01 Lingua Portuguesa

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Interpretação de textos. ....................................................................................................................1

Ortografia, acentuação. .................................................................................................................. 13

Crase e pontuação. ......................................................................................................................... 25

Sintaxe de concordância verbal e nominal. ..................................................................................... 36

Vícios e figuras de linguagem. ........................................................................................................ 50

Candidatos ao Concurso Público,

O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail [email protected] para dúvidas

relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom

desempenho na prova.

As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar

em contato, informe:

- Apostila (concurso e cargo);

- Disciplina (matéria);

- Número da página onde se encontra a dúvida; e

- Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O

professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.

Bons estudos!

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Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo

capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que

se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através

de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal.

A partir daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamentações -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato deve: 1- Identificar os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época

(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2- Comparar as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade. 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras.

Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos,

denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. - Capacidade de observação e de síntese; - Capacidade de raciocínio.

Interpretar / Compreender Interpretar significa: - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. - Através do texto, infere-se que... - É possível deduzir que... - O autor permite concluir que... - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Interpretação de Textos.

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Compreender significa - entendimento, atenção ao que realmente está escrito. - o texto diz que... - é sugerido pelo autor que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação... - o narrador afirma...

Erros de interpretação - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no

texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um

texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido . - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar

conclusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão. Observação - Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que

existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou

parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

Observação – São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome

relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase. - qual (neutro) idem ao anterior. - quem (pessoa) - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto possuído. - como (modo) - onde (lugar) - quando (tempo) - quanto (montante) Exemplo: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

Dicas para melhorar a interpretação de textos - Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos

candidatos na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões.

- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura. - Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem

necessárias. - Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). - Volte ao texto quantas vezes precisar.

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- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. - Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão. - Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão. - O autor defende ideias e você deve percebê-las. - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente mantém com outro uma relação de

continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações. - Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma

confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões!

- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a

conclusão. - Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos,

etc., chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto. Observe uma questão aplicada pelo ENEM.

NEM SEMPRE É O CRIMINOSO QUEM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES

(Com Ciência Ambiental, nº 10, abr./2007.) (ENEM/2007) Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a seguinte afirmativa: a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a

biodiversidade nacional. b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie

animal. c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa

espécie. d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre

brasileira. e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a

sobrevivência. Para realizar a interpretação textual da figura acima, que apresenta linguagem verbal e não verbal, é

necessário observar informações internas e externas ao texto, as quais contribuirão para a compreensão do seu sentido e de sua função. Em primeiro lugar, o enunciado da questão afirma que o texto “faz parte de uma campanha publicitária”, informação esta que nos possibilita saber que o texto cumpre uma finalidade própria das campanhas: conscientizar as pessoas e estimulá-las a aderir a uma causa (no caso, combater o tráfico de animais silvestres). Em segundo lugar, a fonte indica o veículo em que o texto foi divulgado. O fato de saber que a publicação foi em uma revista com o nome Com Ciência (soa:

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“consciência) é uma dica de que se trata de uma revista lida por pessoas relacionadas com ciência e meio ambiente (público-alvo).

Questões como esta requerem uma leitura, também, da imagem (linguagem não verbal), não só do texto.

Fontes de pesquisa:

http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/como-interpretar-textos http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas

http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um.html http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm

Questões

(PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014 - adaptada) Para responder às questões 1 a 5, considere o texto: Além do combate aos crimes violentos, a segurança dos cidadãos também está ligada à prevenção

de ataques no ciberespaço. Numa região em que o tema da segurança cibernética domina as agendas de todos os países, pouca

atenção tem sido dada a outro tipo de crime silencioso que está se tornando rapidamente uma das maiores ameaças para cidadãos, empresas e governos.

E na América Latina, com 40% da população online, qualquer pessoa com um computador ou um smartphone é uma vítima em potencial.

Países como Brasil e Colômbia montaram operações de defesa cibernética em suas Forças Armadas. As unidades policiais estão mais atentas aos crimes da internet. Entretanto, ainda estão muito longe de poder contar com uma capacidade de defesa hemisférica nesse campo, que é tão importante quanto qualquer outro relativo à segurança dos indivíduos na preservação do crescimento econômico e da competitividade.

A América Latina e o Caribe são um rico terreno de caça para as gangues especializadas de criminosos extremamente habilidosos. Esses grupos aprenderam com a indústria do cibercrime da Europa Oriental como atacar os bancos e sabotar o comércio. As instituições financeiras são particularmente vulneráveis, porque qualquer pessoa pode adquirir um kit de cibercrime pela internet por apenas US$140, que facilita o roubo de senhas e de dados financeiros.

Entretanto, essas instituições são frequentemente as menos acessíveis quando se trata de informar a ocorrência de ataques cibernéticos.

Por que a região está tão atrasada na prevenção desse tipo de ataque? Por que ainda não foram criados arcabouços legais que permitam processar os responsáveis por esses crimes? O motivo real é que a América Latina e o Caribe passaram a abordar um pouco tarde a questão da segurança.

Ao contrário dos crimes violentos contra pessoas, os crimes cibernéticos são sub- -reptícios. No entanto, ninguém - nem governos, setor privado, nem a sociedade civil - pode ignorar as consequências do crime cibernético para a segurança dos cidadãos.

O que pode ser feito para fazer frente a essa nova onda de criminalidade oculta? Em primeiro lugar, será essencial empreender campanhas de educação do público. Considerando que 65% dos usuários da internet têm menos de 35 anos, serão imprescindíveis campanhas de informação para ensinar aos novos usuários como impedir que os computadores se tornem vulneráveis aos ataques.

Essencial é também uma maior difusão do uso de antivírus e de softwares antimalware. Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessidade. Em segundo lugar, cada país deve investir no treinamento de uma nova geração de combatentes em prol da segurança cibernética, capazes de defender o seu país contra as crescentes ameaças às redes nacionais computadorizadas.

Segurança. Um profundo compromisso com a educação tecnológica permitirá aumentar a oferta de trabalhadores treinados. Finalmente, será preciso criar um arcabouço regulador regional para os crimes cibernéticos a ser usado em toda a região. A falta de leis comuns ou de definições dos crimes cibernéticos torna o trabalho das forças de segurança mais complicado, porque polícia e Exército não podem perseguir os criminosos pela inexistência de uma legislação clara para atacá-los judicialmente.

As invasões dos criminosos cibernéticos, como o phishing e o hacking, custam milhões de dólares não revelados aos governos e às empresas. Os crimes cibernéticos, como todas as outras formas de atividades ilícitas, não desaparecerão.

Neste exato momento, estamos testemunhando o lado negro da globalização em muitos países.

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Se os governos não agirem com rapidez para tratar das questões de segurança cibernética, veremos a América Latina tornar-se uma das plataformas preferidas para o malware, as fraudes eletrônicas e os spams.

A segurança dos cidadãos não diz respeito apenas à prevenção dos crimes violentos, mas deve também incluir a segurança do ciberespaço a fim de garantir que os ganhos econômicos das últimas décadas sejam preservados e não roubados secretamente por meio do toque de uma tecla.

Johanna Mendelson Forman. Latino-americanos chegaram tarde à questão. Trad. Anna Capovilla <http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,latino- americanos-chegaram-tarde-a-questao,1033234,0.htm> Acesso em:

jul.2013. 1-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014) O título do texto destaca: (A) o investimento atrasado em defesa cibernética. (B) o baixo investimento dos países latinos em inclusão digital. (C) o número de usuários da população latina em expansão. (D) a atualização da América Latina em internet segura. (E) a quantidade de usuários da população latina em extinção. 2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014) O combate aos “cibercrimes” pode gerar: (A) proliferação de spams e vírus. (B) novos empregos na área tecnológica. (C) censura na rede. (D) diminuição de acessos. (E) extinção de spams e vírus. 3-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014) As diversas perguntas apresentadas no texto são estratégias que: (A) questionam as informações relatadas no texto. (B) geram ambiguidade. (C) levam o leitor a refletir sobre o tema. (D) demonstram a parcialidade do narrador. (E) mostram insegurança do narrador com relação ao ponto de vista defendido. 4-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014) A forma mais eficiente de combater a cibercrime é: (A) aumentar a fiscalização dos usuários da internet. (B) empregar novas estratégias de segurança. (C) buscar na iniciativa privada novas estratégias de segurança. (D) abolir o acesso a internet durante um certo período. (E) investir em campanhas educativas. 5-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS –

CONPASS/2014) Leia o trecho a seguir: “Qualquer pessoa com um computador ou um smartphone é uma vítima em potencial de crimes da internet”. Uma conclusão possível para a oração é:

(A) Pois a indústria do cibercrime está cada vez mais sofisticada. (B) Então a indústria do cibercrime está cada vez mais sofisticada. (C) Entretanto a indústria do cibercrime está cada vez mais sofisticada. (D) E a indústria do cibercrime está cada vez mais sofisticada. (E) Nenhuma das respostas anteriores. 6-) (EBSERH/HUCAM-UFES - ADVOGADO - AOCP/2014)

A ciência, o bem e o mal Marcelo Gleiser

Em 1818, com apenas 21 anos, Mary Shelley publicou o grande clássico da literatura gótica, “Frankenstein ou o Prometeu Moderno”. O romance conta a história de um doutor genial e enlouquecido, que queria usar a ciência de ponta de sua época, a relação entre a eletricidade e a atividade muscular, para trazer mortos de volta à vida.

Duas décadas antes, Luigi Galvani havia demonstrado que a eletricidade produzia movimentos em músculos mortos, no caso em pernas de rãs. Se vida é movimento, e se eletricidade pode causá-lo, por

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que não juntar os dois e tentar a ressuscitação por meio da ciência e não da religião, transformando a implausibilidade do sobrenatural em um mero fato científico?

Todos sabem como termina a história, tragicamente. A “criatura” exige uma companheira de seu criador, espelhando Adão pedindo uma companheira a Deus.

Horrorizado com sua própria criação, Victor Frankenstein recusou. Não queria iniciar uma raça de monstros, mais poderosos do que os humanos, que pudesse nos extinguir.

O romance examina a questão dos limites éticos da ciência: será que cientistas podem ter liberdade total em suas atividades? Ou será que existem certos temas que são tabu, que devem ser bloqueados, limitando as pesquisas dos cientistas? Em caso afirmativo, que limites são esses? Quem os determina? Essas são questões centrais da relação entre a ética e a ciência. Existem inúmeras complicações: como definir quais assuntos não devem ser alvo de pesquisa? Dou um exemplo: será que devemos tratar a velhice como doença? Se sim, e se conseguíssemos uma “cura” ou, ao menos, um prolongamento substancial da longevidade, quem teria direito a tal? Se a “cura” fosse cara, apenas uma pequena fração da sociedade teria acesso a ela.

Nesse caso, criaríamos uma divisão artificial, na qual os que pudessem viveriam mais. E como lidar com a perda? Se uns vivem mais que outros, os que vivem mais veriam seus amigos e familiares perecerem. Será que isso é uma melhoria na qualidade de vida? Talvez, mas só se fosse igualmente distribuída pela população, e não apenas a parte dela.

Outro exemplo é a clonagem humana. Qual o propósito de tal feito? Se um casal não pode ter filhos, existem outros métodos bem mais razoáveis. Por outro lado, a clonagem pode estar relacionada com a questão da longevidade e, em princípio ao menos, até da imortalidade. Imagine que nosso corpo e nossa memória possam ser reproduzidos indefinidamente; com isso, poderíamos viver por um tempo indefinido. No momento, não sabemos se isso é possível, pois não temos ideia de como armazenar memórias e passá-las adiante. Mas a ciência cria caminhos inesperados, e dizer “nunca” é arriscado.

Toquei apenas em dois exemplos, mas o ponto é óbvio: existem áreas de atuação científica que estão diretamente relacionadas com escolhas éticas. O impulso inicial da maioria das pessoas é apoiar algum tipo de censura ou restrição, achando que esse tipo de ciência é feito a caixa de Pandora.

Mas essa atitude é ingênua. Não é a ciência que cria o bem ou o mal. A ciência cria conhecimento. Quem cria o bem ou o mal somos nós, a partir das escolhas que fazemos.

Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/09/1348909-a-ciencia-o-bem-e-o-mal.shtml. Acesso 24 nov. 2013.

