Interaccionismo simbólico, Escola de Palo Alto _ Fatimasantoswebfolio's Blog.pdf

07/05/2015 Interaccionismosimblico,EscoladePaloAlto|Fatimasantoswebfolio'sBlog

https://fatimasantoswebfolio.wordpress.com/interaccionismosimbolicoescoladepaloalto/ 1/20

Fatimasantoswebfolio'sBlog

Interaccionismosimblico,EscoladePaloAlto

AassociaodaEscoladePaloAlto,ouMentalResearchInstitute,tambmdesignadadeInvisibleCollege,porquenuncaserevestiudecarcteroficial,emboratenhacontribudosignificativamenteparaodesenvolvimentodapragmticadacomunicaoedosseusefeitosaonveldoscomportamentos.

SegundoBatesoneWatzlawick,citadosporMatoseCosta(2007:22),amelhorformade



SegundoBatesoneWatzlawick,citadosporMatoseCosta(2007:22),amelhorformadecompreenderumsistema(escolaoufamlia,porexemplo)atravsdosseuspadresdecomunicaoanalgicaedigital.Nanossaprofisso,deparamonos,sistematicamente,comsituaesemqueacomunicaonoverbal(analgica)tooumaisimportantequeacomunicaodigital(codificadaeessencialmenteverbal),poisproporcionanosaperceposobrearecepodacomunicaoefectuadanasaladeaula.Aobservaodocontextorelacional,porisso,extremamenterelevantenacompreensoeatnaprevenodoconflito.

Umoutroaspectopertinente,naesteiradasteoriasdaEscoladaPaloAlto,adefesadaideiadequetodasasrelaescomunicacionaissosimtricas(rivalidade,competio,minimizaodasdiferenas)oudecomplementaridade(solidariedadepormaximizaodasdiferenas)conformesefundamentemnaigualdadeounadiferenadepapis,gerandoperigosdeescaladaparaasprimeirasederigidificaoedecomunicaoparadoxal,paraassegundas(MatoseCosta,2007:23).

Aescaladaconstituiumadisfuncionalidadedacomunicaoqueseevidenciapor,numarelaosimtrica,haverumalutaporessarelao,oquevisvel,porexemplo,aquandodadisputadecargosentrepares,nasescolas,aspectoque,athalgumtempo,noeraevidente.Noobstanteaexistnciadedisfuncionalidadesdacomunicaoentreosalunos,averdadequetambmseconstataumalutapelopoder,porpartedosprofessores.

Arigidificaoresidenaincapacidadedemudarospadrestransaccionaismedidaqueocorreodesenvolvimentoeasrelaesmudam.Comopais/meseprofessores/professoras,sabemosquedifcilaadaptaoaocrescimentodosjovensoque,porvezes,dorigemaoconflito.

EstetemadaUnidadedoiscontribuiuparaumareflexosobrealgumasproblemticasassociadascomunicaonasaladeaula,nomeadamenteaquestodametacomunicao,aquetantasvezesserecorre.Defacto,paraalmdoaxiomadacomunicao,aescoladePaloAltopostulaaimportnciadametacomunicao,queexplicaoquereferidonocontedo,ouseja,verificaseumacomunicaosobreacomunicao.Porm,quandoametacomunicaonoexplcita,oucontradizocontedodamensagem,oreceptorpoderficaremsituaodeconflitoeainteracodificultada,oquepoderconstituirumobstculoaoprocessodeensinoedeaprendizagem.



Paraalmdabibliografiarecomendada,efectueialgumaspesquisassobreastemticasdestaUnidadee,entreoutrosartigos,encontreiumsite(http://cyberdemocracia.blogspot.com/2007/07/interaccionismosimblicoecomunicao.html)quemepareceuconterinformaofidedignaquepassoatranscrever:

Ointeraccionismosimblico,formulaotericaoriundaprincipalmentedocampodasociologia,amaisamplaperspectivasobreopapeldacomunicaonasociedade,fornecendoumexcelentepontodepartidaparamuitasoutrasteoriasdainteracosocial.Defacto,osproponentesdointeraccionismosimblicosustentamquemuitasdasteoriasdacomunicao,linguagemesocializaoestorealmenteincludasnessequadroderefernciamaisamplo.Narealidade,ointeraccionismosimbliconoumateoriamasantesumaproblemticatericaquepodeenglobarnumerosasteoriasespecficas.Asteoriasinterrelacionamse,sobrepemseeinseremseempadrestericose,frequentemente,difcilsaberondeterminaumateoriaecomeaoutra.Noentanto,todasessasteoriasaceitamoprincpiofundamentaldointeraccionismosimblico,asaber:acomunicaoprimordialmenteumprocessodeinteracosimblica.

PREMISSASCOMUNS.Ointeraccionismosimblicobaseiasenumncleodepremissascomunssobrecomunicaoesociedade.ManiseMeltzerisolaramseisproposiestericasbsicasdointeraccionismosimblico:

Aprimeirapremissadizqueamente,oeueasociedadenosoestruturasdistintasmasprocessosdeinteracopessoaleinterpessoal.Emsegundolugar,ainteracosimblicaumpontodevistaqueenfatizaalinguagemcomoomecanismoprimrioqueculminanamenteenoeudoindivduo.Emterceirolugar,amenteconcebidacomoainteriorizaodeprocessossociaisnoindivduo.Emquartolugar,osinteraccionistassimblicosdefendemqueoscomportamentossoconstrudospelapessoanodecursodasuaaco.Ocomportamentonopuramentereactivo,deummodomecanicista.Emquintolugar,oveculoprimrioparaocomportamentohumanoadefiniodasituaodadapeloactorsocial.Finalmente,oeuconstitudo,naperspectivadamaioriadosinteraccionistas,pordefiniestantosociaiscomopessoais(denaturezanica).Nessesentido,apessoacontmasociedadeemsimesma,sem,noentanto,serapenasumespelhodosoutrossignificativos.

BREVEHISTRIA.Cronologicamente,ManfordKuhndividiuodesenvolvimentodointeraccionismosimblicoemduasetapasprincipais:

Aprimeira,aquedeuonomedetradiooral,foioperodoinicialduranteoqualseelaboraramosfundamentosprimriosdainteracosimblica.DepoisdapublicaopstumadeMind,SelfandSociety,daautoriadeGeorgeMead,floresceuosegundoperodo,quepodeserdesignadocomoaidadedaindagao.

Obviamente,oconceitodeinteracosimblicanosurgiudanoiteparaodianamentedealgumpensadorsolitrio.ElepodeterasuaorigemremotanapsicologiadeWilliamJames.OsprincipaisinteraccionistasnatradioprimitivaforamCharlesCooley,JohnDewey,I.A.ThomaseGeorgeHerbertMead.AntesdapublicaofinaldasideiasdeMeadsobre



comunicao,aperspectivainteraccionistafoiprincipalmenteanimadaesustentadaatravsdatransmissooral,especialmentenasaulasdeMead.EmboraMeadnotivessepublicadoassuasideiasemvida,eleconsideradoograndeinstigadordointeraccionismosimblico.

TRADIOORAL.Foiduranteesseprimeiroperodomeadinoquesedesenvolveramasmaisimportantesideiaseconceitosdateoria.Meadeoutrosinteraccionistassepararamsedasperspectivassociolgicasprimitivasquedistinguiamconceptualmenteentreapessoaeasociedade:Meadviaossereshumanoseasociedadecomoinseparveiseinterdependentes.Ointeraccionismodesseprimeiroperododestacavaaimportnciadodesenvolvimentosocial,bemcomodosfactoresbiolgicosinatos.Almdisso,osprimeirosinteraccionistassimblicosestavammenosinteressadosnomodocomoaspessoascomunicavamentresidoquenoimpactodessacomunicaosobreasociedadeeosindivduos.Sobretudo,osprimeirosinteraccionistasenfatizaramopapeldosmboloedosignificadocompartilhadocomofactoraglutinantenasociedade.Finalmente,elespreocupavamsesobremodocomanecessidadedeestudararelaodossereshumanoscomasituaosocial.Sustentavamqueocomportamentodapessoanopodiaserestudadoindependentementedocontextoemqueocomportamentoocorriaedapercepoqueelatinhadoseumeioambiente.Umresultadodessapreocupaofoiofactodefavoreceremvigorosamenteashistriasdecasoscomomtododepesquisa.

