El austriaco Hugo von Hofmannsthal y la tradición calderoniana · Hasta el mismo emperador...

El austríaco Hugo von Hofmannsthal y la tradición calderoniana

José Miguel Sáenz

(En el tercer centenario de la muerte de Calderón)

Al ce l ebrarse el t ercer c e n t e n a r i o d e la m u e r t e d e d o n P e d r o C a l d e r ó n d e la Barca ( m u r i ó el 2 5 d e m a y o d e 1681 ) , se c u m p l e n e n Austr ia tres s ig los d e tradic ión c a l d e r o n i a n a . S o n tres s ig los «largos» e n r igor , p u e s e n v ida ya del gen ia l d r a m a t u r g o se e s c e n i f i c a b a n e n V i e n a a l g u n a s d e sus obras , i nc l us o e n el or ig ina l cas te l lano . E n t r e 1667 y 1 6 7 3 , e s dec i r , m á s d e d iez a ñ o s a n t e s d e su m u e r t e , se e s t r e n a b a n e n la C o r t e v i e n e s a c o m e d i a s suyas c o m o Darlo todo y no dar nada y El secreto a voces '. En 1671 veía , a su vez , la p r i m e r a luz e n la i m p r e n t a imperia l d e la capital austr íaca su o b r a Fineza contra fineza, a d e l a n t á n d o s e así a la respect iva pub l i cac ión d e M a d r i d d e 1 6 7 2 , c o n s i d e r a d a e r r ó n e a m e n t e , hasta h a c e p o c o , c o m o « e d i c i ó n pr ínc ipe» 2 .

C a l d e r ó n t i e n e e n v ida la sat i s facc ión d e ver su o b r a e n t r o n i z a d a e n la C o r t e Imper ia l d e V i e n a . Has ta el m i s m o e m p e r a d o r L e o p o l d o I, h a c i é n d o s e e c o d e la p o p u l a r i d a d d e q u e e n su p r o p i a c i u d a d g o z a el p o e t a c o r t e s a n o d e Madr id , le e n c o m i e n d a la c o m p o s i c i ó n d e u n a p ieza teatral . C a l d e r ó n resp o n d e c o n Fineza contra fineza, c o m e d i a q u e e n 1671 se r e p r e s e n t a e n la « H o f b u r g » para ce l ebrar u n a fiesta h i spano-aus tr iaca : el c u m p l e a ñ o s d e la re ina d e España , d o ñ a M a r i a n a d e Austr ia 3 , a la s a z ó n ya v i u d a d e Fe l ipe IV y e n f u n c i o n e s d e r e g e n t e d e su hijo, el d e s d i c h a d o Car los II.

Para c u a n d o C a l d e r ó n m u e r e , es ya e v i d e n t e e n V i e n a el c o n o c i m i e n t o d e la obra d e C a l d e r ó n y su in terés p o r el la. N o es e s t o d e b i d o , sin e m b a r g o , a c o n t i n g e n c i a s fortuitas; t a m p o c o só lo a la ya d e p o r sí i m p e r i o s a fuerza del m e n s a j e o de l est i lo y g é n e r o s l i terarios d e C a l d e r ó n ; es a e s te r e s p e c t o u n h e c h o c u r i o s o q u e , p o r e j e m p l o , e n el país v e c i n o , A l e m a n i a , n o d e s p i e r t a la obra d e C a l d e r ó n a p e n a s e n t u s i a s m o hasta el r o m a n t i c i s m o de l s ig lo X I X . A V i e n a l lega la o b r a d e C a l d e r ó n i n m e d i a t a m e n t e y p o r vías c o n n a t u r a l e s , c o m o p o r s i s tema d e vasos c o m u n i c a n t e s . Y es q u e , n o t a n t o e n t r e el p u e b l o

' Véase Wolfgang von W U R Z B A C H , «Eine unbekannte Ausgabe und eine unbekannte Aufführung von Calderóns «El secreto a voces». En: Estudios eruditos in memoriam de Adolfo Bonilla y San Martín ( 1 8 7 5 - 1 9 2 6 ) , tomo 1.°, Madrid, 1 9 2 7 , págs . '181-207 .

2 Véase Martin ERANZBACH, Untersuchungen zum Theater Calderóns in der europäischen Literatur vor der Romantik, München, 1 9 7 4 , pág. 1 3 1 .

3 Véase Pribram-Landwehr von PRAGF.NAU , «Privatbriefe Kaiser Leopold I. an den Grafen F. E. Pötting 1 6 6 2 - 1 6 7 3 » , tomo 2 . ° , Viena, 1 9 0 3 - 1 9 0 4 , pág. 2 0 7 . En: Fontes Rerum Austriacarum, tomo 5 7 . Citado por: Martin ERANZBACH, op. cit., pág. 1 3 1 .

BOLETÍN AEPE Nº 25. José Miguel SÁENZ. El austriaco Hugo von Hofmannsthal y la tradición c...

l lano d e E s p a ñ a y Austr ia , c o m o e n t r e las C o r t e s d e M a d r i d y V i e n a , o sea , e n t r e los H a b s b u r g o s e s p a ñ o l e s y los austr íacos , ex i s t e u n a ef icaz r e d d e c o m u n i c a c i o n e s y u n a c o m u n i d a d d e in tere se s q u e v i e n e n e s t r e c h a n d o relac i o n e s d e s d e s iglos atrás.

E f e c t i v a m e n t e , d e s d e q u e , a p r i n c i p i o s d e l s ig lo XVI, u n i e r a Car los V e n su c o r o n a los Es tados p a t r i m o n i a l e s d e su p a d r e H a b s b u r g o y d e su m a d r e caste l lana, y c o n m á s m o t i v o d e s d e q u e su h e r m a n o F e r n a n d o , n a c i d o y f o r m a d o e n Alcalá d e H e n a r e s , pasara a la capital austr íaca para hacerse c a r g o aquí d e a q u e l l o q u e se d i o e n l lamar el Sacro I m p e r i o R o m a n o G e r m á nico , las d o s famil ias rea les se hab ían c o m p r o m e t i d o y a p r o v e c h a d o e n el p l a n t e a m i e n t o y real ización c o m u n e s d e i d é n t i c o s p r o g r a m a s e idea les 4 . C u e s t iones políticas, cul turales , rel igiosas , habían s ido a b o r d a d a s e n Madr id y V i e n a «vir ibus unit is». La a m e n a z a turca había r e u n i d o , ya e n los c o m i e n z o s d e tales v incu lac iones , a las fuerzas a r m a d a s d e a m b o s países . La causa d e la Contra r e f o r m a había m o v i l i z a d o l u e g o c a m p a ñ a s c o n j u n t a s e n o r d e n a e f e c t u a r la « r e f o r m a d o in capi te et in m e m b r i s » e x i g i d a p o r la Cr i s t iandad . U n o s y o tros H a b s b u r g o s se hab ían i n t e r c a m b i a d o p r í n c i p e s y pr incesas q u e c a s a r o n e n «bárbara c o n s a n g u i n i d a d » . A V i e n a hab ían v e n i d o « G r a n d e s d e España» c o n bri l lante s équ i to y cultural bagaje , c o n t r i b u y e n d o a q u e la l e n g u a caste l lana se i m p u s i e r a p r o n t o c o m o s e g u n d a l e n g u a oficial d e Palacio.

I g u a l m e n t e , e n la p r i m e r a é p o c a d e la historia c o n j u n t a , hasta el m i s m o e m p e r a d o r Carlos V, q u e había v e n i d o a E s p a ñ a sin saber todav ía cas te l lano , se hacía a c o m p a ñ a r e n sus viajes d e p o e t a s e s p a ñ o l e s , c o m o Garc i laso d e la V e g a , q u i e n ( 1 5 3 2 ) e n u n a isla de l D a n u b i o — a l q u e l lama «río d i v i n o » — s i ente p r o f u n d a m e n t e los e n c a n t o s d e la na tura leza , se inspira , y c o m p o n e u n o d e sus m á s d e s t a c a d o s p o e m a s 5 . Y o t r o p o e t a , el fraile Cristóbal d e Casti l lejo, l l e g a d o a Aus tr ia e n t r e los p r i m e r o s e s p a ñ o l e s q u e a c o m p a ñ a r a n a D o n F e r n a n d o , Rey d e R o m a n o s , se e n a m o r a d e V i e n a y d e d i c a a d o ñ a A n a d e S c h a u m b u r g sus « O b r a s d e A m o r e s » , e n las q u e , a la vez q u e d e s c r i b e las s e n s a c i o n e s y e s tra teg ias del a m o r , i n s i n ú a la vida l iviana y d e s p r e o c u p a d a d e los c o r t e s a n o s v i eneses . D e la V i e n a m i s m a n o s deja u n e l o g i o e n sus «Obras d e c o n v e r s a c i ó n y p a s a t i e m p o » 6 .

