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Análise da Viabilidade Económica das Aplicações SAM e SAPE Equipa: Paulo Gomes Nuno Paiva Bernardo Simões 12 de Fevereiro de 2009 GANEC – Gabinete de Análise Económica

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Análise da Viabilidade Económica das Aplicações SAM e SAPE

Equipa:

Paulo Gomes

Nuno Paiva

Bernardo Simões

12 de Fevereiro de 2009

GANEC – Gabinete de Análise Económica

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Índice

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................1

2. SITUAÇÃO ACTUAL ........................................................................................................1

2.1. BREVE CARACTERIZAÇÃO DAS APLICAÇÕES SAM E SAPE .........................................7 2.1.1. Tecnologia.............................................................................................................10 2.1.2. Organização..........................................................................................................11

2.2. APLICAÇÕES DE MERCADO .........................................................................................13

3. NECESSIDADES DE ACTUALIZAÇÃO ......................................................................14

3.1. ACTUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA..................................................................................15 3.2. ACTUALIZAÇÃO FUNCIONAL ......................................................................................16

3.2.1. Benchmarking .......................................................................................................17 3.2.2. Requisitos de Utilizadores.....................................................................................20

3.3. ANÁLISE DE PRIORIDADES ..........................................................................................21

4. DISCUSSÃO DE ALTERNATIVAS...............................................................................22

4.1. ANÁLISE DETALHADA DAS ALTERNATIVAS ...............................................................26 4.1.1. Alternativa 2 – Outsourcing de Desenvolvimento e Manutenção .........................26 4.1.2. Alternativa 3 – Concessão / venda........................................................................31 4.1.3. Alternativa 4 – Descontinuar SAM/SAPE.............................................................38

4.2. RESUMO DAS ALTERNATIVAS .....................................................................................40

5. RECOMENDAÇÕES .......................................................................................................41

ANEXO A – CÁLCULO DO CUSTO DAS ALTERNATIVAS..............................................43

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................43 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E FUNCIONAL SAM/SAPE...............................................................44 MANUTENÇÃO SAM/SAPE.......................................................................................................45 CUSTO DO LICENCIAMENTO SAM/SAPE...................................................................................45 CUSTO DAS APLICAÇÕES DE MERCADO......................................................................................46

ANEXO B – NECESSIDADES DE DESENVOLVIMENTO DO SAM – CUIDADOS DE

SAÚDE PRIMÁRIOS ..........................................................................................................................48

ANEXO C – NECESSIDADES DE DESENVOLVIMENTO DO SAPE – CUIDADOS DE

SAÚDE PRIMÁRIOS ..........................................................................................................................58

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1. Introdução

No quadro de implementação do Plano de Transformação dos Sistemas

de Informação Integrados da Saúde torna-se necessário decidir sobre a

evolução ou descontinuidade de duas aplicações provenientes do extinto

Instituto de Gestão Informática da Saúde, o SAM (Sistema de Apoio ao

Médico) e o SAPE (Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem).

Apesar do uso generalizado destas aplicações ao nível dos Cuidados de

Saúde Primários (CSP), as aplicações SAM e SAPE estão desactualizadas

do ponto de vista tecnológico e funcional. A eventual continuidade destas

aplicações exige ainda a sua conversão numa aplicação unificada de registo

clínico.

Pretende-se através deste estudo efectuar uma análise da viabilidade

económico-financeira das aplicações SAM e SAPE em conformidade com o

despacho do Secretário de Estado da Saúde com o nº 34/2008. A análise que

apresentamos neste documento contempla o levantamento das necessidades

de actualização das aplicações, a quantificação do investimento necessário

para actualização e manutenção, e uma avaliação comparativa de

alternativas, designadamente a opção por soluções disponíveis no mercado

de aplicações informáticas para os CSP.

2. Situação actual

A evolução das aplicações de apoio à actividade clínica tem sido

desenvolvida com recurso à experiência de médicos, enfermeiros e

profissionais da saúde para, assim, adaptar melhor as aplicações às

necessidades do mercado. O facto de existirem particularidades a ter em

conta em ambiente hospitalar e outras nos cuidados de saúde primários,

levou a que surgissem duas versões das aplicações SAM e SAPE. Assim,

existe uma versão do pacote SAM/SAPE para a prática de CSP e outra

versão para Cuidados de Saúde Diferenciados (CSD). Apesar de

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semelhantes ao nível das funcionalidades nucleares as versões incluem

características específicas que as adaptam a cada um dos meios. Para

aproveitar sinergias de desenvolvimento e manutenção das aplicações, deve

ser analisada em detalhe a hipótese de existir apenas uma versão para

ambos os ambientes, sendo as funcionalidades específicas geridas através

da existência de diferentes perfis.

A corrente análise incide na versão para CSP onde estão hoje a ocorrer

mudanças organizacionais que mais directamente afectam o panorama de

utilização de aplicações de gestão clínica.

Macro-Funcionalidades

Os sucessivos desenvolvimentos efectuados nas diversas aplicações de

gestão clínica disponíveis conduziram a uma situação onde é expectável que

um sistema de apoio à actividade clínica apresente as seguintes macro-

funcionalidades:

• Gestão de Utentes – permite o registo e pesquisa do utente e da

sua visita;

• Gestão de Agendas e Marcações – permite registar e anular

marcações de actos clínicos, associando um utente ao acto

agendado;

• Processo Clínico Electrónico – permite o registo, consulta e

pesquisa do conjunto de informação clínica (médica ou de

enfermagem) resultante da prestação de cuidados de saúde a um

determinado utente;

• Prescrição Electrónica – permite a prescrição de medicamentos

e de meios complementares de diagnóstico e terapêutica;

• Estatísticas – permite analisar indicadores sobre a actividade

clínica desenvolvida.

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Quotas de Mercado Actuais

Actualmente, existem quatro aplicações de gestão clínica instaladas em

centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS): o pacote SAM/SAPE

e os produtos de três fornecedores de software de saúde (ver ponto 2.2). O

mercado total é constituído por um universo de 345 instalações em Centros

de Saúde (CS) 1, que servem aproximadamente 1.800 Extensões de Saúde, e

161 instalações em Unidades de Saúde Familiar (USF)2. Nas tabelas

seguintes indica-se o panorama nacional em termos de instalações de

software de gestão clínica.

Tabela 1 - Instalações nos Centros de Saúde3

Com SAM Sem SAM

ARS Norte 108 0

ARS Centro 82 3

ARS LisboaVT 80 8

ARS Alentejo 45 3

ARS Algarve 4 12

319 26

ARSCentros de Saúde

345Totais

1 Instalações em CS corresponde ao número de servidores informáticos instalados, o

que não tem uma correspondência unívoca com o número de CS.

2 A Missão para os Cuidados de Saúde Primários publicou a 9 de Fevereiro do corrente

ano um ponto de situação sobre as USF onde refere 160 em actividade. A discrepância está

na contabilização de uma USF que já declarou a sua selecção de aplicação de gestão

clínica, mas que ainda não entrou em actividade.

3 Dados fornecidos pela ACSS.

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Segundo informação apurada junto da ACSS, o número de centros de

saúde sem qualquer aplicação instalada é inexpressivo face ao número total

de centros de saúde. Deste modo, é expectável que a quase totalidade das

26 instalações sem SAM/SAPE tenham instalada uma aplicação concorrente.

No entanto, não foi possível obter informação consistente que permitisse

ilustrar a distribuição das quotas nessa parcela do mercado.

Tabela 2 - Instalações nas Unidades de Saúde Familiar4

SAM MedicineOne VitaCare Alert

ARS Norte 81 0 0 0

ARS Centro 15 4 3 0

ARS LisboaVT 21 17 11 0

ARS Alentejo 3 0 0 0

ARS Algarve 5 0 0 1

125 21 14 1

Unidades de Saúde FamiliarARS

Totais161

Estas duas tabelas não são complementares para o apuramento da

dimensão total do mercado e das respectivas quotas uma vez que as USF

são unidades funcionais dos centros de saúde. Por exemplo, o CS de Faro

para além das suas sete extensões de saúde inclui, também, duas USF.

Para se conseguir a complementaridade e assim chegar a uma

aproximação das quotas de mercado actuais, tomou-se em consideração que

as equipas dos dois modelos (USF e CS) – constituídas por médicos,

enfermeiros e administrativos – são à partida disjuntas. Ou seja, os 21.0205

4 Dados fornecidos pela ACSS. Como referido anteriormente, estão contabilizadas 161

instalações declaradas, apesar de apenas 160 USF estarem já efectivamente em actividade.

5 Dados obtidos do relatório de estatística publicado pela Direcção-Geral de Saúde,

intitulado “Centros de Saúde e Hospitais, recursos e produção do SNS 2006”

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profissionais integram, exclusivamente, um centro de saúde (85% dos

profissionais) ou uma USF (os restantes 15%)6. Por outro lado, uma vez que

o modelo de negócio neste mercado contempla receitas provenientes da

venda ou aluguer de licenças de utilização, que são proporcionais ao número

de profissionais existentes nas unidades de saúde, esta análise revela-se

mais adequada do que a simples quantificação de unidades de saúde.

Assim, as quotas de mercado actuais, calculadas com base na

informação disponível e nas razões de proporcionalidade retiradas das

tabelas anteriores, podem ser representadas pelo seguinte gráfico:

CS Outros6,4%

USF SAM11,6%

USFs15,0%

USF MedicineOne2,0%

USF VitaCare1,3%

USF Alert0,1%

CS SAM78,6%

Figura 1 - Quotas de mercado com base no número de utilizadores

Evolução das Quotas

Tem-se observado uma diminuição da quota de mercado do pacote

SAM/SAPE em resultado da situação vivida hoje em dia nos sistemas de

gestão de informação dos CSP. A desactualização tecnológica impede a

evolução das aplicações e pode mesmo colocar em causa a prestação de

6 Dados calculados com base na informação publicada pela Missão de Cuidados de

Saúde Primários.

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suporte pelos produtores do software de base7, o que representa um risco

operacional significativo para as unidades de saúde que as utilizam. A

desactualização funcional permitiu que produtos concorrentes capturassem

cerca de 10% do mercado8, apesar do pacote SAM/SAPE ser disponibilizado

às unidades de saúde a custo zero9. Mesmo com custos de mudança

relativamente elevados (instalação, formação, interrupção do serviço, custos

de licenciamento inicial, etc.), a tendência parece ser a de perda de quota de

mercado por parte do pacote SAM/SAPE na situação actual, sendo que

apenas a decisão política de algumas Administrações Regionais de Saúde

(ARS) parece impedir uma aceleração dessa tendência.

Existem, à data deste estudo, 161 USF em actividade cuja distribuição

pelas aplicações no mercado é a que se indica na Tabela 2. De salientar que

o pacote SAM/SAPE existe em 125 (77,6%) das USF, uma quota de mercado

significativamente inferior à que obtém com 319 Centros de Saúde (92,4% do

total de 345 instalações), como apresentado na Tabela 1. Assim, espera-se

que a dinâmica de abertura de novas USF conduza à redução da quota de

mercado global do SAM/SAPE.

As funções da ACSS

Em linha com as directivas do modelo de governação e gestão dos

Sistemas de Informação Integrados da Saúde (SIIS) referido no Plano de

Transformação, devem ser separadas as funções de “autoridade” das de

7 As aplicações estão construídas sobre versões de software que o fabricante

descontinuou dos seus serviços de suporte ou que descontinuará a breve trecho.

8 A soma das parcelas CS Outros, USF MedicineOne, USF VitaCare e USF AlertCare

perfaz 9,8%.

9 Existe, na realidade, um custo de licenciamento que foi definido há bastantes anos,

mas cujo valor não apresenta um racional que o correlacione com os custos associados à

manutenção e evolução das aplicações e que na prática a sua exigibilidade nunca foi

operacionalizada.

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“prestador de serviços de sistemas de informação” 10. Ainda no mesmo

documento, refere-se que a ACSS deve actuar essencialmente como a

“autoridade”, incluindo-se nas suas actividades a certificação de soluções e

serviços, afastando-se da responsabilidade de desenvolvimento dessas

mesmas soluções. A componente operacional ficará a cargo da futura E.P.E.

e de prestadores privados de serviços de sistemas de informação.

2.1. Breve Caracterização das Aplicações SAM e SAPE

O ponto anterior elencou as macro-funcionalidades que são

exigíveis/expectáveis de uma aplicação de gestão clínica para os CSP.

Pretende-se agora focar as que efectivamente são disponibilizadas pelas

actuais versões de SAM e SAPE. Assim, neste ponto faz-se uma breve

descrição das características específicas destas duas aplicações.

SAM – Sistema de Apoio ao Médico

A aplicação SAM tem por objectivo informatizar o registo e consulta das

actividades diárias das equipas de médicos. Através do SAM a equipa

médica pode, nomeadamente:

• efectuar prescrições de medicamentos;

• requisitar exames complementares de diagnóstico e terapêutica;

• prescrever baixas médicas;

• registar/consultar informação clínica recolhida nas consultas, quer

seja de carácter geral ou especificamente de um dos programas

de saúde definidos pela DGS;

• consultar o histórico clínico do utente, incluindo as prescrições,

consultas e baixas que lhe estejam associadas.

10 Definição do Plano de Transformação dos Sistemas de Informação Integrados da

Saúde – Novembro 2007.

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Para além da informação clínica, o sistema dispõe também de

informação administrativa, nomeadamente no que respeita à gestão de

consultas. As equipas médica e administrativa podem consultar e alterar as

agendas e marcações de consulta, interagindo directamente com o sistema

SINUS.

