Sementes de Esperança Abril de 2015

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ABRIL 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre SEMENTES DE ESPERANÇA

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Folha de Oração Mensal em comunhão com os cristãos perseguidos e necessitados www.fundacao-ais.pt

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ABRIL 2015 | Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

S E M E N T E S DE ESPERANÇA

2 Sementes de Esperança | Abril 15

Intenções de Oração do Santo Padre

Intenção Geral

Respeitar e cuidar a criação

Para que os homens aprendam a respeitar a criação e a preservá-la como dom de Deus.

Intenção MissionáriaCristãos perseguidosA fim de que os cristãos perseguidos sintam a presença confortadora do Senhor Ressuscitado e a solidariedade da Igreja inteira.

ACOLHE, EM TEU CORAÇÃO, OS CRISTÃOS PERSEGUIDOS

Ser cristão, Senhor Jesus, seguir-Te no dia-a-dia já é difícil.Exige “tomar a cruz”, saber morrer para nós mesmos, amar a todos.Às vezes é duro, difícil, exige luta, combate diário.Mas os nossos irmãos perseguidos pela sua fé são mais audazes.São heróicos no dom, na entrega, no amor.Senhor Jesus Ressuscitado, força dos débeis e alegria dos tristes,Senhor Jesus sempre presente pelo poder da Tua ressurreição,protege, ampara, ajude, fortalece os nossos irmãos perseguidos.Ajuda a Igreja a debruçar-se sobre as suas vidas, os seus sofrimentos.Ensina-nos a amparar e a amar os cristãos vítimas da fé.Que a Igreja, Mãe e Mestra, os apoie, os defenda, os anime.

Ajuda-nos a tê-los presentes na nossa oração e na nossa vida.

Faz-nos amá-los e venerá-los como heróis da fé e do amor.

Que o mundo, que os governos, sejam mais cuidadosos e justos,

menos violentos e opressores, para que o mundo se torne mais humano.

Ámen.

Dário Pedroso, s.j.

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé.

Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distri-buímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

3Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

OS PRINCÍPIOS QUE ESTRUTURAM O ESTILO DE VIDA CRISTÃ

Reflectir

Há tempos, numa actividade pastoral, verifiquei que um jovem, que se prepa-rava para a celebração do sacramento do Crisma, tinha alguma dificuldade em fazer o seu exame de consciência. Este facto, que tenho comprovado largamente na minha actividade pastoral, tem-me levado à conclusão de que existe uma grave lacuna no programa da catequese nas paróquias e na formação da consciên-cia dos cristãos. A questão do acesso aos sacramentos da penitência e da comu-nhão, como uma questão de direito sob pena de descriminação, tem a ver com o grau de consciência moral da maior parte dos cristãos.

No que diz respeito ao acesso à penitên-cia e à eucaristia a questão é mal colocada se a situarmos no plano dos direitos. De facto, a eucaristia é sobretudo um dom para o qual devemos estar preparados para o não recebermos indignamente. As palavras de S. Paulo são absolutamente claras: quem tomar o corpo e o sangue do Senhor indignamente come e bebe a

própria condenação (1Cor 11,29). Quanto ao sacramento da penitência, é uma obri-gação para o cristão que tenha consciência de estar em pecado mortal.

O problema é que, de há umas décadas para cá, deixou de falar-se em pecados mortais e o recurso às ciências huma-nas acabou por insinuar a ideia de que, dados os limites da responsabilidade e da liberdade e mesmo do conhecimento, praticamente ninguém incorre em peca-do mortal. Sendo assim, todos estão em graça, ou seja, em condições para aceder à comunhão eucarística, mesmo sem a absolvição sacramental.

Muitos dizem: quem sou eu para julgar os outros? E é verdade: quem sou eu!... O próprio Senhor diz-nos que não devemos julgar: não julgueis para não serdes jul-gados (Mt 7,1). Mas isso quer dizer que só Deus é que julga e é sob o seu julgamento que todos nos encontramos e é a Ele que devemos prestar contas. Por isso é a Ele que devemos perguntar se estamos ou

INTENÇÃO NACIONAL

Para que nas paróquias e nas famílias não se descuide uma catequese sobre os mandamentos da lei de Deus, fazendo deles tema de revisão constante de oração e de vida.

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não em condições para nos aproximarmos da comunhão, confrontando a nossa vida com a sua vontade, o que podemos fazer comparando o nosso comportamento com os princípios que Ele mesmo nos deu nos Mandamentos ou mesmo meditando atentamente a oração que o Senhor nos ensinou, o Pai-nosso (Mt 6,9-13), no qual se encontra a síntese de todo o Evangelho.

