto; 1 limointeiro cortado s rodelas; 3 figossecos; 1 mo cheia da rama nova de pinheiro-manso.xarope 2- 1 molho de razes de salsaparrilha, 1 molho de razes de medronheiro, 1 molho de rama de agrio, 1molho de razes de graminha-branca, 1 molho de rama de sarguacinha.xarope 6 agries e cenoura.

    alabardona Stachys germanica L. subsp.lusitanica(Hoffmanns. & Link) Cout. LABIATAE

    AU Foto(s): 6, 7 e 8 Fonte: 19 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    folha infeces da pele (1), furnculos (1)1- aquecida ao lume, cataplasma

    2- queimada, cataplasma indirectoda cinza

    alecrim Rosmarinus officinalisL. LABIATAE

    AU/CUL Foto(s): 9Fonte: 3, 3a, 6, 7, 8, 9, 14, 17, 17a, 19, 20, 23, 26,31, 32a, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43,45, 47 - (28)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao e

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    17/208

    17

    aplicaoconstipaes*1(1), gripes*1(1),tosse*1(1), pneumonia*1(1),vescula (1), limpar o sangue (1) *2

    chpampos

    fgado (1)ch, macerao uma noite e bebido

    no outro dia de manh em jejum

    folhas colesterol (1) chmemria/ crebro (2), corao (2),nervos (2), limpar o sangue (1),reumatismo*3(1) constipaes (1),gripe (1)

    ch

    inflamao dos olhos (1)macerao em clara de ovo

    resultando um leo aplicado empingos nos olhos

    sangue (1)xarope 1 em mistura*7:

    fervido juntamente com mel;ingesto do xarope

    flores

    bronquite (1) ingesto de xarope

    flores/ ramapurificar o sangue (1), infecesinternas (1), gripes (1)

    *6cozimento, numa diviso da casaresguardada a pessoa toma banhocom essa gua (tambm a pode

    beber) e no final envolve o corponum pano mas sem se secar

    corao*4(4), baixar a tenso*5(1),dor de cabea (1), fraqueza dosangue/ anemia (1), diurtico (1),constipaes (1), gripe (1), nervos(1), reumatismo*3(1)

    ch

    nervos (1), estmago (1)macerao em gua durante 5

    minutos, bebidoferidas (1), queda do cabelo (1),caspa (1)

    cozimento e lavagens

    limpar o sangue (1), bechocos (1)

    cozimento de 3 pedaos num litro degua, ferver uns 5 ou 10 minutos,macerao durante a noite; bebidode manh em jejum, durante 9 dias,

    de 6 em 6 mesesconstipaes (1), gripe*8(1) inalao dos vapores do cozimento

    rama

    mal da Lua*9(1) defumadouros na roupa da crianaObservaes:*1 - mistura: rama de poejo, pampos de pinheiro-bravo, rama de orgos, um limointeiro, casca de cebola,

    um pedao de folha de pita(Aloe vera), 3 pampos de alecrim, rama de pelico, rama de sarguacinha.*2 3 pampos; para a vescula foi referida uma aplicao durante 9 ou 13 dias.*3 mistura: flores (se no houver flores, ento rama) de arrdia, rama de alecrim.*4 sozinho ou em mistura com folhas de salva-mansa.*5- mistura: rama de alecrim e folhas de oliveira.*6- mistura: sementes (envolvidas numa boneca de pano) de esteva, raiz de cana, flores ou rama de alecrim,folhas de erva-mont.*7- mistura: folhas (lavadas) de diabelha, algumas flores de alecrim, 1 ou 2 folhas de erva-mont.*8 mistura: rama de alecrim, folhas de eucalipto(as mais viosas).*9 Mal da Lua as crianas tm diarreias verdes, riem durante o sono, tm tremores, podendo levar morte.

    Uma pessoa referiu que o ch de alecrim prende os intestinos.

    alface Lactuca sativa L. COMPOSITAE

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    18/208

    18

    CUL Foto(s): 10 Fonte: 9, 14, 30, 48 - (4)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaonervos*1*2(2), colesterol (1),controlar a tenso*2(1)

    chfolha

    bechocos*3

    (1), furnculos*3

    (1)picado, adicionada farinha de trigo,

    amassado, cataplasmaObservaes:*1 pode ser em mistura com erva-cidreira.*2- pode ser em mistura com alpista e trigo.*3 mistura: folha de alface e batata.

    alfarrobeira Ceratonia siliquaL. LEGUMINOSAE

    CUL Foto(s): 11 e 12 Fonte: 1, 42, 46, 47 - (4)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicaoalfarroba diarreia*1 (3), tosse (1) ch

    Observaes:*1 referido por uma pessoa que tambm se pode comer a prpria alfarroba depois de fervida no ch, e referidopor uma outra pessoa que a alfarroba moda antes de ir a ferver.

    alfavaca-de-cobrafavaca-de-cobra,

    alfavaca-de-cobre,

    alfavaca

    Parietaria judaica L. URTICACEAE

    AU Foto(s): 13 e 14 Fonte: 2, 3, 9, 13, 16, 17, 19, 23, 26, 28, 29, 30,31, 32, 32a, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 46, 48, 49 - (24)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaohemorridas*1(10), infecesgenitais*1(5), inchaos (2),infeces externas (1), queda docabelo (1)

    cozimento e lavagens

    hemorridas (8) receber os vapores do cozimentoinfeces internas*2(1), intestinos

    (1), inflamaes da bexiga/urinrias*3(1), ajudar a urinar*4(1),tenso arterial (1), diabetes (1)

    ch

    ajudar a obrar (1) cozimento e aplicao em clisteres

    rama

    problema de ureia (1)cozimento, nessa gua era colocadauma planta aqutica (talvez nenfar,flor branca), bebido com frequncia

    Observaes:*1 uma pessoa referiu que poder ser usada sozinha ou em mistura: rama de alfavaca-de-cobra, folhas de malva.*2 mistura: rama de alfavaca-de-cobra, folhas de malva.*3 pode ser usada sozinha ou em mistura: alfavaca-de-cobra, barbas de milho, erva-pinheirinha, tanchais.*4 mistura: folhas de tanchais, rama de alfavaca-de-cobra.

    Disse uma pessoa que a alfavaca-de-cobra venenosa e que o gado no come (pode matar o gado).

