Monografia Pires Ferreira-ce Toinha

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  • 8/18/2019 Monografia Pires Ferreira-ce Toinha

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    INSTITUTO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO TEOLOGICA - IFETE

    CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

    ANTONIA BEZERRA DE SOUSA

    SANTAS MISSÕES POPULARES NO MUNICIPIO DE PIRES FERREIRA

    PIRES FERREIRA  – CE2014

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    ANTONIA BEZERRA DE SOUSA

    SANTAS MISSÕES POPULARES NO MUNICIPIO DE PIRES FERREIRA

    Monografia apresentada ao Instituto de

    Formação e Educação Teológica. IFETE como

    cumprimento parcial para obtenção de grau de

    Bacharel em Teologia. Sob orientação do prof.

    Esp.Antônio Gonçalves Sobreira.

    PIRES FERREIRA  – CE2014

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    Monografia apresentada ao Instituto de Formação e Educação Teológica IFETE

    como cumprimento parcial para obtenção do grau de Bacharel em Teologia.

    ANTONIA BEZARRA DE SOUSA

    Monografia aprovada em ____/____/___

    BANCA EXAMINADORA

     ___________________________________________________________

    Prof. Esp.Antonio Gonçalves Sobreira

     ___________________________________________________________________

    1º Examinador

     ___________________________________________________________________

    2º Examinador

     ___________________________________________________________________

    Coordenador do curso

     __________________________________________________________________________________

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     Agradeço primeiramente a Deus e aos

    meus pais que mim deram força paraenfrentar mais um obstáculo em minha

    Vida.

    Também agradeço aquelas pessoas que

    mim incentivaram e ajudaram a realizar

    um sonho muito importante.

     A coordenadora Sheila que por muitasvezes pensei em desistir mais sempre

    ela estava ali dando força e coragem

    para continuar.

     Ao professor e orientador Antônio

    Gonçalves Sobreira que mim ajudou

    bastante no meu trabalho.

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     A todos que fazem parte do meu

    cotidiano. Obrigado Deus por mais uma

    vitória!

    Dedico ao meu anjo grande anjo da

    guarda, tio Jose que nas horas mais difícil

    mim deu uma força, nos momentos das

    dificuldades ele estava sempre pronto

    para me ajudar

    .Aos meus familiares e amigos que

    sempre estavam dando apoio.

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    RESUMO 

    Este trabalho foi realizado na localidade de Santa Tereza II em Pires Ferreira -Ceará. A pesquisa foi realizada de duas maneiras. Dentro do município, foram

    entrevistados o Pároco, as missionárias da cidade de Cariré  – Ce e Sante Tereza II

     – Pires Ferreira – Ce. A outra forma se baseou em pesquisa bibliográfica. O trabalho

    trata de questões que relacionam a história das Santas Missões Populares com a

    compreensão do trabalho evangelizador nos dias atuais. Inicialmente, esclarece-se

    que o conceito de Missionário é entendido de maneira abrangente, envolvendo não

    apenas os aspectos religiosos, mas também os aspectos educativo e social do atode evangelizar. A seguir, são apresentadas reflexões a respeito do papel do

    missionário na educação religiosa para um melhor viver entre as Nações. Como

    conclusão, mostra-se como aconteceu a missão evangelizadora no município,

    objetivando oferecer subsídios para que possa existir um contato prazeroso,

    formativo e saudável dos leigos com a Boa Nova deixada por Jesus Cristo.

    Pavavras – chave: Missão; Jesus Cristo; Evangelizador.

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    ABSTRACT

    This work was conducted in the locality of Santa Tereza Pires Ferreira II - Ceará. The

    survey was conducted in two ways. Within the municipality, we interviewed the

    pastor, missionary city Cariré - Sante Ce and Tereza II - Pires Ferreira - Ce. The

    other way is based on literature research. The work deals with issues that relate the

    story of the Holy Parish Missions with understanding the evangelizing work today.

    Initially, it is clarified that the concept of Mission is understood in a comprehensive,

    involving not only the religious aspects, but also the educational and social aspects

    of the act of evangelizing. The following reflections are presented on the role of the

    missionary in religious education for better living among nations. In conclusion, it is

    shown how it happened the evangelizing mission in the city, aiming to provide

    subsidies so it can be a pleasurable and healthy formative contact with the laity left

    the Good News of Jesus Christ.

    Key-Word: Mission; Jesus Christ; Evangelizer.

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    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9  

    1 AS SANTAS MISSÕES NO BRASIL.................................................................................11

    1.1 Conversão pessoal e participação comunitária: elementos essenciais para a

    missão........................................................................................................................15  

    1.2 Santas Missões Populares: Por quê................................................................................16 

    1.3 Santas Missões Populares: para quê e onde..................................................................17

    2 AS SANTAS MISSÕES POPULARES HOJE  .................................................................19

    2.1 O sentido antropológico da missão..................................................................................20

    2.2 O sentido bíblico-teológico da missão..............................................................................22

    2.3 A missão popular e sua influência na sociedade contemporânea...................................26

    3 A MISSÃO POPULAR NA CIDADE DE PIRES FERREIRA...........................................30

    3.1 A participação dos Leigos na Missão...............................................................................30

    3.2 O surgimento das missões em Pires Ferreira..................................................................31

    3.3 As Santas Missões na localidade de Santa Tereza II  – Pires Ferreira – Ce...................34

    CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................37

    REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA..........................................................................................38

    ANEXOS.................................................................................................................................39

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    INTRODUÇÃO 

    Este trabalho está sendo elaborado, graças à certeza e à particularidade das

    Pontifícias Obras Missionárias. Trata-se de um escrito significativo para a missão

    evangelizadora, para o qual buscou - se apoio e suporte no que se refere à pesquisa da

    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o caloroso encorajamento da Paróquia

    de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Pires Ferreira  – Ce, no que se direciona para a

    Evangelização dos Povos.

     As Santas Missões Populares são de máxima importância para a Igreja que está no

    Brasil, pois, animam e formam missionariamente os pastores, que constituem o meio e amaneira de tornar toda a Igreja efetivamente missionária.

    Há também dentro dos objetivos das Missões, uma grande necessidade de preparar

    os futuros missionários para que venham a ser pastores e evangelizadores. Sabe – se que

    existe um outro motivo para o acontecimento das Missões. A Igreja que está no Brasil é um

    caminho para as inovações, da vitalidade e da missão no meio dos países da América

    Latina.

    Todo o pensamento em termos de teologia se compreende como teologia da

    libertação, e o consequente trabalho pastoral, que se espalhou especialmente nas Igrejas

     jovens da África e da Ásia, nasceram no Brasil por uma paixão denominar missão popular.

    Esta prática está voltada para explicar como fazer para que o Reino de Deus chegue

    e seja realizado na sociedade contemporânea, onde a injustiça, a desmoralização e a falta

    de dignidade da pessoa constituem ainda uma realidade pouco conhecida aos olhos dos

    donos da situação.

    Por isso, a Igreja brasileira transformou os seus métodos pastorais e a sua reflexão

    de fé, através de um intenso processo de leitura da história, de conscientização, de escolhas

    pastorais e de novos instrumentos de catequese. Notou  – se uma grande parte do povo

    tomando em suas mãos a mensagem de Cristo, voltando a interpretá-la e construir hábitos e

    virtudes para com os ensinamentos do Reino de Deus.

    Em tudo isto estava incluída também a missão evangelizadora em outras culturas e

    outros continentes. Aliás, deseja-se transplantar a metodologia pastoral-evangelizadora para

    as demais Igrejas com situações socioeconômicas parecidas com às do Brasil.

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     A vocação e a existência missionária, que são essenciais ao discípulo de Jesus

    Cristo, declarada e desejada por todas as Igrejas da América, não alcançou o

    amadurecimento e ainda deve manifestar toda sua potencialidade. Este trabalho tem em

    vista a idéia de mostrar movimento e participação na missão universal, levando a Boa Novapara todos os povos.

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    1 AS SANTAS MISSÕES NO BRASIL

     As Santas Missões populares no Brasil têm início no ano de 1990, no Estado

    do Pará, entre alguns agentes pastorais e lideranças das CEBs (Comunidades

    Eclesiais de Bases). Constatava - se, com satisfação, muitos aspectos positivos; ao

    mesmo tempo percebia - se que as pastorais, em geral, apesar de iniciativas

    generosas, não conseguiam sintonizar com as intenções da maioria da população.