SAPE – Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem

De modo análogo para a equipa de enfermagem, o SAPE visa o

tratamento e organização da informação processada nos actos de

enfermagem. Nesta aplicação o profissional de enfermagem pode:

• consultar o plano de trabalho para a intervenção prevista num

determinado contacto incluída no programa das equipas de

enfermagem;

• registar/consultar os sintomas apresentados pelo utente;

• registar/consultar as intervenções de enfermagem com base no

diagnóstico efectuado;

• consultar/registar o plano de trabalho elaborado pelo sistema com

base na informação clínica nele inserida;

• consultar as tabelas de parametrização e codificação da actividade

de enfermagem.

Como referido anteriormente, em ambos os casos – SAM e SAPE – as

diferenças de funcionalidades entre as versões de cuidados diferenciados e

de cuidados primários é mínima. Ao nível de arquitectura, a principal

diferença entre as duas versões é a interacção com o sistema SONHO na

versão hospitalar e com o sistema SINUS na versão para cuidados de saúde

primários, como ilustra a figura:

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SINUS

SAM

Versões CSP

SAPE

SONHO

SAM SAPE

Versões CSD

Figura 2 – Arquitecturas similares SAM/SAPE para versões CSP e CSD

De facto, a actualização SAM e SAPE está enquadrada com as linhas

orientadoras do Plano de Transformação dos Sistemas de Informação

Integrados da Saúde (PTSIIS) e, deste modo, com outros desenvolvimentos

resultantes, directa ou indirectamente, desse plano. Entre esses

desenvolvimentos destaca-se, a título de exemplo:

• RNU – está a ser preparado o lançamento do Registo Nacional de

Utentes (RNU) que irá disponibilizar a nível nacional a informação

administrativa dos utentes evitando a duplicação de utentes que,

por vezes, hoje acontece. O pacote SAM/SAPE irá interagir com

este novo sistema no âmbito da identificação do utente;

• Portal Electrónico – está a ser desenvolvido um novo canal de

interacção entre o utente e o sistema de saúde que permitirá ao

utente a consulta ou alteração dos seus dados através de uma

ligação à Internet (e.g. marcação de consultas, consulta da

agenda do médico de família);

• Módulo de Estatística – está a ser desenvolvido um módulo

externo ao pacote SAM/SAPE mas que recorrerá à informação

gerada no seio dessas aplicações para a geração de dados

estatísticos sobre o serviço prestado por cada centro de saúde,

permitindo avaliar os níveis de qualidade;

• Migração para arquitectura orientada a serviços (SOA) – está

prevista a evolução dos SIIS para uma arquitectura que permita de

forma homogénea a troca de informações entre os diferentes

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serviços unificando o modo como a informação é passada entre as

diferentes componentes dos SIIS.

Para que a actualização do SAM/SAPE se integre com os

desenvolvimentos aqui descritos devem ser tidas em consideração questões

de interoperabilidade, garantindo que a nova solução SAM/SAPE tira o

máximo partido dos progressos preconizados no Plano de Transformação.

2.1.1. Tecnologia

Importa também fazer uma breve descrição dos aspectos tecnológicos

que caracterizam as aplicações SAM/SAPE. Para o efeito, recolhemos

informação junto das equipas dos centros de saúde e de um relatório de 2008

realizado para identificação de melhorias para as aplicações SAM/SAPE 11.

Sistemas Operativos

O sistema operativo (SO) em que assentam as aplicações SAM/SAPE é

o Microsoft Windows Server até à versão 2003. Por outro lado, as aplicações

interagem frequentemente com o sistema SINUS que assenta no sistema

operativo Unix.

Base de Dados

As aplicações SAM/SAPE assentam em dados provenientes de

diferentes bases de dados. O processo clínico mantido pela aplicação SAM

assenta numa base de dados local Oracle, na versão 9. Para aceder a outros

dados (e.g., agendamento ou vacinação) acede ao sistema SINUS, que

assenta numa base de dados também Oracle, ainda na versão 7.3.4. Já o

11 Relatório de identificação de melhorias para os sistemas SAM e SAPE – Cuidados

Primários, versão 1.0.0., 2008;

Relatório de identificação de melhorias para os sistemas SAM e SAPE – Cuidados

Diferenciados, versão 1.0.0., 2008;

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sistema SAPE não apresenta base de dados própria ligando-se remotamente

à base de dados SINUS.

Arquitectura

Ambas as aplicações assentam em Oracle Forms 6, com recurso à

linguagem PL/SQL. De referir que, apesar do lançamento do SAM ter

ocorrido em 2001 e o do SAPE ter acontecido entre 2002 e 2003, a versão 6

da tecnologia Oracle Forms foi lançada em 1997.

Outra tecnologia relevante da arquitectura SAM/SAPE são os Oracle

Reports também na sua versão 6, também ilustrada na cronológica em baixo:

1992

Oracle 7

2001

Oracle 8i Oracle 9i*

20072003

Lançamento SAM

1999

Reports 6i

Lançamento SAPE

Forms 6i

Oracle 10g* Oracle 11g*

* - A partir de Oracle 9i as releases incluem as componentes Forms e Reports

Figura 3 – Cronologia relevante relativa ao pacote SAM/SAPE

Como referido atrás, os sistemas SAM/SAPE têm a sua base de dados

própria, local, onde é guardada grande parte da informação clínica sendo os

restantes módulos recolhidos através de interfaces com o sistema SINUS.

Desta arquitectura resultou a dispersão da informação clínica entre os dois

sistemas, misturando-se, por vezes, com informação de produção utilizada

para facturação dos serviços de saúde.

2.1.2. Organização

As aplicações SAM/SAPE são desenvolvidas e mantidas centralmente

pela ACSS, sendo que os ambientes run-time estão fisicamente colocados

nas unidades de saúde servidas pela aplicação. No entanto, tradicionalmente

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não existem nas unidades competências que lhes permitam ser auto-

suficientes em termos de suporte às aplicações locais. Assim, normalmente é

também a ACSS que tem a responsabilidade pela assistência de primeira

linha, se bem que muitas vezes o faça remotamente.

As equipas de suporte actuais estão verticalizadas e especializadas

numa única aplicação. Assim, o SAPE conta com uma equipa média de 1,5

FTE – full-time equivalent – ao passo que o SAM conta com 1,5 FTE para

cada uma das suas versões (CSP ou Cuidados Diferenciados).

Está a ser posta em prática desde o segundo trimestre de 2008 uma

metodologia de gestão de projectos e de portfólio de projectos (PRINCE2)

que permitirá à ACSS começar a obter métricas associadas ao esforço

empregue pelos seus recursos em cada projecto. No entanto, no passado,

não existia uma metodologia de gestão de projectos (como PRINCE2 ou

PMI), nem um sistema de contabilidade analítica que permitisse alocar a cada

projecto / sistema os devidos custos (e.g. saber qual o custo em licenças de

software de base que está alocado às aplicações SAM/SAPE). Será

importante rever esta situação para se conhecerem os reais custos das

aplicações geridas pela ACSS, para que os correctos custos de

desenvolvimento e manutenção sejam imputados às unidades de saúde.

Também se torna difícil avaliar objectivamente a adequação e qualidade

da resposta dada pelas equipas de suporte SAM/SAPE, uma vez que não

estava implementada uma metodologia de gestão de infra-estrutura

tecnológica (como ITIL ou MOF). Da breve análise processual e

organizacional efectuada destacamos os seguintes pontos dada a sua

importância para o serviço prestado pela ACSS aos seus clientes12:

• os processos “Service Desk”, “Incident Management” e “Problem

Management” são implementados de uma forma não estruturada e

12 A organização e terminologia utilizadas são baseadas em ITIL v2 para

estabelecimento de uma linguagem comum e os processos focalizados são os mais

basilares, em cima dos quais se constrói toda a fundação de processos desta framework.

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segregada; as ferramentas informáticas de suporte a estes

processos limitam-se ao registo de incidentes; a mesma equipa

que suporta uma aplicação acaba por assumir todos os papéis

associados a estes processos;

• os processos “Change Management”, “Release Management” e

“Configuration Management” não são formalmente implementados,

o que tem impacto na capacidade e qualidade de resposta da

ACSS perante os seus milhares de utilizadores em centenas de

instalações diferentes;

• a disciplina de “Service Delivery” também não tem nenhum dos

seus processos formalmente implementados, pelo que não está

atribuída a responsabilidade de gestão pró-activa das aplicações

em produção, que seria o garante da existência de capacidade,

disponibilidade e cumprimento de níveis de serviço;

A inexistência de um sistema de custeio adequado e a prestação do

serviço a um nível inferior ao que seria desejado resulta numa subestimação

dos custos de gestão interna das aplicações, o que cria limitações à análise

económica que a seguir apresentamos, designadamente à análise

comparativa das soluções de gestão interna com soluções de mercado.

2.2. Aplicações de mercado

As aplicações concorrentes ao pacote SAM/SAPE com implementações

nos CSP do SNS de aplicações de gestão clínica são: MedicineOne, VitaCare

e AlertCare. Para além destes, a Glintt – HS tem também uma aplicação com

funcionalidades similares, apesar de não estar implementada em nenhuma

unidade de saúde da área de CSP.

Outros dois pontos que distinguem os players no mercado são as suas

parcerias e a experiência relevante no mercado. A HISNetVita existe há 8

anos e conta com a parceria da PT Comunicações, tanto a nível financeiro,

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como de verticalização da oferta VitaCare; a Glintt-HS engloba a antiga CPC-

HS (no mercado há 8 anos) a Pararede e a Consiste; a Ideias sem fim,

proprietária do MedicineOne, tem uma aplicação no mercado há 19 anos.

Em termos funcionais, todas as aplicações no mercado respondem às

macro-funcionalidades descritas no ponto 2, apresentando alguns elementos

diferenciadores ao nível de serviços (e.g. suporte aplicacional), atributos (e.g.

ergonomia da aplicação) ou módulos-satélite da aplicação central (e.g. gestão

administrativa de utentes). Para o âmbito deste estudo são relevantes os

elementos diferenciadores face ao pacote SAM/SAPE, ao nível da aplicação

central. Dado que a maioria da quota de mercado não coberta pelo

SAM/SAPE corresponde a instalações de MedicineOne e Vitacare, estas

foram as aplicações-referência para um levantamento dos principais

elementos diferenciadores face à aplicação da ACSS, brevemente descritos

no ponto 3.2.1.

O esquema de licenciamento de ambos os concorrentes é brevemente

analisado no Anexo A e serve de base à comparação económica entre

alternativas de evolução do pacote SAM/SAPE.

3. Necessidades de Actualização

Da apreciação da situação actual abordada no ponto anterior e para que

as aplicações SAM e SAPE não se tornem obsoletas face às outras soluções

no mercado, importa identificar e quantificar o esforço associado às principais

necessidades de evolução.

Uma nota adicional sobre o âmbito temporal da análise: este estudo

debruça-se sobre uma aplicação de sistemas de informação, universo

caracterizado por uma incerteza elevada a respeito dos rumos e inflexões

que o mercado global poderá tomar. Por outro lado, a própria situação actual

no seio da ACSS ao nível das suas aplicações, processos e estrutura

apresenta-se como uma forte condicionante a análises de prazo mais

alargado. Assim, entende-se que 3 anos é uma janela de análise que garante

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níveis de certeza aceitáveis e, ao mesmo tempo, é um tempo de amortização

razoável para investimentos em sistemas de informação.

A informação aqui organizada foi recolhida por intermédio de reuniões

com elementos da ACSS, fornecedores de software de gestão clínica para

CSP, empresas com apetência para entrada nesse mercado e utilizadores

com conhecimentos profundos das aplicações da ACSS e do mercado.

Ao longo deste ponto irão ser apresentadas as necessidades de

evolução mais prementes, detectadas tanto a nível tecnológico como a nível

funcional, para que se possam identificar os custos de actualização e

posterior manutenção da aplicação SAM/SAPE. Em traços gerais, constatou-

se que existe uma significativa desactualização tecnológica e que, apesar de

existirem importantes lacunas funcionais, ainda subsiste um razoável nível de

adequação às necessidades dos utilizadores finais.

3.1. Actualização Tecnológica

Em termos de necessidades de evolução tecnológica, este estudo partiu

do levantamento das oportunidades de melhoria nos sistemas de informação

de suporte às aplicações SAM e SAPE realizado em Agosto de 2008 13. Este

levantamento apresenta um leque de recomendações para actualizações

tecnológicas. De seguida, e numa perspectiva de médio prazo (3 anos),

foram identificadas quais as melhorias críticas para manter as aplicações a

par das aplicações concorrentes, em termos funcionais. Nessa análise

destacam-se:

13 Relatório de identificação de melhorias para os sistemas SAM e SAPE – Cuidados

Primários, 2008;

Relatório de identificação de melhorias para os sistemas SAM e SAPE – Cuidados

Diferenciados, 2008;

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Actualização/Migração das Bases de Dados Oracle: - Actualmente as

aplicações usam bases de dados Oracle 9, uma versão de 2001. Este nível

de desactualização é relevante ao nível da interligação com outros sistemas

mais recentes que comuniquem com as aplicações. Para além deste ponto,

existe também um aumento dos custos de suporte à medida que as

tecnologias vão ficando desactualizadas e perdem os serviços de suporte

garantidos pela própria Oracle.

Migração das aplicações de Oracle Forms 6.0 para Java: - A

implementação de aplicações em Java (face a Oracle Forms) permite

menores tempos e custos de desenvolvimento. Este é um dos standards

actuais para o desenvolvimento de aplicações Web. Também a este nível o

suporte garantido é algo a ter em consideração dados os elevados custos de

manutenção de uma tecnologia actualmente pouco utilizada (Oracle Forms).

