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nÚmero 119 15 de outubro a 15 de novembro de 2012 1,20 € periódico galego de informaçom crítica contra o Paro em ferrol 06 Entrevista a um membro da Assem- bleia de Desempregad@s de Ferrol, Carlos Garcia Seoane, quem expresa a necessidade de que o sindicalismo se erija numha ferramenta de defesa, tamém das pessoas sem trabalho. comunicaçom como direito 14 Falam os criadores de ‘Quinteiro do Úmia’, um projeto comunicativo de in- formaçom local na Rede, que propom a utilizaçom crítica e democrática das fer- ramentas tecnológicas e permite a parti- cipaçom cidadá direta. N ovas da G ali a “O positivo da crise é que a gente da canteira temos mais facilidades para entrar nas equipas” yoeL rodriguez porteiro do cd Lugo. Pág. 25 oPiniom eSPeLhoS PretoS por xiana árias / 3 o Paradoxo do imBeciL por carlos Santiago / 28 Vender-Se por Lara rozados Lorenzo / 3 suPlemento central a revista de outono em temPoS: da terra Vindimada A vindima simboliza a simbiose entre a espiritualidade e o mate- rialismo. Xavier Viana fala das origens do vinho na Galiza. que foi de... LuíS emiLio BataLLán Um percurso pola nossa memória coletiva: a história dum dos exponentes da cançom protesta do País. Milhons de euros para entidades católicas fundaçons do oPus som Grandes beneficiÁrias No ultimo ano, as subvençons às associaçons ligadas á Igreja Católica representarom um alto porcentagem de ajudas em se- tores públicos chave para o de- senvolvemento das pessoas, co- mo podem ser ajudas às mulhe- res, à dependência, ou as aju- das a pessoas migrantes. Para além, muitas destas entidades estam claramente relacionadas com o Opus Dei, e algumhas mesmo estam acusadas do rou- bo de crianças no Franquismo e em anos posteriores. Mas nom se trata apenas dumha política da Junta do PP, já que durante o governo do Bipartido, a Igreja tamém recebiu subvençons mi- lionárias. / PÁG. 15 Morreu o demo. Acabouse a peseta Pedro Solla dirige este documentário sobre o teatro de bonecos de luva, o marionete Barriga Verde, e a sua relaçom com a condiçom humana. / PÁG.22 O novo ano escolar começa com mais cortes na edu- caçom publica e umha nova privatizaçom das esco- las infantis. No rural os protestos marcarom o inicio cumha folga de pais e maes contra os cortes. À pro- blemática endémica da despovoaçom suma-se a su- pressom de várias unidades escolares e os agrupa- mentos de mais de cem turmas em centros unitarios. Para além das escolas infantis já privatizadas, as de nova abertura tambêm estam sôb a ameaça de priva- tizaçom. Ademais, nos convenios laborais das esco- las privatizadas, as professoras cobram umha media de 300 euros menos, e trabalham umha media de 40 horas semanais, enquanto para o pessoal do Consor- cio esta media é de 37 horas. / PÁGs. 18-19 Junta reduz hospital de Vigo para lucro privado quer Garantir a Presença da Povisa O novo Hospital de Vigo segue a levantar polêmicas antes de que termine a sua construçom. A plataforma SOS Sanidade Pública conheceu a existência dum documento interno da Jun- ta demonstra que a superfície total perde 70 mil metros qua- drados dos que se previam prin- cipalmente, polo que pode ser insuficiente para a demanda de 600 mil pessoas que estava esti- mada. Também se tem denun- ciado que o sobrecusto do pro- jeto pode chegar a custar 29 mi- lhons de euros mais, ultrapas- sando os 281 milhons que fo- rom orçamentados. / PÁG. 17 Denunciam o abandono das escolas no rural

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nÚmero 119 15 de outubro a 15 de novembro de 2012 1,20 €

p e r i ó d i c o g a l e g o d e i n f o r m a ço m c r í t i c a

contra o Paro em ferrol 06Entrevista a um membro da Assem-bleia de Desempregad@s de Ferrol,Carlos Garcia Seoane, quem expresaa necessidade de que o sindicalismose erija numha ferramenta de defesa,tamém das pessoas sem trabalho.

comunicaçom como direito 14Falam os criadores de ‘Quinteiro doÚmia’, um projeto comunicativo de in-formaçom local na Rede, que propom autilizaçom crítica e democrática das fer-ramentas tecnológicas e permite a parti-cipaçom cidadá direta.

Novas da Gali a

“O positivo da

crise é que a gente

da canteira temos

mais facilidades

para entrar nas

equipas”

yoeL rodriguezporteiro docd Lugo.Pág. 25

oPiniom

eSPeLhoS PretoS por xiana árias / 3

o Paradoxo do imBeciL por carlos Santiago / 28

Vender-Se por Lara rozados Lorenzo / 3

suPlemento central a revista de outono

em temPoS: da terra VindimadaA vindima simboliza a simbiose entre a espiritualidade e o mate-rialismo. Xavier Viana fala das origens do vinho na Galiza.

que foi de... LuíS emiLio BataLLánUm percurso pola nossa memória coletiva: a história dum dosexponentes da cançom protesta do País.

Milhons de euros paraentidades católicas

fundaçons do oPus som Grandes beneficiÁrias

No ultimo ano, as subvençonsàs associaçons ligadas á IgrejaCatólica representarom um altoporcentagem de ajudas em se-tores públicos chave para o de-senvolvemento das pessoas, co-mo podem ser ajudas às mulhe-res, à dependência, ou as aju-das a pessoas migrantes. Paraalém, muitas destas entidades

estam claramente relacionadascom o Opus Dei, e algumhasmesmo estam acusadas do rou-bo de crianças no Franquismo eem anos posteriores. Mas nomse trata apenas dumha políticada Junta do PP, já que duranteo governo do Bipartido, a Igrejatamém recebiu subvençons mi-lionárias. / PÁG. 15

Morreu o demo. Acabouse a pesetaPedro Solla dirige este documentário sobre o teatro de bonecosde luva, o marionete Barriga Verde, e a sua relaçom com acondiçom humana. / PÁG.22

O novo ano escolar começa com mais cortes na edu-caçom publica e umha nova privatizaçom das esco-las infantis. No rural os protestos marcarom o iniciocumha folga de pais e maes contra os cortes. À pro-blemática endémica da despovoaçom suma-se a su-pressom de várias unidades escolares e os agrupa-mentos de mais de cem turmas em centros unitarios.

Para além das escolas infantis já privatizadas, as denova abertura tambêm estam sôb a ameaça de priva-tizaçom. Ademais, nos convenios laborais das esco-las privatizadas, as professoras cobram umha mediade 300 euros menos, e trabalham umha media de 40horas semanais, enquanto para o pessoal do Consor-cio esta media é de 37 horas. / PÁGs. 18-19

Junta reduz hospital deVigo para lucro privado

quer Garantir a Presença da Povisa

O novo Hospital de Vigo seguea levantar polêmicas antes deque termine a sua construçom.A plataforma SOS SanidadePública conheceu a existênciadum documento interno da Jun-ta demonstra que a superfícietotal perde 70 mil metros qua-drados dos que se previam prin-

cipalmente, polo que pode serinsuficiente para a demanda de600 mil pessoas que estava esti-mada. Também se tem denun-ciado que o sobrecusto do pro-jeto pode chegar a custar 29 mi-lhons de euros mais, ultrapas-sando os 281 milhons que fo-rom orçamentados. / PÁG. 17

Denunciam o abandonodas escolas no rural

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201202 oPiniom

Se tés algumha crítica a fazer, algum facto a denunciar, ou desejas transmitir-nos algumha in-quietaçom ou mesmo algumha opiniom sobre qualquer artigo aparecido no NGZ, este é o teulugar. As cartas enviadas deverám ser originais e nom poderám exceder as 30 linhas digitadasa computador. É imprescindível que os textos estejam assinados. Em caso contrário, NOVAS DA

GALIZA reserva-se o direito de publicar estas colaboraçons, como também de resumi-las ou ex-tratá-las quando se considerar oportuno. Também poderám ser descartadas aquelas cartasque ostentarem algum género de desrespeito pessoal ou promoverem condutas antisociais in-toleráveis. Endereço: [email protected]

o Pelourinho do novas

Promovem a endoGamiana investiGaçom

Precarios-Galicia denuncia que naiminente convocatória dum tardioprograma de contrataçom de dou-tores, favorece-se a endogamiaem detrimento da excelência.

As convocatórias de ajudas doprograma de recursos humanosdo plano I2C dos dous últimosanos nom consideravam às inves-tigadoras posdoutorais.

A Junta prepara umha convo-catória de 25 ajudas ad hoc paraa fase de posdoutoramento, aqual só poderám aceder benefi-ciári@s do antigo programa Án-geles Alvariño de 2008. Esta con-vocatória, que consiste basica-mente numha prórroga dum anomais de contrato, resulta discri-minatória para beneficiári@s doÁngeles Alvarinho doutros anos,que só puidérom optar a 3 anosde contrato.

Estas restriçons improvisadas,arbitrárias e endogámicas supo-nhem um agrávio comparativo eprejudicam à tam perseguida ex-celência investigadora ao impedira livre competência de méritos.

Opinamos que deveria de semudar a convocatória para quepodam aceder tod@s @s investi-

gadoras que cumpram os requisi-tos que tenhem os Ángeles Alva-rinho do 2008 quanto a mobilida-de e critérios de qualidade, semlimitaçom do tipo de contrato quedesfrutassem com anterioridade.

De Precarios-Galicia, denuncia-mos a discriminaçom que se estáa fazer ao convocarem um ano ex-tra de contrato só para umha ge-raçom de beneficiári@s da Ánge-les Alvarinho, que terám um totalde 4 anos de contrato posdoutoralde primeira fase, enquanto que asoutras duas geraçons do progra-ma Ángeles Alvarinho só puidé-rom gozar de 3 anos. Nom há jus-tificaçom para semelhante agrá-vio comparativo, que supom me-ter restriçons nas convocatóriasde contratos posdoutorais que fa-vorecem a endogamia e prejudi-cam à tam perseguida excelênciainvestigadora ao impedir a livrecompetência de méritos.

Em nossa opiniom deveria-semodificar a convocatória desta pri-meira fase para que a essas 25 va-gas da modalidade B, podam optarnom só @s Alvarinhos do 2008, se-nom que se permita a concorrênciacompetitiva de qualquer que cum-pra com os requisitos de estadias ecritérios de qualidade que se pe-dem para a fase segunda. Destemodo evitam-se situaçons discrimi-

natórias como as descritas acima.A associaçom de investigado-

ras, técnic@s e tecnólog@s Pre-carios-Galicia, trabalha desde oano 2000 pola implementaçomdumha carreira investigadoradigna, bem estruturada e basea-da na excelência científica.

Apostamos num modelo econó-mico sustentado na I+D+i, e de-fendemos os direitos sociais e la-borais do pessoal de investiga-çom e técnico dos centros de in-vestigaçom galegos.

Precarios Galiza

fraude na concessomdo selo florestal fsc

Em julho de 2010, Bureau Veritasconcedeu à empresa florestal deENCE, NORFOR, o selo de gestomsustentável do FSC (Forest Ste-wardship Coucil). Em fevereiro de2011, a Federaçom Ecologista Ga-lega apresentou umha queixa fron-te a esta certificaçom argumentan-do que NORFOR incumpria osprincípios que estabelece o FSCpara a concessom do selo.

A FEG, vem de apresentar dian-te da entidade responsável de cer-tificar aos certificadores, Acredita-tion Services International, umhanova reclamaçom solicitando asuspensom de Bureau Veritas co-mo empresa certificadora, e deNORFOR como empresa certifica-da, ponhendo de manifesto a frau-de em que se tem incorrido e assuspeitas de corrupçom no FSC.Isto prejudica gravemente a credi-bilidade da FSC, ao provocar queos seus produtos nom tenham a se-guridade de proceder dum montebem gestionado e sim de ativida-des florestais degradantes como osmonocultivos de eucalipto que ges-tiona ENCE-NORFOR.

Federaçom Ecologista Galega

No caminho cara a emanci-paçom nacional e socialsom múltiples as ferra-

mentas que deverám utilizar-separa avançar, assim como tam-bém som múltiples os espaçosem que o espanholismo e o capi-tal tenhem inseridos os seus me-canismos opressores. Um dosterrenos em que a Galiza se viugolpeada é no da comunicaçom.Fai-se palpável umha realidade: ainformaçom que recebe diaria-mente a maioria da populaçom

da galega está em maos das em-presas mediáticas cujo fim prin-cipal nom é o de formar à cidada-nia, senom otimizar os seus be-nefícios. Para este tipo de com-panhias a pleitesia ao statu quo éumha aposta segura nestes tem-pos de casino global. É como senas praças das nossas vilas hou-vesse umha pessoa a pregoar diaa dia todas as mentiras ditadaspola classe dominante e se enri-quecesse impunemente graças aisso. Deste modo, movimentos

sociais como o independentismosom aldrajados nos mass media

e som vítimas dumha estratégiaque se desenvolve desde prédiosministeriais e que passa pola maodos escribas fieis ao regime.

A mensagem do poder chegaàs casas de todo o país atravésdos jornais, as televisons, aweb... A suposta objetividadedos meios dá-lhe solidez às men-sagens de opressom. Já nas es-colas “ensinam” às crianças nasaulas de Lingua e Literatura que

o estilo jornalístico é imparcial eobjetivo. A estrutura tem alicer-ces profundos. Por esta razom, aluita no terreno da comunicaçomdeve ir além da reivindicaçomdos meios em galego e da práti-ca dum jornalismo comprometi-do com a construçom nacional,se bem ambas as duas cousassom imprescindíveis. A batalhada comunicaçom tem que saberdesarmar as declaraçons do es-panholismo e é umha luita a darem toda a sociedade galega e no

trabalho diário. Liberar-nos dasmensagens da opressom é umpasso mais na libertaçom nacio-nal e social. A debilidade no ám-bito comunicativo do indepen-dentismo e doutros movimentossociais combativos só beneficiaaos produtores de mentiras ins-titucionais. Falar com o povo,desvendar os interesses ocultosnas informaçons oficiais e fazerativismo na comunicaçom torna-se necessário para qualquer pro-jeto emancipador.

A comunicaçom como campo de batalhaeditorial

humor suso sanmartin

D. LEGAL: C-1250-02 / As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçom respeitando a ortografia e citando procedência.

editoraminho media S.L.

conSeLho de redaçomiván g. riobó, aarón López rivas, xavier miquel, antia rodríguez garcía, raul rios, olga romasanta, alonso Vidal,Paulo Vilasenin, xoán r. Sampedro

SecçonScronologia: iván cuevas / economia:aarón López rivas / agro: Paulo Vilasenine Jéssica rei / mar: afonso dieste / media:xoán r. Sampedro e gustavo Luca / a terra treme: daniel r. cao / além mi-nho: eduardo S. maragoto / Povos: José

antom ‘muros’ / dito e feito: olga roma-santa / a denúncia: iván garcía / cultura:antia rodríguez / desportos: anjo rua nova, isaac Lourido e xermán Viluba /consumir menos, Viver melhor: xan duro /a criança natural: maria álvares rei /agenda: irene cancelas / a revista: carloscalvo / a galiza natural: João aveledo /gastronomia: Luzia rgues., Sino Seco /Língua nacional: Valentim r. fagim / criaçom: Patricia Janeiro / cinema:francesco traficante, xurxo chirro

deSenho gráfico e maquetaçomhilda carvalho, Joám fernandes, manuel Pintor, helena irímia

fotografiaarquivo ngz, Sole rei, galiza independente(gzi-foto), zélia garcia, Borja toja

adminiStraçomJosé Viana e carlos Barros gonçales

LogíStica e PuBLicidadeJosé Viana e daniel r. cao

audioViSuaL: galiza contrainfo

humor gráficoSuso Sanmartin, Pestinho, xosé Lois hermo,gonzalo, ruth caramés, Pepe carreiro, mincinho

correçom LingÜíSticaxiam naya, fernando corredoira, Vanessa Vila Verde, mário herrero

imagem corPoratiVamiguel garcia

coLaBoram neSte nÚmeroxiana árias, Lara rozados Lorenzo, andré ro-drigues, ismael r. Saborido, zelia garcia, SinoSeco, carlos Santiago, xavier Viana, rosaliaPontica, gzifoto, ivan g. ambruñeiras

fecho de ediçom: 15/10/2012

Ela está na casa a ver instreaming, na web dum pe-riódico espanhol que se

derruba às hostias do 25-S em Ma-drid, e nom está no protesto con-vocado a dez minutos da sua casa.A tensom. Ao vivo. Posiçons se-melhantes a quem vê um partidode futebol, mas ela nunca vê ospartidos de futebol.

Ele está atento ao que opinamnas redes sociais sobre a sua posi-çom política com respeito ao 21-O. Repara em se o seu post é ounon o suficientemente explícito.Nom pensa num polícia estudan-do o seu “perfil”, a sua conta.

Ele bebe no balcom dum barcom amizades. Todas e todos atra-pados em beber enquanto o ami-go que as/os juntou ali está preso.

Ele está preso. Nom vê os deba-tes eletorais na televisom, nem oBarça-Madrid.

Ela descarrega ‘Black mirror’.Três episódios de pesimismo satí-rico ou distopias tecnológicas cria-das por Charlton "Charlie" Broo-ker. No primeiro episódio pensaem Feijoo, às doze da manhá na“Televisión de Galicia” fazendo“isso”. No segundo lembra o seucolega senegalês, como fala comele como se na conversa nom co-lhessem obscenidades, bebedei-ras, brincadeiras sem graça... Noterceiro sinte dor e aplaude a ca-beça preta de Charlton “Charlie”Brooker. Na sua revolvem-se bei-jos que doem, maldades, família.

Ele zanga-se. Lê que na rede

premiárom, mais umha vez, ungrupo de teatro que salvou o seuconglomerado de empresas de-pois do fecho da sua sala. Lembracomo defendérom com bágoascolgadas em internet a sua inte-gridade depois de tecer desprezose listagens negras para os traba-lhadores a quem acababam dedespedir, e que hoje engrosam aslistas do paro. Ou que hoje estáma piques de rematar a ajuda de de-pois de cobrar o paro. Ele zanga-se, aínda que também pode-riamos dizer que sofre. Me-dra-lhe a raiva de quemcoloca umha peza maisno puzzle do diário dumatrasso.

Ela olha para umha fotode Soraya Sáenz de San-tamaría e María Doloresde Cospedal no Vatica-no e pergunta-se co-mo pode haver quemnom se queira inde-pendizar disso.

Ele discute com umha amiga.Dalgum modo chama-lhe desclasa-da ou a amiga entende-o assim. Adiscussom parte da expropriaçomde alimentos numha cadeia de su-permercados. Mais tarde, soa, per-gunta-se por que nom soubéromdiscutir sem se mancar. Pergunta-se se sabe escuitar.

Ela tenta discutir sem se mancare nom entende desde onde lhe fa-lam quando contraponhem desco-

nhecimento e avanço.

Dalgumha forma questionam o seuluito. Um luito em que ela trabalhadesde há anos e que explicaremoscoma umha fenda: o espaço que háentre ela e a sua própria história. Anegaçom da aprendizagem ou oque lhe roubárom o capitalismo eum sistema educativo que quantomais avanças nele mais longe temanda. A negaçom da história lo-cal. Da história agrária e obreira datua zona. Abandonar o rural aos de-zoito anos sem conhecê-lo: porque? Para ser que? Mas na discu-som ela nom lhe entende desde on-de lhe falam quando, para abordaressa fenda apontam só a melhorasnas condiçons de vida, ou resumem

todo emse a proposta é volver colher o sacho.

Ele abre o correo electrónico porsexta vez no día agardando novasdum trabalho que lhe ofreceram.Duzentos euros por baleirar o localdumha pequena empresa que fe-cha. No correio só há mensagensde convocatórias de protestos, ho-menagens a mortos, publicidade.

Ela embebeda-se, pensandoquando foi despedir a umha femi-nista libertária que conhecia pou-co mas respeitaba muito. Pensano verso que dizia que seríamoso cancro na pele do cancro. Em

se o mencer seria tam valen-te coma no poemário do

Alberto Lema. Ela fala com ele de

que sinte que a guerraformará parte dassuas vidas dumha for-ma nova. Do inevitá-vel. Repassam medosou carências. Lembranaquela vinheta de ElRoto que assumia queno ginásio aprendiamluita de clases.

03oPiniomNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

oPiniom

NNumha jornada com o tí-tulo 'Buscando empregocom estratégia', que orga-

nizou a Direçom Geral de Juven-tude em Maio deste ano, em Com-postela, um professor de Psicolo-gia da USC explicou a sua expe-riência nos departamentos de re-cursos humanos, e achegoualgumas pautas sobre como sedeve elaborar um currículo, oupreparar umha entrevista de tra-balho. Perto de duzentas pessoaspermanecérom ali duas horas, eainda se inscrevérom depois paracontinuar com essa formaçom empequenos grupos. Com muito en-tusiasmo, mas pouca convicçom.“Conheces a alguém que conse-guisse um trabalho apresentando

um currículo?”, era a perguntadominante. A realidade é outra.

Contudo, naquele contexto,houve exemplos significativos de“exercícios” para preparar a pro-cura de trabalho ideal: como de-duzir a que posto poderiam optaralgumhas das pessoas assistentespor como iam vestidas nesse mo-mento; fazer umha análise DAFO(aquilo de debilidades, ameaças,fortalezas e oportunidades ) deum(ha) mesm@ e comentá-la empúblico; ou redigir umha carta deapresentaçom. Também se repar-tiu umha folha de El Correo Gal-lego com a notícia da próximaabertura do centro comercial AsCancelas, e um número de telefo-ne da Concelharía de Empregocompostelana, que se oferecerapara gerir a bolsa de emprego, ao

que cumpria chamar para o pro-cesso de seleçom. A jornada jáfuncionava para estabelecer um-ha boa reserva de pessoal prontopara trabalhar.

Ao tempo, nos últimos anos fô-rom entrando no léxico do mundolaboral termos como 'programa-çom neurolingüística', 'coaching','habilidades comerciais', etc. De-mandam-se 'perfis' de comerciais,publicistas, 'community mana-gers'. Tenta inserir-se no campoda psicologia, com o disfarce deformaçom para a 'autogestom', oque realmente está a funcionar co-mo um negócio. Cada vez se dammais cursos e se oferece mais 'for-maçom especializada' em vender:o que importa é convencer um(ha)cliente/a de que consuma um pro-duto. Agora, fai-se-nos crer, a ba-talha está num mercado ávido quedemanda mao de obra. Todo vale.Chegamos ao estádio menos hu-mano do mundo dos recursos hu-manos: autoeducar-nos para nos

vender a nós propi@s. Advertemsobre os perigos do que pomosnas redes sociais sobre nós, doque sai em internet se pesquisa-mos nome e apelidos. Quere-se-nos polícia de nós mesm@s, comose nom estivéssemos já vigiad@sbastante: que observemos queimagem projetamos, perantequem, com que efeitos.

Encontramos-nos che@s de

contradiçons (e aqui jogo à au-toanálise), que acabam por deri-var em sometemento, numha ati-tude totalmente submissa. O me-do paralisa e aturda. Surgem to-das as dúvidas: tentar algumhapossibilidade através do empre-go público? Seguir a estudar, acu-mular títulos e idiomas? Tentartirar de investigaçom e bolsas?Autoemprego? Formar-se numoutro ofício? Tirar o cartom demanipulador de alimentos? Pre-parar a mala? Para onde? SonharCuba, Venezuela, Marinaleda?Voltar à casa familiar? Dou-meconta de quanto vitimismo há emtodo este discurso, da comodida-de desta atitude, enquanto emFerrol a polícia lhes abre a cabe-ça a operários do naval, a Audiên-cia Nacional seqüestra indepen-dentistas, a sanidade deixa de serpública... Assusta-me a minhaprópria ignorância e ausência desentido crítico. Assusta-me a ve-locidade a que me vendo.

Vender-seLara rozados Lorenzo

Espelhos pretosxiana árias

oferece-se mais ‘formaçom’ em vender: o que importa é convencera clientela de queconsuma. fai-se-noscrer, a batalha estánum mercado ávido.Vale todo

ela tenta discutirsem se mancar e nom entende desde onde lhe falam quando contraponhem desconhecimento e avanço. dalgumhaforma questionam o seu luito

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201204 acontece

aconteceA Associaçom Galega da Língua, AGAL,elegeu novo Conselho que dirigirá a entida-de reintegracionista os vindouros quatroanos. À fronte fica Miguel R. Penas, e a Vi-ce-Presidência corresponde a Valentim Fa-gim, que fora presidente na anterior época.

aGal eleGe miGuel Penas como novo Presidente

A AMI lembrou o 40 aniversário dasgrandes luitas operárias de Ferrol; Nós-UP e Briga homenageárom o Foucelhasna Corunha; e Causa Galiza lembrouos quatro jovens independentistas deti-dos em Vigo, em Setembro.

dia da Galiza combatente

10.09.2012 / Mais de 15.000pessoas manifestam-se emMadrid contra a supressomdas paróquias e entidades lo-cais menores.

11.09.2012 / Parlamento Euro-peu aprova relatório solicitan-do aos Estados fomentar omultilingüismo e nom utilizar acrise como argumento para re-duzir o investimento no ensino.