    Muitos católicos viviam afastados de suas comunidades (um problema que continua

    até hoje).

    Via - se que as causas disso não estavam somente no povo, mas também na

    maneira de fazer pastoral; sentia-se a necessidade de buscar caminhos novos. De

    repente, uma pergunta é lançada: E por que não fazer Santas Missões? Sentia-se a

    necessidade de que os missionários viessem do meio do povo; que as Santas

    Missões fossem mais existenciais, mais presentes, mais abertas aos problemas

    humanos e sociais; e também que entre os objetivos não faltassem o cultivo do

    seguimento a Jesus Cristo, a valorização e a defesa da vida.

    Com as Missões Populares pensávamos em intensificar a caminhada das

    comunidades, fazendo das paróquias, onde elas iriam acontecer, uma rede

    de pequenas comunidades eclesiais. Nesse sentido, a primeira

    experiência realizou-se em 1991, numa paróquia do sul do Pará, Xinguara

     –  na época, uma região marcada pela violência do latifúndio. Foi uma

    experiência inesquecível. As pessoas mais envolvidas, cerca de duzentos

    missionários, entre os locais e os que tinham vindo de outras paróquias

    para ajudar nos dias de maior pique, queriam continuar. (MOSCONI, 2004,

    p. 153).

    Continuou - se e nunca mais parou. Ao longo desses anos foram preparados

    mais de cem mil missionários - jovens, adultos, idosos - das Santas Missões

    Populares. Assistiu - se o nascimento de um movimento missionário.

     As Missões Populares não são um movimento pastoral à parte e, sim, um

    serviço à Pastoral. Elas levam em conta as pessoas, a realidade pastoral do lugar e

    as grandes opções da Igreja na América. As Missões Populares são um tempo

    especial pela intensidade da proposta e por uma finalidade pedagógica.

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    O normal da vida é o cotidiano, o dia-a-dia. As Missões Populares querem ser

    um serviço ao cotidiano da vida, relembrando e atualizando rumos, valores, atitudes

    e posturas. A vida precisa, de vez em quando, de um tempo especial, para acordar,

    para sacudir; é uma necessidade de muitos tempos atrás. De fato, quase sem

    perceber, cai - se na rotina e corre  –  se o perigo de viver uma vida repetitiva,

    rasteira, acomodada, arrastada, sem sonhos.

    De acordo com (MOSCONI, 2004), o mesmo perigo acontece também nos

    trabalhos pastorais. É importante perceber avanços, impasses, recuos, para agir

    eficazmente nelas através das Santas Missões Populares (fazer um trabalho de

    grupo ou cochicho para levantar as atitudes e os elementos que bloqueiam uma

    pastoral missionária profética no dia-a-dia).

     As Missões Populares querem marcar presença significativa nessas situações

    pastorais. Situações das quais elas podem também se tornar vítimas. Isso depende

    muito do nível de consciência das equipes pastorais que conduzem o processo.

     As Missões Populares devem atingir toda a área da paróquia, tanto o

    interior como a cidade, onde querem provocar uma mexida significativa e

    ajudar a fazer da paróquia uma rede de pequenas comunidades eclesiais. As Missões Populares são uma proposta da Igreja Católica, mas estão

    abertas a todas as pessoas que moram no território onde elas acontecem.

    Sem fanatismo, sem concorrência, sem ingenuidade (MOSCONI, 2004, p.

    162).

    Forma-se uma coordenação paroquial com a tarefa de articular e acompanhar

    todo o processo. Para evitar trabalhos paralelos, sugere-se que a coordenação seja

    assumida pelo mesmo conselho pastoral paroquial ampliado.

     A coordenação enviará uma carta circular a todos os grupos, pastorais,

    comunidades, movimentos, dando a boa notícia. A partir desse momento, a Missão

    Popular torna-se o eixo de toda pastoral. A paróquia deve evitar, nesse período,

    trabalhos paralelos, pois são altamente prejudiciais. Intensifica-se a seleção dos

    missionários e das missionárias, em cada setor.

    Este trabalho deve ser feito de uma maneira clara, cativante, consciente,

    responsável, aberta, ao estilo de Jesus, que deu chance até a pessoas “suspeitas” e

    inexperientes, como os apóstolos, na maioria pescadores; Judas, os simpatizantes

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    do movimento zelota; as mulheres como Maria Madalena e a samaritana.

    Organizam-se várias equipes de serviço para preparar o primeiro retiro dos

    missionários. Essa etapa leva cerca de três meses.

    Há um crescendo de atividades destinadas a acordar e envolver o maior

    número possível de pessoas nas propostas das Missões Populares. Essa etapa

    começa com o primeiro grande retiro dos missionários. No final do retiro ocorre a

    Missa de envio dos missionários com a presença do maior número possível de

    pessoas de toda a paróquia. Esse período tem a duração de sete a dez meses, com

    sugestão de atividades específicas a cada mês, fruto de experiências comprovadas

    ao longo desses anos.

    Em seu decorrer, haverá outros dois grandes retiros para os missionários

    locais, pois são eles que conduzem todo o processo das Santas Missões Populares.

     A grande semana missionária. É o momento mais intenso, mais celebrativo da

    Missão Popular. É a “etapa do saborear” a beleza do Evangelho vivido,

    testemunhado, celebrado. É uma etapa profundamente eclesial, com a presença de

    missionários (leigos, padres, religiosas) vindos de outras paróquias e comunidades

    e, na medida do possível, do bispo diocesano.

     A etapa da pós-missão é aprofundar e articular todas as forças vivas que

    despertaram ao longo das etapas anteriores. Duração: um ano (até o aniversário da

    semana missionária). É uma etapa muito importante. É em seu decorrer que se pode

    verificar se foi bem captado o espírito da Missão Popular e se ela foi bem

    acompanhada.

    É importante organizar em setores missionários toda a área onde vai

    acontecer a Santa Missão Popular, em vista de contatos mais

    personalizados e do surgimento de missionários e seu respectivo

    acompanhamento. Baseado em experiências anteriores, nas áreas do

    interior, o setor deve ser formado por duas a quatro comunidades

    próximas, para permitir um trabalho em conjunto. Quando em certos

    lugares, por causa das distâncias, não é possível juntar comunidades,

    buscam-se outras soluções (MOSCONI, 2004, p. 163).

    Nas grandes cidades, para permitir um trabalho bem personalizado, achamosque cada setor deve atingir uma área de cerca três mil habitantes (nas cidades

    menores, os setores podem ter menor número). A Missão Popular acontece em

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    todos os setores com a mesma programação, decidida nos grandes retiros dos

    missionários.

    Optamos por uma presença numerosa, qualificada, participativa demissionários. Por causa do papel fundamental dos missionários nas Missões

    Populares, sua formação e seu acompanhamento são de grande importância.

    Geralmente, pastorais, grupos, comunidades, movimentos eclesiais e sociais,

    mesmo os ditos “mais avançados”, criam muita dependência entre seus membros.

    Sente-se falta de pessoas que sabem assumir, personalizar convicções e opções.

    Há mais pessoas tarefeiras do que criativas. Nas Missões Populares

    apostamos muito na quantidade e na qualidade dos missionários. Todas as forçasvivas da paróquia, de todas as idades e categorias sociais, são convidadas a serem

    missionárias no setor onde moram. Não se trata de acabar com isso ou aquilo, mas

    de viver o período da Missão Popular como um tempo especial, com forte ardor

    missionário, saindo de esquemas mais rotineiros.

    Os efeitos que irão aparecer, logo ou mais adiante, são muito positivos:

    preconceitos são derrubados, barreiras são superadas; grupos e pessoas que se

    desconheciam, agora se descobrem, partilham, criam laços, se abraçam,

    valorizando dons e diferenças, dentro de um processo de conversão permanente

    que envolve a todos. É toda a paróquia em estado de missão.

     A maneira de assumir dificuldades e falhas, fazendo delas ocasião para

    purificar e refazer nossas opções é através do perdão, discernimento, esperança e

    ousadia. Sente-se necessidade de as equipes pastorais paroquiais captarem melhor

    o espírito e o conteúdo das Missões Populares e de assumi-las com fidelidade ecriatividade. Apesar das falhas que ocorrem nas Missões Populares, o saldo

    continua positivo, porque o projeto das Missões Populares requer a participação de

    todos.