4 Para ilustración y guía bibliográfica de las relaciones dinásticas y culturales entre Habsburgos autriacos y españoles, véase: «Spanien und Österreich. Nachklang zum 400. Gedenkjahr des Todes Kaiser Karls V (1558). En: Religion, Wissenschaft, Kultur, 1960.

5 Se trata de la Canción Tercera que empieza por «Con un manso ruido. > Según algunos autores, la escribió Garcilaso en una isla del Danubio cercana a Viena; según otros, junto a Ratisbona. Véase: Garcilaso de la V E G A , Obras, Madrid, Espasa-Calpe/Clásicos Castellanos, 1958, págs. 181-84.

6 He aquí un extracto: «Respuesta del autor a un caballero que le preguntó qué era la causa de hallarse tan bien en Viena. No sé si por darme pena / Me demandáis, caballero, / Por qué yo, siendo extranjero, / Me huelgo tanto en Viena, / Y por morada la quiero. / Andemos a las verdades: / Yo confieso ser así / Por sus buenas calidades / Y grandes comodidades / Que todos hallan allí. / La ciudad llana y gentil, / Y capaz de mucha gente, / Iglesia muy excelente, / Cual puede ser entre mil, / Y en lugar muy competente. (...) / Tanta abundancia y frecuenia, / Que apenas cabe en la plaza, / Ya las veces me embaraza; / Salidas por excelencia, / Y toda suerte de caza. / Nunca falta compañía, / Que allí acude a la contina / De Bohemia y su valía, / Y de Selesia y Hungría, / E Italia, qu'está vecina. / (...) Hay docta universidad / Y devota clerecía, / Que dan honra a la ciudad / y gentes de autoridad / Que tratan mercaduría. / Yo tengo buena posada, / Y en lugar bien conveniente, / Proveída honestamente, / Do, ya que no siembre nada, / Hambre ninguna se siente, / Porque amigos comarcanos, / Sin que se sienta ni vea, / Con muy liberales manos / Como señores y hermanos / «Hacen qu'esto se provea. / (...) Con esta provisión buena, /


Ventajas y condiciones, / Ya veis, señor, si hay razones / Del preferir a Viena / a todas otras naciones./» Cristóbal de C A S T I L L E J O , Obras de conversación y pasatiempo. En: Obras, Tomo I I , Madrid, Espasa-Calpe/Clásicos Castellanos, 1957, pág. 279.

7 Sobre las influencias de Calderón en Grillparzer, véase la tesis doctoral de Waltraud BRANDSCHEID, Grillparzer und Calderón, Dusseldorf, 1963.

En Viena se encuentran ya establecidos españoles poetas, letrados, artistas, eclesiásticos y nobles, cuando se extiende y por fin llega a la capital austríaca la fama de Calderón. Su obra penetra aquí como en su elemento. Nada tan grato y apropiado al distinguido estilo y gusto depurado del cortesano vienes de finales del siglo X V I I como las excelencias del barroco Calderón. Sus comedias, sus dramas, sus autos sacramentales con todo su aparato escénico y su mucha música hallan apropiados escenarios y seguros espectadores en los palacios y templos vieneses de apoteósica decoración. El Siglo de Oro, período clásico de las Artes y las Letras españolas —su culminación con Calderón— lo vive Viena en todo su esplendor.

No se trata, sin embargo, de un lucimiento o éxito fugaz. La superficie artística de Calderón, sus formas literarias, quizá efímeras como el tiempo, se sostienen gracias a la robustez de la idea a que sirven. El mensaje de Calderón trasciende el ámbito puramente sensitivo e impresiona las mentes. Son muchos los austríacos que, durante tres siglos largos, han vibrado al toque de esa obra. Su lenguaje alegórico, principalmente, ha cautivado el genio creativo de artistas y les ha inspirado nuevas obras. Entre ellos destacan dos entusiastas de la dramática calderoniana, que se convierten en aprovechados intérpretes e imitadores suyos. Citemos, ante todo, a Franz Grillparzer (1791-1872), el más notable representante de la literatura austríaca y uno de los más sobresalientes dramaturgos del mundo de habla alemana. El estudio y traducción de obras de Calderón le lleva a incorporar en su propia producción ideas, imágenes y técnicas de aquél. Resulta obligado mencionar, por lo menos y aunque no sea más que de paso, dramas de Grillparzer tan importantes como Ahnfrau (título de difícil traducción), en que claramente se trasluce el drama religioso calderoniano La devolución de la cruz; o Der Traum ein Leben («El sueño es vida»), que traspone el material y la idea de La vida es sueño de Calderón. El legado del dramaturgo español lo funde Grillparzer para su época y le inspira una nueva vida. Logra de este modo piezas dramáticas de acabada perfección 1 .

Otro tanto se propone el principal austríaco calderoniano de nuestro siglo: Hugo von Hofmannsthal.

Hofmannsthal tiene ya de entrada un punto de contacto con su modelo español. Vive, como éste, una época semejante por concurrir en ambas decadencia y transición. Calderón presencia, por su parte, la degeneración de la Corte española y en ella, especialmente, la de la familia real de los Habsbur-gos madrileños. Hofmannsthal, a su vez, que nace en Viena y muere en 1929, contempla cómo Europa se descompone, acabando por romperse en mil pedazos. Desorientado al ver rotas relaciones históricas que él había imaginado inconmovibles, decepcionado de las diletantes soluciones de los políticos, busca un remedio sobrehumano, trascendente. Es entonces cuando intensifica el estudio de Calderón, en cuyo mensaje cree finalmente encontrar la fórmula. Hofmannsthal acomete la labor de actualizar la idea calderoniana. Y así surgen Das Kleine Welttheater («El pequeño teatro del mundo», 1897), Jeder-


8 Citamos por la siguiente edición: C A L D E R Ó N DE LA BARCA, Autosairamentales. I, Et gran teatro del mundo, Madrid, Espasa-Calpe/Clásicos Castellanos, 1972.

'Citamos por una de las primeras ediciones de la obra: Hugo von H O F M A N N S T H A L , Das Salzburger Grosse Welttheater, Leipzig, Insel-Verlag, sin año.

1 0 Leopold A N D R I A N , Das Grosse Salzburger Welttheater. En: Hofmannsthal im Urteil seiner Kritiker, Frankfurt, Gotthart Wunberg, 1972, pág. 302.

" Edgar HEREDER, Hugo von Hofmannsthal, Frankfurt, Fischer-Verlag, 1960, pág. 297.

mann ( 1 9 1 1 ) , Das Salzburger Grosse Welttheater (El g r a n t ea tro de l m u n d o d e S a l z b u r g o , 1922) y Der Turm (El t o r r e ó n , 1 9 2 5 ) .

T r e s obras d e C a l d e r ó n a p o r t a n p r i n c i p a l m e n t e ideas y mater ia l e s a las c i tadas e n H o f m a n n s t h a l : El a u t o s a c r a m e n t a l El gran teatro del mundo ( 1 6 3 3 ? ) , el d r a m a é t i co -re l ig ioso La vida es sueño ( 1 6 3 5 ) y la c o m e d i a d e c a p a y e s p a d a La dama duende ( 1 6 3 5 ) . D a d o q u e estas p i ezas r e p r e s e n t a n pr inc ipa le s c a t e g o rías de l arte d r a m á t i c o d e C a l d e r ó n , c a b e a f i rmar q u e e n la o b r a respect iva d e H o f m a n n s t h a l se e n c a r n a la t e m á t i c a de l p o e t a e s p a ñ o l .

A c o n t i n u a c i ó n se va a tratar d e p a r a n g o n a r e n t r e sí las d o s obras s i g u i e n tes: El gran teatro del mundo, d e C a l d e r ó n , y Das Salzburger grosse Welttheater, d e H o f m a n n s t h a l 9 . In teresa p r i m e r o c o n o c e r los d i s t in tos m u n d o s para los q u e e s c r i b e n n u e s t r o s d r a m a t u r g o s ; de l anál is is s i n ó p t i c o d e u n a y o tra obra se d e d u c e n los e l e m e n t o s q u e a s u m e el aus tr íaco de l e s p a ñ o l y, finalmente, se des taca lo p r o p i o d e H o f m a n n s t h a l , lo cual h a c e a su o b r a i n d e p e n d i e n t e .

