Insurreiçom nº 18

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 18 · outono de 2012 De maneira paralela à ofensiva permanente e ilimitada da burguesia político como social, aparentam virar à “esquerda”, mas este contra as conquistas e os direitos atingidos nas últimas décadas pola fenómeno nom passa de umha grosseira manobra oportunista para classe trabalhadora, as naçons e as mulheres, o Estado espanhol está evitar ser arrastados pola maré. preparando-se para umha confrontaçom interna. Nom sabemos quando, tampouco como, mas sim estamos plenamente convencidas, tanto como o está o Estado, de que se vam Um conjunto de medidas adotadas, e em curso, constatam esta produzir estalidos e revoltas sociais. evidência. Entre os possíveis cenários que tem desenhado o bloco de classes dominante nom se descarta a utilizaçom de toda a sua A Guarda Civil realizou em dezembro de 2011 a maior compra de capacidade de força para esmagar as reclamaçons e reivindicaçons material “antimotim” da sua história. Nos orçamentos de 2013 a populares. polícia espanhola passa de destinar para aquelas unidades dedicadas Sem lugar a dúvidas a “saída policial” é a hipótese mais plausível à repressom de mobilizaçons populares, em material de choque de perante o aumento e endurecimento das luitas. 173.670€ aos 3,26 milhons. O gasto neste capítulo incrementou-se pois em 1.780%, aumentou 18,8 vezes. O Ministério espanhol de A medida que se aprofunda nos cortes sociais, a medida que se “Defesa” incrementou em 2012 16.88% as despesas. incrementam impostos e reduzem salários, a medida que aumenta o desemprego e a exclusom social, a medida que se expulsa as pessoas O Governo Zapatero e o atual governo Rajói nom descansam em das suas vivendas para entregá-las à banca, a medida que se reformar constantemente o Código Penal para castigar o direito a condena a juventude a emigrar, a medida que se reduz o nível protestar e endurecer as sançons contra o exercício de liberdades aquisitivo dos reformados, perderám eficácia as tradicionais válvulas fundamentais como a de expressom e manifestaçom. de escape para reduzir a tensom social. A lei de taxas judicias privatiza o sistema judiciário burguês As greves gerais de caráter esporádico, e sem objetivo concreto de dificultando empregar a justiça a amplos setores populares. tombar governos e/ou mudar as suas políticas, que o sindicalismo A anunciada reforma da lei de “segurança cidadá”, que pretende pactista convoca com certa regularidade (quatro nos últimos três impossibilitar a captura de imagens das forças repressivas, é um anos) tenhem sido um bom mecanismo para canalizar a progressiva passo mais na imposiçom da censura e da mordaça para reforçar indignaçom e mal-estar social contra um governo e um regime cada assim os mecanismos de alienaçom. vez mais desprestigiado. A anunciada remilitarizaçom da Guarda Civil procura evitar qualquer Porém, ao dia seguinte destas necessárias jornadas de luita que fenda no seu seio à hora de reprimir sem consideraçom. contam com um seguimento muito importante das massas, as organizaçons convocantes procuram consensos e praticam políticas Perante este cenário que procura transitar face umha pós- conciliadoras com os inimigos da nossa classe e da nossa Pátria, democracia de caráter autoritário, o que é que devemos fazer? alimentando assim a perplexidade e a desconfiança. Aguardar acontecimentos, esperar recebermos golpes ou fazer como a burguesia, preparar-nos para umha conjuntura nom mui afastada Ainda de maneira contraditória e difusa, mas cada vez mais clara, no tempo na que as luitas populares e a repressom experimentarám estamos assistindo a um processo de aumento da consciência saltos qualitativos? classista, a umha radicalizaçom e desafetaçom de setores populares com a casta política e todo o que esta representa. Nom é necessário refletir muito no tema para saber qual é a resposta acertada. As diversas variantes do reformismo, tanto no ámbito sindical,

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Insurreiçom nº 18 - outono 2012

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 18 · outono de 2012

De maneira paralela à ofensiva permanente e ilimitada da burguesia político como social, aparentam virar à “esquerda”, mas este contra as conquistas e os direitos atingidos nas últimas décadas pola fenómeno nom passa de umha grosseira manobra oportunista para classe trabalhadora, as naçons e as mulheres, o Estado espanhol está evitar ser arrastados pola maré. preparando-se para umha confrontaçom interna. Nom sabemos quando, tampouco como, mas sim estamos

plenamente convencidas, tanto como o está o Estado, de que se vam Um conjunto de medidas adotadas, e em curso, constatam esta produzir estalidos e revoltas sociais.evidência. Entre os possíveis cenários que tem desenhado o bloco de classes dominante nom se descarta a utilizaçom de toda a sua A Guarda Civil realizou em dezembro de 2011 a maior compra de capacidade de força para esmagar as reclamaçons e reivindicaçons material “antimotim” da sua história. Nos orçamentos de 2013 a populares. polícia espanhola passa de destinar para aquelas unidades dedicadas Sem lugar a dúvidas a “saída policial” é a hipótese mais plausível à repressom de mobilizaçons populares, em material de choque de perante o aumento e endurecimento das luitas. 173.670€ aos 3,26 milhons. O gasto neste capítulo incrementou-se

pois em 1.780%, aumentou 18,8 vezes. O Ministério espanhol de A medida que se aprofunda nos cortes sociais, a medida que se “Defesa” incrementou em 2012 16.88% as despesas.incrementam impostos e reduzem salários, a medida que aumenta o desemprego e a exclusom social, a medida que se expulsa as pessoas O Governo Zapatero e o atual governo Rajói nom descansam em das suas vivendas para entregá-las à banca, a medida que se reformar constantemente o Código Penal para castigar o direito a condena a juventude a emigrar, a medida que se reduz o nível protestar e endurecer as sançons contra o exercício de liberdades aquisitivo dos reformados, perderám eficácia as tradicionais válvulas fundamentais como a de expressom e manifestaçom. de escape para reduzir a tensom social.

A lei de taxas judicias privatiza o sistema judiciário burguês As greves gerais de caráter esporádico, e sem objetivo concreto de dificultando empregar a justiça a amplos setores populares.tombar governos e/ou mudar as suas políticas, que o sindicalismo

A anunciada reforma da lei de “segurança cidadá”, que pretende pactista convoca com certa regularidade (quatro nos últimos três impossibilitar a captura de imagens das forças repressivas, é um anos) tenhem sido um bom mecanismo para canalizar a progressiva passo mais na imposiçom da censura e da mordaça para reforçar indignaçom e mal-estar social contra um governo e um regime cada assim os mecanismos de alienaçom.vez mais desprestigiado.

A anunciada remilitarizaçom da Guarda Civil procura evitar qualquer Porém, ao dia seguinte destas necessárias jornadas de luita que fenda no seu seio à hora de reprimir sem consideraçom.contam com um seguimento muito importante das massas, as

organizaçons convocantes procuram consensos e praticam políticas Perante este cenário que procura transitar face umha pós-conciliadoras com os inimigos da nossa classe e da nossa Pátria, democracia de caráter autoritário, o que é que devemos fazer? alimentando assim a perplexidade e a desconfiança.Aguardar acontecimentos, esperar recebermos golpes ou fazer como a burguesia, preparar-nos para umha conjuntura nom mui afastada Ainda de maneira contraditória e difusa, mas cada vez mais clara, no tempo na que as luitas populares e a repressom experimentarám estamos assistindo a um processo de aumento da consciência saltos qualitativos?classista, a umha radicalizaçom e desafetaçom de setores populares

com a casta política e todo o que esta representa. Nom é necessário refletir muito no tema para saber qual é a resposta acertada. As diversas variantes do reformismo, tanto no ámbito sindical,

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Ao pouco das detençons de mais quatro passamos a ver-nos e a agir coletivamente, É para isto que se autolegitimam independentistas galegos e ao calor das como conjunto, quando agimos como previamente com o monopólio da violência, agressons policiais a manifestantes nas classe diferenciada, a cousa muda. em prol do seu Estado, alegando que esse multitudinárias manifestaçons que tivérom monopólio é supervisado e está sempre ao

Aí a justiça da burguesia reage doutro jeito lugar em Madrid, e posteriormente às serviço da justiça, para velar por umhas leis e mostra algo mais da sua verdadeira face, acontecidas em Ferrol contra o Responsável de igual e obrigatório cumprimento para do que ela é realmente, dos interesses que Comarcal da CIG, lembrei umha frase que cada “cidadao”. Procuram desfocar essa a erigiram em tal e, portanto, quem ouvim a um velho militante independentista autolegitimaçom alegando que esse defende. Golpeando, encarcerando, e comunista. Afirmava ele lá onde ia que “a monopólio é outorgado dentro dumha torturando ou eliminando diretamente violência dos e das oprimidas, contra a divisom de poderes. Mas como sabemos, indivíduos, emprega todo tipo de métodos violência opressora, é sempre legitima”. toda divisom é-o dumha unidade prévia, e para procurar controlar o grupo, para o essa unidade é o poder da burguesia erigida

Às vezes, a realidade tomada como cúmulo submeter e o manter submisso, e para em classe dominante, arrebatado a de contradiçons -todo o que é leva consigo a poder utilizá-lo com base nas suas aristocracias e clero. É o poder de controlar sua condiçom de nom-ser-, mostra-se-nos necessidades. o lote completo de território, riquezas e mao no seu ponto mais inverosímil. de obra a explorar. Mas por meio dessa falsa

divisom, cuja independência de cada umha Assim acontece no interior da contradiçom das partes é repetida até a saciedade, existente entre Capital e Trabalho. conseguem despistar a boa parte da Contradiçom entre a aliança burguesa, que populaçom explorada. O quadro mais ou se dota dum Estado que é em essência um menos conhecemo-lo todas e todos.“destacamento de mulheres e homens armados” para defender a sua situaçom Olhar marxistaprivilegiada, à custa do submetimento da Umha das ensinanças mais formosas e classe trabalhadora. Dentro dessa unidade apaixonantes do marxismo é, a meu contraditória exploradores-explorad@s, o entender, essa que nos ensina a ver as facto de que a burguesia se outorge o cousas como processos históricos. Há algo “monopólio da violência”, legislando para si, quase mágico nesse salto. Às pessoas que a partir do exercício do poder e amparada nos movemos entre mercadorias, casas, por essa mesma violência, é um plus a essa carros, eletrodomésticos… o velho ensinou-contradiçom que a fai ainda mais nos a deixarmos de ver todo isso como inverosímil, e que se ainda se sustém, é só cousas isoladas e cousas sem mais, para as porque é violência em si mesma. vermos como processos, fazendo parte

dum processo histórico em movimento. A burguesia submete e explora, advertindo que é só ela quem pode empregar a Assim, umha cunca deixa de ser só cunca, violência. O sucesso desta questom nom é para ser também as horas empregadas pola essa situaçom, que é no fim de contas umha classe trabalhadora na sua produçom; simples imposiçom. O maior sucesso reside umha mesa é árvore, abate, serragem da em ter convencido boa parte dos e das madeira, preparaçom, distribuiçom, venda, oprimidas do mundo da sua justeza. compra… junto com todas as horas de

trabalho subtraídas em condiçons de Justiça exploraçom por parte da classe capitalista à É também por meio do Estado, que a classe classe trabalhadora. E nem aí se detém o dirigente inocula nas cabeças da classe processo, porque a madeira envelhece, é trabalhadora umha visom de sim própria carcomida…fragmentada.

A realidade fixa e imutável deixa de ser tal e Somos, segundo a sua versom, indivíduos, converte-se em realidade viva e em e assim implantam em cada um mais movimento, em relaçom com todo o que há doadamente a ideia de sermos todos e nela, em relaçom connosco e a nós com ela.todas iguais perante a lei; perante umha Recolocamo-nos nessa realidade de cousas imparcial e independente justiça que está mas já a partir da nossa condiçom de por cima do bem e do mal. produtores e passando a ser sujeito ativo e

criador nela e dela. Aprendendo a olhar No Estado espanhol, e dentro da luita contra assim o mundo em que nos movemos e da organizaçom socialista basca ETA vivemos parte da populaçom mundial, principalmente, na propaganda de guerra podemos aplicar essa visom a outro aspeto dirigida a convencer a populaçom da sua das cousas que pareciam só objetos sem fortaleza, da sua legal legitimidade e de mais. Incorporando todo o que fai parte no serem eles os bons, fartamo-nos de ouvir processo que leva a realidade que da infalibilidade da justiça emanada do conhecemos, e na qual nos movemos, a ser Estado de direito. Mas se somos quem de como é, topamo-nos também com a nos desfazer dessa visom inoculada de violência.indivíduos isolados que procuram sobreviver cada quem como melhor pode, e A violência negada, afastada, ocultada,

Artigo de opiniom da autoria de Abraám Alonso, publicado no portal comunista galego primeira linha em rede

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essa da qual o Estado e a burguesia querem Mais violência(s) ela é a dirigente e dedica parte da força de ter a exclusividade, aparece novamente. O Rei de Espanha, Juan Carlos de Bourbom, trabalho à produçom e parte à defesa da

é, além do chefe dos três corpos do exército sua posiçom por meio da violência.Quanta violência há numha cunca? Que espanhol, o sucessor de Franco. Quanta

A classe submetida tem um jugo no grau de violência foi necessário para que violência nom há nessa síntese de chefe pescoço, padece umha ordem social injusta numha determinada sociedade, umha supremo das forças armadas, (todo um na qual é colocada, por umha força que classe muito inferior em número consiga exército!!!) e chefe do Estado (com toda a opom umha barreira que deverá romper. A “organizar” e apropriar-se da força de sua polícia!!!), nomeado polo ditador, cuja força que deverá vencer para se libertar. trabalho necessária para a produçom de vitória supujo por volta dum milhom de Essa força está aí, embora em sociedades objetos, posta em circulaçom no mercado e assassinatos?! Há violência aí? Sim, há.de parlamentarismo burguês o faga do jeito benefício dessa minoria?