De acordo com o autor do texto, (A) os cientistas devem ter total liberdade para empregar seus conhecimentos. (B) a ciência vai contra os princípios religiosos ao tentar prolongar a vida humana. (C) algumas áreas da atuação científica estão relacionadas com escolhas éticas. (D) a imortalidade por meio da clonagem é uma técnica consagrada, porém polêmica. (E) a qualidade de vida tem como pressuposto básico a longevidade e o bem estar. (TRT 19ª - ANALISTA JUDICIÁRIO – ESTATÍSTICA – FCC/2014 - adaptada) Leia o texto para

responder às questões 7 e 8. Ainda aluna de medicina, Nise da Silveira se horrorizou ao ver o professor abrir com um bisturi o corpo

de uma jia e deixar à mostra, pulsando, seu pequenino coração. Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da esquizofrenia e pôr em questão alguns

dogmas estéticos em vigor mesmo entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte. A mesma sensibilidade à flor da pele que a fez deixar, horrorizada, a aula de anatomia, levou-a a se

opor ao tratamento da esquizofrenia em voga na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o choque de colabiosol e, pior do que tudo, a lobotomia, que consistia em secionar uma parte do cérebro do paciente. Tomou-se de revolta contra tais procedimentos, negando-se a aplicá-los nos doentes a ela confiados. Foi então que o diretor do hospital, seu amigo, disse-lhe que não poderia mantê-la no emprego, a não ser em outra atividade que não envolvesse o tratamento médico. - Mas qual?, perguntou ela. - Na terapia ocupacional, respondeu-lhe o diretor.

A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes trabalhavam em ateliês improvisados, pintando, desenhando, fazendo modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio.

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É que sua visão da doença mental diferia da aceita por seus companheiros psiquiatras. Enquanto, para estes, a loucura era um processo progressivo de degenerescência cerebral, que só se poderia retardar com a intervenção direta no cérebro, ela via de outro modo, confiando que o trabalho criativo e a expressão artística contribuiriam para dar ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo e afetivo tumultuado pela doença.

Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das realizações e das concepções de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro. Foi por não suportar o sofrimento imposto aos pacientes pelos choques que ela buscou e inventou outro caminho, no qual, em vez de ser vítima da truculência médica, o doente se tornou sujeito criador, personalidade livre capaz de criar um universo mágico em que os problemas insolúveis arrefeciam.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. A Cura pelo Afeto. Resmungos, São Paulo: Imprensa Oficial, 2007). 7-) (TRT 19ª - ANALISTA JUDICIÁRIO – ESTATÍSTICA – FCC/2014) De acordo com o texto, Nise da

Silveira: (A) propôs a prática artística como coadjuvante no tratamento de doenças mentais, ao lado dos

procedimentos em voga à sua época. (B) introduziu mudanças na psiquiatria, deixando de ver a loucura como um processo de degeneração

mental, além de pôr em xeque ditames da arte de seu tempo. (C) passou a trabalhar tendo como parâmetro os afetos dos pacientes, a despeito da prática artística

envolvida no tratamento da esquizofrenia. (D) praticou o que havia de mais atual em termos de tratamento psiquiátrico, o que pressupunha o

contato com artistas consagrados de então. (E) encontrou, já nas primeiras aulas de psiquiatria, o fundamento de sua visão sobre terapia

ocupacional, qual seja, a aceitação racional da doença por parte do paciente. 8-) (TRT 19ª - ANALISTA JUDICIÁRIO – ESTATÍSTICA – FCC/2014) O autor do texto considera que (A) os avanços obtidos por Nise da Silveira, por dizerem respeito ao tratamento de esquizofrenia,

devem ser vistos com cautela em termos artísticos. (B) a dimensão afetiva fez com que os pacientes passassem a se adequar aos tratamentos

psiquiátricos em voga, o que foi uma grande conquista em termos de terapia ocupacional. (C) o afeto pelo outro foi o diferencial oferecido por Nise da Silveira, que fez com que seus pacientes

se tornassem verdadeiros agentes em seus próprios tratamentos. (D) a subjetividade tumultuada dos doentes adquiria ordem e equilíbrio quando eram submetidos a

tratamentos clínicos, muito embora isso arrefecesse sua capacidade artística. (E) a arte contribui para a criação de um universo imaginário que distrai os pacientes do cerne de sua

condição, servindo de cura para suas enfermidades. 9-) (UFMT – ADMINISTRAÇÃO – UFMT/2014)

Quem descobriu Cuiabá [...] Não houve dúvida, a riqueza estava no sertão. E os paulistas se movimentaram descendo o rio

Tietê, estrada que anda e que facilitou a penetração, pois ele não é como a maioria dos rios que correm para o mar. Ele é um rio bem brasileiro, corre para o interior, por isso, graças ao Tietê, os Bandeirantes vieram à Cuiabá.

E foi assim, chegaram, acharam ouro e ficaram. Mas, para chegar, subiram o rio e esse rio não tinha nome e daí vem a lenda de que um moço português que fazia parte da bandeira, indo beber água no rio, levou consigo uma cuia [...]. No momento em que a enchia, a cuia lhe escapou das mãos e, em seu sotaque lusitano, gritou para os companheiros vendo a cuia descer rolando água abaixo: cuia que ba, querendo dizer que se vá. Mas, isto é lenda. [...]

(Cuiabá: SEC-MT; Integrar; Defanti, 2012. Reedição em comemoração ao centenário de nascimento do autor.) Sobre o texto, assinale a afirmativa correta. (A) O fato de o rio Tietê correr para o interior em nada contribuiu para que minérios fossem encontrados

na região Centro-Oeste. (B) Os bandeirantes, ao virem à região Centro-Oeste, encontraram ouro às margens do rio Tietê. (C) A chegada dos paulistas à região de Cuiabá ensejou a criação da denominação do rio e da cidade. (D) O rio Tietê, comparado a uma estrada, à época dos bandeirantes era navegável.

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(BANCO DO BRASIL – CONHECIMENTOS BÁSICOS – NÍVEL SUPERIOR – CESGRANRIO/2014 - adaptada) Leia o texto para responder às questões 10 e 11.

Serviço de negro

Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e, orgulhosamente, garante ter feito

“serviço de branco”. Várias moças respondem a anúncio para secretária; algumas perguntam se podem ser entrevistadas, “mesmo sendo negras”. Ser negro ou mulato e caminhar pela cidade é considerado “atitude suspeita” por muitos policiais. Como dizia um conhecido — para meu horror e indiferença dos demais participantes da conversa: “Não tenho nada contra o negro ou nordestino, desde que saibam seu lugar”. E esse lugar, claro, é uma posição subalterna na sociedade.

Numa sociedade competitiva como a nossa, o ato de etiquetar o outro como diferente e inferior tem por função definir-nos, por comparação, como superiores. Atribuir características negativas aos que nos cercam significa ressaltar as nossas qualidades, reais ou imaginárias. Quando passamos da ideia à ação, isto é, quando não apenas dizemos que o outro é inferior, mas agimos como se de fato ele o fosse, estamos discriminando as pessoas e os grupos por conta de uma característica que atribuímos a eles. [...]

Afirmações do tipo “os portugueses são burros”, “os italianos são grossos”, “os árabes, desonestos”, “os judeus, sovinas”, “os negros, inferiores”, “os nordestinos, atrasados”, e assim por diante, têm a função de contrapor o autor da afirmativa como a negação, o oposto das características atribuídas ao membro da minoria. Assim, o preconceituoso, não sendo português, considera-se inteligente; não sendo italiano, acredita-se fino; não sendo árabe, julga-se honesto; não sendo judeu, se crê generoso.

É convicto de sua superioridade racial, por não ser negro, e de sua superioridade cultural, por não ser nordestino. É importante notar que, a partir de uma generalização, o preconceito enquadra toda uma minoria. Assim, por exemplo, “todos” os negros seriam inferiores [...]. A inferioridade passaria a ser uma característica “racial” inerente a todos os negros. [...] E o preconceito é tão forte que acaba assimilado pela própria vítima. É o caso do garoto que garantiu ter feito “serviço de branco”. Ou do imigrante que nega sua origem. Ou, ainda, da mulher que reconhece sua “inferioridade” [...]

Seria, pois, errado falar em minorias? Não, uma vez que o conceito de minoria é ideológico, socialmente elaborado e não aritmeticamente constituído. Isto quer dizer que o negro de que se fala não é o negro concreto, palpável, mas aquele que está na cabeça do preconceituoso. E isto tem raízes históricas profundas.

PINSKY, J. (Org.) 12 faces do preconceito. São Paulo: Contexto, 2000. p. 21-22. 10-) (BANCO DO BRASIL – CONHECIMENTOS BÁSICOS – NÍVEL SUPERIOR –

CESGRANRIO/2014) Segundo o contexto do Texto, por “Serviço de negro” entende-se um trabalho socialmente considerado

(A) importante (B) dispensável (C) incomum (D) suspeito (E) inferior 11-) (BANCO DO BRASIL – CONHECIMENTOS BÁSICOS – NÍVEL SUPERIOR –

CESGRANRIO/2014) De acordo com o ponto de vista do enunciador do Texto, o preconceito sustenta-se, dentre outros aspectos, na(o)

(A) alienação (B) ética (C) irresponsabilidade (D) inconformismo (E) respeito 12-) (PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS –

FEPESE/2014)

Relatório Rio+20, o modelo brasileiro Agenda para o futuro Quarta de uma série de grandes conferências das Nações Unidas iniciadas em 1972, a Rio+20 renovou

o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, a partir da avaliação dos avanços e das lacunas existentes e do tratamento de temas novos e emergentes. O momento não poderia ter sido mais

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oportuno: neste início de século, o mundo atravessa múltiplas crises no âmbito dos três pilares do desenvolvimento sustentável. No pilar ambiental, intensifica-se a ocorrência de fenômenos climáticos, agravados pela perda da biodiversidade e pelo avanço de processos de desertificação; no social, aumentam o desemprego e as desigualdades sociais; e, no econômico, a crise econômico-financeira tem colocado em cheque o atual modelo produtivo – intensivo no uso de recursos naturais e frágil na eliminação da pobreza.

Desde a Rio 92, as discussões sobre desenvolvimento sustentável têm se sobressaído na política externa brasileira. Aprovada na 64ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2009, a proposta para o Brasil sediar a Rio+20 alinhou-se a essa prioridade, criando a oportunidade para que o mundo voltasse a se reunir no Rio de Janeiro para discutir os rumos do desenvolvimento sustentável nos próximos 20 anos.

Na qualidade de presidente da Conferência, o Brasil coordenou as discussões e tornou possíveis a formação de consensos e a adoção de decisões concretas sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável. Como um dos principais legados do Rio de Janeiro, o documento final da Rio+20 – O Futuro que Queremos – aponta o combate à pobreza como o maior desafio atual e destaca sua erradicação como prioridade indissociável do desenvolvimento.

Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/relatorio-rio20> [Adaptado] Acessado em 9 de março de 2014. Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ), com base no texto. ( ) O desenvolvimento sustentável se ancora no tripé que integra as dimensões ambiental, social e

econômica. ( ) A motivação de realização da Rio+20 foi fundamentalmente a deterioração ambiental do planeta,

que se intensificou na virada para o século XXI. ( ) É feita uma crítica ao modelo produtivo contemporâneo, que, de forma desequilibrada, prioriza a

exploração econômica em detrimento da erradicação da pobreza. ( ) A decisão e aprovação internacional para a realização da Rio+20 aconteceu durante a Rio 92, em

virtude do empenho brasileiro diante das questões ambientais e sociais. ( ) Da Rio+20, resultou a aprovação de um documento comprometido com o desenvolvimento social,

atrelando a erradicação da pobreza ao desenvolvimento sustentável. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. A. ( ) V – F – V – V – V B. ( ) V – F – V – F – V C. ( ) V – F – V – F – F D. ( ) F – V – F – V – V E. ( ) F – V – F – V – F 13-) (BANCO DO NORDESTE – ANALISTA BANCÁRIO – FGV/2014) A abreviatura oficial dos meses

do ano é feita com as três primeiras letras do mês seguidas de ponto; nesse caso, a única forma de abreviatura que, de fato, nada abrevia é:

(A) Jan (B) Mai (C) Ago (D) Set (E) Dez (UFSM - ODONTÓLOGO - COPERVES/UFSM/2014 - adaptada) Para responder às questões 14 a

16, considere o texto abaixo.

Tecnologia educacional e digital no cenário contemporâneo Elaine Turk Faria

O objetivo deste artigo é apresentar um estudo sobre as possibilidades e necessidade de utilização da

tecnologia digital nas instituições de ensino, bem como da introdução da cultura tecnológica entre alunos e professores, onde se inclui a educação à distância e as disciplinas semipresenciais no ambiente acadêmico.

Com frequência, lemos nos jornais, revistas e na literatura científica atual o quanto nossos jovens estão familiarizados com a tecnologia e têm facilidade no seu manuseio. Veem e Vrakking (2009) denominam os jovens desta época de “geração homo zappiens, que cresceu usando múltiplos recursos tecnológicos desde a infância”. Para estes autores, a geração homo zappiens é digital, e a escola é analógica.

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Reforçando essa posição, Marc Prensky, educador americano, escreveu um artigo em 2001 sobre os imigrantes digitais e os nativos digitais, em que faz uma divisão entre os que veem o computador como uma novidade e os que não imaginam a vida antes dele, pois têm contato com a tecnologia logo após o nascimento.

