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ETNO Revista de música y cultura ETNOMUSICOLOGÍA Congreso IASPM Gijón. Presentación de Made in Spain. Las mujeres en la música. Diversidad, integración y v a r i e d a d . Música y medios de masas. Material Girl. PERIFERIAS Ruidos de fondo. La revista Enderrock cumple 20 años. Covers: cultura, juventud y rebeldía. ARTEFACTOS EXPO 100 years of flamenco in New York.. DOCUMENTAL Sound Cit. LIBROS El ritmo perdido. Mecano 82. Postales negras. ENSAYO Sobre el rock y el inmovilismo histórico Número 5 Primavera 2014

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ETNO Revista de muacutesica y cultura

ETNOMUSICOLOGIacuteA Congreso IASPM Gijoacuten Presentacioacuten de Made in Spain Las mujeres en la muacutesica Diversidad integracioacuten y v a r i e d a d Muacutesica y medios de masas Material Girl PERIFERIAS Ruidos de fondo La revista Enderrock cumple 20 antildeos Covers cultura juventud y rebeldiacutea ARTEFACTOS EXPO 100 years of flamenco in New York DOCUMENTAL Sound Cit LIBROS El ritmo perdido Mecano 82 Postales negras ENSAYO Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Nuacutemero 5 Primavera 2014

2 Primavera 2014 ETNO 5

ETNO 5 Primavera 2014

ETNOMUSICOLOGIacuteA Congreso IASPM Gijoacuten 3

La puesta de largo de los estudios de muacutesica popular en Espantildea 6

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music 5

Las mujeres en la muacutesica 8

Diversidad integracioacuten y variedad 9

Muacutesica y medios de masas 11

Material Girl a codazos con el patriarcado musical 13

PERIFERIAS Ruidos de fondo periodismo e industria musical 15

La revista Enderrock cumple 20 antildeos 17

Covers cultura juventud y rebeldiacutea 19

ARTEFACTOS EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York 22

DOCUMENTAL Sound City 26 LIBROS El ritmo perdido 28

Mecano 82 36

Postales negras 37

ENSAYO Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico 39

Equipo Editor Heacutector Fouce Editores asociados Israel V Maacuterquez y Fernaacuten del Val Equipo editorial Susana Moreno Isabel Llano Cristian Spencer EDITA SIBE Sociedad de Etnomusicologiacutea wwwsibetranscom CONTACTO etno-boletinsibetranscom

EDIT Durante siglos la investigacioacuten ha sido una carrera incesante contra el tiempo Se necesitaban antildeos para llegar a conocer un tema en profundidad para localizar las fuentes para escribir un artiacuteculo y verlo publicado El tiempo corriacutea en contra se circulaba contra el viento A diacutea de hoy el viento sopla desde atraacutes Vamos maacutes deprisa de lo que querriacuteamos ir a una velocidad creciente Ya no hay tiempo para buscar un documento concertar una entrevista hacer un trabajo de campo minucioso y reposado Nuestro trabajo se mide al peso hay que producir mucho y colocar lo que uno escribe en las revistas mejor valoradas No hay tiempo para escribir por libre ni para reflexionar Y mucho menos para leer lo que los demaacutes escriben a no ser que estemos en busca de una cita que no podemos dejar pasar Este cambio de paradigma investigador se ha recrudecido en la uacuteltima deacutecada que casualidad o no ha sido la del arranque de los estudios de muacutesica popular en Espantildea Hace diez antildeos leiacuteamos cualquier cosa que cayera en nuestras manos sin demasiado orden pero con enorme pasioacuten Las revistas del gremio eran difiacuteciles de localizar y los congresos pareciacutean demasiado lejanos Hoy las revistas estaacuten en la web y la produccioacuten ha crecido exponencialmente El uacuteltimo gran congreso internacional de muacutesica popular ha tenido lugar en Gijoacuten Tenemos tantos textos personas y eventos a nuestro alrededor que somos incapaces de hacernos una idea global de coacutemo estaacute funcionando el campo Si no tenemos tiempo para leer menos para producir En un entorno lleno de oferta la estrategia maacutes sabia parece ser la de concentrar los esfuerzos para ampliar el alcance y maximizar el esfuerzo Por esta razoacuten esta seraacute la uacuteltima versioacuten de ETNO en este formato pasando a partir de ahora a ser una uacutenica publicacioacuten junto con Cuadernos de musicologiacutea editada tambieacuten por SIBE Durante 5 antildeos he dirigido la revista que habriacutea deseado leer Ahora con un camino ya trazado que mezcla lo periodiacutestico e informativo con lo reflexivo y acadeacutemico podreacute dedicarme simplemente a ser un lector de esa revista enriquecida con textos maacutes largos y profundos Ha sido un placer enorme caminar tanto tiempo con el viento empujando mi espalda

ETNOMUSICOLOGIacuteA

3 Primavera 2014 ETNO 5

No acircmbito das atividades desenvolvidas

pela International Association for the Study of Popular

Music (IASPM) realizou-se entre 24 e 28 de junho de

2013 na cidade de Gijoacuten nas Astuacuterias (norte de

Espanha) a 17a Conferecircncia Bianual da IASPM

intitulada Bridge Over Trouble Waters Challenging

Orthodoxies Organizada pela Universidad de Oviedo

o local escolhido para a realizaccedilatildeo da conferecircncia foi

o Laboral Ciudad de la Cultura um imponente

conjunto de edifiacutecios mandado construir durante a

ditadura de Francisco Franco e que a partir de 1956

funcionou como cento de educaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos

oacuterfatildeos dos mineiros da regiatildeo na aprendizagem de

um ofiacutecio Apoacutes ter sido submetido a um projeto de

transformaccedilatildeo pelo Governo do Principado das

Astuacuterias em 2007 o conjunto de edifiacutecios converteu-

se na actual ldquocidade da culturardquo passando a acolher

inuacutemeras atividades de acircmbito cultural Ao longo de

cinco dias a conferecircncia acolheu mais de 300

conferencistas oriundos de diferentes continentes

representando uma multiplicidade de perspectivas em

torno da Popular Music

Tambeacutem a investigaccedilatildeo cientifica desenvolvida em

Portugal no acircmbito da Popular Music marcou

presenccedila atraveacutes de diversos investigadores do

Instituto de Etnomusicologia ndash Centro de Estudos em

Muacutesica e Danccedila pertencentes aos Poacutelos da

Universidade de Aveiro e Universidade Nova de

Lisboa

Ao longo dos cinco dias de conferecircncia foi possiacutevel

assistir a debates bem enriquecedores nas diversas

sessotildees e paineacuteis assim como nas sessotildees plenaacuterias

subordinadas ao tema de cada jornada Contudo e

apesar dos inegaacuteveis esforccedilos da organizaccedilatildeo no

agrupar dos paineacuteis a existecircncia de seis ou sete

sessotildees em paralelo tornou evidente alguma

dificuldade na escolha das mesmas

No primeiro dia dedicado ao tema Sail Away Place

and Space Sea Travel Cities foram abordados

assuntos como a muacutesica e os processos de

construccedilatildeo de identidade a composiccedilatildeo e produccedilatildeo

musical o papel das canccedilotildees de protesto a muacutesica e

os movimentos sociais geacuteneros e processos musicais

transnacionais (jazz rock punk) Ao final da manhatilde

teve lugar a apresentaccedilatildeo do primeiro keynote

speaker convidado Simon Frith que revisitou o seu

estudo Perfoming Rites (1996) levantando uma seacuterie

de questotildees que envolvem hoje um (re)pensar a

Popular Music tendo em conta o impacto e as

influecircncia que as novas tecnologias tecircm exercido

sobre a muacutesica ao longo destas uacuteltimas deacutecadas

O segundo dia foi dedicado ao tema Under the Bridge

Popular Music at the Margins ndash onde foram

apresentadas comunicaccedilotildees dedicadas agrave relaccedilatildeo

entre a muacutesica ideologia e o poder aos diversos

fluxos musicais nacionais e internacionais agraves muacutesicas

e culturas do Atlacircntico Sul e aos fluxos culturais entre

CONGRESO IASPM Bridge over trouble waters challenging ortodoxies

Pedro Cravinho

4 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Portugal e Espanha com um painel dedicado aos

Festivais de Muacutesica Ceacuteltica na Galiza e Norte de

Portugal Ainda neste dia foi exibido o filme Buenos

Aires por la capital Tengueriacuteas en Santiago de Chile

(1960 ndash 2010) da autoria Eileen Andrea Karmy

Bolton e Cristian Albeto Molina Torres

O tema Yesterdays Popular Music Until 1950 contou

novamente com uma diversidade comunicaccedilotildees que

abordaram diferentes geacuteneros musicais (punk rock

flamenco samba electroacutenica) uma sessatildeo de

posters e a apresentaccedilatildeo do segundo keynote

speaker convidado Bruce Johnson cuja comunicaccedilatildeo

foi dedicada agrave recepccedilatildeo do jazz na Austraacutelia no inicio

do seacuteculo XX e a importacircncia da relaccedilatildeo entre esta

muacutesica e danccedila

No quarta dia de conferecircncia Rivers of Babylon

Copyright Technology Creativity comunicaccedilotildees

relacionadas com temaacuteticas como as das industrias

fonograacuteficas dos media das novas tecnologias e

direitos de autor foram uma constante Contou com

ainda com exibiccedilatildeo do filme Spontaneous Lux Free-

styling in Dance and Music da autoria de Rob

Bowman O quinto e uacuteltimo dia foi dedicado ao tema

Build a Bridge Popular Music(s) Collectivities and

Social Movements onde foram apresentadas

comunicaccedilotildees sobre a presenccedila da muacutesica nos meios

audiovisuais os novos media muacutesica e os

movimentos sociais processos de exclusatildeo e

inclusatildeo (rock lsquonrsquo roll jazz) e exibido o filme No moriragrave

mai el tango italiano en cautro movimentos da

autoria de Enrique Caacutemara de Landa A conferecircncia

encerrou com a presenccedila dos uacuteltimos keynotes

speakers convidados Sarah Cohen (Mapping Music

and Urban Change) e Francisco Cruces (Music as

intimacy Variations on music as urban place)

O programa incluiu o lanccedilamento dos livros Ubiqui-

tous Musics The Everyday Sounds That We Donrsquot

Always Notice (Ashgate 2013) editado por Marta

Garciacutea Quintildeones Anahid Kassabian e Elena Boschi

e Made in Spain Studies in Popular Music

No geral a atmosfera em torno da conferecircncia foi

muito agradaacutevel existindo amplos espaccedilos de lazer

proporcionando simultaneamente oportunidades

para fazer novos contactos e reencontrar velhas

amizades O jantar de encerramento realizou-se no

Espichardquo um local tiacutepico asturiano onde se produz

sidra Aliaacutes a sidra asturiana e o ritual de servir a

sidra com toda a sua componente performativa eacute

bastante popular e caracteriacutestica de diversas ruas e

bares de Gijon Para os visitantes de fora a sidra

local foi talvez um dos aspecto mais intrigante dos

after hours deste encontro

ETNOMUSICOLOGIacuteA

5 Primavera 2014 ETNO 5

La cercaniacutea de Roma hizo que en el antildeo 2005 fueacutera-

mos muchos los espantildeoles que decidimos animarnos

a participar en el XIII congreso Internacional de

IASPM celebrado en la Universidad de la Sapienza

Aquel encuentro consolidaba la labor pionera de Silvia

Martiacutenez y Heacutector Fouce participando en el congreso

de Montreal 2003 y un grupo de doctorandos de la

Universidad de Oviedo animados por la profesora

Celsa Alonso pudimos poner cara y hablar con mu-

chos de los investigadores internacionales que hasta

entonces soacutelo habiacuteamos leiacutedo (Philip Tagg Franco

Fabbri Keith Negus o Robert Walser) Tambieacuten com-

probamos que la investigacioacuten sobre muacutesicas popula-

res urbanas no era algo marginal sino un campo con

una larga trayectoria en otros paiacuteses y constatamos

el intereacutes que la muacutesica espantildeola despertaba en los

socios de IASPM

Aquel congreso de Roma sirvioacute para consolidar la in-

vestigacioacuten sobre muacutesicas populares urbanas en la

Universidad de Oviedo y desde entonces los congre-

sos de IASPM fueron un punto de referencia para dar

a conocer nuestro trabajo y aprender del de otros in-

tercambiando ideas referencias materiales etc En el

congreso de Liverpool 2009 la presencia de espantildeo-

les era ya muy notable y en el aire pareciacutea respirarse

cierto entusiasmo por celebrar un congreso en Espa-

ntildea Heacutector Fouce entroacute a formar parte de la junta di-

rectiva internacional encabezada por Jan Fairley co-

mo presidenta y de repente todo se precipitoacute Fue en

la cena de despedida del congreso cuando surgioacute la

idea de organizar el congreso en Asturias y lo que

era una idea sin ninguacuten fundamento se difundioacute raacutepi-

damente de una mesa a otra como una propuesta en

firme

A partir de ese momento los apoyos no dejaron de

crecer no soacutelo desde IASPM sino tambieacuten desde

SIBE la Universidad de Oviedo y el Ayuntamiento de

Gijoacuten y la organizacioacuten del congreso fue tomando

forma hasta ser aprobado en la asamblea celebrada

en el congreso de Sudaacutefrica en 2011 Desde entonces

fueron dos antildeos en los que el trabajo se iba intensifi-

cando poco a poco y en los que la junta directiva de

IASPM y SIBE y la secretariacutea teacutecnica del congreso

(Espora) siempre apoyaron y aportaron soluciones a

los problemas que iban surgiendo Todo iba creciendo

y tomando dimensiones de veacutertigo nuacutemero de pro-

puestas para participar paiacuteses participantes editoria-

les interesadas en el eventohellip y para colmo Bruce

Puesta de largo Los estudios sobre muacutesica popular urbana en Espantildea Eduardo Vintildeuela

Este congreso ha situado a Espantildea en el panorama internacional de los estudios de muacutesica popular

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

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41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

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42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

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44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

2 Primavera 2014 ETNO 5

ETNO 5 Primavera 2014

ETNOMUSICOLOGIacuteA Congreso IASPM Gijoacuten 3

La puesta de largo de los estudios de muacutesica popular en Espantildea 6

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music 5

Las mujeres en la muacutesica 8

Diversidad integracioacuten y variedad 9

Muacutesica y medios de masas 11

Material Girl a codazos con el patriarcado musical 13

PERIFERIAS Ruidos de fondo periodismo e industria musical 15

La revista Enderrock cumple 20 antildeos 17

Covers cultura juventud y rebeldiacutea 19

ARTEFACTOS EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York 22

DOCUMENTAL Sound City 26 LIBROS El ritmo perdido 28

Mecano 82 36

Postales negras 37

ENSAYO Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico 39

Equipo Editor Heacutector Fouce Editores asociados Israel V Maacuterquez y Fernaacuten del Val Equipo editorial Susana Moreno Isabel Llano Cristian Spencer EDITA SIBE Sociedad de Etnomusicologiacutea wwwsibetranscom CONTACTO etno-boletinsibetranscom

EDIT Durante siglos la investigacioacuten ha sido una carrera incesante contra el tiempo Se necesitaban antildeos para llegar a conocer un tema en profundidad para localizar las fuentes para escribir un artiacuteculo y verlo publicado El tiempo corriacutea en contra se circulaba contra el viento A diacutea de hoy el viento sopla desde atraacutes Vamos maacutes deprisa de lo que querriacuteamos ir a una velocidad creciente Ya no hay tiempo para buscar un documento concertar una entrevista hacer un trabajo de campo minucioso y reposado Nuestro trabajo se mide al peso hay que producir mucho y colocar lo que uno escribe en las revistas mejor valoradas No hay tiempo para escribir por libre ni para reflexionar Y mucho menos para leer lo que los demaacutes escriben a no ser que estemos en busca de una cita que no podemos dejar pasar Este cambio de paradigma investigador se ha recrudecido en la uacuteltima deacutecada que casualidad o no ha sido la del arranque de los estudios de muacutesica popular en Espantildea Hace diez antildeos leiacuteamos cualquier cosa que cayera en nuestras manos sin demasiado orden pero con enorme pasioacuten Las revistas del gremio eran difiacuteciles de localizar y los congresos pareciacutean demasiado lejanos Hoy las revistas estaacuten en la web y la produccioacuten ha crecido exponencialmente El uacuteltimo gran congreso internacional de muacutesica popular ha tenido lugar en Gijoacuten Tenemos tantos textos personas y eventos a nuestro alrededor que somos incapaces de hacernos una idea global de coacutemo estaacute funcionando el campo Si no tenemos tiempo para leer menos para producir En un entorno lleno de oferta la estrategia maacutes sabia parece ser la de concentrar los esfuerzos para ampliar el alcance y maximizar el esfuerzo Por esta razoacuten esta seraacute la uacuteltima versioacuten de ETNO en este formato pasando a partir de ahora a ser una uacutenica publicacioacuten junto con Cuadernos de musicologiacutea editada tambieacuten por SIBE Durante 5 antildeos he dirigido la revista que habriacutea deseado leer Ahora con un camino ya trazado que mezcla lo periodiacutestico e informativo con lo reflexivo y acadeacutemico podreacute dedicarme simplemente a ser un lector de esa revista enriquecida con textos maacutes largos y profundos Ha sido un placer enorme caminar tanto tiempo con el viento empujando mi espalda

ETNOMUSICOLOGIacuteA

3 Primavera 2014 ETNO 5

No acircmbito das atividades desenvolvidas

pela International Association for the Study of Popular

Music (IASPM) realizou-se entre 24 e 28 de junho de

2013 na cidade de Gijoacuten nas Astuacuterias (norte de

Espanha) a 17a Conferecircncia Bianual da IASPM

intitulada Bridge Over Trouble Waters Challenging

Orthodoxies Organizada pela Universidad de Oviedo

o local escolhido para a realizaccedilatildeo da conferecircncia foi

o Laboral Ciudad de la Cultura um imponente

conjunto de edifiacutecios mandado construir durante a

ditadura de Francisco Franco e que a partir de 1956

funcionou como cento de educaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos

oacuterfatildeos dos mineiros da regiatildeo na aprendizagem de

um ofiacutecio Apoacutes ter sido submetido a um projeto de

transformaccedilatildeo pelo Governo do Principado das

Astuacuterias em 2007 o conjunto de edifiacutecios converteu-

se na actual ldquocidade da culturardquo passando a acolher

inuacutemeras atividades de acircmbito cultural Ao longo de

cinco dias a conferecircncia acolheu mais de 300

conferencistas oriundos de diferentes continentes

representando uma multiplicidade de perspectivas em

torno da Popular Music

Tambeacutem a investigaccedilatildeo cientifica desenvolvida em

Portugal no acircmbito da Popular Music marcou

presenccedila atraveacutes de diversos investigadores do

Instituto de Etnomusicologia ndash Centro de Estudos em

Muacutesica e Danccedila pertencentes aos Poacutelos da

Universidade de Aveiro e Universidade Nova de

Lisboa

Ao longo dos cinco dias de conferecircncia foi possiacutevel

assistir a debates bem enriquecedores nas diversas

sessotildees e paineacuteis assim como nas sessotildees plenaacuterias

subordinadas ao tema de cada jornada Contudo e

apesar dos inegaacuteveis esforccedilos da organizaccedilatildeo no

agrupar dos paineacuteis a existecircncia de seis ou sete

sessotildees em paralelo tornou evidente alguma

dificuldade na escolha das mesmas

No primeiro dia dedicado ao tema Sail Away Place

and Space Sea Travel Cities foram abordados

assuntos como a muacutesica e os processos de

construccedilatildeo de identidade a composiccedilatildeo e produccedilatildeo

musical o papel das canccedilotildees de protesto a muacutesica e

os movimentos sociais geacuteneros e processos musicais

transnacionais (jazz rock punk) Ao final da manhatilde

teve lugar a apresentaccedilatildeo do primeiro keynote

speaker convidado Simon Frith que revisitou o seu

estudo Perfoming Rites (1996) levantando uma seacuterie

de questotildees que envolvem hoje um (re)pensar a

Popular Music tendo em conta o impacto e as

influecircncia que as novas tecnologias tecircm exercido

sobre a muacutesica ao longo destas uacuteltimas deacutecadas

O segundo dia foi dedicado ao tema Under the Bridge

Popular Music at the Margins ndash onde foram

apresentadas comunicaccedilotildees dedicadas agrave relaccedilatildeo

entre a muacutesica ideologia e o poder aos diversos

fluxos musicais nacionais e internacionais agraves muacutesicas

e culturas do Atlacircntico Sul e aos fluxos culturais entre

CONGRESO IASPM Bridge over trouble waters challenging ortodoxies

Pedro Cravinho

4 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Portugal e Espanha com um painel dedicado aos

Festivais de Muacutesica Ceacuteltica na Galiza e Norte de

Portugal Ainda neste dia foi exibido o filme Buenos

Aires por la capital Tengueriacuteas en Santiago de Chile

(1960 ndash 2010) da autoria Eileen Andrea Karmy

Bolton e Cristian Albeto Molina Torres

O tema Yesterdays Popular Music Until 1950 contou

novamente com uma diversidade comunicaccedilotildees que

abordaram diferentes geacuteneros musicais (punk rock

flamenco samba electroacutenica) uma sessatildeo de

posters e a apresentaccedilatildeo do segundo keynote

speaker convidado Bruce Johnson cuja comunicaccedilatildeo

foi dedicada agrave recepccedilatildeo do jazz na Austraacutelia no inicio

do seacuteculo XX e a importacircncia da relaccedilatildeo entre esta

muacutesica e danccedila

No quarta dia de conferecircncia Rivers of Babylon

Copyright Technology Creativity comunicaccedilotildees

relacionadas com temaacuteticas como as das industrias

fonograacuteficas dos media das novas tecnologias e

direitos de autor foram uma constante Contou com

ainda com exibiccedilatildeo do filme Spontaneous Lux Free-

styling in Dance and Music da autoria de Rob

Bowman O quinto e uacuteltimo dia foi dedicado ao tema

Build a Bridge Popular Music(s) Collectivities and

Social Movements onde foram apresentadas

comunicaccedilotildees sobre a presenccedila da muacutesica nos meios

audiovisuais os novos media muacutesica e os

movimentos sociais processos de exclusatildeo e

inclusatildeo (rock lsquonrsquo roll jazz) e exibido o filme No moriragrave

mai el tango italiano en cautro movimentos da

autoria de Enrique Caacutemara de Landa A conferecircncia

encerrou com a presenccedila dos uacuteltimos keynotes

speakers convidados Sarah Cohen (Mapping Music

and Urban Change) e Francisco Cruces (Music as

intimacy Variations on music as urban place)