T a n t o C a l d e r ó n c o m o H o f m a n n s t h a l s i g u e n e n sus re s pec t i v o s a r g u m e n tos la l ínea d e las « m o r a l i d a d e s » , q u e se caracter izan p o r su finalidad p e d a g ó g i c o - a l e g ó r i c a y p o r la per son i f i cac i ó n d e va lores abstractos . U n o y o t r o d i f i e ren , sin e m b a r g o , e n la caracter izac ión d e los p e r s o n a j e s pr inc ipa les ; se a c o m o d a n a sus respect ivas c ircunstanc ias .

C a l d e r ó n c o m p o n e El gran teatro del mundo para u n p ú b l i c o cu l to e n la t rad ic ión catól ica e in i c iado e n el s i s tema esco lás t ico; su retór ica p u e d e rem o n t a r v u e l o s d e t eo log ía . Así , L e o p o l d A n d r i a n , cr í t ico d e la o b r a d e Hofm a n n s t h a l , c o m e n t a a p r o p ó s i t o d e la é p o c a d e C a l d e r ó n : « D e s d e el pr inc ip io hasta el fin, C a l d e r ó n basa su c o m p o s i c i ó n e n u n a retór ica f lor ida y s o n o r a e n el m á s h e r m o s o s e n t i d o d e la e x p r e s i ó n , así c o m o e n u n a a p o l o g é t i c a m i n u ciosa y a g u d a . A m b o s i n g r e d i e n t e s t e n í a n q u e sat is facer total y c a b a l m e n t e a u n púb l i co d e e s p a ñ o l e s d e la é p o c a barroca , in i c iados e n el arte d e la l e n g u a y e n los c á n o n e s d e la re l i g ión , u n p ú b l i c o al q u e le i n t e r e s a b a n t o d o s los p o r m e n o r e s d e la fe p o r q u e los c o m p r e n d í a , u n p ú b l i c o al q u e le e n c a n t a b a toda i m a g e n bella, de l m i s m o m o d o q u e la s o n o r i d a d y m u s i c a l i d a d d e las r imas caste l lanas y d e l latín» 1 0 .

C a l d e r ó n es , e n su o r i e n t a c i ó n , t e o c é n t r i c o . B u s c a a D i o s e n el C o s m o s , e n las cr iaturas , e n las t e n d e n c i a s d e és tas , e n su l ibertad y e n su c o n t i n g e n c i a . S i g u e el s i s tema esco lás t ico y se recrea e n la c o n t e m p l a c i ó n inte lect iva y c o m u n i c a t i v a d e D i o s y sus cr iaturas . «El teatro d e C a l d e r ó n — a f i r m a el i n v e s t i g a d o r c a l d e r o n i a n o E d g a r H e r e d e r — v o c e a al in f in i to del c o s m o s crist i a n o y c lama, c o n d e s e m b a r a z a d o s e i m p e r i o s o s l i r i smos , l l a m a n d o a los h o m b r e s a e l evarse a a l turas d e s u p e r r e a l i d a d . El gran t ea tro es s imbó l i co a s c e n s o r q u e t ranspor ta el obrar h u m a n o al t a b l a d o e n q u e m o r a Dios , es r e p r e s e n t a c i ó n a legór ica , o r q u e s t a d a p o r c o r o s d e las alturas» " . H u g o v o n H o f m a n n s t h a l , a su vez, v ive u n a é p o c a m u y dis t inta y d i s tante . El p ú b l i c o al q u e se d i r i g e t i ene u n a í n d o l e y m e n t a l i d a d dis t intas del d e C a l d e r ó n . V i v e , sí,


1 2 Leopold A N D R I A N , op. cit., pág. 3 0 1 .

u n p e r í o d o d e trans ic ión y d e c a d e n c i a — t a m b i é n la s e g u n d a m i t a d d e l s ig lo c a l d e r o n i a n o e s d e c a d e n t e — ; p e r o e n t r e la m u e r t e de l p o e t a e s p a ñ o l y la é p o c a d e H o f m a n n s t h a l m e d i a n t r a s c e n d e n t a l e s a c o n t e c i m i e n t o s q u e transf o r m a b a n a los h o m b r e s . El a ñ o 1 9 2 2 , e n q u e se publ i ca p o r p r i m e r a vez Das Salzburger grosse Welttheater, cae e n el cr í t ico p e r í o d o d e e n t r e g u e r r a s . A g o t a d a y d e s m o r a l i z a d a E u r o p a d e s p u é s d e la p r i m e r a g u e r r a m u n d i a l , yace iner te , a b i s m a d a e n p e s i m i s m o y apoca l íp t i cas v i s iones . A H o f m a n n s t h a l le ha t o c a d o p a d e c e r los v i ru l en tos c a m b i o s d e f inales d e s ig lo , la ca ída d e la M o n a r q u í a d e ¡os H a b s b u r g o s y la g u e r r a . D e s c o n f í a d e la a u t o s u f i c i e n c i a de l h o m b r e y, a n t e s d e d e s e s p e r a r d e sí m i s m o y qu i tarse qu izá la v ida, r e c u r r e a la fe , se humi l la . Es c u a n d o c o b r a n para él m á s valor las obras d e C a l d e r ó n . Al sent irse él i n t e r i o r m e n t e l i b e r a d o , c r e e q u e los m i s m o s va lores t rad ic iona les d e la fe q u e a él le a l i en tan p o d r á n ser t a m b i é n v a l e d e r o s para a l g u n o s i n d i v i d u o s y s ec tore s d e la co l ec t iv idad , si b ien la g r a n m a s a d e la s o c i e d a d q u e le c i r c u n d a los c o n s i d e r a ya c a d u c a d o s . El cr í t ico a n t e r i o r m e n t e c i t a d o trata d e just i f icar la act i tud d e H o f m a n n s t h a l c u a n d o af irma: «El n u e v o a fán d e a s e g u r a r el c o n c e p t o d e la v ida y d e la ét ica está r e s e r v a d o p o r na tura leza a la d o c t r i n a d e la Igles ia . I lus trada ésta p o r la luz d i v i n a , así c o m o ve ló j u n t o a la c u n a d e nues t ra histórica é p o c a , velará t a m b i é n u n día j u n t o a su a taúd» l 2 . La c o i n c i d e n c i a d e la idea g e n e r a l d e H o f m a n n s t h a l r e s p e c t o a C a l d e r ó n n o es , p u e s , ni m u c h o m e n o s só lo c i rcunstanc ia l . La i n t e r p r e t a c i ó n c a l d e r o n i a n a d e la v ida c o m o e s p e c t á c u l o r e p r e s e n t a d o e n el t a b l a d o d e l m u n d o a n t e la p r e s e n c i a d e u n D i o s c r e a d o r , el cual vigila a d i s tanc ia el arbitrario actuar del h o m b r e , q u e f i n a l m e n t e n o q u e d a r á sin r e c o m p e n s a s e g ú n ca l idad d e las o b r a s — y n o s e g ú n c a t e g o r í a d e los p a p e l e s — , es p l e n a m e n t e c o n s c i e n t e y a m b i c i o n a d o e n H o f m a n n s t h a l . La a s u m e c o n toda just ic ia e n su Welttheater.

N o obs tante , a esa i d e a d e r e p r e s e n t a c i ó n — q u e H o f m a n n s t h a l p o r lo d e m á s actual iza y r e c r e a — a ñ a d e la n u e v a v i s ión d e la v ida social de l h o m b r e , el p r o b l e m a d e u n a s o c i e d a d d i n á m i c a e n p l e n o d e s a r r o l l o . C o n t r a s t a aquí esta i m a g e n d e m o v i m i e n t o c o n la r ig idez d e la o r d e n a c i ó n e s t a m e n t a l de l s ig lo d e C a l d e r ó n . El p ú b l i c o d e H o f m a n n s t h a l n o está ya, p o r o tra parte , e n c o n d i c i o n e s d e e n t e n d e r , y m e n o s d e aceptar , d o g m a s d e fe c o n la natural idad y as imi lac ión d e los e s p a ñ o l e s de l XVII; lejos d e e s t imar , c o m o a q u é l l o s , la doc tr ina escolást ica, m á s b i e n la a b o r r e c e . H o f m a n n s t h a l p lantea , p u e s , esta c u e s t i ó n d e m o d o m á s s u m a r i o y se d e t i e n e e n la p r o b l e m á t i c a social . Lo q u e e n C a l d e r ó n se r e s u m e e n p o e m a d e t e o l o g í a estát ica, e v o l u c i o n a e n Hofm a n n s t h a l p o r vía conf l ic t iva hasta c o n v e r t i r s e e n d r a m a psicosocia l . El Salzburger grosses Welttheater n o es , e n c o n s e c u e n c i a , u n a u t o s a c r a m e n t a l al est i lo c a l d e r o n i a n o . Es, d e s d e l u e g o , r e p r e s e n t a c i ó n e s c é n i c a d e la v ida h u m a n a , p e r o c o n d u c i d a a la t raged ia , a e sa t r a g i c o m e d i a e n q u e ríe u n a m i n o r í a c ínica y sufre la i n m e n s a m a y o r í a d e la H u m a n i d a d a b s u r d a m e n t e c o n v e r t i d a e n masa . El ind iv idual m i s t e r i o de l G ó l g o t a a lcanza d i m e n s i o n e s co lect ivas y ac tua l idad . El e s c á n d a l o d e u n m u n d o injusto , e n el q u e n o s r a s g a m o s las ves t iduras p o r el h e c h o y la s i n r a z ó n d e n o h a b e r l o r e m e d i a d o , lo acerca y abre H o f m a n n s t h a l al á m b i t o d e la fe. «La p i eza d e C a l d e r ó n — s e cita o tra vez a H e r e d e r — está t o d a el la abrazada p o r la c o n s o l a c i ó n y la cer teza d e la


