Mercado financeiro vs instituicoes financeiras
-
Upload
sergio-alfredo-macore-helldriver-rapper -
Category
Economy & Finance
-
view
914 -
download
1
Transcript of Mercado financeiro vs instituicoes financeiras
ÍNDICE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................4
1.Metodologia..................................................................................................................................5
2. MERCADO FINANCEIRO VS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS..........................................5
2.1.Mercado Financeiro...............................................................................................................5
2.1.1.Mercado Monetário.........................................................................................................6
2.1.2.Mercado de Crédito.........................................................................................................6
2.1.3.Mercado de Câmbio........................................................................................................6
2.1.4.Mercado de Capitais........................................................................................................7
2.2.Finalidade dos mercados financeiros.....................................................................................7
2.3.Estrutura dos mercados financeiros.......................................................................................8
2.4.Sistema Financeiro Nacional.................................................................................................9
3.INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS..............................................................................................12
3.1.Mecanismo de acção............................................................................................................12
3.2.Tipos de instituições financeiras..........................................................................................13
3.2.1.Bancos Comerciais........................................................................................................13
3.2.2.Bancos de Desenvolvimento.........................................................................................13
3.2.3.Cooperativas de Crédito................................................................................................13
3.2.4.Bancos de Investimentos...............................................................................................13
3.2.5.Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimentos............................................14
4.MERCADO DE ACÇÕES.........................................................................................................17
4.1.Definição das bolsas de valores...........................................................................................17
4.2.Características das bolsas de valores...................................................................................17
4.3.Processos de Negociação na Bolsa de Valores....................................................................17
4.4.Títulos Negociados nas Bolsas de Valores..........................................................................18
4.5.Objectivos das bolsas de valores..........................................................................................18
4.6.Bolsas de valores de Moçambique.......................................................................................19
5.PREÇO DE ACÇÕES................................................................................................................21
5.1.Acções..................................................................................................................................21
2
5.2.Tipos de acções....................................................................................................................22
5.2.1.Acções ordinárias..........................................................................................................22
5.2.2.Acções preferenciais......................................................................................................22
5.2.3.Negociação de acções....................................................................................................22
5.2.4.Como as acções chegam nas bolsas de valores.............................................................23
5.2.6.Como comprar acções?.................................................................................................24
5.2.7.Valor de acções: Modelo de crescimento de crescimento de dividendos.........................25
Conclusão......................................................................................................................................27
Bibliografia....................................................................................................................................28
3
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa aborda sobre o mercado financeiro vs instituições financeiras.
Na verdade, como se pode ver pelo tema o sistema financeiro é composto por um conjunto de
instituições financeiras públicas e privado, e seu órgão normativo máximo é o Conselho
Monetário Nacional (CMN). Por meio do SFN, viabiliza-se a relação entre agentes carentes de
recursos para investimento e agentes capazes de gerar poupança e, consequentemente, em
condições de financiar o crescimento da economia.
Por agentes carentes de recursos entendem-se aqueles que assumem uma posição de tomadores
no mercado, isto é, que despendem em consumo e investimento valores mais altos que suas
rendas. Os agentes superavitários, por seu lado, são aqueles capazes de gastar em consumo e
investimento menos do que a renda auferida, formando um excedente de poupança.
Contudo, uma característica presente na estrutura do Sistema Financeiro é os conglomerados
financeiros, criados em função da política de concentração bancária desenvolvida nas últimas
décadas por intermédio principalmente de fusões e aquisições. Esses conglomerados financeiros,
por meio das diversas instituições que estão sob seu controle, costumam actuar nos diversos
segmentos financeiros do mercado, limitando bastante a actuação de instituições independentes.
4
1.Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é
levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos
baseia-mos.
2. MERCADO FINANCEIRO VS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
2.1.Mercado Financeiro
Originalmente, todas as transacções eram realizadas através da simples troca de bens ou serviços,
operação chamada de escambo. Com a evolução e a complexidade das relações de troca, surgiu a
moeda como instrumento de precificação para a actividade de comprar e vender bens e serviços.
A criação da moeda como ferramenta de valoração, não eliminou a existência de pessoas com
superávit em seus fluxos de caixa e pessoas com déficit.
Como, então, juntar essas pessoas de forma que todos pudessem equilibrar seus fluxos de caixa
através de empréstimos concedidos por aqueles em posição de superávit e a captação de
empréstimos por aqueles com deficit em seu fluxo? Os instrumentos necessários para viabilizar a
resposta a esta questão geraram o Mercado Financeiro. Embora esses mercados sejam hoje
globalizados, espalhando-se por todos os países e englobando vários tipos de operações,
podemos defini-lo como o “local” onde vários tipos de transações são realizados.
Os mercados financeiros básicos são: mercado monetário e de crédito, mercado cambial e
mercado de capitais.
Agentes financeiros: são as instituições, como bancos de investimentos, comerciais,
corretoras de valores, entre outras, que realizam as transacções financeiras.
5
Demandantes: são os tomadores de recursos, isto é, aqueles que captam recursos no
mercado financeiro.
Fornecedores: são os investidores ou poupadores de recursos.
No mercado financeiro estão incluídos vários outros tipos de mercados. Através dos agentes
autorizados a operar, definidos de acordo com a legislação de cada país, todas as transacções que
ocorrem no Mercado Financeiro, em seus respectivos mercados, podem ser sintetizadas da
seguinte forma.
