Aula 6 Os Formatos Discursivos 2008.2

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    Os formatos discursivos: textocientfico, texto jornalstico, textoliterrio e outros textos em seuscontextos

    Marcos Palacios

    FACOM/UFBAUNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIORUBI PT

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    Variedades de discursos e critriosheterogneos de classificao

    a) Por Funes de Linguagem (Roman Jakobson): Referencial(informativa , denotativa), emotiva, conativa (convencimento), ftica

    (busca de reforo de compreenso), metalingustica, potica;

    Problemas: sobreposies, fronteiras pouco claras entre cada tipo

    b) Por Funes Sociais: de contato, ldica, religiosa, legal, etc

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    Gneros? Tipos? FormatosDiscursivos?

    Trata-se de uma rea de estudo que secaracteriza por alto grau de polmica entre

    autores, correntes, escolas, com pouco ounenhum consenso terminolgico. Nesta Oficina no entraremos sequer na

    polmica e trataremos apenas de adotar umaterminologia, para facilitar nossas discusses.

    Nesse sentido, estabeleceremos - de fato algumas Definies Operacionais, com base emfundamentalmente dois autores: NormanFairclough e Dominique Maingueneau.

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    TEXTO

    Concepo Tridimensional do Discurso

    PRTICA DISCURSIVA(Produo, Distribuio, Consumo)

    PRTICA SOCIAL

    FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudana Social, Ed. UNB:Brasilia, 2001

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    Gnero e TipoAlguns autores empregam indiferentementegnero e tipo. Adotaremos a terminologiade Maingueneau:

    os gneros pertencem a diversos tipos dediscursos associados a vastos setores deatividade social.

    Assim, por exemplo, uma telenovela constitui um gnero dediscurso no interior do tipo discursivo televisivo, que por sua vezfaz parte de um conjunto mais vasto , o tipo de discurso miditico,em que figuram tambm o tipo do discurso radiofnico e o daimprensa escrita.

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    Tipos, sub-tipos e gneros

    Tipo MiditicoSub-Tipos: Televisivo, Radiofnico, ImpressoGneros:Tipo Televisivo: talk show, telenovela, telejornal, etc

    Tipo Radiofnico: radionovela, radiojornal, entrevista, etcTipo Mdia Impressa: editorial, notcia, reportageminvestigativa, etc

    Tipo Jurdico:Gneros: petio, pareceres, intimaes, leis, decretos, etc

    Tipo Cientfico:Gneros: artigo, comunicao, relatrio, resenha, etc

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    As tipologias dos gneros de discurso se contrapem, dessemodo, s tipologias comunicacionais por seu carterhistoricamente varivel. Em toda sociedade, seja qual for a poca,encontramos categorias tais como didtico, ldico, prescritivo,etc., enquanto o talk showou o editorial nada tm de eterno.

    Poderamos, assim, caracterizar uma sociedade pelos gneros dediscurso que ela torna possvel e que a tornam possvel

    O gnero relatrio de estgio, por exemplo, supe a existncia de empresas e deestudantes que buscam experincia profissional, de professores para aplicar e

    avaliar as tarefas escritas e, acima de tudo , de todo um sistema de ensino abertoao mundo do trabalho. Poderamos dizer coisas da mesma ordem a respeito do

    gnero fait divers que aparece nas sociedades em que h uma imprensa escritade grande tiragem: num vilarejo o boato suficiente para divulgar notcias.

    (D. Maingueneau)

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    Para um locutor, dominar vrios gneros discursivos um fator de considervel economia cognitiva:

    Aprendemos a moldar nossa fala pelas formas dognero e a, ao ouvir a fala do outro, sabemos logo,desde as primeiras palavras, descobrir seu gnero,advinhar seu volume, a estrutura composicional usada,prever o final, em outras palavras, desde o incio somos

    sensveis ao todo discursivo. Se os gneros noexistissem e se no tvessemos domnio sobre eles efssemos obrigados a invent-los a cada vez noprocesso da fala, se fssemos obrigados a construircada um de nosso enunciados, a troca verbal seriaimpossivel

    (M. Bakhtin)

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    Contrato, Papel, JogoPara caracterizar os gneros discursivos, costuma-se recorrer ametforas tomadas de emprstimo essencialmente de trsdomnios: jurdico(contrato), ldico (jogo) e teatral (papel).

    Dizer que o gnero de discurso um contrato significa afirmar queele fundamentalmente cooperativo e regido por normas.Todo gnero de discurso exige daqueles que dele participem que

    aceitem um certo nmero de regras mutuamente reconhecidas esanes previstas para quem as transgredir.

    Falar de papis insistir no fato de que cada gnero discursivo implicaparceiros sob a tica de uma uma condio determinada e no de todas assuas determinaes possveis. Quando um policial examina documentos deum cidado ele o faz enquanto agente da ordem pblica e no como pai deuma famlia de tres crianas, moreno, de bigode e com um sotaque sulista.Tampouco o faz como um evanglico praticante, participante de umacomunidade batista, localizada em um bairro da zona norte, onde ele cantano coro.

    Falar dejogo cruzar metforas de contrato com as do teatro.

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    CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mdias, Editora Contexto: So Paulo, 2006

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    Discurso e Legitimidade

    Apesar da pretenso universalidade e formao de consensos assemelharos princpios da legitimidade do campo dos media aos do campo cientfico, anatureza da legitimidade do campo dos media distingue-se , no entanto, da quepredomina no campo cientfico, pelo facto de prevalecerem naquele os valoresda transparncia e da publicidade sobre os do rigor e de adequao ao real.

    Embora os valores da adequao e da transparncia persistam em ambos oscampos, a relao hierrquica entre eles , no entanto, invertida,prevalecendo a transparncia no campo dos media e a adequao no campocientfico. Da a natureza tensa e problemtica que caracteriza as relaesentre os detentores da legitimidade institucional de um e de outro campo,manifestada, nomeadamente, pela mutua desconfiana e seduo

    (Adriano Duarte Rodrigues)

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    FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e MudanaSocial, Editora da UNB: Brasilia, 2001

    MAINGUENEAU, Dominique. Anlise de Textosde Comunicao, Cortez Editora: So Paulo,

    2000.

    RODRIGUES, Adriano Duarte. Estratgias daComunicao, Editorial Presena: Lisboa,

    1990.

    CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mdias,Editora Contexto: So Paulo, 2006