IDADEDAINDAGAO.NosanosqueseseguirampublicaodeMind,SelfandSociety,duranteaidadedaindagao,duasescolasdivergentescomearamadesenvolversenombitodointeraccionismosimblico.AsformulaesoriginaisdeMeadnoeraminteiramentecoerentesederammargem,definitivamente,ainterpretaeseaextensesdivergentes.SurgiramassimasescolasdeChicagoedeIowa.AEscoladeChicago,lideradaporHerbertBlumer,deucontinuidadetradiohumanistainiciadaporMead.Blumeracredita,sobretudo,queoestudodossereshumanosnopodeserconduzidodamesmaformaqueoestudodascoisas.Asmetasdopesquisadordevemserestas:empatizarcomosujeito,penetrarnoseudomniodeexperinciaetentarentenderovalormpardapessoa.Blumereosseusseguidoresdetestavamasabordagensquantitativaecientficanoestudodocomportamentohumano.Emvezdisso,destacavamasbiografias,autobiografias,estudosdecasosindividuais,dirios,cartaseentrevistasnodirigidas.Blumerrealouparticularmenteaimportnciadaobservaoparticipantenoestudodacomunicao.Almdisso,natradiodeChicago,ohomemvistocomoumsercriativo,inovadorelivreparadefinircadasituaodeummodonicoeimprevisvel.Oeueasociedadesoconsideradosumprocesso,noumaestrutura.Imobilizaroprocessoseriaperderaessnciadasrelaeshomemsociedade.AEscoladeIowaadoptouumaabordagemmaiscientficadoestudodainteraco.ManfordKuhn,oprincipalprogenitordatradiodeIowa,acreditavaqueosconceitosinteraccionistaspodemseroperacionalizados.Emboraadmitisseanaturezadeprocessodocomportamento,KuhndefendeuqueaabordagemestruturalobjectivamaisfecundaparaainvestigaodoqueosmtodossoftusadosporBlumer.Kuhnfoiresponsvelporumadasprincipaistcnicasdemensuraousadasnapesquisadainteracosimblica.LargamentecomoresultadodessadivisobsicanatentativaderesolveralgumasdasambiguidadesdeixadasporMead,numerosostemasdesenvolveramsenosltimos30anos.Kuhnenumerouseissubreasprincipais:teoriadopapelsocial,teoriadogrupodereferncia,perceposocialepercepopessoal,teoriadoeu,teoriainterpessoalelinguagemecultura.Restaversetodosessestericosprestamobedinciaaointeraccionismosimblico,masprovvelquetodasessasreastenhamsidoimensamenteinfluenciadaspelosescritosdosprincipaisinteraccionistassimblicos.



OSFUNDAMENTOS:GEORGEHERBERTMEAD.Emborasejaumequvocoatribuirtodasasideiasbsicassubentendidasnointeraccionismosimblicoaumanicapessoa,GeorgeHerbertMeadfoi,indubitavelmente,ogeradorprimordialdomovimento.Nessesentido,Meadpodesermuitobemchamadoopaidointeraccionismosimblico.Comoquasetodosostericos,Meadfoiumprodutodoseutempo.Noperodopsdarwiniano,noscomeosdosculoXX,Meadacompanhououtrosnotipodepensamentonecessrionessepontodahistriadasideias.Meaderasimultaneamentepragmtico,psiclogosocialebehaviorista.Entretanto,emaspectosfundamentais,afastousedosseuspredecessoresecontribuiuparamuitasideiasdeles.DepoisdateoriadaevoluobiolgicadeDarwin,filsofosemdiversasdisciplinasafinsvoltaramoseupensamentoparaaperspectivaevolucionista.Passouasertarefadopragmticoconjugarideiasdabiologia,psicologiaesociologia,afimdeestudarapessoacomoumserevolucionrio.Meadera,desdelongadata,umcolaboradordeJohnDewey,umdosprincipaispragmticosnorteamericanos.DepoisdeseconheceremnaUniversidadedeMichigan,DeweyeMeadtornaramse,socialeprofissionalmente,grandesamigos.LeccionaramjuntosnaUniversidadedeMichiganedepoisnadeChicago.Comotodosospragmticos,Meadnosedeixavailudirpelacondutahumana.Tentouexplicaroindivduoeasociedadeemtermossignificativose,emltimainstncia,observveis.

PSICLOGOSOCIAL.Profissionalmente,Meadconsideravaseumpsiclogosocial.Noeraprimordialmenteumpesquisador,poisnoconsideravatarefasuacolectarnovosdados.Preferiutrabalharcomasprovasfacilmenteacessveissuavoltaparaformularexplicaesdacondutaemquesteshumanas.Assuasobrasestorepletasdeilustraescomuns,noparaprovarmasparademonstrar.AsconcepesdeMeaderamcompatveiscomasdeoutrosinteraccionistasdoseutempo,mascriticouospornodesenvolveremosconceitosdementeeeucomoprodutodainteracosocial.Comopsiclogosocial,Meadnoevitouosfactoresbiolgicosnasuateoria;defacto,eleconsiderouopotencialbiolgicoherdadodeumapessoaumantecedenteparaoprocessointeirodesocializaoqueculminanoeuenamente.

BEHAVIORISTA.Meadtambmeraumbehaviorista.Mas,aousarmosestetermo,devemossercuidadososnaespecificaodosentidoemqueMeadaceitavaobehaviorismosocial.Talcomoosbehavioristaspsicolgicosdoseutempo,nomeadamenteWatson,Meadrespeitavaaimportnciadeseinvestigararealcondutahumana.Entretanto,Meadestavadispostoaultrapassarosnveisinfrahumanosquepreocupavamosbehavioristaswatsonianos.ParaMead,oorganismoentreestmuloeresposta,apequenacaixanegra,noerainatingvel.Porconseguinte,apsicologiadeMeaderadistintamentehumana,eeleusouoactosocialcomounidadebsicadeanlise.Esseactosocial,comoveremos,incluiumareamanifestaoupblica,eumdomnioencobertoouprivado.Meadrompeucomobehaviorismomaisrgidoelimitadoaoproclamarqueocomportamentohumanoqualitativamentediferentedocomportamentosubhumano.Aocontrriodoqueacontececomoratonumlabirinto,acondutahumanadeveserbasicamenteexplicadaemtermossociais.OutramanifestaodobehaviorismodeMeadfoiasuaconvicodequeomundofsicoestudadopelacinciasempremediadopelaexperinciahumana.Osobjectosssetornamobjectosporcausadapercepoeexperinciadelesporumapessoa.

AsobrasdeMeadforamcompiladaseeditadasapsasuamorteem1931.Emconsequncia,oslivrosdeMeadparecemepisdicos,emcertostrechos,enemsemprebemorganizados.Defacto,oseumaisconhecidolivro,Mind,SelfandSociety,foicompiladoapartirdeapontamentosfeitospelosseusalunos.ThePhilosophyofthePresent,publicadoem1932,um



conjuntodeliessobrefilosofiadahistria.Mind,SelfandSociety,abbliadointeraccionismosimblico,foieditadoem1934.MovementsofThoughtinthe19thcentury,confernciassobreahistriadasideias,veioalumeem1936.E,em1938,publicousePhilosophyoftheAct.

TEORIADEMEAD.OstrsconceitoscardeaisnateoriadeMead,expressosnottulodasuaobramaisclebre,sosociedade,euemente.Entretanto,mostraremosqueessascategoriasnosodistintas.Pelocontrrio,sonfasesdiferentessobreomesmoprocessogeral:oactosocial.BsicanopensamentodeMeadanoodequeohomemumactorenoumreactor.Oactosocialumconceitoabrangentesoboqualpodemabrigarsequasetodososoutrosprocessospsicolgicosesociais.Oactoumaunidadecompletadeconduta,umaGestalt,aqualnopodeseranalisadaemsubpartesespecficas.Umactohumanopodeserbreve,comoamarrarumsapato,oupodeserarealizaodeumplanodevida.Osactosinterrelacionamseeestruturamseunssobreosoutros,emformahierrquica,aolongodavidadapessoa.Osactoscomeamcomumimpulso;envolvempercepoe,atribuiodesignificado,repetiomentaleponderaodealternativasnacabeadapessoa,econsumaofinal.Emsuamaisbsicaforma,umactosocialumarelaotridicaqueconsistenumgestoinicialdeumindivduo,umarespostaaessegestoporoutroindivduo(encobertaouabertamente),eumaresultantedoacto,aqualpercebidaouimaginadaporambasaspartesnainteraco.Numassaltomoarmada,porexemplo,oassaltanteindicavtimaoquepretendefazer.Avtimarespondeentregandodinheiroe,nogestoinicialenaresposta,ocorreuaresultantedefinida(umassalto).

SOCIEDADE.Comessanoobsicaemmente,examinemosmaisdepertoaprimeirafacetadaanlisemeadiana:asociedade.Basicamente,asociedadeouvidaemgrupoumaglomeradodecomportamentoscooperativosexibidosporpartedosseusmembros.Osanimaisinferiorestambmtmsociedades,masestasdiferemdasociedadehumanaemcertosaspectosfundamentais.Sociedadesanimaiscomoasdaabelhabaseiamsenanecessidadebiolgica.Elassofisiologicamentedeterminadas.Logo,umasociedadeanimalcomportaseotempotododemaneiraprevisvel,estveleinalterada.Oquequedistingue,pois,ocomportamentocooperativohumano?Existemduasimportantesfunesnacooperaohumana.

