Conhece-te a ti mesmo Nº3

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Conhece-te Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº3 | Distribuição Gratuita | Abr-Jul 2010 Vide Interior programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro A Chama Leonardo da Vinci Máximas de Sabedoria Heráclito de Éfeso Avatar Reflexões sobre o filme Como se despertam os poderes ocultos do Homem Isis sem véu Tocar e Lutar curso Filosofia e Psicologia Prática O que é? FELICIDADE

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A Chama Filosofia e Isis sem véu Psicologia Prática Tocar e Lutar Vide Interior programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro Leonardo da Vinci Reflexões sobre o filme curso O que é? Heráclito de Éfeso Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº3 | Distribuição Gratuita | Abr-Jul 2010

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Conhece-teBoletim Filosófico da Nova Acrópole Nº3 | Distribuição Gratuita | Abr-Jul 2010

Vide Interior programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro

A ChamaLeonardo da Vinci

Máximasde SabedoriaHeráclito de Éfeso

AvatarReflexões sobre o filme

Como se despertam os poderes ocultos do Homem

Isis sem véuTocar e Lutar

curso

Filosofia e

Psicologia PráticaO que é?

FELICIDADE

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

Editorial

Ficha TécnicaPropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Aug. Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa

DirectorJosé Carlos Fernández

GrafismoDaniel Oliveira

ColaboraçãoJORGE ANGEL LIVRAGA

Cleto SaldanhaDaniel Oliveira

Delia Steinberg Guzmán José Carlos Fernández

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RevisãoSónia Oliveira José Carlos Fernández | Dir. da Nova Acrópole em Portugal

TraduçãoCleto SaldanhaJosé Antunes

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Nova Acrópole nem da direcção da revista.

Comprometem exclusivamente a responsabilidade do seu autor.

É quase certo que todos temos ouvido falar da cantora-fenó-meno Susan Boyle. Há quase um ano saltou para a fama internacional ao cantar “I dreamed a dream”, como con-

corrente no programa de telçevisão britânico de caça talentos Britain´s Got Talent. O brilhante contraste entre a sua aparência e a sua voz produziu o “milagre”. O que este mundo cruel con-sidera mais odioso e temido: perda de juventude física, volume corporal e falta de versatilidade, para nos movermos como um peixe na agua nos diferentes cenários; Esta señora escocesa de sangue irlandés de 48 anos reunia tudo isto. Pelo que atraiu clara animadversão e cepticismo no júri e no público… Mais ainda quando disse que o seu “sonho” era cantar como Elaine Paige. Frente à chacota e incredulidade do público, como se foie um marco negro e frio, a voz de Susan Boyle rasgou o silêncio como uma estela de prata traçada por uma distante e sonhada estrela, como a que descreve Saint-Exupéry no “O Principezinho”: um hino de juventude, de beleza e vida… uma voz como poucas na história. O resultado? Esta actuação foi a mais vista na inter-net, com mais de 300 milhões de reproduções no Youtube, e o disco gravado por Susan Boyle, com o mesmo título da canção Idreamed a dream foi o mais vendido de 2009, quase 10 milhões de cópias até agora.Há muito que reflectir neste sucesso, que pode ser interessante voltar a ver na internet. Por exemplo, em que medida vivemos numa dimensão quase exclusivamente visual, e os nossos juízos surgem do que aparece ante os nossos olhos, ainda que isto seja, precisamente, só uma aparência. Somos quase unidimensionais, pelo que a nossa mente se esterita cada vez mais. No momento em que fechamos os olhos, por exemplo entramos numa outra dimensão tão maravilhosa como geralmente inexplorada, a dos sons, com diferentes padrões de beleza. É outro universo, que pouco ou quase nada tem a ver com o visual tocar as cordas da nossa alma mais íntimamente, de um modo mais atemporal que as cores e formas… e ainda está a dimensão das sensações tácteis, dos gostos ou do universo dos perfumes… e recordamos com Buda que o mais inagualável de todos os perfumes é o da vir-tude. A beleza de uma voz não depende de se a pessoa é nova ou velha, gorda ou magra, bonita ou feia e podemos sentir a nossa alma inundada desta beleza fazendo que o nosso loar ante esta pessoa seja novo, mais puro, mais nobre.E se temos falado de dimensões visuais, universos de sons ou de perfumes, meditemos sobre como debe ser o Reino da Inteligên-cia, o que percebe a nossa alma, mais além de toda a sensação, de toda a memoria, e que de um modo tão admirable descreveu o filósofo Plotino. Este sabio dizia-nos que todas as outras dimen-sões são mais ou menos engañosas, pois sempre são filhas do momento, mas no Reino da Inteligência não cabe a mentira, pois encontra-se conformado com a essência de tudo quanto vive.Porque é tão importante conhecer-mo-nos a n´s mesmos, como reza o título desta revista? Muito simples. É o único modo de penetrar cada vez mais neste Reino da Inteligência em que nada é diferente do que parece e no que tudo espera a mais íntima, pura e perfeita das realizações.

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Na literatura de todos os tempos e na arte me-dieval, por exemplo na Notre Dame de Paris, representou-se a Natureza como um livro, aberto ou fechado de acordo com a nossa capacidade de interpretar a sua linguagem. Uma linguagem que para a razão é pura matemática, como diria Galileu Galilei e que para a sensibilidade é uma linguagem onde prima a cor.A geometria das formas (por exemplo a disposição de espaços na arquitectura) situa-nos frente à re-alidade; mas é a cor que tinge a nossa afectividade, modifica o nosso mundo emocional. Além disso, a primeira sensação, a que chega primeiro à nossa consciência é a da vista, e dentro desta, a cor antes da forma. Por isso no marketing actual, o primeiro sinalizador é a cor: a distribuição de zonas de um edifício, os tipos de combustível que usamos para o nosso veículo, os identificadores de cabos eléc-tricos, o símbolo-cor corporativo de um logotipo, etc., etc., a cor é que abre a porta da nossa sensibi-lidade e é por isso de importância vital em todos os âmbitos da nossa vida. Na Arte Antiga as dife-rentes cores indicavam a presença dos diferentes estados (tatvas, como eram chamados na Índia) ou vibrações emocionais na alma da natureza; ou antes formavam um código de encriptação de significados ocultos que agora os estudos de iconografia e simbologia religiosa estão a tentar decifrar (por exemplo nos Hieróglifos Egípcios); ou então um código silencioso conhecido por to-dos, independentemente da língua que falassem (como sucede na heráldica medieval). Tanto na arte azteca, no budismo mahayana como no taoísmo chinês, os deuses ou os estados da natu-reza são representados por cinco cores: branco, amarelo, vermelho, verde e azul (ou negro). Na Índia esta mesma natureza é representada como uma cabra tricolor (vermelho, branco e negro) e cada uma destas cores simboliza, de um modo vivo, as três tendências ou qualidades (gunas) que regem tudo quanto está manifestado no mundo:

Cor linguagem

da

como

Natureza

A

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o infinito; outras como o vermelho excitam, são como um fogo que queima; outras que inspiram confiança como o amarelo do sol; outras, como o verde, com a sua infinidade de matizes – não é, definitivamente, a cor da natureza? – detêm nela a nossa consciência, mas assinalam um limite: Goethe na sua Teoria das Cores diz que «o olho e o ânimo descansam nesta (cor) composta. Não se quer passar mais além e tão-pouco se pode». Por isso, diz que esta cor se usa – usava-se, no seu século, e também, embora não só, agora – nas decorações de uma sala de estar.Sabemos da vida de uma estrela pela cor que apresenta, dos elementos químicos que nela há pelas cores que foram absorvidas do espectro de luz, medimos a temperatura de uma chama ou de um metal candente pelas cores belíssimas que irradiam; durante a noite primam as cores violá-ceas e as sombras não são só cinzentas, mas ten-dem, como disse Goethe, para o azul; os dedos de rosa da aurora despertam-nos para a vida e para o dia como uma mãe amorosa; o sol sangra com os seus tons vermelhos no crescúpulo e mostra a sua exuberância, alegria e poder na luz amarela do meio-dia; à distância as montanhas tornam-se azuis como se a cor do ar fosse precisamente azul, uma cor em que tudo se torna serenamente distante; o branco das nuvens é uma promessa da água que escondem e que vai fertilizar a natureza; as próprias flores com a geometria cónica das suas pétalas e a vivacidade das suas cores não só atraem as abelhas que as vão polinizar, mas, se-gundo certos estudos, servem – geometria e cor – como ecrãs de radar que atraem com as suas vi-brações (a energia associada às formas e às cores) certos raios cósmicos que são procedentes do céu estrelado e que são necessários para a Alquimia da Vida.Sim, a linguagem da cor é a da Natureza e, tam-bém, a da alma humana.