O programa incluiu o lanccedilamento dos livros Ubiqui-

tous Musics The Everyday Sounds That We Donrsquot

Always Notice (Ashgate 2013) editado por Marta

Garciacutea Quintildeones Anahid Kassabian e Elena Boschi

e Made in Spain Studies in Popular Music

No geral a atmosfera em torno da conferecircncia foi

muito agradaacutevel existindo amplos espaccedilos de lazer

proporcionando simultaneamente oportunidades

para fazer novos contactos e reencontrar velhas

amizades O jantar de encerramento realizou-se no

Espichardquo um local tiacutepico asturiano onde se produz

sidra Aliaacutes a sidra asturiana e o ritual de servir a

sidra com toda a sua componente performativa eacute

bastante popular e caracteriacutestica de diversas ruas e

bares de Gijon Para os visitantes de fora a sidra

local foi talvez um dos aspecto mais intrigante dos

after hours deste encontro

ETNOMUSICOLOGIacuteA

5 Primavera 2014 ETNO 5

La cercaniacutea de Roma hizo que en el antildeo 2005 fueacutera-

mos muchos los espantildeoles que decidimos animarnos

a participar en el XIII congreso Internacional de

IASPM celebrado en la Universidad de la Sapienza

Aquel encuentro consolidaba la labor pionera de Silvia

Martiacutenez y Heacutector Fouce participando en el congreso

de Montreal 2003 y un grupo de doctorandos de la

Universidad de Oviedo animados por la profesora

Celsa Alonso pudimos poner cara y hablar con mu-

chos de los investigadores internacionales que hasta

entonces soacutelo habiacuteamos leiacutedo (Philip Tagg Franco

Fabbri Keith Negus o Robert Walser) Tambieacuten com-

probamos que la investigacioacuten sobre muacutesicas popula-

res urbanas no era algo marginal sino un campo con

una larga trayectoria en otros paiacuteses y constatamos

el intereacutes que la muacutesica espantildeola despertaba en los

socios de IASPM

Aquel congreso de Roma sirvioacute para consolidar la in-

vestigacioacuten sobre muacutesicas populares urbanas en la

Universidad de Oviedo y desde entonces los congre-

sos de IASPM fueron un punto de referencia para dar

a conocer nuestro trabajo y aprender del de otros in-

tercambiando ideas referencias materiales etc En el

congreso de Liverpool 2009 la presencia de espantildeo-

les era ya muy notable y en el aire pareciacutea respirarse

cierto entusiasmo por celebrar un congreso en Espa-

ntildea Heacutector Fouce entroacute a formar parte de la junta di-

rectiva internacional encabezada por Jan Fairley co-

mo presidenta y de repente todo se precipitoacute Fue en

la cena de despedida del congreso cuando surgioacute la

idea de organizar el congreso en Asturias y lo que

era una idea sin ninguacuten fundamento se difundioacute raacutepi-

damente de una mesa a otra como una propuesta en

firme

A partir de ese momento los apoyos no dejaron de

crecer no soacutelo desde IASPM sino tambieacuten desde

SIBE la Universidad de Oviedo y el Ayuntamiento de

Gijoacuten y la organizacioacuten del congreso fue tomando

forma hasta ser aprobado en la asamblea celebrada

en el congreso de Sudaacutefrica en 2011 Desde entonces

fueron dos antildeos en los que el trabajo se iba intensifi-

cando poco a poco y en los que la junta directiva de

IASPM y SIBE y la secretariacutea teacutecnica del congreso

(Espora) siempre apoyaron y aportaron soluciones a

los problemas que iban surgiendo Todo iba creciendo

y tomando dimensiones de veacutertigo nuacutemero de pro-

puestas para participar paiacuteses participantes editoria-

les interesadas en el eventohellip y para colmo Bruce

Puesta de largo Los estudios sobre muacutesica popular urbana en Espantildea Eduardo Vintildeuela

Este congreso ha situado a Espantildea en el panorama internacional de los estudios de muacutesica popular

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

3 Primavera 2014 ETNO 5

No acircmbito das atividades desenvolvidas

pela International Association for the Study of Popular

Music (IASPM) realizou-se entre 24 e 28 de junho de

2013 na cidade de Gijoacuten nas Astuacuterias (norte de

Espanha) a 17a Conferecircncia Bianual da IASPM

intitulada Bridge Over Trouble Waters Challenging

Orthodoxies Organizada pela Universidad de Oviedo

o local escolhido para a realizaccedilatildeo da conferecircncia foi

o Laboral Ciudad de la Cultura um imponente

conjunto de edifiacutecios mandado construir durante a

ditadura de Francisco Franco e que a partir de 1956

funcionou como cento de educaccedilatildeo e formaccedilatildeo dos

oacuterfatildeos dos mineiros da regiatildeo na aprendizagem de

um ofiacutecio Apoacutes ter sido submetido a um projeto de

transformaccedilatildeo pelo Governo do Principado das

Astuacuterias em 2007 o conjunto de edifiacutecios converteu-

se na actual ldquocidade da culturardquo passando a acolher

inuacutemeras atividades de acircmbito cultural Ao longo de

cinco dias a conferecircncia acolheu mais de 300

conferencistas oriundos de diferentes continentes

representando uma multiplicidade de perspectivas em

torno da Popular Music

Tambeacutem a investigaccedilatildeo cientifica desenvolvida em

Portugal no acircmbito da Popular Music marcou

presenccedila atraveacutes de diversos investigadores do

Instituto de Etnomusicologia ndash Centro de Estudos em

Muacutesica e Danccedila pertencentes aos Poacutelos da

Universidade de Aveiro e Universidade Nova de

Lisboa

Ao longo dos cinco dias de conferecircncia foi possiacutevel

assistir a debates bem enriquecedores nas diversas

sessotildees e paineacuteis assim como nas sessotildees plenaacuterias

subordinadas ao tema de cada jornada Contudo e

apesar dos inegaacuteveis esforccedilos da organizaccedilatildeo no

agrupar dos paineacuteis a existecircncia de seis ou sete

sessotildees em paralelo tornou evidente alguma

dificuldade na escolha das mesmas

No primeiro dia dedicado ao tema Sail Away Place

and Space Sea Travel Cities foram abordados

assuntos como a muacutesica e os processos de

construccedilatildeo de identidade a composiccedilatildeo e produccedilatildeo

musical o papel das canccedilotildees de protesto a muacutesica e

os movimentos sociais geacuteneros e processos musicais

transnacionais (jazz rock punk) Ao final da manhatilde

teve lugar a apresentaccedilatildeo do primeiro keynote

speaker convidado Simon Frith que revisitou o seu

estudo Perfoming Rites (1996) levantando uma seacuterie

de questotildees que envolvem hoje um (re)pensar a

Popular Music tendo em conta o impacto e as

influecircncia que as novas tecnologias tecircm exercido

sobre a muacutesica ao longo destas uacuteltimas deacutecadas

O segundo dia foi dedicado ao tema Under the Bridge

Popular Music at the Margins ndash onde foram

apresentadas comunicaccedilotildees dedicadas agrave relaccedilatildeo

entre a muacutesica ideologia e o poder aos diversos

fluxos musicais nacionais e internacionais agraves muacutesicas

e culturas do Atlacircntico Sul e aos fluxos culturais entre

CONGRESO IASPM Bridge over trouble waters challenging ortodoxies

Pedro Cravinho

4 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Portugal e Espanha com um painel dedicado aos

Festivais de Muacutesica Ceacuteltica na Galiza e Norte de

Portugal Ainda neste dia foi exibido o filme Buenos

Aires por la capital Tengueriacuteas en Santiago de Chile

(1960 ndash 2010) da autoria Eileen Andrea Karmy

Bolton e Cristian Albeto Molina Torres

O tema Yesterdays Popular Music Until 1950 contou

novamente com uma diversidade comunicaccedilotildees que

abordaram diferentes geacuteneros musicais (punk rock

flamenco samba electroacutenica) uma sessatildeo de

posters e a apresentaccedilatildeo do segundo keynote

speaker convidado Bruce Johnson cuja comunicaccedilatildeo

foi dedicada agrave recepccedilatildeo do jazz na Austraacutelia no inicio

do seacuteculo XX e a importacircncia da relaccedilatildeo entre esta

muacutesica e danccedila

No quarta dia de conferecircncia Rivers of Babylon

Copyright Technology Creativity comunicaccedilotildees

relacionadas com temaacuteticas como as das industrias

fonograacuteficas dos media das novas tecnologias e

direitos de autor foram uma constante Contou com

ainda com exibiccedilatildeo do filme Spontaneous Lux Free-

styling in Dance and Music da autoria de Rob

Bowman O quinto e uacuteltimo dia foi dedicado ao tema

Build a Bridge Popular Music(s) Collectivities and

Social Movements onde foram apresentadas

comunicaccedilotildees sobre a presenccedila da muacutesica nos meios

audiovisuais os novos media muacutesica e os

movimentos sociais processos de exclusatildeo e

inclusatildeo (rock lsquonrsquo roll jazz) e exibido o filme No moriragrave

mai el tango italiano en cautro movimentos da

autoria de Enrique Caacutemara de Landa A conferecircncia

encerrou com a presenccedila dos uacuteltimos keynotes

speakers convidados Sarah Cohen (Mapping Music

and Urban Change) e Francisco Cruces (Music as

intimacy Variations on music as urban place)

O programa incluiu o lanccedilamento dos livros Ubiqui-

tous Musics The Everyday Sounds That We Donrsquot

Always Notice (Ashgate 2013) editado por Marta

Garciacutea Quintildeones Anahid Kassabian e Elena Boschi

e Made in Spain Studies in Popular Music

No geral a atmosfera em torno da conferecircncia foi

muito agradaacutevel existindo amplos espaccedilos de lazer

proporcionando simultaneamente oportunidades

para fazer novos contactos e reencontrar velhas

amizades O jantar de encerramento realizou-se no

Espichardquo um local tiacutepico asturiano onde se produz

sidra Aliaacutes a sidra asturiana e o ritual de servir a

sidra com toda a sua componente performativa eacute

bastante popular e caracteriacutestica de diversas ruas e

bares de Gijon Para os visitantes de fora a sidra

local foi talvez um dos aspecto mais intrigante dos

after hours deste encontro

ETNOMUSICOLOGIacuteA

5 Primavera 2014 ETNO 5

La cercaniacutea de Roma hizo que en el antildeo 2005 fueacutera-

mos muchos los espantildeoles que decidimos animarnos

a participar en el XIII congreso Internacional de

IASPM celebrado en la Universidad de la Sapienza

Aquel encuentro consolidaba la labor pionera de Silvia

Martiacutenez y Heacutector Fouce participando en el congreso

de Montreal 2003 y un grupo de doctorandos de la

Universidad de Oviedo animados por la profesora

Celsa Alonso pudimos poner cara y hablar con mu-

chos de los investigadores internacionales que hasta

entonces soacutelo habiacuteamos leiacutedo (Philip Tagg Franco

Fabbri Keith Negus o Robert Walser) Tambieacuten com-

probamos que la investigacioacuten sobre muacutesicas popula-

res urbanas no era algo marginal sino un campo con

una larga trayectoria en otros paiacuteses y constatamos

el intereacutes que la muacutesica espantildeola despertaba en los

socios de IASPM

Aquel congreso de Roma sirvioacute para consolidar la in-

vestigacioacuten sobre muacutesicas populares urbanas en la

Universidad de Oviedo y desde entonces los congre-

sos de IASPM fueron un punto de referencia para dar

a conocer nuestro trabajo y aprender del de otros in-

tercambiando ideas referencias materiales etc En el

congreso de Liverpool 2009 la presencia de espantildeo-

les era ya muy notable y en el aire pareciacutea respirarse

cierto entusiasmo por celebrar un congreso en Espa-

ntildea Heacutector Fouce entroacute a formar parte de la junta di-

rectiva internacional encabezada por Jan Fairley co-

mo presidenta y de repente todo se precipitoacute Fue en

la cena de despedida del congreso cuando surgioacute la

idea de organizar el congreso en Asturias y lo que

era una idea sin ninguacuten fundamento se difundioacute raacutepi-

damente de una mesa a otra como una propuesta en

firme

A partir de ese momento los apoyos no dejaron de

crecer no soacutelo desde IASPM sino tambieacuten desde

SIBE la Universidad de Oviedo y el Ayuntamiento de

Gijoacuten y la organizacioacuten del congreso fue tomando

forma hasta ser aprobado en la asamblea celebrada

en el congreso de Sudaacutefrica en 2011 Desde entonces

fueron dos antildeos en los que el trabajo se iba intensifi-

cando poco a poco y en los que la junta directiva de

IASPM y SIBE y la secretariacutea teacutecnica del congreso

(Espora) siempre apoyaron y aportaron soluciones a

los problemas que iban surgiendo Todo iba creciendo

y tomando dimensiones de veacutertigo nuacutemero de pro-

puestas para participar paiacuteses participantes editoria-

les interesadas en el eventohellip y para colmo Bruce

Puesta de largo Los estudios sobre muacutesica popular urbana en Espantildea Eduardo Vintildeuela

Este congreso ha situado a Espantildea en el panorama internacional de los estudios de muacutesica popular

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

4 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Portugal e Espanha com um painel dedicado aos

Festivais de Muacutesica Ceacuteltica na Galiza e Norte de

Portugal Ainda neste dia foi exibido o filme Buenos

Aires por la capital Tengueriacuteas en Santiago de Chile

(1960 ndash 2010) da autoria Eileen Andrea Karmy

Bolton e Cristian Albeto Molina Torres

O tema Yesterdays Popular Music Until 1950 contou

novamente com uma diversidade comunicaccedilotildees que

abordaram diferentes geacuteneros musicais (punk rock

flamenco samba electroacutenica) uma sessatildeo de

posters e a apresentaccedilatildeo do segundo keynote

speaker convidado Bruce Johnson cuja comunicaccedilatildeo

foi dedicada agrave recepccedilatildeo do jazz na Austraacutelia no inicio

do seacuteculo XX e a importacircncia da relaccedilatildeo entre esta

muacutesica e danccedila

No quarta dia de conferecircncia Rivers of Babylon

Copyright Technology Creativity comunicaccedilotildees

relacionadas com temaacuteticas como as das industrias

fonograacuteficas dos media das novas tecnologias e

direitos de autor foram uma constante Contou com

ainda com exibiccedilatildeo do filme Spontaneous Lux Free-

styling in Dance and Music da autoria de Rob

Bowman O quinto e uacuteltimo dia foi dedicado ao tema

Build a Bridge Popular Music(s) Collectivities and

Social Movements onde foram apresentadas

comunicaccedilotildees sobre a presenccedila da muacutesica nos meios

audiovisuais os novos media muacutesica e os

movimentos sociais processos de exclusatildeo e

inclusatildeo (rock lsquonrsquo roll jazz) e exibido o filme No moriragrave

mai el tango italiano en cautro movimentos da

autoria de Enrique Caacutemara de Landa A conferecircncia

encerrou com a presenccedila dos uacuteltimos keynotes

speakers convidados Sarah Cohen (Mapping Music

and Urban Change) e Francisco Cruces (Music as

intimacy Variations on music as urban place)

O programa incluiu o lanccedilamento dos livros Ubiqui-

tous Musics The Everyday Sounds That We Donrsquot

Always Notice (Ashgate 2013) editado por Marta

Garciacutea Quintildeones Anahid Kassabian e Elena Boschi

e Made in Spain Studies in Popular Music

No geral a atmosfera em torno da conferecircncia foi

muito agradaacutevel existindo amplos espaccedilos de lazer

proporcionando simultaneamente oportunidades

para fazer novos contactos e reencontrar velhas

amizades O jantar de encerramento realizou-se no

Espichardquo um local tiacutepico asturiano onde se produz

sidra Aliaacutes a sidra asturiana e o ritual de servir a

sidra com toda a sua componente performativa eacute

bastante popular e caracteriacutestica de diversas ruas e

bares de Gijon Para os visitantes de fora a sidra

local foi talvez um dos aspecto mais intrigante dos

after hours deste encontro

ETNOMUSICOLOGIacuteA

5 Primavera 2014 ETNO 5

La cercaniacutea de Roma hizo que en el antildeo 2005 fueacutera-

mos muchos los espantildeoles que decidimos animarnos

a participar en el XIII congreso Internacional de

IASPM celebrado en la Universidad de la Sapienza

Aquel encuentro consolidaba la labor pionera de Silvia

Martiacutenez y Heacutector Fouce participando en el congreso

de Montreal 2003 y un grupo de doctorandos de la

Universidad de Oviedo animados por la profesora

Celsa Alonso pudimos poner cara y hablar con mu-

chos de los investigadores internacionales que hasta

entonces soacutelo habiacuteamos leiacutedo (Philip Tagg Franco

Fabbri Keith Negus o Robert Walser) Tambieacuten com-

probamos que la investigacioacuten sobre muacutesicas popula-

res urbanas no era algo marginal sino un campo con

una larga trayectoria en otros paiacuteses y constatamos

el intereacutes que la muacutesica espantildeola despertaba en los

socios de IASPM

Aquel congreso de Roma sirvioacute para consolidar la in-

vestigacioacuten sobre muacutesicas populares urbanas en la

Universidad de Oviedo y desde entonces los congre-

sos de IASPM fueron un punto de referencia para dar

a conocer nuestro trabajo y aprender del de otros in-

tercambiando ideas referencias materiales etc En el

congreso de Liverpool 2009 la presencia de espantildeo-

les era ya muy notable y en el aire pareciacutea respirarse

cierto entusiasmo por celebrar un congreso en Espa-

ntildea Heacutector Fouce entroacute a formar parte de la junta di-

rectiva internacional encabezada por Jan Fairley co-

mo presidenta y de repente todo se precipitoacute Fue en

la cena de despedida del congreso cuando surgioacute la

idea de organizar el congreso en Asturias y lo que

era una idea sin ninguacuten fundamento se difundioacute raacutepi-

damente de una mesa a otra como una propuesta en

firme

A partir de ese momento los apoyos no dejaron de

crecer no soacutelo desde IASPM sino tambieacuten desde

SIBE la Universidad de Oviedo y el Ayuntamiento de

Gijoacuten y la organizacioacuten del congreso fue tomando

forma hasta ser aprobado en la asamblea celebrada

en el congreso de Sudaacutefrica en 2011 Desde entonces

fueron dos antildeos en los que el trabajo se iba intensifi-

cando poco a poco y en los que la junta directiva de

IASPM y SIBE y la secretariacutea teacutecnica del congreso

(Espora) siempre apoyaron y aportaron soluciones a

los problemas que iban surgiendo Todo iba creciendo

y tomando dimensiones de veacutertigo nuacutemero de pro-

puestas para participar paiacuteses participantes editoria-

les interesadas en el eventohellip y para colmo Bruce

Puesta de largo Los estudios sobre muacutesica popular urbana en Espantildea Eduardo Vintildeuela

Este congreso ha situado a Espantildea en el panorama internacional de los estudios de muacutesica popular

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

5 Primavera 2014 ETNO 5

La cercaniacutea de Roma hizo que en el antildeo 2005 fueacutera-

mos muchos los espantildeoles que decidimos animarnos

a participar en el XIII congreso Internacional de

IASPM celebrado en la Universidad de la Sapienza

Aquel encuentro consolidaba la labor pionera de Silvia

Martiacutenez y Heacutector Fouce participando en el congreso

de Montreal 2003 y un grupo de doctorandos de la

Universidad de Oviedo animados por la profesora

Celsa Alonso pudimos poner cara y hablar con mu-

chos de los investigadores internacionales que hasta

entonces soacutelo habiacuteamos leiacutedo (Philip Tagg Franco

Fabbri Keith Negus o Robert Walser) Tambieacuten com-

probamos que la investigacioacuten sobre muacutesicas popula-

res urbanas no era algo marginal sino un campo con

una larga trayectoria en otros paiacuteses y constatamos

el intereacutes que la muacutesica espantildeola despertaba en los

socios de IASPM

Aquel congreso de Roma sirvioacute para consolidar la in-

vestigacioacuten sobre muacutesicas populares urbanas en la

Universidad de Oviedo y desde entonces los congre-

sos de IASPM fueron un punto de referencia para dar

a conocer nuestro trabajo y aprender del de otros in-

tercambiando ideas referencias materiales etc En el

congreso de Liverpool 2009 la presencia de espantildeo-

les era ya muy notable y en el aire pareciacutea respirarse

cierto entusiasmo por celebrar un congreso en Espa-

ntildea Heacutector Fouce entroacute a formar parte de la junta di-

rectiva internacional encabezada por Jan Fairley co-

mo presidenta y de repente todo se precipitoacute Fue en

la cena de despedida del congreso cuando surgioacute la

idea de organizar el congreso en Asturias y lo que

era una idea sin ninguacuten fundamento se difundioacute raacutepi-

damente de una mesa a otra como una propuesta en

firme

A partir de ese momento los apoyos no dejaron de

crecer no soacutelo desde IASPM sino tambieacuten desde

SIBE la Universidad de Oviedo y el Ayuntamiento de

Gijoacuten y la organizacioacuten del congreso fue tomando

forma hasta ser aprobado en la asamblea celebrada

en el congreso de Sudaacutefrica en 2011 Desde entonces

fueron dos antildeos en los que el trabajo se iba intensifi-

cando poco a poco y en los que la junta directiva de

IASPM y SIBE y la secretariacutea teacutecnica del congreso

(Espora) siempre apoyaron y aportaron soluciones a

los problemas que iban surgiendo Todo iba creciendo

y tomando dimensiones de veacutertigo nuacutemero de pro-

puestas para participar paiacuteses participantes editoria-

les interesadas en el eventohellip y para colmo Bruce

Puesta de largo Los estudios sobre muacutesica popular urbana en Espantildea Eduardo Vintildeuela

Este congreso ha situado a Espantildea en el panorama internacional de los estudios de muacutesica popular

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

6 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Made in Spain editado por Silvia Martiacutenez y Heacutector