Estas duas actualizações tecnológicas são estruturais às aplicações e

por isso a sua implementação não deve ser vista de forma independente da

actualização funcional, uma vez que as sinergias potenciais são

consideráveis.

3.2. Actualização Funcional

Como referido anteriormente, o presente estudo contempla a

necessidade de unificar as aplicações SAM e SAPE numa única solução de

registo clínico para os CSP. O desenvolvimento de uma aplicação unificada

SAM/SAPE passa pela remodelação do modelo de dados e da aplicação-

cliente em si mesmo, conduzindo a um envolvimento profundo, dispendioso e

com impactos significativos em outros sistemas de informação actualmente

geridos pela ACSS (e.g., SINUS/SONHO).

Assim, e em grande parte devido à alteração profunda do modelo de

dados a que obriga, o projecto de unificação das aplicações SAM e SAPE

apresenta-se como a oportunidade de identificar o conjunto de

desenvolvimentos que visam colmatar outras necessidades já detectadas

(para além da unificação das aplicações) e que podem beneficiar de sinergias

por serem englobados num grupo maior de desenvolvimentos.

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Para este levantamento das principais necessidades de evolução

funcional das aplicações, a metodologia consistiu em duas abordagens –

benchmarking com outras soluções no mercado e identificação dos principais

requisitos dos utilizadores – para avaliar, respectivamente, os

desenvolvimentos necessários para tornar a aplicação SAM/SAPE

actualizada face às soluções no mercado e as evoluções funcionais mais

valorizadas pela comunidade de utilizadores.

3.2.1. Benchmarking

Para entendermos o nível de desactualização do SAM/SAPE face à

concorrência e assim avaliar o investimento necessário para tornar a

aplicação competitiva no mercado, foram identificadas as principais

vantagens das aplicações no mercado face à aplicação SAM/SAPE.

De seguida, tendo por base duas das principais aplicações concorrentes

no mercado (MedicineOne e VitaCare), elencam-se as principais vantagens

destas face ao pacote SAM/SAPE, apontadas por utilizadores e pelas as

próprias empresas que produzem, promovem e distribuem as referidas

aplicações.

A opção por estas duas aplicações prende-se apenas com a análise de

quotas de mercado já apresentada neste estudo (ver ponto 2).

Aplicação única de apoio ao Médico e Enfermeiro. Uma das principais

vantagens apontadas pelos utilizadores de ambas as aplicações concorrentes

foi a partilha de informação entre a equipa de enfermagem e a equipa

médica.

Esta partilha consegue-se através da existência de uma mesma

aplicação informática para os diferentes perfis existentes num centro de

saúde, mudando apenas as permissões de escrita e leitura de cada um

desses perfis sobre os dados do utente.

Este atributo oferece vantagens para o centro de saúde, nomeadamente

em termos de produtividade das equipas, eliminando redundância nos

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processos clínicos (e.g. leituras de tensão arterial) e reduzindo as

necessidades de transferência de informação por contacto directo entre as

equipas.

A aplicação única oferece também vantagens para o utente, melhorando

a qualidade do serviço que lhe é prestado, uma vez que promove uma visão

integrada do trajecto do utente na unidade do centro de saúde.

Aplicação centrada no utente. Uma característica importante e também

detectada em ambas as aplicações no mercado é a filosofia “centrada no

utente” que contrasta com a da aplicação SAM/SAPE que está centrada nos

processos administrativos existentes nas unidades de saúde.

Esta diferença tem fundamentos históricos uma vez que o SAM/SAPE é

a mais antiga das três aplicações em análise e a sua construção baseou-se

na migração do processo clínico de papel para software. Querendo

permanecer fiel às actividades do dia-a-dia (suportadas em papel) perderam-

se algumas das vantagens que os sistemas de informação promovem. As

aplicações concorrentes surgem mais tarde e usufruem naturalmente do

conhecimento depositado no SAM/SAPE e dos comentários que puderam

recolher dos utilizadores dessa primeira aplicação, o que lhes permitiu criar

uma solução de acordo com uma nova realidade tecnológica e com uma nova

abertura da comunidade de médicos e enfermeiros.

A comunidade clínica beneficia deste atributo por via da flexibilização do

acto médico e da reorganização da informação que a mudança de

perspectiva irá promover (e.g. permite registos de contactos com utentes sem

necessidade de uma ocorrência ou episódio).

Ergonomia. Outra forte vantagem apontada pelos utilizadores das

aplicações concorrentes foi a organização visual da informação e o

processamento que é dado à informação antes de a apresentar para que se

torne de fácil interacção. Estes aspectos ergonómicos incluem também uma

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série de pequenas vantagens ao nível da camada de apresentação da

arquitectura das soluções (thin-client) que por si só não apresentam um

avanço significativo mas que englobadas num pacote de “vantagens

ergonómicas” se traduzem num gap relevante entre o SAM/SAPE e o

mercado. Estas pequenas vantagens são, por exemplo, o lançamento de

alertas informativos que apoiem a actividade médica e de enfermagem, com

base no cruzamento de dados associados ao utente, ou o menor número de

ecrãs que é necessário consultar para uma determinada actividade clínica.

Estes avanços ergonómicos trazem aumentos de produtividade para as

equipas que interagem com a aplicação sejam eles médicos, enfermeiros ou

pessoal administrativo, o que também reduz de forma significativa as

possíveis resistências à adopção da mesma.

Nível de suporte. Nas reuniões com os utilizadores das aplicações de

mercado foi ainda referido o nível de suporte como um aspecto distintivo face

ao SAM/SAPE.

Este nível de suporte diz respeito a aspectos de apoio e assistência à

utilização da aplicação e a aspectos de manutenção e evolução das mesmas.

Este ponto pode estar, eventualmente, polarizado uma vez que

comunicámos com utilizadores com estreita relação com o desenvolvimento

da aplicação. De qualquer modo, foram apontadas deficiências neste ponto

mesmo por utilizadores da solução SAM/SAPE.

O benefício directo de melhorias nesta área traduz-se numa maior

confiança dos utilizadores na adopção e uso da aplicação, devido ao apoio

mais estreito na resolução de problemas e à rápida incorporação de

sugestões dos utilizadores.

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3.2.2. Requisitos de Utilizadores

Para além de se conhecerem as necessidades evolutivas face às

alternativas de mercado, importa também identificar quais as necessidades

apontadas pelos utilizadores do pacote SAM/SAPE. A metodologia usada

para esta abordagem passou pela recolha de percepções junto de

utilizadores com profundo conhecimento sobre a aplicação e pela utilização

da lista de pedidos de desenvolvimento recolhida pela Direcção de Sistemas

de Informação (DSI) da ACSS na sua função de suporte à aplicação

SAM/SAPE.

A lista completa de desenvolvimentos construída nesta abordagem é

apresentada nos anexos B e C. De seguida referem-se algumas notas sobre

os dados recolhidos nesta análise.

Algumas das lacunas apontadas pelos utilizadores não estão

directamente associadas ao SAM/SAPE. Na realidade, dizem respeito a

funcionalidades fornecidas pelo sistema SINUS (e.g. melhoria na gestão de

informação sobre vacinação ou criação de utentes no sistema). Não foi

realizada uma análise profunda destes requisitos. No entanto, salienta-se que

muitos deles são cobertos pela alteração do modelo de dados já em estudo

na ACSS em que o SINUS deixa de registar informação clínica, sendo esta

migrada para o sistema SAM/SAPE.

Outras necessidades de evolução detectadas já foram mencionadas na

análise por benchmarking (e.g. aplicação centrada no utente). São, assim,

necessidades do utilizador não atendidas pelo SAM/SAPE mas cobertas

pelos concorrentes. Estas são as necessidades mais importantes uma vez

que têm justificado o progressivo abandono do SAM/SAPE por parte de

algumas unidades de saúde e a adopção de alternativas do mercado. Devem,

por isso, ser incluídas no leque de desenvolvimentos de prioridade elevada,

como veremos no próximo ponto.

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3.3. Análise de prioridades

Numa perspectiva de optimização do investimento a realizar nas

aplicações, torna-se necessário encontrar as evoluções mais apropriadas a

realizar em conjunto com a unificação SAM/SAPE. Uma vez que são

necessárias intervenções nas três camadas da arquitectura (modelo de

dados, lógica de negócio, aplicação cliente), todas as melhorias até aqui

identificadas terão potenciais sinergias com o desenvolvimento da referida

unificação.

Deste modo, os desenvolvimentos do pacote SAM/SAPE referidos pelos

utilizadores foram classificados por percepção de valor criado para o

utilizador final. Esta classificação foi o resultado da recolha de informação

feita junto da Direcção de Serviços de Sistemas de Informação da ACSS e de

utilizadores experientes nas aplicações.

No processo de classificação os desenvolvimentos foram hierarquizados

em 4 níveis de relevância – muito importante, importante, significativa e

pouco importante. O levantamento de desenvolvimentos necessários e a

classificação que lhes foi atribuída podem ser consultados em detalhe nos

Anexos B e C.

Dos 137 desenvolvimentos de funcionalidades identificados, existem 53

(39%) de elevada relevância para o utilizador. Estes, numa perspectiva

estritamente orientada ao cliente, são os primeiros candidatos a acompanhar

a unificação das aplicações SAM e SAPE.

Os desenvolvimentos classificados com relevância menor constituem

21% dos projectos totais. De referir que 55 desenvolvimentos (40%) não

foram classificados no processo de recolha de informação, por

desconhecimento de todas as implicações que o desenvolvimento possa ter e

pela baixa relevância do desenvolvimento para o utilizador.

Os desenvolvimentos de relevância menor (incluindo os que não foram

classificados) devem ser revistos de forma mais aprofundada para encontrar

os que apresentam sinergias com os desenvolvimentos de unificação

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SAM/SAPE e com os desenvolvimentos de elevada relevância, de modo a

serem possivelmente incluídos numa primeira fase de implementação.

4. Discussão de alternativas

A análise exposta na secção anterior torna evidente a necessidade de

actualização do SAM/SAPE. Existindo já outras aplicações no mercado que

se têm revelado mais atractivas para uma franja de utilizadores (apesar do

custo nulo do SAM/SAPE), importa avaliar as diferentes alternativas que se

colocam para o futuro do SAM/SAPE, desde a continuidade da situação

actual até ao total abandono da solução.

O estado de desactualização do SAM/SAPE deriva da continuada

ausência de investimento no cumprimento de requisitos técnicos, para

adaptação às mais recentes versões de software de base, e também de

requisitos funcionais, resultantes da expectativa criada nos utilizadores pelas

suas dificuldades práticas no dia-a-dia e pelos novos padrões funcionais

estabelecidos pelas aplicações privadas concorrentes. No entanto, a análise

feita aos players privados já presentes no mercado e a auscultação feita a

potenciais novos players, revela que a classe de aplicações de gestão dos

Cuidados de Saúde Primários apresenta hoje em dia um grau de maturidade

funcional elevado, o que significa que a base de funcionalidade necessária

para uma aplicação considerada actual está bastante estável e tem tendência

de evolução mais lenta do que aconteceu no passado. Nota-se que é em

funcionalidades não nucleares ou em aplicações satélite (e.g. gestão do

atendimento) que os players de mercado colocam os seus factores

diferenciadores.

Este facto é relevante para uma tomada de decisão acerca da

necessidade de servir o SNS através de um mercado concorrencial, onde a

inovação é estimulada e premiada, ou de uma aplicação única, que maximize

os ganhos de economias de escala de que beneficia a indústria de produtos

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de software em geral, eventualmente em detrimento da menor flexibilidade de

adaptação a novos requisitos.

Todos os cenários preconizados exigem a presença de dois mecanismos

cruciais para garantir que o SNS é servido por aplicações de gestão clínica

completas do ponto de vista funcional e abertas à inovação: certificação e

interoperabilidade.

A certificação é um papel que cabe à ACSS e será o garante de que

todas as aplicações que forneçam o SNS cumprem os requisitos funcionais

mínimos. Os critérios de certificação devem, assim, reflectir os requisitos dos

profissionais que utilizam as aplicações, bem como os requisitos

arquitecturais que permitam enquadrar as mesmas na arquitectura de

informação global do Ministério da Saúde. Este processo protege o

funcionamento do mercado, bem como os utilizadores do SNS, de soluções

inferiores que se tornariam competitivas exclusivamente com base no preço.

A interoperabilidade deve garantir a maior abertura possível das

aplicações que venham a ser certificadas ou do futuro aplicativo SAM/SAPE.

A interoperabilidade dos aplicativos exige transparência de dados,

arquitectura modular, facilidade de comunicação através de interfaces

standard e compatibilidade do ponto de vista tecnológico. Permite também a

partilha de informação entre o aplicativo nuclear e as aplicações não

nucleares ou satélites que possam vir a ser desenvolvidas pelo mercado.

Será neste domínio que uma dinâmica de inovação concorrencial poderá ter

mais valor, pois há certamente grande potencial para o aparecimento de

aplicações complementares ao sistema de gestão clínica que permitirão

aumentar a qualidade de serviço e/ou reduzir os custos das unidades de

saúde.

Estando garantidas as capacidades de interoperabilidade das aplicações

de gestão clínica, será possível uma maior abertura ao mercado para o

desenvolvimento de aplicações satélite. Como já foi referido, é em

funcionalidades não nucleares que as actuais aplicações de gestão clínica

em oferta no mercado inovaram e se diferenciaram, pelo que,

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independentemente da alternativa que venha a ser alvo de decisão política, é

essencial garantir que são postos em prática mecanismos que maximizem o

potencial de interoperabilidade da(s) aplicação(ões) de gestão clínica.