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    1.1 Conversão pessoal e participação comunitária: elementos essenciais paraa missão 

    Segundo o Pe. Luis Mosconi, “a missão é um caso de amor, onde há amor,

    há missão”. Ele aborda temáticas relacionadas à missão, como sentido da vida,

    interferência nos problemas sociais e espiritualidade na vida do missionário.

    De acordo com a coordenadora de catequese infantil, Luciene Rabelo Egídio,

    da Paróquia São Judas Tadeu, em Poços de Caldas, MG, a formação é um

    momento de despertar para a ação missionária nas comunidades. “Através das

    Santas Missões, do engajamento dos movimentos e pastorais, a gente vai poder

    reavivar este compromisso das pessoas, e, com certeza, isso vai gerar umcrescimento para nossas pastorais”. 

    Elemento essencial, na visão do Padre, para a consciência missionária é

    abrir-se ao mistério divino e responder ao seu chamado de amor, que move o

    homem em seu diálogo com as realidades sociais.

    Para a irmã dominicana, Maria Cristina Monteiro de Barros, a vivência desta

    espiritualidade na comunidade é central para um anúncio verdadeiro da fé, “a gente

    espera sentir o entrosamento nas bases e contar muito que o Espírito de Deus nosconduza e nos consagre missionários e missionárias”. 

    “O primeiro passo é abraçar a causa proposta, não deixar morrer pelo meio

    do caminho este entusiasmo, e o mais importante, unir todas as forças num único

    objetivo”, esta é a opinião de Lucrécia Diniz Belchior, da Pastoral da Criança e

    Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Ibiraci - MG.

    Para o seminarista Dione Piza, a ação missionária é uma oportunidade de a

    diocese “mostrar sua face viva e transformadora, reflexo do sorriso de Deus, o qual

    é, em Jesus, missionário”. 

    De acordo com o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, os participantes

    têm de se engajarem de forma integral no processo, “nós queremos fazer valer esta

    proposta de evangelização do nosso povo, as santas missões populares atingem o

    coração do povo e da diocese”. 

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    1.2. O porquê das Santas Missões Populares

     As Santas Missões Populares, como as demais atividades evangelizadorasda Igreja, tem como objetivo prioritário levar Jesus Cristo às pessoas, a todas as

    pessoas sem exceção. A missão de evangelizar é missão permanente da Igreja. Ela

    “deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes”

    (cf. Mt 35-36).

    Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz (cf. Fl

    2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2Cor 8,9), ensinando-nos o caminho

    de nossa vocação de discípulos e missionários. “Na generosidade dos missionários

    se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a

    gratuidade do Evangelho” (CELAM, Documento de Aparecida, 31). 

    Em tudo o que faz, a Igreja evangeliza; se não fosse assim, ela trairia a

    confiança que Jesus depositou nela.

    Em outras palavras, a diocese tomou consciência, e transformou essa

    consciência em ação, ao não somente promover momentos missionários, mas ao se

    fazer missionária em tempo integral.

     A necessidade das Santas Missões Populares é para que a pessoa e o

    Evangelho de Jesus cheguem a todas as pessoas, e não só aquelas que nos

    buscam e participam da comunidade.

    Queremos partilhar com todos a alegria que temos em pertencer à família de

    Jesus. Vamos sair de nossas igrejas, de nossas casas, de nossas pastorais, de

    nossos movimentos e de nós mesmos para ir ao encontro do outro, seja ele quem

    for, esteja ele onde estiver.Não podemos ficar esperando, e nem temos esse direito!

    Se somos coerentes com a fé que professamos, não vamos guardá-la, mas colocá-

    la a disposição de todas as pessoas:

    “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com um vaso ou para pô-la

    debaixo de uma cama; antes, coloca-a sobre uma luminária, para que os

    que entram vejam a luz” (Lc 8,16). 

    Nas palavras do Evangelista Lucas, um dos objetivos dos Missionários é levar

    até os fiéis a palavra de Deus. Deste modo, o Evangelho de Jesus não pode ficar as

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    escondidas. É necessário que a mensagem da Boa Nova se estenda a todas as

    pessoas sem distinção alguma.

    1.3. Santas Missões Populares: para quê e onde

     As pessoas que participam como agentes das Missões Populares, gostam do

    povo, amam as pessoas, são ecumênicas, pois colocam em primeiro lugar a vida

    com seus problemas, alegrias e desafios; e a vida é ecumênica. Nas Missões

    Populares se desperta uma atenção especial aos católicos afastados e aospreferidos de Jesus Cristo: os pobres, os pequenos, os marginalizados, os

    sociocultural e economicamente excluídos, os sem-voz e sem- vez.

     A opção pelos pobres é uma questão de fé que faz parte intrínseca do

    seguimento a Jesus Cristo. A duração das Missões Populares está ligada aos

    objetivos e à situação do lugar onde elas acontecem. Geralmente há bastante falhas

    a esse respeito: muita correria, planejamento superficial, atividades apressadas.

    Existe o perigo da massificação. Após anos de experiência, achou-se que a

    duração de cada Missão Popular deve ser de dois anos, com as seguintes etapas:

    Etapa do namoro. Quando o pároco ou, melhor ainda, a equipe pastoral paroquial

    pede ajuda à equipe especializada para realizar as Missões Populares. Sugere-se

    primeiro um conhecimento profundo e detalhado da proposta nos seus conteúdos e

    metodologia. Geralmente isso acontece através do estudo do livro das Santas

    Missões Populares, que funciona como um manual.

     Ao mesmo tempo, é importante que se fale sobre o assunto nas celebrações,

    nas reuniões de grupos, nas pastorais e comunidades; que se reze, para chegar a

    uma decisão consciente, assumida, participativa, tomada possivelmente numa

    assembléia extraordinária da paróquia. Essa etapa leva cerca de três meses. Etapa

    do noivado. Como o noivado é o tempo bonito da preparação intensa ao casamento,

    assim também é esta etapa das Missões Populares.

    Crer no valor da proposta; abraçá-la de corpo e alma, no espírito, no

    conteúdo e na metodologia básica. Priorizar a Missão Popular. Ela deve ser o eixo

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    de toda pastoral. Decidir juntamente com todos os missionários locais (o momento

    ideal é durante o primeiro grande retiro) os rumos, os objetivos da Missão. Evitar

    com firmeza trabalhos paralelos. Participar intensamente e de forma personalizada

    de todo o processo. Estar aberto ao novo, aos apelos, às luzes que vão aparecendo.

    Nunca querer adaptar o novo aos nossos esquemas. Docilidade interior e

    atitude de conversão permanente. Uma grande paixão missionária. Ir sempre além,

    sair da rotina, em busca permanente, com uma grande atenção às pessoas e aos

    momentos históricos que estamos vivendo. Apostar na capacidade dos missionários

    leigos, dar toda chance e confiança, não por estratégia, mas movidos pela fé e pelo

    amor às pessoas.

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    2 AS SANTAS MISSÕES POPULARES HOJE

     As Santas Missões Populares, como as demais atividades evangelizadoras

    da Igreja, tem como proposta prioritária levar Jesus Cristo às pessoas, a todas as

    pessoas sem exceção. A missão de evangelizar é missão permanente da Igreja. Ela

    “deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes

    (cf. Mt 35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte de cruz

    (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2Cor 8,9), ensinando-nos o

    caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. Na generosidade dos

    missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos

    aparece a gratuidade do Evangelho.” 

    Em tudo o que faz, a Igreja evangeliza; se não fosse assim, ela trairia a

    confiança que Jesus depositou nela. Ao decidir realizar as Santas Missões

    Populares, a Igreja optou por evangelizar de forma permanente  – o que ela já vem

    fazendo  –, mas agora de uma forma nova, organizada por setores missionários,

    animada de um novo ardor. Em outras palavras, a igreja tomou consciência, e

    transformou essa consciência em ação, ao não somente promover momentosmissionários, mas ao se fazer missionária em tempo integral.

    Nas Santas Missões Populares a pessoa e o Evangelho de Jesus chegam a

    todas as pessoas, e não só aquelas que buscam e participam da comunidade.

    Deseja-se partilhar com todos, a alegria que temos em pertencer à família de Jesus.

    Sair da igreja, de nossas casas, de nossas pastorais, de nossos movimentos e de

    nós mesmos para ir ao encontro do outro, seja ele quem for, esteja ele onde estiver.

