Documento Reservado

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Sem identidade, partidos políticos sofrem de transtornos de humor ou têm sintomas maníaco- depressivos Classe C descobre as vantagens do consórcio para aquisição de bens O MAIOR O Consórcio J Malucelli/Grupo Positivo vai construir o maior centro de Convenções de Curitiba, no Parque Barigui COMPENSAÇÃO Piraquara espera do Governo mais royalties pela PEC das águas e mais investimento pelo que representa para o Estado REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 37 - MAIO/2011 - R$ 15,00 www.documentoreservado.com.br POLÍTICA ECONOMIA EDUCAÇÃO AGRONEGÓCIO TURISMO SAÚDE SEGURANÇA TECNOLOGIA BIPOLARES BIPOLARES

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Documento Reservado Bipolares

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Sem identidade, partidos políticos sofrem de transtornosde humor ou têm sintomas maníaco-depressivos Classe C descobre as vantagens do

consórcio para aquisição de bens

O MAIORO Consórcio J Malucelli/Grupo Positivo vai construir o maior

centro de Convenções de Curitiba, no Parque Barigui

COMPENSAÇÃOPiraquara espera do Governo

mais royalties pela PEC das águas e mais investimento pelo

que representa para o Estado

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 37 - MAIO/2011 - R$ 15,00www.documentoreservado.com.br

POLÍTICA ECONOMIA EDUCAÇÃO AGRONEGÓCIO TURISMO SAÚDE SEGURANÇA TECNOLOGIA

BIPOLARESBIPOLARES

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Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro

Coordenação Geral e EdiçãoSilvio Oricolli

RedaçãoNorma Corrêa, Pedro Ribeiro, Silvio Oricolli e Lucian Haro

RevisãoNilza Batista Ferreira

ComercialJunior Ribas [email protected]

FotosShutterstock

IlustraçõesDavidson

DiagramaçãoAlves Martins

ImpressãoAjir Gráfica

Tiragem10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo)

EndereçoRua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar - sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR

Telefones(41) 3322-5531 / 3203-5531

[email protected]

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 37 - MAIO/2011

expediente

Bipolaridade dospartidos políticos

editorial

Para o pensador, sociólogo e filósofo brasileiro, Nildo Viana, “os partidos políticos atuais são organizações onde predomina a burocracia na sua estrutura e que se fundamentam na ideologia

da representação política, e não no acesso direto do povo às decisões políticas, e, tendo como objetivo, conquistar o poder político estatal, além de serem expressões políticas de alguma oligarquia econômica ou tradicional”. No Paraná, cientistas políticos e estudiosos de política partidária garantem que os partidos políticos no Brasil estão perdendo a identidade e que são bipolares. Ora é maníaco pela ferocidade com que serve o governo de plantão e ora é depressivo, quando cai na real, perdendo o rumo.

As lideranças partidárias, no entanto, discordam. Sustentam que os partidos estão cada vez mais sólidos e servindo à sociedade. Porém, a troca-troca de partidos é um sinal de que existe descontentamento com as tais lideranças ou ideologia. Todos os anos surge, no Brasil, uma nova sigla, quando começa a correria de filiação. Para os estudiosos isto significa a falta de identidade partidária e sugerem, ainda, falta de ideologia dos políticos profissionais, que mudam toda hora de agre-miação. É só chegar alguém no partido que ameace com votos, que há uma debandada para outro partido. E, de acordo com os cientistas ouvidos pela reportagem da revista Documento Reservado, só há um jeito de reduzir o número de partidos: a cláusula de barreira. Mas advertem: o Congresso aprova e o Supremo Tribunal Federal derruba.

A reportagem da Documento Reservado também mergulhou no fantástico mundo da Copa de 2014 no Brasil e, pelos depoimentos, chega-se à conclusão de que a realização do evento representa bem mais preocupação do que só futebol e festerê para quem sedia os jogos. E não é em Curitiba que vai ser diferente, a julgar pelas dificuldades enfrentadas por outras cidades que também receberão o evento. Só que dessa vez, o “jeitinho brasileiro” não poderá entrar em campo, pois a Fifa é determinante nas exigências. Acompanhe o DNA da Copa.

Pedro Ribeiro

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índice

08MaiS encrencaincêndio causou prejuízos de quase r$ 4 mi-lhões ao Porto Seco de cascavel. como o então governador do Paraná, roberto requião, não autorizou, na época a contratação de seguro, o dano foi pago com dinheiro público, que o Tce quer de volta ao erário

08coMo ficará?nunca se falou tanto no código florestal como agora. Mas o que muita gente ainda não sabe é o que vai mudar com as novas alterações e por que a aprovação do substitutivo do deputado aldo rebelo, no congresso nacional, gerou tanta polêmica

08VoTo bioMéTricoPara dar ainda mais segurança e agilidade às votações, o brasil está adotando gradualmente a biometria, sistema pelo qual o eleitor é identifica-do pela digital e foto. curitiba adotou o processo e está recadastrando os seus 1,2 milhão de eleitores até janeiro

08Séria queSTãoao longo da história da política brasileira são abundantes os exemplos de siglas partidárias que surgiram – e ainda surgem – movidas pelo fisiologismo, pelo estar ao lado do poder. Será que a reforma política poderá contribuir para mudar esse pobre cenário?

08Sinal aMareloJá com mais de 1.200 links, os sites de compras coletivas conquistaram os internautas brasileiros em pouco tempo. na câmara dos Deputados há proposta que visa regulamentar a atividade em defesa dos usuários contra fraudes nesse setor

08noVo bariguiParque barigui terá o maior centro de eventos de curitiba, que será construído pelo consórcio J Malucelli/grupo Positivo, ao custo de r$ 27 milhões. o contrato de concessão da obra foi firmado no final de maio entre o consórcio e Prefeitura da capital

08quaSe no liMiTeabrigando um ativo fundamental à vida, os mananciais de água, responsáveis por mais de 50% do abastecimento da região de curitiba, Piraquara vê, com o passar do tempo, minguar as chances de atrair investimentos devido à “ótica míope dos governos”

08ciDaDeS reViSiTaDaSa conferência internacional das cidades inovado-ras (cici) reuniu em curitiba os mais renomados especialistas do mundo para tratar das soluções e aplicabilidade de projetos urbanos no maior número possível de cidades visando ao maior bem-estar de seus moradores

08ciDaDaniacom o propósito de levar serviços de valorização da cidadania, principalmente, aos moradores mais distantes do centro da cidade, a Prefei-tura de Tamandaré acaba de lançar o programa Prefeitura nos bairros, começando pelo Parque São Jorge

08 eSTão PoDenDoa melhoria da economia facilitou o acesso da classe c ao mercado de consumo nacional. De acordo com a abac, a presença de consumidores dessa faixa para a aquisição de bens em consór-cios praticamente dobrou nos últimos anos

08olho eM 2014em entrevista exclusiva a Documento reservado, o secretário estadual de assuntos da copa do Mundo da fifa 2014, Mario celso da cunha, pede voto de confiança à população e revela os detalhes sobre as obras para o maior evento esportivo do mundo

08cruelDaDea cada dia cresce o número de animais abando-nados nas ruas das cidades. Parte do problema é causado por aqueles que, sem o menor senti-mento, ao perder a afeição, rejeitam os bichos de estimação. Situação só não é pior, devido ao trabalho de ongs e abnegados

08eM caSaVisto por mais de 5 milhões de pessoas e com a apresentação de cerca de 600 bandas em 26 anos de história, um dos mais esperados espetáculos do mundo, o rock in rio retorna, dez anos depois, à cidade onde tudo começou, o rio de Janeiro

08haJa fôlegoele é prova viva de que o tempo se tira de letra, com humor, trabalho, exercício e dedicação à vida. assim é Waldemar Malucelli, que não dispensa o futebol, que pretende jogar por mais 16 anos, até quando completar 90 anos de idade, com muitos gols

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sintonia fina

azulão de biturunao homem duro do legislativo paranaense, deputado Valdir rossoni, também foi traído pela vaidade. Para eliminar os cabelos amarelos de sua vasta cabeleira branca, acabou exagerando no uso do xampú Keune para cabelos grisalhos e ficou com os cabelos azulados da cor da gralha azul. recomenda-se ao nobre parlamentar que consulte seu companheiro Mauro Moraes, para assessoria capilar.

Vale um conselhoSerá um páreo duro a escolha do

novo conselheiro do Tribunal de contas do estado para a vaga – sub-judice – de Maurício requião. ivan bonilha, dos quadros da corte e procurador-geral do estado, tem as graças do governador José richa e do presidente da assembleia legislativa, Valdir rossoni. enfrenta, porém, o corporativismo dos parlamentares e candidatos como Zuchi e garcia na disputa. hermas brandão pode fazer a diferença.

coisa do capetaagora, a grande expectativa em relação às medidas de moralização da assembleia legislativa, é em relação à lista das aposentadorias irregulares. apesar das promessas do presidente Valdir rossoni, de que divulgaria a tal lista ainda em maio, ainda não aconteceu. o que se especula nos bastidores da casa é que o bicho é feio. então, queremos vê-lo!

ivan, o festejadobastante festejado na festa da costela de chão, oferecida pelo deputado ney leprevost aos amigos, o prefeito de São José dos Pinhais, ivan rodrigues, o mais novo filiado do PSD paranaense era só sorrisos. aos mais chegados, entre eles, o chefão da agremiação, eduardo Sciarra, confidenciou que vai revolucionar a administração em São

José dos Pinhais. começa trocando o secretário de comunicação Social.

não pegouMenos de 500 armas de fogo foram entregues à Polícia federal em todo território nacional na recente campanha de desarmamento voluntário. com esse baixo número, fica uma dúvida: será que a população quer se desarmar? o brasileiro votou contra o desarmamento em 2005 e claramente também não acredita mais neste tipo de campanha para diminuir a criminalidade. São, portanto, mais de 15 anos de uma política nacional de desarmamento do cidadão e todos já viram a ineficácia disto no combate ao crime. a venda

legal de armas caiu mais de 90% nos últimos 10 anos e a criminalidade cresceu.

Só na conversaquem não lembra que, há alguns meses,

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Pedro Ribeiro

a presidente Dilma roussef afirmou que o combate ao crack seria uma das prioridades do seu governo. o problema foi tratado como “questão desafiante”. estimativas feitas há dois ou três anos já davam conta de que os usuários dessa droga já passavam de 1 milhão. Desde então, não aconteceu qualquer política efetiva de prevenção ou tratamento, o que indica que o número é ainda maior. e vem aí o Óxi. fim do mundo.

e por falar...Preocupada com a epidemia do crack, a deputada federal rosane ferreira (PV-Pr) fez uma visita à região central de São Paulo, conhecida como “cracolândia”, e pode verificar a devastação que a droga provoca. “São centenas de pessoas, inclusive crianças, vagando como zumbis, num terrível vai e vem como se fosse o fim do mundo. é o inferno”, exclamou. De acordo com rosane, 98% das cidades brasileiras enfrentam o problema do crack, que é droga com maior poder de destruição.

incendiárioDiretor-geral do Dnit, luiz antonio Pagot, jogou gasolina no fogo, durante encontro com políticos em cascavel. empolgado com os reclames das lideranças locais em relação

à construção de pista dupla entre cascavel e Medianeira e, alguns mais exaltados, contra o pedágio, acabou sugerindo incendiar praças de pedágio. a declaração caiu como bomba em brasília, no colo do MST, e da rapaziada brava do forum nacional contra o Pedágio.

cozinha e mesana cozinha do poder, a senadora paranaense gleisi hoffmann (PT) nos dá a boa notícia afirmando que os pequenos agricultores vão pagar menos juros por conta das novas regras do crédito rural que devem ser anunciadas pelo governo no começo de junho. Segundo a petista, a proposta prevê uma “descomoditização” da política agrícola, ou seja, os produtores de arroz e feijão, atualmente, pagam juros mais altos do que um produtor de soja ou de milho, porque essas culturas figuram como prioridade de exportação. “Sendo equiparados, a medida atingirá praticamente a maioria dos agricultores do País”, comemora.

Mais créditouma outra boa notícia trazida pela senadora se refere às novas regras que estão no forno. o governo pretende

elevar o teto dos recursos. hoje o piso de empréstimo varia de r$ 200 mil a r$ 650 mil, por limite individual de crédito. a nova medida deve estabelecer como piso de r$ 650 mil e teto de r$ 975 mil. “o interessante é que o governo vai fazer um diferencial. Se o agricultor usar sementes certificadas, ele terá um bônus de 15%. Se ele comprovar respeito às leis ambientais, terá outro bônus de 15%”, afirma gleisi.

e agora, José?Por mais secreto que fosse, o jantar entre Maurício requião e gustavo fruet, nos fundos do restaurante Dom carneiro, acabou sendo descoberto e as especulações de acertos políticos tomaram a praça nossa Senhora da Salete. Só falta a concordância da família de fruet, ainda magoada com as rasteiras dadas no guga pelo comandante do partido, roberto requião. o namoro mais quente, no entanto, está sendo entre fruet e osmar Dias.

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política

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Norma Corrêa

Roberto Requião (PMDB) poderá ter que devolver, aos cofres públicos, perto de R$ 4 milhões por não

ter homologado uma licitação para contratação de seguro para o Porto Seco de Cascavel. O local,

alvo de incêndio, causou prejuízos e cujos recursos saíram dos cofres públicos

REQUIÃOcausa prejuízo de R$ 4 mi ao

Paraná

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política

O ex-governador Roberto Requião causou, em sua gestão, no Palácio Iguaçu, mais um incômodo para o

Tribunal de Contas do Estado e um prejuízo ao erário público de R$ 4.095.906,20 milhões, ao se recusar a assinar licitação para a contratação de seguro em armazéns gerais para o Porto Seco de Cascavel. Diante de sua decisão, uma nova licitação só foi feita em março de 2010 e, nesse período, não havia seguro contratado para co-brir os danos provocados por incêndio, levando o Estado a assumir os custos dos estragos no Porto Seco,em razão dos contratos assinados com as empresas.

No processo de Tomada de Contas Extra-ordinária, do Tribunal de Contas do Estado, o entendimento é de que, ao decidir discriciona-riamente pela revogação da licitação, e não ter autorizado a abertura de novo procedimento e nem adotado outra medida para evitar a ocorrência de sinistros visando atender a lei, o governador assumiu o risco e as consequências do seu ato. No relatório, além de ratificar a “co-municação de irregularidade” com a revogação da licitação sem o atendimento dos requisitos legais previstos no artigo 49, da Lei nº 8.666/93 (Lei das Licitações), e descumprimento da Lei Federal nº 9973/2000, o TCE responsabiliza Roberto Requião pelo prejuízo ao Estado, e sentenciam o ex-governador a restituir, aos co-fres públicos, R$ 3.515.790,27, correspondentes aos danos deixados ao erário.

Por ter contrariado a legislação, o relatório prevê, também, multa ao ex-governador que deverá ser proporcional ao dano, em percentual ainda a ser fixado pelo TCE, sobre o valor do prejuízo, devidamente corrigido. O documen-to diz ainda que uma cópia do relatório será encaminhada ao Ministério Público do Estado, conforme exige o artigo 5º. da Lei 80429/92; e outra cópia irá para a Receita Federal, por ser ente responsável pelo acordo firmado com a Codapar, para armazenamento de produtos

agropecuários. Esses números e punições, porém, ainda dependem de análise do Pleno do Tribunal de Contas do Estado, e que no caso de aprovação do relatório e das sanções prevista, pode causar ainda mais angústia financeira a Requião.