12.09.2012 / Centos de manifes-tantes protestam em Compos-

tela contra os recortes em edu-caçom no rural galego.

13.09.2012 / Realiza-se sabota-gem contra umha vivenda emBarro, presumivelmente relacio-nada com a máfia imobiliária.

14.09.2012 / Morre um vizinhode Touro aplastado polo trator.

15.09.2012 / Polícia nacional es-panhola detêm cinco pessoasentre Compostela e Vigo. Qua-tro delas som trasladadas à Au-

diência Nacional para seremjulgadas baixo lei antiterrorista.

16.09.2012 / Anuncia-se o fechodo Centro Social Anarquista LaMadriguera del Oso Pardo, dePonferrada.

17.09.2012 / Noventa por centodo pessoal de Renfe secundagreve ferroviária contra a priva-tizaçom, segundo a CGT.

18.09.2012 / Manuel C. T. morreao chocar contra umha bateia,

em Muros, o buque de cerco Ser-viola I, que regressava de faenar.

19.09.2012 / Governador argen-tino promulga a lei de expro-priaçom da empresa de capitalgalego Vieira Argentina.

20.09.2012 / Clifford Torrents,escocês residente em Ouvia-nho (Negueira), é julgado porretirar umha placa franquistacom escudo da Falange. A de-núncia vem do alcalde JoséManuel Braña, do PSOE.

21.09.2012 / J.D.F.I. e J.M.O.A.morrem enquanto realizavamlabores de limpeza numha fos-sa séptica do Grove.

22.09.2012 / Mais de 5.000 pes-soas afetadas polas preferen-tes manifestam-se em Com-postela, segundo a organiza-çom da marcha.

23.09.2012 / Dá-se a conhecer amorte do barbançano José Váz-quez, intoxicado num petroleiroque viajava de Nigéria às Caná-

cronoloGia

NGZ / Os quatro independentistasdetidos em Vigo em setembro porordem da Audiência Nacionalacham-se deslocados em diversascárceres do Estado espanhol à es-pera de juízo, umha situaçom que,segundo a legislaçom espanholade excepçom pode prolongar-sedurante anos. Estes cidadaos somacusados de posse de explosivos epertença a organizaçom terroris-ta, encontrando-se atualmente emprisom preventiva. Destes quatroum deles, Hector Jose Naya, estána cadeia madrilena de Soto delReal, em regime de isolamento.Por essa cárcere passárom tam-bém Diego Santim, que foi trans-ladado à prisom de Navalcarneroa primeira semana de outubro; eCarlos Calvo, este último membrodo conselho de redaçom do NO-VAS, quem foi transladado aocentro penitenciário de Aranjuez,onde também se acha o preso in-dependentista Antom Santos. Po-la sua banda, Jurjo Rodrigues ato-pa-se isolado num módulo de me-nores do penal de Alcalá-Meco.

Antes de declarar perante o juizPablo Ruz, os quatro independen-tistas estivérom incomunicadosdurante vários dias em instala-çons policiais. Segundo denunciá-rom os próprios independentistasaos seus advogados, três dos deti-dos padecérom torturas psicológi-cas e ameaças. Dous deles assiná-rom unha declaraçom de auto-in-

culpabilidade, horas antes de de-clarar ante o juiz, a quem negá-rom os delitos imputados e afir-márom tê-los assumido baixo tor-tura. Segundo informa Ceivar, ojuiz Ruz amossou-se favorável ainiciar umha investigaçom.

Solidariedade e mobilizaçonsDesde que se conhecérom as de-tençons, as mostras de solidarie-dade e a denúncia na rua fôromconstantes. O domingo 16 de se-tembro celebrava-se umha mani-festaçom polas ruas da zona ve-lha de Compostela reclamando aliberdade dos detidos, que naque-la altura se atopavam incomuni-cados. Ao dia seguinte celebrá-rom-se também concentraçonsem Vigo e Lugo. Dias depois 200pessoas concentrárom-se na Pra-

ça de Galiza compostelana, recla-mando a liberdade dos presos po-líticos galegos e denunciando astorturas padecidas por alguns dosdetidos a maos da Guardia Civil.O dia 29 de setembro, vários cen-tos de pessoas percorrérom asruas de Vigo voltando a reclamara liberdade para os presos inde-pendentistas numha marcha emque participou também umha de-legaçom de famílias de presos po-líticos bascos. Pola sua banda, aExecutiva da central nacionalistaCIG vem de denunciar publica-mente a dispersom penitenciáriados presos políticos e solicitouque se garantam os direitos daspessoas presas.

Translado de EduardoNo primeiro fim de semana de ou-tubro, o preso indenpendentistaEduardo Vigo, foi transladado daprisom de Córdova até o centropenitenciário madrileno de Val-demoro, diretamente ao módulode isolamento, sem que se lhe sefosse comunicado a sua família.Em efeito, conheceu-se este des-locamento através dumha amigado preso que se deslocara atéCórdova para visita-lo e que nompudo realizar tal encontro. Este émais um exemplo dos abusos quepadecem os presos independen-tistas galegos.

Mais quatro independentistas galegosdispersados em cadeias espanholas

estado mantém a estrateGia de afastar o coletivo de indePendentistas em Prisom entre si e as Pessoas acheGadas

MANIFESTAÇOM SOLIDÁRIAcom os quatro cidadaos galegos

detidos no mês de setembro

O juízo polos feitos acontecidos durante a manifestaçom de Gali-cia Bilingüe (GB) do 8 de fevereiro de 2009 em Compostela cele-brará-se entre os dias 23 e 26 de outubro, nos julgados do bairrocompostelám das Fontinhas. Um total de 11 militantes galegos se-rám julgados sob a acusaçom de atentado por amossar a repulsanas ruas da capital perante a marcha de GB -que também contoucom o apoio do PP, UpyD ou Falange-, em que os ultras espanhóisdefendérom eliminar o direito das crianças a estudar em galego. Amanifestaçom contou com autocarros vindos de outras zonas doEstado espanhol e tivo lugar, precisamente, no mesmo mês daseleiçons autonómicas em que ganhou Feijóo.Nós-UP, organizaçom a qual pertencem alguns acusados, convocouumha concentraçom solidária para o primeiro dia do julgamento, o23 de outubro, às 9:00 horas fronte aos julgados das Fontinhas, baixoa legenda “Defender a língua nom é delito. Na Galiza em galego!”.

Juízo pola manifestaçomde Galicia Bilingüe

05aconteceNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

A TV pública da Extremadura estreia o curso 'Fale-mos português', um programa apresentado por Jac-ques Songy, em que, contam, “aprendemos a melhorforma de expresar-nos em português en cada situa-çom da vida cotiá, enquanto mergulhamos nos dife-rentes aspetos da cultura portuguesa”.

canal extremadura oferece um curso de PortuGuês

O C.S. Aguilhoar da Límia conta com um novo local, cu-ja festa de abertura celebrárom a começos de Outubro. Onovo espaço está na rua do Forno do Concelho, nº 7, rés-do-chao, “quase no coraçom da zona de vinhos de Ginzode Límia”, contam no seu blogue. O novo local conta, co-mo novidades, com cozinha e chaminé.

abertura do novo local de aGuilhoar

rias, ainda que provavelmentese produzira dias antes. Ao diaseguinte, um operário faleceem Lousame ao cair-lhe umaárvore encima.

24.09.2012 / Único concelheirode UPyD na Galiza, AntonioAmorín, de Baiona, anunciaque abandonou o partido seismeses atrás.

25.09.2012 / Miguel Quinteiro,ativista viguês de ATTAC, entreos detidos da manifestaçom do

25-S em Madrid. Está acusadopor delitos de ordem pública,danos, lesons e “sediçom”.

26.09.2012 / Mais de 150 traba-lhadores da Alcoa concentram-se perante a delegaçom do go-verno espanhol na Corunha,em demanda dum contrato deenergia que assegure os pos-tos de trabalho.

27.09.2012 / Operários do naval eempregados públicos manifes-tam-se conjuntamente em Ferrol.

28.09.2012 / Mineiros em greveda Victorino Alonso concen-tram-se diante da sede da em-presa em Ponferrada e atiramovos contra as oficinas.

01.10.2012 / Trabalhadores dafundaçom Forem, dependentede CCOO, começam um fechopara denunciar a extinçom de24 dos 35 postos de trabalho.

02.10.2012 / Integrantes da Pla-taforma Galega pola Defesa dosServiços Públicos fecham-se

em edifícios administrativos esanitários de várias localidades.

03.10.2012 / Por volta de 10.000pessoas manifestam-se em Vigocontra a privatizaçom sanitária.

04.10.2012 / Mais de 500 gadei-ros rodeiam Sam Caetano emdefensa do sector lácteo.

05.10.2012 / Trabalhadores doNaval rebentam o início dacampanha do PP em Ferrol. De-tido e ferido o secretario comar-

cal da CIG, Xesús Anxo LópezPintos, trás umha forte carga.

06.10.2012 / Vizinho de Cartelhemorre ao sair da estrada com otrator. O dia anterior, outro la-brego, este da Estrada, faleceunas mesmas circunstáncias.

08.10.2012 / Auditoria do Con-selho de Contas recolhe que aJunta desviou irregularmente411 milhons em faturas malcontabilizadas do exercício2010 ao 2011.

cronoloGia

NGZ / A detençom do ex-presiden-te da Confederaçom Hidroelétri-ca do Minho-Sil, Francisco Fer-nández Liñares fijo saltar à luz al-gumhas das concessons que se fi-gérom por este polémico presi-dente. A associaçom ambientalistaAdega vem de pedir ao julgadoque leva o caso e ao fiscal, a in-vestigaçom das concessons hi-droelétricas que Liñares, emqualidade de presidente, auto-rizou às empresas elétricasIberdrola e Gás Natural-Feno-sa, nos rios Sil e Minho.

Segundo denuncia Adega, asautorizaçons das presas no Sil,estivérom rodeadas de polémicapolo pouco comum apoio de Li-ñares, manifestando-se em favor

e negando qualquer tipo de im-pacto ambiental. Os encoros deSanta Cristina (promovido porIberdrola e que começara asobras no 2013) e o de Santo Es-tevo (promovido por Fenosa eque já está em construçom) tivé-rom umha oposiçom ecologistapolo impacto ambiental e socialque estas poderiam ter nas zo-nas consideradas como Rede Na-tura 2000 na Ribeira Sacra. Ade-mais também fôrom denuncia-das já que é umha área com ha-bitats de interesse prioritário po-la presença estável dumha dasultimas parelhas de águia realque ficam na Galiza. Estes proje-tos fôrom rejeitados polo biparti-do em 2007 e pola ministra espa-

nhola do Meio Ambiente RosaAguilar, quem reconhecera a so-bre-exploraçom destas bacias.

O apoio público de Liñares, foidenunciado no senado (que ela-borou um acordo em contra daautorizaçom) polo ex-senadordo BNG, Pérez Bouza, quem de-nunciou que Liñares pareciaatuar mais em nome de Iberdro-la que dos interesses da maioriada populaçom.

Perante a imputaçom de Fer-nández Liñares no caso Poke-mon por prevaricaçom, subornoe trafico de influencias, Adegaconsidera que o Fiscal Anti-cor-rupçom e os julgados tenhemque abrir umha nova pasta comestas concessons.

As concessons hidroelétricas do Silem tela do juízo polo caso Pokemon

denÚncia de colectivos ecoloGistas

NGZ / A Plataforma na Defesado Setor Marítimo Pesqueiro daGaliza, Pladesemapesga, de-nuncia a existência de nuvensdiárias de pó de clínker, “ummaterial contaminante, de noci-vos efeitos para a saúde”, naszonas rurais do litoral que seencontram mais próximas aoPorto Exterior da Corunha, emPonta Lagosteira. As denúnciaspor contaminaçom contra oporto exterior começárom apósmarchar o mercante HarmoníaKorsica, em que se tinham feitocargas de material sem as ajei-tadas formas de proteçom, poloque o barco terminou zarpando

cara o Brasil, deixando por trásdel umha estela do chamado ce-mento clínker. Segundo contamde Pladesemapesga, os permis-sos ambientais para elementoscomo o clínker e o carvom, assi-nalam que a sua descarga nompode ser realizada ao descober-to, senom tomando medidas en-caminhadas a previr a fuga depolvo. Porém, a vizinhança dazona de Carinho e de Caiomtem denunciado, perante o Se-prona e a Autoridade portuária,a existência destas nuvens tóxi-cas, que a maior parte das vezesterminam por cobrir as suas vi-vendas e leiras.

Denunciam poluiçom doPorto Exterior da Corunha

NGZ / O Conselho de Ministrosespanhol acaba de dar o visto eprace à polémica modificaçomda Lei de Costas de 1988 que játinha anunciado o ministro deAgricultura, Alimentaçom, eMeio, Miguel Arias Cañete. A lei,que garantia até o de agora a pro-teçom oriental e o uso público dolitoral fronte a especulaçom e osinteresses imobiliários e indus-triais, foi modificada numha li-nha encaminhada a antepor osinteresses privados aos públicos,denunciam grupos ecologistas,através da modificaçom do do-mínio público marítimo-terrestre(DPMT), a reduçom da servidu-

me de proteçom e a ampliaçomdo prazo das concesons.

O projeto normativo, que ago-ra vai iniciar a sua fase de trami-taçom no Congreso, habilitará,após a sua entrada em vigor co-mo lei, um prazo de dous anospara que os concelhos costeirosda Galiza lhe remitam ao Minis-terio de Meio Ambiente espanholas delimitaçons dos núcleos quefiguram nos seus planos de orde-naçom municipal (PGOM). Comesa informaçom, segundo con-tam do ministério, rebaixara-se,em cada caso, a anchura da zonade servidume dos 100 metrosatuais a 20 metros.

Nova Lei de Costas favorece especulaçom

06 acontece Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

O passado 5 de Outubro, representantes da AGLP e con-vidados assistírom em Ourense à cerimónia de possedos novos académicos correspondentes: Evanildo Be-chara, Evandro Vieira Ouriques, Chrys Chrystello,Adriano Moreira, João Malaca Casteleiro, Carlos Reis,Eugénio Anacoreta Correia e Maria Dovigo.

novos membros na academia GaleGa da línGua PortuGuesa

Coletivo social okupa em Vigo um velho centro de de-tençom e torturas falangista, situado no bairro das Tra-vesas, e que há mui pouco tempo passou a ser proprie-dade da entidade financeira madrilena Bankia. No no-vo Centro de Desobediência Civil realizaram-se todo ti-po de atividades culturais e sociais.

okuPado em viGo um ex centro de detençom

Recentemente, ativistas da as-sembleia de desempregad@sde Ferrol recebérom umha du-ra sentença contrária por umato de expropiaçom num su-permercado. Que opiniom vosmerece isto?A condena que nos impujo a juízaaos cinco companheiros e com-panheira imputada é totalmentedesproporcionada. Se nom pros-pera o recurso que apresentou onosso advogado teremos que fa-zer fronte cada um e umha de nósa 90 euros de multa pola falta dofurto e, de maneira conjunta, a275 euros em conceito de indeni-zaçom ao supermercado, isto é,em soma, 835 euros.

À juíza pouco lhe importou quea finalidade da açom tivesse umcarácter estritamente simbólicopara chamar a atençom sobre adramática situaçom pola que es-tám a atravesar um cada vezmaior número de pessoas desem-pregadas, que já nom tenhem re-curso algum com o que poder so-breviver ao esgotar as suas pres-taçons económicas.

Tampouco lhe importou que aaçom estiver protagonizada exclu-sivamente por pessoas trabalha-doras em situaçom de desempre-go, que procedérom a retirar um-ha série de produtos de primeiranecessidade (arroz, massa, legu-mes, etc.), que fôrom posterior-mente intervidos pola polícia es-panhola e devolvidos aos estantesdo estabelecimento. O custo dosprodutos requisados pola políciaapenas atingia os 25 euros. Eis atotal desproporçom da condena.

Tal açom tivo lugar no mês dejunho, antes de que este tipo deprotestos sai-se a palestra me-diática polas mobilizaçons doSAT. Que vos fixo optar por estetipo de açom?A Assembleia de desempregad@sda CIG em Ferrol começou andar

há sete meses coincidindo com apreparaçom da jornada de grevegeral que se realizou o passado 29de março. Desde os seus iníciosdecidimos coletivamente que aprincipal linha de intervençom docoletivo devia ser a mobilizaçomsocial, visibilizar o drama socialque supom para muitas pessoastrabalhadoras o problema do de-semprego, e fazer da rua o nossoespaço natural de intervençom.

Em cada reuniom da Assem-bleia admite-se a debate qualquertipo de proposta encaminhada aexpressar as diversas problemáti-cas que nos atingem como pes-soas desempregadas. E entre es-tas propostas surgiu no seu mo-mento a ideia de desenvolver estetipo de açom recolhendo anterio-res experiências da Assembleiade desempregad@s que impulsa-ra o sindicalismo nacionalista emFerrol na década de oitenta.

Quando entramos a valorizarcoletivamente a idoneidade ounom da açom, resolvemos levá-laadiante por ampla maioria ao pre-ver umha boa repercusom mediá-tica polas caraterísticas da mes-

ma e, sobretudo, porque desafiaabertamente o pensamento domi-nante, aquele que di que é maisimportante o benefício dumhaempresa que a própria supervi-vência das pessoas.

Quais som as reivindicaçom ba-sicas e objetivos principais?A reinvindicaçom fundamental éo direito ao trabalho, que o siste-ma capitalista nos nega sistemati-camente, condenando-nos a um-ha massa de trabalhadores e tra-balhadoras a nom poder desen-volver umha atividade que nosproporcione recursos para a nos-sa subsistência.

E por outra parte, a nossa As-sembleia tenta despertar a cons-ciência das pessoas trabalhadorasem desemprego, que nom somosas responsáveis da nossa situaçomde desocupaçom como nos que-rem fazer crer e que o desempre-go é inerente a este sistema. Nestesentido, recuperarmos a nossadignidade e auto-estima de classeé umha tarefa fundamental.

Também elaboramos um pro-grama com umha série de medi-das urgentes a implementar, queestamos dando a conhecer com oreparto da nossa propaganda. Me-didas prioritárias como a derroga-çom das últimas reformas laboraisque atentam contra as conquistassociais da classe trabalhadora, eem especial, a aprovada em feve-reiro polo PP que facilita os despe-dimentos massivos e a baixo cus-to; a proibiçom de horas extras e adiminuiçom da jornada laboral a35 horas semanais; subsídio de de-semprego universal; etc.

Achas que no trabalho sindicalconvencional tenhem-se em con-ta as revindicaçons e necessida-

des das pessoas desempregadas?Deveria ter-se mais em conta re-vindicaçons tam básicas como asque defende o nosso coletivo àhora de negociar convénios cole-tivos ou no momento de desenharqualquer estratégia de açom sin-dical num determinado setor.

O coletivo das pessoas traba-lhadoras em situaçom de desem-prego constituimos um alvo iner-me aos ataques do patronato e osseus fieis lacaios governantes deturno. Os que manejam os fiosdeste podre sistema sabem destadesproteçom e nom demoram emir a por nós, tal como se eviden-ciou semanas atrás com os últi-mos cortes anunciados polo PPsobre umha conquista históricado povo trabalhador, como somas prestaçons por desemprego.

O capitalismo mudou os siste-mas de organizaçom da produ-çom, mudou os sistemas de do-minaçom e exploraçom da classetrabalhadora, porém, o sindicalis-mo vai por trás e nom se está sa-bendo adaptar a umha nova reali-dade onde a luita sindical tradi-cional a pé de fábrica é muitomais complexa. É umha priorida-de que o sindicalismo comece re-conhecer a nova situaçom e pas-se a erigir-se em verdadeira ferra-menta de defesa das pessoas tra-balhadoras desempregadas, por-que estas seguem a formar partedo mesmo sujeito social explora-do e maltratado polo capitalismo.

“É prioritário que o sindicalismo se erija numhaferramenta de defesa das pessoas desempregadas”

carlos Garcia seoane é ativista da ‘assembleia de desemPreGad@s de ferrol’

A.L. / No mês de março deste ano nascia a ‘Assembleia de Desempregad@s’ daCIG de Ferrol, nas jornadas prévias à convocatória de greve geral do 29M. Estemovimento está composto por ativistas de diversas tendências e idades, parti-cipando mesmo pessoas que já estiveram presentes em iniciativas similaresnas décadas de 80 e 90. Através da mobilizaçom e de assembleias abertas a

pé de rua a gente vai conhecendo as suas reivindicaçons e conta com as por-tas abertas para colaborar. Recentemente, umha dura sentença impujo a cincodos seus membros umha sançom de vários centos de euros por umha açomrealizada num supermercado. Por este tema, e por mais cousas, pergunta-lheo NOVAS a um membro deste movimento.

“a nossa linha de intervençom principal éa mobilizaçom social”

“o sistema capitalistanega sistematicamente

o direito ao trabalho”

“recuperarmos a nossadignidade e auto-estima

é fundamental”

“o sindicalismo deve-seadaptar a umha novaluita mais complexa”

NGZ / O panorama da impren-sa diária progressista na Gali-za ficou sem o seu último refe-rente, depois de que o passado28 de agosto a direçom de PRI-SA anuncia-se formalmenteaos trabalhadores de El País –

Galicia a supressom da delega-çom galega do jornal espanhol.Com umha linha editorial pró-pria e diferenciada da marcadapor Madrid, El País – Galicia

oferecia um quaderno de 8 pá-ginas que segundo anunciou adireçom do jornal ficará redu-zido a duas páginas integradasno resto do diário.

Além dos colaboradores, oERE preparado polo grupo PRI-SA deixará na rua a oito dos do-

ze trabalhadores com os queconta a redaçom galega. Os quefiquem, passarám a ser simplescorrespondentes de El País naGaliza, eliminando-se a delega-çom própria. O fecho de El País

– Galicia enquadra-se numhaestratégia recentralizadora dePRISA na qual também eliminá-rom as delegaçons de Valéncia,Euskadi e Andaluzia, ficando sóa delegaçom de Madrid e a deCatalunya. Na Galiza, o fechoda delegaçom de El País acen-tua o monodiscurso da impren-sa conservadora, que desde osfechos de Xornal de Galicia, Ga-

licia Hoxe, A Nosa Terra, Viei-

ros ou A Peneira foi ficando ca-da vez mais sem contrapeso.

NGZ / A campanha para as elei-çons de 2012 está a ser umha dasmais admonestadas por parte daJunta Eleitoral, e o partido que le-va todos os cartons vermelhos, es-tá a ser o de Núñez Feijoo. A umdia do fecho desta ediçom, o or-ganismo eleitoral sancionou pornovena vez o PP por incumprir aLei Eleitoral (Lorax), desta volta,pola visita do conselheiro de MeioAmbiente, Agustín Hernández àEstrada para anunciar um projetode urbanizaçom da 'Cidade doMoble', o passado 8 de Outubro.

Em pouco mais dum mês, des-de o passado 27 de Agosto, do PPjá cometérom outras oito infra-çons, começando com a polémi-ca informaçom sobre a assinatu-ra do acordo com Pemex para aconstruçom de dous buques ho-téis em estaleiros galegos; se-guindo por umha notícia na weboficial na que se deitavam acusa-çons contra o alcalde de Lugo;umha campanha de Bem-Estarsobre o 'Decálogo de dereitosdas persoas maiores'; así como acampanha de publicidade 'Paisa-xe galega, unha tarefa de todos';ou a visita do conselheiro JesúsVázquez a un colégio. A Junta ta-mém foi repreendida polo actode apresentaçom dos novosagentes da chamada Polícia Au-tonómica ou a visita da conse-lheira de Sanidade, Rocio Mos-quera, ao hospital de Vigo. As-sim mesmo, o PSOE tamém le-vou ante a Junta Eleitoral o tra-tamento informativo da TVG na

Campanha, censurando "a faltade pluralismo político e neutrali-dade informativa" e o "governa-mentalismo extremo" do meiopública para favorecer a Feijoo.

Neste tempo, para além, os mo-vimentos sociais tamém procurá-rom o seu espaço de protesta, ain-da que houvesse proibiçom dal-gumhas manifestaçons. Dentreelas, as de CCOO e UGT, que ti-nham preparado para o passado 8de Outubro, que nom era permiti-da pola Junta Eleitoral, mas quefinalmente se produziu por auto-rizaçom do Tribunal Superior deJustiça da Galiza. Por seu lado, aCIG, apesar de ter paralisado aconvocatória de greve geral paraoutubro, chamou a sua filiaçom ase manifestar no dia 15 deste mêscontra os cortes sociais e a proldos serviços públicos.

Outras manifestaçons, como ados empregados e empregadas deAlcoa, do setor naval de Vigo eFerrol ou das pessoas afetadas po-las preferenciais, irrompéromtambém na campanha. A maismediática foi a carga à que se vi-rom sometidos trabalhadores deNavantia o passado 5 de Outubro,enquanto protestavam pola suasituaçom ante umha colada ofi-cial de cartazes do PP na que par-ticipavam o alcalde de Ferrol, Jo-sé Manuel Rey Varela; o secretá-rio geral do PP da Corunha, Die-go Calvo; e o número quatro dalista por esta província, MiguelTellado. Sobre a meia noite a polí-cia espanhola cargou contra uns300 trabalhadores concentradosna Praça do Amboage, e o secre-tário comarcal da CIG Xesús An-xo López Pintos, foi detido.

07aconteceNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

O despejo de dous pensionistas de Ferrol, Manuel,de 68 anos e Pilar, de 62, do seu andar do bairro deCaranza foi suspendido durante dous meses, segun-do comunica a Rede de Apoio Mútuo de Ferrolterra,que se mobilizou, mediante concentraçons perante aoficina do BBVA no Calhao, para evitar a medida.

evitam desPejo em ferrol

Membros dos autodenominados grupos pro-vida con-centrárom-se o passado 7 de Outubro, coincidindo com oDia contra a Pena de Morte. Por seu lado e poucos diasantes, o 28 de Setembro, coletivos feministas realizáromumha mobilizaçom em Vigo no dia de açom internacio-nal para a despenalizaçom do aborto.

concentraçons contra e a favor do aborto

Fecha a delegaçomgalega do ‘El País’

O incumprimento da Lei Eleitorale a probiçom de mobilizaçonsquentam a campanha pola Junta

PP acumula nove admonestaçons

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NGZ / O passado domingo 14 deoutubro manifestou-se emCompostela a plataforma ecolo-gista ‘Galiza non se Vende’, fa-zendo-lhe "um juízo popular aosresponsáveis da destruçom e odesleixo da nossa terra e do nos-so mar". A incineradora do Irijo,que a Junta quer agora situarem Cerzeda, a Serra do Gali-nheiro ou a mina de Corcoestocentrarom os protestos.

Centos de pessoas percorre-rom o caminho entre a Alamedae a zona velha compostelá, paravoltarem ao ponto de partida,onde Garcia MC deu leitura aomanifesto, co que destacou o

"ataque do poder globalizadocontra os dereitos conquistadoscom anos de loita" e terminouchamando a "defendermos nóso nosso futuro" cara a "umha ter-ra viva e umha vida digna", aoigual que dizia o lema da faixaprincipal da mobilizaçom. Paraterminar o acto, realizou-se umjuízo popular contra "Pedro Re-ganosa", o presidente dum parti-do político acusado de roubar "odireito à soberanía alimentar",agredir a lingua, o patrimonio,as rías e os montes da Galiza.Ainda que continuava activa, aúltima manifestaçom da plata-forma realizara-se em 2011.

Galiza nom se vendevolta às ruas na defesa“da terra e do mar”

DETENÇOMdo secretário comarcal da CIGXesús Anxo López Pintos

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201208 acontece

NGZ / A Lei de Apostas Despor-tivas aprovada polo Parlamentogalego no passado junho está alhe abrir as portas a gigantes dojogo no Estado espanhol comoCodere, Bwing, Sportium ouReta. Esta lei, com referentesnoutras comunidades do Esta-do, estabelece que as máquinasde apostas em tempo real pode-rám estar visíveis em tendas es-peciais habilitadas para essefim, salons de jogo e, o mais im-portante, em locais hoteleiros.

Os bares e restaurantes da Gali-za poderám instalar até 2.000máquinas deste tipo, enquantoos locais destinados ao jogo co-mo casinos, bingos e tendas es-pecíficas poderám dispor dou-tras 700. Aguarda-se que a co-meços de 2013 as máquinas co-mecem a funcionar. Aproveitan-do esta conjuntura de crise, ogoverno galego prevé recaudar2 milhons de euros em impostosapenas no primeiro ano de apli-caçom da norma.

NGZ / Milhares de estudantessaírom às ruas do país na grevedo ensino, no Dia Internacionalda Luita Estudantil, convocadao passado 11 de outubro de for-ma conjunta polos sindicatosestudantis das diferentes na-çons do Estado espanhol comoprotesto contra as políticas edu-cativas do Ministério de Educa-çom. “Temos umhas revindica-çons comuns por partilharmoso marco administrativo impos-to, assim como a condiçom dejuventude da classe trabalhado-ra”, explicam do sindicato inde-pendentista Agir.

A greve situa-se no “outonoquente” prometido polos diferen-tes coletivos sociais, que estám amobilizar-se por toda a geografianom só galega, mas estatal, nestecaso com 56 manifestaçons si-multáneas. Na Galiza, as entida-des convocantes da greve fôroma Liga Estudantil Galega, Agir eComités, contando também como apoio de organizaçons juveniscomo Adiante, Briga, Galiza No-va, Mocidade Nacionalista Gale-ga, Mocidade Irmandinha ou Is-ca!.

Os estudantes vinculam dire-tamente as retalhadas na educa-

çom pública com o ataque àsidentidades nacionais realizadopor parte do governo, polo que agreve também reivindicava ex-pressamente a soberania dos po-vos. Neste sentido, a Liga denun-cia que “nom lhes bastava com amá situaçom na que se acham jáas línguas e culturas dos povos,senom que agora procuram des-truí-las até a sua desapariçom re-cortando os orçamentos em edu-caçom e cultura. Nom perdéromtempo em tentar uniformizar asdiferentes naçons dentro do es-tado para que a sua estrutura po-da seguir existindo”.

Lei de Apostas atrai àstransnacionais do jogo

Galiza sai à rua numha jornadainternacional de greve estudantil

diferentes naçons do estado Pedírom soberania contra os cortes

NGZ / A Associaçom de Arma-dores de Artes Menores da Ga-liza, Asoar-Armega, vem de de-nunciar o “golpe baixo” que su-pom para a pesca artesanal adecisom da Comissom Euro-peia de Pesca sobre que os pro-dutos do mar informem na suaetiquetagem da data e lugar dedesembarco, mais nom sobre olugar de captura. Segundo estaassociaçom, o objetivo que sepersegue com esta mudança é obenefício direto das flotas in-dustriais e das grandes indús-trias, “prevalecendo os interes-

ses destas e menospreciando,ou dando un valor inferior, aosprodutos capturados de formaartesanal”. Assim o assinala opresidente da entidade afincadana Costa da Morte, Luís Rodrí-guez, para o portal quepasana-

costa.com. Assim mesmo, os ar-madores também sublinhamque, além de esquecer o direitodas pessoas consumidoras a sa-ber de onde procede o que es-tám a comprar, a proposta daComissom “terminará com atransparência na traçabilidadedos produtos”.

Protestam por mudançasna etiquetagem dosprodutos do mar

Voluntariado gerirá em Teio umbanco de alimentos frescosNGZ / Os Bancos de Alimentosnom som já umha novidade naGaliza, mas um grupo de pessoasvoluntárias de Teio, com o res-paldo da cámara municipal, es-tám a renovar este rescurso paraadaptar-se à realidade das famí-lias galegas. A peculiaridade des-ta iniciativa será que os alimen-tos vam ser frescos, com o claro

objetivo de “enfrentarmos os re-tos que esta situaçom apresentapara a cidadania”. Pensam pôr oprojeto em andamento a finaisdeste ano, mas antes visitarámpessoalmente a todas as empre-sas com sé em Teio na procura dealimentos frescos que, ainda es-tando em bom estado, já nom secomercializem. O seguinte passo

será falar com a vizinhança paratentar que doe produtos de tem-porada que cultivam. Este bancoestará ubicado na Casa Comumde Oça e a partir dela centraliza-rá-se o armazenamento e distri-buiçom dos alimentos. O Depar-tamento de Serviços Sociais dacámara municipal será quem se-lecione às pessoas beneficiárias.

09aconteceNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

NGZ / Finalmente 24 pessoas fô-rom despedidas da Fundaçompara a Formaçom e o Emprego(FOREM) da Galiza, dependen-te de CCOO, após 30 dias deconflito laboral onde as traba-lhadoras nom aceitárom o acor-do proposto pola direçom. Embase a nova reforma laboral,FOREM despediu a 20 pessoase 4 mais acolhérom-se a umhaextinçom voluntária do contra-to, com umha indenizaçom de20 dias por ano trabalhado comum total de 12 mensalidades.

Depois do anúncio de FOREMGaliza de despedir a 24 pessoas

(o 60% do quadro de pessoal) nomês de setembro, a equipa deci-diu o dia 24 começar umha greveindefinida que nom finalizou atéo 3 de outubro, data máxima paraapresentar o ERE. Nestes dias degreve a equipa realizou várias mo-bilizaçons e açons como a ocupa-çom da sé central de CCOO, emCompostela, para pressionar osindicato para que nom se leva-ram a cabo os despedimentos.

Segundo dados das trabalha-doras a greve tivo um seguimen-to do 88,6% da equipa de traba-lho e unicamente conseguíromque houvesse umha contrapro-

posta de FOREM para despedira 19 pessoas e precarizar as con-diçons laborais de 12 trabalha-doras, proposta que nom foiaceitada. O sindicato tampoucoaceitou um procedimento de me-diaçom, cousa que para as traba-lhadoras “resulta paradoxal queo sindicato que foi o pioneiro emutilizar este tipo de instrumen-tos extrajudiciais, nom os queirautilizar com os seus próprios tra-balhadores”. Agora estám à es-pera de decidir se demandam ju-dicialmente a fundaçom e se-guem com a batalha no campolegal e com mais mobilizaçons.

CCOO despide a 24 trabalhadorasda delegaçom galega da FOREM

o sindicato neGa-se a aceitar um Procedimento de mediaçom

NGZ / Associaçons animalistase protetoras de animais exi-gem o fecho do canil de Ar-menteira, na localidade deMeis, promovida pola Deputa-çom de Ponte Vedra e financia-da também mercê de achegasda Mancomunidade do Salnése da Junta, ao tempo que pro-testam contra o modelo degestom privada escolhido poloorganismo provincial.

A canceira de Armenteira,aberta para dar cobertura àsnecessidades da comarca, quejá tinha canis em Vilagarcia eCambados, cubrirá, por deci-som do presidente provincial,Rafael Louzán, aqueles muni-cípios com menos de 50 milhabitantes, quer dizer, todosmenos Ponte Vedra e Vigo. Associedades protetoras de ani-mais nom se explicam como

vai ser possível que um canilcom lugar para 500 cans, deacobertura a todas as vilas, deLalim a Tui, em que há polomenos uns 2.000 cans abando-nados. Desta maneira, asso-ciaçons animalistas e proteto-ras temem que o canil se con-virta num centro de extermí-nio desses 1.500 animais quenom tenhem onde viver.

O sistema de gestom do cha-mado “centro de acolhida” ain-da está em fase de redaçom,mas o rascunho assinala queos concelhos podem desenten-derem-se, enquanto cedem ospoderes a umha “empresa ad-judicatária”. As protetoras, or-ganizaçons nom lucrativas, nasua majoria, também protes-tam por acharem-se excluídasdum futuro concurso pola ges-tom deste centro.

Exigem fechar um canilpara evitar um novo“centro de extermínio”

NGZ / Durante as jornadas quesacárom às ruas a milhares depessoas na capital do Estado es-panhol baixo o lema 'Okupa elCongreso', várias localidadesgalegas acolhérom manifesta-çons, sendo as de Vigo e Com-postela as que tivérom umhamaior relevância. Na cidadecompostelana percorrérom asruas durante o dia 25 de setem-bro umhas 500 pessoas comberros como “O capitalismonom se reforma, destrói-se” ou“Luitar, criar poder popular”. A

marcha parou nas proximida-des do Parlamento galego e fi-nalizou perante o Palácio de Ra-joi. Ao dia seguinte, após o co-nhecimento das brutais cargaspoliciais em Madrid, repetírom-se as mobilizaçons. O sábado29, data dumha nova convoca-tória perante o Congresso dosDeputados, saírom em Vigomais dum milhar de pessoas àrua e vários centos em Compos-tela, onde simbolicamente sedepositárom bolsas de lixo nascomportas do Paço do Hórreo.

Manifestaçons galegaspor convocatórias de'Okupa o Congresso'

NGZ / O 'Projecto Rios', que de-senvolvem desde há anos di-versas associaçons ecologistase culturais, contabilizou maisde 500 participantes na 'V Lim-peza simultánea de rios' que secelebrou o passado 30 de se-tembro em diversas localida-des do país. Num comunicadoemitido trás da jornada de lim-peza contabilizam-se em 10 to-neladas o total de lixo retiradodurante esse dia trabalho cole-tivo. Entre os lixos que se tirá-

rom dos percusos fluviaisabundam os elementos plásti-cos, assim como diversos ele-mentos de automóveis ou pe-ças de eletrodomésticos. Ou-tro dos trabalhos desenvolvi-dos na limpeza simultánea foia eliminaçom da flora exóticainvasora que medrava nas bei-ras dos rios. A Estrada, Feneou Lugo fôrom alguns dos con-celhos em que se retirárom vá-rios centos de quilos de lixodos seus espaços fluviais.

‘Projeto Rios’ mobilizacentos de pessoasnumha limpeza coletiva

10 acontece Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

aGro

P.V. / Em Janeiro de 2010 botava aandar o projeto dum grupo redu-zido de Cooperativas leiteiras ga-legas para transformar leite naplanta da Pascual em Outeiro deRei, sob regime de aluguer atra-vés do nome “Alimentos lácteos”.A iniciativa nascia amputada aolimitar o governo de Feijoo, na al-tura, a entrada dum número maisamplo de cooperativas para confi-gurar um tardio “grupo lácteo ga-lego”. A Junta tam só entregou oprojeto às cooperativas líderesafins ao PP. Quase três anos de-pois, “Alimentos lácteos”, que co-mercializa a marca “Deleite”, ar-ruina-se fruto da má gestom. Na-da se escuitará da sua quebra an-tes do 21 de Outubro.

Um fraco favor à gaderia A dia de hoje a Galiza é o lugar daEuropa onde mais barato se pagao leite em origem. A partir das or-ganizaçons de produtores, sindica-tos e grupos de negociaçom apon-ta-se a vários fatores. Entre eles acompleta passividade da Junta pa-ra convocar a mesa do leite ou pa-ra ativar o observatório de preçoslácteos, mas várias fontes apontamà estratégia comercial de “Alimen-tos lácteos” como detonante da nu-la recuperaçom dos preços.

Desde a posta em marcha doprojeto, a companhia liderada porEugenio Montero, presidente de“La Arzuana” e tenente de alcaldepolo PP em Touro, adotou comoestratégia de entrada no mercadoa comercializaçom do leite a pre-ços extremadamente baixos, che-gando a oferecer cartons a 39 cên-timos quando o leite em origemronda os 30 cêntimos. Perante este

cenário o resto das marcas concor-rentes apostárom, no plano geral,por baixar a retribuiçom aos ga-deiros com o fim de concorrer nes-te novo panorama de mercado.

Má gestomO reto de “Alimentos Lácteos” eradumha envergadura imensa na suacriaçom. Um grupo de cooperati-vas com experiência nula na co-mercializaçom passou a adminis-trar umha planta de produçom comcapacidade para 1 milhom de litrosdiários. Na atualidade processamarredor de 250.000 litros diários.

Para iniciar o processo “Alimen-tos lácteos” recebeu um forte res-paldo económico com linhas decrédito da Junta através do IGA-PE, a maiores dos 2,6 milhons decapital social que depositárom ascooperativas fundadoras do pro-jeto. Mais recentemente o projetorecebeu um novo alicerce comumha ampliaçom de capital de 1,3milhons de euros. Além dumhaoutra linha de crédito de 2,5 mi-lhons através de “Xesgalicia”, en-tidade de gestom de capitais derisco vinculada com a conselhariade economia. Poucas empresasno período atual de crise gozamdum acesso ao financiamento tamacomodado. Porém, durante o úl-timo ano, fontes sindicais afins aosetor baralham a estimaçom deque “Alimentos Lácteos” poda ter

incorrido numha perda de até 3milhons de euros. Parte da expli-caçom descansaria no facto de terde assumir os custos de produ-çom dumha planta de transforma-çom que funciona ao 25% da suacapacidade. Além deste facto,nom se conhecem dados detalha-dos da gestom, nem por parte daconselharia de economia que tu-tela todo o projeto.

Cooperativas em extinçomNos últimos meses só tem trans-cendido a maiores da cifra de per-das, a quantidade que “AlimentosLácteos” deve em conceito de pa-gos por entrega de leite às coope-rativas que fam parte do projeto.Caso de Oriber, integrada por ex-ploraçons da comarca de Ordes eBergantinhos, a cifra é de 200.000euros. Em pior situaçom se atopaa cooperativa Indega de Silheda,com umha cifra pendente de co-bro de 600.000 euros.

Por causa destes impagamen-tos e polo risco certeiro de que“Alimentos Lácteos” colapse embreve, talvez após as eleiçons,quando o PP já nom poda ocultara sua nefasta gestom, várias dascooperativas comarcais leiteirastambém podem sucumbir, ao per-derem dinheiro achegando emforma de avais financeiros para“Alimentos Lácteos”.

Com as cooperativas comarcaisinoperativas pola sua situaçom fi-nanceira, e mesmo avocadas à de-sapariçom, tem-se fechado umhadas etapas de gestom mais nefas-tas por parte da Junta da Galizano que atinge aos interesses do se-tor leiteiro fortemente implantadoem numerosas comarcas do país.

‘Alimentos Lácteos’ leva cooperativas comarcais à ruina

mar

Cambadela do PP emBruxelas ao mar galegoA Eurocámara, seguindo aproposta da deputada do PPgalego, Carmen Fraga, apro-vou suprimir a obriga deidentificar nas conservas aprocedencia do produto en-latado. No setor do mexi-lhom, falamos duns 12.000empregos diretos, botam asmaos à cabeça.

A. DIESTE / A Eurocámara supri-me a obriga de incluir nas con-servas o país de origem do pro-duto enlatado e a denominaçomcomercial da espécie. Umha me-dida que entranha consequên-cias mais que prejudiciais e ne-fastas para o setor do mar da Ga-liza, como já estám a advertir en-tidades como o Conselho regula-dor do mexilhom. A principalvaledora e defensora de retiraresta informaçom da conserva foia eurodeputada do PP da Galiza,Carmen Fraga, umha aposta na-da descabelada dentro dos pará-metros dos populares e a grandepatronal conserveira.

Carme Fraga afirmou, em ple-no debate europarlamentar, quenem os dados sobre a espécie en-latada nem o país de procedên-cia desta, achegavam "nada rele-vante ao consumidor, que seriaademais, incapaz de digerir talquantidade de detalhes".

Tal comentário, e as suas con-sequências, nom deixam de ge-rar estupor entre profissionaisdos setores do mar galego e en-tidades de consumidor@s. Es-tes, por ver como a eurodeputa-da popular dá por feito que nomentendem a informaçom dum-ha conserva, ou bem porqueconsideram que com essa reti-rada se lhes está a furtar a pos-sibilidade de conhecerem omais possível do produto enla-tado e poder fazer assim umconsumo responsável.

O setor bateeiro galego, uns12.000 empregos diretos e pertodas 3.300 bateias de cultivo demexilhom que há nas nossas

rias, seria um dos mais afetadospor esta medida de Bruxelas.Desde há anos, mantenhemumha loita por evitarem o calo-te nas conservas que comercia-lizam como mexilhom da Gali-za (o de qualidade e prestígionos mercados) o procedentedoutras latitudes, como Chile.

Em palavras do presidente doConselho regulador do mexi-lhom, Francisco Alcalde, o quevai ocorrer “é que toda a gamaesquisita de peixes e mariscosda costa galega que tenhem co-mo destino a transformaçom, fi-carám orfos de proteçom peran-te as conservas anónimas queinundarám os mercados”.

“No caso do mexilhom, leva-mos anos a sofrer umha situa-çom de competência desleal porparte de produtos foráneos, maletiquetados, que tentam apro-veitar-se enganosamente doprestígio e da notoriedade ad-quiridos polo mexilhom da Ga-liza, com referências irregula-res da origem. Agora, estas prá-ticas poderiam ser legalizadas”,considera Alcalde.

Pode ser definitivoOs requisitos de etiquetagemaprovados recentemente na Eu-rocámara, nom som ainda defi-nitivos, por precisarem a apro-baçom do Conselho de mi-nistr@s da UE. Mais o facto deimpulsar esta medida o PP pre-sume que conta com o beneplá-cito do governo espanhol, alémdoutros executivos europeus.Os prejudicados, em todo o ca-so, seriam os profissionais dosetor do mar galego, que sofre-riam um novo golpe num con-texto de crise ao que nom somem absoluto alheios.

até depois das eleiçons nada se saberá da sua situaçom

alGumhas cooPerativas Pendentes de cobrar 600.000 euros

cooperativas sem experiência em vendas

gerem produçom de1milhom de litros

o setor bateeiro seria um dos maisafetados pola ue

CARMEN FRAGAé eurodeputada do PP

NGZ / “Compromisso com osrequerimentos do défice”. Fra-ses deste estilo escuitam-sequase a diário nas informa-çons políticas e económicasdos 'mass-media'. A cargaideológica do termo 'défice' se-melhava clara: à hora de serexigentes com o défice está-se a pôr fronteiras ao Estadode Bem Estar. Mas o debateque se homologa nos meiosde comunicaçom nom vaialém das duas grandes ideolo-gias do poder: a neoliberal e asocial-democrata. Umha análi-se do termo 'défice' revela um-ha reduçom da política econó-mica a simples contabilística.Nesta nova entrega, procura-se definiçom para esta palavra,assim como para as taxas dejuros referenciais que emite oBanco Central Europeu.

Défice público: Refere-se este ter-mo ao saldo negativo, no orçamen-to do estado, que se produz comoconsequência de as despesas ex-cederem as receitas. A medida dasua magnitude, porém, expressa-se como umha relaçom percentualentre esse saldo e o Produto Inter-no Bruto. Indica-se, com essa per-centagem, que a política fiscaldum governo é sustentável em re-laçom com o défice quando au-mentam os ingressos, diminuemos gastos, ou cresce a economia.

Para financiar o défice, o esta-do tem várias opçons. Pode ven-der património público –edifícios,empresas, etc- ou endividar-se.Aos estados com competênciasem política monetária, fica-lhesainda a possibilidade de emitiremmoeda. Mas esse nom é o casodos estados europeus que, comoo espanhol, pertencem à UniomEconómica e Monetária. Por isso,para calcular o défice em relaçomao PIB, deve-se incluir nele, nomapenas a diferença entre receitase despesas, mas também os juros

da dívida, a diminuiçom dos ati-vos, e o aumento da base monetá-ria. Desse modo, a percentagemdo PIB nom apresentará –falsa-mente- como umha política fiscalsustentável, o que -na realidade-é endividamento do estado, em-pobrecimento do património pú-blico, ou inflaçom da economia.

Ora bem, este conceito, o mes-mo que outros muitos dos quecostumam utilizar os economistasnom é puramente descritivo, se-nom que está carregado de ideo-logia. O que se fai ver com esse in-dicador é que, a finalidade da po-lítica fiscal, pode ser tanto o con-trolo do saldo entre receitas e des-pesas, como o impulso docrescimento económico. Gera-se,deste modo, a aparência dumhademocracia económica que ofere-ce à sociedade a oportunidade deescolher entre um modelo de con-trolo dos saldos contáveis, e outrode impulso do crescimento. Issoque se propom, no entanto, nom éoutra cousa que um falso dilemaentre duas opçons igualmente as-sociais. Umha, a obsessom neoli-beral pola diminuiçom do gasto ea consolidaçom fiscal, mediante arenúncia aos serviços públicos e

aos direitos sociais. A outra, a cor-rida social-democrata pola produ-tividade para aumentar o PIB e aarrecadaçom; neste caso median-te a desvalorizaçom do trabalho ea exploraçom irracional dos re-cursos naturais. No fundamentodesta unilateralidade ideológica,do conceito de défice público, estáo fanatismo da eficiência contávelcomo inquestionável critério depolítica económica.

Taxas de juros referenciais: Se-gundo os Tratados da Uniom Eu-ropeia, a missom principal doBanco Central Europeu é mantera estabilidade dos preços e, por-tanto, o poder de compra do euro.Para isso, umha das atribuiçons

do BCE é a política monetária,umha competência que lhe cedé-rom aqueles estados europeusque, no seu dia, entrárom naUniom Económica e Monetária.Um dos elementos principais des-sa política é, junto com a emis-som de moeda, a fixaçom dos ju-ros referenciais. Estes juros refe-renciais, ou juros reitores, som astaxas que pagam os bancos aoBCE quando lhe pedem dinheiropara refinanciarem-se.

As taxas de juros referenciaisapresentam-se como umha dasprincipais ferramentas das quedispom o BCE para cumprir coma sua missom, em relaçom com oeuro. De facto, na gíria da Uniom,a fixaçom destas taxas é conside-rada um mecanismo de transmis-

som da política monetária. Quan-to mais baixas forem, mais di-nheiro haverá em circulaçom; einversamente, quanto mais altasse fixarem, menor será a liquidez.Umha alteraçom nos juros refe-renciais desencadeia umha sériede açons por parte dos agenteseconómicos que, em última ins-tância, influem nos preços. Porexemplo, a maior liquidez impul-siona maior procura e, portanto,

a suba dos preços; e, ao invés, aabsorçom de dinheiro arrefece aeconomia e, consequentemente,rebaixa os preços.