    Não se pode ficar esperando, e nem temos esse direito! Se somoscoerentes com a fé que professamos, não vamos guardá-la, mas colocá-la

    a disposição de todas as pessoas: “Ninguém acende uma lâmpada para

    cobri-la com um vaso ou para pô-la debaixo de uma cama; antes, coloca-a

    sobre uma luminária, para que os que entram vejam a luz” (Lc 8,16). 

     As missões Polpulares acontecem em todas as Dioceses: nas cidades, no

    interior, nas igrejas, nas casas, nas pastorais, nos movimentos, nas celebrações, no

    lazer, no ambiente de trabalho, nos grupos bíblicos de reflexão e vivência, nos

    sacramentos e sacramentais, nas festas dos padroeiros, nos meios de comunicação,

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    nos boletins diocesano e paroquial, nas casas de formação, nas assembléias

    diocesanas, setoriais e paroquiais, nos encontros do clero, entre outros.

    Nenhum espaço e nenhuma atividade diocesana pode se isentar de

    mergulhar nas Santas Missões Populares. Já, agora, imediatamente, mas não de

    forma atropelada e sim organizada.

    “As atividades são as seguintes: anunciar às pessoas a realização das Santas

    Missões Populares; incentivá-las a aderir; realizar uma assembleia paroquial

    extraordinária sobre o assunto; dividir os Setores e as paróquias em setores

    missionários; formar a equipe missionária paroquial; estudar o livro “Santas Missões

    Populares”, do Padre Luís Mosconi; levar a todas as comunidades a mensagem de

    Dom Lanza, rezar, em todas as ocasiões possíveis, a oração diocesana pelas

    Santas Missões Populares; encharcar” todas as nossas estruturas – administrativas

    e pastorais – com as Santas Missões Populares.

    2.1 O sentido antropológico da missão

    O estudo e uso da antropologia nas ações missionárias, recebeu seu primeiro

    impulso a partir da publicação do artigo de Malinowski intitulado Practical

     Anthropology (Antropologia Prática) em 1929. Um dos pioneiros no incentivo do uso

    da antropologia nas ações missionárias foi Edwin Smith (1876-1957), filho de

    missionários e nascido na África do Sul, tendo servido também como missionário

    entre 1902 e 1915 entre o povo Baila-Batonga na Zâmbia.

     Apesar de se considerar apenas um antropólogo amador, sua constribuição

    nesta área junto aos movimentos missionários foi marcante, bem como o

    reconhecimento que recebeu da comunidade antropológica internacional da época,sendo membro da Royal Anthropological Institute of Great Britain de 1909 até sua

    morte e tendo atuado por alguns anos, como presidente deste Instituto.

    Nos Estados Unidos da América a publicação do periódico com o mesmo

    título – Practical Anthropology   – em 1953 serviu à comunidade missionária

    evangélica pela iniciativa de Robert Taylor no Wheaton College. Esta

    publicação gerou um crescente interesse e uso da antropologia no

    treinamento missionário e associaram-se a ela os escritos de Eugene Nida,

    William Smalley, William Reyburn e Charles Taber, entre outros

    (WHITEMAN, 2004, p 34).

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    Enquanto o estudo do homem pelo homem encontra suas raízes nos

    primórdios da sociedade, a antropologia, como ciência social, manifesta seu

    desenvolvimento teórico nos séculos 19 e 20 sob a influência de um ambiente de

    transformação social, descobertas científicas e exposição das idéias de Karl Marx,

    Emile Durkheim, Max Weber e outros pensadores.

     A partir daí a antropologia passa a ser construída pelo estruturalismo de Lévy-

    Strauss, o culturalismo de Franz Boas, a proposta interpretativa de Clifford Geertz e

    a abordagem pós moderna de James Clifford, entre diversas outras influências,

    moldando variadas abordagens sobre o mesmo objeto de estudo, o homem, e a

    busca por conhecê-lo em sua multiforme área de vivência.

     A divisão da Antropologia em física e cultural  não resulta puramente dos

    métodos usados para estudá-la, mas de sua própria história no

    desenvolvimento de teorias físicas (biológicas) e culturais (sociais) na

    pesquisa do homem, sua existência e comportamento (BARRETT, 2009,

    pp. 5-10).

    Tradicionalmente a Escola Americana divide a antropologia

    em física, cultural, arqueológica e linguística, demarcando mais suas áreas de

    pesquisa. A antropologia cultural, bem como outras, possui uma ampla variedade de

    aplicações e pesquisa como a arte, saúde, educação, alimentação, comunicação,

    religião, imagem, etnicidade e outras, em franca demonstração da necessidade da

    visão antropológica na abordagem acadêmica ou prática de qualquer área de

    experimentação e interação humana.

    É nesta busca pela compreensão do homem que algumas obras

    influenciaram profundamente o treinamento missionário incorporando ao mesmo oestudo antropológico. Marvin Mayers, Ph.D. em antropologia, publicou Christianity

    Confronts Culture: A Strategy for Cross-Cultural Evangelism em 1974 contribuindo

    para a construção de uma ponte entre a evangelização e a sensibilidade cultural.

    Charles Kraft, com treinamento em antropologia, publicou Christianity in

    Culture em 1979, demonstrando o quanto a cultura influencia a maneira de

    compreendermos a teologia. Apesar dos questionamentos teológicos à sua obra

    houve uma positiva influência no treinamento missionário e na observação das

    influências culturais.

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    Paul Hiebert, antropólogo, missiólogo e missionário, defendeu em seu livro

     Anthropological Insights for Missionaries, em 1985, que o missionário precisava

    conhecer as Escrituras, para entendê-la e interpretá-la, e conhecer o homem, para

    se comunicar com ele.

     Ao longo de seus 10 livros e 150 artigos, expôs a necessidade de uma

    antropologia aplicada ao contexto, necessidades e ações missionárias, e é

    provavelmente a maior influência nesta geração quanto ao uso da antropologia no

    treinamento missionário.

    Diversas conferências evangélicas com a intenção de valorizar o uso da

    antropologia no meio missionário ganharam forma desde meados do século 19. Asmais conhecidas foram as de Nova York em 1854, a de Liverpol em 1860 e a de

    Londres em 1888, esta com 1.600 pessoas representando 53 sociedades

    missionárias.

    O que despertou para o estudo da antropologia no meio missionário foi um

    episódio em Edimburgo em 1910: “Edimburgo é importante porque mostra

    que missionários lutavam com todas as críticas que antropólogos

    faziam”  (WHITEMAN, 2004, p. 40).

    O resultado desta conferência foi um amplo e crescente envolvimento com o

    estudo antropológico no meio missionário mundial. Pode - se aqui propor que a

    antropologia missionária visa o estudo do homem como ser biológico e cultural com

    a finalidade de desenvolver relações interpessoais equilibradas e comunicação

    inteligível em um ambiente de partilha das verdades de Cristo e envolvimento com a

    sociedade abordada, suas virtudes e desafios.

    2.2. O sentido bíblico-teológico da missão

    O missionário vê a humanidade fora de Cristo como totalmente perdida,

    orientada pelo caminho da perdição e tremendamente necessitada de salvação (cf. 1

    Cor 1, 18; Ef 2, 12), pelo que deve anunciar o Evangelho de Deus ao maior númeropossível de pessoas. Ele declara-se Apóstolo, chamado por Deus, eleito por

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    vocação para levar o Evangelho aos gentios, embaixador de Cristo, através dele e

    dos seus colaboradores, Deus dirige seu apelo àqueles que se extraviaram:

    «Suplicamos-vos, em nome de Cristo, deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5,

    20).

     A preocupação de São Paulo traduz-se em uma profunda consciência de

    que anunciar o Evangelho é um dever que lhe compete. É um dever que

    pesa sobre ele (ananke = necessidade iniludível) «Ai de mim, se eu não

    anunciasse o Evangelho» (1 Cor 9, 16). Ele é devedor em relação a todos

    os povos. Por que é devedor? Ele é devedor a Cristo, de quem recebeu a

    iluminação e a conversão. Esta dívida a Cristo somente pode ser saldada,

    se Ele comunicar o dom recebido de Cristo a todos, dos quais se faz servo,

    fazendo-se tudo por todos, em vista do serviço ao Evangelho, para tornar-

    se com eles partícipe da salvação (cf. 1 Cor 9, 19-23).