PregãoEm resposta ao TCE, Requião alega que a

licitação foi realizada na modalidade “pregão”, e que, naquela época, apenas uma empresa apresentou proposta no valor máximo. Disse também que, conforme prática na “sua ad-ministração”, no uso das competências que lhe foram conferidas, deixou de homologar o resultado da licitação com fundamento na au-sência de competitividade e na economicidade, revogando o certame. Afirmou ainda que a nova licitação deveria ter sido feita e que a Codapar decidiu manter os contratos, correndo o risco do sinistro e que um novo contrato de seguros foi firmado em 22/04/2010.

Sobre a legalidade da não homologação da licitação, Requião sustenta que foi regular e, como é de seu costume, fez ainda um alerta sobre a diferença entre a licitação propriamente dita e o contrato de seguro que, por sua vez, garante contratos de armazenagem e que não estariam sobre a alçada do governador, a quem compete somente a homologação dos contra-tos de seguros. Continuando nas justificativas para escapar da culpa, Requião, ao analisar a licitação sobre o aspecto da economicidade e conveniência da administração, disse que “não se obedeceu apenas as normas, mas também aos princípios que informam e conformam a norma”.

Sem comPetênciaO ex-governador diz, ainda, que a solução

que deveria ser dada a partir da revogação da licitação era questão de gestão interna da empresa, “fora da alçada e competência do

governador”, e que o contrato de depósito independe da licitação “é feito segundo crité-rios estabelecidos internamente na empresa”. Tentando se eximir de qualquer culpa, Requião informa, em sua defesa, que os atos conse-qüentes (revogação da licitação) não são de competência do governador e que “as decisões dependem do administrador da empresa, apoiado em sua diretoria e seus conselhos. A opção tomada, então, foi de continuar com os depósitos, correndo o risco, enquanto não houvesse nova licitação”. E, no seu melhor estilo, o peemedebista desafia inteligência das pessoas, afirmando que “muita coisa poderia ser apontada como causa do sinistro, menos a revogação da licitação”. Por fim, a defesa de Requião conclui que o ato de revogação estava plenamente motivado e que o mesmo não pode ser apontado como causador do sinistro, nem do dano e que o “nexo de causalidade deve ser desconsiderado em relação ao ato administrativo praticado pelo então governador Roberto Requião”.

No entanto, o parecer do Tribunal não com-pactua com os argumentos do ex-governador, embora enalteça a “preocupação com a econo-micidade e a competitividade”, demonstradas na defesa. Na análise do contraditório, o TCE desmonta, uma a uma as justificativas de Re-quião, citando, por exemplo, o artigo 49, da Lei 8.666/93, que diz que “a autoridade competente para a aprovação do procedimento somente po-derá revogar a licitação por razões de interesse público, decorrente de fato superveniente devi-damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta”. E comenta: “como se pode depreender do caso sob comento, o interesse público na obtenção do menor preço não seria superveniente à homologação e à ad-judicação do objeto do certamente, na medida em que, desde o oferecimento da proposta pela empresa participante, já era conhecido o fato de que os valores apresentados estacam abaixo

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Norma Corrêa

do preço mínimo fixado, e que o desconto pleiteado não é regra e nem impeditivo para a conclusão do certame”.

negligênciaMais adiante, o arrazoado do TCE assegura

que, não basta a mera invocação genérica do pretenso atendimento ao interesse público para justificar a revogação da licitação. “faz-se necessário que se demonstre o interesse públi-co concreto e específico que se pretende aten-der com a revogação e que este deve derivar de fato superveniente à instauração do certame licitatório”. E, por fim, diz o documento do TCE, que “tentar transferir a responsabilidade de novo procedimento à Codapar e assumindo que a licitação deveria ser refeita, esqueceu o interessado (Requião) que, para tanto, a sua autorização era necessária e imprescindível, nos termos do decreto estadual nº 897/07”.

Além de Requião, também encaminharam defesa do então governador, repetindo prati-cante todos os argumentos do peemedebista, o ex-secretário de Agricultura, Valter Bianchini, e o ex-secretário da Casa Civil, Ney Amilton Cal-das Ferreira. Bianchini, a exemplo de Requião, disse que o TCE aponta a ausência de licitação como causa do prejuízo ao erário. “Não é ver-

dadeira esta afirmação”, diz o documento do TCE, ao afirmar, ainda, que o Tribunal “apontou a negligência no trato com a coisa pública como conduta que causou o dano ao erário, que deve ser arcado pelos gestores que lhe deram causa. E quanto a isto não podem pairar dúvidas”. E, ainda, diz o relatório, a falta de adoção de medidas pertinentes, enquanto se aguardava nova licitação, é que fez o Estado correr o risco de prejuízos, “como de fato aconteceu com o incêndio que acabou por causar danos ao erário, os quais devem ser assumidos por aqueles que lhes deram causa”.

Quanto à defesa de Ney Caldas, o Tribunal entendeu que o então secretário, tomou to-das as providências necessárias, embora não tenha sido atendido. E, em razão das medidas adotadas na época, o chefe da Casa Civil foi excluído do rol de gestores responsáveis pelo prejuízo causado ao erário. O próprio Ney Caldas enfatiza que não houve motivos para a revogação da licitação; que não houve procedimento negligente que retardasse ou criasse embaraço para o andamento normal do processo; que adotou todas as medidas cautelares junto às autoridades superiores para a necessária solução.

Os pareceres da Codapar e da Casa Civil,

conforme o relatório, concluíram que todos os procedimentos adotados estavam de acordo com a legislação, mas cujo procedimento não foi aprovado pelo governador à época. A Codapar, por meio de ofício, expôs as suas considerações e apreensões sobre a não homo-logação do pregão, reiterando a necessidade da contratação dos seguros, uma vez que “além da precaução contra o risco de prejuízos ao seu patrimônio e responsabilização de seus dirigentes por omissão na cobertura do valor dos bens depositados, em caso de sinistro, havia necessidade de atendimento à legislação, que obriga o depositário a celebrar contrato de seguro, solicitando assim, a reabertura do procedimento”. E também não foi ouvida.

De acordo com a diretoria da Codapar, o valor do prêmio da proposta vendedora na nova licitação foi de R$ 280 mil, contra o valor de R$ 216 mil arrematado no pregão revogado. “Assim, a nova licitação gerou um custo adicio-nal de R$ 63.900,00 e, também, teve somente um licitante, em razão do desinteresse das empresas seguradoras em atuarem nesta área de riscos, o que revela, no seu entendimento (Requião), um equívoco nos princípios avoa-dos para a revogação do pregão eletrônico nº 327/08”, completa o relatório do TCE.

Por causa do temperamento turrão, o senador Roberto Requião (PMDB), ao longo de sua trajetória política, vem acu-mulando desafetos, inimigos, processos, dívidas e multas. Os seus ‘surtos’ ficaram famosos e, por causa da repercussão de seus atos, Requião prefere dizer que é perseguido pela imprensa, que assumir

seus erros. Em sete anos de Governo, o pe-emedebista não tem muito que se orgulhar e os fatos falam por si. Na sua passagem pela administração pública do Paraná, posturas nada acadêmicas, como comer mamonas, passando por xingamento a cidadãos paranaenses, até torcer dedos e “confiscar” gravadores de re-pórteres, fez parte do comportamento hostil e

irritadiço do comandante peemedebista. O senador Roberto Requião, eleito pelo Paraná, em 2010, por pequena vantagem de votos, deixou, enquanto governador, um Estado esfacelado como herança para o governador Beto Richa (PSDB) consertar e um déficit que chega a R$ 4,5 bilhões.

Truculência

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Entenda o que vai mudar com a reforma na Legislação Ambiental aprovada pelo substitutivo AldoRebelo

CódIgO POLêmICOUma proposta de alterações no Có-

digo Florestal brasileiro. Isso foi o suficiente para mobilizar frentes

sociais, ativistas da natureza, entidades pa-tronais, sindicatos e parlamentares acerca do futuro do ecossistema Nacional. O relator do projeto polêmico é o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que afirma, inclusive, ainda po-der fazer alguns ajustes no que ele compara a um vestido de noiva. Entre as mudanças previstas no projeto, está a criação de matas ciliares mais amplas, conservação de áreas de preservação e terrenos com até quatro módulos fiscais, o equivalente a 72 hectares no Paraná. Na Câmara dos Deputados, o parecer já foi favorável às alterações. Só falta agora, a decisão do Senado.

A última alteração feita no Código Florestal, cujas raízes datam de 1934, foi emendada em 1965 e 1989 e vigora junto a outros 16 mil documentos da atual legisla-ção Ambiental. Para as entidades patronais, esse quadro pode transformar o Brasil de

exportador em importador de alimentos em pouco tempo, pois a atual legislação não atende à realidade do País, um dos líderes mundiais do agronegócio. “Por isso, cobramos urgência na votação do substitu-tivo do deputado Aldo Rebelo”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette. “Queremos mostrar aos parlamentares que é necessário mudar o Código Florestal, que transformou o produtor rural em criminoso e que isso seja feito rapidamente,” defendeu. A urgência se justifica, também, porque encerrou-se há pouco o prazo fixado pelo decreto nº 7.2029/09, para que os proprie-tários rurais regularizem suas reservas legais. Do contrário, eles serão autuados pelos órgãos ambientais.

A discussão acerca da defesa ambiental nunca esteve em tanta evidência como ago-ra. Pode não parecer, mas o Código Florestal tem a ver com a qualidade de vida de todos os brasileiros. Desde quando surgiu, o Códi-

meio ambiente

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Lucian Haro

CódIgO POLêmICOgo parte do pressuposto de que a conserva-ção das florestas e dos outros ecossistemas naturais interessa a toda a sociedade. Afinal, são elas que garantem serviços ambientais básicos – como a produção de água, a re-gulação do ciclo das chuvas e dos recursos hídricos, a proteção da biodiversidade, a polinização, o controle de pragas, o controle do assoreamento dos rios e o equilíbrio do clima – que sustentam a vida e a economia de todo o País. Além de tudo isso, é a única lei nacional que veta a ocupação urbana ou agrícola de áreas de risco sujeitas, por exem-plo, a inundações e deslizamentos de terra. É o código que determina a obrigação de se preservar áreas sensíveis e de se manter uma parcela da vegetação nativa no interior das propriedades rurais. São as chamadas áreas de preservação permanente (APPs) e reserva legal.

As modificações propostas por Rebelo:• Ficam desobrigados da Reserva Legal

de 20% as propriedades com até quatro

módulos fiscais (média de 72 hectares no Paraná). Contudo, a mata existente não poderá ser destruída;

• A mata ciliar para rios com até cinco metros de largura caiu de 30 metros para 15 metros por margem;

• Áreas de várzeas, encostas e topo de morros, onde se pratica agropecuária há anos, serão mantidas com apresentação de projeto técnico.

• Para as áreas superiores a quatro mó-dulos, as áreas de preservação permanente serão consideradas no âmbito da Reserva Legal.

Segundo informações do Incra, 90% das propriedades do Brasil têm até quatro módulos fiscais. Uma propriedade no Paraná com cerca de 50 hectares e apenas duas nas-centes tem, pelo Código em vigor, uma área aproveitável de 58,4%. Com o substitutivo Aldo Rebelo, teria 78,5% da área aproveitável e mesmo assim estaria preservando o meio ambiente.

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política

BIOmétRICO O sistema começa a valer para mais de 1,2 milhão de eleitores da capital nas eleições de 2012

O processo de votação no Brasil é um dos mais elogiados em várias regiões do mundo por sua rapidez na apu-

ração dos resultados. Enquanto em alguns países ditos desenvolvidos a apuração pode levar dias, aqui os eleitos são conhecidos em poucas horas. E para dar ainda mais seguran-ça e agilidade ao processo, a biometria está sendo adotada. Aliás, desde 2008 o sistema permite em algumas cidades brasileiras que o eleitor seja identificado pela digital e foto.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Curitiba, iniciou o recadastramento dos eleitores no dia 29 de março para possibilitar a votação com uso da urna biométrica. No levantamento feito pelo TRE em maio, quase 100 mil eleitores tinham feito o recadastra-mento. Mas, os números ainda estão abaixo da expectativa, pois por dia são atendidos três mil eleitores, em média, enquanto a meta era de cinco mil, pois só assim será possível recadastrar a população até 20 de janeiro de 2012.

O atendimento ao eleitor funciona, de segunda à sexta-feira, das 9 às 18 horas, no Fórum Eleitoral, situado na Rua João Paro-

em Curitiba

Voto

lin, nº 55, no Prado Velho. O eleitor poderá também agendar seu atendimento através do site (www.tre-pr.jus.br) no link TÍTULO NET. A pessoa pode também utilizar os telefones (41) 3330-8673; 3330-8674 ou 3330-8500.

DocumentoSNo dia em que o eleitor for até o Fórum

Eleitoral deve levar um documento de iden-tificação (carteira de identidade, carteira de trabalho e previdência social, carteira pro-fissional, passaporte modelo antigo (verde), passaporte modelo novo (azul) que deve ser complementado por outro documento pois não possui registro da filiação). A carteira de motorista também é válida, mas, no caso do primeiro título, deve estar acompanhada de outro documento, pois não contém a nacionalidade do portador.

Na falta de documento público com foto poderá ser apresentada certidão de nascimento ou certidão de casamento; Tí-tulo eleitoral original, se houver; Cadastro de Pessoa Física (CPF), quando disponível.

O eleitor deve ainda apresentar o com-provante de domicílio eleitoral, por meio

de documentação atualizada (original) que comprove sua residência ou que demonstre seu vínculo profissional ou econômico, patrimonial ou seu vínculo comunitário no município, como contas de luz, água ou telefone, notas fiscais, envelopes de corres-pondência, contracheque, cheque bancário em que conste o endereço do correntista, documento do INCRA.

eleiçõeS municiPaiSEm Curitiba, o uso da urna biométrica

deve ser feito nas eleições municipais de 2012, quando serão escolhidos o prefeito e os vereadores. Mas, para isso, o TRE terá de recadastrar 1,25 milhão de eleitores até 20 de janeiro. A novidade só é válida para aqueles que votam em Curitiba e não se aplica aos eleitores da região metropolitana.

Quem não se recadastrar terá o título eleitoral cancelado. A pessoa também sofrerá outras penalidades: não poderá tirar o pas-saporte ou se matricular em curso superior, tanto em universidades públicas como nas particulares. Os servidores públicos, terão o pagamento do salário suspenso.

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Flávia Prazeres

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política

Todo o eleitorado de Curitiba será recadastrado pelo sistema biométrico, que identifica o eleitor através das impressões digitais. O comparecimento é obrigatório, levando em consideração o mês de nascimento do eleitor, como segue:

Nascidos em janeiro serão atendidos em abril;Em fevereiro e março, em maio;Em abril e maio, em junho;Em junho e julho, em julho;Em agosto, em agosto;Em setembro, em setembro;Em outubro, em outubro;Em novembro, em novembro;Em dezembro, em dezembro a 20 de janeiro de 2012.

Na impossibilidade de comparecer no mês previsto pelo cronograma, independente do mês de nascimento, o eleitor poderá agendar seu atendimento ou ir ao Fórum Eleitoral a qualquer tempo.