fe. H o f m a n n s t h a l l leva el d u r o d r a m a al l ímite e n q u e se h a c e i m p o s i b l e el m u n d o y la vida. El mis ter io c o m i e n z a a e j ercer aquí su p o d e r r e d e n t o r » ' 3 .

El gran teatro del mundo, d e C a l d e r ó n e s , e n r e s u m i d a s c u e n t a s , u n f e n ó m e n o de l t i e m p o , p e r o n o se sujeta al t i e m p o . El Grosse Welttheater, d e Hofm a n n s t h a l sujeta la e s e n c i a esp ir i tua l d e la é p o c a y o b r a d e C a l d e r ó n , p e r o la c o m p l e t a c o n el conf l i c to h u m a n o q u e e s t i gmat i za a su s ig lo .

Es, p o r otra parte , c u e s t i ó n m á s d e c u r i o s i d a d q u e d e t r a s c e n d e n c i a el ca lcular la m e d i d a e n q u e H o f m a n n s t h a l se a p r o p i a e l e m e n t o s mater ia l e s d e C a l d e r ó n .

Al re fer irse H o f m a n n s t h a l a la d e p e n d e n c i a d e su Grosse Welttheater f r e n t e al a u t o sacramenta l m o d e l o , e n u n a s b r e v e s l íneas c o n q u e i n t r o d u c e él m i s m o la e d i c i ó n d e su obra , a f i r m a lo s i g u i e n t e : « T o d o el m u n d o sabe q u e C a l d e r ó n escr ib ió u n d r a m a t i tu lado El gran teatro del mundo. Mi Grosse Welttheater t o m a d e aqué l la m e t á f o r a f u n d a m e n t a l : la idea d e q u e el m u n d o c o n s t r u y e u n tab lado , e n el q u e los h o m b r e s d e s e m p e ñ a n los p a p e l e s q u e les h a a s i g n a d o Dios; t o m a a d e m á s el t í tu lo d e la o b r a y los n o m b r e s d e los p e r s o n a j e s q u e r e p r e s e n t a n a la h u m a n i d a d . P e r o fuera d e e s o , nada» 1 4 . El m o t i v o d e tal a d v e r t e n c i a p o r parte d e l a u t o r quizá se d e b a a c ierta suscept ib i l idad suya r e s p e c t o a invent iva y or ig ina l idad . D e t o d o s m o d o s , la c o n c l u s i ó n « fuera d e eso , nada» c h o c a al q u e l e e a m b a s o b r a s c o n cr i ter io anal ista . Parece q u e H o f m a n n s t h a l pasa p o r a l to e n su a d v e r t e n c i a bas tantes m á s e l e m e n t o s d e C a l d e r ó n q u e se o b s e r v a n e n su obra. A l g u n o s d e e l los , lejos d e ser insignif i cantes , c o n s t i t u y e n autént i cas c laves . C o m o , p o r e j e m p l o , la c o n c u r r e n c i a d e div idir el e s c e n a r i o e n d o s e s feras , la u n a , r e p r e s e n t a t i v a de l C ie lo , y la otra , d e la T i e r r a . D e tal p l a n t e a m i e n t o se d e d u c e la a c e p t a c i ó n d e l á m b i t o sobre natural a d e m á s de l t e m p o r a l , así c o m o t a m b i é n la s u p e r i o r i d a d d e aqué l y el i m p e r i o q u e e jerce s o b r e el t e m p o r a l , es dec ir , sobre el h o m b r e , a pesar d e su libre a lbedr ío . Es, i g u a l m e n t e a través d e la a l egor ía d e la d o b l e e s f era c a l d e r o n i a n a — q u e s i lencia H o f m a n n s t h a l e n su i n t r o d u c c i ó n — c ó m o és te a tr ibuye a la c u e s t i ó n d e la l ibertad h u m a n a u n s e n t i d o e s c a t o l ó g i c o p o r e n c i m a del d i n a m i s m o social.

Si a e s te e l e m e n t o d e las e s f e r a s se a ñ a d e n bas tante s m á s q u e , virtual-m e n t e p o r lo m e n o s , ha t o m a d o H o f m a n n s t h a l d e C a l d e r ó n , se incl ina u n o a a f i rmar q u e el escr i tor aus tr íaco se q u e d a c o r t o e n el cá l cu lo d e su d e p e n d e n cia r e s p e c t o a su Grosse Welttheater. A t í tulo d e i lus trac ión se c i tan aquí c ier tos pasajes q u e r e g i s t r a m o s t a n t o e n u n a o b r a c o m o e n la o tra y a los q u e n o a l u d e H o f m a n n s t h a l e n la s u s o d i c h a a d v e r t e n c i a .

En El gran teatro del mundo, C a l d e r ó n f o r m u l a u n a c o n s i g n a , u n l e m a q u e atraviesa y d o m i n a la obra. Lo e x p r e s a e n c u a n t o q u e le h a c e dec i r a la « H e r m o s u r a » lo s i g u i e n t e : « D e c i d n o s , S e ñ o r , V o s , / ¿ c ó m o e n l e n g u a d e la fama/es ta c o m e d i a se l lama?». A lo q u e el a u t o r r e s p o n d e : « O b r a r b i e n , / q u e Dios es Dios» 1 5 .

H o f m a n n s t h a l t o m a la idea , a u n q u e la p r e s e n t a n a t u r a l m e n t e e n a c o m o d a c i ó n . El «Vorwitz» — p e r s o n a j e s e m e j a n t e al «Gracioso» d e las c o m e d i a s c a l d e r o n i a n a s — se queja d i c i e n d o : « T o d a v í a n o n o s h a n d i c h o el n o m b r e d e

1 3 Edgar HEDERER, op. cit., pág. 297. 1 4 Hugo von HOFMANNSTHAL, op. cit., pág. 5. Todas las traducciones del alemán al español son

obra del autor de este artículo. 1 5 CALDERÓN, op. cit., págs. 8 4 y 8 5 , vers. 4 3 5 - 3 8 .


la o b r a q u e v a m o s a r e p r e s e n t a r . ¡Ni q u e f u é r a m o s u n o s i n e x p e r t o s o b l i g a d o s a improvisar!» El « Á n g e l » repl ica e n t o n c e s : « O s a n u n c i o él n o m b r e de l d r a m a : O b r a d el b i e n , q u e D i o s e s tá p o r e n c i m a d e vosotros» 1 6 .

S e m e j a n t e p a r a l e l i s m o se a c u s a e n los pasajes q u e d e s c r i b e n la act i tud d e r e c h a z o y r e b e l i ó n de l «Pobre» f rente a su d e s t i n o . S e d i ce e n El gran teatro... d e C a l d e r ó n : «¿Por q u é t e n g o d e h a c e r y o / e l p o b r e e n esta c o m e d i a ? / ¿ P a r a mí ha d e ser la t r a g e d i a / y para o t r o s no?» 1 7 . En H o f m a n n s t h a l es el «Alma» q u i e n le apos t ro fa al m u n d o : «Ahí t i enes , c o g e e s e pape l ( d e p o b r e ) q u e m e h a n e n c o m e n d a d o . Q u e l o r e p r e s e n t e o t ro . N o , y o no» .