A violência é o cerne de qualquer Estado, mais subtil possível e justificando-se, como mas estas som caraterísticas específicas e dizia ao princípio.Quanta violência há nesse café que quase irónicas do espanhol, que afirmando preparamos nada mais começar o dia cada

Atendendo a que a violência como força só ser um Estado de direito, conta com um dia? Para extrair esse café a um preço x, pode ser vencida no sentido físico por umha chefe nom sujeito à lei; chefe que está mais torrá-lo, moê-lo, embrulhá-lo, e trazê-lo outra superior, é aí que se acha a resposta a por cima do bem e do mal do que a própria até aqui?pergunta: é legítima a violência por parte justiça burguesa di também estar. Outra da classe explorada e oprimida? Nom só é A burguesia quer que vejamos só a cunca contradiçom inverosímil!legítima, é imprescindível; a legitimidade ou o café, como quer que vejamos só que

Milhons de judeus tenhem hoje um lar na temos que dá-la nós como a burguesia se vamos a escola aprender, e que quem nom Palestina. Há violência nesse fazer-se com outorga a sua. Como aponta o marxismo, é ascende no seu modelo educativo fica um país por parte dos judeus? Parece que cientificamente necessária.destinado, de jeito natural, para os sim. E a Palestina como sobrevive? Resiste trabalhos mais precários se “há trabalho”, e

Violência, portanto, sim! A esquerda tem como pode. Com violência? Também sim.se nom houver, a exclusom social será o que reivindicar o direito ao uso da violência, natural. Mas procura que todo aparente

Patriarcado é violência. 11-S´s foram a sua total legitimidade contra a opressom, estar dentro dumha igualdade de violência, Catalunya, Pinochet, Iraque, e a sua necessidade. Nom o fazer é oportunidades inicial, similar a igualdade da Afeganistám, Líbia, milhons de vezes contribuir para reforçar a nossa situaçom de qual dim gozamos todos e todas perante a África, Cuba, Venezuela, Colômbia… O submetimento. Os posicionamentos lei.próprio capitalismo é na sua génese condenatórios ou contrários aos episódios violência: “O capital nasce vertendo sangue de luita nos quais somos as oprimidas e os Ver a realidade como processo e as cousas e lama, de todos os poros, da cabeça aos opr im idos que go lpeamos , som como partes “vivas” desse processo, em pés”. colaboracionismo e traiçom. A esquerda relaçom dialética com ele, entranha a

nom revolucionária deve aprender que para abertura da porta na qual, se a realidade Conclusons nom cruzar a linha que a situa já no bando nom é tam fixa nem imutável como a Para poder ascender um rio, há que vencer inimigo, o decoroso é ficar em silêncio.burguesia di, nem a divisom em classes, a força que ele fai. Há que opor umha força nem a exploraçom dumha pola outra, som igual para nom descer e superior para Para todo e toda comunista, a paz é um tampouco fixas nem eternas, é, ao avançar. O mesmo para romper qualquer objetivo que procuramos para a contrário, transformável. objeto. Som as leis da física. humanidade, mas a violência está aí, em

maos dumha minoria que nom vai renunciar É mais singelo apreciar e tomar consciência A burguesia apresenta umha situaçom polas boas à sua posiçom na sociedade. da possibilidade de mudar algo quando todo superior e de privilégios na ordem social Contraditoriamente mais umha vez, como o que se conhece está em constante porque o faz a partir de umha posiçom de recolhe a famosa cita, si vis pacem, para transformaçom.força. A burguesia organiza a sociedade: bellum.

Sabotagem de umha sucursal bancária o passado 14 de novembro no marco da Greve Geral

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Contrariamente ao imobilista discurso oficial que o governo Pola importáncia deste processo, que confirma a fortaleza da Santos mantivo inalterável até há um par de meses, a guerrilha colombiana e o incremento da luita de massas, o insurgência comunista e bolivariana está dialogando com o dossier deste Insurreiçom reproduz dous documentos e dous Estado colombiano umha saída negociada do conflito social, artigos de opiniom. O primeiro deles é o Acordo Geral que político e armado que padece Colômbia desde 1948. permitiu constituir a Mesa de Diálogo. O segundo consiste na

intervençom do chefe da delegaçom fariana nos diálogos, O início das conversas já tinha sido promovido em agosto de comandante Ivám Márquez, na conferência de imprensa de Oslo. 2011 polo comandante em chefe das FARC-EP, Alfonso Cano, Alberto Angulo e Carlos Morais analisam respetivamente as posteriormente assassinado polo governo de Santos quem perspetivas do processo e a manipulaçom a que se vê submetida perante esta oferta afirmou que a única alternativa era escolher a guerra revolucionária colombiana. entre “o cárcere e a tumba”.

O Capítulo Galiza do MCB novamente solicita a retirada das FARC Após o pré-acordo atingido em agosto, e a posterior posta em da lista de organizaçons terroristas e o seu pleno cena em Oslo, Noruega, o dia 18 de outubro, o processo está reconhecimento internacional como força beligerante.realizando-se em Havana, Cuba, onde se acha instalada a mesa Também a libertaçom de Simón Trinidad -atualmente preso no de diálogo conformada por delegaçons das FARC e do Governo. cárcere imperial de Florence (Colorado), onde está condenado Cuba e Noruega som garantes do processo e a República injustamente a 60 anos de presídio- para participar nos diálogos Bolivariana da Venezuela e Chile exercem de acompanhantes. pola paz.

Ainda que a maquinária militar oligárquica continua O Capítulo Galiza do MCB apoia o processo em curso, com a plena bombardeando e atacando as unidades guerrilheiras, como segurança de que só umha paz com justiça social permitirá umha gesto de boa vontade para facilitar o clima de diálogo e saída dialogada da guerra de classes que confronta o povo entendimento, as FARC-EP decretárom no dia 20 de novembro trabalhador colombiano com a oligarquia e o imperialismo.umha trégua unilateral de dous meses, que finaliza em 20 de janeiro de 2014.

Os delegados do governo da República da fim do Estado que deve ser respeitado; o contribua para a construçom da paz estável Colômbia, governo nacional e das Forças desenvolvimento económico com justiça e duradoura.Armadas Revolucionárias da Colômbia – social e em harmonia com o meio ambiente Exército do Povo (FARC-EP): é garantia de paz e progresso. II

O desenvolvimento social com equidade e Criar uma mesa de conversas que se bem-estar, incluindo as grandes maiorias, instalará publicamente, um mês depois do Como resultado do encontro exploratório permite crescer como país; umha Colômbia anúncio público, em Oslo, Noruega, e cuja que tivo lugar em Havana, Cuba, entre 23 em paz terá um papel ativo e soberano na sede principal será em Havana, Cuba. A de fevereiro de 2012 e agosto de 2012, e paz e no desenvolvimento regional e mesa poderá fazer reunions noutros países.que contou com a participaçom do governo mundial. É importante ampliar a da República de Cuba e do governo da democracia como condiçom para alcançar IIINoruega como garantes, e com o apoio do bases sólidas da paz; com a disposiçom Garantir a efetividade do processo e governo da República Bolivariana da total do governo e das FARC-EP de chegar a concluir o trabalho sobre os pontos da Venezuela, como facilitador de logística e um acordo e o convite a toda a sociedade agenda de forma expedita e no menor acompanhante.colombiana, assim como aos organismos de tempo possível, para cumprir com as Com a decisom mútua de pôr fim ao conflito integraçom regional e à Comunidade expetativas da sociedade sobre o rápido como condiçom para a construçom dumha Internacional, a acompanhar o processo; acordo. Em todo o caso, a duraçom estará paz estável e duradoura, atendendo o

sujeita a avaliaçons periódicas dos clamor pola paz e reconhecendo que:resultados.Acordámos:

A construçom da paz é um assunto da IVIsociedade no seu conjunto que requer a Desenvolver as conversas com o apoio dos Iniciar conversas diretas e ininterruptas participaçom de todos, sem distinçom; que governos de Cuba e Noruega como garantes sobre os pontos da agenda aqui o respeito polos direitos humanos (DH) em e os governos da Venezuela e do Chile como estabelecida com o fim de alcançar um todos os confins do território nacional é um acompanhantes. De acordo com as acordo final para o termo do conflito que

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necessidades do processo, se encontrará o f) Garantias de segurança. Sistema de implementaçom. Atençom acordo para outros convites. g) No quadro estabelecido no ponto V especial às regions.

(Vítimas) deste acordo, esclarecerá-se, Comissom de acompanhamento e V entre outros, o fenómeno do para- verificaçom.

militarismo. Mecanismos de resoluçom de diferenças. A seguinte agenda: Estes mecanismos terám capacidade e

poder de execuçom e estarám confirmados A assinatura do acordo final inicia este

1–Política de Desenvolvimento Agrário por representantes das partes e da processo, o qual deve desenvolver-se num

Integral. sociedade civil, segundo o caso.tempo prudencial acordado polas partes.

O desenvolvimento agrário integral é b) Acompanhamento internacional.determinante para impulsionar a integraçom c) Cronograma.das regions e o desenvolvimento social, d) Orçamento.económico e equitativo do país. e) Meios de difusom e comunicaçom.

f) Meios de referendar os acordos.

Acesso e uso da terraAs seguintes regras de funcionamento

a) Terras improdutivas. Formalizaçom da 1. Nas sessons da mesa participarám até 10

propriedade. Fronteira agrícola. Proteçom pessoas por delegaçom, dos quais até 5

de zonas de reserva.serám plenipotenciários, que serám os

b) Programa de desenvolvimento com respetivos porta-vozes. Cada delegaçom

enfoque territorial.será composta por até 30 membros.

c) Infraestrutura e adequaçom de terras.d) Desenvolvimento social: saúde, educaçom, erradicaçom da pobreza. 2. Com o fim de contribuir para o f) Estímulo à produçom agro-pecuária e à desenvolvimento do processo, poderám-se economia solidária e cooperativa. realizar consultas a peritos sobre os temas Assistência técnica. Subsídios. Créditos. da agenda, depois de ter escolhido a Geraçom de rece i t as . Mercado. correspondente tramitaçom.Formalizaçom laboral.g) Sistema de segurança alimentar

3. Para garantir a transparência do processo, a mesa elaborará relatórios periódicos.

2- Participaçom políticaa) Direitos e garantias para o exercício da

4. Estabelecerá-se um mecanismo para dar oposiçom política em geral e em particular

a conhecer os avanços da mesa em para os novos movimentos que surjam

conjunto. As discussons da mesa nom serám depois da assinatura do acordo final. Acesso

publicitadas.aos meios de comunicaçom.b) Mecanismos democrát icos de

5. Implementará-se umha estratégia de participaçom cidadá, incluindo o de difusom eficaz.participaçom direta nos diferentes níveis e

diversos temas.c) Medidas efetivas para promover umha 6. Para garantir a mais ampla participaçom maior participaçom na política nacional, possível, estabelecerá-se um mecanismo de regional e local de todos os setores, recepçom de propostas sobre os pontos da incluindo a populaçom mais vulnerável, em agenda de cidadaos e organizaçons por 4–Soluçom do problema das drogas igualdade de condiçons e com garantias de meios físicos ou eletrónicos. De comum ilícitassegurança. acordo e num tempo determinado, a mesa

poderá fazer consultas diretas e receber a) Programa de substituiçom de cultivos

propostas diretas sobre esses pontos ou 3-Fim do conflitoilícitos. Planos integrais de participaçom das

delegar num terceiro a organizaçom de Processo integral e simultáneo que implica:comunidades no desenho, execuçom e

espaços de participaçom.avaliaçom dos programas de substituiçom e

a) Cessar-fogo e suspensom das recuperaçom ambiental das áreas afetadas 7. O Governo nacional garantirá os recursos hostilidades, bilaterais e definitivos. por culturas ilícitas.necessários para o funcionamento da mesa b) Abandono das armas. Reincorporaçom b) Programas de prevençom do consumo e que serám administrados de maneira eficaz das FARC-EP na vida civil –nos aspetos saúde pública.e transparente.económicos, sociais e políticos– de acordo c) Soluçom do fenómeno de produçom do

com os seus interesses. consumo e saúde pública.c) O Governo Nacional coordenará a revisom 8. A mesa contará com a tecnologia da situaçom das pessoas privadas, necessária para apressar o processo.5- Vítimasprocessadas ou condenadas por

Ressarcir as vítimas está no centro do acordo pertencerem ou colaborarem com as FARC-

Governo Nacional – FARC-EP. Nesse sentido 9. As conversas iniciarám-se com o ponto EP.

tratarám de:Política de Desenvolvimento Agrário Integral d) Paralelamente, o Governo nacional e seguirá-se com a ordem que a mesa intensificará o combate para acabar com as

a) DH das vítimas.acorde.organizaçons criminais e as suas redes de

b) Verdade.apoio, incluindo a luita contra a corrupçom e a impunidade, particularmente contra 10. As conversas decorrerám sob o princípio

6-Implementaçom, verificaçom e qualquer organizaçom responsável por de que nada está acordado até que todo referendohomicídios e massacres ou que atente esteja acordado.A assinatura do acordo final dá início à contra os defensores dos DH, movimentos implementaçom de todos os pontos sociais ou movimentos políticos.acordados.e) O Governo nacional fará as revisons, as

Este texto foi publicado pola Agência de Notícias Nova reformas e os ajustamentos institucionais Colômbia (ANNCOL) http://anncol1.blogspot.pt

necessários para fazer frente aos desafios da a) Mecanismos de implementaçom e construçom da paz. verificaçom.