Recadastramento é obrigatóriog

Flávia Prazeres

início Os primeiros testes com o uso da urna bio-

métrica foram realizados em 2008 em Colorado do Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS). Em março e abril de 2008 houve o re-cadastramento de eleitores nestas cidades, com a coleta das impressões digitais dos dez dedos e da foto digitalizada em alta resolução. Em junho e julho ocorreram testes simulados com os pró-

prios eleitores. Finalmente em outubro ocorreu a primeira eleição com biometria nestas cidades.

O objetivo de se fazer o cadastramento bio-métrico é excluir a possibilidade de uma pessoa votar por outra. Atualmente, a lei exige que, para votar, o eleitor deva apresentar, pelo menos, o título de eleitor – que não tem foto – qualquer cidadão pode se apresentar com um documento eleitoral falso ou de outra pessoa.

A partir da implantação da biometria, no dia da votação, após a prévia apresentação dos documentos pelo eleitor, a identidade dele será confirmada por meio da sua impressão digital. Se o mesário tiver dúvidas ou se a digital não for reconhecida, haverá à disposição a folha de vo-tação com as fotos de todos os eleitores daquela seção, a qual poderá recorrer para confirmação da identidade.

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Flávia Prazeres

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política

mUndOBIPOLAR

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Norma Corrêa

Enquanto a maioria dos partidos - exceção é o PSol, que definitivamente é de esquerda e atua como tal -, se debate numa crise de identidade sem precedentes, o Congresso Nacional discute uma reforma política que até então dormitava em gavetas do esquecimento, mas que é necessária e urgente. Até que ponto essa reforma poderá frear esse mundo bipolar em que se infiltraram os partidos políticos brasileiros?

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política

Enquanto no Congresso Nacional se discute uma reforma política, necessá-ria e urgente, os partidos políticos no

País se sustentam como podem no vai e vem das ondas de um mundo político que pode ser considerado bipolar – alternam-se entre a fase maníaca e a fase depressiva –, o que evidencia ausência de ideologia partidária. Na verdade, o que a maioria dos cientistas políti-cos enxerga na falta de firmeza ideológica dos partidos políticos, é o fato de o brasileiro viver um dos piores momentos da história recente do Brasil, em termos de debate político, por falta de identidade, que se perdeu ao longo dos anos. E isso é ruim para o País e para a democracia. O professor e historiador Marco Antônio Villa, garantiu, em entrevista, que os partidos brasileiros não têm ideologia e resu-me sua afirmação, dizendo que “o centro está congestionado e não há alternativa à esquerda nem à direita”. Para ele, a maioria das siglas de esquerda caminhou para o centro, e as conservadoras têm “vergonha” de assumir o posicionamento de direita, “posição, aliás, que os últimos governos adotaram sem nenhum pudor”. E essa realidade, segundo ele, vale para todos os partidos, do PT, passando pelo PDT, PP, PSB, ao PSDB e DEM. Todos, sem exceção, vivem na visão do historiador, um período crítico de falta de identidade.

Exemplos de posição dúbia não faltam, pelo contrário, sobram. O PSD, partido que está sendo refundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ex-DEM, que está nascendo sob o signo da terceira via entre PT e PSDB, não deixou de lado o defeito da ambiguidade. Para Kassab, é um partido “le-vemente de esquerda” e a escolha da sigla é uma homenagem “desenvolvimentista” ao ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976, que governou o País entre 1954 e 1961, e era filiado a um partido com as mesmas siglas).

Terceira via, levemente de esquerda,

desenvolvimentista, são conceitos que, na opinião de Villa, não quer dizer absolutamente nada ideologicamente. “O PSD nasce sem um matiz ideológico, sem identidade e o seu nascedouro é ‘sui generis’. Normalmente, na história dos partidos políticos, reúne-se um

grupo de pessoas, cria-se um programa polí-tico e, dali, forma-se um partido. No caso de Kassab é o contrário. Ele vai formar o partido e, depois, o programa. Isso mostra que o PSD é um partido de aluguel, como tantas outras legendas brasileiras, sem ideologia e sem um projeto para o País”, afirmou.

O historiador disse, ainda, que o Brasil dos últimos anos teve governos voltados para o grande capital, que nunca obteve tantos lu-cros. “Nunca na historia deste País, como diria uma certa pessoa. O curioso é que a legenda é de direita, mas ninguém pode ser de direita. Tem que dizer que é de centro ou, como disse Kassab, levemente de esquerda”, ironizou, ao acrescentar que, a ideologia do PMDB “é saquear o erário, como realizar saque”. O PT, na opinião de Villa, tem o mesmo posiciona-mento. “Só que o PT tem um discurso mais

A vergonha que escolta a direita brasileira é resultado da vitória do discurso da esquerda

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Norma Corrêa

educado, mais fino, não é o saque de Renan Calheiros, que saqueia com nota falsa. O saque ao erário é a marca da base governamental”, comparou e questionou: “Edison Lobão tem ideologia? José Sarney tem ideologia? Jader Barbalho, tem? Não têm. E é para fazer parte dessa base que Kassab vai criar o PSD”, acrescentou.

De acordo com o historiador, a vergonha que escolta a direita brasileira é resultado da vitória do discurso da esquerda, “que ganhou a luta ideológica sobre o passado e impôs que, para fazer política, era indispensável ser de esquerda”. Para ele, grande parte da agenda política que está na ativa não é de esquerda, “é conservadora. Basta ver a política econômica adotada, de câmbio e de juros, que beneficia os grandes empresários”.

O PSDB e o DEM também não escaparam

da falta de identidade e igualmente enfrentam dificuldades na oposição ao Governo Federal, comandado por um PT, que já combateu com fúria, por exemplo, as concessões para explo-ração de pedágio e, no entanto, aderiu sem culpa a este sistema. O que se observa é que as legendas têm dificuldades de construir um projeto para o País. O que os tucanos diferem do governo petista? A cientista política Lúcia

Hipólito, diz que a demonstração de “caniba-lismo explícito” que os tucanos paulistas estão oferecendo ao País, pode vir a ser o início do fim, para mostrar que, ou o PSDB se reinventa ou vai afundar na irrelevância.

Para Lúcia, aquele PSDB que se apresen-tava como um partido moderno, a opção pela social-democracia, um conjunto de homens e mulheres que tinham um projeto para o País, virou suco. “E não é de hoje. O PSDB está padecendo de obsolescência precoce. Talvez, tenha chegado cedo demais ao poder, talvez não tenha tido tempo de construir uma sólida identidade, que se desmanchou no ar desde a perda do Governo Federal, em 2002. A derrota de Serra para Lula deixou o PSDB à deriva. O partido perdeu a eleição e perdeu o rumo. Perdeu a própria identidade. Passou os primeiros anos do Governo Lula meio atarantado, meio barata tonta, sem saber se votava a favor das reformas porque eram bandeiras do partido – ou porque não sabia fazer oposição”, disparou.

A saída de Kassab, conforme os analistas políticos, pode transformar o DEM em um partido nanico, por ter se perdido no trajeto liberal, que defendia a classe média, lutava contra impostos e viveu o seu auge quando brigou e conseguiu derrubar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Situação, aliás, que está sendo con-siderada como principal motivo na redução do partido, em razão da troca do DEM pelo PSD de Kassab. Seria o preço que seus inte-grantes estariam pagando pelo fim da CPMF. Mas, quem disse que o partido conseguiu administrar a vitória para usufruir dos louros?

Sobre o assunto, Lúcia Hipólito cutuca, sem dó nem piedade, ao sentenciar: “Sem identidade, sem discurso, sem projeto para o futuro, sem rumo, o PSDB mais parece uma caricatura do PMDB: um grupo de caciques regionais – aliás, cacique demais para pouco

“O centro está congestionado e não há alternativa à esquerda e nem à direita”

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política

índio – tratando de seus interesses provincia-nos. O PMDB é um partido da federação. O PSDB não. Não tem cacife para isso. Não tem voto, não tem tamanho, não tem bancada, não tem vereadores, prefeitos e deputados em número suficiente para falar grosso como partido federativo. Ao protagonizar este pape-lão, as lideranças tucanas desrespeitaram seu próprio projeto, o de um partido nacional. Vamos combinar uma coisa: o melhor PMDB que existe e sempre existiu… é o PMDB. O resto é uma triste caricatura”, analisou.

Para os estudiosos da política tupiniquim, a saída para a falta de identidade partidária é o País adotar, definitivamente, a cláusula de bar-reira, uma vez que exigiria dos partidos uma quantidade mínima de votos, distribuídas por um número mínimo de estados. Essa prática, dizem, reduziria o número de partidos e obri-garia os políticos a se filiarem a agremiações com as quais se afinassem ideologicamente. Isso acabaria com as legendas de aluguel e revolucionaria o sistema político brasileiro. No entanto, para isso ocorrer, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) precisam entrar em acordo. Deputados e sena-dores criaram a cláusula de barreira, mas, por incrível que possa parecer, o STF derrubou.

marcaS latenteSAinda que a questão da identidade par-

tidária esteja latente, no Paraná, militantes e lideranças partidárias preferem negar o problema. É o caso do presidente do PT para-naense, deputado estadual Ênio Verri. Ele ga-rantiu que o partido não perdeu a identidade. “E como poderia? Uma vez que tem aplicado tudo aquilo que sempre defendeu para o País?”, disse, ao avaliar que quem diz que o PT perdeu a identidade é porque fez uma análise “curta” do partido. “Sempre defendemos o crescimento econômico, a melhor distri-

buição de renda, o Estado ampliado para interferir na

economia. E isso tudo, e mais um pouco está sendo aplicado pela presidente Dilma (Rous-seff, do PT)”, ponderou, ao acrescentar que, em razão das medidas adotadas – e aí nega que grande parte da política econômica seja espe-lho do que fez Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – o Brasil é modelo no mundo, onde as pessoas “podem viver com mais dignidade. Essa é a marca da identidade do PT”.

No PPS, o deputado Douglas Fabrício, disse que desde a sua fundação (em 1989, até então era o PCB, Partido Comunista Bra-

sileiro, que viveu na clandestinidade entre 1922 e 1946), o partido tem seguido a linha da coerência e que essa postura tem sido a identidade da legenda. E como exemplo de atitude, o parlamentar cita que entre 2003 e 2010 o PPS seguiu na oposição ao Governo do Estado, nas administrações de Roberto Requião e Orlando Pessuti, ambos do PMDB. “Nas eleições do ano passado, o partido apoiou a eleição de Beto Richa, do PSDB. E, em razão desse apoio, é natural que o PPS tenha representantes no Governo, mas con-tinuamos tendo independência para votar de acordo com a nossa consciência”, afirmou.

Verri: “essa é a marca da identidade do PT”.

Fabrício: “para votar de acordo

com a nossa consciência”

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política

O deputado Élio Rusch, líder do DEM na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), sustentou que o seu partido não perdeu a identidade, pelo contrário, se fortaleceu. “Houve um encolhimento de filiados, mas os que ficaram são realmente democratas”, disse. Ele também defendeu a cláusula de barreira como regulador na criação de partidos, espe-cialmente, “barrando” as legendas de aluguel, e critica a decisão do STF que desaprovou a cláusula de barreira aprovada no Congresso Nacional. “Isso aconteceu porque o Congresso não está legislando e, por isso, o Supremo está fazendo às vezes do legislativo. Além do mais, para evitar a proliferação partidária, o Judiciário deveria endurecer a lei que permite a criação de partidos. Hoje qualquer um pode fundar um partido, porque está muito fácil, pois a legislação permite e facilita as coisas”, disse, ao contar que o PSD já existe e que é

fruto de uma incorporação com o PTB, e que existem ações na Justiça questionando

isso. Além das medidas judiciais, o deputado não acredita que o PSD consiga se estruturar a tempo de concorrer nas eleições de 2012.

O prazo para filiações encerra-se, confor-me o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 6 de outubro, mas o costume é pela filiação até 30 de setembro, o que é um ano antes das elei-ções para se lançar candidato, conforme prega a legislação eleitoral. “Além da burocracia de angariar 500 mil assinaturas de eleitores País afora, será que o partido (PSD) conseguirá formar as comissões provisórias em número suficiente de municípios e estados, para poder arregimentar filiados e candidatos até 30 de setembro? Eu não acredito nisso”, desafiou Rusch.

O presidente do PMDB do Paraná, de-putado estadual Waldyr Pugliesi, que já está movimentando as lideranças do partido para as eleições do ano que vem, não disse que sim, nem que não, sobre a ausência da identidade peemedebista. A análise do deputado é que o partido não teve candidato à Presidência da República competitivo, o que teria causado a “adesão” a outros partidos. Ele não disse, mas deu a entender, que a falta de candidatos competitivos condenou o PMDB a caminhar a reboque de outras agremiações que não se importam de carregar o partido nas costas, por causa do grande número de eleitores. “O partido tem as suas ideias para colocar em prática. Porém, quando essas ideias não predominam, o resultado é a divisão partidá-ria, é um tiroteio que ninguém se entende.

No mesmo partido podem existir 20 posições diferentes.

Rusch: “a legislação permite e facilita as coisas”

Pugliesi: “é um tiroteio que ninguém se entende”

O PT, por exemplo, na época da Constituinte (1988), aquele partido tinha nada mais, nada menos, que 16 facções. Acontece que o bom do PT é que a minoria se rende à maioria e o que é decidido pela maioria vira lei e todos se submetem”, exemplificou.

criSe De iDentiDaDeAinda conforme especialistas políticos,

essa crise de identidade pode facilmente ser identificada com a antecipação exagerada da corrida eleitoral de 2012 e 2014. Para eles, essa situação não passa de um sintoma de uma das maiores crises partidárias, desde a redemocratização do Brasil, em 1985. No Paraná, temos bons exemplos disso. Em fe-vereiro deste ano, nem bem esfriou a eleição de 2010, e alguns partidos políticos já traçam planos para o ano que vem, visando à escolha de prefeitos e vereadores. Embora afirmem que ainda é muito cedo para falar no assunto, não há como evitar o burburinho eleitoral. Em Curitiba, por exemplo, a Prefeitura está despertando o “olho gordo” de muita gente, que quer a cadeira ora ocupada por Luciano

“O PSDB mais parece uma caricatura do PMDB: um grupo de caciques regionais”

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Stephanes Júnior: “minha prioridade continua sendo o Gustavo (Fruet) no PMDB”

Fruet já deixou claro que não abre mão da candidatura à Prefeitura

Renata: “estou contente de o meu

nome ter sido lembrado”

Ducci (PSB), que já pertenceu, até meados do ano passado, a Beto Richa (PSDB), eleito Governador do Paraná.

A Prefeitura de Curitiba é, hoje, alvo de nomes de expressão da política paranaense. Ducci buscará a reeleição e espera contar com apoio de Richa, mas esbarra no desejo do ex-deputado federal, Gustavo Fruet (PSDB) que quer ser prefeito da Capital, colocando em polvorosa o ninho tucano. Por isso, Fruet já deixou claro que se o PSDB não lhe der legenda para disputar a Prefeitura, tem outras opções partidárias que já estenderam o tapete vermelho para recebê-lo: PDT, PMDB, PSC, PV, PSD. E quem não quer alguém que fez quase 600 mil votos apenas em Curitiba? Para o deputado peemedebista Stephanes Júnior,

que ainda tem esperança de que Fruet volte ao PMDB, o ex-deputado “é a bola da vez”.