O t r o tanto cabe d e c i r acerca d e l l a m e n t o de l m i s m o «pobre» a n te su suer te : así, e n C a l d e r ó n : «Es mi pape l la a f l i c c ión , / e s la a n g u s t i a , es la miser ia , / la d e s d i c h a , la p a s i ó n , / e l d o l o r , la c o m p a s i ó n , / e l susp irar , el g e m i r , / e l p a d e c e r , el s ent ir , / e l i m p o r t u n a r y r o g a r , / e l n u n c a t e n e r q u é d a r , / e l s i e m p r e h a b e r d e pedir» 1 9 . Y e n H o f m a n n s t h a l : «Esto n o e s v ida. T o r m e n t o y u r g e n c i a . Urg e n c i a y t o r m e n t o . T o r m e n t o y miser ia . B u r l a y d e s p r e c i o . ¡ Q u é horr ib le el a b a n d o n o , q u é i n f i e r n o ! ¿ D e q u é m e sirve gri tar e n el de s i er to? V i v o bajo u n p u e n t e y h e d e c o m e r d e lo q u e ni los r a t o n e s q u i e r e n » 2 0 .

Se r e c o n o c e n , a su vez, e n a m b a s o b r a s las d i f e r e n c i a s e n t r e la suer te v e n t u r o s a y la a d v e r s a q u e v iven u n o s y o t r o s h o m b r e s . C a l d e r ó n : «Ya sé , q u e si para ser /e l h o m b r e e l e c c i ó n t u v i e r a / n i n g u n o el p a p e l q u i s i e r a / d e l sent ir y p a d e c e r ; / t o d o s qu i s i eran h a c e r / e l d e m a n d a r y regir» . H o f m a n n s t h a l : «Eso lo sabe cua lquiera . . . : m a n d a r a d ies tra y s iniestra , d a r ó r d e n e s , vivir b ien y c o n i m p e r i o , l levar la voz c a n t a n t e , h a c e r sent ir a o t r o s el p r o p i o p o d e r . . . ¡eso sí q u e es pape l ! Pero a g u a n t a r g o l p e s , s o p o r t a r insu l tos , h u m i l l a r s e , cal lar c u a n d o los d e m á s hab lan . . . ¡eso n o es plan!» 2 2 .

F i n a l m e n t e , e n u n a y o tra o b r a e n c o n t r a m o s i g u a l m e n t e f o r m u l a d o el « M a n d a m i e n t o N u e v o » . C a l d e r ó n h a c e q u e se p r e s e n t e la «Ley d e Gracia», q u e d i ce c o n el pape l e n la m a n o : «Yo , q u e Ley d e Gracia soy , / la fiesta i n t r o d u z g o h o y ; / p a r a e n m e n d a r al q u e y e r r a / e n e s te p a p e l se e n c i e r r a / l a g r a n c o m e d i a q u e V o s / c o m p u s i s t e i s só lo e n d o s / v e r s o s q u e d i c e n a s í : / A m a al o t r o c o m o a t i , /y obrar b ien q u e D i o s es Dios» 2 3 . H o f m a n n s t h a l hace q u e se a d e l a n t e el « Á n g e l » , q u e d i ce : «En es te l ibro q u e t e n g o e n mis m a n o s , y q u e t o d o s c o n o c é i s , está la s e n t e n c i a q u e r e s u m e el s e n t i d o y e s e n c i a d e v u e s t r o d r a m a : A m a r á s a tu p r ó j i m o c o m o a ti m i s m o , y p o r e n c i m a d e t o d o a Dios . H e aquí el c o n t e n i d o del d r a m a , el m i s m o q u e e n u n c i a el t í tulo: O b r a d el b i e n , q u e D i o s está p o r e n c i m a d e vosotros» 2 4 .

Las citas d e los e l e m e n t o s c a l d e r o n i a n o s reg i s trables e n H o f m a n n s t h a l p o d r í a n p r o l o n g a r s e . S e o m i t e la t ranscr ipc ión d e los t ex tos para n o e x c e d e r los l ímites q u e i m p o n e esta e x p o s i c i ó n . C o n s t a s i m p l e m e n t e q u e H o f f m a n n -sthal t o m a d e C a l d e r ó n t a m b i é n los s i g u i e n t e s e l e m e n t o s : la p r e e x i s t e n c i a d e las a lmas 2 5 , la e x p l i c a c i ó n d e l l ibre a l b e d r í o 2 6 , la g u e r r a e n t r e los c u a t r o e l e m e n -

1 6 H O F M A N N S T H A L , op. cit., págs. 1 7 y 1 8 . 1 7 C A L D E R Ó N , op. cit., pág. 8 3 , vers. 3 8 9 - 9 2 . 1 8 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 2 1 . 1 9 C A L D E R Ó N , op. cit., pág. 8 9 , vers. 5 7 9 - 8 7 .

2 0 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 2 3 . 2 1 C A L D E R Ó N , op. cit., pág. 8 1 , vers. 3 1 9 - 2 4 . 2 2 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 1 6 . 2 3 C A L D E R Ó N , op. cit., pág. 9 2 , vers. 6 5 9 - 6 7 . 2 4 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 1 8 . 2 5 C A L D E R Ó N , op. cit., págs. 7 9 y 8 0 , vers. 2 7 9 - 8 8 . " C A L D E R Ó N , op. cit., pág. 1 0 1 , vers. 9 2 9 - 3 7 .


A E P E . A Ñ O X I V , N . ° 2 5

tos 2 1 , la acusac ión del «Pobre» d ir ig ida a la «Discrec ión» 2 S ; la t e n t a c i ó n d e q u e es obje to la «Discrec ión» p o r parte d e la « H e r m o s u r a » 2 9 , y el o r n a m e n t o a l e g ó r i c o d e los personaje s , p o r e j e m p l o , el h e c h o d e q u e t a n t o el «Autor» d e C a l d e r ó n c o m o el «Meister» d e H o f m a n n s t h a l sa lgan r e v e s t i d o s d e u n m a n t o d e estrel las 3 0 .

S o n , e n c o n s e c u e n c i a , m á s n u m e r o s a s d e lo q u e H o f m a n n s t h a l p r e s u p o n e las a p o r t a c i o n e s d e C a l d e r ó n al Salzburger Grosse Welttheater. El a p r o v e c h a m i e n t o n o d e s m e r e c e e n sí. Lo just i f ica ya el va lor i n t r í n s e c o d e los e l e m e n t o s .

La o b r a d e H o f m a n n s t h a l reviste , e n m e d i o d e t o d o , i n d u d a b l e or ig inal i d a d . T r e s rasgos pr inc ipa les la caracter izan: / ) los n u e v o s personaje s ; 2) el est i lo persona l q u e abarca d i v e r s o s reg i s tros l ingüís t icos , y 3) el a r g u m e n t o central d e l d r a m a , q u e c o n s t i t u y e u n a u t é n t i c o « d r a m a social».

H o f m a n n s t h a l d a v ida e n su o b r a a d o s p e r s o n a j e s q u e n o a p a r e c e n e n la d e C a l d e r ó n : el «Vorwitz» y el « W i d e r s a c h e r » .

El «Vorwitz» —al q u e se ha c i tado a n t e r i o r m e n t e y q u e r e p r e s e n t a u n pape l p a r e c i d o al c lás ico « G r a c i o s o » — m e z c l a e n sus o b s e r v a c i o n e s no tas d e h u m o r y f o r m a s d ia lec ta les ; reve la e n su c o n j u n t o u n a c o n c e p c i ó n i n g e n u a d e la vida, p e r o n o c a r e n t e d e sabiduría; t i e n d e a r e p r e s e n t a r el pape l d e p u e b l o l lano. Es característ ica del «Vorwitz» c ierta i m p e r t i n e n c i a e n el hablar y la c u r i o s i d a d q u e se a tr ibuye a las v e c i n d a d e s rurales . S u s s e n t e n c i a s c a e n , a veces , c o n a p l o m o , e x p r e s a n v e r d a d e s e t e r n a s y t i e n d e n a c o n f i r m a r el a x i o m a «vox popul i , v o x Dei». Sus salidas, graciosas e n u n a s ocas iones , contrastantes e n otras , c o n t r i b u y e n a i n t r o d u c i r u n r e s p i r o e n m e d i o d e la t e n s i ó n . C u a n d o el « C r e a d o r » , p o r e j e m p l o , a n t e el a p u r o d e los e x p e c t a n t e s r ec i én l l a m a d o s a la ex i s tenc ia , d a la o r d e n d e p r e p a r a r u n e s p e c t á c u l o m o n u m e n t a l y d ice: « V o y a r e c r e a r m e e n la r e p r e s e n t a c i ó n d e u n a obra e scog ida . . . » , d e s p u é s d e in terpe lar el « M u n d o » d i c i e n d o «¿De q u é mis ter io habla el «Maes tro»?, i n t e r v i e n e el «Vorwi tz» , q u e e x c l a m a « ¡ B u e n o s e s t a m o s ! D e la t ierra sucia q u i e r e sacar o r o . Eso e s cosa d e a lquimia» 3 I . El «Gracioso» lo e m p l e a H o f m a n n s t h a l t a m b i é n para e x p r e s a r q u e « r i d e n t e d i c e r e v e r u m » .