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“A paz que quigemos nós, pola qual temos pintar alguns meios de comunicaçom, da populaçom economicamente ativa, luitado por muito tempo, tem sido sempre vimos à mesa com propostas e projetos agoniza entre o desemprego e o procurando que neste país acabem as para atingir a paz definitiva, umha paz que subemprego, quase 6 milhons de desigualdades que som tam poderosas…” implique umha profunda desmilitarizaçom camponeses deambulam polas ruas vítimas Manuel Marulanda Vélez do Estado e reformas socioeconómicas da deslocaçom forçada. De 114 milhons de radicais que fundem a democracia, a justiça hectares que tem o país, 38 estám Senhoras e senhores e a liberdade verdadeiras. Vimos aqui com o atribuídos à exploraçom petroleira, 11 Amigas e amigos da paz da Colômbia acumulado de umha luita histórica pola paz, milhons à mineraçom, dos 750 mil hectares Compatriotas: a procurar, pau a pau com nosso povo, a em exploraçom florestal projeta-se passar a

vitória da soluçom política sobre a guerra 12 milhons. A criaçom de gado extensiva Vinhemos até este paralelo 60, até esta civil que destroça a Colômbia. Porém, a ocupa 39.2 milhons. A área cultivável é de cidade de Oslo desde o trópico remoto, nossa determinaçom tem a fortaleza para 21.5 milhons de hectares, mas somente 4.7 desde o Macondo da injustiça, o terceiro enfrentar os guerreristas que acham que milhons deles estám dedicados à país mais desigual do mundo, com um com o estrondo das bombas e dos canhons agricultura, guarismo em decadência sonho coletivo de paz, com um ramo de podem submeter a vontade de quem porque já o país importa 10 milhons de oliveira nas nossas maos. mantemos em alto as bandeiras da toneladas de alimentos ao ano. Mais da

mudança e a justiça social. metade do território colombiano está em Vimos a esta Noruega setentrional a funçom dos interesses de umha economia procurar a paz com justiça social para de enclave.Colômbia por meio do diálogo, onde o soberano, que é o povo, terá que ser o Na nossa visom, colocar sobre a mesa o protagonista principal. Nele repousa a força assunto do desenvolvimento agrário irresistível da paz. Esta nom depende de um integral como primeiro ponto do acordo acordo entre porta-vozes das partes geral remete a assumir a análise de um dos contendentes. Quem deve traçar a rota da aspetos centrais do conflito. O problema da soluçom política é o povo e a ele mesmo terra é causa histórica da confrontaçom de corresponderá- lhe estabelecer os classes na Colômbia. mecanismos que tenhem que referendar as suas aspiraçons. Em palavras do comandante Alfonso Cano

“as FARC nascemos resistindo a violência Tal empreendimento estratégico nom se oligárquica que utiliza sistematicamente o pode conceber como um processo contra crime político para liquidar a oposiçom relógio. A pretendida paz expresso que democrática e revolucionária; também alguns promovem, pola sua volátil como resposta camponesa e popular à subjetividade e polos seus afáns, só agressom latifundista e terratenente que conduziria aos precipícios da frustraçom. inundou de sangue os campos colombianos Umha paz que nom aborde a soluçom dos Nom se pode encadear este processo a usurpando terras de camponeses e problemas económicos, políticos e sociais umha política focada exclusivamente na colonos…”.geradores do conflito é umha veleidade e obtençom desaforada de ganhos para uns equivaleria a semear de quimeras o solo da poucos capitalistas a quem nom importa Aquilo que foi causa essencial do Colômbia. Prec isamos edi f i car a para nada a pobreza que abate a 70% da levantamento armado e dumha heroica convivência sobre bases pétreas, como os populaçom. Eles só pensam no incremento resistência camponesa, ao longo do tempo inamovíveis fiordes rochosos destas terras, de seu botim, nom na reduçom da miséria. tem-se agudizado. A geofagia dos para que a paz seja estável e duradoura. latifundistas acentuou a desequilibrada e

Mais de 30 milhons de colombianos vivem injusta estrutura da tenência da terra. O Nom somos os guerreristas que quigérom na pobreza, 12 milhons na indigência, 50% coeficiente GINI no campo atinge 0,89.

“Atingir a paz definitiva, umha paz que implique umha

profunda desmilitarizaçom do Estado e reformas

socioeconómicas radicais que fundem a democracia, a justiça

e a liberdade verdadeiras”

“O problema da terra é causa histórica da confrontaçom de

classes na Colômbia”

Discurso de instalaçom da mesa em Oslo, Noruega

Page 7: Insurreiçom nº 18

Horrível desigualdade! Os mesmos dados outra saída que a de vender ou arrendar às ensanguentado do despojo que durante oficiais dam conta de que as fincas a mais t ransnac iona i s e cong lomerados décadas tem vindo executando o terrorismo de 500 hectares correspondem a 0,4% dos financeiros, aos que só lhes interessa o de Estado. Para umha transnacional é mais proprietários que controlam 61,2% da saque exacerbado dos recursos mineiro- apresentável dizer “tenho um título superfície agrícola. Trata-se dumha energéticos que estám baixo do solo. mineiro” a que se lhe sindique de ter acumulaçom por desapropriaçom, cuja Dentro da sua estratégia está a utilizaçom financiado grupos paramilitares e mais recente referência fala de 8 milhons de do solo para estender as exploraçons desterrado a umha populaçom para fazer hectares arrebatados a sangue e fogo florestais e as imensas plantaçons, nom viável seu projeto extrativo. Dentro desta através de massacres paramilitares, fossas para resolver o grave problema alimentar dinámica na Colômbia o regime assassina comuns, desaparecimentos e deslocaçom que padece o nosso povo, senom para nom só com os seus planos de guerra, com forçada, crimes de lesa humanidade, p roduz i r ag ro - combus t í ve i s que os seus paramilitares e sicários, senom acentuados durante os 8 anos de governo alimentarám automóveis. No melhor dos também com as suas políticas económicas de Uribe, todos eles componentes do casos, a gente do campo combinará com que matam de fame. Hoje temos vindo a terrorismo de Estado na Colômbia. umha renda miserável, mas afastada da desmascarar esse assassino metafísico que

terrinha e confinada nos cintos de miséria é o mercado, a denunciar a criminalidade do das grandes cidades. Ao cabo de 20 ou 30 capital financeiro, a sentar o neoliberalismo

Para as FARC, Exército do Povo, o conceito anos de contrato ninguém se lembrará do no banco dos arguidos, como carrasco de

TERRA está indissoluvelmente unido ao verdadeiro dono da terra. Asseguramo-lo povos e fabricante de morte.

território; som um todo indivisível que vai sem vacilaçom: a bancarizaçom da terra

para além do aspeto meramente agrário e derivada da titulaçom, acabará “tombando” Nom nos enganemos: a política agrária do

que toca interesses estratégicos, vitais, de a terra ao camponês. Estám a empurrar- regime é retardatária e enganosa. A

toda a naçom. Por isso a luita polo território nos à estrangerizaçom da terra e ao verdade pura e limpa, como diz o Libertador

está no centro das luitas que se livram hoje d e s a s t r e amb i en t a l d i n am i z ado Simón Bolívar, é o melhor modo de

na Colômbia. Falar de terra significa para brutalmente pola exploraçom mineiro- persuadir. A mentira só conduz à

nós falar do território como umha categoria energética e florestal. agudizaçom do conflito. O fim último de tais

que além do subsolo e o sobressolo políticas, em detrimento da soberania e do

entranha relaçons sócio-históricas de bem-estar comum, é dar segurança jurídica

nossas comunidades que levam imerso o aos inversores, libertar o mercado de terras

sentimento de pátria, que concebe a terra e lançar o território ao campo da

como abrigo, e o sentido do bom viver. Ao especulaçom financeira e mercados de

respeito devêramos interiorizar a profunda futuro. Independentemente de existir ou

definiçom do Libertador Simón Bolívar nom a insurgência armada, esta política

sobre o que é a pátria, o nosso solo, o nosso multiplicará os conflitos e a violência.

território: “Primeiro o solo nativo que nada Acumulaçom por desapropriaçom e nova

–di-nos–, ele tem formado com seus espacialidade capitalista, é ai a fórmula do

elementos o nosso ser; a nossa vida nom é projeto político-económico das elites

outra cousa que a essência do nosso próprio neoliberais fazendo jorrar sangue à pátria

país; lá encontram-se as testemunhas do da cabeça aos pés.

nosso nascimento, os criadores da nossa existência e os que nos dérom alma pola

É a isto ao que nos resistimos. As FARC nom educaçom; os sepulcros dos nossos pais

se oponhem a umha verdadeira restituiçom jazem ali e reclamam-nos segurança e

e titulaçom de terras. Por anos temos repouso; todo nos recorda um dever, todo

luitado, como povo em armas, por umha nos excita sentimentos tenros e memórias

reforma agrária eficaz e transparente, e é deliciosas; ali foi o teatro de nossa

precisamente por isso que nom se pode inocência, dos nossos primeiros amores,

A natureza como fonte de informaçom permitir que se implemente o despojo legal das nossas primeiras sensaçons e de

genética nom pode ser convertida em botim que o governo projeta com sua lei de terras. quanto nos formou. Que títulos mais

das transnacionais. Opomos-nos à invasom Por meio da violência do Plano Colômbia e o sagrados ao amor e à consagraçom?”.

das sementes transgénicas e à privatizaçom projeto paramilitar, preparou-se o território e destruiçom de nossa biodiversidade e à para o assalto das transnacionais. A lei geral

Partimos desta visom para alertar a pretensom de fazer dos nossos camponeses agrária e de desenvolvimento rural, é

Colômbia toda: a titulaçom de terras, tal e peça da engrenagem dos agro-negócios e e s s e n c i a l m e n t e u m p r o j e t o d e

como a desenhou o atual governo, é umha as suas correntes agroindustriais. Estám reordenamento territorial concebido para

armadilha; encarna umha sorte de despojo em jogo a soberania e a vida mesma. abrir campo à economia extrativa na

legal através do qual se procura que o contramao da economia camponesa, em

camponês, umha vez com o título de Nestes termos, a titulaçom nom é mais do decrescimento da soberania alimentar e do

propriedade nas suas maos, nom tenha que a legalidade que pretende lavar o rosto mercado interno, ao sobrepor o mapa

“Falar de terra significa para nós falar do território como umha categoria que além do

subsolo e o sobressolo entranha relaçons sócio-

históricas de nossas comunidades que levam

imerso o sentimento de pátria, que concebe a terra como abrigo, e o sentido do bom

viver”

Page 8: Insurreiçom nº 18

mineiro-energético sobre o espaço agrícola. trabalhista é mais atroz que a imposta polos destroçar o páramo de Santurbán, riqueza Nem sequer se tem em conta a promoçom enclaves bananeiros dos anos 20. de biodiversidade e de águas que saciam a de umha agroecologia que permita umha sede de cidades importantes como interaçom amigável com a natureza. Aí está a resistência dos povoadores do Bucaramanga e Cúcuta. Pola cobiça do ouro