Paradoxalmente, apesar do seunome, a centralizaçom da políticamonetária no BCE tem como fi-nalidade afastá-la do cenário po-lítico. Temos de levar em contaque, a práxis social capitalista,tem como um dos seus elementoscentrais da sua aparência a sepa-raçom, formal, entre a política eeconomia. A política fica, destamaneira, configurada como o âm-bito dos direitos e liberdades, osquais som colocados juridica-mente a salvo da vontade dos go-vernos ou de qualquer outro po-der. No âmbito da economia, po-rém, as desigualdades som legíti-mas; porque –supostamente- ainiquidade, de existir, nom é res-ponsabilidade de sujeito políticonenhum, mas consequência daobjetividade inexorável das leiseconómicas. Os tratados daUniom pretendérom, neste senti-do, revestir as decisons do BancoCentral em realidade políticascom umha aparência de objetivi-dade digna daquele mito, terrível,da mao invisível.

11aconteceNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

continuamos com a definiçom de termos necessáriospara entendermos o contexto da situaçom atualeconomia

Dicionário da crise económica (III)a Praxe caPitalista tem como elemento central a seParaçom formal entre a Política e a economia

o conceito de déficepúblico está carregado

de doses ideológicas

os bancos pagam jurosreferenciais ao Bce

para refinanciarem-se

A manifestaçom massiva quepercorreu Barcelona na pas-sada Diada sob a legenda“Catalunha, Estado na Euro-pa”, devolveu a primeira planao debate sobre a autodeter-minaçom das naçons perifé-ricas no Estado espanhol.

DÁNI CAO / Após vários anos emque a situaçom de crise económicae a crescente movilizaçom no Es-tado espanhol apagárom da pri-meira linha do debate político aquestom nacional, esta volve apa-recer com força com as declaradasintençons soberanistas do governode Artur Mas. Umha vez que noPaís Basco o projeto constituciona-lista fracassou rotundamente e ofim da violência da ETA aclarou amaioria social independentista, anova ameaça a combater pola uni-dade territorial é a catalana.

Nesta aposta, Catalunha jogacom muitas cartas a favor. A pri-meira e indiscutível é o massivoapoio popular a um processo deautoderminaçom desenvolvidopor via de referendo. Isto vem fa-

vorecido ademais pola escasa re-presentatividade dos partidos es-panholistas em Catalunha, e que aeterna ambigüidade do PSC a res-peito da questom territorial e odesgaste produzido polos seisanos de tripartido, deixam aos par-tidos catalanistas via livre paraconformar também umha maioriapolítica nas instituiçons. Um se-gundo fator, que vem sendo quasetam decissivo como o anterior, é acrise que afeta à Uniom Europea,nom só a económica, senom que apolítica de resgates, ajudas, pla-nos impostos... veu desgastar ain-da mais a existência dos Estados-naçom como representantes dasoberania, polo que ante umha au-toridade agora mesmo tam difusacomo o Estado espanhol, a partidajogaria-se em Europa, de aí tam-bém o lema da manifestaçom.

Apontamentos a compartilharDas conclussons positivas que sepodem extrair deste processo, sa-lientam-se duas, é dizer, as que sepodem exportar e afetam direta-mente ao resto de territórios, in-

cluído a Galiza, que nom atopamacomodo dentro de Espanha. Emprimeiro lugar, a total descomposi-çom do regime surgido da transi-çom espanhola. A Espanha surgi-da após a morte de Franco em quetodo se plasmou nos livros de his-tória como um autêntico idílio polí-tico marcado polo pacto, o consen-so e a paz social desapareceu com-pletamente. A paz social já nomexiste, e som cada vez mais os se-tores sociais movilizados, sendo oparadigma de todo isto as manifes-taçons que na última semana deSetembro se puidérom ver perante

das instituiçons que encarnam oEstado. Quanto ao consenso, maisdo mesmo, a proposta de CiU rom-pe diretamente com essa políticade consenso que nom era senom“respeitar e fazer guardar” a Cons-tituiçom do 78, confrontando dire-tamente a unidade territorial.

Segundo, a monopolizaçom dacrítica ao processo autodetermi-nista por parte da direita espanho-la. As tímidas críticas de IU ePSOE à manifestaçom do 11 deSetembro figérom que só a direitaapareça como defensora da unida-de territorial do Estado espanhol,com todo o que isso significa. Senos ultimos anos a via propagan-dística, favorecida polos sucessosdesportivos espanhóis, conseguiraque o sentimento espanholista dei-xara de ser propriamente de direi-tas para difuminar-se a outros se-tores ideológicos. Volve agora aoponto inicial, em que só a direitadefende a unidade de Espanha, er-go é de direitas quem defende osseus símbolos.

Hipótese de futuroA dia de hoje é cedo ainda para fa-lar dum futuro de autodetermina-çom para Catalunha, os resulta-dos das eleiçons convocadas parafinais de novembro serám bastan-te clarificadores. Porém, podem-se realizar alguns pronósticos eleituras a priori. Quanto ao resul-

tado, como se comentava previa-mente, os partidos catalanistas te-nhem o terreno idóneo para con-formar umha maioria. Umha dasquestons que pode gerar mais de-bate é como será, de produzir-se,essa Catalunha independente.Com certeza, a resposta a estapregunta é clara se esse projetoestá completamente pilotado porCiU. A corrente majoritária do na-cionalismo catalám nom tem maisdiferências a nível programáticocom o Partido Popular que o seureferente nacional, e isto nom po-de senom retardar o processo. Amanifestaçom autodeterministaativou a muita populaçom desmo-vilizada e isto pode volver-se con-tra o próprio governo da Genera-litat, já que a política abertamenteneoliberal e de recortes que estaestá levando a cabo é a sementeideal para a apariçom de conflitossociais, o que se poderia interpre-tar como a umha oposiçom a CiUtambém quanto a sua propostaautodeterminista. Ademais disto,está-se contando pouco com a hi-pótese do fracasso, já que jogarcartas mui altas neste tema podeproduzir um desgaste que podecustar muitos anos recuperar-se,veja-se senom a proposta de Esta-do Livre Asociado do ex-lehenda-kari Ibarretxe, que foi fator fun-damental para a conformaçom,por primeira vez, dum governo es-panholista em Euskadi.

Pola outra banda, a leitura é ade sempre. No único que mante-nhem o consenso os partidos se-diados em Madrid é no seu apoioincondicional à unidade de Espa-nha, que nom deslumbra senomumha falta de madurez políticapola sua parte, dado que grandeparte dos manifestados em Cata-lunha nom estám a exigir tanto aautodeterminaçom como a possi-vilidade de que exista um direitoem que os cidadaos e cidadás dumterritório determinado podam es-colher o seu futuro.

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201212 internacional

a manifestaçom autodeterminista ativou a muita populaçom e isto pode volver-se contra o próprio governo da generalitat

catalunha, a um passo?

a terra treme

massivo aPoio PoPular ao Processo de autodeterminaçom

o resultado eleitoralclarificará o futuro

da autoderminaçom

os partidos espanhóissó coincidem na

unidade do estado

a crise da ue abre o debate sobre os

sujeitos da soberania

No momento em que começoa escrever, acabam de serchumbadas, na Assembleiada República, as moções decensura do Partido Comunis-ta Português (PCP) e Bloco deEsquerda (BE) a este gover-no. Os votos contra vêm, cla-ro, da coligação do Governo,enquanto o Partido Socialista(PS) se abstém.

ANDRÉ RODRIGUES / Com estevoto, o líder António José Seguro,que devia de facto preocupar-secom os portugueses, deixa na rea-lidade seguro apenas o governo,porque, afirma, seria “irresponsá-vel” criar uma “crise política”, nes-te momento, em Portugal. Em boaverdade, se é possível afirmar queo país não vive, actualmente, umacrise política, apenas em virtudeda maioria que a coligaçãoPSD/CDS detém (são no entanto,vários e de diversos quadrantes osque asseguram que o governo es-tará por pouco tempo, tal é o nívelda contestação a que tem sido su-jeito em virtude das mais recentesmedidas de austeridade), ele vive,à semelhança do seu vizinho e detantos países, uma crise social degravidade que dificilmente pode-ríamos exagerar.

São muitos e de diversos qua-drantes políticos e sociais os queafirmam que a contestação sociala este governo acabará por, maiscedo que tarde, provocar a suaqueda; mesmo que essa contesta-

ção assuma expressões muito di-versas, cuja interpretação, quenão pode ser feita com ligeireza,ultrapassa o âmbito deste peque-no texto. O país está exangue,económica e socialmente. A ca-pacidade económica de um nú-mero assustadoramente crescen-te de famílias cai por terra e estaspedem, em cada vez maior núme-ro, ajuda a quem podem.

Os que não têm emprego não se-rão os cerca de 830 000 das estatís-ticas oficiais, o que seria muito gra-ve, mas poderão rondar já os 1 400000, o que representa um flagelosocial. A toda a hora temos notí-cias de mais portugueses que emi-gram, nomeadamente jovens, porlhes ser negado sequer acredita-rem num lugar para si no seu país.

As dinâmicas sociais, as lutasde classes, impedem-nos de con-siderar momentos isolados na vi-da colectiva dos povos, como senão tivessem ligação entre si.Contudo, cremos não errar aoafirmar que há talvez um momen-to de charneira na forma como osportugueses têm reagido a esta re-ceita de choque, a este terrorismoeconómico e social, levado a cabopelo Governo, que se escuda nasimposições da chamada Troika(UE/FMI/BCE), e aponta o ante-

rior executivo como responsávelpelo pedido de ajuda externa. Es-se momento foi o anúncio da su-bida da Taxa Social Única (TSU),que originou uma contestaçãosem precedentes, que obrigou oGoverno a recuar.

No dia 15 de Setembro terão saí-do às ruas de várias cidades do paísvárias centenas de milhar de pes-soas, num protesto com origem,aparentemente, nas redes sociais.

Todos os dias têm sido marca-dos por alguma ação de protesto,nas visitas do Ministro da Educa-ção a escolas, numa entrevista te-levisiva do Primeiro-ministro, etc.Com uma segurança reforçada,com sinais evidentes de preocu-pação e medo, os membros do go-verno e o presidente da República

fogem como podem do confrontocom multidões em fúria.

No dia 29 de Setembro, os tra-balhadores e o povo responderamà chamada da CGTP-IN e enche-ram por completo o Terreiro doPaço, uma das maiores praças daEuropa, naquele que é um dosmaiores protestos de que há me-mória em Portugal.

O governo foi obrigado a deixarcair a subida da TSU, mas apenaspara anunciar uma subida no IRSe noutros impostos que terá prati-camente o mesmo efeito. Comodisse alguém, se não rouba pelaporta, rouba pela janela. E roubasempre os mesmos, os trabalha-dores e os reformados.

No momento em que retomo es-te texto, a 5 de Outubro, data emque os portugueses assinalam aImplementação da República, aTV transmite uma cerimónia detom fúnebre, com um forte dispo-sitivo policial, a que apenas podeassistir-se por convite (!). O Presi-dente da República fecha-se aocontacto com a população. Quemassim procede não pode saber oque significa a República e a De-mocracia. Como alguém disse, ca-da gesto seu, cada palavra sua,amesquinha a representação má-xima da nação. Numa ironia tris-te, a bandeira de Portugal acabade ser hasteada de pernas para oar. Militarmente, isto é sinal de so-corro, de que o país foi tomado pe-lo invasor. Tristemente irónico,mas em boa parte verdadeiro.

No entanto, se há coisa que osúltimos protestos nos mostram, éque largos milhares de portugue-ses estão a sair à rua, para recla-mar uma democracia que seja defacto, e não apenas nominalmen-te, a expressão da vontade popu-lar. De pés bem assentes na terra.

JOSÉ ANTOM ‘MUROS’ / Arquipéla-go pertencente à Republica de Fin-lándia, por azares históricos osseus habitantes (27.456) ficáromintegrados em Finlándia quandoesta proclamou a sua independên-cia da Rússia, em 1917.

A diferença da minoria nacionalde Fala Sueca do território nacio-nal finlandês que participou da lui-ta de Libertaçom nacional contra aRússia Czarista, e é parte constitu-tiva como tal da Naçom e o EstadoFinês, os alandeses sempre consi-derárom essa luita um passo paraintegrar-se em Suécia. Eles nom

eram umha minoria burguesa ilus-trada, de profissions liberais, queresidia nos núcleos urbanos finlan-deses da costa continental entreclasses médias  e proletariado au-tóctone. Confrontadas a russifica-çom e a luita comum pola Demo-cracia e a Liberdade dum Territó-rio, as ilhas Aland eram e som umArquipélago onde nom existe maislíngua e cultura que a Sueca, e temmuitíssima mais relaçom social,económica e de comunicaçonscom a Suécia  que com Finlándiae, além disso, a sua minoria Sueca(estes, de facto, alem do sueco

standard falam variantes arcaizan-tes dessa língua), os partidos sue-co de Finlándia e de Ideologia bur-guesa e Liberal,o Partido das IlhasAland é representativo dum eleito-rado  marinheiro e operário. Temforte relaçom como Partido Labo-rioso Sueco e Finês.

O conflito direto de alandeses eFinlándia pola integraçom do ar-quipélago a Suécia remata em1921, por umha arbitragem da So-ciedade de Naçom (precedente daONU) que ditamina que as Alandpertencem a Finlándia, mas que es-ta deve dar certas garantias aos ha-

bitantes da Ilha. O contencioso re-mata com a criaçom dumha cáma-ra legislativa para as Ilhas , o mo-nolingüismo sueco na administra-çom das Ilhas Aland e no seu ensi-no e a neutralidade deste território.

Até o ano 1922 no que foi assi-nado o pacto muitos ativistas ala-neses foram expulsos. A adminis-traçom negava qualquer direito auns habitantes que boicoteavamum regime ilegítimo.

Na década de 70 as Ilhas Alandtenhem representaçom ao igualque as Feroe e Gronelândia noConselho Nórdico.

As Ilhas Aland som um territóriocompletamente autónomo, comleis próprias, com instituiçons pró-prias, sem exército e com umhadependência de Finlándia nomi-nal. Este status gozoso para a ma-joria dos alandeses, caso de seremintegrados na Suécia (opiniom muipopular no território e aceitadaneste intre por Finlándia) teria queser mantido. Há também gente queadvoga pola independência.

Os alandeses, povo tenaz de cul-tura marinheira, sabem que a re-sistência dos pequenos quebra osgrandes.

Estados democráticos os nórdi-cos, com qualquer minoria ou Po-vo. Espanha e os seus beligerantespartidários deveriam aprender.

13internacionalNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

Som um território com leis e instituiçons próprias, sem exército e com umha dependência de finlándia nominalPovos

Ilhas Aland: convivência e liberdade

de pés bem assentes na terramilhares de PortuGueses estão a sair à rua Para reclamar democracia de facto

diversos quadrantes políticos e sociais afirmam que a contestaçãosocial a este governo acabará por provocar a sua quedaalém minho

“Se não rouba pela porta,rouba pela janela”. e

sempre os mesmos

PASSOS COELHO E PAULO PORTAScabeças visíveis do governo português

14 dito e feito Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

dito e feito “os meios empresariais nom se estám a decatardas potencialidades da informaçom local”

Como nasce a ideia de criardeseste projeto comunicativo?A ideia surdiu um dia que com-binamos para tomar um café ecomentar a entrevista que fige-ram a Pablo Iglesias, da Tele Kde Vallecas. Pareceu-nos quenom devia ser demasiado com-plicado adaptá-lo à realidade ga-lega, de modo que fomos combi-nando com mais gente e a ideiafoi tomando forma. Partimos daideia de que era fatível gerar ou-tro tipo de voz aproveitando osmeios tecnológicos que há atual-mente. Evitamos etiquetar-noscomo “contra-informativos” ou“alternativos” para tentar chegarao maior número de gente possí-vel, ainda que a nossa posiçomna defesa dumha informaçom li-vre seja clara. Nom tentamosocupar o espaço do jornalismo,umha profissom a que temosmuito respeito, mas sim aprovei-tar os meios que temos hoje.

No início pensamos em fazerdebates quinzenais, que demosem chamar faladoiros. Mas an-tes de chegar aí cumpre fazer-seconhecer e dar voz a todo o mun-do. Outra das funçons que nosparecêrom interessantes desde oprincipio foi a de estabelecermosumha ponte entre a política localinstitucional e o resto da socie-dade. Começamos já a gravar osplenos para que a gente veja oque fam os seus representantes,porque há umha falta de culturaparticipativa grande e está nor-malizado que um ato público co-mo som os plenos nem sequeresteja anunciado.

Como funcionades a nível eco-nómico? Fam falta fundos parase criar um projeto deste tipo?Por agora estamos tentando fun-cionar sem recursos adicionais,porque a ideia era nom gastarmosnada dos nossos petos. Temosacesso a duas cámaras e umhapessoa que monta, e nom preci-samos de muito mais porque ain-da que as peças nom tenham mui-ta qualidade funcionam a nívelcomunicativo. Num futuro seriainteressante adquirir microfones

e um equipamento melhor, masantes teríamos que montar umhaassociaçom para ter pessoas as-sociadas e quotas.

Tendes umha seçom de De-nuncia onde a vizinhança podeenviar os conteúdos locaisque considere de interesse.Como está a ser acolhida?Mui bem! Há mui pouco tempoque estamos em andamento e játivemos três contribuiçons muiinteressantes. E quantas mais en-tradas for havendo, mais denún-cias receberemos, porque espera-mos ganhar o respeito da gente.É umha seçom útil porque às ve-zes a gente nom se comprometepor medo a que se dêm nomes,mas se o fam através de nós de-nunciam temas que noutras oca-sions ficam silenciados.

O vosso terreno por excelênciaé o da informaçom local. Quediagnóstico fariades desta par-cela? Interesa à gente, está co-berta nos meios empresariais,tem valor na sociedade atual?Como nom podia ser doutro jeito,consideramos que se trata dumterreno fundamental, e que mes-mo pode ser interessante dumponto de vista comercial, porque

um setor mui grande de gentecompra os periódicos galegos pa-ra se informar do que acontecena sua zona. Estám recortandoestas seçons e nom aproveitam apotencialidade que poderiam ter,porque o certo é que continuam ainteressar. Porém, também é cer-to que as novas tecnologias mu-dárom a dinámica da informa-çom, e sobretodo a gente mais no-va mostra bastante despreocupa-çom polo que acontece a nível lo-cal, e é raro ver gente menor de25 anos interessada em inciativascomo a nossa.

E pensades que teria sentido alongo prazo tentar gerar umhaopiniom crítica arredor de te-mas de escala nacional oumaior, ou só lhe vedes sentidoa Quinteiro como um projetoestritamente local?Gostaríamos de abranger esca-las maiores, claro. A ideia de fa-

zermos os faladoiros quinzenaisera justo para começar com te-mas mui próximos e logo ir am-pliando o leque temático e esten-der a capacidade crítica. Mas háque começar a casa polos cimen-tos! Temos claro que todo temconseqüências no dia a dia, egostaríamos de que a gente vissetambém que aqui abaixo há va-ledores que estám mantendo onegócio aos que estám fazendo edesfazendo ali arriba. Se conse-gues atirar aos pés, acabas tam-bém com as cabeças: essa é anossa filosofia, por isso concede-mos tanta prioridade ao local.

Como definiriades a situaçomgeral da informaçom e os meios?Mercantilizada. O produto quevendem os meios oficiais é pro-paganda, nem mais nem menos.O diretor dum jornal comarcaldizia há nom muito que a infor-maçom dum jornal é o que sobradepois de pôr a publicidade. En-tramos na dinámica do “todo va-le”, tanto na política como na in-formaçom; daí que jornais comoABC e La Razón joguem a terpreparadas capas morbosas e ascoloquem no dia antes à meia-noite nas redes sociais. O morbovende, e o dinheiro manda: nom

há mais que ver o jogo que há en-tre o PP e La Voz de Galicia. E omais grave é que se deturpam ese infringem todas as leis com to-tal impunidade! Fam-se panfle-tos com dinheiro público, semque nengumha lei vele pola vera-cidade informativa. Nós pensa-mos que quando se fala de direi-tos básicos haveria que incluir ainformaçom à mesma altura quesaúde ou educaçom. E muitas ve-zes, as instituiçons jogam a dei-xar ermos estes terrenos paraavançarem rumo à sua privatiza-çom, mas o da informaçom de-veria ser um serviço blindado.Nom pode ser que as caras da TVmudem cada vez que ganhe umpartido novo. Neste panorama dedeclive de falta de liberdade e demercantilizaçom é onde podemdesempenhar um papel impor-tante as novas ferramentas tec-nológicas, porque o capitalismocria também as armas para a suaprópria destruiçom. A informa-çom já nom só circula atravésdos grandes meios, e isto podeser umha oportunidade.

E que ideias há em riba da mesa?O projeto de futuro é basicamen-te que isto vá rodando. A seçomde Denúncia está funcionandobem, agora tentaremos achegar-nos às diferentes posturas paragerar credibilidade. Queremostambém criar umha seçom dePatrimónio Imaterial onde cadaquem poda subir as gravaçonsque tenha, procurando umhaparticipaçom social através dediversas vias. Temos tambémsempre presente a ideia dos fa-ladoiros, e, a curto prazo, que-ríamos entrevistar os diferentescandidatos ao Parlamento e per-guntar-lhes polo programa, algoque nom fai ninguém.

“A informaçom é um direito tam básicocomo o som a saúde ou a educaçom”

entrevista aos membros do Projeto comunicativo de informaçom local na rede ‘quinteiro do Úmia’

O.R. / Criar um projeto comunicativo de informaçom local na rede que per-mita a participaçom cidadá direta: a ideia é tam simples como nova. Váriosjovens da comarca do Úmia começárom recentemente a juntar-se para lhedarem forma a esta iniciativa, somando umha peça mais no quebra-cabe-ças dos movimentos que reivindicam a escala local como base de opera-

çons. Nesta sociedade da informaçom desigual, panfletária e mercantilis-ta, os moços e moças do Quinteiro proponhem a utilizaçom crítica e de-mocrática das ferramentas tecnológicas para servir de alto-falante às in-quedanças do que está mais perto, conscientes de que o que temos maislonge só se pode transformar desde abaixo.

“evitamos a etiqueta‘contra-informativos’ ou‘alternativos’, fazemos

informaçom livre”

“o produto que vendemos meios oficiais

é propaganda, nemmais nem menos”

15a exameNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

a exame os centros de menores estám quase totalmente controlados pola igreja

XAVI MIQUEL / Nas últimas subven-çons da Secretaria-Geral da Igual-dade para entidades de iniciativasocial em programas para mulhe-res, 339.435 euros vam para entida-des intimamente relacionadas coma Igreja católica. Representa 38%do total de mais dos quase 900.000euros que o Fundo Social Europeudestinou a este campo. As maioresquantidades vam destinadas a fun-daçons estreitamente relacionadascom a Opus Dei como a Betania Je-sus Nazareno ou as Siervas de laPasión, que recebem 36.200 e38.800 euros respetivamente paraajudas ao fomento de ocupaçom. Étambém de salientar que umha as-sociaçom contrária à despenaliza-çom do aborto como a Red Madrereceba 55.900 euros em subsídiosde ajuda às mulheres.

Outro dos aspetos importantessom os subsídios que recebem es-tas associaçons para a manuten-çom de casas destinadas a pessoascom deficiências mentais. O caso

mais notável foi o convénio que aConselharia do Bem-Estar assinoucom o centro Padre Menni da Con-gregación Hermanas Hospitala-rias, dotado com 2,5 milhons de eu-ros cada ano. Além deste subsídio,a entidade recebeu ainda 31.734euros para a formaçom de empre-go. A Conselharia assinou também

um convénio com o centro residen-cial regido polas Esclavas de la Vir-gen Dolorosa (ligada à Opus) por1.038.441,60 euros anuais.

Menores nas maos da IgrejaOutro dos campos largamentesubsidiados som os centros paraimigrantes procedentes da prosti-

tuiçom. Neste campo tambémabundam os subsídios a entidadesopostas à despenalizaçom da in-terrupçom da gravidez que aco-lhem mulheres imigrantes queexercem a prostituiçom, como e ocaso das Hermanas Oblatas delSantíssimo Redentor que com asua casa em Ferrol recebem37.000 euros anuais. Um dos mé-todos destas associaçons é porem-se nas portas das clínicas priva-das onde se pode abortar e repar-tir informaçom. Outra das asso-ciaçons que recebe dinheiro paraesta atividade som as AdoratricesEsclavas com 31.000 eurosanuais. Esta congregaçom tornou-

se famosa a nível estatal, quandovisionou para os alunos dum colé-gio concertado da Rioja vídeos defetos esquartejados misturando-os com imagens de Zapatero.

Os centros de menores geridospola Junta som outro dos ramossociais que estám totalmente nasmaos das entidades vinculadas di-reta ou indiretamente à Igreja ca-tólica. É o caso dos 104.000 eurosoutorgados às Hijas del DivinoCielo Rogacionistas, por um cen-tro com oito vagas. Mas nom éapenas umha política do PP, já quedurante o governo bipartido tam-bém fôrom atribuídas largas sub-vençons neste campo. A Vice-pre-sidência da Igualdade e do Bem-Estar dirigida por Anxo Quintanadeu 6.862.000 de euros (75 porcento do total dos subsídios) a en-tidades católicas pola gestom doscentros de menores.