     A responsabilidade em relação aos gentios sugere-lhe inclusive o método

    missionário da Kenosi. E é esta responsabilidade missionária que forma a autêntica

    comunidade cristã, uma comunidade sem confins, que deve ter uma conduta

    exemplar em ordem a um testemunho cristão diante daqueles que estão fora, que

    são os não-cristãos.

    O estilo de vida dos cristãos deve ser não apenas exemplar, mas também

    atraente, de tal maneira que os não-cristãos se sintam atraídos a unir-se à

    comunidade dos fiéis. Então, exige-se que os cristãos adotem um estilo de vida

    missionário.

     A responsabilidade primária dos cristãos «comuns» não consiste em ir pregar,

    mas em apoiar o projeto missionário com sua conduta fascinante, fazendo com que

    quantos estão fora sintam que são bem-vindos no meio deles.

    São Paulo chega até os confins da terra, motivado pela experiência irresistível

    do amor de Deus, que ele recebeu através de Jesus Cristo. «O amor de Cristo

    constrange-nos!» (cf. 2 Cor 5, 14). Ele dá graças pelo privilégio que recebeu, ou

    seja, a graça do apostolado para obter a obediência à fé da parte de todos os povos

    (cf. Rm 1, 5), dos quais se tornou um ministro. O modo de dar graças consiste em

    ser missionário junto aos judeus e aos gentios. Trata-se de uma função sagrada

    (leiturghein), de libação, de sacrifício. Os convertidos constituem uma oblação a

    Deus.

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     A missão realiza-se e fundamenta-se no sofrimento, que não é algo a ser

    suportado passivamente, mas sim uma expressão do compromisso ativo da Igreja

    no meio do mundo, em vista da redenção. O sofrimento é um elemento necessário

    do compromisso missionário. Ela deve chegar mesmo à entrega da própria vida. Em

    síntese, a Igreja deve pôr-se ao serviço do desígnio cósmico histórico de Deus, para

    a redenção do mundo.

    Embora no início se distinguissem entre dois tipos de ministério, ou seja, o

    fixo dos bispos, presbíteros e diáconos, e o móvel dos apóstolos, profetas e

    evangelistas, todavia a todos era confiada a mesma missão evangelizadora. São

    Paulo e São Barnabé são guias da Igreja local de Antioquia e missionários

    itinerantes. Depois, com o pressuposto de que o Evangelho tinha alcançado todos

    os povos, o profeta tornou-se sacerdote da classe dirigente, o carisma transformou-

    se em ofício, e o amor em rotina.

     Aos presbíteros, aos bispos e aos diáconos foi praticamente confiada a

    missão exclusiva de apascentar o Povo de Deus. O horizonte não era mais o

    mundo, mas os confins da Igreja e da paróquia local. A impetuosa torrente

    missionária dos primeiros anos foi abandonada em um lento regato e finalmente emum pântano imóvel, a tal ponto que a evangelização ad extra foi delegada a um

    grupo de missionários, enquanto o clero tinha a tarefa da apascentar a comunidade

    cristã da diocese.

    Por conseguinte, não causa admiração se o Concílio Vaticano II e o

    subsequente magistério da Igreja chegaram a tirar a atividade evangelizadora da

    condição de delegação e de marginalidade, fazendo da mesma a prioridade da

    missão da Igreja. Por isso, dos ministros ordenados exige-se que anunciem o

    Evangelho até os extremos confins da terra. «O cuidado de anunciar o Evangelho

    em todas as partes da terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto

    deu Cristo o mandato, impondo este comum dever, como já o Papa Celestino

    recordava aos Padres do Concílio de Éfeso» (Lumen Gentium, 23).

    Os irmãos Bispos são comigo diretamente responsáveis pela evangelização

    do mundo, quer como membros do Colégio episcopal, quer como pastores das

    Igrejas particulares... [Com efeito] os Bispos foram consagrados não apenas para

    uma diocese, mas para a salvação do mundo inteiro (Redemptoris Missio, 63).

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    Os documentos conciliares em que mais se observa uma carga universal são

    a Lumen Gentium, a Gaudium et Spes e o Ad Gentes. Neles a evangelização

    sobressai como a categoria fundamental da natureza da Igreja. Está presente e

    orienta todos os setores da sua atividade, das pessoas e dos ofícios que eles são

    chamados a desempenhar. «Sobretudo começa a afirmar-se uma nova consciência,

    isto é, a de que a missão compete a todos os cristãos, a todas as dioceses e

    paróquias, instituições e associações eclesiais» (RM, n. 2).

    Não há sequer uma categoria de pessoas que foi poupada por isto: Papa,

    bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e contemplativos; não há setor da pastoral

    que tenha sido caracterizado pela dimensão missionária, como a pastoral

    sacramental, a catequese, a caridade, em síntese, toda a vida e as atividades da

    comunidade cristã. Por este motivo, o aforismo «a Igreja é missão» fotografa bem a

    Igreja que saiu do Concílio Vaticano II e resume sua razão de ser. O ministério

    ordenado tem uma dimensão conatural e uma consequente responsabilidade

    missionária.

    Os presbíteros sabem que sua própria incardinação em uma diocese não os

    exime da disponibilidade fundamental a ser enviados para outras Igrejas e culturas. Ao longo destas décadas, muitos deles se mostraram dispostos a deixar a porção do

    rebanho que lhes fora confiada, e a partir para onde o bispo os enviava. Trata-se

    dos chamados sacerdotes Fidei Donum, termo cunhado pela homônima carta

    encíclica de Pio XII.

    O mandato de evangelizar o mundo inteiro tem para os bispos uma força

    vinculante, e não pode ser desatendido. Se isto acontecesse, provocar-se-ia uma

    ferida moral na definição e na própria credibilidade do ministério ordenado. Estas

    afirmações doutrinais  –  afirma João Paulo II  –  estão repletas de consequências.

    Pode-se dizer que a missionariedade constitui a nota distintiva do ministério

    ordenado.

    Sem dúvida, elas impeliram os bispos, os sacerdotes e os diáconos a

    reconsiderar em termos missionárias sua própria consagração e seu ministério, e a

    inserir na agenda dos seus encontros a missão universal. Assim, as orientações

    pastorais das conferências episcopais são enquadradas em uma moldura

    missionária, tanto ad intra como ad extra.

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    2.3 A missão popular e sua influência na sociedade contemporânea

    É fundamental uma formação harmoniosa da personalidade humana, em que

    é necessário construir uma identidade humano-divina, uma personalidade

    sociocultural e um espírito missionário, imitando as características salientes da

    humanidade de Jesus Cristo.

    Temos necessidade de nos educarmos nas virtudes fortes, como a coragem,

    a lealdade e a amabilidade. Exige-se de nós, especialmente hoje, um olhar crítico

    sobre o mundo. Por isso, o seminário deve educar os futuros sacerdotes na escuta,

    no sentido de projetação, de colaboração e de complementaridade, no confronto

    equilibrado das opiniões e na coragem de ir contra a cultura ou as culturas

    predominantes, quando estas são contrárias à vocação natural, ao destino do

    homem e à sua própria dignidade.

     Além disso, deve contribuir para desenvolver a capacidade de diálogo. Em

    síntese, deve ir ao encontro daquela que hoje em dia, ciosamente, é sentida como

    instância antropológica. Deve desenvolver o gosto de viajar em volta do homem, detal forma que a mente e o coração permaneçam abertos à humanidade,

    especialmente à humanidade marginalizada e sofredora em que foram mutilados os

    traços do rosto de Cristo.

    Permanece central a instância cristológica. Cristo deve ser a origem

    constituinte e fulcral na história de cada um e nos percursos de formação. É Ele

    quem envia os futuros presbíteros. Exige- se, outrossim, uma compreensão da

    Igreja, que não mantenha as janelas e as portas fechadas, mas que estejam abertas

    à partilha da história, do destino, das dores, das angústias e das aspirações.

    Por isso, os projetos de formação devem ser declinados com a voz do verbo

    «servir». Caso contrário, em vez de mostrar o poder dos sinais da salvação

    misericordiosa de Deus, revestir-nos- emos com os sinais do poder.

