BOURDIEU, P. ¿Que-significa-hablar

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Pierre Bourdieu ¿Qué significa hablar? Economía de los intercambios lingüísticos v4 AKAL/UNIVERSITARIA

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La palabra como articulación de la experiencia humana que fundamenta la cultura actual

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  • Pierre Bourdieu

    Qu significa hablar? Economa de los intercambios

    lingsticos

    v4

    AKAL/UNIVERSITARIA

  • M a q u e t a R A G

    E d i c i o n e s A k a l , S . A .

    L o s B e r r o c a l e s d e l J a r a m a

    A p d o . 4 0 0 - T o r r e j n d e A r d o z

    M a d r i d - E s p a a

    I S B N : 8 4 - 7 6 0 0 - 0 5 0 - 2

    D e p s i t o l e g a l : M . 3 8 . 3 9 9 - 1 9 8 5

    I m p r e s o e n G R E F O L , S . A . , P o l . I I - L a F u e n s a n t a

    M s t o l e s ( M a d r i d )

    P r i n t e d i n S p a i n

  • PIERRE BOURDIEU

    QU SIGNIFICA HABLAR?

  • NDICE

    INTRODUCCION

    6 I. ECONOMA DE LOS INTERCAMBIOS LINGSTI-

    COS 9 1. La produccin y reproduccin de la lengua legtima

    17 2. La formacin de precios y la previsin de beneficios .

    40

    II. LENGUAJE Y PODER SIMBLICO

    63 1. El lenguaje autorizado: las condiciones sociales de la

    eficacia del discurso ritual 67

    2. Los ritos de institucin 78 3. La fuerza de la representacin

    87 4. Describir y prescribir: las condiciones de posibilidad

    y los lmites de la eficacia poltica 96

    III. ANLISIS DE DISCURSOS

    105 1. Censura y formalizacin -

    109 2. El discurso importante: algunas reflexiones socio-

    lgicas sobre Algunas observaciones crticas en tor- no a "Leer el Capital" 134

    3. La retrica del cientifismo: contribucin a un anli- sis del efecto Montesquieu

    152

    5

  • I N T R O D U C C I N

    E n e l e n s a y o p a r a i n t r o d u c i r e n F i l o s o f a e l c o n c e p t o d e m a g n i t u d

    n e g a t i v a , K a n t i m a g i n a u n h o m b r e d e d i e z g r a d o s d e a v a r i c i a q u e s e

    e s f u e r z a e n d o c e g r a d o s e n a m a r a s u p r j i m o m i e n t r a s q u e o t r o , a v a r o

    d e t r e s g r a d o s , y c a p a z d e u n a i n t e n c i n s i m i l a r d e s i e t e g r a d o s , p r o -

    d u c e u n a a c c i n g e n e r o s a d e c u a t r o g r a d o s ; p a r a c o n c l u i r q u e e l p r i -

    m e r o e s m o r a l m e n t e s u p e r i o r a l s e g u n d o a u n q u e , m e d i d o p o r e a c t o

    d o s g r a d o s c o n t r a c u a t r o , s e a i n d i s c u t i b l e m e n t e i n f e r i o r . Q u i z

    d e b e r a m o s s o m e t e r a u n a n l i s i s a r i t m t i c o s e m e j a n t e l o s m r i t o s p a r a

    j u z g a r l o s t r a b a j o s c i e n t f i c o s . . . L a s c i e n c i a s s o c i a l e s , s i n l u g a r a d u -

    d a s , e s t n a l l a d o d e l a v a r o d e d i e z g r a d o s y s e g u r a m e n t e s e t e n d r a

    u n a a p r e c i a c i n m s j u s t a d e s u s m r i t o s s i s e s u p i e r a t o m a r e n c u e n -

    t a , c o m o K a n t , l a s f u e r z a s s o c i a l e s s o b r e l a s q u e d e b e n t r i u n f a r . L o

    q u e n u n c a e s t a n c i e r t o c o m o c u a n d o s e t r a t a d e l o b j e t o d e e s a d i s c i -

    p l i n a c u y o i m p e r i o s e e j e r c e s o b r e e l c o n j u n t o d e l a s c i e n c i a s s o c i a l e s ,

    e s a l e n g u a u n a e i n d i v i s i b l e , f u n d a d a , s e g n S a u s s u r e , e n l a e x c l u s i n

    d e t o d a v a r i a c i n s o c i a l i n h e r e n t e , o , s e g n C h o m s k y , s o b r e e l p r i v i -

    l e g i o c o n c e d i d o a l a s p r o p i e d a d e s f o r m a l e s d e l a g r a m t i c a e n d e t r i -

    m e n t o d e l a s c o e r c i o n e s f u n c i o n a l e s .

    P o r h a b e r e m p r e n d i d o , u n p o c o a n t e s d e l a c m d e l a m o d a , u n

    t r a b a j o a c a d m i c o q u e a f o r t u n a d a m e n t e n o l l e g a p u b l i c a r s e

    n u n c a d o n d e m e a p o y a b a e n u n a l e c t u r a m e t d i c a d e l c u r s o d e

    l i n g s t i c a g e n e r a l p a r a i n t e n t a r f u n d a r u n a t e o r a g e n e r a l d e l a c u l -

    t u r a , h e s i d o q u i z s m s s e n s i b l e q u e o t r o s a l o s e f e c t o s m s v i s i b l e s

    d e l d o m i n i o e j e r c i d o p o r e s a d i s c i p l i n a s o b e r a n a , t r t e s e d e t r a n s c r i p -

    c i o n e s l i t e r a l e s d e e s c r i t o s t e r i c o s , d e t r a n s m i s i o n e s m e c n i c a s d e c o n -

    c e p t o s t o m a d o s e n s u v a l o r p a r c i a l o d e s i m p l e s i m i t a c i o n e s q u e , a l

    d i s o c i a r e l o p u s o p e r a t u m d e l m o d u s o p e r a n d i ,

    c o n d u c e n a r e i n t e r -

    p r e t a c i o n e s i n e s p e r a d a s , a v e c e s e s t r a f a l a r i a s . P e r o e s t a r e s i s t e n c i a a

    l a s m o d a s m u n d a n a s n o t i e n e n a d a q u e v e r c o n u n a n e g a t i v a q u e p u e -

    d a a u t o r i z a r l a i g n o r a n c i a : s i e m p r e h e c r e d o q u e l a o b r a d e S a u s s u -

    r e , y , p o s t e r i o r m e n t e , c u a n d o p a r a m i r e s u l t m a n i f i e s t a l a i n s u f i c i e n -

    6

  • cia del modelo de la palabra (y de la prctica) como ejecucin, la de Chomsky, que reconoce un determinado rango a las disposiciones ge-neradoras, plantean a la Sociologa cuestiones fundamentales.

    Lo que no es bice para que todas esas cuestiones slo alcancen sus mximas potencialidades a condicin de salir de los lmites inscri-tos en la propia intencin de la lingstica estructural como teora pu-ra. En efecto, todo el destino de la lingstica moderna se decide en el acto de fuerza inaugural por el cual Saussure separa la lingstica externa de la lingstica interna, y, reservando a esta ltima el t-tulo de lingstica, excluye de esta disciplina todas las investigaciones que relacionan la lengua con la etnologa, excluye la historia poltica de los que la hablan o incluso la geografa del mbito en que se habla, ya que no aportara nada al conocimiento de la lengua considerada en s misma. Nacida de la autonomizacin de la lengua con relacin a sus condiciones sociales de produccin, de reproduccin y de utili-zacin, la lingstica estructural, al convertirse en la ciencia dominante en las ciencias sociales, necesariamente tena que ejercer un efecto ideo-lgico, dando apariencias de cientificidad a la naturalizacin de esos productos de la historia que son los objetos simblicos: la transmi-sin del modelo fonolgico fuera del campo de la lingstica tiene por efecto generalizar al conjunto de los productos simblicos, taxinomias de parentesco, sistemas mticos u obras de arte, esa operacin inau-gural que ha hecho de esta ciencia la ms natural de las ciencias socia-les separando el instrumento lingstico de sus condiciones sociales de produccin y de utilizacih.

    Es obvio que las diferentes ciencias estaban desigualmente predis-puesta a recibir este caballo de Troya. La relacin particular que une al etnlogo con su objeto, la neutralidad de espectador imparcial que confiere el estatuto de observador ajeno, convertan a la etnolo-ga en vctima elegida. Por supuesto, con la tradicin de la historia del arte o de la literatura: en este caso, la importacin de un mtodo de anlisis que implica la neutralizacin de las funciones no haca ms que sancionar el modo de aprehensin de la obra de arte que desde siempre viene exigiendo el experto, es decir, la disposicin pura y puramente interna con exclusin de toda referencia reductora a lo externo; as como el oficio religioso, pero en otro mbito, la se-miologa literaria ha elevado el culto de la obra de arte a un grado de racionalidad superior sin modificar sus funciones. En todo caso; la puesta entre parntesis de lo social que permite tratar la lengua u otro objeto simblico como finalidad sin fin, ha contribuido no poco al xito de la lingstica estructuralista, otorgando el encanto de un juego intrascendente a los ejercicios puros de un anlisis puramen-te interno y formal.

    Por tanto, el hecho tan cuidadosamente rechazado por los lin-guistas y sus imitadores de que la naturaleza social de la lengua sea uno de sus caracteres internos, y de que la heterogeneidad sea inseparable de ella, es algo de lo que debemos sacar todas sus conse-cuencias con perfecta conciencia de los riesgos que semejante empre-

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  • s a e n t r a a , e n t r e o t r o s e s a a p a r i e n c i a d e t o s q u e d a d q u e a f e c t a a l o s

    m s s u t i l e s y r i g u r o s o s a n l i s i s c a p a c e s y c u l p a b l e s d e l a b o r a r p o r

    l a v u e l t a d e l o r e p r i m i d o , p e l i g r o q u e n o e s p r e c i s a m e n t e e l m e n o r

    d e t o d o s ; e n s u m a , h a y q u e e s c o g e r e l p a g a r p o r l a v e r d a d u n p r e c i o

    m s e l e v a d o c o n u n b e n e f i c i o d e d i s t i n c i n m s p e q u e o * .

    * L a s e g u n d a p a r t e d e e s t e l i b r o r e c o g e e n f o r m a m s o m e n o s p r o f u n d a m e n t e m o d i -

    f i c a d a d i v e r s o s t e x t o s a p a r e c i d o s y a : p a r a e l c a p t u l o I , E l L e n g u a j e A u t o r i z a d o . N o t a

    s o b r e l a s c o n d i c i o n e s s o c i a l e s d e l a e f i c a c i a d e l d i s c u r s o r i t u a l , A c t e s d e l a r e c h e r c h e

    e n s c i e n c e s s o c i a l e s 5 , 6 , n o v i e m b r e d e 1 9 7 5 , p g s . 1 8 3 - 1 9 0 ; p a r a e l c a p t u l o 2 , L o s

    r i t o s d e i n s t i t u c i n , A c t e s d e l a r e c h e r c h e e n s c i e n c e s s o c i a l e s ,

    4 3 , j u n i o d e 1 9 8 2 , p g s ,

    5 8 - 6 3 ( t r a n s c r i p c i n d e u n a c o m u n i c a c i n p r e s e n t a d a e n e l c o l o q u i o s o b r e l o s r i t o s

    d e p a s o h o y , d e N e u c h t e l e n o c t u b r e d e 1 9 8 1 ) ; p a r a e l c a p t u l o 4 , D e s c r i b i r y p r e s c r i -

    b i r , A c t e s d e l a r e c h e r c h e e n s c i e n c e s s o c i a l e s ,

    2 8 d e m a y o d e 1 9 8 1 , p g s . 6 9

    - 7 4 .