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    19/208

    19

    alho Allium sativum L. LILIACEAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 1, 7, 14, 28, 30, 32a, 36, 39, 43, 46 - (10)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaocolesterol (2) ingesto (inteiro ou picado)

    verrugas (1) pisado, cataplasmadores de ossos*1(1) frices com papadasconstipaes (1) picado, fervido em leite, ingesto

    dores de garganta (1)assado com casca, descascado,

    ingesto

    febre*2(1)fervido em vinagre, frices no

    corpo

    alho

    dores de dentes (1) aplicao directa

    cabea de alho dores de garganta (1)assada, esmagada, aplicao externa

    em cataplasmacascas de alho rouquido*3(1) ch bebido com mel

    rama

    problema indeterminado no seio*4

    (1) cozimento, aplicao de papadasObservaes:*1 mistura: papadas com 3 ou 5 dentes de alho, rama de arruda, sal e vinagre.*2 mistura: 1 folha de louro, 1 dente de alho, um pouco de orgose vinagre; aplicado p.e. na zona lombar,costas, barriga das pernas, mas nunca em cima da coluna.*3 mistura: casca de cebola, casca de limo, casca de alho.*4 mistura: raiz de uva-de-co, rama do alho, rama de hera, argila em p.

    ameixa Prunus domesticaL. ssp.domestica ROSACEAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 46 - (1)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    ameixa seca laxativo (1) cozimento, bebido e comido*Observaes:* aps o cozimento e antes de beber a gua e comer a ameixa tambm se pode deixar a macerar durante a noite.

    amndoa Prunus dulcis (Mill.) D.A.Webb ROSACEAE

    CUL Foto(s): 15 Fonte: 5 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaocasca da amndoa constipaes* (1) ch

    Observaes:* mistura: flores de carqueja, folhas de malvas, casca da amndoa, rama de sarguacinha, figossecos, casca delimo, rama de orgos, rama de hortelo, rama de poejo.

    arrdiaarruda, erva-arruda

    Ruta montana (L.) L. Ruta chalepensis L.

    RUTACEAE

    AU/CUL Foto(s): 16, 17, 18, 19 e 20 Fonte: - 3a, 7, 19, 27, 37, 41, 42, 43, 47 ;- 14, 36 - (11)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao e

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    20/208

    20

    aplicaodores (1) ch

    ictercia (1)cozimento, gua quente colocada

    num bacio, sentar e receber vaporesdurante uns 10 minutos*1

    mal da Lua (1)defumadouros: rama queimada ao

    lume dentro de casamal da Lua (2)

    defumar a criana no vapor daqueima em brasas*2

    mal da Lua (2)defumar a roupa da criana no vapor

    da queima*3

    mal da Lua (1)ramas colocados debaixo do

    travesseiro das crianas/bebs*2dores de ossos*4(1) papas em vinagre e sal, frices

    rama

    dores de dentes (1)rama queimada na brasa e receber o

    vapor nos dentesrama com

    inflorescnciadores (1) ch

    inflorescncia reumatismo*5(1), dores de ossos (2) chObservaes:*1 fazer umas 4 ou 5 (ou mais) vezes.*2 por vezes em mistura com congora.*3 mistura: rama de sempre-verde, folhas de tasneira, rama de arrdia.*4 mistura: 3 ou 5 dentes de alho, rama de arruda.*5 mistura: flores (alternativamente a rama) de arrdia, rama de alecrim; tomar 9 dias seguidos, de manh emjejum, aps os 9 dias deixar passar uns meses antes de voltar a tomar novamente.

    atabuas Typha domingensis (Pers.) Steudel TYPHACEAE

    AU Foto(s): 21 Fonte: 19 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    folhas e inflorescncia queimaduras (1)queimar, peneirar a cinza, juntar umpouco de gua para fazer uma papa,

    aplicao directa

    aveia Avena sativa L. GRAMINEAE

    AU Foto(s): - Fonte: 32 - (1)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    sementes fraqueza* (1)torrado, modo, peneirado, juntar umpouco de gua para fazer uma papa,

    ingestoObservaes:* mistura: fava, gro, aveia.

    avenca Adiantum capillus-veneris L. ADIANTACEA

    AU/CUL Foto(s): 22 Fonte: 4, 7, 26, 32a, 34, 36, 37, 39 - (8)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao e

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    21/208

    21

    aplicaofebre (4), limpar o sangue (1), doresde cabea (1), tosse*1(1), fraqueza(1), bexiga*2(1)

    chfolhas

    feridas (1) cozimento e lavagensObservaes:

    *

    1

    mistura: casca de cebola, folhas de avenca.*2 mistura: folhas de avenca, parte area de erva-pinheirinha, folhas de tanchais.

    blsamobalso, cacto, ctio,choro, choranito,

    chorozinho

    Senecio mandraliscae (Tineo) Jacobsen COMPOSITAE

    CUL Foto(s): 23 Fonte: 2, 3, 3a, 5, 8, 9, 10, 16, 18, 23, 28, 29, 33,34, 36, 43, 46, 48 - (18)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaotosse (6), constipaes (5), gripe (2),bronquite (1)

    cortado, macerao em acar*1oumel*2, ingesto do xarope

    infeces internas (1) ch

    feridas (1) cortado, cataplasmafolhas

    dores reumticas*3(1)macerao em aguardente (de

    medronho ou de figo)*4, fricesseiva das folhas feridas (12), queimaduras (3) aplicao directa

    Observaes:*1 melhor acar mascavado ou amarelo, e uma pessoa referiu que era tudo passado por uma varinha mgicaantes de deixar macerar.

    *

    2

    por vezes referido em mistura com rodelas de cenoura.*3 mistura: folha de blsamo, fruto de pepino-de-so-Gregrio, fruto de uvas-de-co.*4 preparado guardado num frasco.

    batatabatata-branca

    Solanum tuberosum L. SOLANACEAE

    CUL Foto(s): 24 Fonte: 3, 7, 11, 24, 32, 45, 46, 48 - (8)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofebre (5), dores de cabea (1),

    queimaduras (1)

    cortada s rodelas, cataplasma,

    substitudas quando quentesrins (1), infeces urinrias (1),pedras de rim (1)

    cozimento, adicionar sumo de limo,triturar, ingesto*1

    calos (1) cozimento, cataplasmabatata

    bechocos (1), furnculos (1)picado, adicionar farinha de trigo,

    amassar, cataplasma*2Observaes:*1 mistura: folhas de tanchais, batata, cebolainteira, sumo de limo.*2 mistura: folha de alface, batata.

    bela-Lusa Lippia triphylla (L'Hr.) Kuntze VERBENACEAE

    CUL Foto(s): 25 Fonte: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11a, 12, 15, 16, 17,19, 20, 21, 24, 25, 25a, 26, 27, 29, 30, 32, 33, 34,

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    22/208

    22

    38, 40, 42, 44, 45, 46, 47, 48 - (35)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaom disposio*1(16), estmago*5(11), ajudar a digesto*2(5), barriga/dores de barriga*3(3), nervos (2),clicas*3(1), constipaes*4(1),gripe*4(1), nsias*5(1), acalmar (1)

    chfolhas

    vista inflamada (1) cozimento e lavagensObservaes:*1 referido por umas pessoas como podendo ser usada em mistura com: rama de hortel, rama de erva-de-so-Roberto, rama de erva-cidreira, folhas de malva.*2 referido por umas pessoas como podendo ser usada em mistura com: casca de limo, erva-cidreira, ch-prncipe.*3 referido por uma pessoa como em mistura com ch-santo.*4 mistura: rama de poejo, folhas de erva-cidreira, folhas de bela-Lusa, folhas de erva-terrestre, casca decebola.*5 referido por uma pessoa como em mistura com erva-cidreira, malva.