Houve já quem me dissesse que não devia insistir-se tanto nos mandamentos da lei de Deus, mas antes nas Bem-aventuranças. Mas o problema é que a interpretação dos mandamentos é-nos dada pelo próprio Jesus. Basta ler com atenção o episódio do jovem rico (Mt 19, 16-22): um jovem aproximou-se de Jesus e perguntou: Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna? Cumpre os mandamentos. Quais, perguntou. O que lês na Escritura? O jovem enumerou praticamente todos os mandamentos da segunda tábua, a que diz respeito à relação com o próximo, concluindo que os tinha cumprido todos desde a juventude. E Jesus reconheceu que ele dizia a verdade. Então disse-lhe: mas se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres; depois, vem e segue-me. Aqui está a inter-pretação do primeiro mandamento que agora se concretiza no seguimento total e absoluto de Jesus. Portanto, a impor-tância dos mandamentos da lei de Deus

é-nos dada pelo próprio Jesus, como cla-ramente se vê neste episódio. “E as Bem-aventuranças?”, perguntou-me há tempos um estudante. As Bem-aventuranças não são um código de conduta, mas sim um estilo de vida, o estilo de vida do discípu-lo de Jesus que O segue no caminho da cruz: bem-aventurados os pobres, os puros de coração; bem-aventurados sereis vós quando vos perseguirem e caluniarem por minha causa… (Mt 5,2-12).

A dificuldade do jovem em fazer o seu exame de consciência e a situação actual de muitos cristãos que perderam a noção do que seja pecado tem a ver com a crise de consciência decorrente da ausência de princípios claros a partir dos quais possa construir-se uma ética e uma moral cris-tã dignas desse nome. Em todo o caso, a essência do cristianismo não é uma questão de cumprimento de normas, mas sim a resposta a um grande amor que nos precede e que marca o estilo de vida do cristão que se sente amado e que faz da própria vida um testemunho vivo desse amor. Como dizia S. Paulo: Ele amou-me e entregou-se por mim (Gal 2,20).

P. José Jacinto Ferreira de Farias, scjAssistente Espiritual da Fundação AIS

Reflectir

5Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

A guerra está novamente na Europa. A semente surgiu no Outono de 2013 quan-do o presidente russo impôs uma escolha à Ucrânia, que desde a sua independência mantém o equilíbrio entre o seu pode-roso vizinho e o Ocidente. O presidente Ianoukovitch cede e recusa-se a assinar um acordo com a Europa a 21 de Novembro. Imediatamente, as multidões saem à rua, quer para se manifestarem contra a corrupção do regime quer para denunciarem a escolha de Moscovo: é lançado o movimento Maidan. Pacífico durante todo o Inverno e com uma

forte conotação religiosa, apesar de alguns grupos extremistas, é reprimido pela vio-lência a partir de meados de Fevereiro: uma centena de mortos em três dias. Odiado por todos, Victor Ianoukovitch abandona secreta-mente a Ucrânia e o Parlamento anuncia a sua destituição pelo abandono de funções. É constituído um Governo provisório mas, qua-tro dias depois, a Rússia envia tropas para a Crimeia onde começam os actos de guerra. O exército ucraniano foi impossibilitado de agir e, a 16 de Março, um referendo oficializa a conquista (para uns a anexação; para outros,

Depois de ter perdido a península da Crimeia para a Rússia, em Março de 2014, a Ucrânia combate há cerca de dez meses uma rebelião separatista pró-russa no Leste, um conflito que já fez mais de 5.000 mortos e que separa as Igrejas.

UCRÂNIA A CAMINHO DE UMA GUERRA RELIGIOSA?

Superfície

603.500 Km2

População

45 milhões de habitantes

Religiões

Cristãos: 83,8%

Ortodoxos: 76,6%;

Católicos: 5,6%;

Protestantes: 1,3%

Outros cristãos: 0,3%

Muçulmanos: 1,2%

Outras religiões: 0,3%

Sem religião: 14,7%

Ucrânia

Hungria•

Polónia•

•Rússia

lováquia•

Roménia•

Moldávia•

• Turquia

Bulgária•

Grécia•

Sérvia•

Ucrânia

•Bielorrússia

Mar Negro

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a reintegração). No início de Abril, o mesmo cenário tem lugar em Donbass e conduz a uma guerra civil que já provocou mais de 4.000 mortos (dos quais 283 pela destruição em voo de um avião malaio), apesar dos cessar-fogo e de inúmeras tentativas exterio-res para restabelecer o diálogo, entre as quais as do Papa Francisco. Petro Porochenko ganha facilmente as eleições presidenciais, e os partidos hostis à Rússia ganham as eleições legislativas. A guerra continua no leste, com fortes indícios de guerra fria que inflamam as duas partes do conflito, mas não se pode reduzir a isso: o povo Ucraniano tem o direito à existência num estado nacional.