    L a t e r c e r a p a r t e r e c o g e l o s s i g u i e n t e : p a r a e l c a p t u l o 2 , l a l e c t u r a d e M a r x : a l g u n a s

    o b s e r v a c i o n e s c r t i c a s r e s p e c t o a A l g u n a s o b s e r v a c i o n e s c r t i c a s e n t o r n o a l e e r e l C a -

    p i t a l , A c t e s d e l a r e c h e r c h e e n s c i e n c e s s o c i a l e s , 5 - 6 , n o v i e m b r e 1 9 7 5 , p g s . 6 5 - 7 9 ;

    p a r a e l c a p t u l o 3 , E l n o r t e y e l M e d i o d a . C o n t r i b u c i n a u n a n l i s i s d e l e f e c t o M o n -

    t e s q u i e u , A c t e s d e l a r e c h e r c h e e n s c i e n c i e s s o c i a l e s ,

    3 5 , n o v i e m b r e 1 9 8 0 , p g s . 2 1 - 2 5 .

    8

  • 1

    ECONOMA DE LOS INTERCAMBIOS LINGSTICOS

  • La Sociologa slo puede liberarse de las formas de dominacin que la lingstica y sus conceptos ejercen todava hoy sobre las cien-cias sociales a condicin de hacer patentes las operaciones de cons-truccin del objeto en que esta ciencia se ha fundado, y las condicio-nes sociales de produccin y circulacin de sus conceptos fundamen-tales. Si el modelo lingstico se h transportado tan fcilmente al te-rreno de la etnologa y de la sociologa, ello se ha debido a una consi-deracin esencialista de la lingstica, es decir, a la filosofa intelec-tualista que hace del lenguaje, ms que un instrumento de accin y de poder, un objeto de inteleccin. Aceptar el modelo saussuriano y sus presupuestos, es tratar el mundo social como un universo de in-tercambios simblicos y reducir la accin a un acto de comunicacin que, como la palabra de Saussure, est destinado a ser descifrado por medio de una cifra o de un cdigo, lengua o cultura '.

    Para romper con esta filosofa social, hay que mostrar que, por legtimo que sea tratar las relaciones sociales y las propias relacio-nes de dominacin como interacciones simblicas, es decir, como relaciones de comunicacin que implican el conocimiento y el reco-nocimiento, no hay que olvidar que esas relaciones de comunicacin por excelencia que son los intercambios lingsticos son tambin rela-ciones de poder simblico donde se actualizan las relacionesa de fuer-za entre los locutores y sus respectivos grupos. En suma, hay que su-perar la alternativa corriente entre el economismo y el culturalismo, para intentar elaborar una economa de los intercambios simblicos.

    Todo acto de palabra y, ms generalmente, toda accin, es una

    En otro libro he intentado analizar el inconsciente epistemolgico del estructu-ralismo, es decir, los presupuestos tan lcidamente introducidos por Saussure en la cons-truccin del objeto propio de la lingstica, pero que han sido olvidados o rechazados por los utilizadores posteriores del modelo saussuriano (ver P. Bourdieu, Le sens pra-tique, Paris, Editions de Minuit, 1980, Pars, PP. 51 y siguientes).

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  • coyuntura, un encuentro de series causales independientes: por un la-do, las disposiciones, socialmente modeladas, del habitus lingstico, que implican una cierta propensin a hablar y decir determinadas co-sas (inters expresivo) y una cierta capacidad de hablar definida a la vez como capacidad lingstica de infinita creacin de discursos gra-maticalmente semejantes y como capacidad social que permite utili-zar adecuadamente esta competencia en una determinada situacin; por otro, las estructuras del mercado lingstico; por otro, las estruc-turas del mercado lingstico, que se imponen como un sistema de san-ciones y censuras especficas.

    Este modelo simple de produccin y de circulacin lingstico co-mo relacin entre los habitus lingstico y los mercados en que se ofre-cen sus productos no tiene como objeto ni recusar ni sustituir el an-lisis propiamente lingstico del cdigo; pero permite comprender los errores y fracasos a que la lingstica se condena cuando, a partir de uno solo de los factores en juego, la competencia propiamente lin-gstica, que se define en abstracto al margen de todo lo que esta com-petencia debe a sus condiciones sociales de produccin, intenta dar razn del discurso en su singularidad coyuntural. En efecto, en tanto en cuanto ignoren el lmite que es constitutivo de su ciencia, los lin-gistas no tienen otra eleccin que buscar desesperadamente en la len-gua lo que se inscribe en las relaciones sociales donde funciona, o de hacer sociologa sin ellos saberlo, es decir, con el peligro de descubrir en la gramtica misma lo que la sociologa espontneo del lingista ha importado inconscientemente.

    La gramtica slo define muy parcialmente el sentido, y la deter-minacin completa de la significacin del discurso se produce en la relacin con un mercado. Una parte de las determinaciones que cons-tituyen la definicin prctica del sentido, y no la menor, se produce en el diswrso automticamente y desde fuera. El origen del sentido objetivo que se engendra en la circulacin lingstica hay que buscar-lo en primer lugar en el valor distintivo resultante de la relacin ac-tuada por los locutores, consciente o inconscientemente, entre el pro-ducto lingstico ofrecido por un locutor social caracterizado y los pro-ductos simultneamente propuestos en un determinado espacio social. Sucede tambin que el producto lingstico slo se realiza completa-mente como mensaje cuando es tratado como tal, es decir, cuando es descifrado. Asimismo, los esquemas de interpretacin que los re-ceptores ponen en prctica en su apropiacin creadora del producto propuesto pueden estar ms o menos alejados de los que han orienta-do la produccin. A travs de esos efectos, inevitables, el mercado contribuye a crear no slo el valor simblico sino tambin el sentido del discurso.

    La cuestin del estilo se podra considerar desde esta perspectiva: esa separacin individual con respecto a la norma lingstica, esa elaboracin particular que tiende a conferir al discurso propiedades distintivas, es un ser percibido que slo existe en relacin con sujetos percibientes, dotados de esas disposiciones diacrticas que permiten

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  • hacer distinciones entre formas de decir diferentes, entre artes de ha-blar distintivos. De donde se deduce que el estilo, trtese de la poesa comparada con la prosa o de la diccin de una clase (social, sexual o generacional) comparada con la de otra clase, slo existe en rela-cin a agentes dotados de esquemas de percepcin y de apreciacin que permiten constituirlo como conjunto de diferencias sistemticas, sincrticamente aprehendidas. Lo que circula en el mercado lingsti-co no es la lengua, sino discursos estilsticamente caracterizados, discursos que se colocan a la vez del lado de la produccin, en la me-dida en que cada locutor se hace un idiolecto con la lengua comn, y del lado de la recepcin, en la medida en que cada receptor contri-buye a producir el mensaje que percibe introduciendo en l todo lo que constituye su experiencia singular y colectiva. Lo que en princi-pio slo se afirma del discurso potico, es decir, su cualidad cuando est conseguido de elevar al mximo grado la posibilidad de provo-car experiencias variables segn los diferentes individuos, sera exten-sible a cualquier tipo de discurso. A diferencia de la denotacin, que representa la parte estable comn a todos los locutores 2, la con-notacin reenva a la singularidad de las experiencias individuales, lo que quiere decir que sta se constituye en una relacin socialmetne caracterizada donde los receptores ponen en juego la diversidad de sus instrumentos de apropiacin simblica. La paradoja de la comu-nicacin consiste en que, aunque implica un medio comn, slo se produce y esto puede verse claramente en el caso lmite en que se trata-de transmitir emociones como suele ocurrir con la poesa, susci-tando y resucitando experiencias singulares, es decir, socialmente ca-racterizadas. Producto de la neutralizacin de las relaciones prcticas en que funciona, la palabra de los diccionarios no tiene ninguna exis-tencia social: en la prctica, slo existe sumergida en situaciones, hasta el punto de que el ncleo de sentido que se mantiene relativamente invariante a travs de la diversidad de los mercados puede pasar inadvertido 3. Como observaba Vendryes, si las palabras recibieran siempre todo su sentido a la vez, el discurso sera un juego continuo de palabras; mas si, como en el caso de alquilar locare y de ala-

    2 Ver G. Mounin, La communication potique, prcd de Avez-vous li Char?, Pa-rs, Gallimard, 1969, PP. 21-26.

    3 La aptitud para captar simultneamente los diferentes sentidos de una misma pa-labra (aptitud que suelen medir los test llamados de inteligencia) y, a fortiori, la apti-tud para manipularlos prcticamente (por ejemplo, reactivando la significacin ordi-naria de las palabras corrientes, como les gusta hacer a los filsofos) constituyen una buena medida de la aptitud tpicamente culta de salirse de la situacin y romper la rela-cin prctica que une una palabra a un contexto prctico, encerrndola en uno de sus sentidos, para considerar la palabra en s misma y por s misma, es decir, como el lugar geomtrico de todas las posibles relaciones con situaciones tratadas as como otros tantos casos particulares de lo posible. Si esta aptitud para manejar diferentes variedades lingsticas, sucesiva y sobre todo simultneamente, es sin duda una de las ms desi-gualmente repartidas, eso quiere decir que el dominio de las diferentes variedades lin-gsticas y sobre todo la relacin con el lenguaje que implica slo pueden adquirirse

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  • bar laudare, todos los sentidos que pudiera recibir fueran com-pletamente independientes, cualquier juego de palabras (en particu-lar los ideolgicos) resultara imposible 4. Los diferentes sentidos de una palabra se definen en relacin entre el ncleo invariante y la lgi-ca especfica de los diferentes mercados, stos objetivamente situa-dos con relacin al mercado en que se define el sentido ms comn. Slo existen simultneamente por la conciencia culta que les hace surgir rompiendo la solidaridad orgnica entre la competencia y el mercado.

    Los mayores efectos ideolgicos de la religin y la poltica se deri-van de las posibilidades que encierra la polisemia inherente a la ubi-cuidad social de la lengua legtima. En una sociedad diferenciada, los nombres llamados comunes, trabajo, familia, madre, amor, reciben en realidad diferentes significaciones, significaciones incluso antag-nicas, debido a que los miembros de la misma comunidad lingsti-ca utilizan, mejor o peor, la misma lengua y no varias lenguas dife-rentes la unificacin del mercado lingstico es as causa de que ca-da vez haya ms significaciones para los mismos signos 5. Bakhatine recuerda que, en las situaciones revolucionarias, las palabras corrien-tes reciben sentidos opuestos. De hecho, no hay palabras neutras: la inveltigacin, muestra, por ejemplo, que los adjetivos ms corriente-mente utilizados para expresar los gustos suelen revestir sentidos di-ferentes, incluso opuestos, segn las diferentes clases: la palabra es-merado elegida por los pequeos burgueses, se ve rechazada por los intelectuales para quienes, justamente, utilizar esa palabra resulta pe-queo burgus, pobre, mezquino. La polisemia del lenguaje religioso y el efecto ideolgico de unificacin de los contrarios o de negacin de las divisiones que produce slo se mantiene a costa de las reinter-pretaciones que implican la produccin y recepcin del lenguaje co-mn por locutores que ocupan posiciones diferentes en el espacio so-cial, locutores, por tanto, con intenciones e intereses diferentes. Su-cede as que ese lenguaje pueda hablar a todos los grupos y que todos los grupos puedan hablarle, contrariamente a lo que ocurre con el len-guaje matemtico que slo puede asegurar el carcter unvoco de la palabra grupo controlando estrictamente la homogeneidad del grupo de los matemticos. Las religiones que llamamos universales no lo son en el mismo sentido y en las mismas condiciones que la ciencia.