Foram consideradas as seguintes cinco alternativas:

A alternativa 0 – “Situação actual” corresponde a manter o status quo,

i.e., manter o SAM/SAPE sem nenhum tipo de investimento, com suporte

feito pela equipa da própria ACSS. É decisão política do Ministério da Saúde

não prorrogar esta situação, pelo que esta alternativa não foi aprofundada.

Salienta-se apenas o risco real que a perda de quota de mercado do

SAM/SAPE acarreta em termos de custos incrementais para o Ministério e os

benefícios de produtividade e qualidade de serviço que poderiam advir de

uma aplicação de gestão clínica de nova geração, comparável às que

existem no mercado.

A alternativa 1 – “Desenvolvimento Interno” corresponde ao reforço

da actual equipa com mais recursos internos (i.e. recursos afectos ao quadro

da ACSS) para executar a evolução funcional e as operações de suporte à

nova aplicação conjunta SAM/SAPE, pelo que o custo incremental é o custo

anual desses mesmos recursos. Esta alternativa não foi explorada em

detalhe uma vez que não se enquadra na opção política definida pelo

Ministério da Saúde.

Na alternativa 2 – “Outsourcing de Desenvolvimento e Manutenção”,

o MS garante a gestão de produto e do contrato de outsourcing, cujo âmbito

será garantir os serviços de evolução e manutenção do SAM/SAPE. O custo

total será superior ao da alternativa 1, na medida em que a empresa de

prestação de serviços de outsourcing apresentará um valor de contrato que

incorporará uma margem sobre os custos efectivos dos recursos envolvidos.

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A alternativa 3 – “Concessão/venda do SAM/SAPE” corresponde a

uma cedência da aplicação SAM/SAPE em regime de concessão (alternativa

3a) ou de venda (3b), onde o valor líquido capturado pelo

concessionário/adquirente (calculado como o valor cobrado pelas licenças e

manutenção da aplicação e subtraído das contrapartidas de concessão ou

venda) é superior ao da opção anterior, uma vez que neste caso a empresa

se cobraria de um prémio de risco associado a uma posição de participação

num mercado de aplicações de gestão clínica, ao invés de uma contratação

de evolução, manutenção e suporte a longo prazo (de menor risco), como na

opção anterior.

A alternativa 4 – “Descontinuar SAM/SAPE” seria o abandono da

aplicação de uma forma progressiva, permitindo ao mercado capturar

livremente o valor deixado pelo SAM/SAPE, consoante o nível de

competitividade existente no mesmo. Note-se que, numa primeira fase, este

valor seria maior do que o da hipótese de concessão mas, no médio prazo. a

tendência seria de entrada de novos players no mercado que levaria à erosão

de parte das margens dos incumbentes. De qualquer modo, uma vez que se

trata de uma indústria de grandes custos fixos e custos marginais muito

baixos, as deseconomias de escala de cada player seriam imputadas ao

Ministério da Saúde. Apenas com um mercado privado para as mesmas

aplicações, bastante maior do que o mercado coberto pelo SNS, se poderia

considerar uma diluição deste efeito por uma maior base de clientes.

A Figura 4 ilustra conceptualmente as alternativas analisadas para a

exploração de sistemas de gestão dos CSP, comparando os custos globais

para o Ministério de Saúde.

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Desenv. Interno

Outsourcing de Desenv. e Manutenção

Custos Externos

Concessão / venda do

SAM/SAPE

Custos Externos

Compensação de Risco

Descontinuar SAM/SAPE

Pagamento ao Mercado

(preços actuais)

Custos globais do Ministério

da Saúde

Ganhos de Escala

Situação Actual

Custo Interno

Perda de Quota

Contrapartidas e Ganhos de

Escala

Figura 4 - Alternativas: Perspectiva Económica

4.1. Análise Detalhada das Alternativas

Para cada uma das alternativas relevantes, apresentamos de seguida

uma descrição mais detalhada e uma análise das suas principais vantagens e

desvantagens.

4.1.1. Alternativa 2 – Outsourcing de Desenvolvimento e Manutenção

É a alternativa mais próxima à de desenvolvimento interno, mantendo no

MS a gestão de produto e a agregação de requisitos funcionais e recorrendo,

simultaneamente, à subcontratação para actualização tecnológica e funcional

do SAM/SAPE e manutenção evolutiva e correctiva das aplicações. Segundo

a ACSS, o reforço de competências internas para cumprir estas funções

representa um custo incremental mínimo.

O custo total de investimento na actualização do SAM/SAPE foi estimado

em 1.243 milhares de euros, ao passo que o custo de manutenção e suporte

foi estimado em 759 milhares de euros por ano (cálculos apresentados no

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Anexo A). Para permitir a comparabilidade destes valores com os custos de

licenciamento das outras aplicações no mercado foi calculada uma anuidade

equivalente de 1.207 milhares de euros por ano (Anexo A, secção “Custo do

licenciamento SAM/SAPE”), que deverá ser dividida pelo número de

utilizadores SAM/SAPE, para obter um custo equivalente ao de licenciamento

por utilizador.

Com base na referida anuidade e na quota de mercado actual do

SAM/SAPE (aproximadamente 90%), o custo por utilizador SAM/SAPE foi

estimado em 63,63€ por ano. Este valor deverá ser imputado às unidades de

saúde que utilizem SAM/SAPE, a partir do momento em que a nova versão

da aplicação entre em produção, para que os custos deste sistema de

informação sejam correctamente alocados dentro do MS.

Tendo o SAM/SAPE (após as actualizações já descritas) um custo por

utilizador bastante inferior ao das outras aplicações no mercado (calculado

em 384€ por ano, na secção “Custo das aplicações de mercado” do Anexo A)

e estando a aplicação funcionalmente a par com estas, será expectável que o

ritmo de perda de quota de mercado que hoje em dia se verifica seja

desacelerado. É, no entanto, provável que a tendência de perda de quota do

SAM/SAPE não seja totalmente estancada ou revertida se não houver uma

decisão política nesse sentido, uma vez que para alguns profissionais de

saúde o SAM/SAPE desenvolveu uma imagem negativa, conotada com a sua

histórica falta de actualização e suporte.

A tabela seguinte faz uma análise de sensibilidade dos custos por

utilizador de SAM/SAPE em função da sua quota de mercado. A coluna

“Custo anualizado SAM” ilustra o valor anualizado do investimento no

SAM/SAPE e posterior manutenção, como já referido. É um custo fixo,

independentemente da quota de mercado detida pelo SAM/SAPE. A coluna

“Custo anualizado mercado” apresenta o custo anualizado de licenças e

manutenção de aplicações de mercado para a fatia de mercado não coberta

pelo SAM/SAPE. Na coluna “Custo SAM / Utilizador” pode-se notar o efeito

de menor diluição dos custos fixos de desenvolvimento e manutenção do

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SAM/SAPE à medida que a sua quota de mercado diminui (i.e. à medida que

a sua base de utilizadores se reduz).

Tabela 3 - Análise de sensibilidade do custo por utilizador de SAM/SAPE à sua quota de mercado

Quota mercado SAM

Custo anualizado SAM

Custo anualizado mercado

Custo total SAM + mercado

Custo SAM / utilizador

94% 1.206.980,04 €    0,00 €‐                   1.206.980,04 €   61,41 €                90% 1.206.980,04 €    282.946,74 €      1.489.926,78 €   63,80 €                

90,2% 1.206.980,04 €    263.537,03 €      1.470.517,07 €   63,63 €                80% 1.206.980,04 €    1.091.126,96 €   2.298.107,00 €   71,78 €                

75,3% 1.206.980,04 €    1.470.517,07 €   2.677.497,11 €   76,25 €                70% 1.206.980,04 €    1.899.307,17 €   3.106.287,22 €   82,03 €                60% 1.206.980,04 €    2.707.487,39 €   3.914.467,43 €   95,70 €                50% 1.206.980,04 €    3.515.667,61 €   4.722.647,65 €   114,84 €              40% 1.206.980,04 €    4.323.847,83 €   5.530.827,87 €   143,55 €              30% 1.206.980,04 €    5.132.028,05 €   6.339.008,09 €   191,40 €              20% 1.206.980,04 €    5.940.208,27 €   7.147.188,31 €   287,10 €              

14,9% 1.206.980,04 €    6.349.588,66 €   7.556.568,70 €   384,48 €              10,0% 1.206.980,04 €    6.748.388,48 €   7.955.368,52 €   574,21 €              

5% 1.206.980,04 €    7.152.478,59 €   8.359.458,63 €   1.148,41 €           

Entre a quota de mercado actual (na ordem dos 90%) e os cerca de 15%

de quota, os custos por utilizador SAM/SAPE serão menores do que o custo

médio por utilizador de uma aplicação concorrente. Até se alcançar essa

quota de mercado mínima, o SAM/SAPE é competitivo e economicamente

viável, havendo uma poupança líquida do MS quando comparado com a

situação de servir todo o mercado com aplicações privadas (alternativa 4).

Sendo pouco expectável que ocorra uma perda de quota de mercado tão

acentuada após os investimentos de actualização previstos (caso em que

seria economicamente mais vantajoso deixar de suportar a aplicação), a

presente alternativa parece viável e a preferível de um ponto de vista

estritamente económico.

Outra conclusão que se pode retirar da análise feita é a de que uma

perda de aproximadamente 14,9% de quota de mercado (de 90,2% para

75,3%) traria um custo incremental líquido para o MS (em licenças de outras

aplicações) igual ao do investimento na actualização do SAM/SAPE. Sendo

razoável pensar que dado o grau de desactualização desta aplicação, uma

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perda de quota de mercado nessa ordem de grandeza seria facilmente

atingida, caso o mercado estivesse totalmente liberalizado, consideramos que

o investimento na actualização do SAM/SAPE fica perfeitamente justificado,

sendo que o modelo em que esse investimento é feito deve ser escolhido de

entre o desenvolvimento subcontratado pela ACSS (a alternativa em análise)

e a concessão ou venda a uma terceira entidade (alternativa 3). A opção de

abandono do SAM/SAPE e abertura completa ao mercado (alternativa 4)

parece ser desproporcionalmente dispendiosa para ser considerada com

razoabilidade.

Apresentam-se de seguida as principais vantagens e riscos desta

alternativa:

Vantagens:

• permite, potencialmente, reduzir o escalar de custos com a

continuada perda de quota de mercado de SAM/SAPE para as

outras aplicações;

• permite ao MS manter o controlo sobre a funcionalidade da

aplicação;

• os custos de formação de utilizadores e de gestão da mudança

são menores que os das outras alternativas, uma vez que os

utilizadores estão já familiarizados com a aplicação (apesar da

alteração decorrente da sua actualização);

• minimiza os custos para o MS.

Riscos:

• sinaliza ao mercado o interesse estratégico do MS nesta

aplicação, o que pode criar um movimento de desinvestimento por

parte dos fornecedores presentes hoje em dia no mercado e

acabar por erodir o bom funcionamento do mesmo. Se estiver

garantida uma grande interoperabilidade, as áreas de inovação de

valor acrescentado deverão estar mais em zonas não nucleares

ou satélites à aplicação de gestão clínica, logo em áreas não

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cobertas directamente pelo SAM/SAPE e abertas naturalmente ao

mercado);

• a história demonstra que o MS poderá não executar uma liderança

funcional reconhecida pelos utilizadores (eventualmente porque

não tem o estímulo económico que os outros fornecedores

sentem, incutido pelas dinâmicas de mercado, na procura pela

diferenciação e conquista de quota) pelo que a nova aplicação que

surgirá da evolução do SAM/SAPE poderá não reflectir as reais

necessidades dos utilizadores. Será necessário garantir que o

processo de recolha de requisitos ocorre num formato que permita

minimizar este risco.

A tabela seguinte sintetiza as principais características da alternativa

descrita anteriormente.

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Alternativa 2 – Outsourcing de desenvolvimento e manutenção

Poder negocial do Estado

Muito alto. O controlo de uma aplicação que seja uma alternativa credível ao mercado permite conhecer os custos de desenvolvimento, reduzindo a assimetria de informação face aos concorrentes.

Facilidade na mudança Média. Apesar da actualização, dado ser o mesmo sistema não se espera

grande resistência à mudança.

Competitividade a curto prazo14

Média. A cobrança de licenças pela utilização do SAM/SAPE poderá baixar a sua quota no mercado. A competitividade irá depender dos factores: preço da licença do SAM/SAPE, qualidade da aplicação face ao mercado e descentralização da decisão de compra.

Custo de aquisição para o utilizador

Médio. Passam a existir custos obrigatórios na aquisição de uma aplicação com a introdução de licenças de utilização do SAM/SAPE. O Ministério da Saúde tem poder para controlar o preço.

Sustentabilidade da quota SAM/SAPE

Média. A quota do SAM/SAPE pode decrescer se o mercado for liberalizado sem haver uma percepção geral de um SAM/SAPE actualizado e competitivo com o mercado. Dependerá também da descentralização da decisão de compra.

Controlo sobre as funcionalidades

Muito alto. Ministério da Saúde tem o poder de decidir as funcionalidades a integrar no SAM/SAPE que, com a elevada quota de mercado, permite criar uma referência no mercado. Certifica ainda os outros players definindo os requisitos mínimos do mercado.

Potencial para inovação

Médio. Na sua componente central as aplicações tenderão a estar par a par, acompanhando os requisitos dos utilizadores. Existirá inovação nos módulos-satélite como elementos diferenciadores das aplicações se for garantida a interoperabilidade.