    belezaerva-beleza

    Bupleurum fruticosum L. UMBELLIFERAE

    AU Foto(s): 26, 27 e 28 Fonte: 16, 18, 34, 35, 40 - (5)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinchaos*1(1) feridas*1(1),hemorridas (1),

    cozimento e lavagens/banhos

    hemorridas (1) cozimento e receber os vaporesdores (1) macerar em aguardente, frices

    rama*1

    estmago (2), prstata (1), baixar atenso (1)

    ch

    folha picadas dos bichoscozimento e aplicao de panos

    encharcados dessa guaObservaes:*1 mistura: erva-mont, calafite(Kickxia spuria(L.) Dumort. ssp. integrifolia(Brot.) R.Fern.), orvalho-do-sol,erva-pinheirinha, marroios, beleza.

    berbasco Verbascum sinuatum L. SCROPHULARIACEAE

    AU Foto(s): 29 e 30 Fonte: 32 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofolha feridas (1) cozimento e lavagens

    flores Impigens (1)*1colocadas num frasco ao serenoda noite obtendo-se um lquido que

    se aplica na zona afectadaObservaes:*1 apanhado na manh de So Joo, antes do nascer do sol.

    borragembarragem, borracha Borago officinalis L. BORAGINACEAE

    AU Foto(s): 31 e 32 Fonte: 1, 2, 15, 17, 36, 42 - (6)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    23/208

    23

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    floresconstipaes (3), tosse (2), gripe (1),sarampo (1)

    ch

    calafite Dorycnium hirsutum(L.) Ser. LEGUMINOSAEAU Foto(s): 33 e 34 Fonte: 35 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaorama males da pele (1) cozimento e lavagens

    calafite Kickxia spuria(L.) Dumort. ssp.integrifolia(Brot.) R.Fern. SCROPHULARIACEAE

    AU Foto(s): 35 e 36 Fonte: 16 - (1)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    rama inchaos*1(1) feridas*1(1) cozimento e lavagens/banhosObservaes:*1 mistura: erva-mont, calafite, orvalho-do-sol, erva-pinheirinha, marroios, beleza.

    calafitocalafite

    Hypericum tomentosum L. GUTTIFERAE

    AU Foto(s): 37, 38 e 39 Fonte: 9a, 19, 28, 30, 33, 38, 39 - (7)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    inchaos (3), feridas (1) cozimento e lavagensinchaos (1), ndoas negras (1),unha encravada (1)

    cozimento e aplicao de panosencharcados dessa gua

    rama

    queimaduras (1) (sem descrio concreta)

    cana Arundo donax L. GRAMINEAE

    AU Foto(s): 43 Fonte: 12, 19 - (2)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicaoinchaos (1), infeces externas (1) cozimento e lavagens

    raiz purificar o sangue (1), infecesinternas (1), gripes (1)

    *1cozimento, numa diviso da casaresguardada a pessoa toma banhocom essa gua (tambm a pode

    beber) e no final envolve o corponum pano mas sem se secar

    Observaes:*1 mistura: sementes (envolvidas numa boneca de pano) de esteva, raiz de cana, flores ou rama de alecrim,folhas de erva-mont.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    24/208

    24

    candiolascandioilas, candieira-

    mansa, candeias,salva-da-serra

    Phlomis purpurea L. LABIATAE

    AU Foto(s): 44 Fonte: 17, 32, 32a, 35, 37, 40, 48 - (7)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofgado (2), dar fora (para o cansao)(1), sangue (1), infeces internas(1), priso de ventre (1), abrir oapetite (1)

    ch

    varizes (1) cozimento e lavagens

    rama

    dores reumticas (1) cozimento em vinagre e lavagens

    carqueja Pterospartum tridentatum (L.) Willk. inWillk. & Lange LEGUMINOSAE

    AU Foto(s): -

    Fonte: 1, 3, 3a, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 9a, 11, 13, 14, 17,19, 21, 22, 24a, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 32a, 33, 34,35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 48,49 - (41)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    flores

    colesterol*1(14), diabetes*2(11),constipaes*3(6), gripe (4), baixara tenso (2), sangue (1), rins (1),cido rico*4(1),corao (1),estmago (1), criar sangue novo (1),fgado (1), vescula*5(1), viasurinrias (1)

    ch

    pampos diabetes (1) ch

    rama*6limpar o sangue (1), limpar os rins(1)

    raizdar fora ao sangue (parafraqueza)*7(1)

    ch

    flores ourama com flores

    hemorridas (1) cozimento e lavagens

    Observaes:*1 uma pessoa referiu que se bebe o ch 2 ou 3 vezes ao dia.*2 uma pessoa referiu que este ch faz emagrecer.

    *

    3

    uma pessoa referiu mistura: flores de carqueja, folhas de malva, casca de amndoa, rama de sarguacinha,figossecos, casca de limo, rama de orgos, rama de hortelo, rama de poejo.*4duas pessoas referiram como efeitos do cido rico: dar dores de ossos, dores de articulaes, pedra de rim,gota, inchaos; uma pessoa referiu usada em mistura: flores ou rama de carqueja, rama de esteva.*5 mistura: carqueja, pimpeneto, erva-cidreira.*6a rama pode ser com flores.*7beber de manh em jejum; mistura: raiz (ou rama, mas melhor a raiz) de sarguacina, raiz de carqueja, raiz(cepa bem vermelha) de medronheiro, raiz (ou tambm pompos) de tojo-gatunho, ; pompos demarmeleiro, pompos de silvas, rama de salsaparrilha.

    Algumas pessoas referiram que alm das flores tambm pode levar um pouco da rama.

    Disse uma pessoa que se o gado come a rama da carqueja que se lhe muda o plo e fica de um vermelho bonito.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    25/208

    25

    catacuzes Rumex pulcher L. ssp.woodsii(De Not.)Arcang. POLYGONACEAE

    AU Foto(s): 45 Fonte: 1, 2, 15 - (3)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinflorescncia com

    frutos diarreia (3), barriga (1) ch*Observaes:* uma pessoa referiu: usam-se 2 ou 3 pedaos de inflorescncias j com frutos, com cerca de 10 cm; beber o ch2 vezes ao dia, at ficar bom.