O t r o d e los p e r s o n a j e s p r o p i o s d e H o f m a n n s t h a l e n su Grosse Welttheater e s el « W i d e r s a c h e r » , n o m b r e t raduc ib le p o r «Espír i tu d e la Di scord ia» . Es u n ref lejo de l t e n t a d o r d e l « E v a n g e l i o » , d i s f r a z a d o aquí d e « D o k t o r d e r Log ik» . El «Meister» le p e r m i t e tentar al h o m b r e . « I n s p i r a d o r de l mal d e s d e el incid e n t e d e la m a n z a n a d e Eva — l e d i ce D i o s — , p u e d e s s u g e r i r al h o m b r e lo q u e tjuieras. A n i n g u n o le h e t a p o n a d o los o í d o s . Para q u e el h o m b r e d e c i d a a su arbitr io , le i n f u n d í e n la c r e a c i ó n a l g o d e la l ibertad s u p r e m a » 3 2 . El «Widersacher» d e s e m p e ñ a t a m b i é n el p a p e l d e a b o g a d o d e f e n s o r e n los litig ios d e los h o m b r e s l i m i t a d o s e n su l ibertad. En u n a o c a s i ó n d ice : «Re iv ind ico para esta cr iatura la natural i g u a l d a d d e l d e s t i n o » 3 3 . Y e n o t r o lugar: «La natura leza d a a t o d o s los m i s m o s d e r e c h o s . La n a t u r a l e z a n o ha c r e a d o ni r icos l a d r o n e s ni p o b r e s v a g a b u n d o s » 3 4 . El « W i d e r s a c h e r » a c o m p a ñ a cont i -

2 7 CALDERÓN, op. cit., pág. 6 9 , vers. 9 - 2 0 . 2 8 CALDERÓN, op. cit., pág. 9 8 , vers. 8 4 5 - 4 8 ; H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 4 5 . 2 9 CALDERÓN, op. cit., págs. 9 3 y 9 4 , vers. 6 7 5 - 7 8 , 6 8 3 - 8 9 y 7 1 9 - 2 4 ; H O F M A N N S T H A L , op. cit.,

págs. 3 3 y 3 4 . 3 0 CALDERÓN, op. cit., pág. 6 9 ; H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 9. 3 1 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 10. 3 2 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 14 . 3 3 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 2 5 . 3 4 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 4 7 .


3 5 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 54. 3 6 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 56. 3 7 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 65. 3 8 H O F M A N N S T H A L , op. cit., pág. 30.

n u a m e n t e al «Pobre» del Grosse Welttheater y, d a d o el caso , le pres ta sus servic ios d e a b o g a d o c o n t r a el p o d e r o s o . De l «Rico» le d i ce : «El trabajo d e e s e a s t u t o rey d e ratas e s e m b r o l l a r ment iras» 3 5 . Y tras intr igar y atizar la ira de l «Pobre» c o n t r a el «Rico», le incita a e m p l e a r finalmente la v io lenc ia: « A t r o n a al m u n d o c o n tus gr i tos — e x c l a m a — . ¡ V e n g a u n m a n i f i e s t o , v e n g a el m o n s t r u o d e u n ú n i c o d i c t a d o ! ¡ Q u e n o s t r a g u e al fin la t ierra a todos!» 3 6 . Y c u a n d o t i e n e ya al «Pobre» h e c h o u n a furia , q u e d a m e n t e le s u s u r r a al o í d o : « A n d a , ,hijo m í o : lo q u e h a s d e hacer . . . , h a z l o p r o n t o » 3 7 .

Los d e m á s p e r s o n a j e s d e H o f m a n n s t h a l los e n c o n t r a m o s e n C a l d e r ó n . Los d e u n a y otra o b r a se d i f e r e n c i a n e n t r e sí n o e s e n c i a l m e n t e , s ino e n c u a n t o se lo e x i g e el d i s t in to a m b i e n t e . El «Labrador» d e H o f m a n n s t h a l , p o r e j e m p l o , es u n e s t e r e o t i p o del c a m p e s i n o aus tr íaco c o n su t e m p l e r u d o y su l e n g u a j e dialectal .

P r e c i s a m e n t e e n e s t e c a m p o de l l e n g u a j e t i e n e H o f m a n n s t h a l o r i g i n a l i d a d q u e n o cabe e n C a l d e r ó n . El d i a l e c t o es u n o d e los d o m i n i o s d e l e scr i tor austr iaco; su reg i s t ro a l canza a las c lases soc ia les q u e n o h a b l a n n u n c a el a l e m á n cu l to y q u e r e p r e s e n t a n e n Aus tr ia u n a g r a n m a y o r í a d e la p o b l a c i ó n . La e x p r e s i ó n d e H o f m a n n s t h a l e s , p u e s , m á s var iada y mat i zada , m á s plást ica y ágil q u e la de l d r a m a t u r g o e s p a ñ o l . D e es te m o d o , m i e n t r a s el «Labrador» mascu l la su m o n t a r a z d ia l ec to , h a c e n gala el «Rico» y el «Rey» d e su c u l t i s m o ; el «Gracioso» e m p l e a c o n ag i l idad el l e n g u a j e d e la cal le; el « Á n g e l » , el l e n g u a j e bíbl ico, y el «Maestro» r e c o g e las frases l e g e n d a r i a s y el es t i lo patriarcal q u e los austr íacos a t r ibuyen c o n r e s p e t o y c a r i ñ o a su e m p e r a d o r Francisco J o s é . H o f m a n n s t h a l l o g r a así u n e f e c t i s m o l ingü í s t i co d e p r o p i o p a t r ó n . D e n t r o d e las m i s m a s f o r m a s de l i d i o m a c u l t o y d e la l e n g u a l i teraria, Hofm a n n s t h a l apor ta o tra n o v e d a d , a l t erna d e f o r m a c u r i o s a la p r o s a c o n el verso , lo cual t i e n e su f u n c i ó n : la p r o s a d e s c r i b e los a c o n t e c i m i e n t o s q u e se desarro l lan e n la e s f e r a d e l C i e l o , los d i á l o g o s e n t r e sus m o r a d o r e s : el «Maes tro», los á n g e l e s y las a lmas , m i e n t r a s q u e , p o r el c o n t r a r i o , el v e r s o y la r ima i n t e r v i e n e n c u a n d o hab lan r e p r e s e n t a n t e s d e la T i e r r a o se n a r r a n acontec i m i e n t o s q u e t i e n e n lugar e n es ta e s fera . H o f m a n n s t h a l n o reve la la r a z ó n de l h e c h o . Se p u e d e s u p o n e r , sin e m b a r g o , q u e la prosa , e n c u a n t o f o r m a d e e x p r e s i ó n l lana y natural , la c o n s i d e r a m e n o s p r o p i a d e e s te m u n d o , c u y o l e n g u a j e n o es e x p r e s i ó n d i r e c t a de l s e n t i m i e n t o , s i n o m á s b ien p r o d u c t o d e u n artif icio e l a b o r a d o e n el c e r e b r o , e s dec i r , d o b l e z , r i m a d e i n t e r e s e s .

D o n d e H o f m a n n s t h a l se sale d e f i n i t i v a m e n t e de l e s q u e m a c a l d e r o n i a n o e s e n el a r q u e t i p o de l «Pobre» . N o se trata aquí de l h u m i l d e y r e s i g n a d o «Pobre» d e C a l d e r ó n . H o f m a n n s t h a l p r e s e n t a p r o p i a m e n t e a u n «Mendigo» («Bettler») q u e se rebe la contra e l d e s t i n o y se c o n v i e r t e e n a l t ivo r e s q u e b r a j a d o r d e las capas g e o l ó g i c a s q u e le o p r i m e n . La acc ión d e l « M e n d i g o » d e H o f m a n n s t h a l o c u p a el c e n t r o del « d r a m a social» d e la obra .