Esta situação, vivenciada na sociedade contemporânea, tem implicações tanto nas escolas de educação básica quanto nas universidades, já que este é o novo perfil dos estudantes e dos acadêmicos. Consequentemente, os cursos de licenciatura, onde se inclui também o curso de Pedagogia, têm de preparar os futuros professores para atuarem neste contexto. [Texto adaptado]

Fonte: Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas. Maria Beatriz Jacques Ramos & Elaine Turk Faria (orgs.). Porto Alegre: PUCRS, 2011, p. 13.

14-) (UFSM - ODONTÓLOGO - COPERVES/UFSM – 2014) Ao mencionar os “imigrantes digitais” e

os “nativos digitais”, o texto os identifica, respectivamente, como (A) quem vê o computador como uma invenção recente e quem vê o computador como um recurso

bastante conhecido. (B) quem vê o computador como uma inovação e quem vê o computador como algo que sempre fez

parte de sua vida. (C) quem vê no computador um aliado assustador e quem vê no computador uma ferramenta de

auxílio. (D) quem vê no computador uma novidade intimidativa e quem vê no computador um companheiro

inseparável. (E) quem vê um computador pela primeira vez e quem vê um computador todos os dias. 15-) (UFSM - ODONTÓLOGO - COPERVES/UFSM/2014) Uma fonte citada no texto denomina os

jovens de nossos tempos como “geração homo zappiens, que cresceu usando múltiplos recursos tecnológicos desde a infância”. O neologismo “homo zappiens” combina as formas “homo sapiens” e “zap”, com o intuito de

(A) fazer uma associação entre o hábito de se usar frequentemente o controle remoto e estar em contato com variados recursos eletrônicos.

(B) ironizar o excesso de utilização dos recursos tecnológicos por parte da juventude, que por isso mesmo pode deixar os estudos em segundo plano.

(C) mostrar que o homem, desde os tempos mais remotos, sempre avançou em busca de conhecimento, o que justifica a metáfora com a palavra inglesa.

(D) conectar criativamente a língua latina e a língua inglesa na formação de uma palavra que teria vida breve na língua portuguesa.

(E) expressar uma crítica velada aos jovens que passam mais tempo diante dos computadores do que envolvidos nas tarefas propostas pela escola.

16-) (UFSM - ODONTÓLOGO - COPERVES/UFSM – 2014) A autora do texto defende que todas as

escolas dos dias de hoje precisam I – fomentar a cultura tecnológica no corpo discente; II – fomentar a cultura tecnológica no corpo docente; III – incluir a educação à distância; IV – oferecer disciplinas semipresenciais; V – preparar professores para lidar com a tecnologia. VI – utilizar tecnologia digital; Quantas dessas indicações estão coerentes com o que o texto diz explicitamente? (A) Todas as seis. (B) Apenas as quatro primeiras. (C) Apenas as quatro últimas. (D) Cinco delas. (E) Nenhuma delas. 17-) (FUNARTE – PSICÓLOGO – FGV/2014) “Eu pago meus impostos integralmente e por isso posso

exigir dos funcionários públicos do meu país”. Em outras palavras, pode-se dizer que: (A) direitos geram deveres; (B) leis, quando justas, devem ser obedecidas; (C) deveres criam direitos que ultrapassam a lei; (D) cumprimento das leis cria direitos;

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(E) leis estabelecem deveres, mas não direitos. 18-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 -

adaptada)

Por que educação é importante? Para um indivíduo prosperar, basta que ele consiga um trabalho. Mas, para a sociedade progredir, é

preciso que as pessoas façam seu trabalho, ou seja, que efetivamente criem bens e serviços. Essa diferença já era conhecida dos economistas clássicos. Frédéric Bastiat (1801-50), em seus

impagáveis “Sofismas Econômicos”, imagina uma petição ao rei para que todos os súditos sejam proibidos de usar a mão direita. A razão do pedido é explicada na forma de silogismo: quanto mais uma pessoa trabalha, mais rica ela fica; quanto mais dificuldades precisa superar, mais trabalha; logo, quanto mais dificuldades uma pessoa tem de superar, mais rica ela se torna.

Quando a coisa é colocada assim de forma escancarada, percebemos o ridículo da situação. O problema é que raciocínios muito parecidos com esse, quando vendidos sob a palavra de ordem da preservação de empregos, ganham sólido apoio popular. Esse é, na opinião de Bryan Caplan, uma espécie de viés econômico que compromete a noção de democracia.

Fazendo coro a Bastiat e a outros economistas ortodoxos, Caplan sustenta que, enquanto a população vê o desemprego como “destruição de postos de trabalho”, especialistas nele veem a “essência do crescimento econômico, a produção de mais com menos”. Um exemplo esclarecedor é o da evolução da mão de obra agrícola nos EUA: “Em 1800, era preciso utilizar quase 95 de 100 americanos para alimentar o país. Em 1900, 40%. Hoje, 3%... Os trabalhadores que deixaram de ser necessários nas fazendas foram usados na produção de casas, móveis, roupas, cinema...”.

E onde entra a educação nessa história? Uma força de trabalho intelectualmente preparada não apenas produz com maior eficiência como ainda pode ser mais facilmente readaptada para outras funções, quando seus trabalhos se tornam obsoletos. Cada vez mais, a educação se torna matéria-prima do crescimento.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 08 de janeiro de 2014) A resposta à pergunta contida no título do texto – Por que educação é importante? – pode ser

encontrada na seguinte frase do texto: (A) Uma força de trabalho intelectualmente preparada (...) produz com maior eficiência (e) pode ser

mais facilmente readaptada para outras funções,... (B) Para um indivíduo prosperar, basta que ele consiga um trabalho. (C) ... quanto mais dificuldades precisa superar, mais trabalha; logo, quanto mais dificuldades uma

pessoa tem de superar, mais rica ela se torna. (D) ... especialistas nele [no desemprego] veem a “essência do crescimento econômico, a produção

de mais com menos”. (E) “Os trabalhadores que deixaram de ser necessários nas fazendas foram usados na produção de

casas, móveis, roupas, cinema...”.

Respostas 1-) Resposta no próprio texto: “A segurança dos cidadãos não diz respeito apenas à prevenção dos

crimes violentos, mas deve também incluir a segurança do ciberespaço a fim de garantir que os ganhos econômicos das últimas décadas sejam preservados e não roubados secretamente por meio do toque de uma tecla”.

RESPOSTA: “A”. 2-) Ao texto: “Um profundo compromisso com a educação tecnológica permitirá aumentar a oferta de

trabalhadores treinados”. RESPOSTA: “B”. 3-) A intenção do narrador é fazer-nos pensar sobre o tema abordado. RESPOSTA: “C”.

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4-) Ao texto: “O que pode ser feito para fazer frente a essa nova onda de criminalidade oculta? Em primeiro lugar, será essencial empreender campanhas de educação do público”.

RESPOSTA: “E”. 5-) A alternativa que apresenta uma conjunção conclusiva é a “pois”. RESPOSTA: “A”. 6-) Resposta retirada do texto: “existem áreas de atuação científica que estão diretamente relacionadas

com escolhas éticas”. RESPOSTA: “C”. 7-) Com o texto: “a mulher que iria revolucionar o tratamento da esquizofrenia e pôr em questão alguns

dogmas estéticos em vigor mesmo entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte”. RESPOSTA: “B”. 8-) Texto: “Por isso mesmo acredito que o elemento fundamental das realizações e das concepções

de Nise da Silveira era o afeto, o afeto pelo outro”. RESPOSTA: “C”. 9-) Dentre as alternativas apresentadas, a única coerente com o texto: “descendo o rio Tietê, estrada

que anda e que facilitou a penetração, pois ele não é como a maioria dos rios que correm para o mar”. RESPOSTA: “D”. 10-) Segundo informações do texto, “serviço de negro” está ligado a algo inferior. RESPOSTA: “E”. 11-) A alternativa que apresenta coerência com o que é apresentado pelo texto é a da alienação. RESPOSTA: “A”. 12-) ( V ) O desenvolvimento sustentável se ancora no tripé que integra as dimensões ambiental, social e

econômica. Do texto: “No pilar ambiental, intensifica-se a ocorrência de fenômenos climáticos, agravados pela

perda da biodiversidade e pelo avanço de processos de desertificação; no social, aumentam o desemprego e as desigualdades sociais; e, no econômico (...)”

( F ) A motivação de realização da Rio+20 foi fundamentalmente a deterioração ambiental do planeta, que se intensificou na virada para o século XXI.

“as discussões sobre desenvolvimento sustentável têm se sobressaído na política externa brasileira. Aprovada na 64ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2009, a proposta para o Brasil sediar a Rio+20 alinhou-se a essa prioridade”

( V ) É feita uma crítica ao modelo produtivo contemporâneo, que, de forma desequilibrada, prioriza a exploração econômica em detrimento da erradicação da pobreza.

( F ) A decisão e aprovação internacional para a realização da Rio+20 aconteceu durante a Rio 92, em virtude do empenho brasileiro diante das questões ambientais e sociais.

“Aprovada na 64ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2009, a proposta para o Brasil sediar a Rio+20”

( V ) Da Rio+20, resultou a aprovação de um documento comprometido com o desenvolvimento social, atrelando a erradicação da pobreza ao desenvolvimento sustentável.

“o documento final da Rio+20 – O Futuro que Queremos – aponta o combate à pobreza como o maior desafio atual e destaca sua erradicação como prioridade indissociável do desenvolvimento.”

Ficou: V – F – V – F – V. RESPOSTA: “B”.

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13-) A abreviatura oficial dos meses do ano é feita com as três primeiras letras do mês seguidas de ponto; nesse caso, a única forma de abreviatura que, de fato, nada abrevia é maio, já que sobra apenas uma letra (o), além de que, quase pronunciamos o nome do mês apenas com as três letras utilizadas.

RESPOSTA: “B”. 14-) Busquemos a resposta no próprio texto: “(...) Marc Prensky, educador americano, escreveu um

artigo em 2001 sobre os imigrantes digitais e os nativos digitais, em que faz uma divisão entre os que veem o computador como uma novidade e os que não imaginam a vida antes dele, pois têm contato com a tecnologia logo após o nascimento. (...)”. Ou seja, os imigrantes veem a tecnologia como uma novidade; os nativos, como parte integrante de sua vida.

RESPOSTA: “B”. 15-) Questão que pode ser respondida até por eliminação de itens! Dentre os apresentados, a única

que se relaciona com o texto é a primeira! RESPOSTA: “A”. 16-) Dentre as alternativas, a “I” é a que não é apresentada pelo texto, já que não há necessidade de

fomentar a cultura tecnológica nos alunos (corpo discente), pois eles a dominam! RESPOSTA: “D”. 17-) “Eu pago meus impostos integralmente e por isso posso exigir dos funcionários públicos do meu

país” – em outras palavras: “eu cumpro com meus deveres, portanto, exijo meus direitos”. RESPOSTA: “D”. 18-) No texto: “E onde entra a educação nessa história? Uma força de trabalho intelectualmente

preparada não apenas produz com maior eficiência como ainda pode ser mais facilmente readaptada para outras funções”.

RESPOSTA: “A”.

A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual

som devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são grafados segundo acordos ortográficos.

A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de etimologia (origem da palavra).

Regras ortográficas

O fonema s

Ortografia, Acentuação

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Escreve-se com S e não com C/Ç

palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir – consensual.

Escreve-se com SS e não com C e Ç

nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados

por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter – submissão.

*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.

*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse.

Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique. *os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer,

carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. *nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. *após ditongos: foice, coice, traição. *palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto

– absorção.

O fonema z

Escreve-se com S e não com Z *os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos

nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. *nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão /

empreender - empresa / difundir – difusão. *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. *após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. *em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) +

ar – pesquisar.

Escreve-se com Z e não com S *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo –

beleza. *os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem não termine com s): final - finalizar /

concreto – concretizar. *como consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal Exceção: lápis + inho – lapisinho.

O fonema j

Escreve-se com G e não com J *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.

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*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.

Exceção: pajem. *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, relógio, refúgio. *os verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, mugir. *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. *depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com j: ágil, agente.

Escreve-se com J e não com G *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, manjerona. *as palavras terminadas com aje: ultraje.

O fonema ch

Escreve-se com X e não com CH

*as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, xucro. *as palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagartixa. *depois de ditongo: frouxo, feixe. *depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

Escreve-se com CH e não com X *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche,

salsicha. As letras “e” e “i”

*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, só o ditongo interno cãibra. *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue.

Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. Atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”:

área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).

Dica: - Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É

uma obra de referência até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br.

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Informações importantes - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equivalentes:

aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/relampadar. - Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ponto, com letra

minúscula e sem “s” para indicar plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h.

Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. - Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve haver espaço

entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e quatro segundos).

- O símbolo do real antecede o número sem espaço: R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra vertical ($).

Fontes de pesquisa: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.

Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) Analise as assertivas abaixo: I. O ladrão era de menor. II. Não há regra sem exceção. III. É mais saudável usar menas roupa no calor. IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante. V. Entre eu e você não existe mais nada. A opção que apresenta vícios de linguagem é: (A) I e III. (B) I, II e IV. (C) II e IV. (D) I, III, IV e V. (E) III, IV e V. 2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale

o item em que todas as palavras estão corretas: (A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. (B) supracitado – semi-novo – telesserviço. (C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. (D) contrarregra – autopista – semi-aberto. (E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. 3-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção: (A) Por quê o homem destrói a natureza? (B) Ela chorou por que a humilharam. (C) Você continua implicando comigo porque sou pobre? (D) Ninguém sabe o por quê daquele gesto. (E) Ela me fez isso, porquê? 4-) (CEFET/RJ - REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO/2014) Observe a grafia das palavras do

trecho a seguir.

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A macro-história da humanidade mostra que todos encaram os relatos pessoais como uma forma de se manterem vivos. Desde a idade do domínio do fogo até a era das multicomunicações, os homens tem demonstrado que querem pôr sua marca no mundo porque se sentem superiores.

A palavra que NÃO está grafada corretamente é (A) macro-história. (B) multicomunicações. (C) tem. (D) pôr. (E) porque. 5-) (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO/2014) O grupo

em que todas as palavras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa é (A) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem (B) pedágio, ultrage, pagem, angina (C) refújio, agiota, rigidez, rabujento (D) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste (E) sargeta, jengiva, jiló, lambujem 6-) (RECEITA FEDERAL - AUDITOR FISCAL – ESAF/2014) Assinale a opção que corresponde a erro

gramatical ou de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria da Receita Federal é apenas a mais

recente denominação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal representou um significativo avanço na facilitação do cumprimento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60.

(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/historico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.) A) (1). B) (2). C) (3). D) (4). E) (5). 7-) (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR

– CESGRANRIO/2014) A forma verbal em destaque está empregada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

(A) Crianças e adultos estarão mais protegidos de várias doenças mortais se disporem de melhores condições de saneamento básico.

(B) Estudos concluídos recentemente preveram uma queda expressiva de produção nas culturas de soja, arroz e trigo nas próximas décadas.

(C) Médicos e nutricionistas interviram na dieta de adolescentes para prevenir problemas futuros, como excesso de peso.

(D) Parcerias poderão ser firmadas quando cientistas brasileiros verem os resultados obtidos por europeus na área de engenharia genética.

(E) Pesquisadores brasileiros mantiveram o mesmo nível de publicações nas áreas de física e de ciências espaciais atingido no ano anterior.

8-) (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR

– CESGRANRIO/2014 - adaptada) No trecho “Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica”, a palavra destacada apresenta hífen porque a natureza das partes que a compõem assim o exige. O grupo em que todas as palavras estão grafadas de acordo com a ortografia oficial é

(A) erva-doce, mal-entendido, sobrenatural (B) girassol, bem-humorado, batepapo (C) hiper-glicemia, vice-presidente, pontapé

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(D) pan-americano, inter-estadual, vagalume (E) subchefe, pós-graduação, inter-municipal 9-) (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR

– CESGRANRIO/2014) A expressão em destaque está grafada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:

(A) A internet, tal como a conhecemos, aberta, livre e democrática, é um fenômeno sem igual porquê é incontrolável.

(B) As melhores universidades do mundo abrem as portas da excelência porque oferecem na rede cursos inteiros de graça.

(C) Os professores que pesquisam os cursos a distância explicaram o por quê do sucesso atual da educação via internet.

(D) Os cursos na internet começam a ter peso fora do mundo virtual por que várias instituições começaram a aceitar créditos conquistados on-line.

(E) Porque a revolução da educação on-line de alto nível já se tornou, de fato, uma realidade em todo o mundo?

Respostas

1-) Correções à frente: I. O ladrão era de menor = era menor II. Não há regra sem exceção = correta III. É mais saudável usar menas roupa no calor = não existe “menas”, é “menos” (sempre). IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante = companhia V. Entre eu e você não existe mais nada = depois de preposição, usa-se o pronome “mim” – entre mim

e você RESPOSTA: “D”. 2-) Correção: A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidroelétrica, ultrassom D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraestrutura RESPOSTA: “A”. 3-) A) Por quê o homem destrói a natureza? = Por que (é uma pergunta, portanto: separado; está longe

do ponto de interrogação: sem acento) B) Ela chorou por que a humilharam = porque (conjunção causal) C) Você continua implicando comigo porque sou pobre? = correta D) Ninguém sabe o por quê daquele gesto = porquê (precedido de artigo) E) Ela me fez isso, porquê? = por quê (perto do ponto de interrogação) RESPOSTA: “C”. 4-) O verbo “ter”, no plural, deve ser acentuado: têm (no caso do texto: os homens têm demonstrado). RESPOSTA: “C”. 5-) Correções à frente: (A) gorjeta, ojeriza / ojeriza, lojista, ferrugem / ferrugem (B) pedágio, ultraje / ultraje, pagem / pajem, angina (C) refújio / refúgio, agiota, rigidez, rabugento (D) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste = corretas (E) sarjeta - sarjeta, jengiva / gengiva, jiló, lambujem RESPOSTA: “D”.

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6-) O problema de grafia encontra-se na palavra “expontâneo”. O correto é “espontâneo”. RESPOSTA: “C”. 7-) (A) Crianças e adultos estarão mais protegidos de várias doenças mortais se disporem de melhores

condições de saneamento básico = dispuseram (B) Estudos concluídos recentemente preveram uma queda expressiva de produção nas culturas de

soja, arroz e trigo nas próximas décadas = previram (C) Médicos e nutricionistas interviram na dieta de adolescentes para prevenir problemas futuros,

como excesso de peso = intervieram (D) Parcerias poderão ser firmadas quando cientistas brasileiros verem os resultados obtidos por

europeus na área de engenharia genética = virem (E) Pesquisadores brasileiros mantiveram o mesmo nível de publicações nas áreas de física e de

ciências espaciais atingido no ano anterior = correta RESPOSTA: “E”. 8-) (A) erva-doce, mal-entendido, sobrenatural = corretas (B) girassol, bem-humorado, batepapo (bate-papo) (C) hiper-glicemia – (hiperglicemia), vice-presidente, pontapé (D) pan-americano, inter-estadual (interestadual) , vagalume (E) subchefe, pós-graduação, inter-municipal (intermunicipal) RESPOSTA: “A”. 9-) (A) A internet, tal como a conhecemos, aberta, livre e democrática, é um fenômeno sem igual porquê

é incontrolável = porque (conjunção causal) (B) As melhores universidades do mundo abrem as portas da excelência porque oferecem na rede

cursos inteiros de graça = correta (conjunção explicativa) (C) Os professores que pesquisam os cursos a distância explicaram o por quê do sucesso atual da

educação via internet = o porquê (precedido de artigo) (D) Os cursos na internet começam a ter peso fora do mundo virtual por que várias instituições

começaram a aceitar créditos conquistados on-line = porque (conjunção causal) (E) Porque a revolução da educação on-line de alto nível já se tornou, de fato, uma realidade em todo

o mundo? = por que (em perguntas: SEMPRE separado; se está longe do ponto de interrogação: sem acento; se próximo, acentuado: por quê?)

RESPOSTA: “B”. Quanto à acentuação, observamos que algumas palavras têm acento gráfico e outras não; na

pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica A acentuação tônica está relacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das

palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.

De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém –

atum – caju – papel Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi –

leque – sapato – passível Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara

– tímpano – médico – ônibus

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Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos.

Os acentos

acento agudo – )´( Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras

representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos).

acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .

acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles

trema – ) ¨ ( De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller)

til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais. Ex.: oração – melão – órgão – ímã

Regras fundamentais Palavras oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará

– café(s) – cipó(s) – Belém. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo, recebê-

lo, compô-lo Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is: táxi – lápis – júri - us, um, uns: vírus – álbuns – fórum - l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps - ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa – memória

Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que esta

palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!

Regras especiais: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), que antes eram acentuados, perderam o

acento de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou

monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.: dói, escarcéu.

Antes Agora assembléia assembleia idéia ideia geléia geleia jibóia jiboia apóia (verbo apoiar) apoia paranóico paranoico

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Acento Diferencial Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas são

utilizados para diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo:

Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbo).

Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.

Os demais casos de acento diferencial não são mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos pelo contexto.

Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de finalidade).

Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos

trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?

Regra do Hiato:

Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de

“s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z.

Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-

to-i-nha. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-

u-ba

Observação importante:

Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas

paroxítonas): Ex.:

Antes Agora bocaiúva bocaiuva feiúra feiura Sauípe Sauipe

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. Ex.:

Antes Agora crêem creem lêem leem vôo voo enjôo enjoo

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Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no

plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.

Repare: 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos

deem o recado! 4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde!

As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e

seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.:

Antes Depois apazigúe (apaziguar) apazigue averigúe (averiguar) averigue argúi (arguir) argui

Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem –

eles vêm (verbo vir) A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,

ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. Fontes de pesquisa: http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração,

2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform.

– São Paulo: Saraiva, 2010.

Questões sobre Acentuação Gráfica 01. (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Assinale a palavra que tenha sido acentuada

seguindo a mesma regra que distribuídos. (A) sócio (B) sofrê-lo (C) lúcidos (D) constituí (E) órfãos 02. (MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – FUNDAÇÃO DOM CINTRA/2010) Se os vocábulos

POSSÍVEL, ATRAVÉS e VÍRUS recebem acento gráfico, também serão acentuados pelas mesmas regras, respectivamente, os vocábulos relacionados em:

(A) fóssil / mês / álbuns; (B) réptil / compôs / júri; (C) amável / português / táxi; (D) fácil / até / húmus; (E) bílis / café / ônus. 03.(MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – IBFC/2013) Assinale a alternativa em que a palavra

deve ser, obrigatoriamente, acentuada. (A) Pratica. (B) Negocio.

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(C) Traido. (D) Critica. (E) Capitulo. 04. (RIOPREVIDÊNCIA/RJ – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “conteúdo” recebe acentuação pela mesma razão de: (A) juízo (B) espírito (C) jornalístico (D) mínimo (E) disponíveis 05. (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG – TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA –

FUMARC/2014) Na frase “Pelo menos 4,7 milhões de aposentados e pensionistas têm pouco mais de um mês para recadastrar a senha bancária”, o acento gráfico do verbo “ter” se justifica pela seguinte regra:

(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa

do plural. (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª

pessoa do plural. (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. 06. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE/2014) O emprego do

acento gráfico em “incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma regra de acentuação. (...) CERTO ( ) ERRADO 07. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E

PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às palavras paroxítonas:

(A) probatório; condenatório; crédito. (B) máquina; denúncia; ilícita. (C) denúncia; funcionário; improcedência. (D) máquina; improcedência; probatório. (E) condenatório; funcionário; frágil.

Respostas 1-) Distribuímos = regra do hiato (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome oblíquo. Nunca!) (C) lúcidos = proparoxítona (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” – oxítona: cons-ti-tui) (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” Resposta: D 2-) Possível = paroxítona terminada em “l”; através = oxítona terminada em “e + s”; vírus = paroxítona

terminada em “u + s” A) fóssil / mês / álbuns; fóssil = paroxítona terminada em “l”; mês = monossílaba terminada em “e + s”; álbuns = paroxítona

terminada em “uns” B) réptil / compôs / júri; réptil = paroxítona terminada em “l”; compôs = oxítona terminada em “o + s”; júri = paroxítona terminada

em ‘i” C) amável / português / táxi; amável = paroxítona terminada em “l”; português = oxítona terminada em “e + s”; táxi = paroxítona

terminada em ‘i” D) fácil / até / húmus;

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fácil = paroxítona terminada em “l”; até = oxítona terminada em “e”; húmus = paroxítona terminada em “u + s”

E) bílis / café / ônus. Bílis = paroxítona terminada em “i + s”; café = oxítona terminada em “e”; ônus = paroxítona terminada

em “u + s” Resposta: D 3-) A) Pratica = verbo (prática = adjetivo ou substantivo) B) Negocio = verbo (negócio = substantivo) C) Traido = traído (adjetivo) D) Critica = verbo (crítica = adjetivo ou substantivo) E) Capitulo = verbo (capítulo = substantivo) Resposta: C 4-) Conteúdo = regra do hiato A) juízo = regra do hiato B) espírito = proparoxítona C) jornalístico = proparoxítona D) mínimo = proparoxítona E) disponíveis = paroxítona terminada em ditongo Resposta: A 5-) (A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo “ter”. (B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa

do plural. (que eles tenham) (C) O acento circunflexo é empregado para marcar a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª

pessoa do plural. 3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural = vós tendes (D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando empregadas na terceira pessoa do plural. “Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As palavras oxítonas recebem acento apenas quando

terminadas em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”. Resposta: A 6-) Incluíram = regra do hiato / número = proparoxítona RESPOSTA: “ERRADO”. 7-) Vamos a elas: (A) probatório = paroxítona terminada em ditongo; condenatório = paroxítona terminada em ditongo;

crédito = proparoxítona. (B) máquina = proparoxítona; denúncia = paroxítona terminada em ditongo; ilícita = proparoxítona. (C) Denúncia = paroxítona terminada em ditongo; funcionário = paroxítona terminada em ditongo;

improcedência = paroxítona terminada em ditongo (D) máquina; improcedência; probatório = classificações apresentadas acima (E) condenatório; funcionário = classificações apresentadas acima / Frágil = paroxítona terminada em

“l” Resposta: C

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A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao emprego da preposição

“a” com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às quais.