OraçãoPara que a paz de Cristo ponha um fim à atmosfera de guerra e violência que continua a atormentar o Leste da Europa, nós Te pedimos Senhor!

AS IGREJAS ORTODOXAS DIVIDIDASA Igreja Ortodoxa integrada no Patriarcado

de Moscovo perdeu o seu líder no coração das dificuldades que a Ucrânia está a viver. O Metropolita Volodymyr de Kiev dirigia-a

desde 1992. Homem de diálogo, a sua per-da foi especialmente sentida uma vez que o seu sucessor, o Metropolita Onuphre, se opôs à auto-cefalia da sua Igreja votada pelo seu sínodo e obtida do Patriarcado de Moscovo numa primeira fase. Mesmo assim, pouco tempo depois da sua eleição, pediu aos separatistas de Donbass para depor as armas e implorou pela unidade territorial da Ucrânia. Desde a sua eleição que procura ser muito prudente, contrariamente aos respon-sáveis do seu Patriarcado em Moscovo.

Por sua vez, o Patriarcado autocéfalo (Patriarcado de Kiev) tomou uma posição forte em favor do movimento Maidan no seguimento das novas autoridades. Qualquer que seja o seu número, mas sem dúvida pelo menos cerca de trinta, num movimento que parece estar a aumentar, há cada vez mais paróquias do Patriarcado de Moscovo a unir-se ao Patriarcado autocéfalo de Kiev, em particu-lar nos distritos de Rivné, Kherson e Tchernihiv.

A IGREJA CATÓLICA E OS ACONTECIMENTOSLevando a sério o pedido feito aos pastores

pelo Papa Francisco de “sentir o cheiro das

Desde o início, as

Igrejas (na fotografia a

Ortodoxa) acompanharam

o movimento Maidan.

Ucrânia

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ovelhas”, a Igreja Greco-Católica da Ucrânia está presente no movimento contra a cor-rupção desde o seu início. Uma sondagem revela que metade dos participantes de Maidan são católicos (que representam 10% da população). O Governo Ianoukovitch decidiu, no início de Janeiro de 2014, atacar a Igreja Católica. Pela voz do seu ministro da Cultura, advertiu para possíveis acções judi-ciais “a fim de pôr fim às suas actividades”. Imediatamente, D. Sviatoslav Shevtshuk, líder desta Igreja, denunciou estas ameaças, as primeiras desde a saída da clandestinidade após mais de quarenta anos nas catacumbas.

Depois da mudança de regime, estabele-ceram-se boas relações com as novas autori-dades. Mas a anexação da Crimeia e a guerra de Donbass dão origem nestas regiões a actos de violência contra a Igreja Católica. Na Crimeia, o Pe. Mykola Kvych foi detido pelos separatistas e as paróquias católicas têm até ao dia 1 de Janeiro de 2015 para se registar – ou esta Igreja Greco-Católica deixa de ter existência legal na Rússia e passa a estar à margem da lei. Quanto aos latinos, para o seu bispo, D. Jacek Pyl, “não fazemos ideia do

que nos irá acontecer”. Em Donbass, o Bispo Greco-Católico e praticamente todos os sacer-dotes foram forçados a abandonar a zona nas mãos dos separatistas. A igreja de Donetsk foi profanada por homens armados e um terço dos católicos da região fugiu. Três sacerdotes católicos, dois latinos, o Pe. Pawel Witek e o Pe. Viktor Wasowincz, de origem polaca, um greco-católico e o Pe. Tykhon Kulbaka, foram raptados há algum tempo. A 18 de Dezembro de 2014, o Pe. Ihor Yatsiv, porta-voz da Igreja Greco-Católica, declara que a Igreja Católica na Ucrânia do Leste está prestes a regressar ao período das catacumbas.

OraçãoPara que os Cristãos do Leste Europeu continuem a colocar a sua esperança e confiança inabalável em Deus, nós Te pedimos Senhor!

UMA GUERRA RELIGIOSA?Primeiramente, o movimento Maidan rece-

be o apoio de todas as grandes confissões cris-tãs, incluindo a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo, consignatária, em Dezembro, de um apelo para a legalização do movimento

As confissões cristãs unidas no início da revolta.

Ucrânia

O Arcebispo

Sviatoslav

Shevchuk, a

voz corajosa

da Igreja

Greco-Católica

da Ucrânia.

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Ucrânia

e de um pedido de negociações. Mas, a con-denação explícita de Maidan pelo Patriarca de Moscovo faz que a sua Igreja se retraia. Depois da mudança do regime, da anexação da Crimeia e da guerra no Donbass, a tensão entre a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo e as outras confissões cristãs agrava--se. Uma guerra de comunicados e de cartas abertas exacerba os ânimos, desde o Verão de 2014, tendo a violência por fundo.