vermelho é o excesso, a cor passional e criadora, a qualidade rajas ou activa que representa o deus Brahma; a qualidade tamas é figurada pela cor negra, que simboliza o deus Shiva e como tendên-cia significa a inércia, a destruição, a passividade, a quietude e a descomposição; o branco está asso-ciado a satva ou Vishnu, o amor e a sabedoria, o poder de conservação: esta tendência e cor, sím-bolo vivo do puro e luminoso simboliza a justa medida, a harmonia, a acção por dever, o ritmo e o equilíbrio.A própria filosofia indiana diz, como a azteca, que a vida é uma galeria de pinturas, de sucessão de factos que muitas vezes não podemos evitar, mas que nós colorimos com estados de alma (cores) embaciados, escuros ou vivos e luminosos. Diz, também, que o nosso passado é um labirinto de imagens imóveis, tingidas pela nossa emotividade e que desde o inconsciente, pressiona e modifica a nossa visão e interpretação do mundo. Em ou-tros textos identificam a vida, e a natureza inteira, como um tecido multicolorido onda cada fibra, como no mito das Parcas gregas ou as Nornas germânicas, de uma cor, é um dos fios do nosso destino.Isto é na arte, no folclore e na mitologia; mas não só. Existe uma componente cultural na lin-guagem e uso das cores, e cada povo codifica de um modo ou outro o significado destas cores: por exemplo, a cor do luto é o negro na Europa, no entanto, na China é o branco. Mas é evidente que cada cor e matiz provoca um estado emocional e que, inclusive, amplifica ou retarda uma função biológica, aumentando ou diminuindo, por exem-plo, as pulsações cardíacas. E isto tem um valor universal, é um código da própria natureza, não é convencional, forma parte da linguagem da vida, das suas leis imutáveis. Se apuramos a metáfora, e seguindo antigas tradições herméticas e platóni-cas, é uma linguagem em que as suas vogais são cores puras (princípios de vida, alentos divinos) e as consoantes são as formas, os arquétipos de construção que esta natureza usa. Quando filó-sofos como Ortega y Gasset ou Miguel de Una-muno dizem que cada paisagem é, no fundo, um estado da alma é pelo facto de nela estarem te-cidas as formas e as cores, e a vibração que estas imprimem na alma. Há cores que inspiram e des-cansam a alma, como o azul do céu, que sugere

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José Carlos Fernández

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Há mais de um mês que as chamas faiscavam no forno da vidraria onde

se faziam as garrafas e os copos. Um dia, as chamas viram uma vela que encima-va um belo e brilhante candelabro. Com grande ansiedade tentaram aproximar-se dela até que uma das chamas, escapulin-do-se do tição de que se alimentava, vi-rou costas ao forno e, passando por uma pequena fenda, lançou-se sobre a vela.

Mas, ao fazê-lo, a voraz chama consumiu rapidamente, até ao fim, a pobre vela. Não querendo morrer com ela a chama tentou regressar ao forno donde fugira.Mas não conseguiu libertar-se da cera mole em que estava envolvida e, em vão pediu ajuda ás outras chamas.

Chorando e gritando transformou-se num importuno fumo, deixando as suas irmãs no esplendor de uma vida dura-doura e bela.

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Leonardo da Vinci

F á b u l a s

Extraído do livro Fábulas de Leonardo da Vinci, editora Prefácio

Em que medida é que seguir as imagens de valor, prestígio ou os fantasmas do mundo me afasta daqueles que me são queridos?

Iluminamos o mundo com o fogo da no-ssa autenticidade ou somos engolidos pelas suas trevas e automatismos? Não significa perder a juventude interna sair do reino da alegria em que tudo é com-partilhado: sonhos, ideais, esperança; para entrar num inverno de orgulho e rigidez, onde cada um protege aquilo que acredita

seu pelo preço da sua alma?

Não é certo que os Ideais unem e que o in-teresse pessoal de cada um separa?

Quanto dura o sorriso de um desejo satis-feito, e quanto dura o de um Ideal ao qual se deu Vida e corpo? O primeiro desfaz-se como um fósforo que quase não chega a ser aceso, o segundo ilumina o nosso céu

como uma estrela permanente.

Pistas de Reflexão

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É um dos filósofos gregos chamados pré-socráticos. Nasceu em Éfeso (actual Turquia) no ano 535 a.C. e faleceu em 484 a.C. Apenas nos restam fragmentos das suas obras e muitos comentários de clássicos gregos, latinos e até Padres da Igreja que se inspiraram nos seus ensinamentos.É chamado “o obscuro” pela dificuldade que já os gregos tinham em compreender a sua doutrina por estar exposta de um modo tão sintético, semelhantes às profecias do deus Apolo, no Santuário de Delfos. Quiçá a máxima mais conhecida deste filósofo seja PANTA REI, “tudo flui” e, portanto, “não nos podemos banhar duas vezes nas águas do mesmo rio”. Para Heráclito, a vida e a própria harmonia surgem do conflito, do encontro entre os diferentes e opostos, do mesmo modo que é disparada a flecha graças à tensão que existe entre o arco e a corda. A raiz de tudo o que existe é essa tensa harmonia nascida do Logos, o espírito universal que este filósofo associa ao elemento Fogo, isto é, existe um Fogo espiritual e invisível que é a Justiça Universal que tudo cria, harmoniza e destrói quando chega essa hora.

Heráclitode Éfeso

máximas de sabedoria

Dura é a luta contra o desejo,

que compra o que quer à

custa da alma

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7Algumas máximas deste filósofo são:

A harmonia invisível é maior que a harmonia visível. Nem mesmo percorrendo o caminho chegarás a encontrar os limites da alma, tão profundo Logos tem. Tudo surge conforme à medida e conforme à medida se extingue. A guerra é mãe e rainha de todas as coisas, a uns transforma em deuses, a outros em homens, a uns em escravos, a outros em homens livres. Nada é permanente, apenas o caminho o é. Quem não sabe escutar, não sabe falar. Dura é a luta contra o desejo, que compra o que quer à custa da alma. A oposição produz a concórdia, do confronto surge a mais bela harmonia. Para mim, um único homem é dez mil, se for o melhor. Muito estudo não ensina a verdadeira compreensão. O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho. Não é bom para os seres humanos obter tudo o que desejam. Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e recebamos como um presente o que nos traga o dia de hoje, seja o que for. O pensamento é uma qualidade própria da alma que a si mesma se multiplica. Se a felicidade reside nos prazeres do corpo diremos que são felizes os bois quando encontram erva para comer.

Livro recomendado: “Razón Común”, de Agustín García Calvo, que estuda pormenorizadamente cada uma das máximas de Heráclito.