    El recurso a un lenguaje neutralizado se impone siempre que se trate de establecer un consenso prctico entre agentes o grupos de agen-

    en ciertas condiciones de existencia capaces de autorizar una relacin separada y gra-tuita con el lenguaje (ver en P. Bourdieu y J. C. Passeron, Rapport pdagogique y com-munication, el anlisis de las variaciones segn el origen social de la amplitud del regis-tro lingstico, es decir, en qu grado son dominadas las diferentes variedades lingsticas).

    4 J. Vendryes, Le langage. Introduction linguistique l'Histoire. Pars, Albin Mi-chel, 1950, P. 208.

    5 Los imperativos de la produccin, e incluso de la dominacin, imponen un m-nimo de comunicacin entre las clases y, por tanto, el acceso de los ms desprovistos (por ejemplo, los inmigrados) a una especie de mnimo vital lingstico.

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  • tes dotados de intereses parcial o totalmente diferentes: es decir, evi-dentemente, en el campo ante todo de la lucha poltica legtima, pero tambin en las transaciones y en las interacciones de la vida cotidia-na. La comunicacin entre clases (o, en las sociedades coloniales o semicoloniales, entre etnias) representa siempre una situacin crtica para la lengua utilizada, cualquiera que esta sea. En efecto, tiende a provocar un retorno al sentido ms abiertamente cargado de conno-taciones sociales: cuando se pronuncia la palabra campesino ante al-guien que acaba de abandonar el campo, nunca se sabe como esa per-sona va a tomarlo. Consideradas as las cosas, no hay ya palabras inocentes. Este efecto objetivo de desvelamiento rompe la aparente unidad del lenguaje corriente. Cada palabra, cada locucin puede re-vestir dos sentidos antagnicos segn la manera en que el emisor y el receptor vayan a tomarla. La lgica de los automatismos verbales que solapadamente acompaan a la lengua en su utilizacin corrien-te, con todos los valores y prejuicios apegados a este trfico, encierra el peligro permanente de la metedura de pata, capaz de volatilizar en un instante un consenso sensatamente mantenido a costa de preca-vidas estrategidas recprocas.

    Pero no se comprendera cabalmente la eficacia simblica de los lenguajes polticos o religiosos si se la redujera al efecto de malenten-didos producidos por individuos totalmente opuestos a reconocerse en el mismo mensaje. La eficacia de los discursos cultos: procede de la oculta correspondencia entre la estructura del espacio social en que se producen campo poltico, campo religioso, campo artstico o cam-po filosfico y la estructura del campo de las clases sociales en que se sitan los receptores y con relacin a la cual interpreta el mensaje. La homologa entre las oposiciones constitutivas de los campos espe-cializados y el campo de las clases sociales origina una anfibologa esencial que puede verse especialmente cuando, al difundirse fura del campo limitado, los discursos esotricos experimentan una especie de universalizacin automtica y dejan de ser exclusivamente palabras de dominantes o de dominados en el interior de un campo especfico para convertirse en palabras vlidas para todos los dominantes o to-dos los dominados. Lo que no obsta para que la ciencia deba tomar nota de la autonoma de la lengua, de su lgica especfica, de sus re-glas propias de funcionamiento. En particular no se pueden compren-der los efectos simblicos del lenguaje sin tener en cuenta el hecho, mil veces atestiguado, de que el lenguaje es el primer mecanismo for-mal cuyas capacidades generativas no tienen lmites. No hay nada que no pueda decirse y puede decirse la nada. En la lengua, es decir, en los lmites de la gramaticalidad, se puede enunciar todo. Desde Frege sabemos que las palabras pueden tener un sentido sin referirse a na-da. Lo que es tanto como decir que el rigor formal puede ocultar el despegue semntico. Todas las teologas religiosas y todas las teodi-ceas polticas han sacado partido del hecho de que las capacidades generativas de la lengua puedan exceder los lmites de la intuicin o de la verificacin emprica para producir discursos formalmente co-

    15

  • r r e c t o s , p e r o s e m n t i c a m e n t e v a c o s . L o s r i t u a l e s r e p r e s e n t a n h a s t a

    e l l m i t e e x t r e m o t o d a s l a s s i t u a c i o n e s d e

    i m p o s i c i n

    e n l a s q u e , a t r a -

    v s d e l e j e r c i c i o d e u n a c o m p e t e n c i a t c n i c a q u e p u e d e s e r m u y i m -

    p e r f e c t a , s e e j e r c e u n a c o m p e t e n c i a s o c i a l , l a d e l l o c u t o r l e g t i m o , a u t o -

    r i z a d o p a r a h a b l a r , y p a r a h a b l a r c o n m a u t o r i d a d : B e n v e n i s t e h a c a

    o b s e r v a r q u e , e n l a s l e n g u a s i n d o e u r o p e a s , l a s p a l a b r a s q u e s i r v e n p a r a

    e n u n c i a r e l d e r e c h o s e v i n c u l a n a l a r a z d e c i r . E l b i e n d e c i r , f o r m a l -

    m e n t e c o r r e c t o , p r e t e n d e p o r e s o m i s m o , y c o n p o s i b i l i d a d e s d e x i t o

    n o d e s d e a b l e s , e x p r e s a r e l d e r e c h o , e s d e c i r , e l d e b e r s e r . Q u i e n e s ,

    c o m o M a x W e b e r , h a n o p u e s t o a l d e r e c h o m g i c o o c a r i s m t i c o d e l

    j u r a m e n t o c o l e c t i v o o d e l a o r d a l a , u n d e r e c h o r a c i o n a l f u n d a d o e n

    l a c a l c u l a b i l i d a d y l a p r e v i s i b i l i d a d , o l v i d a n q u e h a s t a e l d e r e c h o m s

    r i g u r o s a m e n t e r a c i o n a l i z a d o e s s l o u n a c t o c o n s e g u i d o d e m a g i a

    s o c i a l .

    E l d i s c u r s o j u r d i c o e s p a l a b r a c r e a d o r a , q u e c o n f i e r e v i d a a l o

    q u e e n u n c i a . E s e l e x t r e m o h a c i a e l q u e p r e t e n d e n t o d o s l o s e n u n c i a -

    d o s p e r f o r m a t i v o s , b e n d i c i o n e s , m a l d i c i o n e s , r d e n e s , v o t o s o i n s u l -

    t o s ; e s d e c i r , l a p a l a b r a d i v i n a , l a p a l a b r a d e d e r e c h o d i v i n o q u e , c o -

    m o l a

    i n t u i t u s o r i g i n a r i u s

    q u e K a n t a t r i b u i d a a D i o s y c o n t r a r i a m e n t e

    a l o s e n u n c i a d o s d e r i v a d o s o c o m p r o b a t i v o s , s i m p l e s r e g i s t r o s d e u n

    d a t o p r e - e x i s t e n t e , d a n e x i s t e n c i a a a q u e l l o q u e e n u n c i a n . N o s e d e -

    b e r a o l v i c a r n u n c a q u e l a l e n g u a , p o r s u i n f i n i t a c a p a c i d a d g e n e r a t i -

    v a , p e r o t a m b i n

    o r i g i n a r i a

    e n e l s e n t i d o d e K a n t , o r i g i n a l i d a d q u e

    l e c o n f i e r e e l p o d e r d e p r o d u c i r e x i s t e n c i a p r o d u c i e n d o s u r e p r e s e n t a -

    c i n c o l e c t i v a m e n t e r e c o n o c i d a , y a s r e a l i z a d a , e s s i n d u d a e l s o p o r -

    t e p o r e x c e l e n c i a d e l s u e o d e l p o d e r a b s o l u t o .

    1 6

  • CAPTULO I LA PRODUCCIN 'Y LA REPRODUCCIN DE LA

    LENGUA LEGTIMA Usted lo ha dicho, caballero. Deberamos tener leyes para pro-

    teger los conocimientos adquiridos. Veamos, por ejemplo, el caso de uno de nuestros buenos alum-

    nos, modesto, diligente, que desde sus clases de gramtica ha co-menzado a rellenar su cuadernillo de expresiones.

    Un alumno que, durante veinte aos pendiente de los labios de sus profesores, ha acabado por crear una especie de pequeo pecu-lio intelectual: acaso este peculio no le pertenece como le pertene-ca, una casa o el dinero?

    P. Claudel, el Zapato de satn

    Respecto a las riquezas que implican una posesin simultnea sin experimentar ninguna alteracin, el lenguaje crea naturalmente una plena comunidad en la que todos, aprovechndose libremente del te-soro universal, colaboran espontneamente en su conservacin 1 . Al describir la apropiacin simblica como una especie de participacin mstica universal y uniformemente accesible, que excluye por tanto la desposesin, Augusto Comte brinda una expresin ejemplar de la ilusin del comunismo lingstico que ha obsesionado a toda la teora lingstica. As, Saussure resuelve la cuestin de las condiciones eco-nmicas y sociales de la apropiacin de la lengua sin llegar a plan-tersela nunca recurriendo, como Augusto Comte, a la metfora del tesoro, aplicada por l a la comunidad o al individuo: habla de un tesoro interior, de un tesoro depositado por la prctica de la pala-bra en los sujetos que pertenecen a la misma comunidad, de una suma de tesoros individuales de lengua o incluso de una suma de acerdos depositados en el cerebro. Chomsky tiene el mrito de atri-buir explcitamente al sujeto hablante en su universalidad la perfecta

    . competencia que la tradicin saussuriana le atribuia en forma tcita: la teora lingstica se ocupa fundamentalmente de un locutor-auditor ideal, inserto en una comunidad lingstica completamente homog-nea, que conoce su lengua perfectamente y al abrigo de los efectos gramaticalmente no pertinentes como limitaciones de la memoria, dis-tracciones, deslizamientos de atencin o errores de resultado en la apli-cacin de su conocimiento de la lengua. Tal fue, en mi opinin, la posicin de los fundadores de la lingstica general moderna, y no hay ninguna razn convincente para modificarla 2. En suma, desde este

    1 A Comte, Systme de politique positive, T. 11, Estadstica social, 5.' ed. Pars, Sede de la Sociedad Positivista, 1929, P. 254 (subrayado por el autor).

    2 N. Chomsky, Aspects of the theory of Syntax, Cambridge, M.I.T. Pres, 1965, P. 3; 0. tambin N. Chomski y M. Halle, Principes de phonologie gnrative, trad. de P. Encreve, Paris, le Seuil, 1973, P. 25 (subrayado por el autor).

