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ELIANA PAOLA MARIN CASTANO
Estudo Cinetico da Sıntese e Caracterizacaode Nanopartıculas do Sistema Cu-Ni-Co
Dissertacao de Mestrado
Dissertacao apresentada como requisito parcial para obtencaodo grau de Mestre pelo Programa de Pos-graduacao emEngenharia de Materiais, Processos Quımicos e Metalurgicos doDepartamento de Engenharia Quımica e de Materiais da PUC-Rio
Orientador: Prof. Eduardo de Albuquerque Brocchi
Co-orientador: Prof. Guillermo Solorzano
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
ELIANA PAOLA MARIN CASTANO
Estudo Cinetico da Sıntese e Caracterizacaode Nanopartıculas do Sistema Cu-Ni-Co
Dissertacao apresentada como requisito parcial para obtencaodo grau de Mestre pelo Programa de Pos-graduacao emEngenharia de Materiais, Processos Quımicos e Metalurgicosdo Departamento de Engenharia Quımica e de Materiais doCentro Tecnico Cientıfico da PUC-Rio Aprovada pela ComissaoExaminadora abaixo assinada
Prof. Eduardo Alburquerque Brocchi
Orientador
Departamento de Engenharia Quımica e de Materiais da PUC-Rio
Prof. Guillermo Solorzano
Co-orientador
Departamento de Engenharia Quımica e de Materiais da PUC-Rio
Coord. Francisco Jose Moura
Departamento de Engenharia Quımica e de Materiais da PUC-Rio
Dra. Iranildes Santos
Instituto Tecnologico Vale - Vale
Dra. Natasha Midori Suguihiro
Centro de Brasileiro de Pesquisas Fısicas
Prof. Jose Eugenio Leal
Coordenador Setorial de Pos-Graduacao do Centro Tecnico Cientıfico da PUC-
Rio
Rio de Janeiro, 20 de Agosto de 2015
Todos os direitos reservados. E proibida a reproducao total ou
parcial do trabalho sem autorizacao da universidade, da autora
e do orientador.
Eliana Paola Marın Castano
Graduou–se em Engenharia Quımica na Universidad Nacional
de Colombia (Manizales, Colombia)
Ficha Catalografica
Marın Castano, Eliana Paola
Estudo Cinetico da Sıntese e Caracterizacao de Nano-
partıculas do Sistema Cu-Ni-Co / Eliana Paola Marın Castano
; orientador: Eduardo de Albuquerque Brocchi ; co-orientador:
Guillermo Solorzamo. - 2015.
87 f: il. (color.) ; 30 cm
Dissertacao (mestrado) - Pontifıcia Universidade Catolica
do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Quımica e de
Materiais, 2015.
Inclui bibliografia
1. Engenharia Quımica - Dissertacao. 2. Engenharia de
materiais - Dissertacao. 2. Reducao com hidrogenio. 4. Liga
Cu-Ni-Co. 5. Sıntese Quımica. 5. Caracterizacao e nanopartıculas.
I. Brocchi, Eduardo de Albuquerque. II. Solorzano, Guillermo. III.
Pontifıcia Universidade Catolica do Rio de Janeiro. Departamento
de Engenharia Quımica e de Materiais. III. Tıtulo.
CDD:620.11
A meus pais, Nelcy e Fabian, irmaos, Deissy e
Hector, e namorado Julian.
Agradecimentos
Ao meu orientador, Eduardo Brocchi, pela sugestao do tema, confianca e apoio
durante a execucao desta pesquisa.
Ao meu co-orientador, Guillermo Solorzano, pelas analises de Microscopia
Eletronica de Transmissao, orientacoes e aportes na parte de caracterizacao.
Um agradecimento especial aos meus pais, Nelcy e Fabian, pelo amor, in-
centivo e por sempre acreditarem em meu potencial. Voces sao minha fonte
de energia e motivacao para ser cada dia uma melhor pessoa e profissional.
Aos meus irmaos Deissy e Hector, pelo apoio incondicional, amor e confianca,
sem voces nao estaria hoje aqui.
Ao meu colega, professor, amigo e namorado, Julian Garcıa, por incentivar
o amor pela pesquisa, seus valiosos aportes academicos, e seu carinho incondi-
cional.
A Doutora Natasha Suguihiro, pelas analise de Microscopia Eletronica de
Transmissao e Microscopio Eletronico de Varredura, seu grande aporte na in-
terpretacao, discussao de resultados e orientacao para o feliz termino desta
pesquisa.
Aos meus amigos e colegas envolvidos direta e indiretamente na conclusao deste
trabalho, pelo apoio e incentivo. A minhas amigas Isabel Ramos, Tiphane An-
drade e Ludy Caceres, pelas suas sugestoes, correcaes e discussoes em relacao
a este trabalho, e sua valiosa amizade.
Aos Professores, funcionarios e colegas da PUC pelos ensinamentos e suporte
para a realizacao das discussoes teoricas e dos experimentos. Especialmente,
ao senhor Carlao do grupo de pesquisa, pela montagem da linha e pelo aporte
teorico e discussoes dos resultados.
As agencias financiadoras CAPES, CNPq e FAPERJ, assim como a Pontifıcia
Universidade Catolica de Rio de Janeiro (PUC-Rio) pelo apoio financeiro.
Ao Laboratorio Multiusuario de Nanotecnologia (LabNano) do Centro Brasi-
leiro de Pesquisas Fısicas (CBPF) pelo acesso ao Microscopio Eletronico de
Transmissao e Microscopio Eletronico de Varredura.
Ao Doutor Antonio Mario Neto e tecnicos do laboratorio de Analise Termica da
Pontifıcia Universidade Catolica de Rio de Janeiro (PUC-Rio), pelas analises
de Microscopia Eletronica de Transmissao e Microscopia Eletronica de Varre-
dura.
Ao Professor Roberto Avillez e a Doutora Sonia Letichevsky, pelas analise
de difracao de Raios X.
Resumo
Marın Castano, Eliana Paola; Brocchi, Eduardo de Albuquerque.Estudo Cinetico da Sıntese e Caracterizacao de Nanopartıculasdo Sistema Cu-Ni-Co. Rio de Janeiro, 2015. 87p. Dissertacaode Mestrado-Departamento de Engenharia Quımica e de Materiais,Pontifıcia Universidade Catolica do Rio de Janeiro.
Ligas sao materiais de interesse por suas propriedades especıficas
particularmente quando apresentam estruturas nanometricas. Desta forma,
diferentes tecnicas de sıntese vem sendo estudadas, visando o desenvolvimento
de materiais nano-estruturados. Neste contexto, o presente trabalho aborda
o estudo cinetico/estrutural de um processo alternativo de sıntese quımica para
se obter uma liga Cu-Ni-Co feita a partir da compactacao de
nanopartıculas. O procedimento experimental foi dividido em tres etapas:
decomposicao termica de uma solucao de nitratos de Cu, Ni e Co; reducao
dos oxidos em atmosfera de hidrogenio; e finalmente o produto em po foi
prensado em pastilha e sinterizado a vacuo. A caracterizacao da evolucao
microestrutural em cada etapa foi realizada por meio das tecnicas de
Microscopia Eletronica de Varredura (MEV), Difracao de Raio-X (DRX) e
Microscopia Eletronica de Transmissao (MET). A decomposicao termica ocorre
a partir de 300 ◦C, com as partıculas apresentando distribuicao homogenea de
graos, com tamanhos de ate 50 nm. Apos a reducao, os tamanhos de grao
do po metalico encontrados foram variados e sem forma definida. Observou-se
o fenomeno de coalescencia a temperatura de 900 ◦C. A energia de ativacao
aparente (Ea) para cada metodo foi calculada. Para condicoes isotermicas
a Ea variou entre 11 kJ/mol (700-200 ◦C) e 141.45 kJ/mol (200-150 ◦C),
indicando controle difusional e quımico, respectivamente. Para condicoes
nao-isotermicas, a Ea foi da ordem de 34 kJ/mol para valores de conversao
de 0,1 e 0,9, com taxas de aquecimento de 1, 3 e 5 K/min. A analise de DRX
e MET das pastilhas depois da sinterizacao confirmaram a existencia de uma
matriz em fase CFC contendo os tres elementos Cu, Ni e Co com partıculas
residuais de oxido identificadas como oxido de Co. O tamanho de grao foram
inferiores a 1 μm.
Palavras-Chave
Reducao com hidrogenio; Liga CuNiCo; Sıntese Quımica; Caracterizacao
e nanopartıculas.
Abstract
Marın Castano, Eliana Paola; Brocchi, Eduardo de Albuquerque(Advisor). Kinetic Study of the Synthesis and Characterizationof Nanoparticles of the Cu-Ni-Co System. Rio do Janeiro, 2015.87p. MSc. Dissertation - Departamento de Engenharia Quımica e deMateriais, Pontifıcia Universidade Catolica do Rio de Janeiro.
Alloys are materials of interest by their specific properties particularly
when present nanoscale structures. Therefore, several synthesis techniques
have been studied aiming the development of nano-structured materials. In
this context, this work describes a kinetic/structural study of an alternative
process of chemical synthesis to obtain a Cu-Ni-Co alloy starting from
nanoparticles consolidation. The experimental procedure was divided into
three steps: thermal decomposition of a nitrate solution of Cu, Ni and Co,
reduction of oxides in hydrogen atmosphere and, finally, compactation of
powder into tablet followed by sintered under vacuum atmosphere.
Characterization of microstructural evolution in each step was performed using
the electron microscopy techniques (SEM), X-ray Diffraction (XRD) and
Transmission Electron Microscopy (TEM). Thermal decomposition occurs
starting at 300 ◦C, with the particles having homogeneous distribution of grains
with sizes of up to 50nm. After reduction, particle sizes of the
metal powder have a wide range and with indeterminate morphology. One can
observe the coalescence at temperature of 900 ◦C. The apparent activation
energy (Ea) was calculated for each method. For isothermal conditions, Ea
ranged from 11.01 kJ/mol (700-200 ◦C) to 141.45 kJ/mol (200-150 ◦C),
indicating diffusional control and chemical control, respectively. For
non-isothermal conditions, Ea was approximately 34 kJ/mol for conversion
values of 0.1 and 0.9, with heating rates of 1, 3 and 5 K/min. The XRD and
TEM analysis confirmed the existence of an FCC phase matrix containing the
three elements Cu, Ni and Co with oxide residual particles identified as cobalt
oxide. The grain size was less than 1 micrometers.
Keywords
Nanotechnology; Hydrogen Reduction; CuNiCo Alloy; Chemical
Synthesis; Characterization and nanoparticles.
