FARELO INTEGRAL DE RASPADE MANDIOCA NA ALlMENTAÇAO DE

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 44(2):265-70, jul./dez_ 1987 FARELO INTEGRAL DE RASPA DE MANDIOCA NA ALlMENTAÇAO DE GALINHAS POEDEIRAS (1 ) (Cassavaroot meal for layer hens) PAULO CARLOS DA SILVA (2), RAIMUNDO NONATO GOMES DE SOUZA (3), ALBINO EUGIÔNIO FERREIRA ZIRLS (2) e GILBERTO MALAVAZZI (2) RESUMO: O objetivo do experimento foi verificar o valor nutricional da raspa de man- dioca (Manihot utilissima) na alimentação de galinhas poedeiras, utilizando-se 240 gali- nhas com 180 dias de idade e testando-se quatro níveis de inclusão: 0%,15%,30% e 45%. O delineamento estatístico foi inteiramente ao acaso. As dietas experimentais continham 16,5% de proteína. O experimento teve a duração de seis períodos de 28 dias. Foi obser- vada queda linear na produção de ovos influenciada pelos níveis crescentes de raspa de mandioca (P < 0,05), segundo a equação Y = 68,6764-0, 17639X, onde Y = porcen- tagem de postura e X = nível de inclusão da raspa. O peso do ovo não foi influenciado pelos n (vais da raspa. Uma piora linear na conversão alimentar ocorreu com níveis cres- centes de inclusão da mandioca (P .( 0,05), segundo a equação Y = 2,87 + 0,Q032X, onde Y = conversão alimentar e X = nível de inclusão da raspa. A taxa de mortalidade não foi influenciada pelos tratamentos. INTRODUÇÃO A alimentação de aves constitui o item mais oneroso na exploração avicola. Atualmente, poucas são as matérias-primas utilizadas na confecção de ração. Entre- tanto, vários outros ingredientes existem no Brasil, de. grande produtividade e can grandes possibilidades de serem usados no arraçoamento das aves, tomando-se por base as suas análises químicas. É o caso do fa- relo de raspa de mandioca. A produtividade da mandioca é bas- tante elevada. Segundo MAGOON (1967), a produção nédia na fndia é de 12 t/ha de (1) Projeto IZ-403. Recebido para publicação em setembro de 1987. (2) Da Seção de Avicultura, Divisão de Zootecnia Diversificada. Bolsista do CNPq. (3) Do Posto de Avicultura de Brotas. Bolsista do CNPq. 265

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FARELO INTEGRAL DE RASPA DE MANDIOCA NA ALlMENTAÇAO DEGALINHAS POEDEIRAS (1 )

(Cassavaroot meal for layer hens)

PAULO CARLOS DA SILVA (2), RAIMUNDO NONATO GOMES DE SOUZA (3), ALBINO EUGIÔNIOFERREIRA ZIRLS (2) e GILBERTO MALAVAZZI (2)

RESUMO: O objetivo do experimento foi verificar o valor nutricional da raspa de man-dioca (Manihot utilissima) na alimentação de galinhas poedeiras, utilizando-se 240 gali-nhas com 180 dias de idade e testando-se quatro níveis de inclusão: 0%,15%,30% e 45%.O delineamento estatístico foi inteiramente ao acaso. As dietas experimentais continham16,5% de proteína. O experimento teve a duração de seis períodos de 28 dias. Foi obser-vada queda linear na produção de ovos influenciada pelos níveis crescentes de raspa demandioca (P < 0,05), segundo a equação Y = 68,6764-0, 17639X, onde Y = porcen-tagem de postura e X = nível de inclusão da raspa. O peso do ovo não foi influenciadopelos n (vais da raspa. Uma piora linear na conversão alimentar ocorreu com níveis cres-centes de inclusão da mandioca (P .( 0,05), segundo a equação Y = 2,87 + 0,Q032X,onde Y = conversão alimentar e X = nível de inclusão da raspa. A taxa de mortalidadenão foi influenciada pelos tratamentos.

INTRODUÇÃO

A alimentação de aves constitui oitem mais oneroso na exploração avicola.Atualmente, poucas são as matérias-primasutilizadas na confecção de ração. Entre-tanto, vários outros ingredientes existemno Brasil, de. grande produtividade e cangrandes possibilidades de serem usados no

arraçoamento das aves, tomando-se por baseas suas análises químicas. É o caso do fa-relo de raspa de mandioca.

A produtividade da mandioca é bas-tante elevada. Segundo MAGOON(1967), aprodução nédia na fndia é de 12 t/ha de

(1) Projeto IZ-403. Recebido para publicação em setembro de 1987.(2) Da Seção de Avicultura, Divisão de Zootecnia Diversificada. Bolsista do CNPq.(3) Do Posto de Avicultura de Brotas. Bolsista do CNPq.