Tipo de transacção Mercado
Operações com moeda local Mercado monetário
Operações com moeda estrangeira Mercado de câmbio
Operações com empréstimos Mercado de crédito
Operações de compra e venda de capital de empresas Mercado de capitais
Existem várias definições para os mercados que compõem o Mercado Financeiro. Nesses
mercados normalmente observamos os seguintes tipos de operações:
2.1.1.Mercado Monetário
Formado por bancos comerciais, múltiplos e sociedades de crédito, financiamento e investimento
para realizar operações com títulos públicos (títulos emitidos pelo governo).
2.1.2.Mercado de Crédito
Mercado onde são negociadas as operações de empréstimos, arrendamento mercantil e
financiamentos para pessoas físicas e jurídicas de qualquer tamanho e segmento de actuação.
2.1.3.Mercado de Câmbio
Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de moeda estrangeira com taxas
flutuantes e taxas livres. Esse mercado inclui também as negociações entre residentes
domiciliados ou com sede no país e no exterior.
6
2.1.4.Mercado de Capitais
Mercado onde são realizadas as operações de compra e venda de acções, títulos e valores
mobiliários efectuadas entre pessoas físicas e jurídicas. Essas operações têm obrigatoriamente a
intermediação de instituições financeiras participantes do Sistema de Distribuição de Títulos e
Valores Mobiliários.
Para qualquer tipo de empresa ou pessoa física actuando no mercado monetário, mercado de
crédito, mercado de câmbio ou mercado de capitais, independente do tipo de mercado, existe
uma variável que impacta a todos. Essa variável é a taxa de juros. As taxas de juros são
acompanhadas diariamente, pois afectam a vida de todos e têm consequências importantes para a
saúde da economia. Elas afectam as decisões das famílias (consumir ou poupar, comprar à vista
ou a prazo) e, principalmente, das empresas (investir na expansão da capacidade da empresa ou
aplicar em títulos do governo, tomar recursos emprestados ou aumentar o capital).
2.2.Finalidade dos mercados financeiros
Participam do mercado financeiro as instituições financeiras, poupadores e tomadores de
recursos. Poupadores são as pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que dispõem de
recursos financeiros sobrando e não pretendem gastá-los de imediato. Tomadores são também
pessoas físicas, jurídicas ou órgãos governamentais que necessitam de recursos financeiros para
usá-los de imediato, ou seja, apresentam uma situação deficitária em seus fluxos de caixa.
A finalidade dos mercados financeiros é a alocação eficiente da poupança entre tomadores finais
dos recursos financeiros e os poupadores, ou seja, entre aqueles que apresentam déficit e os que
estão em uma posição superavitária em seus fluxos de caixa. O processo de alocação entre esses
participantes é realizado pelos intermediários financeiros, assim compreendidos como bancos,
financeiras, fundos de pensão, seguradoras, fundos de investimentos etc.
Quando o investimento de uma unidade económica em activos (máquinas, equipamentos, casas,
prédios, estoques, bens duráveis etc.) excede sua poupança, ou seja, seu superávit de caixa, para
conseguir realizar o investimento previsto essa empresa ou unidade económica necessitará
buscar novos empréstimos e financiamentos no mercado de crédito ou aumento de capital por
meio de aporte dos sócios existentes ou da abertura do capital para novos sócios no mercado de
7
capitais. Por outro lado, quando ocorre um excesso de poupança em relação ao investimento, ela
adquire activos financeiros (títulos, acções etc.) no mercado monetário.
2.3.Estrutura dos mercados financeiros
Uma empresa ou um indivíduo pode conseguir recursos no mercado financeiro de duas formas:
Emitir um instrumento de dívida (como um título de crédito ou uma hipoteca) ou
Emitir títulos de propriedade (como quotas de capital ou acções da empresa).
A forma mais comum é emitir um instrumento de dívida, que é, na realidade, um contrato no
qual o tomador se compromete a pagar juros e amortizar o principal ao emprestador até uma data
específica (data do vencimento). A segunda forma, emissão de títulos de propriedades, como
acções na Bolsa, por exemplo, dão direito ao recebimento de dividendos periódicos calculados
com base em um percentual dos lucros, podendo ser revendidas a qualquer momento.
A vantagem de possuir acções, no caso de uma sociedade anónima, ou cotas, no caso de uma
empresa constituída sob a forma de cotas de responsabilidade limitada, é que seus portadores
compartilham do aumento da lucratividade e da geração de riqueza da empresa, pois as acções e
as cotas conferem direito de posse aos seus portadores. No entanto, o proprietário de acções ou
cotas tem a desvantagem de não ter nenhuma garantia com relação ao risco do negócio,
incorrendo em risco de crédito da mesma forma que o emprestador de recursos e de ficar
completamente vulnerável às oscilações da lucratividade da empresa.
Além disso, de acordo com a legislação, o ressarcimento das exigibilidades decorrentes da
utilização do capital de terceiros é prioritário em relação aos interesses dos accionistas ou
quotistas.
A vantagem para o emprestador, quando comparado ao sócio, seja ele quotista ou accionista, de
emprestar recursos, são as seguintes:
As despesas financeiras e o pagamento de principal tem ressarcimento prioritário em
relação ao valor investido pelos proprietários.
8
Normalmente os empréstimos estão protegidos por garantias reais e financeiras (como o
fluxo de caixa futuro, numa operação de securitização de recebíveis, aval dos sócios,
fiança, penhor de estoques etc.).