Emprimeirolugar,umapessoadevechegaraentenderasintenesdooutrocomunicador.Eladeveperceberasacesdooutro,mas,numsentidomaisimportante,deveimaginaroqueooutropretendefazernofuturo.Umavezquereflectirmentalmenteoupensarumprocessodeimaginarqueacesseroempreendidaspelapessoanofuturoprximooudistante,partedoprocessodesondarooutroconsisteemtentaravaliarcomoooutroplaneiaresponderaseguir.Assim,acooperaoconsisteemlerasaceseintenesdaoutrapessoaeemresponderdeummodoapropriado.Issoaessnciadacomunicaointerpessoal,eessanooderespostamtuacomousodalinguagemfazdointeraccionismosimblicoumateoriavitaldacomunicao.

Ora,osanimaispodemcomunicarsemedianteprocessoselementares;masessecomportamentonicodousodesmbolosquedistingueacomunicaodohomememsociedade.Dizsequeasespciessubhumanasrealizamumaconversaodegestos.Masessesgestossoapenassinais,poisevocamrespostasinstintivasprogramadaseprevisveis.Porexemplo,umagalinhapodecacarejareosseuspintoscorreroparaela.Ouumcorosnarearreganharofocinhoquandodepararcomoutrocohostil.Masnoexisteumsignificado



internonessesactosparaosanimaisemquesto.Osanimaisnoatribuemumsignificadoconscienteaosgestos;elesnoreflectemsobreassuasrespostas.Essetipodecomunicaodesinaisnasespciesinfrahumanasrealizaserapidamente,seminterrupo.Poroutrolado,ossereshumanosfazemusodesmbolosnasuacomunicao.Aspessoaslevamaefeitoconscientementeumprocessodemanipulaomental,demorandoarespostaeatribuindosignificadoaosgestosdeoutras.Osmbolointerpretadopeloreceptor.Vejamosumexemplo:Suponhamos,porummomento,quedoishomensestosentadosladoaladoembancosdeumbar.Oprimeirohomem,acidentalmente,apanhaabebidaerrada.Ooutrohomemenfurecese;fechaopunho,levaobraoligeiramenteatrsediz:Eh,voc.Oprimeirohomempercebeogesto.Emsuaimaginao,calculaaintenodooutro:darlheumsocononariz.Interpretaossmbolos,atribuilhesumsignificadoeplaneiaasuaprpriaresposta.Nummomento,responde:Oh,nomeagrida.Foiumacidente.Asuaexplicaoaooutro,nessemomento,evitaumaexperinciasumamenteembaraosae,digasedepassagem,dolorosa.claro,issoumexemplomuitosimplesdeumactosocial,masilustraanaturezacooperativa,adaptativaereceptivadocomportamentoconscientequerecorreaousodesmbolos.Seosnossosdoispersonagensfossemceseumtivessevioladooterritriodooutro,odesfechoteriasidomuitomaisprevisvel.Houtroaspectoimportantenessaideiadasociedadecomoumasriedeinteracescooperativas,fundadasnousodesmbolos.Ossmbolosusadosdevempossuirumsignificadocompartilhadopelosindivduosnasociedade.Naterminologiameadiana,umgestocomsignificadocompartilhadoumsmbolosignificante.Emsuma,asociedadenascenossmbolossignificantesdogrupo.Emvirtudedanossacapacidadeparavocalizarsmbolossignificantes,podemosliteralmenteouvirnose,assim,responderansprprioscomoosoutrosnosrespondem.Podemosimaginaroqueseroreceptordasnossasprpriasmensagens,empatizandoassimcomoouvinteeassumindoopapeldeouvinte,completandoarespostadooutronasnossasprpriascabeas.EssainteracoentreresponderaoutroseresponderaoeuumaconcepoextremamenteimportantenateoriadeMeadeforneceumaexcelentetransioparaosegundomembrodatrade:oeu.EU.Afirmarqueumapessoatemumeusugerequeoindivduopodeactuaremrelaoasimesmo,talcomopodeactuaremrelaoaosoutros.Umapessoapodereagirfavoravelmenteasimesma,podesentirseorgulhosa,feliz,encorajada;ouficarfuriosaconsigomesma,punitivaourevoltada.Omodoprimriocomoumhomempassaaversetalcomoosoutrosovem(isto,possuiumconceitodeeu)aadopodeumpapel.Evidentemente,issoseriaimpossvelsemlinguagem(smbolossignificantes),vistoque,atravsdalinguagem,acrianaaprendeasrespostas,intenesedefiniesdosoutros,incluindoasdefiniesqueeleslheatribuem.Meaddescreveuduasfasesexplcitasdedesenvolvimentodoeueumafaseinicialimplcita,ouseja,trsestgiosatravsdosquaisumapessoaaprendeadesempenharpapisadultos:

Oprimeiroestgioopreparatrio(13anos).Nele,acrianapequenaimitaaspessoassuavolta,reproduzindoosgestosdelasdeummododesprovidodesignificado.Duranteesteestgio,acrianaimitaocomportamentoadulto,sementenderrealmenteoqueestafazer,comoquandoameninaabraaabonecaedepoisusaacomoumbastoparabaternoirmo.Obebpodeapanharumjornaloucalarossapatosdopap,ouespetarumpedaodecarnecomumpequenogarfo.Issoumafasepuramentepreliminar,emqueacriananopossuisignificadosparaosactosqueimita.Maistarde,porm,noestgioteatraloudeactuao(34anos),acrianarepresentaliteralmenteopapeldeoutrossignificativosnoseumeioambiente.Aorepresentarmamepap,ouodoutor,ouobombeiro,umacriananoestgioteatralfingirseroutrapessoae



actuaremrelaoaumreceptorque,narealidade,elaprpria.Oestgioteatraldesenrolaseemsequncia,namedidaemquecadapapeladoptadoseparadamente,semelhanadeumactorrepresentandopapisprescritos.marcadopeladesorganizaoepelomovimentoespordicodeumpapelparaoutro.Nosemantmumpontodevistaunitrioe,assim,acriananodesenvolveumaconceposingulardesimesma.Emboratenhamumcertoentendimentodocomportamento,ascrianaspassamdeumpapelparaoutroerraticamente.Numdadomomento,omeninoumconstrutor,empilhandoblocos,e,nomomentoseguinte,jumastronauta.Finalmente,vemoestgiodejogooudaactuaodeacordocomasregrasdojogo(45oumaisanos),quandoocomportamentodepapelsetornacoerenteedeliberado,comumahabilidadeparaperceberopapeldosdemaisjogadores.Oindivduopassaarespondersimultaneamente,deummodogeneralizado,amuitosoutros,maisprecisamenteaooutrogeneralizadoque,nofundo,aprpriasociedade.Meadforneceuaanalogiadojogodebeisebol,emquecadajogadordevepossuirumavisosimultneadetodososnovepapiseadaptarse(responder)emconformidadecomeles,ouseja,precisainteriorizaroseuprpriopapel,bemcomoodosdemaisjogadores.Oqueocorrenesseestgioqueapessoadevegeneralizarumpapelcompsitodasdefiniesdelaportodososoutros.Assim,atravsdabrincadeirainfantil,apessoadesenvolveahabilidadeparaveroseuprpriocomportamentonasuarelaocomosoutrosesentirareacodaspessoasenvolvidas.

UmadasprincipaiscontribuiesdeMead,portanto,oconceitodooutrogeneralizado.atravsdestaconscinciadospapis,sentimentosevaloresdosoutrosquetomaformanasnossasmentesooutrogeneralizado.Esteaproximadamenteequacionadocomospadresouvaloresdacomunidade.Ooutrogeneralizadoopapelunificadoemdecorrnciadoqualoindivduopassaaverseasimesmo.apercepodoindivduodomodoglobalcomoosoutrosovem.Oconceitodeeuserfinalmenteorganizadoeunificadoatravsdainternalizaodesseoutrogeneralizado.Tomandorepetidamenteopapeldeoutrogeneralizado,umapessoadesenvolveoconceitodoeudaespciedepessoaque,aomesmotempoqueaplicarepetidamenteosjulgamentosdesteoutrogeneralizadossuasprpriasaces.Afalhaemdesenvolverestacapacidadeparaadoptaropontodevistadeoutremouassumiropapeldeoutremparecefazerclaudicarodesenvolvimentodapersonalidade.Vejamosumexemplosimples:Suponhaoleitorquesevasimesmocomoumapessoaindustriosaecriativa.Esseoutrogeneralizadooseuconceitounificadodecomoosoutros,emgeral,percebemoleitor.Talconceitofoiaprendidoaolongodosanosdeinteracosimblicacomoutraspessoasnasuavida.Oeupossuiduasfacetas,cadaumadelasservindoumafunovitalnavidadoserhumano.Meaddesignouasporeumesmoemim.

Oeumesmoousimesmoapartenica,impulsiva,espontnea,desorganizada,nodirigidaeimprevisveldapessoa.Omimooutrogeneralizado,compostodepadresorganizadoseconsistentescompartilhadoscomoutros.Todoactoprincipiacomumimpulsoprovenientedoeumesmoequepassarapidamenteasercontroladopelomim.Oeumesmoaforaimpulsoraemaco,enquantoomimfornecedirecoeorientao.Meadusouoconceitodemimparaexplicarocomportamentosocialmenteaceitveleadaptativo,eoeumesmoparaexplicarosimpulsoscriativoseimprevisveisdentrodapessoa.