Sumario
1 Introducao 15
2 Revisao Bibliografica 18
2.1 Propriedades e Aplicacoes 18
2.2 Processos de Obtencao 20
2.2.1 Processo Mecanico: 20
2.2.2 Electrodeposicao: 21
2.2.3 Reducao com Hidrazina e Etilenoglicol: 21
2.2.4 Microemulsao: 22
2.2.5 Sıntese Quımica 22
3 Fundamentos Teoricos 25
3.1 Estudo Termodinamico 25
3.1.1 Decomposicao Termica dos Nitratos 26
3.1.2 Reducao com Hidrogenio 28
3.2 Solubilidade e Equilıbrio de Fases 30
3.3 Aspectos Cinetico: reacoes solido-gas 33
3.3.1 Modelo Nucleo Nao Reagido 34
3.3.2 Energia de Ativacao (Ea) 35
3.3.3 Metodo Isotermico 36
3.3.4 Metodo Nao-Isotermico 37
3.4 Sinterizacao 39
3.5 Metodos de Caracterizacao 40
3.5.1 Difracao de Raios-X (DRX) 40
3.5.2 Microscopia Eletronica de Varredura (MEV) 40
3.5.3 Microscopia Eletronica de Transmissao (MET) 42
4 Metodologia Experimental 43
4.1 Estudo cinetico: materiais, equipamentos e procedimento experimental 44
4.1.1 Etapa 1: decomposicao termica 44
4.1.2 Etapa 2: Reducao com hidrogenio 46
4.1.3 Etapa 3: Sinterizacao 48
4.2 Caracterizacao 49
4.2.1 Difracao de Raois-X (DRX) 49
4.2.2 Microscopia Eletronica de Varredura (MEV) 49
4.2.3 Microscopia Eletronica de Transmissao (MET) 50
5 Resultados e Discussoes 51
5.1 Etapa 1: Decomposicao termica 51
5.1.1 Estudo do mecanismo de reacao do processo de decomposicao termica
dos oxidos por meio da analise termogravimetrica 51
5.1.2 Caracteriacao 53
5.2 Etapa 2: Reducao com hidrogenio 58
5.2.1 Estudo cinetico isotermico 58
5.2.2 Caracteriacao 64
5.3 Etapa 3: Sinterizacao 70
5.3.1 Caracteriacao 71
6 Conclusoes 76
Referencias Bibliograficas 78
Apendice 85
Lista de Figuras
1-1 Escala de Medida em Nanometros 15
2-1 Aplicacoes das ligas formadas entre Cu, Ni e Co. a) Tubulacoes mari-
nhas(Liga CuNi) b) Censores magneticos MRG (Liga CoNi) c)Catalisadores
metalicos (Liga CoCu) 19
2-2 Processos top-down e bottom-up 20
2-3 Processo geral sıntese quımica 23
3-1 Diagrama �Go versus T das reacoes de descomposicao quımica dos
nitratos de Cu, Co e Ni (dados extraıdos de [53]) 28
3-2 Diagrama de Ellingham (dados extraıdos de [53]) 30
3-3 Diagrama de predominancia para a formacao de oxidos de Cu, Ni e
Co a uma temperatura de 350◦C (dados extraıdos de [53]) 30
3-4 Diagrama �Go versus T das reacoes de reducao dos oxidos de Cu, Ni
e Co (dados extraıdos de [53]) 31
3-5 Estrutura da liga CuNi a. 20% Ni e b. 80% Ni [54] 32
3-6 Diagrama de fases para os sistemas Ni-Co e Cu-Co [55] 32
3-7 Diagrama de fases para o sistema Cu-Ni-Co [56] 33
3-8 Esquema da concentracoes dos reativos [57] 34
3-9 Grafico de Lnk vrs 1/T para o calculo da energia de ativacao 36
3-10 Esquema do fenomeno de formacao de nucleos por crescimento 37
3-11 Diagrama esquematico das etapas de auto-sinterizacao do po metalico
[60] 39
3-12 Modos de analise composicional por espectroscopia de raios X. a)
analise composicional pontual (exmplo:liga CuNi [64]) b) Analise de
perfis composicionais por linha de varredura (exemplo: liga CuCo [65])
c) Analise composicional por mapeamento (exemplo: liga CuCo [65] 41
3-13 Esquema dos feixes coletados para formacao da imagem (a) tipos de
sinais produzidas da interacao do feixe com a amostra, (b) contraste
massa/espessura c) campo claro e (d) campo escuro [66] 42
4-1 Esquema da metodologia experimental do processo de sıntese quımica 43
4-2 Metodologia experimental para a decomposicao pelo metodo nao-
isotermico 45
4-3 Metodologia experimental para a decomposicao pela metodo iso-termico 45
4-4 Esquema de linha de reducao com hidrogenio (Metodo isotermico) 46
4-5 % Perdida de massa vs fluxo 47
4-6 Fotos da linha de reducao com hidrogenio 47
4-7 Esquema do equipamento para a analise termogravimetrico 48
4-8 Equipamento para compressao 49
5-1 Esquema etapa 1 51
5-2 Dados experimentais de TG de % perda de massa vs tempo para o
processo de decomposicao termica dos nitrato hexahidratados de Cu,
Ni, Co para uma taxa de aquecimento de 5 K/min 52
5-3 Comparacao de diferentes composicoes a uma mesma taxa de aque-
cimento (5 K/min) 53
5-4 Espectros DRX dos oxidos co-precipitados a diferentes composicoes
(Cu-64%wtNi-24%wtCo), (Cu-64%wtNi-12%wtCo) e (Cu-80%wtNi-
10%wtCo). Na legenda estao descritos a porcentagem em peso e,
entre parenteses, o tamanho de cristalito em nanometros 54
5-5 Imagem de MEV das partuculas do oxido co-precipitado para uma
composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a) com aumento x1000, b)
com aumento x5000 e c) EDS pontual para aumento x1000 55
5-6 Par imagens campo claro/escuro no MET de uma amostra de oxido
co-precipitados para uma composicao teorica da liga Cu-80%wtNi-
10%wtCo 56
5-7 Imagens em campo claro e mapeamento elementar no MET das partıculas
de oxidos co-precipitados para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo
a uma temperauta de 500 ◦C 57
5-8 Esquema etapa 2 58
5-9 Dados experimentais isotermicos de % Perda de massa vs tempo para
diferentes composicoes 59
5-10 Ajuste cinetico isotermico e calculo da energia de ativacao para a
composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo 60
5-11 Dados experimentais Nao isotermicos de % Perda de massa vs tempo
para diferentes composicoes 62
5-12 Valores calculados de conversao e de derivadas parao metodo nao-
isotermico para a composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo 63
5-13 Ajustes cineticos e valores de Ea (entre 0.1 e 0.9) pelo metodo nao-
isotermico para a composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo 64
5-14 Espectro DRX para diferentes composicoes: Cu-64%wtNi-24%wtCo,
Cu-64%wtNi-12%wtCo e Cu-80%wtNi-10%wtCo para uma tempera-
tura de 900◦C 65
5-15 Espectro DRX para diferentes temperaturas: 300◦C, 600◦C e 900◦C
para a composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo 65
5-16 Imagens MEV de electrons secundarios das partıculas metalicas da
composicao Cu-64%wtNi-24%wtCo a diferentes temperaturas de reducao
a) 300◦C b) 600◦C c) 900◦C 67
5-17 Imagens MET campo claro/escuro e padrao de difrassao de parıculas
metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a uma
temperauta de 300 ◦C por 10 min 68
5-18 Imagens MET em campo claro/escuro e padroes de difrassao de partıculas
metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a 500 ◦C
temperaturas 69
5-19 Imagem em campo claro e mapeamento elementar no MET das parıculas
metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a uma
temperatura de 300 ◦C por 30 min 70
5-20 Espectros para diferentes composicoes Cu-80%wtNi-10%wtCo em forma
de pastilha. T=900◦C 71
5-21 Imagens MEV-FEG de uma pastilha da liga metalica 72
5-22 Mapeamento elemental pela tecnica EDS em MEV-FEG da pastilha
da liga metalica 73
5-23 Imagem MEV por electrons secundarios da pastilha da liga metalica
destacando uma partıcula de oxido residual 74
5-24 EDS da pastilha da liga metalica a) Imagem MEV por electrons se-
cundarios e b) Metodo de varredura atraves da partıcula em destaque
evidenciando-se impurezas de oxido rico em Co (possivelmente CoO) 75
6-1 MEV da amostra Cu-64wt%Ni-24wt%Co a diferentes temperaturas a)
300 ◦C b)600 ◦C 3) 900 ◦C 85
6-2 MEV da amostra Cu-64wt%Ni-12wt%Co a diferentes temperaturas a)
300 ◦C b)600 ◦C 3) 900 ◦C 86
6-3 Micrografıa da sinterizacao do sistema Cu-80wt%Ni-10wt%Co a) Po
metalico b) Pastilha antes de sinterizar c) Pastilha sinterizada a 900◦C por 1 hora 87
Lista de Tabelas
3-1 Propriedades quımicas dos metais 31
3-2 Diferencas entre as propriedades para cada liga possıvel 31
3-3 Modelos cineticos isotermicos para sistemas gas-solido 37
3-4 Modelos cineticos nao-isotermicos para sistemas gas-solido 38
4-1 Resumo dos materiais, composicoes e metodos aplicados 44
5-1 Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV do oxido
coformado Cu-80%wtNi-10%wtCo 55
5-2 Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV do oxido
coformado Cu-80%wtNi-10%wtCo 58
5-3 Valores de energia de ativacao para cada composicao por diferentes
modelos de ajuste cinetico para o metodo isotermico 60
5-4 Comparacao de valores de Ea para a reducao com hidrogenio dos oxidos
formados a partir dos tres elementos Cu, Ni, e Co pelo metodo isotermico 61
5-5 Valores de energia de ativacao para cada composicao por diferentes
modelos de ajuste cinetico para o metodo nao-isotermico 63
5-6 Comporacao de parametros de ajustes Rietvelt para diferentes fases FCC
dos resultados experimentais para o po metalico para a composicao Cu-
80%wtNi-10%wtCo a 600◦C 66
5-7 Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV da pastilha
sinterizada 74
1Introducao
Os metais apresentam uma grande variedade de propriedades fundamentais que
por seu numero abrangente de aplicacoes tecnologicas faz com que sejam mate-
riais de interesse industrial [1] [2]. Algumas das propriedades fundamentais dos
metais sao sua maleabilidade, ductibilidade e brilho. As propriedades carac-
terısticas para os metais de interesse nesta pesquisa sao: o poder magnetico do
cobalto, a alta resistencia a corrosao do nıquel, e a alta condutividade eletrica
e termica do Cobre. Para melhorar as propriedades individuais e aumentar
seu numero de aplicacoes, os metais sao juntados em forma de liga, podendo
conter um numero ilimitado de elementos, criando assim novos materiais com
qualidades especıficas e superiores aos seus metais de origem.
Para um maior controle do material, suas propriedades e aplicacoes tem-
se estudado e produzido ligas em escala nanometrica. Mas quao pequeno pode
ser um material quando se fala de escala nano?. Na Figura 1-1, exemplifica-se
uma escala de medida, por meio de imagens de objetos com diferentes tama-
nhos, tendo partıculas tao grandes quanto uma moeda ou tao pequenas quanto
um atomo. Pode-se dizer que uma partıcula e nano quando suas dimensoes
estao entre 1 nm e 100nm (1e-9 metro) [3]. Dentro desta escala, encontram-
se por exemplo os nanotubos de carbono, com dimensoes entre 1-2 nm de
diametro ou partıculas de oxidos com tamanhos de diametro de ate 20 nm.
Ao longo do tempo foram desenvolvidas tecnologias capazes de criar me-
dir, moldar e manipular materiais em escala nanometrica [4]. O conceito na-
notecnologia surge entao como uma necessidade para designar a atividade que
realiza qualquer tipo de ciencia, engenharia ou tecnologia em escala nano. Al-
1,0e-3 m 1,0e-5 m 1,0e-7 m 1,0e-9 m 1,0e-11 m
1000000 nm 10000 nm 100 nm 1 nm
Moeda FrancesaLiga CuNi
20 mm
Micro-Electro-MecânicosMEMs
10-100 mmMicrofios de Celulose
2 umNanotubos de Carbono
2 nm -10 nm Atomos
0,01 nm
Figura 1-1: Escala de Medida em Nanometros
Capıtulo 1. Introducao 16
gumas das ciencias que tem obtido grande sucesso sao: a informatica, energia,
meio ambiente, medicina e aeronautica [5] [6].
Especificamente para a liga Cu-Ni-Co, encontram-se reportados avancos
importantes em relacao aos processos usados para sua obtencao, suas possıveis
propriedades e aplicacoes [7] [8]. O processo estudado nesta pesquisa ja foi
implementado com exito para a obtencao de nanopartıculas de ligas binarias
e compositos, mas nao para uma liga ternaria, caso de estudo desta pesquisa
[9] [10] [11] [12].
Neste contexto, o principal objetivo desta pesquisa foi a obtencao de ligas
Cu-Ni-Co feita a partir da compactacao de nanopartıculas em sua estrutura
por meio de uma rota quımica. A rota quımica usada sera denominada ao
longo deste trabalho como sıntese quımica para fazer referencia a um processo
global. Para a metodologia experimental o processo foi dividido em tres etapas
principais: decomposicao termica, onde os nitratos sao convertidos a oxidos
por meio de um tratamento termico; o processo de reducao com hidrogenio,
onde os oxidos sao transformados no produto de interesse em forma de po, e
por ulimo, o processo de sinterizacao usado para juntar as partıculas em forma
de liga. Foi estudado a cinetica do processo e caracterizado o material
No presente trabalho serao apresentados os resultados experimentais,
ajustes matematicos e caracterizacao dos diferentes materiais envolvidos no
processo. No Capıtulo 2, mostra-se uma revisao das propriedades e aplicacoes
dos metais e ligas a partir dos tres elementos Cu, Ni e Co, e, de forma um
pouco mais detalhada, sobre alguns dos diferentes processo usados para ob-
tencao de nanopartıculas de ligas, e alguns exemplos especıficos de estudos
para a producao da liga Cu-Ni-Co. No Capıtulo 3, apresenta-se a aborda-
gem dos principais fundamentos teoricos usados para melhor entendimento
dos fenomenos fısico/quımicos presentes e para a interpretacao e analise dos
resultados. Inicialmente expoe-se os conceitos termodinamicos, avaliando a es-
pontaneidade das reacoes e temperatura crıticas de cada etapa, os conceitos de
solubilidade e equilıbrio de fases e alguns fundamentos teoricos sobre a cinetica
e os modelos aplicados. Os procedimentos experimentais para cada etapa fo-
ram descritos datalhadamente no capıtulo 4, especificando-se os metodos ex-
perimentais, materiais e equipamentos usados em cada etapa. No capıtulo 5,
apresentam-se os resultados experimentais, seus ajustes cineticos e analises em
cada etapa. Os resultados da caracterizacao dos diferentes produtos obtidos
ao final de cada etapa sao tambem apresentados neste capıtulo. Finalmente
no capıtulo 5, apresenta-se as conclusoes finais, e algumas sugestoes para tra-
Capıtulo 1. Introducao 17
balhos futuros.
2Revisao Bibliografica
2.1Propriedades e Aplicacoes
O nıquel, cobalto e cobre sao amplamente usados pelas propriedades particula-
res a cada um desses metais. Entretanto, estes elementos compartilham algu-
mas propriedades relevantes como ductilidade, boas propriedades eletronicas,
magneticas e catalıticas [13].
Das possıveis ligas formadas a partir destes tres metais, a liga CuNi e
a mais estudada e que possui o maior numero de aplicacoes industriais [14].
Exibe propriedades mecanicas especiais com a adicao do nıquel ao cobre, con-
ferindo alta resistencia a tracao e uma excelente ductilidade, permitindo a
fabricacao de pecas de diferentes formas e dimensoes. Uma das propriedades
caracterısticas desta liga e sua elevada resistencia a corrosao em diferentes
condicoes, especialmente em agua do mar [15] [16]. A composicao 90% cobre e
10% nıquel (C70600, cw352H) e a mais conhecida, usada em transporte naval e
comercial, extracao off-shore de petroleo e producao de gas, bem como na des-
salinizacao e geracao de energia. Ligas com um teor de 30% de nıquel (C71500,
C71640) sao usadas onde ha uma maior resistencia ao fluxo de agua do mar
e abrasao pela areia (Figura 2-1 a)). Outra liga muito conhecida e usada e
a liga CuNi25, usada para a fabricacao de moedas, devido a sua resistencia a
embacamento, cor e brilho. Relativamente a resistencia eletrica, a liga CuNi44
e usada na engenharia eletrica para a fabricacao de termopares e montagens
para tubos de eletrons, devido a sua resistencia a deformacao termica [17].
A liga CoNi e menos conhecida e estudada. A principal aplicacao para
esta liga e seu uso em filmes magneticos com caracterısticas de magnetor-
resistencia gigante (GMR), permitindo seu uso em sensores magneticos para
o salvamento de informacao em dispositivos eletronicos [18] (Figura 2-1 b)).
Alem do uso em materiais magneticos, a liga CoNi em po e amplamente ado-
tada em catalisadores e baterias [19].
As caracterısticas principais da liga CoCu sao suas propriedades mag-
netorresistentes e ferromagneticas, fazendo com que esta liga, assim como
a de CoNi, seja amplamente usada em pecas para dispositivos eletronicos
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 19
a b c
Figura 2-1: Aplicacoes das ligas formadas entre Cu, Ni e Co. a) Tu-bulacoes marinhas(Liga CuNi) b) Censores magneticos MRG (Liga CoNi)c)Catalisadores metalicos (Liga CoCu)
(GRM) [20], gracas a contribuicao do cobalto na estrutura [21]. Tem-se estu-
dado tambem seu uso como catalisador para diferentes reacoes eletroquımicas
e mais recentemente, o poder catalıtico da liga na oxidacao da glucose e a
reducao H2O2 (Figura 2-1 c)) [22].
Paralelamente ao estudo das ligas binarias estudadas a partir da com-
binacao desses tres metais, tem-se estudado o uso alternativo de uma liga
ternaria CuNiCo, que em grande medida vai depender de sua composicao e
processo de obtencao.