    cebola Allium cepa L. LILIACEAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 1, 6, 7, 9, 10, 11, 11a, 22, 26, 28, 30, 31,32a, 33, 36, 38, 43, 45, 48, 49 - (20)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoconstipaes*2*12(11), tosse*3*12(6), rouquido*4(4), gripe*12(2),clarear a voz (2), pneumonia*12(1)

    ch

    dores de dentes (1)cozimento e aplicao directa da

    cascadores de garganta (1) cozimento, gargarejos

    constipaes (1), gripe (1)

    xarope 1 em mistura*5:juntar tudo, adicionar 3 colheres demel, ferver em 1 litro de gua atficar reduzido a litro, ingesto

    tosse (1), constipaes (1)

    xarope 2 em mistura*6:

    a litro de leite adicionar 10 figossecos (de preferncia pretos), cascade limo, mel e os restantescomponentes, cozimento, ingesto

    tosse (1), constipaes (1)xarope 3 em mistura*7:

    cozimento com mel, ingesto

    casca de cebola*1

    gripe (1), tosse (1)xarope 4 em mistura*8:

    adicionar mistura mel, cozimento,ingesto do xarope

    tosse (1), constipaes (1), catarrais(1)

    xarope 5 em mistura*9:em 1 ou 2 litros de gua colocar o

    poejo, os orgos, 1 ou 2 cebolas, 2

    pros, a casca do limo, 5 ou 7 figossecos e umas pinhas pequenas depinheiro, cozimento (uns 15-20

    minutos, sem chegar a reduzir a guaa metade), coar, adicionar mel e

    voltar a ferver um pouco, guarda-senum frasco, bebendo s chvenas,

    mas quando se aquece para se beberadicionar umas gotas de sumo de

    limo

    tosse*10(1)cortada s rodelas, macerao em

    acar amarelo, ingesto do xarope

    cebola

    rins*11(1), infeces urinrias*11(1),pedras de rim*11(1)

    cozimento, adicionar sumo de limo,triturar, ingesto

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    26/208

    26

    pedra de rim (1)

    xarope 6 em mistura:juntar 1 molho de salsa com 1

    cenoura de cerca de 20g e 1 cebolapequena, cozimento, triturado deforma a dar uma papa, juntar sumo

    de 1 limo, mexer, ingestoObservaes:*1 algumas pessoas referiram que a melhor a segunda casca castanha e no a mais exterior.*2 vrias pessoas referiram como usada em variadas misturas com as espcies: poejo, figossecos, casca delimo, pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro, erva-restea.*3 uma pessoa referiu como usada em misturas com: casca de limo, casca de alho.*4mistura1: casca cebola, folhas de avenca;mistura2: casca de cebola, figoseco, 2 ou 3 pedaos de casca de limo;mistura3: rama de poejo; casca de cebola; 3 figossecos; casca de limo.*5 mistura: pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro(manso ou bravo), rama de poejo, casca de cebola, casca esumo de 1 limo, 1 ponta de folha de eucalipto.*6 mistura: figossecos, casca de limo, casca de cebola, rama de poejo.*7 mistura: pampos de pinheiro, casca de cebola.

    *

    8

    mistura: rama de poejo, figoscrus, casca de cebola, casca de limo.*9 mistura: rama de poejo, cebola sem a casca mais externa, casca de proou pro inteiro (melhor a mareineta), casca de limo, 5 ou 7 figossecos, pinhas pequenas de pinheiro(manso ou bravo), rama de orgos.*10 tomar 3 ou 4 colheres por dia do xarope.*11 mistura: folhas de tanchais, batata, cebola inteira, sumo de limo.*12 mistura: rama de poejo, pampos de pinheiro-bravo, rama de orgos, 1 limointeiro, casca de cebola,um pedao de folha de pita(Aloe vera), 3 pampos de alecrim, rama de pelico, rama de sarguacinha,ferrugem (fuligem), 1 clice de aguardente.

    cebola-albarr Urginea maritima (L.) Baker* LILIACEAE

    AU Foto(s): - Fonte: 29, 35, 36, 47 - (4)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    nascenas (1)fritar em azeite e colocar em cima da

    nascenapicadas de lacraus, abelhas, vespas(1)

    cataplasma

    feridas derivadas de cancro (1) cortar o bolbo, esfregar nas feridasbolbo

    mal da Lua (1)

    apanhar com a mo canhota, numdomingo de manh, colocar

    (tambm com a mo canhota)debaixo do travesseiro da criana

    Observaes:* esta planta no foi confirmada visualmente mas pelas descries parece coincidir com esta espcie.

    cenoura Daucus carotaL. ssp.sativus (Hoffm.)Schubl. & G. Martens UMBELLIFERAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 9, 28, 30, 43, 46, 48 - (6)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    diarreia (1), gastro-interite (1)cozer arroz de cenoura (com Becel e

    no usar outra gordura), ingesto

    cenoura

    tosse*1(4)cortada s rodelas, macerao em

    acar*2ou mel, ingesto doxarope*3

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    27/208

    27

    tosse (1)

    xarope:rodelas de cenoura e agries,

    adicionado acar mascavado e umpouco de gua, fervido, coado,

    ingestoconstipaes*4(1) ch

    pedra de rim (1)

    xarope em mistura:juntar 1 molho de salsa com 1

    cenoura de cerca de 20g e 1 cebolapequena, cozimento, triturado deforma a dar uma papa, juntar sumo

    de 1 limo, mexer, ingestoObservaes:*1 uma pessoa referiu em mistura com blsamo.*2 melhor acar mascavado ou amarelo, e uma pessoa referiu que era tudo passado por uma varinha mgicaantes de deixar macerar.*3 uma pessoa referiu que se tomam 2-5 colheres de xarope por dia.*4 mistura: rama de poejo, figos secos crus, rodelas de cenoura, casca de limo.

    cerejeira Prunus avium L. ROSACEAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 9a, 46 - (2)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaops de cereja*1 rins*2(1), vias urinrias*3(1) ch

    Observaes:*1 tecnicamente so os pednculos dos frutos.*2 em mistura com folhas ou raiz de morangueiroe barbas-de-milho.

    *3 em mistura com barbas-de-milho.

    ch-do-mdoch-dos-mdos, erva-

    do-mdo

    Sideritis angustifolia Lag. /S.arborescens Salzm.

    LABIATAE

    AU Foto(s): 46, 47 e 48 Fonte: 21, 22, 31, 32a,36, 49 - (6)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    estmago/ dores de estmago (3),incio de lceras (1), diabetes (1),azia (1), vescula (1), fgado (1),diabetes*2(1)

    ch*3inflorescncia*1

    azia (1) mastigar a inflorescncia*4Observaes:*1 algumas pessoas referiram que a rama tambm , ou pode ser, utilizada, juntamente com a inflorescncia.*2 em mistura com marcela.*3 vrias pessoas referiram que amargo.*4 disse que amargo.

    ch-do-mdo Sideritis hirsuta L. LABIATAE

    AU Foto(s): 49, 50, 51 e 52 Fonte: 9, 33, 34, 35, 42, 44 - (6)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    28/208

    28

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    inflorescncia*m disposio (2), estmago (2),limpar o sangue (2)

    ch

    Observaes:* algumas pessoas referiram que a rama tambm , ou pode ser, utilizada, juntamente com a inflorescncia.