Finalmente, temos os centrosinfantis onde a politica privatiza-dora da Junta fai que as ajudas semultipliquem. Assim seriam os73.740 euros atribuídos a umhaescola infantil de Vigo polas Sier-vas de la Pasión ou os mais de200.000 euros dados a quatro es-colas dirigidas polas Hijas Cari-dad San Vicente de Paul.

Outros serviços onde a Igrejaesta a receber subvençons somos serviços caritativos, basica-mente através da Cáritas (maisde 2 milhons de euros no últimoano), em fomento do voluntaria-do, programas para a prevençomdo VIH, para as pessoas semabrigo ou em projetos interna-cionais como os 175.000 eurosentregues à Manos Unidas paraum projeto na Bolívia.

as fundaçons da oPus dei som Grandes beneficiÁrias dos convénios com a administraçom

A Junta subsidia com milhons de eurosentidades vinculadas à Igreja católica

Nos últimos meses veu à tona o debate sobre o IBI da Igreja católica comooutro dos privilégios de que esta instituiçom goza num Estado que se dizconstitucionalmente aconfessional. Além disso, fundaçons e associaçonsde obediência clerical recebem cada ano milhons de euros dos cofres pú-

blicos para as suas atividades de caráter social. Assim, a Junta evita assuas responsabilidades subsidiando associaçons com clara vocaçomideologizadora em campos tam significativos como a educaçom, o cuidadodas pessoas idosas ou os serviços à gente imigrante.

centros sociaiscs abrenteArcade · Souto Maior

aguilhoarO Forno · Ginzo de Límia

arredistaRodas, 25 · Compostela

cs almuinhaRosalia de Castro, 46 · Marim

artábriaTrav. Batalhons · Ferrol

aturujoPrincipal · Boiro

cso bairro do curaBairro do Cura · Vigo

bou evaTerço de Fora · Vigo

a casa da estaciónPonte d’Eume

a casa da trigaP. Maior · Ponte Areias

cso casa do ventoFigueirinhas · Compostela

cso a kasa negraPerdigom · Ourense

ls do coletivo terraBoa Vista · Ponte d´Eume

a cova dos ratosRomil · Vigo

faíscaCalvário · Vigo

fervesteiroAdám e Eva · Ferrol

o frescoBº da Ponte · Ponte Areias

o fuscalhoRua Colom · Guarda

a GhavillaPonte da Raínha · Compostela

Gomes GaiosoMonte Alto · Corunha

henriqueta outeiroQuir. Palácios · Compostela

cso liceo Estribela · Marim

cs lume!Gregório Espino · Vigo

mádia levaSerra de Ancares · Lugo

cso PalaveaPalaveia · Corunha

o PichelSta. Clara · Compostela

a reviraGonz. Gallas · Ponte Vedra

a revolta do berbésRua Real · Vigo

a revolta de trasancosA Faísca · Narom

csoa o salgueirónZona Massó · Cangas

sem um camRua do Vilar, 9 · Ourense

a tiradouraReboredo · Cangas

cs vagalumeR. das Nóreas, 5 · Lugo

csa xogo descubertoR. Salvaterra, Coia · Vigo

cs a zalenváR. Carris, Valençá · Barbadás

Entre os subsídios outorgados desta-cam vários milhares de euros que somdestinados a congregaçons que nos

últimos meses fôrom acusadas de roubo decrianças durante o franquismo. O caso maisnotório é o das Siervas de la Pasion que é in-criminada de vários roubos nos diferentesorfanatos que tem no território espanhol. Oorfanato de Vigo foi denunciado por váriaspessoas que supostamente fôrom entreguesa pais de adopçom sem as maes biológicasterem conhecimento disso. Além do mais etal e como relata um dos afetados, umha das

freiras encarregadas do orfanato, JosefaGarcía Veiga, cada ano ia visitar os pais deadoptivos e sempre saía com um envelopecheio de dinheiro. Esta pessoa foi entrevista-da para um documentário da televisom pú-blica catalá e a resposta à jornalista foi “quenom me entra na cabeça desvelar nada. Quete mates agora a dar voltas inutilmente, paramim é umha perda de tempo”. Nom som asúnicas, assim as Hijas Caridad San Vicentede Paúl, também som acusadas destes cri-mes em várias casas de acolhimento que te-nhem em Bilbau. Ademais de receber gene-

rosos fundos públicos, esta associaçom atra-vés da instituiçom Padre Rubinos recebeuneste ano 25 milhons de euros da FundaçomAmancio Ortega para um novo edifício queterá lar de idosos, escola infantil ou residên-cia de religiosas entre outras. Em 2011, a ins-tituiçom Padre Rubinos recebeu num convé-nio de colaboraçom com a Conselharia daPresidência, 40.000 euros. Outras entidadesque fôrom subsidiadas e que som acusadasdo roubo de crianças som as Adoratrices Es-clavas, as Hermanas Oblatas del SantíssimoRedentor ou as Esclavas de la Dolorosa.

milhares de euros Para entidades acusadas de roubo de crianças

104.000 euros vampara as hijas del divinocelo rogacionistas, umcentro com oito vagas

CENTRO SAN ANíbALque as ‘Hijas del Divino Celo’

tenhem em burela

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201216 em anÁlise

a prática totalidade 26 candidaturas tenhem em comum a reclamaçom de suprimir a lei eleitoralem anÁlise

No próximo 21 de outubro, aseleiçons autonómicas decidi-rám o futuro institucional doPaís. A prática totalidade das26 candidaturas apresenta-das tenhem umha cousa emcomum, todas menos o Parti-do Popular exigem a supres-som da lei eleitoral em vigor.O seguinte texto fornece sé-rie de chaves para compreen-dermos melhor os aspetosmais polémicos da lei d'Hont.

DANIEL R. CAO / Em finais do sé-culo XIX, o jurista e matemáticobelga Victor D'Hont cria umhafórmula para guiar o sistema elei-toral do seu país, esta fórmula é oque hoje conhecemos como Leid'Hont. Apesar de ter mais dumséculo de existência, este métodofoi apenas revisto. Nascido para aBélgica, este método foi esten-dendo-se por umha multidom depaíses, sobre todo pola AméricaLatina, com umha particularida-de, na Europa só foi posto em prá-tica, além do seu lugar de nasci-mento e na Holanda e França, emmomentos em que se pretendiaassegurar umha maioria que ga-rantisse a “estabilidade” ao siste-ma, daí que a regra d'Hont só es-teja ativa em repúblicas ex-sovié-ticas e antigas ditaduras como Es-panha, Portugal, Itália e Grécia.

Como funciona?O funcionamento da lei d'Hontestá marcado pola fórmula ma-temática original, cujo funciona-

mento é o seguinte: trás realizar-se a votaçom, outorga-se a cadacandidatura o seu número de vo-tos, estabelecendo umha marcade corte que segundo a lei origi-nal estava no três por cento, masque na Galiza é do 5 por cento,eliminando assim a distribuiçomàs forças que estejam por debai-xo dela. As forças que entrariamno reparto vam dividindo o seunúmero de votos entre o númerode deputados da sua circunscri-çom. Um exemplo, um partidoque obtenha mais de cinco porcento dos votos na província daCorunha terá que dividir os seusapoios entre um, entre dous, e

assim sucessivamente até os 24deputados atribuídos. Umha vezrealizadas as contas, ordenam-se todos os resultados de maiora menor, outorgando, para o ca-so, um deputado aos 24 maioresresultados.

Umha demonstraçom práticaseria a seguinte: A província Xtem atribuídos cinco deputados,indo votar 99.999 eleitores. Opartido A consegue 50.000apoios, o partido B 30.000, o par-tido C 17.000 e o D 2.999. Se-guindo o sistema eleitoral gale-go, o partido D ficaria fora da

distribuiçom. Agora, faria-se adistribuiçom do jeito que semostra na tabela nº2. Como sevê, colhendo os maiores cocien-tes, A obteria três lugares, B ume C ficaria com o outro.

As críticasO formato de lei eleitoral aplica-do no Estado espanhol é aberta-mente criticado por todo tipo desetores políticos, nomeadamen-te, porque como se vê, os parti-dos pequenos nom tenhem nemsequer a possibilidade de entrarna distribuiçom e porque os par-tidos maioritários tenhem maiorfacilidade para conseguir maio-rias absolutas. Porém, além dalei d'Hont, existe um problemaacrescentado que também é cen-tro das queixas, que é o sistemadas circunscriçons. O que seaplicou por consenso, é o siste-ma das circunscriçons provin-ciais, em que cada província temum número de deputados atri-buído por lei, no caso da Galizadez, outorgando-lhe a maioresum por cada 100.000 habitantes.

Umha das críticas mais reitera-das neste aspeto, é que as pro-víncias menos povoadas estámsobre-representadas, polo que aum partido grande lhe custa muipoucos votos obter representa-çom e aos pequenos à inversa.Por exemplo, nas passadas auto-nómicas, o Partido Popular ne-cessitou menos de 20.000 votospara conseguir um deputado, aopasso que o BNG precisou dequase 30.000 por cada um dosseus representantes. A reclamaçom histórica do na-cionalismo de eliminar as depu-taçons, afetaria também o siste-ma eleitoral, transformando asquatro circunscriçons numha só.Porém, os maiores defensoresdo atual sistema escudam-se ha-bilmente em que se as provín-cias de Lugo e Ourense estámsobre-representadas é porquesom as mais desfavorecidas eco-nomicamente, polo que é justoque recebam mais lugares noParlamento. Estas, a priori, boasintençons ficam desveladas seobservamos como está compos-to a dia de hoje o Parlamento ga-lego e como seria se eliminásse-mos a lei d'Hont com o seu cortede cinco por cento e as quatrocircunscriçons desaparecessem.Baseando-se nos resultados daspassadas eleiçons mostramos osresultados na tabela nº1.

Em definitivo, mudando desistema, a Galiza passaria de terum parlamento praticamente bi-partido como até agora, a aco-lher oito forças políticas, dificul-tando as maiorias absolutas ecom maior capacidade de condi-cionamento na aprovaçom denovas políticas para o futuro.

Umha lei para dous ou de como a lei d´Hontgarante a “estabilidade” do sistema atual

como asseGurar umha maioria que Garanta a continuidade do ‘stablishment’

a regra d'hont só estáativa em repúblicas

ex-soviéticas e antigas ditaduras

as províncias menospovoadas estám

sobre-representadas

comParativa entre sistemas eleitorais

PARTIDOS SISTEMA ATUAL SEM ‘D’HONT’

PP 38 35

PSOE 25 23

BNG 12 12

UPyD 0 1

Terra Galega 0 1

Izquierda Unida 0 1

Os Verdes 0 1

Por Un Mundo + Justo

0 1

divisom de votos Para o reParto de escanos conforme ‘a lei d’hontPARTIDOS /1 /2 /3 /4 /5

A 50.000 25.000 16.666 12.500 10.000

B 30.000 15.000 10.000 75.000 6.000

C 17.000 8.500 5.666 4.250 3.400TAbELA Nº1 TAbELA Nº2

os partidos pequenosnom tenhem sequer a possibilidade de entrar

17a denÚnciaNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

M.B. / O novo hospital de Vigo, quefoi apresentado por Núñez Feijóocomo “a maior obra sanitária pú-blica que se construi no Estado es-panhol”, vai caminho de se tornarum dos maiores enganos do Parti-do Popular. Um documento a quetivo acesso SOS Sanidade Públicavem a demonstrar que a superfí-cie total da nova infraestrutura “sereduz de modo considerável, sen-do já insuficiente para atender ademanda prevista, que é de um-has 600.000 pessoas”.

Em concreto, perderá arredorde 70.000 metros quadrados:23.381 correspondentes a edifí-cios anexos (hotel de pacientes,infantário, cuidados mínimos, uni-dade de docência e investigaçome zona de reabilitaçom); 22.500 daárea ambulatória; 16.000 de esta-cionamento; e outros 7.100 no blo-co cirúrgico. Segundo os cálculos,isto permitirá que as empresasconcessionárias poidan aforraruns 70 milhons de euros (tendoem conta um custo aproximadode 1.000 euros/metro quadrado),“ainda que nom se traduzirá num-ha rebaixa da taxa que deverá pa-gar a Junta durante 20 anos”.

Os profissionais sanitários mos-tram especial preocupaçom polareduçom que vai experimentar asuperfície destinada ao serviço deUrgências, que ronda os 25 porcento. Também denunciam a di-minuiçom do número de salas decirurgia (passam de 36 para 20) ea eliminaçom da área de cirurgiamaior ambulatória (havia oito sa-las previstas). Curiosamente, a re-baixa de equipamentos cirúrgicoscoincide com a ampliaçom doconcerto com o hospital privado

Povisa, o que nom fai mais queconfirmar a intençom do PP degarantir o lucro do centro médicopropriedade de José Silveira, cujaempresa de rebocadores foi a en-carregada do resgate do Prestige.

Nom é em vao que atual conse-

lheira da Saúde da Junta, RocíoMosquera, tenha trabalhado co-mo gerente no hospital privadoNuestra Señora de la Esperanza,em Santiago de Compostela, per-tencente ao grupo empresarialNosa Terra, proprietário de Povi-sa. De igual modo, o titular das In-fraestruturas, Agustín Hernán-dez, foi conselheiro da Puentes yCalzadas, umha das empresas ad-judicatárias do novo hospital vi-guês, antes de ser nomeado porAlberto Núñez Feijóo.

Lucros para as construtorasAo mesmo tempo, criticárom que aUniom Temporária de Empresasque conseguiu a adjudicaçom docontrato do novo hospital (Accio-na, Puentes y Calzadas; Altair In-geniería y Aplicaciones; ConcessiaCartera y Gestión de Infraestructu-ras; e Obras, Caminos y Asfaltos,OCA) reclame agora oito milhonsde euros por sobrecustos na ci-mentaçom e outros dez milhons emeio a título de equipamento nomclínico. Nesta linha, auguram queesta quantidade se incrementaráem mais 11 milhons, polo que a ci-fra total chegará a 29 milhons. Ocusto total do projeto está fixadoem 281 milhons.

Ainda, a Plataforma SOS Sanida-de Pública denunciou que com estaoperaçom os responsáveis do Ser-

gas “pretendem garantir o status

quo do negócio sanitário da Povisa econseguir que a UTE que se encar-rega do projeto aumente os lucros”.

Finalmente, instárom o presi-dente da Junta a resgatar a con-cessom e a retomar a construçomdo novo centro hospitalar "desdeo ámbito do público" já que dérompor fracassado um modelo de fi-nanciamento público-privado quese mostrou ineficaz, tendo emconta os problemas experimenta-dos pola divisom financeira daUTE para encontrar os fundos ne-cessários. Estas dificuldades es-tám a pôr em perigo a finalizaçomda obra já que as empresas já res-cindíron centos de contratos e ostrabalhos de construçom estámpraticamente paralisados.

Ameaça para a saúde pública O modelo sanitário do PP baseia-se em privatizar a gestom das áreassanitárias, hospitais e centros desaúde, o que encarece os serviços epiora a qualidade assistencial. Noque respeita à construçom de no-vas infraestruturas, a direita espa-nhola está a desenvolver um siste-ma de colaboraçom público-priva-da mediante o que se deixa o finan-ciamento à banca, a construçom àsempresas e a gestom nom sanitá-ria a firmas privadas. Em contra-partida, a Administraçom pública

paga umha taxa por utilizaçom egestom dos serviços sanitários nomínimo durante 20 anos.

Este modelo foi promovido porNúñez Feijóo assim que chegou àPresidência da Junta. Para isso,tivo que demolir o plano de finan-ciamento do bipartido PSOE-BNG, que garantia o caráter pú-blico do centro médico e reduzianotavelmente o custo do projeto.O modelo do Partido Popular éum modelo fracassado que tem asua origem no Reino Unido nosanos 90 e foi imposto por Gover-nos conservadores e que poste-riormente foi aplicado polo PP noPaís Valenciano e Madrid. “Tra-ta-se dum modelo com o que osistema público paga mais pormenos e hipoteca os seus orça-mentos e gastos durante anos”,lembram na SOS Sanidade, cole-tivo que apresentou um recursocontencioso-administrativo con-tra de decisom da Junta.

Advertem que também pom emgrave risco de desaparecimento osistema sanitário público, “já quenom há que esquecer que em In-glaterra os hospitais construídosao abeiro deste modelo reduzírom13.000 camas entre 1997 e 2001”.Em Madrid -detalham- este tipode centros tenhem menos camas(68 por cento por cada 1.000 habi-tantes) e pessoal (entre 25-50 porcento) que os públicos.

Diante disto, instam ao presi-dente da Junta a resgatar a con-censom e a retomar a construçomdo novo centro hospitalar "desdeo ámbito do público", ao mesmotempo que anunciam que revisa-rám todo o processo de adjudica-çom para determinarem se existiuum incumprimento de contrato.

o complexo perderá arredor de 70.000 metros quadradosa denÚncia

um relatório técnico revela as mudanças introduzidas “de forma clandestina” Polo PP no Projeto

Junta reduz o hospital de Vigo para lucrarconstrutoras e garantir a presença da Povisa

A Plataforma SOS Sanidade Pública acusa a Junta de Galiza de reduzir num terço asuperfície do novo hospital de Vigo e de permitir a deterioraçom da qualidade cons-trutiva e dotacional para beneficiar as empresas que executam a obra. O coletivo

apresentou um relatório técnico a detalhar as alteraçons introduzidas “de forma clan-destina” no projeto polo PP e que permitirám às empresas privadas que obtivérom aadjudicaçom aforrarem 70 milhons de euros.

ÁREA AMbULATÓRIA. Perdem-se 7500 m2 por andar em 3 andares, um total de 22.500 m2.

O estacionamento público reduz-se em mais de 16.000 m2/ FONTE: BNG

bLOCO CIRÚRGICO. Perde 2.700 m2 por andar em 4 andares, um total de 7.100 m2/ FONTE: BNG

a rebaixa em meioscirúrgicos coincide

com a ampliaçom doconcerto com Povisa

o modelo sanitário doPP privatiza a gestomda saúde, piorando a

qualidade assistencial

os problemas de financiamento ponhem

em perigo as obras

SoS Sanidade apresentou um recurso

contra a Junta

18 a fundo Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

a fundo maes e pais temem que o anúncio da conselhariaseja só o prelúdio do encerramento total destes colégios

RAUL RIOS / No CEIP Ponte de Doi-ras, em Cervantes, os meninhosde três anos que ainda nom sabemescrever escuitarám este ano as li-çons de Geografia destinadas aospré-adolescentes de sexto da pri-mária. Os de doze anos tambémestarám presentes quando a mes-tra ensinar os números de duas ci-fras às crianças de quatro anos.Este centro é um exemplo do queestá a acontecer em muitos muni-cípios galegos. Trás eliminar omestre da Educaçom Infantil dePonte de Doiras, que em todos oscasos semelha o professor maisprescindível para a Conselharia,fica só um docente para umha tur-ma de catorze alunos com idadesde entre três e doze anos (a edu-caçom infantil e a primária com-pleta). Outros centros, como o Ri-cardo Gasset do Íncio, nom terámtam má sorte por agora e o aluna-do será agrupado em duas turmasdiferentes, umha com crianças deentre três e seis anos e outra comrapazes de entre seis e doze.

Segundo os dados da CIG, re-colhidos do anúncio da Conselha-ria da Educaçom publicado noDOG, o ensino público do paíscontará este curso com 132 unida-des escolares menos das que nocurso 2011-2012. O mesmo textodo DOG também recolhe o fecha-mento total de doze escolas, al-gumhas em termos municipais decidades como Vigo ou Ponte Ve-dra, mas quase todas em zonas ru-rais coma Herbom, Negueira deMunhiz, a Guarda, Catoira, Chan-tada ou Abadim. No rural, a su-pressom de unidades e o despedi-mento de profisionais traduz-sena concentraçom de 113 turmascomo as de Cervantes ou o Íncio,em que rapazes de mui diversasidades partilharám mestre e espa-ço. A situaçom da escola rural en-quadra-se num contexto de des-mantelamento do ensino públicoem que 199 postos de trabalho fi-xos de professorado fôrom elimi-nados, além das vagas de substi-tutos que estám deixando de serpreenchidas.

Alguns defensores das supres-sons preferem ver o lado “positi-vo” que tem que um rapaz se váfamiliarizando com conceitos de

cursos mais avançados desde no-vinho. Polo contrário, as famíliasdo rural percebem todo o contrá-rio: umha carência educativa eumha desigualdade de oportuni-dades e de direitos fronte às famí-lias de vilas e cidades, segundo de-nunciárom na Coordenadora Ga-lega de Ampas do Rural. Desdeque em finais do verao se tornoupública a agenda de cortes do go-verno de Feijóo no referente àeducaçom, incluindo a supressomdo programa Pré-escolar na Casa-que dava cobertura a 400 famí-lias e contava com 32 postos detrabalho-, os protestos protagoni-zados polas Associaçons de Maese Pais (Ampas) fôrom sucedendo-se por vários pontos da geografiagalega até chegar a Compostelana manifestaçom de 11 de setem-bro convocada pola coordenadorae que tivo o apoio dos sindicatos edos partidos da oposiçom.

Poucas matrículasO departamento que dirige JesúsVázquez justifica cortes com o ve-lho dogma neoliberal: como o ser-viço público nom se considerarendível, em vez de se investiremmais fundos nele, fecha-se. No ca-

so do ensino traduz-se em que, aonom considerar suficientes os ra-pazes matriculados, a Administra-çom opta por reduzir o número deturmas e docentes mentres ascrianças que ficam tenhem que sedeslocar a zonas mais povoadas ecom mais matrículas ou juntarem-se com nenos doutras idades esem especialistas. Contra isto, oscoletivos de maes e pais defendemque, se houvesse um melhor ensi-no público no rural, com maismestres, mais turmas, mais espe-cialistas, etc. também haveriamais famílias que ficassem na al-deia ou mesmo serviria como efei-to atraente para outras novas.

Além disto, é a própria Lei Or-gánica da Educaçom (LOE), de2006, que estabelece no artigo82º, intitulado “Igualdade de opor-tunidades no mundo rural”, queas administraçons educativas “te-

rám em conta o caráter particularda escola rural a fim de propor-cionar os meios e sistemas orga-nizativos precisos para atenderemàs suas necessidades específicas egarantir a igualdade de oportuni-dades”, polo que a falta de matrí-culas nom deveria ser umha des-culpa para minguar a qualidadede ensino dos rapazes que fre-qüentam essas escolas.

Baleirar o ruralA nova situaçom fai lembrar ashistórias do avô que contava quepara ir à escola, o que puido ir, ti-nha de percorrer vários quilóme-tros cada dia ao longo de corre-doiras enlamadas, de sapatos namao ou ao lombo dumha burra.Neste ano as escolas que fechamsó som doze, o resto das afetadasficarám sendo centros unitários,mas as próprias famílias perce-

bem que isto será assim durantepouco tempo. A opiniom generali-zada entre as maes que se mani-festavam em 11 de setembro emCompostela é que a estratégia daJunta a meio prazo é o encerra-mento total das escolas rurais,sendo esta reduçom de turmas sóum primeiro passo, encaminhadoprecisamente a piorar as condi-çons do ensino para provocar aquebra do número de matricula-dos e justificar num futuro o even-tual fechamento. Muitas destas fa-mílias deverám deixar os seus tra-balhos e as suas vidas atuais casofechem escolas das suas aldeias emudarem-se para a vila. “Teremosque ir para Riba Dávia, e aí simque há turmas massificadas com40 alunos. Que qualidade de ensi-no se pode dar assim aos nossosmeninhos?” O temor expresso porumha mae de Carvalheira de Áviadurante a manifestaçom é reflexodo mesmo medo que tenhem mui-tos progenitores.

Dinheiro à privadaA situaçom da escola rural, emparticular, e da escola pública, emgeral, contrasta fundamente comas subvençons que recebem oscentros privados da parte das ad-ministraçons. “Estes som as nos-sas retalhadas!”, assim se expres-savam as Ampas enquanto váriosencarapuçados com a carouta dofilme V de Vendetta cortavam unstroncos diante da sede da Conse-lharia em Sam Caetano, encenan-do de onde sim se deve retirar odinheiro público na sua opiniom:debaixo do som das motosserraspartiam uns madeiros que leva-vam escrito legendas como “Si-cav”, “ajudas aos bancos” ou “es-cola privada”.