Algumas das aplicacoes estudadas sao as atividades catalıticas para seu
uso na decomposicao termica de perclorato de amonia e compostos solidos
dos propulsores de veıculos espaciais e mısseis, como catalisador para a de-
composicao termica do metano na producao de hidrogenio [23] [24]. Gracas a
suas propriedades magneticas e magnetorresistentes, sao estudadas possıveis
aplicacoes nas gravacoes magneticas e armazenamento de dados magneticos
MEMs (Microeletromechanical systems) ou como substrato em materiais con-
dutores YBCO (Yttrium barium copper systems) [25] [26] [27] [28] .
A combinacao desta liga com outros elementos aumenta seu numero de
aplicacoes em grande escala. Um bom exemplo disso sao as superligas, usadas
nos materiais para fabricacao de tubulacoes, bombas, valvulas e montagens
no mar (CuNi10Fe1Mn-CuNi30Fe1Mn) [14]. Outro exemplo de superligas sao
as ligas CoNi com adicao de cromo, ferro, molibdenio, tungstenio e niobio,
extensamente usadas na industria aeronautica.
Diversos sao os processos desenvolvidos para a obtencao destas ligas,
dependendo das propriedades e finalidades desejadas para estes materiais. A
seguir sao detalhados os principais processos conhecidos para a producao da
liga ternaria CuNiCo.
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 20
Bottom UpProcesso Químico
Top DownProcesso Físico
Material a Granel
Nanoestrutura Metálica
Nanopartículas
Montagem desde Átomos ou Moléculas Montagem (disminuição de tamanho)
Átomos ou Moléculas
Figura 2-2: Processos top-down e bottom-up
2.2Processos de Obtencao
A partir de uma visao geral, a nanotecnologia pode ser abordada de duas
formas, apresentadas esquematicamente na Figura 2-2. Os materiais nanoes-
tructurados podem ser obtidos por meio dos seguintes processos:
i)”top-down”, pelo qual as grandes estruturas sao reduzidas por algum
processo fısico, ate obter-se partıculas em escala nanometrica;
ii)”bottom-up”, tambem conhecido como nanotecnologia molecular, os
materiais com caracterıticas nano sao criados a partir da montagem de seus
componentes atomicos ou moleculares. Em outras palavras, e requerido uma
transformacao quımica para sua criacao.
Algumas das tecnicas de processamentos quımicos e fısicos que existem
na atualidade para a formacao de nanoparticulas sao a reducao em solucao
quımica, processo sol-gel e deposicao quımica de vapor [29] [30]. Especifi-
camente, para a liga ternaria, encontram-se descritos na literatura diferentes
processos que serao descritos a continuacao.
2.2.1Processo Mecanico:
O processo mecanico e uma das tecnicas mais comuns na industria ja que apre-
senta uma operacao simples e efetiva. Este processo vem sendo bem sucedido
em trabalhos de sıntese em nanomateriais magneticos [13]
A reducao de tamanho de partıculas e realizada em moinho de esferas.
O material e colocado no recipiente estacionario do moinho, sendo posterior-
mente agitado por um eixo central rotativo com alcas. As forcas de impacto
e cisalhamento, que incidem sobre as partıculas do po promovem a fratura,
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 21
permitindo a modificacao dos tamanhos das partıculas e da uma dispersao
homogenea do material [31].
Mondal et al (2008) sintetizou mecanica e isotermicamente uma liga Cu-
NiCo , para estudar a influencia da adicao do cobalto na evolucao da fase e das
propriedades magneticas da liga binaria CuNi. O estudo mostrou uma grande
mudanca na estrutura cristalina da liga quando e incorporado na rede mais
de 10% de Co. Determinou-se entao as condicoes do processo que garantiram
a obtencao de uma liga homogenea e com melhores propriedades magneticas
que a liga binaria CuNi [13].
2.2.2Electrodeposicao:
O processo e considerado simples e de facil controle em temos experimentais.
Amplamente usado para a preparacao de nanopartıculas. Economicamente
viavel e de amplo uso na industria [26].
Gomez et al (2005) estudaram a formacao da liga CuNiCo por meio
de eletrodeposicao realizada em uma solucao de sulfato-citrato, onde o cobre
foi depositado na liga binaria CoNi. Estudou-se a morfologia, estrutura e
propriedades da liga dependendo da composicao e os parametros das eletrolises
usadas. Este estudo concluiu que baixa incorporacao do cobre na liga causa
grandes modificacoes em suas propriedades [26]. Outros autores estudaram o
efeito do Poliglucosido alcalino (APG) como surfactante na electrodeposicao
da liga ternaria CuNiCo [25] [27]. No estudo conseguiou-se observar mudancas
nas caracterısticas das partıculas, tais como, homogeneidade e densidade.
2.2.3Reducao com Hidrazina e Etilenoglicol:
O processo polyol usando etelinglicol como solvente ou agente redutor tem
sido estudado para a producao de nanoparıculas metalicas e bimetalicas [32].
Normalmente como agente redutor e usado o polımero soluvel PVP (polivinil-
pirrolidona), o qual apresenta um problema para sua remocao da surperfıcie
das partıculas por simples lavagens. Como grande desafio, outros autores pro-
puseram a modificacao no processo de obtencao substituindo o agente reduto
PVP. Wu et al (2003) aplicaram a proposta para a sıntese de nıquel usando
etilenoglicol com hidrazina como agente redutor [33]. Singh et al (2013) usa-
ram o mesmo processo e agente redutor para a producao de nanopartıculas
metalicas de CoNiCu. Este processo parte de cloretos metalicos dissolvidos
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 22
em etilenoglicol, a esta solucao de cloretos e adicionada uma quantidade apro-
priada de hidrazina e posteriormente adicionada em uma solucao de NaOH por
uma hora sub atmosfera inerte, obtendo ao final o produto a escala nano. Os
autores apresentaram a caracterizacao das nanoligas ternarias e suas proprie-
dades catalıticas para a decomposicao termica de perclorato de amonio (AP)
e Combustıvel solido para Foguete (CSPs) [23].
2.2.4Microemulsao:
A microemulsao e um processo limpo e termodinamicamente estavel. Con-
siste basicamente de uma reacao na interface oleo/agua com ajuda de um
surfactante. E uma mistura simples entre dois componentes, que nao exige as
condicoes de alto cisalhamento geralmente utilizadas na formacao de emulsoes
ordinarias. Em particular, as microemulsoes positivas oleo/agua sao formadas
por nanogotas bem definidas na fase oleo, dispersas pelo conjunto de moleculas
de surfactante numa fase aquosa contınua [34].
Wen et al (2008) estudaram a sıntese de nanoligas do sistema Co-Ni e
Cu (base) por meio do processo de microemulsao positiva. Para este estudo
foram usados acido oleico como estabilizador. A monodispersao da nanoliga
foi sintetizada pela reducao de CuSO4.5H2O, NiCl2.6H2O e CoCl2.6H2O com
KBH4. Como resultados finais desta pesquisa foram partıculas entre 4-7 nm
com propriedade magneticas melhoradas consideravelmente apos do processo
de recozido (Hc de 42.17 Oe a 337.4 Oe) [30].
2.2.5Sıntese Quımica
A sıntese quımica e um processo amplamente estudado na atualidade [35] [36]
[37]. O processo de sıntese quımica pode ser dividido em duas etapas principais.
A Figura 2-3, mostra de forma geral o processo e suas etapas. A primeira etapa
e a decomposicao termica de nitratos, obtendo-se os oxidos como produtos
finais; a segunda etapa e a reducao dos oxidos com hidrogenio, tendo-se como
produto final os metais ou ligas. Tem-se pesquisado diferentes sistemas como
ligas e compositos, obtendo-se resultados satisfatorios.
Decomposicao Termica
Os nitratos sao os precursores mais conhecidos para a preparacao de oxidos e
materiais metalicos [38] [39]. Os metodos usados sao a degradacao / decom-
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 23
Figura 2-3: Processo geral sıntese quımica
posicao de nitratos metalicos e vapor quımico. O processo de decomposicao
depende das condicoes de trabalho tais como taxa de aquecimento, quantidade
de material, pressao do gas atmosferico, vazao e entre outros. Diferentes rotas e
mecanismos de reacao foram estudados por diferentes autores [40] [41] [42] [43].
Os mecanismos de reacao cinetica e caracterizacao da decomposicao termica
dos nitratos hexahidratados Ni(NO3)2.6H2O, Co(NO3)2.6H2O e Cu(NO3)2.6H2O
foram amplamente estudados por o metodo termogravimetricos [44] [45] [46].
Em estudos recentes foram feitas decomposicoes termicas dos nitratos
de cobalto e nıquel para a producao dos oxidos, mantendo atmosferas 100%
inertes (N2), variando-se os fluxos de gas e realizando-se o estudo cinetico
do processo, alem da determinacao das temperaturas crıticas do processo e
energias de ativacao.
Brockner et al (2007) para determinar o mecanismo de reacao continua
desde o nitrato ate o metal, realizaram estudos termogravimetricos do processo
de sıntese quımica, comecando com uma decomposicao e caminhando ate a
reducao final do oxido de forma contınua em uma atmosfera de N2/H2(10%
maximo de hidrogenio) [39].
Reducao hidrogeno
A reducao de oxidos para a obtencao de metais e uma tecnica bem estudada
por suas vantagens em relacao aos outros processos existentes, sendo um pro-
cesso simples e com baixo consumo energetico [10]. Alem disso, os materiais
obtidos apresentam boas caracterısticas nanometricas quanto a homogeneidade
e tamanho em escala nanometricas
Alguns dos processos encontrados na literatura nos quais usa-se oxidos
como materia prima sao: processo gas/solido, no qual sintetizaram cobalto
metalico atraves da reducao de briquetes porosos de Co3O4, usando metano
como agente redutor, com temperaturas entre 800◦C 950◦C e a pressao at-
mosferica. Outro processo e a reducao do oxido de nıquel com carbono, uma
reacao solido/solido, a temperaturas entre 900◦C e 1000◦C em vacuo, sendo
um processo mais complexo, com muitas etapas de reacao.
O processo de reducao de oxidos com hidrogenio como agente redutor e
Capıtulo 2. Revisao Bibliografica 24
amplamente estudado na literatura pelo potencial redutor do hidrogenio para
alguns metais, alem da viabilidade economica e simplicidade do mecanismo de
reacao [10]. Especificamente, com o processo estudado nesta pesquisa, tem-se
sintetizado e caracterizado nano-compositos como Cu-Al3O4, Ni-Al3O4 e Co-
ZnO, nanoparticulas das liga Ni-Co e Fe-Ni, e mais recentemente, a liga CuNi
contendo nanopartıculas de Al3O4 [9] [11] [12].
Tambem tem-se desenvolvido estudos nao-isotermicos para a reducao dos
oxidos de cobre, nıquel e cobalto, os quais apresentam resultados experimen-
tais de analises termogravimetricas, variando parametros como taxas de aque-
cimento, fluxo, porcentagem de hidrogenio e temperatura final do processo de
aquecimento. A partir dos resultados foram feitos estudos cineticos da reacao
de sıntese, alem da analise comparativa da morfologia das partıculas por meio
de caracterizacao com tecnicas de MEV e DRX [47] [48] [49] [50] [51].
3Fundamentos Teoricos
3.1Estudo Termodinamico
A energia livre de Gibbs e a energia maxima de que dispoe o sistema para
realizar um trabalho util a temperatura e pressao constante [52]. A energia
Livre de Gibbs esta definida na equacao 3-1, como a diferenca entre a entalpia
do sistema (H) e o produto da temperatura (T) e a entropia do sistema (S).
G = H − TS (3-1)
Como toda propriedade termodinamica de um sistema, a variacao da
energia livre de Gibbs deve ser medida pela transformacao de um estado inicial
a um estado final. Quando as condicoes de trabalho sao iguais as condicoes do
estado de referencia (P=1 atm), a espontaneidade da reacao pode ser analisada
por meio da definicao da energia livre de Gibbs padrao (�Go), que esta descrita
pela Equacao 3-2 como o produto da constante universal dos gases ideais (R),
a temperatura (T) e o logaritmo da constante de equilibro K.
�Go = −RTLnK (3-2)
Assim, para uma reacao quımica descrita de forma general como
aA(s) + bB(g) ⇀↽ cC(s) + dD(g) (3-3)
A energia livre de Gibbs padrao da reacao sera calculada como a diferenca
entre a soma das energias livres de Gibbs padrao de formacao dos produtos e
a soma das energias livres de Gibbs dos reagentes, assim:
�Gorxn =
∑ν · �Go
f(Produtos)−∑
ν · � ·Gof(reagentes) (3-4)
A energia de Gibbs para a reacao anteriormente descrita pode ser calcu-
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 26
lada a partir da equacao 3-4, assim:
�Gorxn = (c · �Go
f(C) + b · �Gof(D))− (a · �Go
f(A) + b · �Gof(B)) (3-5)
O sistema vai estar no estado de equilıbrio quando nao ha tendencia da
reacao avancar para os produtos nem regressar para os reagentes, tendo um
valor constante e caracterıstico de cada reacao. A constante de equilıbrio (K),
e descrita pela equacao 3-6, como:
K =[C]c[D]d
[A]a[B]b(3-6)
Para fazer a predicao do comportamento dos sistemas de reacao para
cada etapa do processo plota-se �Go versus Temperatura(T).
Como ferramenta complementar de analise para a formacao dos oxidos,
mostram-se os diagramas de predominancia.
3.1.1Decomposicao Termica dos Nitratos
A reacao geral do processo de decomposicao de nitratos e descrita pela equacao
3-7
M(NO3)2 ⇀↽ MO+ 2NO2 + 1/2O2 (3-7)
Onde M pode ser qualquer metal. A partir de um aquecimento constante
o nitrato metalico e decomposto em seu oxido respectivo, sendo liberado NO2
e O2.