Enquanto ainda é incerto o futuro de Fruet, a terceira via, entre o tucano e Ducci, pode ser a vereadora Renata Bueno (PPS), que foi “lançada” pré-candidata à Prefeitura de Curitiba. Ela diz que foi pega de surpresa, porque o diretório nacional do partido usou o seu nome como exemplo, como candidata à Prefeitura de Curitiba, de que as mulheres podem alçar vôos mais altos. “Na verdade, o partido quis estimular as candidaturas femininas e, a partir daí começaram as fofo-cas nas ruas”, disse Renata, que gostou dos “comentários” das ruas e assegurou estar preparada para o cargo. “Estou contente de o meu nome ter sido lembrado, entre tantos outros. E, para Curitiba, seria interessante que

fosse administrada com uma visão feminina”, afirmou, ao adiantar que a cidade é mo-

delo em urbanismo e em ecologia, mas precisa de um cuidado especial com a população, com o lado social, mais humanizado. “O meu grande sonho é ver uma Curitiba mais segura, com maior atenção para a família. Acho que a administração para Curitiba deveria mudar o foco, com mais investimentos à educação e no combate às drogas”, disse, em tom eleitoral, ao assegurar que tem “amadurecimento” para o cargo, mas não descarta uma aliança como vice-prefeita e, claro, com Gustavo Fruet.

No PMDB, que há anos não disputa a Prefeitura de Curitiba, sempre atuando como coadjuvante, a expectativa é, por enquanto de uma candidatura própria. O ex-prefeito de Curitiba, ex-deputado federal, ex-ministro de FHC e ex-deputado estadual, Rafael

Greca (PMDB), há pelo menos dois meses, já anda pelos bairros da Capital em franca cam-panha eleitoral. Ele quer voltar à Prefeitura e as suas ações cairam na graça do presidente do Partido, Waldyr Pugliesi, que disse estar vendo as movimentações de Greca “com olhar positivo. Ele foi um bom prefeito, gosta de Curitiba e está preparado para ser um bom candidato”.

No entanto, Stephanes Júnior disse que ainda não desistiu de ser candidato à Pre-feitura de Curitiba e que, “se for o caso”, vai disputar no voto com Greca. A sua prioridade, porém, continua sendo a de atrair o tucano Fruet para as hostes peemedebistas e, se con-seguir, Júnior pode desistir de ser candidato. “A minha prioridade continua sendo o Gustavo (Fruet) no PMDB, porque, se ele continuar no PSDB não vai ser candidato. E, agora é a vez dele e as pessoas precisam entender isso”, afirmou.

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política

CLIQUEDifundidos no País, sites de compras coletivas podem ganhar lei própria

Enquanto o comércio eletrônico cresce em média 30% ao ano no Brasil, os sites de compras coletivas deslizam larga

expansão de 8% a 12% ao mês, segundo o Ibope/Nielsen Online. Com esse crescimento exponencial, a modalidade de varejo, que oferece descontos de até 90% em produtos e serviços, desde que haja um número mínimo de compradores para ativar a promoção, tem feito aumentar, também, as queixas entre os consumidores.

Em especial desde o início de 2010, quando os portais de compras on-line começaram a se alastrar pelo País, não teve quem resistiu à ideia de adquirir bens e serviços sem precisar sair de casa, e ainda pagando menos por isso. Resultados positivos que se converteram em números. O Ibope mostra, por exemplo, que até fevereiro deste ano os usuários desses tipos de sites representavam 32% do universo de internautas brasileiros. Em março, no entanto, eles já tinham atingido 40%, o que equivale a 17,2 milhões de pessoas. Lembrando que em fevereiro o número de usuários ativos da grande rede era de 41,3 milhões em território nacional, enquanto que em março passou a ser de 43,2 milhões. Esses indicativos também representam faturamento bilionário para o setor durante o ano. Para 2011, a previsão da empresa de con-sultoria em internet e-Bit é que o varejo virtual movimente cerca de R$ 20 bilhões em vendas no País, sinalizando crescimento de 30% sobre o faturamento de R$ 14,8 bilhões do ano passado.

Comprar serviços de beleza, programar jan-tares e baladas, garantir ingressos para peças de teatro ou as passagens para aquela tão sonhada viagem, ficou tudo muito mais fácil. Atualmente, o Brasil conta com pelo menos 1.200 sites, em

segurooperação ou em fase de implementação, que oferecem esses serviços a preços bem mais atrativos do que os praticados no mercado “físico”. O que tem gerado apreensão e descon-tentamento no exercício dessa prática, porém, é o aumento das reclamações dos consumidores. As queixas são quanto à falta de clareza no anúncio de algumas ofertas, dificuldades no agendamento de serviços contratados (como viagens, reservas em hotéis e restaurantes), falta de discriminação de alguns produtos e demora na entrega ou ressarcimento de pedidos, no caso de cancelamento.

Por conta disso, o deputado federal João Arruda (PMDB-PR) apresentou na Câmara Fede-ral um Projeto de Lei que pretende regular essa atividade por aqui. Segundo ele, a relação entre os sites de compras coletivas e as empresas fornecedoras de produtos ou serviços, ainda é obscura e precisa de regras. “O comércio virtual das compras coletivas é fato novo no País. O Brasil assiste a este fenômeno com intensidade desde 2010 e, até o presente momento, nada foi feito para que essa atividade tivesse uma regulamentação, no sentido de proteger o consumidor”, defende o deputado em nota. Afirma ainda que é importante que o vínculo criado entre os sites de compra coletiva, estabe-lecimentos e consumidores seja transparente. A recorrência das reclamações dos consumidores e a falta de clareza na arrecadação de impostos também são justificativas do parlamentar para criação da lei.

O projeto apresentado por Arruda estabe-lece ainda, que o consumidor seja informado sobre as condições e detalhes dos produtos e serviços oferecidos, quais as regras para sua utilização e entrega e todas as informações ne-

cessárias para permitir uma escolha consciente entre participar ou não da ação programada.

DicaS valioSaS O Procon-PR criou, inclusive, uma cartilha

com os principais cuidados que devem ser tomados na hora de comprar qualquer artigo pela internet. O técnico do órgão, Gustavo Go-dke, lembra as recomendações. Segundo ele, o primeiro passo é atestar a credibilidade do site. Para isso, é preciso verificar se há reclamações cadastradas ou processos movidos contra a empresa, o que pode ser feito pelo próprio portal do Procon (www.procon.pr.gov.br), no link Cadastro de reclamações de fornecedores.

Godke lembra que vale pesquisar o nome da companhia nos portais de busca da Internet para obter informações de pessoas que já com-praram produtos pelo serviço oferecido e se ele realmente funciona. “É necessário observar no site se constam todos os dados do fornecedor e desconfiar se apenas apresentar um telefone celular, por exemplo. O fornecedor deve ter CNPJ, e é possível verificá-lo no site da Receita Federal,” orienta.

Quanto ao prazo para entrega da enco-menda, o técnico diz que a informação deve ser observada na hora da compra para que o consumidor possa se planejar e não passar apu-ros, no caso de presentes de aniversário ou de Natal, por exemplo. Outro fator importante para ser levado em conta refere-se às despesas adi-cionais que podem ocorrer com fretes e taxas.

Godke recomenda que produtos eletrô-nicos - MP3 players, videogames, telefones celulares, notebooks, entre outros - recebam atenção maior por serem aparelhos caros e muito procurados, o que em caso de fraude,

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Lucian Haro

Em 2008 foram gastos R$ 8,2 bilhões em compras on-line no Brasil. Em 2009, a previsão para o primeiro semestre era de R$ 4,5 bilhões, mas, mesmo em meio à crise, a receita bruta foi

Faturamento em escala de R$ 4,8 bilhões, com alta de 27% em relação ao primeiro semestre de 2008, que movimen-tou em R$ 10,6 bilhões. Já no ano passado, as vendas atingiram R$ 14,8 bilhões, o que

representa um terço de todas as transações varejistas no País. Para este ano, a estimativa é ainda mais otimista e prevê negócios de R$ 20 bilhões pela web.

Arruda: “até o momento, nada foi feito para proteger o consumidor”

pode causar prejuízos elevados ao consumidor. “Desconfie de ofertas espetaculares, promo-ções imperdíveis e valores muito abaixo do mercado,” alerta.

Na hora de pagar, se a opção for o cartão de crédito, o cuidado precisa ser redobrado. O Código de Defesa do Consumidor prevê que a empresa tem a obrigação de apresentar outras formas de pagamento e estabelece, também, que as compras realizadas fora do estabeleci-mento comercial podem ser canceladas em até sete dias.

SegurançaÉ preciso ficar atento ainda às medidas

adotadas pelos fornecedores para garantir a privacidade do consumidor, principalmente no caso de divulgação de RG e CPF. Isso pode ser facilmente verificado se a página em que está navegando apresentar um cadeado. Outra reco-mendação é usar uma senha segura, mesmo que para isso seja preciso anotá-la, e não a repassar a outras pessoas.

“Guarde todos os dados das compras: número do protocolo, confirmação do pedido,

todas as mensagens trocadas com o fornecedor e outras informações que comprovem a compra e suas condições. Isso facilitará o processo de recla-mação, caso ocorra algum imprevisto”, enfatiza. Já para quem costuma comprar artigos em sites internacionais, Godke lembra que, como a rede é mundial, as páginas hospedadas fora do Brasil seguem as normas de seus países de origem. “Se o consumidor tiver problemas ao comprar produtos em sites estrangeiros, terá de resolvê-los diretamente com o fornecedor, porque, nesse caso, ele é o próprio importador”, adianta.

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cidades

BARIgUIO novo

vem aí!Consórcio J Malucelli/Positivo vai construir o maior centro de eventos de Curitiba no Parque Barigui

O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, e os presidentes dos grupos J Malucelli, Joel Malucelli, e do Positivo, Oriovisto

Guimarães, assinaram no final de maio o con-trato de concessão para a construção de um novo Centro de Eventos do Parque Barigui, incluindo a revitalização do parque. O inves-timento supera R$ 27 milhões. “O contrato de concessão marca o surgimento de um novo

Barigui, pois, além do novo Centro de Even-tos, traz diversas melhorias ao parque”, disse Ducci, ao se referir, por exemplo, à terceira pista de corrida no parque e de uma galeria para passagem de pedestres sob a Avenida Cândido Hartmann.

“Curitiba passará a contar com um endere-ço para eventos não só de grande porte, mas de qualidade. Feiras e congressos nacionais e

internacionais poderão ser realizados no novo pavilhão, o que significa um ganho considerá-vel para Curitiba, mais um fator a contribuir com o desenvolvimento social e econômico da cidade”, acrescentou o prefeito.

O presidente do grupo Positivo, Oriovisto Guimarães, disse que a iniciativa de Ducci, ao licitar o espaço no Barigui, é mais uma prova de amor pela cidade. “O Barigui é um espaço

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Da Redação

que todos amamos e o prefeito Luciano Ducci e a sociedade curitibana podem estar certos de que faremos o melhor do que formos capazes para demonstrar nosso agradecimento a esta cidade”, garantiu, ao lembrar que tanto o grupo J Malucelli quanto o Positivo nasceram em Curitiba há 40 anos. “Construir o novo Barigui não é só mais um negócio, é um agra-decimento a Curitiba”, afirmou.

O novo Centro de Eventos será modulável, conforme o tipo de evento. Poderá ser usado como auditório para 5 mil pessoas sentadas, o maior espaço de convenções da cidade. O empreendimento vai substituir o antigo pavilhão de eventos construído em 1975 para abrigar feiras diversas. O consórcio prevê in-

vestimento de R$ 26,4 milhões na construção do espaço e nas demais contrapartidas, que incluem ainda sinalização do parque, melhoria de estacionamento e ciclovia, uma ponte e uma rotatória viária. O contrato de concessão é de 25 anos.

Alma curitibana - O grau de qualidade do novo Centro de Eventos do Barigui pode ser percebido já no projeto, assinado pelo arquiteto Manoel Coelho, referência nacional e internacional em arquitetura e que tem um profundo conhecimento do urbanismo e da alma curitibana. “Foi muito bom trabalhar nes-te projeto, ter a oportunidade de dar mais uma contribuição para a cidade. Foi gratificante. A começar pelo diferencial Barigui. Estamos

falando de uma área na qual é preciso trabalhar com o maior respeito, buscar a integração, a sintonia da edificação com o parque”, afirmou.

O espaço Barigui terá visão para o lago e permitirá a quem está no parque, também ver o lado de dentro. A água da chuva será reaproveitada e o espaço terá um sistema de ventilação natural. E o aproveitamento da iluminação natural também vai garantir menor consumo de energia.

O espaço para eventos terá 5 mil metros quadrados sem uma única pilastra o que garante aproveitamento total da área que, construída em módulos, permitirá contar com auditório para 5 mil pessoas. Outros 2,5 mil metros quadrados serão destinados às áreas complementares – sanitários, camarins, cozinhas, despensas, etc. O pavilhão terá área total de 7.500 metros quadrados.

Paredes externas terão pontos de vege-tação vertical e todo o entorno terá um novo paisagismo respeitando – e valorizando – as características do parque. A programação de eventos deverá levar em conta a própria

Oriovisto Guimarães, presidente do Grupo Positivo, Prefeito Luciano Ducci e empresário Joel Malucelli

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programação do parque, por onde passam em torno de 120 mil pessoas por fim de semana. “É um edifício moderno, com alto padrão de qualidade e sustentável”, explicou Coelho. A sustentabilidade começa já na obra, com o reaproveitamento de materiais que será feito pela prefeitura e com um sistema construtivo que prevê um tempo curto de obras.

A estrutura de madeira do pavilhão atual será doada à Fundação de Ação Social (FAS) do município e equipamentos serão reaprovei-tados, como é o caso do gerador de energia, que será instalado na Rodoviária.

Roteiro - O consórcio J Malucelli Positivo considerou o empreendimento como a pos-sibilidade de Curitiba passar a fazer parte do

roteiro dos grandes locais para eventos no País. “Curitiba cresceu muito nos últimos anos, tem sido referência nacional quando o assunto é qualidade de vida, estrutura e administração pública. Como a cidade promove grandes eventos, viu-se a necessidade de promover a melhoria da estrutura e de equipamentos para atender essa demanda”, afirmou Malucelli.

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Lorena Malucelli Pelanda

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política

mAtAndO A SEdE e morrendo

à mingua“Faixa de Gazza” e patinho feio da Região Metropolitana de Curitiba, Piraquara, responsável pelo abastecimento de 50% de água da capital, contabiliza um dos menores índices per capita do Estado, além de hospedar o sistema penitenciário e ser a maior vítima das invasões de terras

Reservatório natural de água e responsável por 50% do abastecimento de água potá-vel de Curitiba e Região Metropolitana, o

município de Piraquara continua sendo o “pa-tinho feio do entorno da capital” e a “Faixa de Gazza” na visão amargurada do prefeito Gabriel Jorge Samaha, o Gabão. “Somos enxergados pela ótica míope dos governos que, ao mesmo tempo em que travam nosso desenvolvimento às custas do nosso patrimônio maior, os manan-ciais de água, permitem que se abram as por-teiras do município num avanço desenfreado de invasão e assentamentos irregulares”, critica. E lamenta: “Como não bastassem as restrições ao nosso desenvolvimento, ainda hospedamos o complexo penitenciário, que inibe a atração de investimentos.”

