A teoria ética utilitarista de mill

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL UMA ÉTICA CONSEQUENCIALISTA Considera – se que a ética de Mill é consequencialista porque defende que o valor moral de uma acção depende das suas consequências. É boa a acção que tem boas consequências ou dadas as circunstâncias melhores consequências do que acções alternativas.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL

UMA ÉTICA CONSEQUENCIALISTA

Considera – se que a ética de Mill é consequencialista porque defende que o valor moral de uma acção depende das suas consequências. É boa a acção que tem boas consequências ou dadas as circunstâncias melhores consequências do que acções alternativas.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL

CONSEQUÊNCIAS E INTENÇÕESA acção é avaliada pelas suas consequências e

o motivo ou a intenção não são decisivos porque se referem ao carácter do agente e não à acção em si mesma.

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ACÇÃO COM BOAS CONSEQUÊNCIAS

• Acção cujos resultados contribuem para um aumento da felicidade (bem – estar) ou diminuição da infelicidade do maior número possível de pessoas por ela afectadas.

• Acção subordinada ao princípio de utilidade.

ACÇÃO COM MÁS CONSEQUÊNCIAS• Acção cujos resultados não

contribuem para um aumento da felicidade (bem – estar) ou diminuição da infelicidade do maior número possível de pessoas por ela afectadas.

• Acção egoísta em que a felicidade do maior número não é tida em conta ou em que só o meu bem – estar ou satisfação é procurado.

• Acção que não se subordina ao princípio de utilidade.

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Não há acções intrinsecamente boas.Para o utilitarista, as acções são moralmente correctas

ou incorrectas conforme as consequências: se promovem imparcialmente o bem-estar, são boas. Só as consequências as tornam boas ou más. Assim sendo, não há, para o utilitarista, deveres que devam ser respeitados em todas as circunstâncias.

Não há deveres morais absolutos.

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A ideia central do utilitarismo Devemos agir de modo a que da nossa acção

resulte a maior felicidade ou bem - estar possível para as pessoas por ela afectadas. Uma acção boa é a que é mais útil, ou seja, a que produz mais felicidade global ou, dadas as circunstâncias, menos infelicidade. Quando não é possível produzir felicidade ou prazer devemos tentar reduzir a infelicidade.

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O PRINCÍPIO DE UTILIDADE

O critério da moralidade de um acto é o princípio de utilidade. Uma acção deve ser realizada somente se dela resultar a máxima felicidade possível para as pessoas ou as partes que por ela são afectadas. O princípio de utilidade é por isso conhecido também como princípio da maior felicidade.

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UMA TEORIA ÉTICA HEDONISTATodas as actividades humanas têm um objectivo último, isto é, são meios para uma finalidade que é

o ponto de convergência de todas. Esse fim é a felicidade ou bem-estar.

Procuramos em todas as actividades a que nos dedicamos viver experiências aprazíveis e evitar experiências dolorosas ou desagradáveis. Esta

perspectiva que identifica a felicidade com o prazer ou o bem-estar tem o nome de hedonismo.

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FELICIDADE GERAL E FELICIDADE INDIVIDUAL

A felicidade de que fala o utilitarismo não é simplesmente a felicidade individual. Mas também não é a felicidade geral à custa da felicidade do agente. A minha felicidade é tão importante como a dos outros envolvidos, nem mais nem menos.

A minha felicidade não conta mais do que a felicidade dos outros.

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FELICIDADE E IMPARCIALIDADE A acção correcta é a que, nas circunstâncias em que ocorre,

tem mais probabilidade de produzir mais felicidade em termos globais do que outra acção. Quando se trata de decidir o que é moralmente correcto fazer, não devemos ter em conta somente o nosso bem-estar. Devemos ponderar sobretudo que consequências a acção vai ter no bem-estar de todas as pessoas por ela afectadas. A nossa felicidade não conta mais do que a felicidade dessas outras pessoas. E quando Mill se refere a outras pessoas não abre excepções para as de que mais gostamos, como familiares e amigos. Devemos ser estritamente imparciais quando deliberamos.