O uso do acento indicativo de crase está condicionado aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido é aquele que completa o sentido do termo regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela contratada recentemente. Após a junção da preposição com o artigo (destacados entre parênteses), temos: Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada recentemente. O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classifica-se como transitivo indireto, pois sempre

nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).

Observação importante: Alguns recursos servem de ajuda para que possamos confirmar a

ocorrência ou não da crase. Eis alguns: a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s),

a crase está confirmada. Os dados foram solicitados à diretora. Os dados foram solicitados ao diretor. b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte

na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Faremos uma visita à Bahia. Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Não me esqueço da viagem a Roma. Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos. Atenção: Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto

adnominal, a crase está confirmada. Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.

Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto DE, crase

PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra quê?)

Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,

ocorrerá crase. Veja: Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela

regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase e Pontuação.

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* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo regente exigir complemento regido da preposição “a”.

Entregamos a encomenda àquela menina. (preposição + pronome demonstrativo) Iremos àquela reunião. (preposição + pronome demonstrativo) Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) (preposição + pronome demonstrativo) * A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o

acento grave: - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade... - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de... - locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.

Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a

função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Eu adoro a noite! Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer objeto

direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não preposição.

Casos passíveis de nota:

*a crase é facultativa diante de nomes próprios femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. *também é facultativa diante de pronomes possessivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa. *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará aberta até as (às) dezoito horas. * Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem- -

se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos. Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) * Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”. Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase. O pedestre foi arremessado à distância de cem metros. - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -, faz-se necessário o emprego da crase. Ensino à distância. Ensino a distância. * Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da crase. Ela ficou frente a frente com o agressor. Eu o seguirei passo a passo.

Casos em que não se admite o emprego da crase: * Antes de vocábulos masculinos. As produções escritas a lápis não serão corrigidas. Esta caneta pertence a Pedro.

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* Antes de verbos no infinitivo. Ele estava a cantar. Começou a chover. * Antes de numeral. O número de aprovados chegou a cem. Faremos uma visita a dez países.

Observação: - Nos casos em que o numeral indicar horas – funcionando como uma locução adverbial feminina –

ocorrerá crase. Os passageiros partirão às dezenove horas. - Diante de numerais ordinais femininos a crase está confirmada, visto que estes não podem ser

empregados sem o artigo. As saudações foram direcionadas à primeira aluna da classe. - Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando essa não se apresentar determinada. Chegamos todos exaustos a casa. Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adnominal, a crase estará confirmada. Chegamos todos exaustos à casa de Marcela. - não há crase antes da palavra “terra”, quando essa indicar chão firme. Quando os navegantes regressaram a terra, já era noite. Contudo, se o termo estiver precedido por um determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá

crase. Paulo viajou rumo à sua terra natal. O astronauta voltou à Terra. - não ocorre crase antes de pronomes que requerem o uso do artigo. Os livros foram entregues a mim. Dei a ela a merecida recompensa. Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à senhora, senhorita e madame

admitirem artigo, o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de o termo regente exigir a preposição.

Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em sentido genérico ou indeterminado: Estamos sujeitos a críticas. Refiro-me a conversas paralelas.

Fontes de pesquisa: http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.html

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:

Saraiva, 2010.

Questões sobre Crase 1-) (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VUNESP/2013) De acordo com a norma-padrão da

língua portuguesa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em: (A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com o novo texto, a lei seca possa coibir

os acidentes. (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem a sua postura. (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições muito mais severas. (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos demais motoristas e de pedestres. (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da nova lei para que ela possa funcionar.

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2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a seguir, empregando o sinal indicativo de crase de acordo com a norma-padrão.

Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos espaço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar nossas instituições.

(A) à … à … à (B) a … à … à (C) à … a … a (D) à … à … a (E) a … a … à 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ANALISTA DE SISTEMAS -

FCC/2012) ... e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café. Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de crase em destaque na frase acima, está correto

o seu emprego em: (A) e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. (B) e chegou então à tirar conclusões precipitadas. (C) e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (E) e chegou à conclusões as mais disparatadas. 4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu

em 1944, é um homem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes e citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassível ...... propensão de seu marido ...... investigar assassinatos.

(Adaptado de P.D.James, op.cit.) Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) à - à - a (B) a - à - a (C) à - a - à (D) a - à - à (E) à - a – a 5-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO SOLDADO COMBATENTE –

FUNCAB/2012) Em qual das opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente indicado? (A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura. (B) Ninguém se referira à essa ideia antes. (C) Esta era à medida certa do quarto. (D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. (E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. 6-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – FCC/2013) O sinal indicativo de crase deverá ser

mantido se a palavra vida for substituída por: (A) toda circunstância que nos faça felizes. (B) muitas coisas boas que a vida nos oferece. (C) que seja possível a obtenção do sucesso. (D) contingência de viver que recebemos ao nascer. (E) investir em nossa realização pessoal. 7-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP/2012) Assinale a alternativa correta

quanto ao uso do acento indicativo de crase. (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras. (B) O mar se impõe à qualquer embarcação. (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. (D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar. (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. 8-) (COREN/SP – ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO – VUNESP/2013) Considerando o uso do

acento indicativo de crase, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

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• Todos os deputados mostraram-se favoráveis ____ redução da jornada de trabalho dos profissionais da saúde.

• A última redação do projeto passou ____ incluir algumas reivindicações dos servidores que não faziam parte de sua primeira versão.

• Agora o projeto de lei será submetido ______ uma análise criteriosa do governador e de seus assessores.

(A) à … à … à (B) à … a … a (C) a … à … à (D) à … a … à (E) a … à … a 9-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC/2014 - ADAPTADA) No trecho Refiro-me aos

livros que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece à mesma regra seguida em:

(A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como evitá-la. (B) Informou à paciente que os remédios haviam surtido efeito. (C) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela. (D) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha fórmula. (E) Comunique às minhas alunas que as provas estão corrigidas. 10-) (POLÍCIA MILITAR/SP – SOLDADO PM DE 2ª CLASSE – VUNESP/2013) Assinale a alternativa

em que o acento indicativo de crase está empregado corretamente. (A) O executivo passou à trabalhar mais depois que foi promovido. (B) A promoção não levou à um aumento significativo no salário. (C) Para melhorar sua renda, ele deverá dedicar-se à algumas horas-extras. (D) Seus esforços estão direcionados à quitação da dívida do MBA. (E) Ele espera chegar à qualquer posição de prestígio em alguns anos. 11-) (COREN/SP – TELEFONISTA – VUNESP/2013) Quanto ao emprego ou não da crase, a frase

está correta em: (A) Muitos casais ficavam na igreja a espera da bênção do padre. (B) O casamento cristão na Colônia obedecia às normas impostas pelo Arcebispado da Bahia. (C) Quem realizasse um casamento fora dos moldes cristãos era condenado à uma pena severa. (D) Nem todos os casais se obrigavam à buscar a bênção. (E) Mulheres brancas chegavam as terras brasileiras para se casar com os homens brancos. 12-) (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2012) O acento grave, que é sinal indicativo

de crase em “acesso à Internet”, justifica-se porque a regência do termo “acesso” exige complemento antecedido pela preposição a e a palavra “Internet” está antecedida por artigo definido feminino.

( ) CERTO ( ) ERRADO 13-) (PORTO DE SANTOS/SP – PROJETISTA – VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o

acento indicador da crase está corretamente empregado. (A) Eles não conheciam à artimanha daquele pedinte. (B) De outubro à dezembro, ele conseguiu muito dinheiro. (C) Ele se dizia preso à cadeira de rodas há 10 anos. (D) Vários mendigos estão nas ruas de segunda à domingo. (E) Há mulheres que usam à criança para causar piedade.

Respostas 1-) (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para substituir por “esperando”) de que (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem (antes de verbo) (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições (generalizando, palavra no plural) (D) À ninguém (pronome indefinido) (E) Cabe à todos (pronome indefinido)

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RESPOSTA: “A”. 2-) Vamos por partes! - Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto: pede preposição; - quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto e indireto; - quem se propõe, propõe-se A alguma coisa. Vejamos: Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço A nenhuma ação que se proponha A

prejudicar nossas instituições. * Sujeitar A + A corrupção; * ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto indireto. Não há acento indicativo de crase,

pois “nenhuma” é pronome indefinido); * que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, oração subordinada com função de objeto

indireto. Não há acento indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “prejudicar”). RESPOSTA: “C”. 3-) Vamos por exclusão: (A) e chegou à uma = não há acento grave antes de artigo indefinido (B) e chegou então à tirar = não há acento grave antes de verbo no infinitivo (C) e chegou à tempo = não há acento grave antes de palavra masculina (D) e chegou finalmente à inevitável conclusão. (E) e chegou à conclusões = não há acento grave quando a preposição está no singular e a palavra

que a acompanha não tem a presença do artigo definido (há generalização). Haveria acento se a construção fosse: “chegou às conclusões as mais disparatadas”.

RESPOSTA: “D”. 4-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no singular e “frases”, no plural) Impassível à propensão (regência nominal: pede preposição) A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento indicativo de crase) Sequência: a / à / a. RESPOSTA: “B”. 5-) A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e substantivo. Diferente de: Estudo à noite =

período do dia) B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de pronome demonstrativo) C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e substantivo, no caso. Diferente da conjunção

proporcional: À medida que lia, mais aprendia) D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de modo = apressadamente) E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra masculina RESPOSTA: “D”. 6-) dá sentido a toda / dá sentido a muitas coisas / dá sentido a que seja / dá sentido à contingência /

dá sentido a investir RESPOSTA: “D”. 7-) (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a diversas (B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qualquer (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. = a esta (D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar. (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a uma missão RESPOSTA: “D”.

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8-) Favoráveis a quê? = à redução Passou a incluir – verbo no infinitivo (sem acento indicativo de crase) Submetido a quê? = a uma (artigo indefinido) à / a / a = RESPOSTA: “B”. 9-) Dica: Dá para substituirmos “à espera” por “esperando”. Se tem sentido, então o “a” tem acento

grave. Diferente de: A espera deixou-me irritada! Esperando deixou-me irritada... Nesse caso, não “deu”! Então o “a” não tem acento grave.

As alternativas A, B, C e D apresentam “à” devido à regência dos verbos (acostumou-se à, informou algo a alguém, assistir à (sentido de ver) e comunicou algo a alguém). A única que não obedece à regência, mas que nos dá uma noção de advérbio de modo (exaustivamente) é a alternativa D.

RESPOSTA: “D”. 10-) (A) O executivo passou à (a) trabalhar = verbo no infinitivo (B) A promoção não levou à (a) um aumento = artigo indefinido (C) Para melhorar sua renda, ele deverá dedicar-se à (a) algumas = palavra no plural (generalizando) (D) Seus esforços estão direcionados à quitação (E) Ele espera chegar à (a) qualquer = pronome indefinido RESPOSTA: “D”. 11-) (A) Muitos casais ficavam na igreja a espera (à espera) da bênção do padre. (B) O casamento cristão na Colônia obedecia às normas impostas pelo Arcebispado da Bahia. (C) Quem realizasse um casamento fora dos moldes cristãos era condenado à (a) uma pena severa. (D) Nem todos os casais se obrigavam à (a) buscar a bênção. (E) Mulheres brancas chegavam as (às) terras brasileiras para se casar com os homens brancos. RESPOSTA: “B”. 12-) Explicação correta para justificar a ocorrência do acento indicativo de crase na expressão “acesso

à Internet”. RESPOSTA: “CERTO”. 13-) (A) Eles não conheciam à artimanha = a artimanha (objeto direto) (B) De outubro à dezembro, ele conseguiu muito dinheiro. = outubro a dezembro (C) Ele se dizia preso à cadeira de rodas há 10 anos. (D) Vários mendigos estão nas ruas de segunda à domingo.= segunda a domingo (E) Há mulheres que usam à criança para causar piedade. = a criança (objeto direto) RESPOSTA: “C”. Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência

textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.