MENTE.Oeu,ouacapacidadedeactuaremrelaoaoeu,criaumasituaoquenoencontradanosanimaisinferiores.Acapacidadedeusarsmbolossignificativospararespondermosansmesmoslevapossibilidadedeexperinciasinterioresedepensamentosquepodemounoserconsumadosnacondutamanifesta.estaltimanfasequeconstituiaterceirapartedateoriadeMead:amente.Amentepodeserdefinidacomooprocessodeinteracodapessoacomoseuprprioeu.Essacapacidade,quesedesenvolvesimultaneamentecomoeu,crucialparaavidahumana,poisparteimportantedetodoequalqueracto.Reflectirenvolvehesitao(protelaraacoaberta)enquantoapessoainterpretaconscientemente,atribuisignificadoaosestmulos.Areflexoocorreemtornodesituaesproblemticasemqueoindivduodeveponderarofuturo.Apessoaimaginavriosresultadosnasuacabea,seleccionaeexaminapossveisacesalternativas.OmotivopeloqualareflexomentaltoimportanteparaMeadqueelaforneceofundamentolgicoparaverapessoacomoumactorenocomoumreactorpassivo.Ossereshumanosconstremliteralmenteoactoantesdeoconsumarem.Oratonumlabirintopassaporumlongoedemoradoprocessodeensaioeerro,mas,nossereshumanos,esseensaioeerropodeocorrerdeformaencoberta,namentedapessoa,antesdeelacomearsequeramovimentarse.Issoconstitui,necessariamente,umprocessodeimaginao,reflexoepensamento.Normalmente,nomundoanimal,oorganismobombardeadoporestmulosprovenientesdomeioambiente,mas,navidahumana,oorganismofazobjectosapartirdosestmulos.Comoaspessoaspossuemsmbolossignificantesquelhespermitemdarnomesaosseusconceitos,elaspodemtransformarmerosestmulosemobjectosreais.Osobjectosnoexistemindependentementedaspessoas.Oobjectosempredefinidopeloindivduoemtermosdasespciesdeactosqueumapessoapodeexecutaremrelaoaoobjecto.Umlpisumlpissepossoescrevercomele.Umapaisagemmarinhaumapaisagemmarinhaquandodouvaloraoactodecontemplla.Umagarrafadeusqueumabebidaquandoformuloaideiadeabeber(ounobeber,conformeocaso).Osobjectostornamseosobjectosquesoatravsdoprocessodereflexosimblicadoindivduoe,quandooindivduoimaginaacesnovasoudiferentesemrelaoaumobjecto,estetransformadoparaele.Emsuma,Meadviuapessoacomoumorganismobiologicamenteavanado,comumcrebrocapazdepensamentoracional.Atravsdousodegestossignificativosedaadopodepapis,apessoatornaseumobjectoparasimesma,isto,elavsecomoosoutrosavem.Apessoainternalizaessavisogeraldoeuecomportasecoerentementecomtalviso.Atravsdoprocessodereflexomental,apessoaplaneiaerepetementalmenteocomportamentosimblico,preparandoseparaasubsequenteinteracocomosoutros.

HERBERTBLUMEREAESCOLADECHICAGO.HerbertBlumerfoi,semdvida,omaisdestacadoapstolodeMead.Defacto,oprprioMeadnuncausouaexpressointeraccionismosimblico.FoiBlumerquemcriouotermoem1937.Blumerreferiuseaessertulocomoumneologismoalgobrbaroquecunheideummodoimprovisado.[]Sejacomofor,otermoagradouetornousepopular.EmboraBlumertivessepublicadoartigosdispersosaolongodasuacarreira,somenteapsasuapublicaoem1969deSymbolicInteractionism:perspectiveandmethodquesetornouacessvelumavisounificadadoseupensamento.Noprimeirocaptulodesselivro,BlumerafirmouclaramenteasuadvidaparacomMeadeasuadedicaoampliaoeaperfeioamentodaperspectivainteraccionista.AsformulaesdeBlumerforaminteiramentecoerentescomasdoseumentor,maselenoselimitouarepetirmeramenteMead:Fuicompelidoadevolveraminhaprpriaverso,tratandoexplicitamentedemuitasquestescruciaisqueestavamsomenteimplcitasno



pensamentodeMeadeoutros,ecobrindotpicoscrticospelosquaiselesnoestavaminteressados.Blumeriniciouoseupensamentosobreinteracosimblicacomtrsimportantespremissas:

(1)Ossereshumanosagememrelaoscoisasnabasedossignificadosqueascoisastmparaeles;(2)[]osignificadodetaiscoisasderiva,oudecorre,dainteracosocialqueumindivduotemcomosseussemelhantes;(3)[]essessignificadossomanipuladosemodificadosatravsdeumprocessointerpretativousadopelapessoanotratocomascoisascomquesedefronta.

Comoveremos,Blumercriticavaemnumerososaspectosaprincipalcorrentedacinciasocialeumdessesaspectoseraotratamentodosignificado.Blumermostroucomoamaioriadasteoriasdacinciadocomportamentodepreciavaaimportnciadoconceitodesignificado.Muitasteoriasignoramcompletamenteosignificadoeoutrascolocamnonacategoriasubordinadageraldefactoresantecedentes.Mas,nointeraccionismosimblico,osignificadoassumeumpapelcentralnoprprioprocessosocial.SegundoBlumer,osignificadopodeserencaradodetrspontosdevista.

Oprimeiroverosignificadocomoinerenteaoobjecto.Estaperspectivaprovmdorealismo,umaabordagemmaissobreanaturezadoquesobreasociedade.Asegundateoriadesignificadoatribuioaoacrescentamentopsquico.Sobesteparadigma,osignificadosurgecomoresultadodecertasorientaespsicolgicasinternasdapessoa.Masaterceiraperspectiva,nitidamenteinteraccionista,identificaosignificadocomoprodutodavidasocial.Sejaqualforosignificadoqueumapessoatemparaumacoisasempreoresultadodosmodoscomooutraspessoasagiramemrelaoaela,arespeitodacoisaqueestsendodefinida.Umapessoanopodetersignificadoparaalgumacoisaindependentementedainteracocomoutrossereshumanos.

Oquedistingueaconcepointeraccionistadosignificadoasuanfasesobreainterpretaoconsciente.Umobjectopassaatersignificadoparaapessoanomomentoemqueoindivduoconsideraconscientemente,reflecteepensasobreoobjecto,ouointerpreta.Esseprocessodetratamentodesignificadosconvertesenumaconversaointernaoudiscursointeriordentrodapessoa:Oactorselecciona,confere,suspende,reagrupaetransformaossignificadosluzdasituaoemqueestcolocadoedadirecoqueimprimiusuaaco.Esseprocessointerno,recordese,idnticoaoconceitodeMeaddereflexomental(mind).Blumersublinhouaimportnciadessanoodesignificadoparatodaaperspectivadeinteracosimblica.EssastrspremissassobresignificadosooesqueletoparaopensamentodeBlumereacarnefornecidopeloqueelechamouassuasimagensradicais(rootimages).Essasimagenscobremostpicosdavidaemgrupo,interacosocial,naturezadosobjectos,pessoascomoactores,naturezadaacohumanaeinterligaesdasacesindividuaisnasociedade.Examinemos,umporum,cadaumdessestpicos.

SOCIEDADEEINTERACOSOCIAL.BlumerreiterouopontodevistadeMeaddequeasociedadenascedasinteracesindividuais.Nenhumaacohumanaexisteseparadadainteraco.Quasetudooqueumapessoaefazformadonoprocessodeinteractuarsimbolicamentecomoutraspessoas.Ainteracoconsistenummtuolevarememcontae



responder,easociedaderesultadecadapessoacoordenarasuaprpriacondutacomoadosoutros.Masavidaemgrupoeacondutaindividualmodelamseatravsdoprocessoemcursodeinteracosimblica.

OBJECTOS.Omundodapessoaconsisteemobjectos.BlumertratouosobjectosdeummodoessencialmenteidnticoaodeMead.ParaBlumer,osobjectoseramdetrstipos:fsicos(coisas),sociais(pessoas)eabstractos(ideias).Osobjectosadquiremsignificadoatravsdainteracosimblica.Osobjectospodemtersignificadosdiferentesparapessoasdiferentes,dependendodanaturezadasacesdosoutrosemrelaopessoa,noquetangeaoobjectodefinido.UmagentepolicialemWatts(bairronegrodeLosAngeles)podesignificaralgomuitodiferenteparaoscidadosdessareadoqueumagentepolicialsignificaparaoscidadosdeBeverlyHills,porcausadasdiferentesespciesdeinteracesentreosresidentesdessasduasreasgeogrficasimensamentediferentes.