Da parte do Patriarcado de Moscovo, o Patriarca Kyril colocou-se, em Agosto, na linha da frente. Nas cartas ao Patriarca de Constantinopla, à ONU, ao Conselho da Europa e à OSCE, pede a condenação dos “uniatas” católicos e dos “sismáticos” ortodoxos, segun-do ele culpados de quererem a hegemonia e de praticarem “actos de agressão directa contra o clero e a sua Igreja”. Acusa os cape-lães católicos de participarem activamente nas acções contra os padres e a população da Ucrânia de Leste, e cita um caso concreto em Slaviansk. Dois padres foram mortos e regis-ta-se uma centena de incidentes graves. Por sua vez, afirma o Patriarca, a Igreja Ortodoxa do seu patriarcado desempenha apenas um papel espiritual sem ligações políticas.

No mês seguinte, o Patriarca pede ao

Vaticano que o diálogo entre as duas Igrejas se centre sobre a Igreja Greco-Católica da Ucrânia, com o fim de encontrar o tom do princípio dos anos noventa, “a fim de perce-ber porque sangra, continuamente, esta feri-da e o que podemos fazer para a curar”. Foi nessa altura que a liberdade religiosa levou a quase totalidade das paróquias da Ucrânia ocidental a abandonar o Patriarcado de Moscovo, no qual tinham sido incorporadas à força, quarenta anos mais cedo, e a torna-rem-se greco-católicas. Em 16 de Outubro, Vladimir Poutin retoma, em Moscovo, as mesmas acusações, enquanto em Roma o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, convi-dado para o sínodo sobre a família, ataca a Igreja Católica da Ucrânia tão violentamente que a Santa Sé não publica o seu discurso.

Por sua vez, a Igreja Greco-Católica clas-sifica estas acusações como “difamatórias”, pela boca do seu chefe Sviatislav Shevchuk que escreve a todas as conferências episco-pais católicas para restabelecer a verdade e a solicitar o seu apoio a fim de condenar a “intervenção directa contra um país soberano e pacífico” por parte da Rússia. Pede-lhes que apoiem os Ucranianos e que denunciem as acções contra o clero católico na Crimeia e no

D. Jacek Pyl, Bispo

Auxiliar Latino de

Odessa- Simferopol:

“Não fazemos

ideia do que nos

irá acontecer.”

Até onde é que a

Igreja diz que deve

ir o empenho? Uma

escolha que gera

conflito junto das

diferentes confissões.

9Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Donbass. A Igreja Católica rejeita as acusações do Patriarcado de Moscovo relativas tanto aos factos alegados provenientes da propaganda russa como aos capelães militares que exer-cem o seu ministério no quadro do conselho pastoral inter-religioso. Este engloba também representantes do Patriarcado de Moscovo.

As relações entre as Igrejas Ortodoxas não são melhores. O Patriarca autocéfalo denun-cia a eleição do novo metropolita de Kiev como a de um “ideólogo do mundo russo”. As passagens de paróquias para a Igreja autocéfala exacerbam as tensões tal como o ataque à catedral autocéfala de Louhansk por soldados russos e separatistas. Em Outubro, membros da Igreja autocéfala dirigem-se ao patriarca ecuménico de Constantinopla pedindo-lhe que proteja a Ucrânia e a sua ortodoxia da “agressividade russa”.

No Donbass, um “exército ortodoxo russo” fingindo defender a ortodoxia, na realidade a defunta URSS, opõe-se às milícias pelas armas clamando fazer parte do nacionalismo ucra-niano da Segunda Guerra mundial, ou seja, de ideias neonazis. Trata-se apenas de grupos minoritários, mas a sua visibilidade dá peso à possibilidade de uma guerra civil transformada em guerra religiosa. Em Kiev, uma Igreja Católica

foi atacada em 18 de Dezembro de 2014.

OraçãoPara que o Espírito Santo continue a ser inspiração e união no ecumenismo entre as Igrejas irmãs, nós Te pedimos Senhor!

MAIDAN, A REVOLTA DA DIGNIDADEPara D. Gudziak, Bispo dos católicos ucranianos de França, Maidan foi a revolta da dignidade contra a corrupção, o medo e a divisão (o 21 de Novembro é, hoje em dia, na Ucrânia, o dia da Dignidade).

Desde o início que os padres das diversas Igrejas Ortodoxas e da Igreja Católica acompanharam o movimento e contribuíram para lhe dar, durante dois meses, o seu cariz pacífico: tendas-capela, orações, liturgias matinais e celebrações ecumé-nicas de Domingo. Mas esta unidade não sobrevi-veu à vitória do movimento.