Influência dos utilizadores na aplicação

Alta. Através de serviços de suporte aproximam-se utilizadores e aplicação. Fica garantido potencial para que os utilizadores possam influenciar a evolução da aplicação.

Reversibilidade da alternativa

Alta. Em qualquer altura se pode optar por uma das restantes alternativas. Numa passagem para a alternativa 4 perdem-se os custos já aplicados no desenvolvimento interno. Na passagem para as alternativas 3a e 3b, é esperado algum retorno do investimento nas contrapartidas a negociar.

4.1.2. Alternativa 3 – Concessão / venda

Esta alternativa compreende a cessão, parcial (concessão) ou definitiva

(venda) dos direitos de exploração do SAM/SAPE, em troca de uma

contrapartida financeira. Pode também incluir uma cláusula de exclusividade

para o concessionário/adquirente, i.e., uma garantia de que a quota de

mercado do SAM/SAPE na altura da concessão ou venda permanecerá fixa

14 A análise de médio-prazo não é tão relevante porque uma vez adoptada uma solução

de gestão clínica os custos de mudança são altos o que reduz a competitividade do mercado.

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por um determinado prazo. Uma terceira dimensão a considerar será a

abrangência da concessão/venda, que pode ser nacional (a nível da ACSS)

ou regional (a nível da ARS).

Na base deste modelo está o facto de que o Ministério da Saúde detém

no SAM/SAPE um activo com valor de mercado, que advém da sua taxa de

penetração. A cedência deste activo ao mercado deverá seguir uma via que

assegure a captura de valor por parte do Ministério da Saúde e que

compense, pelo menos parcialmente, a desvantagem económica deste

modelo face ao apresentado no ponto anterior.

O contrato de concessão deverá contemplar quatro elementos

fundamentais: um royalty a pagar ao Ministério da Saúde pela empresa

concessionária; uma tarifa que o concessionário iria cobrar às unidades de

saúde; um prazo de exploração da concessão que permita o retorno dos

investimentos efectuados pelo concessionário; e um prazo de lock-in dos

centros de saúde à solução concessionada.

A venda deverá contemplar um valor de cessão do activo e poderá ter

subjacente a fixação da tarifa que o adquirente poderá cobrar às unidades de

saúde durante um determinado prazo.

A Figura 4 procura ilustrar a distribuição de valor destas soluções. Existe

um custo interno mínimo do MS para monitorização da concessão (ou do

cumprimento das condições de venda nos primeiros anos após concretização

da transacção) e uma remuneração do concessionário em função da tarifa

(custos externos e margem). Em termos comparativos, este modelo deverá

ter um custo superior à alternativa 2, uma vez que o concessionário

pretenderá uma remuneração pelo risco de mercado que irá correr. Deverá

ter um custo significativamente inferior à alternativa 4 (descontinuar

SAM/SAPE) por duas razões: devido a contrapartidas, designadamente o

pagamento de royalty / valor de venda, com eventual assumpção dos custos

de actualização da aplicação, e controlo do preço cobrado às unidades de

saúde, potenciando ganhos de escala. Sendo difícil apresentar um valor

exacto, tendencialmente o valor deverá aproximar-se do custo da alternativa

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2 para níveis de serviço comparáveis. Será na negociação da royalty / valor

de venda que haverá hipótese de esbater a diferença entre os custos das

alternativas 2 e 3.

Discutem-se de seguida as duas modalidades desta alternativa:

A) Concessão do SAM/SAPE

À partida podemos considerar duas variantes: oferecer ao concessionário

acesso exclusivo à base de clientes, não permitindo às unidades de saúde a

mudança para outra aplicação, ou não conferir esse grau de exclusividade. A

primeira opção reduz de tal modo o risco para o concessionário que, na

prática, se poderiam negociar contrapartidas tais que o custo total para o

Ministério da Saúde poderia descer para os níveis da alternativa 2. No

entanto, não é criado nenhum tipo de incentivo para que o investimento feito

na melhoria da aplicação e do serviço de suporte maximizem o benefício para

o cliente. Por um lado, o concessionário não fica na posse do activo no final

do período de concessão, pelo que não necessita de garantir que nessa

altura a aplicação é competitiva do ponto de vista concorrencial. Por outro,

tem uma quota de mercado garantida, não tendo qualquer pressão

concorrencial para maximizar o benefício dos utilizadores durante o prazo de

concessão. Considerando por último que a negociação de contrapartidas lhe

poderá ter reduzido bastante as margens, o incentivo criado será para reduzir

custos até ao limite do risco de incumprir o contrato de concessão. Face ao

exposto, não consideramos que esta variante deva ser tida em consideração.

Na concessão sem acesso exclusivo à base de clientes SAM/SAPE,

poder-se-ia considerar um prazo de carência, durante o qual o concessionário

teria tempo para proceder aos investimentos necessários para actualizar a

aplicação, mas, findo esse período, seria dada liberdade às ARS para

escolherem a(s) aplicações a usar, de entre as certificadas pelo MS. Esta

variante, ao introduzir risco para o concessionário poderá ser mais

dispendiosa, mas introduz um incentivo para que seja maximizado o benefício

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criado para o utilizador, criando diferenciação positiva para a concorrência de

modo a impedir a erosão de quota de mercado.

A alternativa de concessão na variante sem acesso exclusivo apresenta

as seguintes vantagens e riscos:

Vantagens:

• garante um fluxo financeiro de entrada no início da concessão;

• promove a inovação, devido à pressão concorrencial findo o prazo

de carência.

Riscos:

• o concessionário terá tendência para degradar a qualidade de

serviço (e, eventualmente, desinvestir na evolução da aplicação) à

medida que o final do período de concessão se aproxima, pois a

abrangência do seu interesse económico termina nesse período,

não estando os seus interesses alinhados com o perpetuar de

uma condição de diferenciação positiva do SAM/SAPE que

maximize os benefícios para o utilizador;

• torna-se necessário garantir a interoperabilidade para não ficar

preso a soluções complementares do mesmo fornecedor para

áreas não nucleares e permitir concorrência efectiva a nível do

aplicativo, findo o prazo de carência.

Uma vez que, findo o prazo de concessão, o Ministério da Saúde toma

posse da aplicação, considerámos não fazer sentido a existência de mais do

que uma concessão (e.g. regional), pelo que o âmbito geográfico deve ser

nacional. Caso contrário, produzir-se-iam tantas variantes do SAM/SAPE

quantas as concessões atribuídas, o que colocaria dificuldades acrescidas ao

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Ministério na gestão futura da aplicação, multiplicando os custos associados

à mesma.

A tabela seguinte sintetiza as principais características da alternativa

descrita anteriormente.

Alternativa 3a – Concessão do SAM/SAPE

Poder negocial do Estado

Médio. Ao abdicar do controlo de uma alternativa credível ao mercado, o Ministério da Saúde abdica também de poder negocial. A situação é agravada com a entrega da quota de mercado a um único player., que, apesar de tomar posse da aplicação apenas pelo prazo da concessão, fica efectivamente numa posição primordial devido ao conhecimento adquirido e ao controlo que deterá sobre os processos de suporte.

Facilidade na mudança Média. Não se espera grande resistência à mudança, apesar da actualização,

uma vez que se mantém o mesmo sistema.

Competitividade a curto prazo

Média. A cobrança de licenças pela utilização do SAM/SAPE poderá baixar a sua quota no mercado. A competitividade irá depender dos factores preço da licença do SAM/SAPE, qualidade da aplicação face ao mercado e da descentralização da decisão de compra.

Custo de aquisição para o utilizador

Alto. O Ministério da Saúde terá de negociar o preço de licenciamento do SAM/SAPE com o concessionário que não terá incentivo para competir por preço dada a quota de mercado que detém no início da concessão.

Sustentabilidade da quota SAM/SAPE

Média. A quota do SAM/SAPE pode decrescer se o mercado for liberalizado sem haver uma percepção geral de um SAM/SAPE actualizado e competitivo com o mercado. Dependerá também da descentralização da decisão de compra.

Controlo sobre as funcionalidades

Médio. O controlo dependerá das condições contratualizadas com o concessionário. Ao longo do tempo, o controlo funcional tende a passar para o concessionário por crescente assimetria de informação. Controlo funcional tende, a longo prazo, a ocorrer apenas por intermédio da Certificação

Potencial para inovação

Alto. Na sua componente central as aplicações tenderão a estar par a par, acompanhando os requisitos dos utilizadores. Existirá inovação nos módulos-satélite como elementos diferenciadores das aplicações se for garantida a interoperabilidade. Para sua protecção o concessionário terá incentivo a dificultar a interoperabilidade como forma de aumentar os switching costs.

Influência dos utilizadores na aplicação

Média. A existência de níveis de serviço contratualizados com o concessionário irá diminuir a influência que o utilizador poderá ter na aplicação.

Reversibilidade da alternativa Média. Só será possível regressar sem custos de indemnização às alternativas

1 e 2 no fim do período de concessão.

B) Venda do SAM/SAPE

A venda pressupõe a cedência definitiva do activo SAM/SAPE, tendo

como contrapartida um valor monetário. Tipicamente, um adquirente

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necessitará de 12 a 18 meses para fazer os investimentos necessários na

aplicação e fazer o roll-out da solução e migração da aplicação anterior em

todas as unidades de saúde.

Deste modo, a inexistência de um prazo de carência, parece menos

atractiva para o potencial adquirente, uma vez que o risco é muito maior: será

necessário um grande investimento inicial, que poderá demorar de 6 a 12

meses a ficar terminado e nesse espaço de tempo o mercado poderá actuar

e os concorrentes actuais poderão ter uma agressividade comercial tal que

reduza em muito a sua quota de mercado potencial.

Assim, nesta variante é incluído um prazo de carência em que a base de

clientes SAM/SAPE é garantida ao adquirente, em condições pré-negociadas

no acordo de venda. O adquirente toma posse definitiva do activo, pelo que

tenderá a aproveitar o período de carência para diferenciar a aplicação da

concorrência, maximizando a sua competitividade à saída do referido

período.

O âmbito geográfico da variante de venda poderá ser nacional ou

regional. Cremos que o âmbito regional será o mais indicado ao criar espaço

de mercado para 3 concorrentes potencialmente diferentes15. Isto reduz o

risco de ter apenas um fornecedor dominante (que seria o caso na opção

nacional), com maior poder de negociação perante o Ministério no final do

período de carência.

A alternativa de venda apresenta as seguintes vantagens e riscos:

Vantagens:

• maior dinâmica de inovação funcional. O adquirente teria grande

incentivo para ser melhor que a concorrência, diferenciando a

15 As ARS Alentejo e Algarve não parecem ter dimensão mínima para conseguirem

apresentar massa crítica suficiente que justifique o interesse de um potencial adquirente,

pelo que se aconselha neste caso a que se associem a outra ARS com maior escala.

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aplicação e criando valor para o utilizador, de modo a garantir a

manutenção de uma quota de mercado confortável;

• pressão concorrencial sobre preços. Os concorrentes do

SAM/SAPE teriam necessariamente de acompanhar a pressão

sobre preços exigida pelo adquirente. Poderiam também tender a

diferenciar-se por via da inovação e serviços de valor

acrescentado, opção também benéfica para o SNS.

Riscos:

• a presença de um concorrente muito forte pode provocar tal

pressão sobre os preços de mercado que os concorrentes deixem

de ter espaço para inovar (ou até mesmo para sobreviver). O

âmbito regional para esta variante reduz o potencial impacto deste

risco, ao dividir, potencialmente, o mercado entre vários players;

• perda de controlo funcional da aplicação por parte do MS. Será, no

entanto, do interesse do(s) adquirente(s) alinhar a funcionalidade

da(s) aplicação(ões) com as expectativas dos utilizadores;

• a propriedade do software fica tipicamente nas mãos do

adquirente, o que coloca o MS numa posição negocial

enfraquecida, ao perder o controlo estratégico desse activo.

Esta alternativa coloca ênfase acrescida no papel certificador da ACSS, uma

vez que essa passa a ser a única ferramenta à disposição do MS para

controlar a qualidade das aplicações de gestão clínica disponíveis no

mercado.

A tabela seguinte sintetiza as principais características da alternativa

descrita anteriormente.

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Alternativa 3b – Venda do SAM/SAPE

Poder negocial do Estado Alto. A segmentação regional do mercado permite criar escala, conferindo

poder negocial ao Ministério da Saúde.

Facilidade na mudança

Baixa. Prevê-se o abandono da actual aplicação. Regionalmente serão instaladas aplicações inteiramente novas. O volume de cada região permite criar sinergias no processo de mudança e respectiva formação de utilizadores.

Competitividade a curto prazo

Média. Num cenário de venda regional da quota de mercado, são esperados monopólios (regionais). A situação pode ser agravada se um mesmo player concentrar várias regiões.

Custo de aquisição para o utilizador

Muito alto. Os custos de aquisição deixam de ser controlados pelo estado. Passam a existir monopólios regionais e existe o perigo de cartelização de preço entre players.

Sustentabilidade da quota SAM/SAPE Baixa. É expectável o abandono da aplicação SAM/SAPE. A quota equivalente

será dispersa pelos monopólios regionais.

Controlo sobre as funcionalidades Baixo. Sem uma aplicação própria, o Ministério da Saúde assumirá apenas o

papel de certificador das aplicações no mercado.

Potencial para inovação

Alto. Na sua componente central as aplicações tenderão a estar par a par, acompanhando os requisitos dos utilizadores. Existirá inovação nos módulos-satélite como elementos diferenciadores das aplicações. Para protecção do monopólio regional, o concessionário terá incentivo a dificultar a interoperabilidade como forma de aumentar os switching costs.