Quimbo, onde o governo pretende tirar a pretendem destruir a alta montanha e a Por outro lado, a restituiçom de terras tem pontapés a gente que tem vivido lá mais de pureza das águas do rio Suratá. A dignidade que aludir às terras que arrebatárom um século, destruindo assim as suas dos filhos de José Antonio Galán, o violentamente aos camponeses, indígenas trajetórias culturais, de vida, e seu meio comuneiro, tem mobilizado a resistência, e afro-descendentes, e nom a baldios ambiental. Vamos deixar talvez que se fira unificando inclusive ao povo llano com o distantes dos seus lugares raizais de de morte ao rio da pátria que é o Rio Grande empresariado local, que começou a existência, também cobiçados hoje polas do Magdalena, só para construir umha entender que esta é umha luita de toda multinacionais. Mas resulta que este é um represa que gerará energia para a Colômbia.problema que tem a ver com todo o povo exportaçom e nom para resolver a demanda colombiano e que de facto está salpicando interna de milhons de colombianos que nom Como vamos permitir que por comprazer a de conflitos todo o território. Há umha tenhem acesso à energia elétrica? Para o voracidade polo ouro da ANGLO GOLD profunda inconformidade do país nacional governo estám primeiro os ganhos da ASHANTI se entregue a esta multinacional com a quadrilha financeira que se está a transnacional EMGESA que a sorte das 5% de nosso território? O projeto extrativo apropriar da Orinoquia. Agora tenhem famílias que ficarám desarraigadas. dessa empresa na Colosa (Cajamarca) aparecido uns tais “novos llaneros” que de deixará umha grande devastaçom ecológica llaneros nom tenhem nada, como os e privará de água a 4 milhons de magnatas Sarmiento Angulo e Julio Mario colombianos que dependem das suas fontes Santodomingo (filho), os terratenentes hídricas.Eder del Valle del Cauca, o senhor Efromovich, o ex vice-presidente Francisco A locomotiva mineira é como um demónio Santos (gestor do paramilitar Bloco de destruiçom sócio-ambiental que se o Capital), os filhos de Uribe Vélez, entre povo nom a detém, em menos de umha outros filibusteiros, que nengum direito década converterá a Colômbia num país tenhem sobre essas terras e que só querem inviável. Freemos já as locomotivas físicas espetar as suas garras no petróleo, o ouro, do Cerrejón e da Drummond que durante as o coltan, o lítio, explodir grandes projetos 24 horas do dia saqueiam o nosso carvom, agroindustriais e a biodiversidade do espalham poluiçom ao passo dos seus planalto. Abordar o assunto agrário é intermináveis vagons, deixando-nos, como discutir com o país sobre estes problemas. diz o cantor vallenato, Hernando Marín, só Que falem os verdadeiros llaneros, esses de socavom e miséria. Freemos a BHP pele tostada polo sol dos bancos da savana; BILLITON, a XSTRATA e a ANGLO esses que por séculos tenhem convivido em Aí está a resistência dos povoadores de AMERICAN, que para extrair 600 milhons de harmonia com os morichales e o voo das Marmato (Caldas), gente humilde que toneladas de carvom que jazem baixo o garças e dos alcaravanes; esses de pés sempre tem vivido da exploraçom artesanal leito do rio Ranchería, pretendem desviar o descalços que com a sua histórica bravura aurífera e que agora a transnacional seu curso, o que diminuirá o volume das empunhárom as lanças para nos dar a MEDORO RESOURCES quer apagar do suas águas em 40% gerando devastaçom liberdade. mapa para converter essa aldeia na mina de ambiental e destruiçom irreparável ao

ouro a céu aberto maior do continente. tecido social dos povos Wayúu.O povo tem a palavra: Aí está a patriótica Recordemos aqui, que até a igreja resistência dos trabalhadores petroleiros colombiana tem acompanhado essa justa Que assustadiço se vê o governo para contra a canadiana Pacific-Rubiales em luita na que o sacerdote José Idárraga, líder defender a soberania em frente à Porto Gaitán, cujo palco de saque foi do Comité Cívico Pró Defesa de Marmato, foi transnacional BHP BILLITON que saqueia preparado com sangue polos paramilitares crivado polos esbirros das transnacionais. em descarada atitude de lesa pátria o de Víctor Carranza. Diariamente o vampiro Aí está a formidável resistência indígena e ferroníquel de Cerro Matoso (Córdoba), e à transnacional leva-se mais de 250 mil barris camponesa no Cauca em defesa do seu que segue colmando de gabelas em de petróleo, enquanto suga o sangue a mais território e das suas culturas ancestrais, e a detrimento da soberania, o bem-estar de 12 mil 500 trabalhadores terceirizados dos seus irmaos afrocolombianos, social e o meio ambiente.que como escravos tenhem que trabalhar guardians patrióticos da soberania do povo 16 horas diárias por 21 dias contínuos por sobre o Pacífico e as nossas selvas. Há que pôr fim a essa monstruosidade que umha semana de descanso. A sua situaçom Insistem as castas dominantes em som os contratos a 20 e 30 anos que

“O regime assassina nom só com os seus planos de guerra, com os seus paramilitares e

sicários, senom também com as suas políticas económicas que

matam de fame”

“O povo tem a palavra”

Page 9: Insurreiçom nº 18

privilegiam os direitos do capital em sem a resistência popular e guerrilheira. Na Colômbia há um regime jurídico que se menoscabo do interesse comum. Apoiados em exercícios singelos de acompanha com a proteçom militar dos

matemática, podemos afirmar que a guerra investimentos. De uns 330.000 efetivos das E claro, escuitam-se aos porta-vozes do é insustentável para o Estado, polas Forças Militares, 90 mil soldados som governo e a oligarquia proclamando o seguintes consideraçons: utilizados para cuidar a infra-estrutura e os crescimento da economia nacional e as suas ganhos das multinacionais. A enorme exportaçons. Mas nom, na Colômbia nom A despesa militar na Colômbia é das mais despesa que isto representa, aunada ao há economia nacional. Quem exporta o altas do mundo em proporçom a seu custo da tecnologia empregada, pom em petróleo, o carvom, o ferroníquel, o ouro e Produto Interno Bruto. Esta atinge 6,4% evidência os limites da sustentabilidade da se benef i c ia com isso, som as quando há 20 anos estava pola ordem de guerra. Nós fazemos um chamado sincero multinacionais. A prosperidade, entom, é 2,4%; isto é, tem-se triplicado, e isso é aos soldados da Colômbia, aos oficiais e destas e dos governantes vendidos, nom do relevante. A despesa militar atualmente suboficiais, aos altos comandos que ainda país. oscila entre 23 e 27 milhares de milhons de sentam no seu peito o bater da pátria, a

pesos ao ano, descontando que a Colômbia recobrar o decoro e a herdança do ideário Este nom é um espaço para resolver os é o terceiro recetor de “ajuda” militar bolivariano, que reclama aos militares problemas particulares dos guerrilheiros, estadounidense no mundo e que por conta empregar a sua espada em defesa da senom os problemas do conjunto da do P l a no Co l ômb i a r e c ebe um soberania e as garantias sociais. Que bom sociedade; e dado que um dos fatores que financiamento equivalente a 700 milhons seria protagonizar o surgimento de umhas mais impacta negativamente à populaçom de dólares ao ano. novas Forças Armadas. Nom mais é a assinatura dos Tratados de Livre submissom a Washington, nom mais Comércio, este é um tema que terá que se subordinaçom ao Comando Sul e nom mais abordar indefetivelmente. Pobre Colômbia complacência com a expansom de bases obrigada a competir com as transnacionais militares estrangeiras no nosso território.com umha infraestrutura arruinada pola corrupçom e a desídia. Essa é a fogueira que arde no nosso

coraçom; por isso nom podem ser mais que Entom a paz… sim. Sinceramente queremos um agravo os chamados instrumentos a paz e identificamos-nos com o clamor jurídicos de justiça transicional que apontam maioritário da naçom por encontrar umha a converter as vítimas em verdugos. Que se saída dialogada ao conflito abrindo espaços tenha presente, que o levantamento armado para a plena participaçom cidadá nos contra à opressom é um direito universal que debates e decisons. Mas a paz nom significa assiste a todos os povos do mundo, que tem o silêncio dos fusis, senom que abarca a sido consagrado no preâmbulo da transformaçom da estrutura do Estado e a declaraçom dos direitos humanos aprovada mudança das formas políticas, económicas pola ONU em 1948, e que ademais é um e militares. Sim, a paz nom é a simples direito consignado em muitas constituiçons desmobilizaçom. Dizia o comandante das naçons do mundo. Nom somos causa Alfonso Cano: “Desmobilizar-se é sinónimo senom resposta à violência do Estado, que é de inércia, é entrega covarde, é rendiçom e quem se deve submeter a um marco jurídico traiçom à causa popular e ao ideário para que responda polas suas atrocidades e revolucionário que cultivamos e luitamos crimes de lesa humanidade como os 300 mil polas transformaçons sociais, é umha mortos da denominada época da violência indignidade que leva implícito umha nos anos 50, que responda polos 5 mil mensagem de desesperança ao povo que militantes e dirigentes da Uniom Patriótica confia no nosso compromisso e proposta assassinados, polo paramilitarismo como bolivariana”. Necessariamente teremos que estratégia contrainsurgente do Estado, pola abocar as causas geradoras do conflito e deslocaçom de perto de 6 milhons de s a n e a r p r i m e i r o o c a n c r o d a camponeses, polos mais de 50 mil casos de institucionalidade. desaparecimento forçado, polos massacres e

os falsos positivos, polas torturas, polos abusos de poder que significam as detençons

Claro, desde o ponto de vista estritamente em massa, pola dramática crise social e

económico, para umha transnacional é mais humanitária; em síntese que responda polo

fácil saquear os recursos naturais do país terrorismo de Estado. Quem deve confessar

“A paz nom significa o silêncio dos fusis, senom que abarca a transformaçom da

estrutura do Estado e a mudança das formas políticas, económicas e militares. Sim, a

paz nom é a simples desmobilizaçom”

“Que se tenha presente, que o levantamento armado contra à

opressom é um direito universal que assiste a todos os povos do mundo, que tem

sido consagrado no preâmbulo da declaraçom dos

direitos humanos aprovada pola ONU em 1948, e que

ademais é um direito consignado em muitas

constituiçons das naçons do mundo”

Page 10: Insurreiçom nº 18

a verdade e reparar as vítimas som os seus comunicadores alternativos, ao povo em d e s d o b ra r á m o s s e u s e s f o r ç o s verdugos atrincheirados na espúria geral, aos migrados e exilados, à Marcha mancomunados desde a Escandinávia, institucionalidade. Patriótica, ao Polo Democrático, ao desde as Caraíbas, desde o berço de Simón

Congresso dos Povos, ao Partido Bolívar e desde o indómito Arauco de Somos umha força beligerante, umha Comunista, ao MOIR, à Minga Indígena, aos Neruda e Allende, para que o mundo poda organizaçom política revolucionária com amantes da paz no mundo, para que contemplar o prodígio da nova aurora um projeto de país esboçado na Plataforma encham de esperança esta tentativa de boreal da paz. Bolivariana pola Nova Colômbia, e anima- soluçom diplomática do conflito.nos a conviçom de que o nosso porto é a Também realçamos a contribuiçom do CICR paz, mas nom a paz dos vencidos, senom a Simón Trinidad já manifestou desde o como garante do translado de porta-vozes paz com justiça social. cárcere imperial de Florence (Colorado), das FARC desde agrestes regions

onde está condenado injustamente a 60 colombianas baixo o fogo.A insurgência armada motivada numha anos de presídio, a sua total disposiçom luita justa nom poderá ser derrotada com para participar nos diálogos pola paz da Rendemos homenagem aos nossos caídos, bombardeiros nem tecnologias, nem planos Colômbia. Num ato de sensatez a aos nossos prisioneiros de guerra, aos por mui sonoros e variados que sejam as Procuradoria Colombiana tem dito que ele nossos lisiados, à abnegaçom das Milícias suas denominaçons. A guerra de guerrilhas tem todo o direito a fazer parte da Bolivarianas, ao Partido Comunista móveis é umha tática invencível. delegaçom das FARC na mesa de conversas Clandestino e ao Movimento Bolivariano Equivocam-se aqueles que embriagados de e o Conselho Superior Judiciário ofereceu a pola Nova Colômbia, e junto a eles ao povo triunfalismo falam do fim do fim da tecnologia e a logística para que isso seja fiel que nutre e acompanha a nossa luita.guerrilha, de pontos de inflexom e de possível. O governo dos Estados Unidos derrotas estratégicas, e confundem a nossa faria um grande contributo à reconciliaçom

Sem ainda começar a discussom, nom disposiçom ao diálogo pola paz com umha da família colombiana, facilitando a

coloquemos como espada de Damocles, a inexistente manifestaçom de debilidade. participaçom de Simón, de corpo presente

pender ameaças sobre a existência desta Golpeárom-nos e temos golpeado, sim. Mas nesta mesa.

mesa. Submetamos as razons da cada com o romanceiro espanhol podemos dizer:

umha das partes contendentes ao veredito “por fortuna vangloriais-vos porque as

da naçom, à vedoria cidadá. Nom vossas armas estám brunidas; em troca

permitamos que os manipuladores de olhai as minhas, que dentadas estám,

opiniom, desviem o rumo desta causa porque ferem e fôrom feridas”. Assim som

necessária que é a reconciliaçom e a paz dos as vicissitudes da guerra. O Plano Patriota

colombianos em condiçons de justiça e do Comando Sul dos Estados Unidos foi

dignidade. derrotado e a confrontaçom bélica estende-se hoje com intensidade por todo o