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FELICIDADE E DIGNIDADE HUMANAS Qual a natureza da felicidade identificada com o prazer? De que tipo de

hedonismo se trata? Que prazeres segundo Mill promovem a felicidade? Estaria Mill de acordo connosco se pensássemos que consideraria feliz a pessoa que passa toda a sua vida a comer e beber, a ver novelas e futebol, a coleccionar automóveis topo de gama e a satisfazer os seus impulsos sexuais?

A resposta é não e Mill faz questão de ser bem claro. Nenhuma felicidade humana é verdadeiramente possível sem um «sentido de dignidade». Nem todos os prazeres se equivalem. Há prazeres superiores e prazeres inferiores. Não podemos reduzir a felicidade à satisfação dos prazeres físicos. Sem negar estes, Mill afirma convictamente que os prazeres do espírito ou os prazeres intelectuais são superiores e qualitativamente distintos.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – O PRINCÍPIO DE UTILIDADE E AS NORMAS MORAIS COMUNS

Normas morais comunsQue valor têm normas morais

como as que proíbem o roubo, o assassinato ou a mentira para um utilitarista como Mill? Umas vezes valem outras vezes não?

Princípio de utilidadeNas nossas decisões morais

devemos ser guiados pelo princípio de utilidade e não simplesmente pelas normas morais da nossa sociedade. Diz – nos como devemos agir para que das nossas acções resultem as melhores consequências possíveis em termos globais.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – O PRINCÍPIO DE UTILIDADE E AS NORMAS MORAIS COMUNS

Normas morais comunsNão devem ser seguidas

cegamente. Há situações em que não seguir uma

determinada norma moral terá melhores consequências

globais do que respeitá-la.O PRINCÍPIO DE UTILIDADE É A

BASE EM QUE NOS DEVEMOS APOIAR PARA RESOLVER PROBLEMAS

MORAIS.

Princípio de utilidade1 - Reduz a diversidade das

normas morais concretas a um princípio geral, denominado fundamento, que nos diz como devemos agir .

2 – Procura orientar – nos em casos de conflito moral retirando às normas socialmente aprovadas o seu carácter inviolável.

3 – A melhor acção é a mais útil.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – O PRINCÍPIO DE UTILIDADE E AS NORMAS MORAIS COMUNS

As normas morais comuns estão em vigor em muitas sociedades por alguma razão. Resistiram à prova do tempo e em muitas situações fazemos bem em segui-las nas nossas decisões.

Nas nossas decisões morais devemos ser guiados pelo princípio de utilidade e não pelas normas ou convenções socialmente estabelecidas. Dizer a verdade é um acto normalmente mais útil do que prejudicial e por isso a norma «Não deves mentir» sobreviveu ao teste do tempo. Segui - la é respeitar a experiência de séculos da humanidade.

Mas há situações como em que não respeitar absolutamente uma determinada norma moral e seguir o princípio de utilidade terá melhores consequências globais do que respeitá – la.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – OS FINS E OS MEIOS

Para Mill, o fim – a felicidade geral – justifica frequentemente os meios. Na teoria utilitarista, há um primado dos fins da acção em relação aos meios.

Para Mill, é suficiente que a felicidade produzida com a acção seja superior ao sofrimento eventualmente provocado com a sua realização para que a acção tenha valor moral.

É neste sentido que há um primado dos fins da acção (da maximização da felicidade para o maior número) sobre os meios (mesmo que a acção produza sofrimento a algumas pessoas).

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – UTILITARISMO E EGOÍSMO.

EGOÍSMO

1. Teoria consequencialista - uma acção é boa ou má consoante satisfaz ou não os nossos próprios interesses.

UTILTARISMO

1 - Teoria consequencialista - uma acção é boa ou má consoante satisfaz ou não os interesses do agente e também das pessoas a quem a acção diz respeito.

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A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL – UTILITARISMO E EGOÍSMO.

EGOÍSMO2. O egoísta é parcial.Devemos procurar agir de

forma a promover unicamente o nosso próprio bem-estar e felicidade.

Esta é para o egoísta ético a única forma moralmente válida de acção.

UTILTARISMO2 – O utilitarista é imparcial .Devemos procurar agir de forma a

promover a felicidade de todos os que são afectados pela acção (incluindo a felicidade do próprio agente).

A minha acção é correcta se promover de forma imparcial (ou seja, sem distinções) os interesses de todas e cada uma das pessoas implicadas pela acção, sendo o interesse de cada pessoa a obtenção da felicidade].