Fouce es el primer libro que ofrece una visioacuten global

de la muacutesica popular espantildeola en ingleacutes Contiene 15

capiacutetulos y una introduccioacuten escritos especialmente

para el libro a cargo de especialistas espantildeoles De

este modo se ha conseguido dar una visioacuten desde

dentro pero orientada al puacuteblico internacional Ha sido

publicado por Routledge probablemente la editorial

acadeacutemica maacutes importante del mundo

Made in Spain es el primer tiacutetulo de una coleccioacuten

(Routledge Popular Music Series) que estaraacute dedica-

da a ofrecer al puacuteblico internacional una visioacuten general

de la muacutesica de cada paiacutes Italia y Brasil seraacuten las

siguientes referencias

Este libro aborda el ampliacutesimo mundo de las muacutesicas

populares estilos y praacutecticas que han sido masiva-

mente exitosos en cada momento canciones que la

gente ha cantado bailes que la gente de la calle ha

bailado De la copla al hiphop del charleston al heavy

metal de los cantautores al jazz Muacutesicas que suenan

en las radios que se bailan en las verbenas que se

compran en discos o que se ven y se vieron en la tele-

visioacuten el cine o el teatro

Es un libro pensado para que cualquier persona des-

de cualquier lugar del mundo pueda hacerse una idea

de coacutemo es la muacutesica popular de Espantildea y queacute ha

significado en cada momento de nuestra historia No

es solo un cataacutelogo de estilos sino que ofrece una

visioacuten contextual aborda coacutemo los estilos se van

creando como se hacen populares coacutemo decaen

Presentacioacuten de Made in Spain Studies in popular music ETNO Redaccioacuten

Springsteen que decide dar la uacutenica actuacioacuten espa-

ntildeola de la gira en Gijoacuten y en mitad de la semana del

congreso con el consiguiente colapso hotelero

Ahora una vez que los esfuerzos y las emociones del

momento han quedado atraacutes soacutelo queda la satisfac-

cioacuten de haber tenido la oportunidad de organizar este

congreso en Gijoacuten con lo que ello significa tanto para

respaldar las investigaciones sobre muacutesicas popula-

res urbanas en Espantildea como para situar a Espantildea en

el panorama internacional de este campo de estudio

Y todo en el antildeo en el que Routledge lanza la primera

obra colectiva publicada en ingleacutes que busca dar una

visioacuten de la muacutesica popular espantildeola (Made in Spain)

Estos logros son fruto del esfuerzo de muchas perso-

nas que han trabajado a lo largo de muchos antildeos por

defender y dignificar la investigacioacuten y el estudio de

las muacutesicas populares urbanas a traveacutes de la docen-

cia en universidades conservatorios institutos y es-

cuelas elaborando y dirigiendo tesis trabajos de in-

vestigacioacuten libros y artiacuteculos organizando congresos

seminarios cursoshellip Una labor que en los uacuteltimos

antildeos ha hecho crecer el intereacutes por la muacutesica popular

en diferentes disciplinas y con la que podemos alzar

la voz para afirmar convencidos que no somos margi-

nales

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

7 Primavera 2014 ETNO 5

explicando sus relaciones con el contexto histoacuterico y

social

La idea central que cruza la mayoriacutea de los capiacutetulos

es que la muacutesica popular ha servido para expresar las

tensiones que marcan el siglo XX en Espantildea los in-

tentos de representar identidades perifeacutericas frente a

la necesidad de definir una identidad nacional y en

paralelo la tensioacuten entre el deseo de ser modernos y

cosmopolitas pero manteniendo una tradicioacuten propia

Estas ideas estaacuten desarrolladas en la Introduccioacuten

que ofrece una visioacuten de la muacutesica popular espantildeola

maacutes allaacute de los estereotipos (Avoiding stereotypes A

critical map of Spanish popular music)

Asiacute el libro se abre con una seccioacuten que explora las

identidades regionales a traveacutes de la muacutesica Analiza

el rock radical vasco la nova canccediloacute catalana los

festivales celtas en Galicia y el eacutexito del flamenco La

segunda parte estaacute dedicada al pasado y a la tradi-

cioacuten Se examina aquiacute la influencia de la muacutesica cuba-

na coacutemo las mujeres han entendido la copla y como

la han usado para expresar sus problemas e inquietu-

des y formas de ser de distintos modos seguacuten cam-

biaban los tiempos de Concha Piquer a Martirio

Tambieacuten se explora como el teatro musical fue incor-

porando los estilos del jazz y ofreciendo formas de

expresioacuten femeninas maacutes libres Por uacuteltimo ofrece

un estudio sobre coacutemo el franquismo uso el jazz para

dar forma a sus relaciones con EEUU del rechazo a

la diplomacia

La tercera parte estudia los procesos de moderniza-

cioacuten la llegada del rock and roll a traveacutes de las versio-

nes el ansia de modernidad de la movida el grito ba-

rrial del heavy metal el auge de la muacutesica electroacutenica

del bakalao al Sonar o la influencia de la inmigracioacuten

en las nuevas muacutesicas mestizas

Por uacuteltimos dedicamos varios capiacutetulos a analizar la

relacioacuten entre muacutesica e imagen Las peliacuteculas sobre

cantantes el festival de Eurovisioacuten los videoclips de

la movida aparecen aquiacute

Hemos incluido tambieacuten una Coda una capiacutetulo que

explica como se ve la muacutesica de Espantildea desde fuera

En esta ocasioacuten analizamos coacutemo Latinoameacuterica se

relaciona con nuestra muacutesica Como cierre ofrece-mos una extensa y exclusiva entrevista con Joan Ma-nuel Serrat que pasa revista a su carrera y a la actual situacioacuten del mundo de la muacutesica Todos los autores son investigadores y profesores en universidades espantildeolas donde los estudios de muacutesi-

ca popular cada diacutea tienen maacutes aceptacioacuten

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

8 Primavera 2014 ETNO 5

ETNOMUSICOLOGIacuteA

El pasado 9 de marzo coincidiendo con las celebracio-

nes del diacutea internacional de la mujer la Asociacioacuten Va-

lenciana de Musicologiacutea (AVAMUS) celebroacute como vie-

ne siendo habitual en los uacuteltimos antildeos sus IX Jornadas

de Musicologiacutea bajo el cartel de ldquoLas mujeres en la

muacutesica presencias construcciones e identidadesrdquo

El Conservatorio Mestre Vert de la poblacioacuten valencia-

na de Carcaixent fue testigo de un encuentro de profe-

sionales de la muacutesica venidos de varios lugares del

paiacutes que expusieron sus trabajos en torno al papel de

la mujer en la muacutesica des de diversas vertientes histo-

ricistas etnomusicoloacutegicas y pedagoacutegicas dando como

resultado un total de 33 comunicaciones y tres confe-

rencias a cargo de tres expertos

Isabel Ferrer de la Universitat Autogravenoma de Barcelona

joven musicoacuteloga con una amplia experiencia galardo-

nada en diversas ocasiones por trabajos musicoloacutegicos

de diversa iacutendole que presentoacute su exposicioacuten

ldquoAcustemologia de gegravenere caos per una fantasiardquo

Josemi Lorenzo musicoacutelogo de reconocido prestigio

en el campo feminista con varios libros de referencia

como el primero escrito en Espantildea sobre Hildegarda

von Bingen y que expuso su conferencia ldquoCanon

cuerpos y poliacuteticas normativas en la Historia de la Muacute-

sicardquo en la que hizo un repaso del papel de la mujer a

lo largo de la historia y Pilar Ramos de la Universidad

de la Rioja experta en la materia con publicaciones

como ldquoFeminismo y muacutesicardquo todo un referente en este

campo y que presentoacute su conferencia ldquoHacia una his-

toria de las mujeres inteacuterpretesrdquo

Las jornadas contaron con una gran asistencia de co-

municantes y oyentes superando con creces las ex-

pectativas creadas en torno al eje temaacutetico de las jor-

nadas La respuesta del mundo acadeacutemico ante este

tema era toda una incoacutegnita por su relativa peculiari-

dad y modernidad Docentes de las universidades de

Barcelona Oviedo Madrid Girona Valladolid Murcia

Salamanca la Rioja Alcalaacute de Henares y Valencia de

los Conservatorios Superiores de Valencia Badajoz y

ESMUC diversos doctorandos o profesores de Educa-

cioacuten Secundaria de diversos centros de Valencia y Ma-

drid expusieron sus recientes trabajos en tres aulas

temaacuteticas funcionando al mismo tiempo El aula 1 des-

tinada a trabajos relacionados con la pedagogia la

musicologia antigua y biografias de compositoras o

inteacuterpretes El aula 2 en la que se expusieron trabajos

con una vertiente etnomusicoloacutegica y el aula 3 destina-

da a trabajos relacionados con la musicologia histori-

cista del sXIX y XX

Es de destacar la variedad de temas independiente-

mente de estos tres ejes principales que podiacutea encon-

trar el oyente en cualquiera de las aulas Asiacute en el Au-

la 1 pudimos escuchar exposiciones basadas en torno

a la figura de Hildegarda de Bingen el papel de la mu-

jer sefardiacute la presencia femenina alrededor de Dome-

nico Scarlatti la educacioacuten musical de las mujeres o

JORNADAS Las mujeres en la muacutesica presencias construcciones e identidades Ramon Canut Rebull y Daniel Vidal Ribero

Conferencia de Josemi Lorenzo

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

9 Primavera 2014 ETNO 5

aspectos de estereotipos de geacutenero en la eelccioacuten de

una especialidad musical entre otros En el aula 2 la

variedad de temas abarcoacute desde muacutesicas de raiacutez tra-

dicional como el papel de la mujer Saharaui o la mujer

en el contexto etnomusicoloacutegico caacutentabro hasta temas

maacutes actuales como los estereotipos de geacutenero en la

Bossa Nova compositoras en el cine histoacuterico o la

construccioacuten audiovisual de la escena dragqueen Por

uacuteltimo en en aula 3 escuchamos temas como la identi-

dad de geacutenero de la mujer en la zarzuela la creacioacuten

musical femenina en la Espantildea del sXIX o las cues-

tiones de geacutenero en la recepcioacuten wagneriana

El resultado de las jornadas se plasmaraacute en un dos-

sier especial sobre las mujeres en la muacutesica que se

publicaraacute en la revista Quadrivium a partir de enero de

2014 Se trata de una revista on-line y abierta por lo

que podraacute ser consultada por cualquier persona in-

teresada en el tema

La sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pe-

layo de Cuenca albergoacute durante los diacuteas 18 19 y 20 de

julio la segunda edicioacuten de las Jornadas de Didaacutectica

de la Muacutesica y Musicologiacutea En 2013 su programacioacuten

estructurada en conferencias comunicaciones mesas

redondas talleres conciertos y visitas a la ciudad se

centroacute en 2013 en un aacutembito de la investigacioacuten musi-

cal que estaacute tomando un notable auge en los uacuteltimos

tiempos Dirigidas por Marco Antonio de la Ossa y de

la mano de prestigiosos ponentes la mayor parte de

ellos doctores que desarrollan su trabajo en universi-

dades como la de Salamanca Oviedo Caacuteceres Bar-

celona Castilla-La Mancha o Madrid se realizoacute una

aproximacioacuten a la muacutesica de cine espantildeola a las com-

positoras de bandas sonoras y al mundo del videoclip

problemaacutetica y realidad en la actualidad

Ademaacutes se abordoacute la muacutesica en Guinea Ecuatorial y

su relacioacuten con otros paiacuteses del Atlaacutentico Del mismo

modo la Nueva Cancioacuten Chilena (Viacutector Jara Rolando

Alarcoacuten Quilapayuacutenhellip) y su gran relacioacuten con el can-

cionero de la guerra civil espantildeola y de la resistencia

antifranquista tuvo un importante espacio

En el campo de la didaacutectica de la muacutesica se presentoacute

un novedoso y atractivo meacutetodo de percusioacuten corporal

muy relacionado con la estimulacioacuten cerebral a traveacutes

de una conferencia teoacuterico-praacutectica Tambieacuten se cele-

braron dos mesas redondas en las que se abordaron

la situacioacuten de la investigacioacuten musical y la de la di-

daacutectica de la muacutesica en estos momentos atendiendo a

la nueva ley educativa recientemente implantada

Por uacuteltimo y como hemos mencionado se celebraron

visitas guiadas a la ciudad de Cuenca y a los principa-

les museos de la ciudad Tambieacuten hubo espacio para

una ruta gastronoacutemico-musical y para la celebracioacuten

un concierto al aire libre que corrioacute a cargo del conjun-

to gijoneacutes El Patio de tu Casa

JORNADAS DE DIDAacuteCTICA Diversidad integracioacuten y variedad Marco Antonio de la Ossa

Taller de percusioacuten corporal de Francisco Javier Romero Naranjo (meacutetodo BAPNE)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

10 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

Entre los ponentes cabe citar a la doctora Teresa

Fraile que fue la encargada de realizar la conferencia

inaugural ldquoEl cine musical espantildeol entre flamencas

ye-yeacutes y modernosrdquo A continuacioacuten se realizoacute la me-

sa redonda ldquoInvestigacioacuten musical en la Espantildea del

siglo XXI pasado presente y iquestfuturordquo que contoacute con

la propia Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Anto-

nio de la Ossa Este uacuteltimo dictoacute la ponencia ldquoNueva

cancioacuten chilena y canciones de la guerra civil espantildeo-

la y de la resistencia antifranquista transmisioacuten re-

cuerdo y homenajerdquo que cerroacute la actividad acadeacutemica

el primer diacutea

Abrioacute la jornada del viernes 19 de julio el doctor Fran-

cisco Joseacute Romero Naranjo El creador del meacutetodo

BAPNE expuso sus investigaciones de forma teoacuterica y

tambieacuten realizoacute un taller en el que mostroacute algunos de

los recursos y actividades que desarrolla Tras la me-

sa redonda ldquoLa muacutesica en la educacioacuten del siglo XXI

iquesthacia doacutende nos lleva la LOMCErdquo en la que concu-

rrieron Francisco Joseacute Romero Naranjo Eduardo Vi-

ntildeuela Teresa Fraile Matilde Olarte y Marco Antonio

de la Ossa Isabela de Aranzadi habloacute de ldquoMuacutesica

ritmos y oralidad en Guinea Ecuatorial Trayectorias

de retorno en el Atlaacutentico negrordquo

En la uacuteltima jornada la del saacutebado 20 de julio la doc-

tora Matilde Olarte ofrecioacute su conferencia ldquoiquestSomos

iguales componiendo muacutesica incidental Mujeres casi

desconocidas de la banda sonora musicalrdquo Por uacuteltimo y

antes del concierto de El patio de tu Casa que se cele-

broacute en la Plaza de la Merced y de la cena fin de Jorna-

das el doctor Eduardo Vintildeuela abordoacute el tema ldquoEl vi-

deoclip en tiempos de crisis producciones low cost y

distribucioacuten viral e internetrdquo

Cabe citar tambieacuten el buen nuacutemero y calidad de las co-

municaciones presentadas por investigadores y profe-

sores procedentes de universidades como la de Jaeacuten

Valencia o del Conservatorio Superior de Oviedo Ade-

maacutes hay que resentildear las magniacuteficas instalaciones de la

sede de la Universidad Internacional Meneacutendez Pelayo

de Cuenca y la amabilidad del personal de la misma

Ya se estaacute confeccionando la programacioacuten para el

antildeo 2014 En esta ocasioacuten y sin olvidar la muacutesica de

cine la celebracioacuten de conciertos o las visitas a la

ciudad el flamenco tendraacute un importante espacio

Asiacute las III Jornadas de Didaacutectica de la Muacutesica y Musi-

cologiacutea se celebraraacuten del jueves 17 al saacutebado 19 de

julio de 2014 (tambieacuten se aceptaraacuten comunicaciones)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

11 Primavera 2014 ETNO

Del 19 al 22 de agosto tuvo lugar en la sede de la Uni-

versidad Internacional de Andaluciacutea en Baeza el curso

de verano Muacutesica y medios de masas representacioacuten

y consumo de la escena a la publicidad dirigido por

Eduardo Vintildeuela Suaacuterez (Universidad de Oviedo) y

Joaquiacuten Loacutepez Gonzaacutelez (Universidad de Granada)

La sesioacuten de apertura estuvo a cargo de Nicholas

Cook profesor de la Universidad de Cambridge que

habloacute sobre la concepcioacuten multimedia de la muacutesica y

las leyes de propiedad intelectual tomando como ca-

so de estudio el mashup Asiacute inicioacute su clase distin-

guiendo dos formas de acercamiento a la muacutesica la

primera llamada ldquoautoacutenomardquo que designa a la pers-

pectiva de estudio de la musicologiacutea tradicional y que

toma la muacutesica como algo heredado con un significa-

do ya construido En contraposicioacuten la ldquomultimediardquo

cree en una audiencia activa que participa en los pro-

cesos de creacioacuten de significado Tomando como

ejemplo el mashup en el que se mezclan diversos

materiales que forman una nueva obra reflexionoacute so-

bre la necesidad de que las leyes de propiedad inte-

lectual deban ser revisadas para adaptarse a un nue-

vo mercado

La sesioacuten de la tarde versoacute sobre la diferente repre-

sentacioacuten de los espacios urbanos en los videoclips

Eduardo Vintildeuela nos mostroacute coacutemo la muacutesica ayuda a

crear espacios y el videoclip es el documento audiovi-

sual de los discursos de la ciudad

Cine y televisioacuten La mantildeana del martes diacutea 20 estuvo dedicada a la

representacioacuten de la muacutesica en dos de los grandes

medios de masas el cine y la televisioacuten En primer

lugar Joaquiacuten Loacutepez nos planteoacute un modelo de anaacuteli-

sis de la iconografiacutea musical en las peliacuteculas que

atiende a aspectos tan diversos como el estudio orga-

noloacutegico de los instrumentos la gestualidad o la audi-

cioacuten musical que fue combinando con la visualizacioacuten

de diferentes fragmentos Al cine le siguieron sus her-

manas pequentildeas las series de televisioacuten de las que

habloacute Matilde Olarte profesora de la Universidad de

Salamanca que nos mostroacute la evolucioacuten de la am-

bientacioacuten musical de este formato desde mediados

del siglo XX hasta hoy

Esa tarde contamos con la presencia del productor y

compositor Ricardo Pachoacuten que hizo un repaso por

las caracteriacutesticas del flamenco y varios de sus palos

y subgeacuteneros ademaacutes de compartir con nosotros va-

CURSO DE VERANO Muacutesica y medios de masas representacioacuten y consumo de la es-cena a la publicidad Sandra Aacutelvarez Diacuteaz

Nicholas Cook las leyes de propiedad intelectual deben adaptarse a una audiencia activa que participa de los procesos de creacioacuten

El profesor de Cambridge Nicholas Cook

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

12 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

rias aneacutecdotas y material ineacutedito

El diacutea 21 estuvo protagonizado por la relacioacuten entre

muacutesica y comunicacioacuten En primer lugar a traveacutes de la

figura de Kiko Mora (Universidad de Alicante) que

hizo un cuidado repaso por todas las formas de uso

de la muacutesica en publicidad Tras esto le tocoacute el turno

a la prensa escrita y radiofoacutenica de la mano de Diego

Manrique (Diario El Paiacutes) que en dos sesiones habloacute

de la funcioacuten del periodismo musical como herramien-

ta divulgadora y la evolucioacuten de la programacioacuten de

muacutesica en la radio

Finalmente el diacutea 22 se desarrolloacute la parte maacutes praacutecti-

ca del curso Por la mantildeana Teresa Fraile

(Universidad de Extremadura) nos mostroacute diferentes

herramientas para el trabajo de material audiovisual

en la educacioacuten primaria Por la tarde Cande Saacuten-

chez Olmos (Universidad de Alicante y FNAC) habloacute

de la evolucioacuten de los soportes para el consumo de

muacutesica y de diferentes estrategias de promocioacuten mu-

sical en un formato de charla-taller

En resumen los diferentes perfiles profesionales de

los ponentes sumados a los del alumnado (docentes

muacutesicos musicoacutelogos periodistashellip) dieron lugar a

un curso muy activo en el que se crearon interesantes

debates tras cada charla quedando consolidado el

objetivo que se perseguiacutea ldquoconcienciar a los alumnos

de que la muacutesica no tiene significado por siacute misma

sino que nosotros se lo otorgamosrdquo

No podemos despedirnos sin hablar de las 48 noches

de cultura abierta en la UNIA que fueron el comple-

mento perfecto con visita guiada obra de teatro y

concierto de jazz

El productor de flamenco Ricardo Pachoacuten

En Jinetes en la tormenta Diego Manrique reuacutene sus mejores textos sobre muacutesica popular

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ETNOMUSICOLOGIacuteA

13 Primavera 2014 ETNO

iquestMujeres en el rock iexclHay un montoacuten En efecto

haberlas haylas pero iquestde verdad las conocemos

iquestSabemos de sus aportaciones musicales y de sus

subversiones de geacutenero A menudo los estereotipos y

los lugares comunes no nos dejan ver el bosque Des-

de la maldad de Yoko Ono hasta la ambicioacuten de Ma-

donna pasando por la autenticidad de Janis Joplin en

el curso del Aula de Muacutesica Pop Rock de la Universi-

dad de Oviedo Material Girl a codazos con el patriar-

cado musical analizamos y revisamos muchos de los

mitos sobre las mujeres muacutesicas que pueblan las men-

tes del comuacuten de los mortales e incluso de quienes se

consideran connoisseurs del aacutembito musical que nos

ocupa

Las diez sesiones del curso supieron a poco para abar-

car un programa ambicioso que pretendiacutea realizar un

recorrido por la historia de la muacutesica popular canoacutenica

(fundamentalmente el aacutembito anglosajoacuten) centraacutendo-

se en el papel de las mujeres muacutesicas Asiacute desde las

raiacuteces de la Ameacuterica profunda con el blues y el coun-

try como principales ejes pasamos al rockabilly de los

antildeos 50 y los Girl Groups de principios de los 60 Los

antildeos 70 comenzaron con Janis Joplin esa imprescindi-

ble figura a caballo entre dos deacutecadas y entre dos

mundos articulados por los movimientos sociales y el

feminismo de la segunda ola

El folk y las compositoras de corte intimista con Joni

Mitchell a la cabeza fueron la siguiente parada mien-

tras que el punk pese a su relevancia se tratoacute soacutelo

someramente ya que al papel de las mujeres en este

geacutenero se dedicaron dos sesiones intensivas en el cur-

so monograacutefico que se impartioacute en el antildeo 2012 dentro

del Aula de Muacutesica Pop Rock En cambio la controver-

tida figura de Yoko Ono tuvo una atencioacuten especial

junto con las mujeres de la muacutesica de vanguardia La

deacutecada de las superestrellas los 80 estuvo jalonada

por la enorme repercusioacuten de Madonna que lleva tres

deacutecadas ofreciendo un torrente de modelos para sus

seguidoras la friacutevola la madre la miacutestica la sexual-

mente independiente o la empresaria Un caso uacutenico

en el aacutembito nacional es Moacutenica Naranjo que tambieacuten

fue tenida en cuenta asiacute como las grandes artistas de

los uacuteltimos veinte antildeos como PJ Harvey o Bjoumlrk Jun-

to al recorrido cronoloacutegico se analizaron tambieacuten los

roles habituales para las mujeres en la muacutesica que no

dejan de ser los siempre habituales del sistema pa-

triarcal las buenas (esposas madres) y las

malas (groupies fans y todos los de caraacutecter se-

xual)