    Uma pessoa referiu que se apanha no dia de S. Joo, em Maio.

    chapeuzinhoscachopos

    chapezinhas,chapelinhas, capelas,

    erva-dos-telhados

    Umbilicus spp. CRASSULACEAE

    AU Foto(s): - Fonte: 6, 13, 17, 19, 29, 32, 35, 47 - (8)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    frieiras (3)migar/pisar a folha, aplicaodirecta, cataplasma

    frieiras (2), calos (1)aquecer as folhas no lume, aplicaodirecta enquanto quente

    frieiras (1) aplicao directafolha

    queimaduras (1), feridas (1)cozimento at obter uma papa,cataplasma

    ch-prncipe

    Cymbopogon citratus (DC. ex Nees)

    StapfGRAMINEAE

    CUL Foto(s): 53 Fonte: 4, 5, 8, 9, 11a, 19, 20, 21, 25, 27, 30, 31,32a, 39, 40, 44, 45, 46, 47, 48 - (20)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaom disposio*1(9), estmago/dores de estmago (7), ajudar adigesto (5), ajudar a urinar (1),baixar a tenso (1), colesterol*2(1),rins (1)

    ch*3folha

    m disposio (1), estmago (1) infuso*4

    Observaes:*1 uma pessoa referiu que pode ser usada na mistura: ch-prncipe, bela-Lusa, marcela.*2 referido por uma pessoa como usado em mistura: raiz (em alternativa, as folhas) de erva-mont, 1 folha denespereira, 1 folha de abacateiro, folhas de erva-cidreira, folhas de ch-prncipe, rama de hortel.*3 duas pessoas referiram que este ch provoca impotncia nos homens.*4 tapado durante 5 ou 10 minutos.

    ch-santo Lantana camara L. VERBENACEAE

    CUL Foto(s): 54 e 55 Fonte: 10, 24, 24a - (3)

    Parte Utilizada USOS

    Modo de preparao e

    aplicaorama

    barriga* (2), clicas* (1), estmago(1), pele (1)

    ch

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    29/208

    29

    Observaes:* uma pessoa referiu em mistura com a bela-Lusa.

    choro Carpobrotus edulis(L.) N. E. Br. AIZOACEAE

    ALO Foto(s): -Fonte: 46 - (1)

    Parte Utilizada USOS

    Modo de preparao eaplicao

    seiva da folha impigens (1)cortar a folha, aplicar a seivaesfregando na cara, todos os diasdurante 1 semana

    choupo Populus nigra L. SALICACEAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 32a - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofolha colesterol (1) ch

    congora Vinca difformisPourret APOCYNACEAE

    AU Foto(s): 56 Fonte: 27 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    rama mal da Lua (1)defumar a criana no vapor daqueima em brasas*

    Observaes:* pode ser em mistura com arruda.

    corvilho Scorpiurus sulcatus L. LEGUMINOSAE

    AU Foto(s): - Fonte: 19 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofruto priso de ventre (1) ch*

    Observaes:* ferver 5-10 minutos.

    couve Brassica oleracea L. CRUCIFERAE

    CUL Foto(s): - Fonte: 36 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofolha bechocos (1) cataplasma

    diabelhaabitoelha

    Plantago coronopus L. PLANTAGINACEAE

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    30/208

    30

    AU Foto(s): 57 Fonte: 2, 3, 5, 13, 19, 20, 26, 32a, 45, 46, 48 - (11)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoanginas*1(5), dor de garganta (4),amgdalas (1), tosse (1)

    cozimento e gargarejos

    dores de garganta (2) ch

    feridas (1) cozimento e lavagens

    parte area(/folhas/inflorescncias)

    sangue*2(1) ferver com mel e beberObservaes:*1 duas pessoas referiram como em mistura: parte area / 5 folhas de diabelha, 5 pamposde silva, 5 pamposde zambujo.*2 mistura: folhas de diabelha, algumas flores de alecrim, 1 ou 2 folhas de erva-mont.

    douradinha Ceterach officinarum Willd. ASPLENIACEAE

    AU Foto(s): - Fonte: 47 - (1)

    Parte Utilizada USOS

    Modo de preparao e

    aplicaofolhas infeces de pele (1), eczemas (1) cozimento e lavagens

    erva-abelha Ophrys speculum Link ssp.speculum ORCHIDACEAE

    AU Foto(s): 58 e 59 Fonte: 32a - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoflores anginas (1) cozimento e gargarejos

    erva-abelhapataquinha

    Capsella bursa-pastoris (L.) Medik. CRUCIFERAE

    AU Foto(s): - Fonte: 19, 32 - (2)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaodores de garganta (1) cozimento e gargarejosrama (com

    inflorescncia) colesterol (1) ch

    erva-alcarerva-alcaire, erva-

    alcria

    Xolantha tuberaria (L.) Gallego, MuozGarm. & C. Navarro

    CISTACEAE

    AU Foto(s): 60, 61 e 62 Fonte: 9a, 12, 15, 16, 17, 22, 26, 27, 31, 34, 36,37, 38, 41, 45, 49 - (16)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinchaos (10), feridas (8), ndoasnegras (1), hemorridas (1),cobrelo (Zona) (1)

    cozimento e lavagens*1parte area

    inchaos*2

    (1), infeces externas*2

    (1) cozimento e lavagens*3, cataplasma

    raiz constipaes*4(1) ch

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    31/208

    31

    Observaes:*1 trs pessoas referiram que alm das lavagens que se aplicam na zona afectada panos encharcados na gua docozimento.*2 mistura: parte area de erva-alcar, folhas de malva.*3 fazer lavagens 3 vezes ao dia, de manh, ao meio-dia e noite.*4 mistura: raiz de erva-alcar, rama de erva-das-7-sangrias, rama de sarguacinha, figosqueimados.

    erva-arrozerva-da-frieira

    Fumaria sepiumBoiss. & Reut. PAPAVERACEAE

    AU Foto(s): 63 Fonte: 7, 32a - (2)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinfeces externas (alergias,comiches, borbulhas)*1(1)

    cozimento e banhos

    frieiras (1) pisar a rama, cataplasmarama

    colesterol (1) ch

    Observaes:*1 mistura: pampos de oliveira, pampos de moita, pampos de silva, rama de erva-arroz; aplicao dosbanhos durante 9 dias.

    erva-cidreira Melissa officinalis L. LABIATAE

    AU/CUL Foto(s): 64Fonte: 1, 2, 3, 3a, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 15, 16,17, 19, 20, 21, 24a, 25, 25a, 26, 27, 30 ,31, 32, 33,34, 36, 37, 38, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48 - (38)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    rama / folhas

    m disposio*1

    *3

    (14), ajudar adigesto*2(9), estmago/dor deestmago*3(9), corao (7),nervos*4/calmante (6), nsias*3(1),barriga (1), fgado (1), febre (1),vescula*5(1), constipaes*6(1),gripe*6(1), colesterol*7(1), barriga(1), tenso (1), bexiga (1)

    ch*8

    Observaes:*1 uma pessoa referiu como usada na seguinte mistura: rama de hortel, rama de erva-de-so-Roberto, ramade erva-cidreira, folhas de bela-Lusa, folhas de malva.*2 uma pessoa referiu que se pode usar sozinha ou em mistura com casca de limoe folhas de bela-Lusa.