UM TESTEMUNHOYehven Svertsiuk, falecido no dia 1 de Dezembro de 2014, em Kiev, era uma das grandes figuras espirituais da Ucrânia independente. Defensor dos direitos do homem e da consciência na época soviética, foi condenado em 1973 a sete anos de trabalhos forçados. Após a queda do comunismo e a independência, fundou Nasha Vira (A Nossa Verdade), um importante jornal religioso, e dedi-cou-se à recuperação moral e religiosa do seu país, no seio da Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Kiev.

Ucrânia

D. Borys Gudziak

perante o memorial

de Maidan, em Kiev.

10 Sementes de Esperança | Abril 15

Oração

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Esta é a semana da alegria: celebramos a Ressurreição de Jesus! É um júbilo autêntico, pro-fundo, baseado na certeza de que Cristo ressuscitado já não morre, mas está vivo e age na Igreja e no mundo. Tal certeza habita o coração dos crentes a partir daquela manhã de Páscoa, quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus e os anjos lhes disseram: «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?» (Lc 24, 5). «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Estas palavras constituem como que um marco miliário na história; mas também uma «pedra de tropeço», se não nos abrirmos à Boa Notícia, se pensarmos que incomoda menos um Jesus morto do que um Jesus vivo! Ao contrário, quantas vezes no nosso caminho quotidiano temos necessidade de ouvir dizer: «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Quantas vezes nós procuramos a vida entre as coisas mortas, no meio daquilo que não pode dar vida, entre as coisas que hoje existem e amanhã já deixarão de existir, entre as coisas passageiras... «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?».

Precisamos disto quando nos fechamos em qualquer forma de egoísmo ou de auto-satisfação; quando nos deixamos seduzir pelos poderes terrenos e pelas coisas deste mundo, esquecen-do Deus e o próximo; quando depositamos as nossas esperanças em vaidades mundanas, no dinheiro e no sucesso. Então a Palavra de Deus diz-nos: «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Por que estás a procurar ali? Aquilo não te pode dar vida! Sim, talvez te proporcione a alegria de um minuto, de um dia, de uma semana, de um mês... e depois? «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Esta frase deve entrar no nosso coração e devemos repeti-la. Repitamo-la juntos três vezes? Façamos este esforço? Todos: «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Hoje, quando voltarmos para casa, repitamo-la de coração, em silêncio, e interrogando-nos: por que, na vida, procuro entre os mortos Aquele que está vivo? Isto far-nos-á bem!

«POR QUE BUSCAIS ENTRE OS MORTOS AQUELE QUE ESTÁ VIVO?»

11Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Oração

Não é fácil abrir-se a Jesus. Não é espontâneo aceitar a vida do Ressuscitado e a sua presença no meio de nós. O Evangelho faz-nos ver várias reacções: do apóstolo Tomé, de Maria de Magdala e dos dois discípulos de Emaús: faz-nos confrontar-nos com eles. Tomé põe uma condição para a fé, pede para tocar a evidência, as chagas; Maria Madalena chora, vê-o, mas não o reconhece, só compreende que é Jesus quando Ele a chama por nome; os discípulos de Emaús, deprimidos e com sentimentos de derrota, chegam ao encontro com Jesus, dei-xando-se acompanhar por aquele viandante misterioso. Cada qual por caminhos diferentes! Procuravam entre os mortos Aquele que está vivo, e foi o próprio Senhor quem corrigiu a rota. Quanto a mim, o que faço? Que caminho sigo para me encontrar com Cristo vivo? Ele estará sempre próximo de nós para corrigir a rota, quando erramos.

«Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?» (Lc 24, 5). Esta pergunta faz-nos superar a tentação de olhar para trás, para aquilo que aconteceu ontem, e impele-nos para a frente, rumo ao futuro. Jesus não está no sepulcro, é o Ressuscitado! Ele é o Vivente, Aquele que renova sempre o seu corpo, que é a Igreja, e fá-lo caminhar atraindo-o a Si. «Ontem» é o sepulcro de Jesus e o túmulo da Igreja, o sepulcro da verdade e da justiça; «hoje» é a Ressurreição perene para a qual nos impele o Espírito Santo, conferindo-nos a plena liberdade.

Hoje também a nós é dirigida esta interrogação. Tu, por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo, tu que te fechas em ti mesmo depois de uma falência, tu que já não tens a força para rezar? Por que buscas entre os mortos Aquele que está vivo, tu que te sentes só, abandonado pelos amigos e talvez até por Deus? Por que buscas entre os mortos Aquele que está vivo, tu que perdeste a esperança, tu que te sentes prisioneiro dos teus pecados? Por que buscas entre os mortos Aquele que está vivo, tu que aspiras à beleza, à perfeição espiritual, à justiça e à paz?