Lo que hicimos en definitiva fue una historia del rock

con la particularidad de que todos los ejemplos y

figuras eran mujeres es decir lo que se hace siempre

sin que resulte extrantildeo cuando se utilizan ejemplos

CURSO

Material Girl a codazos con el patriarcado musical Laura Vintildeuela

Revisamos la historia del rock con la ldquoparticularidadrdquo de que todas las figuras eran mujeres

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

14 Primavera 2014 ETNO

ETNOMUSICOLOGIacuteA

masculinos Esta nueva perspectiva produce cambios

en la visioacuten global da relevancia a hitos y relaciones

causa-efecto que no siempre se tienen en cuenta Asiacute

por ejemplo el fenoacutemeno fan de los antildeos 60 que dio

a las joacutevenes la oportunidad de agruparse salir a la

calle acudir a conciertos y descontrolarse en puacuteblico

se revela fundamental a la hora de explicar que tantas

mujeres estuvieran preparadas para aprovechar la

oportunidad de hacer muacutesica que les brindoacute el punk

Esta visioacuten contradice la idea comuacutenmente aceptada

de que son las groupies en tanto que personajes indi-

vidualizados conocidos y trascendentes desde el pun-

to de vista histoacuterico las maacutes rebeldes liberadas y el

vehiacuteculo de maacutes oportunidades Por supuesto no es

un hallazgo que nos deba sorprender puesto que el

feminismo nos ensentildea la importancia de leer a contra-

pelo y el ensalzamiento ocasional de las groupies en la

historia canoacutenica del rock frente a la denostacioacuten de

las fans haciacutea sospechar que habiacutea maacutes subversioacuten en

aqueacutellas a quienes se menospreciaba con maacutes intereacutes

Material girl fue una oportunidad impagable de cono-

cer pensar aprender compartir y reflexionar sobre lo

que escuchamos y sobre todo sobre lo que no escu-

chamos Como Alicia en su Paiacutes de las Maravillas nos

permitioacute asomarnos por una puertecilla a un lugar del

que nos gustariacutea saber maacutes Esperemos que tengamos

ocasioacuten de seguir explorando

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

15 Primavera 2014 ETNO

En abril de 2013 se

celebraban en la Fa-

cultad de Ciencias de

la Informacioacuten de la

Universidad Complu-

tense de Madrid las

Jornadas de Periodis-

mo e Industria Musi-

cal Ruidos de Fondo

Organizado por De

Oiacutedo Foro de Muacutesi-

cas Populares Con-

temporaacuteneas el en-

cuentro fomentoacute el

acercamiento y la

comunicacioacuten entre

los estudios acadeacutemicos sobre la industria de la muacute-

sica y sus transformaciones presentes y una serie de

actores de distintos aacutembitos de la industria y el perio-

dismo musical

En este sentido las jornadas contaron con la partici-

pacioacuten de investigadores universitarios (Ignacio Ga-

llego Julio Arce Fernaacuten del Val Heacutector Fouce) des-

tacados representantes de la organizacioacuten de con-

ciertos (Javier Olmedo de La Noche en Vivo) y la

produccioacuten edicioacuten y distribucioacuten discograacutefica

(Fernando Novi en representacioacuten de UFI Fernando

Luaces director de Boa Music y Altafonte) joacutevenes

emprendedores (Pablo Garciacutea de Pauken Grabacio-

nes Chris McEldowney de Letrsquos Loop Luis Fernaacuten-

dez del sello Sonido Muchacho) periodistas

(Joaquiacuten Guzmaacuten de Rockola FM Pilar Sanz direc-

tor de Calle 20 Luis J Meneacutendez de Mondo Sono-

ro Ceacutesar Luquerondash en representacioacuten de Rockdelux)

y muacutesicos de la escena pop-rock (Fernando Pardo

de Los Coronas Sara Intildeiguez de Rubia Alfa o Sa-

bino Meacutendez) Asimismo tambieacuten hubo debates so-

bre el complejo tema de la propiedad intelectual en el

que Javier de Torres por un lado y Marta G Franco

por otro expusieron distintos destalles sobre la regula-

cioacuten y sus argumentos y sobre la relevancia de la

muacutesica popular como hecho econoacutemico (Rubeacuten Gutieacute-

rrez- de Fundacioacuten Autor)

Invitados a reflexionar sobre el estado actual de las

muacutesicas populares en Espantildea los participantes abor-

daron algunos temas comunes y fundamentales en el

contexto reciente como las potencialidades y liacutemites

de los medios digitales como herramientas de comuni-

cacioacuten y nuevos modelos de negocio el papel y la

persistencia de los medios tradicionales las proble-

maacuteticas que afectan al circuito urbano de muacutesica en

directo (crisis econoacutemica subida del IVA restriccioacuten

de entrada a menoreshellip) y las relaciones vigentes

entre periodismo musical la industria y los muacutesicos

Una de las principales contribuciones de las jornadas

fue precisamente ofrecer un lugar de encuentro y de-

JORNADAS

industria musical y periodismo historia de dos crisis Josep Pedro

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

16 Primavera 2014 ETNO

bate no siempre expliacutecito entre los distintos puntos

de vista de los actores implicados En este sentido se

conjugaron las ilusiones por nuevos proyectos digita-

les y multimedia con los aspectos hegemoacutenicos de las

industrias tradicionales asiacute como los discursos y ruti-

nas de trabajo de periodistas y muacutesicos donde sur-

gieron acusaciones cruzadas y argumentos nostaacutelgi-

cos yo praacutecticos sobre la incidencia social de la muacutesi-

ca en tiempos pasados Resaltando el aspecto maacutes

positivo esta reunioacuten posibilitoacute nuevas viacuteas de enten-

dimiento entre actores interrelacionados que no siem-

pre estaacuten en contacto y potencioacute la empatiacutea con la

posicioacuten del otro Por otro lado ante la poca habitual

presencia de ponentes en las mesas de otros invita-

dos tambieacuten asistimos a un ejercicio discursivo ritual

en el que los miembros de cada grupo implicado reite-

raron argumentos individuales tiacutepicos de su colectivo

o persona

Por ello los mayores beneficiarios de las jornadas

fueron probablemente los estudiantes que tuvieron

una asistencia destacada Algunos de ellos se mostra-

ron muy interesados en los procesos de cambio en las

experiencias de la muacutesica popular participaron en los

debates y realizaron entrevistas a los ponentes Su

posicioacuten curiosa de escucha ante los distintos discur-

sos de los participantes y la experiencia de asistir a

debates que sienten muy proacuteximos a su vida cotidiana

supuso un importante proceso en su formacioacuten ndash

tambieacuten en la de los organizadores- ya que durante

tres diacuteas estuvieron en contacto directo con algunas

de las realidades de las que querraacuten formar parte en

un futuro proacuteximo

En definitiva estas jornadas de periodismo e industria

musical sirvieron para seguir construyendo una liacutenea

de trabajo e investigacioacuten en torno a las muacutesicas po-

pulares en el espacio universitario donde deberiacutean

estar cada vez maacutes integradas La colaboracioacuten entre

distintas instituciones y empresas es prueba de que la

universidad puacuteblica y en concreto la facultad de Cien-

cias de la Informacioacuten tiene la potencialidad de fo-

mentar el debate y la accioacuten conjunta y de que la muacute-

sica popular como expresioacuten comunicativa e interco-

nectada con distintos actores mantiene una relevan-

cia fundamental en la realidad social presente

Las posiciones fluctuacutean entre los ilusionados por las nuevas posibilidades de lo digital y los nostaacutelgicos de tiempos pasados

Fernando Pardo guitarrista de Los Coronas

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

17 Primavera 2014 ETNO

Madrid abril de 2011 Me asombra ver en un quiosco

que RockdeLux ha escogido a los catalanes Manel

para ilustrar su portada No puedo creerlo nunca un

grupo que canta en catalaacuten habiacutea ocupado este lujoso

puesto Pero la realidad era que entonces estos joacuteve-

nes encabezaban una escena musical que creciacutea en

ventas (3 discos de oro) y en produccioacuten fonograacutefica

(591 discos) Como Antogravenia Font Manel giroacute aqueacutel

2011 por distintos lugares de Espantildea bajo el intereacutes

de un puacuteblico que no hablaba catalaacuten y lejos de pen-

sar que seriacutean apedreados como le pasoacute a Sopa de

Cabra en los 90 iquestCuaacuteles han sido las causas que

han propiciado este cambio de mentalidad

Aunque no existen estudios especiacuteficos debemos

citar -entre otras causas- el aumento de la normaliza-

cioacuten del catalaacuten y de la reivindicacioacuten de la propia cul-

tura Otra causa es la divulgacioacuten en la escuela de

contenidos de muacutesica popular y tradicional en catalaacuten

Gracias a la modificacioacuten del curriacuteculo y del contenido

de los libros de texto ahora se divulga tiacutemidamente

informacioacuten sobre la Nova Canccediloacute y el rock catalagrave he-

cho que produce que muchos profesores de muacutesica

que vivieron este uacuteltimo fenoacutemeno transmitan la BSO

a sus alumnos de manera apasionada y la interpreten

en las fiestas Otra causa ha sido la poliacutetica cultural

de la Generalitat Por ejemplo el decreto que en 2003

obligoacute a los medios a emitir el 25 de muacutesica de su

cuota en catalaacuten Aunque queda mucho por desear

hoy hay maacutes presencia de muacutesica en catalaacuten en las

radios y en la televisioacuten autonoacutemica (en series anun-

cios documentales programas en directo o CDrsquos re-

copilatorios) Otra causa es la valoracioacuten de la calidad

musical de los productos gracias -entre otras- a cuatro

razones En primer lugar por un aumento de la cali-

dad linguumliacutestica de las letras tambieacuten por cierta reivin-

dicacioacuten en su mensaje Asiacute mismo ha influido la for-

macioacuten musical de los artistas y sus muacuteltiples influen-

cias que incluyen referentes autoacutectonos y del resto

del mundo -de cualquier estilo y tiempo- de los que

han adquirido nuevos timbres formas modelos de

creacioacuten o de performance Y finalmente otra causa

ha sido el aumento de respeto hacia la cultura catala-

na gracias a fenoacutemenos como la interculturalidad y la

globalizacioacuten

Pero sin duda otra de las razones que han propiciado

el intereacutes que suscita la muacutesica en catalaacuten es la labor

que ha hecho el grupo editorial Enderrock en los uacutelti-

mos 20 antildeos Que Manel haya sido portada de Ro-

ckdeLux y tenga eacutexito se debe -en gran parte- al he-

cho de que en 2007 quedara finalista en el concurso

Sona 9 que organiza eacuteste grupo editorial

El grupo editorial Enderrock Aunque sus inicios fueron modestos y difiacuteciles pasa-

dos 20 antildeos y 200 nuacutemeros los periodistas fundado-

res del grupo Enderrock Ferran Amado Lluiacutes Gen-

drau Pere Pons y el fotoacutegrafo Xavier Mercadeacute pue-

den presumir de la colosal aportacioacuten cultural que han

hecho al pueblo catalaacuten Bajo la direccioacuten editorial de

Gendrau han editado cinco cabeceras de muacutesica

entre las que destaca su mayor proyecto la revista de

muacutesica popular Enderrock publicacioacuten que editaron el

23 de abril de 1993 el mismo diacutea de Sant Jordi que

en 1976 vio nacer Avui el primer diario en catalaacuten que

se editaba despueacutes de la dictadura

Enderrock nacioacute como altavoz del sector musical des-

pueacutes del boom del rock catalagrave de 1991 pues no exis-

tiacutea ninguna revista de muacutesica popular en catalaacuten con

cierta incidencia social Desde entonces la revista ha

sido testigo de la evolucioacuten de la muacutesica popular y la

transformacioacuten cultural del sector en los Paiumlsos Cata-

lans a nivel de promocioacuten derechos estilos referen-

PRENSA MUSICAL La revista Enderrock cumple 20 antildeos Maria Salicruacute-Maltas

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

18 Primavera 2014 ETNO

tes temaacutetica salas circuitos festivales tecnologiacutea

esteacutetica financiacioacuten (Verkami)Como complemento

estaacuten sus monograacuteficos de verano la serie de biogra-

fiacuteas Rockcolmiddotleccioacute y los nuacutemeros especiales de sus

efemeacuterides maacutes importantes (10 y 20 antildeos y los nuacutem

100 150 y 200) balance del estado de cada eacutepoca

que incluyen la valoracioacuten de los mejores discos gru-

pos canciones portadas conciertos e imaacutegenes

El grupo tambieacuten edita la revista 440 Clagravessica y LrsquoEs-

pectacle dedicadas a la muacutesica claacutesica y a los progra-

madores respectivamente LrsquoEspectacle saca el

Anuari de la Muacutesica que cada antildeo hace balance de la

industria musical catalana Debido a la crisis se ha

dejado de publicar una revista bimestral especializada

en jazz (Jaccedil) y otra bimestral dedicada a la muacutesica

tradicional y la cancioacuten de autor (Sons de la Medi-

terragravenia) aunque tienen su versioacuten online y la uacuteltima

sigue organizando el concurso de nuevos talentos

Sons

Maacutes que una revista

Durante dos deacutecadas la revista Enderrock se ha con-

vertido en una herramienta indispensable para la in-

dustria de la muacutesica popular en catalaacuten

Y es que Enderrock no es soacutelo una revista de prensa

escrita siempre ha complementado sus contenidos

con las nuevas tecnologiacuteas ofreciendo un CD o un

DVD en cada nuacutemero Ha regalado novedades disco-

graacuteficas recopilaciones de festivales reediciones de

discos histoacutericos o CDrsquos de versiones Algunos de

ellos pueden escucharse en Spotify Los DVDrsquos han

divulgado conciertos y documentales que atestiguan

la trayectoria de artistas fenoacutemenos musicales o con-

ciertos emblemaacuteticos de la muacutesica en catalaacuten Una

coleccioacuten audiovisual de gran utilidad para la divulga-

cioacuten de la historia musical de un paiacutes la promocioacuten de

grupos y el reconocimiento a artistas de otros tiem-

pos La revista tuvo su propio canal de televisioacuten En-

derrock TV ahora dentro de la web del grupo

Otro de sus logros es el concurso de nuevos talentos

Sona 9 y los Premis Enderrock (los Premios de la Muacute-

sica Catalana) cerca de 40 reconocimientos al sector

escogidos por votacioacuten popular y por la criacutetica En la

uacuteltima gala la revista reunioacute a Raimon - homenajea-

do por sus 50 antildeos de trayectoria- y a su herencia

musical que comprendiacutea gente del rock catalagrave y del

pop actual Tres generaciones que cantan en catalaacuten

gracias a eacutel entre otros Y es que reconocer a los pio-

neros siempre ha sido prioridad de la revista junto a

la actualidad nacional e internacional

Otra de las virtudes de Enderrock ha sido la complici-

dad con otras empresas medios de comunicacioacuten

productoras programadores (de salas circuitos y fes-

tivales) y profesores de la escuela (suplemento Muacutesic

del Mes) Debemos antildeadir la creacioacuten del teacutermino

Bandautor la publicacioacuten de cancioneros de la Nova

Canccediloacute del folk o la rumba catalana libros de artistas

y la organizacioacuten de exposiciones de fotografiacuteas sobre

muacutesica Para el grupo todo formato es bueno para

promocionar la escena

Enderrock es hoy una revista del siglo XXI competiti-

va con buenos profesionales (como el fotoacutegrafo Juan

Miguel Morales que ha retratado cantautores de todo

el mundo) que aglutina y dinamiza la escena de la

muacutesica popular en catalaacuten que tiene la capacidad de

influir en el sector y que es baroacutemetro para el futuro Y

todo con la misma pasioacuten y constancia de sus inicios

Aunque algunos se empentildeen en ello Enderrock no es

la Suacuteper Pop en catalaacuten ni una revista destinada soacutelo

al puacuteblico joven tampoco una publicacioacuten que recoge

los deseos comerciales de la industria musical catala-

na sino un tesoro vivo para los amantes de la muacutesica

popular en catalaacuten Tambieacuten un lujo para los interesa-

dos en eacutesta muacutesica de todo el mundo pues la revista

ha descrito describe y describiraacute la BSO de la muacutesica

popular en catalaacuten

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

19 Primavera 2014 ETNO

Los diacuteas 9 y 10 de mayo de 2013 se celebraron unas

jornadas organizadas por la SIBE y el Vicerrectorado

de Cultura de la UA bajo el tiacutetulo ldquoCovers (1951-

1964) Cultura juventud y rebeldiacuteardquo como comple-

mento de la exposicioacuten del mismo tiacutetulo que se exhi-

biacutea en el MUA Dicha exposicioacuten que abordaba la

emergencia del rock and roll en USA a traveacutes de las

portadas de discos maacutes emblemaacuteticas del periacuteodo

sirvioacute de excusa para la realizacioacuten de una serie de

charlas que pudieran no soacutelo contextualizar el conteni-

do de la misma sino reflexionar al mismo tiempo so-

bre las derivas de la industria musical en nuestras

sociedades contemporaacuteneas

El muacutesico Igor Paskual daba comienzo a la primera de

las conferencias ilustrando guitarra en mano la emer-

gencia y proliferacioacuten del rock de los cincuenta en EE

UU Interpretando los acordes de grandes artistas co-

mo Bill Haley The Carter Family Elvis Presley y

Chuck Berry y resaltando la importancia para la in-

dustria que supuso Alan Freed Igor retratoacute el surgi-

miento de dos estilos musicales rockrsquonrsquoRoll y soul

Ambos influyeron profundamente en la juventud norte-

americana y trascendieron hasta el punto de ser moti-

vo de conflictos intergeneracionales e interraciales

Eduardo Vintildeuela (Universidad de Oviedo) y Fernaacuten

del Val (UNED Madrid) esclarecieron la consolidacioacuten

del rock en Espantildea desde el beat al rock urbano Na-

rraron coacutemo Espantildea buscaba integrarse en Europa

desde el desastre de 1898 y fue en los sesenta cuan-

do el turismo permitioacute que el rock y los agentes de

modernidad entraran en nuestro paiacutes Las orquestas

JORNADAS Covers (1951-1964) Cultura juventud y rebeldiacutea Virginia Saacuteez Nuacutentildeez

que interpretaban las versiones internacionales en las

verbenas de los pueblos jugaron un importante papel en

este periodo clave en el que comenzaban a surgir ban-

das como Los Brincos Los Bravos o Los Salvajes

Tras conocer los oriacutegenes nacionales e internacionales

de la muacutesica rock Juan Ignacio Gallego (Universidad

Carlos III de Madrid) habloacute de las nuevas formas de dis-

tribucioacuten de contenidos sonoros radio muacutesica y tecno-

logiacutea Reflexionoacute sobre los nuevos consumos culturales

en la muacutesica popular y los medios de comunicacioacuten

sentildealando que estas formas de consumir surgiacutean de la

cultura underground y se vinculaban con el movimiento

punk A eacutel se unieron maacutes tarde Heacutector Fouce

(Universidad Complutense de Madrid) y Pedro Leoacuten

(Universidad de Alicante) para debatir en una mesa re-

donda acerca del negocio de la industria musical en el

panorama actual

La apertura al turismo allanoacute el terreno para la llegada del rock a Espantildea