Piraquara não quer dos governantes nada mais do que lhe é de direito, diz o prefeito, se referindo ao pagamento dos serviços ambien-tais prestados, como previsto pela PEC das águas, transformada em lei e não cumprida. “Ao contrário dos municípios lindeiros, benefi-ciados pelos royalties da Usina de Itaipu, nosso município não recebe a compensação financei-ra ambiental a que tem pleno direito”, diz. Os recursos, estimados hoje em R$ 1 milhão por mês não são pagos pela Sanepar, empresa do governo responsável pelo repasse, ao alegar inconstitucionalidade e que tais valores esta-riam fora da realidade. Gabão observa que, por conta das bacias hidrográficas e dos mananciais, Piraquara possui 93% do seu território como área de preservação e apenas 7% urbana. “Não

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Pedro Ribeiro

podemos fazer nada nestes 93% e sofremos a ocupação irregular”, lamenta.

Hoje com 100 mil habitantes, o município é um dos mais pobres do Estado com renda média per capita anual de R$ 750 por habitante, ficando abaixo, inclusive, dos municípios do Vale da Ribeira, considerados os mais excluídos do Estado. Conta também com a pior arrecada-ção – R$ 75 milhões de receitas líquidas por ano - proporcional do Paraná, sendo 40% provenien-tes do Fundo de Participação dos Municípios e 40% de ICMs ecológico. Ao mesmo tempo em que responsabiliza os governos pelo desprezo a Piraquara, Gabão diz ter plena confiança na reversão desse amargo quadro.

revolução ambientalNos últimos 20 anos, Piraquara vem

absorvendo um crescimento anual de 10% sem, no entanto, poder aumentar sua área de preservação para atender à demanda popula-

cional urbana. No ano passado, conta Gabão, houve uma invasão de mais de 400 famílias no manancial de Guarituba que hoje, conta com mais de 50 mil habitantes, o que significa que só essa região é maior que 93% dos municípios do Estado. Ao passo que o Governo federal, por exemplo, através da Caixa Econômica Federal, vem construindo quatro mil novas unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, que resulta no aumento de mais 12 mil novas famílias no local e sem infraestrutura básica, reclama o prefeito.

Mas o “patinho feio e a faixa de Gazza” não desiste, garante Gabão. “Estamos fazendo uma revolução ambiental, regularizando proprieda-des agrícolas, construímos quatro mil poços de água, fizemos uma intervenção completa nas instalações elétrica de Guarituba, pavi-mentamos ruas de bairros, ganhamos prêmio nacional na área de ação social e somos, hoje, o município que mais enfrenta a violência contra

a mulher na Região Metropolitana de Curitiba”, comemora o prefeito. Segundo ele, Piraquara reduziu o índice de mortalidade infantil, derrubou a taxa do Ideb e vem investindo no combate à violência. “Hoje teríamos que ter 60 policiais no município, mas não contamos com 20”, revela.

O prefeito de Piraquara, gostaria que o governador do Estado não olhasse o município apenas como protetor ambiental e responsável por abastecer de água potável Curitiba e Região Metropolitana, mas pela ótica do pólo de desenvolvimento, proporcionando equilíbrio fiscal para garantir a sustentabilidade financeira. Que olhasse com mais atenção para esse “pati-nho feio” que sofre com problemas na área da educação, devido ao crescimento populacional com as ocupações irregulares, problemas de violência e que, através da compensação dos serviços ambientais, desse sobrevida para futuras gestões.

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política

Encontro reúne especialistas dos cinco continentes para discutir planejamento urbano e global

Pensar em conjunto e dividir experiên-cias geram mais resultados. Com esse objetivo a Conferência Internacional

das Cidades Inovadoras (CICI), organizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), reuniu, entre os dias 17 e 20 de maio, em Curitiba, estudiosos, especialistas e mora-dores de cidades do mundo todo para trocar informações sobre a realidade de cada lugar.

O planejamento urbano da capital parana-ense foi colocado como destaque e também exemplo para outras cidades, em uma palestra do político e urbanista Jaime Lerner.

Segundo o integrante da comissão da prefeitura de Rabat, capital de Marrocos, Paul Ivanki, o transporte urbano e até mesmo o Jardim Botânico serão modelos para a cidade onde mora. “Temos muitos problemas com o transporte em Rabat. É uma grande cidade que precisa melhorar muito. As informações

Aprender parado encontro foram bem importantes. Esta-mos preparando um projeto semelhante ao Jardim Botânico. Queremos um jardim feito com países parceiros, como o Brasil”, afirmou

Mas Curitiba também tem muito que aprender e melhorar, principalmente quando se fala em receber um grande evento, como a Copa do Mundo. E esse foi o tema principal da conferência, já que o Brasil será o anfitrião do mundial em 2014. Projetos que não saíram do papel e muitas incertezas fazem com que cada dica seja valiosa.

Bons modelos a se seguir não faltam. Um deles é Durban, na África do Sul. Ela foi uma das cidades-sede do mundial, em 2010. O mu-nicípio utilizou cinco cidades interioranas e construiu centros de lazer para os participan-tes do evento. De acordo com o responsável pelas relações públicas do município africano, Eric Apelgren, além de pensar no turismo e

investimentos, o governo também deve con-siderar o bem estar da população que recebe a disputa. “Acredito que o governo vai investir e realizar projetos não só pensando na Copa do Mundo, mas em ações que beneficiam a comunidade local”, explicou. Para ele, é ne-cessário fazer uma integração, para que toda a população se sinta no clima do mundial.

O assunto, tão debatido nos últimos meses, foi avaliado pelo presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, que disse que os estádios são fundamentais, mas o transporte e a logística dos locais que recebem os jogos são imprescindíveis e merecem mais atenção. “Temos que resolver outras questões como a infraestrutura, a situação dos aeroportos e hotelaria, para que o turista possa usufruir a cidade com qualidade e voltar novamente”, afirmou.

O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, acredita que só estádios não fazem uma Copa do Mundo

Planejamento urbano foi tema da palestra de Jaime Lerner

CICI teve mais de três mil participantes

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Lorena Malucelli Pelanda

ACERtARglobalização e

DeSenvolvimentoUm dos conselheiros mais próximos do

presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o professor Parag Khanna, foi a figura mais esperada do evento. E nada melhor do que um norte-americano ligado ao governo para falar sobre globalização. Autor de vários livros que tratam do assunto, ele acredita que o mundo é dividido em cidades, que estão conectadas entre si. “É uma união voluntária. Tivemos duas crises financeiras em dois anos e durante esse período falaram que a globalização iria acabar, o que não ocorreu. As pessoas, as cidades, as empresas e as comunidades querem que ela permaneça e atinja cada vez mais níveis melhores”, argumentou.

Em relação ao Brasil, Khanna garante que o país é um dos mais desenvolvidos da América do Sul. “Por causa do desenvolvimento nos últimos anos e os recursos disponibilizados. O

Brasil está na ponta e é a América da América do Sul”, elogiou.

Exemplos de projetos de sucesso em cidades de todo o mundo foram compartilhados em palestras e debates, com muitos profissionais. Além deles, outras três mil pessoas dos cinco continentes participaram da conferência, reali-zada em maio.

PoPulação feliztranSforma ciDaDeSUma nova abordagem para ajudar a de-

senvolver cidades é estimular a felicidade dos habitantes. Nas últimas duas décadas, pesquisas científicas comprovam que população feliz melhora a região onde vive. De acordo com a psicóloga Heide Castro, que também participou da CICI, é necessário saber se as pessoas estão bem e não só avaliar o Produto Interno Bruto (PIB). Para avaliar o bem estar, foi criado o Índice

de Felicidade. “É o que o ser humano busca. Ele quer satisfação, um sentimento que mexa com os seus hormônios e se sinta bem. É possível aliar os dois e gerar bons resultados”, disse.

Mas o processo é longo. “Temos uma gera-ção que reclama muito e não toma iniciativa. Em muitos momentos, é mais fácil reclamar do que fazer. É preciso mudar essa cultura, com melhor educação, segurança e deixar as condições sociais igualitárias”, explicou a psicóloga.

O governo francês começou a estudar uma forma de colocar em prática e estimular a popula-ção a ser feliz. Algumas cidades do interior de São Paulo também pretendem implantar um plano para promover o bem estar social. “A população pode ajudar com a participação de projetos, fiscalizando o governo e cuidando com o con-sumo próprio. Isso começa do individual para o coletivo e não só depende do poder público”, orientou Heide.

O africano Eric Apelgren compartilhou experiências do país que foi sede da Copa do Mundo, em 2010

Parag Khanna é um dos conselheiros da presidência dos Estados Unidos

Para Heide Castro é necessário implantar um programa de estímulo ao bem estar da população

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cidades

Tamandaré lança

Com diferentes atividades de lazer e ser-viços de cidadania para a comunidade, o Programa Prefeitura nos Bairros foi

lançado no Parque São Jorge, na manhã do dia 14 de maio. Com a presença de autoridades locais e convidadas, o prefeito Vilson Goinski assinou a ordem de serviço da pavimentação de ruas da localidade – Bernardo Milek, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora da Luz, Ro-salina Prodóscimo e Santa Maria – e a execução da rede elétrica no Jardim Tefé.

O Programa Prefeitura nos Bairros pro-move a manutenção de ruas e da iluminação pública com a concentração de todos os equi-pamentos da Secretaria Municipal de Obras por um determinado tempo em um bairro, atingindo todas as regiões do município, de acordo com programação pré-estabelecida. Sobre a viabilização das obras no Parque São Jorge, Goinski agradeceu a parceria com o de-putado Takayama, autor da emenda que liberou R$ 295 mil do Governo Federal para a obra, com contrapartida de R$ 144 mil da Prefeitura.

“Estamos trabalhando com todas as nos-sas forças, mesmo com as dificuldades que temos com nossa receita, em parceria com a União”, afirmou Goinski, ao anunciar ainda a revitalização da Alberto Krause e a entrega, até o final do mandato, de todas as principais vias estruturais revitalizadas. E adiantou que as obras da Avenida Wadislau Bugalski estarão concluídas em 30 dias.

Durante a solenidade, o diretor de habi-tação e liderança da comunidade, Irmão Adir, demonstrou sua satisfação pela viabilização do investimento no bairro. “Nossa gratidão

a nossas autoridades, e o nosso pedido aos deputados para que olhem com carinho para o nosso município”, pediu.

ServiçoS à comuniDaDeNo dia do lançamento do Programa Pre-

feitura nos Bairros, foram prestados vários atendimentos à comunidade, como o cadastro habitacional, pesagem do Bolsa Família, coleta de Preventivo, verificação de pressão arterial, teste de glicemia, orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis, informações so-bre o programa de combate a dengue, saúde bucal, orientações sobre tuberculose, avaliação IMC, vacinação contra a gripe, e distribuição de mudas de árvores, e atividades recreativas,

como piscina de bolinha, cama elástica, show de mágico, ginástica, camarim de pintura, pipoca e algodão doce. Além disso, os cidadãos puderam solicitar o RG, CPF e Carteira de Trabalho.

Dona Carmelina de Andrade dos Santos, de 72 anos de idade e moradora da região, aproveitou o evento para fazer alguns exames e o cadastro habitacional, ficou satisfeita, ao considerar que o acesso a esses serviços no seu bairro facilita muito. “É muito bom que esses serviços venham até nós. Precisamos aproveitar tudo que a Prefeitura está nos oferecendo”, afirmou.

Estavam presentes ainda no evento o deputado federal João Arruda, Pastor Samuel, a presidente do Conseg da Cachoeira, Venascer

Atividades de lazer e serviços de cidadania foram oferecidas à população

O lançamento do Programa Prefeitura nos Bairros foi lançado, no dia 14 de maio, no Parque São Jorge

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Da Redação

PREfEItURA nOS BAIRROS

Paes de Lima, os vereadores Walter Purkote, Vieira, Angelo, João Marcelo, Tonhão, Nunes, secretários e funcionários municipais.

Os serviços a serem executados no bairro tiveram início ainda na manhã do dia 14, e o prazo para execução é de 90 dias. De acordo com o secretário de Obras, Dilaor Machado, nas próximas semanas o programa será levado a outros bairros de Tamandaré.

em DefeSa DoSmunicíPioS

A XIV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, realizada pela Confederação Na-cional dos Municípios (CNM), entre os dias 10 e 12 de maio, reuniu prefeitos de todo o Brasil

que levaram suas reivindicações ao Governo Federal. Entre eles, estava o prefeito de Almi-rante Tamandaré, Vilson Goinski, que afirmou que a participação de Tamandaré no evento

contribuiu com a mobilização dos municípios e que o diálogo foi muito importante na busca de soluções para problemas comuns que atingem as cidades brasileiras.

Após o corte de R$ 50 bilhões do Governo Federal no Orçamento deste ano, sendo que foi anunciado o corte de R$ 18 bilhões na liberação de emendas, Goinski e outros Prefei-tos questionam o impacto da medida para os municípios que enfrentam muitas dificuldades orçamentárias e de receita. “Esperamos que os deputados bem votados no nosso município nos ajudem a defender os interesses da nossa população”, afirmou.

O prefeito Goinski, com a esposa Patrícia Bandolin Goinski, participou da Marcha a Brasília

Durante o dia foram prestados vários serviços à população da região

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política

CLASSE CEm quatro anos, a presença de pessoas da classe C duplicou entre os participantes de consórcios de automóveis e motocicletas

A participação da Classe C no sistema de consórcios do Brasil mais que dobrou nos últimos anos, segundo pesquisa da

Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). A sondagem, feita entre 2006 e 2010 com 731 consumidores em São Paulo, Salvador e Porto Alegre, sendo 581 consorciados e 150 potenciais compradores, apontou aumento de 158% no ramo dos automóveis e de 153% nas motocicletas, considerando a comparação dos resultados fechados ano a ano.

Nesse período, o total de consorciados no Brasil cresceu em grande escala e pulou de 3,44 milhões para 4,06 milhões, fato bem relevante de acordo com a Abac. “O interesse demons-trado pelos novos perfis de consumidores, em vários setores, confirma a ampliação e a consolidação dos consórcios como forma de aquisição econômica, vantajosa e formadora de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial”, explicou, em nota, o presidente executivo da entidade, Paulo Roberto Rossi.

O levantamento mostrou ainda que as mulheres ampliaram a participação nas deci-sões de compras de cotas nesses quatro anos. Somente no segmento de eletroeletrônicos, o crescimento foi de 105%; no ramo de cami-nhões, a participação delas ficou quase 93%

A força da

maior, e no setor de imóveis, o aumento foi de 70,8%. Para Rossi, essa alta da participação das mulheres tem a ver com a maior presença delas no mercado de trabalho. Segundo ele, o número de mulheres chefes de família cresceu 71%, o daquelas que ocupam cargos de gerên-cia ficou 36% maior, e aquelas que estão em cargos de presidência ou diretoria e supervisão cresceram 23% e 38% em participação entre 2006 e 2010, respectivamente.

Além delas, cresceu também, o número de jovens que adquiriram cotas nesse perí-odo, segundo a pesquisa. No segmento de automóveis, a participação dos consorciados com idade entre 20 e 29 anos foi 150% maior. Realidade não muito diferente no ramo dos imóveis, que registrou crescimento de 50%, acrescentou a superintendente da Ademilar Consórcio de Imóveis, Tatiana Reichmann. “A ausência de juros, o parcelamento integral do imóvel e as baixas parcelas são fatores que mais têm atraído a Classe C para o mercado de consórcio imobiliário”, revelou.