Influência dos utilizadores na aplicação

Alta. O nível de influência ficará ao critério dos players do mercado, tendendo para uma relação próxima por forma a promover a recolha de feedback e a sua incorporação nas aplicações.

Reversibilidade da alternativa Muito baixa. Não é possível reverter para nenhuma das alternativas.

4.1.3. Alternativa 4 – Descontinuar SAM/SAPE

Neste cenário o MS abandona qualquer actividade relacionada com o

desenvolvimento e manutenção da aplicação SAM/SAPE, deixando o

mercado totalmente aberto à iniciativa privada.

Este cenário apresenta os custos mais elevados para o Ministério da

Saúde. Estimamos que o custo anual com licenças de utilização e

manutenção ascenda a 8,1 milhões de euros (vide secção “Custo das

aplicações de mercado” do Anexo A). Os preços passam a ser regulados

pelas leis de mercado, sem controlo do Estado, e todas as unidades de

saúde passam a pagar os preços praticados no mercado. O crescimento dos

players em termos de taxa de penetração resultará em ganhos de escala, o

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que potencia reduções de preços praticados, quer por dinâmica

concorrencial, quer por pressão negocial por parte do Ministério. As referidas

economias de escala diminuirão à medida que a concentração de mercado se

reduzir (i.e. com o aparecimento de novos concorrentes). O desaparecimento

dessas economias, num mercado pouco concentrado, poderá reflectir-se em

custos acrescidos para o Ministério da Saúde.

Em termos práticos de implementação, o abandono não pode ser

imediato, exigindo que seja assegurado um período de transição, dada a

grande base de clientes instalada. A fase de transição teria que assegurar

que os processos de aquisição, instalação e migração para aplicações de

mercado pudesse decorrer sem sobressaltos.

A presente alternativa apresenta as seguintes vantagens e riscos:

Vantagens:

• esta alternativa maximiza a competitividade a curto prazo no

mercado, ao liberalizar o acesso à quota do SAM/SAPE.

Riscos:

• o período de migração para aplicações de mercado pode ser

bastante alongado, devido ao peso processual inerente aos

processos de contratação pública e à própria inércia dos

profissionais das unidades de saúde, relacionada com resistência

inerente ao processo de mudança. Este risco apenas poderá ser

mitigado por pressão política, no sentido de limitar temporalmente

o período de transição;

• algumas ARS que demonstram uma clara preferência pela solução

SAM/SAPE poderão revelar maior inércia na transição para uma

solução de mercado, pelo que deverá ser considerada a hipótese

de permitir que estas criem competências internas para a

manutenção / evolução dentro do seu âmbito regional.

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A tabela seguinte sintetiza as principais características da alternativa

descrita anteriormente.

Alternativa 4 – Descontinuar SAM/SAPE

Poder negocial do Estado Alto. A existência de mecanismos de concorrência no mercado permitirá ao MS

reter grande força negocial, que dependerá da concentração final do mercado.

Facilidade na mudança Muito baixa. Há um abandono completo da aplicação. A segmentação do

mercado aumentará as resistências à mudança.

Competitividade a curto prazo Muito alta. Cenário de mercado livre onde se espera a distribuição da actual

quota do SAM/SAPE por players novos ou já existentes.

Custo de aquisição para o utilizador

Alto. Apesar do Ministério da Saúde não controlar o preço das aplicações existirá competição pelo mercado o que levará os preços a ser inferiores aos da alternativa de venda. Permanece o perigo de cartelização apesar de ser menor que na alternativa de venda.

Sustentabilidade da quota SAM/SAPE Não aplicável.

Controlo sobre as funcionalidades Baixo. Sem uma aplicação própria, o Ministério da Saúde assumirá apenas o

papel de certificador das aplicações no mercado.

Potencial para inovação

Alto. Com o desaparecimento da quota do SAM/SAPE os players terão um superior incentivo para a inovação, dada a probabilidade dos custos virem a ser cobertos pelo aumento significativo de quota de mercado. Os players tenderão a proteger-se eliminando a interoperabilidade, criando assim switching costs.

Influência dos utilizadores na aplicação

Alta. O nível de influência ficará ao critério dos players do mercado, tendendo para uma relação próxima por forma a promover a recolha de feedback e a sua incorporação nas aplicações.

Reversibilidade da alternativa Muito baixa. Para optar por qualquer outra opção é necessário reactivar o

SAM/SAPE que havia sido abandonado o que implica custos elevados.

4.2. Resumo das alternativas

A tabela seguinte apresenta um resumo da análise qualitativa às

alternativas previamente apresentadas.

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Outsourcing Concessão Venda Descontinuar

Poder negocial do Estado

Facilidade na mudança

Competitividade a curto prazo

Custo de aquisição para o utilizador

Sustentabilidade da quota SAM/SAPE N.A.

Controlo sobre as funcionalidades

Potencial para inovação

Influência dos utilizadores na aplicação

Reversibilidade da alternativa

Legenda: Muito Alto, Alto, Médio, Baixo, Muito Baixo

5. Recomendações

Do ponto de vista estritamente económico, a alternativa 2 – Outsourcing

de Desenvolvimento e Manutenção – é a mais vantajosa, ao minimizar os

custos para o Ministério da Saúde ficando, todavia, o controlo da aplicação

nas suas mãos, o que exige reunir as competências adequadas para liderar a

gestão de requisitos técnicos e funcionais e coordenação do trabalho de

desenvolvimento.

A alternativa 3 – nas modalidades Concessão e Venda – poderá

incentivar uma maior dinâmica concorrencial com efeitos na redução de

preços de mercado e com fortes incentivos a um movimento de inovação.

Também deixa o controlo da funcionalidade nas mãos de empresas com

muito know-how no sector, que provavelmente desempenharão melhor esse

papel que o Ministério da Saúde.

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Consideramos, no entanto, que o factor decisivo estará na expectativa

sobre o grau de maturidade funcional das aplicações de gestão clínica. Caso

a expectativa seja de grande dinâmica de aparecimento de novas

necessidades funcionais ainda não respondidas pelas aplicações actuais, a

pressão de inovação e diferenciação colocada pela alternativa 3 em todo o

mercado permitirá uma melhor resposta a essa tendência.

Pelo contrário, se a expectativa for de um maior grau de maturidade

funcional das aplicações existentes, então a alternativa 2 parece servir

melhor o MS ao garantir uma aplicação competitiva, a custos minimizados e

controlados.

Com a presença ou não de uma aplicação do Ministério da Saúde,

defendemos que deve ser garantido o funcionamento livre do mercado, seja

para desenvolvimento de funcionalidade nuclear, seja para as referidas

funcionalidades satélite.

Torna-se, assim, necessário salientar o papel que a interoperabilidade da

solução a desenvolver terá na criação de um mercado para desenvolvimento

de funcionalidades satélite, onde a dinâmica concorrencial introduzirá maior

pressão de inovação e maior potencial de criação de valor para as unidades

de saúde.

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Anexo A – Cálculo do custo das alternativas

Introdução

Neste anexo são detalhados os cálculos realizados para a quantificação

das rubricas de custo elementares, utilizadas na construção dos vários

cenários.

A perspectiva destes cálculos é sempre a do custo líquido para o

Ministério da Saúde (MS), i.e., onde o MS é considerado de forma sistémica e

onde os custos considerados relevantes são os que, após contabilizados

todos os fluxos económicos, constituem uma despesa incremental para o MS.

De modo a tornar comparáveis os custos das diversas opções, procurou-

se definir uma anuidade por utilizador nominal, equivalente aos reais fluxos

de caixa que cada esquema de licenciamento implicaria, num horizonte

temporal de 3 anos (período ao fim do qual se considera ser necessário

repensar um novo ciclo de investimento). Assim, para cada opção foi

calculado o Valor Actual Líquido (VAL) dos fluxos de caixa para esse período,

derivando-se, a partir deste, uma anuidade a 3 anos equivalente, i.e., com um

VAL idêntico.

Em nenhum dos cenários foram considerados os custos de formação,

gestão da mudança e implementação no terreno. O racional foi o seguinte: o

objectivo do presente estudo é o de suportar a decisão de escolha de entre

as várias alternativas consideradas para o futuro das aplicações SAM/SAPE.

Esses custos acontecerão em todos os cenários descritos, pelo que se

considerou que não distorceriam a valoração relativa de cada cenário. Em

termos absolutos não se poderá considerar que a orçamentação feita é

exaustiva, mas em última análise, não é esse o foco do presente trabalho.

Relativamente ao custo de licenciamento do software de base (e.g.

Sistema de Gestão de Base de Dados Oracle ou Sistema Operativo Microsoft

Windows), necessário para os ambientes run-time das aplicações de gestão

clínica, os seus custos não foram considerados nos cálculos, uma vez que

em nenhum cenário poderão ser considerados custos (ou poupanças)

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incrementais. Independentemente da opção tomada, terá sempre de existir o

referido custo de licenciamento, não só para suportar a aplicação de gestão

clínica, mas também para suportar todas as outras aplicações utilizadas nas

unidades de saúde.

Evolução tecnológica e funcional SAM/SAPE

De modo a quantificar o esforço associado ao desenvolvimento da

evolução tecnológica e funcional do SAM/SAPE, foi utilizado como cenário de

referência a subcontratação destes serviços no mercado de consultadoria em

TI, com os seguintes valores médios diários por tipo de perfil16:

Tabela 4 - Valores médios diários por perfil

Tarifa diáriaJunior 320,00 €       Consultor 490,00 €       Gestor de Projecto 719,00 €       Director de Projecto 941,00 €       

O MS não está vocacionado para possuir competências de

desenvolvimento internamente, sendo, portanto, este o formato desejável.

Nele, o ministério assume o papel de líder funcional e subcontrata a

implementação a uma empresa especializada.

Para efeitos de orçamentação, foram considerados o projecto de

unificação SAM/SAPE, as necessidades de evolução funcional de elevada

relevância, assim como a evolução tecnológica. Note-se que quer a evolução

tecnológica, quer a unificação das aplicações implicam uma reescrita em

larga escala da aplicação, e, porque existem enormes sinergias entre as

duas, não foram estimadas separadamente.

As estimativas apresentadas foram feitas com base na sensibilidade e

experiência dos elementos da ACSS consultados, tendo sido estabelecidos

valores máximo e mínimo de duração e uma dimensão média para a equipa

16 As tarifas médias diárias foram obtidas com base numa consulta a diversas entidades

do mercado de consultoria em TI.

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considerada. Foi também introduzida uma margem de tolerância de 40%,

sobre a média ponderada (60% para a máxima e 40% para a mínima) da

gama de durações.

Tabela 5 - cálculo dos custos de evolução funcional SAM/SAPE

Junior Consultor Gestor de Projecto

Director de Projecto

Total

# recursos 5 4 2 0,40 11,40Duração (m) 12,4 12,4 12,4 12,4 12,4Esforço (d) 1127 1070 395 79 2671Custo 360.714,24 €    524.119,68 €  283.964,74 €  74.328,46 €    1.243.127,12 €     

O custo total de actualização do SAM/SAPE foi, assim, estimado em

aproximadamente 1.243 milhares de euros.

Manutenção SAM/SAPE

O dimensionamento de uma equipa para manutenção e suporte ao

SAM/SAPE foi feito com base nos FTE’s indicativos fornecidos pela ACSS.

Não existindo um registo histórico de custos e de carga de trabalho

executada pelas equipas actuais, torna-se difícil validar a adequação do

dimensionamento da equipa.

A tabela seguinte apresenta o esforço anual estimado para a equipa,

tendo o total sido calculado em 759 mil euros por ano.

Tabela 6 - cálculo dos custos de manutenção SAM/SAPE

Junior Consultor Gestor de Projecto

Director de Projecto

Total

# recursos 4 2 1 0,05 7,05Duração 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0Esforço (d) 1004 502 251 12 1.769Custo Anual 321.280,00 €    245.980,00 €  180.469,00 €  11.292,00 €    759.021,00 €         

Custo do licenciamento SAM/SAPE

Para efeitos de comparabilidade entre os custos de licenciamento das

aplicações privadas existentes no mercado e os custos associados ao

SAM/SAPE, é calculada uma anuidade por utilizador, da seguinte forma:

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1. Os fluxos de caixa incrementais a três anos (investimento inicial na

actualização e valor anual de manutenção) são convertidos num

Valor Actualizado (cerca de 3.350 milhares de euros, com uma

taxa de desconto anual de 4%);

2. É calculada uma anuidade equivalente (para a mesma taxa de

juro) ao Valor Actualizado calculado no ponto anterior (que resulta

num valor de cerca de 1.207 milhares de euros anuais)

3. A anuidade calculada anteriormente é dividida pelo número

estimado de utilizadores nominais SAM/SAPE (que dependerá do

cenário que esteja a ser analisado – para a quota de mercado

actual do SAM/SAPE, cerca de 64€ por ano e por utilizador)

Custo das aplicações de mercado

As estruturas de pricing das aplicações Medicine One e VitaHISCare são

bastante diferentes e, como tal, difíceis de comparar, uma vez que a primeira

se concretiza numa renda mensal por utilizador nominal (que inclui a licença

do software e o pacote de manutenção associado) e a segunda num valor de

licenciamento inicial e num valor anual de manutenção.