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

PERIFERIAS

20 Primavera 2014 ETNO

Teresa Fraile (Universidad de Extremadura) discurrioacute

sobre el rock and roll en el cine norteamericano En

plena Guerra Friacutea cuando las familias estadouniden-

ses alardeaban de su prosperidad y bienestar la apa-

ricioacuten de James Dean y Marlon Brando en la gran

pantalla filmando peliacuteculas como Rebelde sin causa o

Salvaje llegoacute con una carga altamente simboacutelica que

caloacute hondo en el malestar de la juventud norteameri-

cana Los modos de vida comenzaron entonces a

transformarse en formas de consumo y manifestacio-

nes culturales La profesora Fraile tambieacuten tuvo tiem-

po de reflexionar metodoloacutegicamente sobre el estudio

de la muacutesica cinematograacutefica

Para concluir el encuentro se sentaron a la mesa Kiko

Igor Pascual

Mora (profesor de la Universidad de Alicante y organi-

zador junto a Eduardo Vintildeuela de las jornadas) Jose

Mordf Esteban (periodista musical y coordinador de la

revista World 1 Music) Heacutector Fouce y Eduardo Vi-

ntildeuela tratando el tema de la cultura del rock y aten-

diendo a las preguntas que surgiacutean entre los asisten-

tes

Por su parte un grupo de alumnos del maacutester Comi-

crea Comunicacioacuten e Industrias Creativas de la Uni-

versidad de Alicante (Jaime Albero Rosa Gonzaacutelez y

Guiomar Soler) presentaron su propuesta de estrate-

gia de lanzamiento realizada sobre un grupo musical

ficticio Se trataba de dar a conocer las dinaacutemicas de

trabajo de este maacutester por parte de algunos alumnos e

integrarlos dentro de una reunioacuten acadeacutemica

La ceremonia de clausura reunioacute a las afueras del re-

cinto del museo a docentes estudiantes amigos e

invitados en el concierto de La Kamikaze Sound Ex-

press integrada por David Saacutenchez (bajo) Antonio

Valiente (guitarra) Aacutengel Mira (bateriacutea) Marcos Beviaacute

(teclado) y Kiko Mora (voz) La banda alicantina fusio-

na rock blues soul y jazz y rindioacute homenaje a la muacutesi-

ca norteamericana de los antildeos 50 y 60 seguacuten el con-

tenido de la exposicioacuten con versiones de grandes ar-

tistas y grupos del momento como Elvis Presley The

Beatles Etta James Ray Charles Chuck Berry Eddie

Cochran y The Rolling Stones entre otros

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

21 Primavera 2014 ETNO

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

22 Primavera 2014 ETNO

Nueva York es desde hace deacutecadas la ciudad del es-

pectaacuteculo Cualquier geacutenero musical que se precie

debe probarse en la Gran Manzana para obtener la

legitimidad que a nivel internacional busca un geacutenero

maduro El flamenco hace ya muchiacutesimo tiempo que

pasoacute ese traacutemite y tiene carta blanca para penetrar en

terreno norteamericano tras una larga historia de es-

pectaacuteculos flamencos y academias de ires y venires

de artistas llegados desde distintos rincones de la Pe-

niacutensula Ibeacuterica de los paiacuteses latinos o criados en la

propia ciudad de los rascacielos

La New York Public Library for the Performing Arts ha

sido la anfitriona de la que hasta hoy se considera la

primera exposicioacuten de flamenco comisionada en Esta-

dos Unidos 100 Years of Flamenco in New York

presentoacute desde el 12 de marzo hasta el 3 de agosto

del 2013 un recorrido por bastante maacutes de cien antildeos

(a pesar del tiacutetulo) de arte flamenco en el paiacutes ameri-

cano Pudo verse en la Vincent Astor Gallery de la

citada biblioteca en el complejo Lincoln Center de

Nueva York

La idea de la exhibicioacuten partioacute de Carlota Santana

fundadora y directora artiacutestica de la Compantildeiacutea Fla-

menco Vivo lo que le valioacute que en la inauguracioacuten

fuera galardonada con la Cruz de la Orden al Meacuterito

Civil concedida por el Gobierno de Espantildea El respal-

do acadeacutemico vino de la mano de las dos comisarias

de la exposicioacuten las investigadoras Ninotchka Devo-

rah Bennahum y K Meira Goldberg La primera es

especialista y profesora universitaria de coreografiacutea y

su intereacutes en la figura de la bailaora ha dado como

resultado los libros Antonia Merceacute La Argentina Fla-

menco and the Spanish Avant Garde (Wesleyan

2000) y Carmen a Gypsy Geography (Wesleyan

2013) Por su parte ldquoLa Meirardquo es una reconocida bai-

laora formada en baile flamenco en Los Aacutengeles y

Madrid de contrastada trayectoria como coreoacutegrafa

en muacuteltiples espectaacuteculos El fruto de su investigacioacuten

EXPOSICIOacuteN 100 years of flamenco in New York Teresa Fraile Prieto

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

23 Primavera 2014 ETNO

en flamenco ha cristalizado en una tesis doctoral so-

bre Carmen Amaya en el libro Border Trespasses

The Gypsy Mask and Carmen Amayas Flamenco

Dance (Temple University 1995) y el proyecto de in-

vestigacioacuten en curso Sonidos Negros Meditations on

the Blackness of Flamenco

Aunque la exposicioacuten estaba contenida en un solo

espacio la variedad de materiales aportaba una mira-

da completa y diversa sobre diferentes aspectos del

baile el toque y el cante flamenco en la ciudad de

Nueva York a lo largo de su historia Se exhibieron

fotografiacuteas trajes y complementos de baile dibujos

carteleriacutea artiacuteculos de prensa revistas programas de

espectaacuteculos discos partituras filmografiacutea y distintos

testimonios Los audiovisuales fueron sin duda una

de las joyas de la exposicioacuten no soacutelo podiacutea visionarse

la Carmencita de 1894 sino tambieacuten la grabacioacuten de

Juana Vargas ldquoLa Macarronardquo tomada en 1918 por el

coreoacutegrafo ruso Leonide Massine durante la prepara-

cioacuten de El sombrero de tres picos de Falla con el Ba-

llet Ruso de Diaghilev

Junto a la exposicioacuten se aprovechoacute para proyectar

una programacioacuten paralela en el Bruno Walter Audito-

rium que incluiacutea una serie de peliacuteculas sobre flamen-

co Asiacute los interesados pudieron asistir a cuatro se-

siones que comprendieron Flamenco (Carlos Saura

1995) El amor brujo (Carlos Saura 1986) junto con el

mediometraje Sabicas maestro del flamenco (1966-

169) Carmen (Carlos Saura 1983) junto al mediome-

traje Flamenco at 515 (Cynthia Scott 1983) y Blood

Wedding (Bodas de Sangre Carlos Saura 1981) jun-

to al cortometraje Concerto Flamenco (Maurice Amar

1964) A eacutestas se unieron actuaciones de la compantildeiacutea

Flamenco Vivo de Carlota Santana y charlas de espe-

cialistas y flamencoacutelogos como Sir Brook Zern Estela

Zatania Deirdre Towers las comisarias Nina

Bennahum y Meira Goldberg y la directora de Queen

of the Gypsies (2009) Jocelyn Ajami

Pequentildea cronologiacutea del flamenco en NY El flamenco ha estado presente en Nueva York desde

hace maacutes de cien antildeos desde las giras americanas

que los bailarines espantildeoles realizaron durante todo

el siglo XIX aunque estos espectaacuteculos no se limita-

ban a estilos del flamenco sino que se interpretaba

todo tipo de baile espantildeol Desde entonces la crea-

cioacuten de academias de flamenco tanto por parte de

americanos como por bailaores espantildeoles fue una

constante en la ciudad

Tampoco fueron espantildeoles los primeros inteacuterpretes

de baile espantildeol pues la prensa documenta el eacutexito

de la cachucha interpretada en el Park Theater de

Nueva York en 1840 por la austriaca Fanny Elssler

asiacute como la representacioacuten del baile espantildeol El Jaleo

de Jerez y la malaguentildea que bailan Ruth St Denis y

Ted Shawn Seguacuten la exposicioacuten la primera bailarina

espantildeola de la que se tienen noticias en Estados Uni-

dos fue Pepita Soto en la deacutecada de 1850 y maacutes tar-

de la prensa recoge noticias de Trinidad Huertas ldquoLa

Cuencardquo seguramente la primera en bailar flamenco

en Nueva York

En Nueva York dejaron huella artistas internacionales

muy reconocidas lo que queda demostrado a traveacutes

de la numerosa documentacioacuten de la exhibicioacuten A

finales del XIX la maacutes notable fue Carmencita la al-

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

24 Primavera 2014 ETNO

meriense Carmen Dauset bailarina de eacutexito en los

teatros de vaudeville de la que ha quedado constancia

visible en una cinta para kinetoscopio grabada por

Thomas Edison Carmencita estuvo en Nueva York

desde finales de la deacutecada de 1880 donde fundoacute una

academia de baile e hizo publicidad mostrada en la

exposicioacuten y desde donde partieron sus muacuteltiples gi-

ras por todo el paiacutes

Otro de los capiacutetulos maacutes importantes de la presencia

del flamenco en Nueva York lo firma Antonia Merceacute

ldquoLa Argentinardquo Figura de reconocido prestigio y fama

entre otros hitos estrenoacute La danza de los ojos verdes

de Enrique Granados justo antes de que el composi-

tor falleciera en 1917 precisamente en el barco de

vuelta a Espantildea que fue atacado por un submarino

alemaacuten en la primera guerra mundial

Posteriormente fue la Guerra Civil espantildeola la cau-

sante del desembarco de muacuteltiples artistas flamencas

al otro lado del Atlaacutentico Es el caso de Encarnacioacuten

Loacutepez Juacutelvez ldquoLa Argentinitardquo que se exilioacute y se insta-

loacute en Nueva York hasta que murioacute en 1945 De su

relacioacuten con Federico Garciacutea Lorca cuando eacuteste estu-

vo alliacute ha quedado una grabacioacuten para gramoacutefono de

1931 (quizaacute una de las cintas maacutes destacadas de la

muestra) en la que ambos con el poeta al piano in-

terpretan canciones populares espantildeolas

Los antildeos cuarenta del pasado siglo fueron un momen-

to determinante en el asentamiento del flamenco en la

ciudad americana Durante esa deacutecada y la siguiente

los maacutes importantes empresarios y las maacutes destaca-

das compantildeiacuteas como la Columbia Artists Manage-

ment llevaron el flamenco por todo el paiacutes Es el mo-

mento en el que llega para instalarse la gitana Car-

men Amaya despueacutes de pasar por Argentina y Meacutexi-

co haciendo pasar a la historia momentos estelares

como el estreno del baile del taranto en el Carnegie

Hall en 1942

Pero la historia del flamenco en esta ciudad no soacutelo

se escribe con nombres de bailaoras Asiacute por ejem-

plo junto con Carmen Amaya llega a la Gran Manza-

na el guitarrista Agustiacuten Castelloacuten Campos ldquoSabicasrdquo

quien aunque tiempo despueacutes abandona su compa-

ntildeiacutea permaneceraacute en Nueva York hasta su muerte Y

tampoco son siempre espantildeoles sin ir maacutes lejos en

la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinardquo actuaba su hermana

Pilar Loacutepez y Antonio el de Triana pero tambieacuten bai-

laores americanos como Manolo Vargas Roberto Xi-

meacutenez y Luisillo y el neoyorquino Joseacute Greco forma-

ban parte de ella Joseacute Greco siacutembolo internacional

del flamenco durante los cincuenta nace en Italia en

1918 tras pasar por la compantildeiacutea de ldquoLa Argentinitardquo

se convirtioacute en figura de primera liacutenea inaugurando su

propia compantildeiacutea y siendo el primero en traer a Esta-

dos Unidos a Paco de Luciacutea para tocar en su espec-

taacuteculo

A finales del siglo XX son multitud ya los nombres re-

currentes en teatros neoyorkinos y medios estadouni-

denses Antonio Gades marcoacute un punto y aparte con

su Carmen en versioacuten teatral junto a Cristina Hoyos

pero igualmente resulta ineludible citar a la propia

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

25 Primavera 2014 ETNO

Carlota Santana a Soledad Barrio a Israel Galvaacuten al

bailariacuten Vicente Escudero (aparece en la revista Life)

a Antonio ldquoEl Bailariacutenrdquo a ldquoEl Guumlitordquo a Pilar Loacutepez a

Rafael de Coacuterdoba a Mario Maya y a su pareja Car-

men Mora

La ciudad que nunca duerme ha visto pasar por sus

calles muchos maacutes nombres espantildeoles gracias so-

bre todo al que es en la actualidad el evento flamen-

co maacutes destacado el Flamenco Festival USA en

marcha desde 2001 Entre ellos Sara Baras Enrique

Morente Carmen Linares Vicente Amigo Estrella

Morente la Compantildeiacutea Andaluza de Danza Tomatito

Mariacutea Pageacutes Manuela Carrasco Miguel Poveda Ge-

rardo Nuacutentildeez Muchachito Bombo Infierno Carmen

Corteacutes Rociacuteo Molina Rafaela Carrasco y Canteca de

Macao Este antildeo 2014 acudiraacuten al Festival en Nueva

York los bailaores Antonio Canales Carlos Rodriacute-

guez Karime Amaya y Jesuacutes Carmona ademaacutes del

espectaacuteculo de Eva Yerbabuena

Nueva York ciudad flamenca ldquo100 Years of Flamenco in New Yorkrdquo viene a demos-

trar que el flamenco en Nueva York no es un fenoacute-

meno tangencial que no es una escena en los maacuterge-

nes sino que forma parte de la propia historia del fla-

menco conformando uno de sus capiacutetulos maacutes impor-

tantes Aunque el contenido de la exposicioacuten desbor-

da hacia otros paiacuteses y otros geacuteneros musicales la

exposicioacuten como rezaba la resentildea publicada en mar-

zo en el New York Times ldquoenriquece nuestra idea

tanto de este geacutenero como de esta ciudadrdquo

La categoriacutea social de esta muacutesica evolucionoacute desde

su baja condicioacuten de espectaacuteculo de vaudeville hasta

su exhibicioacuten en salas de concierto tan respetables

como el representativo Carnegie Hall En este trayec-

to como no podiacutea ser menos el flamenco ha pene-

trado en la cultura norteamericana y ha dejado su

impronta en el seacuteptimo arte No soacutelo se han podido

ver las peliacuteculas de Carlos Saura en las pantallas

neoyorkinas sino que artistas como Antonio y Rosa-

rio tambieacuten pasaron por Nueva York para rodar peliacute-

culas como ya hicieran en Hollywood Carmen Ama-

ya y Antonio el de Triana

La exposicioacuten tambieacuten viene a demostrar coacutemo Nue-

va York se ha forjado su propia personalidad dentro

del mundo flamenco No soacutelo porque la situacioacuten poliacute-

tica de Espantildea durante la dictadura forzara a los ar-

tistas a buscar sus propios caminos esteacuteticos sino

por los muacuteltiples intercambios entre figuras maacutes

ldquopurasrdquo y figuras autoacutectonas maacutes ldquohiacutebridasrdquo (Antonio

Montoya Flores ldquoEl Farrucordquo recibe influencia de Joseacute

Greco Mario Maya de Alvin Ailey etc) asiacute como por

los deseados contactos del flamenco con la danza

moderna el jazz y el baile latino Pero ademaacutes lo que

conforma Nueva York como un verdadero nuacutecleo

flamenco es la existencia de un puacuteblico una criacutetica y

una industria La criacutetica con el miacutetico criacutetico de danza

del New York Times John Martin a la cabeza sin du-

da fue la que sentoacute las bases ese gusto americano

volcado hacia un exotismo tan familiar como impere-

cedero

Y aunque la exposicioacuten ldquo100 Years of Flamenco in

New Yorkrdquo se centre maacutes en la parte visual y coreo-

graacutefica que en las variantes musicales del geacutenero y a

pesar de que sus textos reinciden en algunos de los

toacutepicos maacutes puristas de la construccioacuten del discurso

flamenco demuestra en su recorrido el lugar que

Nueva York ocupa dentro del mundo del flamenco la

importancia como referente que esta ciudad se ha

ganado a pulso y el papel que ha jugado en el desa-

rrollo del geacutenero

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

26 Primavera 2014 ETNO

Estrenado en el Festival de Sundance en enero de

2013 Sound City es el primer documental dirigido por

Dave Grohl conocido primero como bateriacutea de Nirva-

na y maacutes tarde como guitarrista y liacuteder de Foo Figh-

ters Su tiacutetulo se refiere a un famoso estudio de Van

Nuys California en el que desde 1969 hasta 2011 se

grabaron algunos de los aacutelbumes maacutes revolucionarios

y exitosos del rock Estaacute escrito por Mark Monroe y

editado por Paul Crowder con Kenny Stoff y Jessica

Young como responsables de fotografiacutea y cinemato-

grafiacutea respectivamente y cuenta con subtiacutetulos en

ingleacutes espantildeol portugueacutes japoneacutes alemaacuten franceacutes

italiano holandeacutes y sueco El documental se centra en

las singularidades que convirtieron Sound City en un

lugar emblemaacutetico del rock durante maacutes de tres deacuteca-

das a pesar de su peregrina localizacioacuten y sus insta-

laciones decreacutepitas

La historia empieza con la fundacioacuten de Sound City

por Joe Gottfried y Tom Skeeter en 1969 y la graba-

cioacuten de After the Gold Rush de Neil Young Pero el

verdadero intereacutes del documental se concentra en el

periodo que se inicia en 1973 tras la compra de una

exclusiva y cara consola de grabacioacuten obra del presti-

gioso ingeniero britaacutenico Rupert Neve La consola

cuidadosamente calibrada a mano costoacute entonces

maacutes de 75000 doacutelares el doble de lo que Skeeter

acababa de pagar por una casa en las inmediaciones

del lago Toluca En sus inicios Sound City fue una

faacutebrica de altavoces y por tanto no habiacutea sido disentildea-

da para servir como estudio de grabacioacuten Pero resul-

toacute que la sala a pesar de sus grandes dimensiones y

su forma cuadrada teniacutea una excelente acuacutestica para

grabar la bateriacutea una de las principales claves de

cualquier estudio que se precie

A partir de ahiacute el documental narra cronoloacutegicamente

basaacutendose en material audiovisual y entrevistas la

historia de Sound City y el sonido de su legendaria

consola Neve 8028 desde la grabacioacuten del aacutelbum Bu-

ckingham Nicks en 1973 hasta el cierre del estudio

Su excepcional sonoridad atrajo a algunos de los gru-

pos y solistas que maacutes han contribuido a cambiar el

rock en los uacuteltimos cuarenta antildeos Fleetwood Mac

Grateful Dead Cheap Trick Foreigner Pat Benatar

Tom Petty and the Heartbreakers Fear Rick Spring-

field Dio Saxon Ratt Metallica Slayer Masters of

Reality Nirvana Rage Against the Machine Red Hot

Chili Peppers Johnny Cash John Fogerty Carl Per-

kins The Pixies Nine Inch Nails Slipknot o Queens of

the Stone Age entre otros muchos

El documental estaacute muy lejos de la analiacutetica frialdad

que cabriacutea esperar de sus dos objetos prioritarios una

sala y una herramienta de grabacioacuten porque Dave

Grohl centra su historia en las relaciones profesiona-

les y humanas que se crearon alrededor de ambas

Una de las grandes virtudes de Sound City es dar voz

no soacutelo a los muacutesicos sino tambieacuten a ingenieros pro-

ductores managers e incluso algunos empleados del

estudio que en principio no teniacutean una responsabili-

DOCUMENTAL Sound City Ivaacuten Iglesias

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

27 Primavera 2014 ETNO

dad visible en el proceso de grabacioacuten En la parte

final de la historia el documental se centra en la criacuteti-

ca de aquello que a juicio de los protagonistas des-

truyoacute todo ese tejido personal y creativo la grabacioacuten

digital encarnada en avanzados programas informaacuteti-

cos como Pro-Tools o Auto-Tune

Desde este punto de vista el documental destila nos-

talgia y la nostalgia en la creacioacuten ya se sabe es un

sentimiento reaccionario Comentarios sobre la graba-

cioacuten como proceso para iniciados y lamentos sobre la

digitalizacioacuten como perversioacuten que permitioacute que

ldquogente corrienterdquo hiciera lo que antes soacutelo unos pocos

podiacutean hacer o que personas que no deberiacutean estar

en el negocio del rock se convirtieran en estrellas

reivindican una distincioacuten creativa y la tecnologiacutea co-

mo capital cultural Aunque este discurso enlaza con

el anticapitalismo del rock y del metal alternativos que

alargaron la vida de Sound City por otra parte resulta

paradoacutejico en un documental en el que varios de sus

protagonistas surgieron del punk del noise o del grun-

ge y su lema del ldquohazlo tuacute mismordquo Pero Dave Grohl

permite que las opiniones sean plurales y no faltan

aunque sean minoritarios testimonios de muacutesicos de

referencia que ven enormes ventajas en la digitaliza-

cioacuten tanto a nivel econoacutemico y de difusioacuten (Neil

Young) como a nivel creativo (Trent Reznor)

Es ese eacutenfasis en lo humano lo que explica la uacuteltima

media hora y los extras del documental un making-of

del aacutelbum Sound City Real to Reel publicado un mes

despueacutes de la peliacutecula Ya avanzada la cinta se revela

que una vez cerrado Sound City Grohl comproacute la

consola Neve y la trasladoacute a su Studio 606 A conti-

nuacioacuten invitoacute a algunos de los que la habiacutean converti-

do en leyenda como Tim Commerford Chris Goss

Josh Homme Alain Johannes Stevie Nicks Rick Niel-

sen Krist Novoselic Trent Reznor Rick Springfield

Corey Taylor Lee Ving o Brad Wilk ademaacutes de alguacuten

referente de Grohl ajeno a Sound City como Paul

McCartney para grabar alliacute un disco con muacutesica origi-

nal Esta ha sido sin duda la parte maacutes criticada del

documental pero me parece absolutamente coheren-

te respecto al material que la precede En manos de

Grohl las sesiones se convierten en una viacutevida cele-

bracioacuten de la interaccioacuten entre muacutesicos de diversos

estilos ingenieros y productores alrededor del proce-

so de grabacioacuten analoacutegica con excelente muacutesica

Sound City no va a cambiar las historias del rock ni

presenta teacutecnicas o perspectivas muy originales des-

de el punto de vista audiovisual pero nos permite sa-

ber maacutes sobre un espacio y un instrumento claves en

el rock de las uacuteltimas deacutecadas de un modo accesible y

ameno En su primer largometraje Dave Grohl se

muestra como un director soliacutecito un narrador entu-

siasta y un entrevistador perspicaz que nos transmite

informacioacuten y estiacutemulos para nuestra labor como estu-

diosos docentes o muacutesicos

Por un lado la cinta no estaacute exenta de las visiones

romaacutenticas y fetichistas del rock con las que a menu-

do lidiamos los investigadores pero se nutre de in-

teresantes entrevistas en las que no se omiten las

valoraciones poco ortodoxas (como las declaraciones

de Tom Skeeter insistiendo en que todo lo haciacutean por

dinero) Por otro el documental no es especialmente

didaacutectico pero contiene material valioso y uacutetil sobre el

proceso de grabacioacuten analoacutegica las mediaciones y el

funcionamiento de la industria musical Y finalmente

Sound City te deja ese hormigueo en el estoacutemago que

hace que una vez terminado el documental te lances

al teleacutefono buscando algunos coacutemplices despreveni-

dos ldquoiquestQueacute tocamos algordquo

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

28 Primavera 2014 ETNO

Santiago Auseroacuten liacuteder de Radio Futura miacutetico grupo

de la movida madrilentildea quien despueacutes ha continua-

do su carrera en solitario como Juan Perro ha combi-

nado desde los antildeos 70 su dedicacioacuten a la muacutesica

con su vocacioacuten por la filosofiacutea Desde 1984 ha inves-

tigado las raiacuteces del son cubano y ahora se presenta

como ensayista con El Ritmo perdido donde respon-

diendo a su obsesioacuten por documentar la huella negra

realiza un anaacutelisis profundo sobre la influencia de la

negritud en la muacutesica popular de la Peniacutensula Ibeacuterica

Auseroacuten afirma que hay gato encerrado en la muacutesica

popular de nuestro tiempo muacutesica de ldquosoniacuteos ne-

grosrdquo y en este libro se interesa por encontrar cuaacutel es

ese caraacutecter felino que tambieacuten es comuacuten al flamen-

co e incluso a la muacutesica de Manuel de Falla

Como diriacutea el cantaor gitano y artista andaluz Manuel

Torre todo lo que tiene sonidos negros es muacutesica

con ldquoduenderdquo asiacute que la buacutesqueda que emprende

Auseroacuten desafiacutea la definicioacuten de duende dada por

Goethe y citada por Lorca en su conferencia Teoriacutea y

juego del duende ldquoPoder misterioso que todos sien-

ten y que ninguacuten filoacutesofo explicardquo Si bien el foco con

el que se inicia esta investigacioacuten estaacute puesto sobre la

marca de la negritud en el folclor peninsular huella

existente por lo menos desde el siglo XVI Auseroacuten

no minimiza el peso de las influencias musulmanas y

judiacuteas pues desde hace siglos estamos participando

en circuitos internacionales de intercambios riacutetmicos

con viajes de ida y vuelta

En su intereacutes por investigar el cruce entre africaniacutea e

hispanidad estaacute de fondo la pregunta sobre iquestcuaacutel seraacute

el eslaboacuten perdido entre la muacutesica de la peniacutensula y la

muacutesica africana Aunque el enigma no se ha acabado

de revelar del todo la hipoacutetesis gira en torno a que

dicho eslaboacuten lo constituiriacutea la ceacutelula riacutetmica del maju-

riacute un ritmo que los aacuterabes hicieron popular en Espa-

ntildea

iquestCoacutemo buscar y doacutende ese eslaboacuten perdido si son

sumamente escasos lo registros musicales escritos de

tantos siglos atraacutes Auseroacuten se remite a la tradicioacuten

liacuterica para ldquoaveriguar queacute elementos de su lengua son

compatibles con el ritmo aprendido de los negros

asistir al nacimiento de una liacuterica espantildeola por prime-

ra vez del todo apaacutetridardquo (p13) Nos parece muy in-

teresante que Auseroacuten recurra al anaacutelisis de la liacuterica

espantildeola para buscar el ritmo aprendido de los ne-

gros pues recordando de nuevo a Lorca en la citada

conferencia sobre Teoriacutea y juego del duende el poeta

sentildeala ldquotodas las artes son capaces de duende pero

donde encuentras maacutes campo como es natural es en

la muacutesica en la danza y en la poesiacutea hablada ya que

eacutestas necesitan un cuerpo vivo que interprete porque

son formas que nacen y mueren de modo perpetuo y

alzan sus contornos sobre un presente exactordquo De

LIBROS El ritmo perdido Isabel Llano

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

29 Primavera 2014 ETNO

este modo en este trabajo Auseroacuten rescata una parte

de la tradicioacuten liacuterica olvidada con el fin de ldquoempezar a

entender algo de lo que nos ha ocurrido desde el Si-

glo de oro a esta parterdquo (p14)