PESSOAEACOHUMANA.OtratamentodaacoporBlumerfoiessencialmenteomesmodeMead.Blumerviuohomemcomoactor,noreactor.Ohomemcapazdeactuarporquepossuiumeu,e,reiterandoaconcepomeadiana,ohomemtemcapacidadeparaactuaremrelaoasimesmocomoumobjecto.Aoassumirimaginativamenteospapisdeoutrossuavolta,umapessoavsecomoosoutrosavem.Essacapacidadeparaactuarimplicaqueoindivduopodelidarcomsituaesproblemticas:Emvezdesermeramenteumorganismoquerespondeaojogodefactoressobreouatravsdele,oserhumanovistocomoumorganismoquetemdelidarcomaquiloqueobserva.Ora,essarelaoentreacoeeuacaractersticadistintivadavidahumana.Apessoadefrontasecomumasituaoapsoutra,fornecendodecadavezindicaesasimesmaacercadascontingnciasnasuapercepoconsciente.Eladeveavaliareinterpretarasituao,eplanejarumarespostaapropriada.ComodisseBlumer:Apessoapoderrealizarumtrabalhodeplorvelnaconstruodasuaaco,mastemdeconstrula.Oquevistocomoacosocialoudegrupomeramenteoprocessoampliadodemuitosindivduosdeajustamentodassuasacesmtuas.

ACOSOCIAL.UmadasreasprimriasemqueBlumerampliouopensamentodeMeadfoiaacodegrupoousocial.Blumerreconheceuaimportnciadaacogrupaleadoptoumedidasconcretasparaadefinir.Umaacoconjuntadeumgrupodepessoasconsistenainterligaodassuasrespectivasacesseparadas.Masaacogrupaldistinta.Noamerasomadasacesindividuaisqueaconstitui.Instituiestaiscomoocasamento,ocomrcio,aguerraeocultoreligiososoacesconjuntas.Entretanto,Blumerdeuimportantedestaqueaoperigopotencialnoestudodaactividadegrupal.EmboraaacodegruposejaumaGestaltemsimesma,elabaseiase,entretanto,emactosindividuaiseerrneoconsideraracondutagrupalindependentementedasacesindividuaisdosparticipantes:Osparticipantesaindatmdeguiarosseusrespectivosactos,medianteaformaoeusodesignificados.

Blumerformuloutrsobservaesbsicasacercadasinterligaesouinteraces.

Emprimeirolugar,assinalouqueamaiorporodaacodegruponumasociedadeavanadaconsisteempadresaltamenteestveiserecorrentes.Essasinstituiesnumasociedadepossuemsignificadoscomunsepreestabelecidos.Emvirtudedaaltafrequnciadetaispadres,atendnciadosestudiososparatratloscomoestruturasouentidades.Contudo,Blumeradvertiunosquenoesquecssemosqueasnovassituaesdecorremsempredeproblemaspresentesquerequeremajustamentoeredefinio.Mesmonocasodepadresgrupaisaltamenterepetitivos,nadapermanente.Cadacasodevecomearde



novocomaacoindividual.Pormaisslidaqueumaacogrupalpareaser,elapermaneceaindaenraizadanoeudecadaserhumano:oprocessosocialnavidagrupalquecriaesustentaasregras;nosoasregrasquecriamesustentamavidagrupal.AsegundaobservaofeitaporBlumeracercadegruposanaturezaprofundaeampladealgumasdasinterligaes.Asacesindividuaispodemserligadasatravsdecomplicadascadeias.Actoresdistantespodem,emltimainstncia,serinterligadosdediversasmaneiras,mas,aoinvsdopensamentosociolgicopopular,umacadeiaouumainstituionofuncionaautomaticamenteporcausadealgumadinmicainternaourequisitossistmicos;elafuncionaporqueaspessoas,emdiferentespontos,fazemalgoeoquefazemumresultadodecomoelasdefinemasituaoemquesochamadasaactuar.Aterceiraobservaovinculaasprimeirasduas.Comacompreensodequeosmacrogruposnumasociedadesebaseiamnainteracosimblicaindividual,podemosperceberagoraqueosantecedenteseaformaobsicadosindivduossodesumaimportnciaparadefiniraespciedeinteracoqueiradquirirexistncia.Opontoprincipal,repetidamentedescritoporBlumer,queosgruposeinstituiesnasociedadenosoorganismosouestruturasperse.Emprimeirolugar,eacimadetudo,sointerligaesdeinteracessimblicashumanasbsicas.

METODOLOGIA.AsegundaamplareaemqueBlumerfoimaisalmdeMeadametodologia.ComoametodologiaconstituiadiferenaprimordialenotvelentreasescolasdeChicagoeIowa,especialmenteimportanteanalisarasideiasdeBlumersobremtodo.impossvellerqualquertrechomaisextensodolivrodeBlumersemnosapercebermosdecomoessetpicoeravitalparaele.EmboraMeadnoenfatizasseomtodo,Blumersustentouqueaprprianaturezadointeraccionismosimblicoestcontidanoseumtodo.Blumertinhaalgumasopiniesvigorosassobreessetpico,mas,depoisdelermosalgunsdostrabalhosdeKuhn,percebemosqueopontodevistametodolgico,nombitodointeraccionismosimblico,notosingularquantoBlumernosinduziaacrer.Ofundamentomaisbsicoparaacinciadocomportamento,segundoBlumer,deveseromundoemprico:Essemundoempricodevesersempreopontocentraldeinteresse.opontodepartidaeopontoderegressonocasodacinciaemprica.Entretanto,nopodemossubestimaropapeldoobservadornaverificaoemprica.Coerentecomaperspectivainteraccionistasimblica,arealidadesexisteatravsdaexperinciahumana.NaspalavrasdeBlumer,impossvelcitarumnicocasodecaracterizaodomundodarealidadequenosejavazadonaformadeimagensmentaishumanas.Nessecontexto,existemdoisperigospotenciaisparaapesquisa.Oprimeiroaconcepodequearealidadenomundoempricoimutveleexisteparaserdescobertapelacincia.Outroperigoafimaconvicodequearealidademelhorconsubstanciadaemtermosdafsica.Ambasessasconcepesjespalharamadevastaonocampodapesquisadacinciasocial:Forartodoomundoempricoaajustarseaumesquemaquefoicriadoparadeterminadosegmentodessemundodogmatismofilosficoenorepresentaaabordagemdagenunacinciaemprica.Ainvestigao,nasuaformaideal,deveenvolverseisaspectosprincipais.

Emprimeirolugar,opesquisadordevepossuirefazerusodealgumquadroderefernciaoumodelodomundoemprico.Apesquisanopodeserabordadaemnveisabstractosquenoincluemumquadroprviodomundotalcomorealmente.Emsegundolugar,opesquisadorprecisaformularinterrogaessobreomundo,asquaisdevem,emltimainstncia,serequacionadascomoproblemas.Emterceirolugar,deveexistirumadeterminaodaespciededadosaprocurar,euma



avaliaodosmtodospelosquaisosdadospodemserobtidos.Emquartolugar,opesquisadorprecisadeterminarpadresderelaesentreosdadoscolectados.Emquintolugar,necessriaainterpretaodosresultadosobtidose,finalmente,oinvestigadordeveconceituaroquefoidescoberto.

FoinessepontoqueBlumerdesfechouassuascrticasmordazescorrenteprincipaldomtododacinciasocial:

Aesmagadoramaioriadoquehojepassaporsermetodologiacompostadepreocupaestaiscomoasseguintes:criareusarsofisticadastcnicasdepesquisa,usualmentedeumcarcterestatsticoavanado;construirmodeloslgicosematemticos,guiadoscomexcessivafrequnciapelocritriodeelegncia;elaboraresquemasformaissobrecomoconstruirconceitoseteorias;aplicarcomvalentiaesquemasimportados,comoaanlisedeinputoutput,aanlisedesistemaseaanliseestocstica;conformismoestudiosoaoscnonesdoplanodepesquisa;epromoodeumprocedimentoparticular,comoapesquisasistemtica,comoomtododoestudocientfico.Espantameasupremaconfianacomqueessaspreocupaessoproclamadasasubstnciadametodologia.Muitasdessaspreocupaes[]sogrosseiramenteinadequadas,nasimplesbasedequelidamsomentecomumaspectolimitadodoactoplenodeinvestigaocientfica,ignorandoquestestaiscomopremissas,problemas,conceitos,etc.Maissriooseufracassoquaseuniversalemenfrentaratarefadedescreverosprincpiosdecomoesquemas,problemas,dados,conexes,conceitoseinterpretaesdeveroserconstrudos,luzdanaturezadomundoempricosobestudo.