Assim, o objectivo foi o de encontrar um valor anual médio por utilizador

representativo dos preços de mercado destas aplicações, para o tornar

comparável com o valor calculado para licenciamento do SAM/SAPE. A

metodologia utilizada foi a seguinte:

1. Calcular o Valor Actualizado dos custos de licenciamento por

utilizador nominal17 de cada aplicação;

17 Um utilizador nominal é um funcionário de um Centro de Saúde ou USF com perfil

potencial para utilização do SAM/SAPE, i.e., enfermeiros, médicos e administrativos. Foi

utilizado o valor de 21.020 destes profissionais, segundo o relatório de estatística publicado

pela Direcção-Geral de Saúde, intitulado “Centros de Saúde e Hospitais, recursos e

produção do SNS 2006”

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2. Calcular uma anuidade a 3 anos c/ Valor Actualizado idêntico ao

calculado no ponto anterior, por cada aplicação;

3. Calcular uma média das anuidades para cada aplicação,

ponderada pela quota de mercado de cada aplicação no mercado

de software de gestão clínica.

O Valor Actualizado calculado para o custo médio de uma aplicação

concorrente ao SAM/SAPE foi, assim, calculado em 384 euros por ano, por

utilizador nominal, o que dimensiona o mercado de aplicações de gestão

clínica em 8,1 milhões de euros (número total de utilizadores multiplicado

pelo valor anual por utilizador).

Os seguintes pressupostos foram tidos em conta neste cálculo:

• taxa de desconto de 4%;

• prazo de análise de 3 anos;

• baseado no pricing fornecido pelos produtores do software

analisado e usando, sempre que fornecidos, os valores com

maiores descontos de volume;

• os custos de formação e implementação das aplicações no terreno

não foram usados no cálculo da anuidade equivalente. Para além

de não serem considerados relevantes na decisão entre

alternativas, como já explicado, as estruturas de pricing recebidas

para esses serviços tornavam difícil a comparação de valores.

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Anexo B – Necessidades de Desenvolvimento do SAM – Cuidados de Saúde Primários

Desenvolvimento Descrição Relevância

Migrar SAM & SAPE para centrado ao utente Mudar a filosofia de funcionamento do SAM SAPE para estar centrado no utente e não no registo de episódios Muito Importante

Notificação de Utentes Criar um processo automático de notificação de utentes de que se devem apresentar no Centro de Saúde. Notificação de consultas tanto geradas por agendamento como por resultado de rastreios. Formatos: SMS, email, carta pré-formtatada;

Muito Importante

Integração com ALERT até último ecrã no caso de uma referenciação

Integração com o ALERT P1 até ao ecrã final de resumo/confirmação de dados. Os dados já são importados do SAM o médico só deveria confirmar no ecrã resumo e não passo-a-passo. Muito Importante

Associação de documentos Pemitir a associação de documentos ao processo do cliente. Muito Importante

Possibilidade de registar mais do que um contacto/consulta por dia e de registar qualquer tipo de consulta para qualquer tipo de profissional

O Sinus só permite registar um contacto por dia e muitas vezes o utente vai mais do que uma vez ao CS para duas consultas diferentes (ex. diabetes, hipertensão, etc) Muito Importante

Permitir parametrizar quais as consultas isentas e não isentas

O SINUS actualemente só permite a isenção a consultas de Planaeamento Familiar e Saúde Materna e Saúde Infantil. Muito Importante

Necessidade de facturar a subsistemas O SINUS não tem módulo de facturação e tem vindo a ser solicitado por todas as instituições, inclusive a própria ACSS Muito Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Incluir na referenciação a referenciação para cirurgia do ambulatório e criar formulário para registar alguns dados necessários a esta referenciação

Alteração necessária para responder ás necessidades desta nova referenciação Muito Importante

Criar campo para o endereço electrónico do utente Este campo permitiria o envio de informação ao utente de uma forma prática Muito Importante

Informar os alertas clinicos associados ao utente à entrada no SOAP Muito Importante

Programas de Saude ad hoc Permitir que utilizadores avançados de cada USF possam criar novos Programas de Saúde à semelhança dos que existem como o Programa de Diabetes. As novas necessidades podem passar por Programa Tabagismo ou Programa Asma, por exemplo

Importante

Alarmistica de MCDTs impróprios Cruzamento de dados clínicos que permita alertar o médico de que está a seleccionar um MCDT impróprio para o episódio clínico que registou Importante

Informatizar não-presenciais Informatizar processo de pedido de consultas não-presenciais de modo a que o médico possa entender de imediato o assunto que originou cada consulta (ex: Baixa, renovação de receita, etc…) Importante

Vacinacao sai de SINUS para SAM Informação sobre o Plano de Vacinação do utente deve sair do SINUS e passar para o SAM. Análise feita. Importante

Hospitais terem acesso a resumo clínico Hospitais devem começar a recolher informação clínica dos Centros de Saúde em SAM usando a aplicação que efectua o resumo dos dados clínicos já existente. Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Registar a informação necessária à prescrição de tratamentos de Medicina Fisica e Reabilitação

A prescrição de tratamentos de Med. Física obriga ao registo de informação específica relacionada. Actualemente este registo é feito em papel e pretende-se que fique registada informáticamente. Importante

Registar as prescrições termais Necessidade desta prescrição Importante

Incluir as escalas de Katz e Lawton na Ficha Individual Importante

Possibilidade de cobrança de Taxas moderadoras atrasadas de consultas registadas noutra extensão O SINUS só permite a cobrança de taxa moderadora em atraso na extensão onde foi registada a consulta Importante

Quando o médico insere a utente pela 1ª vez no programa de saúde materna devia automaticamente atribuir-lhe a isenção no SINUS

Evitava o utente ter de se deslocar ao administrativo para fazer esta actualização Importante

Ordenar os produtos de diabetes alfabeticamente Importante

Alterar a escala dos valores para o registo das mamografias Importante

Possibilidade de "fechar" o programa de saúde materna qd se regista a data do parto Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Criar campo para informação adicional do utente, como por exe. profissão, escolaridade,etc Importante

Criar campo de informação clinica relevante ao utente que fosse logo disponibilizada à entrada no SOAP

Criar campo de informação clinica relevante ao utente que fosse logo disponibilizada à entrada no SOAP; o registo desta informação devia estar disponivel no processo do utente Importante

SAM- Referenciação - Retorno de Informação

Sempre que um utente é referenciado- ex:, Consulta de especialidade, Programa de Consulta Oral, Para uma urgência especialidade, etc, o Médico de família deve receber a informação de retorno. Deve existir um módulo que avise o médico de família de que já temos informação da referenciação sobre um ou mais dos seus utentes e deve ser ele a integrar a informaão no SAM - deve ser registado um contacto indirecto.

Importante

Melhorias no interface ALERT-P1 e SAM Levantamento de um conjunto de melhorias no interface actual entre o SAM e o ALERT p1 Importante

Permitir mensagens de referenciação interna Pemitir aos médicos e enfermeiros trocar informação de referenciação entre si Significativa

Registar nas consultas urgentes a proveniência "Encaminhado pelo Saúde 24" Possibilidade de identificar a adesão do cidadão às orientações de encaminhamento do Saúde 24 Significativa

Registo de genograma Poder relacionar de uma forma rápida e fácil todos os problemas dos elementos da familia Significativa

Emissão de estatisticas de inscritos estrangeiros por sexo/grupo etário Permitir o controlo dos utentes estrangeiros Significativa

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Poder marcar as consultas onde aconteceu algo de relevante

Poder marcar as consultas onde aconteceu algo de relevante, para numa próxima consulta o médico ser informado (através de um icon especial ou de uma cor diferente) que deve aceder à consulta anterior para consultar a informação registada

Significativa

Alterar a ordem das consultas colocando primeiro as amarelas e só depois as laranjas Significativa

Acrescentar opção para visualizar todos os mcdt's já requisitados no ecran dos anteriores Significativa

Ser possivel registar a causa de morte do utente Significativa

Incluir campo novo para data de referenciação na ficha da saúde materna e saúde infantil Significativa

Que o SINUS disponibilize interface para receber alterações de dados relativos à identificação do utente (O SINUS só permite a consulta de dados)

Pretendem que seja possível efecuar a alteração de dados de identificação na sua aplicação, sem o utilizador ter de recorrer ao SINUS. Pouco Importante

Que o SINUS disponibilize interface para receber as inoculações de vacinas (o SINUS só permite consulta das vacinas de um utente)

Pretendem fazer registo de vacinas nas suas aplicações e, para isso, precisam que seja disponibilizado um interface que faça o registo dessas inoculações no SINUS Pouco Importante

Que seja disponibilizado interface para permitir criar utentes Pretendem criar utentes no SINUS Pouco Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Que seja disponibilizado interface para Inactivar utentes Pretende "inactivar" utentes no SINUS Pouco Importante

Criar campos novos de informação clinica na ficha de planeamento familiar para permitir o planeamento para o homem

Pouco Importante

Emitir o documento de informação adicional dos TAC's para utentes da ADSE Pouco Importante

Acrescentar a data da ultima vez que se actualizou dados nos vários programas de saúde no botão correspondente ao programa

Pouco Importante

Em todas as datas de introdução obrigatória devia ser possivel aceder ao calendário Pouco Importante

Aumentar os ecrans do SAM para utilizar todo o monitor disponivel Pouco Importante

Possibilidade de registar e contabilizar as consultas feitas pelo telefone Possibilidade de contabilizar as consultas feitas pelo telefone Não Avaliado

Possibilidade de codificar o motivo de isenção de taxa na consulta Possibilidade de gerar estatisticas com os motivos de isenção de taxa nas várias consultas Não Avaliado

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Contabilizar os actos de enfermagem Efectuar o registo do acto de enfermagem (através do SAPE) e contabilizar para efeitos de facturação Não Avaliado

Estatisticas de qualquer tipo de consulta O Sinus só emite estatisticas de consultas de saúde de adulto, planeamento familiar, saúde materna e saúde infantil e é necessário estatistica de qualquer tipo de consulta (por exe. diabetes, hipertensão, etc) Não Avaliado

Possibilidade de agendar para qualquer profissional de saúde (médico/enfermeiro/nutricionista/psicologo/etc)

O Sinus só deixa agendar consultas para médicos de medicina geral e familiar Não Avaliado

Poder inserir uma vacina nova e gerar os respectivos mapas de inoculação e estatisticas Gerir as alterações ao plano de vacinação Não Avaliado

Ser possivel em qualquer unidade de saúde aceder à vacinação do utente Melhorar a consulta de dados relativos à vacinação Não Avaliado

Acesso à vacinação do utente a partir do hospital Permitir aos profissinais do hospital o acesso à vacinação Não Avaliado

Rever todo este módulo porque tem imensos problemas com o cálculo dos indicadores Várias reclamações sobre o funcionamento deste módulo Não Avaliado

Possibilidade de Impressão das fichas dos vários programas de saúde Para agilizar a impressão do processo clínico para efeitos de "envio de informação" Não Avaliado

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Criar certificado de aptidão física Não Avaliado

Possibilidade de emitir para o mesmo utente um CIT e um atestado de doença para a Função Pública

Existem utentes que "trabalham" em mais do que um local que obriga, em termos de declaração de baixa, a ser emitido para mais do que uma entidade - (Ex.: professor em instituição publica e em colégio privado) Não Avaliado

Emissão de Guia terapêutica Não Avaliado

Registo de resultados de exames não comparticipados e não requisitados pelo SAM

Permitir que seja possível registar exames que o doente traz independentemente se foram pedidos ou não pelo médico do CS Não Avaliado

Concluir o processo clínico do utente para que uma outra instituição de saúde possa aceder (integração) Incluir informação clínica impriscindível no processo. Não Avaliado

Importação automática de resultados de MCDT's Solicitado um teste com um laboratório cujo objectivo é o de receber de forma automática os resultados das análises Não Avaliado

Passagem de dados clinicos registados no SAM e MedicineOne para o SAM Por transferência do utente para outra instituição e por mudança de software aplicacional Não Avaliado

Melhorar a integração de dados com o SAPE Agilizar a passagem de informação entre o SAM e SAPE e normalizar as diferentes formas de registo Não Avaliado

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Imprimir na receita a menção de que o utente tem doença profissional

Evitar que o utente tenha de passar pelo serviço administrativo para colocar um carimbo com a indicação de que tem doença profissional Não Avaliado

Registar automaticamente o nº de inoculação no registo da vacina

Quando se regista uma nova inoculação, está por defeito a colocar I no campo inoculação qd devia registar II (ou III...) Não Avaliado

Emissão de mapas de contactos para estrangeiros Permitir o controlo dos utentes estrangeiros Não Avaliado

Emissão dos mapas de inoculação das vacinas Rotavirus e VPH Não Avaliado

Listar a portaria associada ao medicamento a prescrever caso exista Não Avaliado

Incluir os critérios de inclusão na tabela ICPC2 Não Avaliado

Aumentar campos de texto para o S,O e P Não Avaliado

Poder registar dados relacionados com a consulta mesmo passados mais do que 5 dias

Poder registar dados relacionados com a consulta mesmo passados mais do que 5 dias em casos pontuais por exe. qd há falha no sistema; poderia haver uma opção de parametrização disponivel só ao gestor do SAM para permitir o registo de dados para trás

Não Avaliado

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Possibilidade de com um duplo click sobre a data da consulta abrir uma página com toda a informação do SOAP

Não Avaliado

Alterar a disponibilização dos resultados dando-lhe uma vista diferente

Á medida que aumentam os resultados registados, o acesso aos mesmos torna-se confuso. A folha apresentada para o registo devia ser semelhente à existente em papel. Não Avaliado

Poder alterar os dados clinicos registados na consulta anterior na consulta actual

Cada vez mais, os médicos necessitam de corrigir dados erradamente registados e que só repararam no erro na consulta actual Não Avaliado

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Anexo C – Necessidades de Desenvolvimento do SAPE – Cuidados de Saúde Primários

Desenvolvimento Descrição Relevância

Reconversão do SAPE para a CIPE versão1. Disponibilizar a versão da CIPE mais actual no SAPE. Muito Importante

Melhoria da integração do SAPE com o SAM dos Centros de Saúde. Verificar que opções do SAM pediriam ser chamadas pelo SAPE e vice versa.