Cursos

Conferências

Tertúlias

Workshops

Teatro

Visitas culturais

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8 «Avatar» é um filme que tem impactado o público principalmente devido ao aspecto relacionado com os efeitos especiais que, certamente, irão revolucionar o cinema.Esta película conta-nos a história de Jake Sully, um ex-marine paraplégico, que é leva-do para um planeta denominado Pandora com o objectivo de poder ajudar o governo numa missão e, deste modo, como recom-pensa pelos seus serviços, recuperar a vitali-dade das suas pernas.O planeta, habitado por um povo indígena, é rico num minério precioso que é explo-rado pelos seres humanos. A missão de Jake é inflitrar-se entre a comunidade nativa de modo a conhecer melhor os seus segredos e poder ajudar os seus a conseguir acesso total aos territórios onde o minério se en-contra.Os indígenas, seres com pele azul e mais de dois metros de altura, vivem em comunhão total com a Natureza e adorando uma deu-sa-mãe denominada Eywa. O culto à deusa-mãe representava, na história da Humanidade, o culto à Natu-reza, como aquela que tudo proporcionava para os seus «filhos» poderem subsistir. Esta relação vinculava o ser humano com o meio ambiente em seu redor, respeitan-do-o, retirando dele o necessário, mas não o concebendo como propriedade sua. Para essas sociedades, como por exemplo as tri-bos índias da América do Norte, a Natureza era uma entidade viva que proporciona ali-mento, abrigo e mesmo a capacidade de re-generar em vários níveis as pessoas.Chamo a atenção para uma cena do filme em que Jake Sully está sozinho na floresta e é perseguido por animais. A princesa dos Na’vi salva-o, porém diz que a culpa pelo facto dela ter morto um dos animais é dele porque este, ao andar na selva desastrada-mente e fazendo muito ruído, perturbou a harmonia existente.O nome do filme, Avatar, faz alusão aos corpos híbridos Na’vi-humanos, criados por cientistas, e que funcionam através de uma ligação mental com um humano com-

AvatarAlgumas reflexões sobre

o filme de James Cameron

Cleto Saldanha | Investigador e Formador da Nova Acrópole

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viva. Todos os seres têm o seu papel (Dharma) nela e havia que saber respeitar isso. A sua ligação che-ga a tal ponto que, com a ajuda das suas tranças, eles conseguem não só comunicar com os seres viventes de Pandora, como também senti-los. Eles não se concebem como donos e senhores do planeta, mas sim como sendo parte dele, do mesmo modo que, por exemplo, as células fazem parte de um corpo.Assim sendo, o Dharma da Humanidade, relacio-nado com o planeta Terra, não deve ser possuir a Natureza e moldá-la ao seu gosto, mas interagir com ela, retirar o necessário, mas também cuidar para que ela possa estar harmonizada, limpa, in-tacta. O Homem é parte da Natureza, não um ser que vive fora dela. Ela e nós, humanos, pertence-mos à mesma família. Para terminar, e como meio de ajudar a reflectir sobre este último ponto, deixo um extracto da carta que o chefe índio Seattle escreveu ao presi-dente dos Estados Unidos em 1854.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia parece-nos estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores, carrega consigo as lembranças do homem vermelho. Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos húmidos nas campi-nas, o calor do corpo do potro e o homem - todos pertencem à mesma família.

9patível.A palavra Avatar deriva do sânscrito, uma lin-guagem bastante antiga falada na Índia há mais de 2000 anos, e significa «descida», referindo-se à descida de uma entidade divina do céu para a terra. Segundo a filosofia da Índia, uma divindade podia encarnar várias vezes, em diversos corpos, sendo esses denominados de Avatar.O melhor exemplo é o de Vishnu, o Deus Su-premo da tradição hindu que, segundo a mesma, teve muitos avatares entre os quais se encontram Rama e Krishna.A missão de um avatar era instaurar o Dharma entre a Humanidade. A palavra Dharma vem da raiz sânscrita dhr («conter» ou «transportar»), significando «o que contém em conjunto, o que suporta, sustenta».

Dharma está relacionado com a Lei Cósmica que sustenta o Universo, é a justiça ideal tornada viva. Também se reflecte como ordem moral e social, mas também como dever. Todos os seres humanos, individual e colectivamente, têm um dever a cumprir de acordo com a sua própria natureza. Que vínculo existe entre o Dharma e o filme?Na película vemos que aquilo que move os ho-mens é a ganância, a procura de riquezas que faz com que não olhem a meios para procurarem atingir o seu objectivo. Assim sendo, não têm problemas nenhuns em devastar florestas intei-ras e eliminar animais para acederem ao precioso (para os humanos) minério.Pelo seu lado, os Na’vi possuem uma visão dife-rente. Como já vimos, a sua relação com a Natu-reza é estreita, eles consideram-na uma entidade

Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas

são nossas irmãs, o cer-vo, o cavalo, a grande

águia são nossos irmãos

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Hoje vi um caminho…

Mentiria se dissesse que é a primeira vez que vejo um, nem sequer foi a primeira vez que vi este ca-minho de que falo hoje. Mas, na verdade, foi a pri-meira vez que o vi com estes olhos especiais que se podem traduzir em palavras e experiências.Vi o caminho como uma linha sinuosa que se ar-rasta pela terra adaptando-se fielmente a todo o relevo, subindo e descendo, virando para um lado e para o outro, mas sempre rente a essa terra que lhe serve de apoio. Vi-o paciente e seguro, ele mesmo a transitar por outro caminho imponderável que é o tempo… Contaram-me mil coisas deste caminho que serviu para suportar velhos iberos, valentes ro-manos, esforçados homens medievais e sonhadores renascentistas… e hoje, coberto com novo asfalto, liga-se a rápidas e modernas estradas, de homens também rápidos e modernos que dificilmente se detêm a contemplar um caminho…No entanto valeria a pena deter-se e ver e escutar com sentidos subtis o ensinamento do velho ca-minho. Na sua fervente horizontalidade sugeriu-me a pergunta como contraparte: e onde estão os

Hoje vi um caminho

caminhos verticais, os que subindo da terra ao céu marcam as rotas da alma? Porque se o homem fosse apenas transeunte da Terra bastar-lhe-ia deslizar como uma serpe sobre os caminhos terrestres. Mas o homem caminha de pé: um extremo do seu corpo apoia-se na terra e daí ergue-se vertical apontando para cima. Não terá, então, caminhos essa alma que, sendo vertical, conseguiu verticalizar o corpo?Certamente esses caminhos existem, mesmo que tão inadvertidos e desconhecidos para o mundo actual ,que nos permitem sintetizá-los num só con-ceito, numa só palavra: CAMINHO. O caminho que me sugeriu o da terra que vi já não é de terra; tem a força ancestral do espírito que revolve e por isso le-vanta-se em tortuosos desfiladeiros que atravessam numerosos portos e encruzilhadas de evolução.Não se vê mas sente-se; não se mede em quilóme-tros mas sim em tempo e aprendizagem.Deste caminho não existem mapas nem sinaliza-ções que nos ajudem a percorrê-lo com certa segu-rança, mas é porque não aprendemos a linguagem desses novos sinais e mapas que, no entanto, pode-ríamos reconhecer. Em velhos sarcófagos egípcios, no próprio fundo do seu corpo de madeira, vêm-se

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complexos traçados de linhas que indicam o cam-inho do céu para aquele que já deixou a terra. Mas essas rotas nada dizem hoje ao profano, se bem que fossem a salvação para os entendidos. Agora que tudo tende à comprovação científica e, em grande parte, à recuperação dos conhecimentos que os homens do passado já tiveram em muitos as-pectos, deveríamos retomar a ciência do caminho. Não é uma nova ciência pois foi-me sugerida por um antigo caminho traçado na terra, por homens tam-bém muitos antigos. E já então havia uma intenção de duplo caminho, abaixo e acima pois, apesar do tempo percorrido, o cami-nho que vi fez brotar em mim a mais antiga pergunta de todos os tempos: de onde venho, quem sou, para onde vou?Perguntei ao caminho… Sou um ser humano apa-nhado pela matéria que sulca o caminho horizon-tal. Sou uma alma imortal que vem desde o Infinito descendo por uma escala de tempo vertical para deter-se neste recanto da Vida a recolher experiên-cias. Vou para o Infinito, novamente, pelo esforçado Caminho vertical que tomou a forma de uma espi-ral, juntando o horizontal ao vertical, o humano ao divino, o que é ao que deve ser.

Hoje vi um caminhoDelia Steinberg GuzmánDir. Internacional da Nova Acrópole

No entanto valeria a pena deter-se e ver e escutar com sentidos subtis o ensinamento

do velho caminho

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Como se despertam os

poderes ocultos no Homem

O despertar dos poderes ocultos no Homem está implícito e explícito no ter-ceiro dos Princípios da Nova Acrópole.No entanto, devemos esclarecer o que é que entendemos por «poderes».Diz uma antiga fórmula hermética e kabalista: «OUSAR – QUE RER – PODER». O poder seria, então, a forma final e mais elevada de um processo de aperfeiçoamento individual e colectivo que conduziria ao Homem Supe-rior, ao Servidor, ao Homem Novo.Geralmente confundem-se estes poderes com a capacidade de produzir fenó-menos parapsicológicos ou ter vivências interiores «sobre-humanas». E não estão totalmente errados os que defendem tais coisas, mas lamentavelmente conhecem apenas do Livro da Sabedoria – ao qual H.P. Blavatsky chamou Doutrina Secreta – uma única e miserável página que, separada do contexto, não significa nada nem pode dar-nos nada, salvo esperanças que serão trun-cadas ao serem percorridos caminhos erróneos. O poder é uma propriedade do Ser. O Ser é o que pode.