     A formação cultural teológica tem em vista e é ordenada para o anúncio. Se

    os presbíteros são chamados a colocar-se na linha da missão messiânica de Cristo,então a teologia deve tornar-se teologia da missão, teologia do anúncio. Somente

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    desta maneira se poderá ultrapassar aquela que é, dolorosamente, sentida como

    uma esquizofrenia entre teologia e vida. Infelizmente, é necessário constatar que a

    dimensão missionária só se manifesta timidamente aqui e ali nos estudos teológicos,

    e no entanto ela pertence à experiência constituinte da Igreja, é intrínseca ao

    aprofundamento do mistério de Deus e de Jesus Cristo.

    Ela é a própria auto-compreensão da Igreja, é a conjunção entre querigma e

    dogma, entre a comunicação da fé e a vivência do mistério da fé. Trata-se da

    experiência de fé da comunidade cristã, a partir da qual se delineia a reflexão

    teológica, realizada por aquilo que se chama exercício teológico-pastoral. Trata-se

    de explicar a razão da nossa própria fé a quem quer que no-lo pergunte, mas

    também àqueles que não no-lo perguntarem.

    Ela deve dizer a verdade sobre Deus e o homem, deve explicar Jesus Cristo,

    o suplemento do homem, que os presbíteros são chamados a incutir nas culturas, a

    fim de que sustente e valorize as diversidades culturais. É necessária uma teologia

    em contexto, porque o anúncio há de ser significativo e eficaz para todos. Por

    conseguinte, exige-se uma reflexão séria sobre os currículos e sobre o próprio

    delineamento da estrutura teológica.

    Hoje encontramo-nos diante de uma situação social, cultural e religiosa da

    humanidade, qualitativamente diferente. A pós-modernidade para o Ocidente, a

    globalização e o revival das grandes religiões requerem uma preparação adequada

    que nos ponha em condições de comunicar o Evangelho. Estes desafios

    representam uma mudança radical na reflexão sistemática do dado de fé cristã.

     A realidade do anúncio, ou da transmissão do Evangelho no mundocontemporâneo, deve constituir uma forte preocupação do nosso modo de fazer

    teologia, deve tornar-se a interlocutora no interior da reflexão sistemática da fé. Na

    verdade, existe a urgência e a necessidade de uma mudança de rota, que pode

    articular-se nos seguintes pontos:

     Aprofundar e tornar prioritária a teologia da missão, orientando neste sentido

    toda a reflexão teológica, a ponto de ser quase seu princípio unificador e a sua

    estrutura constituinte.

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     Aprofundar o mistério do homem, para que não se realize uma separação

    entre a Igreja e o mundo, que são companheiros de tenda.

    Construir com maior insistência uma teologia que ponha em diálogo, em vistade um confronto sério e competente com a sociedade contemporânea, com uma

    maior abertura a contextos culturais e religiosos mundiais.

    Evitar uma ocidentalização excessiva da teologia, considerando-a

    praticamente a única séria e válida, enquanto a Associação dos Teólogos do

    Terceiro Mundo, em Dacar, no distante ano de 1975, já denunciava a teologia

    ocidental como acadêmica, irrelevante e por isso pouco influente sobre a formação

    do cristão e da comunidade cristã.

    Portanto, pelo menos como início estimulador do discurso de renovação, é

    desejável que a teologia da evangelização se torne uma parte integrante no currículo

    dos estudos teológicos, que se introduzam cursos – também nos seminários – sobre

    a inculturação, sobre a teologia das religiões, sobre o diálogo inter-religioso e

    intercultural.

     A interculturalidade deveria torna-se um elemento necessário e transversal detoda a estrutura teológica. Atualmente, seria necessário oferecer instrumentos para

    estas novas sensibilidades e exigências, como viagens de estudo no exterior,

    intercâmbio de professores de várias proveniências culturais e religiosas, inclusão

    de estudantes estrangeiros nas nossas faculdades de teologia.

    Para uma espiritualidade fundamental da evangelização, apraz-me citar aqui

    a expressão utilizada por Pe. P. Manna, fundador da Pontifícia União Missionária: O

    Crucifixo é a verdadeira cátedra de missiologia. Estas palavras voltam a interpelar-

    nos, levando-nos às origens da vocação presbiteral.

     A evangelização alimenta-se nesta nascente inesgotável, que é Jesus. Não

    se trata de pôr em ação novas estratégias pastorais, mas de nos deixarmos conduzir

    pelo próprio amor de Cristo, que nos chamou, que nos oferece sua própria vida e

    nos concede a santidade. É necessário tornar essencial a espiritualidade, que para o

    evangelizador é obrigatoriamente determinada pela globalidade do mistério de

    Cristo, pela contemplação dos seus rostos. Como em uma sequência, podem-se

    enumerar os seguintes elementos:

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    Docilidade ao Espírito, que forma Cristo no seminarista, que o impele pelo

    caminho da missão. Centralidade da Palavra, para construir uma relação íntima e

    pessoal com Jesus Cristo, em vista de uma conversão totalizadora ao Reino de

    Deus, deixando-se assim alcançar e transformar pela Boa Nova, pela beleza do

    Evangelho.

    Caridade pastoral e Coração de Cristo, que não tem confins, que leva

    infalivelmente aos últimos, aos excluídos e aos deserdados. Viver os sacramentos

    como graça e manancial da evangelização.

    Paixão pelo homem, que deve ser expressa como proximidade à integridade

    do homem, como fraternidade na gratuidade, compaixão, simpatia e empatia; comoinclusão dos últimos na vida da comunidade, que não é distribuidora de serviços,

    mas sim comunidade que vive em comunhão e tende a ser instrumento de

    comunhão de todos; como transparência da filantropia de Deus; como transparência

    e radicalidade do testemunho, que exigem autenticidade, essencialidade, pobreza e

    fidelidade. Paixão urgente de conduzir toda a humanidade para Cristo, porque

    unicamente nele encontrará o cumprimento da sua humanidade.

     A experiência pastoral deve ser integrada em todo o processo de formação.

    Se o anúncio é a prioridade da missão da Igreja, se o seminário deve preparar os

    apóstolos, assim também a experiência pastoral não pode limitar-se a um serviço

    intraeclesial, que se desenvolve quase exclusivamente no serviço litúrgico e

    catequético, mas deve educar os seminaristas a lançar-se no mundo que está à

    espera da Boa Notícia, no mundo irredento que ainda não experimentou a

    paternidade amorosa de Deus: no meio da faixa dos marginalizados, dos excluídos,

    dos pecadores e dos imigrantes procurando, mediante o testemunho e sua atividade

    modesta, anunciar a Boa Nova que é Cristo.

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    3. A MISSÃO POPULAR NA CIDADE DE PIRES FERREIRA

    De acordo com a Irmã que pertence à Pastoral das Missionárias Reparadoras

    do Coração de Jesus  –  Cariré (Ir. Aldeneide Soares de Paiva). A vida religiosa

    exerce sua missionariedade de dois aspectos. De acordo com ela, “Muitos religiosos

    vivem a missão por meio da oração, assim podemos lembrar Santa Terezinha

    padroeira das missões, dentro de seu Carmelo, onde une toda vida da igreja”. “Mas

    queremos ressaltar aqueles religiosos que estão na vida de apostolado, que se

    consagram para o povo e estão no meio dos marginalizados pela sociedade”. 

     A irmã acrescenta ainda que estes missionários vão ao encontro daqueles

    que estão longe de Cristo, no lugar aonde ninguém quer ir, nas favelas, nos

    presídios, nos hospitais e tantos outros lugares. A missão na vida religiosa é

    permanente, porque a consagração de cada religioso é viver em comunhão com a

    missão de Cristo.

    “Sou consagrada a uma congregação que tem como carisma a evangelização

    e por si é missionário”. Em vivencia com o carisma, busca - se viver em sintonia comCristo. “Estou dentro de uma comunidade a qual necessita do meu testemunho”. O

    amor aqueles que se encontram nas periferias de nossas igrejas, os necessitados

    em primeiro lugar de Cristo que é a verdade e a vida.

    Por amor a Jesus e a minha igreja e desejosa de ser presença de Deus na

    vida de tantos irmãos, venho a cada dia desenvolvendo a minha missão.

    Nos dias atuais podemos perceber o grande passo da igreja no ministério Laical.

    São tantos leigos que com suas preocupações familiares se empenham na missão

    de educar, de evangelizar muitos irmãos na vida espiritual, levando-o para Deus.