Segundo ela, a Ademilar trabalha com di-versas faixas de créditos e prazos, o que torna a modalidade acessível a todos os bolsos. “É possível, por exemplo, o cliente conciliar o pagamento do aluguel com o da prestação do consórcio sem que sua renda mensal seja dras-

ticamente afetada. Tudo com planejamento”, esclareceu a superintendente, ao afirmar que oferece planos a partir de R$ 150 mensais, para crédito de R$ 50 mil.

Tatiana disse ainda que o perfil dos consumidores inclusos na chamada Classe C, considerada pela Ademilar como aquelas famílias cuja renda mensal fica entre R$ 1.000 e R$1.500, é bem diferente dos outros consor-ciados que adquirem cotas. Geralmente eles estão em busca da primeira moradia, diferente de empresários e investidores pertencentes às Classes A e B, por exemplo, que investem em imóveis para comercialização ou aluguel. Atualmente, a carteira de clientes da Ademilar atinge mais de 30 mil famílias entre o Paraná e Santa Catarina.

nível De SatiSfaçãoA sondagem da Abac mostrou, ainda,

que do total de entrevistados em 2010, 94% afirmaram estar satisfeitos com o sistema. Em 2006, esse percentual era de 86%, número que passou para 92%, em 2009. A modalidade também está com uma boa imagem junto aos consorciados, uma vez que 89% deles relaciona-ram o sistema a uma imagem positiva. Em 2006, essa avaliação foi feita por 77% dos consultados.

Considerando os entrevistados que são

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Lucian Haro

clientes potenciais do sistema, 83% também o avaliam bem, ligando-o à uma imagem positiva, frente aos 57% dos que fizeram o mesmo em 2006. “Nos dois casos, ficou evidenciada a boa imagem do mecanismo como alternativa para aquisição de bens e serviços,” ressaltou Rossi.

A boa imagem do sistema advém do fato de

ele ser considerado um investimento de longo prazo: 53% dos consultados apontaram essa como a principal razão para a satisfação com o sistema.“Se lembrarmos que no ano passado, com uma economia aquecida e emprego, o brasileiro elegeu o consórcio para aquisição de bens e serviços, aumentando 30,8% o volume

de negócios em 2010, totalizando R$ 63,2 bi-lhões, pode-se dizer que a pesquisa referencia o consórcio como a melhor alternativa para compra de bem ou serviço”, destacou Rossi, ao completar que “por isso, vale reafirmar o otimismo nas projeções de crescimento entre 7% e 8% para este ano”.

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infra estrutura

S.O.S

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Lucian Haro

Copa do Mundo Que a realização da Copa do Mundo representa bem mais preocupação do que só futebol e festerê para quem sedia os jogos, ninguém duvida. E não é em Curitiba que vai ser diferente: a julgar pelas dificuldades enfrentadas por outras cidades que também receberão o evento. Só que dessa vez, o “jeitinho brasileiro” não poderá entrar em campo, pois a Fifa é determinante nas exigências

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Com o antes remoto 2014 chegando cada vez mais perto e no curto prazo que as subsedes brasileiras têm para se

adequar às cobranças da Federação Internacio-nal de Futebol Associado (Fifa), o atraso nas obras deixa no ar a expectativa se tudo dará certo a tempo dos jogos. No entanto, essa incerteza passa longe de Curitiba, afirma o secretário estadual de Assuntos da Copa do Mundo da Fifa 2014, Mário Celso da Cunha. Para ele, diferente das outras cidades do País, a capital paranaense está adiantada nos projetos e “mesmo com o impasse para realização das obras na Arena da Baixada, local onde serão realizados os jogos aqui, está tudo dentro do prazo”. Impasse esse que, aliás, foi justificado pelo secretário quanto à resistência do Atlético Paranaense, dono do campo, em concordar a “rachar” o orçamento para ampliação das instalações. O valor inicial das obras era de R$ 135 milhões, mas deve passar dos R$ 200 milhões. O presidente do Atlético, Marcos Malucelli, já afirmou que não vai arcar com os valores sozinho. O Atlético se dispõe a bancar a terça parte que foi acordado, de R$ 45 milhões.

O fato fez com que o Governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba buscassem soluções alternativas para captação dos recursos, já que, segundo Mario Celso, não será investido dinheiro público no estádio. “Diria que não há dinheiro público envolvido nas obras da Arena. É um assunto particular que cabe à diretoria do Atlético”, diz. O secretário alega que o acordo financeiro para realização das obras foi fechado tripartite: com consenso do Governo, da Prefeitura e do clube, sendo usado, inclusive, um potencial construtivo - moeda que serve como garantia para liberação de financiamentos - no lugar de dinheiro. “A construtora vai pegar o financiamento junto ao Fundo de Desenvolvimento Econômico do Paraná, já autorizado pela Assembleia

Legislativa do Estado, e vai dar como garantia o potencial construtivo,” explica o secretário. Sobre o aumento nas despesas previstas, ele explica que a obra sairá mais cara por conta do aumento no preço dos materiais de cons-trução e também pelas alterações no caderno de encargos da Fifa, que agora inclui cadeiras retráteis, cobertura mais ampla e áreas com ar-condicionado. “Tudo isso tem custo e atra-palha”, sintetiza o secretário, alegando poder haver, ainda, outras alterações nos setores da economia que influenciem no processo. Por isso, na opinião dele, é interessante buscar alternativas para, primeiro, resolver o pro-blema financeiro.

Já sobre a possibilidade de habilitar outro campo da cidade para receber os jogos, o secretário foi categórico ao dizer que não há um plano “B”. “Existem outros estádios bons em Curitiba, mas nenhum habilitado para isso. Essa história de reconstruir o Pinheirão, utilizar o Couto Pereira ou a Vila Capanema, não procede. Além do mais, todos os prazos foram vencidos: mandar a documentação

para a Fifa, Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pedir articulação dos gramados, toda essa pesquisa já foi feita”, esclarece.

Ainda no mérito da preparação de Curitiba para receber as seleções, Mario Celso garante que está tudo caminhando bem. E revelou ter adotado um programa de flexibilização dos contratos, especialmente para agilizar a realiza-ção das construções pela cidade. Segundo ele, ao invés de abrir uma licitação, como é previsto em lei, será feita uma carta-convite. “É o que a diretoria do Atlético está encaminhando. É um meio muito utilizado na execução de obras de engenharia e adianta as coisas,” diz. Estão

infra estrutura

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previstas além das obras na Arena, a ampliação do eixo viário entre os estádios do Atlético, Paraná e do Coritiba, que funcionarão como centros de treinamento para as seleções, am-pliação do terminal de passageiros e do pátio de carros e táxis no aeroporto Afonso Pena, requalificação do corredor entre a Marechal Floriano Peixoto e a Avenida das Torres e outras melhorias no entorno da cidade, que ficaram a cargo da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec).

eliminatóriaSO que muita gente se esquece, porém,

é que antes dos jogos de 2014, tem a Copa das Confederações, que funciona como fase classificatória para a etapa oficial do campeo-nato, e que será realizada na cidade, em 2013. Portanto, as obras em Curitiba precisam ficar prontas no ano que vem, fato que também foi assegurado pelo secretário da Copa. Ele diz que o projeto prevê finalização dos trabalhos em 18 meses. “Então, começando em julho deste ano, já teremos finalizado os reparos

até dezembro de 2012,” garante. Quanto ao sistema de transporte dispo-

nível na cidade, Mário Celso é generoso e afirma que a capital é um exemplo em loco-moção urbana. “Nós recebemos cerca de 100 delegações que vieram para testar o nosso transporte e todos querem repetir isso. Hoje, várias cidades do mundo seguem o modelo de Curitiba”, garante. A especulação de muitos sobre a instalação do metrô, entretanto, foi descartada por ele, ao revelar que o metrô não faz parte dos encargos cobrados pela Fifa e que, por isso, não está no planejamento para a Copa.

Na demanda de segurança haverá um grande patrulhamento com participação de policiais locais e internacionais. Será instalada, também, dentro da Arena, uma delegacia para garantir a segurança dos turistas e populares que forem assistir às partidas. Policiais estão sendo capacitados para atuar durante o perí-odo de jogos, além de taxistas, ambulantes, garçons e demais profissionais que estarão em contato direto com os turistas.

no interior A Fifa aprovou sete municípios paranaen-

ses para abrigarem Centros de Treinamento (CTs) e comitivas estrangeiras. As exigências, conforme revela o secretário, também não foram poucas. “Eles queriam uma cidade com aeroporto para aviões de mais de 120 passageiros, estádio oficial com campo de treinamento reserva, hotel com mais de três estrelas e acomodação para 55 leitos”, conta. Isso fez com que muitas cidades ficassem de fora. Foz do Iguaçu, Cascavel, Paranavaí, Maringá, Londrina, Paranaguá e Ponta Grossa concorrem agora com outros 90 pontos de acomodação no País, para que os times escolham 32 lugares onde ficarão instalados.

falta De féMais do que enfrentar os impasses na

execução dos projetos para receber o mundial, o secretário afirma ter de lidar, ainda, com a falta de confiança da população, bem como de outros parlamentares. Uma das declarações contrárias à realização da Copa do Mundo mais polêmicas foi a do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que se posicionou avesso ao even-to desde o começo. Quanto a isso, o secretário lembra que Dias foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada contra a CBF e que, por isso, deve-se encarar a relutância como um problema pessoal entre o senador e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. “Evidente que o senador não trabalha contra a Copa ou contra o Estado do Paraná, mas ele tem antipatia pelo Ricardo, o que talvez tenha gerado a manifestação,” avalia. O secretário garante nem cogitar a possibilidade de desistir da Copa a essa altura, ainda mais depois da declaração da presidente Dilma Rousseff, determinando que o evento seja prioridade no País.

Lucian Haro

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arena da baixadaR$ 90 milhões - ampliação e entorno do Estádio;R$ 50 milhões – Eixo Viário: Estádio Joaquim Américo - Estádio Major Antonio Couto Pereira e Estádio Durival Britto e Silva;R$ 130,70 milhões – Corredor Metropolitano (radiais): Colombo, Pinhais, Fazenda Rio Grande.

aeroporto afonso PenaR$ 72 milhões – Ampliação do Terminal de Passageiros e do Sistema Viário e Ampliação do Sistema de Pátio e Pista de Táxi mobilidade urbana em curitibaUm dos principais legados da Copa do Mundo de 2014 serão as melhorias nos sistemas de mobilidade urbana para as cidades-sede do evento. As obras em conjunto COMEC/ SEDU/Governo do Estado e Prefeitura:

corredor aeroporto – rodoferroviáriaInvestimento previsto: R$ 106 milhões, sendo R$ 42,30 milhões pelo Governo do Estado, e R$ 63,70 milhões pelo Município de Curitiba.

requalificação corredor marechal floriano PeixotoInvestimentos previstos: R$ 30,00 milhões - R$10 milhões do Go-verno do Estado e R$ 20,00 milhões, pelo Município de Curitiba. Sistema integrado de monitoramento – SimInvestimento previsto: R$ 69,10 milhões - R$10 milhões do Governo do Estado e R$ 59,10 milhões do Município de Curitiba.

corredor metropolitanoInvestimentos previstos: R$ 130,70 milhões

vias de integração radial metropolitanasInvestimentos previstos: R$36,50 milhões

Projetos prioritários no Paraná Investimentos previstos chegam a R$ 703,4 milhões

Com a palavranormando antonio baúNa avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon), Normando Antonio Baú, a Copa do Mundo representa, além do início de uma nova fase de desenvolvimento no Brasil, uma oportunidade ímpar de geração de negócios para o setor da construção no Estado. Afirma, entretanto, que para não repetir o mal exemplo dos Jogos Pan-americanos realizados no Rio de Janeiro, onde a corrupção e o superfaturamento das obras impediu que os cariocas passassem a cidade a limpo, é importante que esse processo aconteça com transparência. “É imprescindível um planejamento detalhado e compartilhado, entre todos os níveis de governo e sociedade”, frisa.

governador beto richaO governador Beto Richa é só sorrisos. Ele afirma confiantemente que a capital do Estado tem a infraestrutura e todas as condições necessárias para sediar a Copa das Confederações em 2013 e o Mundial de 2014. “Temos todas as condições de receber esses importantes eventos. Curitiba é uma grande cidade com infraestrutura exemplar,” declara. “A meta é realizar aqui a melhor Copa do Mundo do Brasil, tradição para isso nós temos”.afirma.

Joel malucelli Joel Malucelli, dono de 62 empresas do Estado, incluindo um time de futebol, diz que há tempo hábil para realização das obras em Curitiba, mas considera estranha a maneira como o orçamento para as adequações da Arena da Baixada está sendo feito. “O orçamento que foi apresentando de mais de R$ 200 milhões merece até uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)”, sentencia. Malucelli enfatizou, ainda, que ninguém sabe explicar o motivo do aumento no valor das obras. Para ele, a justificativa que as exigências da Fifa mudaram não são suficientes. Por isso, diz não pôr “a mão no fogo pelo andamento das obras”.

romário O deputado federal e ex-jogador de futebol Romário é a favor da Copa, mas contra a Fifa. O “baixinho” criticou a Federação pelas constantes mudanças e exigências que faz no caderno de encargos, o que estaria atrasando ainda mais a preparação das cidades. Ele propõe nova conversa com a entidade máxima do futebol para que as exigências sejam revistas. “Tem mais uma obrigação que a Fifa pediu, é a quinta modificação. E não é só em Curitiba, mas em todo o Brasil. Tem que chegar a acordo com a Fifa, tem muita coisa que eles pedem e não temos condições de fazer,” diz.

As opiniões dos principais articuladores relacionados à Copa de 2014 sobre a preparação de Curitiba a tempo de receber o mundial são divergentes:

infra estrutura

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Norma Corrêa

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geral

CAChORRAdA

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Caiti Tainá

CAChORRAdADeparar com animais

abandonados já se tornou cena corriqueira na vida de muitas

pessoas. Mas o que fazer numa situação dessa?

nasruasAndando pelas ruas é comum encontrar

vários cachorros abandonados. Mas não são apenas estes que incomodam,

pois não é raro ver pessoas reclamando dos animais, porque latem durante a madrugada ou então atacam crianças ou outros animais. O problema tornou-se crônico, pois muitas pessoas não têm o menor remorso de jogar os animais em terrenos baldios ou em locais onde não há muita circulação.

Há também o problema da falta de res-ponsabilidade da guarda dos animais, sejam cães ou gatos. Muitas pessoas compram um bichinho, mas depois não sabem o que fazer quando o animal incomoda os vizinhos, quan-do não ignoram esse incômodo.

Um exemplo disso é o que ocorre nas proximidades do Parque Atuba, em Curitiba. Segundo moradores, todos os dias há pessoas jogando caixas com filhotes de cachorros ou até mesmo bichos doentes.

Ao ligar para o 156, serviço de informa-ções da Prefeitura de Curitiba, os atendentes

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geral

informam que os animais de rua não são mais recolhidos, apenas os que estão mortos ou então os que são ferozes. A carrocinha, como era chamado o serviço de remoção de animais, parou de funcionar em novembro de 2005 depois que o Ministério Público entrou com uma ação na Justiça, pois todos os animais cap-turados eram sacrificados na câmara de gás.