Melhoria e implementação da integração entre o SAM cs e SAPE cs focado no utente - evitar a redundância de recolha de dados e estabelecer padrões comuns (escalas comuns). Muito Importante

Inclusão das Escalas de monitorização (barthel, braden, confusão NEECHAM, Risco individual). São escalas utilizadas manualmente pelos serviços e que pedem que estejam disponíveis na aplicação. Muito Importante

Restruturar a prescrição de medicamentos para as prescrições internas. Relacionado com a prescrição da atitudes terapêuticas do SAM - necessidade de reformulação do módulo. Muito Importante

Disponibilização de uma ferramenta aos profissionais de saúde que lhes permita efectuar uma exploração de dados e aferir um conjunto de indicadores de qualidade e produção relacionados com a actividade de enfermagem

Necessidade de obtenção de indicadores (ganhos de saúde, produção, etc) Muito Importante

Actualização em todos os CS de uma nova parametrização elaborada pelas ARS's. Disponibilidade da nova parametrização mais adaptada à realidade do funcionamento dos Centros de Sáude. Muito Importante

Inclusão das escalas de Graffar, de Readaptação Social, Apgar familiar, o Faces II para a saúde familiar.

São escalas utilizadas manualmente pelos serviços e que pedem que estejam disponíveis na aplicação. Muito Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Reconversão do SAPE para a CIPE versão1. Disponibilizar a versão da CIPE mais actual no SAPE. Muito Importante

Despertar um alerta para dar termo ao foco gravidez (relacionado com a data prevista do parto) com possibilidade correcção da data de termo sugerida;

Melhorar a qualidade dos registos. Muito Importante

Possibilidade de parametrizar (associar) actividades de diagnóstico ou dados da avaliação inicial, com ou sem associação oa programa de saúde, focos de atenção, grupos de Status e juízos, com preenchimento obrigatório no Plano Trab na selecção

Agilizar o registo do processo de enfermagem. Muito Importante

Possibilidade de se parametrizar critérios de diagnóstico

Agilizar o registo do processo de enfermagem - permitir que a partir das actividades de diagnóstico ou de dados com determinado valor activar um diagnóstico ou vice-versa e este despertar uma ou várias intervenções automaticamente;

Muito Importante

Possibilidade de se parametrizar valores máximos e mínimos nos parâmetros monitorizados; Melhorar a qualidade dos registos. Muito Importante

Disponibilizar as escalas existentes no SAM no SAPE Melhoria e implementação da integração entre o SAM cs e SAPE cs focado no utente - evitar a redudância de recolha de dados e estabelecer padrões comuns (escalas comuns). Muito Importante

disponibilizar as escalas de: Teste Fargestron , Teste Audit (álcool), Avaliação da força muscular, Escala Ashworth, Escala de espasmos musculares, Escala de Risco Quedas, Escala da dor (Escala visual Analógica - Eva)

Escalas utilizadas manualmente pelos serviços e que pedem que estejam disponíveis na aplicação. Muito Importante

Visualizar as vacinas e os alertas da vacinas no contacto. Evitar que o enfermeiro tenha de aceder ao SINUS para consultar a informação relativa às vacinas Importante

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Relatório de consumos de medicamentos/produtos. Relatórios de produção que necessitam para a gestão de stocks. Importante

No quadro da vigilância SAPE , nos diagnósticos a apresentação ser ao contrário, i.e, aparecerem primeiro os diagnósticos de enfermagem, por ordem decrescente de data e do outro lado os fenómenos.

Melhorar a consulta dos Diagnósticos de Enfermagem por parte do médico. Para os médicos o que interessa é saber o diagnóstico da enfermagem para o utente e tal como está, têm que ir a cada foco à procura do diagnóstico do dia.

Importante

Hipótese de entrando pela extensão xxx poderem, ao agendar, escolher outro local, sem terem que ir à chave mudar de local e voltar atrás.

Agilizar o processo de marcação de contactos. Importante

Restruturar a componente dos percentis infantil. Melhorar os registos da saúde infantil. Importante

Disponibilizar a consulta do histórico dos contactos do utente evitando que tenham de imprimir os contactos.

Disponibilzar, por utente , os vários contactos que ele teve e entrar em cada um dos contactos (só em consulta) para se saber o que aconteceu em cada um. Neste momento eles têm que imprimir para terem esta informação. Seria mais amigável haver mais uma tab em que, seleccionado o utente aparecessem os vários contactos, por data, e depois se pudesse consultar o que se fez.

Importante

Ligação ao genopro. Permitir a ligação a um sistema que permite registar todos os problemas dos elementos da familia. Importante

Ter uma ferramenta para se efectuar o horário dos enfermeiros

Melhorar o agendamento de contactos de enfermagem através do registo do horário dos enfermeiros , articulado com o agendamento - Permitir visualizar o horário dos enfermeiros, em tabela, por dia, semana ou mês;

Importante

Numerar automaticamente os diagnósticos de feridas ou úlceras, ficando estes disponíveis para se poder associar a intervenções no painel de intervenções sugeridas e no painel de intervenções (campo especificações)

Agilizar o registo do processo de enfermagem e melhorar a qualidade dos registos de forma a se poder obter um relatório da evolução da ferida e do tratamento efectuado; Importante

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Possibilidade de se registar a vacinação no SAPE. Disponibilizar num único sistema o acesso a todas as funcionalidades disponíveis ao enfermeiro. Importante

Deveria existir quando de "Vigiar Pés" um desenho do pé e os respectivos locais de aplicação do monofilamento, porque a sensibilidade diminuida ou ausente corresponde a problemas graves a nível da sensibilidade

Melhorar a qualidade dos registos. Importante

Actualizar o manual. Importante

A navegação entre painéis: ter sempre visível a barra de pastas vertical que actualmente só está visível no painel principal da aplicação

Melhorar a navegação do SAPE Significativo

Impressão de declarações de presença do utente e respectivo motivo;

Contribuir para a melhoria dos cuidados no impresso de informação relevante do utente : Impressão de PNV actualizado; que efectuou o exame global de saúde 5-6 anos e 11-13 anos; próximos contactos ou consultas de enfermagem;criar outras declarações para todos os serviços.

Significativo

Possibilidade de se obter listagens por CS e não só por serviços, por trimestre, semestre e ano; Melhorar as listagens. Significativo

Possibilidade de escolher entre termo automático ou termo manual nas intervenções que têm horário dia e hora fixa;

Agilizar o registo do processo de enfermagem e melhorar a qualidade dos registos. Significativo

Possibilidade de verificar o histórico das normas usadas, no painel das normas (no processo de enfermagem ou no plano de cuidados);

Melhorar a qualidade dos registos e agilizar o registo do processo de enfermagem. Significativo

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listagens: • População nascida entre x e x com dentes cariados: nome; morada; telefone; Enf. Família e indice de CPO• Gastos totais e médios de produtos e custos por intervenção e por especificacao um período;

Melhorar as listagens. Significativo

Melhorar a pesquisa do utente no painel de agendamento, apresentar o enf. de família do doente e acrescentar o filtro da sala.

Agilizar o processo de marcação de contactos. Significativo

Melhorar a pesquisa do utente no painel de agendamento, apresentar o enf. de família do doente e acrescentar o filtro da sala.

Significativo

No quadro monitorizar glicemia capilar acrescentar momento de glicemia (em jejum, antes do almoço, pós prandial).

Identificar com maior rigor a Glicemia Capilar. Pouco Importante

Obter os eixos localização anatómico e topologia através de um modelo anatómico digital sempre que estes 2 eixos estejam parametrizados conjuntamente no mesmo foco;

Agilizar o registo do processo de enfermagem. Pouco Importante

Ao imprimir a norma planeada devia aparecer os produtos usados por passo de norma Melhorar as listagens Pouco Importante

Possibilidade de chamar o Processo Clínico do hospital. Consulta do processo clínico hospitalar à semelhança do que é feito para o SAM cs. Não Avaliado

Termo das intervencões do fenómeno que se deu termo com pré-selecção. Acrescentar essa funcionalidade no termo das atitudes terapêuticas.

Permitir que de forma mais rápida o termo de um fenómeno/Atitude dê termo a a um conjunto de intervenções associadas. Não Avaliado

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Desenvolvimento de funcionalidades que possibilitem o planeamento de intervenções de enfermagem através de protocolos.

Permitir criar protocolos que agrupem um conjunto de acções de forma a programar mais rapidamente essas acções. Actualmente esta funcionalidade só existe associada a um problema. Não Avaliado

Disponibilização de uma opção que permita alteração de dados registados nos contactos decorrentes de erros de digitação.

Pelo facto de serem detectados erros que não podem ser corrigidos após o tempo máximo imposto (24 horas), é necessário disponibilizar uma opção a algum responsável que possa fazer estas correcções, sem solicitar apoio à ACSS.

Não Avaliado

Relatório sobre o historial do programa de saúde cardiovascular. Relatório com informação clinica. Não Avaliado

Disponibilizar no plano de cuidados a hora de realização. Possibilidade de alterar a hora de realização. Não Avaliado

Permitir corrigir a entidade responsável, o local, a proveniência de um contacto já dentro do contacto (o que aparece inicialmente quando se activa um contacto).

Permitir a correcção de dados mal introduzidos. Não Avaliado

Alterar a forma de planeamento para entrar com a variável - programa de saúde - de acordo com o programa onde o utente está inserido.

Poder programar um conjunto de acções apenas para quando o utente aparece dentro do programa seleccionado, i.e, se eu tenho um diabético, normalmente há um conjunto de intervenções que executo sempre, mas se eles programam para todos os contactos, o que acontece é que, em qualquer situação que o utente aparece essas intervenções estão lá para serem executadas, quando não deviam. Daí que, se houvesse a possibilidade de dizer ‘isto é só para fazer quando vem aqui dentro do programa diabetes’ seria o ideal.

Não Avaliado

Possibilidade de remover os focos. Permitir correcção de dados. Não Avaliado

Possibilidade de anulação de contactos realizados. Permitir correcção de dados. Não Avaliado

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Possibilidade de alterar as datas dos diagnósticos e intervenções associados ao contacto antigo, para a data do contacto. Os enfermeiros introduzem muita informação para trás e querem poder também alterar estas datas.

Permitir alterar dados antigos quando esses registos não foram registados na altura da realização dos mesmos (recuperação de dados). Não Avaliado

Sair na listagem dos programs de saúde as observações dos programas de saúde.

Melhorar as listagens relacionados com os programas de saúde afectos ao doente, nomeadamente a inclusão das observações dos programas de saúde. Não Avaliado

Restruturar a componente dos contactos da comunidade. Melhorar os registos de enfermagem da saúde da comunidade. Não Avaliado

Ao activar o contacto não deverão aparecer por defeito os programas pré seleccionados; Melhorar a qualidade dos registos. Não Avaliado

Retirar os status (diagnósticos) anulados do histórico como também todos os parâmetros anulados Melhorar a qualidade dos registos. Não Avaliado

Existir uma forma de associação dos programas de saúde ao contacto activo que deverá estar disponível em qualquer painel do SAPE

Melhorar a qualidade dos registos. Não Avaliado

Possibilidade de filtrar as intervenções no plano de trabalho por programa de saúde activo; Agilizar o registo do processo de enfermagem. Não Avaliado

Possibilidade de se parametrizar consultas standard como no caso da Saúde infantil, Saúde materna num separador que actuaria também como plano de trabalho (avaliação inicial/actividades diagnósticas, diagnósticos, intervenções);

Agilizar o registo do processo de enfermagem. Não Avaliado

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Desenvolvimento Descrição Relevância

Copiar ou duplicar intervenções já planeadas e os respectivos produtos associados com possibilidade de se alterar a especificação;

Agilizar o registo do processo de enfermagem. Não Avaliado

Articular com o laboratório de analises da SRS Agilizar o registo do processo de enfermagem. Não Avaliado

Inserir pedidos de formação com outros temas de formação (não parametrizados); Permitir identificar as necessidades de formação no ambito do SAPE. Não Avaliado

registo da dose/unidade administrada No painel de prescrições médicas na medicação não é possível registar a quantidade que é administrada, seria necessário existir uma coluna de quantidade e unidade; Não Avaliado

Sempre que se desperte a intervenção executar teste de Guthrie devem ser preenchidos os campos da avaliação inicial referentes a este exame e criar uma tabela auxiliar a que o administrativo tenha acesso para registar o envio do exame

Agilizar o registo do processo de enfermagem. Não Avaliado

Controlar o formato e a data de validade do nª de beneficiario na activação do contacto de enfremagem.

O doentes muitas vezes não passam pelo administrativo para actualizar os dados relacionados com as entidade responsáveis originando identificação incorrecta para efeitos de facturação. Não Avaliado

Disponibilizar um questionário na aplicação SAPE, com cálculo automatico do nível e score do risco total e que essa indicação e valor caíssem também automáticamente na aplicação SAM, com sinal de alerta

Escalas utilizadas manualmente pelos serviços e que pedem que estejam disponíveis na aplicação Não Avaliado

Possibilidade seleccionando somente os Sub-Sistemas a quem possam serem debitados actos clínicos.

Não Avaliado