Auseroacuten recuerda que en el Siglo de oro la liacuterica po-

pular campesina de tradicioacuten oral fue re-elaborada y

escrita seguacuten los nuevos requerimientos de la escena

teatral urbana ndashy marcoacute el comienzo de un proceso

imparable hasta hoy- en el que la muacutesica jugoacute un pa-

pel determinante Fue un fenoacutemeno que acontecioacute al

mismo tiempo en otras cortes europeas aunque pare-

ce que ninguacuten paiacutes dio a esa tendencia el riquiacutesimo y

muacuteltiple desarrollo que alcanzoacute en la Peniacutensula Ibeacuteri-

ca pues en ninguacuten otro paiacutes lo popular hundioacute sus

raiacuteces tan profundamente en la poesiacutea y en el teatro

Comparable con esa transformacioacuten aunque maacutes

radical por ser de escala planetaria es la que sucede

en la primera mitad del siglo XX ante la invasioacuten de

un repertorio de canciones de otros paiacuteses y de otras

lenguas ndash aunque predomina el ingleacutes por el podero-

so influjo musical afroamericano- difundidas por me-

dios electroacutenicos se produce el olvido casi completo

de las tradiciones folcloacutericas locales

Lo propio y lo ajeno Al hacer esta comparacioacuten entre lo que sucedioacute en la

primera mitad del siglo XX y lo que tuvo lugar en el

Siglo de oro Auseroacuten plantea las siguientes cuestio-

nes ldquoiquestHemos renunciado con ello a un saber propio

de nuestra tradicioacuten intercambiable por los dones del

extranjero iquestSeraacuten la poesiacutea y las canciones el iacutendice

del valor de la cultura hispana maacutes que la ingenieriacutea

informaacutetica o que la empresa deportivardquo (p14) Las

respuestas estaacuten a lo largo de los dieciocho capiacutetulos

y un epiacutelogo que constituyen el libro

Los primeros cinco capiacutetulos son autobiograacuteficos en

ellos Auseroacuten incluye vivencias personales desde su

infancia hasta el momento de publicar el libro a traveacutes

de las cuales va narrando las experiencias que le per-

miten plantear las bases de esta investigacioacuten el ca-

piacutetulo 1ordm Voces en lo oscuro recorre la infancia ndash

desde los antildeos cincuenta hasta mediados de los se-

senta- que estuvo marcada por la euforia de la elec-

troacutenica y el impacto domeacutestico de las primeras maacutequi-

nas audiovisuales y recuerda sus primeras impresio-

nes sonoras gracias al cine y las canciones que escu-

chaba tambieacuten en la oscuridad desde el cuarto de

nintildeos En Filosofiacutea o Rocanrol capiacutetulo segundo

Auseroacuten reflexiona sobre su oscilacioacuten entre la muacutesica

y los libros es decir entre ser cantante y filoacutesofo y

entre otras narra su experiencia como alumno de De-

leuze en sus estudios de tercer ciclo paralelamente a

su comienzo con Radio Futura

En De un paiacutes perdido tercer capiacutetulo se refiere a la

historia de Radio Futura al significado de haber viaja-

do con el grupo a Cuba y a lo que alliacute encontroacute de una

Espantildea perdida Aquiacute se presentan los argumentos

para afirmar que entre lo que se daba por perdido y lo

porvenir hay un silencio que puede estar anunciando

lo nuevo Para Auseroacuten fue una sorpresa descubrir

que en Cuba se conservaban los versos y estrofas del

Siglo de Oro espantildeol con una viveza que permitiacutea

improvisar ldquoEl son cubano sobreviviacutea por otra parte a

pocas millas marinas de la muacutesica afroamericana he-

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

30 Primavera 2014 ETNO

cha en ingleacutesrdquo Con Radio Futura estuvieron en La

Habana y entre otras pudo ldquoescuchar el caudal vivo

de un habla que recordaba acentos familiares pero

con rasgos de maacutescara africanardquo (p 50) ldquoCuando se

perdioacute Cuba resulta que al final se salvoacute algo de Es-

pantildeardquo (p50) pues tal y como afirma Auseroacuten se con-

servaban ldquoesencias de un pasado que ya daacutebamos

por perdidordquo Dice Auseroacuten que ldquolas nuevas canciones

nacen de esa fuente que todaviacutea alcanzamos a escu-

char de vez en cuando Merece la pena buscar entre

las palabras como entre ruinas aquellas que son ca-

paces de hacer revivir fantasmas de otro tiempo sin

dejar de reclamar su derecho a figurarse el porve-

nirrdquo (p 53)

Al hablar del pueblo perdido del paiacutes perdido Ause-

roacuten menciona la idea de que toda vieja utopiacutea reside

en lo que Deleuze y Guattari llamaban ldquole peuple agrave

venirrdquo (ldquopueblo por venirrdquo) (p54) Recurriendo al filoacuteso-

fo persa Ibn Sicircnacirc (Avicena 980-1037) - quien para

definir la naturaleza del ritmo musical empezoacute a inves-

tigar el modo en que dos notas sucesivas mantiene

cierta ldquounidad en la imaginacioacutenrdquordquo (p 55) y quien pro-

porciona una ldquopista uacutetil para mantener el ritmo o para

recuperarlo cuando se ha perdidordquo (p 56) Auseroacuten

llama la atencioacuten sobre el valor de los silencios pues

ldquonuestra comunidad por venir podriacutea estar buscando

en ellos su medidardquo (p 56)

Ritmos peacuterdidos En el capiacutetulo El gato encerrado Auseroacuten inicia la

construccioacuten de su hipoacutetesis y explica el porqueacute de su

apodo Juan Perro Cita a Freud -Totem y Tabuacute- para

hacer referencia al uso de apodos y con esa retros-

pectiva sobre el totemismo animal pretende decir que

ldquoHay en definitiva gato encerrado en la muacutesica popu-

lar de nuestro tiempordquo (p71)

Del capiacutetulo 5ordm al 17ordm hay un flash-back en el que Au-

seroacuten nos lleva tras el rastro del ritmo perdido de la

negritud en la Peniacutensula Ibeacuterica desde la eacutepoca de la

invasioacuten aacuterabe hasta las fuentes de la polirritmia afri-

cana pasando por el Siglo de Oro periodo en que los

bailes y cantos populares haciacutean parte de la cultura

de todas las clases sociales En el capiacutetulo 5ordm Pan-teoacuten de la rumba Auseroacuten explica la ampliacioacuten de

perspectiva que le proporcionoacute el contacto con sone-

ros y rumberos en Cuba (como Tata Guumlines Faustino

Oramas ldquoEl Guayaberordquo y con Francisco Repilado

ldquoCompay Segundordquo entre otros) en su buacutesqueda del

sonido de la negritud que canta en castellano del

ldquopulso comuacuten que late en la rumba y en los tumbaos

de sonrdquo (p 76)

A partir de aquiacute comienza a remontarse a un pasado

cada vez maacutes lejano pues ademaacutes de hacer una dife-

renciacioacuten entre ambos geacuteneros ndash rumba y son- esta-

blece relacioacuten entre la copla andaluza y la rumba cu-

bana viacutenculo en el que quedan en medio el changuumliacute

la conga el son el mambo la guaracha el danzoacuten y

el danzonete el chachachaacute el bolero la contradanza

cubana la habanera la guajirahellip y en el que se cru-

zan otras influencias como las de las contradanzas

francesas e inglesas Introduce entonces lo que va a

desarrollar en el capiacutetulo siguiente al referirse al tan-

go negro cubano que en el siglo XIX va desde Cuba a

encontrarse en Espantildea con el rastro del majuriacute mo-

runo de los bailes del Siglo de Oro para convertirse

en tangos y tanguillos flamencos Finalmente reflexio-

na sobre el teacutermino rumba y su etimologiacutea y su rela-

cioacuten con la melancoliacutea frente a la soleada alegriacutea del

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

31 Primavera 2014 ETNO

son Tango Africano capiacutetulo 6ordm trata sobre la

adaptacioacuten de la contradanza en Espantildea y Cuba y su

relacioacuten con el patroacuten riacutetmico del tango africano sobre

ese cruce entre africaniacutea e hispanidad En estas

adaptaciones la contradanza acabaraacute popularizaacutendo-

se en Espantildea como habanera Es una de las referen-

cias al tango de ida y vuelta a lo largo del XIX espa-

ntildeol Auseroacuten nos recuerda que los esclavos negros no

llegaron a Cuba directamente desde Aacutefrica sino que

pasaron primero por Lisboa y Sevilla y sus toques de-

bieron encontrar eco entre las clases bajas peninsula-

res mucho antes de que la contradanza burguesa hi-

ciese su primer viaje antillano

Antecedentes europeos Auseroacuten repasa los antecedentes europeos de la con-

tradanza bajo las dos perspectivas de Natalio Galaacuten

(Cuba y sus sones) y Alejo Carpentier (La muacutesica en

Cuba) sin dejar de referirse a los procesos de mesti-

zaje propiciados por las praacutecticas del baile Asiacute la

danza habanera - que es una contradanza negra- lle-

ga a Espantildea y se internacionaliza con Bizet en Car-

men como muestra del folclore hispano En el capiacutetulo

7ordm El demonio Majuriacute Auseroacuten profundiza el estudio

de la relacioacuten entre la muacutesica aacuterabe y la muacutesica ne-

gra En concreto la relacioacuten del misterioso ritmo maju-

riacute con el tango africano y la habanera Aborda el teacuter-

mino majuriacute y trata de rastrear una definicioacuten de su

escritura riacutetmica pero de acuerdo con lo investigado

lo uacutenico seguro es que el majuriacute consiste en dos notas

cortas seguidas de una larga y que hay maacutes de un

geacutenero de majuriacute (p114)

En todo caso ldquouna interpretacioacuten del majuriacute se ase-

meja a los tanguillos y otra a los tangos flamen-

cosrdquo (p115) ldquoParece que cierto grado de intermina-

cioacuten es consustancial con nuestra ceacutelula riacutetmica con

nuestro eslaboacuten perdidordquo (p118) Al final de este capiacute-

tulo Auseroacuten renombra la tesis de su estudio ldquoPero no

seraacute la habanera edulcorada la que generalice el me-

neo Seraacute el retorno de la negritud mucho maacutes tarde

a traveacutes de la radio y de los discos cuando el demo-

nio Iblis u otro de sus temibles congeacuteneres reaparez-

ca sonriente luciendo unas flamantes gafas de solrdquo

(P120) El capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea comprende

una reflexioacuten filosoacutefica que gira alrededor de unos

interrogantes sobre la memoria visual y lo abordare-

mos al final En el capiacutetulo 9ordm El canto esclavo Auseroacuten sentildeala

razones que permiten considerar que entre aacuterabes y

africanos hubo un contacto previo al encuentro que

tuvieron en Espantildea Los esclavos africanos (y aquiacute

vale la pena decir que sobre todo las esclavas) cum-

plieron un papel en las transformaciones del canto de

los aacuterabes que perduran entre los cristianos Asimis-

mo en la asimilacioacuten de las transformaciones de la

muacutesica aacuterabe y en su desarrollo a gran escala fue

determinante la mediacioacuten de los judiacuteos expulsados

de la Peniacutensula En Compaacutes sin tierra en su intereacutes

por averiguar sobre la muacutesica negra Auseroacuten analiza

la poesiacutea aacuterabe y el papel que juegan la muacutesica y la

danza y sus transformaciones al entrar en contacto

con el habla con el canto y con el verso en al-

Andalus Aborda aquiacute la interrelacioacuten entre lenguas

dialectos (romance hebrea aacuterabe latiacuten) alrededor del

Siglo X Dice cuando sabemos que la poesiacutea fue can-

tada ldquocontiene informacioacuten acerca del ritmo de los ins-

trumentos que la acompantildearon de las formas meloacutedi-

cas con que la voz la entonoacute

En este caso el documento escrito la prosodia del

verso el metro predominante dejan de ser norma

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

32 Primavera 2014 ETNO

acadeacutemica para convertirse en huella de la praacutectica

musical No se puede inferir cualquier cosa de esos

rastros difusos pero conservan muacutesica a la que es

necesario prestar oiacutedordquo (p 170) El capiacutetulo 11ordm Ex-pulsioacuten de la semilla trata sobre la expulsioacuten de los

moros en Espantildea en el Siglo XVII despueacutes de nueve

siglos de existencia ldquoLa huella de la melodiacutea o del

ritmo impresos en la sensibilidad del enemigo es maacutes

que una paradoja ocasional una constante misteriosa

que delata el lazo secreto que toda civilizacioacuten man-

tiene con el exteriorrdquo (p 185)

El capiacutetulo 12ordm La tierra del compaacutes trata sobre el

sustrato musical hispano anterior a la invasioacuten musul-

mana (del que sabiacutea poca cosa antes de este trabajo

de Auseroacuten) y en concreto sobre la relacioacuten cercana

del ritmo de las Cantigas con el majuriacute Esa relacioacuten

con el majuriacute ndash un ritmo que juega con los silencios-

Auseroacuten die ldquoLa libertad de la muacutesica con respecto a

la palabra rectora se alcanza por medio de esa interio-

rizacioacuten del ritmo que juega con los silencios Es algo

muy sencillo y evidente para quienes han nacido en

una cultura riacutetmica feacutertil pero maacutes de media Espantildea

careciacutea de esa informacioacuten antes de que llegaran por

la radio los primeros rocanroles pese a que nuestros

antepasados habiacutean convivido con ella durante si-

glosrdquo (p226)

Presencias negras Del capiacutetulo 13ordm al 16ordm Auseroacuten aborda la presencia

negra en Espantildea En el capiacutetulo 13ordm La fiebre oscu-ra trata sobre la evolucioacuten de la presencia negra en

Espantildea desde el siglo IX al XVII Auseroacuten afirma que

solo hace unas deacutecadas se diriacutea que los moros y los

negros nunca habriacutean habitado Espantildea y analiza sus

ritmos musicales y bailes (desde el siglo XV) en es-

pecial atencioacuten la zarabanda y su desplazamiento por

la seguidilla (que no era baile de negros) y por la cha-

cona hermana menor de la zarabanda Auseroacuten llama

la atencioacuten sobre la relacioacuten de las buleriacuteas soleares

alegriacutea y siguiriya con los compases de la muacutesica afri-

cana (amalgama de 68 y frac34 que desde mediados del

XVII se puso de moda bajo el nombre de zarambe-

que) En el capiacutetulo 14ordm Personajes riacutetmicos dada

la escasa huella en registros escritos musicales y

teniendo en cuenta que en la medida que se van po-

niendo de moda un baile tras otro aumenta su pre-

sencia en el aacutembito literario Auseroacuten revisa la pre-

sencia de los bailes negros en las letras del siglo de

Oro concretamente en el geacutenero dramaacutetico ldquobailerdquo

para tratar de acercarse a los fenoacutemenos riacutetmicos y

el modo en que evolucionan sus variantes Los

ldquobailesrdquo

no eran

represen-

tados

sino can-

tados en

tabernas

ldquoLa afri-

caniacutea

deja su

impronta

en el Si-

glo de oro espantildeol a traveacutes de bailes que en el imagi-

nario popular se vuelven personajes de piel blanca o

mulatardquo (p284) Mientras en el periodo comprendido

entre las Cantigas y el Cancionero de Palacio entre

el S XIII y XVI los ritmos binarios se expandieron en

la muacutesica culta espantildeola periodo de maacutexima popula-

rizacioacuten de las modas musicales arabizantes

ldquodurante el S XVII se observa en la muacutesica escrita

espantildeola un retorno al compaacutes de tres tiempos y una

generalizacioacuten de la siacutencopardquo (p281)

ldquoiquestPodemos hablar de una integracioacuten de las muacutesicas

populares de diversas etnias y de su influjo en la muacute-

sica culta espantildeola ajena en parte a los sucesivos

intentos de depuracioacuten eacutetnica e ideoloacutegica Si asiacute

fuese nuestros antepasados vivieron un anticipo de

lo que habiacutea de ocurrir a escala planetaria en el siglo

XX Lo que la muacutesica escrita no dice acerca del ori-

gen de esas oscuras tendencias riacutetmicas lo revelan a

la luz de un candil las letras del Siglo de oro no soacutelo

por la presencia de bailes de negros y mulatos ndash

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

33 Primavera 2014 ETNO

adoptados por piacutecaros y gitanos- en novelas y piezas

teatrales sino tambieacuten por la intensificacioacuten del ritmo

regular y de los juegos foneacuteticos que mimetizan soni-

dos musicales en el versordquo (p 282) Auseroacuten afirma

entonces que ldquola confluencia del canto europeo con la

marea de bailes sujetos al hechizo polirriacutetmico afri-

cano aceleroacute probablemente en la Espantildea del Siglo

de Oro la integracioacuten de cuentas binarias y ternarias

sentando los precedentes de las muacutesicas populares

que se iban a desarrollar luego en las colonias ameri-

canas donde la negritud tendriacutea maacutes tiempo para re-

laborar las tradiciones musicales del Viejo Mundordquo (p

283)

En el capiacutetulo 15ordm El negro a escena se aborda la

huella de las praacutecticas musicales (la copla) de los ne-

gros en las comedias y novelas del Siglo de Oro y su

posterior idealizacioacuten cristiana que haraacute que desapa-

rezca de escena y la identidad nacional se quede sin

efecto de contraste En el capiacutetulo 16ordm Fantasmas en el verso se analiza la presencia negra en los versos

en los cantes y en los cancioneros cortesanos

Fin de trayecto

Las conclusiones de esta buacutesqueda se van desgra-

nando en los dos capiacutetulos finales En el capiacutetulo 17ordm

Luz que no alumbra (tiacutetulo homoacutenimo del dramaacutetico

bolero son de Miguel Matamoros) Auseroacuten entronca

con el punto en el que inicioacute la pesquisa histoacuterica al

comienzo del libro y finaliza el flashback Este capiacutetulo

aborda el papel de la comunidad gitana en la transfor-

macioacuten de los cantos y bailes populares en concreto

el flamenco donde se juntaba la herencia antigua y

medieval con el influjo riacutetmico de los esclavos africa-

nos Auseroacuten describe hechos histoacutericos ndash prohibicioacuten

de realizar venta ambulante por ejemplo- que consti-

tuyen intentos autoritarios de construir la identidad

nacional dando la espalda a la naturaleza fronteriza y

mestiza de Iberia- que ayudan a comprender el me-

dio en que debieron de evolucionar los intercambios

musicales

No obstante ldquolos aires llegados desde Cuba en el si-

glo XIX reavivaron una antigua brasa adormecida Lo

mismo ocurriacutea con las rumbas en la primera mitad del

siglo XXrdquo (p 386) ldquoA la vez que los tangos de negros

se popularizaron en Espantildea las habaneras que eran

ya un producto mestizo en su isla de origen Entre

habaneras y tangos entre tangos tanguillos y rum-

bas hay una familiaridad riacutetmica evidente Algunos

reducen las diferencias al tempo de ejecucioacutenrdquo (p

386) A pesar de todos los rastros visibles de la negri-

tud Auseroacuten afirma que la sacralizacioacuten de la blancu-

ra y de la luz encontroacute su expresioacuten maacutes exaltada en

el estado confesional absoluto de los Austrias y ldquola

falta de cautela ideoloacutegica absolutista promovioacute con-

ceptos que impidieron reconocer los liacutemites variables

de la realidad el lado de las cosas que queda en

sombra la resistencia de los cuerpos ante la luz las

virtudes propias del sonido y de la muacutesica (hellip) cuando

el rastro visible de la negritud se disuelve en la socie-

dad espantildeola eacutesta se queda sin la evidencia maacutes

aparente y cercana de la necesidad de contras-

terdquo (p393)