    17

  • p u n t o d e v i s t a , l a c o m p e t e n c i a C h o m s k i a n a n o e s m s q u e o t r o n o m -

    b r e d e l a l e n g u a s a u s s u r i a n a A l a l e n g u a c o n c e b i d a c o m o t e s o r o

    u n i v e r s a l , p o s e d a e n p r o p i e d a d i n d i v i s a p o r t o d o e l g r u p o , c o r r e s -

    p o n d e l a c o m p e t e n c i a l i n g s t i c a e n t a n t o q u e d e p s i t o e n c a d a i n -

    d i v i d u o d e e s t e t e s o r o o c o m o p a r t i c i p a c i n d e c a d a m i e m b r o d e

    l a c o m u n i d a d l i n g s t i c a e n e s e b i e n p b l i c o . E l c a m b i o d e l e n g u a

    o c u l t a l a

    f i c t i o j u r i s

    p o r m e d i o d e l a c u a l C h o m s k y , c o n v i r t i e n d o l a s

    l e y e s i n m a n e n t e s d e l d i s c u r s o l e g t i m o e n n o r m a s u n i v e r s a l e s d e l a p r c -

    t i c a l i n g s t i c a c o r r e c t a , e s c a m o t e a l a c u e s t i n d e l a s c o n d i c i o n e s e c o -

    n m i c a s y s o c i a l e s d e l a a d q u i s i c i n d e l a c o m p e t e n c i a l e g t i m a y d e

    l a c o n s t i t u c i n d e l m e r c a d o d o n d e s e e s t a b l e c e e i m p o n e e s t a d e f i n i -

    c i n d e l o l e g t i m o y d e l o i l e g t i m o

    4 .

    L E N G U A O F I C I A L Y U N I D A D P O L T I C A

    P a r a q u e s e c o m p r e n d a h a s t a q u p u n t o l o s l i n g i s t a s n o h a c e n

    m s q u e i n c o r p o r a r a l a t e o r a u n o b j e t o p r e - c o n s t r u i d o c u y a s

    l e y e s

    s o c i a l e s d e c o n s t r u c c i n

    o l v i d a n y c u y a g n e s i s s o c i a l e n t o d o c a s o

    e n m a s c a r a n , n o h a y m e j o r e j e m p l o q u e l o s p r r a f o s d e l

    c u r s o d e l i n -

    g s t i c a g e n e r a l

    e n q u e S a u s s u r e d i s c u t e l a s r e l a c i o n e s e n t r e l a l e n g u a

    y e l e s p a c i o 5

    . Q u e r i e n d o p r o b a r q u e n o e s e l e s p a c i o l o q u e d e f i n e

    l a l e n g u a , s i n o l a l e n g u a l o q u e d e f i n e s u e s p a c i o , S a u s s u r e o b s e r v a

    q u e n i l o s d i a l e c t o s n i l a s l e n g u a s c o n o c e n l m i t e s n a t u r a l e s , p u e s t o

    q u e l a s i n n o v a c i o n e s f o n t i c a s , l a s u s t i t u c i n , p o r e j e m p l o , d e l a

    s p o r

    l a

    c

    l a t i n a , d e t e r m i n a n e l e s p a c i o d e d i f u s i n p o r l a f u e r z a i n t r n s e c a

    d e s u l g i c a a u t n o m a , a t r a v s d e l c o n j u n t o d e s u j e t o s p a r l a n t e s q u e

    a c e p t a n h a c e r s e s u s p o r t a d o r e s . E s t a f i l o s o f a d e l a h i s t o r i a q u e h a c e

    d e l a d i n m i c a i n t e r n a d e l a l e n g u a e l n i c o p r i n c i p i o d e l o s l m i t e s

    3

    E l p r o p i o C h o m s k y h a l l e v a d o a c a b o e x p l c i t a m e n t e e s t a i d e n t i f i c a c i n , a l m e -

    n o s e n t a n t o e n c u a n t o l a c o m p e t e n c i a e s c o n o c i m i e n t o d e l a g r a m t i c a ( N . C h o m s k y

    y M . H a l l e , L o c . C i t . )

    o g r a m t i c a g e n e r a t i v a i n t e r i o r i z a d a ( N . C h o m s k y ,

    C u r r e n t

    I s s u e s i n L i n g U i s t i c T h e o r y ,

    L o n d o n , T h e H a g u e , M o u t o n , 1 9 6 4 , P . 1 0 ) .

    4

    C u a n d o H a b e r m a s c o n s i g u e l i b r a r s e d e l e f e c t o i d e o l g i c o d e l a a b s o l u t i z a c i n d e

    l o r e l a t i v o i n s c r i t o e n l o s s i l e n c i o s d e l a t e o r a c h o m s k i a n a d e l a c o m p e t e n c i a ( J . H a -

    b e r m a s , T o w a r d a T h e o r y o f C o m m u n i c a t i v e C o m p e t e n t e e n H . P . D r i t z e l

    R e c e n t e

    S o c i o l o g y ,

    2 , 1 9 7 0 , P P . 1 1 4 - 1 5 0 ) , n o s e d e b e a q u e c o r o n e s u t e o r a p u r a d e l a c o m p e -

    t e n c i a c o m u n i c a t i v a ,

    a n l i s i s e s e n c i a l

    d e l a s i t u a c i n d e c o m u n i c a c i n , c o n u n a d e c l a -

    r a c i n d e i n t e n c i o n e s r e s p e c t o a l o s g r a d o s d e r e p r e s i n y a l g r a d o d e d e s a r r o l l o d e

    l a s f u e r z a s p r o d u c t i v a s . A u n q u e f u e r a d e c i s o r i a p r o v i s i o n a l , y d e s t i n a d a s o l a m e n t e a

    h a c e r p o s i b l e e l e s t u d i o d e l a s d e f o r m a c i o n e s d e l a p u r a i n t e r s u b j e t i v i d a d , l a

    i d e a -

    l i z a c i n

    ( p e r f e c t a m e n t e v i s i b l e e n e l r e c u r s o a n o c i o n e s t a l e s c o m o d o m i n i o d e l o s u n i -

    v e r s o s c o n s t i t u t i v o s d e l d i l o g o o s i t u a c i n d e p a l a b r a , d e t e r m i n a d a p o r l a s u b j e t i -

    v i d a d p u r a ) t i e n e p o r e f e c t o e v a c u a r p r c t i c a m e n t e d e l a s r e l a c i o n e s d e c o m u n i c a c i n

    l a s r e l a c i o n e s d e f u e r z a s q u e s e r e a l i z a n a l l e n u n a f o r m a t r a n s f i g u r a d a : p r u e b a d e e l l o

    e s l a u t i l i z a c i n n o c r t i c a d e c o n c e p t o s c o m o e l d e

    i l l o c u t i o n a r y f o r c e

    q u e t i e n d e a c o -

    l o c a r l a f u e r z a d e l a s p a l a b r a s e n e l l a s m i s m a s y n o e n l a s c o n d i c i o n e s i n s t i t u c i o n a l e s

    d e s u u t i l i z a c i n .

    5 F . d e S a u s s u r e ,

    C o u r s d e L i n g i s t i q u e g n r a l e ,

    P a r i s y L a u s a n n e , P a y o t 1 9 1 6 ,

    5 . a e d . 1 9 6 0 , P P . 2 7 5 - 2 8 0 .

    1 8

  • de su difusin, oculta el proceso propiamente poltico de unificacin al trmino del cual un determinado conjunto de sujetos parlantes est obligado prcticamente a aceptar la lengua oficial.

    La lengua saussuriana, ese cdigo a la vez legislativo y comunica-tivo que existe- y subsiste al margen de sus utilizadores (sujetos par-lantes) y de sus utilizaciones (palabras), tiene de hecho todas las propiedades comnmente reconocidas a la lengua oficial. Por oposi-cin al dialecto, se beneficia de las necesarias condiciones institucio-nales para su codificacin e imposicin generalizadas. As reconoci-da y conocida (ms o menos completamente) en todo el mbito de una cierta autoridad poltica, contribuye de rechazo a reforzar la auto-ridad que funda su dominacin: asegura, en efecto, entre todos los miembros de la comunidad lingstica desde Bloomfield, tradicio-nalmente definida como grupo de gentes que utilizan el mismo siste-ma de signos lingsticos 6, ese mnimo de comunicacin que cons-tituye la condicin de la produccin econmica e incluso de la domi-nacin simblica.

    Hablar de la lengua, sin ninguna otra precisin, como hacen los lingistas, es aceptar tcitamente la definicin oficial de la lengua ofi-cial de una unidad poltica: la lengua que, en los lmites territoriales de esa unidad, se impone a todos los sbditos como la nica legtima, tanto ms imperativamente cuanto ms oficial es la circunstancia (pa-labra esta, oficial que traduce con toda precisin el formal de los lin-gistas de lengua inglesa)'. Producida por autores que tienen auto-ridad para describir, fijada y codificada por los gramticos y profe-sores, encargados tambin de inculcar su dominio, la lengua es un c-digo, entendido no slo como cifra que permite establecer equivalen-cias entre sonidos y sentidos, sino tambin como sistema de normas que regulan las prcticas lingsticas.

    La lengua oficial se ha constitudio vinculada al Estado. Y esto tanto en su gnesis como en sus usos sociales.Es en el proceso de constitu-cin del Estado cuando se crean las condiciones de la creacin de un mercado lingstico unificado y dominado por la lengua oficial: obli-gatorio en las ocasiones oficiales y en los espacios oficiales (escuela, administraciones pblicas, instituciones polticas, etc.), esta lengua de Estado se convierte en la norma terica con que se miden objetiva-mente todas las prcticas lingsticas. Se supone que nadie ignora la ley lingstica, que tiene su cuerpo de juristas, los gramticos, y sus

    6 L. Bloomfield, Language, Londres, George Allen, 1958, P. 29. As como la teo-ra saussuriana de la lengua olvida que sta no slo se impone por su propia fuerza y que debe sus lmites geogrficos a un acto poltico de institucin, acto arbitrario y desconocido como tal (y por la propia ciencia de la lengua), la teora bloomgieldiana de la comunidad lingstica ignora las condiciones polticas e institucionales de la intercomprensin.

    7 El adjetivo formal aplicado a un lenguaje vigilante, cuidado, por oposicin a fa-miliar, relajado, o a una persona afectada y formalista, tiene tambin el sentido del adjetivo francs oficial (a formal dinner), es decir, que se cumple en las formas, en buena y debida forma, en las reglas (formal agreemen1).

    19

  • a g e n t e s d e i m p o s i c i n y d e c o n t r o l , l o s m a e s t r o s d e e n s e a n z a p r i m a -

    r i a , i n v e s t i d o s d e u n p o d e r e s p e c i a l : e l d e s o m e t e r

    u n i v e r s a l m e n t e a

    e x a m e n

    y

    a l a s a n c i n j u r d i c a d e l t t u l o e s c o l a r e l r e s u l t a d o l i n g s t i -

    r

    c - o d e l o s s u j e t o s p a r l a n t e s .