El « M e n d i g o » a p a r e c e e n e s c e n a a las pa labras de l « Á n g e l » , q u e d ice: « D e s p e r t a d , h u m a n o s , al d r a m a d e la vida. . .» 3 8 . Se d e s e n v u e l v e e n el p l a n o in fer ior de l e s c e n a r i o , d i v i d i d o é s te h o r i z o n t a l m e n t e e n d o s . La d e c o r a c i ó n e n t o r n o al « M e n d i g o » cons i s t e e n u n e n o r m e p e ñ a s c o y e n u n árbol , q u e d e b e s imbol izar la «c iencia de l b i e n y de l mal» .


La suer te q u e le ha t o c a d o vivir a e s te h o m b r e es fatal. D e s d e h a c e n u e v e a ñ o s , s e g ú n n o s c u e n t a él m i s m o , n o se ha a c o s t a d o e n l e c h o l i m p i o . T u v o u n a casa p r o p i a , famil ia , m u j e r e hijos. U n d ía , m i e n t r a s él trabajaba e n las labores d e l c a m p o , u n o s e x t r a ñ o s — « p e r r o s e x t r a ñ o s » , les l l a m a — s a q u e a r o n su casa y la i n c e n d i a r o n . E n t r e Tas l lamas p e r e c i e r o n su m u j e r y s u g a n a d o . I o s hijos e s c a p a r o n a las l lamas r e f u g i á n d o s e e n el b o s q u e . P e r o m á s tarde s u c u m b i e r o n al h a m b r e . S o l o e n el m u n d o , sin b i e n e s y d e s a m p a r a d o d e t o d o s , r e c u r r i ó a la l i m o s n a . P e r e g r i n ó p o r el m u n d o , d e p u e b l o e n p u e b l o , d e casa e n casa. Al fin n o p u d o más . D e s e s p e r a d o y e n l o q u e c i d o d e rabia, se d i o e n c o m e t e r d e s a f u e r o s . Es e n t o n c e s c u a n d o e m p i e z a a a r r e m e t e r contra t o d o s sus c i rcuns tantes . A las p u e r t a s d e u n c o n v e n t o , c o n m i n a a u n a m o n j a d i c i é n d o l a : «¿A q u é e s a s g o r d u r a s d e i n f a m e s m u r o s ? ¿A q u é esas rejas d e forja e n c a d a agujero?» 3 9 . AI «Rico» le a m e n a z a c o n rabia, le l l ama «filisteo» y le grita: « N u e s t r a e s la hiél , vues tra la mie l . ¿ P r e t e n d e s acaso u n t a r m e los labios c o n mie l? ¿ Q u é q u i e r e s si no? T e n c u i d a d o . Mira q u e y o n o t e n g o n a d a q u e p e r d e r » 4 0 . Es clara e n es ta frase la a lus ión al M a n i f i e s t o Social ista. L u e g o se c o m p a r a a sí m i s m o c o n S a n s ó n . P r o m e t e un ir t o d a s sus fuerzas c o n las d e los lacayos y des tru ir , si e s n e c e s a r i o , el m u n d o y arrasar lo c o n el f u e g o . ¡Este m u n d o t i ene q u e cambiar ! — e x c l a m a — . ¡ T i e n e q u e s u r g i r o t r o n u e v o ! ¡Y si f u e r a n e c e s a r i o q u e p e r e c i e r a e n u n m a r d e l lamas , e n u n d i luv io d e s a n g r e , é sa sería la s a n g r e , é s e el f u e g o q u e q u e r e m o s ! » 4 1 .

El « M e n d i g o » s i g u e a r r e b a t a d o , g r i t a n d o y b l a s f e m a n d o e n u n de l i r io d e ira, c u a n d o el « W i d e r s a c h e r » v i e n e a c o m p l e t a r la e s c e n a y le d ice : «¡Grita, p u e s , c o m o el t r u e n o ! ¡ V e n g a el mani f i e s to !» 4 2 .

La t r a m a e x p e r i m e n t a a c o n t i n u a c i ó n u n g i r o i n e s p e r a d o . D e r e p e n t e , los ojos de l « M e n d i g o » , d e s e n c a j a d o s p o r la ira, se c lavan i n e x p r e s i v o s e n el in f in i to . R í g i d o el c u e r p o , su fre u n e s p a s m o . El « W i d e r s a c h e r » q u e d a a t ó n i t o a su lado . La m u d a t e n s i ó n d u r a u n o s ins tantes . Has ta q u e el « M e n d i g o » v u e l v e p o c o a p o c o e n sí, r e c o b r a el u s o d e los s e n t i d o s y finalmente r o m p e a hablar. P r e g u n t a e n t o n c e s : « ¿ D ó n d e es tá el árbol?» « ¿ Q u é árbol?», le repl ica el « Á n g e l » . « ¿ D ó n d e está la luz?» « ¿ Q u é luz?» 4 3 . D e su d i á l o g o c o n el « Á n g e l » se d e d u c e q u e ha t e n i d o u n a vis ión míst ica c o m o aque l la q u e e x p e r i m e n t a r a San Pablo y le conv ir t i era d e p e r s e g u i d o r d e cr i s t ianos e n a p ó s t o l d e gent i l e s . El « Á n g e l » le p r e g u n t a : « ¿ N o te c e g ó la luz q u e o f u s c a r o n los o jos d e Saulo? ¿Oíste la voz de l Cielo?» 4 4 . El « M e n d i g o » r e c o n o c e e n t o n c e s h a b e r o í d o la voz d e sus p r o g e n i t o r e s y d e h a b e r l e i n s p i r a d o la h u i d a de l m u n d o , el ret iro , la s o l e d a d , la vida c o n t e m p l a t i v a .

El i n c e n d i a r i o q u e d a así c o n v e r t i d o e n m a n s o c o r d e r o . Por o b r a y gracia d e la v is ión. R e b o s a n t e ya d e paz y s o s i e g o , t o m a e n s e g u i d a el h a c h a , se la e c h a al h o m b r o , d a las e s p a l d a s al m u n d o y d e s a p a r e c e e n el b o s q u e d e la lejanía. T e r m i n a c o n e s t o el « d r a m a social» y c o n él c o m i e n z a el d r a m a d e H o f m a n n s t h a l : las críticas.

Al e s t r e n o d e la o b r a e n el t ea tro , q u e a c o m p a ñ ó a la e d i c i ó n t ipográf ica d e 1 9 2 2 , se l e v a n t ó , p a r c i a l m e n t e p o r lo m e n o s , u n a a c e r b a crítica c o n n o

3 9 HOFMANNSTHAL, op. cit., pág. 45. 4 0 HOFMANNSTHAL, op. cit., págs. 50 y 51. 4 1 HOFMANNSTHAL, op. cit., pág. 51. 4 2 HOFMANNSTHAL, op. cit., pág. 56. 4 3 HOFMANNSTHAL, op. cit., págs. 68 y 69. 4 4 HOFMANNSTHAL, op. cit., pág. 69.


4 5 Johann SOFER, Die Welttheater Hugo von Hofmannsthals, Viena, Verlag von Mayer, 1 9 3 4 , página 4 0 .

4 6 Egon SCHWARZ, Hofmannsthal und Calderón, S-Gravenhage, 1 9 6 2 , pág. 6 6 . 4 7 Gabriele INACKER, Antinomische Strukturen im Werk Hugo von Hofmannsthal im Urteil seiner

Kritiker, Frankfurt, Athenäum-Verlag, 1 9 7 2 , págs. 3 0 5 y 3 0 6 . 4 8 Karl KRAUS , «Vom grossen Welttheaterschwindel». En: Ausgewählte Werke, Band 2 , 1 9 1 4 -

1 9 2 5 , Viena, Buchgemeinschaft-Donauland, sin año, pág. 3 9 8 . 4 9 Dicha decisión la expresa en los siguientes términos: «Angesichts aller dieser Umstände und

weil ein Hauch von Calderón in gleicher Weise dem Salzburger Hotelgeschäft wie der Wiener Literatur zugutekommt und weil es der Fürsterzbischof gewollt hat, dass Ehre sei Gott in der Höhe der Preise, sehe ich mich genötigt, aus der katholischen Kirche auszutreten, nicht nur aus Gründen einer Menschlichkeit, die bei den Hirten in so schlechter Obhut ist, sondern hauptsächlich aus Antisemitismus». Karl KRAUS, op. cit., pág. 3 9 8 .