As ONGs não têm estrutura para recolher todos os animais abandonados. Marcelo Misga, presidente da Ong Amigo Animal, afirmou que as instituições fazem um trabalho de formiguinha, mas a solução do problema está longe de ser alcançada. “Todos os dias cerca de 50 pessoas nos procuram querendo doar filhotes ou animais que encontraram nas ruas, mas já temos mais de dois mil cães na nossa chácara, em Campo Magro, e fica difícil atender a todos. Fazemos um esforço extra quando se trata de bichos machucados ou atropelados, até porque sobrevivemos de doações da sociedade e os voluntários acabam colocando muito dinheiro do próprio bolso

Desde que chegou ao Brasil, há dez anos, a boliviana Huanda Terrazas Loza dedicou-se aos animais abandonados. Moradora do bairro Atuba, fazia caminhadas diárias no parque com seu marido quando percebeu a enorme quantidade de bichos largados. Foi aí que resolver ajudar da melhor maneira que podia. No começo, ela pegava os filhotes, levava para casa, vacinava e levava para feiras de adoção. Percebendo que aquilo não era suficiente passou a pegar todos os animais que apareciam e levava para castrar, vacinar e pagava tudo do seu próprio bolso. “Já perdi as

contas de quantos animais ajudei e de quanto gastei, pois pagava as cirurgias, as vacinas, os remédios do pós-operatório e algumas vezes até o hotel para que os bichinhos pudessem se recuperar”, lembrou.

Huanda contou que já viu muitas atroci-dades e que a falta de atitude da Prefeitura a fez desanimar. “Já peguei cachorro queimado, esfaqueado, envenenado, afogado e a pior de todas as vezes foi uma cachorrinha que foi estuprada. São tantas barbaridades e não ve-mos o poder público tomar uma atitude, fazer campanhas para ensinar as pessoas de que

animais são seres vivos e precisam de cui-dados e atenção”, desabafou. Dona de seis cães e dois gatos, todos retirados das ruas, Huanda disse que parou temporariamente de fazer isso. “Chegou uma hora que estava deixando de comprar as coisas que a gente precisava em casa para guardar o dinheiro para castrar os animais ou para comprar comida e remédio para os bichos do bairro inteiro. Cansei de ver tanta maldade e de ter que fazer um trabalho solitário, pois as pessoas não querem se envolver, ajudam uma vez e depois esquecem”, lamentou-se.

Bom exemplo

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Caiti Tainá

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geral

Quem presencia algum crime contra animais deve ir a uma delegacia e lavrar um termo circunstanciado, que é um Boletim de Ocorrência, citando o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. Caso haja recusa em realizar o procedimento,

basta citar que o Código Penal prevê o crime de prevaricação, que é receber notícia de crime e recusar-se a cumprir o que está na lei. Para evitar essa situação, a pessoa deve uma cópia da lei, pois todos saberão que está se tratando de um assunto sério. Mais

informações podem ser obtidas na De-legacia de Meio Ambiente de Curitiba através do telefone (41) 3356 7047. O disque denúncia, telefone 181, também recebe denúncias sobre maus tratos de animais.

Crime previsto em lei

para ajudar os animais abandonados”, disse.A solução, na opinião dele, é a conscien-

tização da população de que animais não são objetos e não podem ser descartados na primeira dificuldade que encontram. “As pes-soas se empolgam quando resolvem comprar ou adotar um bichinho, mas eles são como filhos, ficam doentes, não podem ir a qualquer lugar. Época de férias é uma tristeza, porque as pessoas não sabem o que fazer com aquele bicho e os jogam nas ruas, bem longe de casa. Depois que voltam das férias, compram outro cachorro e ficam com ele até as próximas férias quando viajam novamente, é um ciclo que não acaba nunca”, lamentou Misga.

A principal meio para controlar a pro-criação dos animais que vivem nas ruas é a castração. Mas, segundo Misga, isso deveria ter mais apoio dos órgãos públicos. “As prefeituras deveriam fazer uma campanha para educar os cidadãos quanto à guarda responsável e também promover a castração, que é a melhor ferramenta de controle. Mas hoje não perce-

bemos muito empenho e o poder público joga toda a responsabilidade para as ONGs, que sobrevivem sozinhas e ainda têm de dar conta de um problema público, quando isso envolve toda a sociedade e não apenas quem gosta de cães”, disse.

A maioria das ONGs promove bingos, almoços e vende produtos para arrecadar fundos para sustentar os animais que estão em seus abrigos. Mas os espaços estão esgotados e sem capacidade para receber mais bichinhos. Por isso, é incentivada a adoção, pois há mi-lhares de cachorros e gatos que precisam de uma nova família.

DificulDaDeSRosangela de Lima, moradora do bairro

Santa Cândida, disse que está com problemas por causa de cachorros. Dois foram adotados pelos vizinhos, mas ficam na rua; e um outro, que algumas vezes fica trancado para o lado de fora de casa. “Eu amo cachorros, mas estes são violentos. Um dos que vive na rua invadiu

minha casa quando estava recolhendo o carro e atacou a minha cachorrinha que teve de ser levada para o hospital”, contou.

“Liguei para o 156 e me informaram que a Prefeitura não pode fazer nada, nenhuma ONG vem recolher estes animais e os vizinhos nem se importam. O problema é que eles atacam algumas pessoas apenas”, disse Rosangela.

O outro problema é com o vizinho ao lado de sua residência, que chega em casa e acaba fechando o seu mascote para fora do portão. “Um dia não pude sair de casa porque o cachorro pulava no meu portão e latia muito, não tinha como eu passar com as minhas duas netas. Fui tentar falar com o dono, mas ele nem me atendeu”, lamentou-se Rosangela, que foi até uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência, mas não conseguiu. “Na delegacia me disseram que só fariam o boletim caso houvesse vítima, o que é um absurdo. Depois que um bicho desses matar uma criança, daí não resolve nada. Onde estão as medidas preventivas?”, questionou.

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Caiti Tainá

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ROCk In

RIODepois de dez anos, o megafestival retorna à cidade em que tudo começou

cultura

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Lorena Malucelli Pelanda

é no RioIngresso na mão, passagens compradas e

muita ansiedade. Assim está o empresário André Menezes que pela primeira vez vai

para o Rock In Rio. Um dos principais festivais musicais brasileiros já tem as atrações definidas e quem não se programou não vai conseguir assistir às apresentações. Neste ano foram dispo-nibilizados 600 mil ingressos, que se esgotaram em apenas três dias.

Menezes é um dos sortudos a garantir o ingresso para dois dias do evento. A ansieda-de é tanta que ele foi comprar o bilhete e se esqueceu de pegar o da irmã, que também vai ao show. “Comprei o meu ingresso pelo computador e, por distração, esqueci o dela. Ela quase correu o risco de não ir mais. Minha irmã ficou muito brava e eu sem jeito com a

situação. Ainda bem que consegui comprar a tempo”, relembra.

O empresário está bastante animado, principalmente para ver o show do Metallica e Red Hot Chili Peppers. “Espero que seja muito bom, com artistas de grande qualidade. Só acho que algumas bandas não deveriam participar, pois não se enquadram no estilo proposto pelo

festival”, afirma.A ideia surgiu em 1985, com o empresário

brasileiro Roberto Medina. O festival foi criado em plena transição da ditadura para a demo-cracia. Com o lema “Por um Mundo Melhor”, o Rock in Rio sempre buscou o pioneirismo em seu modelo de negócios, visando a uma atuação sustentável e socialmente responsável. Essa ati-tude vai desde a compensação das emissões de carbono até a escolha de parceiros com atuação socioambiental.

Nos 26 anos de história, mais de cinco milhões de pessoas assistiram às cerca de 600 bandas participantes. No total são nove edições, sendo que três já realizadas no Brasil.

O Rock In Rio, de volta ao Rio de Janeiro depois de dez anos e após edições em Portugal

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cultura

e na Espanha, será realizado em seis dias, cada um destinado a um tipo de estilo. Entre as atrações estão Elton John, Katty Perry, Shakira, Jota Quest e Ivete Sangalo.

O bom histórico do festival conquista novos públicos e há quem acredite que, mesmo não conhecendo, o Rock In Rio é o melhor evento musical aqui no Brasil. Uma dessas pessoas é o

ator e empresário Kleber Ferreira, que vai assistir apenas à apresentação do grupo Evanescence. “Pelos comentários de quem já foi, imagino que seja um dos principais festivais do país. Vou pes-soalmente conferir para ter certeza e quem sabe ver que é bem melhor. É meu sonho”, afirma.

Neste ano, o evento terá novidades, uma delas é que o público também poderá curtir

Há três anos Curitiba é palco do Lupaluna, considerado o maior festival de música e de entretenimento do Paraná e um dos maiores do Sul do Brasil. Na programação já passaram gran-des nomes do pop-rock, MPB e cena eletrônica nacional e internacional.

O evento tem o objetivo de unir diversão e conscientização ambiental, já que uma grande estrutura com mais de um palco é montada em meio à natureza, lagos e mata preservada.

Mônica Carolina Costa trabalhou no departa-mento comercial e faz parte da história do Lupa-

luna. Ela, que atuou na organização da primeira edição do evento, afirma que em pouco tempo muita coisa mudou. “Há muita diferença. No iní-cio, o público era exclusivamente de jovens, mas hoje ele consegue abranger todas as faixas etárias, com atrações para todos os gostos. A tendência é melhorar cada vez mais”, explica.

Várias pessoas são fiéis ao festival e todo o ano marcam presença no Lupaluna. Uma delas é a nutricionista Ana Paula Jenzura, que foi nas três edições. “Eu gosto muito do festival, acho que traz atrações bastante diversificadas. De todas

as edições gostei muito do Jason Mraz, amei o Teatro Mágico, além de Paralamas do Sucesso e os curitibanos da Relespública”, diz.

Planeta atlântiDaTodo verão é realizado o Planeta Atlântida,

um dos maiores festivais de música da América Latina. No auge da estação do calor, em feverei-ro, a festa é feita em uma praia do Rio Grande Sul. Também há edições em Santa Catarina.

O evento teve início em 1996 e recebe por noite uma média de 70 mil pessoas.

Consciência ambiental e diversão

um parque de diversão, com brinquedos como Tirolesa, Roda-Gigante e Kaboon, dentro da Cidade do Rock.

O Rock In Rio será realizado nos dias 23, 24, 25 e 30 de setembro e 1º e 2 de outubro em Jacarepaguá, zona Oeste do Rio de Janeiro. A programação completa está no site www.rockinrio.com.br.

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Lorena Malucelli Pelanda

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Gabriela Gatti

casamento do anoNo sábado, 6 de maio, o casal Patrícia Isaacson e André Vieira Richa, filho do governador Beto Richa e Fernanda, celebraram união em um grandioso evento que marcou o calendário. Com direito a um belo espetáculo de fogos de artifícios no encerramento da cerimônia religiosa, realizada na Igreja Santa Teresinha, em Curitiba, e na chegada à recepção, no Castelo do Batel, os estudantes de direito trocaram as alianças perante importantes nomes da sociedade paranaense e do cenário político nacional. Entre os convidados estavam o ex-ministro da Saúde e candidato à Presidência da República, José Serra, o senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o deputado federal pernambucano e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e o prefeito de Curitiba Luciano Ducci. Os recém-casados passaram a lua-de-mel em Paris e em um cruzeiro na Costa Amalfitana, no sul da Itália.

noite iglooUma festa exclusiva agitou a casa noturna Liqüe, na quinta-feira (19), para marcar a chegada do novo conceito em empreendimentos imobiliários em Curitiba. A badalada noite apresentou aos curitibanos o iGLOO: proposta desenvolvida pela paulista BKO Construtora e Incorporadora de Imóveis, que vem à capital paranaense pelo empresário Alfredo Gulin Filho da AG7 Partners. O iGLOO reúne sustentabilidade e personalização em apartamentos com serviços de alta tecnologia. Vale a pena conferir mais no www.igloocuritiba.com.br.

Os pais da noiva, Roberto e Andréa Isaacson, os noivos Patrícia e André Vieira Richa, Fernanda e Beto Richa

Foto: Rogério Machado

Maria Cristina Seixas Gulin, Alfredo Gulin Filho e Alfredo Gulin Neto (da AG7 Partners), Mario Giangrande e Eduardo Batista (diretores de Incorporação e Novos Negócios da BKO) e a arquiteta Janaina Leibovitch.

Foto: Rodrigo Torrezan

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Pyramids agora em curitibaA renomada marca de calçados femininos

Pyramidis inaugurou sua primeira franquia na capital paranaense, no dia 29 de abril, no

Shopping Palladium. Segundo a franqueada da marca em Curitiba, Denize de Paulo Cardoso de Morais, os produtos da marca são conhecidos

internacionalmente atendendo os mais altos padrões de design e qualidade. Nesta coleção, destaque para as botas de canos curto, médio ou acima

dos joelhos, que aparecem com saltos, fivelas e amarrações. A cartela de cores são os elegantes

tons de inverno: preto, marrom, cinza e bordô.

fotos de nilo biazzetto netoem buenos aires O fotógrafo curitibano Nilo Biazzetto Neto foi convidado para expor entre os dias 24 de maio e 17 de junho, no Espacio de Arte La Paz, uma conceituada galeria de arte Argentina, localizada no charmoso bairro da Recoleta. A mostra, intitulada “El Mar” é resultado de mais de 500 imagens dos mares do Caribe e do Mediterrâneo na costa da Espanha, ambos de língua espanhola, capturadas entre 2010 e 2011. Além dos 17 anos dedicados à arte, Biazzetto Neto comanda com muito sucesso a escola de fotografia Portifólio – referência em cursos na capital paranaense.

Dois anos de be A Brazilian Experience (BE), empresa

curitibana que opera programas de intercambio para estrangeiros e consultoria de viagens para brasileiros, completou em maio, dois anos de sucesso. Com sede em

Curitiba e representantes em nove estados brasileiros, a BE organiza a captação de

famílias que queiram hospedar intercambistas e atividades que melhor se encaixam ao

visitante, como: high school, voluntariado, estágio, ensino de língua estrangeira (tutor) e programas de esporte. Para os empresários Rafaela Rolim Marinho e João Guilherme Gatti, a partir do segundo semestre de 2011 a empresa trará

tutores nativos do inglês e espanhol para qualificar os prestadores de serviços envolvidos na recepção do turista estrangeiro através de aulas de conversação

desses idiomas. Mais informações www.brazilianexperience.com.br.

Parabéns!Na agradável tarde de sábado

(21), a arquiteta Fernanda Santos comemorou, ao

lado de familiares e amigos, mais um ano de vida, em uma chácara em Pinhais,

município da RMC. A recepção contou com uma tradicional e deliciosa feijoada. Fer – como

prefere ser chamada pelos próximos - é namorada do

secretário de Esporte Lazer e Juventude de Curitiba,

Marcello Richa, filho mais velho do casal Beto e

Fernanda Richa.

bo.bôEm um fino coquetel para

convidados, foi inaugurada no mês de maio, no Shopping Crystal, a elegante marca de

roupas femininas Bo.Bô – nome que significa a junção

dos termos Bourgeois e Bohême. A grife pertence ao

grupo paulista Restoque, que já administra, a também marca

de confecção, Le Lis Blanc.

locomotivaDuben nolupaluna

Quem fez bonito na 3ª edição do Lupaluna, foi a banda

curitibana Locomotiva Duben, que tocou no primeiro dia de apresentações do festival, no palco Ecomusic. Formado em

2008, o “coletivo musical” tem no vocal e na percussão,

o jornalista Lucas Ajuz. O festival reuniu nos dias 13 e

14 de maio, no Bioparque, mais de 45 mil pessoas.