As reacoes de decomposicao termica para os nitrato Ni(NO3)2 · 6H2O,
Co(NO3)2 · 6H2O e Cu(NO3)2 · 6H2O sao descritas a seguir:
1. O nitrato de cobre apresenta a formacao de dois oxidos principais, oxido
de cobre (I) (Cu2O) e o oxido de cobre (II) (CuO). As reacoes de de-
composicao do nitrato de cobre sao:
Formacao de oxido de cobre (I)
Cu(NO3)2 · 6H2O ⇀↽ 1/2Cu2O+ 2NO2 + 3/4O2 + 6H2O (3-8)
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 27
Formacao de oxido de cobre (II)
Cu(NO3)2 · 6H2O ⇀↽ CuO + 2NO2 + 1/2O2 + 6H2O (3-9)
2. O nitrato de nıquel apresenta a formacao de um so oxido, oxido de nıquel
(II) (NiO), a reacao de decomposicao esta descrita como:
Ni(NO3)2 · 6H2O ⇀↽ NiO + 2NO2 + 1/2O2 + 6H2O (3-10)
3. O nitrato de cobalto apresenta a formacao principalmente de dois oxidos,
oxido de cobalto (II) (CuO) e oxido de cobalto (III) (Co2O3). A decom-
posicao termica do nitrato de cobalto esta representado pelas seguintes
reacoes, assim:
Formacao de oxido de cobalto (II)
Co(NO3)2 · 6H2O ⇀↽ CoO + 2NO2 + 1/2O2 + 6H2O (3-11)
Formacao de oxido de cobalto (II,III)
Co(NO3)2 · 6H2O ⇀↽ 1/3Co3O4 + 2NO2 + 1/3O2 + 6H2O (3-12)
Na figura 3-1, apresenta-se um diagrama de �Go versus T para a de-
composicao dos Nitratos, tendo tambem no mesmo grafico da variacao entre
K e T . Observa-se que a partir de uma certa temperatura, aproximadamente
maior que 230◦C, todas as reacoes de decomposicao tendem a aumentar sua
probabilidade de acontecer, tornando o �Go mais negativo com o aumento da
temperatura. Entretanto, a constante de equilıbrio K aumenta positivamente.
Para o cobalto e cobre que tem dois oxidos como produtos finais, pode-se
fazer uma aproximacao supondo que para as condicoes de trabalho, os oxidos
presentes ao final da reacao serao CuO e Co3O4, ja que estes apresentam valores
de �Go mais negativos a uma determinada temperatura que seu outro oxido
par.
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 28
Figura 3-1: Diagrama �Go versus T das reacoes de descomposicao quımicados nitratos de Cu, Co e Ni (dados extraıdos de [53])
3.1.2Reducao com Hidrogenio
A reacao geral para a reducao dos oxidos com hidrogenio esta descrita pela
equacao 3-13:
MO + H2 ⇀↽ M+H2O (3-13)
Especificamente para cada oxido, a equacao 3-13, ficaria como:
1. O oxido de cobre, tera duas possıveis reacoes de reducao, sendo cada
uma determinada pelo oxido formado da etapa anterior. Assim, para o
CuO, a equacao 3-13, vai ser igual a:
CuO + H2 ⇀↽ Cu + H2O (3-14)
E para o Cu2O,
Cu2O+H2 ⇀↽ 2Cu + H2O (3-15)
2. O oxido de nıquel por so ter um oxido, tera sua reacao de reducao descrita
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 29
apenas pela equacao 3-16, assim:
NiO + H2 ⇀↽ Ni + H2O (3-16)
3. Finalmente, para o oxido de cobalto, que assim como o cobre, apresenta
duas possıveis reacoes de reducao, para o Co3O4, a equcao vai ser igual
a:
Co3O4 + 4H2 ⇀↽ 3Co + 4H2O (3-17)
E para o CoO,
CoO + H2 ⇀↽ Co + H2O (3-18)
O diagrama de Ellingham, Figura 3-2, permite observar a mudanca da
energia livre padrao em relacao a temperatura para reacoes com formacao de
oxidos. O diagrama e uma ferramenta de grande utilidade quando se deseja
determinar que metais podem ser reduzidos a partir um agente redutor qual-
quer. Os oxidos de interesse sao considerados como nao estaveis, devido a
necessidade de altas pressoes de oxigenio para sua formacao. Sendo assim o
hidrogenio seu agente redutor.
O diagrama de predominancia, Figura 3-3 , apresenta a sequencia de
formacao dos oxidos dos metais Cu, Ni e Co. Nota-se que os oxidos sao for-
mados progressivamente a partir da adicao de oxigenio, da menor para maior
valencia. Por exemplo, o cobre com aumento da pressao de oxigenio forma
primeiro Cu2O e em seguida CuO. O mesmo acontece com o cobalto, que
primeiro forma CoO e depois Co3O4.
As reacoes de reducao para os oxidos de interesse sao plotadas na Figura
3-4. Na subfigura constata-se que para qualquer mudanca da pressao de hi-
drogenio no sistema as reacoes sao espontaneas, fato que pode ser verificado
no mesmo grafico quando e plotado �Go versus T.
A analise anterior e uma aproximacao do comportamento do sistema mas
nao uma visao completa e real, ja que foi feita para cada elemento isoladamente
e nao para a liga. Para se ter uma ideia do comportamento do sistema Cu, Ni e
Co, estuda-se o equilıbrio de fases entre eles a partir do conceito de solubilidade
em solidos.
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 30
Figura 3-2: Diagrama de Ellingham (dados extraıdos de [53])
Figura 3-3: Diagrama de predominancia para a formacao de oxidos de Cu,Ni e Co a uma temperatura de 350◦C (dados extraıdos de [53])
3.2Solubilidade e Equilıbrio de Fases
Com o objetivo de promover propriedades especıficas no material, os metais
sao juntados em forma de liga, incrustando um metal no outro em forma de
impureza [54]. Algumas dessas propriedades podem ser a mudanca do ponto
de fusao, aumento da dureza, aumento da resistencia mecanica entre outras.
Dependendo da temperatura usada no processo de formacao e das con-
centracoes dos metais na liga, os elementos podem estar presentes em mais de
uma fase. Para existir uma unica fase os elementos devem estar em solucao
solida, definida como um tipo de mistura entre dois ou mais elementos que
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 31
Figura 3-4: Diagrama �Go versus T das reacoes de reducao dos oxidos deCu, Ni e Co (dados extraıdos de [53])
Tabela 3-1: Propriedades quımicas dos metaisElemento Eletrone ga-
tividadeRaioAtomico
Numero deValencia
EsruturaCristalina
Cu 1.90 0.1278 1+, 2+ CFCNi 1.91 0.1246 2+, 3+ CFCCo 1.88 0.1253 2+, 3+ HCP
Tabela 3-2: Diferencas entre as propriedades para cada liga possıvelligas Diferenca
de Ele-tronegatividade
Diferencade raioatomico
Diferencade numerode Valencia
Estruturacristalina
Solubilidade(1173.15K)
Ni-Cu 0 2.503% iguais iguais 100%Ni-Co 0 0.56 % iguais diferente 100%Cu-Co 0 1.95 % iguais diferente 5%
tem um comportamento analogo a uma mistura lıquida soluvel, onde os ele-
mentos sempre se mantem uma homogeneos independente da concentracao,
apresentando uma distribuicao aleatoria e uniforme no solido [54].
Para estimar a solubilidade de uma liga devem ser levadas em conta as
regras de Hume Rothery onde por meio de uma analise empırica das proprieda-
des dos elementos pode-se prever a solubilidade destes em uma solucao solida.
As regras sao: os raios na podem diferir em mais de 15%, as eletronegativida-
des devem ser quase iguais, as valencias dos dois elementos nao devem diferir
em mais de uma unidade e o tipo de estrutura cristalina deve ser o mesmo.
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 32
a b
Figura 3-5: Estrutura da liga CuNi a. 20% Ni e b. 80% Ni [54]
Para ter uma aproximacao teorica da solubilidade da liga ternaria apresenta-
se as propriedades quımicas dos elementos Cu, Ni e Co (Tabela 3-1) e a com-
paracao entre as propriedades para a formacao das possıveis ligas duplas (Ta-
bela 3-2). Nota-se que a liga Cu-Ni apresenta uma solubilidade total ja que
cumprem as regras de Hume-Rothery. Na Figura 3-5 apresenta-se um plano
(111) da rede cristalina CFC, para a liga Cu-Ni, onde exemplifica-se como
os atomos do soluto (nıquel) substituiriam atomos de solvente (cobre) cons-
tituıdo de uma unica fase ou solubilidade ilimitada para qualquer composicao
e temperatura, sistema denotado como isomorfo.
5% Aprox. Solubilidade Solubilidade total
Figura 3-6: Diagrama de fases para os sistemas Ni-Co e Cu-Co [55]
Por outro lado, observa-se que o cobalto apresenta uma estrutura di-
ferente dos outros elementos. Deste modo, ainda que ele cumpra as outras
regras, sua presenca na liga faz com que a porcentagem de solubilidade dimi-
nua. Na Figura 3-6, apresenta-se os diagramas dos sistemas binarios Ni-Co
e Cu-Co. Observa-se que para uma temperatura de 1173.15 K (temperatura
de sinterizacao) o sistema Ni-Co tem uma solubilidade completa e a liga Cu-
Co tem apenas 5 % de solubilidade do cobalto no cobre. Esse fato sugere
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 33
que quanto maior e a concentracao de cobalto menor a solubilidade na liga.
Consequentemente, o equilibro de fases do sistema ternario Cu-Ni-Co para di-
ferentes temperaturas, Figura 3-7, confirma este fato: para a temperatura de
sinterizacao ideal da liga, devem ser escolhidas composicoes com teores altos
de nıquel e baixos de cobre e cobalto.
Figura 3-7: Diagrama de fases para o sistema Cu-Ni-Co [56]
Assim, foram determinadas tres composicoes com alto teor de nıquel
para trabalhar na zona de solubilidade, estudando o efeito do variacao na
cinetica de reducao e a estrutura cristalina final da liga. As composicoes esco-
lhidas foram 12 %Cu/64 %Ni/24 %Co (denotada 12Cu64Ni24Co) , 24%Cu/64
%Ni/12 % Co (denotado 24Cu64Ni12Co) e 10 %Cu/80 %Ni/10 %Co (denotado
10Cu80Ni10Co).
3.3Aspectos Cinetico: reacoes solido-gas
As reacoes entre um solido e um gas sao classificadas como reacoes heterogeneas
e os produtos da reacao podem estar tambem em fase solida e/ou gasosa. A
equacao 3-3, descreve a reacao de forma geral. Na literatura existem diferentes
modelos para estudar o comportamento cinetico do sistema [57]. Para este
trabalho foi adotado o modelo de nucleo nao reagido que sera descrito a seguir.
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 34
3.3.1Modelo Nucleo Nao Reagido
Este modelo assume que a reacao vai ocorrer inicialmente na superfıcie da
partıcula, a area de reacao vai se movendo para o centro do solido ao passo
em que vai convertendo o material, esta area convertida e chamada de camada
cinza. O modelo de reacao para o gas A pode ser dividido em tres passos,
numerados e esquematizados na Figura 3-8, sendo usado o reagente gasoso
como base para a analise cinetica.
Figura 3-8: Esquema da concentracoes dos reativos [57]
Dependendo do sistema e suas condicoes, algumas das etapas podem nao
existir. As etapas existentes vao ter diferentes graus de resistencia, sendo a de
maior resistencia a etapa controlada da velocidade. Quando a camada limite
e a etapa controladora, tem-se um perfil de concentracao para o gas reagente
desde o fluido gasoso ate a superfıcie da partıcula solida. Quando a camada
cinza e a etapa controladora, forma-se um perfil de concentracao dependente
do tempo e raio do solido. E quando a reacao quımica e a etapa controladora,
os gradientes de concentracao estarao dentro da partıcula solida.
Diferentes pesquisas tem sido desenvolvidas para estudar o comporta-
mento cinetico destes tipos de reacao solido/gas, e especificamente para o
sistema estudado neste trabalho de reducao de oxidos por meio de um agente
redutor como o hidrogenio sao reportados [9] [48] [49]. Diferentes mecanis-
mos de reacao tem sido estudados. Um dos mecanismo de reacao mais usado
para este sistema respeita as seguintes etapas: (a) reducao na interface entre
NiO e o Ni previamente reduzido; (b) existe um efeito autocatalıtico; (c) ha
um perıodo de nucleacao que vai depender da natureza da amostra e da tem-
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 35
peratura; e (d) a adicao de agua, que reduz a taxa de reducao e aumenta o
perıodo de nucleacao [51] [58]. Apos a nucleacao, aglomerados do metal irao
crescer de modo bidimensional em toda a superfıcie, ate que se sobreponham.
O hidrogenio entao reduz o NiO formando-se Ni rapidamente na superficie do
grao [46].
Este estudo esta focado na determinacao do comportamento da reacao
a partir da camada cinza, evitando a influencia da camada limite. Para isso
determinou-se experimentalmente o fluxo a partir do qual a velocidade de
reacao e maxima, permanecendo praticamente constante atraves de toda a
camada limite, evitando ser a etapa controladora da reacao. As condicoes de
temperatura e fluxo, serao mostrados no capıtulo subsequente.
3.3.2Energia de Ativacao (Ea)
A velocidade de reacao, −rA, depende da temperatura e da concentracao,
podendo ser descrita como o produto entre uma constante de velocidade k e
uma funcao do produto das composicoes dos componentes que participam da
reacao:
−rA = [kA(T )][f(CA, CB, ...] (3-19)
A constante da velocidade da reacao k depende principalmente da tem-
peratura e em fases gasosas, tambem pode depender da pressao. Para o calculo
destas constantes (E e A), o quımico sueco Arrhenius, propos uma equacao
que permite relacionar a constante da velocidade de reacao com a temperatura,
assim
k(T ) = Ae−E/RT (3-20)
Onde A e o fator pre-exponencial ou fator de frequencia, E e a ener-
gia de Ativacao em [J/mol], R e a constante dos gases (8.314J/molK) e T a
temperatura absoluta [K].
A energia de ativacao e definida como a energia mınima para que a reacao
ocorra. A determinacao da energia de ativacao e realizada experimentalmente.
Aplicando logaritmo temos a equacao 3-21 e graficando Lnk vs 1/T, Figura
3-9, pode ser determinado o valor da energia de ativacao a partir do valor da
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 36
tangente.
Lnk(T ) = LnA− Ea
R
(1
T
)(3-21)
Dependendo do comportamento da reacao com a temperatura, serao en-
contrados valores de energia de ativacao diferentes, que podem ser classificados
em tres regioes. Assim, para valores grandes de Ea, assume-se que a reacao
e sensıvel a temperatura (Ea > 40 kJ), ou seja, o controle e quımico. Para
valores baixos de Ea, a reacao e relativamente pouco sensıvel a temperatura
(Ea < 30 kJ), e o e controle difusinal. Tambem pode existir controle misto,
quando estao presentes os dois tipos de controle. Tendo em conta que qualquer
reacao e mais sensıvel a baixas temperaturas do que a altas temperaturas [57].
