Medellín: Cidade de Novos Tempos

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MEDELLÍN: CIDADE DE NOVOS TEMPOS. Contemporânea, Afetiva, Sensível e Reveladora. Diagnóstico e Plano de Ação Rios Cerro El Volador Vias Existentes Vias Propostas Rios Cerro El Volador Ciclovia Metrô Transporte Urbano Proposto Rios Cerro El Volador Passeio Vias Novo Setor Habitacional Rios Cerro El Volador Zona de Amortecimento Setor Habitacional Rios Cerro El Volador Forças de Ocupação Forças Ambientais Rios Cerro El Volador Reassentamento Favela a ser Retirada Rios Cerro El Volador Favela Equipamentos Importantes Vias Rios Área Verdes de Expressão Área de Interveção Principais sistema naturais Equipamentos a conectar Forças em conflito Zonas de Amortecimento Retirada de favela Quadricula de transporte público Plano de Avenidas Plano Piloto A aproximação e exploração do território, fez com que elegêssemos dialogar com o sitio através de propostas holísticas, que buscam uma grande interação e integração de conceitos humanísticos, de modo a interpretar o espaço pela forma física e dos cenários, mas principalmente através da sensibilidade do “simples” ato de viver e vivenciar, legitimando como atores principais: o homem e o meio. O primeiro conceito discutido e trabalhado foi o da Topofilia (Yi-fu Tuan), que é: “... o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. Difuso como conceito, vivido e concreto, como experiência pessoal”... Identificamos que mesmo com as “profundas feridas” abertas no período do cartel de Medellín dirigido pela figura histórica de Pablo Escobar, as pessoas possuem uma estreita ligação afetiva com a cidade, entendendo a como um local de encontro e reunião; Se por um lado a história se faz presente ainda, por outro o sentimento de superação, reação para reaver as relações sócias culturais perdidas no tempo se fazem mais fortes. Ainda pudemos vivenciar que a topografia de Medellín e sua ocupação do fundo do Vale de Aburra, fazem com que a maior parcela dos assentamentos humanos organizados ou não, se orientem de modo especial sempre referenciado nos cerros (morros) e corpos d'água, o que estabelece um elo com o meio. 1. 4

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Trabalho elaborado pelos alunos do curso de arquitetura e urbanismo. Ana Paula Tamie, Andréa Brunete, Camila Monteiro, Carlos Camacho, Donaria Oliveira, Fabio Alexandre, Laura Yamamoto, Natalia Diogo, Ronaldo Amaro, Thiago Kadu. Colaboração de Anna Gabriela e Mirella Pereira Orientação. Professor Ricardo Hatiw Lú

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MEDELLÍN: CIDADE DE NOVOS TEMPOS.Contemporânea, Afetiva, Sensível e Reveladora.

Diagnóstico e Plano de Ação

Rios Cerro El VoladorVias Existentes Vias Propostas

Rios Cerro El Volador CicloviaMetrô Transporte Urbano Proposto

Rios Cerro El Volador PasseioVias Novo Setor Habitacional

Rios Cerro El Volador Zona de Amortecimento Setor Habitacional

Rios Cerro El Volador Forças de Ocupação Forças Ambientais

Rios Cerro El Volador Reassentamento Favela a ser Retirada

Rios Cerro El Volador Favela Equipamentos Importantes Vias

Rios Área Verdes de Expressão Área de Interveção

Principais sistema naturais

Equipamentosa conectar

Forças emconflito

Zonas deAmortecimento

Retirada defavela

Quadricula de transporte

público

Plano de Avenidas Plano Piloto

A aproximação e exploração do território, fez com que elegêssemos dialogar com o sitio através de propostas holísticas, que buscam uma grande interação e integração de conceitos humanísticos, de modo a interpretar o espaço pela forma física e dos cenários, mas principalmente através da sensibilidade do “simples” ato de viver e vivenciar, legitimando como atores principais: o homem e o meio.

O primeiro conceito discutido e trabalhado foi o da Topofilia (Yi-fu Tuan), que é: “... o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. Difuso como conceito, vivido e concreto, como experiência pessoal”...

Identificamos que mesmo com as “profundas feridas” abertas no período do cartel de Medellín dirigido pela figura histórica de Pablo Escobar, as pessoas possuem uma estreita ligação afetiva com a cidade, entendendo a como um local de encontro e reunião; Se por um lado a história se faz presente ainda, por outro o sentimento de superação, reação para reaver as relações sócias culturais perdidas no tempo se fazem mais fortes. Ainda pudemos vivenciar que a topografia de Medellín e sua ocupação do fundo do Vale de Aburra, fazem com que a maior parcela dos assentamentos humanos organizados ou não, se orientem de modo especial sempre referenciado nos cerros (morros) e corpos d'água, o que estabelece um elo com o meio.

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Parque, área de proteção daQuebrada Iguana

Lagoa de manutenção de drenagens e pontão

Complexo Esportivo

Pontes de acesso as trilhas do parque

UniversidadeNacional da Colômbia

Estação de metrô

Estação de metrô

Grande DeckZigurates

Calçadão

Novo mirantee núcleo principal do parque

Deste modo esta compreensão afetiva, histórica e ambiental nos despertou para a utilização de alguns conceitos de Acupuntura Urbana (Jaime Lerner), identificando a possibilidade de pinçar com poucas, mas precisas “agulhadas” locais que fomentassem esse grande organismo vivo que é a cidade, criando uma relação simbiótica entre o construído e o natural.