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Os poderes do Ser reflectem-se no Microcosmos; o Deus que podemos inteligir, imaginar e compreender, é o chamado «Logos» por Platão. Este Logos tem três aspectos. Pois é trino no seu Poder, se bem que Uno na sua Essência.

I VONTADE-LEI

II AMOR-SABEDORIA | ENERGIA-VIDA

III INTELIGÊNCIA-FORMA

A isso corresponde a antiga fórmula de OUSAR-QUERER-PODER.

Por conseguinte, a primeira coisa é OUSAR, ou seja, desenvolver em nós uma Vontade à imagem e seme-lhança do Deus que rege o nosso Univers o ou Meio de existência. Esta desenvolve-se por uma contínua ati-tude de coragem perante a vida; uma vocação decidi-da pelo risco e pelas aventuras exteriores e interiores. É vencer o medo, as dificuldades. É pôr a nossa personali-dade no seu lugar de obediente servidor e impedir que interfira na nossa firme vontade de avançar e triunfar sobre tudo e sobre todos. É saber-se indestrutível e eternamente jovem e forte, e assim senti-lo, assim vivê-lo, sem interrupções por mínimas que estas sejam.A segunda é QUERER, mas querer de uma maneira tão intensa e superior que qualquer paixão humana, por sublimada que seja, não é mais do que uma sombra dis-forme desse Arquétipo. É o «Querer com o coração», como dizem os textos de Magia egípcios. Um querer pararracional, insaciado, incansável. É o Amor por to-dos os Seres e todas as coisas que, ao aproximar-nos deles e do mistério que neles habita, torna-nos Sábios. A sabedoria não exclui a cultura, mas ultrapassa-a, pois o Sábio já não necessita de ler nos livros o que out-ros escreveram, visto que lê directamente nos Anais Akáshicos1, que não estão tão escondidos como vul-garmente se pensa. Como é lógico, esta capacidade de, digamos, consulta, adquire-se paulatinamente e surpreende-nos; pois se nos dedicarmos a procurá-la, ao não conhecermos a verdadeira estrada, perder-nos-emos em mil atalhos.

A terceira é PODER; poder, acima de tudo, pôr em prática e sob absoluto controlo os dois primeiros el-ementos citados, pois o Terceiro Logos nasce da união harmónica do Primeiro e do Segundo. Mais clara-mente: sem Primeiro e sem Segundo, não há Terceiro. Um mais dois é igual a três.Haverá, então, que ter uma Vontade de Ferro, um Amor de Ouro e uma Sabedoria de Prata, uma Inteligência Mercurial e uma Forma de Bronze. Ser humanamente perfeito. Quando isso sucede, os poderes e Os Poderes estão «automaticamente» despertos ao Serviço da Grande Causa Espiritual que nos convoca.Esse é o Caminho para despertar os poderes ocultos no homem.Um Selo de Humildade Interior, de Silêncio e Segredo será o marco de toda esta Operação Alquímica e da descoberta da Pedra Filosofal. Tudo o resto é fantasia, loucura e transtorno, que desemboca sempre na des-graça.No mundo em que correm nas trevas da ignorância milhões de pessoas que julgam saber onde está Thule ou Agartha porque leram isso num livrito qualquer; ou que estão em contacto com Mestres Galácticos, embora nem sequer consigam dominar o apêndice dos seus sexos ou as suas abulias, levanta-se connos-co, uma vez mais, a Antiga Filosofia que inspira os que estão preparados a percorrer o Caminho Estreito da Sabedoria, dos pequenos Mistérios que são o Pórtico dos Maiores: dos Arcanos.Bem-aventurado sejas tu se estás realmente entre os que sobem até à Nova Acrópole.

Jorge Angel Livraga | Fundador da Org. Internacional Nova Acrópole

1 Palalavra Sânscrita com que se designa a Memória da Natureza

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Um Selo de Humildade Interior, de Silêncio e Segredo será o marco

de toda esta Operação Alquímica

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Quando se começa a entender a harmonia musical, começa-mos a conhecer-nos por dentro, a entender o que é a harmo-nia essencial, a harmonia humana. José António Abreu | Criador do “Sistema”

Chamado como o futuro da música, este é provavelmente um dos projectos sociais e musicais mais importantes do mundo. Acontece na Venezuela e baseia-se no princípio de que a música clássica pode salvar crianças da exclusão, da criminalidade, da desgraça moral e dar um sentido mais nobre às suas vidas. O seu mentor, o mestre José Abreu é um verdadeiro filósofo e entendeu há mais de trinta anos que a música clássica pode salvar a alma do ser humano, do vórtice da nossa sociedade em acelerada decadência. Criou um projecto ao que chamam de O Sistema (El Sistema, em Espanhol) no qual mais de 250.000 crianças e jovens por todo o país tocam um instrumento e fazem parte de uma orquestra e quando falam sobre a sua experiência, os seus depoimentos são verdadeiramente tocantes, pois afirmam que a sua vida mudou radicalmente para melhor. É como um desabrochar da Alma à maneira daquele que falava o filósofo Sócrates, um novo nascimento.

As palavras

os exemplosmovem...

arrastamDaniel Oliveira | Formador da Nova Acrópole

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Notícias do Mundo

“El Sistema”

É um regalo para os sentidos ver o ouvir uma orquestra saída deste sistema, pois funcionam como uma família, seguindo o mote sempre defendido pelo mestre Abreu de que uma orquestra é um lugar de excelência para trabalhar o princípio da concertação, que depois pode ser aplicado em qualquer situação da vida. Muito meritório é também o projecto es-pecial dentro do sistema para integração de crianças com diferentes deficiências, do qual nasce por exemplo o coro das mãos brancas.

Segundo o mestre Abreu, quando o ser humano canaliza verdadeiramente a música como princípio acontece uma revelação que é o que transforma, sublima e desenvolve por dentro o espírito do Homem. E também afirma que se desenvolveu no coração de todos quantos passaram pelo sistema o sentido da harmonia, da ordem e a paixão pelo belo. Igualmente deu ao mundo aquele que no meio musi-cal começa a ser denominado com o melhor maestro que apareceu em muitos anos: Gustavo Dudamel. Aqueles que fizeram parte do arranque deste projecto, agora com larga atenção internacional, como todos os pioneiros, romperam paradigmas e deram corpo a um sonho. Num lugar improvável com pessoas improváveis, nasceu um mi-lagre.

Recomendado para melhor compreender a dimensão do sis-tema, o premiado documentário Tocar e Lutar (no original Tocar y Luchar).

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

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Felicidade

Nilakantha Sri Ram (1889-1973)filósofo indiano

Fragmento extraído do livro“O interesse humano”

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

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A Felicidade é a condição ou estado que procuram todos os seres vivos. É i-nerente à vida, que é um processo de movimento constante, de expansão. Toda a evolução é um processo de organização para a liberação de vida, mais vida.