    I

    P a r a q u e u n a f o r m a d e e x p r e s i n e n t r e o t r a s ( e n e l c a s o d e b i l i n -

    g i s m o u n a l e n g u a , u n u s o d e l a l e n g u a e n e l c a s o d e l a s o c i e d a d d i v i -

    d i d a e n c l a s e s ) s e i m p o n g a c o m o l a n i c a l e g t i m a , e s p r e c i s o q u e e l

    m e r c a d o l i n g s t i c o s e u n i f i q u e y q u e l o s d i f e r e n t e s d i a l e c t o s d e c l a s e

    ( d e c l a s e , d e r e l i g i n o d e e t n i a ) s e m i d a n e n l a p r c t i c a p o r e l r a s e r o

    d e l a l e n g u a o s e g n u s o l e g t i m o . L a i n t e g r a c i n e n l a m i s m a c o m u -

    n i d a d l i n g s t i c a , q u e e s u n p r o d u c t o d e l a d o m i n a c i n p o l t i c a c o n s -

    t a n t e m e n t e r e p r o d u c i d a p o r i n s t i t u c i o n e s c a p a c e s d e i m p o n e r e l r e c o -

    n o c i m i e n t o u n i v e r s a l d e l a l e n g u a d m i n a n t e , c o n s t i t u y e l a c o n d i c i n

    d e l a i n s t a u r a c i n d e r e l a c i o n e s d e d o m i n a c i n l i n g s t i c a .

    E L L E N G U A J E S T A N D A R D : U N P R O D U C T O N O R M A L I Z A D O

    D e l a m i s m a m a n e r a q u e h a s t a e l a d v e n i m i e n t o d e l a n u e v a i n d u s -

    t r i a l a s d i f e r e n t e s r a m a s d e l a r t e s a n a d o c o n s t i t u i a n , e n p a l a b r a s d e

    M a r x , o t r o s t a n t o s e s p a c i o s s e p a r a d o s , h a s t a e l s i g l o X V I I I l a s v a -

    r i a n t e s l o c a l e s d e l a l e n g u a d e o i l y l o s d i a l e c t o s r e g i o n a l e s d i f e r a n

    d e u n a f e l i g r e s i n a o t r a . A s , c o m o m u e s t r a n l o s m a l e s d e l o s d i a l e c -

    t l o g o s , l o s r a s g o s f o n o l g i c o s , m o r f o l g i c o s y l e x i c o l g i c o s s e d i s -

    t r i b u i a n s e g n a s p e c t o s q u e n u n c a r e s u l t a n p e f e c t a m e n t e s u p e r p o n i -

    b l e s y q u e s l o m u y a c c i d e n t a l m e n t e s e a j u s t a n a l o s l m i t e s d e l a s c i r -

    c u n s c r i p c i o n e s a d m i n i s t r a t i v a s o r e l i g i o s a s

    R . E n e f e c t o , e n a u s e n c i a

    d e u n a o b j e t i v a c i n

    e n l a e s c r i t u r a y , s o b r e t o d o , d e l a

    c o d i f i c a c i n

    j u r d i c a c o r r e l a t i v a a l a c o n s t i t u c i n d e u n a l e n g u a o f i c i a l , l a s l e n -

    g u a s s l o e x i s t e n e n e s t a d o p r c t i c o , e s d e c i r , e n f o r m a d e h a b i t u s

    l i n g s t i c o s a l m e n o s p a r c i a l m e n t e o r q u e s t a d o s y d e p r o d u c c i o n e s o r a -

    l e s d e e s o s h b i t o s 9

    : m i e n t r a s s l o s e p i d a a l a l e n g u a a s e g u r a r u n m -

    n i m o d e i n t e r c o m p r e n s i n e n l o s e n c u e n t r o s ( p o r l o d e m s m u y r a -

    r o s ) e n t r e p u e b l o s p r x i m o s o e n t r e r e g i o n e s , n a d i e p i e n s a e n e r i g i r

    t a l o c u a l f o r m a d e h a b l a r c o m o n o r m a d e o t r a ( a u n q u e e n l a s d i f e -

    8

    S l o u n t r a n s f e r t d e l a r e p r e s e n t a c i n d e l a l e n g u a n a c i o n a l p o d r a i n d u c i r a p e n -

    s a r q u e e x i s t a n d i a l e c t o s r e g i o n a l e s , e l l o s m i s m o s d i v i d i d o s e n s u b d i a l e c t o s , a s u v e z

    s u b d i v i d i d o s , i d e a t e r m i n a n t e m e n t e d e s m e n t i d a p o r l a d i a l e c t o l o g a ( v e r F . B r u n o t ,

    H i s -

    t o i r e d e l a l a n g u e f t a n p a i s e d e s o r i g i n e s n o s j o u r s , P a r s , A . C o l i n , 1 9 6 8 , P P . 7 7 - 7 8 ) .

    N o e s n i n g u n a c a s u a l i d a d q u e l o s n a c i o n a l i s m o s s u c u m b a n c a s i s i e m p r e a e s t a i l u s i n

    p u e s t o q u e , u n a v e z v i c t o r i o s o s , e s t n c o n d e n a d o s a r e p r o d u c i r l o s p r o c e s o s d e u n i f i -

    c a c i n c u y o s e f e c t o s d e n u n c i a b a n .

    9 L o q u e s e v e c l a r a m e n t e a t r a v s d e l a s d i f i c u l t a d e s q u e s u s c i t , d u r a n t e l a r e v o -

    l u c i n , l a t r a d u c c i n d e l o s d e c r e t o s : c o m o l a l e n g u a p r c t i c a e s t a b a d e s p r o v i s t a d e

    v o c a b u l a r i o p o l t i c o y d i v i d i d a e n d i a l e c t o s , h u b o q u e f o r j a r u n a l e n g u a m e d i a ( c o m o

    h a c e n h o y l o s d e f e n s o r e s d e l a s l e n g u a s d e 0 c , l o s c u a l e s p r o d u c e n , s o b r e t o d o l a f i j a -

    c i n y e s t a n d a r i z a c i n d e l a o r t o g r a f a , u n a l e n g u a d i f c i l m e n t e a c c e s i b l e a l o s l o c u t o -

    r e s c o r r i e n t e s ) .

    2 0

  • rencias percibidas no deje de encontrarse el pretexto de afirmaciones de superioridad).

    Hasta la revolucin francesa, el proceso de unificacin lingstica se con-funde con el proceso de construccin del Estado monrquico: los dialectos, dotados a veces de algunas de las propiedades que se atribuyen a las len-guas (la mayor parte de las cuales son objeto de un uso escrito, actas nota-riales, deliberaciones comunales, etc.) y las lenguas literales (como la lengua potica de los pases de Oc), especie de lenguas de hecho diferentes de cada uno de los dialectos utilizados en el conjunto del territorio en donde circulan, van siendo progresivamente sustituidos al menos en algunas provincias cen-trales del pas de Oil por la lengua comun que se elabora en Pars en los medios cultivados, lengua que, promovida al estatuto de lengua oficial, se utiliza en la forma que le han conferido los usos cultos, es decir, escritos. Correlativamente, debido a la paralizacin (vinculada al abandono de la for-ma escrita) y a la desagregacin (por imitacin lxica o sintctica), producto a su vez de la devaluacin social de que son objeto, los usos populares y pu-ramente orales de los dialectos regionales as reemplazados quedan reducidos al estado de habla de lugareos: utilizados exclusivamente por los campesi-nos, esos usos se definen, en efecto. negativa y peyorativamente en oposicin a los usos distinguidos o letrados (como lo atestigua, entre otros ndices, el cambio de sentido asignado a la palabra patois que, de lenguaje incom-prensible, va a acabar calificndose como lenguaje corrompido y grosero, lenguaje del pueblo bajo. Diccionario de Furetire (1690).

    En los pases de la lengua de Oc la situacin lingstica es muy diferente: habr que esperar hasta el siglo XVI y a la progresiva constitucin de una organizacin administrativa ligada al poder real (que traer consigo la apari-cin de multitud de agentes administrativos de rango inferior, lugartenien-tes, oficiales, jueces, etc.) para que el dialecto parisiense sustituya, en los ac-tos pblicos, a los diferentes dialectos de lengua de Oc. La imposicin del francs como lengua oficial no tuvo por efecto la abolicin total del uso es-crito de los dialectos, ni como lengua administrativa o poltica ni siquiera co-mo lengua literaria (con la perpetuacin en el antigo rgimen de una literatu-ra); en cuanto a sus usos orales, siguieron siendo predominantes. Se tendi a instaurar una situacin de bilingismo: mientras que los miembros de las clases populares, y particularmente los campesinos, quedaron reducidos al habla local, los miembros de la aristocracia, de la burguesa comerciante y de negocios, y, sobre todo, de la pequea burguesa letrada (los mismos que respondern a la encuesta del abate Gregorio y que, en diversos grados, ha-ban frecuentado esa institucin de unificacin lingstica que son los cole-gios jesutas) pudieron acceder en muchas ms ocasiones a la utilizacin de la lengua oficial, escrita o hablada, sin perder el dialecto (utilizado todava en la mayor parte de las situaciones privadas o incluso pblicas), lo que les cualificaba para cumplir una funcin de intermediarios.

    Para los miembros de esas burguesas locales de sacerdotes, mdicos o pro-fesores, cuya posicin social se basaba en el dominio de los instrumentos de expresin, la poltica de unificacin lingstica llevada a cabo por la Revolu-cin slo representaba ventajas: la promocin de la lengua oficial al estatuto de lengua nacional les otorgaba el monopolio de hecho de la poltica y, ms generalmente, el de la comunicacin con el poder central y sus representan-tes, la que defina, en todas las repblicas, a los notables locales.

    La imposicin de la lengua legtima frente a los idiomas y las jergas forma parte de las estrategias polticas destinadas a asegurar la perennidad de las

    21

  • a d q u i s i o n e s d e l a R e v o l u c i n p o r l a p r o d u c c i n y r e p r o d u c c i n d e l h o m b r e

    n u e v o . L a t e o r a d e C o n d i l l a c q u e c o n v i e r t e a l a l e n g u a e n u n

    m t o d o , p e r -

    m i t e i d e n t i f i c a r l a l e n g u a r e v o l u c i o n a r i a c o n e l p e n s a m i e n t o r e v o l u c i o n a r i o :

    r e f o r m a r l a l e n g u a , l i b e r a r l a d e l o s u s o s v i n c u l a d o s a l a a n t i g u a s o c i e d a d e

    i m p o n e r l a a s p u r i f i c a d a , e s i m p o n e r u n p e n s a m i e n t o l m i s m o d e p u r a d o y

    p u r i f i c a d o . S e r a i n g n u o i m p u t a r l a p o l t i c a d e u n i f i c a c i n l i n g s t i c a e x c l u -

    s i v a m e n t e a l a s n e c e s i d a d e s t c n i c a s d e l a c o m u n i c a c i n e n t r e l a s d i f e r e n t e s

    p a r t e s d e l t e r r i t o r i o y , e s p e c i a l m e n t e , e n t r e P a r s y l a p r o v i n c i a , o v e r e n e l l a

    e l p r o d u c t o d i r e c t o d e u n c e n t r a l i s m o d e c i d i d o a a p l a s t a r l o s p a r t i c u l a r i s -

    m o s l o c a l e s . E l c o n f l i c t o e n t r e e l f r a n c s d e l a i n t e l l i g e n t s i a r e v o l u c i o n a r i a

    y l o s i d i o m a s o l a s j e r g a s e s u n c o n f l i c t o p o r e l p o d e r s i m b l i c o e n e l q u e

    s e v e n t i l a l a f o r m a c i n y r e - f o r m a c i n d e l a s e s t r u c t u r a s m e n t a l e s . E n s u m a ,

    n o s e t r a t a s l o d e c o m u n i c a r , s i n o d e h a c e r r e c o n o c e r u n n u e v o d i s c u r s o d e

    a u t o r i d a d , u n n u e v o d i s c u r s o c o n u n n u e v o v o c a b u l a r i o p o l t i c o , c o n s u s t r -

    m i n o s d e i d e n t i f i c a c i n y r e f e r e n c i a , s u s m e t f o r a s , s u s e u f e m i s m o s y l a r e -

    p r e s e n t a c i n d e l m u n d o s o c i a l q u e v e h i c u l a . P o r e s t a r v i n c u l a d a a l o s n u e v o s

    i n t e r e s e s d e l o s n u e v o s g r u p o s , r e s u l t a i n d e c i b l e p a r a l a s h a b l a s l o c a l e s m o -

    d e l a d a s p o r u s o s l i g a d o s a l o s i n t e r e s e s e s p e c f i c o s d e l o s g r u p o s c a m p e s i n o s .