Figura 3-9: Grafico de Lnk vrs 1/T para o calculo da energia de ativacao
3.3.3Metodo Isotermico
Uma reacao solido/gas pode acontecer em varias etapas dependendo das ca-
racterısticas da reacao e dos fenomenos difusionais presentes. Em alguns casos
e impossıvel de ser modelado o mecanismo com uma lei de velocidade simples,
sendo necessario determina-la experimentalmente.
Os modelos propostos sao baseados no mecanismo de reacao de nu-
cleacao-crescimento, onde a nucleacao e a primeira etapa do mecanismo, que
vai acontecer na regiao de interface entre os reagentes, onde uma pequena
quantidade de reagente e convertido em produto, formando um nucleo que
vai crescendo conforme avanca a reacao. Diversas equacoes cineticas foram
propostas para descrever este mecanismo de nucleacao/crescimento [35]. Os
modelos considerados para esta pesquisa esao listadas na tabela 3-3
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 37
Tabela 3-3: Modelos cineticos isotermicos para sistemas gas-solidoModelo Cinetico Equacao CineticaLei de Potencia α = ktn
Topoquımico 1− (1− α)1/3 = ktAutocatalıtico Ln(α/(1− α)) = ktAvrami-Erofeev Ln(−In(1− α)) = Lnk− nLn(t)
O modelo topoquımico assume que no inıcio da reacao se tem uma rapida
e densa nucleacao, as caracterısticas cineticas do processo sao determinadas
pelo avanco da reacao quımica em direcao ao centro da partıcula. As reacoes
autocatalıticas sao caracterizadas por apresentarem um maximo na taxa de
reacao entre 30 a 40% da reacao total. A taxa depende das concentracoes de
moleculas formadas no inıcio da reacao, que a aceleram, agindo portanto como
autocatalisadores.
Por outro lado, o modelo de lei de potencia assume que o crescimento do
nucleo recem formado tem uma taxa de avanco linear (incremento constante
com o tempo), mas manter uma taxa acelerada constante durante toda a reacao
e pouco provavel, ja que os nucleos do produto comecam a crescer impedindo
o surgimento de novos nucleos, portanto a area de contato nucleo-reagente
diminui, a medida que os nucleos crescem e vao-se juntando ate coalescer
(Figura 3-10), diminuindo assim a velocidade da reacao. Para incorporar es-
tes fenomenos na cinetica da reacao, foram proposto outras equacoes como o
modelo Avrami-Erofeev, que e baseado no comportamento sigmoidal, carac-
terıstica deste tipo de reacao solido/gas [50].
Figura 3-10: Esquema do fenomeno de formacao de nucleos por crescimento
3.3.4Metodo Nao-Isotermico
A analise termogavimetrica (TGA) e uma tecnica que permite medir a perda
de massa da amostra em relacao a temperatura e o tempo de reacao, sendo
submetido a uma programacao controlada. As analises termogravimetricas
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 38
podem ser de tres modos: TG isotermica, TG quasi-isotermica, e TG nao-
isotermico. Tanto para a dissociacao termica como para o processo de reducao
as analises foram feitas por TG modo nao-isotermicos.
Para sistemas com condicoes nao-isotermicas o metodo diferencial iso-
conversional de Friedman e o mais conhecido, e a velocidade de reacao pode
ser expressada como:
βdα
dTα
= Aexp
(− Ea
RTα
)f(α) (3-22)
Onde β e a taxa experimental de aquecimento, A e o fator pre-exponencial,
Ea e a energia aparente de ativacao, Tα e a temperatura absoluta para um va-
lor de conversao, R e a constante universal dos gases, e f(α) e a funcao de
conversao desconhecida. A fracao de conversao para cada temperatura e de-
terminada como
α =mo −mT
mo −mf
(3-23)
Onde mo, mT, mf representam a massa inicial, atual e final, respecti-
vamente. A representacao diferencial iso-conversional da equacao 3-23 em
funcao da temperatura e representada pela equcao 3-24 como:
In
[βdα
dTα
]= − Ea
RTα+ In[A(1− α)] (3-24)
Para uma constante α, pode-se plotar In[β dαdTα
] versus 1/Tα, determinado
a tangente da linha reta, sendo com isso calculado o valor da aparente energia
de ativacao (Ea).
Outros modelos nao-isotermicos tem sido propostos a partir da equacao
de 3-24, que vao diferir da aproximacao matematica usada [44] [59]. Os
modelos aplicados para o ajuste e determinacao da energia de ativacao sao
apresentados na Tabela 3-4
Tabela 3-4: Modelos cineticos nao-isotermicos para sistemas gas-solidoModelo Cinetico Equacao CineticaFredman Ln(β(α/dT)) = Ln(Af(α))− Ea/RTα
Flynn-Wall-Ozama (FWO) Lnβ = Ln(AEa/Rg(α))− 5.331− 1.052(Ea/RTα)Kissinger-Akahira-Sunose Ln((β(α/dT))/f(α)) = LnA− Ea/RTα
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 39
3.4Sinterizacao
O processo de sinterizacao e uma tecnica usada para a producao controlada da
densificacao de um material atraves de um tratamento termico. A tecnica per-
mite otimizar a microestrutura, principalmente tamanho de grao e porosidade,
controlando variaveis do processo, tais como, pressao, temperatura, atmosfera,
tempo, taxas de aquecimento e esfriamento.
Figura 3-11: Diagrama esquematico das etapas de auto-sinterizacao do pometalico [60]
O objetivo da sinterizacao e a densificacao, com pouca ou nenhuma po-
rosidade, sem grandes aumentos do tamanho dos graos [61]. Observa-se um
processo de auto-sinterizacao das partıculas quando sao submetidas a algum
processo termico previo de aquecimento, dependendo do material e o tipo de
impurezas (Figura 3-11).
Micro-estruturalmente a sinterizacao e dada por etapas. No inıcio podem
ser identificadas as partıculas e sua morfologia com uma alta porosidade. De-
pois de um tempo determinado de aquecimento, os atomos de uma partıculas
vao difundindo na outra atraves da ocupacao de espacos vazio deixados por
as vacancias, gerando a formacao de pescocos e poros no inıcio do processo de
sinterizacao (Figura 3-11).
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 40
3.5Metodos de Caracterizacao
3.5.1Difracao de Raios-X (DRX)
A difracao de raios X e uma tecnica utilizada para analise estrutural dos ma-
teriais. Nesta tecnica, um feixe de raios X colimado incide na amostra sendo
difratado (espalhamento elastico sem perda de energia) nos planos cristali-
nos. O feixe difratado e coletado em um detetor gerando um difratograma
caracterıstico em funcao do angulo de espalhamento. Isso e possıvel devido as
distancias interplanares e densidades atomicas especıficas do material [62].
Para determinar a estrutura e composicao a partir do difratograma expe-
rimental se faz um ajuste da intensidades dos picos de difracao em comparacao
com uma curva teorica por meio de uma simulacao matematica (metodo de
Rietveld). A diferenca entre o padrao dos pontos experimentais e o padrao dos
pontos calculados e minimizada ou refinada, pelo metodo de mınimos quadra-
dos [63].
3.5.2Microscopia Eletronica de Varredura (MEV)
A MEV e uma tecnica utilizada para analise morfologica e estrutural da su-
perfıcie dos materiais. Permite ainda uma analise composicional ponto a ponto
dos elementos quımicos presente na amostra. A tecnica consiste em utilizar um
feixe de eletrons colimado para varrer a superfıcie da amostra, ponto a ponto.
A interacao deste feixe com a amostra gera a emissao de uma diversidade de
sinais, dentre os quais os comumente utilizados sao os eletrons secundarios,
os retro-espalhados e os raios X caracterısticos. Estes sinais sao detectados
e utilizados para formacao de imagens ou, no caso dos raios X, espectros de
emissao caracterısticos.
Os eletrons secundarios sao gerados na interacao do feixe com a amostra
atraves da transferencia de energia cinetica: os eletrons da amostra se liber-
tam da forca atrativa que o mantem ligado sendo espalhados elasticamente.
Somente os eletrons gerados proximos a superfıcie escapam, uma vez que os
eletrons secundarios tem baixa energia (90% tem energia menor que 50 eV) [66].
Deste modo, a imagem formada na deteccao dos eletrons secundarios carrega
grande informacao topografica.
Ao mesmo tempo, os eletrons retroespalhados sao emitidos na interacao
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 41
b
C
a
Linha devarredura
Pontual
Figura 3-12: Modos de analise composicional por espectroscopia de raios X.a) analise composicional pontual (exmplo:liga CuNi [64]) b) Analise de perfiscomposicionais por linha de varredura (exemplo: liga CuCo [65]) c) Analisecomposicional por mapeamento (exemplo: liga CuCo [65]
inelastica dos eletrons do feixe com o nucleo dos atomos da amostra. Regioes
da amostra com maior numero atomico (Z) emitem uma maior quantidade de
eletron retroespalhados que as regioes com menor Z, de modo que as imagens
formadas a partir destes eletrons trazem um contraste de numero atomico.
Como os eletrons retroespalhados tem mais energia que os secundarios e, por
isso, sao emitidos de regioes mais distantes da superfıcie que os secundarios, a
diferenca de orientacao cristalografica em amostras cristalinas faz com que os
eletrons sejam espalhados de forma diferente, de modo a produzir um contraste
cristalografico, chamado de ”channeling”.
Por outro lado, os raios X caracterısticos dao informacao composicional
do material em cada ponto da varredura. Deste modo, podem ser utilizados
para analise composicional pontual (Figura 3-12 a), alem de permitir avaliacao
de perfis de composicao (Figura 3-12 b) e formacao de imagens de mapeamento
dos elementos quımicos presentes (Figura 3-12 c) [66].
Capıtulo 3. Fundamentos Teoricos 42
3.5.3Microscopia Eletronica de Transmissao (MET)
A MET e uma tecnica utilizada para caracterizacao estrutural e quımica dos
materiais em escala atomica. Nesta tecnica, um feixe de eletrons colimado in-
cide na amostra sendo transmitido. Dos diversos sinais produzidos na interacao
do feixe com a amostra (Figura 3-13 a), sao utilizados o feixe transmitido, os
difratados elastica e inelasticamente, assim como os raios X caracterısticos. O
feixe transmitido e o difratado elasticamente sao utilizados para formacao de
imagem nos modos chamados de contraste massa/espessura (Figura 3-13 b)
e contraste por difracao campo claro (Figura 3-13 c) e campo escuro (Figura
3-13 d)respectivamente. Os eletrons difratados inelasticamente sao utilizados
para tecnicas espectroscopia que medem a perda de energia dos eletrons na in-
teracao com a amostra (EELS, do ingles Electron Energy Loss Spectroscopy).
Os raios X caracterısticos, assim como na MEV, sao utilizados para analise
composicional pontual, perfil de concentracao e mapeamento dos elementos
quımicos [66].
Figura 3-13: Esquema dos feixes coletados para formacao da imagem (a)tipos de sinais produzidas da interacao do feixe com a amostra, (b) contrastemassa/espessura c) campo claro e (d) campo escuro [66]
4Metodologia Experimental
Na Figura 4-1, esquematiza-se a metodologia experimental usada nesta pes-
quisa. O processo de coleta de resultados foi dividido em tres etapas, tendo um
processo fısico e quımico como eixo principal em cada uma delas. Realizaram-se
testes experimentais para avaliar os processos, e analise estrutural dos materi-
ais de entrada e saıda de cada etapa por meio das tecnicas de caracterizacao.
A primeira etapa foi a decomposicao termica, com nitratos como reagen-
tes e oxidos como produtos; a segunda etapa, foi a reducao com hidrogenio ou
sıntese quımica, tendo os oxidos da etapa anterior como reagentes e saindo po
metalico como produto; e a terceira e ultima etapa, foi a sinterizacao, onde
por meio de um processo fısico, o po metalico e juntado em forma de liga. O
processo que engloba todas as etapas sera chamado sıntese quımica. Os pro-
cedimentos experimentais para as analise dos mecanismos e estudos cineticos
dos processos usados em cada etapa e as especificacoes das tecnicas de caracte-
rizacao e modelos de equipamentos usados sao apresentados com maior detalhe
a continuacao.
Figura 4-1: Esquema da metodologia experimental do processo de sıntesequımica
Na Tabela 4-1 apresenta-se uma matriz de analise, onde sao marcados os
metodos e tecnicas de caracterizacao aplicados em cada material e composicao
estudada. As colunas e filas marcadas com cor cinza foram os resultados
escolhidos como representativos para exemplificar os resultados no proximo
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 44
capıtulo.
Tabela 4-1: Resumo dos materiais, composicoes e metodos aplicados
Metodo de analise usadoEtapa 1 Etapa 2 Etapa 3
Ox. 1 Ox. 2 Ox.3 Mt.1 Mt. 2 Mt. 3 Pt. 1 Pt. 2 Pt. 3
Analise CineticoIsotermico - - - X X X NA NA NA
TG X X X X X X NA NA NA
CaracterizacaoDRX X X X X X X - - XMEV X X X X X X - - XMET - - X - X X - - X
Ox.=Oxido / Mt.=Po Metalico / Pt.=Pastilha
1=Composicao 12Cu64Ni24Co / 2=Composicao 24Cu64Ni12Co / 3=Composicao10Cu80Ni10Co
NA=nao aplica
4.1Estudo cinetico: materiais, equipamentos e procedimento experimental
4.1.1Etapa 1: decomposicao termica
Para a decomposicao termica foram usados os seguintes nitratos como pre-
cursores: nitrato de cobre hexahidratado (Cu(NO32 · 6H2O) (VETEC, 99%),
nitrato de nıquel hexahidratado (Cu(NO32 · 6H2O) (VETEC, 99%) e nitrato
de cobalto hexahidratado (Cu(NO32 · 6H2O) (VETEC, 99%). Os equipamen-
tos usados foram a manta aquecedora, mufla (Figura 4-3) e o equipamento
termogravimentrico (TA)STA-499F3 (Figura 4-7).
Nesta etapa foram feitos dois procedimentos experimentais, um para
a analise termogravimetrica do mecanismo de reacao da decomposicao con-
junta dos tres nitratos em mistura, e o outro para a producao dos oxidos co-
precipitados usados como reagente para a seguinte etapa de reducao (metodo
convencional).