Enquanto a escola rural fechaas suas turmas, o ensino privadoconcertado abre 16 turmas novasem todo o país e recebe até 250milhons de euros dos cofres pú-blicos. Até os cinco estabeleci-mentos da Opus Dei que existemna Galiza -nas cidades de Vigo eda Corunha- recebem subsídiosno valor de três milhons de euros,cifra dada pola CIG mas que oconselheiro Jesús Vázquez se ne-gou a desmentir.

as amPas denunciam a suPressom de mais de cem de turmas em diferentes aldeias do camPo GaleGo

A Junta deixa o rural sem educaçom

Cada dia parece mais difícil manter vivo o rural. O desleixo das instituiçons paratraduziu-se historicamente na falta de infraestruturas de comunicaçom ou na au-sência de investimentos para potenciar o tecido produtivo próprio das comarcas,com o conseguinte despovoamento. Neste verao, a Conselharia da Educaçomanunciava a supressom de várias unidades escolares e os agrupamentos demais de cem turmas em centros unitários para este curso 2012-2013 -ficando final-

mente umha ou duas turmas em cada escola com nenos de diferentes idades-.Quase todo este novo corte educativo aplica-se em centros do rural das provín-cias de Lugo e Ourense, acrescentando as desigualdades entre as famílias de al-deia e as de cidade e complicando o exercício da maternidade fora das grandesvilas. Mas a desigualdade nom só se incrementa entre aldeias e cidades, crescetambém entre o público e o privado, que continua a receber dinheiro do Estado.

o ensino públicocontará este ano com

132 unidades escolares menos

CRIANÇAS E ADULTOS da AMPA O Carballo, de Carvalheda de Ávia

19a fundoNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

A.L. / A começos de ano saltava abomba informativa: várias escolasinfantis da rede ‘A Galiña Azul’ re-cém abertas iriam passar às maosprivadas. Entre as empresas maisbeneficiadas estavam a FESAN, li-gada à Opus Dei, e a Promociónde la Formación Las Palmas S.L,sedeada em Madrid (NOVAS DA GA-LIZA, nº 112). Trabalhadores e tra-balhadoras das escolas e as suasfamílias mobilizárom-se para pro-testar contra estas privatizaçons,que consideram um esbanjamentoe um atentado contra os serviçospúblicos. Meses atrás, em outu-bro de 2011, a CIG-Ensino já ad-vertira que as 17 escolas infantisde próxima aberturas estavamameaçadas de privatizaçom.

A luita contra este ataque aoserviços público deu algum froito.Assim, o CIG-Informa do mês deabril indica que o gerente afirmouante a insistência desta centralque “nengunha das galescolas pú-blicas que hoje estám a funcionarserá privatizada”. Fontes sindicaiscrem que esta mudança de postu-ra se deveu à mobilizaçom e a queo Consórcio se deu conta de que

estava a gastar mais dinheiro coma privatizaçom do que gastaria senom desenvolvesse este processo.

CortesMas do que nom se salvárom asescolas da Galiña Azul é da largasombra dos cortes. Membros daCIG-Ensino enumeram as dificul-dades que passam estes centros ea lista é interminável: “nom se ga-rante a parelha educativa em to-das as turmas, há menos mate-rial, os nenos agora tenhem quelevar o almorço da casa, retirou-se-lhes a água...”, explicam. Masnom só isso: “há sítios em queboa parte da dotaçom provémdas famílias, mesmo há compu-tadores cedidos polas famíliasnalguns centros!”. Vemos logoque ainda que a privatizaçomnom tenha avançado, o desman-telamento destas escolas infantisestá-se a efetuar através da faltade interesse da Junta de Galizaem sustentar este tipo de servi-ços para a cidadania galega.

Deste jeito, a CIG denunciou quepara este novo curso fôrom des-truídas um total de 49 vagas docen-

tes e fechadas as escolas infantisda Bola e Moinhos. Porém, desde aJunta seguem a escuitar-se vozesque se gabam, sobretodo nestestempos de campanha eleitoral, decomo se conseguirom abrir novasprazas de Infantil por todo o país.Ante isto, fontes do sindicalismonacionalista salientam que que asprazas novas que se abrem de In-fantil som prazas que estavam jánegociadas do Governo bipartito eque tenhem que abrir-se por exi-gência da Uniom Europeia e porum compromisso adquirido com oFondo Social Europeu.

ConvéniosA nível laboral a diferencia funda-mental entre o pessoal das esco-las privatizadas e dos centros ge-ridos polo Consórcio é que se ri-

gem por diferentes convénios la-borais, onde as piores condiçonsas levam as pessoas que traba-lham nas escolas de gestom “ex-ternalizada”, segundo o vocabulá-rio que emprega a Junta de Gali-za. Assim, as pessoas que traba-lham nas privatizadas, segundoindicam fontes de CIG-Ensino, de-vido a essa diferência nos convé-nios cobram 300 euros menos, tra-balham mais horas semanais (um-has 40 horas, enquanto no pessoaldo Consórcio som umhas 37 ho-ras de atençom presencial e 2 deformaçom), nom tenhem garanti-do um horário continuado, etc.

Porém, os comités de empresado Consórcio levan tambem anosa luitar porque o pessoal da redeA Galiña Azul se regule polo VConvenio Coletivo Único de pes-soal laboral da Junta de Galiza.Desde a CIG sinala-se que haviaum compromisso para ir ache-gando-se a ele gradualmente em5 anos, mas que isto foi incum-plido pola Administraçom auto-nómica que encabeça AlbertoNúñez Feijoo. Deste jeito, somvários os direitos que perde este

pessoal em comparaçom com oresto de pessoal da Junta, comopor exemplo a imposibilidade decobrar trienios. Assim, tampou-co se permitem permutas de pra-zas, polo que pode dar-se o casode que alguem de Lugo estea atrabalhar em Pontevedra e vice-versa, sem que se podam inter-cambiar-se os lugares.

Como salientam os feitos, a Jun-ta da Feijóo procurou por diversosmeios baleirar de contido o Con-sórcio Galego de Igualdade e BemEstar. Já em 2010 a Conselhariade Trabalho anunciara a integra-çom do Consórcio numha Agên-cia Galega de Serviços Sociais denova criaçom, umha posibilidadeque levantou as suspeitas dos sin-dicatos do ensino sobre o futurodos serviços sociais que presta oConsórcio. Porem, informaçonssaidas nos meios apontam que aConselharia de Facenda nom au-torizaria esta operaçom, previsi-vilmente polo sobrecusto que po-deria supor. Todo este panoramade fume deixa múltiples interro-gantes abertos sobre o futuro dosetor público na Galiza.

o consórcio deu-se conta de que a Privatizaçom da ‘Galiña azul’ ia sair cara e Por isso desistiu

Cortes ameaçam escolas infantisCinco escolas da rede 'A Galiña Azul', dependentes do Consórcio Galego deIgualdade e Bem-Estar, som atualmente geridas por sociedades empresariais.Parece que o processo privatizador destas escolas infantis foi paralisado, masa reduçom de recursos e os cortes orçamentários estám a impedir o desenvol-

vimento dum projeto que foi um dos emblemas do Governo bipartido. Ademais,as problemáticas das velhas 'galescolas' atopam-se também a nível sindical,um ámbito em que os sindicatos levam anos luitando para conseguir que aspessoas trabalhadoras desta rede se rejam polo V Convénio da Junta.

neste novo curso fôrom destruídas

um total de 49 vagas docentes

ZÉLIA GARCIA

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201220 em anÁlise

do milhom de toneladas tratadas pola Sogama, 50 por cento som verquidos e 80 por cento do resto é incineradoem anÁlise

XAVI MIQUEL / Na Galiza existemtrês modelos diferentes de ges-tom de resíduos urbanos (tenha-se em conta que estes represen-tam metade do total de resíduos,sem outros como os industriais).A maioritária é a Sogama queabrange a maioria de concelhosgalegos e mais de dous milhonsde pessoas, e a qual aposta clara-mente na incineraçom. Depois,temos o modelo de Nostiám situa-da na área da Corunha e a daMancomunidade do Barbançaque som caraterizadas basica-mente polo tratamento especiali-zado da matéria orgánica.

Nos últimos dados publicadospola Junta, para o ano 2008, ve-mos que dos mais de 1,2 milhonsde toneladas geradas na Galiza,apenas som recolhidas seletiva-mente 163.141 toneladas de lixo, oque representa 13 por cento do to-tal. Dentre os três modelos, vemosque o de Sogama é o que menosutiliza a recolha seletiva já que só9 por cento dos resíduos som se-parados, enquanto que as porcen-tagems para os outros dous mode-los som de 30 por cento e de 58 porcento respetivamente.

O conflito dos aterrosOutro dos principais problemas éque o modelo atual de gestomnom está capacitado para o volu-me de lixo que se produz no país.Assim o indica por exemplo, umelaborado estudo feito polaGreenpeace, onde indica que sómetade do milhom de toneladasque recebe a Sogama por ano, po-dem ser tratadas, das quais 80 porcento som destinadas à incinera-çom. A outra metade vai direta-mente para a lixeira de Areosa, jáque o forno nom tem capacidadepara queimar todo ao longo doano. Atualmente calcula-se queneste aterro estám acumuladasmais de dous milhons de tonela-das de lixo com o perigo de con-taminaçom do solo, dos rios e dosaquiferos que isto representa.

Além disso, também está o fator

económico, já que mentres nom seacaba de perfilar como vai fazer fa-ce a Junta a esta sobre-capacidade,vai investindo dinheiro no alarga-mento do aterro de Areosa. Segun-do denuncia a entidade ecologistaAdega, no ano em curso, a Juntainvestiu mais de 42 milhons de eu-

ros na sua ampliaçom, que ve-nhem soma-se aos 253 milhons doano passado. Para a Adega isto uni-camente “prolonga e agranda cadavez mais o problema” e a Sogamaé como “um monstro que devoraos recursos económicos da Junta”.

A incineraçom como apostaA Sogama incinera 80 por centodos resíduos. No Plano de Gestomdos Resíduos Urbanos 2010-2020,que aprovou o governo de Feijoo,a Junta continua a apostar na in-cineraçom, avalizado polos rela-tórios da UE e pola suposta gera-çom de eletricidade que se fai daincineraçom, que segundo a So-gama lhe permite obter uns lucrosde 5 milhons de euros. Os gruposambientalistas defendem que a in-cineraçom é o pior dos métodos,já que, como afirmam na Green-peace, “nom fai o lixo desapare-cer, transforma-o em fumes e cin-zas”, com a ameaça de filtraçomno subsolo através das lamas tóxi-cas. Ademais, produz 327 milhonsde quilogramas anuais de dióxidode carbono (CO2) e contribui paraapariçom de chuva ácida.

A Adega, que também se opomfirmamente a este método e poloqual já tem começado várias cam-panhas de sensibilizaçom e inclu-sive umha recolha de abaixo-as-sinados, para apresentar umhaIniciativa Legislativa Popular(ILP), critica totalmente o siste-ma Sogama. Segundo denun-ciam, o Plano da Junta prevê co-mo objetivos uns niveis de reci-clagem que já se dam nos outrosdous sistemas da Galiza e nomprevê campanhas para reduzir ageraçom de resíduos. E ainda de-nunciam que a incineradora daSogama está hoje a consumirmais energia da que produz. Umexemplo bastará: o sistema daSogama nom separa a matéria or-gánica do resto de materiais e is-to fai que o orgánico tenha muitahumidade, cousa que dificultamuitíssimo a incineraçom e con-tribui para um sobrecusto ener-gético desnecessário.

Sogama: quando a incineraçome os vertidos som a soluçom

neste ano a junta tem investido 42 milhons na amPliaçom do aterro de areosa

Em 2010, produzimos 1,2 kg. de lixo por pessoa e dia, o queequivale a um total de 1,2 milhons de toneladas de resíduoscada ano só na Galiza. Embora a prioridade ecologista seja re-duzir os resíduos, os diferentes tipos de gestom que existemsom primordiais para garantir um impacto menos agressivocom o ambiente. A situaçom nom parece ir nesta direçom já

que mais de metade dos resíduos acaba nos aterros controla-dos, e dos resíduos que som tratados, 80 por cento é incinera-do. Isto, além dos problemas para a saúde e o ambiente que le-va consigo, também acaba por desmotivar a povoaçom quesepara, como mostram os últimos estudos que indicam quedesceu em 60 por cento nos últimos cinco anos.

o modelo da Sogamaé o que menos utiliza

a recolha seletiva

vERTEDOIRO DA SOGAMAcuja capacidade prevém incrementar

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LIXORECEBIDO 1 milhom de toneladas por ano

DESTINODO LIXO

52% para o vertedoiro

38,4% incinerado

9,6% reciclado

GASTOAMPLIAÇOM

295 milhons de eurosno último ano e medio

LIXO ACUMULADO 2 milhons de toneladas no vertedoiro

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Desde 2002 a associaçomambientalista ADEGAcomeçou um programa

de instalaçom de composteirosindividuais para a reciclagemdos resíduos orgánicos (que re-presentam metade do total do li-xo). A ideia era que o ciclo dosresíduos orgánicos puidesseacabar na própria morada, comumha tecnologia mui baixa esem necessidade de gestom ex-terna, transporte nem incinera-çom. Vistos os bons resultadosdesta fase, decidírom iniciar umprocesso de composteiro comu-nitário envolvendo associaçons

locais e a voluntárias com a in-tençom de acompanhar e super-visar o projeto. Assim foi comose iniciárom os projetos nosconcelhos de Fene primeira-mente e em Sam Sadurninho noúltimo ano. Com a ajuda da vizi-nhança e dalgumha associaçomlocal, o projeto foi para adiantecom ótimos resultados, já que ototal da matéria orgânica é reci-clável e com níveis de qualidadealtíssimos que mesmo servempara a agricultura ecológica.Apesar de certa reticências ini-ciais causadas polo temor a pre-juízos em maus cheiros, ratas ou

carências higiênicas e desmen-tidos despois pola prática, a ini-ciativa é agora mui bem acolhi-da e considerada útil, pois boaparte da vizinhança que partici-pa neste projeto utiliza o aduboorgánico para a sua própria lei-ra. Por outro lado, a ADEGAquer salientar que o processodeve ser autogerido. Ao prínci-pio é necessario um pouco deacompanhamento mas depois éa própria vizinhança que se en-carrega de ter o composteiroperfeito para a sua total operati-vidade, como pôr-lhe restos dapoda para que nom cheire.

comPostaGem comunitÁria: alternativa à incineraçom

Há já alguns anos que esta-mos a ver como o fenóme-no das tertúlias passou a fa-zer parte da maioria dosprogramas informativos, co-mo um espaço de debate eanálise da atualidade entreposturas diversas. O espa-ço radiotelevisivo galegooferece hoje vários debatesem diferentes formatos,quer na rádio quer na televi-som. Neste artigo iremos re-ver os temas principais quesom tratados nas tertúlias,a focagem se lhes dá equem som os tertulianosprotagonistas. Veremos sena realidade há divergên-cias nítidas de opiniom queenriqueçam o debate.

XAVI MIQUEL / Na Galiza as ter-túlias mais seguidas som asque se fam nos meios públicos,como o Foro Aberto da TVG ouo Faladoiro do programa daRádio Galega, Galicia porDiante. Mas devemos ter tam-bém presentes as tertúlias ha-bituais na corporaçom de LaVoz de Galicia, como Rádio Vozou o programa Via V da televi-som. Nestes últimos meses, asprincipais tertúlias tenhem-sededicado tratar da situaçomeconómica, de umha perspecti-va espanhola, deixando em se-gundo plano as problemáticasgalegas. A escassa diversidadedos argumentos que se expo-nhem é desde logo constatável.Os principais opinadores argu-mentam que os cortes som ne-cessários por causa da dívida eque som basicamente económi-cos, nom politicos. Os poucostertulianos que defendem um-ha posiçom alternativa para sesair da crise poponhem incen-tivar a produçom e o consumo,dentro das visons keynesianasou socialdemocrata. Em ne-nhuma das tertúlias analisadasaparece umha personagem adefender umha mudança desistema. Interessa ainda salien-tar que as posiçons neoliberaissom defendidas por professo-res, advogados ou especialistasem várias áreas, o que lhes con-fere uma aura de respetabilida-de e independência. Em con-trapartida, os que se oponhema estes argumentos som de pre-ferência quadros políticos de

formaçons que defendem pon-tos de vista socialdemocratas(como o BNG), que deste mo-do ficam alinhados numha de-finiçom ideológica, sem a cate-goria de expertos que tenhemos "independentes".

Tema à parte é o papel dasmulheres nas tertúlias, relega-das para um segundo plano eem muitas delas com umhaparticipaçom quase residual.Além disso, é raro que interve-nham em tertúlias de temaeconómico e constumam parti-cipar em assuntos como politi-ca ou educaçom.

Tertulianos. Quem som?Dentre este grandes homensque difundem a sua opiniom,uns quantos nomes repetem-se em quase todas as tertúliasdo País. Roberto Blanco Val-

dés nom será um nome estra-nho para quem acompanhardebates deste género. É cate-drático de Direito Constitucio-nal e um assíduo nas tertúliasdo programa Foro Aberto daTVG, do espaço Faladoiro doprograma da Rádio GalegaGalicia por Diante ou da ter-túlia noturna da V Televisión.Intervém também noutras ter-túlias e é articulista em La Vozde Galicia e colaborador dou-tros jornais. Diz ser defensorde um suposto estado federale ataca continuamente os na-cionalismos e as suas reivin-dicaçons com frases como"quanto mais se dá de comerao nacionalismo, mais fametem". Com umha linguagemprepotente e superior, respon-sabiliza as autonomias por to-dos os problemas economicasque sofre Espanha.

Outro dos tertulianos que en-contramos em diferentes espa-ços é o político, agora virado po-litologo, Xosé Luís Barreiro. En-carnador dum "galeguismo cen-trista" e sucessor do caciquismofraguista, foi conselheiro daPresidência na primeira legisla-tura autonómica, mas foi dei-xando aos poucos a atividadepolítica, para se dedicar a opi-nar. Além disso, foi julgado econdenado a seis anos de inabi-litaçom por fraudes na conces-som das lotarias. As suas opi-

nions visam a justificar a neces-sidade dos cortes, já que "nomse pode fazer outra cousa". Dáapoio (um "apoio crítico", se-gundo diz) ao governo de Rajoye é partidário de umha liberali-zaçom social.

Outro dos assíduos tertulia-nos é José Luis Gómez, que foidiretor da La Voz de Galicia epromotor do Xornal. Costumaopinar, com patente discursoneoliberal, nos debates de eco-nomia, pois não debalde dirigeagora a revista financeira Capi-tal. Outros jornalistas com claroprotagonismo, em particular noprograma de Foro Aberto, somJavier Sánchez de Dios, diretorda Rádio Líder ou Pablo Acciónque é chefe dos informativos daCadena Cope na Galiza.

Citemos ainda dous opinado-res dos chamados "independen-tes", formados em profissions li-berais. Um deles é DomingoBello Janeiro, doutor em Direitoe diretor da Escola Galega deAdministraçom Pública, que sedeclara um profundo admira-dor de Manuel Fraga, como "umdos máximos responsáveis polamodernizaçom da Galiza". Nes-te campo também está o advo-gado Ricardo López Mosteiro,que, além de ser dono de váriasempresas dedicadas à caça, éum defensor da supresson doque considera "privilégios dostrabalhadores".

21mediaNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

os defensores do liberalismo económico apresentam-se em qualidade de especialistas independentesmedia

Para que servem as tertúlias? Ou decomo os tertulianos iluminam o caminho

o leque de Posturas dos oPinadores deixa à marGem Posiçons alternativas

notas de rodaPé

Na Galiza chamáron a votar porimposiçom de Madrid. Feijoo

tentou resistir-se mas foi ultrapassa-do polo gabinete de Rajoy.

Os motivos de Rajoy eram pode-rosos e urgentes: a Junta do PP

nom sobreviveria à liquidaçom dasCaixas e ao seu transvasamento sub-seqüente à banca privada. Aliás, oresgate da economia do Estado e osnovos cortes nom podiam esperar.

Ocandidato Feijoo defende-se: oPaís está na ruína, a mocidade

emigra, os manifestantes contra aCaixa medram, as filas dos desem-pregados som mais longas, as listasde espera do Sergas chegam ao seuteito histórico, empresas de informa-çom compradas durante quatro de-cénios com os fundos do FEDER re-clamam atrasos.

Quem poderia proclamar rei dumcastelo em ruínas o mesmo pre-

tendente acusado da demoliçom? Osassessores de Feijoo protestam: podeque o cenário futuro comprometa aJunta do PP. O atual nom é melhor.

Os enviados de Rajoy a Santia-go recordam que outras elei-

çons comprometidíssimas, as de1989, resultárom em maioria abso-luta para o PP por mor dos votosde Ourense. Um censo em míni-mos pola hecatombe demográfica,em que umha saca com papeletaschegadas da Venezuela (o governoamigo de Carlos Andrés Pérez) po-dia fazer o milagre.

OServiço Postal da Venezuelanom voltaria a ajudar o caci-

quismo em apertos. De feito, o con-trolo democrático do voto na Vene-zuela foi reconhecido como o maisrigoroso do mundo a partir da che-gada de Chávez.

Os meios quase nom dérom con-ta da discrepáncia entre Rajoy e

Feijoo. Polo contrário, o acordo ple-no entre o governo de Madrid e o deSantiago sobre a data precisa daseleiçons em que andamos, induz-sedoutra informaçom. Ao universo lei-tor nom lhe cabe dúvidas de qual po-de ser: ocupou as primeiras páginase a abertura dos noticiários de Rádioe TV durante vários dias.

Nom é umha saca de votos daAmérica mas a sua deflagraçom

é semelhante.

Eleiçonsforçadas

XOSÉ LUíS bARREIRO RIvAS RObERTO bLANCO vALDÉS

DOMINGO bELLO JANEIRO JAvIER SÁNCHEz DE DIOS, à direita

os poucos que defendemalternativas à crise

proponhem incentivarproduçom e consumo

tema à parte é o papeldas mulheres nas

tertúlias, relegadaspara um segundo plano

22 cultura Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

cultura “a fita foi gravada na galiza, inglaterra, italia, república checa, frança e Portugal”

Pedro solla é diretor de ‘morreu o demo... acabouse a Peseta’

Como surgiu a ideia de realizaro documentário e como foi a rodagem?Pedro Solla: Trata-se de um pro-jeto já velho de Marcelo Martínezque estava centrado no repertórioeuropeu de teatro popular de lu-va. Mais tarde, pensamos em queconfluíssem a história de BarrigaVerde e essa ideia original. Poroutro lado, a forma de trabalharna rodagem foi bastante canóni-ca, mas algo titeriteira e longa: fi-gemos viagens apuradas nos tem-pos livres, tentando compaginarcom as nossas ocupaçons princi-pais. Rodamos em cinco países di-ferentes (Inglaterra, Itália, Rep.Checa, França e Portugal), e, deforma paralela, na Galiza. O siste-ma de rodagem está em conso-náncia com a estrutura do docu-mentário: há umha coluna verte-bral, que é a história da recons-truçom da barraca de Barriga Ver-de, e a pesquisa na memória dafamília, dos descendentes dos ti-teriteiros originais; enquanto poroutro lado está o apoio dos dife-rentes cenários europeus, que nosajudam a ver a relaçom comumcom o teatro de polichinelos, doque Barriga Verde é umha mani-festaçom bastante recente.

Quando foi criado o títere Barri-ga Verde? Quando começáromos Silvent a percorrer o paíscom a sua barraca?A história do teatro popular de lu-va é a história dos monecreirosambulantes. Nasce no sul da Itá-lia, nom sabemos mui bem em quemomento -dá-se por sentado queas origens estám na Grécia e Ro-ma, mas há vestígios de um teatromui semelhante em culturas muiantigas-, e a sua história é a daspessoas que, para ganharem a vi-da, apresentam um espetáculo atroca de umhas moedas. Depoiscomeçam a percorrer Europa, eem cada lugar, os titeriteiros locaisassumem o Pulcinella e conferem-lhe caráter autóctone, dando ori-gem a um boneco novo. Isto foi oque aconteceu com Barriga Verde:a família Silvent era família de es-

petáculo, de circo e teatro ambu-lante. José Silvent nasceu na Es-tremadura, mas marchou da casamui novo, sempre segundo a ver-som de seu filho, para Portugal.Supomos que foi no Porto ondeentrou em contacto com mone-creiros tradicionais que faziam oespetáculo de Don Roberto, rela-cionado com toda esta panópliaeuropeia. Provavelmente impor-tou esta ideia, ou polo menos a es-sência da personagem. Na sua de-riva terminou em Salvaterra deMinho, onde conheceu a sua mu-lher e criou Barriga Verde. Pensa-mos que a ideia vem de Portugal,dos fantocheiros tradicionais, por-que as narrativas som mui seme-lhantes: mesmo há personagensimportados claramente dos rober-tos portugueses. Silvent apenasadaptou, mui bem, esta fórmulaao sentir galego. Nom está mui cla-ro o tempo que estivo com a barra-ca, mais possivelmente fosse des-de os anos 10 até finais da décadade 60. Silvent para no momentoem que deixa de ter saúde, e justoquando o espetáculo de feira setransforma: das barracas, varieda-des, circo e teatro de bonecos, aotipo de feira que hoje conhecemos.

Como é Barriga Verde? Que é oque fai no cenário?É um personagem humilde, ino-cente, que adota formas violentasde umha maneira primigénia.

Nom é violento por natureza: sim-plesmente bate contra os seus an-tagonistas quase por impulso, deum modo instintivo. Tampouco émalvado, mas reage perante as in-justiças. Som cenas, geralmente,de um a um: Barriga Verde contrao seu antagonista. Há umha su-cessom de eles aos quais se vaienfrentando e vencendo: primei-ro umha série de figuras de auto-ridade e, finalmente, o Demo, aquem termina ganhando, dandofim à história.

É Barriga Verde a derradeira mos-tra do teatro popular galego?Quando Barriga Verde desapare-ce, o teatro popular de luva am-bulante desaparece, até que o re-cuperam as primeiras compa-nhias profissionais de bonecos,em finais dos 70, muitas das queainda estám hoje em andamento:Kukas, Viravolta, Tanxarina, Ca-chirulo... Nalguns casos fam tea-tro popular, de tradiçom oral, masfam mais repertório próprio ouculto. O conceito de barraca, de irpolas aldeias a representar em

troca de dinheiro, é um modeloque já nom existe. Agora que acompanhia Viravolta reconstrói abarraca original, estám a tratar depô-la a andar.