    3.1 A participação dos Leigos na Missão

    De acordo com a Irmã que pertence à Pastoral das Missionárias Reparadorasdo Coração de Jesus  – Cariré (Ir. Aldeneide Soares de Paiva), a participação dos

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    leigos na igreja vai se tornando um jardim fecundo de muitas vocações, deixando de

    ser apenas clerical. Estou em missão a mais de um ano em Cariré. A realidade,da

    missão é desenvolvida por grupos pastorais, não encontramos com o mesmo ardor

    do tempo forte vivido em 2006. Mas podemos perceber que o povo tem cede de

    Deus.

    “A missão de casa em casa nos meios populares faz com que o povo

    encontre Jesus que vai em suas próprias casas. Hoje o grande pedido da igreja é

    que a missão seja permanente, e que possamos sair de dentro do templo e ir para a

    igr eja que está fora nos aguardando para ouvir a voz do mestre”. 

    O grande desafio da igreja hoje é a profunda experiência com Jesus paraformação de novos operários que assuma em suas vidas a própria missão de Cristo.

    Precisamos de pessoas corajosas e desejosas de anunciar o reino de Deus. A igreja

    vem lutando para encontrar meios que acompanhe a modernidade e caminhar juntos

    sem perder as bases dos ensinamentos de Jesus, buscando evangelizar as crianças

    e os jovens que sejam futuros do amanhã.

    Podemos lembrar um dos grandes eventos fundado por João Paulo II A

     jornada mundial da juventude, que tem como objetivo infundir nos jovens o sentido

    de serem missionários e protagonistas de uma igreja solidaria e missionária. Sempre

    olhando para o novo tempo e buscando novos meios de levar Jesus Cristo.

    3.2 O surgimento das missões em Pires Ferreira

    De acordo com o Pe. Helandino Sampaio de Paiva, pároco da Paróquia de

    Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Pires Ferreira, as Santas Missões Populares

    surgem das comunidades eclesiais de base, tendo a dimensão do social a luta pela

    reforma agrária para que as pessoas tenham melhores condições de vida, de

    trabalho e oportunidade de emprego dentro desse contexto.

     A importância é justamente dentro desse campo social onde a Igreja não

    espera que as pessoas possam ir para a igreja e a igreja ir até os fieis com as visitas

    que foram feitas e ainda hoje são realizada no Brasil inteiro.

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    Cada missionário quando chega a uma casa, na visita e pela a visita ele

    identifica os problemas das famílias, por exemplo, a questão do desemprego, a

    questão das crianças a questão dos idosos que precisam de cadeira de roda de um

    auxilio medico.

     A importância das santas missões populares é fundamental no contexto social

    e a partir dessas visitas os missionários vão identificando a necessidade das famílias

    então a Igreja tem propriedade para poder ir ate as autoridades políticas reivindicar

    uma assistência melhor para as famílias, a igreja também faz sua parti mesmo não

    sendo a igreja obrigada, mas ela assumi para si, porque esta em jogo é a questão

    do ser humano o filho de Deus a filha Deus,que não tem trabalho ,falta dignidade

    para aos idosos,educação para as crianças.

    Então as santas missões populares são fundamentais para a dimensão

    social, do ser humano, mas hoje não é nem tanto a questão da fé e sim do ser

    humano, as comunidades eclesiais de base lutam nessa dimensão da reforma

    agrária tem um cunho muito forte com a teologia da libertação que incentivou para a

    luta popular.

    É de fundamental importância no social do ser humano, as santas missões

    populares elas surgem nesse contexto nas comunidades eclesiais de base

    assumem uma preferência aos pobres não é aquele pobre que não tem dinheiro,

    mas aquele que falta um auxilio do estado por exemplo :na educação ,na saúde a

    questão do trabalho é o fato que acontece no nosso interior no estado do ceara

    principalmente no sertão central,na região norte ,sul nem tanto a migração das

    pessoas em busca de uma condição de vida melhor,aparte de um trabalho digno

    para da uma condição de vida para seus familiares.

     A importância da criação das santas missões populares veio em busca de

    chamar as pessoas para anunciar o evangelho de Deus, ou seja, proclamar a vossa

    palavra. Não estamos no tempo numa época em que a igreja espera as pessoas

    participarem, não, porque o tempo agora é outro, pois a igreja vai em busca das

    pessoas a realidade de mundo, ou seja, de época .Vendo por outro lado a igreja nos

    dias atuais esta cada vez se modernizando não deixando de lado os ensinamentos

    de Cristo.

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    O chamando os jovens a participarem dos grupos que tem nas comunidades

    que é muito importante na formação de cada ser humano,nós falávamos que as

    SMP foram criadas nas comunidades de eclesiais base,uma mudança de

    pensamento de paradigma então tudo isso vai influenciar também a igreja tomar

    uma nova postura radical.

     A missão no município de Pires Ferreira não esta mais com aquela

    empolgação a exemplo do ano de 2006, mas estamos em busca de algo novo que

    possa chamar atenção do povo de evangelizar mais.

    Cada paróquia ficou uma semana andando nos Barrios, na comunidade de

    difícil acesso, envolvendo paróquias de vários municípios que a semana missionáriase tornasse um costume a paróquia de Pires Ferreira é uma paróquia jovem onde as

    pessoas assumiram outros compromissos, mas não deixando de participar das

    comemorações da igreja na qual cada um foi tomando um ritmo deferente.

    Novas comunidades foram formadas com um objetivo de levar a palavra de

    Deus, formando grupos de orações, catequizando as crianças e os jovens, idosos.

    Mas se falando de ação missionária não temos mais hoje com o próprio nome

    santas missões populares a semana missionária, mas nós temos o grupo do Mesc

    da sagrada comunhão eles fazem visitas, aos idosos que precisam de cadeira de

    roda ao idoso que precisa de um auxilio medico as famílias que precisa de uma

    cesta básica á essa ação tímida então as pastorais a catequese que trabalha com as

    crianças a missão continua nesse sentido da formação da catequese, mas claro a

    vontade retomar as semanas missionárias nas paróquias.

     A maior dificuldade é justamente no campo do voluntariado. No sentindo deque as pessoas hoje estão mais distantes da fé a questão das pessoas se doarem

    por Deus, pela a igreja, nós perdemos um pouco da noção do voluntariado essa

    dimensão de consciência da fé, eu sou batizado tenho que assumir o compromisso

    com o batismo de colocar em pratica esse batismo, então a maior dificuldade com as

    pessoas disponíveis para essa ação missionária.

    Bem na verdade que o padre não pode fazer esse trabalho sempre,

    participação dos fieis da igreja povo da igreja gente, então a maior dificuldade queencontramos aqui é essa a disponibilidade dos irmãos das pessoas juntamente com

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    a igreja não estou falando do padre sozinho não,mas a igreja povo a igreja gente se

    o padre esta incluso então é quem deve assumir as santas missões populares e

    renascer esse projeto ,as maiores dificuldades que encontramos é essa a

    disponibilidades das pessoas e o mundo que oferece outras coisas para as

    pessoas.

    Bom dos pontos positivos nós já ate citamos a questão social identificarmos a

    realidade das pessoas e a partir dessas mudanças realizadas nós podemos

    trabalhar com a família, podemos trabalhar com a juventude que hoje esta sendo

    atacada pelas as drogas, pela a violência, pela criminalidade, jovens são vitimas

    também do transito são vitimas também do álcool então nós identificamos várias

    realidades com as semanas missionárias com as visitas são os pontos positivos, a

    partir daí a igreja ela pode dentro da sua doutrina social trabalhar essas questões.

     A igreja só não, mas sempre a igreja ela dialoga tenta esse dialogo com a

    gestão publica, política por exemplo: a prefeitura, secretaria de ação social até

    mesmo com a câmera de vereadores e porque não dizer algumas igrejas que se

    abram ao dialogo á esse trabalho em conjunto de unirmos, então são os pontos

    positivos. Os negativos que encontramos são as perdas ou a não continuidade dassemanas missionárias de nós continuarmos as visitas que são fundamentais nesse

    trabalho que a igreja vem tentando resgatar.

    3.3 As Santas Missões na localidade de Santa Tereza II  – Pires Ferreira  – Ce

    De acordo com a Ir. Aldeneide Soares de Paiva que é Missionária da

    Paróquia de Cariré – Pires Ferreira, as missões têm grande relevância na tarefa de

    acolher e de partilhar com as pessoas o caminho percorrido até onde se quer

    chegar. Costuma - se diferenciar os missionários “locais” dos missionários “de fora”.