Procedimento experimental para a preparacao da mistura dos nitratos em
po e sua posterior analise pela tecnica de termogravimetria (TG)
Na Figura 4-2 apresenta-se o procedimento experimental usado para a pre-
paracao da mistura solida dos nitratos. Cada nitrato foi pesado na quantidade
teorica calculada para as composicoes desejadas da liga ao final de todo o pro-
cesso. Os nitratos foram colocados num bequer (sem agua) e aquecidos em
mufla a uma temperatura maxima de 120 ◦C, temperatura na qual os nitratos
vao estar em estado lıquido e a reacao de decomposicao termica nao vai ocor-
rer [44] [45] [46]. A mistura dos nitratos foi homogeneizados, e colocados para
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 45
esfriar a temperatura ambiente, voltando ao estado solido. Posteriormente, a
mistura foi macerada ate ficar de novo em po. Para realizar a analise de TG, o
po da mistura foi pesado (aproximadamente 200 mg por teste) e colocado no
equipamento. As taxas de aquecimento usadas foram de 5, 15 e 30 ◦C min-1,
com uma temperatura final do processo de 600 ◦C. As taxas de aquecimento
foram determinadas segundo reportado na literatura.
Figura 4-2: Metodologia experimental para a decomposicao pelo metodo nao-isotermico
Procedimento experimental para a decomposicao da mistura dos nitratos
pelo metodo convencional
Figura 4-3: Metodologia experimental para a decomposicao pela metodo iso-termico
Este procedimento experimental e esquematizado na Figura 4-3. Os
nitratos foram pesados nas quantidades calculadas estequiometricamente ne-
cessarias para obter as composicoes finais da liga (10Cu80Ni10Co, 12Cu64Ni24Co,
e 24Cu64Ni12Co Cap.3). Os nitratos foram diluıdos e misturados ate uma
completa homogeneizacao e apos foram aquecidos em uma manta a 400◦C ate
nao observar mais fumaca marrom saindo do bequer, indicando que nao ha
mais producao de NOx e portanto, a reacao foi completada. Para garantir que
o sistema estivesse livre de NOx, os oxidos foram colocado em uma mufla a
500 ◦C por 15 min.
O produto final deste processo foi utilizado nas analises cineticas isotermica
e nao-isotermics na etapa seguinte.
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 46
4.1.2Etapa 2: Reducao com hidrogenio
Os principais equipamentos usados foram: forno de reducao para a analise
cinetica isotermica e o sistema termogravimetrico STA 449 F3 para a analise
cinetica nao-isotermica. Os procedimento experimentais usados em cada metodo
serao descritos abaixo.
Metodo isotermico
Figura 4-4: Esquema de linha de reducao com hidrogenio (Metodo isotermico)
A linha de reducao com hidrogenio e apresentada na Figura 4-4. As
partes principais do equipamento estao enumeradas e especificadas na Figura
4-4. Algumas notacoes importantes a serem levadas em conta no procedimento
experimental:
1. Para o dessumidificador foram usadas duas colunas em paralelo, a pri-
meira foi preenchida de cloreto de calcio, para absorver a umidade dos
gases, e a segunda preenchida de sılica, que foi usada como indicador de
umidade alem de sua funcao de absorvente.
2. a linha de reducao foi fechada ao final colocando um elernmeyer com agua
com a finalidade de garantir que nao exista retorno de gas atmosferico
ao sistema.
3. O ajuste de temperatura do processo foi feito por meio de um controlador
de temperatura. Para isso, foram colocados dos termopares, um entre o
tubo e a parede do forno e outro no interior do tubo de quartzo (Figura
4-6), para medicao temperatura real do sistema.
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 47
4. O fluxo mınimo possıvel de hidrogenio foi de 0,13 L/min, valor deter-
minado como que evita o controle por difusao na camada limite. Na
Figura 4-5 apresenta-se o grafico de perda de massa total atingida para
diferentes fluxos de hidrogenio por um tempo de 5 min. Nota-se que
para valores superiores de 0.13 L/min a perda de massa comeca a ser
constante para qualquer fluxo usado, indicando que a partir deste valor
nao existira efeito de camada limite.
5. Durante os testes foram observados que as amostras apresentavam uma
perda de massa inicial devido a umidade, sendo assim estipulado como
parte do procedimento experimental aquecer a amostra por 5 min antes
de comecar a coleta de dados para o estudo cinetico propriamente dito.
0 , 0 0 0 , 0 5 0 , 1 0 0 , 1 5 0 , 2 0
0
2
4
6
8
1 0
1 2
1 4
1 6
1 8
2 0
2 2
%
Pe
rd
id
a
de
M
as
sa
F l u x o d e H
2
[ L / m i n ]
T e m p o c o n s t a t e = 5 m i n
% Pe
rda d
e mas
sa
Fluxo de hidrogênio [L/min]
Figura 4-5: % Perdida de massa vs fluxo
Figura 4-6: Fotos da linha de reducao com hidrogenio
Para os estudos cineticos experimentais isotermicos foram pesados 0,5 g
de oxido em barquete de alumina. A barquete foi colocada no forno por cinco
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 48
minutos ha temperatura de trabalho para retirar os tracos de umidade e evitar
influencia deste nos resultados cineticos. A barquete sem umidade foi colocada
de novo no forno sob atmosfera de argonio por 2 minutos e posteriormente tro-
cada pelo hidrogenio. A perda de peso foi medida para diferentes intervalos de
tempo de reacao ate nao ser observado mais perda de massa (conversao 100%).
Estes intervalos de medicao foram determinados dependendo da temperatura
de trabalho, para temperaturas altas foram usados tempos curtos, de 1 em
1 min (700 ◦C), e para baixas, intervalos de 3 min (150 ◦C). Para esfriar as
amostras e evitar ao maximo a re-oxidacao do produto, o forno foi desligado e
deixado sub atmosfera de hidrogenio ( Foto Figura 4-6).
Metodo nao-isotermico
H2
H2
Figura 4-7: Esquema do equipamento para a analise termogravimetrico
Na Figura 4-7 esquematiza-se o equipamento de analise termogravimetrica.
Para esta analise usou-se 200 mg de oxido para cada teste. As taxas de aque-
cimento trabalhadas foram de 1, 3, e 5◦C.min-1, com uma temperatura final
de 600 ◦C, determinadas segundo a literatura [48].
4.1.3Etapa 3: Sinterizacao
O processo de sinterizacao foi feito em duas etapas, a primeira foi a com-
pactacao do po metalico por meio de uma prensa, e a segunda foi a sinterizacao,
feita na mesma linha usada na reducao com hidrogenio, com o acrescimo de
uma bomba de vacuo.
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 49
Figura 4-8: Equipamento para compressao
Para a compactacao, foram pesadas 0,9 g de po metalico e colocado em
um molde com forma definida chamada matriz. A matriz foi colocada em
uma prensa e submetida sobre pressao, 7,5 lbf por 30 min, aproximadamente.
As pastilhas formadas a partir desta etapa foram colocadas na linha de sinte-
rizacao a vacuo por uma hora.
4.2Caracterizacao
4.2.1Difracao de Raois-X (DRX)
As analises de Raios-X foram feitas no equipamento Discover da Bruker da
Pontifıcia Universidade Catolica de Rio de Janeiro (PUC-Rio). Os parametros
da analise usados para todas as analise foram de 10-90◦, por um tempo de 1s
e intervalo de 0,02◦.
4.2.2Microscopia Eletronica de Varredura (MEV)
Os equipamentos usados para as analises de MEV foram: JEOL-JSM 6510/LV
da Pontifıcia Universidade Catolica de Rio de Janeiro (PUC-Rio), e o Jeol JSM-
6490LV e JSM-7100FT (MEV-FEG)do Centro Brasileiro de Pesquisas Fısicas
(CBPF). As tecnicas de analise usadas no MEV foram: eletrons secundarios e
retroespalhados. Os tipos de analises composicionais usadas foram: espectros
pontuais, linha de varredura e de mapeamento.
Capıtulo 4. Metodologia Experimental 50
4.2.3Microscopia Eletronica de Transmissao (MET)
Os microscopios usados para as analises de MET foram: o JEOL-JEM 2010
da Pontifıcia Universidade Catolica de Rio de Janeiro (PUC-Rio) e o JEOL
JEM-2100F do Centro Brasileiro de pesquisa (CBPF).
Preparacao das pastilhas para o MET
A preparacao das amostras para a analise dependeu do tipo de material. Sendo
assim, para po, uma pequena quantidade foi suspendida em alcool isopropılico
com ajuda de ultrassom. Para as amostras em pastilhas, foram lixadas e
pulidas em pasta de diamante com abrasivo e atacadas com metanol e HNO3.
5Resultados e Discussoes
Os resultados dos estudos cineticos e a caracterizacao dos diferentes materiais
envolvidos serao divididos em tres secoes seguindo o esquema geral do pro-
cesso de sıntese mostrado no capitulo anterior. As secoes sao: decomposiccao
termica, reducao com hidrogenio e sinterizacao.
5.1Etapa 1: Decomposicao termica
Figura 5-1: Esquema etapa 1
O esquema da etapa de decomposicao termica e mostrado na Figura
5-1. Os dados experimentais da analise termogravimetrica para as tres com-
posicoes, seu mecanismo de reacao e a posterior caracterizacao do oxido para
a composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo sao apresentados.
5.1.1Estudo do mecanismo de reacao do processo de decomposicao termica
dos oxidos por meio da analise termogravimetrica
Diferentes autores estudaram os mecanismos de reacao por meio de termogra-
vimetrıa para a decomposicao dos nitratos, sendo determinado que a primeira
perda de massa corresponde a liberacao da agua ligada aos nitratos, sendo
assim marcado um ponto de partida da reacao de decomposicao a partir deste
valor. As temperaturas nas quais os nitratos sao decompostos em seus respecti-
vos oxidos segundo a literatura sao: entre 539 a 579 K para o nitrato de cobre,
de 534 K para o nitrato de nıquel e 458 K para nitrato de cobalto [39] [40] [45].
Na Figura 5-2 apresenta-se os resultados experimentais da analise termo-
gravimetrica da decomposicao dos nitratos hexahidratos isoladamente. Nota-se
que a perda de massa depois de um tempo de aquecimento, de aproximada-
mente 45 min, tem um valor constante, logo apos volta a ter uma perda de
massa. O valor de temperatura neste ponto foi de 530 K, aproximadamente,
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 52
para o nitrato de cobre (Figura 5-2 a) e de 550 K para o nitrato de nıquel
(Figura 5-2b). Para o nitrato de cobalto nao foi possıvel determinar este valor
porque esta mudanca nao foi identificada no grafico (Figura 5-2 c).
Desta maneira, os valores calculados foram reprodizıveis e coerentes se-
gundo a literatura, e segundo o comportamento previsto pelo estudo termo-
dinamico (Capıtulo 3).
(a) Cu(NO3)2 · 6H2O (b) Ni(NO3)2 · 6H2O
(c) Co(NO3)2 · 6H2O
Figura 5-2: Dados experimentais de TG de % perda de massa vs tempo parao processo de decomposicao termica dos nitrato hexahidratados de Cu, Ni, Copara uma taxa de aquecimento de 5 K/min
A decomposicao das misturas dos nitratos para diferentes composicoes
foram comparadas na Figura 5-3 a, observa-se que com o aumento da quanti-
dade de cobre no sistema (Cu-64%wtNi-12%wtCo) o ponto de decomposicao
aumenta. A temperatura de decomposicao para as outras duas composicao
foram iguais, aproximadamente 450 K. Alem observa-se que este valor de tem-
peratura diminuiu para todas as composicoes em relacao aos pontos de de-
composicao para os nitratos isoladamente, devido provavelmente a presenca
do cobalto no sistema que tem o ponto mais baixo de decomposicao dos outros
nitratos segundo o registrado na literatura.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 53
Figura 5-3: Comparacao de diferentes composicoes a uma mesma taxa deaquecimento (5 K/min)
5.1.2Caracteriacao
Difracao de raios-X (DRX)
Por meio da analise de DRX foram determinadas as possıveis fases presentes
e os picos caracteristıcos para os oxidos formados apos da decomposicao. Na
Figura 5-4, mostra-se uma comparacao dos resultados de difracao para cada
composicao estudada. As fases detectadas foram NiO (CFC), Co3O4 (HCP),
Co(NiCo)O4 (OCT), Ni80Cu2O (CFC) e NiCo2O4 (OCT). Os picos com
maior intensidade e que apresentam-se nas tres composicoes foram 022, 311,
222, 004, 022, 311 e 222. Outros picos como o 111, 422, 511 e 044 foram per-
dendo sua intensidade ate sumir completamente com a disminuicao da quan-
tidade de cobalto na composicao. Estes picos foram das fases que envolvem o
presenca do cabalto (NiCo2O4, Co3O4 e Co(NiCo)O4). Nota-se tambem que
os picos 222, 004 e 022, das fases NiO e Ni80Cu2O, coerentemente tem maior
intensidade quanto maior e a quantidade de nıquel no sistema.
O valor do GOF indica a qualidade do ajuste. Para um ajuste perfeito, o
valor do GOF deve ser igual a 1. Experimentalmente, considera-se que valores
proximos de 1 ate maximo de 4 sao aceitaveis [67]. Os valores do GOF foram
proximos de 1 para os tres ajustes. Os tamanho de cristalito estao descrito na
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 54
legenda da Figura 5-4, sendo menores de 100 nm.
Figura 5-4: Espectros DRX dos oxidos co-precipitados a diferentes com-posicoes (Cu-64%wtNi-24%wtCo), (Cu-64%wtNi-12%wtCo) e (Cu-80%wtNi-10%wtCo). Na legenda estao descritos a porcentagem em peso e, entre paren-teses, o tamanho de cristalito em nanometros
Microscopia eletronica de varredura (MEV)
Na Figura 5-5, apresentam-se as imagens de MEV para diferentes aumentos e
a tabela com os resultados da analise composicional pontual de EDS feitas para
o oxido da composicao teorica da liga final de Cu-80%wtNi-10%wt. Observa-se
que a morfologia foi homogenea, partıculas com formas definidas e tamanhos
pequenos e estrutura porosa. Os resultados da analise composicional pontual
para este oxido foi satisfatoria, mostrando um valor proximo dos elementos O,
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 55
Cu, Ni e Co ao esperado, valores altos de nıquel e poucos de cobalto e cobre,
com 20% de oxigenio que foi o valor maximo de perda total aproximado no
processo de reducao.