Principais funções dos sinais de pontuação

Ponto

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período.

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2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em final

de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo:

Estudei português, matemárica, constitucional, etc. (e não “etc..) 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor de uma

citação: Haverá eleições em outubro O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) 4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem

como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.

Ponto e Vírgula ( ; ) 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância. “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão

pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas. Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio e cobertor. 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc. Ir ao supermercado; Pegar as crianças na escola; Caminhada na praia; Reunião com amigos.

Dois pontos (:) 1- Antes de uma citação Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: 2- Antes de um aposto Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre. 4- Em frases de estilo direto Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão?

Ponto de Exclamação 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc. Sim! Claro que eu quero me casar com você! 2- Depois de interjeições ou vocativos Ai! Que susto! João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)

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Reticências 1- Indica que palavras foram suprimidas. Comprei lápis, canetas, cadernos... 2- Indica interrupção violenta da frase. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida Este mal... pega doutor? 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito Deixa, depois, o coração falar...

Vírgula Não se usa vírgula *separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: - entre sujeito e predicado: Todos os alunos da sala foram advertidos. Sujeito predicado - entre o verbo e seus objetos: O trabalho custou sacrifício aos realizadores. V.T.D.I. O.D. O.I. Usa-se a vírgula: - Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de

alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,

isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. - Para marcar inversão: a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está

de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba

alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. - Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. - Para isolar: - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

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Observações: - Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et coetera, que significa “e outras

coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc.

- As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de

exclamação: Você falou isso para ela?! - Temos, ainda, este sinais distintivos: 1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC); 2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como

primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática; 3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir

um nome que não se quer mencionar.

Fontes de pesquisa: http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/

http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:

Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

Questões

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) Verifique a pontuação nas frases abaixo

e marque a assertiva correta: (A) Céus: Que injustiça. (B) O resultado do placar, não o abateu. (C) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em pleno atendimento. (D) Comam bastantes frutas crianças! (E) Comprei abacate, e mamão maduro. 2-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) Assinale a alternativa em que a frase do texto

permanece correta, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, após o acréscimo das vírgulas. (A) As empresas de telecomunicações que fornecem acesso, poderão continuar vendendo,

velocidades diferentes. (B) Mas terão de oferecer, a conexão contratada independentemente, do conteúdo acessado pelo

internauta e não poderão vender pacotes restritos. (C) O Marco Civil garante, a inviolabilidade e o sigilo, das comunicações. (D) O conteúdo poderá ser acessado apenas, mediante, ordem judicial. (E) Ressalte-se, ainda, que a exclusão de conteúdo só poderá ser ordenada pela Justiça. 3-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO – VUNESP/2014) Segundo a norma- -

padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em: (A) Como há suspeita, por parte da família de que João Goulart tenha sido assassinado; a Comissão

da Verdade decidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste ano, a pedido da viúva e dos filhos.

(B) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pedido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e para os filhos, Jango pode ter sido assassinado.

(C) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta, em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.

(D) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é descartada, pela viúva e filhos.

(E) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart, suspeitando que ele possa ter sido assassinado pediram a reabertura da investigação de sua morte, à Comissão da Verdade, esta, atendeu o pedido em maio deste ano.

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4-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE/2014 - adaptada) A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns

em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5-) (EBSERH/ HUSM-UFSM/RS - ANALISTA ADMINISTRATIVO – JORNALISMO – AOCP/2014) Em

“Cabe a cada um, portanto, reconstruir os laços com a juventude.”, as vírgulas. (A) são facultativas, pois não é obrigatório o uso de vírgula em casos de conjunção concessiva

deslocada. (B) são obrigatórias, pois a conjunção adversativa está deslocada. (C) são obrigatórias, pois a conjunção conclusiva está deslocada. (D) são facultativas, pois, independente da posição em que esteja a conjunção adversativa, não é

necessário usar a vírgula. (E) são facultativas, pois, independente da posição em que esteja a conjunção conclusiva, pode-se ou

não usar a vírgula. 6-) (SAAE-SÃO CARLOS/SP – QUÍMICO – VUNESP/2014) Assinale a alternativa correta quanto à

pontuação, de acordo com a norma­padrão da língua portuguesa. (A) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois para o cidadão nada, é pior, do que

a justiça e o atendimento médico que, nunca chegam. (B) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois para, o cidadão, nada é pior do que,

a justiça e o atendimento médico, que nunca chegam. (C) É preciso racionalizar, os sistemas de saúde e de justiça, pois para o cidadão, nada, é pior do que

a justiça e o atendimento médico que nunca chegam. (D) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois, para o cidadão, nada é pior do que

a justiça e o atendimento médico que nunca chegam. (E) É preciso, racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois, para o cidadão nada, é pior do que

a justiça e o atendimento médico que nunca chegam.

Respostas 1-) Fiz as devidas correções: A) Céus! Que injustiça! B) O resultado do placar não o abateu = não há vírgula entre sujeito e predicado C) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em pleno atendimento = correta D) Comam bastantes frutas, crianças! = vocativo (crianças) E) Comprei abacate e mamão maduro = sem vírgula na enumeração (dizem respeito ao mesmo

assunto) RESPOSTA: “C”. 2-) Correções realizadas: A) As empresas de telecomunicações que fornecem acesso poderão continuar vendendo velocidades

diferentes. B) Mas terão de oferecer a conexão contratada, independentemente do conteúdo acessado pelo

internauta, e não poderão vender pacotes restritos. C) O Marco Civil garante a inviolabilidade e o sigilo das comunicações. D) O conteúdo poderá ser acessado, apenas, mediante ordem judicial. E) Ressalte-se, ainda, que a exclusão de conteúdo só poderá ser ordenada pela Justiça. = correta RESPOSTA: “E”. 3-) Assinalei com (X) as pontuações inadequadas e/ou faltantes: (A) Como há suspeita, por parte da família (X) de que João Goulart tenha sido assassinado; (X) a

Comissão da Verdade decidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste ano, a pedido da viúva e dos filhos.

(B) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pedido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e para os filhos, Jango pode ter sido assassinado. = correta

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(C) A investigação da morte de João Goulart, (X) foi reaberta, em maio deste ano (X) pela Comissão da Verdade, para apuração da causa da morte do ex-presidente (X) uma vez que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.

(D) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João Goulart, reabriu (X) em maio deste ano (X) a investigação de sua morte, porque, (X) a hipótese de assassinato não é descartada, (X) pela viúva e filhos.

(E) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart, suspeitando que ele possa ter sido assassinado (X) pediram a reabertura da investigação de sua morte, (X) à Comissão da Verdade, esta ,(X) atendeu o pedido (X) em maio deste ano.

RESPOSTA: “B”. 4-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1),

predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplos: O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2), chegaram! RESPOSTA: “CERTO”. 5-) Se reescrevêssemos a passagem, colocaríamos a conjunção conclusiva no início do período,

comumente: “Portanto, cabe a cada um reconstruir os laços com a juventude”. Como no enunciado a conjunção foi deslocada, deve ficar entre vírgulas.

RESPOSTA: “C”. 6-) Assinalei com ( X ) as pontuações inadequadas ou faltantes: (A) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois (X) para o cidadão nada, (X) é pior,

(X) do que a justiça e o atendimento médico que, (X) nunca chegam. (B) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois (X) para, (X) o cidadão, nada é pior

do que, (X) a justiça e o atendimento médico, (X) que nunca chegam. (C) É preciso racionalizar, (X) os sistemas de saúde e de justiça, pois (X) para o cidadão, nada, (X) é

pior do que a justiça e o atendimento médico que nunca chegam. (D) É preciso racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois, para o cidadão, nada é pior do que

a justiça e o atendimento médico que nunca chegam. = correta (E) É preciso, (X) racionalizar os sistemas de saúde e de justiça, pois, para o cidadão (X) nada, (X) é

pior do que a justiça e o atendimento médico que nunca chegam. RESPOSTA: “D”.

Os concurseiros estão apreensivos. Concurseiros apreensivos. No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na terceira pessoa do plural, concordando com o seu

sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensivos” está concordando em gênero (masculino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero correspondem-se.

Sintaxe de Concordância Verbal e Nominal

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A correspondência de flexão entre dois termos é a concordância, que pode ser verbal ou nominal.

Concordância Verbal É a flexão que se faz para que o verbo concorde com seu sujeito. a) Sujeito Simples - Regra Geral O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos: A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h. 3ª p. Singular 3ª p. Singular Os candidatos à vaga chegarão às 12h. 3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,

metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo:

A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram proposta.

Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento. Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma

plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto. 2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,

menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe: Cerca de mil pessoas participaram do concurso. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas. Observação: quando a expressão "mais de um" associar-se a verbos que exprimem reciprocidade,

o plural é obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um ao outro) 3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se

em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.

Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Estados Unidos possui grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias. As Minas Gerais são inesquecíveis. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. 4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,

muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:

Quais de nós são / somos capazes? Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

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Observação: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre ao dizer ou escrever "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram", frase que soa como uma denúncia.

Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o

verbo deve concordar com o substantivo. 25% do orçamento do país será destinado à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova. Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar

com o número. 25% querem a mudança. 1% conhece o assunto. Se o número percentual estiver determinado por artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á

com eles: Os 30% da produção de soja serão exportados. Esses 2% da prova serão questionados. 6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o “quem” exige que o verbo fique na 3ª pessoa

do singular. Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Sou eu quem faz a prova. Não serão eles quem será aprovado. 7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Este candidato é um dos que mais estudaram! Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no

singular: Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Nem uma das que me escreveram mora aqui. *Quando “um dos que” vem entremeada de substantivo, o verbo pode: a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro

rio que faça o mesmo). b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão poluídos (noção de que existem outros rios na

mesma condição). 8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Vossa Excelência está cansado? Vossas Excelências renunciarão? 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de acordo com o numeral. Deu uma hora no relógio da sala. Deram cinco horas no relógio da sala. Soam dezenove horas no relógio da praça. Baterão doze horas daqui a pouco.

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Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.

O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. Soa quinze horas o relógio da matriz. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do

singular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da natureza. Exemplos:

Havia muitas garotas na festa. Faz dois meses que não vejo meu pai. Chovia ontem à tarde. b) Sujeito Composto 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural: Pai e filho conversavam longamente. Sujeito Pais e filhos devem conversar com frequência. Sujeito 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da

seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja:

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. Primeira Pessoa do Plural (Nós) Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos precisam respeitar-se. Terceira Pessoa do Plural (Eles) Observação: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa (tu) e um

da terceira (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): "Tu e teus irmãos tomarão a decisão." – no lugar de “tomaríeis”.

3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de

concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo.

Faltaram coragem e competência. Faltou coragem e competência. Compareceram todos os candidatos e o banca. Compareceu o banca e todos os candidatos. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordância é feita no plural. Observe: Abraçaram-se vencedor e vencido. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no

singular. Descaso e desprezo marca seu comportamento. A coragem e o destemor fez dele um herói. 2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, verbo no singular:

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Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfaz. 3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural,

de acordo com o valor semântico das conjunções: Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adição”. Já em: Juca ou Pedro será contratado. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. * Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no singular. 4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no

singular. Um ou outro compareceu à festa. Nem um nem outro saiu do colégio. Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no singular: Um e outro farão/fará a prova. 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos

recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". O pai com o filho montaram o brinquedo. O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre. O professor com o aluno questionaram as regras. Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento. O pai com o filho montou o brinquedo. O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre. O professor com o aluno questionou as regras. Observação: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples,

uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:

"O pai montou o brinquedo com o filho." "O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado." “O professor questionou as regras com o aluno.” *Casos em que se usa o verbo no singular: Café com leite é uma delícia! O frango com quiabo foi receita da vovó. 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda",

"não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo ficará no plural. Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste. Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a

concordância é feita com esse termo resumidor. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

Outros Casos 1) O Verbo e a Palavra "SE" Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância

verbal: a) quando é índice de indeterminação do sujeito; b) quando é partícula apassivadora.

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Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular. Exemplos:

Precisa-se de funcionários. Confia-se em teses absurdas. Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos

e indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos:

Construiu-se um posto de saúde. Construíram-se novos postos de saúde. Aqui não se cometem equívocos Alugam- se casas.

Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou índice de

indeterminação do sujeito, tente transformar a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula apassivadora; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:

Precisa-se de funcionários qualificados. Tentemos a voz passiva: Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Não há

lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de indeterminação do sujeito.

Agora: Vendem-se casas. Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! Então,

aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Percebeu semelhança? Agora é só memorizar!).