2.4.Sistema Financeiro Nacional
Sistema Financeiro Nacional é formado pelo conjunto de instituições, reguladoras e operacionais
e tem por objectivo garantir o fluxo de recursos entre emprestadores e tomadores de recursos.
2.4.1.Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
Ao Conselho Monetário Nacional compete:
Estabelecer as directrizes gerais das políticas monetárias, cambial e creditícia;
Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições
financeiras;
Disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial;
Autorizar emissões de papel-moeda;
Aprovar o orçamento monetário preparado pelo Banco Central;
Fixar directrizes e normas da política cambial;
Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas de operações creditícias.
2.4.2.Formação da taxa de juros
O bem vendido e comprado no mercado financeiro é o dinheiro. A interacção da demanda e
oferta desses fundos fixa a taxa de juros. Os demandantes são os tomadores de empréstimos e os
ofertantes são aqueles que emprestam ou financiam. A representação gráfica da demanda (DD)
tem inclinação negativa, pois quanto maior a taxa de juros menor será o estímulo para os
tomadores de recursos e, naturalmente, quanto menor a taxa de juros mais estimulados estarão os
tomadores (maior será a quantidade demandada).
Por outro lado, a representação gráfica da oferta (SS) tem inclinação positiva já que, quanto
maior a taxa de juros, maior será o incentivo dos financiadores em emprestar e, quanto menor a
9
taxa de juros, menor será esse incentivo (menor será a quantidade ofertada). No equilíbrio de
mercado tem-se uma taxa de juros (io ) e um volume de recursos transaccionados (Vo ).
2.4.3.Valor do dinheiro no tempo
Um dos conceitos mais importantes das finanças empresariais, ou mesmo pessoais, diz respeito à
relação entre 1,00 hoje e 1,00 no futuro. O cálculo financeiro estuda o relacionamento entre
valores monetários posicionados em pontos distintos do tempo. Dessa forma, tem por objectivo
analisar operações (transacções) financeiras e/ou comerciais envolvendo entradas e saídas de
caixa (de dinheiro) ocorridas em pontos distintos no tempo.
Existem diferentes formas de como os valores monetários podem estar espalhados ao longo do
tempo (fluxos de caixa). Fluxos de caixa nada mais são do que a diferença entre as entradas e
saídas de caixa efectivadas ao longo do tempo. O cálculo financeiro se propõe a avaliar fluxos de
caixa e, com base nessa avaliação, contribuir para uma tomada racional de decisão.
Por exemplo, suponhamos uma empresa que analisa a possibilidade de investir 10 milhões em
um projecto que promete gerar 3 milhões por ano durante cinco anos. Trata-se de um projecto
interessante? Como as entradas totalizam 15 milhões e superam a saída de 10 milhões,
poderíamos pensar a princípio que sim. No entanto, os 10 milhões são pagos imediatamente, já
as parcelas anuais de 3 milhões serão recebidas no futuro. Além disso, o pagamento dos 10
milhões é imediato e certo, ao passo que as entradas futuras são apenas estimativas. Assim
sendo, precisamos conhecer a relação entre 1,00 hoje e 1,00 (possivelmente incerto) no futuro.
2.4.4.Conceito de juros, principal e montante
Antes de definirmos os juros, devemos colocar duas proposições:
Quem empresta dinheiro sacrifica o consumo. Os indivíduos requerem uma remuneração
pela renúncia do consumo hoje (prémio pela espera).
Quem empresta dinheiro corre o risco de não receber os valores devidos do capital inicial
e juros. Os poupadores requerem uma remuneração pelo risco assumido (prémio de
risco).
10
A noção de juros decorre do fato de que na sociedade a maioria das pessoas prefere consumir
(bens ou serviços) hoje do que numa data futura, ou seja, há uma preferência temporal em não
adiar o consumo. Dessa forma, postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo tempo
envolve um sacrifício que deve ser pago mediante uma recompensa denominada juros.
Além do prémio pela espera, os juros contemplam também o risco do negócio. Poderíamos ainda
definir juro como sendo a quantia de dinheiro cobrada pelas pessoas e/ou empresas pela
utilização do seu capital por um período (intervalo de tempo) determinado, ou seja, é o preço do
dinheiro.
Sabendo que:
O principal (P) corresponde ao capital inicial que uma pessoa (física ou jurídica)
empresta para outra durante certo tempo.
Os juros (J) são a remuneração pelo uso do capital (para o emprestador) ou o custo do
empréstimo (para o tomador), ou seja, os juros geram um lucro (ou ganho) ao proprietário
do capital de forma a compensar a sua privação por determinado período de tempo.
O montante (M) corresponde ao valor monetário acumulado após um determinado
período de tempo, resultante de uma operação financeira ou comercial, ou seja, é a soma
do capital inicial (principal) mais os juros auferidos naquele período.
2.4.5.Taxa de juros
A taxa de juros é o coeficiente que determina o valor dos juros, isto é, a remuneração de uma
unidade monetária durante um certo período de tempo. Podemos calcular a taxa de juros i (“i” do
inglês interest, que significa juros) pela relação entre os juros (J) e o principal (P):
i = J / P = (M – P)/P = M/P – 1
Onde:
i = taxa de juros expressa na forma decimal (*).
J = juros acumulados.
P = principal.
11
M = montante.