Noutros países que visitastes,olhastes como o teatro de moni-creques de luva é mais valoriza-do do que na Galiza...É certo que o teatro de bonecossempre foi considerado um espe-táculo de segunda, tanto pola ins-táncias institucionais como polacultura. Espetáculos como o deBarriga Verde nem sequer fôromperseguidos no Franquismo, por-que nom se considerava subversi-vo, quando realmente sim o era.O facto de que pudesse subsistirsem maiores impedimentos nesteperíodo, em galego, nom concor-dando com os parámetros ofi-ciais, é umha prova de que sem-pre foi olhado por riba do ombro.Nalguns dos países que visitamos,estava mais raiz, no acervo cultu-ral do povo, mas a evoluçom é muidiferente: em muitos lugares in-fantilizou-se o espetáculo, que deentrada era para adultos, e foievoluindo para umha versommais edulcorada. Tampouco hou-vo um trabalho das instáncias pú-blicas para que transcendesse abarreira do prejuízo do teatro in-fantil. Após o Franquismo, nomse fijo nada por criar públicos pa-ra este tipo de teatro, porque im-

perou a cultura subvencionada e,em certa maneira, ficou impostoo modelo de teatro polo que nomse paga entrada, o que nom con-tribui a que exista um público dis-posto a pagar entrada por ver bo-necos. Chegamos ao ponto emque nom há dinheiro para manteresse modelo subvencionado, etampouco há umha base para queesse teatro continue amparadonum modelo de bilheteira.

O teatro de Barriga Verde vaimais além de umha manifesta-çom nacional ou mesmo conti-nental, nom é?No documentário temos umha in-tençom clara de pô-lo em relaçomcom toda umha raiz comum, queultrapassa o nacional, e mesmo oeuropeu. É umha questom univer-sal: o componente nacional tem aver com as narrativas. Bruno Leo-ne, titeriteiro de pulchinella, queé entrevistado na fita, pensa quese trata de um teatro político, masnom ideológico. Depende muitode que titeriteiro represente e, evi-dentemente, a questom de classesempre está aí, mas trata-se demespectáculo ritual. As origens des-te tipo de teatro estám em cultu-ras antiquíssimas, e era emprega-do para afastar os maus espíritos,para sobrepor-se às misérias davassalagem... A sua raiz está nasorigens da humanidade, é umhanecessidade do ser humano: sub-verter o poder que os submete. Is-to entronca com a tradiçom dosentrudos e outro tipo de celebra-çons e rituais dos povos. Interes-sava-nos muito fazer umha histó-que fosse além das nacionalida-des para falar da própria condi-çom humana. Isso o que fai o tea-tro de polichinelos desde as suasorigens máis remotas.

A.R.G. / Ao começo tinham umha cortina, mas passando o tempo fôrommelhorando o sistema: de carromato tirado por cavalos, a transporte demotor; de aí ao pendelho, e de este a umha barraca de madeira volumi-nosa que a companhia Viravolta Títeres reconstrói neste documentáriosobre o monicreque Barriga Verde. Mas nom é apenas a história da famí-

lia de titeriteiros que o criou e o levou às grandes feiras do País; é tam-bém a história dos titeriteiros para além das fronteiras, e do teatro tradi-cional de bonecos de luva, que vai além de um personagem com o seugarrote: é umha questom humana, de lutar contra o que tememos e che-gar à catarse de vencer.

“o teatro de bonecossempre foi considerado

um espetáculo de segunda divisom”

“interessava-nos fazerumha história semfronteiras, ligada à

condiçom humana”

“as origens de Barriga Verde estám num teatro ritual para terminar com todo o mau”

23Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012 cultura

ameaçam com retirar os quadros demaside do museu Provincial de VigoREDAÇOM / A família do pintorCarlos Maside assinalou quetem a intençom de retirar os 21quadros do autor, que fôrom ce-didos, há quarenta anos, ao Mu-seu Provincial, em Vigo. Os her-deiros do pintor acusam o Con-celho de Vigo de “desatendi-mento” do legado de um dosgrandes representantes da gera-çom dos renovadores, da qualtambém fam parte figuras comoCastelao ou Rafael Dieste.

Segundo assinalam no Praza

Pública, a intençom dos herdei-ros do pintor é que a sua obrae, nomeadamente, os 21 qua-dros que “formam umha cole-çom representativa da sua tra-jetória, podam ser conhecidos edesfrutados pola sociedade ga-lega, por um público amplo,sem restriçons elitistas”, comoestava na mente de Maside,afirmam. Assim mesmo, recal-cam que estes quadros estám aser obviados permanentemen-te, ao nom aparecerem nos

eventos expositivos do País. Po-rém, apreciam que se tivessecontado com eles para abrirema exposiçom de umha parte dacoleçom da nova pinacotecaFrancisco Fernández del Riego.

A obra de Maside esta intima-mente relacionada com o per-curso vital do artista, e conjugao cubismo, o realismo mágico eo expressionismo, polo que foimui apreciada e tomada comoreferência polas vanguardas pic-tóricas galegas.

o crowdfunding chega à Bd

depois de mais de dez anos: cultura dá 150 mil euros ao museu do entrudo

REDAÇOM / Trata-se de um re-curso que está a ser empregadopor cineastas e músicos, maisagora também deu o salto à ban-da desenhada. O crowdfundingé um sistema de financiamentopor micromecenado, através daRede. Os artistas sobem um re-sumo do seu trabalho, um disco,um livro, um filme..., e esperamque os seus fans, ou qualquerumha pessoa interessada, finan-cie parte da sua ediçom. Houvocampanhas de crowdfunding

com sucesso, de que já temos fa-lado neste jornal, como a do co-letivo Galiza Contrainfo ou a dogrupo Os Cempés.

Agora, os autores de BD tam-bém aproveitam o momento, en-tre eles, Mariano Casas e CarlosTrigo. O primeiro, está a reunirfundos para publicar a sua obraEl club del miedo, umha novelagráfica de 220 páginas em for-mato A5, apaisado a cor, em quese contam as aventuras de umneno com umha poderosa ima-

ginaçom de foge do seu lar. Oautor pede 4.500 euros para des-envolver o projeto, e o prazo pa-ra contribuir continua aberto.

De maneira parelha, CarlosTrigo está a desenhar para a BDCrimson Society, um projetoque narra a história de um lobis-home numha sociedade em queconvivem humanos e seres so-brenaturais, com guiom de Mi-chael Hunau. Pode encontrar-sena plataforma Kickstarter, e pre-cisa reunir uns 2.500 euros.

REDAÇOM / No mesmo exem-plar do DOG, saía publicado oinvestimento de 150 mil eurospara arranjar o edifício que acol-herá o Museu do Entrudo de

Ginzo. O projeto nasceu há uns15 anos, mas nunca foi desen-volvido. Este ano o Concelhoanunciava o começo das obras,graças a umha subvençom da

Deputaçom de Ourense, e estáprevisto que os trabalhos conti-nuem em 2013, ficando aindapendente a instalaçom do mate-rial que vai ser exposto.

cultura subvenciona com mais de20 mil euros a missa de rosaliaREDAÇOM / Com o seu titular jáem funçons, a Conselharia deCultura outorgou -DOG do pas-sado 5 de outubro-, a quantida-de de 21.240 euros à AsociaciónGalicia Milenio, Foro de Pensa-miento y Opinión, mediante umconvénio em que o departamen-to que dirige Jesús Vázquez sóassinala que este dinheiro irádestinado a comemorar os 80anos da missa de Rosalia.

Segundo assinalam na ediçomdigital do Sermos Galiza, a Aso-ciación Galicia Milenio, Foro dePensamiento y Opinión foi criadaem 2007 por pessoas relaciona-

das com o PP: à frente estava oprofessor de Filosofia, MarcelinoAgís Villaverde, junto com a vice-presidenta Mª Teresa Cancelo, di-retora do Centro Europeu de Em-presas e Inovaçom da Conselha-ria de Economia e Indústria, ecandidata agora na lista do PP po-la Corunha, no seu posto número20. Como secretário figurava naaltura José Antonio Constela, ex-dirigente de Nuevas Generacio-nes, numerário do Opus Dei e di-retivo do colégio maior La Estila;e o Presidente de Honra era o ex-presidente da Junta, Gerardo Fer-nández Albor.

galician Bizarre ii encontra os seus mecenasREDAÇOM / Também polo méto-do do crowdfunding, as bandasque formam o coletivo GalicianBizarre, conseguírom mais din-heiro do que os 2.500 euros quepediam na plataforma Verkamipara lançar o segundo volume re-compilatório. Galician Bizarre II

será um disco com de 18 cançonsinéditas compostas e interpreta-das por 18 bandas galegas quevai sair este outuno, após o suces-so do primeiro volume, que, na-quela altura, o ano 2010, fora fi-nanciado integramente polasbandas participantes. O novo dis-

co recolhe temas de Alarido Mon-gólico (A Corunha e Ferrol); Ca-rrero Bianco (Ferrol); Christ Di-vides (Vigo); Fantasmage (Vigo);Fluzo (Compostela); Lobishome(Montalvo); Los Televisores (Poioe Chantada); Los Thyssen (Ogro-be); Mano De Obra (A Corunha);Mullet (Lugo); Pastillas Mamut(Lugo); QVEK (Louro e Londres);Sr. Anido (Milhadoiro); Terbuta-lina (Ventín, Esteiro e Moinho doVento); Tetra & Freek (Compos-tela); Tora Tora Tora! (Ponte Ve-dra); Trajano! (Dodro e Madrid);e Wild Balbina (Vigo).

Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 201224 desPortos

d desP

orto

sPiraGüismo: Galiza, Potência mundial

No campeonato de Espanha nove tria-tletas ficárom entre os 16 primeiros,demonstrando a boa saúde deste des-porto na Galiza. Apesar da ausênciapor lesom de Gómez Noia, Ivan Rañafoi subcampeom. Uxio Abuin e AidaValiño fôrom terceiros.

Galiza continua a mandar em triatlo

Galegos logram em Roma o melhor resul-tado da história. Quatro ouros (K-1, K-2,C-1 e C-2), umha prata (K-2) e um bronze(C-2), polo tudense Iván Alonso, os ponte-vedreses Óscar Graña e Álvaro Fernán-dez Fiuza, o arousám Ramón Ferro, e osogrovenses Tono Campos e J.M. Sánchez.

Rias Baixas conquista a quinta bandeira da Kontxa

Bilhardas contra o terrorismo ambiental das minas de quarzo no Seixo

ISMAEL R. SABORIDO / Outubroé o mês dos dixomedíxomes, daschamadas e das fichagens para opróximo ano, mas também tocafazer balanço da temporada quetermina: a trainha das Rias Bai-xas ganha a sua quinta Bandeirada Kontxa de modo consecutivo,a SD Tiram à altura dos melho-res na máxima categoria do re-mo a banco fixo, o CR Chapelada a surpresa na baía donostia-rra e entra, junto com Tirán, nafinal da Kontxa, e a Liga Galegade Trainhas consolida-se comumha participaçom de 17 embar-cações divididas em 2 ligas. O re-mo galego apanha ar depois deuma boa temporada.

A trainha feminina daS.D.R.Rias Baixas, venceu polaquinta ediçom consecutiva naBandeira da Kontxa, a mais cobi-çada do mundo arraunlari. Des-de que, em 2008, finalmente, sepermitisse competir às mulheresnesta regata, a trainha galegatrouxo para a Galiza todas asbandeiras em jogo.

A trainha galega, tal como naúltima temporada, nom conse-guiu vencer na competiçom re-gular, a Liga Euskotren, ficandoa apenas um ponto das vencedo-ras, as remeiras de Zumaia. De aías esperanças de seus rivais, quedesejavam romper a hegemoniadas galegas. Mas as remeirastreinadas por Beni Silva nomqueriam surpresas e para apagarqualquer dúvida que houvessesobre o seu nível, figérom umharegata perfeita a primeira jorna-da e deixárom praticamente sen-tenciada a bandeira. A vantagemde mais de nove segundos sobreo seu imediato perseguidor foisuficiente para desmotivar (des-encorajar) a remeiras bascas depara a segunda jornada.

O segundo dia, com a bandeirafeminina decidida, a emoçomcentrava-se na categoria mascu-lina, onde Kaiku e Urdaibai seviam as caras. Mas para nós, oatrativo estava sobre as duas tri-pulaçons galegas, Tiran, que fi-nalmente conseguiria subir aoterceiro degrau do pódio, e Cha-pela, a surpresa do dia classifica-tória, onde os redondeláns supe-rárom sete embarcaçons da ligaACT e contra todo prognósticoentrárom na final pola primeiravez na sua história. Finalmenteterminárom na sétima posição.

Liga ACTO representante galego na ACT,Tirán, melhorou o resultado da úl-tima temporada, alcançando aquarta posiçom. Foi umha tempo-rada perfeita para a tripulaçommoanhesa, luitando de tu a tu naquenda de honra contra as melho-res e conseguindo umha novabandeira. Sem esquecer o ouroconseguido em bateis e a prata e obronze em trainerilhas.

Liga GalegaO 2012 foi o ano da consolida-çom da Liga Galega que apre-sentava novidades em relaçomàs anteriores ediçons. Duas ca-tegorias, liga A e liga B, onde serepartiriam as dezassete embar-caçons da Galiza.

Na liga A venceu a trainha deAmegrove, igualada em pontoscom a de Chapela, que liderou a li-ga desde a primeira jornada, masque nas últimas jornadas nomaguentou o ritmo dos ogrovenses.Samertolameu completou o pódio.Na Liga B, o vencedor foi a outraembarcaçom de Ogrove, Mecos,que de este modo ascende à LigaA, com apenas um ponto de van-tagem sobre Perilho.

XERMÁN VILUBA / Um ano mais,a LNB vai passar a jornada de re-flexom da grande farsa eleitoraldo 21-O com o palám e o punholevantado defendendo mais um-ha vez a nossa terra das sucessi-vas e contínuas agressons exter-nas. Será esta vez na Ponte de Ou-teiro, no mesmo coraçom da Te-rra Chá Luguesa onde a serpente

multicor desembarque para a re-alizaçom de um explosivo Abertoe a sua posterior foliada bilhar-deira, encaminhada a apoiar a pa-ralisaçom imediata do assenta-mento na zona das minas de ex-traçom de cuarzo. Trata-se de umatentado mais contra o meio quese vem unir à selvageria que su-pom o tento também da instala-

çom das minas de ouro a céuaberto no Eu-Navia . E enquantoos palanadores e palanadoras daLNB dam a cara pola terra, os su-postos políticos galegos passamtranquilamente a noite de refle-xom preparados para ao dia se-guinte ocupar os seus confortá-veis escanos no parlementinho doque rir e dormir durante quatro

anos como porcos. É por isto quea LNB nom cessa no seu incansá-vel zoar de Abertos, onde a quen-da regular das seis conferênciasLNB se mistura, como um cóctelmolotov, com os Abertos nompontuáveis, mergulhados em fes-tivais tam referenciais no outonogalego como o GreloFolk de Mon-fero, ou o Castanhazo Rock de

Chantada. Nom penses nem re-flexiones mais: onde vejas umhabilharda no ar, achega-te e une-teà grande serpente multicor daLNB, que agora também vai des-afiar a lotaria espanhola de Natalcom umha grande Rifa Nacionalde um espetacular "Cochinilho-Celta". Bilharda Sempre: Adiantecom o Varal!

liGa GaleGa de trainhas a 2012Pos. Clube Pts.

1 AMEGROVE C.R. 87

2 C.R. CHAPELA 87

3 S.D. SAMERTOLAMEU 76

4 C.R. CABO DA CRUZ 53

5 C.R. VILAXOÁN 50

6 C.M. MUGARDOS 35

7 C.R. A CABANA 26

8 C.R. ARES 18

liGa act feminina 2012

Pos. Clube Pts.

1 ZUMAIA A.E. 27

2 S.D.R. RÍAS BAIXAS 26

3 GETARIA-TOLOSA 25

4 SAN JUAN A.E. 12

liGa GaleGa de trainhas b 2012Pos. Clube Pts.

1 C.R. MECOS 87

2 C.R. PERILLO 86

3 C.R. PUEBLA 70

4 C.R. ROBALEIRA 65

5 S.D.R. MORRAZO 57

6 A.D. ESTEIRANA 51

7 C.R. RIANXO 41

8 C.R. CORUXO 24

9 C.R. CESANTES 12

liGa act masculina 2012

Pos. Clube Pts.

1 KAIKU A.E. 188

2 HONDARRIBIA A.E 176

3 URDAIBAI A.E 157

4 S.D. TIRÁN 152

5 SAN PEDRO A.E. 138

6 P.D. KOXTAPE A.E. 125

7 S.D.R. CASTRO URDIALES 84

8 S.D.R. ASTILLERO 81

9 PORTUGALETE A.E. 64

10 S.D.R. PEDREÑA 62

11 ZUMAIA A.E 48

12 ZIERBENA A.E. 30

25desPortosNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

“Gostaria de poder jogar na seleçom porque é um orgulho para qualquer galego”

a uefa admite a Gibraltar

Apesar da oposiçom espanhola, a resoluçom do Tribunal deArbitragem Desportivo (TAS) supom um aval na luita poloreconhecimento das federaçons desportivas, ao considerá-las como entidades jurídicas de direito privado e, portanto, aser membros das organizaçons internacionais. Abre-se um-ha fenda legal para que as naçons sem Estado consigam odireito a competir internacionalmente.

Galiza desPide-se com 6 metais nos ParalímPicos

Os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 finalizárom comumha boa actuaçom galega em diferentes modalidadesdesportivas. O nadador Chano Rodríguez conseguiu trêsmedalhas mais e já tem 16 no seu palmarês. O ciclista vi-guês José Enrique Porto fijo-se com um bronze e umhaprata. Xoan Saavedra foi o terceiro galego em lograr ummetal, obtendo um segundo posto.

Como começa a tua historia com o futebol?Eu comecei como qualquer rapaze, pouco a pouco, vas medrando,tés as ideias mais claras e decides-te por isto. A partir de cadetes foiquando apostei forte por ser umjogador profissional. Com seisanos comecei a jogar. Eu nom gos-tava de ser porteiro, preferia jogararriba. O que se passa é que tinhaum problema: nom gostava nadade perder e quando perdia, e so-bretodo nessas idades que nomtés tanta cabeça, dava muitas pa-tadas e pelejava, e o meu tio, dixoque eu tinha que ser porteiro, queele também tinha jogado nessaposiçom, e assim foi.

Nota-se a crise económica tam-bém no mundo do futebol? Vi-vem-se mudanças nesse sentidodeterminadas por motivos eco-nómicos no vosso sector?A crise nota-se, claro, e o positi-vo é que a gente da canteira te-mos mais facilidade para sairhoje, porque agora os clubes jánom tenhem dinheiro para fi-char tanta gente.

Como foi para ti viver o ascenso do Celta?Foi todo mui intenso, e foi o meumelhor momento, o mais feliz co-mo jogador. Todo o que aconteceuno estádio e depois do bus, e polacidade ao dia seguinte foi mui bo-nito. Tanto eu como o resto decompanheiros guardaremos parasempre um grandíssimo recordodesses dias.

Nessa festa do ascenso tiveste um recordo mui especial para a tua família.Nesse momento tam feliz quefoi para mim o ascenso quigemlembrar-me das minhas avós:umha quando eu era um rapaze tinha seis anos faleceu, e aminha outra avó dous dias de-pois de ascender também mo-rreu. Cada dia que me pregun-

tavam polo ascenso, que aquem lho dedicava, eu semprefalava das minhas avós, porqueela dixo que queria ver o seuneto jogar em Primeira e ao fi-nal, por circunstáncias, nom oconseguiu. Eu penso que elasestám aí arriba e eu vou-me es-forçar ao máximo para que umdia poidam ver-me em Primeirae que desfrutem comigo.

Como está a ser a experiênciadeste ano no CD Lugo?Mui boa, nom pensei que me fosseadaptar tam rápido à cidade, e to-do está indo mui bem. Tambémme acoplei mui rápido com oscompanheiros. Na Segunda Divis-som a gente joga cada vez melhorao futebol, e este ano há equipasque resulta estranho encontrá-lasem segunda pola sua qualidade. OCD Lugo está a adaptar-se muibem à categoria. Demos a talhaem campos mui duros como no doSporting, por exemplo, e estamosa fazer bom futebol e sacandobons resultados.

Como valorizas toda a polémi-ca com os horários dos jogos e

as televisons com a LFP? É pos-sível para umha equipa peque-na, com menor orçamento queBarça e Madrid, destacar na Li-ga tal e como está conformadana atualidade?Neste tema os jogadores temospouco a dizer porque todo depen-de dos clubes e da LFP. É compli-cado que umha equipa se poidaparecer a um Barça ou Madrid,mas podemos destacar à nossamaneira, deixar a nossa pegada esurpreender a mais de um, paraalém do dinheiro.

Crês que os clubes deveriam fomentar a canteira, qual é a tua opiniom?Os clubes tenhem que fomentá-laporque a gente da casa vivemos deoutra maneira o futebol à hora dedefender as cores. O fundamentalé pôr vontade, interesse e ganas detreinar, de chegar aí e dá-lo todo.

Como valorizas o momento atualdo futebol galego?É mui bom, com equipas em pri-meira, em segunda e segunda B.Isto vem-lhe mui bem à Galiza, eeu aguardo que continuemos nestecaminho. Neste caso trabalhareipara que o CD Lugo mantenha acategoria, e aguardo que o Celta amantenha, e o Coruxo e o Ourensetambém. É positivo porque somosmuitos os jogadores galegos queestamos demonstrando o nosso al-to nível em todas as competiçons.

Entom seria um bom momentopara a Junta da Galiza relançaras convocatórias dos jogos ofi-ciais da seleçom galega? Partici-paste de algumha das convocató-rias anteriores?Eu nunca estivem, só quando eramais novo em cadetes e juvenis,mas na primeira plantilha nom es-tivem. A verdade é que gostaria depoder jogar algum dia na seleçomgalega porque sempre é um orgul-ho para qualquer galego. Quandose jogou em Balaídos, como emSan Lázaro ou Riazor, foi um es-petáculo. Eu estivem no jogo deBalaídos e cheguei ali, vim o cam-

po cheio, escuitei o hino, num am-biente excepcional, foi emocio-nante. Som cousas que nom se vi-vem todos os dias, e que haveriaque repetir.

Como levas ser umha figura pública e mesmo contar com um clube de fans?Agradeço muito o carinho da gen-te, sentir que há quem aprecia oteu trabalho, e mesmo os sorrisospola rua de gente que nom conhe-ces, mas eles reconhecem-me eapoiam-me.

Que mensagem lhe trasladas aaqueles rapazes e raparigas quese queiram dedicar a este des-porto de um jeito profissional?A mesma que lhe traslado ao meuirmao mais novo, que também jo-ga ao futebol, e que tanto serve pa-ra o futebol como para a vida emgeral: é que há momentos em queas cousas se torcem ou se endirei-tam, mas temos que obrigar-nos anós mesmos a nom nos rendernunca, estar sempre dispostos adar a batalha polo nosso sonho.

Que metas profissionais te marcas?O futebol é um trabalho mui cam-biante. Eu tivem a sorte agora desair de umha equipa galega e po-der ir para outra, mas som cons-ciente de que podo nom ter estasorte sempre. A minha primeirameta é fazer as cousas o melhorpossível, deixar ao Lugo em se-gunda, e o que venha o ano quevem que seja bem-vindo. Se faze-mos todas as cousas bem agora, apróxima temporada será melhor.Eu pertenço ao Celta e nom voumentir: aguardo poder ficar noCelta, demonstrar que eu sim quequero ficar aqui.

Yoel rodríGuez, Porteiro do cd luGo

ZÉLIA GARCIA / O atual porteiro do CD Lugo, foi um dos jogadores galegos queconseguiu que o Celta de Vigo ascendera a Primeira Divissom em junho do2012. Na festa do ascenso, este moço de 24 anos, viguês do bairro de Coia, saíaa celebrar com a estreleira às costas, ainda que ele lhe resta importáncia, e as-

sume o feito com normalidade: “Túñez também levava a de Venezuela”. Falamoscom ele, junto aos seus cavalos, umha das suas grandes paixons, dos seus co-meços no mundo deste desporto, do bom momento do futebol galego, e da im-portáncia da canteira, “porque sentimos as cores de outra maneira”.

“Pertenço ao celta, e nom vou mentir:

aguardo poder ficar”

“o positivo da crise éque a gente da canteira

temo-lo máis fácil”

26 temPos livres Novas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

temPos livres

SINO SECO / A dia de hoje a cas-tanha ainda apresenta polémica,estando tam fartos de vê-los nompodemos dizer que se os castinhei-ros sejam autóctones com toda se-gurança. Contodo, parece que oseu pólen leva bastante tempo co-nosco, mas deverom ser os roma-nos ou outras gentes do meditarrá-neo, ali onde tem a sua origem aplanta, os que ensinárom por estasterras como se cultivava, num prin-cípio o interesse talvez fosse maispola sua madeira que polo seu fru-to, que demorou em ser popular.