    A s , p u e s , s l o c u a n d o a p a r e c e n l o s u s o s y f u n c i o n e s i n d i t a s q u e

    i m p l i c a l a c o n s t i t u c i n d e l a n a c i n , g r u p o c o m p l e t a m e n t e a b s t r a c t o

    y f u n d a d o e n e l d e r e c h o , s e h a c e n i n d i s p e n s a b l e s l a l e n g u a s t a n d a r d ,

    t a n i m p e r s o n a l y a n n i m a c o m o l o s u s o s o f i c i a l e s a q u e d e b e s e r v i r

    y , a l m i s m o t i e m p o , e l t r a b a j o d e n o r m a l i z a c i n d e l o s p r o d u c t o s d e

    l o s h a b i t u s l i n g s t i c o s . R e s u l t a d o e j e m p l a r d e e s t e t r a b a j o d e c o d i f i -

    c a c i n y n o r m a l i z a c i n , e l d i c c i o n a r i o a c u m u l a m e d i a n t e l a a n o t a c i n

    c u l t a l a t o t a l i d a d d e l o s

    r e c u r s o s l i n g s t i c o s

    a c u a d o s a l o l a r g o d e l

    t i e m p o y e n p a r t i c u l a r t o d a s l a s p o s i b l e s u t i l i z a c i o n e s d e l a m i s m a p a -

    l a b r a ( o t o d a s l a s e x p r e s i o n e s p o s i b l e s d e l m i s m o s e n t i d o ) , y u x t a p o -

    n i e n d o u s o s s o c i a l m e n t e e x t r a n j e r o s , e i n c l u s o e x c l u s i v o s ( s i n p e r j u i -

    c i o d e s e a l a r a a q u e l l o s q u e t r a s p a s a n l o s l m i t e s d e l a a c e p t a b i l i d a d

    c o n u n s i g n o d e e x c l u s i n t a l c o m o A u t . , P o p . o F a m . ) . A s , e l d i c -

    c i o n a r i o p r o p o r c i o n a u n a i m a g e n b a s t a n t e e x a c t a d e l a l e n g u a e n e l

    s e n t i d o s a u s s u r i a n o d e s u m a d e t e s o r o s i n d i v i d u a l e s p r e d i s p u e s t a

    a c u m p l i r l a s f u n c i o n e s d e e s e c d i g o u n i v e r s a l : l a l e n g u a

    n o r m a l i -

    z a d a

    e s c a p a z d e f u n c i o n a r a l m a r g e n d e l a c o e r c i n y d e l a p o y o d e

    l a s i t u a c i n e i d n e a p a r a e m i t i r s e y d e s c i f r a r s e p o r c u a l q u i e r e m i s o r

    y r e c e p t o r , i g n o r a n t e s e l u n o d e l o t r o , d e a c u e r d o c o n l a s e x i g e n c i a s

    d e l a p o s i b i l i d a d y c a l c u l a b i l i d a d b u r o c r t i c o s , q u e i m p l i c a n f u n c i o -

    n a r i o s y c l i e n t e s u n i v e r s a l e s s i n o t r a s c u a l i d a d e s q u e l a s a s i g n a d a s p o r

    l a d e f i n i c i n a d m i n i s t r a t i v a d e s u E s t a d o .

    E n e l p r o c e s o q u e c o n d u c e a l a e l a b o r a c i n , l e g i t i m a c i n e i m p o -

    s i c i n d e u n a l e n g u a o f i c i a l , e l s i s t e m a e s c o l a r c u m p l e u n a f u n c i n

    d e t e r m i n a n t e : f a b r i c a r l a s s i m i l i t u d e s d e d o n d e s e d e r i v a e s a c o m u -

    n i d a d d e c o n c i e n c i a q u e c o n s t i t u y e e l c e m e n t o d e l a n a c i n . Y G e o r -

    g e s D a v y c o n t i n a c o n u n a e v o c a c i n d e l a f u n c i n d e l m a e s t r o d e

    e s c u e l a , m a e s t r o d e l h a b l a q u e , p o r e s o m i s m o , e s u n m a e s t r o d e l p e n -

    s a r : E l ( e l m a e s t r o ) a c t a d i a r i a m e n t e a t r a v s d e s u f u n c i n s o b r e

    l a f a c u l t a d d e e x p r e s i n d e c u a l q u i e r i d e a y e m o c i n : a c t a s o b r e e l

    l e n g u a j e . A l e n s e a r a l o s n i o s l a m i s m a l e n g u a , u n a , c l a r a e i n a m o -

    2 2

  • vible, nios que slo la conocen confusamente o que incluso hablan dialectos o jergas diversas, les induce ya naturalmente a ver y sentir las cosas de la misma manera; y trabaja as en la edificacin de la con-ciencia comn de la nacin '. La teora whorfiana o, si se quiere humboltiana " del lenguaje en que se apoya esta visin de la ac-cin escolar como instrumento de integracin intelectual y moral en el sentido de Durkheim, presenta cierta afinidad con la filosofa del consenso de este autor, atestiguada por lo dems con el corrimiento que ha transferido la palabra cdigo del derecho a la lingstica: el cdigo, en el sentido de cifra, que rige la lengua escrita, y que se iden-tifica a la lengua correcta en oposicin a la lengua hablada (conversa-tional language), considerada implcitamente como inferior, adquie-re fuerza de ley en y por el sistema de enseanza 12 . El sistema de en-seanza, cuya accin va ganando en extensin e intensidad a todo lo largo del siglo XIX 13, contribuye sin duda directamente a la devalua-cin de los modos de expresin populares, rechazados al estado de jerga y jerigonza (como dicen las anotaciones marginales de los maestros), y a la imposicin del reconocimiento de la lengua legti-ma. No obstante, el papel ms importante en la devaluacin de los dialectos y la implantacin de la nueva jerarqua de usos lingsticos 14, corresponde sin duda a la relacin dialctica entre la escuela y el mercado de trabajo o, ms precisamente, entre la unifica-cin del mercado escolar (y lingstico), vinculado a la institucin de ttulos acadmicos con valor nacional e independiente al menos oficialmente de las propiedades sociales o regionales de sus porta-dores, y la unificacin del mercado de trabajo (que conlleva, entre

    I G. Dovy, lments de sociologie, Paris, Vrin, 1950, P. 233. I I La teora lingstica de Humboldt, engendrada en la celebracin de la autenti-

    cidad lingstica del pueblo vasco y la exaltacin de la pareja lengua-nacin, mantie-ne una relacin inteligible con la concepcin de la misin unificadora que Humboldt confiri a la Universidad en la fundacin de la universidad de Berln.

    12 A travs del sistema escolar, que pone a su servicio el poder de certificacin,

    la gramtica obtiene una verdadera eficacia jurdica: si a veces sucede que la gramtica y el ortgrafo (por ejemplo a Francia, en 1900, el acuerdo del participio pasado conju-gado con el verbo Avoir) sean objeto de decretos ello se debe a que, a travs de los exmenes y los ttulos que estos exmenes permiten conseguir, la gramtica y el ort-grafo dominan el acceso a puestos y posiciones sociales.

    13 As, por ejemplo, en Francia, a partir de 1816, es decir, mucho antes de la ofi-

    cializacin de la obligacin escolar, el nmero de escuelas, de nios escolarizados y, correlativamente, el volumen y la dispersin en el espacio del personal docente se in-crementan continuamente.

    14 La paradjica relacin que se observa entre el alejamiento lingstico de las di-ferentes regiones del siglo XIX y la contribucin que aportan a la funcin pblica en el siglo XX, hay que comprenderla sin duda en esta lgica: los mismos departamentos que, segn la investigacin llevada a cabo por Victor Durny en 1864, contaban, en el sengudo imperio, con las ms elevadas tasas de adultos que no hablaban el francs y de nios de 7 a 13 aos que no saban leer ni escribir, desde la primera mitad del siglo XIX, vienen suministrando un nmero particularmente elevado de funcionarios, fen-meno a su vez vinculado, ya es sabido, a una elevada tasa de escolarizacin en la ense-anza secundaria.

    23

  • otras cosas, el desarrollo de la administracin y de los cuerpos de fun-cionarios). Para obtener poseedores de competencias lingsticas do-minadas que colaboren a la destruccin de sus instrumentos de expre-sin, esforzndose por ejemplo en hablar francs ante sus hijos o exigiendo de ellos que hablen francs en familia, con la intencin ms o menos explcita de aumentar su valor en el mercado escolar, fue preciso que el Estado se considerara como el principal medio de acceso, incluso el nico, para puestos administrativos tanto ms bus-cados cuanto menor era la industrializacin. Conjuncin que se reali-z ms en las comarcas con dialecto e idioma a excepcin de las regiones del Este que en las regiones de patois de la mitad norte de Francia.

    LA UNIFICACIN DEL MERCADO Y LA DOMINACIN SIMBLICA De hecho, no hay que olvidar la contribucin que la intencin po-

    ltica de unificacin (visible tambin en otros mbitos, como el del derecho) aporta a la fabricacin de la lengua que los lingistas acep-tan como un dato natural ni imputarle toda la responsabilidad de la generalizacin del uso de la lengua dominante dimensin de la uni-ficacin del mercado de bienes simblicos que acompaa a la unifica-cin de la economa y a la produccin y circulacin culturales. Es-to se ve claramente en el caso del mercado de intercambios matrimo-niales, donde los productos hasta ese momento condenados a circu-lar en el recinto protegido de los mercados locales, obedeciendo a sus propias leyes de formacin de precios, se devalan brucamente por la generalizacin de los criterios dominantes de evaluacin y el des-crdito de los valores campesinos, que implican el hundimiento del valor de los campesinos, frecuentemente condenados al celibato. Vi-sible en todos los terrenos de la prctica (deporte, cancin, vestido, hbitat, etc.), el proceso de unificacin y produccin y el proceso de la circulacin de bienes econmicos y culturales implica la obsoles-cencia progresiva del antiguo modo de produccin de los hbitus y de sus productos. As se comprende, como tantas veces han observa-do los sociolingistas, que sean las mujeres quienes antes adoptan la lengua o la pronunciacin legtima: condenadas a la docilidad respec-to a los usos sociales dominantes por la divisin del trabajo entre los sexos, y condicionadas por la lgica del matrimonio, va principal para ellas, si no exclusiva, del ascenso social, las mujeres estn siempre pre-dispuestas a aceptar ya desde la escuela las nuevas exigencias del mercado de bienes simblicos.