A grande imprensa nom pode seguir território nacional. Porém em nós palpita

atuando como juiz iníquo frente o conflito, um sentimento de paz fundado no

porque como dizia Cicerón, “um juiz iníquo convencimento de que a vitória sempre

é pior que um carrasco”. Dos esforços de estará em maos da vontade e a

todos e da solidariedade do mundo, mobilizaçom do nosso povo. “Esta é umha

depende o destino da Colômbia. mensagem de decisom, dizia há pouco Alfonso Cano: aqui nas FARC ninguém está

Que a oraçom pola paz de Jorge Eliécer desalentado, estamos absolutamente

Gaitán alumie o nosso caminho: “Bem-cheios de moral, de moral de combate!”.

aventurados os que entendem que as palavras de concórdia e de paz nom devem

Presidente Santos, fundemos a paz servir para ocultar sentimentos de rancor e tomando como base os anseios da naçom. extermínio. Mal-aventurados os que no Convocamos a todos os setores sociais do governo ocultam depois da bondade das país, ao Exército de Libertaçom Nacional, palavras a impiedade para os homens do ELN, aos Diretórios dos partidos políticos, a povo, porque eles serám assinalados com o Colombianas e Colombianos pola Paz, dedo da ignomínia nas páginas da organizaçom que liderada por Piedad história!”.Córdoba trabalhou denodadamente por abrir esta senda, à Conferência Episcopal e Damos as boas-vindas a este novo às igrejas, à Mesa Ampla Nacional empreendimento pola paz com justiça Estudantil (MANE), à Coordenadora de social. Todos, pola soluçom nom cruenta do Movimentos Sociais da Colômbia conflito colombiano.(COMOSOCOL), aos promotores do Encontro pola Paz de Barranca, aos Viva Colômbia/ Viva Manuel Marulanda indígenas, aos afrodescendentes, aos Vélez/ Viva a paz!camponeses, às organizaçons de deslocados, à ACVC, à Associaçom Nacional Secretariado do Estado Maior Central das de Zonas de Reserva Camponesa FARC-EP(ANZORC), às centrais operárias, às mulheres, ao movimento juveni l

Finalmente queremos expressar a nossa Colombiano, à populaçom LGTBI, aos 18 de outubro 2012

eterna gratidom aos governos e povos de académicos, aos artistas e cultores, aos

Noruega, Cuba, Venezuela e Chile, que

“Somos umha força beligerante, umha

organizaçom política revolucionária com um

projeto de país esboçado na Plataforma Bolivariana pola Nova Colômbia, e anima-nos a conviçom de que o nosso

porto é a paz, mas nom a paz dos vencidos, senom a paz

com justiça social”

“Rendemos homenagem aos nossos caídos, aos nossos

prisioneiros de guerra, aos nossos lisiados, à abnegaçom das Milícias Bolivarianas, ao

Partido Comunista Clandestino e ao Movimento

Bolivariano pola Nova Colômbia, e junto a eles ao

povo fiel que nutre e acompanha a nossa luita”

Page 11: Insurreiçom nº 18

Historicamente as Forças Armadas dianteira e obrigando-o a ir a reboque na O exército colombiano, com a ajuda Revolucionárias da Colômbia-Exército do vitrina mediática, que é um cenario paralelo inestimável de pessoal especializado e da Povo (FARC-EP) sempre apostárom na ao da mesa de diálogo com umha dimensom e última tecnologia proporcionada polo soluçom política do conflito desde as suas projeçom muito importante e nada imperialismo ianque e o MOSSAD israelense, origens. É algo que levam no seu ADN, desdenhável no campo da influência. O intensificou nos últimos 32 meses as transmitido à organizaçom através do seu discurso claro, contundente e combativo denominadas operaçons Veta, é dizer, legendário líder Manuel Marulanda Vélez. pronunciado por Iván Márquez em Oslo, a operaçons de alta precisom de tipo cirúrgico

incorporaçom de na delegaçom fariana, e a que lhe dérom bons resultados ao fugir do Factos anteriores à criaçom das FARC-EP declaraçom de umha trégua unilateral de 2 confronto direto e centrar-se em figérom com que Marulanda, após o meses por parte da guerrilha o mesmo dia em bombardeamentos da Força Aérea assassinato de Eliécer Gaitán e a sua que começavam as conversaçons em acompanhados do posterior desembarco de crescente aquisiçom de consciência, vivira Havana, som boa monstra disto. tropas de elite. Mas ainda assim, e com todo o diferentes situaçons polas que passando do potencial tecnológico, as operaçons seu pensamento liberal ao comunista Umha menssagem que se repete sem cessar terrestres estám muito longe de dar os conseqüente nom há renunciar nunca à intensificando-se na sua difusom com a resultados aguardados, demonstrando umha soluçom política do conflito. Outra cousa é chegada das atuais conversaçons, e que já grande capacidade combativa da guerrilha que a corrupta e mafiosa classe dirigente cheira a podre polo velho e batido do seu uso, para contrarrestá-los e causar grandes colombiana mostrara umha férrea oposiçom é aquela que trata de espalhar maciçamente baixas e fortes golpes ao inimigo.a atingir tal fim. O caminho das armas nom foi a ideia acerca de que a guerrilha chega umha opçom, senom umha obrigaçom derrotada à mesa de diálogo. De facto, nom se deve excluir a possibilidade imposta pola oligarquia colombiana ao nom de que essa esmagadora hegemonia da Força deixar outra saída se se queria conservar a Aérea Colombiana (FAC) esteja a chegar ao vida. Cada vez que se tratou de desenvolver seu fim co derrubamento de um aviom um projeto político pola via pacífica, os Supertucano o mês de julho passado, e assassinatos, a tortura e a repressom mais A capacidade recentemente, o achado por parte do exército violenta fijo ato de presença. operativa da guerrilha é facilmente colombiano de mísseis terra-ar Sam 7 com

comprovável e contrastável nos boletins de capacidade para derrubar umha aeronave a Para chegar à atual mesa de diálogo que se guerra que as FARC-EP fam públicos, e que se 6,5 Km de altura, pertencentes às FARC-EP, o está a desenvolver na atualidade em Cuba, vem verificados nas contínuas notícias que os qual abriria umha nova etapa no conflito houvo previamente umha série de processos meios de comunicaçom burgueses nom armado.que proporcionárom à guerrilha a experiência podem ocultar. Apostar na tese de que a e a aprendizagem necessária neste tipo de guerrilha chega debilitada e derrotada Umha menssagem falsa repetida mil veces, e conversaçons. Isto permite às FARC-EP militarmente à mesa de diálogo é nom querer amplificada polas empresas que tenhem afrontar este novo processo com profundo ver a realidade e desconhecer qual é a como área de mercado a informaçom, nom se conhecimento de qual é a melhor forma de essência que alimenta e alenta as fileiras transforma em verdade, senom que é agir em cada momento, situaçom e farianas. manipulaçom mediática pura. Embora a circunstáncia. O interlocutor que tenhem oligarquia colombiana queira confundir os diante sempre guarda um ás na manga e É certo que as FARC-EP sofrérom nos últimos seus sonhos e desejos com realidades por gosta de jogar com cartas marcadas. Os anos fortes golpes contra a sua estrutura de enquanto inalcançáveis, as FARC-EP seguem distintos processos de diálogo nos que as mando com a morte de destacados a ser um rival temível com umha experiência FARC-EP tenhem apostado assim o comandantes, e também importantes baixas e capac idade opera t i va tá t i ca e demonstram. Desde o acordo da Uribe com o à guerrilha como em Arauca e no Meta ou estrategicamente contrastada, por algo som governo de Belisario Betancur entre 1984 e mais recentemente em Nariño. Mas só a a guerrilha mais antiga da América-Latina.1987 que deu lugar à criaçom da Unión ignoráncia sobre o que as FARC-EP som pode Patriótica, com o conseguinte massacre de fazer pensar que com essas operaçons Diálogos de Havanamais de 5.000 dos seus militantes e militares a guerrilha vai a claudicar e vam A mesa de diálogo tivo o seu início formal o simpatizantes. Passou-se em 1991 polo produzir-se grandes desmobilizaçons. Cada passado 18 de outubro em Oslo (Noruega), e processo de Caracas e Tlaxcala no governo de vez que cai um guerrilheiro ou umha o primeiro encontro para abordar o primeiro César Gaviria, e entre 1998 e 2002 os guerrilheira em combate, assassinado polo ponto do organograma fixado no denominado diálogos do Caguán no governo de Andrés braço executor da oligarquia e das elites que encontro exploratório 19 de novembro em Pastrana. governan a Colômbia com mao de ferro, o/a Havana (Cuba) -no que se acham na

camarada morto/a é substituido/a por a t ua l i d ade - , c o r r e sponde com o Toda esta bagagem e experiência vê-se outro/a, que recolhe o seu fusil e ve reforçado desenvolvimento rural. Podem observar-se, corroborada em como as FARC-EP estám a o seu espírito de luita e a sua conviçom polo como nom podia ser doutro jeito, duas medir muito bem os tempos. Isto é, com as sangue do companheiro/a caído/a, tendências bem diferentes segundo falar um audaces e inteligentes açons que tenhem retomando a luita e o combate com mais ou outro dos interlocutores. Haverá que descolocado o Governo Santos, levando-lhe a ímpetu e implacabilidade que antes. observar e estar muito atentes para conhecer

O Governo Santos bem sabe que a vitória militar sobre as FARC nom é possível, que nem sequer com o Plano Colômbia em toda a sua intensidade esse objetivo está próximo a atingir-se a curto, meio e longo prazo.

Alberto Angulo

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até onde se está disposto a ceder por ambos Os prazos da negociaçomos lados nas conversaçons, qual é o ponto Como será o decorrer destes pontos é umha Umha questom crucial, e muito importante, é limite. incógnita e a sua tendência, sem dúvida, o tempo destinado para o desenvolvimento

estará influenciada por diversos fatores do processo. A respeito disto o passado 2 de As FARC-EP tenhem deixado muito claro que endógenos e exógenos que farám com que o dezembro o Presidente da Colômbia Juan a questom da terra é algo fulcral. Nom por processo passe por situaçons melhores e Manuel Santos anunciou que o prazo máximo acaso é o primeiro tema a tratar, o único do piores, que se avance mais rápido ou mais seria até novembro de 2013. Por que essa que se sabia a ordem, pois será no percurso lento segundo as diferentes circunstáncias e data? Pois porque em novembro de 2013 será que se hám decidir os quatro pontos temas a tratar na agenda em cada momento. que comece a campanha eleitoral às restantes. Um desses fatores desestabilizadores som e presidenciais e Santos nom vai poder,

serám as palavras e declaraçons incendiárias segundo as circunstáncias, permitir que Há que ter em conta que a questom agrária é que desde a oligarquia colombiana tratarám continuem os diálogos se estes podem restar-umha das principais causas históricas da luita de fazer descarrilar o processo de paz lhe apoios numha possível reeleiçom. Ao de classes na Colômbia. Encontramo-nos procurando salvaguardar os seus privilégios. anunciar essa data limite Santos reserva-se a com um processo baseado na acumulaçom ruptura dos diálogos se as cousas nom vam por despossessom com o deslocamento como ele aguarda. Desta maneira mete forçado e obrigado de quase seis milhons de pressom às conversas e guarda-se umha camponeses/as. Grandes territórios que carta na manga que lhe sirva como passam a maos das multinacionais que sem justificaçom para rompê-las se o considerar nengum tipo de respeito pola terra provocam necessário. enormes desastres ambientais e ecológicos, com a exploraçom minero-energética e Justificaçom que lhe havia servir também agroindustrial como principais atividades caso supere esse limite para em qualquer lucrativas. momento deixar cair que ampliou esse

período como mostra de boa vontade, mas O ritmo de destruiçom é tam alto que tal e que a guerrilha nom tivo intençom de chegar como denunciárom as FARC-EP em Oslo, se a nengum acordo. Isto deixa entrever que continuar assim, em dez anos a Colômbia nom há umha aposta real em acabar com o poderá converter-se num estado inviável. conflito que já atinge quase 5 décadas.