Atravsdetodosessesmtodostradicionais,quatroprocedimentosgeneralizadossoseguidos,deacordocomBlumer.Essasabordagensfracassamcomomtodosrealistasparavalidaoemprica.Soeles:(a)aadesoaumprotocolocientfico,(b)areproduodeestudosdepesquisa,(c)aconfiananaverificaodehipteses,e(d)oempregodoschamadosprocedimentosoperacionais.Seosmeiosusuaisdepesquisasoinadequados,oquefoiqueBlumerpropscomoalternativa?Sustentouelequeospesquisadoresdevemdesenvolveroconhecimentoparticipativoemprimeiramodosfenmenosinvestigados.Ocientistapoderchamarsoftobservaoparticipativa,mas,narealidade,umprocessorigorosodedescobertadaverdadeiranaturezadomundo.Essetipodemtodoconsisteemdoisestgios:

OprimeiroestgiooqueBlumerchamouexplorao.Aexploraoumatcnicadesondagemminuciosaealtamenteflexvelemqueoinvestigadorusaqualquermtodoticodeobtenodeinformaes.Noestgiodeexplorao,oinvestigadordeveavanardetcnicaparatcnica,demaneiraflexveleconfortvel,afimdeobterumquadroamploerealistadareasobinvestigao.Astcnicaspodemirdesdeaobservaodirectaentrevista,desdeescutarconversaesatanlisedebiografias,desdealeituradecartasediriosatconsultaderegistrospblicos.Noexistemdirectrizesformaisaseremobedecidas,equaisquerprocedimentosusadostmdeseadaptarsituao.

Osegundoestgiomaisfocalizado.Depoisdesedeterminaranaturezageraldofenmeno,opesquisadoriniciaainspeco.Adiferenaprimordialentreexploraoeinspecoprofundidadeefoco.SegundoBlumer,ainspecoumexameconcentradoeintensivo.Esseexamedeveserfeitonocontextodareaqueestaserinvestigada.

ERVINGGOFFMANEAAUTOAPRESENTAO.impossvelapresentaremalgumas



ERVINGGOFFMANEAAUTOAPRESENTAO.impossvelapresentaremalgumaslinhastudooqueseordeneemsociologiasobotermodeinteraccionismo,deBlumeraogrupodePaloAlto,passandoporGoffmanNosoospapis,asnormaseosvaloresquecomandamaacosocial,masasrelaescaraacaranasquaisosactorespememprticaestratagemasecompetnciasquefixamassuasidentidadeserealizamasdeoutrem.Aindaaasnoesdesociedadeedeindivduoestolongedeseremfundamentais,porqueaquiloaquesechamaasrealidadessociaistosoprodutodessasinteraces.Sobreservadeseconsiderarainteracocomoumnvelmicrossociolgiconoqualsemovemosmecanismoscentraisdosistema,oqueno,falandocomrigor,uminteraccionismo,oobjectodointeraccionismoconsideradocomoumarealidadeindependenteecriadoraquenoreclamaaideiadesistemasocial.oquemuitobemdizGoffman:Eunomeocupodaestruturadavidasocial,masdaestruturadaexperinciaindividualdavidasocial.Pessoalmentedouprioridadesociedadeeconsideroosempenhamentosdeumindivduocomosecundrios:estetrabalhonotratapoissenodaquiloquesecundrio.Maneiraelegantededizerqueoactoreosistemaestoseparadosequeoindivduonodefinidopelainteriorizaodosocial;naverdade,osistemaquenotemimportncia.OactordeGoffmandefinidopelainteraconaqualestempenhado;todavia,elenotememvistanemasnormasnemosvaloresderradeirosdasociedade,massimplesmenteosucessoquelhepermiteserreconhecidoporoutrem.Osucessoassenta,noemcritriosobjectivosglobais,masnacapacidadedemanterainteracoedefazercomquesejanelaaceitecomproveitoseu.,poroutrolado,estanecessidadedemanteraprpriainteracoquereclamaestratgiasdeevitaoedecivilidade.Oproblemamaiordoactor,pois,odaface,daencenaodesinoseiodeumavidaquotidianaquefuncionaelaprpriacomoumaencenao.EstafacenoaexpressodoindivduoclssicoedoseuEgo,porquenadahpordetrsdaface,eoleitordeGoffmanmovesenummundosemmotivaes,seminterioridade.ProsseguindonasmetforasdequeGoffmangosta,digamosquenohpessoapordetrsdapersonagem,nadaparaalmdoexteriordosencontros.Asinteracesnoresultamdeacesjorganizadasquesecruzameseharmonizam,elasdesenrolamsenoseutempoprprioenumespaodeapresentaesdesiquenotemoutrafinalidadequenosejaoreconhecimentodeoutrem.Oindivduosurgecomoumempreendimentodepapisquetemporfinalidadequeelesejacredvelparaosoutros.Ainteriorizaodospapissefectivanamedidaemquenecessriaacredibilidade;deoutromodo,oactorrepresentariaemfalso.Aaconoaunidadeprimeira,porqueelasexistenainteracoquelhefixaoslimiteseaquiloqueestemjogo.Anaturezamaisprofundadasrelaesentreaspessoasestflordapele,apeledosoutros.[]OEgooquepodemosdizerdoindivduoquandointerpretamosolugarqueeleocupanaorganizaodeumaactividadesocial,interpretaoconfirmadapeloseucomportamentoexpressivo.CompreendesefacilmenteporquerazoateoriadeGoffmanpodeservistacomocnica:Eisumapinturadasociedadenaqualexistemcenas,masnointrigas.Domesmomodoquenohnemintriganemhistrianestasociologia,topoucohnelacaracteres(nosentidoteatraldotermo):asacesdaspersonagensnadamudamnavidadelas.Hsomenteumasriesemfimdeadaptaes.Lapeyronniesublinha,noentanto,queexisteumsegundoGoffman,odosAsiles,paraoqualainstituiototaldestriaindividualidade.Quandoainteracoestigmatiza,elanodestrisomenteoexteriordoindivduo,elaatingeaquiloaquehque,defacto,chamaroseuEgo.Opodermobilizadoporunsearesistnciamanifestadaporoutrosconduziriamentoaressocializaraimagemgoffmanianadoactor.Masforosoverificarquenosetratadeumacorrentecentraldeumaobrasemindivduoesemsociedade,pelomenosnosentidodadoaestesconceitospelasociologiaclssica.UmdosmaisprolficossocilogosdosnossosdiasErvingGoffman.Comointeraccionista



simblicodatradiodramatrgica,eleanalisaocomportamentohumanocomoumametforateatral.Ocontextohabitualdeinteracoumpalco.Aspessoassoactores,estruturandoosseusdesempenhosparaimpressionaraplateia.SegundoGoffman,acomunicaointerpessoalumarepresentaoatravsdaqualsoprojectadosvriosaspectosdoeu.AsanlisesdeGoffmannosseusvrioslivrossomicroanlisesemseumbitoeextremamentedetalhadas.Seriaimpossvelapresentaraquitodososseusconceitos.Optamosporexaminarassuasprincipaisideiasepremissas.AsobservaesdeGoffmandequase20anosestodisseminadasnosseusnumerososlivros,tornandoasntesemuitodifcil.Felizmente,oprprioGoffmanforneceuumquadroderefernciatericoquedescreve,emlinhasgerais,asuaabordagemglobaldoestudodocomportamentohumano.Depoisderecapitularmosesseconjuntoinicialdepremissas,retomaremosaalgummaterialqueestespecificamenterelacionadocomacomunicaointerpessoal.Goffmaniniciouasuaargumentaocomopressupostodequeapessoa,aodefrontarsecomdeterminadasituao,deveatribuir,dealgummodo,umnexoouorganizaroseventospercebidos.Oqueemergecomoumacontecimentoorganizadoparaoindivduoconvertesenarealidadedomomentoparaessapessoa.Issoumapremissafenomenolgica,aqualafirmaqueoquerealparaumapessoaresultadadefiniodasituaonessapessoa.(Issoconstituiumdesenvolvimentodeumdosconceitosfundamentaisdointeraccionismosimblico.)Umareacotpicadeumapessoaaumanovasituaoainterrogao:Oqueestaaconteceraqui?Adefiniodasituaopelapessoaforneceumaresposta.Comfrequncia,aprimeiradefinionoadequadaepoderfazersenecessriaumasegundaleitura,comonocasodeumtrote,umequvocoouumainterpretaoerrada.EstaltimanooimportanteparaGoffmanporqueeleobservousermosfrequentementeludibriadoseenganarmonosunsaosoutrosnasnossasrelaes.Vriostermoselucidamessaabordagemgeral.Umafaixa(strip)qualquersequnciaarbitrriadeactividade.Umaestrutura(frame)umelementobsicodeorganizaousadonadefiniodeumasituao.Aanlisedeestrutura(frameanalysis)consiste,pois,noexamedosprocessospelosquaisaexperinciaorganizadaparaoindivduo.Oqueaestrutura(ouquadrodereferncia)fazpermitirpessoaidentificareentenderoque,deoutromodo,soeventosdesprovidosdesentido;conferesignificadosactividadescorrentesdavida.Umaestruturanaturalumeventonoguiadodanatureza,comoqualoindivduodeveenfrentarse.Umaestruturasocial,poroutrolado,vistacomoguiadaecontrolvelporalgumainteligncia.Assim,ossereshumanospossuemalgumsentidodecontrolequandoingressamnaestruturasocial.claro,essesdoistiposdeestruturasprimriasinterrelacionamse,umavezqueosseressociaisagemsobreaordemnaturaleso,porsuavez,influenciadosporela.Aimportnciadasestruturasprimriasparaaculturademonstradanoseguinteexcerto:

Consideradasnoseuconjunto,asestruturasprimriasdedeterminadogruposocialconstituemumelementocentraldasuacultura,especialmentenamedidaemqueemergementendimentosarespeitodasclassesprincipaisdeesquemas,asrelaesmtuasdessasclasseseasomatotaldeforaseagentesqueessespropsitosinterpretativosreconhecemestarsoltanomundo.