Auseroacuten se pregunta iquestCoacutemo es posible que en la so-

ciedad espantildeola actual apenas quede rastro de la ne-

gritud y anota que si bien la huella geneacutetica es se-

cundaria si no irrelevante en comparacioacuten con la

aportacioacuten cultural de la africaniacutea penincular cuya

musicalidad influyoacute de manera durable en la cancioacuten

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

34 Primavera 2014 ETNO

popular y tambieacuten en la evolucioacuten de las letras espa-

ntildeolas El capiacutetulo 18ordm Collar de cuentas se dedica a

revisar los ritmos como estructuras durables y refle-

xiona sobre las transformaciones en los patrones riacutet-

micos ndashpor ejemplo del tango la habanera y el tresillo

cubano- y las funciones que cumpliacutean en Aacutefrica occi-

dental en Oriente y en Espantildea y Ameacuterica Al realizar

este anaacutelisis de los patrones riacutetmicos africanos de ida

y vuelta el proceso de binarizacioacuten de los ritmos ter-

narios que se da en Ameacuterica Latina y el hecho de que

reaviven su ritmo ternario al regresar a Espantildea Ause-

roacuten afirma que ldquotodo ello expresa el sentido de nues-

tra relacioacuten con Aacutefrica indirecta o directa siempre

tensa y latente Solamente nos hacemos conscientes

de ella gracias a la mediacioacuten americanardquo

Ensayo y narracioacuten El trabajo de Auseroacuten se presenta con una narracioacuten

literaria de muy cuidadosa y agradable escritura con

riqueza de lenguaje Muchas veces especialmente en

las introducciones de los capiacutetulos da la impresioacuten

de que Auseroacuten nos esteacute narrando historias que no

creemos que tengan nada que ver con el objeto de

este libro sin embargo nada de lo dicho es gratuito

siempre asoma el sentido de la metaacutefora Como ya se

habraacute notado los tiacutetulos de cada capiacutetulo no solamen-

te son acertados en cuanto a que en ellos se resume

lo que tratan tambieacuten establecen preciosas relaciones

como el caso del capiacutetulo 1 y su relacioacuten con el cine y

el cuarto a oscuras y las voces negras y el capiacutetulo 17

y relacioacuten con el bolero de Miguel Matamoros y la

ideologiacutea de la eacutepoca que niega lo negro pero que por

el contrario la muacutesica ilumina

En este trabajo Auseroacuten retoma estudios interdiscipli-

narios y destaca el rigor no solamente de su investiga-

cioacuten sino del cuidado en la escritura rigor que incluso

trasciende el libro pues en su paacutegina web Huella So-

nora hay un apartado de fe de erratas respecto a esta

edicioacuten del libro sobre errores que en su mayoriacutea son

de digitacioacuten Auseroacuten tiene en cuenta que muchos

lectores pueden desconocer la gramaacutetica musical y

perderse en las explicaciones sobre los ritmos bina-

rios y ternarios y su correspondiente transformacioacuten

no obstante los anima a continuar la lectura para dar

con ese eslaboacuten que es el objeto de la investigacioacuten

Es claro que gracias a la poesiacutea y las canciones de la

tradicioacuten liacuterica espantildeola Auseroacuten ha podido rastrear

la huella negra y sus contactos con la cultura aacuterabe y

judiacutea Por tanto este trabajo resalta la importancia de

la tradicioacuten liacuterica espantildeola Entre otros aportes que

este trabajo ofrece como ya se habiacutea anotado y que

no se habiacutean realizado con antelacioacuten es que Auseroacuten

rastrea el sustrato musical anterior a la invasioacuten mu-

sulmana

Por otra parte al comienzo del libro Auseroacuten da rele-

vante importancia a la influencia de los grupos ingle-

ses en lo que ha sido desde entonces y hasta ahora la

muacutesica popular en Espantildea Auseroacuten afirma que en su

juventud el rock y el soul eran la cultura baacutesica y ni la

jota ni el bolero ni el fandango podiacutean aspirar entre los

joacutevenes maacutes que a convivir si acaso con la muacutesica

heredada de los negros ldquoSin ese fenoacutemeno que tra-

dujo a los grupos britaacutenicos versionoacute el soul en su

lengua de origen y acercoacute los patrones de la riacutetmica

internacional a la meacutetrica del verso espantildeol no hubie-

se habido ldquorollordquo en los sesenta ni ldquomovidardquo en los

ochenta ni nuevo flamenco ni rock indie en los noven-

ta ni hubiese habido charla medio fluida sobre el

compaacutes del hip hop ni seriacutea probablemente la misma

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

35 Primavera 2014 ETNO

toda la generacioacuten de improvisadores de jazz que ya

teniacutea nivel internacional al empezar el nuevo siglo y

estaacute dejando su impronta en las escuelas indepen-

dientes El rock entre nosotros no existiriacutea sin los gru-

pos de los sesenta ni siquiera como la treacutemula llama

que es ahora cabo de vela gastado y sin despabilar

Ha cumplido un papel catalizador social que trascien-

de sus propias limitaciones como geacutenero Si logramos

que esa llama humilde no se apague por completo

todaviacutea pueden pasar cosas interesantes en nuestra

muacutesica popularrdquo (p 28)

Con este trabajo tambieacuten se hace un aporte de tipo

filosoacutefico Entre los objetivos que Auseroacuten habiacutea plan-

teado al comienzo del libro habiacutea anunciado que ro-

zariacutea ldquode paso algunas interrogantes acerca de la me-

moria visual privilegiada hasta la fecha por todas las

teoriacuteas (y anota sobre teoriacuteas El verbo griego theo-

rein significa ldquocontemplarrdquo) (p10) En medio de sus

evocaciones Auseroacuten sentildeala que las impresiones

sonoras se quedan en eacutel con mayor estabilidad que

las formas visuales y se pregunta ldquoEs una particulari-

dad miacutea o un hecho general que contradice la preten-

sioacuten a la eternidad de los iconos iquestDe doacutende proviene

el supuesto de que la representacioacuten interior (la fanta-

siacutea) es de naturaleza principalmente visualrdquo (p17)

En el capiacutetulo 8ordm Tras la celosiacutea Auseroacuten sentildeala que

la celosiacutea musulmana se nos ofrece como juego nove-

doso para el pensamiento y se interesa por hacer una

comparacioacuten entre el juego invisible de sonidos y si-

lencios de la muacutesica con el juego visible de luces y

sombras que propicia la celosiacutea La celosiacutea visible

reserva al individuo en su privacidad mientras que la

ldquocelosiacutea sonora atrae en cambio el cuerpo del indivi-

duo hacia el espacio comunitariordquo (p123)hellip ldquola celosiacutea

musical atrae las variaciones del aacutenimo oculto en la

profundidad del cuerpo hacia el umbral de los fantas-

mas Tras ella el alma aguarda en silencio como un

fantasma que no se decide a salir a escenardquo (p124)

Auseroacuten plantea su hipoacutetesis como una pregunta

ldquoiquestCabe sostener la hipoacutetesis de un cierto paralelismo

entre el desarrollo de la ornamentacioacuten geomeacutetrica

hispano-musulmana patente en los monumentos y la

evolucioacuten de los ritmos populares en la Peniacutensula du-

rante el Medioevo fenoacutemeno efiacutemero por naturaleza

ajeno a la necesidad de dejar huella documental fia-

ble (p129) En el centro de esta hipoacutetesis estaacute la

relacioacuten aacuterabe-no cuerpo (cuerpo que se refugia en la

penumbra tras la celosiacutea) y cristiano-cuerpo (el cuerpo

queda totalmente expuesto en la escultura cristiana)

En esta reflexioacuten Auseroacuten sentildeala la existencia de

celosiacuteas en varias dimensiones una visible ornamen-

tal una sensorial que relaciona la informacioacuten visible

con la audible en el cerebro de los animales y una

celosiacutea por fin propia del sonido humano entre la

muacutesica y las palabras cuyas formas labran los artiacutefi-

ces de la poesiacutea y de la cancioacuten (p133)

Si bien en esta investigacioacuten se ha comparado la

transformacioacuten de la tradicioacuten liacuterica en el Siglo de oro

con la trasformacioacuten ocurrida en la primera mitad del

siglo XX con la invasioacuten de un repertorio de canciones

de otros paiacuteses valdriacutea la pena considerar hasta queacute

punto la reciente llegada de poblacioacuten extranjera por-

tadora de muacutesicas con duende muacutesicas de baile con-

tribuye tambieacuten al re-encuentro de Espantildea con el rit-

mo perdido Dice Lorca ldquoyo he oiacutedo decir a un viejo

maestro guitarrista ldquoEl duende no estaacute en la garganta

el duende sube por dentro desde la planta de los

piesrdquo Es decir no es cuestioacuten de facultad sino de

verdadero estilo vivo es decir de sangre es decir

de viejiacutesima cultura de creacioacuten en acto

Santiago Auseroacuten El ritmo perdido Ed Peniacutensula 2012

ISBN 978-84-9942-156-8

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

36 Primavera 2014 ETNO

iexclOh no otro libro sobre muacutesica de los 80 A pesar de

la escasa tradicioacuten que tiene la literatura sobre muacutesica

pop en Espantildea los 80 son con diferencia la eacutepoca

sobre la que maacutes se ha escrito Y aun asiacute siguen

quedando cosas por descubrir o toacutepicos que desmon-

tar como demuestra el trabajo de Grace Morales

Porque hacer un libro sobre los 80 la deacutecada de la

Movida y dedicaacuterselo a Mecano implica ya un cam-

bio de perspectiva importante Mecano fue la chinita

en el zapato de Alaska y Dinarama de Jesuacutes Ordo-

vaacutes de Patricia Godes y demaacutes fauna nuevaolera El

odio al triacuteo se hizo patente en declaraciones cruzadas

entre Alaska y Ana Torroja en la prensa musical de la

eacutepoca por ejemplo iquestLas razones Morales bucea en

la confrontacioacuten entre unos y otros y llega a una con-

clusioacuten muy acadeacutemica por una cuestioacuten de autentici-

dad Mecano no entraron dentro de los caacutenones de

autenticidad que algunas bandas y criacuteticos de la Movi-

da estaban construyendo Y por encima de todo por-

que Mecano tuvo mucho eacutexito Demasiado

Y es que dedicarle un libro no hagiograacutefico a una ban-

da de eacutexito tampoco es algo comuacuten en la literatura

espantildeola Maacutes allaacute de libros escritos como hojas de

promocioacuten es muy poco lo que sabemos de Julio Igle-

sias Raphael Alejandro Sanz o Los Pecos iquestY no

deberiacuteamos prestarle su debida atencioacuten a estos fenoacute-

menos Al final los estudios acadeacutemicos o los traba-

jos con profundidad acaban buceando en espacios

alternativos (cosa muy valorable) pero dejando de

lado todo ese mundo mainstream Morales se acerca

a Mecano de una forma desprejuiciada pero iroacutenica

Al no haber podido entrevistar a la banda para el libro

utiliza las biografiacuteas del grupo o sus entrevistas para

crear unos cuestionarios a veces interesantes otras

descacharrantes Y es que el libro como la mayoriacutea

de los que estaacute editando Cara B estaacute muy bien escri-

to Ademaacutes Morales

aprovecha sus viven-

cias de la eacutepoca para

aportar elementos per-

sonales que enrique-

cen la obra

La gran aportacioacuten del

libro es su narracioacuten

sobre las praacutecticas de

la industria discograacutefica

de entonces cuestioacuten

sobre la que los traba-

jos ochenteros no han profundizado demasiado Mo-

rales se centra en la CBS la discograacutefica que fichoacute a

Mecano y que buscoacute con maacutes ahiacutenco que ninguna

crear su propia escuderiacutea de grupos nuevaoleros

(Trastos Sissiacute Greta) con escaso eacutexito Morales

explica todo el trabajo de productores y asesores en

el caso de Mecano lo que arroja luz hacia unos pro-

cesos que no se suelen tener en cuenta en estos tra-

bajos

Un pero que poner a la obra es el que siga reincidien-

do en algunos toacutepicos de la eacutepoca lo pijos y apoliacuteti-

cos que eran los grupos de la Movida y lo comprome-

tidos que eran los grupos de rock durourbanoheavy

Si nos atenemos al origen social y a los textos de

Aviador Dro y Glutamato Yeyeacute por ejemplo el toacutepico

se desmonta por el lado Nueva Olero Y si nos fija-

mos en las letras de Obuacutes o de Baroacuten Rojo a partir

de su tercer disco (ldquoyo soacutelo lo hago en mi motordquo ldquoel

ocho y medio no tiraba maacutesrdquo) se desmonta el toacutepico

jevi La editorial Lengua de Trapo acaba de publicar

otro libro dedicado a Alaska y Los Pegamoides escri-

to por Patricia Godes Que tiemble Mecano

Grace Morales Mecano 82 Lengua de trapo 2013

ISBN 978-84-8381-191-7

LIBROS Mecano 82 La construccioacuten del mayor fenoacutemeno del pop espantildeol Fernaacuten del Val

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

37 Primavera 2014 ETNO

Sabemos bien poco sobre lo que significa ser un muacute-

sico de rock Los estudios de muacutesica popular nos han

explicado mucho sobre coacutemo los fans integran en sus

vidas la muacutesica de sus bandas favoritas o coacutemo las

tecnologiacuteas han transformado la industria musical y la

experiencia de escucha Pero nuestro acceso a la ex-

periencia de los muacutesicos nos ha llegado desde las

revistas y los documentales materiales de marcada

funcioacuten promocional de modo que los retratos son

poco fiables De este modo la imaginacioacuten popular

estaacute colonizada por imaacutegenes de glamour rebeldiacutea y

creatividad romaacutentica y poco sobre las miserias coti-

dianas de la profesioacuten musical

Dean Wareham es un nombre familiar para los aficio-

nados al rock independiente Su primera banda Gala-

xie 500 pertenece a la primera hornada de la nueva

ola estadounidense Luna su siguiente proyecto sonoacute

habitualmente en los antildeos en los que Nirvana reinoacute en

las ondas Aunque sus bandas nunca fueron super-

ventas fueron grupos capaces de abrir portadas de

las principales revistas musicales En principio la de

Wareham es una carrera de eacutexito Y sin embargo el

libro se titula Postales negras y se abre con una cita

que proclama que la verdadera historia de una vida es

la historia de sus humillaciones Este es un libro oscu-

ro triste y duro Terriblemente sincero y poco retoacuterico

Escrito con la precisioacuten del cirujano la estupefaccioacuten

del debutante y la serenidad del que ya lo ha perdido

todo

Despueacutes de leer las peripecias de Wareham se po-

driacutea decir que la vida del muacutesico de rock discurre en

un mundo complejo en el que las relaciones persona-

les con otros muacutesicos estaacuten en constante tensioacuten a

causa de cuestiones profesionales y percepciones

esteacuteticas Los amigos rompen los recieacuten llegados se

convierten en figuras imprescindibles las alianzas son

cambiantes y cada decisioacuten esteacutetica cambia radical-

mente las relaciones de poder en el grupo Giras inter-

minables en condiciones precarias en hoteles de ma-

la calidad con cientos de kiloacutemetros en furgoneta

para tocar ante puacuteblicos reducidos o simplemente

apaacuteticos Claro que de vez en cuando los astros se

alinean y el esfuerzo merece la pena los fans se vuel-

ven locos y la sala estaacute a reventar el dinero fluye el

grupo suena de muerte y la criacutetica aplaude de forma

incondicional Y esas ocasiones son el combustible

que mantiene la gira en funcionamiento y al grupo en

tensioacuten para entrar de nuevo en una espiral de mise-

rias con ocasionales triunfos

La vida del muacutesico de rock le obliga a entrar en con-

tacto con una industria discograacutefica habitada de igual

manera por entusiastas y por desaprensivos Tipos

que se juegan su carrera al apostar baacutesicamente por

las bandas que eacutel cree que merecen triunfar con el

apoyo de un sello importante (Elektra) conviven con

directores de emisoras que reconocen sin ambages

que no pueden programar siguiendo su gusto porque

LIBROS Postales negras Heacutector Fouce

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ARTEFACTOS

38 Primavera 2014 ETNO

soacutelo estaacuten al servicio de los intereses publicitarios de

la emisora Sellos dirigidos por fans enloquecidos

comparten el medio con corporaciones multinaciona-

les que soacutelo atienden a su cuenta de resultados o con

aventuras emprendidas por nuevos ricos que dan

marcha atraacutes en cuanto sus acciones caen en la bol-

sa Es un mundo de caniacutebales que funciona como una

montantildea rusa Terry Talkin su manager en Elektra

pasoacute en menos de un antildeo de vivir como una estrella

esnifando coca y bebiendo champan en la trasera de

una limusina pagada con la tarjeta de la empresa a

trabajar en una gasolinera de Oklahoma

Es una vida en la carretera que hace crujir las relacio-

nes con todos aquellos que viven vidas normales

marcadas por la continuidad que tienen un trabajo

con horarios y que no dependen constantemente del

juicio ajeno recogido de primera mano como es el

muacutesico frente al puacuteblico en el escenario Y la carretera

es un espacio miacutetico de exceso y escape que encaja

como un guante con el imaginario de droga sexo y

rock and roll El problema es que para los muacutesicos los

diacuteas son aburridos pero tienen una subida brutal de

adrenalina en la que uno parece vivir en una nube La

gente quiere conocerte las chicas se insinuacutean las

drogas corren por cuenta de la casa Y si uno se deja

llevar es posible que al diacutea siguiente recupere la luci-

dez y se arrepienta de parte de los actos Los escasos

escarceos sexuales durante las giras son narrados

con maacutes crudeza que pasioacuten por Wareham y el re-

mordimiento ocupa maacutes espacio que el disfrute De

hecho la parte maacutes descarnada del libro narra el mo-

mento en el que inicia una aventura con la bajista de

Luna que termina por significar su divorcio y el aleja-

miento de su hijo pequentildeo La mentira y el remordi-

miento son ingredientes esenciales de la vida de Wa-

reham en gira Asiacute que Postales negras presenta la

vida del muacutesico como una constante huida hacia ade-

lante que obliga a tomar decisiones creativas que son

al mismo tiempo apuestas laborales Decidir el sonido

del grupo las canciones a grabar el productor y el

estudio los compantildeeros de las giras obligan a pensar

al tiempo con el bolsillo el corazoacuten y el oido Y termi-

na siendo agotador y quemando la convivencia en el

grupo porque las posiciones intereses y necesidades

de cada miembro no son simeacutetricas Como tampoco lo

son la experiencia del muacutesico y la de la audiencia la

mejor cancioacuten pierde magia cuando es tocada cientos

de veces ante audiencias para las que la ocasioacuten es

excepcional

Postales Negras es un libro que debe leer todo el que

quiera entender la muacutesica como algo real frente al

deslumbramiento de las luces de neoacuten de la publici-

dad Un libro preciso como un escalpelo honesto con

espacio para la emocioacuten y el dolor en el que la mise-

ria de lo cotidiano se ve alterada de vez en cuando

por un estallido de magia cuando las guitarras ras-

can el bajo atruena la bateriacutea empuja De repente la

letra de una sencilla cancioacuten de rock concentra la sa-

biduriacutea y la emocioacuten del universo y las voces son co-

mo un fogonazo de verdad que ilumina el mundo Y

entonces las miserias desaparecen y solo queda una

cancioacuten dando sentido al mundo

Dean Warehan Postales negras

Libros del ruiacutedo 2012

ISBN 978-84-616-0740-2

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

39 Primavera 2014 ETNO

A fines del antildeo pasado aparecioacute en una popular re-

vista musical de internet un airado artiacuteculo de opinioacuten

en el que a propoacutesito de la muerte de Germaacuten Coppi-

ni se reivindicaba a La Movida como ldquoquizaacute lo uacutenico

salvablerdquo del periacuteodo de la Transicioacuten En seguida el

lector pudo darse cuenta de que la alusioacuten a Coppini

era una excusa (vergonzosamente populista pensa-

mos) para emprenderla a palos contra el contenido de

dos libros recientemente publicados aludiendo inequiacute-

vocamente a ellos pero sin citar ni a los autores ni a

los libros Como el artiacuteculo no hace con sus argumen-

tos distinciones entre ambos ni nombra a los colabo-

radores ni cita literalmente las ideas a las que se ata-

ca creando con ello una confusioacuten considerable los

responsables de uno de los libros y del capiacutetulo aludi-

do creemos necesario aclarar ciertos asuntos al res-

pecto

Nuestra intencioacuten no era como se desprende del ar-

tiacuteculo realizar un estudio sobre La Movida a la que

por otra parte se le dedican a lo sumo 15 paacuteginas

dentro de un libro de 264 Maacutes bien pretendiacuteamos

atender en sus dos primeros capiacutetulos histoacutericos (de

un total de quince) a corrientes musicales que han

tenido un tratamiento marginal en la mayoriacutea de las

historias de la muacutesica pop (en el sentido de ldquomuacutesicas

populares urbanasrdquo) entre finales de los 60 y el final

de la deacutecada de los 80 el rock progresivo el rock ur-

bano y el heavy metal Maacutes allaacute de La Movida con

estos capiacutetulos soacutelo cubriacuteamos algunas de las muacutesi-

cas que entendemos deben estudiarse en profundi-

dad para comprender el cambio cultural en la Espantildea

de la Transicioacuten y no comprendemos la acusacioacuten que

se nos hace de revisionistas al maacutes puro estilo reac-

cionario si en consonancia con la relectura actual de

los fundamentos de la misma nos dedicamos a inda-

gar en su vertiente musical

Rock urbano y heavy metal fenoacutemeno de masas En primer lugar no compartimos en absoluto la afir-

macioacuten de que ldquode ninguna manera en este paiacutes el

rock urbano o el heavy fueron algo masivoldquo ni de que

ldquoel heavy metal fue un fenoacutemeno localizadordquo porque

si como se dice a partir de 1980 ldquosurgieron centena-

res de grupos por toda Espantildeahellip que apostaban por

el punk la nueva ola o por asumir corrientes como el

mod el rock o el tecnordquo es decir todos aquellos que

conforman un movimiento polieacutedrico y dispar (eso no

se niega en ninguacuten momento) que acaboacute por agluti-

narse en lo que se denominoacute La Movida no es menos

cierto que seguacuten muestra el enciclopeacutedico volumen

de Salvador Domiacutenguez Los hijos del rock 1975-1989

la emergencia de grupos de rock duro no fue menor

en todo el paiacutes aunque siacute lo fuera finalmente su reso-

Sobre el rock y el inmovilismo histoacuterico

Eduardo Vintildeuela y Kiko Mora

Los acadeacutemicos de la muacutesica popular en Espantildea nos hemos quejado siempre de que nuestros estudios son ignorados por la prensa musical como fuente de nuevas perspectivas Es llamativo por tanto el revuelo que la publicacioacuten del libro Rock around Spain historia industria escenas y medios de comunicacioacuten causoacute nada maacutes salir a la calle Los medios se hicieron eco de algunas de las ideas alliacute expresadas pero sin atribuir la fuente y con notable hostilidad Los editores del volumen publican en ETNO el texto que hicieron llegar a la revista EFEEME ejerciendo su derecho de reacuteplica