O carvom, o petróleo, o coltam, o ouro ou o Fai-se necessário assinalar que nos acordos ferro-níquel, como grandes riquezas do país prévios entre as FARC-EP e o Governo em estám em maos privadas, graças à política de nengum momento se falou de meses, senom estrangeirizaçom da terra por parte do de demorar o tempo que seja necessário. governo colombiano. Os ingentes dividendos Outra cousa é que do poder institucional se que se geram repartem-se entre as queira boicotar esta realidade e que através multinacionais e os governantes corruptos do Presidente Santos já se anuncie que nom sem que chegue praticamente nada às maos duraria anos como no Caguán. A realidade é do povo. que os porta-vozes do Governo manifestaram

inicialmente que o executivo tinha a Os porta-vozes do governo Santos já se INTENÇOM de manter “negociaçons” de 8 apressurárom a assinalar que o modelo meses com as FARC-EP a partir dos quais se económico, a inversom estrangeira e a avaliaria se os diálogos iam por bom caminho propriedade privada nom entravam na e assim determinar a sua continuidade. Nada discussom. Para eles a mesa de diálogo só de umha data marcada previamente para a tratará os temas agendados, mas as FARC-EP sua conclusom, é dizer, que se trata de umha nom som cria de pita, mas de lobo condiçom unilateral por parte de Santos espreitador. A guerrilha bem sabe que o realizada a posteriori.mantimento da guerra é muito custoso para o Sabem que as FARC-EP nom som compráveis Estado umha vez que o Plano Colômbia neme assimiláveis ao sistema corrupto e Se nom se quiger pensar mal nom é lógico fracassou estrondosamente na procura de criminoso que governa a Colômbia, que se nem compreensível que se tardem seis meses umha rápida eliminaçom militar da guerrilha. deixam as armas é porque se vam a dar as (de 23 de fevereiro a 26 de agosto de 2012) Um cenário de desgaste paulatino com condiçons necessárias para umha mudança simplesmente para chegar a um pacto para avanços e retrocessos que provoque que o profunda a nível político, económico, social e começar um diálogo, nem que se pretenda conflito se dilate no tempo resulta militar. As FARC-EP nom estám a dialogar que em doze meses se abordem todos os insustentável para o Estado que sabe que se para atingir privilégios para si próprios como temas agendados, chegando-se a acordos com as ingentes quantidades investidas na organizaçom insurgente. As FARC-EP som o profundos e bem afiançados que dem guerra nom conseguiu dobrar a insurgencia, povo em armas e luitam pola paz com justiça segurança e garantias de éxito ao processo poderia ir perdendo terreno a medida que o soc i a l pa ra o povo co l omb iano : de paz.orçamento militar diminui, o qual se deve c a m p o n e s e s / a s , i n d í g e n a s , levar em conta em momentos em que a crise afrodescendentes e todos os desfavorecidos, Um tema que nom quero deixar passar por económica mundial se agudiza. condenados à miséria e a pobreza por um alto antes de finalizar, e do que já se tem Nom se pode obviar que o gasto militar do sistema criminoso que se aproveita da escrito algo ao respeito, é a possibilidade de estado colombiano é dos mais altos do mundo terrível e descarada desproteçom que o povo que a delegaçom das FARC-EP poda ficar em proporçom ao seu Produto Interno Bruto colombiano sofre. isolada em Cuba após umha possível ruptura (PIB), triplicando-o nos últimos vinte anos ao do processo. Esta circunstáncia que soa rara passar de 2,4 a 6,4, acrescentando a isto os Para as FARC-EP é muito importante que o poderia dar-se sem nengum problema, pois a 700 milhons de dólares que o governo ianque povo seja escuitado na mesa de diálogo, que restriçom de umha eventual captura só lhe entrega anualmente em relaçom ao Plano ocupe e desempenhe o papel que lhe é existem para à Noruega, Cuba e a Colômbia, Colômbia. próprio como motor e impulsionador do mas neste último caso o regresso só poderia Nom se deve esquecer tampouco que o processo para a mudanza que necessita o fazer-se com umha autorizaçom expressa do estado colombiano é o terceiro país receitor País. Governo. Se algum dos/as membros das de ajuda militar dos USA. FARC-EP se acharem nalgum país que nom

É através da mobilizaçom e pressom nas ruas seja algum desses três poderá ser detidos/as Agenda a debate que se poderám atingir as mudanças reais. As de imediato. Os outros temas da agenda som as garantias conversaçons entre guerrilha e governo para a oposiçom política (rutura da relaçom podem dar lugar a acordos, mas se estes nom Deixando de lado o campo da hipótese, o que armas/política), o fim mesmo do conflito refletem os anceios do povo nom vam ter sim é claro e inqüestionável é que se (abandono de armas e reincorporaçom das e valor algum. lamentavelmente o processo nom tiver dos guerrilheiros à vida civil), narcotráfico e sucesso e resulta falhido, passe o que passe direitos das vítimas. as FARC-EP voltam a ser reconhecidas como

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um interlocutor político válido, demonstrando em Cuba, em vez de deixar que expliquem, espada de combate de Bolívar em alto, seja que essas et iquetas de guerr i lha difundam e dem a conhecer o seu projeto qual for o cenário de luita, os/as comunistas narcotraficante e terrorista nom som mais político em qualquer parte do mundo onde da Galiza rebelde e combativa unimo-nos que intentos da oligarquia colombiana e o sejam convidados/as. com toda a guerrilha fariana num grito único imperialismo ianque para tratar de e fraterno: juramos vencer, e venceremos!desprestigiá-la, deslegitimá-la e demonizá-la Os/as revolucionários/as e povos do mundo ante a opiniom pública. Fica ao descoberto e temos nas FARC-EP um exemplo, um meridianamente claro qual é a verdadeira referente de entrega e dignidade, de luita Galiza, 13 de dezembro de 2012razom de que se obrigue a que os/as inclaudicável pola emancipaçom das classes delegados/as da guerrilha fiquem isolad@s oprimidas e o objetivo socialista. Com a

esvaeceu-se repetinamente polo lamentável Repsol, Cepsa, Endesa, Union Fenosa, papel que está a cumprir na hora de analisar Telefónica ou Banco Santander. Em La com irresponsável ligeireza, e difundir com Macarena, no Meta, à beira de um complexo absoluta banalidade, erróneas e falsas militar, a 200 quilómetros de Bogotá, fica conceçons sobre a brutal guerra de umha das maiores do planeta.extermínio e de submetimento que a

O governo Uribe e o atual governo Santos oligarquia colombiana declarou contra o seu convertêrom esta imensa naçom numha povo há agora meio século. gigantesca base militar norte-americana, a

Aparentemente, o guiom do filme narra umha partir da qual os falcons de Washington história verídica. Gira à volta das peripécias tentam desesperadamente recuperar o de um camponês colombiano, José Crisanto, terreno perdido polo avanço da onda a quem a insurgência entregou Emmanuel, o bolivariana. Cumpre nom esquecer as filho de Clara Rojas, umha política capturada declaraçons de Dick Cheney, vice-presidente polas FARC em 2002 e que fruto de umha de Bush JR: “Para controlar a Venezuela, é relaçom com um combatente revolucionário necessário dominar militarmente a f i cou g ráv ida num acampamento Colômbia“.guerrilheiro. Perante os graves problemas de saúde que arrastava a criança, foi entregue a Frente a esta situaçom, a meados da década Cr i santo para os seus cu idados . dos sessenta do passado século, um punhado Posteriormente, o neno acabou numha de camponeses dirigidos por Manuel i n s t i t u i ç o m e s t a t a l e m B o g o t á , Marulanda Vélez, com apoio do Partido impossibilitando assim que a guerrilha, tal Comunista, iniciárom a resistência popular, como publicamente se comprometera, posteriormente cristalizada numha poderosa pudesse entregá-lo junto com a sua mae e e invencível organizaçom marxista-leninista outra representante política, também em armas denominada Forças Armadas prisioneira de guerra. Crisanto incumpriu o Revolucionárias da Colômbia-Exército do acordo com as FARC, mas também foi Povo. Pois, tal como afirmou o comandante acusado de colaboraçom com a guerrilha por Alfonso Cano numhas declaraçons em prol de parte do Estado, padecendo prisom. umha saída negociada o conflito, meses antes

do seu assassinato pola maquinaria militar pro-imperialista na operaçom “Odisseo” “as

Umha realidade concreta omitida FARC nascemos resistindo a violência deliberadamente oligárquica que utiliza sistematicamente o A Colômbia tem mais de 5 milhons e meio de crime político para liquidar a oposiçom pessoas deslocadas polas políticas de roubo e democrática e revolucionária; também como saqueio de terras promovidas pola oligarquia, resposta camponesa e popular à agressom empregando o mastodôntico exército regular latifundiária e terratenente que inundou de e os paramilitares controlados polo sangue os campos colombianos usurpando Pentágono e Israel, ocupando assim o triste terra de camponeses e colonos”.primeiro lugar depois do Sudám, Iraque, Afeganistám, Somál ia e Repúbl ica A Colômbia é um regime autoritário e Democrática do Congo. terrorista que até o momento impossibilitou

que a oposiçom popular pudesse defender Som mais de 10 milhons o número de pacificamente o seu projeto político. Cada vez hectares arrebatados a camponeses e povos que tentou esta via, foi literalmente indígenas por umha política estatal massacrada. A experiência da Uniom prefeitamente planificada. Patriótica, na segunda metade dos oitenta,

ainda está mui viva. Dous candidatos Há uns dias, Luís Tosar afirmava que “faltam A Colômbia tem mais de 250 mil presidenciais, 8 congressistas, 13 deputados, heróis para conduzir a energia que está na desaparecid@s, 175 mil pessoas executadas, 70 vereadores, 11 presidentes da cámara e rua”. O ator de cinema era entrevistado num cerca de 9 mil prisioneiras e prisioneiros milhares de militantes fôrom assassinados jornal digital polo papel protagonista no filme políticos. Tem o recorde mundial de matar entre 1985 e inícios dos noventa, por Operaçom E. representantes operários, é quase 3.000 o defenderem a justiça social e a soberania número de sindicalistas assassinados nas nacional. Razom que explica as dificuldades Nom só vim o filme recentemente estreado, últimas duas décadas. 70% da populaçom de compreensom de Luis Tosar para nom também investim o tempo necessário para vive na miséria, sendo o primeiro país em entender que “nom seja fácil que a gente conhecer as suas opinions sobre o conflito desigualdade da América Latina. fale”.colombiano, seguindo e consultando boa

parte das dúzias de entrevistas na rádio, A Colômbia é umha imensa fossa comum de Atualmente, esta burguesia vendepátrias televisom e jornais em que o ator galego longos milhares de corpos mutilados, onde assinou um Tratado de Livre Comércio (TLC) pontifica sobre umha realidade que semelha estám ocultos parte dos crimes cometidos com os Estados Unidos e pretende converter conscientemente nom querer conhecer.pola casta oligárquica que governa um país o país numha imensa exploraçom mineira e submetido aos interesses do imperialismo agroindustrial, seguindo o modelo de A simpatia que sentia por ele e por algumhas ianque e de multinacionais espanholas como economia de enclave. das personagens que tem interpretado

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Existem centenas de livros, páginas web, base às leituras impostas pola ideologia completamente errados ou é que, realmente, documentários, reportagens jornalísticas, dominante e as necessidades comerciais. nom tenhem outra forma de fazer as cousas". nos quais se pode contrastar todo isto. Nom há pior cego que aquele que nom quer

Como tampouco nos surpreende que alguém Porém, um colossal muro de silêncio e ver.como Luís Tosar, epidermicamente solidário manipulaçom pretende lavar a cara de um com aquelas causas progressistas Estado criminoso e narcotraficante, A Revoluçom é umha necessidade, nom socialmente mais assimiláveis, umha das apresentando-o como umha modélica umha atitude románticacaras mais visíveis da desaparecida Burla democracia parlamentar. Para citar um só Luís Tosar afirma numha entrevista ser um Negra, ex-militante e candidato do BNG às exemplo que Luís Tosar deveria conhecer, há romántico e que há umha “visom mui eleiçons municipais e europeias, colabore uns meses os Estados Unidos solicitárom por romántica dos movimentos revolucionários”. ativamente em ocultar a natureza política da narcotraficante a extradiçom do ex-chefe de Novamente volta a confundir alhos com guerra de guerrilhas que amplos setores do segurança de Álvaro Uribe, o general Maurício bugalhos. As revoluçons som processos povo colombiano promovem e apoiam.Santoyo. sociais transformadores resultado objetivo de

opressons, da tomada de consciência de Nom “todos som maus”, nem “é difícil saber A oligarquia provocou e alimenta esta guerra amplas maiorias sociais, nom estéticos quem é mais mau de todos”, nem as FARC contra as imensas maiorias populares, que produtos artificiais e “idealistas” de som umha “narcoguerrilha”, tal como hoje a insurgência pretende superar inteletuais e artistas progressistas. A intensa manifestou num programa de La Sexta. Nada mediante o processo de negociaçom política guerra de classes continua na Colômbia disso! que está a desenvolver-se em Havana. O porque nom existe outra possibilidade para o É muito fácil, a partir de um hotel de cinco futuro determinará se a vitória de sentar a seu povo.estrelas, do glamour dos platós de televisom oligarquia a dialogar nom é mais que um novo e festivais de cinema, sentenciar com engano da burguesia para ganhar tempo e Porque, contrariamente às opinions de Luís frivolidade veladas condenas das justas luitas lograr o que em 50 anos nom atingírom: Tosar, quando afirma que “Eu nom confio pola libertaçom dos povos, e para nom perder dobrar os firmes princípios revolucionários, muito na inteligência coletiva. Nunca confiei. esse halo de progressia meter no mesmo comunistas e bolivarianos das FARC-EP. Na Creio que assim nom funcionamos bem”, som saco oprimidos e opressores. atualidade, tal como transmitiu no mês de as massas as que constroem a sua própria

outubro em Oslo o comandante Iván Marquez história.Afirmar que, na Colômbia, povo em armas e “apoiados em simples exercícios de exército genocida som similares, é o mesmo matemática, podemos afirmar que a guerra é Na Colômbia nom faltam heróis para conduzir que considerar que a legitimidade do insustentável para o Estado”. a energia que está na rua. Existem, som de emprego da violência da guerrilha vietnamita carne e osso, tenhem nome e rosto, sofrem, era igua l de condenáve l que os riem, combatem, amam. A imensa maioria bombardeamentos com napalm do exército A infámia de meter a todo o mundo no som centenas de milhares de anónimos de ocupaçom ianque.mesmo saco ativistas, camponeses, trabalhadores,