(*) O resultado da equação acima é fornecido na forma decimal. Para transformar em
percentagem, basta multiplicar o resultado por 100.
Exemplos: 1. Um capital de 1.000,00 é aplicado durante um mês e gera uma remuneração de
25,00. Qual foi a taxa de juros mensal cobrada na operação?
Solução: i = J / P = 25,00/1.000,00 = 2,5% ao mês.
3.INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Unidade de organização que compõe o mercado financeiro. Exemplo: Bancos Comerciais,
Bancos de Investimento, Caixa Económica, Cooperativas de Crédito, Sociedades Corretoras e
Distribuidoras. As normas operacionais de todas as instituições financeiras são estabelecidas pelo
Banco Central.
Organização cuja finalidade é optimizar a alocação de capitais financeiros próprios e/ou de
terceiros obedecendo uma co-relação de risco, custo e prazo que atenda aos objectivos de seus
patrocinadores (pessoa física, pessoa jurídica, conjunto de pessoas físicas ou grupo económico
que possa ser classificado em qualquer uma das categorias a seguir: accionista, cliente,
colaborador, cooperado, fornecedor, agência reguladora ou agência supervisora de mercado no
qual a instituição opere).
3.1.Mecanismo de acção
Uma instituição financeira opera administrando uma relação de equilíbrio delicado entre moedas,
prazos e taxas negociados para os capitais financeiros que capta (passivos) e para os que aplica
(activos) no mercado, respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências
reguladoras / agências supervisoras de cada mercado onde actue. Um complicador para a
governança do Sistema Financeiro é a taxa de alavancagem entre os passivos e activos da
instituição financeira, que exige um contínuo monitoramento, e que pode levar a eventuais
intervenções pelas agências reguladoras / agências supervisoras para a administração do risco.
12
3.2.Tipos de instituições financeiras
3.2.1.Bancos Comerciais
Os bancos comerciais são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes
superavitários para os deficitários. Entre suas principais actividades, estão: podem descontar
títulos, fazer operações de abertura de crédito, fazer operações de crédito rural, de câmbio e
comércio internacional, podem realizar captação de depósitos à vista e a prazo fixo, obtenção de
recursos com instituições oficiais para repasse aos clientes, entre outras actividades que ajudam
na circulação do dinheiro.
3.2.2.Bancos de Desenvolvimento
São agentes de financiamento, que apoiam empreendimentos que contribuam para o
desenvolvimento do país. É usado para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas,
desenvolvimento do mercado de capitais. Seu objectivo é promover o desenvolvimento do País,
aumentando o nível de competitividade brasileira. Desta forma, eleva a geração de emprego, e
reduz as desigualdades.
3.2.3.Cooperativas de Crédito
Normalmente, as cooperativas actuam em sectores primários da economia, ou então são
formadas pelos funcionários das empresas. Actuando no sector primário, melhoram a
comercialização dos produtos rurais e facilitam para que cheguem até os consumidores. Já nas
empresas, oferecem crédito aos funcionários, que contribuem mensalmente para manter a
mesma. As operações de cooperativa são exclusivas para os cooperado.
3.2.4.Bancos de Investimentos
Os bancos de investimentos fazem captação de recursos através de CDB e RDB, de venda de
cotas de fundos de investimentos, de capitação e repasse de recursos. Os recursos adquiridos são
direccionados a empréstimos e financiamentos para aquisição de bens de capital pelas empresas
ou subscrição de acções e debêntures. Os bancos de investimento não podem utilizar os recursos
para empreendimentos mobiliários, e possuem limites para investimento no sector estatal.
13
3.2.5.Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimentos
Este tipo de instituição pode captar recursos através de letras de câmbio, e sua função é financiar
bens de consumo duráveis aos consumidores através de crediário. Como é uma actividade de alto
risco, o passivo das financeiras é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.
3.2.6.Sociedades Corretoras: as sociedades corretoras
Servem como intermédio para terceiros, para que estes possam operar com títulos e valores
mobiliários. Para serem formadas, as corretoras dependem do Banco central, e para poderem
exercer suas actividades, dependem da CVM. Entre suas actividades, as corretoras podem
participar do lançamento de acções, auxiliando na distribuição, podem administrar carteiras e
fundos de investimentos, podem intermediar operações de câmbio.
As corretoras contam com profissionais especializados em análise de mercado, de sectores da
economia e de companhias. Dão o suporte para que os investidores tirem suas dúvidas e saibam
sobre as melhores oportunidades de mercado.
3.2.7.Sociedades Distribuidoras
Algumas de suas principais actividades são: a intermediação de oferta pública e distribuição de
títulos e valores mobiliários, fazem a administração e custódia das carteiras de títulos e valores
mobiliários, cuidam da formação, organização e administração de fundos e clubes de
investimento, podem operar no mercado accionaria por conta de terceiros, comprando, vendendo
e distribuindo títulos e valores mobiliários, incluindo ouro financeiro; podem fazer a
intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; realizam lançamentos públicos de
acções; podem operar no mercado aberto e podem intermediar operações de câmbio. As
sociedades distribuidoras são supervisionadas pelo Banco central.
3.2.8.Sociedade de Arrendamento Mercantil
As sociedades de arrendamento mercantil fazem operações com leasing, nas quais o locatário
tem a opção de, no final do contrato, renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residual ou
devolver o bem locado à sociedade. A captação de recursos se dá através da emissão de
debêntures.