m e n o s v iru lenc ia q u e el m e n d i g o e n sus m e j o r e s t i e m p o s . N o se d u d a , sin e m b a r g o , e n r e c o n o c e r c o m o a c e r t a d o el i n t e n t o d e H o f m a n n s t h a l d e actualizar a C a l d e r ó n . Las o p i n i o n e s se d i v i d e n , p r e s u m i b l e m e n t e , e n t o r n o al t r a t a m i e n t o del « d r a m a social» p r o t a g o n i z a d o p o r el « M e n d i g o » . Los crít icos a b o r d a n el p r o b l e m a y f o r m u l a n c o n c l u s i o n e s d i s p a r e s , c o n f o r m e a su d i spar idad d e cu l tos . Para q u i e n e s c r e e n pos ib le — y p o r t a n t o u r g e n t e — la so luc ión h u m a n a al p r o b l e m a d e las injust ic ias e n t e r r e n o social , el fac i lón d e s e n lace d e H o f m a n n s t h a l resul ta l ó g i c a m e n t e inveros ími l y catas tróf ico . Para q u i e n e s lo c o n t e m p l a n j u n t o al a u t o r m i s m o y sus c i rcuns tanc ias i n m e d i a t a s , es el m o m e n t o p s i c o l ó g i c o l o q u e le just i f ica: la d e s o l a c i ó n c o m o c o n s e c u e n c i a d e u n ca tac l i smo m u n d i a l p r o v o c a d o p o r los h o m b r e s , la d e s e s p e r a n z a f r e n t e a e l los y la c o n f i a n z a c i f rada e n el C r e a d o r al q u e se s u p o n e s o s t e n i e n d o la vida h u m a n a . El p r o f e s o r S o f e r enju ic ia el c a s o d e la s i g u i e n t e m a n e r a : «Si se t i ene e n c u e n t a q u e el p o e t a p l a n t e a la s o l u c i ó n de l p r o b l e m a e n r e g i o n e s s o b r e n a t u r a l e s y p r e s c i n d i e n d o d e t o d a teor ía social t a n t o c o n s e r v a d o r a c o m o radical; si se c o n s i d e r a , p o r o tra parte , q u e H o f m a n n s t h a l a c e n t ú a c o n t i n u a m e n t e e n la o b r a u n a alta e s p i r i t u a l i d a d , se p o d r í a c o m p r e n d e r su act i tud negat iva f rente a la ag i tac ión m u n d i a l , s o b r e t o d o f r e n t e a las e x c r e c e n c i a s d e la t ecnocrac ia y el m a t e r i a l i s m o » 4 5 .

O t r o s crít icos, sin e m b a r g o , a c u s a n l l a n a m e n t e c o m o d e s a c e r t a d o el d e s e n lace d e H o f m a n n s t h a l : « H a y q u e dec i r f r a n c a m e n t e — a f i r m a el h i spanis ta E g o n S c h w a r z — q u e H o f m a n n s t h a l n o ha a c e r t a d o c o n su s o l u c i ó n . Se trata aquí d e u n o d e e s o s c a s o s e n q u e el p e r s o n a j e c laud ica a g o b i a d o p o r el p r o b l e m a » 4 6 . En t é r m i n o s s e m e j a n t e s se e x p r e s a la g e r m a n i s t a Gabr ie l e Inac-ker: « H o f m a n n s t h a l n o h a e n c o n t r a d o aquí para e s e tan f u n d a m e n t a l a n t a g o n i s m o la s o l u c i ó n m á s c o n v i n c e n t e » 4 7 .

Q u i e n m á s f r o n t a l m e n t e c h o c a c o n H o f m a n n s t h a l y m á s r a d i c a l m e n t e rechaza su tesis es Karl Kraus . D i c e así: «La Ig les ia catól ica, q u e j a m á s p o d r í a maldec i r , s ino só lo b e n d e c i r , a d e m á s d e per jud icarse a sí m i s m a , se ha h e c h o r e s p o n s a b l e d e la bur la q u e s u p o n e el h a c e r s e c a r g o d e e s e G r a n T e a t r o d e l M u n d o d e f é t idos c o n t r a s t e s q u e c l a m a n al C ie lo . C u l p a suya es q u e Hofm a n n s t h a l se p o n g a e n e s c e n a y s iga h a c i e n d o , c o m o D i o s m a n d a , versos al s u f r i m i e n t o d e las cr iaturas» 4 8 . El s e ñ o r K r a u s h a c e c o n s t a r a c o n t i n u a c i ó n su firme d e c i s i ó n d e r e n e g a r o f i c i a l m e n t e d e la Igles ia , e s dec i r , d a r s e d e baja d e su reg i s tro oficial , e s p e r a n d o al m i s m o t i e m p o q u e su e j e m p l o arrastre 4 9 .

Su p o s t u r a contras ta c o n la d i a m e t r a l m e n t e o p u e s t a d e Edgar H e d e r e r : «Lo q u e le s u c e d e al M e n d i g o — a f i r m a — es la ú n i c a r e s p u e s t a sat is factoria al p r o b l e m a social. L l e g ó é s ta c u a n d o H o f m a n n s t h a l se c o n f i ó p l e n a m e n t e a la


v e r d a d reve lada . Las d i m e n s i o n e s de l a u t o s a c r a m e n t a l s o n l imi tadas; igualm e n t e l imitadas s o n las d i m e n s i o n e s d e l c o r a z ó n h u m a n o hasta q u e é s te toca el u m b r a l de l Cie lo . En lo h u m a n o de l M e n d i g o se reve la f o r z o s a m e n t e lo e t e r n o d e l h o m b r e y la luz q u e o r i e n t a al cr i s t iano . N o hay n i n g ú n n a c i d o a este m u n d o al q u e la v ida n o le p r e s t e serv ic ios ingratos» 5 0 .

Para m e j o r c o m p r e n d e r la i d e a global d e H o f m a n n s t h a l c o n v e n d r í a c o m binar el e s t u d i o de l t e m a p l a n t e a d o e n su Grosse Welttheater c o n el d e su pos t rera o b r a Der Turm (El T o r r e ó n ) . P r e s e n t a aquí el conf l i c to social , n o c o m o e n aque l la «sub s p e c i e aeterni tat i s» , s i n o «sub s p e c i e t e m p o r i s » . D e s a r r o lla el a r g u m e n t o e n c u a n t o s u c e s o h i s tór ico , e n c o m i e n d a l u e g o el p r o b l e m a a la s o c i e d a d y és ta trata finalmente d e s o l u c i o n a r l o e n su p r o p i o á m b i t o t e m p o r a l .

Al cerrar esta e x p o s i c i ó n , y r e f i r i é n d o n o s al p r o b l e m a d e las injusticias h u m a n a s , sin s o l u c i o n a r a ú n a pesar d e s ig los d e c o n t r o v e r s i a s y luchas , r e c o r d a m o s a q u e l l o s v e r s o s q u e n o s i m p r e s i o n a r o n ya c u a n d o los a p r e n d i m o s d e p e q u e ñ o s :

¿Qué es la vida? Un frenesí. ¿Qué es la vida? Una ilusión, una sombra, una ficción, y el mayor bien es pequeño: que toda la vida es sueño, y los sueños, sueños son... 5 1

como dijo Calderón.

Bibliografía

B A U E R , Helga: Der Index Pictorius Calderóns, Hamburg: Kommisions verlag Gram, de Gruyter, 1969.

C A L D E R Ó N DE LA BARCA, P.: El Gran Teatro del Mundo. Madrid: Espasa Calpe/Clásicos Españoles, 1972.

C U R T I U S , Ernst Robert: Kritische Essays zur Europäischen Literatur, München, 1963. Eichendorff, Werke, tomo: Gedichte, Epen, Dramen. Stuttgart: Cota, 1953. HEDERER, Edgar: Hugo von Hofmannsthal. Frankfurt: Fischer Verlag, 1960. H O F M A N N S T H A L , Hugo von: Das Salzburger Grossße Welttheater, Frankfurt: Insel-Verlag,

ohne Datumangabe. Hofmannsthal im Urteil seiner Kritiker, Frankfurt: Athenäum Verlag, 1972. INACKER, Gabriele: Antinomische Strukturen im Werk Hugo von Hofmannsthal. Göppingen:

Verlag Alfred Kummerle, 1973. Karl Marx - Friedrich Engels Werke, T o m o IV, Berlín, 1971. SCHWARZ, Egon: Hofmannsthal und Calderón, Gravenhagen: Mouton und Co., 1962. SOFER, Johann: Die Welttheater Hugo von Hofmannsthals und ihre Voraussetzungen bei

Heraklit und Calderón, Viena: Verlag von Mayer, 1934.

5 0 Edgar HEDERER, op. ext., pág. 307. 5 1 C A L D E R Ó N DE LA BARCA, La vida es sueño, Madrid, Espasa-Calpe/Clásicos Castellanos, 1971,

pág. 74.


El austriaco Hugo von Hofmannsthal y la tradición calderoniana · Hasta el mismo emperador...

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