    *3

    uma pessoa referiu a mistura: folhas de bela-Lusa, rama de erva-cidreira, 1 folha de malva.*4 uma pessoa referiu a mistura: rama de erva-cidreira, folhas de alface.*5 mistura: carqueja, pimpeneto, erva-cidreira.*6 uma pessoa referiu a mistura: rama de poejo, folhas de erva-cidreira, folhas de bela-Lusa, folhas de erva-terrestre, casca de cebola.*7 mistura: raiz (em alternativa, as folhas) de erva-mont, 1 folha de nespereira, 1 folha de abacateiro, folhasde erva-cidreira, folhas de ch-prncipe, rama de hortel; fazer o ch num dia mas fica a descansar e s beber nooutro dia.*8 quatro pessoas referiram que faziam infuso e no ch.

    erva-das-7-

    sangriasHypericum humifusum L. GUTTIFERAE

    AU Foto(s): 65 e 66 Fonte: 5, 15, 22, 32a, 35, 41, 45 - (7)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    32/208

    32

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaochagas na pele (1), comiches (1),feridas (1), purificar o sangue (2),constipaes*1(1)

    ch*2

    purificar o sangue*3(2) macerao em gua, beberrama

    picadas de bichos (1) cozimento e lavagensObservaes:*1 mistura: raiz de erva-alcar, rama de erva-das-7-sangrias, rama de sarguacinha, figosqueimados.*2 uma pessoa referiu que fazia infuso.*3 uma pessoa referiu que se deve beber da seguinte maneira: beber menos de metade de uma chvena de caf,3 vezes ao dia, depois descansa durante 9 dias e volta a tomar.

    erva-de-santa-Maria

    Solanum nigrum L. ssp. nigrum SOLANACEAE

    AU Foto(s): 67 e 68 Fonte: 19, 28, 32, 32a, 37 - (5)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    infeco de ouvido (1)pisado com sal fino, aplicao noouvido durante 9 dias, tapar comalgodo

    dores de ouvidos (1)

    espremer o sumo do fruto para oouvido, 1 vez por dia durante 9 diasseguidos e depois tomar banho napraia

    ouvidos (1) (no soube dizer como se usava)

    dentes estragados (1)cozimento, receber vapores nos

    dentes

    fruto

    dores de cabea (1) (no soube dizer como se usava)

    erva-de-so-Roberto

    Geranium purpureum Vill. GERANIACEAE

    AU Foto(s): 69 Fonte: 2, 7, 13, 16, 17, 19, 21, 25, 26, 27, 29, 30,31, 32, 32a, 36, 37, 44, 45, 46, 47, 48, 49 - (23)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    estmago (9), sangue/ purificar osangue (5), barriga (1), lceras deestmago (1), colite*1(1), febre (1),ajudar a urinar (1), diabetes*2(1),tenso (1), fgado (1), m disposio(1), constipaes (1), colesterol (1),inflamaes (1)

    ch*3

    borbulhas (em bebs) (1) cozimento e lavagens

    para a Lua (1)colocar um raminho debaixo dotravesseiro

    rama

    cancro*4(1), sangue (1), borbulhasno corpo (1)

    a folha picada, adicionar umagema de ovo (e talvez um pouco de

    acar), ingestoObservaes:*1 a pessoa referiu que o seu pai teve colite e que diziam que no tinha cura, e acabou por se curar com este ch.*2 mistura: folha de abacateiro, rama de erva-de-so-Roberto.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    33/208

    33

    *3 uma pessoa referiu que fazia infuso.*4 a pessoa referiu que a sua me teve um caroo no peito e curou-se com esta planta, comendo durante mais de1 ano.

    erva-fera Prunella vulgaris L. LABIATAE

    AU Foto(s): 70 Fonte: 40 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaorama feridas (1), inchaos (1) cozimento e lavagens

    erva-formigueirach-formigueiro

    formigueira, erva-formiga,

    ch-formigo

    Chenopodium ambrosioides L. CHENOPODIACEAE

    AU Foto(s): 71 e 72Fonte: 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 16, 17, 20,21, 24, 25, 25a, 26, 27, 28, 30, 31, 34, 35, 36, 37,38, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 47, 48, 49 - (37)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoestmago/mal do estmago (14), mdisposio (13), barriga/ dores debarriga (9), diarreia (5), ajudar adigesto (4), aliviar a bebedeira (2),diurtico (2), priso de ventre*1(2),vescula (2), vmitos (1), dores

    menstruais (1), clicas (1), pulmes(1), fazer arrotar (1), fgado*2(1)

    ch*3rama

    vmitos (1), m disposio (1) cheirar a plantaObservaes:*1 a pessoa referiu que se deve beber o ch em jejum e depois ficar 1 hora sem comer.*2 mistura: ch-formigueiro e hortel.*3 uma pessoa referiu que fazia infuso.

    erva-loba Scrophularia caninaL. ssp. canina SCROPHULARIACEAE

    AU Foto(s): 73, 74 e 75 Fonte: 4, 47 - (2)

    Parte Utilizada USOS Modo de preparao eaplicao

    inchaos (2), infeces externas (1),feridas (1)

    cozimento e lavagensrama

    infeces internas (1) ch*Observaes:* da pessoa disse que se tem de ter cuidado pois este ch faz subir a tenso e provoca priso de ventre.

    erva-marmela Scrophularia auriculataL. SCROPHULARIACEAE

    AU Foto(s): 76 e 77Fonte: 19 - (1)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaorama doenas intestinais (1) cozimento, clisteres

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    34/208

    34

    erva-das-feridaserva-mercrioerva-tintureirabetadine, celidnia,

    erva-mercria, erva-mercuri, erva-tintura-

    de-iodo, pecednia

    Chelidonium majus L. PAPAVERACEAE

    AU Foto(s): 78, 79 e 80 Fonte: 3, 3a, 4, 8, 9, 10, 13, 17, 18, 19, 25a, 26, 28,30, 31, 33, 34, 36, 38, 39, 40, 42, 43, 46 - (24)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    seiva*sarar feridas (24), queimaduras (2),verrugas (2), calos (1)

    aplicao directa

    Observaes:* a seiva amarela e dizem que arde nas feridas.

    erva-mont Pulicaria odora (L.) Reichenb. COMPOSITAE

    AU Foto(s): 81 e 82 Fonte: 3, 8, 10, 13, 14, 16, 17, 19, 20, 25, 31, 32a,33, 38, 40, 42, 45, 48 - (18)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaobechocos*1(1), furnculos (1) aquecer ao lume e cataplasmabechocos (1), feridas (1) cozimento e lavagens, cataplasma

    bechocos (1)cataplasma (mudar todos os dias atrebentar)

    bechocos (1), feridas(1) cozimento e cataplasmaestmago/ barriga (1), inflamaesinternas (1), limpar/ dar fora aosangue (1), fortalecer aps o parto(1), limpar os restos da placenta apso parto (1)

    ch

    feridas*2(2), inchaos*2(2),infeces externas (2), infeces depele (1)

    cozimento e lavagens

    inchaos (1)cozimento e aplicao de panosencharcados dessa gua

    inchaos (1), feridas (1) cozimento e lavagens, aplicao depanos encharcados dessa guapurificar o sangue (1), infecesinternas (1), gripe (1)

    cozimento e banhos*7

    folha

    sangue*3(1) ferver com mel, ingestocancro (1) chqueda do cabelo*4(1) cozimento e lavagens

    folhas e raizinfeco na cara (que provocavaborbulhas) (1)