    As, los efectos de dominacin correlativos a la unificacin del mer-cado slo se ejercen a travs de un conjunto de instituciones y meca-nismos especficos entre los cuales la poltica propiamente lingstica e incluso las intervenciones expresas de los grupos de presin slo re-presentan el aspecto ms superficial. Y el hecho de que presupongan la unificacin poltica o econmica que contribuyen de rechazo a re-

    24

  • forzar no implica en absoluto que el progreso de la lengua oficial ha-ya que imputarlo a la eficacia directa de coerciones jurdicas o cuasi jurdicas (que en el mejor de los casos pueden imponer la adquisicin, pero no la utilizacin generalizada ni, por tanto, la reproduccin aut-noma, de la lengua legtima). Sobre todo por parte de quienes la su-fren, toda dominacin simblica implica una forma de complicidad que no es ni sumisin pasiva a una coercin exterior, ni adhesin li-bre a los valores. El reconocimiento de la legitimidad de la lengua ofi-cial no tiene nada que ver con ua creencia expresamente profesada, deliberada y revocable, ni con un acto intencional de aceptacin de una norma; en la prctica, se inscribe en las disposiciones que se inculcan insensiblemente, a travs de un largo y lento proceso de ad-quisicin, por medio de las acciones del mercado lingstico. Disposi-ciones que se ajustan, pues, independientemente de todo clculo cni-co y de toda coercin conscientemente sentida, a las oportunidades de beneficio material y simblico que las leyes caractersticas de for-macin de precios en un cierto mercado brindan objetivamente a los poseedores de un cierto capital lingstico 15.

    Lo propio de la dominacin simblica consiste precisamente en que, por parte de quien la sufre, implica una actitud que desafa la alternativa corriente de libertad - coercin: las elecciones de habi-tus (Por ejemplo, la que consiste en corregir la R en presencia de lo-cutores legtimos) se realizan, inconscientemente y sin ninguna coer-cin, en virtud de disposiciones que, aunque sean indiscutiblemente producto de determinismos sociales, se constituyen al margen de to-da intencin consciente o coaccin. La propensin a reducir la inves-tigacin de las causas a una investigacin de las responsabilidades im-pide percibir que la intimidacin, violencia simblica que se ignora como tal (en la medida en que no necesariamente implica un acto de intimidacin), slo se puede ejercer sobre una persona predispuesta (en su habitus) a sufrirla, en tanto que otros la ignoran. No es ya tan falso decir que la causa de la timidez reside en la relacin entre la si-tuacin o la persona intimidante (que puede negar la conminacin que dirige) y la persona intimidada; ms exactamente, entre las condicio-nes sociales de produccin de ambas. Lo que acaba remitiendo a toda la estructura social.

    Todo hace suponer que las instrucciones ms determinantes para la construccin del hbitus se transmiten sin pasar por el lenguaje y la conciencia, a travs de sugestiones inscritas en los aspectos aparen-temente ms insignificantes de las cosas, de las situaciones o de las prcticas de la existencia comn: as, la modalidad de las prcticas, las maneras de mirar, de comportarse, de guardar silencio e incluso de hablar (miradas desaprobadoras, tonos o aires de reproche,

    15 Lo que significa que las costumbres lingsticas no se pueden modificar por decretos como suelen creer los partidarios de una poltica voluntarista de defensa de la lengua.

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  • etc.) estn cargadas de conminaciones. Conminaciones que si resul-tan tan poderosas y difciles de revocar, es precisamente por ser silen-ciosas e insidiosas, insistentes e insinuantes (tal es el cdigo secreto que aparece explcitamente durante las crisis caractersticas de la uni-dad domstica, de la adolescencia o de la pareja: la aparente despro-porcin entre la violencia de la rebelin y las causas que la suscitan procede de que las acciones o palabras ms anodinas se perciben en-tonces en su verdad de conminacin, de intimidacin, de requerimien-to, de amonestaciones, de amenazas denunciadas como tales con tan-ta ms violencia cuanto que continan actuando ms all de la con-ciencia y de la propia revuelta que suscitan). El poder de sugestin que se ejerce a travs de las cosas y de las personas y que diciendo al nio no lo que tiene que hacer, como las rdenes, sino lo que es, le lleva a convertirse permanentemente en lo que tiene que ser, consti-tuye la condicin de eficacia de todos los tipos de poder simblico que puedan ejercerse ms tarde sobre un hbitus predispuesto a su-frirlos. La relacin entre dos personas puede ser tal que basta con que aparezca una para que inmediatamente imponga a la otra sin que ni siquiera sea necesario que la primera lo desee, menos an que lo ordene una definicin de la situacin y de s misma (como intimi-dada, por ejemplo) tanto ms absoluta e indiscutible cuanto que ni siquiera tiene que afirmarse.

    El reconocimiento que produce esa violencia tan invisible como silenciosa se expresa en declaraciones expresas tales como las que per-miten a Labov establecer que en locutores de clases diferentes, cuya efectuacin de las r es por tanto diferente, aparece la misma valora-cin de esa letra. Pero nunca se manifiesta tan claramente como en las correcciones coyunturales o constantes que los dominados, por un desesperado esfuerzo hacia la correccin, llevan a cabo, cons-ciente o inconscientemente, sobre los aspectos estigmatizados de su pronunciacin, de su lxico con todas las formas de eufemismoy de su sintaxis; o en la angustia que les hace perder los nervios incapacitndoles para encontrar las palabras como si sbitamente se vieran desposedos de su propia lengua 16

    SEPARACIONES DISTINTAS Y VALOR SOCIAL

    As, cuando no se percibe el valor especial objetivamente recono-cido al uso legtimo de la lengua y los fundamentos sociales de este privilegio, inevitablemente se cae en uno u otro de estos dos errores opuestos: absolutizar inconscientemente lo que es objetivamente re-lativo, y, en este sentido, arbitrario, es decir, el uso dominante, o evi-tar esta forma de fetichismo slo para caer en la esencial ingenuidad

    16 As, el lenguaje desintegrado que registra la encuesta entre locutores de cla-ses dominadas es producto de la relacin de encuesta.

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  • del relativismo culto. En el primer caso, se busca el fundamento del valor reconocido del lenguaje slo y exclusivamente en propiedades tales de la lengua como la complejidad de su estructura sintctica; en el sengundo, al negar el hecho de la legitimidad por una relativiza-cin arbitraria del uso dominante, socialmente reconocido como leg-timo, y no solamente por los dominantes, se olvida que la mirada in-gnua no es relativista.

    Para reproducir en el discurso culto la fetichizacin de la lengua legtima que se produce en la realidad, basta con describir, siguiendo a Bernstein, las propiedades del cdigo elaborado sin relacionar ese producto social con las condiciones sociales de su produccin y de reproduccin, es decir, sin ni siquiera vincularlo, como podra esperarse en el mbito de la sociologa y de la educacin, a las condiciones escolares: as, este cdigo elaborado se cons-tituye como norma absoluta de todas las prcticas lingsticas que slo pue-den pensarse ya en la lgica de la deprivacin. A la inversa, la ignorancia de lo que el uso popular y el uso culto deben a sus relaciones objetivas y a la estructura de la relacin de dominacin entre las clases que reproducen con su lgica propia, conduce a la canonizacin de lengua de las clases domi-nadas: cuando Labov, deseoso de rehabilitar la lengua popular frente a los tericos de la deprivacin, opone el verbalismo y la pomposa verborrea de los adolescentes burgueses a la precisin y concisin de los nios de los ghetos negros, tiende hacia esa canonizacin. Lo que equivale a olvidar, co-mo el propio Labov ha mostrado (a travs del ejemplo de esos emigrados re-cientes que se muestran particularmente severos a la hora de juzgar a los acentos deformados, y, por tanto, el suyo), que la norma lingstica se impone a todos los miembros de una misma comunidad lingstica, muy particular-mente en el mercado acadmico y en todas las situaciones oficiales donde el verbalismo o la verborrea suelen estar a la orden del da.

    La unificacin poltica y la correlativa imposicin de una lengua oficial instauran entre los diferentes usos de esta lengua relaciones que difieren totalmente de relaciones tericas (como la relacin entre mou-ton y sheep sealada por Saussure para fundamentar lo arbitrario del signo) entre lenguas diferentes, habladas por grupos polticos y eco-nmicamente independientes: todas las prcticas lingsticas se valo-ran con arreglo al patrn de las prcticas legtimas, las prcticas de los dominantes. Por eso, el valor probable que objetivamente corres-ponda a las producciones ligsticas de los diferentes locutores, as como la relacin que cada uno de ellos puede mantener con la lengua y, por tanto, con su propia produccin, se define desde dentro del sistema de variables prcticamente competitivas que se instituye cada vez que existen las convicciones extralingsticas de constitucin de un mercado lingstico.

    As, por ejemplo, las diferencias lingsticas que separan a los sb-ditos de las diferentes regiones dejan de ser particularismos inconmen-surables: referidas de hecho al patrn nico de la lengua comn, son rechazadas al infierno de los regionalismos, de las expresiones viciadas y de las faltas de pronunciacin que los maestros de escuela

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  • castigan ''. Reducidos al estatuto de jergas dialectales o vulgares, im-propias tambin para las ocasiones oficiales, los usos populares de la lengua oficial experimentan una devaluacin sistemtica. Se tiende as a constituir un sistema de oposiciones lingsticas sociolgicamente pertinentes que no tienen nada de comn con el sistema de oposicio-nes lingsticas pertinentes lingsticamente. Dicho con otras palabras, las diferencias reveladas por la confrontacin de las hablas no se re-ducen a las que el lingista construye en funcin de su propio criterio de pertinencia: por grande que sea la parte de funcionamiento de la lengua que escapa a las variaciones, en el orden de la pronunciacin del lxico e incluso de la gramtica, existe todo un conjunto de dife-rencias significativamente asociadas a diferencias sociales que, sin im-portancia para el lingista, son pertinentes desde el punto de vista del socilogo puesto que entran en un sistema de oposiciones lingsticas que constituye la retraduccin de un sistema de diferencias sociales. Una sociologa estructural de la lengua inspirada en Saussure pero construida frente a la abstraccin que Saussure lleva a cabo, debe fi-jarse como objeto la relacin que une sistemas estructurados de dife-rencias lingsticas socilgicamente pertinentes y sistemas tambin es-tructurados de diferencias sociales.

    Los usos sociales de la lengua deben su valor propiamente social al hecho de que tales usos tienden a organizarse en sistemas de dife-rencias (entre las variantes prosdicas y articulatorias o lexicolgicas y sintcticas) que reproducen en el orden simblico de las separacio-nes diferenciales el sistema de las diferencias sociales. Hablar, es apro-piarse de uno u otro de los estilos expresivos ya constituidos en y por el uso, y objetivamente caracterizados por su posicin en una jerar-qua de estilos que expresa la jerarqua de los correspondientes gru-pos. Estos estilos, sistemas de diferencias clasificados y clasificantes, jerarquizados y jerarquizantes, dejan su huella en quienes se los apro-pian y la estilstica espontnea, provista de un sentido prctico de las equivalencias entre ambas rdenes de diferencias, expresa clases so-ciales a travs de las clases de ndices estilsticos.