Temos necessidade de ouvir que nos repitam e de nos recordarmos uns aos outros a admoes-tação do anjo! Esta admoestação, «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?», ajuda-nos a sair dos nossos espaços de tristeza e abre-nos aos horizontes da alegria e da esperança. Aquela esperança que remove as pedras dos sepulcros e encoraja a anunciar a Boa Nova, capaz de gerar vida nova para os outros. Repitamos esta frase do anjo, para a manter no coração e na memória, e depois cada um responda em silêncio: «Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?». Repitamo-la! [repete com a multidão]. Olhai, irmãos e irmãs, Ele está vivo, está connosco! Não visitemos os numerosos sepulcros que hoje nos prometem algo, a beleza, e depois nada nos dão! Ele está vivo! Não procuremos entre os mortos Aquele que está vivo! Obrigado.

Papa Francisco, Audiência Geral, Praça de São Pedro, 23 de Abril de 2014

12 Sementes de Esperança | Abril 15

2015 - Ano da Vida Consagrada

HISTÓRIAA Obra dos Santos Anjos teve o seu início em

1949 em Innsbruck (Áustria). O instrumento humano foi Gabriele Bitterlich, nascida em 1896, em Viena. Teve três filhos e na Segunda Guerra Mundial aco-lheu mais três. Desde a mais tenra infância teve uma grande veneração a seu Santo Anjo da Guarda, que a acompanhou com fidelidade na sua vida provada pelo sofrimento e a levou a uma profunda união com Cristo. Em obediência ao seu confessor começou a descrever as suas experiências interiores. O Bispo de Innsbruck, D. Paulus Rusch, acompanhou o novo movimento, no qual participavam cada vez mais fiéis, inclusive sacerdotes e religiosos. Membros des-te novo movimento tiveram o desejo de levar uma vida consagrada conforme o seu carisma. Gabriele Bitterlich foi chamada para Deus no dia 4 de Abril de 1978. A Obra dos Santos Anjos foi reconhecida pela Santa Sé em 2008 como Associação pública da Igreja Católica e está ligada à Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz (Ordem da Santa Cruz). A espiritualida-de da Obra dos Santos Anjos e dos Crúzios combinam e complementam-se perfeitamente.

A Ordem dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz (Ordem da Santa Cruz - os “Crúzios”) teve o seu início com a fundação do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, nos anos 1131-1132. Esta comunidade nasceu do esforço conjunto do Arcediago D. Telo e dos Cónegos D. João Peculiar e D. Teotónio. Teotónio

(1082-1162) foi o primeiro Santo português a ser canonizado e é celebrado na Liturgia como “reforma-dor da vida religiosa em Portugal”. Foi igualmente em Santa Cruz que adquiriu a sua formação sacerdo-tal o jovem Fernando Martins, futuro Santo António de Lisboa (1195-1232). Por ocasião da supressão de todas as Ordens religiosas em 1834, em Portugal, também a Ordem da Santa Cruz foi suprimida. A restauração da Ordem foi realizada oficialmente no dia 29 de Maio de 1979, pela Santa Sé. É muito belo observar como a Providência Divina preparou a res-tauração de uma antiga ordem.

CARISMA Cum sanctis Angelis – com os santos Anjos…

As finalidades específicas do movimento são:• reconhecer mais profundamente a DEUS e, assim, cres-cer no respeito e no amor por Ele e por toda a criação;• promover a veneração dos santos Anjos como ajuda especial na necessidade espiritual do nosso tempo;• ajudar os sacerdotes e consagrados, especialmente através da oração e da expiação.

Em comunhão com os Anjos e Santos dedicamos a nossa vida, especialmente na liturgia solene, à adora-ção de DEUS Uno e Trino, e à expiação pela salvação das almas. Semanalmente, veneramos a Cruz do Salvador participando profunda e intimamente na pai-xão do Senhor, seja na quinta-feira à noite, nas horas da agonia no Jardim das Oliveiras, seja na sexta-feira à tarde, nas horas do suplício de JESUS na Cruz.

ORDEM DOS CÓNEGOSREGRANTES DA SANTA CRUZ

13Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

2015 - Ano da Vida Consagrada

A ORDEM EMPENHA-SE DE MODO PARTICULAR NAS SUAS ASSIM CHAMADAS QUATRO DIRECÇÕES FUNDAMENTAIS:

A primeira é a adoração, seja na Liturgia solene, seja na adoração eucarística fora da Santa Missa, se possível, 24 horas por dia. Contemplamos a Palavra e a Obra salvífica de DEUS. Em espírito de expiação seguimos JESUS no caminho da Cruz, completando o que falta às tribulações de CRISTO pelo Seu Corpo que é a Igreja, testemunhamos e proclamamos JESUS CRISTO, único Salvador do mundo, poder de DEUS e sabedoria de DEUS, através da missão.