Por isso há alegria num mero viver da vida através de um instrumento perfeito, através de uma forma per-feita. Contemple os pássaros e os animais quando são livres. Apesar de se devorarem uns aos outros, ape-sar da dor ocasional, a sua vida é alegre, enquanto o homem não intervir. O homem é quem caça, é aquele que os enjaula, que os tortura e os despoja de mil for-mas.Mesmo o homem que morre como mártir ou que in-flige a si próprio penas corporais, fá-lo porque lhe dá prazer afirmar o seu domínio. Experimenta assim uma felicidade que prepondera à dor.Maior que as alegrias da natureza física são as alegrias das emoções e da mente, a alegria de criar, a alegria de uma experiência estética, ou a de amar. Cada uma des-sas é uma experiência em diferente nível.De acordo com a filosofia antiga da Índia, a natureza da vida, ou de ser, é bem-aventurança. A vida é ob-viamente uma força motriz. É também segundo po-demos ver, um fundo de energia latente, um armazém de potencialidade; é até onde podemos ver, ilimitada. Quando a energia flui de forma a dar saída a essa po-tencialidade, há felicidade. Quando há restrição, há sofrimento ou dor. Tal restrição deve-se ou ao molde em que a vida que flui é aprisionada ou por uma alte-ração que sofre quando trata de ser algo que não é.O que é que cria este molde, ou que causa esta con-torção? Nos seres humanos obviamente, é a mente.Qual é a relação entre a mente e a vida? A mente é ine-rente à vida. Desde o ponto de vista da filosofia que é a sabedoria inerente nas coisas – todas as coisas – onde houver vida há realização ou consciência, adormecida ou desperta, em germe ou desenvolvida.Onde há mente há dualidade: o eu e a outra pessoa, dentro e fora, uma coisa e outra. A mente não se sa-tisfaz com o deixar que a corrente de vida siga o seu curso, no seu plano natural, mas coloca metas e ob-jetivos de acordo com experiências que recorda e

busca ser algo que não é. Ou quer restrição dentro dos limites de certos hábitos, os quais lhes dá satisfação de ócio ou indolência (de Thamas), ou actua de acordo a certas idéias ou desejos, que também vem do pas-sado e se desfiguram violentamente no processo. Este é o homem ambicioso ou apaixonado, o homem de Rajas.Nos dois está a limitação da mente e vida do homem. Num caso pelo simples ímpeto de velhos hábitos de pensamento e acção e no outro pelas manobras da mente sobre as experiências passadas, produzindo no-vas ideias ou desejos.Desde que o resultado seja estagnação ou ambição, es-tupidez ou desejo febril, existe um retrocesso no pro-cesso natural da livre expressão do que há dentro de si mesmo, e daí resulta a infelicidade.As palavras “perseguição da felicidade” fazem parte de uma frase pronunciada frequentemente na América: “direito à vida, à liberdade e à perseguição da felicidade”. É interessante que os três estados que são inseparáveis – vida, liberdade e felicidade - que surgem de dentro e não apenas de uma reacção prazeirosa por excitação externa, se unam numa frase. Felicidade é inerente à vida, não necessita ser perseguida ou procurada, e na sua livre expressão, nos seres humanos é possível a-penas quando as acções da sua natureza, da sua mente não são influenciadas pelo seu passado. Não deixa de ter o seu significado que, de acordo com a filosofia da antiga Índia, o fim e meta de vida era concebida como Moksha ou liberdade absoluta. Não era apenas liberdade da necessidade de uma vida terrestre e dos seus labores, liberdade de karma, das complicações do nosso passado; mas também das limitações da nossa capacidade para viver; por outras palavras, a vida num estado de liberdade tal como podemos conceber que uma flor vive a sua experiência quando ela é ela mesma (considera os lírios do campo, não trabalham nem te-cem, mas neles há exuberância de viver).O problema não é um problema de felicidade, que é um privilégio nosso ao nascer. Todos crêem ter direito à felicidade. Apenas estranham quando há dor, não compreendem porque há-de existir essa dor. O pro-blema é um problema de sofrimento e de dor, como especificou há muito tempo Buda na sua sabedoria. O sofrimento e a dor são as negociações da vida pelas limitações impostas.Esta limitação, que é o próprio karma, é imposta a cada um por si mesmo, na sua ignorância. Somos prisionei-

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ros das nossas recordações, ansiando a repetição de prazeres passados, planeando como repeti-los, cons-truindo uma vala de segurança por medo de perdê-la e fechando-nos dentro dela.O homem feliz é aquele que não é escravo dos seus desejos, onde mente e coração estão livres de ansiedade pelo amanhã. Ser dominado por um desejo não é ser um homem livre. Quando está perturbado pelo desejo não experimenta a felicidade. Quando o desejo está satisfeito, a satis-fação é temporária; há uma reacção de cada sa-tisfação, e todo o proces-so se repete perpetuamente. A verdadeira felicidade é uma experiência que não dá lugar a reacção porque nasce da nossa própria expressão, da nossa própria manifestação. Não surge de fora, não depende de nada, não está em encher um vazio dentro de nós mesmos, não é alívio do tédio. Não é o mesmo que prazer, que surge da excitação do corpo físico ou de qualquer outro corpo.A verdadeira felicidade não é um estado em que o homem se separa do resto do mundo e se coloca indiferente a ele, como quando estamos sob o estímulo de bebidas fortes ou de drogas. O estado mais alto de felici-dade é aquele onde a consciência é universal, livre como o vento, e pode identificar-se com cada movimento – com o vôo de um pássaro, com o tremor de uma folha, com o trabalho de uma formiga, com sorrisos e lágrimas de outros seres humanos – tudo num instante. Um homem que está concentrado em satisfazer a sua luxúria não pode pensar mais que na sua satisfação e em si mesmo. O desejo imoderado de prazer, que é luxúria, pode destruir a humanidade individual ou o mundo em geral.Também especifiquei liberdade pelo anseio do amanhã. Isto não quer dizer que não se deva planear a vida e vivê-la de forma inteligente. Mas devemos ter esta elasticidade de espírito, chamemos valor, e a boa von-tade de aceitar qualquer estado que nos confronte, que é o único que nos permitirá viver sem angústia: um homem livre no verdadeiro sen-tido da palavra.Pelo menos, podemos alcançar certa medida de felicidade, tomando a vida filosoficamente. Muito da nossa desdita é devido à maneira que en-frentamos os incidentes da vida. Um bom batedor de Cricket pode fazer que a bola rebote no ângulo para o lado do campo apenas roçando a bola. Se alguém faz um comentário desagradável sobre nós, podemos não dar importância – o que faremos se não possuímos muito do que se chama em sânscrito Ahamkara ou euismo – ou podemos deixar que nos fira, que magoe os nossos sentimentos até que nos prenda de um modo que seja difícil nos soltarmos.Aquele que busca generosamente como proporcionar felicidade aos demais, cria-a para si mesmo. Há alegria em dar, que sempre aumenta, há prazer que decai, no receber. A felicidade do homem não é medida pelas suas posses. É possível dormir mais profundamente no solo que num colchão de plumas. Dizem que Deus distribui os seus favores muito desproporcionalmente; mas ele é muito imparcial na quantidade de feli-cidade que confere a cada um de seus filhos.

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Liberdade de desejo, se isto pode ser alcançado, é a chave do segredo da felicidade. Esse segredo está em si mesmo e não em nenhuma outra parte do universo; nem mesmo em deus, porque o que chamamos Deus não é a realidade, mas apenas uma projecção da nossa própria mente. Este segredo consiste em ser você mesmo – que não consiste em chegar a ser isto ou a-quilo, que é o que tem planeado e tem desejado a nossa ambi-ciosa mente. Há um chegar a ser na natureza que é questão de forma. Ser é da vida, em sua essên-cia e pureza. Mas quando queremos chegar a ser, alcançar, ganhar, experimentar, colocamos um objectivo fora de nós mesmos ao qual aspiramos alcançar. Então há luta, conflito, a renúncia à fe-licidade que é possível encontrar dentro de nós mesmos. O cessar do desejo, ao realizar a sua na-tureza, é a separação do não ser e a realização do verdadeiro ser. Nisto consiste a maior felicidade. Há uma passagem extraordinária num dos U-panishads que compara a felicidade dos mortais de vários Devas1 e de outros. A felicidade maior, segundo essa passagem, é a felicidade do homem que realizou a sua natureza de Brahman, a ver-dade em todas as coisas e dentro de si mesmo e que já não é agitado pelo desejo.Não desejar é amar tudo; porque é desejo o que separa aquele que goza do objecto a gozar e de outros aos que possa servir esse objecto. Quando existe amor sem possessão e sem a busca de grat-ificação dessa possessão, há bem-aventurança. Amar é dar de si mesmo e dar é a experiência da felicidade. A felicidade consiste na plenitude de vida. A vida é consciência e existe em todos os níveis, no mental, no emocional, e no físico. Pleni-tude implica, portanto, no cume da realização, a realização de todos os ideais, da verdade, da beleza e da bondade, a harmonização do pensa-mento e da acção. Então não vive desde um cen-tro interior nele que não há possibilidade de con-flito, onde há uma fonte perene de pensamento, de sentimentos e de acção, todos perfeitamente mesclados, todos respondendo instintivamente à necessidade de cada situação segundo se apre-senta de instante a instante.