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

40 Primavera 2014 ETNO

nancia mediaacutetica

Siendo que en el artiacuteculo se opina lo contrario no pa-

rece gustar que se estudie esta otra escena en pro-

fundidad interpretando que ldquopasar por encimardquo de La

Movida y desplazar la mirada hacia otra cosa implica

una infravaloracioacuten de la misma No nos sorprende

Probablemente yendo a la caza soacutelo de las cosas

que se conocen o se estiman bien se habraacute tenido

ese mismo sentimiento de extrantildeeza que nosotros

experimentamos al ver coacutemo los sucesivos recuentos

de la muacutesica de aquel periodo por lo general ignoran

desprecian o infravaloran (tal y como se hace desde

el artiacuteculo de marras) otras escenas y geacuteneros que no

integraron La Movida Entender nuestro libro como

una venganza rencorosa y malintencionada contra

este movimiento es no entender el fondo del asunto

El libro soacutelo establece un ajuste de cuentas en el sen-

tido maacutes puramente administrativo al estudiar la muacute-

sica de la Transicioacuten sencillamente no nos salen las

cuentas

Porque nosotros pensamos que el heavy metal no fue

un fenoacutemeno ldquolocalizadordquo si se entiende por ello un

movimiento con escaso nuacutemero de seguidores y res-

tringido a lugares pocos muy concretos La presen-

cia de una revista especializada como Heavy rock

desde hace maacutes de 30 antildeos es un indicio de lo con-

trario De ser asiacute una cosa minoritaria y de poca im-

portancia no se comprende entonces la justificacioacuten

esta vez siacute de la relevancia del movimiento que se

defiende con tanto ardor alegando ldquocanciones maravi-

llosas que en su diacutea escuchamos unos pocos y ven-

dieron escasas copiasrdquo Al contrario el heavy metal y

el rock urbano fueron fenoacutemenos masivos que al

igual que sucedioacute con La Movida se desarrollaron por

todo el paiacutes Pero esta deslocalizacioacuten geograacutefica de

los grupos no impide precisar que tanto en una esce-

na como en la otra acabaron por triunfar por lo gene-

ral los grupos madrilentildeos o los que se habiacutean instala-

do en la capital puesto que la precaria industria musi-

cal a excepcioacuten de Barcelona estaba alliacute concentra-

da Con el correr del tiempo el reconocimiento de los

diferentes estatutos autonoacutemicos que fueron apro-

baacutendose en su mayoriacutea entre 1979 y 1983 ofreceriacutea a

ciertas comunidades perifeacutericas la posibilidad de

desarrollar escenas locales de importancia

Aunque se nos impute manejar el argumento homoloacute-

gico de que la Movida era una escena de clases me-

dias y el rock urbano y el heavy de clase obrera lo

que planteamos es maacutes complejo que eso Si bien en

el caso de algunas de las figuras maacutes destacadas por

los medios generalistas de esas escenas podemos

observar esas tendencias (Carlos Berlanga Eduardo

Haro Ibars Antonio Vega Jaime Urrutia de un lado

Julio Castejoacuten Rosendo Mercado Fortu Joseacute Luis

Campuzano del otro) no extrapolamos esa situacioacuten

ni a toda la escena ni a todos los seguidores Otra

cosa es que algunos ejemplos que ofrecemos a traveacutes

de videoclips de grupos como Mecano y Obuacutes en los

que se pueden observar algunas construcciones iden-

titarias sobre las cuestiones de clase y de entorno

urbano sean entendidas como afirmaciones propias

que no lo son son ejemplos de discursos (esteacuteticos

musicales visuales) que los grupos utilizaban Sin

embargo en lo que respecta a Madrid el anaacutelisis de

Fernaacuten del Val revela que las escenas musicales de

La Movida y el rock duro discurrieron por espacios

geograacuteficos urbanos bastante diferentes entre siacute con

una tendencia a la polaridad centro-periferia en teacutermi-

nos generales

Autenticidad homofobia y amateurismo La segunda acusacioacuten que se nos hace eacutesta siacute maacutes

grave afirma que de nuestro libro se infiere que ldquoser

de barrio [suma] un plus autenticidadrdquo que ldquoun pelu-

coacuten jevilongo o unas buenas tachuelas [son] el colmo

de la libertad esteacuteticardquo y que el asunto de ldquolos pelos de

colores de los grupos de la Movidardquo deja traslucir ldquoun

cierto componente de machismo homoacutefobo (un hom-

bre no se tinta el pelo parece ser la idea que queda)rdquo

A nosotros nos parece que el caballero no ha entendi-

do nada Lo que afirmamos es que la indumentaria

entre otras muchas cosas son formas visibles de

identificar ambas escenas y no defendemos de ningu-

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

41 Primavera 2014 ETNO

na manera que el rock por ser de barrio por contener

un mensaje social por su modo de hacer muacutesica o

por vestirse de una determinada forma sea maacutes au-

teacutentico Lo que decimos es que estos grupos de rock

manejaron el discurso de la autenticidad (un toacutepico

trabajado a conciencia desde que el rock and roll per-

dioacute en su camino el ldquorollrdquo en los antildeos 60 cuando se

convirtioacute en una muacutesica para escuchar y no para bai-

lar) apelando a su caraacutecter barrial y a sus letras de

contenido social y que su menor visibilidad mediaacutetica

y discograacutefica (en las majors) les ofrecioacute una buena

coartada para su discurso porque podiacutean maacutes faacutecil-

mente establecer la tiacutepica oposicioacuten artemercado

Decir esto es muy diferente a lo inferido por una lectu-

ra apresurada de algunos pasajes del libro

De igual forma nosotros no atacamos el amateurismo

musical de los inicios de la Nueva Ola y La Movida

Siguiendo la estela del discurso del punk que reaccio-

naba frente al virtuosismo y la parafernalia del rock

fueron los propios grupos de esta escena los que

abanderaron el lema ldquono hace falta saber tocar o can-

tar para subirse a un escenariordquo Y nos resulta curioso

que personas tan versadas en el tema y pudiendo

aportar argumentos maacutes solventes ofrezcan una ex-

plicacioacuten tan burda de la cuestioacuten ldquola acusacioacuten de

que los grupos eran amateurs y no sabiacutean tocar casi

que no merece respuesta es como el pintor en sus

inicios plasma sus balbuceos y no se profesionalizaraacute

hasta que no comience a ganar dinero con ellordquo

iexclBravo Que nosotros sepamos los pintores antes de

la llegada de Internet presentan y venden su obra

dentro de los canales de distribucioacuten convencionales

de su campo artiacutestico (museos y galeriacuteas de arte fun-

damentalmente) una vez que ya han aprendido a pin-

tar no antes al menos esa era la norma Asiacute que

aunque la defensa del amateurismo musical puede

tener su justificacioacuten en el contexto histoacuterico del que

hablamos el argumento utilizado basado en esta

comparacioacuten le hace un flaco favor

La influencia del PSOE Decir solamente como se dice en el artiacuteculo que para

el caso de La Movida ldquolos poliacuteticos intentaron arrimar

el ascua a su sardina y hacerse la fotordquo constituye

seguacuten nuestra percepcioacuten una simplificacioacuten del todo

inaceptable En el texto se relatan diversos casos en

los que el consistorio madrilentildeo ya en 1986 con Juan

Barranco en la alcaldiacutea se acercoacute a dicha escena tra-

veacutes de iniciativas como el famoso viaje de hermana-

miento entre Madrid y Vigo o a traveacutes de la financia-

cioacuten de exposiciones y libros hasta llegar a crear un

despacho dentro del propio ayuntamiento llamado ldquode

Relaciones Puacuteblicas con La Movidardquo Estos hechos

demuestran que la intencioacuten de los que gobernaban

no era meramente la de figurar en una foto

Con respecto a este mismo asunto se nos advierte

que la ldquoinfluenciardquo del PSOE (pero iquestno habiacuteamos

quedado en que soacutelo era una foto) habriacutea que consi-

derarla a partir de 1983 despueacutes de que este partido

ganara las elecciones en octubre del antildeo anterior

Reconocemos que del maremagnum de ideas y argu-

mentos poco uacutetiles y realizados con el desprecio y el

aire de autosuficiencia que los caracteriza eacuteste al me-

nos tiene la virtud de abrir un debate digno de llamar-

se asiacute Nuestra postura sin embargo no coincide con

la suya Nosotros pensamos que la influencia del

PSOE en las poliacuteticas culturales de los ayuntamientos

y las diputaciones como en cualquier otro tipo de poliacute-

ticas comienza a operar en las elecciones municipa-

les de 1979 cuando los resultados le dan la ventaja

en capitales de provincia con respecto a UCD (entre

ellas Madrid y Barcelona) En todo caso de los razo-

namientos esgrimidos aquiacute no puede sostenerse que

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

42 Primavera 2014 ETNO

nuestro libro afirme que el PSOE ldquocreoacuterdquo La Movida y

mucho menos que fue producto de ldquouna conspiracioacuten

sociatardquo Como los argumentos estaacuten basados en una

premisa falsa la cadena de hechos relatada para ex-

plicarnos la geacutenesis de La Movida puede parecernos

maacutes o menos acertada pero en ninguacuten modo invalida

nuestra tesis Una cosa es que influyera en su desa-

rrollo y otra muy distinta que la inventara

Si como ha comentado Igor Paskual (colaborador del

libro) en otros lugares desde 1979 los consistorios

socialistas comenzaron a apoyar a los grupos de rock

duro y en un determinado momento pasaron a dedi-

carse a apoyar a los de La Movida entendemos que

es legiacutetimo preguntarse por las razones de ese cam-

bio iquestEs posible que se deba en parte a que una vez

captados en las elecciones municipales un buen nuacute-

mero de votos con pretensiones maacutes revolucionarias

a la izquierda de su electorado el PSOE buscara lue-

go una mayor afinidad con el proyecto ideoloacutegico de

las clases medias Es posible Pero la pregunta no

tendraacute una contestacioacuten viable en este terreno si no

analizamos tambieacuten las poliacuteticas de exclusioacuten que se

vivieron en el seno de la propia Movida iquestEs posible

que determinados grupos de esta escena fueran des-

plazados del foco precisamente porque tambieacuten cons-

tituiacutean un estorbo para la construccioacuten de la Espantildea

moderna seguacuten la concibieron los socialistas Es tam-

bieacuten posible Y entonces sabremos queacute valores ideo-

loacutegicos (no necesariamente poliacuteticos siempre) se po-

tenciaron y cuaacuteles quedaron al margen de ese proyec-

to A este respecto los anaacutelisis de la muacutesica popular

como la manifestacioacuten artiacutestica maacutes cercana a la vida

cotidiana de las personas tal vez tengan algunas co-

sas interesantes que decirnos en el futuro sobre este

periacuteodo histoacuterico

La influencia de los medios No se puede inferir de nuestro trabajo como afirma el

artiacuteculo que ldquoel PSOE puso los medios puacuteblicos

(Radio 3 y TVE) al servicio del nuevo pop para acabar

con el rock urbano y con el heavyrdquo cuando recoge-

mos los anaacutelisis de periodistas y expertos que expli-

can en profundidad los problemas internos que lleva-

ron a esa escena heavy a tener un papel mucho me-

nor en la segunda mitad de la deacutecada al reveacutes que el

rock urbano que empieza a crecer exponencialmente

desde entonces

Lo que nosotros sostenemos son dos cosas 1) que

La Movida fue un movimiento underground que en

determinado momento fue instrumentalizado por el

poder 2) que la presencia de La Movida en los me-

dios puacuteblicos fue abrumadoramente mayor que la del

rock y que el nuacutemero de seguidores de ambas esce-

nas no puede justificar esta desproporcioacuten En los

tiempos y en el grado de impacto de estos hechos

sobre ambas escenas tendremos todaviacutea que poner-

nos de acuerdo Pero con respecto a este uacuteltimo

asunto les ofrecemos un botoacuten de muestra en 1982

Baroacuten Rojo alcanzoacute el nuacutemero 1 en el ranking de Los

40 Principales tras la salida de su disco Volumen Bru-

tal grabado en Londres en los estudios de Ian Gillan

(Deep Purple) tocaron en el miacutetico Marquee y en el

Festival de Reading entonces el acontecimiento mu-

sical rockero maacutes importante de toda Europa y tras

una gira por las islas britaacutenicas se embarcaron en otra

por Latinoameacuterica abriendo un mercado para el rock

duro espantildeol sin precedentes Pues bien los medios

puacuteblicos y la prensa generalista lo ignoraron por com-

pleto

Del mismo modo suponer que con las listas de Los

40 Principales ldquopodemos hacernos una idea bastante

veraz de cuaacutel era la muacutesica de consumo del momen-

tordquo es suponer demasiado Y ello al menos por dos

motivos 1) porque los rankings del TOP 40 se basan

en las cifras de discos vendidos pero todos sabemos

Defender que la muacutesica que se escucha o se produce depende de la libre voluntad de las gentes recuerda demasiado a las teoriacuteas neoliberales

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

43 Primavera 2014 ETNO

que la industria discograacutefica ha falseado histoacutericamen-

te las cuentas y las cifras de ventas Las listas TOP

soacutelo constituyen un indicio no una prueba 2) porque

es un error confundir consumo y compra El estudio

de los niveles de consumo cultural como de cual-

quier otro va mucho maacutes allaacute del simple indicador de

compra del producto

Nada es porquesiacute Pedimos disculpas si desde la universidad no nos

contentamos con explicaciones del tipo ldquosi los grupos

surgiacutean era porque a los chavales les veniacutea en ganardquo

Ninguacuten grupo compone de la manera que compone y

toca de la manera que toca soacutelo porque le venga en

gana La muacutesica es un hecho social Soacutelo puede lla-

marse asiacute precisamente por eso Cuando un grupo de

amigos pertenecientes a las escenas que hablamos

decidiacutea montarse un conjunto musical lo maacutes probable

es que incluyeran a un bateriacutea uno o dos guitarristas

un teclista (opcional) un bajista y un cantante (solista

o instrumentista) o una cantante (solista) Y tambieacuten

es muy probable que de la pandilla de amigos hayan

tenido que excluir al violinista o al gaiteiro (o le llamen

puntualmente para alguna cancioacuten que para eso son

amigos) A lo mejor hubieran querido tener a alguna

mujer como instrumentista pero habiacutea pocas o ningu-

na a mano Tal vez les hubiera gustado incluir una

cancioacuten de seis minutos pero la industria discograacutefica

demanda que esteacuten entre el minuto y medio y los tres

minutos y medio Esos son algunos de los coacutedigos

La razoacuten del ldquoporque les viene en ganardquo (una versioacuten

maacutes o menos castiza del porquesiacute) no puede contes-

tar de ninguacuten modo a estos y otros muchos interro-

gantes a por queacute las bandas hacen lo que hacen y a

coacutemo lo hacen El razonamiento podriacutea halagar a al-

gunos grupos eso siacute (iquestno es esto vender tambieacuten

otra versioacuten del discurso de la autenticidad) procla-

ma la soberaniacutea total del individuo pero de hecho no

puede ser maacutes coacutemplice y condescendiente con el

poder de lo que es

Esto no supone negar una relativa autonomiacutea de los

artistas soacutelo que su autonomiacutea en realidad la de to-

dos los mortales estaacute condicionada por las constric-

ciones sociales econoacutemicas y poliacuteticas de los diferen-

tes contextos Y tampoco supone afirmar que los con-

sumidores de muacutesica sean de La Movida o no son

unos descerebrados manejados por los medios o por

el poder Pero de ahiacute a defender que la gente produce

o consume determinados tipo de muacutesica simplemente

ldquoporque les viene en ganardquo o lo que es lo mismo que

la industria musical ofrece lo que el puacuteblico mismo les

pide porque eso satisface sus gustos y sus necesida-

des nos recuerda a las posturas liberales de las teo-

riacuteas econoacutemicas de la demanda y las psicosociales

ldquode los usos y las gratificacionesrdquo Como eacutesta uacuteltima

aporta en sus mejores ejemplos argumentos uacutetiles

para el debate nosotros recomendariacuteamos que ade-

maacutes de leer libros del tipo Conversaciones conhellip o los

anecdotarios a los que nos tiene acostumbrada parte

de la literatura musical (documentos que a buen segu-

ro son uacutetiles para nuestra investigacioacuten) los interesa-

dos se den una vuelta por estas teoriacuteas Tal vez les

ayuden a justificar el argumento de una forma algo

maacutes solvente

El artiacuteculo al que remite esteacute texto puede ser leiacutedo en httpwwwefeemecomel-oro-y-el-fango-la-movida-y-el-revisionismo-historico

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

44 Primavera 2014 ETNO

El inmovilismo histoacuterico y el estudio de las muacutesi-cas populares urbanas Para terminar quisieacuteramos referirnos al uacuteltimo pasaje

del artiacuteculo ldquoSeamos serios podraacuten gustarnos maacutes o

menos determinadas muacutesicas esteacuteticas o movimien-

tos pero dejemos la historia como estaacute y no tratemos

de manipularla torticeramente a nuestro antojordquo

Muy bien dicho seamos serios Dejando a un lado

que sin conocernos de nada se nos juzga con una

predisposicioacuten deliberada de mala fe por nuestra par-

te no nos parece sorprendente que algunos de los

que se han dedicado a ofrecer su visioacuten de la historia

musical de la transicioacuten desde el establishment cultu-

ral quieran defender los presupuestos de su propia

ortodoxia Lo que siacute nos parece maacutes osado es preten-

der que los demaacutes hagamos lo mismo Debemos en-

tender que la obligacioacuten de la Historia como disciplina

acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los

discursos generados sobre eacutel ya venga de hace mil

antildeos o cumpla ahora su etapa de lactancia Si no hi-

cieacuteramos esto muchas cosas que sabemos ahora no

las sabriacuteamos

Ya se nos ha contado coacutemo es el mundo Gracias

tendremos en cuenta esta visioacuten (esperemos que de

ahora en adelante se haga de una forma maacutes sosega-

da y constructiva) La versioacuten de otros autores que

aparecen en el libro ofreciendo sus testimonios de

primera mano (Carlos Galaacuten el director de Subterfuge

Records para hablarnos de la escena independiente

de los noventa y ldquoEl Piratardquo para hablarnos de la pro-

mocioacuten de este rock en la radio) son recuentos indivi-

duales que tienen la virtud de haber estado alliacute pero

el peligro de una visioacuten excesivamente cercana que

podriacutea en algunos momentos contradecirse con otros

datos y otras fuentes Y como testimonios que son

por si alguien lo duda tienen la misma legitimidad que

cualquier otro en su misma situacioacuten

Los que quieran pueden continuar hablando de las

maravillosas canciones de La Movida de su derroche

de talento imaginacioacuten e ingenio y seguir aludiendo a

lo geniales que son sus artistas favoritos Pero ya nos

resulta chocante que se emplee para la defensa de La

Movida el argumento del artista como ldquogeniordquo (como

en el caso de Coppini) un concepto que en su uacuteltima

variante aparece a finales del XVIII en el mismo mo-

mento y ligado estrechamente a la idea de

ldquoautenticidadrdquo O dicho de otra manera que criacuteticos

musicales que asumen como suyos los postulados y la

sensibilidad de La Movida juzguen a sus integrantes

con herramientas conceptuales que sus propias decla-

raciones y sus canciones rechazan

Sigan algunos con su tarea de construir un cordoacuten sa-

nitario alrededor del pasado por temor a que nuestros

hijos o nietos no aprecien el valor de los artistas de La

Movida si es que alguna vez leen nuestro libro o cual-

quier otro que no sea de su cuerda Sigan ejerciendo

de guardianes del futuro tal es el aprecio y la confian-

za que albergan acerca de la inteligencia de nuestros

herederos Pero mientras tanto nosotros a lo nuestro

Mientras algunos se dedican a la ldquopoesiacuteardquo nosotros

La obligacioacuten de la historia como disciplina acadeacutemica es revisar de tanto en tanto el pasado y los discursos generados sobre eacutel

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)

ENSAYO

45 Primavera 2014 ETNO

junto con otros compantildeeros del periodismo y las edi-

toriales interesadas haremos el trabajo sucio La

historia de la escena musical en tiempos de la Tran-

sicioacuten se encuentra todaviacutea en un estadio de investi-

gacioacuten muy precario Asiacute que cuando tengamos ac-

ceso a los libros de cuentas de las compantildeiacuteas disco-

graacuteficas de los promotores musicales y de los pro-

pietarios de las tiendas cuando hayamos identifica-

do el nuacutemero de locales de ocio dedicados a eacutestas y

otras escenas en todo el paiacutes sus aforos sus estra-

tegias de mercadotecnia cuando estudiemos las

relaciones entre los medios y la industria discograacutefi-

ca cuando hayamos identificado cuaacutel es el canon

esteacutetico del pop-rock espantildeol y analizado los discur-

sos empleados para su construccioacuten cuando tenga-

mos la posibilidad de cotejar las cuentas internas de

la SGAE o los documentos que testifican las poliacuteticas

de las instituciones puacuteblicas para la contratacioacuten de

artistas cuando hayamos analizado los motivos por

los cuales los medios de comunicacioacuten con toda su

diversidad pero tambieacuten con todas sus constriccio-

nes ampararon ciertas escenas en detrimento de

otrashellipetc etc etc entonces y soacutelo entonces com-

prenderemos un poco mejor la historia musical de

nuestra Transicioacuten Como se entenderaacute la cosa pue-

de costarnos al menos un par de generaciones y no

es probable que nos lo vayan a poner faacutecil de mo-

mento Esta historia la historia con la que algunos

ya parecen satisfechos acaba de empezar a andar

Tal vez se hubiera deseado que desde otras instan-

cias del establishment cultural (no se crea que no so-

mos conscientes de nuestra posicioacuten) nos hubieacutera-

mos conformado con el relato hegemoacutenico que con

escasas excepciones se ha realizado hasta la fecha

Ustedes nos permitiraacuten que nos mostremos un tanto

esceacutepticos

Final que suentildea con otro principio Por uacuteltimo lo sentimos si alguno de los argumentos

del artiacuteculo no se referiacutea a este libro es difiacutecil saberlo

en medio de tanta confusioacuten Aprovecharemos de

todas formas lo que de valioso podamos encontrar

Nuestra intencioacuten no ha sido en ninguacuten caso atacar a

los grupos de La Movida ni a sus expresiones musi-

Si este rifirrafe sirviera para ayudar a que se abra un debate sobre las muacutesicas populares anas en nuestro paiacutes bienvenido sea

cales aunque recuentos futuros menos arbitrarios

puedan ayudarnos a diferenciar el grano de la paja

Vamos a hacer lo que tenemos que hacer tenemos

afortunadamente nuestro meacutetodo de trabajo y los ca-

nales donde difundirlo Si este pequentildeo rifirrafe sirvie-

ra al menos para ayudar a que se abra un debate

puacuteblico y serio sobre los estudios de las muacutesicas po-

pulares urbanas en nuestro paiacutes bienvenido sea Me-

nos tripas y un poco maacutes de respeto

Un avance de este aspecto de la investigacioacuten se puede ya consultar en el artiacuteculo titulado ldquoiquestAutonomiacutea sumisioacuten o hibridacioacuten sonora La construccioacuten del canon esteacutetico del pop-rock espantildeolrdquo publicado por Fernaacuten del Val Javier Noya y Cristina Martiacuten Peacuterez-Colman en la Revista Espantildeo-la de Investigaciones Socioloacutegicas nordm 145 (2014)