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Panorama Econômico Agosto de 2015
Esta publicação faz referência a análises/avaliações de profissionais
da equipe de economistas do Banco do Brasil, não refletindo
necessariamente o posicionamento da Instituição sobre os temas aqui
tratados. Os dados são informativos e altamente dependentes das
hipóteses adotadas e não devem ser tomados como base, balizamento,
guia ou norma para quaisquer documentos, avaliações, julgamentos
ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse
modo, todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de
quaisquer dados ou análises são assumidas exclusivamente pelo
usuário, eximindo o Banco do Brasil de todas as ações decorrentes do
uso deste material. Além disso, o Banco do Brasil não se
responsabiliza por atualizar qualquer estimativa contida nesta
publicação.
Alerta A
gosto
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Economia Internacional Agosto
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Indicador antecedente da indústria Agosto
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O indicador antecedente da produção industrial manufatureira dos Estados Unidos (ISM
manufaturas) recuou em julho.
Esta
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s U
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os
+
-
Evolução dos componen-tes de produção e novas encomendas.
• Deterioração dos componentes de estoques.
• Recuo do Emprego, mas com o indicador ainda em patamar que indica crescimento.
• Preços em retração.
• Queda do barril de petróleo.
Destaques do período:
A maior parte dos indicadores macroeconômicos norte-americanos continuam sugerindo
crescimento sustentado da atividade de curto prazo no país. Contudo, o dólar apreciado, o
fraco desempenho da economia global e os baixos preços dos combustíveis continuam
pesando negativamente sobre a indústria do país.
Indicador antecedente de serviços Agosto
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Esta
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s U
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os
O indicador antecedente do setor de serviços dos Estados Unidos (ISM não-manufaturas)
teve crescimento expressivo em julho, saindo de 56 pontos no mês de junho para 60,3.
+
-
• Atividade negocial
• Novas encomendas
• Emprego
• Entrega dos fornecedores
Dentre os quatro componentes que formam o índice, atividade negocial (64,9), novas
encomendas (63,8) e emprego (59,6) atingiram as máximas em 10 anos. Enquanto isso,
entrega dos fornecedores também apresentou crescimento (53,0), mas em ritmo mais
comedido que os demais.
Após a divulgação do indicador, aumentaram as expectativas do mercado quanto a um
iminente início do processo de aperto monetário por parte do Federal Reserve.
Destaques do período:
China reduz taxa básica de juros e compulsório bancário Chin
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O Banco do Povo da China (PBoC) adotou mais medidas de estímulo monetário para a economia. No último dia 25, a autoridade monetária reduziu a taxa básica de juros e a taxa de depósitos. Cabe destacar que esse foi o quinto corte de juros desde novembro de 2014.
Além disso, o PBoC reduziu em 0,50 p.p. a taxa do depósito compulsório bancário, que alcançou 18%. A expectativa é que essa redução represente uma injeção de US$ 105,7 bilhões na economia chinesa.
As medidas visam, principalmente, estimular a economia e evitar um processo de brusca desaceleração na atividade econômica (hard-landing). Além disso, a medida do governo foi uma resposta às pressões internas por mais estímulos para economia após o acúmulo de perdas generalizadas no mercado acionário chinês e ao redor do globo.
Ademais, o governo tem permitido leves depreciações do renmimbi a fim de alinhar as taxas praticadas no país (onshore) e no exterior (offshore).
Produção industrial arrefece em julho Chin
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O dado divulgado pela Agência Nacional de Estatística, que mostrou um crescimento interanual de 6,0%, se situou abaixo das expectativas de mercado, cuja expectativa era de um avanço relativamente maior (6,6%). Em junho, a produção industrial havia apresentado uma variação de 6,8%. Na comparação mensal, também se verificou desaceleração, passando de 0,62% em junho para 0,32% em julho.