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raíz, exis t.indo, porém, variedades queproduzem até 70 t/ha. ENRIQUEZ & ROSS(1967) informam que uma variedade de man-dioca cultivada no Havaí produz até 50 tiha. A mandioca possui um glicos.ídeo ciano-gênico, linamarina, que libera ácido cia-nídrico (HCN) por hidrólise. M:>NTQYA etalii "(1967) não encontraram nenhuma rela-ção aparente entre as características rnor-fológicas e a quantidade de ácido cianí-drico liberada pela hidrólise.

o emprego da mandioca como alimentoestá limitado pelo ácido cianídrico quelibera, pois ele é muito tóxico para o ho-mem e animais domésticos. O risco de into-xicação pode ser reduzido mediante proces-sos de lavagem, cocção ou dessecação dasraízes. CORREIA (1947) demonstrou que asimples secagem ao sol ellininaaté 73% doHCN. O ácido cianídrico é mais abundantena casca do que na polpa, na proporção de9:1, de acordo com GREENSTREET & LAMBOURNE( 1933) • Terrenos secos produzem maiorquantidade de HCN (OYENU~~ & A~IGO,1957). A raíz tem sido usada em estadofresco para suínos (OYENUGA & AMZlGO,1957 e MANER et ali.i, 1967) e em forma defarelo para aves, segundo (vcx;r, 1966),que sugere usar níveis máximos de 10% defarelo de mandioca para frangos de corteaté quatro semanas e 20% até o abate. KOCK& RIBEIRO (1943), em experimento de engor-

da de suínos, estudaram a substituição dequirera de milho por mandioca crua e veri-ficaram que os ganhos em peso dos animaisallinentados com quirera foram 1,8 vezmaior do que os dos alimentados com man-dioca. Resultado semelhante foi encontradopor PEIXO'ID (1965). 'IDRRES (1958) encon-trou resultados animadores na substituiçãodo milho por farelo de raspa de mandioca.ZOBY (sd) demonstrou que a raspa de man-dioca pode substituir o milho nas raçõesde cresclinento e engorda de suínos, desdeque os níveis de proteína e metionina se-jam adequados, ENRIQUEZ & ROSS (1967) rea-lizaram seis experimentos a flinde verifi-car o valor nutritivo do farelo de raspade mandioca e concluíram que o crescimentoe a eficiência alimentar decresciam com oaumento de seu nível na ração. Suspeitaramque este resultado fosse devido à possívelbaixa palatibilidade, natureza pulverulen-ta da ração ou baixo teor de ácidos graxosessenciais; entretanto, fazendo as corre-ções não observaram respostas positivas.Resultados satisfatórios foram encontradosquando O, 15% de metionina foi adicionado àração. Neste caso, a ração continha 50% defarelo de raspa de mandioca.

A pesquisa bibliográfica não revelounenhum experimento sobre o valor nutritivodo farelo integral de raspa de mandiocapara galinhas poedeiras, razão pela qualdecidiu-se pela realização do presente es-tudo.

MATERIAL E MÉTOros

No experimento foram utilizadas 240galinhas poedeiras comerciais, com aproxi-madamente 180 dias de idade, reunidas em

parcelas de quinze aves cada uma de acordocom o peso, de modo que as diferenças derrédí.asde peso das parcelas não fossem

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muares que 30 gramas. Os grupos eramharogêneos quanto à produção de ovos e odel.inearrentoestatístico foi de blocos aoacaso, com quatro repetições, sendo cadaurna formada por quinze aves.

Foram comparadas quatro dietas, rros-tradas no quadro 1:

1. Controle = sem farelo integral deraspa de mandioca:

2. Contendo 15% de farelo integralde raspa de mandioca;

3. Contendo 30% de farelo integralde raspa de mandioca;

4. Contendo 45% de farelo integralde raspa de mandioca.

A dieta controle foi urnaração prá-tica com 16,5% de proteína e vitaminas eminerais em níveis adequados, conforme re-comendações da NATIONAL RESEARCH COUNCIL(1977)•

A adição do farelo de raspa de man-dioca foi feita con a substituição ao mi-lho e suas quantidades assim caro de fubá,variaram para que as diferentes dietasexperimentais fossem isonitrogenadas. Aágua e ração foram fornecidas à vontade eo experimento teve duração de seis pe-ríodos de 28 dias cada.

Foram coletados os seguintes dadoscom a finalidade de canparar os tratmren-tos: produção diária de ovos; peso nédiodos ovos, detenninado pelo peso dos ovoscoletados nos últirros cinco dias; eficiên-cia de utilização de alimentos, medida pe-la quantidade de gramas de ração neces-sários para se produzir um grama de ovos;e rrortalidade diária.