2) O Verbo "Ser" A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa

concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito. Quando o sujeito ou o predicativo for: a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER concorda com a pessoa gramatical: Ele é forte, mas não é dois. Fernando Pessoa era vários poetas. A esperança dos pais são eles, os filhos. b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no plural, o verbo SER concordará,

preferencialmente, com o que estiver no plural: Os livros são minha paixão! Minha paixão são os livros! Quando o verbo SER indicar a)horas e distâncias, concordará com a expressão numérica: É uma hora. São quatro horas. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros.

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b)datas, concordará com a palavra dia(s), que pode estar expressa ou subentendida: Hoje é dia 26 de agosto. Hoje são 26 de agosto. c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como

pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Duas semanas de férias é muito para mim. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este

concordará o verbo. No meu setor, eu sou a única mulher. Aqui os adultos somos nós. Observação: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais,

o verbo concorda com o pronome sujeito. Eu não sou ela. Ela não é eu. e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural,

o verbo SER concordará com o predicativo. A grande maioria no protesto eram jovens. O resto foram atitudes imaturas. 3) O Verbo "Parecer" O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas

concordâncias: a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona o infinitivo. Por Exemplo: As crianças parecem gostar do desenho. b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo sofre flexão: As crianças parece gostarem do desenho. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas crianças) Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no singular. Por Exemplo: As

paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada substantiva subjetiva).

Concordância Nominal

A concordância nominal baseia-se na relação entre nomes (substantivo, pronome) e as palavras que

a eles se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais: 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo. Por Exemplo:

As mãos trêmulas denunciavam o que sentia. 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos

sistematizar essa flexão nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: - O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Encontramos caída a roupa e os prendedores. Encontramos caído o prendedor e a roupa. - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no

plural.

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As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. b) Adjetivo posposto aos substantivos: - O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo a forma

masculina plural se houver substantivo feminino e masculino). A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A indústria oferece atendimento e localização perfeita. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. Observação: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo

efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural. A beleza e a inteligência feminina(s). O carro e o iate novo(s). 3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum

modificador. Por Exemplo: Água é bom para saúde. b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro

determinativo. Por Exemplo: Esta água é boa para saúde. 4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere. Por Exemplo:

Juliana encontrou-as muito felizes. 5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição

DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular. Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso.

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o

nome a que se refere: Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós. Observação: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial,

ficando, portanto, invariável. Por Exemplo: Eles só desejam ganhar presentes.

Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o segundo, função de adjetivo, então varia:

Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo Ele está só descansando. (apenas descansando) - advérbio Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de “só”,

haverá, novamente, um adjetivo: Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansando)

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas

as construções: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo. Por Exemplo:

Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por Exemplo: Admiro as culturas

espanhola e portuguesa.

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Casos Particulares

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido

a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a

que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo). É proibido entrada de crianças. Em certos momentos, é necessário atenção. No verão, melancia é bom. É preciso cidadania. Não é permitido saída pelas portas laterais. b) Quando o sujeito destas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto

o verbo como o adjetivo concordam com ele. É proibida a entrada de crianças. Esta salada é ótima. A educação é necessária. São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Estas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se

referem. Observe: Seguem anexas as documentações requeridas. A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras. Seguem inclusos os papéis solicitados. Estamos quites com nossos credores.

Bastante - Caro - Barato - Longe Estas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se

referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais. As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo) Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) As casas estão caras. (adjetivo) Achei barato este casaco. (advérbio) Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)

Meio - Meia a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se

refere. Por Exemplo: Pedi meia porção de polentas. b) Quando empregada como advérbio permanece invariável. Por Exemplo: A candidata está meio

nervosa. Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim saberei que se trata de um advérbio, não de

adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”.

Alerta - Menos Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis. Os concurseiros estão sempre alerta. Não queira menos matéria!

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Tome nota! Não variam os substantivos que funcionam como adjetivos: Chave – elementos chave Monstro – construções monstro Padrão – escola padrão

Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php

Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010.

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação

verbal é: (A) Houveram eleições em outros países este ano. (B) Se eu vir você por aí, acabou. (C) Tinha chego atrasado vinte minutos. (D) Fazem três anos que não tiro férias. (E) Esse homem possue muitos bens. 2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) Aponte a alternativa cuja concordância

verbal está correta: (A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo. (B) Os Estados Unidos fica na América do Norte. (C) Minhas costas está doendo. (D) Ela foi uma das que chegou a tempo (E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol. 3-) (CONAB - CONTABILIDADE - IADES - 2014)

De acordo com o que prescreve a norma-padrão acerca do emprego das classes de palavra e da

concordância verbal, assinale a alternativa que apresenta outra redação possível para o período “A economia brasileira já faz isso há séculos.”

(A) A economia brasileira já faz isso tem séculos. (B) A economia brasileira já faz isso têm séculos. (C) A economia brasileira já faz isso existe séculos. (D) A economia brasileira já faz isso faz séculos. (E) A economia brasileira já faz isso fazem séculos. 4-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) Feitas as adequações necessárias, a reescrita

do trecho – O Marco Civil garante a inviolabilidade e o sigilo das comunicações. – permanece correta, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

A inviolabilidade e o sigilo das comunicações... (A) ... Mantêm-se garantidos pelo marco civil.

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(B) ... Mantém-se garantidos pelo marco civil. (C) ... Mantêm-se garantido pelo marco civil. (D) ... Mantém-se garantidas pelo marco civil. (E) ... Mantêm-se garantidas pelo marco civil. 5-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) Assinale a alternativa que apresenta a frase

cuja redação está condizente com a norma-padrão da língua portuguesa. (A) Existe algumas pessoas que questionam o Marco Civil da internet, alegando de que foi aprovado

de maneira apressada. (B) É importante mencionar de que as empresas de telecomunicações poderão vender velocidades

diferentes, mas está proibido a venda de pacotes restritos. (C) Os usuários devem estar atentos ao fato de que não haverá distinções no tratamento dos

conteúdos que trafegam pela internet. (D) Os clientes devem conhecer seus direitos para que este se cumpra, por exemplo: é evidente de

que as empresas precisam oferecer a conexão contratada. (E) Sempre pode ocorrer falhas técnicas, capaz de comprometer a qualidade dos serviços, mas as

empresas devem ter consciência de que essas falhas precisam ser prontamente corrigidas. 6-) (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO/2014) A frase

em que a flexão do verbo auxiliar destacado obedece aos princípios da norma-padrão é (A) Alguns estudiosos consideram que podem haver robôs tão inteligentes quanto o homem. (B) Devem existir formas de garantir a exploração de outras tarefas destinadas aos robôs. (C) No futuro, devem haver outras formas de investimentos para garantir a evolução da robótica. (D) Pode existir obstáculos que os robôs sejam capazes de superar, como a locomoção e o diálogo. (E) Pode surgir novas tecnologias para aperfeiçoar a conquista espacial. 7-) (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO/2014) A forma

verbal destacada está empregada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em: (A) Se os governantes verem o prejuízo causado pelas variações do clima, talvez tomem medidas

cautelares. (B) A construção de novas hidrelétricas dependia de que as verbas se mantessem inalteradas. (C) As variações do clima não afetariam o meio ambiente se a população interviesse nas políticas

públicas. (D) Todos ansiam que os eventos climáticos extremos não cheguem a causar problemas ambientais. (E) Um grupo de pesquisadores entreveu a possibilidade de prejuízos na produção de energia por

causa das alterações das chuvas na Amazônia. 8-) (LIQUIGÁS – PROFISSIONAL JÚNIOR – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CEGRANRIO/2014) A

concordância verbal está de acordo com a norma-padrão EXCETO em: (A) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura

do mar são pequenos. (B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos

geossistemas ferruginosos. (C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a

geração de energia. (D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de

preocupação. (E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção

de bombas atômicas podem ser resolvidos. 9-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) O verbo flexionado no plural que também

estaria corretamente flexionado no singular, sem que nenhuma outra alteração fosse feita, encontra-se em:

(A) Não é à toa que partiram daqui várias manifestações culturais... (B) Sempre me pareceram sem sentido as guerras... (C) São Paulo são muitas cidades em uma. (D) São Paulo não tem símbolos que deem conta de... (E) ... onde as informações diversas se misturam...

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10-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) As regras de concordância estão plenamente respeitadas em:

(A) O crescimento indiscriminado que se observa na cidade de São Paulo fazem com que alguns de seus bairros sejam modificados em poucos anos.

(B) Devem-se às múltiplas ofertas de lazer e cultura a atração que São Paulo exerce sobre alguns turistas.

(C) Apesar de a cidade de São Paulo exibir belas alamedas arborizadas, deveriam haver mais áreas verdes na cidade.

(D) O ruído dos carros, que entram pelas janelas dos apartamentos, perturbam boa parte dos paulistanos.

(E) Na maioria dos bairros de São Paulo, encontram-se referências culinárias provenientes de diversas partes do planeta.

11-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a substituição do segmento grifado pelo

que está entre parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá permanecer no singular está em: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesquisadores) (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade... (as mudanças do

clima) (C) No sistema havia também uma estação... (várias estações) (D) ... a civilização maia da América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água.

(os povos que habitavam a América Central) (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia... (Estudos como o que acabou

de ser publicado). 12-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR

ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV/2014) Na frase “se você quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a forma verbal está ERRADA é

(A) se você se opuser a esse desejo. (B) se você requerer este documento. (C) se você ver esse quadro. (D) se você provier da China. (E) se você se entretiver com o jogo. 13-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) Considerada a substituição do segmento grifado pelo

que está entre parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá permanecer no singular está em: (A) ...disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesquisadores). (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade... (as mudanças do

clima). (C) No sistema havia também uma estação... (várias estações). (D) ...a civilização maia da América Central tinha um método sustentável de gerenciamento da água.

(os povos que habitavam a América Central). (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização maia... (Estudos como o que acabou

de ser publicado).

Respostas 1-) Correções à frente: A) Houveram eleições em outros países este ano = houve C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos E) Esse homem possue muitos bens = possui RESPOSTA: “B”. 2-) Correções: A) A alta dos preços dos combustíveis irritam o povo = irrita B) Os Estados Unidos fica na América do Norte = ficam (há a presença do artigo determinante, portanto

o verbo deve ir para o plural. Se não houvesse, teríamos: Estados Unidos fica).

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C) Minhas costas está doendo = estão D) Ela foi uma das que chegou a tempo = uma das que chegaram E) A maioria dos brasileiros gosta de futebol = correta (poderia ser “gostam”, também) RESPOSTA: “E”. 3-) O “há” foi empregado no sentido de tempo passado, portanto pode ser substituído por “faz”, no

singular: “faz séculos”. RESPOSTA: “D”. 4-) O Marco Civil garante a inviolabilidade e o sigilo das comunicações = O verbo “manter” será

empregado no plural, concordando com “inviolabilidade” e “sigilo”, portanto teremos: mantêm-se. Descartamos os itens B e D. Como temos dois substantivos de gêneros diferentes, podemos usar o verbo no masculino ou concordar com o gênero do mais próximo, no caso, “sigilo”. Teremos, então: garantidos (plural, pois temos dois núcleos – inviolabilidade e sigilo). Assim, chegamos à resposta: mantêm-se / garantidos.

RESPOSTA: “A”. 5-) Correções à frente dos itens; incorreções indicadas com um (X): A) Existe algumas pessoas que questionam o Marco Civil da internet, alegando de (X) que foi aprovado

de maneira apressada = existem. B) É importante mencionar de (X) que as empresas de telecomunicações poderão vender velocidades

diferentes, mas está proibido (proibida) a venda de pacotes restritos. C) Os usuários devem estar atentos ao fato de que não haverá distinções no tratamento dos conteúdos

que trafegam pela internet. = correta D) Os clientes devem conhecer seus direitos para que este (estes) se cumpra (cumpram), por exemplo:

é evidente de (X) que as empresas precisam oferecer a conexão contratada. E) Sempre pode (podem) ocorrer falhas técnicas, capaz (capazes) de comprometer a qualidade dos

serviços, mas as empresas devem ter consciência de que essas falhas precisam ser prontamente corrigidas.

RESPOSTA: “C”. 6-) Os verbos auxiliares devem obedecer à regra do verbo principal que acompanham. Se este sofre

flexão de número, aqueles também sofrerão. Exemplo: o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é invariável. Então, na frase: “Podem haver mais fatos” temos um erro. O correto é “Pode haver”. Vamos às análises:

(A) Alguns estudiosos consideram que podem haver robôs = pode haver (B) Devem existir formas = o “existir” sofre flexão (correta) (C) No futuro, devem haver = deve haver (D) Pode existir obstáculos = podem existir (E) Pode surgir novas tecnologias = podem surgir RESPOSTA: “B”. 7-) Correções à frente: (A) Se os governantes verem o prejuízo = virem (B) A construção de novas hidrelétricas dependia de que as verbas se mantessem = mantivessem (C) As variações do clima não afetariam o meio ambiente se a população interviesse nas políticas

públicas. = correta (D) Todos ansiam = anseiam (E) Um grupo de pesquisadores entreveu = entreviu RESPOSTA: “C”. 8-) Cuidado com a pegadinha! EXCETO. Vamos às alternativas – teremos quatro corretas. (A) As análises revelam que o valor das correlações entre a vazão dos rios e anomalias de temperatura

do mar são pequenos = é pequeno.