Vemos o nosso apostolado no serviço à salvação das almas, especialmente dos sacerdotes e consagra-dos, na administração dos sacramentos e no anúncio da Palavra de DEUS. A VIDA NAS NOSSAS COMUNIDADES “Pregamos a CRISTO crucificado, poder e sabedoria de DEUS” (1 Cor 1,24)

O dia-a-dia é marcado pelo carisma da Ordem. Na presença de DEUS Uno e Trino e em comunhão com os santos Anjos, o Irmão da Santa Cruz realiza as suas variadas tarefas: liturgia solene, adoração eucarística, tempos de oração pessoal e comunitária, trabalho – seja manual seja na pastoral sacerdotal e no apostolado da Obra dos Santos Anjos – e momen-tos de lazer e descanso. Algo particular na Ordem é a convivência com os Santos Anjos no serviço de DEUS, assim como no Apocalipse exclama um anjo: “sou servo como tu!” (19,10). O Priorado Santa Cruz em Braga é responsável pelo apostolado da Obra dos Santos Anjos, com o seu secretariado em Fátima.

Juntamente com a comunidade dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz está presente uma comu-nidade das Irmãs da Santa Cruz, instituto religioso nascido da Obra dos Santos Anjos e agregado à Ordem da Santa Cruz.

Sob a direcção da Ordem da Santa Cruz encontra--se ainda o Instituto das Auxiliares Missionárias da Santa Cruz que actuam em Lisboa e Fátima nas obras sociais da Fundação Obra Nossa Senhora da

Purificação. Em Fátima encontra-se a segunda comu-nidade da Ordem em Portugal.

ADMISSÃO E FORMAÇÃOO primeiro contacto com a Ordem faz-se através de

dias de recolhimento ou retiros vocacionais, bem como através do acompanhamento espiritual com um dos membros da Ordem. A formação religiosa na Ordem da Santa Cruz passa pelas seguintes etapas: aspiran-tado, postulando, noviciado, profissão temporária e profissão perpétua. As vocações sacerdotais na Ordem da Santa Cruz são formadas no Mosteiro da Santa Cruz e no Institutum Sapientiae, em Anápolis, Brasil.

Para além de Portugal, a Ordem de Santa Cruz está presente na Itália, Suíça, Alemanha, Áustria, EUA, México, Brasil, Filipinas e Índia. A Obra dos Santos Anjos está presente em muito mais países através dos seus membros.

PRESENÇA E CONTACTOSQuinta de Santa CruzEstrada Via Falperra, Sameiro - 4715-390 BRAGATel. 253603420; Tm 960194876E-mail: [email protected]

Casa Regina Angelorum Rua de São João Eudes, 22 - 2495-651 FÁTIMATel. 249530091; Fax 249530049E-mail: [email protected]

14 Sementes de Esperança | Abril 15

Actualidade

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA 12 DE ABRIL 2015

A CONFIANÇA“Um factor decisivo para a obtenção da misericórdia Divina é a confiança.

A confiança natural – como espera de ajuda humana – é uma grande alavanca na vida do homem. Mas a espera pela ajuda dos homens muitas vezes falha. No entanto, quem deposita a sua confiança em Deus jamais sofrerá decepção. ‘O amor envolve quem confia em Iahweh’ (Sl 31,10). (...) No Seu discurso de despedida, pronunciado durante a última ceia no cenáculo, após dar as últimas instruções e anunciar que os Apóstolos sofreriam no mundo a opressão com que se defrontariam em Seu nome, Jesus Cristo aponta para a confiança como condição necessária da perseverança e da obtenção da ajuda do Deus misericordioso: ‘No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!’ (Jo 16,33). São as últimas palavras do Salvador antes da pai-xão, anotadas pelo Apóstolo amado, que desejava lembrar a todos os fiéis e por todos os tempos como é necessária a confiança, não apenas recomendada, mas ordenada pelo Salvador.

Por que Deus recomenda tanto a confiança? Porque ela é uma homenagem prestada à Divina misericórdia. Quem espera a ajuda de Deus confessa que Deus é todo-poderoso e bondoso, que pode e nos quer demonstrar essa ajuda, que Ele é sobretudo misericordioso. ‘Ninguém é bom

No dia 30 de Abril de 2000, o Papa João Paulo II declarou que “Em todo o mundo, o Segundo Domingo da Páscoa receberá o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene ao mundo cristão para encarar, com con-fiança na divina benevolência, as dificuldades e prova-ções que a humanidade enfrentará nos anos vindouros”.