Estepontodevistadequeumaculturadefinida,emparte,porsuasdefiniesdesituaescompatvelnoscomasideiascentraisdointeraccionismosimblicomastambmcommuitasteoriasdesignificado.Oquadroderefernciaprimrioaunidadebsicadavidasocial.Goffmanassinalouminuciosamenteosvriosmodoscomoasestruturasprimriaspodemsertransformadasou



alteradasparaquediferentesfinssejamsatisfeitosporprincpiosorganizacionaissemelhantes.Umjogo,porexemplo,tempormodeloumcombate,masasuafinalidademuitodiferente.Assim,umagrandepartedosnossosquadrosdereferncianosoabsolutamenteprimrios,emboratenhampormodeloeventosprimrios.Osexemplosincluemosjogos,oteatro,osardis(bonsemaus),asexperinciaseoutrasinvenes.Comefeito,oqueacontecenacomunicaointerpessoalcomumenvolvecomfrequnciaessaespciedeactividadesecundria,incluindorepresentaesteatrais,inveneseembustes.Eagora,tendocomobaseessaabordagemtericageral,chegamossideiascentraisdeGoffmansobrecomunicao.Asactividadesdecomunicao,comotodasasactividades,devemserconsideradasnocontextodaanlisedeestrutura.Comearemoscomoconceitodeinteracofaceaface(faceengagement).Umainteracofaceafaceouencontroocorrequandoaspessoasseentregamaumainteracofocalizada.Aspessoasnumainteracofaceafacetmumnicofocodeatenoeumasactividademtuapercebida.Nainteraconofocalizada,aspessoasemlocaispblicosreconhecemapresenaumasdasoutrassemprestaratenomtua.Nessasituaonofocalizada,oindivduonormalmenteacessvelaoencontrocomosoutros.Umaveziniciadaainteraco,existeumcontratomtuoparacontinuarainteracoatalgumaespciedetrmino.Duranteessetempo,desenvolveseemutuamentesustentadaumarelao.Asinteracesfaceafacesoverbaisenoverbais,easpistasresultantesdeumencontrosoimportantestantoparasignificaranaturezadarelaocomoparaadefiniomtuadasituao.Aspessoaseminteracofaceafacefalamcadaumaporseuturno,representandopequenascenasteatraisumaoutra.Contarhistrias,queusualmenteanarraodeeventospassados,consisteprincipalmentenumaquestodeimpressionaroouvintemedianteumarepresentaodramtica.ConformesugereGoffman:

[]frequentemente,oqueosfaladoresseempenhamemfazernodarinformaoaumouvintemasrepresentarpequenaspeasdeteatroparaumaplateia.Naverdade,parecequeconsumimosamaiorpartedonossotempoempenhadosnoemdarinformaesmasemoferecershows.Eobservesequeessateatralidadenosebaseiaemmerasexibiesdesentimentosoufalsasdemonstraesdeespontaneidadeouqualqueroutracoisaaquepudssemoschamardepreciativamenteumaencenaoteatral.Oparaleloentreopalcoeaconversaomuitomaisprofundodoqueisso.Aquestoque,ordinariamente,quandoumindivduodizalgumacoisa,noadizcomoumadeclaraofrancaedesassombradadeumfactobaseadonasuaprpriaconvicoeemseunomepessoal.Eleestsimplesmenterecitando.Percorretodaumafaixadeeventosjdeterminados,paraencantaroucativarosseusouvintes.

Aocativaroutraspessoas,olocutorrepresentadeterminadopersonagemdiantedopblico.Apessoadivideseemcertonmerodepapise,talcomooactornopalco,representaesteouaquelepersonagememdeterminadopapeldeinteraco.Assim,naconversaocomum,existeoactoreopersonagem,ouoanimadoreaanimao,eoouvinteestperfeitamentedispostoaenvolversenacaracterizaoquelheestaserapresentada.Existem,claro,outrassituaesdecontactoparteaconversao,emqueoindivduotambmtemaoportunidadedeapresentaroeu.Mesmonainteraconofocalizada,pequenascenassoapresentadasaosoutros.Goffmanacreditaqueoeuliteralmentedeterminadoporessasdramatizaes.EiscomoGoffmanexplicouoeu:

Umacenacorrectamenteencenadaerepresentadalevaopblicoaatribuirumeuaum



Umacenacorrectamenteencenadaerepresentadalevaopblicoaatribuirumeuaumpersonageminterpretado,masessaatribuioesseeuumprodutodeumacenaqueserepresentaenoumacausadela.Oeu,portanto,comopersonagemrepresentado,noumacoisaorgnicaquepossuiumalocalizaoespecfica,cujodestinofundamentalsernascer,amadureceremorrer;,outrossim,umefeitodramticoquedecorredifusamentedeumacenaquerepresentada,eaquestocaracterstica,oproblemacrucial,seelaserapreciadaoudepreciada.

Aotentardefinirasituao,apessoapassaporumprocessoemduaspartes.Primeiro,apessoanecessitadeinformaosobreasoutraspessoasnasituao.Segundo,elaprecisadarinformaessobresimesma.Esseprocessodetrocadeinformaohabilitaaspessoasasaberemoqueseesperadelas.Usualmente,essatrocaocorreindirectamente,medianteaobservaodocomportamentodeoutroseaestruturaodocomportamentoprpriodemodoasuscitarcertasimpressesnosoutros.Aautoapresentao,emboaparte,umaquestodeadministraodeimpresses.Apessoachegaainfluenciaradefiniodasituaoprojectandodeterminadaimpresso:Elapodedesejarqueosoutrospensemmuitobemdela,ouquepensemqueelapensamuitobemdeles,ouquepercebamoque,defacto,elasentearespeitodeles,ouquenoobtenhamqualquerimpressoclara;apessoapodedesejarassegurarsuficienteharmonia,afimdequeainteracopossasermantida,oudefraudar,livrarse,confundir,ludibriarouinsultarosoutros.Comotodososparticipantesnumasituaoprojectamimagens,emergeumadefinioglobaldasituao.Normalmente,essadefiniogeralbastanteunificada.Umavezfixadaadefinio,ocorreumagrandepressomoralnosentidodemantla,suprimindocontradiesedvidas.Umapessoapodeampliarassuasprojecesmasnuncacontradizeraimageminicialmenteestabelecida.Aprpriaorganizaodasociedadebaseiasenesseprincpio.

Porconsequncia,quandoumindivduoprojectaumadefiniodasituaoedessamaneiraformulaumapretensoimplcitaouexplcitaaserumapessoadeumtipoparticular,eleexerceautomaticamenteumaimposioaosoutros,obrigandoosaapreciloeatratlodamaneiraqueaspessoasdessetipotmodireitodeesperarqueastratem.Tambmrenunciaimplicitamenteatodasaspretensesasercoisasqueelenoparecesere,porconseguinte,abremodotratamentoqueseriaapropriadoparataisindivduos.Osoutrosdescobrem,pois,queoindivduoosinformousobreoqueesobreoqueelesdevemvero.

Searepresentaovacilaoucontraditadaporoutrascenasulteriores,aconsequnciaparaoindivduoeparaaestruturasocialpodesergrave.Goffmanusouessaposturabsicanassuasdetalhadasanlisesdavidapblica.Elemostroucomoessanoodeautoapresentaoocorrenocomportamentoverbalenoverbaldetodososcontextospblicos.Parans,Goffmandemonstraaimportnciadaautoapresentaoparaacomunicaointerpessoal.

BIBLIOGRAFIA

AUSTIN,JohnL.(1990).QuandoDizerFazer:Palavraseaco.PortoAlegre:ArtesMdicas.BECKER,H.(1963).Outsiders.NewYork:FreePress.BERGER,PeterI.(1986).PerspectivasSociolgicas:Umavisohumanstica,7.edio.Petrpolis:EditoraVozes.BERGER,PeterI.;LUCKMANN,Thomas(1985).AConstruoSocialdaRealidade:Tratadodesociologiadoconhecimento,6.edio.Petrpolis:EditoraVozes.BLUMER,Harold(1969).SymbolicInteractionism:PerspectiveandMethod.EnglewoodCliffs,NJ:PrenticeHall.