14
3.2.9.Associações de Poupança e Empréstimo
São sociedades civis, onde a captação de recursos se dá através de caderneta de poupança. O
principal objectivo é o financiamento imobiliário, e todos os associados possuem direito à
participação nos resultados.
3.2.10.Sociedades de Crédito Imobiliário
São voltadas ao público de maior renda. A captação de recursos se dá através de Letras
Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF. Os recursos captados são destinados ao
financiamento imobiliário directos ou indirectos.
3.2.11.Investidores Institucionais
Os principais são:
1. Fundos Mútuos de Investimentos:
Condomínios abertos que aplicam seus recursos em títulos e valores mobiliários, com o objectivo
de oferecer aos condomínios maiores retornos e menores riscos.
2. Entidades Fechadas de Previdência Privada:
São aquelas mantidas por contribuição de grupo de trabalhadores. Parte de seus recursos deve ser
destinada ao mercado accionaria, por determinação legal.
3. Seguradoras:
São definidas como instituições financeiras conforme determinação legal. O Banco central
determina o percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixa e variável.
3.2.12.Companhias Hipotecárias
São constituídas sob a forma de sociedade anónima. Possuem como objectivo, a concessão de
financiamentos destinados à produção, reforma, ou comercialização de imóveis aos quais não se
aplicam as normas do Sistema Financeiro de Habitação. As companhias hipotecárias dependem
da autorização do Banco central para funcionarem. Entre os objectivos, estão o financiamento
imobiliário, administração de crédito hipotecário.
15
Principais operações passivas são as letras hipotecárias, debêntures, empréstimos e
financiamentos no País e no Exterior. E, suas principais operações activas, são financiamentos
imobiliários, aquisição de créditos hipotecários, refinanciamentos de créditos hipotecários e
repasses de recursos para financiamentos imobiliários. Possuem também, como operações
especiais, a administração de créditos hipotecários de terceiros e de fundos de investimento
imobiliário.
3.2.13.Agências de Fomento
As agências de fomento têm como objectivo conceder financiamento de capital fixo e de giro.
Estão sob o controle da Unidade da Federação, e devem ser constituídas como sociedade
anónima de capital fechado. Possuem fachada de instituição financeira, mas não podem captar
recursos junto ao público, fazer redesconto, ter conta reserva no Banco central, contratar
depósitos interfinanceiros como depositante ou depositária, e não podem ter participação
societária em outras instituições financeiras.
As agências de fomento devem formar e manter, permanentemente, fundo de liquidez no mínimo
a 10% do valor de suas obrigações, devendo ser integralmente aplicado em títulos públicos
nacionais.
3.2.14.Bancos Múltiplos
São instituições financeiras que possuem pelo menos duas das seguintes carteiras: comercial, de
investimento e/ou desenvolvimento, de crédito, financiamento e investimento. Sendo que a
carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo
deve ser constituído por no mínimo duas carteiras, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deve
ser comercial ou de investimento.
3.2.15.Bancos Cooperativos
São bancos comerciais ou bancos múltiplos formados, obrigatoriamente, com carteira comercial.
Possui como accionistas controladores as cooperativas centrais de crédito, as quais devem deter
no mínimo 51% das acções com direito a voto. Sua principal restrição é limitar suas operações e
apenas uma UF, o que garante a permanência dos recursos onde são gerados, estimulando o
desenvolvimento local.
16
4.MERCADO DE ACÇÕES
Antes do século XV a negociação de cotas de empresas e outros títulos era feita na rua, de forma
semelhante a qualquer mercado da Idade Média, com muita gritaria e pouco conforto. A primeira
bolsa de valores da história, isto é, um local onde se reunia diversos comerciantes para a
realização de negócios relacionados a participações e cotas em empresas surgiu em 1487, na
cidade de Bugres, Bélgica.
Entretanto, a primeira acção comercializada em uma bolsa de valores que se tem registo pertence
a companhia Holandesa das índias orientais e foi negociada em 1602, na bolsa de Amesterdão. A
partir de 1964,segundo as leis da reforma bancária e do mercado de capitais, as bolsas de valores
começaram a assumir as funções que possuem actualmente.
4.1.Definição das bolsas de valores
A bolsa de valores é um mercado organizado onde se negociam acções de capital aberto
(publicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros com acções e opções.
4.2.Características das bolsas de valores
Os movimentos dos preços dos mercados ou em uma sessão de mercado são capturados
através de índices de bolsas de valores.
Os preços das acções servem também para indicar o valor de mercado das empresas
cotadas em bolsa. Dessa forma, diversos negócios podem ser realizados entre elas e com
outros investidores.
A principal função da bolsa de valores é manter transparente e adequado o local para as
negociações de compra e vendas de acções.
4.3.Processos de Negociação na Bolsa de Valores
Comum: realizada entre dois representantes mediante apregoação de viva voz das
características da operação, quantidade e preço, além da intenção de comprar e vender. Após
concluída a transacção é registada no posto de negociação da bolsa.
Directa: aquela na qual o mesmo operador é, simultaneamente, comprador para um cliente e
vendedor para outro cliente de sua corretora, sendo a apregoação feita por representante da
Bolsa. A operação somente será fechada pelo melhor preço.
17
Por leilão: utilizado na venda de grandes lotes de acções.
Por oferta: realizada entre dois operadores, sendo um deles representado pelo posto de
negociação que recebeu sua oferta de compra ou venda. A operação será fechada, sem a
presença do operador, desde que haja algum interessado.
