Revista TEMA, n.2

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tema n.2 Bruno Castro . Carlos Muralhas . Catarina Correia de Sampaio . Luis Rocha . Miguel Carriço . Paulo Reis . Rita Castro . Tânia Araújo

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A Revista TEMA apresenta agora o seu segundo número. Nesta edição o MEF continua a sua contribuição para a vertente autoral e antropológica da Fotografia Documental com particular enfoque na relação entre os indivíduos e os grupos sociais. O trabalho que apresentamos - “Olhares do nosso bairro” e que reflete 8 olhares sobre uma zona especifica de Lisboa, os autores questionam-se sobre as mudanças da cultura portuguesa, tendo por base o tema da revista - Cultura Portuguesa: Percepções e Documentos. Luís Rocha

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Bruno Castro . Carlos Muralhas . Catarina Correia de Sampaio . Luis Rocha . Miguel Carriço . Paulo Reis .

Rita Castro . Tânia Araújo

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tPropriedade

Movimento de Expressão Fotográfica

DiretorLuís Rocha

Edi to rialBruno Castro e Luís Rocha

ColaboradoresBruno Castro, Carlos Muralhas, Catarina Correia Sampaio, Luis Rocha, Miguel Carriço , Paulo Reis, Rita Castro, Tânia

Araújo

Gra fis mo Joana Tubal

Redação e AdministraçãoSIGC, Palácio de Laguares, R. Prof. Sousa da Câmara, 156,

1070 Campolide, Lisboa

[email protected] www.mef.pt 962527453

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ÍNDICE

17Bruno Castro

O Facto das Coisas se Cruzarem

43Carlos Muralhas

Aqui é oferecida a Passagem

67Catarina Correia de Sampaio

Fachadas

79Luís RochaLogradouro

97Miguel Carriço

Candeeiros da Av. Guerra Junqueiro

129Paulo Reis

Os Ausentes

165Rita Castro

Montras

175Tânia Araújo

Memórias de Outros Tempos

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EDITORIALA Revista TEMA apresenta agora o seu segundo número. Nesta edição o MEF continua a sua contribuição para a vert-ente autoral e antropológica da Fotografia Documental com particular enfoque na relação entre os indivíduos e os grupos sociais. O trabalho que apresentamos - “Olhares do nosso bairro” e que reflete 8 olhares sobre uma zona especifica de Lisboa, os autores questionam-se sobre as mudanças da cultura portuguesa, tendo por base o tema da revista - Cultu-

ra Portuguesa: Percepções e Documentos.

Luís Rocha

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INTRODUÇÃO

Qualquer comunidade gera ícones. Lisboa? Ah, o eléctrico a subir a rua com os miúdos pendurados. Nova Iorque? Os táxis ocupam a Quinta Avenida quase de propósito para o disparo. O sul de Itália? Rugas na expressão cansada do Medi-terrâneo enquanto um neto passa de bicicleta. Síria? Ruanda? Amesterdão? Todas as comunidades criam os seus próprios ícones pelas imagens que outros produzem sobre si, a miúde olhares “fotogénicos”, com sorte uma potência com mais camadas após o disparo inicial.

Portugal, 2013. Portugal? O que nos assalta a memória? Turistas que desaguam na desconhecida Santa Apolónia em mais um salto do barco-cidade. A fila no centro de emprego do Conde Redondo às sete da manhã. A planície alentejana que se estendeu às cidades da região no seu vazio melancólico de gente. O levantamento documental, fotográfico ou de outro campo, é a espaços voraz e apropria-se do que pensa serem as grandes modificações da sociedade, as falhas geológicas do ser e do estar no país. E porém, o documentalismo pode procurar a evolução das coisas em volta num ser e estar não tão evidente, e não na rua do elétrico, onde em certos dias já não há miúdos pendurados. O número 2 da revista TEMA é disso sintoma. Os oito olhares que desta feita ocupam o espaço da página detiveram-se numa Lisboa de Verão fora das rotas históricas, circulando entre a Alameda Dom Afonso Henriques e a Avenida São João de Deus, Guerra Junqueiro acima, João XXI abaixo, de figura ilustre em personalidade es-timada, no que se designou como “o bairro”. O “bairro”, uma zona entre o Areeiro, o Instituto Superior Técnico, o Campo Pequeno e a estação ferroviária de Roma/Areeiro. Uma co-munidade que através dos fotógrafos Paulo Reis, Luís Rocha, Miguel Carriço, Catarina Correia de Sampaio, Tânia Araújo, Rita Castro, Carlos Muralhas e Bruno Castro, e a convite da As-sociação de Comerciantes local, procurou de forma fugaz os