Iniciamos com o macro conceito da Generosidade Urbana, qual entendemos, neste momento ser o “Gene

nerosidade em Revelar o Existente”, o revelar da água, o revelar do verde, o revelar do cotidiano, o re-

velar do homem, o revelar da vida... Assumimos assim uma postura, baseada também

na teoria do Desenho e Planejamento Ambiental (Maria Assumção e Paulo Peregrino), Invocan-

do um processo inverso no sentido de reverter á ocupação das áreas verdes e rios, sobre

tudo na área de intervenção delimitada pelo Cerro El Volador, Quebrada La Higuana, Rio Medellin e Canal Quebrada La Hueso.

Percebemos que hoje há um movimen to vetorial que aplica uma pressão so-

bre as áreas verdes gerando uma zona de atrito de borda, nossa proposta para reverter é trabalhar com uma força

contrária, primeiro criando uma zona de amortecimento, onde haja diferentes matrizes verdes, que recomponham a flora original, propiciando áreas com diferentes tipologias de uso, do mais restritivo (área de proteção) até ao utilizável (faixa parque). Segundo potencializando os usos conforme características físicas x ambientais, sócio x culturais. Terceiro prevendo que esta faixa parque se envolva e se dilua pelas Calles (ruas), restabelecendo uma paisagem mais harmoniosa ao mesmo tempo em que regula o micro clima. Quarto e não menos importante, promovendo forte ação social, através da realocação das famílias em situação de risco, pobreza e favelização e educação sócio ambiental, objetivando o resgate da dignidade e da qualidade de vida tomando como exemplo as novas propostas realizadas pela cidade de São Paulo, nas margens das represas na zona sul da capital e por fim estabelecer uma intervenção que se torne símbolo de um novo processo de mudança, um forte signo pra cidade, assim como o Parque do Ibirapuera é para os paulistanos.

U r Ge água,e A n ( M ocan à breC M

P movimen o d r

Croqui do Zigurate

Croqui do sistema de pátios internos

Croqui dos edifícios habitacionais

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Met

roca

ble

Paradas VLT

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Corte Carrera 50

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Nesse movimento de inversão de forças, entendemos que a água é o fio condutor ou elemento estruturador. Ele se torna limitador físico e eixo norteador dos novos desenhos, sendo assim, revela- lo e torna- lo acessível, é também resgatar a cultura de apropriação do mesmo.

Esta acessibilidade se prevê através de diferentes possibilidades de uso e circulação, exemplificados em alguns projetos existentes como o da Revitalização do Rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coréia do Sul.

Vislumbramos níveis de caminhada e parada social em diferentes patamares e cotas, que possibilitam uma alternância de interação ora com caráter contemplativo, ora possibilitando maior integração com a água.

Este caminho, ou faixa parque, em determinados momentos também se revela em edificações, que tentam interagir e não agredir com a paisagem do entorno principalmente não disputando a atenção com o Cerro El Volador. Elas estão integradas ao desenho proposto e possuem forma de pequenos Zigurates, onde estão previstos edifícios de usos culturais/lazer e de educação, que irão absorver a demanda da população que será inserida no local.

Concomitante, é perceptivel que há uma movimentação imobiliária nas áreas residenciais próximas a esta intervenção, muito provavelmente iniciada depois das obras de requalificação da área do Estádio Atanasio Giradort usado no Sul americano de 2010, que se encontra a poucos metros do local. Dessa forma propomos um redesenho urbano alinhado com o planejamento e desenho ambiental, intervindo com grandes quadras ou super quadras, que possuem forma embasada na Manzana de Cerdá para Barcelona porem mais próxima da proposta do escritório dinamarquês BIG na 8 house em Copenhagen, se utilizando de circulações e pátios verdes internos de uso exclusivo do pedestre, qual entendemos ser ator principal e não o automóvel. Assim como no 8 house, as edificações possuem gabaritos diferentes criando um skyline com uma dinâmica similar a existente e apresentada pela topografia local, permitindo ainda a ocupação com usos complementares através de mesclas de serviços, comércios e institucionais junto as moradias nas vias principais.

Concepção de equipamento junto ao rio

Maquete física

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Outro aspecto fundamental neste novo rearranjo, nesta nova organização, é a questão da mobilidade urbana, caminhar é possível, pedalar é viável, transporte coletivo é necessário! Por isso propomos que o carro seja sumariamente retirado de algumas calles, e que seja incentivado o uso da bicicleta e da caminhada para (inicialmente) pequenas distancias, e estas interligadas a rede de transportes coletivos: veiculo leve sobre trilhos (VLT) metro e metrocable, seguindo bons exemplos como o da cidade de Copenhagen referencia em mobil idade, iniciados pelo urbanista Jan Gehl, também inspirador do: Cidades para Pessoas.

Por fim é importante revelar uma nova autonomia do homem, uma nova maneira de viver, interagir e se apropriar do espaço . Reve la r, a f l o ra r sentimentos, dignificar...

Vista da Carrera 50 Lagoa e Pontão

Zigurate

Lagoa e Pontão

Zigurate

Carrera 50

Trabalho elaborado pelos alunos do curso de arquitetura e urbanismo.Ana Paula Tamie, Andréa Brunete, Camila Monteiro, Carlos Camacho,Donaria Oliveira, Fabio Alexandre, Laura Yamamoto, Natalia Diogo, Ronaldo Amaro, Thiago Kadu. Colaboração de Anna Gabriela e Mirella Pereira Orientação. Professor Ricardo Hatiw Lú