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(B) Cerca de 20% das cavernas catalogadas em diversas regiões do Brasil situam-se nos geossistemas ferruginosos. = correta

* Regra: quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.

(C) Medidas têm sido tomadas para avaliar a influência das mudanças do clima que comprometem a geração de energia. = correta

(D) Mudança anormal de variações que afetam a matriz energética nacional constitui motivo de preocupação. = correta

(E) Os problemas que associam a energia nuclear à possibilidade de acidentes e ao risco da confecção de bombas atômicas podem ser resolvidos. = correta

RESPOSTA: “A”. 9-) Vamos item a item: A = o verbo “partiram” não poderia ser utilizado no singular, já que está concordando com “várias

manifestações”; B = “pareceram” concorda com “as guerras”, permanecendo no plural; C = o verbo “ser” pode concordar tanto com o sujeito (São Paulo) quanto com o predicativo “cidades” D = “deem” deve permanecer no plural, já que concorda com “símbolos” (lembrando: o verbo “deem”

não é mais acentuado!) E = “misturam” fica no plural, pois concorda com “informações”. RESPOSTA: “C”. 10-) Corrigi os verbos em cada alternativa: A = fazem (faz) – concorda com “o crescimento” B = devem-se (deve-se) – concorda com “a atração” C = deveriam haver (deveria). O verbo “haver” é impessoal, não varia, portanto seu auxiliar também

não. D = entram (entra) – concorda com “o ruído” E = correta (lembrando que, ao se utilizar a expressão “a maioria de”, o verbo pode estar no singular

também: “a maioria dos bairros encontra-se”). RESPOSTA: “E”. 11-) (A) ... disse (disseram) (os pesquisadores) (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (contribuíram) (as mudanças do clima) (C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá no singular (D) ... a civilização maia da América Central tinha (tinham) (os povos que habitavam a América Central) (E) Um estudo publicado recentemente mostra (mostram) (Estudos como o que acabou de ser

publicado). RESPOSTA: “C”. 12-) (A) se você se opuser a esse desejo. (B) se você requerer este documento. (C) se você ver esse quadro.= se você vir (D) se você provier da China. (E) se você se entretiver com o jogo. RESPOSTA: “C”. 13-) (A) ...disse o pesquisador - disseram os pesquisadores (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu - as mudanças do clima contribuíram (C) No sistema havia também uma estação – havia também várias estações (D) ...a civilização maia da América Central tinha - os povos que habitavam a América Central tinham

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(E) Um estudo publicado recentemente mostra - Estudos como o que acabou de ser publicado mostram

RESPOSTA: “C”.

Todo desvio das normas gramaticais provoca um vício de linguagem. São incorreções e defeitos no

uso da língua falada ou escrita. Origina-se do descaso ou do despreparo linguístico de quem se expressa, cometendo erros que dificultam ou impossibilitam a compreensão da mensagem, revelando pobreza ou insuficiência no domínio da norma culta, utilizando, algumas vezes, preciosismos. Os principais vícios de linguagem são:

Barbarismo

Todo desvio na grafia, na flexão ou na pronúncia de uma palavra constitui um barbarismo. Existem

quatro tipos: 1-) Cacoepia: é a má pronúncia de uma palavra. Ex.: compania (em vez de companhia), gor (em vez

de gol), cadalço (em vez de cadarço); 2-) Silabada: é a troca de acentuação prosódica de uma palavra. Ex.: récorde (em vez de recorde),

rúbrica (em vez de rubrica), íbero (em vez de ibero); 3-) Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma palavra. Ex.: maizena (em vez de maisena),

cidadões (em vez de cidadãos), interviu (em vez de interveio); 4-) Deslize: é o mau emprego de uma palavra. Ex.: mala leviana (por mala leve), peixe com espinho

(por peixe com espinha), vultuosa quantia (por vultosa quantia). Comete Barbarismo ainda quem abusa do emprego de palavras estrangeiras, grafando-as como na

língua de origem. Por princípio, todo estrangeirismo que não possuir equivalente adequado em nossa língua deve ser aportuguesado. Portanto, convém grafar: abajur, boate, garagem, coquetel, checape, xampu, xortes, e não abat-jour, boite, garage, cocktail, check-up, shampoo, shorts.

Tão usadas entre nós são algumas grafias estrangeiras, que a estranheza por algumas formas

aportuguesadas é natural. São consideradas barbarismo todas as formas de estrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de outras línguas:

1-) Galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de encenação, Parti pris em vez de opinião preconcebida.

2-) Anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de semana.

Solecismo Todo desvio sintático provoca um solecismo. Existem três tipos: 1-) de concordância. Ex.: houveram eleições (correto = houve eleições), o pessoal chegaram (correto

= o pessoal chegou); 2-) de regência. Ex.: assisti esse filme (= assisti a esse filme), ter ódio de alguém (= ter ódio a alguém),

não lhe conheço (= não o conheço); 3-) de colocação. Ex.: darei-lhe um abraço (= dar-lhe-ei um abraço), tenho queixado-me bastante (=

tenho me queixado bastante).

Vícios e Figuras de Linguagem.

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Cacofonia Qualquer sequência silábica intervocabular que provoque som desagradável: ela tinha, uma mala,

boca dela. Compreende: 1-) Cacófato: Todo som obsceno resultante da união de sílabas de palavras diferentes provoca um

cacófato. Ex.: preciso ir-me já, vaca gaúcha, etc. * O cacófato só existe quando a união das sílabas exprime obscenidade. Portanto, ela tinha, boca dela,

alma minha e outras uniões semelhantes não constituem cacófatos, mas simples cacofonias, de menor importância.

2-) Eco: Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando

dissonância. Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população. 3-) Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância. Exemplo: Eu a amo;

Ou eu ou a outra ganhará o concurso.

Ambiguidade (ou Anfibologia) Duplo sentido causado pela má construção da frase. Mataram o porco do meu tio. (por: Mataram o porco que era de meu tio) O policial levou o bêbado a sua casa. (por: O policial levou o bêbado à casa dele)

Redundância (ou tautologia) Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões diferentes provoca uma redundância

ou pleonasmo vicioso. Ex.: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar pra dentro, sair pra fora, novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras.

* Não há redundância em: - intrometer-se no meio, já que alguém pode intrometer-se no começo, no fim; - voltar-se para trás, pois alguém pode voltar-se para o lado; - combinações como antídoto contra, interpor-se entre, coabitar com, concordar com, compara com,

suicidar-se.

Arcaísmo Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já caíram de uso. Exemplo: asinha em

vez de depressa, antanho em vez de no passado. Opõem-se ao neologismo, que não é propriamente um vicio de linguagem, já que descobrimentos

tecnológicos, novas modalidades de esporte, novas realidades nas ciências de todos os tipos, provocam cada vez mais o aparecimento de novos vocábulos, como surfar, interfonar, auditar, carreata, otimizar, buzinaço, panelaço, deletar, acessar.

Plebeísmo

Qualquer desvio que caracterize a trivialidade ou a falta de instrução. O maior exemplo é o uso abusivo

de gírias: Pintei no pedaço, mas acabei dançando, mano; a mina tava pirada.

Colisão Consiste no emprego de uma dissonância provocada pela repetição de consoantes iguais ou

semelhantes: O Papa Paulo pediu paz. Sua saia sujou.

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Fontes de pesquisa: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Figura de Palavra

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado,

simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - permitem- -nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e a metonímia.

Metáfora

Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real,

mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da palavra fora de seu sentido normal.

Observação: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento

comparativo não aparece. Seus olhos são como luzes brilhantes. O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através do emprego da palavra como. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula comparativa), e sim símile,

ou seja, qualidade do que é semelhante. Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. Há substituição da palavra olhos por luzes

brilhantes. Esta é a verdadeira metáfora. Observe outros exemplos: 1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." (Fernando Pessoa) Neste caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece relações de semelhança

entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar algum. Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa

expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum.

Outros exemplos: A Amazônia é o pulmão do mundo. Em sua mente povoa só inveja.

Metonímia É a substituição de um nome por outro, em virtude de existir entre eles algum relacionamento. Tal

substituição pode acontecer dos seguintes modos: 1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de

Assis). 2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo). 3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião). 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso Havana. (= Fumei um saboroso charuto). 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno).

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6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo).

7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice). 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres

foram atrás dos jogadores). 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam

apressadamente). 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e

sofrem nesse mundo). 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As

mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher). 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca

Danone). 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua). 14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu

lado). Saiba que: Sinédoque relaciona-se com o conceito de extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11,

acima), enquanto que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer distinção entre ambas as figuras.

Catacrese

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer

quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: "asa da xícara", "batata da perna", "maçã do rosto", "pé da mesa", "braço da cadeira", "coroa do abacaxi".

Perífrase ou Antonomásia

Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos,

ou de um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Exemplo:

A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. A Cidade-Luz (=Paris) O rei das selvas (=o leão) Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.

Exemplos: O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem. O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

Sinestesia Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do

sentido. É o cruzamento de sensações distintas. Exemplos: Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil) No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)

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Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.php

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:

Saraiva, 2010. As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) ocorrem quando desejamos atribuir maior

expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido.

Elipse

Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração e que podem ser facilmente identificados,

tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos: A catedral da Sé. (a igreja catedral) Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)

Zeugma Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado

anteriormente. Exemplos: Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de português) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só modernos. (só havia móveis) Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)

Silepse A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas, sim,

subentendido. É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz com um termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a

concordância se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: 1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor intenso. Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente

pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho). 2) Vossa Excelência está preocupado. O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o

termo Vossa Excelência. Silepse de Número - Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo

da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:

A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de Salvador. O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e gritavam não concordam gramaticalmente com

os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissão e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por isso que os verbos estão no plural.

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós,

vós, eles (as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos:

O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação. Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. "Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis)

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Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas).

Polissíndeto / Assíndeto

Para estudarmos as duas figuras de construção é necessário recordar um conceito estudado em

sintaxe sobre período composto. No período composto por coordenação, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assindética.

Recordado esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção: 1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe o

exemplo: O menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. 2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas,

resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. "Vim, vi, venci." (Júlio César)

Pleonasmo Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do

pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Veja este exemplo: O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto

direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classificado como objeto direto pleonástico. Outro exemplo:

Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto

pleonástico. Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à frase; caso contrário,

torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos: Vi aquela cena com meus próprios olhos. Vamos subir para cima. Ele desceu pra baixo.

Anáfora É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando, assim, um efeito de reforço

e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por pronomes.

Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia. “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Padre Vieira)

Anacoluto Consiste na mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do

resto do período. É a quebra da estrutura normal da frase para a introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação sintática com as demais. Exemplo:

Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. Morrer, todo haveremos de morrer. Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?

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A expressão "esses alunos da escola", por exemplo, deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento.

Observação: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais.

Em geral, evite-o.

Hipérbato / Inversão É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo

com que o sujeito venha depois do predicado. Exemplos: Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio) Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)

Observação da Zê! O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta,

teríamos: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo

heroico”.

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como

efeito sonoro significativo. Exemplos: Três pratos de trigo para três tigres tristes. Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa) Quem com ferro fere com ferro será ferido. Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos: "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade.

Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:

Saraiva, 2010.

Figuras de Pensamento

Antítese

Consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido. O contraste que se estabelece

serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos:

"O mito é o nada que é tudo." (Fernando Pessoa) O corpo é grande e a alma é pequena. "Quando um muro separa, uma ponte une." Não há gosto sem desgosto.

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Paradoxo ou oximoro É a associação de ideias, além de contrastantes, contraditórias. Seria a antítese ao extremo. Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. Ouvimos as vozes do silêncio.

Eufemismo É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma

coisa áspera, desagradável ou chocante. Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (= morreu) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) Faltar à verdade. (= mentir)

Ironia É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que as palavras ou frases expressam, geralmente

apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor.

Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mínima. Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. O governador foi sutil como um elefante.

Hipérbole É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos: Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. "Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac) O concurseiro quase morre de tanto estudar!

Prosopopeia ou Personificação É a atribuição de ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características

humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: As pedras andam vagarosamente. O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia. A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. Chora, violão.

Apóstrofe Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do

discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:

Moça, que fazes aí parada? "Pai Nosso, que estais no céu" Deus, ó Deus! Onde estás?

Gradação Apresentação de ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou

descendente (anticlímax). Observe este exemplo: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele

se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:

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"Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor". (Olavo Bilac) "O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira)

Fontes de pesquisa: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.php

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:

Saraiva, 2010.