    Al privilegiar las cosntantes lingsticamente pertinentes en detri-mento de las variaciones sociolgicamente significativas para cons-truir ese artefacto que es la lengua comn, se procede como si la capacidad de hablar, algo ms o menos universalmente extendido, fue-

    17 A la inversa, cuando una lengua hasta entonces dominada accede al estatuto de lengua oficial, experimenta una revalorizacin que tiene por efecto modificar profun-damente la relacin que sus usuarios mantienen con ella. As, los conflictos llamados lingsticos no son tan irrealistas e irracionales (lo que no quiere decir que sean directa-mente interesados) como creen quienes slo consideran en ellos los aspectos econmi-cos (en sentido restringido): el vuelco de las relaciones de fuerzas simblicas y de la jerarqua de los valores concedidos a las lenguas competidoras tiene efectos econmi-cos y polticos absolutamente reales, trtese de la apropiacin de puestos y de ventajas econmicas reservadas a los poseedores de la competencia legtima o de los beneficios simblicos asociados a la posesin de una identidad social prestigiosa o, al menos, no estigmatizada.

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  • ra identificable con la manera socialmente condicionada de realizar esta capacidad natural, que presenta tantas variedades como condi-ciones sociales de adquisicin existen. Una competencia suficiente para producir frases susceptibles de ser comprendidas puede ser completa-mente insuficiente para producir frases susceptibles de ser escucha-das, frases propias para ser reconocidas como de recibo en todas las situaciones donde se hable. Una vez ms, la aceptabilidad social no se reduce en este caso nicamente a la gramaticalidad. De hecho, los locutores desprovistos de la competencia legtima quedan excluidos de los universos sociales en que sta se exige o condenados al silencio. Lo raro no es, pues, la capacidad de hablar, que por estar inscrita en el patrimonio biolgico es universal, y, por tanto, esencialmente no distintiva", sino la competencia necesaria para hablar la lengua legtima, una competencia que, al depender del patrimonio social, reex-presa las distinciones sociales en la lgica propiamente simblica de las separaciones diferenciales, en una palabra, en la lgica propia de la distincin 19.

    La constitucin de un mercado lingstico crea las condiciones de una rivalidad objetiva en la cual y por la cual la competencia legtima puede funcionar como capital lingstico que produce, en cada inter-cambio social, un beneficio de distincin. Como en parte se debe a la rareza de los productos (y de las correspondientes competencias), ese beneficio no corresponde exclusivamente al costo de formacin.

    El costo de formacin no es una nocin simple y socialmente neutra. In-cluye en grados diversos segn las tradiciones escolares, las pocas y las disciplinas gastos que pueden sobrepasar ampliamente el mnimo tcnica-mente exigible para segurar la transmisin de la competencia propiamente dicha (partiendo de la base de que sea posible dar una definicin estrictamen-te tcnica de la formacin necesaria y suficiente para cumplir una funcin y de la propia funcin, sobre todo si se tiene en cuenta que lo que se ha lla-mado la distancia del rol es decir, la funcin se incluye cada vez ms en la definicin de sta a medida que se eleva de la jerarqua de las funcio-nes). As, por ejemplo, la duracin de los estudios (que constituye un buen baremo del costo econmico de la formacin) tiende a valorarse por s mis-ma con independencia del resultado que produce (lo que determina a veces, en las escuelas de lite, una especie de puja en el alargamiento de los ciclos de estudios). Adems, y ambas opciones no son excluyentes, la cualidad so-cial de la competencia adquirida, contrastada en la modalidad simblica de

    18 Slo lo facultativo puede dar lugar a efectos de distincin. Como muestra Pie-rre Encrev, en el caso de conexiones categricas, que todos pueden observar constan-temente, comprendidas las clases populares, no hay lugar para el juego. Cuando las coerciones estructurales de la lengua quedan suspendidas, con las conexioens facultati-vas, el juego reaparece, con los correlativos efectos de distincin.

    19 Como se ve, en el debate entre los nativistas (declarados o no) que hacen de la existencia de una disposicin innata la condicin de la adquisicin de la capacidad de hablar, y los genetistas que hacen hincapi en el proceso de aprendizaje, no cabe tomar posicin: basta, en efecto con que no se inscriba en la naturaleza y con que el proceso de adquisicin no se reduzca una simple maduracin para que aparezcan diferen-cias lingsticas capaces de funcionar como signos de distincin social.

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  • las prcticas, es decir, en la manera de realizar los actos tcnicos y poner en prctica esa competencia, puede aparecer como indisociable de la lentitud de la adquisicin, puesto que los estudios cortos o acelerados son siempre sos-pechosos de dejar sobre sus productos los vestigios de lo hecho a marchas forzadas o los estigmas de la recuperacin del tiempo perdido. Este consumo ostentoso de aprendizaje (es decir, de tiempo), aparente derroche tcnico que cumple las funciones sociales de legitimacin, se incluye en el valor social-mente atribuido a una competencia socialmente garantizada (es decir, hoy cer-tificada por el sistema escolar).

    Dado que el beneficio de distincin se debe de hecho a que la oferta de producto (o de locutores) correspondiente a un determinado nivel de cualificacin lingstica (o, ms corrientemente, cultural) es infe-rior a lo que sera si todos los locutores se beneficarian de iguales con-diciones de adquisicin de la competencia legtima que las que disfru-tan los poseedores de una competencia excepcional, 20 ese beneficio se distribuye lgicamente en funcin de las posibilidades de acceso a estas condiciones, es decir, en funcin de la posicin ocupada en la estructura social.

    A pesar de lo que podra parecer, estamos aqu lejsimos del modelo saus-suriano del horno lingisticus que, al igual que el sujeto econmico de la tra-dicin walrasiana, es formalmente libre en sus producciones verbales (libre, por ejemplo, para decir ten en lugar de tren, como dicen lo nios), pero slo puede ser comprendido, slo puede intercambiar y comunicar a condicin de ajustarse a las reglas del cdigo comn. Este mercado, donde la competitivi-dad pura y perfecta slo se produce entre agentes tan intercambiables como los productos que estos agentes cambian y como las situaciones en que los cambian, y todos sometidos idnticamente al principio de la maximizacin del rendimiento (y al principio, tambin, de la maximizacin de las utilida-des), est tan alejado del mercado lingstico real como el mercado puro lo est del mercado econmico real, con sus monopolios y oligopolios. Vere-mos esto ms claramente en las pginas siguientes.

    Al propio efecto de la rareza distintiva viene a aadirse el hecho de que, debido a la relacin que une el sistema de diferencias lings-ticas y el sistema de diferencias econmicas y sociales, nos encontra-mos no con un universo relativista de diferencias capaces de relativi-zarse mutuamente, sino con un universo jerarquizado de separacio-nes en relacin a una forma de discurso ms o menos universalmente reconocido como legtimo, es decir, como el patrn de valor de los productos lingsticos. La competencia dominante slo funciona co-mo un capital lingstico que asegura un beneficio de distincin en su relacin con las otras competencias en tanto en cuanto se cumplan permanentemente las necesarias condiciones (es decir, la unificacin del mercado y la desigual distribucin de posibilidades de acceso a

    20 La hiptesis de la igualdad de posibilidades de acceso a las condiciones de ad-quisicin de la competencia lingstica legtima es una simple experimentacin mental que tiene por funcin revelar los efectos estructurales de la desigualdad.

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  • los instrumentos de produccin de la competencia legtima y a los lu-gares de expresin legtima) para que los grupos que la detentan estn en condiciones de imponerla como la nica legtima en los mercados oficiales (mercados mundano, escolar, poltico, administrativo) y en la mayor parte de las interacciones lingsticas en que se hallen comprometidos 21.

    Por eso, quienes quieran defender un capital lingstico amenaza-do, como ocurre hoy en Francia con el conocimiento de las lenguas antiguas, estn condenados a una lucha total: slo se puede salvar el valor de la competencia a condicin de salvar el mercado, es decir, el conjunto de las condiciones polticas y sociales de produccin de los productores-consumidores. Los defensores del latn o, en otros con-textos, del francs o del rabe, suelen actuar como si la lengua de su preferencia tuviera algn valor con independencia del mercado, es de-cir, por sus virtudes intrnsecas (como las cualidades lgicas); pe-ro, en la prctica, defienden el mercado. Si el puesto que el sistema de enseanza reserva a las diferentes lenguas (o a los diferentes conte-nidos culturales) es tan importante ello se debe a que esta institucin tiene el monopolio de la produccin masiva de productores-consumidores y, por consiguiente, de la reproduccin del mercado del que depende el valor social de la competencia lingstica, su capaci-dad de funcionar como capital lingstico.

    EL CAMPO LITERARIO Y LA LUCHA POR LA AUTORIDAD LINGUISTICA

    As, a travs de la estructura del campo lingstico como sistema de relaciones de fuerza propiamente lingsticas fundadas en la desi-gual distribucin del capital lingstico (o, si se prefiere, en las posi-bilidades de incorporar los recursos lingsticos objetivados), la es-tructura del espacio de los estilos expresivos reproduce en su orden la estructura de las diferencias que objetivamente separan las condi-ciones de existencia. Para comprender cabalmente la estructura de este campo, y en especial la existencia, dentro del campo de produccin lingstica, de un subcampo de produccin restringido cuyas propie-dades fundamentales se originan en el hecho de que los productores producen all prioritariamente para otros productores, hay que dis-tinguir el capital necesario para la simple produccin de un habla co-

    21 Las situaciones en que las producciones lingsticas quedan expresamente some-

    tidas a la evaluacin, como pueden serlo los exmenes escolares o las entrevistas para contratacin de puestos de trabajo, recuerdan la evaluacin que se produce en todo intercambio lingstico: a travs de numerosas investigaciones se ha demostrado que las caractersticas lingsticas influyen grandemente en el xito escolar, las posibilida-des de contratacin para puestos de trabajo, el xito profesional, la.actitud de los m-dicos (que conceden mayor atencin a los pacientes del medio burgus y a sus pala-bras, formulando, por ejemplo, respecto a ellos, diagnsticos menos pesimistas) y ms generalmente en la inclinacin de los receptores a cooperar con el emisor, a ayudarle o a conceder crdito a las informaciones que suministra.

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  • rriente ms o menos legtima y el capital de instrumentos de expre-sin (que suponen la apropiacin de los recursos depositados objeti-vamente en las bibliotecas, los libros, y en especial los clsicos, las gramticas y los diccionarios) necesario para la produccin de un dis-curso escrito digno de ser publicado, es decir, oficializado. Esta pro-duccin de instrumentos de produccin tales como las figuras grama-ticales y de pensamiento, los gneros, las maneras o los estilos legti-mos y, ms generalmente, todos aquellos discursos destinados a crear autoridad y a ser citados como ejemplo del buen uso, confieren a quien lo ejerce un poder sobre la lengua y, a travs de l, sobre los simples utilizadores de la lengua y sobre su capital.

    La lengua legtima slo contiene en s misma el poder de asegurar su propia perpetuacin en el tiempo en la medida en que detenta el poder de definir su extensin en el espacio. Slo esta especie de crea-cin continuada que se produce en las incesantes luchas entre las di-ferentes autoridades enfrentadas, dentro del campo de produccin es-pecializada, en la competicin por el monopolio de imposicin del mo-do de expresin legtimo, puede asegurar la permanencia de la lengua legtima y de su valor, es de