1 Palavra Sânscrita para designar os Deuses

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A obra que agora submetemos ao julgamen-to público é fruto do íntimo convívio com os adeptos orientais e do estudo da sua ciência. Dedicamo-la àqueles que estão dispostos a aceitar a Verdade, onde quer que ela se en-contre, e a defendê-la, sem receio de afrontar os preconceitos populares. O seu objectivo é ajudar o estudante a descobrir os princípios vitais que inspiram os sistemas filosóficos da Antiguidade. Este livro foi escrito com toda a sinceridade. Ele pretende fazer justiça e falar igualmente a Verdade sem más intenções ou preconceitos. É, contudo, inexorável ao erro entronizado, e não mostra a mínima consideração pela autoridade usurpada. Reclama para um pa-ssado espoliado o crédito que, durante muito tempo, se negou às suas descobertas. Exige a restituição das vestiduras tomadas e a de-fesa de reputações caluniadas mas gloriosas. Neste espírito de crítica estão considerados os cultos e credos religiosos e as hipóteses científicas. Homens, partidos, seitas e escolas não são mais do que manifestações eféme-ras de um dia; somente a VERDADE, assente sobre a sua rocha de diamante, é eterna e soberana. Não acreditamos em Magia alguma que transcenda a capacidade da mente humana, nem no “milagre”, divino ou diabólico, se isso implica uma transgressão das eternas leis in-

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Há quase 150 anos foi escrita uma das obras filosófico-literárias que comove-ram e transformaram não só o seu século mas também metade do séc. XX. Uma obra colossal em ideias e conhecimen-tos, de uma beleza e vigor arrebatadores. Jamais tinham sido comparadas desta forma Ciência, Religião e Filosofia. Per-sonagens como Edison, Gandhi, William Crookes, etc, conheceram a sua autora, Helena Petrovna Blavatsky e inclusive fo-ram seus discípulos. Outros como Fern-ando Pessoa renderam-se ante a profun-didade abismal da sua sabedoria. Muitos dos seus ensinamentos, considerados na altura que os escreveu ideias absurdas e loucuras impossíveis foram reivindicadas hoje pela ciência: outras quiçá esperam neste séc. XXI. Extraímos algumas linhas do prólogo deste livro, que viu a luz no ano de 1875.

Isis sem VéuBoletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

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stituídas da Natureza. Não obstante, concordamos com o talentoso autor de Festus, quando afirmou que o coração humano ainda não se revelou com-pletamente a si mesmo e que não atingimos ou sequer compreendemos a amplitude dos seus pod-eres. Será exagerado acreditar que o homem possa estar desenvolvendo novas sensibilidades e uma relação mais estreita com a Natureza? A lógica da evolução pode ensinar-nos bastante, se a levar-mos às suas legítimas conclusões. Se, em alguma parte, na linha ascendente que vai do vegetal ou do molusco ao homem mais perfeito, uma alma evoluiu, dotada de qualidades intelectuais, não será insensato inferir e acreditar que também no homem se está desenvolvendo uma faculdade de percepção que lhe permite descobrir factos e ver-dades para além dos limites do nosso simples con-hecimento. Assim, não va-cilamos em concordar com a asserção de Biffé, de que “o essencial é sem-pre o mesmo. Quer trabalhemos internamente o mármore que oculta no seu bloco, a estátua, quer empilhemos externamente pedra sobre pedra até completar o templo, o nosso NOVO resultado será apenas uma velha ideia. A última de todas as eter-nidades encontrará na primeira a sua alma gémea designada”. Quando, anos atrás, percorríamos pela primeira vez o Oriente, explorando os recessos dos seus santuários desertos, duas sombrias e incessantes questões oprimiam os nossos pensamentos: Onde está, QUEM e o QUE é DEUS? Quem alguma vez já viu o ESPÍRITO IMORTAL do homem, de modo a poder assegurar para si a imortalidade humana?Foi quando pretendíamos, com mais empenho, resolver tão intrincados problemas que travámos contacto com certos homens, dotados de tão mis-teriosos poderes e de tão profundo conhecimento

que podemos, verdadeiramente, designá-los como os sábios do Oriente. Prestamos extrema atenção aos seus ensinamentos. Explicaram-nos que, com-binando a Ciência com a Religião, a existência de Deus e a imortalidade do espírito do homem po-dem ser demonstradas como um problema de Eu-clides. Pela primeira vez tivemos a certeza de que a Filosofia oriental não tem lugar senão para uma fé absoluta e inquebrantável na omnipotência do próprio Eu imortal do homem. Aprendemos que essa omnipotência procede do parentesco do es-pírito do homem com a Alma Universal Deus! Este, disseram eles, só pode ser demonstrado por aquele. O espírito do homem é prova do espírito de Deus, assim como uma gota de água é prova da fonte de que procede. A alguém que nunca tenha visto água, dizei que existe um oceano de água, e ele poderá aceitá-lo pela fé ou recusá-lo simplesmente. Mas deixai que uma gota de água caia nas suas mãos, e ele então terá o facto do qual tudo o mais pode ser inferido. Aos poucos ele poderá compreender que existe um oceano de água ilimitado e insondável. A fé cega não lhe será por muito tempo necessária; ele a terá substituído pelo CONHECIMENTO. Quando vemos o homem mortal exibindo extraordinárias habilidades, controlando as forças da Natureza e voltando os olhos para o mundo do espírito, a mente reflexiva fica dominada pela convicção de que, se o Eu espiritual do homem pode fazer tanto, as habilidades do ESPÍRITO-PAI devem ser relati-vamente tão vastas como o oceano que ultrapassa uma gota de água em volume e potência. Ex nihilo nihil fit; provai a existência da alma humana pelos seus maravilhosos poderes - e provareis a existên-cia de Deus!

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

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LisboaTel.: 213 523 [email protected]

PortoTel.: 226 009 [email protected]

CoimbraTel.: 239 108 [email protected]

www.nova-acropole.pt

PsicologiaPrática

e

das Antigas Civilizações

Filosofia

O melhor legado

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AveiroTel.: 933 931 [email protected]

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

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CURSO DE FORMAÇÃO

Filosofia e Psicologia PráticaO melhor legado das antigas civilizações

O ser humano caminha pela Vida e ao mesmo tempo questiona-se porque caminha.A viagem iniciou-se há muito tempo, mas sempre surge a pergunta: Para onde vamos? A Filosofia (philo: amor, procura + Sophia: sabedoria, conhecimento viven-cial) mostra-nos a possibilidade de encontrar resposta para esta e muitas outras questões.O ser humano necessita de caminhar com convicção, e para fazê-lo precisa de co-nhecer os motivos e os fundamentos.Se tu és um buscador e queres descobrir as respostas que estão por detrás de al-guns dos puzzles da Vida, este curso é para ti, pois a FILOSOFIA guarda um tesouro para aqueles que se atrevem a abrir os seus horizontes.

Descobre o mundo que te rodeia

- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico num mundo manipulado.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.

Descobre o nosso legado ancestral

- A filosofia como meio para aprender e entender a história.- Ideais que inspiraram os homens e transformaram a história.- A Mitologia: uma forma de entender os ensinamentos mais além do tempo.- O Homem e o seu destino.- Como ser protagonista da nossa própria existência.

Descobre-te a ti próprio

- As sete dimensões no Homem e no Universo.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a Beleza e a Filosofia.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.

16 sessões | diversos horários

Inscrições Abertas Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

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Actividades

Coimbra

2010

Abril

Dia 15 | Quinta-feira | 21hTertúlia poética

Al-Mu’tamidO rei poeta de Al-Andaluz

Por João Ferro

Entrada Livre

Dia 22 e 23 | Quinta e Sexta-feira | das 20h às 22h

Seminário

As doenças da almae o progresso espiritual

Por Françoise Terseur | Escritora e investigadora

Inscrições abertas (10 €)(a inscrição neste seminário dá isenção de inscrição

no curso de Filosofia e Psicologia Prática)

Dia 28 | Quarta-feira | 20h30Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaDo Oriente e Ocidente

Conhece-te melhor...Vence os teus medos... Abre os teus horizontes...