Frente a esta inegável realidade, Luís Tosar estudantes, mulheres, indígenas que luitam O conflito colombiano “nom é absurdo”, é a adota umha posse de neutralidade e desde as trincheiras dos movimentos sociais, única alternativa que os setores mais imparcialidade, situando-se por cima do bem nas minas, nos campos, nas fábricas, nas avançados do povo trabalhador colombiano e do mal. Nom quer admitir, e menos universidades, nos povos e nas cidades. podem adotar frente à guerra de extermínio reconhecer, que os povos tenhem direito à Outros chamárom-se Jacobo Arenas, Efraín de umha burguesia apátrida e criminosa.autodefesa quando som atacados. A rebeliom Guzman, Mariana Paez, Raúl Reyes, Iván

armada contra a opressom é um dever Ríos, Manuel Marulanda, Jorje Briceño “Mono Há que molhar-se, nom valem as meias quanto nom existem possibilidades reais de Jojoy”, Alfonso Cano. Fam parte da Colômbia tintas. Gastar três milhons de euros num se defender frente à exploraçom e à mais brava e rebelde. Da mesma que se opujo filme que satisfai parcialmente a oligarquia dominaçom. ao colonialismo espanhol durante mais de colombiana é umha lamentável contribuiçom trescentos anos, e posteriormente ao Estado p a r a e s s a s c a u s a s j u s t a s q u e Este filme era umha magnífica oportunidade oligárquico crioulo.esporadicamente Luís Tosar gosta de apoiar. para divulgar a verdade sobre um dos

conflitos políticos, sociais e armados mais Outros som conhecidos por Jesus Santrich, Entendemos que optar claramente pola causa submetidos à burda manipulaçom dos meios Rodrigo Granda, Simón Trinidad, Tanja dos humildes e oprimidos da Colômbia nom de comunicaçom burgueses, mas novamente Nijmeijer "Alexandra", Maurício Jaramillo, contribui para somar méritos para ganhar optou-se por dar umha visom morna e Fabián Ramírez, Pablo Catatumbo, Joaquín outro Goya. Antes, é garantia de ficar maquilhada da tese oficial imposta polos que Gómez, Iván Marquez, Timoleón Jiménez completamente eliminado de qualquer se consideram os donos do mundo. “Timochenko”. Com o seu valor e talento, a possibilidade futura de atingir um óscar. Colômbia triunfará. Graças a eles, mantém-Outra cousa é estar contra os despejos, O filme, dirigido polo realizador hispano- se viva a esperança de milhons de incremento do IVA ou condenar as francês Miguel Courtois, e financiado por TVE colombianas e colombianos que desejam bravuconadas extremistas do ministro Wert.e Canal + França, situa na mesma altura as umha paz com justiça social e soberania

duas partes em conflito: povo colombiano nacional. Nada esperávamos nem esperamos do versus oligarquia, e as suas estruturas de mundo da farándula. Numha das entrevistas de fesa , i n te rvençom e combate : Como nós nom somos dos que estamos por aludidas, após a reproduçom de imagens da g u e r r i l h a s / o r g a n i z a ç o n s cima do bem e do mal. Porque sim somos dos repressom da polícia espanhola, o ator luguês populares/movimentos sociais versus que preferimos apanhar umha constipaçom a sai novamente pola tangente afirmando exército regular/polícia/paramilitares e nom molhar-nos, sem duvidá-lo nem umha literalmente que "é mui triste que a polícia sicários. milésima de segundo tomamos partido, nom saiba quem é o inimigo. Um sai à rua estamos com a Colômbia que hoje avança e, para protestar e por cima os companheiros Nom nos pode estranhar esta atitude em mais cedo que tarde, triunfará.(Sic) polícias vam contra ti em lugar de ir quem dirigiu "El lobo" (2004) ou "GAL" contra o inimigo real. Nom sei se é que estám (2006), desfigurando conflitos políticos em Galiza, 11 de dezembro de 2012

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A vitória eleitoral da candidatura do presidente Hugo Chávez Frías - A vitória popular do dia 7 de outubro foi clara e contundente. Agora apoiada polo conjunto do movimento popular e as organizaçons cumpre aprofundar na via genuinamente revolucionária que revolucionárias articuladas no Gram Pólo Patriótico- nas eleiçons oriente a Venezuela face a construçom de umha sociedade de 7 de outubro, é umha magnífica notícia para consolidar o socialista, superando os erros, as desviaçons e as ameaças processo de transformaçons sociais, políticas e culturais na internas involucionistas no seio das forças que afirmam apostar Venezuela, mas também para reforçar as mudanças em curso na polo processo, tal e como demandam os setores mais conscientes América Latina. do Gram Polo Patriótico.

Umha derrota a favor do candidato imperialista teria sido Venezuela deve seguir avançando com factos tangíveis na via catastrófico para as luitas anti-imperialistas e populares que, de anticapitalista, deve seguir sendo umha sólida trincheira frente às Rio Grande a Terra de Fogo, levam mais de umha década sacudindo ameaças do imperialismo e o caos à que o capitalismo conduz o o poder e a hegemonia do imperialismo ianque no hemisfério. conjunto da humanidade. A vitória contundente nessa segunda

batalha de Carabobo deveria incidir positivamente no Foi o melhor homenagem ao projeto emancipador do Che Guevara, fortalecimento do conjunto do movimento popular, da esquerda no 45 aniversário da sua queda em combate, que as massas transformadora latino-americana e caribenha, mas também a populares e trabalhadoras da Pátria de Bolívar, apoiassem escala mundialmaciçamente a candidatura do comandante Hugo Chávez.

Hugo Chávez Frias

Votos 8.191.132 % 55,07%

Henrique Capriles Radonski

Votos 6.591.304 % 44,31%

Reina Sequera

Votos 70.567 % 0,47%

Luis Reyes

Votos 8.214 % 0,05%

Maria Bolivar

Votos 7.378 % 0,04%

Orlando Chirino

Votos 4.144 % 0,02%can

did

ato

s/a

s

Número de eleitores/as escrutinados 18.854.935

Número total de votantes

Participaçom 80,48%

Número de votos escrutinados

Número total de votos válidos 14.872.739 % 98,10%

Número total de votos nulos 287.550 % 1,89%

15.176.253

15.160.289

as eleiçons em números

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Queremos manifestar a nossa solidariedade, a nossa mais umha luita permanente contra toda forma de injustiça e opressom.profunda e imensa satisfaçom pola bem sucedida intervençom Congratulamo-nos das notícias que chegam de Havana e com a cirúrgica do presidente da República Bolivariana da Venezuela, imensa maioria do povo trabalhador venezuelano somamo-nos a Hugo Chávez Frías. todas as vozes dos revolucionários e revolucionárias do mundo,

muito especialmente de Cuba, da América Latina e das Caraíbas, para que o comandante Hugo Chavéz saia plenamente vitorioso A Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana desta batalha pola vida.(AGARB) deseja ao comandante-presidente umha pronta

recuperaçom para continuar na direçom do processo revolucionário em curso durante os próximos anos na irmá República Bolivariana Desde a Galiza enviamos os nossos mais afetuosos desejos pola da Venezuela. plena restituiçom da saúde do presidente Chávez.

Necessitamos-te comandante!Até a vitória sempre!Neste momento, nestas circunstáncias tam duras para toda a

humanidade, de crise capitalista e brutal ofensiva imperialista, precisamos mais que nunca dos "imprescindíveis, dos que luitam Galiza, 15 de dezembro de 2012 toda a vida", dos que concebem -como Hugo Chávez- a vida como

Umha imensa maré vermelha permitiu umha nova vitória das Anzoátegui, Apure, Aragua, Barinas, Bolívar, Cojedes, Delta forças revolucionárias bolivarianas nucleadas à volta do Grande Amacuro, Falcón, Guárico, Mérida, Monagas, Portuguesa, Polo Patriótico (GPP) nas eleiçons de ontem domingo, 16 de Sucre, Trujillo, Vargas e Yaracuy ratificárom a sua adesom o dezembro, que elegiam os parlamentos regionais e @s processo bolivariano.governadores/as.

Lamentamos que a oposiçom logre manter, embora por umha Este processo eleitoral constatou um claro avanço das forças por estreita margem de votos, Amazonas, Miranda e Lara.populares, patrióticas, anti-imperialistas e socialistas, tam só dous meses depois da reeleiçom de Hugo Chávez como AGARB quer transmitir o povo bolivariano, as suas presidente da República Bolivariana da Venezuela. organizaçons revolucionárias, o governo da República

Bolivariana da Venezuela, ao comandante Hugo Chávez a sua AGARB congratula-se por esta indiscutível vitória, pois sem enorme satisfaçom por esta nova vitória sobre a reaçom e o lugar a dúvidas representa o melhor presente do povo imperialismo.venezuelano para com o comandante Hugo Chávez, convalecente em Cuba da última intervençom cirúrgica a que foi Até a vitória sempre!submetido para lograr o seu pleno restabelecimento. Pátria, Socialismo ou morte!

GPP triunfou em 19 dos 23 estados, logrando recuperar à Galiza, 17 de dezembro de 2012oposiçom os estados do Zúlia, Carabobo, Táchira e Nova Esparta.

agarb.blogspot.com

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A meados de novembro o governo dirigido o nada metafórico nome de "Chumbo palestiniano, que em finais de novembro viu por Netanyahu dá luz verde à operaçom "Pilar Fundido". reconhecido por ampla maioria na Defensivo" sobre a banda de Gaza, dando Porém, a firme determinaçom e conviçom do Assembleia Geral da ONU o seu status como baixa em primeira instáncia a Ahmed Yabari, movimento de resistência palestiniano Estado observador nom membro. Ante esta o chefe das Brigadas Ezedin Al-Qasam, conseguiu fazer frente e deter a ofensiva resoluçom, o governo Netanyahu anunciou a ligadas ao movimento de Hamas. Esta açom sionista. A capacidade de organizaçom do construçom de novos assentamentos na constata a prática do terrorismo por parte do movimento popular armado nom se deixou Cisjordánia, obviando os acordos de Oslo Estado sionista sobre o povo palestiniano, intimidar frente a artilharia pesada, aviaçom assinados em 1993, e incluso, ameaçando tentando ceifar umha das cabeças mais e os mais de trinta mil soldados mobilizados com a destruiçom da Autoridade Nacional visíveis da resistência mais conseqüente à por Israel perante a fronteira com Gaza Palestiniana, a quem já está praticando um ocupaçom israelense. ameaçando com umha incursom terrestre. férreo bloqueio económico.

O engenho popular palestiniano conseguiu A seguir sucedêrom-se durante mais de O novo status da Palestina acrescentou a dissuadir à força aérea sionista com a umha semana constantes bombardeios sobre pressom policial e militar sionista nos passos utilizaçom de mísseis terra-ar que pola a populaçom de Gaza, justificados no fronteiriços contra a populaçom palestiniana, primeira vez atingírom Tel Aviv e Jerusalém, obsceno sofisma tam utilizado polo governo além de continuar com os assassinatos impedindo que o massacre fosse ainda maior.de Israel, que pretende converter o seletivos de militantes da causa palestiniana. verdadeiro agressor em agredido. O cessar o fogo anunciado polo governo de O férreo controlo político, económico, social e Os dous milhares de baixas atingidas da parte Israel e Hamas, sob a mediaçom do Egito e os militar de Israel sobre os territórios geridos palestiniana, entre ferid@s e mort@s, e a EUA, foi recebido com grande satisfaçom polo pola ANP determina o panorama idóneo para mao-cheia do lado israelita, evidencia a povo palestiniano, expressando a sua alegria que as forças que componhem o movimento desproporçom da capacidade militar nas ruas de Gaza e Cisjordánia. popular de resistência à ocupaçom iniciem o dispersada por umha e outra parte. A Esta vitória militar do movimento de entendimento para pôr em andamento a magnitude da operaçom recorda às resistência palestiniano sobre o ocupante terceira Intifada.conseqüênc ias dumha semelhante sionista há que enquadrá-la num momento desenvolvida em finais 2008 sobre Gaza, sob em alça das aspiraçons de liberdade do povo

Com o começo de cada novo ano, a esquerda revolucionária galega por personagens de dignidade histórica como Fidel, o Che, Camilo ou nom pode deixar passar a oportunidade sem fazer lembrança dumha Raúl, que permitiu umha viragem decisiva na história da maior das efeméride, que marcou um salto qualitativo na luita d@s explorad@s Antilhas. A plena determinaçom do povo cubano erguido em armas da terra contra a opressom e a dominaçom do imperialismo sobre contra a tirania e a opressom ditatorial transitou rapidamente do seu aqueles povos que querem exercer a sua liberdade. primeiro estádio democrático-popular e anti-imperialista após o

triunfo da insurreiçom, cara a proclamaçom do caráter socialista da Em horas da madrugada do primeiro de janeiro de 1959, com a revoluçom no ano 1961, em pleno coraçom do continente americano e cumplicidade do general Cantillo, Batista foge cara a República a só 170 Km da potência mais poderosa do planeta.Dominicana acompanhado de membros do seu regime. Fidel Castro fai um chamamento à greve geral, exige ao Exército a rendiçom A consolidaçom do processo revolucionário na década de 1960 foi incondicional e ordena ao Che -quem libertou Santa Clara- e a Camilo possível pola valentia do povo cubano que avançou decidido a Cienfuegos que avancem firmes e decididos cara a Havana. Perante o construir umha nova ordem social e económica dirigida pola grande ultimato, o movimento rebelde passa a controlar a guarniçom de habilidade dos seus dirigentes históricos, num contexto internacional Santiago de Cuba e, na capital, o general Cantillo entrega o mando do polarizado em dous grandes blocos confrontados em qualquer ponto Exército ao coronel Barquín. da esfera terrestre.