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seus ícones, reais ou imaginados.O resultado é uma micro-sociedade de claros traços iden-

titários, e também ela em fase de transformação e procura de caminhos. Carlos Muralhas e Catarina Correia de Sampaio levantaram os olhos e encontraram o perfil único da zona, quer nos arcos de passagem entre ruas, desenhados a régua e es-quadro, quer nas janelas rigorosamente observadas, que se dão como vizinhas em prédios contíguos onde é a cor que provoca o olho pela diferença. Ambos os trabalhos parecem, curiosamente, ocupar-se na passagem, sem margens opostas, mas numa dinâmica de circulação urbana que não se repete em qualquer outra zona da cidade, ou de olhares trocados entre vidros que permanecem, frequentemente, fechados à luz ou deixando apenas espreitar uma árvore, que habita a casa. Miguel Carriço, por sua vez, demora-se de dia a olhar de onde vem essa luz de noite, numa inversão de papéis à luminosidade. Sim, os candeeiros da Guerra Junqueiro são, his-toricamente, únicos. E Miguel cria imagens do ponto de vista único do objecto que será, horas depois, alvo da atenção do ponto de iluminação pública, quase como que devolvendo a amabilidade elétrica.

Rita Castro detém-se no plano íntimo das montras. O co-mércio de rua foi, ao longo do tempo, uma das âncoras do “bairro” e as imagens recuperam não só essa noção como ol-ham para dentro do reflexo da rua, também assim devolvendo realidade à realidade. Bruno Castro, por sua vez, simula esses mesmos reflexos ao cruzar arquitectura e presença humana em duplas exposições. Na rua, duas mulheres discutem fan-tasmaticamente à porta do Bingo onde nunca terão estado. Um casal de idosos, por sua vez, descansa da vida perante o cruzamento da Avenida de Roma, quais espectadores de cin-ema. As imagens, por fim, parecem tentar incluir as dimensões de espaço concreto e espaço percebido, pelos habitantes do

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“bairro” que as habitam.Paulo Reis traz à actualidade os ausentes. Qual sniper fo-

tográfico de perspectiva aérea, Reis parece querer dar corpo aos que não estão mas já estiveram ou poderão ainda rea-parecer. Num jardim um casal entreolha-se mostrando na sua transparência o verde da vegetação. Ao longe uma senhora dança sem preocupações, como que não estando no acto. As imagens tanto mostram o que está como o que não está, num jogo tanto de documentar como de observar ou repensar.

Tânia Araújo e Luís Rocha dão luz à memória do “bair-ro”. Nas imagens de Tânia há ainda “cevada” no “serviço de cafetaria”, em tons densos pelo tempo e pela memória de ainda ser como foi. Um gelado ao sol e o olhar, de seguida, de quem tantos terá visto derreter ou desaparecer, e vê ainda. Luís Rocha aproveitou as passagens de rua para rua e foi à procura de pratos de presunto cortado grosseiro e jardins que se regam todos os dias pela fresca, por quem sempre lá vive e habita, não esquecendo o rumor da cidade em volta mas aproveitando uma história de vida de bairro. Do “bairro”.

O trabalho documental de oito fotógrafos sobre o “bairro”, sobre aquele “bairro”, abre a possibilidade de identificação a quem conhece e de criação a quem não conhece. E abre, mais do que define, a discussão sobre o que mudou e muda numa sociedade dita permanentemente a braços com cruzamentos e avenidas para atravessar, mas cujas alterações mais pro-fundas podem ser as mais íntimas, que se vêm de uma janela entreaberta para o calor que se sente no logradouro.

Bruno Miguel Castro

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O Facto das Coisas se Cruzarem

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Carlos Muralhas-

Aqui é oferecida a Passagem

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Catarina Correia de Sampaio

-Fachadas

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Logradouro

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Candeeiros da Av. Guerra Junqueiro

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Os Ausentes

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Montras

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Memórias de Outros Tempos

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