Entrada Livre à apresentação

Inscrições abertasHorário: Quartas-feiras das 20H30 às 22H30

Duração: 16 semanas(Inscrição: 15 € e 4 mensalidades de 30 € / 50% desconto

para estudantes, desempregados e reformados)

Dia 29 | Quinta-feira | 21h“Caixa de Música”

Liszt, o peregrinoÀ volta das suas “Années de Pèlerinage”Execução musical ao piano comentada

Pelo pianista Jorge Fontes

Entrada Livre

Dia 6 | Quinta-feira | 21h“Caixa de Música”

“Cantar Poesia”Concerto de guitarra e canto

Por Mário Morais (guitarra) e Sandra Peres (voz)

Entrada Livre

Dia 9 | Domingo | 16hNo Parque Verde do Mondego

Conta ContosPor Ana Margarida Costa

Assistência Livre

Dia 13 | Quinta-feira | 21hTertúlia

Causas ocultas da violênciaPor José Ramos | Director da Nova Acrópole em Coimbra

Entrada Livre

Dia 20 | Quinta-feira | 21h“Caixa de Música”

“Tristão e Isolda” de Wagner: O amor que supera a morte

Projecção de trechos e execução musical ao piano com comentários

Por José Carlos Fernández, Director Nacional da Nova

Acrópole e pelo pianista Jorge Fontes

Entrada Livre

Maio

programa

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

25Dia 30 | Domingo | 16hNo auditório do Instituto Português da Juventude

(IPJ) de Coimbra

Festival de Teatro

“Obras de Sempre”Entrada Livre

Mito da CavernaUma alegoria ainda moderna

Baseado na obra de Platão

Pelo Grupo de Teatro da Nova Acrópole do Porto

A Viagem d’O ProfetaBaseado na obra de Khalil Gibran

Pelo Grupo de Teatro da Nova Acrópole de Lisboa

O PrincipezinhoBaseado na obra de Saint Exupéry

Pelo Grupo de Teatro Mythos da Nova Acrópole de

Coimbra

Dia 12 e 13 | Sábado das 10h às 13h e das 15h às 18h | Domingo das 10h às 13h

Curso

Como equilibrar as emoções com os Florais de Bach

Por Carmen Morales | Escritora e formadora nas terapias de Florais de Bach

Inscrições abertas até 9 de Junho (90€)

Dia 13 | Domingo | 16hNo Parque Verde do Mondego

Conta ContosPor Ana Margarida Costa

Assistência Livre

Junho

Dia 17 | Quinta-feira | 21h“Caixa de Música”

Schumann e a dramaturgia do espírito romântico

Homenagem no bicentenário de SchumannExecução musical ao piano comentada

Pelo pianista Jorge Fontes

Entrada Livre

Dia 24 | Quinta-feira | 21hConferência

Júlio Verne, o homem que sonhou o futuroPor Françoise Terseur | Escritora e investigadora

Entrada Livre

Dia 8 | Quinta-feira | 21hConferência

Estratégia e poder da mentePor José Ramos | Director da Nova Acrópole em Coimbra

Entrada Livre

Dia 11 | Domingo | 16hNo Parque Verde do Mondego

Conta ContosPor Ana Margarida Costa

Assistência Livre

Dia 14 | Quarta-feira | 21h“Caixa de Música”

Exercícios de visualização sobre a obra “Os Planetas” de Gustav Holst

Audição digital e execuções musicais ao piano comentadas Por Françoise Terseur | formadora da Nova Acrópole

e pelo pianista Jorge Fontes

Entrada Livre

Actividades Regulares

Aulas de Pintura | Aulas de Piano Aulas de Guitarra | Chi Kung

Inscrições Abertas

Julho

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

Dia 02 | Domingo | 08h00

Visita Cultural a CoimbraInscrições abertas

Dia 04 | Terça-feira | 20h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva do Oriente e do Ocidente

Horário: Terças e Quintas das 20h00 às 22h00

16 aulas / 2 vezes por semana

Inscrições abertas

Dia 07 | Sexta-feira |21h30Conferência

Tibete e os Mestres da HumanidadePor José Antunes | Dir. Nova Acrópole Porto

Entrada livre

27 de Maio a 13 de Junho

Participação na

Feira do Livro do Porto Local: Avenida dos Aliados

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Actividades

Porto

2010

Abril

Dia 06 | Terça-feira | 20h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva do Oriente e do Ocidente

Horário: Terças e Quintas das 20h00 às 22h00

16 aulas / 2 vezes por semana

Inscrições abertas

Dia 10 | Sábado | Das 10h00 às 20h00

Sábado Aberto

Workshops diversos:10h00 - 11h15 A CASA ECOLÓGICA

11h30 - 13h00 O MUNDO AQUÁTICO EM CASA 14h30 - 15h45 O SABOR DAS ROSAS

16h00 - 17h15 NEUROGINÁSTICA: COMO DESENVOLVER A MEMÓRIA!

17h30 - 18h45 MASSAGEM AYURVÉDICA 19h00 - 20h15 GEOMETRIA SAGRADA

Dia 23 | Sexta-feira | 21h30

Dia Mundial do Livro“Prova de Livros”

Maio

programa

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

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NOVA ACRÓPOLE NO PORTO

Um espaço para formação, cultura, convivência.

Filosofia e psicologia práticavide programa na pág. 23

Arte e técnicas para falar em públicoPara bem expressar o que pensa e sente!

Este curso com vertente prática visa transmitir e proporcionar técnicas de oratória para uma melhor

comunicação em público.

Contactos para informações e inscriçõesAv. da Boavista 1057 | 4100-129 PORTO

Tel: 22 600 92 77 / 918 058 [email protected]

ESPAÇO ALTERNATIVO

MAHAMUDRAMassagem Ayurvedica, Massagem de Reequilíbrio

Músculo-Esquelético, Massagem Localizada.Contacto: 931 617 899

DEFESA PESSOAL – YOSEIKAN BUDOtodas as sextas-feiras das 19,00 às 20,30 horas

Contacto: 931 617 899

AULAS DE YOGASegundas e quartas-feiras das 18,30 às 19,30 horas

Terças e quintas-feiras das 11,00 às 12,00 horasTerças e quintas-feiras das 19,00 às 20,00 horas

Contactos: 917 323 149 / 919 880 969

Dia 15 | Terça-feira | 20h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva do Oriente e do Ocidente

Horário: Terças e Quintas das 20h00 às 22h00

16 aulas / 2 vezes por semana

Inscrições abertas

Dia 18 | Sexta-feira | 21h30Conferência

Porque temos medos?Por Maria Emília Ribeiro

Entrada livre

Dia 09 | Sexta-feira | 21h30Conferência

Gilgameshe a Busca da Imortalidade

Por Graça Lameira

Entrada livre

Junho

Julho

ConferênciasTertúlias literárias

Workshops

Cine-debateTeatro

Visitas culturais

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

Dia 3 | Segunda-feira | 18h30Início de curso

LÍNGUA HIEROGLÍFICAPor Isa Baptista | Egiptóloga

[Horário: segundas das 18h30 às 19h30]

Inscrições abertas

Dia 7 | Sexta-feira | 19h30Início de aulas de dança

O MISTÉRIO DA CRIAÇÃO DO UNIVERSO: CAOS, THEOS E

COSMOSCiclo «A Doutrina Secreta de H. P. Blavatsky –

“Simbologia Arcaica”»

Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e Director Nacional da Nova

Acrópole

Dia 9 | Domingo | 10h00Visita Guiada

JARDINS INICIÁTICOS DA QUINTA DA REGALEIRA

Por José Manuel AnesAutor da obra «Jardins Iniciáticos da Quinta da Re-

galeira»; doutor em antropologia da religião

Inscrições abertas

Dia 9 | Domingo | 15h00Visita Guiada

JARDIM ORIENTAL «BUDA ÉDEN»Por José Carlos Fernández

[Encontro às 15h junto ao portão do Buda Éden]

Inscrições abertas

Dia 10 | Segunda-feira | 19h30Conferência de Apresentação de Curso

FILOSOFIA E PSICOLOGIA PRÁTICAO melhor legado das antigas civilizações

[Curso em 16 sessões – segundas das 19h30 às 21h30]