Todos os dados, exceto os sobre rror-talidade , foram interpretados estatistica-mente pela análise de regressão (SNEDECOR,1956)• Os dados sobre rrortalidade foramanalisados pelo método do quiquadrado(SNEDECOR, 1956).

Quadro 1. Composição centesimal das dietas experimentais

Ingredientes A B C D

Fubá 67,65 48,85 32,14 14,39Farelo de soja 15,40 19,20 20,91 23,66Raspa de mandioca 15,00 30,00 45,00Farelo de alfafa 2,50 2,50 2,50 2,50Farinha de peixe 3,00 3,00 3,00 3,00Farinha de carne 3,00 3,00 3,00 3,00Farinha de ostra 5,00 5,00 5,00 5,00Farinha de osso 1,00 1,00 1,00 1,00Sal 0,25 0,25 0,25 0,25Óleo de soja 2,00 2,00 2,00 2,00Premix vitamínico 0,20 0,20 0,20 0,20Total 100,00 100,00 100,00 100,00Proteína (%) 16,50 16,50 16,50 16,50Aminoácidos sulfurosos 0,547 0,536 0,497 0,471

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o quadro 2 apresenta as nédias, porave, nos diferentes tratamentos, referen-tes a porcentagem de postura, peso do ovo,conversão alimentar e porcentagem de mor-talidade.

Porcentagem de postura

o aiarento do nível de mandioca de-terminou decréscimo linear na produção deovos (p < 0,05), segundo a equação Y =

68,6764-0, 17639X, onde Y = porcentagem deprodução de ovos e X = porcentagem de ras-pa de mandioca na ração.

Esta d1minuição parece estar ligadaà deficiência de aminoácidos sulfurosos. ONATIONAL RESFARCH CDUNCIL (1977) recorenda0,55% destes aminoácidos na ração e, con-fome pode ser observado no quadro 1, adieta controle (sem raspa de mandioca)preenchia esta exigência.

AS dietas contendo 15%, 30% e 45% deraspa de mandioca continham 97,4%, 90,4% e85,6% das exigências, respectivamente.

Segundo SILVA (1982), pequenas defi-ciências de aminoácidos sulfurosos não de-veriam diminui.r a produção de ovos, poisseriam compensadas por um consumo extra dealimento. Quando a deficiência é de maiormagnitude isto não acontece. Pesquisas re-centes (BRETTE & PICAFD, 1980) evidenciamque os requerimentos em aminoácidos sulfu-rosos recomendados pelo NATIONAL RESEARCHCDUNCIL (1977) estão aquém das exigênciasreais. Assim, no presente estudo o consumocompensatório relatado por SILVA (1982)não seria possível. Além do mais, a baixapalatabilidade encontrada por ENRIQUEZ &

ROSS (1967) dificultaria a ingestão exces-siva da ração.

Peso do ovo

Os diferentes níveis de inclusão daraspa de mandioca na ração não influencia-ram o peso do ovo.

Quadro 2. Porcentagens de postura, peso do ovo, conversão alimentar; médi aspor ave

TratamentosA B c D

Porcentagem de postura(galinha/dia)

Peso do ovO (Cj)Conversão alimentar

(g ração/g ovo)Porcentagem de mortalidade

68,6054,23

65,4954,64

64,7154,73

60,0354,29

2,963,33

3,086,67

3,206,67

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Conversão alimentar

A conversão alimentar piorou à medi-da em que aumentou o nível de raspa demandioca da ração (p ~ 0,05), segundo aequação Y = 2,87 + 0,0032X, onde Y = con-versão alimentar e X = porcentagem de ras-pa de m:mdioca na ração.

Esta piora parece ser devida à defi-ciência de aminoácidos sulfurosos, que de-

Com base nos resultados obtidos épossível concluir que:

1. A inclusão de 15%, 30% e 45% defarelo de mandioca determina piora linearna porcentagem dE(postura e na conversãoalimentar, não afetando o peso do ovo.

terminou diminuição na produção de ovos,conforme foi discutido anteriormente.

Porcentagem de mortalidade

A porcentagem de mortalidade obser-vada foi pequena, estando dentro dos ní-veis normaí.s, não tendo sido influenciadapelos trat3Qentos.

CONCLUSÕES

2. As pioras na produtividade deovos e conversão alimentar parecem ser de-vidas à deficiência de aminoácidos sulfu-rosos.

3. Mais pesquisas necessitam serrealizadas, principalmente sobre a suple-mentação de aminoácidos sulfurosos.

SUM MA R Y : The objective of this study W8S to evaluate cassava root meal as a feedstuff for layers hens. The levels of inclusion in the ration were 0%, 15%, 30% and 45%.The experiment lasted for six 28 davs periods. There was a linear decrease in egg produc-tion (P <; 0,05) related with in the increase of cassava in the ration. Feed conversionsuffered the same influence. Egg weight was not affect bv the levels of cassva in the feed.

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