Figura 5-5: Imagem de MEV das partuculas do oxido co-precipitado parauma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a) com aumento x1000, b) comaumento x5000 e c) EDS pontual para aumento x1000
As composicoes dadas pela analise de EDS mostraram um aumento da
quantidade de oxigenio quando o sistema tem maior quantidade de cobalto que
de cobre, o que tem coerencia ja que o cobalto tem um numero de valencia +3
em seu oxido mais estavel e portanto maior quantidade de oxigenio por cada
molecula que o oxido de cobre.
Microscopia eletronica de transmissao MET
As imagens em campo claro/escuro das partıculas do oxido co-precipitado a
uma mesma temperatura de 500◦C sao apresentadas na Figura 5-6. A imagem
de campo claro (Figura 5-6 a) apresenta aglomeracao de pequenas partıculas.
Os dois campo escuro mostram a existencia de partıculas com tamanhos
menores de 100 nm. Os padroes de difracao confirmaram sua estrutura crista-
lina.
Tabela 5-1: Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV dooxido coformado Cu-80%wtNi-10%wtCo
O Cu Ni Co1 93,448 0,290 3,739 2,5232 93,244 0,3 4 2,4573 94,611 0,224 3,006 2,1604 85,663 0,612 7,867 5,858
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 56
(a) Temperatura de 500 ◦C
(b) Temperatura de 500 ◦C
Figura 5-6: Par imagens campo claro/escuro no MET de uma amostrade oxido co-precipitados para uma composicao teorica da liga Cu-80%wtNi-10%wtCo
Na Figura 5-7, apresenta-se uma imagem de distribuicao composicional
dos elementos O, Cu, Ni e Co nas parıculas de oxido por meio da ferramenta
de mapeamento do MET. Em uma visao global da partıcula observa-se que os
elementos encontram-se distribuıdos de forma homogenea.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 57
Figura 5-7: Imagens em campo claro e mapeamento elementar no MET daspartıculas de oxidos co-precipitados para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a uma temperauta de 500 ◦C
O EDS dos pontos marcados na Figura 5-7 b esta apresentado na Tabela
5-2. Observa-se que os valores de oxigenio foram altos independente do ponto
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 58
Tabela 5-2: Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV dooxido coformado Cu-80%wtNi-10%wtCo
Elemento Kx Lx
O 0,523Cu 8,047 0,928Ni 7,472 0,849Co 6,925 0,775
marcado, isso pode ser explicado pela propriedade hidrofılica do oxido que
possivelmente faz com que os valores detetados estejam fora do valor esperado
ou tambem pode ser pela fluorsecencia devido a linha L do Cu, Ni, e Co.
5.2Etapa 2: Reducao com hidrogenio
O esquema da etapa de reducao com hidrogenio e mostrado na Figura 5-8.
Para exemplificar os calculos e resultados graficos foi escolhida a composicao de
Cu-80%wtNi-10%wtCo. Os dados experimentais da analise cinetica isotermica
e nao-isotermica e a posterior caracterizacao do po metalico sao apresentados
a seguir:
Figura 5-8: Esquema etapa 2
5.2.1Estudo cinetico isotermico
Os resultados de perda de massa para cada composicao foram plotados e apre-
sentados na Figura 5-9. Observa-se que a altas temperaturas (> 300 ◦C)
encontraram-se valores de perda de massa altos para tempos curtos, aproxi-
mado de 15 min, tambem observa-se que para temperaturas abaixo de 300◦C nao foram alcancados valores altos de perda de massa. O valor maximo
atingido de perda de massa foi de aproximadamente 20% para a composicao
com maior quantidade de cobalto devido ao numero maior de oxigenios ligados
em forma de oxido ao cobalto (CoO), as outras composicoes apresentaram um
valor de perda de massa total relativamente iguais, aproximadamente 19%.
Os dados experimentais para cada composicao foram ajustados pelos mo-
delos matematicos mais conhecidos e aplicados na literatura para este tipo de
reacao solido/gas. Os modelos usados foram lei de potencia, topoquimico,
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 59
(a) Cu-64%wtNi-24%wtCo (b) Cu-64%wtNi-12%wtCo
(c) Cu-80%wtNi-10%wtCo
Figura 5-9: Dados experimentais isotermicos de % Perda de massa vs tempopara diferentes composicoes
Avrami-Erofeer e autocatalıtico. Os modelos com melhor ajuste (Avrami-
Erofeer R2 = 0.98 e autorcatalıtico R2 = 0.99) para este sistema sao apresen-
tados na Figura 5-10.
Nota-se que dependendo do modelo usado o comportamento do Ln(k)
versus 1/T (Figuras 5-10b) e 5-10c)) foi diferente. O modelo autocatalıco
apresenta duas tengentes diferentes, porem valores diferentes de energias de
ativacao, sendo iguais a 10,46 kJ/mol para uma temperatura entre 700 ◦C e
200 ◦C, e de 90.97 kJ/mol entre 200◦C e 150 ◦C, indicando controle difusional e
quımico, respectivamente. Para o modelo de Avrami-Erofeer encontra-se uma
unica tangente, tendo como valor de Ea de 22,51 kJ/mol, sugerindo um unico
controle difusional.
Os valores de energia de ativacao para cada composicao e modelo de
ajuste encontram-se na Tabela 5-3. O modelos com melhores ajustes para
todas as composicoes foram o topoquimico e Avrami-Erofeer com valores de
R2 maiores que 0,90.
Observa-se que quando se esta a baixo controle quımico (na Tabela Q), o
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 60
(a) Ajuste pelo modelo Autocatalıtico (b) Ln(k) versus 1/T Ajuste pelo modelo Au-tocatalıtico
(c) Ajuste cinetico pelo modelo Avrami-Erofeer
(d) Ln(k) versus 1/T Ajuste pelo modelo deAvrami-Erofeer
Figura 5-10: Ajuste cinetico isotermico e calculo da energia de ativacao paraa composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo
Tabela 5-3: Valores de energia de ativacao para cada composicao por dife-rentes modelos de ajuste cinetico para o metodo isotermico
MetodoEa [kJ/mol]
10Cu80Ni10Co 12Cu64Ni24Co 24Cu64Ni12CoD Q R2 D Q R2 D Q R2
Lei de Potencia 16,50 - 0,97 15,17 - 0,93 8,42 51,77 0,87Avrami-Erofeer 22,51 - 0,98 19,56 - 0,97 13,30 55,83 0,94Topoquımico 11,01 141,45 0,97 13,29 61,39 0,92 8,29 58,32 0,85Autocatalıtico 10,46 90,97 0,99 12,40 35,09 0,89 6,44 38,92 0,82
Q=quımico / D=difusional
R2 = valor da medida do ajuste do modelo aos dados experimentais
sistema 10Cu80Ni10Co apresentou um maior valor de Ea (entre 141-90 kJ/mol)
quando e comparado com as outras duas compocicoes. Possivelmente devido a
porcentagem maior de nıquel no sistema (80%), ja que o nıquel faz com que a
estrutura das partıculas sejam porosas e com tamanhos de partıculas menores,
ajudando a evitar problemas difusionais, fazendo que o controle quımico seja
o controlador. Caso contrario acontece quando se esta a baixo um controle
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 61
difusional, que entre menor seja o valor de Ea, os problemas difusionais serao
mais influentes, sendo isto confirmado pelo sistema 24Cu64Ni12Co, que dos
tres sistemas avaliados, foi quem apresentou um menor valor de Ea, devido a
adicao de cobre na liga que faz com que o ponto de fusao da liga diminua e
o fenomeno de coalescencia entre partıculas torna-se mais evidente, portanto,
diminuindo a area efetiva de reacao da partıcula.
Os valores de Ea para a liga ternaria por este mesmo metodo nao foram
reportados na literatura. Para comparar a magnitude dos valores calcula-
dos, foram levantados diferentes valores de Ea reportados na literatura para a
reducao de diferentes oxidos a partir do metodo isotermico, estes valores estao
apresentados na Tabela 5-4.
Tabela 5-4: Comparacao de valores de Ea para a reducao com hidrogeniodos oxidos formados a partir dos tres elementos Cu, Ni, e Co pelo metodoisotermico
Material temperatura [◦C] Ea [kJ/mol] AutorNiO 200-500 41,9 [35]NiO 280-400 26,63 [9]NiO 200-500 12,4 [12]CuO 200-350 28,66 [12]CuO 190-250 21,37 [11]Co2O3 300-500 33,7 [10]NiCu 200-350 35,8 [36], [37]NiCo 300-500 29,7 [68]
Observa-se que para o oxido de nıquel os valores de Ea sao diferentes,
com valores desde 41 kJ/mol ate 12,4 kJ/mol, o mesmo acontece para o oxido
de cobre. O anterior confirma a dependencia da cinetica com a temperatura
do processo, o tamanho de partıcula, as propriedades quımicas/fısicas do sis-
tema e o modelo de ajuste aplicado. Estes parametros afetam diretamente o
mecanismo de reacao do sistema solido/gas. Diversos fenomenos podem estar
presentes, como por exemplo, difusao entre o mesmo material solido, levando
por exemplo, a aglomeracao das partıculas, impossibilitando o acesso do gas
aos nucleos das partıculas, tendo controle difusional. Outro exemplo, seria o
acesso do gas entre partıculas porosas com tamanhos de partıculas pequenas
que diminuiriam os problemas difusionais e se estaria em um controle quımico,
confirmando o reportado anteriormente. Por conseguinte, nao foi possıvel com-
parar o valor da Ea calculado com outros sistemas ja que as os parametros
usados, as propriedades estruturais do material e o sistema foram diferentes
dos reportados na literatura.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 62
Estudo cinetica: Metodo nao-isotermico (TG)
Na Figura 5-11, mostra-se a curvas experimentais termogravimetrias para tres
taxas de aquecimento diferentes (1 K/min, 3 K/min, e 5 K/min). Os valores
de massa residual sao apresentados em porcentagem, o valor total de perda da
massa residual foi entre 20 e 21% para as tres composicoes sendo coerente com
o valor encontrado pelo metodo isotermico.
(a) Cu-64%wtNi-24%wtCo (b) Cu-64%wtNi-12%wtCo
(c) Cu-64%wtNi-12%wtCo
Figura 5-11: Dados experimentais Nao isotermicos de % Perda de massa vstempo para diferentes composicoes
Para o ajuste foram plotados os valores de conversao e ajustada a uma
equacao de tipo sigmoidal. Apos foi calculada dα/dT, primeira derivada desta
equacao sigmoidal. Os graficos resultantes para a composicao Cu-80%wtNi-
10%wtCo sao apresentados na Figura 5-12 a modo de exemplo.
Observar-se que os dados da curva experimental de conversao foram mo-
delados satisfatoriamente pela equacao sigmoidal (Figura 5-12 a). Os valores
maximos de conversao atingidos para cada taxa de aquecimento foram de 275
K (1 K/min), 330 K (3 K/min), 425 K (5 K/min), Figura 5-12 b.
Para estudar o mecanismo de reacao foram usados os modelos de ajuste
do tipo nucleacao-crescimento. Os modelos matematicos aplicados foram: o
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 63
(a) conversao versus temperatura (b) dα/dT versus temperatura
Figura 5-12: Valores calculados de conversao e de derivadas parao metodonao-isotermico para a composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo
modelo de isoconversao de Fridman (FD), o modelo de Flynn-Wall-Ozama
(FWO) (Figura 5-13 a ), que e uma aproximacao integral do modelo anterior e
o metodo Kissinger-Akahira-Sunose (KAS) (Figura 5-13 b ) que uma expansao
do funcao de conversao [50].
As equacoes e os conceitos relevantes dos modelos aplicados foram des-
critos no Capıtulo 3. As energias de ativacao calculadas para a composicao
Cu-80%wtNi-10%wtCo foram plotados na 5-13 c. Nota-se como a Ea de-
cresce com o aumento da conversao, provavelmente devido a incorporacao de
fenomenos difusionais.
Os valores meios calculados de Ea para cada composicao em uma faixa de
conversao entre 0,1 e 0,9 para cada modelo de ajuste aplicado sao apresentados
na Tabela 5-5. Observa-se que a menor quantidade de cobalto no sistema
menor foi o valor calculado da Ea. Desde uma visao termodinamica, o anterior
pode ser justificado devido a que dos tres oxidos, o oxido de cobalto e mais
difıcil de reduzir, portanto, precisa maior energia para que a reacao de reducao
aconteca.
Tabela 5-5: Valores de energia de ativacao para cada composicao por dife-rentes modelos de ajuste cinetico para o metodo nao-isotermico
MetodoEa [kJ/mol α=[0.1-0.9]
12Cu64Ni24Co 24Cu64Ni12Co 10Cu80Ni10CoFD 25 18,36 6,53
FWO 93,24 77,68 33,95KAS 78,76 63,43 22,06
O estudo da reducao com hidrogenio de oxidos pelo metodo TG foi am-
plamente estudado para diversos sistemas [48] [59]. Richardson et al (2003)
apresentou uma tabela comparando os valores de Ea encontrados por diferen-
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 64
(a) Ajuste Cineticopelo Metodo Kissinger-Akahira-Sunose
(b) Ajuste Cinetico pelo Metodo Kissinger-Akahira-Sunose
(c) Energia de Ativacao
Figura 5-13: Ajustes cineticos e valores de Ea (entre 0.1 e 0.9) pelo metodonao-isotermico para a composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo
tes autores para a reducao do oxido de nıquel. Foram tabulados o tipo de
morfologia e estrutura do oxido usado, e a temperatura inicial e final do pro-
cesso de reducao. Os valores de Ea variaram, desde 17 kJ/mol ate 133 kJ/mol,
confirmando a alta dependenca do valor da Ea e do mecanismo de reacao,
com os parametros usados no processo, a estrutura do material usado como
reagente e porem do processo usado para obter o oxido [51].
5.2.2Caracteriacao
Difracao de raios-X (DRX)
Nas Figuras 5-14 e 5-15, apresentam-se os resultados de DRX para as amos-
tras metalicas em po.