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Actividades

Lisboa

2010

Abril

Dia 16 | Sexta-feira | 19h30Conferência

«AVATAR» DE JAMES CAMERON

E OS PODERES INTERNOS DA NATUREZAPor Cleto Saldanha | Formador da Nova Acrópole

Dia 22 | Quinta-feira | 18h30Início do Curso

FILOSOFIA ORIENTALTibete, Índia, China e Egipto

[Curso em 8 sessões – quartas das 18h30 às 20h30]

Inscrições abertas

Dia 26 | Segunda-feira | 19h30Conferência de Apresentação de Curso

FILOSOFIA E PSICOLOGIA PRÁTICAO melhor legado das antigas civilizações

[Curso em 16 sessões – segundas das 19h30 às 21h30]

Dia 1 | Sábado | 11hInício de aulas de dança

BHANGRADANÇA TRADICIONAL INDIANA

Por Adira GramProfessora de dança indiana e oriental

[Horário: Sábados, das 11h às 12h30]

Inscrições abertas

Maio

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

29Dia 14 | Sexta-feira | 19h30Conferência

A CORAGEM DE SER AUTÊNTICOESTRATÉGIAS PARA VIVER NO CONTEXTO

DA SOCIEDADE ACTUALCiclo «Filosofia Aplicada à Vida»

Por Paulo Alexandre LouçãoInvestigador, Escritor e Coordenador da Nova

Acrópole de Lisboa

Dia 15 | Sábado | 10h00Visita Guiada

O SIMBOLISMO DOS AZULEJOS DE LIMA DE FREITAS DA ESTAÇÃO DOS

C. F. DO ROSSIOPor Paulo Alexandre Loução

Actividade realizada no âmbito do Círculo de Estudos de

Matemática e Geometria Sagradas «Lima de Freitas»

Inscrições abertas

Dia 19 | Quarta-feira | 19h30Início de Curso

A FILOSOFIA PRÁTICA E OS NOVOS CAMINHOS DA FELICIDADE

Os ensinamentos dos grandes filósofos – Platão, Séneca, Aristóteles, Pitágoras, Buda, Confúcio, e outros - que respondem e apontam soluções às inquietações e problemas do nosso tempo e às eternas questões da alma humana. Não se trata de saber muito, mas sim de Viver a Sabedoria atempo-

ral que enriquece o Homem interior.

[Curso em 8 sessões – quartas das 19h30 às 21h30]

Inscrições abertas

Dia 21 | Sexta-feira | 19h30Conferência

AS DUAS CARAS DE D. JOÃO III E O DECLÍNIO DE PORTUGAL

Ciclo «Grandes Enigmas da História de Portugal» com o apoio da editora Ésquilo

Por António Vicente | Historiador

Dia 27 | Quinta-feira | 19h30Conferência de Apresentação de Curso

FILOSOFIA E PSICOLOGIA PRÁTICAO melhor legado das antigas civilizações

[Curso em 16 sessões – segundas das 19h30 às 21h30]

Dia 28 | Sexta-feira | 19h30Conferência

COMO SUPERAR AS PROVAS DA VIDA? – OS DOZE TRABALHOS DE

HÉRCULESCiclo «Filosofia Aplicada à Vida»

Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e Director Nacional da Nova

Acrópole

Dia 29 | Sábado | das 10h às 13h e das 15h às 18hSeminário

MATEMÁTICA E GEOMETRIA SAGRADAS – Módulo III

Aritmética, Geometria e Ciência dos Volumes egípcia.Os Triângulos Egípcios e a Grande Pirâmide.

As Cónicas, curvas da Natureza.Cosmogonia esotérica e evolução dos Números.Princípios de arquitectura sagrada. Exemplos em

várias culturas.Geografia sagrada e geometria.

Gonologia simbólica.Os Fractais e a Estética do Caos na Natureza.

Por José Carlos FernándezActividade realizada no âmbito do Círculo de Estudos de

Matemática e Geometria Sagradas «Lima de Freitas»

Inscrições abertas

CONTINUA

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº3

Dia 27 | Domingo | 7h00Caminhada filosófica

Percurso pedestre pela Serra da Arrábida ao som do Bhagavad-Guitá e de Sebastião da Gama

Por Paulo Alexandre Loução

Dia 1 | Quinta-feira | 19h30Início de Curso Intensivo de Verão

FILOSOFIA E PSICOLOGIA PRÁTICAO melhor legado das antigas civilizações[Curso em 16 sessões, Julho e Setembro – terças e

quintas das 19h30 às 21h30]

Inscrições abertas

Dia 7 | Quarta-feira | 21h30Início de Curso pela Internet

FILOSOFIA E PSICOLOGIA PRÁTICAO melhor legado das antigas civilizações

[Aulas semanais em videoconferência – quartas das 21h30 às 23h30 - Uma aula mensal, presencial, aos

sábados, das 15h às 19h]

Inscrições abertas

Dia 9 | Sexta-feira | 19h30Conferência-recital

CHOPIN E A ALMA DO ROMANTISMO

Actividade comemorativa do bicentenário do nascimento de Frédéric Chopin

Por Françoise TerseurEscritora, investigadora e pintora

e Jorge Fontes | Pianista

30

Junho

Contactos para informações e inscriçõesAv. Antº Augusto de Aguiar, 17 – 4º Esq. | 1050-012 Lisboa

Tel. 213 523 056 / 939 800 855 [email protected]

Julho

Dia 10 | Quinta-feira | 08h00 (junto ao Palácio de Sintra)

Caminhada do Dia de PortugalPercurso pedestre até ao Castelo dos Mouros ao som

de Luís de Camões e Fernando Pessoa

Coordenado por Paulo Alexandre Loução

Comemore o Dia de Portugal em Comunhão com a Natureza e a Poesia de Alma Lusitana

Dia 12 | Sábado | 16h00Audição comentada

A Valquíriade Richard Wagner

Por José Carlos Fernández

Dia 16 | Quarta-feira | 18h30Início do Curso

FILOSOFIA ORIENTALTibete, Índia, China e Egipto

[Curso em 8 sessões – quartas das 18h30 às 20h30]

Inscrições abertas

Dia 18 | Sexta-feira | 19h30Conferência

A LEI DO KARMA E O SENTIDO DA VIDACiclo «Filosofia Aplicada à Vida»

Por Cleto Saldanha

Inscrições abertas

Dia 25 | Sexta-feira | 19h30Conferência

A VIDA NO ALÉM SEGUNDO A SABEDORIA EGÍPCIA

Por Isa Baptista | Egiptóloga

Abr-Jul 2010 | Distribuição Gratuita

31

Actividadesprograma

Aveiro

2010

Contactos para informações e inscriçõesRua Tenente Resende, Nº 15 - 1ºB | 3800-268 Aveiro

Tel. 933 931 [email protected]

Dia 7 | Sexta-feira | 21hConferência

Como transformar a Roda da Vida em Roda da Fortuna?Por Françoise Terseur | Escritora e investigadora

Dia 21 | Sexta-feira | 16hInício do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaDo Oriente e Ocidente

Conhece-te melhor...Vence os teus medos... Abre os teus horizontes...

Entrada Livre à apresentação

Inscrições abertasHorário: Quartas-feiras das 16h às 18h

Duração: 16 semanas

(Inscrição: 15 € e 4 mensalidades de 30 € / 50% desconto

para estudantes, desempregados e reformados)

Dia 28 | Sexta-feira | às 20hInício do Curso

FILOSOFIA ORIENTALTibete, Índia, China e Egipto

Horário: Sextas-feiras das 20H às 22HDuração: 8 semanas

Inscrições abertasInscrições abertas para o Curso (50€ ou 2 fracções de

30€ / 50% desconto para estudantes, desempregados e

reformados)

Dia 18 | Sexta-feira | 21hTertúlia

Como podemos desenvolver o poder interno?

Por José Ramos | Director da Nova Acrópole em Aveiro

Entrada Livre

Dia 2 | Sexta-feira | 21hLugar a designar

Conferência / Concerto de Homenagem a Chopin no seu bicentenário

Chopin e a alma do RomantismoConferência por Françoise Terseur e execução

musical ao piano por Jorge Fontes

Entrada Livre

Maio

Junho

Julho

NOVA ACRÓPOLEUma ONG para promover o enriquecimento do Homem interior

e a fraternidade filosófica entre os humanos