4.4.Títulos Negociados nas Bolsas de Valores
Acções (títulos nominativos que representam para quem as possui, uma fracção do capital social
de uma empresa);
Debêntures (são títulos nominativos negociáveis representativos de dividas de médio ou longo
prazo contraída pela companhia perante o credor, neste caso chamado debenturista);
Commercial Papers (notas promissórias);
Opções de compra e venda de acções e de índices;
Quotas de fundos;
Bónus de subscrição (títulos negociáveis que conferem ao seu proprietário o direito de
subscrever acções do capital social da entidade emissora, nas condições previamente definidas);
Recibos de carteira de acções;
Títulos públicos;
Certificado de depósitos de acções;
4.5.Objectivos das bolsas de valores
a) Manter um local adequado para transacções de títulos e valores mobiliários;
b) Gerir o sistema de registo e liquidação das operações realizadas;
c) Estabelecer sistemas de negociação que assegure a liquidez do mercado;
d) Fiscalizar o cumprimento das disposições legais e aplicar penalidades;
e) Dar ampla divulgação as operações efectuadas no pregão
f) Assegurar garantia pelos títulos e valores negociados
18
4.6.Bolsas de valores de Moçambique
A bolsa de valores de Moçambique é uma entidade que tem por objecto a organização, gestão e
manutenção de um mercado central de valores mobiliários cabendo a ela manter os meios e
sistemas apropriados para o funcionamento de um mercado livre para a transacção dos valores
mobiliários cotados.
O acesso a bolsas de valores de Moçambique pode ser feito em dois mercados distintos: o
mercado de cotações oficiais (destinado a empresas de grande porte), e o segundo mercado
(destinado as pequenas e médias empresas).
4.7.Vantagens da bolsa de valores de Moçambique
Os seus investimentos são geridos dentro dos padrões legal e internacionalmente
reconhecidos.
As acções negociadas em bolsa beneficiam de 50% de isenção do imposto sobre o
rendimento (IRPC/IRPS), o que obviamente aumenta os ganhos que dai advêm;
No acto de emissão e da realização de transacções, os valores mobiliários de isenção do
imposto de selo;
É um instrumento alternativo de financiamento das empresas;
Custo de financiamento reduzido em relação ao crédito bancário (emissão de acções,
obrigações, papel comercial, entre outros);
É um meio de acesso a financiamentos internacionais através de mobilização de
investidores internacionais;
Incentiva a canalização da poupança para o investimento produtivo, pois a rendibilidade é
potencialmente mais alta que nos depósitos a prazo;
Permite o conhecimento do valor das empresas através do estabelecimento e um preço de
mercado
4.8.Formas de financiamento oferecidas pela bolsa de valores de Moçambique
O financiamento do estado através do mercado:
Empréstimos obrigacionistas (obrigações do tesouro);
Privatizações (venda de participações do estado nas empresas);
19
O financiamento das empresas através do mercado:
Recurso ao crédito;
Empréstimos obrigacionistas (obrigações privadas);
Papel comercial;
Título de participação;
Realização de capital;
Emissão de novas acções;
Mercado secundário (valorização).
4.9.Algumas das principais bolsas de valores
North American securities dealers automated quotation system (NASDAQ) EUA.
Euro next Lisbon (PSI20) Portugal
Euros next Amsterdam (AEX) Paises baixos
Euro next Paris (França)
Luxemburg stock exchange (LuxX)
Bombay stock exchange limited (India)
New York stock exchange (EUA)
Bolsa de valores minas – Espírito santo Brasília
Bolsa de valores de são Paulo – Brasil
London stock Exchange (LSE) Reino unido
Frankfurter wertpierbose (Alemanha)
Bolsa de valores de Colombia
Bolsa de valores de Mexico
Moscov Interbank currency Exchange (Russia).
20
5.PREÇO DE ACÇÕES
O preço da acção é formado pelos investidores do mercado que, dando ordens de compra ou
venda de acções às Corretoras das quais são clientes, estabelecem o fluxo de oferta e procura de
cada papel, fazendo com que se estabeleça o preço justo da acção. A maior ou menor
oferta/procura por determinada acção, que influencia o processo de valorização ou
desvalorização de uma acção, está relacionada ao comportamento histórico dos preços e
principalmente às perspectivas futuras de desempenho da empresa emissora da acção.
Tais perspectivas podem ser influenciadas por notícias sobre o mercado no qual a empresa actua,
divulgação do balanço da empresa (com dados favoráveis ou desfavoráveis), notícias sobre fusão
de companhias, mudanças tecnológicas e muitas outras que possam afectar o desempenho da
empresa emissora da acção.
5.1.Acções
Acção é um valor mobiliário, emitido por sociedades anónimas, que representa uma parcela do
seu capital social.
O proprietário de acções emitidas por uma companhia é chamado de accionista e tem status de
sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das acções adquiridas. Apesar de
todas as sociedades anónimas terem o seu capital dividido em acções, somente as acções que
forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registo na CVM, poderão ser
negociadas publicamente.
A propriedade da acção é representada por um "Certificado de Acções" ou pelo "Extracto de
Posição Accionaria" emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma instituição contratada
pela sociedade para o atendimento aos accionistas. Em qualquer caso, no documento deverá
constar, dentre outras informações, o número de acções possuídas e o nome do accionista.