    1- cozimento das folhas e aplicaode panos encharcados dessa gua2- raiz raspada, cortada, frita emazeite*8, coado, ao azeite adicionaruma vela de igreja que se derrete noazeite formando uma pomada,aplicao da pomada

    raiz colesterol*5(3), dores de ossos*6(1) ch

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    35/208

    35

    Observaes:*1 aps aquecer ao lume, molhar em azeite quente e s depois fazer cataplasma.*2 uma pessoa referiu em mistura: erva-mont, calafite(Kickxia spuria(L.) Dumort. subsp. integrifolia(Brot.)R.Fern.), orvalho-do-sol, erva-pinheirinha, marroios, beleza.*3 mistura: folhas de diabelha, algumas flores de alecrim, 1 ou 2 folhas de erva-mont.*4 mistura: folha (seca ou fresca) de nogueira, raiz e folha de erva-mont.*5 referido por uma pessoa como em mistura: raiz (em alternativa, as folhas) de erva-mont, 1 folha de

    nespereira, 1 folha de abacateiro, folhas de erva-cidreira, folhas de ch-prncipe, rama de hortel.*6 mistura: raiz de erva-mont e rama com flores (se as tiver) de sarguacinha; beber uma chvena do ch emjejum.*7 mistura: sementes (envolvidas numa boneca de pano) de esteva, raiz de cana, flores ou rama de alecrim,folhas de erva-mont; numa diviso da casa resguardada a pessoa toma banho com essa gua (tambm a podebeber) e no final envolve o corpo num pano mas sem se secar.*8 se possvel em frigideira e utenslios que nunca tenham sido usados antes.

    erva-pinheirinhacavalinha, erva-

    cavalinhaEquisetum telmateia Ehrh.*1 EQUISETACEAE

    AU Foto(s): 83Fonte: 1, 2, 3, 3a, 5, 6, 7, 13, 16, 17, 19, 21, 22,24, 25, 26, 30, 31, 33, 35, 37, 38, 42, 44, 45, 48,49 - (27)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinfeces de bexiga*2(9), ajudar aurinar (7), infeces urinrias (7),rins (5), prstata*3(3), diabetes (3),barriga/ barriga inchada (2), pedrasde rim (2), estmago (2), infecesdo sistema digestivo (1), baixar a

    tenso (1), eczemas (1), menopausa(afrontamentos) (1), vescula (1)

    ch

    feridas/ cicatrizante de feridas*4*5(3), infeces (1), cicatrizante (1),acne (1), inchaos*4(1), borbulhas(1)

    cozimento e lavagens

    parte area

    infeces genitais (1) cozimento, receber os vaporesObservaes:*1 uma pessoa referiu tambm a espcie Equisetum ramosissimumDesf..*2 referido por uma pessoa como em mistura: avenca, erva-pinheirinha, tanchais.*3 referido por uma pessoa como em mistura com barbas de milho.*4 referido por uma pessoa em mistura: erva-mont, calafite(Kickxia spuria(L.) Dumort. subsp. integrifolia

    (Brot.) R.Fern.), orvalho-do-sol, erva-pinheirinha, marroios, beleza.*5 referido por uma pessoa que alm de fazer lavagens se aplica gaze embebida nessa gua.

    erva-pobrezinharabo-de-zorra, erva-do-pobrezinho, erva-penuginha, erva-dos-pobrezinhos, ourios,

    ch-macaco,pampinela

    Trifolium angustifolium L. LEGUMINOSAE

    AU Foto(s): 84Fonte: 2, 3, 6, 7, 10, 12, 13, 16, 17, 19, 21, 25, 26,28, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 47,48 - (27)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    36/208

    36

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaoinflorescncias* diarreia (26), tosse (1), bexiga (1) ch

    Observaes:* algumas pessoas referiram que se usam 2 ou 3 ou 4 ou 5 ou 7 inflorescncias.

    erva-prataerva-pratinha,chuva-prata

    Paronychia argentea Lam. varargentea CARYOPHYLLACEAE

    AU Foto(s): 85 e 86 Fonte: 14, 26, 27, 31, 32, 35, 36, 38, 45 - (9)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaocontrolar a urina* (1), dores debarriga (1), bexiga (1), estmago (1),doenas de ovrios (1), doenas dotero (1), infeces urinrias (1),

    ajudar a urinar (1)

    ch

    infeces dos olhos (1),queda docabelo (1),

    cozimento e lavagens

    rama florida

    infeces de pele (1)cozimento e lavagens, aplicao degaze encharcada nessa gua

    Observaes:* mistura: erva-prata, salsa; para fazer urinar menos quando a pessoa anda a urinar demasiado.

    erva-ruivadouradinha

    erva-arranha

    Rubia peregrina L. RUBIACEAE

    AU Foto(s): - Fonte: 3, 19, 35 - (3)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    ramaictercia (1), ajudar a urinar*1(1),rins*1(1)

    ch

    raiz*2 ictercia (1) chObservaes:*1 tomar todos os dias um copo deste ch.*2 com cerca de 10 cm de comprimento.

    erva-terrestreerva-restea

    Glechoma hederacea L. LABIATAE

    AU Foto(s): 87 Fonte: 7, 9, 10, 17, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 42 - (11)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    folhasconstipaes*1*2*3(6), tosse*3(5),gripe*1(1), dores de barriga dascrianas (1), ajudar a digesto (1)

    ch

    Observaes:*1 uma pessoa referiu a mistura: rama de poejo, folhas de erva-cidreira, folhas de bela-Lusa, folhas de erva-terrestre, casca de cebola.*2 uma pessoa referiu a mistura: poejos, erva-restea, agries.*3 uma pessoa referiu a mistura: erva-restea, casca de cebola, poejos, 5 figossecos.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    37/208

    37

    erva-turca Mesembryanthemum nodiflorum L. AIZOACEAE

    AU Foto(s): 88 e 89 Fonte: 1, 7, 15, 19, 21, 22, 24, 26, 28, 31, 34, 49 -(12)

    Parte Utilizada USOS

    Modo de preparao e

    aplicaoqueda do cabelo* (6), infeces nocoro cabeludo (2), infeces de pele(2), queimaduras (1), feridas (1)

    cozimento e lavagens

    verrugas (1) picada, cataplasmarama

    infeces internas (1), sangue (1) ch

    seivaferidas* (2), bechocos* (1), quedado cabelo (1), infeces de pele (1)

    aplicao directa

    Observaes:* uma pessoa referiu que tambm se deve beber um pouco dessa gua do cozimento.

    estevamato-esteva

    Cistus ladanifer L. CISTACEAE

    AU Foto(s): 90 Fonte: 2, 3, 6, 19, 21, 26, 28, 32a, 33, 37, 38, 42,44, 45 - (14)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaopampos diabetes (1), cido rico (1) ch

    botes florais diarreia (1) ch

    flores*1/ ptalasdiarreia (2), estmago (2), colesterol(1), fraqueza/ dar fora ao sangue*5