Na Figura 5-14, foram comparados os resultados de DRX para as tres
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 65
Figura 5-14: Espectro DRX para diferentes composicoes: Cu-64%wtNi-24%wtCo, Cu-64%wtNi-12%wtCo e Cu-80%wtNi-10%wtCo para uma tempe-ratura de 900◦C
composicoes (12Cu64Ni24Co, 24Cu64Ni12Co e 10Cu80Ni10Co). Nota-se a
presenca de tres picos (111, 200 e 220), sendo estes caracterıticos da fase FCC,
sugerindo a formacao da liga contendo os tres elementos. No aumento apre-
sentada na Figura, observa-se que a maior quantidade de cobalto no sistema
surge um pico adicional indicando a precipitacao deste em uma outra fase.
Figura 5-15: Espectro DRX para diferentes temperaturas: 300◦C, 600◦C e900◦C para a composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo
O ajuste pelo metodo de Rietvelt para o sistema ternario nao foi ajustado
devido a que nao existe este arquivo nenhuma base de dados. A existencia
desta fase foi confirmada ajustando os resultados com tres fases diferentes
(CuNi, (Co3Ni7)0.4 e Ni) com igual estrutura cristalina (FCC) (Tabela 5-6),
apresentando valores para os parametros de rede (apro. 3.53) e tamanhos meios
de cristalitos (aprox. 245) similares. Wen et al (2008) relatou a existencia
destes mesmos picos na producao de uma liga Cu-Ni-Co por meio do processo
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 66
de microemulssao [30].
Tabela 5-6: Comporacao de parametros de ajustes Rietvelt para diferentesfases FCC dos resultados experimentais para o po metalico para a composicaoCu-80%wtNi-10%wtCo a 600◦C
Fase GOF Tamanho medio de cristalito (nm) Estrutura cristalina Parametro de redeCuNi 1,09 246,9 CFC 3,53555
(Co3Ni7)0,4 1,09 245.0 CFC 3,53549Ni 1,09 245,6 CFC 3,53549
Como complemento deste analise, foi comparado os resultados de DRX
variando a temperatura de reducao (300, 600 e 900◦) para uma mesma com-
posicao (Cu-80%wtNi-10%wtCo) (Figura 5-15). Observou-se que indepen-
dente da temperatura, os resultados de DRX apresentam os mesmos picos so
que com intensidades diferentes, indicando mudancas estruturais.
Microscopia eletronica de varredura (MEV)
Na Figura 5-16 apresentam-se as imagens das partıculas metalicas em po
reduzidas a diferentes temperaturas ( 300◦C , 600◦C e 900◦C) por um mesmo
tempo de reacao de 30 minutos.
Para a temperatura menor de 300◦C, Figura 5-16 a, observa-se uma
morfologia similar ao visto nas imagens de MEV do oxido, com estruturas
definidas e porosas. Para a temperatura de 600◦C, (Figura 5-16 b), nota-se
como a estrutura morfologica muda comparada com a temperatura de 300◦C,
comecando-se a perceber um fenomeno de auto-sinterizacao das partıculas for-
madas a partir da coalescimento das partıculas. As partıculas sao relativa-
mente pequenas com presenca de pescocos. Para a temperatura de 900◦C,
Figura 5-16 c, observa-se que ha um coaelescimento completo das partıculas,
com tamanhos de grao variados, sem uma forma definida.
Os resultados de MEV para as outras composicao foram documentados
no Apendice. As imagens do MEV nao revelam diferenca morfologica signifi-
cativas entre as composicoes para as mesmas temperaturas discutidas.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 67
Figura 5-16: Imagens MEV de electrons secundarios das partıculas metalicasda composicao Cu-64%wtNi-24%wtCo a diferentes temperaturas de reducaoa) 300◦C b) 600◦C c) 900◦C
Microscopia eletronica de transmissao MET
Os resultados da analise de MET feitas para as partıculas metalicas para a
composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo para duas diferentes temperaturas, 500◦C e 300 ◦C sao apresentado nas Figuras 5-17 e 5-18 respectivamente.
No campo claro da imagem 5-17, observa-se franjaS de moire na interface
de coalescimento das particulas. Nas imagens de campo escuro pode-se medir
o tamanho das partıculas de 27 e 34 nm. O padrao de difracao confirma
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 68
estruturas cristalinas.
Figura 5-17: Imagens MET campo claro/escuro e padrao de difrassao deparıculas metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a umatemperauta de 300 ◦C por 10 min
As imagens de campo escuro mostradas na Figura 5-18 foram obtidas
a diferentes inclinacoes, como pode ser visto pelos padroes de difracao. O
campo escuro da Figura 5-18 a revela a matriz metalica, onde pode-se notar
deformacoes da rede cristalina. Por outro lado, o campo escuro da Figura
5-18 b, foi feito selecionando um spot que revelou a precenca de pequenos
precipitacao na matriz. Em comparacao com a amostra reduzida a 300 C
(Figura 5-17), observasse um aumento do tamanho das partıculas.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 69
a
a
Figura 5-18: Imagens MET em campo claro/escuro e padroes de difrassaode partıculas metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a 500◦C temperaturas
O mapeamento composicional por elemento para as partıculas metalicas
da composicao Cu-80%wtNi-10%wtCo para a temperatura de 300 ◦C e apresen-
tada na Figura 5-19. Em comparacao com as analises de oxido, as partıculas
nao tem uma distribuicao homogenea, ja que existe uma zona mais rica de co-
bre, enquanto os outros elementos tem uma igual distribuicao em toda amostra.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 70
Figura 5-19: Imagem em campo claro e mapeamento elementar no MET dasparıculas metalicas para uma composicao de Cu-80%wtNi-10%wtCo a umatemperatura de 300 ◦C por 30 min
5.3Etapa 3: Sinterizacao
Os resultados das caracterizacoes feitas para a pastilha apos da sinterizacao
sao apresentados a seguir.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 71
5.3.1Caracteriacao
Difracao de raios-X (DRX)
Na Figura 5-20, apresenta-se o resultado de DRX feito para a pastilha apos
da sinterizacao. Para a identificacao das fases, estrutura, parametros de rede,
os resultados foram ajustados do mesmo modo que para os resultados de DRX
do po metalico. O ajuste por Rietvelt e os valores de GOF sao apresentados
na Figura 5-20.
Observa-se que alem do po metalico (FCC), foram identificados uns picos
adicionais que foram identificados da fase CuO (4,78%). O valor de GOF para
este ajuste foi de 1.19, indicando uma boa qualidade de ajuste. Os valores de
tamanho medio de cristalito registrado foi de 84,2 nm para a fase CoO.
Figura 5-20: Espectros para diferentes composicoes Cu-80%wtNi-10%wtCoem forma de pastilha. T=900◦C
Microscopia eletronica de varredura (MEV)
A evolucao estructural desde o po metalico ate a pastilha apos da sinterizacao
sao foram apresentados no Apendice a modo de exemplo, observou-se a dimi-
nuicao da porosidade e aumento da densidade apos da etapa de compressao e
posterior sinterizacao. As imagens obtidas com um MEV a emissao de campo
FEG das pastilhas sinterizadas sao apresentadas na Figura 5-22.
As imagens revelaram a presenca de precipitados na matriz (Figura 5-
21a). Observa-se tambem buracos que apresentam as mesmas morfologicas e
tamanhos que os precipitados, sugerindo que eles sejam buracos que ficaram
apos de ter extraıdos as partıculas residuais da matriz por meio de alguns
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 72
Figura 5-21: Imagens MEV-FEG de uma pastilha da liga metalica
dos tratamentos fısicos aos quais a pastilha foi submetida antes da analise no
MEV. A tecnica de analise revelou contornos de graos definidos com dimensoes
variadas em torno de 1 μ m (Figura 5-21 b).
Na Figura 5-22, mostra-se a analise de mapeamento elemental da pas-
tilha. Observou-se dispercao e aglomeracao de partıculas de oxidos residuais
oriundos dos precursores da reducao.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 73
Figura 5-22: Mapeamento elemental pela tecnica EDS em MEV-FEG dapastilha da liga metalica
Nota-se que de um modo geral, os elementos Cu, Ni e Co encontram-se
distribuıdos homogeneidade na matriz, mas as partıculas identificadas como
oxidos dispersos marcam a presenca de oxigenio e cobalto.
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 74
Alem do mapeamento, foram feitas analises pontuais composicionais atraves
da da tecnica EDS. Os pontos da analise estao marcados na Figura 5-24.
Figura 5-23: Imagem MEV por electrons secundarios da pastilha da ligametalica destacando uma partıcula de oxido residual
Na Tabela 5-7, foram plotados os resultados da analise de EDS pontual.
Os resultados nao apresentaram diferencas significativas entre os diferentes
pontos de analise. Nao foi possıvel determinar as percentagens de cada ele-
mentos para os precipitados por meio desta tecnica.
Tabela 5-7: Analise pontual composicional (EDS) pela tecnica de MEV dapastilha sinterizada
O Cu Ni Co1 9,1 13,8 59,5 17,62 2,1 18,3 69,4 10,23 7,1 11,3 66,0 15,64 2,6 15,2 77,2 10
Em procura disso, foi feito uma analise por meio da ferramenta EDS-
linha de varredura, Figura 5-7, para identificar os elementos presentes nos
precipitados. Na Figura 5-24 apresenta-se o resultado desta analise. Observa-
se que os elementos Co e O aumentam seu valor de intensidade quando a linha
faz a varredura atraves da partıcula, confirmando assim que os precipitados
sao oxido de cobalto.
Consequentemente, sugere-se que a fase CoO, identificada na analise de
Capıtulo 5. Resultados e Discussoes 75
Figura 5-24: EDS da pastilha da liga metalica a) Imagem MEV por electronssecundarios e b) Metodo de varredura atraves da partıcula em destaqueevidenciando-se impurezas de oxido rico em Co (possivelmente CoO)
DRX, foi o mesmo oxido detetado pela tecnica de EDS-linha varredura. Uma
possıvel justificacao da presenca do CoO e nao do Co3O4 (fase identificada
no DRX dos oxidos), e suportada pelo estudo termodinamico. No diagrama
de predominancia para o cobalto, apresentado no capıtudo 3 (Figura 5-24),
observou-se que para as condicoes de pressao (-760 mmHg) e temperatura (900◦C) usadas na sinterecao, o oxido vai estar como CoO e nao Co3O4, indicando
uma transformacao de fase.
6Conclusoes
Esta pesquisa permitiu estudar o processo de sıntese quımica de nanoparticu-
las metalicas para a obtencao da liga ternaria Cu-Ni-Co. Para cada etapa do
processo de sıntese quımica foi discutido seu mecanismo de reacao e o calculo
da energia de ativacao por diferentes metodos e modelos de ajuste (isotermico
e nao isotermico). Alem disso, foi possıvel caracterizar todos materiais envolvi-
dos no processo. Estudos termodinamicos previos determinaram a viabilidades
de cada um dos processos, sendo tanto a decomposicao termica como a reducao,
processos com alta probabilidade de acontecer. As conclusoes especificas para
cada etapa sao especificadas detalhadamente a seguir:
Etapa 1: decomposicao termica dos nitratos
• A anealise de DRX feitas para os oxidos revelou a presenca das fases
NiO, Ni80Cu2O, Co3O4, Co(NiCo)O4 e NiCo2O4. A caracterizacao
dos oxidos mostrou morfologias homogeneas com estrutura porosa e
partıculas com tamanhos menores de 100 nm
Etapa 2: Reducao com hidrogenio
• O estudo cinetico mostrou a alta dependencia dos valores da energia
de ativacao (Ea) com a morfologia dos oxidos usados e dos problemas
difisionais criados com os aumentos da temperatura. Para o metodo
isotermico, na composicao Cu-80wt%Ni-10wt%Co, um dos valores de Ea
calculadas foram de 10,46 kJ/mol para uma temperatura entre 700 ◦C
e 200 ◦C, e de 90.97 kJ/mol entre 200 ◦C e 150 ◦C, indicando controle
difusional e quımico, respectivamente. Pelo metodo nao-isotermico, o
valor de Ea foi de 33.95 kJ/mol para uma faixa de conversao entre 0.1 e
0.9.
• Observaram-se fenomenos de coalescencia nas partıculas com o aumento
da temperatura de reducao, tendo diferentes tamanhos de partıculas e
formas dependendo a temperatura usada.
• Por meio dos resultados de DRX foi determinado a presenca dos tres ele-
Capıtulo 6.Conclusoes 77
mentos em forma de liga apresentado picos 111, 200 e 220, caracterısticos
de uma fase FCC. Os tamanho de partıculas revelados pela analise no
MET apresentaram partıculas cristalinas de dezenas de nanometros mas
com distribuicao heterogenea. Tambem foi confirmada a presenca de
pequenos precipitados na matriz por meio dos resultados de DRX.
Etapa 3: Sinterizacao
• Com exito foram cumpridos os objetivos deste processo que foi dimi-
nuicao de porosidade, aumento de densidade e formacao de contornos
de grao, para isso, foram otimizados os parametros como temperatura,
tempo e pressao.
• A distribuicao dos elementos Cu, Ni e Co na matriz foi homogenea e com
tamanhos de graos de dimensoes menores de 1 um.
• A caracterizacao mostrou a presenca de partıculas de CoO devidos ao
processo anterior onde nao houve possivelmente uma de reducao com-
pleta.
Sugestoes para trabalhos futuros
• Para evitar os precipitados, recomenda-se estudar sistemas da liga Cu-
Ni-Co diminuindo a percentagem de cobalto a um valor menor do 5% e
otimizar os parametros temperatura e tempo da reducao para segurar a
reducao completa do oxido.
• Para trabalhos futuros no estudo de sistemas producidos atraves deste
mesmo processo de sıntese quımica sugere-se a mudanca da etapa de
decomposicao termica por um processo que seja menos agressivo termi-
camente, para garantir que os oxidos estejam a escala nanometrica antes
de ser reduzidos.
• Sugere-se como trabalho futuro, o estudo detalhado da estrutura da liga
ternaria para geracao de um arquivo cif para a base de dados do ajuste
por Rietvelt.
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Apendice
Figura 6-1: MEV da amostra Cu-64wt%Ni-24wt%Co a diferentes tempera-turas a) 300 ◦C b)600 ◦C 3) 900 ◦C
Apendice 86
Figura 6-2: MEV da amostra Cu-64wt%Ni-12wt%Co a diferentes tempera-turas a) 300 ◦C b)600 ◦C 3) 900 ◦C
Apendice 87
Figura 6-3: Micrografıa da sinterizacao do sistema Cu-80wt%Ni-10wt%Co a)Po metalico b) Pastilha antes de sinterizar c) Pastilha sinterizada a 900 ◦C por1 hora