O diretor de franquias Pyramidis, Leonardo Ciriaco, a franqueada da loja Curitiba, Denize de Paulo Cardoso de Morais e Fabio Cardoso de Morais

Foto: Marcelo Stammer

Foto: Arquivo Nilo Biazzetto Neto

Foto: Arquivo BE

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agenda

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Pescadores de tainhaAté 3 de julho, a exposição “Pescadores de Tainha”, do fotógrafo Leonardo Régnier, pode ser vista no Museu Oscar Niemayer. A mostra é composta por 42 fotografias em preto e branco, feitas na Ilha do Mel, no Paraná, além de um filme produzido pelo cineasta Túlio Viaro. As imagens retratam os pescadores nativos da região durante a pesca de tainha na Praia do Farol. Informações: (41) 3350-4400. individuaçãoA Casa Andrade Muricy mantém aberta até 3 de julho a exposição “Individuação”, do artista André Favilla. A mostra conta com uma série de 14 desenhos feitos no computador, em que o artista se apropria de imagens feitas pelo fotógrafo alemão Karl Blossfeldt e explora o emprego de suas matrizes geométricas. Informações: (41) 3321-4798.

considerar a margemAté 3 de julho, a Casa Andrade Muricy mantém aberta a exposição “Considerar a Margem, do artista José Roberto da Silva”. A mostra reúne 20 desenhos feitos em papéis quadriculados e de caligrafia, expandidos para gravuras e serigrafias. Informações: (41) 3321-4798.

o um e os muitosPermanece aberta até 3 de julho, na Casa Andrade Muricy, a exposição “O Um e Os Muitos”, de Guita Soifer. A mostra reúne obras de diversas técnicas, como gravura, pintura e fotografia. Entre as peças, há livros de arte dispostos em longas mesas que mostram a influência da poesia visual no trabalho da artista. Informações: (41) 3321-4798.

individualAté 3 de julho, a Casa Andrade Muricy mantém aberta a exposição “Individual”, de Maikel da Maia. A mostra reúne duas séries de 20 gravuras, em que o artista contrapõe os universos de um garoto e de uma garota e tenta encontrar pontos comuns entre eles a partir de uma conversa hipotética. Informações: (41) 3321-4798.

maureen bisilliat: fotografiasO Museu Oscar Niemayer expõe até 31 de julho a mostra “Maureen Bisilliat: Fotografias”, composta por mais de 250 imagens editadas pela fotógrafa com a colaboração de curadores do Instituto Moreira Salles. Entre as fotografias exibidas estão imagens do ensaio “Pele Preta”, feito quando Maureen ainda era estudante. Outras imagens têm inspiração em obras literárias de autores como Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha. Informações: (41) 3350-4400.

EXPOSIÇÕES

luzescritaAté o dia 19 de junho, a exposição “Luzescrita” poderá ser vista no Paço da Liberdade. A mostra reúne 29 trabalhos criados a partir do resultado de experiências com luz e poesia, assinados por Arnaldo Antunes, Walter Silveira e Fernando Laszlo. São dois poetas e um fotógrafo que se unem para criar soluções originais e transformar poemas em imagens. Informações: (41) 3234-4200. HíbridoA exposição de artes visuais “Híbrido”, uma performance do artista italiano Göla e do artista curitibano Paulo Auma, ficará aberta até 19 de junho no Centro de Criatividade de Curitiba. Na mostra, cores gritantes, formas inimagináveis e seres fantásticos alertam para as rápidas transformações da atualidade e sobre os avanços tecnológicos obtidos em nome do progresso, do conforto, da vaidade e da riqueza. A exposição faz parte da programação comemorativa do aniversário de Curitiba e foi viabilizada por meio de edital do Fundo Municipal da Cultura. Informações: (41)9673-6970. bandeira de mello,eu existo assimA Galeria da CAIXA mantém aberta até 26 de junho a exposição “Bandeira de Mello, Eu Existo Assim”. A mostra reúne pinturas, desenhos, estudos e projetos, fazendo uma cronologia das obras do artista. Entre as peças selecionadas estão obras inéditas, retiradas do acervo pessoal de Mello, e restauradas especialmente para a mostra. Informações: (41) 2118-5114.

etnógrafo naifAté 23 de junho, a exposição “Etnógrafo Naif” pode ser vista na Serendipe Galeria de Arte. A mostra conta com desenhos de Pierre Lapalu, que assina a exposição como se fosse o personagem Joaquim Nunes de Souza. Os desenhos retratam

rostos de moradores de bairros curitibanos, entre pedestres no centro e passageiros nos terminais de ônibus. Informações: (41) 3024-2336.

o feminino na obra de João turinAté 30 de junho, a exposição “O Feminino na Obra de João Turin” pode ser vista na Casa João Turin. A mostra conta com 13 desenhos do artista, sendo nove feitos utilizando a técnica nanquim e quatro em aquarela, além de outras quatro esculturas de bronze e gesso. Informações: (41) 3223-1182.

Dores da colômbiaAté o dia 14 de agosto, a exposição “Dores da Colômbia”, do artista Fernando Botero, pode ser vista no Museu Oscar Niemayer. A mostra é composta por 67 obras, que se dividem em seis aquarelas, 36 desenhos e 25 pinturas, e retratam o sofrimento do povo colombiano em consequência da ação de grupos guerrilheiros, políticos e paramilitares. Informações: (41) 3350-4400. Da materialidade ao vazioAté 18 de novembro, o jardim externo Museu Oscar Niemayer recebe a exposição “Da Materialidade Ao Vazio”, do artista plástico Márcio Prado. A mostra faz parte do projeto Desinstalação, e conta com um cubo formado por outros 4.096 cubos maciços de cerâmica refratária. Cada um dos cubos foi recoberto com um esmalte cerâmico que, após seis semanas, será fragmentado em outras 64 partes, gerando módulos de 64 unidades. Os módulos serão deslocados gradualmente para alguns pontos de Curitiba. Informações: (41) 3350-4400.

curitiba(nós)Até 4 de dezembro, a Casa Romário Martins mantém a exposição “Curitiba(nós)”. A mostra, ao mesmo tempo em que traz dados atuais de Curitiba, revela a diversidade de sua gente, sua música, suas cores, sua culinária, sua arquitetura, entre outros aspectos da vida na capital paranaense. A exposição está dividida em cinco seções: O Espaço Multicultural, destinado a mostrar a diversidade cultural; O espaço Dados Atuais procura definir quem é o curitibano, quem forma a população curitibana de hoje e quais os atrativos econômicos e turísticos que fazem a cidade atual; O espaço Traga sua cidade, onde o público tem a oportunidade de interagir; A Cabine do lambe-lambe é o espaço montado no centro da Casa Romário Martins, dotado de um microcomputador e uma webcam. Nele, os visitantes poderão acessar o blog Curitiba(nós), www.curitiba-nos.blogspot.com, deixar recados e gravar uma mensagem em vídeo, respondendo a uma questão básica: o

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61Documento Reservado / Maio 2011

61Documento Reservado / Fevereiro 2011

espetáculo “Senta pra Rir”, que demonstra todos os gêneros humorísticos e não só o stand up comedy, além de apresentar humoristas renomados, como também dar chance aos iniciantes com talento. É o único show de humor que tem sempre o mesmo mestre de cerimônia, Diogo Portugal. Informações: (41) 2101-8292.

cinderelaAté 10 de julho, o espetáculo “Cinderela” fica em cartaz no Teatro Regina Vogue. A livre adaptação

de Rafael Camargo, ressalta alguns valores da sociedade contemporânea que estão em crise como: Família, solidariedade, compaixão e preconceito.Numa divertida e dinâmica montagem, o diretor e pesquisador de teatro para crianças Maurício Vogue reafirma sua busca por um teatro vivo e modificador, sem pretensão, mas com muitas intenções e respeito pela criança, brinda mais uma vez o público infantil com entretenimento e conteúdo. Informações: (41) 2101-8292.

Santo improvisoAté 30 de julho, o Teatro Regina Vogue recebe o espetáculo “Santo Improviso”, um jogo de improvisações com os humoristas Vitor Hugo, Marco Zenni e Lucas Cahet. Quem comanda o momento é um mestre de cerimônias, uma espécie de mediador da brincadeira. Para dar o clima, um sonoplasta cuida dos efeitos sonoros. A partir daí, o mediador fala qual é o jogo da vez e a hilária disputa começa. Por exemplo, o jogo é “Pergunta”. Escolhe-se um tema, como zoológico. Aí, cada humorista faz uma pergunta e os outros vão emendando outras perguntas, tratando do assunto só com perguntas, sempre de bate pronto. O humorista que não consegue é desclassificado. Terminada a rodada, começa de novo, sempre com muita interação com a platéia. Na entrada do espetáculo todos recebem um informativo com a história da improvisação e os jogos que serão apresentados. Informações: (41) 2101-8292.

tPm – terapia Para mulheresAté 5 de agosto, o Teatro João Luiz Fiani recebe a peça “TPM – Terapia Para Mulheres”, que fala do universo feminino contemporâneo: as neuroses, as dúvidas, os hormônios, os relacionamentos em pleno século 21, onde tudo parece estar a um passo do próximo colapso. Informações: (41) 3224-4986

chapeuzinho vermelho em técnica PhantomA peça “Chapeuzinho Vermelho em Técnica Phantom” fica em cartaz até dia 6 de agosto no Teatro João Luiz Fiani. A clássica história

que é ser curitibano?. A seção Roteiros permite ver a cidade por outros ângulos e perceber a transformação e os contrastes da paisagem. Informações: (41) 3321-3255 | www.curitiba-nos.blogspot.com

ESPETÁCULOS

tangos e tragédiasNos dias 17, 18 e 19 de junho, o Teatro Guaíra recebe o espetáculo musical “Tangos e Tragédias”, que reúne humor, teatro e muita interação com o público. O repertório é composto por músicas brasileiras e sucessos internacionais,

além de canções folclóricas do país imaginário Sbórnia. Informações: (41) 3304-7982.

entre tantas coisasO Wonka Bar recebe até 25 de junho o espetáculo “Entre Tantas Coisas”, onde um grupo de amigos convive entre chegadas e partidas. A cada encontro, eles partem buscando novas respostas, experiências e a aceitação de suas próprias vidas. A peça é exibida sempre aos sábados. Informações: (41) 3026-6272.

a regra é cômicaAté 30 de junho, o espetáculo de improvisação “A Regra É Cômica” fica em cartaz no Teatro Regina Vogue. Informações: (41) 2101-8292.

a guerra dos fanáticosAté 3 de julho, fica em cartaz no Teatro Lala Schneider o espetáculo épico de João Luiz Fiani, contando a história da Guerra do Contestado, ocorrida entre Paraná e Santa Catarina, no início do século passado. Em cena um grande elenco, mais de 30 atores, tendo a sua frente Rogério Bozza, Joel Vieira, Guilherme Osty, Jader Alves e Marcelo di Napoli, em um espetáculo inesquecível e emocionante. Informações: (41) 3232-4499.

tomou? Até 5 de julho, toda terça-feira, a Aoca recebe o show de humor “Tomou?”, com os artistas Maicon Santini e Bruna Louise. O show é formado por cenas de personagens criados pelos atores, além de stand-ups de ambos e convidados. Informações: (41) 3324-6592.

Senta Pra rirNo dia 8 de julho, o humorista Diogo Portugal volta a Curitiba com seu

infantil ganha nova versão com a técnica Phantom, que mescla mãos e rosto dos atores a corpo de bonecos. Informações: (41) 3224-4986.

SHOWS

the agonistNo dia 15, a banda canadense de metalcore The Agonist se apresenta no Music Hall. No dia 14, a banda realiza noite de autógrafos no Blood Rock Bar (para quem tiver ingresso antecipado do show). Informações: (41) 3315-0808.

Detonautas roque clubeNo dia 18, a banda Detonautas Roque Clube estará no John Bull Pub. O grupo faz o encerramento da etapa curitibana do festival de bandas independentes Yamaha Brazilian Beat. O músico Derico, conhecido pelo Programa do Jô, faz a apresentação do evento. Informações: (41) 3252-0706.

Jorge aragãoNo dia 18, o cantor Jorge Aragão realiza única apresentação no Grande Auditório do Teatro Positivo. Informações: (41) 3315-0808.

nando reisTambém no dia 18, o cantor Nando Reis, acompanhado da banda Os Infernais, apresenta no Curitiba Master Hall seu novo álbum “Bailão do Ruivão”. Informações: (41) 3315-0808.

reel big fish e goldfingerNo dia 22, as bandas californianas de ska punk Reel Big Fish e Goldfinger se apresentam no Moinho Eventos. Informações: (41) 3315-0808

SamprazerNo dia 25, a Momentai Music & Fun recebe o grupo Samprazer para lançamento do DVD e aniversário de três anos da Aditive Eventos. Informações: (41) 3315-0808.

all You need is love & orquestraNo dia 2 de julho, a banda All Yoy Need Is Love & Orquestra realiza show no Grande Auditório do Teatro Positivo. O grupo apresenta um repertório com músicas dos Beatles, incluindo alguns arranjos originais. O figurino e os instrumentos dos músicos são todos idênticos aos utilizados pelo The Beatles.Informações: (41) 3315-0808.

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Aos 74 anos de idade, joga 90 minutos de futebol aos domingos, em Morretes, e mais uma ou duas horas nas segundas e quintas-feiras, em Curitiba. É difícil um jogo onde esse “interminável” cidadão não deixa sua marca, ou seja, a bola na rede. Isso vem desde o Palestra Itália, onde foi ídolo.

Há 20 anos o Malutrom Master excursiona para a Europa, realizando jogos em vários países e o craque foi em todas. E jogou todas. Waldemar Malucelli nasceu em Morretes. Há quem diga que foi na Ilha do Gererês, em Paranaguá. Não importa, ele é morretense. Mora em Curitiba, mas todos os finais de semana desce a serra.

Sempre de bem com a vida, come duas maçãs por dia e filosofa: “Se levam maçã para doente no hospital, eu como maçã para não ficar doente.” E tem saúde de ferro. Quando não está cantando, está assoviando e assim leva a vida, com uma sacola de bocha e duas malas de futebol no bagageiro do carro. Em relação às malas de futebol, brinca: “Nunca se sabe se terei que jogar duas partidas no mesmo dia.”

É carismático, não tem inimigos e já foi bom de “bri-ga, porrada” na época de colégio, onde sempre defendia os primos Lenomir Trombini e Rosaldo Malucelli, que arrumavam confusão e chamavam o Walde.

Um dos diretores do Paraná Banco, comandado pelo primo Joel Malucelli, Waldemar, atualmente, faz plantão no conhecido “ferro velho”, um sofisticado escritório montado pelo dono da bola, na rua Carlos de Carvalho, no centro de Curitiba. Ali ouve as notícias do esporte em seu radinho de pilha e brinca com o computador.

Esse, portanto, é o perfil do nosso amigo Walde, pai, avô, que já driblou o Zerbini e o Constantino. Com uma válvula nas artérias há mais de 20 anos, faz planos para jogar futebol até os 90 anos. “Nem que for com um andador”, diz.

Pedro Ribeiro

Seu nome é Waldemar

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