    (1), constipaes (1)

    ch

    folhas com resina dores de ossos aplicao directa e cataplasmacido rico*2(1) chqueda de cabelo (1) cozimento e lavagensramahemorridas (1)

    cozimento, receber os vapores edepois lavagens

    fraqueza (1)cpsula torrada no forno (abrindo-secom o calor), recolher as sementes,juntar mel, ingesto

    ictercia (1)envolver sementes num pano, atar,ch

    lombrigas*3

    (2) ingesto

    sementes

    purificar o sangue*4(1), infecesinternas*4(1), gripes*4(1)

    cozimento e banhos

    Observaes:*1 s flores de esteva chamam pampoilas.*2 referiu que provoca dores de ossos e inchaos.*3 uma pessoa referiu que se apanham as cpsulas ainda fechadas, deixam-se num prato a secar ao sol atabrirem e libertarem as sementes; encher 1 colher de sopa de sementes e acabar de encher a colher com mel;tomar 1 vez por dia.*4 mistura: sementes (envolvidas numa boneca de pano) de esteva, raiz de cana, flores ou rama de alecrim,folhas de erva-mont; numa diviso da casa resguardada a pessoa toma banho com essa gua (tambm a podebeber) e no final envolve o corpo num pano mas sem se secar.*5 mistura: ptalas de pampoila de esteva e ptalas de pampoila-vermelha.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    38/208

    38

    estevomato-estevo

    Cistus populifolius L. CISTACEAE

    AU Foto(s): 91 Fonte: 6, 14, 32a, 36, 37, 38, 45 - (7)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    rama /folhas queda de cabelo (6) cozimento e lavagens*suor dos ps (1)

    colocar a folha dentro do sapato epr o p por cimafolha

    baixar a tenso (1) chObservaes:* duas pessoas referiram que s se usa esta gua no final de lavar a cabea, para enxaguar; outra pessoa referiuque antes se lava a cabea com sabo e s no final se usa esta gua para enxaguar a cabea.

    eucalipto Eucalyptussp.(Eucalyptus globulusLabill.) MYRTACEAE

    CUL Foto(s): 92 e 93Fonte: 2, 7, 9, 10, 13, 15, 24, 29, 32a,33, 34, 35,46, 48 - (14)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaopampos tosse*1(1) ch

    constipaes (1), gripe (1)

    xarope 1 em mistura*2:juntar tudo, adicionar 3 colheres demel, ferver em 1 litro de gua atficar reduzido a litro, ingesto

    gripe*3(1), constipaes*3(1) chdores reumticas (1) macerao em lcool, frices

    tosse seca (1), constipaes fortes(1)

    xarope 2 em mistura*4:

    tudo fervido em 2 litro de gua atficar 1 litro, coado, adicionado Kgde mel, volta a ferver at ficar em litro; ingesto do xarope, 1 copoantes de cada refeio (3 vezes/ dia)

    Zona*5(cobrelos) (1), feridas*5(1)

    cozimento e lavagens

    constipaes (1)queimar as folhas no quarto dapessoa constipada

    folha

    desentupir o nariz (3), gripe (1),constipaes (2)

    cozimento, inalar vapores

    cpsula constipaes (2) chObservaes:*1 mistura: 5 pampos de pinheiro; 5 pampos de eucalipto.*2 mistura: pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro(manso ou bravo), rama de poejo, casca de cebola, casca esumo de 1 limo, 1 ponta de folha de eucalipto.*3 mistura: pampos de pinheiro, rama (pode ser com as flores) de sarguacinha, folha de eucalipto.*4 mistura: 1 mo cheia da rama de sarguacinha, 1 mo cheia da rama de agries, 7 folhas de eucalipto, 1limointeiro cortado s rodelas, 3 figossecos, 1 mo cheia da rama nova de pinheiro-manso.*5 mistura: folhas de eucalipto, rebentos de silvas, flores de marcela.

    fadagotos

    fadagouceChenopodium album L. CHENOPODIACEAE

    CUL Foto(s): 94 Fonte: 35, 49 - (2)

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    39/208

    39

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    seiva feridas (1)bater a folha para sair da seiva,aplicao directa

    rama furnculos (1)cozimento, juntar banha de porco,colocar essa mistura no furnculo,

    cataplasma

    fava Vicia faba L. LEGUMINOSAE

    CUL Foto(s): 95 e 96 Fonte: 26, 32, 32a - (3)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaocasca da fava feridas (estancar o sangue) (2) envolver o golpe com a casca

    fava fraqueza* (1)torrado, modo, peneirado, juntar umpouco de gua para fazer uma papa,

    ingesto

    seiva dos pampos erisipela (1)

    pisado, a seiva colocada na zonada erisipela, por cima coloca-sefarinha de milho misturada com umpouco de mel (para a farinha pegarbem)

    Observaes:* mistura: fava, gro, aveia.

    fel-do-mato Centaurium erythraea Rafn GENTIANACEAE

    AU Foto(s): 97

    Fonte: 1, 2, 3a, 5, 7, 8, 9a, 10, 12, 13, 15, 16, 17,19, 20, 21, 24, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34,35, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48,49 - (40)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicaofgado (19), vescula (12), diabetes(9), amargura da boca/ azia*1(8),estmago/ dores de estmago*1(7),m disposio (2), colesterol (2),para vir a menstruao quando estem falta (1), limpar o sangue (1),

    para passar a bebedeira (1), febre(1), vias urinrias (1), clicas renais(1),baixar a tenso (1)

    ch*2*3

    dores (1) cozimento,lavagens e frices

    parte area

    fgado (1), estmago (1)macerao em gua durante umanoite ou 1 dia, beber de manh emjejum

    Observaes:*1 uma pessoa referiu a mistura: inflorescncias de marcela, rama de fel-do-mato.*2 grande parte das pessoas referiram que este ch muito amargo.*3 algumas pessoas referiram que no se deve fazer o ch muito forte e uma pessoa referiu que no se devebeber muito tempo de seguida, e que se deve beber uns 8 dias, descansar uns dias e depois voltar a beber.

  • 5/26/2018 Estudo Etnobotanico AFLOSUL 2006

    40/208

    40

    figueira Ficus carica L. MORACEAE

    AU/ NATURALIZADA/CUL

    Foto(s): 98 e 99 Fonte: 5, 6, 9, 10, 12, 13, 17, 25, 26, 28, 30, 31,32a, 33, 36, 37, 41, 43, 45, 48, 49 - (21)

    Parte Utilizada USOSModo de preparao e

    aplicao

    seiva aliviar as dores de ouvidos (1)embeber um pedao de algodo coma seiva, aplicar no ouvido

    constipaes (13), tosse (4), gripe(1)

    ch*1

    constipaes (1), tosse (1)

    xarope 1 em mistura*2:a litro de leite adicionar 10 figossecos (de preferncia pretos), cascade limo, mel e os restantescomponentes, cozimento, ingestodo xarope

    tosse seca (1), constipaes fortes(1)

    xarope 2 em mistura*3:tudo fervido em 2 litro de gua at

    ficar 1 litro, coado, adicionado Kgde mel, volta a ferver at ficar em litro; ingesto do xarope, 1 copoantes de cada refeio (3 vezes/ dia)

    constipaes (1), tosse (1)

    xarope 3 em mistura*4:juntar uma rama de poejo, 2 ou 3figos secos e 2 colheres de sopa demel, ferver tudo junto (em lumebrando pois o mel faz crescer nacaf