A evoluçom do seu uso na nos-sa cozinha é bastante interessan-te. Há dous mil anos que se come-ça a cultivar e nuns poucos sécu-los passa a ser um alimento bási-co, já que se adapta perfeitamenteao nosso solo e oferece um impor-tante aporte energético, sendo es-pecialmente importante para as

terras mais altas em que o cultivodo cereal se fazia mais dificultoso.Depois, com a chegada de novassementes da América, é substituí-da em pouco tempo pola pataca,que ocupa o seu lugar na dieta etambém o seu nome, ao princípioera conhecida como castanha ma-rinha e hoje há onde a chamambaloca, castanha, à pataca. Por úl-timo, com certeza foi umha pragaa que a relegou a um papel total-mente marginal nos cultivos agrí-colas, a tinta, um fungo que cau-sou estragos a finais do séculoXIX. A dia de hoje, quase desapa-recida da dieta básica, passou aser um prato estacional ou umacompanhamento moderno, maisque nada polo prestigio de que go-za na Europa, para onde vai amaior parte da produçom galega,que agora também está drastica-mente afetada por outra praga, o

cancro do castanheiro.Ainda que tem grandes proprie-

dades alimentícias, nom é muitofácil de digerir, sobretodo crua, e éfamosa a sua capacidade para pro-duzir gases. Desde logo a prepara-çom mais rendível é assada, de ter-mos em conta o simples da elabo-raçom e o grato do sabor, só temos

que assegurar-nos de fazer-lhe umcorte para que nom estoupe antesde pô-la numha fonte de calor, àscastanhas assadas ou peladas cha-mam-lhe bulhós ou bulhotes. Ou-tra forma muito simples de aman-há-la é cozê-la, com sal e algumhaerva se se quiger, as mais empre-gadas para o caso som o fiúncho, oloureiro e a néveda, conhecida nal-guns lugares como erva das cas-

tanhas. Porém, o prato tradicionalmais conservado é o caldo de cas-tanhas, calduda ou caldelo, umhaespécie de potagem onde os ele-mentos pricipais som a carne deporco, o rustrido e ela mesma, co-zidos por ordem de dureza. Pode-se fazer tanto com baloca frescacomo com maiola, castanha secaque deveria conservar-se até o mêsde maio. Outra forma tambémmuito tradicional de consumi-la écom leite, só há que cozer as cas-tanhas ao nosso gosto e, umha vezpeladas, juntá-las ao leite, este po-de estar frio ou quente, ou levaraçúcar dependendo dos gostos.

Noutras latitudes onde se con-some mais, também é mais con-hecida a sua farinha, que dá umtoque muito especial em reposta-ria para elaborar bolos como ocastagnaccio toscano: água, farin-ha de castanha, pinhons, uvaspassas, azeite e sal; muito simplese pouco doce. Também é conheci-do o bom casar que tem com acarne de porco, de frango ou pato,este já tirando mais para Oriente.

Ultimamente este fruto outonalvai associado a outro produto daépoca, os cogumelos, trazidos àmoda pola chamada alta cozinha,mas que no passado possivelmen-te fossem alimentos muito popu-lares. Som abundantes e variadosos molhos e acompanhamentoscom esta combinaçom e tambémé verdade que poucas maneirasmelhores há de passar um dia deoutono que apanhando cogume-los e choupins. Um saúdo para osque trocárom as castanhas polorancho. Já se sabe: ela come ascastanhas, a eles dá-lhes os picos.

A.L.R. / Quando Ricardo CarvalhoCalero morreu, em março de1990, houvo quem anunciou queem 10 anos o seu nome estaria to-talmente esquecido. É claro quemais do que um presságio, aquiloera a formulaçom de um desejo,mas em qualquer caso verificou-se incumprido.

Além de ser um dos nossosmais destacados poetas do séculoXX e autor de umha obra desta-cável nos campos da narrativa, oteatro e o ensaio, Carvalho conti-nua a ser, mais de vinte anos apósa sua morte, o principal referenteindividual do reintegracionismocontemporáneo.

Desde a Através Editora, mar-ca da Associaçom Galega da Lín-gua (AGAL), quigemos contribuirà necessária divulgaçom do seupensamento lingüístico e da sua

obra de ensaio com a recente pu-blicaçom da coletánea Carvalho

Calero Atual, na qual onze cola-boradores selecionam e introdu-zem textos do autor ferrolano.

Cuido ser o resultado perfeita-mente representativo da obra car-valhana, já que o volume incluialguns dos contributos incontor-náveis do autor, textos que todapessoa interessada na situaçomda língua nacional deveria conhe-cer, e mesmo freqüentar, como Ogalego, obxección de conciéncia,

que denuncia o caráter subordi-nado à supremacia do castelhanoda "cooficialidade" do galego noatual quadro constitucional es-panhol, contextualizado na suaintroduçom por Pilar Garcia Ne-gro, Diálogo entre A e B, umha re-flexom sobre motivações e legiti-midades no uso do galego, alar-

gada por Bernardo Penabade noseu ensaio introdutório, A língua

de Ausias March e O voo do fla-

mengo, textos clássicos do rein-tegracionismo, na sua apresen-taçom dos casos valenciano eflamengo, paralelos na sua rela-çom co catalám e o neerlandês

ao do galego com o português,apresentados por Valentim Fa-gim, ou O problema ortográfico,

que José Luís Rodrigues consi-dera, na sua introduçom, “omais abrangente, a propósitodesta problemática, entre os for-mulados por D. Ricardo”.

Carvalho Calero nom foi es-quecido, nem o será enquanto anaçom galega existir, mas o seupensamento lingüístico nom tema difusom e conhecimento públi-co que merece num contextotam crítico para a língua do paíscomo o atual, com a direita es-panholista desenvolvendo comdeterminaçom, na sociedade edesde o governo, umha estraté-gia galegofóbica de extermíniolingüístico e Cultural de assimi-laçom castelhana.

Cumpre, portanto, que esses

textos e outros incluídos no volu-me, como Umha história clínica

ou O idioma galego e os proble-

mas da linguagem técnica, comas introduções de Xosé RamónFreixeiro Mato e Carlos Garrido,respectivamente, ganhem difu-som e conhecimento, e sejammais lidos entre nós.

Eduardo Maragoto, na sua pes-soal introduçom a outro textofundamental, Situaçom presente

e orientaçom futura dos proble-

mas gerais da nossa língua, sa-lienta ainda outro dos valores daobra de Carvalho, aplicável aosseus textos selecionados nesta co-letánea: “o seu galego delicioso,culto, que encara sem complexosdo idioma estatal, formalizado hátantos séculos, mas distante dorequinte lusitano de que tantogostamos nos tempos modernos”.

entrelinhas carvalho calero atual

Gastronomia o fruto adaPta-se Perfeitamente ao nosso solo e oferece um imPortante aPorte enerGético

a castanha

27temPos livresNovas da GaliZa 15 de outubro a 15 de novembro de 2012

que fazer

16.10.2012 / MERCADO ‘EN-TRE LUSCO E FUSCO’ /19:00 no Parque de Belvis.COMPOSTELATodas as terças-feiras.

16.10.2012 / ATELIER DECALCETA / 20:45 no C.S. ACova dos Ratos (Rua Romil,3). VIGOTodas as terças-feiras de outu-bro. Especializado em tricô ve-gano, com fios que nom sejamde origem animal.

17.10.2012 / JANTADOR EMFAVOR DAS PESSOAS PRE-SAS / 15:00 no C.S.O.A. Pala-vea (Rua Rio Quintas, 31).CORUNHATodas as quartas-feiras.

17.10.2012 / PROJEÇOM DE OEMPREGO / 21:30 no C.S. OPichel (Rua Santa Clara, 21).COMPOSTELAOrganiza o Cineclube de Com-postela. VOSG.

18.10.2012 / PROJEÇOM DEO DELFIM / 18:00 no C. Cul-tural Instituto Camões (PraçaTenente Almeida). VIGONo I Ciclo de Cinema Portu-guês, que homenageia o cine-asta Fernando Lopes.

19.10.2012 / PROJEÇOM DEA ALDEIA: O ANTIGO E ONOVO / 20:00 no Museu Et-nológico (Rua Santiago, 10).RIBA D’ÁVIA

19.10.2012 / II POESIA COM-PARTIDA E APRESENTAÇOMDE LETRAS DE AMOR EGUERRA / 20:30 no C.S. Fus-calho (Rua Colom, 2). GUARDACom a presença de Ramiro Vi-dal Alvarinho, autor do livro, econvocatória aberta de recital.

19.10.2012 / GRUPO DE ES-TUDOS / 21:30 no C.S. MádiaLeva (Rua Serra dos Anca-res, 18). LUGOSobre experiências militantesde Lugo. Falarám sobre ‘Anti-militarismo e Corneta Obxecta’com Xosé Manuel Seixas.

19.10.2012 / CEIA ‘UM ANODE SEMENTE’ / 21:30 no C.S.O Pichel (Rua Santa Clara,21). COMPOSTELAApresentaçom do vídeo A se-mente que está a agromar eatuaçom de Leo e García.

19 e 20.10.2012 / V JORNA-DAS DE LITERATURA DETRADIÇOM ORAL / 17:00 noSalom de Atos da Deputa-çom (Rua Sam Marcos, 8).LUGOSobre o lema ‘Os mouros e asmouras: mágicos enigmáticosda mitologia popular’.

20.10.2012 / JORNADA SO-BRE ‘PARTICIPAÇOM SO-CIAL E CONSERVAÇOM DOSMORCEGOS NOS ECOSIS-

TEMAS FLIVIAIS’ / 16:30 naAula do Rexo (Requeixo deValverde). ALHARIZInclui palestras e observaçomdireta de morcegos. Mais in-formaçom e inscriçom emwww.proxectorios.org.

20.10.2012 / IV CONCURSODE MÚSICA TRADICIONAL‘TERRA DE TRASANCOS’ /18:00 na sede do coro Toxose Froles (Rua Magdalena,220). FERROLCom intervençons de Milladoi-ro, Obradoiro Seivane e Mini eMero.

20.10.2012 / CEIA, BINGOMUSICAL E FESTA EMAPOIO ÁS PESSOAS PRE-SAS EM LUITA / 21:00 no

C.S. A Cova dos Ratos (RuaRomil, 3). VIGO

20.10.2012 / CONCERTO DEORANGE MACADAM EDHARMAK / 22:00 noC.S.O.A. Palavea (Rua RioQuintas, 31). CORUNHAAntes do concerto haverá um-ha palestra sobre ‘A reformado código penal’.

20.10.2012 / GRELO FOLC2012 / À noite no Mosteiro(Sam Fiz). MONFEROAtuam Quempallou, Ce Or-questra Pantasma, Os Carun-chos e Residuos Atractivas.

22.10.2012 / CLUBE DE LEITURA E DEBATE / 18:00no Centro Cultural Instituto

Camões (Praça Tenente Al-meida). VIGOLeitura e discussom de O Del-fim, de José Cardoso Pires, eUma Abelha na Chuva, de Car-los de Oliveira.

23 a 28.10.2012 / VII FESTI-VAL GALEGO DE CABARÉ /Diferentes horários e espa-ços. CORUNHAHá mais informaçom e o pro-grama completo emhttp://www.cabare3.org.

24.10.2012 / PROJEÇOM DEO HOME DO TRAXE BRAN-CO / 21:30 no C.S. O Pichel(Rua Santa Clara, 21). COMPOSTELAOrganiza o Cineclube de Com-postela. VOSG.

25.10.2012 / PROJEÇOM DE98 OCTANAS / 18:00 no Cen-tro Cultural Instituto Camões(Praça Tenente Almeida). VIGONo I Ciclo de Cinema Portu-guês, que homenageia o cine-asta Fernando Lopes.

26.10.2012 / APRESENTA-ÇOM DE LETRAS DE AMORE GUERRA / 20:30 na livrariaTrama (Avenida da Corunha,21). LUGOCom a presença de Ramiro Vi-dal Alvarinho, autor do livro.

27.10.2012 / MERCADINHODE TROCO / 12:00 no Campode Marte (Monte Alto). CORUNHAOrganiza a Assembleia Popu-lar do 15M de Monte Alto.

28.10.2012 / II FEIRA NA EI-RA / 11:00 na Eira da Xoana(Ramil). AGOLADAMercado de produtos naturaise artesáns, com palestras, ate-liers, jogos, jantar, e mais ativi-dades.

28.10.2012 / PALESTRA ‘ANOM VIOLENCIA FAVORECEAO ESTADO’ / À tarde noC.S.O.A. Palavea (Rua RioQuintas, 31). CORUNHAFalará o anarquista Peter Gen-derloos.

31.10.2012 / PROJEÇOM DEADOLESCENTES / 21:30 noC.S. O Pichel (Rua Santa Cla-ra, 21). COMPOSTELAOrganiza o Cineclube de Com-postela. VO.

31.10.2012 / FESTA DAS CA-BAZAS / À noite no C.S. Má-dia Leva (Rua Serra dos An-cares, 18). LUGOPrograma por confirmar.

02.11.2012 / MASA CRÍTICA /20:00 na Praça de Maria Pita.CORUNHAEvento ciclista aberto e nomcompetitivo para reivindicar amobilidade em bicicleta. Todasas primeiras sextas-feiras decada mês.

10.11.2012 / REUNIOM ABER-TA DE ‘O PARTO É NOSSO’ /11:00 no Centro Cívico doCastrilhom (Praça Pablo Igle-sias, s/n). CORUNHA

10.11.2012 / APRESENTAÇOMDE LETRAS DE AMOR EGUERRA / 12:30 na livrariaCouceiro (Praça de Cervan-tes, 6). COMPOSTELACom a presença de Ramiro Vi-dal Alvarinho, autor do livro.

‘un home do aquí’, compostela homenageiaao dramaturgo roberto Vidal Bolanhono dia 27 de outubro celebra-seem compostela umha homena-gem ao dramaturgo roberto VidalBolanho, autor ao que vai ser de-dicado o dia das Letras galegasem 2013. este ato está programa-do de maneira independente àscomemoraçons oficiais e é promo-vido por um grupo de pessoas doámbito de Bolanho.

a homenagem vai ser celebrada noSalom teatro (rua nova, 34) e aoremate haverá umha ceia para aqual é possível reservar em home-

[email protected] atos começam às 19:00 comum passa ruas que partirá da ala-meda e estará protagonizado porpersonagens das marionetas deKukas. no teatro, as atuaçons co-

meçam às 20:00, onde serámapresentados por carlos Blanco,ataque escampe, mini e mero ouo Leo i arremecághona, entre ou-tros. no apartado teatral estarámchévere, rubén ruibal ou LauraPonte; e entre as intervençons in-dividuais será possível ouvir a xo-sé manuel Beiras, xosé Luis mén-dez ferrín ou Beatriz doldán.

cursos de vivenda ecológicaa associaçom amigos da terra or-ganiza no seu centro de educa-çom ambiental as corcerizas (ar-nuide, Vilar de Bairro) dous cur-sos de construçom ecológica a fi-nal de outubro.o primeiro, que vai ser desenvol-vido do dia 17 ao 21, estará dedi-

cado à construçom com Supera-dobe (sacos de terra).o segundo, sobre ‘Sistemas efi-cientes de aquecimento: muroradiante com Barro’, será os dias27 e 28 de outubro.mais informaçom na página webhttp://ascorcerizas.com.

o mercado gandeiro de chan-tada acolhe a 10ª ediçom do‘castañazo rock’, que será re-alizado no dia 3 de novembro.há atividades todo o dia: jogosbravús, cantos de taverna, ma-gusto, festa infantil... Já à noiteatuam os diplomáticos demonte alto, rastreros, os Pa-paqueixos, cuchufellos e Liviaode marrao. as entradas custam12 (antecipada) e 18 euros.mais informaçom na páginahttp://www.castanhazo.com/.

‘castañazorock’ emchantada

3 de novembro

no 27 de outubro

em vilar de bairro

ENVIA CONVOCATÓRIAS aocorreio [email protected] do dia 12 de cada mês.

Anuncia os teus atosno NOVAS DA GALIZA.

Novas da Gali a apartado 39 (15701) comPoSteLa tel. 692 060 607 [email protected]

feijoo fala por nós: osgalegos sabem a ver-dade, os galegos ado-

ram isto, os galegos estãodo lado correto. na diligen-te cabeça do nosso prócer arepresentatividade de 30%do censo eleitoral equivalejá à totalidade disso que sócom algum apuro gástricopodemos denominar a gale-guidade. na última sonda-gem do ciS o dado mais im-portante, e também o maisobviado pela comunicaçãosocial, é que 70% do elei-torado opina que nenhumpartido político é capaz degovernar o país.

há quem diga que o pro-blema não é tanto que aclasse política esteja afas-tada da cidadania, antesbem que a classe política édemasiado próxima do ci-dadão até o ponto de nãopoder ir muito mais longeque a mais medíocre dasopiniões. os mitos e pre-conceitos que dominam aconsciência comum assimo demonstram: todos os po-líticos são iguais, a culpa éde zapatero, isto com az-nar não se passava, o sepa-ratismo é o demo, rajoy éum fofo, mas feijoo não ofez mal, e assim por diante.

claro que o fez mal, pes-simamente. há para aí cál-culos objetivos que assim omostram. o desemprego, adívida pública, a destruiçãodo fraco estado social. doseu ponto de vista de trepa-dor constitucional e católi-co isto é fazer bem as coi-sas, mas do ponto de vistado cidadão galego não, epor isso feijoo, que muitoquer aparentar-se com ele,tem que mentir. o cidadãogalego, nessa totalidade fa-laz, também mente, mente-se a si próprio. e se com al-guma propriedade pode-mos dizer que feijoo é umimbecil catapultado pelascircunstancias a comandara nossa patética autono-mia, isso será tanto comodizer que os galegos, queele representa no seu intei-ro conjunto, também somosimbecis. Seja apenas pelofacto de poder chamar-lheimbecil a este senhor comtoda a propriedade lógica esemântica.

carlos Santiago

o Paradoxo do imbecil

Como surgiu a ideia de fazer esta homenagem?A ideia saiu de amigos de meu pai,que nos propugérom à família fa-zer algo no décimo aniversário doseu passamento. A nossa ideia eraque a homenagem se figesse em se-tembro, que foi o mês em que elefaleceu, mas finalmente nom puidoser. Para além disso, coincidiu quefoi elegido pola RAG para ser o ho-menageado no Dia das Letras de2013, mas nós já andávamos a pre-parar umha celebraçom própriadesde antes do verao, antes de quese soubesse isto.ç

Que vamos poder ver o próximo27 de outubro em Compostela?Esse dia vai começar com umha es-pécie de manifestaçom, perfor-mance ou happening na rua, comos personagens de Vidal Bolañoque, saindo da Alameda de Com-postela, percorrerám a Rua do Vi-lar e a Rua Nova, até chegar ao Sa-lón Teatro. Ao terminar esta mani-festaçom, os seus integrantes ten-tarám entrar no Salón Teatro, algoque proibiu a anterior diretora doCDG, junto com a Conselharia deCultura, quando, no Dia Mundialdo Teatro, se figera umha manifes-taçom cujo final marcado era estemesmo. Depois começará a galahomenagem, com atuaçons musi-cais, teatrais e outras surpresas.Por exemplo, vam estar Os Chéve-re; Laura Ponte, fazendo um mo-nólogo; e Rubén Ruibal e XoánCarlos Mejuto, que som os discípu-los literários e artísticos do meupai, que estivérom muitos anos emTeatro do Aquí. Também teremosas atuaçons de Ataque Escampe,Leo e García, A Magnifique Bandedos Homes sem Medo, Mini e Me-ro e o grupo Dolce Vita. Depois in-tervirám várias pessoas que repre-sentam diferentes ámbitos da vidade Vidal Bolaño, nom só do teatro.Cumpre lembrar que há aberta um-ha conta para quem deseje colabo-rar com a organizaçom!

Depois de começardes vós a orga-nizar a homenagem, chegou a no-tícia do Dia das Letras. Achas queeste dia serve realmente de re-

conhecimento da pessoa homena-geada pola RAG?Eu considero-me crítico com a efe-méride do Dia das Letras, mas pen-so que o ano de Lois Pereiro foi umpouco excepcional: fôrom umhasLetras diferentes, que realmenteservírom para algo, e que aliás con-vertírom um só dia no Ano de LoisPereiro. Antes, com um dia já sejustificava toda a obriga institucio-nal e todo o interesse que se supomque a sociedade deve ter na culturaou na literatura própria. Eu aguar-do que no 2013 passe também as-sim: que todo o ano seja o Ano Vi-dal Bolaño. Aliás, ao ser um autorteatral, presta-se mais a que se re-presentem as suas obras, desde oteatro amador, ou mesmo nos insti-tutos. Quer dizer, é muito mais do-ado o acesso à sua obra do que po-de ser o acesso à obra de um poetaou de um ensaísta. Socialmente,penso que poderia ter muita maisrepercussom. Por outro lado, é aprimeira vez que se dedicam as Le-tras a um dramaturgo, e isto deveser tido em conta: para além de de-dicar as Letras a Vidal Bolaño co-mo autor, como indivíduo criador,também deveria ser o ano do tea-tro. O teatro galego, já nom digo aterceira, mas é a quinta ou quartaarte que se tem em conta, depoisda narrativa, a poesia ou mesmo ocinema. O teatro parece o irmao

pobre, e este ano pode ser umhaboa escusa para que tenha maisprotagonismo.

Vidal Bolaño começou no teatroamador e terminou por montarumha companhia própria, cujaspeças escrevia ele próprio. Que épara ti o mais importante da suaobra, do seu trabalho?O importante de Vidal Bolaño é queé um criador multifacetado. Segu-ramente seja mais conhecido comodramaturgo, e do ponto de vista li-terário o que interessa é que escre-va; mas é importante também co-mo empresário, ou como dinami-zador cultural. Ele criou, junto coma minha mae e a sua parelha na al-tura, Laura Ponte, a primeira com-panhia de teatro profissional naGaliza. Isto marca um fito históri-co: foi a primeira vez que alguémse atreveu a viver do Teatro. Tam-bém gosto de reivindicar a sua im-portáncia como diretor de cena. As-sim como penso que no seu laborde dramaturgo tem umha originali-dade notável, e umha qualidadeconstante, como diretor penso queos seus espetáculos tinham algoque se bota muito em falta: ritmo efacilidade para chegar à gente, eum sucesso tanto para públicos ca-pitalinos, universitários e elitistas,como rurais, aqueles que num co-meço se podem considerar menos

cultos. Acho que eram espetáculosque chegavam a todo o mundo coma mesma facilidade, e isto conse-guia-o graças ao jeito em que elepunha em cena os seus própriostextos.

De onde lhe vinha a ele o amor polo teatro?Esta é umha das perguntas queagora me fago, enquanto ando noprocesso de investigaçom para es-crever a sua biografia: de onde lhevinha a ele, um rapaz de Vista Ale-gre, sem estudos universitários,que nom se vinculou com a Univer-sidade que, digamos, era o mundoculto da cidade. De momento te-mos umha pista: que quando eracriança ficou namorado do cinema.Com 11 anos já ia aos cineclubesda cidade, entrou no Equipo Lupa,um grupo de amadores do cinemada época, e finalmente começoucom o teatro. Naquela altura esta-va-se a viver o boom do teatro in-dependente... Mas é umha das per-guntas que tentarei responder nabiografia.

Agora andas na elaboraçom dasua biografia, inserida nas Obras

Completas que há publicar Positi-vas. Que mais vam conter?Sim, a biografia forma parte dasObras Completas, um projeto que,desde que meu pai faleceu, tenta-mos desenvolver, mas sem sucesso.Nom encontrávamos editorial, en-tre outras cousas porque o teatronom vende, e tampouco consegui-mos autoeditá-las. Finalmente, an-tes de que lhe concedessem o Diadas Letras, de Positivas mostrárominteresse polo projeto: vam ser unsseis volumes, com aproximada-mente 20 textos de teatro, guionscinematográficos e artigos de pen-samento; um de audiovisual e pen-samento; e a biografia. Sobre isto,ainda estou no processo de investi-gaçom, porque quero fazer umbom trabalho e ser mui exigente.Estou a desfrutar muito, conhecen-do muitas pessoas e aprendendomuito da segunda metade do Fran-quismo. A ideia é que o texto sirvapara conhecer a pessoa de VidalBolaño, o aventureiro que era.

“aguardo que o 2013 seja o anoVidal Bolaño, o ano do teatro”ANTIA RODRÍGUEZ / Em setembro deste ano figérom-se osdez anos do passamento do dramaturgo, ator e diretorteatral Roberto Vidal Bolaño (Santiago de Compostela,1950-2002), umha efeméride que amigos e familiares qui-gérom aproveitar para fazer-lhe umha homenagem pró-pria. Ao tempo, justo quando já se preparava a festa do

próximo 27 de Outubro, A RAG lembrava-se dele, oficial-mente, para o Dia das Letras de 2013. Aproveitando a gran-de festa que se vai armar em Compostela para lembrar“um homem do aqui”, seu filho, Roi Vidal, fala para o NGZda obra de Vidal Bolaño, um pouco dele, e da sua biogra-fia, em cuja elaboraçom anda imerso.

roi vidal é um dos orGanizadores da homenaGem do dia 27 a roberto vidal bolaño