O investimento em acções pode ser individual ou colectivo. Ao optar por investir
individualmente o interessado contrata os serviços de uma Corretora que intermediará as
negociações através das ordens do cliente ou permitindo que ele realize as operações
directamente pela internet. Já no investimento colectivo, os interessados adquirem cotas de
clubes de investimento ou de fundos de acções.
21
5.2.Tipos de acções
5.2.1.Acções ordinárias
Acções ordinárias, também conhecidas como acções ON (Ordinárias nominativas), são aquelas
que dão direito ao voto nas assembleias. Cada acção dá direito a um voto. Ou seja, como vimos
no início deste guia, se você possui acções ON de uma empresa, então em tese você tem o direito
de participar da definição dos rumos do negócio. Além disso, por lei, os possuidores de acções
ON têm direito de vender suas acções por pelo menos 80% do valor pago por um possível
comprador da empresa ao seu controlador actual.
5.2.2.Acções preferenciais
Acções preferenciais, também conhecidas como acções PN (preferenciais Nominativas), não dão
direito ao voto nas assembleias da empresa ou, pelo menos, restringem este direito de alguma
forma. Por outro lado, investidores possuidores de acções PN têm preferência no recebimento de
dividendos e/ou outros proventos distribuídos pela empresa. Em caso de liquidação (fechamento)
da empresa, investidores possuidores das acções PN têm também preferência na repartição do
património.
5.2.3.Negociação de acções
Como é sabido que, uma empresa de capital fechado tem suas acções em poder de um grupo
relativamente pequeno de sócios. De todo modo, estes investidores são livres para negociar suas
acções (sujeitos apenas a alguns procedimentos da Lei ou estatuto da empresa).
Assim, um investidor que queira comprar acções para investir em empresas teria muito trabalho
para visitar várias empresas e encontrar sócios dispostos a vender suas acções. Além disso, este
investidor deveria estar preparado para grandes investimentos, porque operações deste tipo são
custosas e, normalmente, envolvem grandes quantidades de acções e, consequentemente,
dinheiro.
E por falta de forças de oferta e procura, que definiriam, em tese, um preço justo para as acções
da empresa, o investidor estaria sujeito ao preço que o vendedor das acções achasse que elas
valem. Pior ainda: caso este investidor tenha adquirido acções desta forma e, em um determinado
22
momento, precisasse de dinheiro e decidisse vendê-las, ele teria uma grande dificuldade em
encontrar compradores. Afinal, ele teria que sair de porta em porta em busca de alguém com
capacidade financeira e disposto a ficar com suas acções.
Em mercados de acções, comprar e vender acções se torna uma tarefa muito mais simples e
barata, por diversos motivos:
É muito mais fácil um comprador encontrar um vendedor de acções que quer negociar,
vice-versa. Isso trás liquidez às acções, que é a medida de quão fácil é comprar ou vender
determinado activo.
Nos mercados de acções se encontram investidores de todos os tipos e tamanhos. Ou seja,
grandes investidores operam no mesmo ambiente que os pequenos, o que permite que as
acções sejam negociadas em quantidades que atendam a ambas as necessidades.
Lucros ou prejuízos de empresas, a conjuntura económica e o interesse dos investidores,
entre vários outros factores, fazem com que compradores e vendedores tenham interesses
e expectativas diversas em relação as acções e outros investimentos. Isso faz com que os
preços se equilibrem devido às forças de oferta e procura.
5.2.4.Como as acções chegam nas bolsas de valores
Negociar acções em um mercado não é tão simples como entrar no salão de negociação da bolsa
de valores e dizer que você possui X acções de uma empresa de capital fechado para vender.
Para uma empresa de capital fechado ter suas acções negociadas em bolsa, ela deve atender a
algumas exigências e seguir uma série de passos determinado pela autoridade reguladora.
Todo o processo é chamado de abertura de capital e o início de negociação das acções da
empresa na bolsa é chamada de IPO (do inglês, Initial Public Offering, que quer dizer Oferta
pública inicial).
Um lançamento de novas acções na bolsa, ou IPO, pode ser primária ou secundária. Ofertas
primárias são aquelas em que a empresa oferece ao mercado acções que estão em tesouraria e de
sua propriedade. Neste caso, o dinheiro levantado na IPO é revertido integralmente para a
empresa.
23
Ofertas secundárias, por outro lado, contêm acções de posse de sócios da companhia. Os valores
levantados em ofertas secundárias vão directo para o bolso dos sócios vendedores.
Em geral, o mercado valoriza mais as ofertas primárias, pois o dinheiro levantado vai empresa,
que pode usá-lo para investir em seu crescimento. Porém, uma vez no mercado, não há qualquer
diferença entre as acções lançadas em ofertas primárias ou secundárias. As acções podem ser
negociadas livremente. Investidores fazem a negociação através de corretoras de valores,
enviando ordens de compra e venda das acções de seu interesse.
5.2.6.Como comprar acções?
Como vimos em Como as Acções Chegam aos Mercados de Acções, para comprar acções
directamente você precisa estar cadastrado em uma corretora de valores que lhe dará orientações
sobre a melhor forma de você fazer a compra de acções, seja através do envio de ordens via
home-broker ( ferramenta de negociação on-line que permite a compra e venda de acções na
Bolsa de Valores directamente pela internet) ou de outras formas.