    Os locais são os que moram na paróquia onde está acontecendo a Missão; os de

    fora são os que já experimentaram essa experiência em suas paróquias ou

    comunidades e que foram enviados por suas comunidades, principalmente para

    ajudar no tempo da grande Semana Missionária.

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    Com isto, não se trata apenas de mostrar o poder, mas de viver a

    espiritualidade do discípulo. Cada um assumindo tarefas diferentes, conforme seus

    dons e valores. Pelos motivos lembrados acima, as Missões Populares dependem

    também da presença do pároco. No interior do espírito das Missões Populares, aos

    párocos se sugerem muitas as atitudes.

    Conduzir todo o processo com discernimento, com sabedoria, com coração

    de pastor, profeta e conselheiro; valorizando todo o positivo que aparece,

    aprendendo com as falhas, apontando sempre caminhos de esperança. As Santas

    Missões Populares são uma verdadeira escola de vida para os padres, as religiosas

    e as demais lideranças pastorais.

    Quando se começaa caminhada das Missões Populares não se pensa nas

    crianças como missionárias. De acordo com a religiosa as crianças foram acolhidas

    com simpatia e empatia; e elas começaram a fazer maravilhas. Hoje não

    entendemos mais Missões Populares sem a presença criativa das crianças e dos

    adolescentes.

    Sem eles, que são portadores das boas notícias de Deus e dos valores do

    Reino, elas não seriam populares. Acontecem jornadas de encontros para crianças

    missionárias, para adolescentes missionários, a fim de que elas mesmas decidam o

    tipo de presença que querem marcar nas Missões Populares.

    Dá-se espaço a elas nas reuniões dos missionários, nas decisões, nas

    celebrações. Criam atividades, tomam iniciativas. Em cada setor deve haver uma

    pequena equipe de missionários jovens e adultos liberados para o trabalho com as

    crianças e adolescentes. São chamados de acompanhantes, para não esquecer quesão as crianças e adolescentes que conduzem sua presença nas Santas Missões

    Populares.

     Ainda de acordo com a religiosa os sonhos sustentam a caminhada sobretudo

    nas encruzilhadas difíceis. Sonhar é romper as barreiras do medo e da incoerência.

    Sonhar é dar asas ao mais autêntico que há em nós, às grandes aspirações

    presentes na humanidade e nos acontecimentos históricos que estamos vivendo.

    Sonhar é preciso, sempre; faz bem, renova; melhor ainda quando sonhamos

     juntos, em mutirão. Há sonhos bonitos presentes nos grandes objetivos das Missões

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    Populares. É difícil esquematizar sonhos, mesmo assim podemos indicar os mais

    significativos.

     As Missões Populares cultivam a espiritualidade do seguimento de JesusCristo como caminho seguro para uma autêntica existência humana; e propõem a

    todos e a todas. As Missões Populares procuram despertar para os valores

    humanos e evangélicos da conversão permanente, da reconciliação, da gratuidade

    de uma vida solidária, simples e transparente; do silêncio, da escuta, da

    contemplação.

     As Missões Populares forjam um sacerdócio missionário a serviço de toda a

    Igreja diocesana. Um missionário que acredite no protagonismo dos leigos. A açãopastoral em torno das Santas Missões aposta na caminhada das pequenas

    comunidades eclesiais situadas no tempo e no espaço. As Missões Populares

    colocam, com espírito de diálogo inter-religioso e ecumênico, a missionariedade da

    Igreja local no centro de suas atividades pastorais.

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    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O trabalho realizado sobre as Missões Populares mostra que é bom insistir: o

    que vale é a Missão de Jesus. Ela está em primeiro lugar, o que vem em seguida

    são instrumentos e serviços. A razão de existir da Igreja é concretizar a missão de

    Jesus nas situações e desafios de hoje. A Igreja existe em função da missão de

    Jesus, ela é algo relativo, um relativo necessário, mas sempre relativo. Tudo o que é

    instrumento deve sempre estar em processo de revisão, de avaliação, de conversão

    permanente.

     A Missão exige fidelidade e criatividade, unidade na diversidade, um amor

    compassivo e solidário com os pobres, uma consciência crítica e ativa, uma grande

    capacidade ao diálogo e ao serviço fraterno. Convida as Igrejas locais a se

    colocarem em estado de missão permanente. Necessita de instrumentos capazes,

    de objetivos claros, de metodologia eficaz e envolvente.

    Deverá fazer crescer entre todos os católicos a espiritualidade do seguimento

    de Jesus, deverá transformar cada vez mais as dioceses em comunidades, quesejam participativas, solidárias, missionárias, assumidas e conduzidas por

    missionários leigos (as).

    O compromisso em favor da cidadania, da justiça e da solidariedade ao lado

    dos mais pobres e excluídos avançou. A espiritualidade do seguimento de Jesus

    Cristo está mudando a vida de muitas e muitas pessoas. Isto se confirma e reforça a

    caminhada missionária.

    Pelas experiências, observa - se que, se bem vividas nos seus conteúdos,

    motivações, objetivos, metodologia e espiritualidade, podem dar uma humilde e

    preciosa contribuição ao crescimento da missão de Jesus, razão principal de todo

    trabalho pastoral.

    Portanto, sem esquecer a recomendação de Jesus dirigida aos primeiros

    discípulos missionários: “Quando vocês tiverem feito tudo o que vos mandaram,

    dizei: ‘Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer”’ (Lc 17,10).

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    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL/CNBB (Ed.). Santas

    Missões Populares. Projeto Nacional de Evangelização. Queremos ver Jesus,

    caminho, verdade e vida. São Paulo: Paulinas e Paulus, 2004.

    Documento de Aparecida. V Conferência de Aparecida   –  Renascer de uma

    esperança. PNE  – O Brasil na Missão Continental nº 5. Diretrizes Gerais da Ação

    Evangelizadora no Brasil nº 94. http://www.santasmissoespopulares.com.br/wp-

    content/uploads/2012/03/Manual-do-Pregador. pdf

    Luis Mosconi Firmino Spiegel. Missões Populares. Disponível em:

    http://www.missiologia.org.br. Acesso em 20 de junho de 2014.

    MOSCONI, Luis. Santas Missões Populares. 10.ª ed. Paulinas; São Paulo,2004.

    VVAA. PRIMEIRO CONGRESSO MISSIONÁRIO NACIONAL. Igreja no Brasil, tua

    vida é missão. Memórias. Belo Horizonte: Conselho Missionário Nacional (Comina),

    2003

    FONTES ORAIS

    Ir. Aldeneide Soares de Paiva   –  Missionária na Diocese de Sobral  –  Ce.

    Entrevistada no dia 12 de Maio de 2014.

    Pe. Herlandino Sampaio Paiva  –  Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do

    perpétuo Socorro – pires Ferreira. Entrevistado no dia 10 de Maio de 2014 

    http://www.missiologia.org.br/http://www.missiologia.org.br/

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    ANEXOS

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    FICHA DE CAMPO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES

    Data: 25/06/2014

    1. Dados Pessoais do Entrevistado:

    Nome: Aldeneide Soares de Paiva

    Idade: 21 anos

    Telefone:

    Profissão: Missionária

    2. Dados referentes as Santas Missões Populares na localidade de Santa

    Tereza II  – Pires Ferreira - Ce:

    2.1. Como acontece a missão na vida religiosa?

    2.2. Na condição de religiosa, de que maneira vem desenvolvendo a missão dentro

    e fora da igreja?

    2.3. Qual a importância dos leigos na missão dentro da igreja?

    2.4. Na paróquia a qual está em missão, como vem sendo o trabalho com as

    Missões Populares ?

    2.5. Quais as dificuldades para exercer a missão?

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    FICHA DE CAMPO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES

    Data: 25/06/2014

    1. Dados Pessoais do Entrevistado:

    Nome: Herlandino Sampaio

    Idade: 35 anos

    Telefone:

    Profissão: Pároco

    2. Dados referentes as Santas Missões Populares na Paróquia de Pires Ferreira

    - Ce:

    2.1. Qual a importância da criação das Santas Missões populares?

    2.2. Quais os motivos que levaram a igreja fazer tais mudanças?

    2.3. Como estão sendo as Missões no município de Pires Ferreira?

    2.4. Quais dificuldades encontradas na realização das missões ?

    2.5. Em relação as Santas Missões populares, Quais os pontos positivos e negativos

    referentes as Missões?