“Desejo que a Festa de Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo o mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e castigos. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças... Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da minha Misericórdia.”

(Diário de Santa Faustina Kowalska – nº 699)

15Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Actualidade

senão só Deus’ (Mc 10,18). Devemos conhecer a Deus na verdade, visto que o falso conhecimento de Deus esfria a nossa relação com Ele e estanca as graças da Sua misericórdia.

(...) A falta de confiança impede que Deus nos proporcione benefícios, é como uma nuvem escu-ra que estanca a acção dos raios solares, como um dique que impossibilita o acesso à água da fonte.

(...) Nada proporciona à omnipotência Divina tanta glória quanto o facto de que Deus torna omnipotentes aqueles que n’Ele confiam. Porquanto, para que a nossa confiança nunca falhe, ela deve distinguir-se por traços adequados, que foram indicados pelo próprio Rei de misericórdia.

(...) Ao confiarmos em Deus, não podemos confiar demasiadamente em nós mesmos, nos nossos talentos, na nossa prudência nem na nossa força, visto que então Deus nos negará a Sua ajuda e permitirá que nos convençamos por experiência própria da nossa inaptidão. Nos assuntos Divinos devemos ter medo de nós mesmos e estar convencidos de que por nós mesmos seremos capazes apenas de deformar ou até aniquilar os propósitos Divinos.

A confiança em Deus deve ser firme e perseverante, sem hesitações nem fraquezas. Era essa a confiança que tinha Abraão quando tencionava entregar seu filho em sacrifício. Era essa a confian-ça que tinham os mártires. No entanto, aos Apóstolos, durante a tempestade, faltava essa virtude, e por isso Jesus Cristo os censurou: ‘Por que sois tão covardes, homens fracos na fé?’ (Mt 8,26).

(…) Sobretudo a confiança é uma homenagem prestada à Divina misericórdia, que proporciona a quem confia a força e a coragem para superar as maiores dificuldades.

(...) A confiança em Deus afasta toda a tristeza e depressão, e enche a alma de grande alegria, até nas mais difíceis condições de vida. (...) A confiança opera milagres, porque conta com a omnipotência de Deus. (...) A confiança proporciona a paz interior, que o mundo não pode dar. A confiança abre o caminho a todas as virtudes.

(…) A confiança consola de maneira especial a pessoa agonizante, que na última hora se lembra dos pecados de toda a sua vida, o que a leva ao desespero. Por isso é preciso fornecer aos agonizantes adequados actos de confiança, é preciso apontar-lhes a pátria próxima, onde o Rei de Misericórdia espera com alegria aqueles que confiam na Sua misericórdia. A confiança assegura a recompensa após a morte, como comprovam numerosos exemplos dos Santos. Especialmente Dimas – o ladrão que morria na cruz ao lado de Jesus Cristo – recorreu a Ele com confiança no último momento da sua vida e ouviu a doce garantia: ‘Hoje estarás comigo no paraíso’.

(...) Confiemos em Deus nas nossas necessidades temporais e eternas, nos sofrimentos, nos perigos e nos abandonos. Confiemos mesmo quando nos parece que Deus nos abandonou, quando nos nega os Seus consolos, quando não nos ouve, quando nos oprime com uma pesada cruz. Então é preciso confiar em Deus mais ainda, porque esse é um tempo de provação, um tempo de experiência pelo qual toda a alma deve passar.”

IGREJA DE MÁRTIRES OS NOVOS SANTOS DA UCRÂNIA

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Tomei conhecimento de que estás a tentar libertar-me, mas eu peço-te que não faças nada. Ontem foram mortas cinquenta pessoas aqui. Se eu cá não estivesse, quem é que as iria ajudar a suportar estes sofrimentos? Agradeço a Deus pela Sua bondade para comigo. Para além do Paraíso, este é o único lugar onde eu gostaria de estar. Aqui somos todos iguais: polacos, judeus, ucranianos, russos, letónios e estónios. Sou o único padre. Não posso imaginar o que aconteceria se eu aqui não estivesse. (…) Quando estou a celebrar a Santa Missa, toda a gente reza… Não te preocupes, nem desesperes com o meu futuro. Em vez disso, rejubila-te comigo. Reza pelos que conceberam este campo de concentração e este sistema. São eles os únicos que precisam das nossas orações… Que Deus se compadeça deles…”

Deixe-se envolver por esta história comovente dos cristãos ucranianos que no decurso do século XX enfrentaram a perseguição, a violência e a morte para não renunciar à sua fé. Pequenas biografias dos Novos Santos da Ucrânia.126 páginas

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