A vantagem de comprar acções directamente é que você pode decidir em quais empresas investir
e o momento certo de entrar e sair de posições (investimentos). Por outro lado, investir
directamente requer algum conhecimento do mercado e dedicação no acompanhamento dos
activos. Dependendo do seu horizonte de investimento, isto é, se você objectiva ganhos a curto,
médio ou longo prazo, mais ou menos dedicação são necessárias.
Por exemplo, um investidor de curto prazo deve monitorar suas posições diariamente para
decidir o momento certo de comprar ou vender determinadas acções.
Investidores profissionais com objectivos de curtíssimo prazo se aproveitam de pequenas
valorizações de uma acção e operam comprando e vendendo esta acção no mesmo dia, em uma
operação conhecida como day trade (compra e venda no mesmo dia). Operações day trade tiram
proveito de pequenas variações de preço das acções e, por isso, requerem timing apurado por
parte do investidor. Isso significa que para fazer day trades virtualmente fica-se o tempo todo
acompanhando as cotações, esperando o momento certo de entrar ou sair de uma posição
(compra ou venda).
24
Já se seu objectivo é de longo prazo, uma revisão quinzenal ou mensal de sua carteira de acções
é suficiente.
Uns dos princípios do mercado de acções e que, a longo prazo, salvo casos fortuitos, todos os
activos tendem a se valorizar. Assim, se você compra acções objectivando ganhos em 10 ou 15
anos (uma estratégia normalmente conhecida como buy and hold— comprar e segurar, em
português), você certamente não precisará acompanhar (nem sofrer com!) o movimento diário de
sobe-desce da bolsa.
5.2.7.Valor de acções: Modelo de crescimento de crescimento de dividendos
O valor de uma acção vendida em um período de tempo é o valor presente dos dividendos a
receber mais o valor presente do preço da venda futura.
E valor de uma acção pode ser reflectido de várias formas distintas, das quais indicamos as mais
comuns:
Valor nominal – é o valor facial da acção aquando da constituição da sociedade e obtém-
se dividindo o capital social pelo número de acções;
Valor contabilístico – é o valor resultante da divisão da situação líquida (ou seja active
passivo) pelo número de acções existentes;
Preço da cotação – é o preço a que uma acção é transaccionada em Bolsa.
Estimativa dos resultados gerados no futuro – é a estimativa do valor actual dos fluxos de
caixa gerados pela empresa no futuro, dividido pelo número de acções. Trata-se de um
método muito utilizado, mas complexo, devido à incerteza associada às estimativas das
fontes de rendibilidade da empresa no futuro.
Estimativa por múltiplos – consiste em aplicar a alguns indicadores da empresa (vendas,
resultados ou outros) um múltiplo observado no mercado de Bolsa para empresas
semelhantes
Quando se avalia uma acção está a determinar-se o seu preço justo, que deve reflectir o valor da
empresa. A cotação das acções no mercado de bolsa tende a aproximar-se do valor efectivo da
empresa na medida em que o preço incorpora toda a informação (positiva e negativa) que dela
existe.
25
A avaliação das acções é complexa e permite várias abordagens, porque:
As variações das principais fontes de rendibilidade de uma empresa, cujas acções são
negociadas em mercado (dividendos e mais-valias de capital) são difíceis de prever;
O risco pode variar de acção para acção, dependendo de um conjunto bastante
diferenciado de factores, como por exemplo, a evolução das taxas de juro,
comportamento de outras empresas e mercados, etc.
26
Conclusão
Chegando o fim deste trabalho, pode-se dizer que as Instituições financeiras são organizações
cuja finalidade é optimizar a alocação de capitais financeiros próprios e/ou de terceiros,
obedecendo uma co-relação de risco, custo e prazo que atenda aos objectivos dos seus
patrocinadores (no sentido da palavra inglesa stakeholder), incluindo pessoas físicas ou jurídicas
que tenham interesses em sua operação como accionistas, clientes, colaboradores, fornecedores,
agências reguladoras do mercado onde a organização opere.
Na verdade o mercado Financeiro opera administrando um equilíbrio delicado entre moedas,
prazos e taxas negociados para os capitais que capta (passivos) e para os que aplica (activos) no
mercado, respeitando os critérios e normas estabelecidos pelas agências reguladoras/supervisoras
de cada mercado onde actue. Um complicador para a governança do Sistema Financeiro é a taxa
de alavancagem entre os passivos e activos da Instituição Financeira, a qual exige um contínuo
monitoramento, e pode levar a eventuais intervenções pelas agências reguladoras ou
supervisoras, visando administrar o risco sistémico.
27
Bibliografia
FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade de Instituições Financeiras. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Ferreira, 2005
FILGUEIRAS, Cláudio. Manual de Contabilidade Bancária. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006
MAXIMIANO, Antonio Cezar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana
à Revolução Digital. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
NETO, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
NIYAMA, Jorge Katsumi; GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de Instituições
Financeiras. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Nome: Sérgio Alfredo Macore / 22.02.1992
Naturalidade: Cabo Delgado – Pemba – Moçambique
Contactos: +258 826677547 ou +258 846458829
Formado em: Gestão de Empresas / Gestão Financeira
E-mail: [email protected] / [email protected]
Facebook: Helldriver Rapper Rapper, Sergio Alfredo Macore
Twitter: @HelldriverTLG
Instituição de ensino: Universidade Pedagogica Nampula – Faculdade = ESCOG.
Boa sorte para você…….
28