Ao dia seguinte, as colunas insurretas comandadas polo Che e Camilo A impronta da insurreiçom comandada por Fidel abriu umha nova entram na Havana, e Barquín é obrigado a entregar a chefatura do etapa na história da América Latina, iniciando-se umha série de luitas Exército. Enquanto, em Santiago de Cuba, Manuel Urrutia é que agitou todo o continente desde o Rio Bravo à Patagónia, que proclamado novo presidente da República. Dias depois, Urrutia questionavam de raiz a hegemonia ianque e a sua doutrina "América instala-se no Palácio Presidencial na Havana, após as forças do para os americanos (do norte)". Diretório Revolucionário de 13 de Março despejassem o prédio

O contexto histórico e social da década de 1960 na América está institucional. Decreta-se a dissoluçom do Parlamento, tribunais, caraterizado por umha grande efervescência social e política, autoridades locais e o Exército, e é modificada a Constituiçom de 1940.dominado por significativos combates revolucionários, luitas obreiras

Em 8 de janeiro, Fidel entra em Havana, no meio dumha apoteose e populares, o despertar de importantes setores camponeses e popular e pronúncia o seu célebre discurso dirigindo-se a toda a naçom indígenas e amplas mobilizaçons estudantis. Inclusive, a Igreja ou o libertada. É a partir deste momento no que se abre um período de Exército, pilares fundamentais dos Estados burgueses enorme transcendência e transformaçom política, económica e social, tradicionalmente aliadas das suas respetivas oligarquias e fieis aos que sem dúvida, marcou um antes e um depois na história de Latino ditados ianques, nom ficam alheias às convulsons sociais que se América e da esquerda em geral. sucedem e começam a agromar genuínas correntes renovadoras que

se pronunciam a favor de novas alternativas guiadas pola justiça Caráter socialista da Revoluçom Cubana social, como é o caso da Teologia da Libertaçom no eido religioso ou o O triunfo insurrecional naquele janeiro de 1959 é a genuína expressom ascenso dos setores nacionalistas e revolucionários dentro dos da culminaçom dumha guerra popular de libertaçom nacional dirigida Exércitos.

"A história das revoluçons tem umha grande parte subterránea, nom sai à luz pública. As revoluçons nom som movimentos absolutamente puros; estám realizadas por homens e gestam-se no meio de luitas intestinas, de ambiçons, de desconhecimentos mútuos. E todo isto quando se vai superando, converte-se numha etapa da história, que bem ou mal, com razom ou sem ela, vai silenciando-se e desaparece.”

Ernesto Che Guevara

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Diferentes atividades agendadas pola esquerda independentista e o firme e irrenunciável compromisso de incorporar a experiência e socialista, com motivo do Dia da Galiza Combatente, que este ano o legado das nossas combatentes à nossa praxe diária e agir como homenageava o luitador comunista Benigno Andrade “Foucelhas”, continuidade daquelas mulheres e homens que noutrora luitárom tivérom lugar no norte do País . pola consecuçom dumha Galiza livre das opressivas cadeias do

Patriarcado, Espanha e o Capital“.

Oferta floral e palestraA primeira delas, consistiu na oferta floral a Lola Castro “Mariana”, Pola sua turma, Rebeca Bravo afirmou que o Foucelhas foi militante do EGPGC no cemitério de Meirás, Val do Vinho. A assassinado polo Estado espanhol por cometer um delito que “é iniciativa foi promovida pola Assembleia Comarcal de NÓS- idêntico à causa que hoje nos convoca aqui para homenageá-lo: Unidade Popular de Trasancos, quem desde há 11 anos organiza defender com firmeza e paixom a liberdade e a justiça social”.esta homenagem. Para continuar manifestando que “o nosso único e principal inimigo No mesmo 11 de outubro a Assembleia Comarcal de NÓS-Unidade nom é simplesmente o PP. O nosso inimigo é o capitalismo, o Popular da Corunha realizava umha palestra no Centro Social patriarcado e o imperialismo espanhol. Nom podemos confundi-lo Gomes Gaioso com a participaçom do historiador ferrolano Eliseu em identificá-lo exclusivamente com o PP”.Fernández, para dar a conhecer um pouco mais a figura do Foucelhas. A organizaçom de massas da esquerda independentista A dirigente da esquerda independentista afirmou com rotundidade disponibiliza no seu web umha breve crónica do ato. que “A saída da crise capitalista nom tem soluçom imediata. Nem

vai ser resultado dos efeitos apotropaicos do falso talismám da alternáncia política. AGE, Bloco, PSOE, PP , a mesma merda é!”.Ato central na CorunhaAs suas palavras fôrom respondidas com berros de “A soluçom é a Já no dia 12, decorria nos jardins de Sam Carlos da Corunha, o ato Revoluçom” polas pessoas assistentes.central do Dia da Galiza Combatente 2012, organizado pola

Unidade Popular.Rebeca Bravo continuava a sua intervençom afirmando que “O Dúzias de bandeiras da pátria, vermelhas e lilás davam cor a este vírus do parlamentarismo é umha epidemia inoculada na classe céntrico parque corunhês sediado a escassos metros onde o Estado obreira que enfraquece o movimento popular, conduzindo-o ao espanhol tem sequestrado como troféu de guerra o mauser do desencanto e à resignaçom. Nom podemos ser indulgentes, nem Foucelhas.vacilar. Quebremos pois com ele“. E apelava a construir o antitodo: O ato político foi iniciado polo companheiro da Direçom Nacional da a luita obreira, nacional e feminista.Unidade Popular, Ramiro Vidal Alvarinho, o qual após dar as boas-

vindas dava passo às companheiras Eva Cortinhas, em O Dia da Galiza Combatente veu acompanhado dumha intensa representaçom de BRIGA, e Rebeca Bravo, porta-voz nacional de campanha agitativa com a realizaçom de dúzias de murais e NÓS-UP.pintadas com molde com a efígie do Foucelhas.

Na sua intervençom, Eva Cortinhas, afirmou que “como o BRIGA organizou concerto na Corunhaadmirável Foucelhas, somos rebeldes e insubmissas ante umha Pola sua parte a organizaçom juvenil da esquerda independentista realidade opressiva, mas sobretodo, a nossa presença aqui é organizava um concerto na Sala INOX da Corunha, na noite do fundamental porque temos muito que dizer“.próprio dia 12. Os Três Trebons e Fracasados de Antemano A dirigente juvenil advertiu que “nom só somos jovens rebeldes e encarregárom-se de pôr a música, que fixo desfrutar as perto de orgulhosas do nosso passado mais combativo, mas também temos 100 pessoas que lotárom a sala.

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Diversas cidades e vilas da Galiza registárom na manhá de 6 de sociais e económicos fundamentais, com destaque para os direitos dezembro, coincidindo com o aniversário da Constituiçom monárquica nacionais que como povo nos assistem.espanhola, açons simbólicas para reivindicar a independência para a nossa pátria, frente ao constitucionalismo espanhol. NÓS-Unidade Popular caminhará junto a tod@s aqueles que querem, Com estas açons, a esquerda independentista quer denunciar, mais sem ambigüidades, ultrapassar os limites antidemocráticos que a umha vez, a falta de qualquer legitimidade da Constituiçom franquista Constituiçom espanhola impom e luitando por umha Galiza de 1978, “Carta Magna” que impom graves restriçons de direitos independente, socialista e libertada do patriarcado.

NÓS-Unidade Popular avalia mui positivamente a enorme Atitude essa que constrasta com o apoio maciço à jornada de greve participaçom na greve geral de 14 de novembro. e a grandiosa participaçom nas manifestaçons por parte do NÓS-Unidade Popular transmite ao povo trabalhador galego a proletariado, a juventude e as mulheres.satisfaçom e orgulho pola demonstraçom de firmeza e determinaçom à hora de confrontar as políticas neoliberais NÓS-Unidade Popular participou ativamente na jornada de luita, impostas à Galiza por Espanha e a Uniom Europeia, com a nos piquetes sindicais e também nos organizados pola esquerda colaboraçom do governinho de Feijó. independentista, assim como nas manifestaçons das principais

cidades.Frente às mentiras e manipulaçom tendentes a reduzir o impacto da jornada de greve nos centros de trabalho e ensino, realizada Após 14 de novembro, e tal como vimos reclamando de forma polo patronato e os seus meios de (des)informaçom, a paralisaçom constante desde a greve geral de 29 de setembro de 2010, é foi praticamente absoluta na grande indústria, no transporte, nas imprescindível enquadrar estas jornadas intermitentes e sem fio universidades e centros de ensino primário e secundário, e condutor, nom em factos isolados, mas sim num capítulo dumha também atingiu umha elevada adesom no setor serviços e estratégia de mobilizaçom de massas permanente e encadeada.comércio dos centros urbanos. Mas nom para corrigir as políticas neoliberais por outras de corte As gigantescas mobilizaçons realizadas em mais de umha dúzia de keynesiano, tal como defendem as principais centrais sindicais e localidades da geografia nacional constatam a enorme adesom a partidos da esquerda sistémica.umha jornada de luita que tinha que ter sido convocada há meses e Hoje está mais vigente que nunca, cobra máxima atualidade a que segue a ser insuficiente para pôr freio à ofensiva burguesa necessidade de superar o capitalismo, de construir um novo implementada polos governos do PSOE-PP. modelo de produçom e umha nova sociedade. A alternativa passa

por acumular forças populares suficientes para mediante umha A participaçom na greve nom foi superior pola coerçom e estratégia revolucionária construir umha nova sociedade numha intimidaçom do patronatro sobre centenas de milhares de Galiza livre.trabalhadoras e trabalhadoras da pequena empresa, do comércio e setor serviços que estám obrigados contra a sua vontade a assistir O dilema é, pois, capitalismo ou socialismo. Para garantir o seu o seu posto de trabalho sob a ameaça de despedimento. sucesso é necessário que a imensa raiva, frustraçom e malestar A greve também nom conseguiu um impacto ainda maior pola social dê passos qualitativos na auto-organizaçom obreira e intimidaçom e repressom policial à hora de defender os interesses popular, única garantia para nom se deixar arrastar polas falsas da burguesia. Tanto a polícia espanhola como a Guarda Civil, e promessas e ilusons do eleitoralismo e o parlamentarismo, do também em diversas localidade a Polícia Local, dificultárom, sindicalismo pactista e conciliador.quando nom impossibilitárom, o exercício dos piquetes de trabalhadoras, trabalhadoras e jovens que durante horas Há que continuar na rua, incidir no perfil e programa anticapitalista contribuírom a estender e garantir o sucesso da jornada de luita. e de libertaçom nacional do movimento de massas, convocando

umha greve geral de 48 horas para obrigar Rajói e Feijó a mudarem Além do dito, também nom se atingiu umha adesom total polo o rumo da sua política socioeconómica, tombando os seus timoratismo, carência de ánimo e falta de confiança no povo governos.trabalhador por parte das burocracias sindicais na hora de Finalmente, queremos exprimir a nossa solidariedade e apoio a converter a XIV greve geral na Galiza do pós-franquismo numha todas as pessoas represaliadas pola sua participaçom ativa e jornada histórica. combativa nos piquetes.

NÓS-UP avalia greve geral de 14 de novembro

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Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental BolivarianoTiragem: 1.000 exemplaresEncerramento de ediçom: 20 de dezembro de 2012Blogue: www.ccb-galiza.orgCo-e: [email protected]

Ato político comunista de entrega da bandeira à II Brigada do Batalhom Galego, 1938

Karl Marx

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