BLUMER,Harold(1969).SymbolicInteractionism:Perspectiveandmethod.EnglewoodCliffs,NJ:PrenticeHall.BRUNER,Jerome(1997).ActosdeSignificao.PortoAlegre:EditoraArtesMdicas.BULMER,M.(1984).TheChicagoSchoolofSociology.Institutionalization,diversity,andtheriseofsociologicalresearch.Chicago:UniversityofChicagoPress.CICOUREL,A.(1979).LaSociologieCognitive.Paris:PUF.COULON,Alain(1995).AEscoladeChicago.Campinas:PapirusEditora.DAYAN,Daniel;KATZ,Elihu(1995).LaHistoriaenDirecto:Laretransmisintelevisivadelosacontecimientos.Barcelona:EdicionesG.Gili.DEWEY,John(1970).Liberalismo,LiberdadeeCultura.SoPaulo:EditoraNacional,EditoradaUSP.DEWEY,John(1971).ExperinciaeEducao.SoPaulo:EditoraNacional.ECO,Umberto(1976).AEstruturaAusente:Introduopesquisasemiolgica,3ed..SoPaulo:EditoraPerspectiva.EVANSPRITCHARD,E.E.(1976).Brujera,MagiayOrculosentrelosAzande.Barcelona:EditorialAnagrama.GADAMER,HansGeorg(1984,1992).VerdadyMtodo,2vols..Salamanca:EdicionesSgueme.GARFINKEL,Harold(1967).StudiesinEthnomethodology.EnglewoodCliffs,NJ:PrenticeHall.GEERTZ,Clifford(1989).AInterpretaodasCulturas.RiodeJaneiro:EditoraGuanabara.GIDDENS,Anthony(1989).AConstituiodaSociedade.SoPaulo:LivrariaMartinsFontesEditora.GOFFMAN,Erving(1979).RelacionesenPblico:Microestudiosdelordenpblico.Madrid:AlianzaEditorial.GOFFMAN,Erving(1985).ARepresentaodoEunaVidaCotidiana,3ed..Petrpolis:EditoraVozes.GOODMAN,Nelson(1995).ModosdeFazerMundos.Porto:EdiesAsa.HEIDEGGER,Martin(198889).SereTempo.2vols..Petrpolis:EditoraVozes.HUIZINGA,Johan(1980).HomoLudens:Ojogocomoelementodacultura,2ed..SoPaulo:EditoraPrespectiva.JAMES,William(1995).AsVariedadesdaExperinciaReligiosa:Umestudosobreanaturezahumana.SoPaulo:EditoraCultrix.JAMES,William(1997).OPragmatismo:Umnomenovoparaalgumasformasantigasdepensar.Lisboa:ImprensaNacionalCasadaMoeda.JENSEN,K.B.;JANKOSWSKI,N.W.,eds.(1992).MetodologasCualitativasdeInvestigacinenComunicacindeMasas.Barcelona:BoschCasaEditorial.LEVINAS,Emmanuel(1977).TotalidadeInfinito:Ensayosobrelaexterioridad.Salamanca:EdicionesSgueme.LYOTARD,JeanFranois(1987).OPsModernoexplicadosCrianas.Lisboa:PublicaesDomQuixote.LYOTARD,JeanFranois(1989).ACondioPsModerna,2ed..Lisboa:Gradiva.MEAD,GeorgeH.(1972).Espiritu,PersonaySociedad.BuenosAires:EditorialPaidos.MERLEAUPONTY,Maurice(1996).FenomenologiadaPercepo.SoPaulo:LivrariaMartinsFontesEditores.RICOEUR,Paul(19941995).TempoeNarrativa,2vols..Campinas:PapirusEditora.SACKS,H.(1992).LecturesonConversation,2vols..Oxford:BasilBlackwell.SCHUTZ,Alfred(1974).ElProblemadelaRealidadSocial.BuenosAires:AmorrortuEditores.SEARLE,JohnR.(1981).OsActosdaFala:UmensaiodeFilosofiadaLinguagem.Coimbra:LivrariaAlmedina.SENNETT,Richard(1988).ODeclniodoHomemPblico:Astiraniasdaintimidade.SoPaulo:



CompanhiadasLetras.SILVERSTONE,Roger;HIRSCH,Eric,eds.(1996).LosEfectosdelaNuevaComunicacin:Elconsumodelamodernatecnologaenelhogaryenlafamilia.Barcelona:BoschCasaEditorial.TOURAINE,Alain(1994).CrticadaModernidade.Lisboa:InstitutoPiaget.TUCHMAN,Gaye(1978).LaProduccindelaNoticia.Barcelona:EdicionesG.Gili.WITTGENSTEIN,Ludwig(1987).TratadoLogicoFilosfico/InvestigaesFilosficas.Lisboa:FundaoCalousteGulbenkian.XIBERRAS,Martine(1996).AsTeoriasdaExcluso:Paraumaconstruodoimaginriododesvio.Lisboa:InstitutoPiaget.VYGOTSKY,L.S.(1995).PensamentoeLinguagem.SoPaulo:MartinsFontes.VYGOTSKY,L.S.(1988).AFormaoSocialdaMente,2ed..SoPaulo:MartinsFontes.KARDINER,Abram(1975).ElIndividuoysuSociedad:Lapsicodinmicadelaorganizacinsocialprimitiva.Mxico:FondodeCulturaEconmica.VYGOTSKY,L.S.,LURIA,A.R.(1996).EstudossobreaHistriadoComportamento:Smios,HomemPrimitivoeCriana.PortoAlegre:ArtesMdicas.LAMBERT,WilliamW.,LAMBERTWallaceE.(1981).PsicologiaSocial,5ed..RiodeJaneiro:ZaharEditores.GOFFMAN,Erving(1982).Estigma:Notassobreamanipulaodaidentidadedeteriorada,4ed..RiodeJaneiro:ZaharEditores.WINNICOTT,D.W.(1975).OBrincar&aRealidade.RiodeJaneiro:ImagoEditora.PEIRCE,CharlesS.(1998).AntologiaFilosfica.Lisboa:ImprensaNacionalcasadaMoeda.PEIRCE,CharlesS.(1990).Semitica,2ed..SoPaulo:EditoraPerspectiva.PEIRCE,CharlesS.(1993).SemiticaeFilosofia.SoPaulo:editoraCultrix.MORRIS,Charles(1994).FundamentosdelaTeoradelosSignos,2ed..Barcelona:EdicionesPaids.BAKHTIN,Mikhail(1992).MarxismoeFilosofiadaLinguagem,6ed..SoPaulo:EditoraHUCITEC.

EaindaalgumaspalavrasapropsitodePaulWatzlawick:

MorreunoSbado,31deMarode2007com85anosemsuacasa,PaloAlto,Califrnia.LeiaseoseuobiturioporWendelA.Ray.UmdosmaisimportantesinvestigadoresdareadeComunicao.UmaimportnciaqueemparteatribuoaoseubackgroundpsiquitricoescondiespropciasquesegeraramnasEscoladePaloAltonaqualtrabalhoucomGregoryBateson,HallouGoffman.

Dosseustrabalhosomaisimportantepodesedizerquetalveztenhasid0acriaodeumaabordagemdacomunicaodenominadadePragmticaqueprocurouestudarosestdiosdacomunicaocomoumtodo,oumelhorcomoumsistemarelacionalaberto.

Humaninteractionisdescribedasacommmunicationsystem,characterizedbythepropertiesofgeneralsystems:timeasavariable,systemsubsystemrelations,wholeness,feedback,andequifinality.Ongoinginteractionalsystemsareseenasthenaturalfocusforstudyofthelongtermpragmaticimpactofcommunicationalphenomena.Limitationingeneralandthedevelopmentoffamilyrulesinparticularleadtoadefinitionandillustrationofthefamilyasarulegoverenedsystem.[1]

Oaxiomaquedefinetodoestesistemabemconhecidodosestudosdacomunicao,tantopelosquevemneleumarealidadedacomunicao,comoaquelesqueacreditamqueestavisonofazqualquersentido(c.fNiklasLuhmann).



Itisdifficulttoimaginehowanybehaviorinthepresenceofanotherpersoncanavoidbeingacommunicationofonesownviewofthenatureofonesrelationshipwiththatpersonandhowitcanfailtoinfluencethatperson[1]

Ouseja,Watzlawickdefiniaaquioprimeiroaxiomadacomunicaocomo:AImpossibilidadedenoComunicar.

Averdadequeesteaxiomadefinetodooprocessodeorganizaosocialhumanoeanimaleporissoesttambmintimamenteligadoaosistemaemocional.Comomamferoeinseridonumecossistemasocial,anocomunicaoverbalagecomocomunicaonoverbalquegrandementedependentedacomunicaoafectiva.Anossaemocionalidadesendoprovenientedeumsistemaautomticoebiolgico,noreguladonafonte,impossibilitaoseucontroloconscienteedessemodogeraumacomunicaoabertacomooutro.

TemosassimqueMarode2007,ficadesdejmarcadopelamortededoisdosmaisreputadosinvestigadoresdopensamentodacomunicao:

PaulWatzlawcik,31deMaro,2007JeanBaudrillard,6deMaro,2007

http://virtualillusion.blogspot.com/2007/04/rippaulwatzlawick.html

BlogemWordPress.com.TheAlmostSpringTheme.

Seguir

FollowFatimasantoswebfolio'sBlog

BuildawebsitewithWordPress.com

Interaccionismo simbólico, Escola de Palo Alto _ Fatimasantoswebfolio's Blog.pdf

Documents

Transcript of Interaccionismo simbólico, Escola de Palo Alto _ Fatimasantoswebfolio's Blog.pdf