Destaque: queda de -11,2% na
produção de automóveis
As vendas no varejo também mostraram desaceleração no período. Os investimentos em ativos fixos, que possuem grande impacto na formação do PIB chinês, apresentaram crescimento de 11,2% entre janeiro e julho na comparação com o mesmo período do ano passado. Em igual período do ano passado, o indicador havia variado 17,0% no mesmo termo de comparação.
PBoC provoca desvalorização cambial Chin
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No dia 11/08, o PBoC promoveu uma desvalorização de 1,9% do yuan ante o dólar americano, a maior variação em mais de duas décadas. Segundo o movimento, que teve repercussão nos mercados financeiros internacionais, visou alinhar as taxas de câmbio negociadas domesticamente (onshore) às negociadas no exterior (offshore).
Cabe destacar que o regime cambial chinês se caracteriza pela ancoragem em relação ao dólar norte-americano, seu principal parceiro comercial. Com a apreciação do dólar no mercado internacional, o yuan vinha se valorizando ante às demais moedas de seus competidores no mercado mundial. Com essa medida, a segunda maior economia mundial deve aumentar a competitividade das suas exportações e, consequentemente, contribuir para o nível de atividade doméstico, que vem dando sinais mais claros de desaceleração.
Brasil
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Bra
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PIB recua pelo segundo trimestre consecutivo... Bra
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Queda de 1,9% na passagem do 1º
para o 2º tri
PIB Demanda Agregada
Os investimentos recuaram pelo oitavo trimestre consecutivo
Pior desempenho desde mar/09
Consumo das famílias recuou pelo segundo trimestre consecutivo
Consumo representa mais de 60% do cálculo do PIB
pelo ótica da demanda
PIB recua pelo segundo trimestre consecutivo... Bra
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Destaque negativo para a queda do PIB industrial (-4,3%)
Contribuição negativa adveio da construção civil,
que recuou 8,4% (pior resultado da série histórica)
O setor de serviços apresentou retração pelo segundo trimestre consecutivo (pior sequência de dados desde o início da série histórica iniciada em 1996)
Todos os setores apresentaram
retração
PIB Oferta
Agregada
Serviços corresponde a mais de 60% do PIB pelo
lado da oferta
...e tendência ainda permanece negativa Bra
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Consumo e investimentos estão em trajetória de desaceleração há 5 anos
Esgotamento do modelo baseado no consumo, com ampliação do crédito e da renda
Ambiente econômico interno e internacional incerto, com impacto negativo sobre as intenções de investimento dos empresários
explicado por vários
fatores, tais como:
Comércio Varejista em queda pelo 5º mês consecutivo Bra
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Em queda pelo 5º mês consecutivo
Equipamentos e material para escritório e comunicação
Móveis e eletrodomésticos
Tecidos, vestuário e calçados
Vendas comércio varejista
-1,5%
-1,2%
-0,8%
Acumulado em 12 meses:
-0,8%
Maiores quedas (junho)
Acumulado no ano:
-2,2%
Inflação recua na margem Bra
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Os dois indicadores de inflação
divulgados (IPCA e IGP-DI)
apresentaram crescimento em
julho inferior ao observado em
junho. Porém a variação
acumulada em 12 meses
permanece em tendência de alta
IPCA
em julho:
0,62%
IGP-DI em
julho: 0,58%
aceleração da alimentação no domicílio
reajuste de energia em SP
aceleração produtos agrícolas
descompressão da mão de obra
Mercado de trabalho: sinais de deterioração mais rápida Bra
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Pior resultado registrado desde março de 2010
Pelo crescimento da População
Economicamente Ativa (PEA) e pela queda da
população Ocupada (PO)
4º mês consecutivo de destruição de postos
de trabalho
É o pior resultado desde 1999 no acumulado
do ano
Pela continuidade da destruição de vagas nos
setores chaves da indústria, comércio e
construção civil e enfraquecimento mais intenso
do setor de serviços.
Explicado
Explicado
Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
PME – Pesquisa Mensal de Emprego
Processo de ajuste do setor externo continua Bra
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IMPORTAÇÕES
EXPORTAÇÕES
US$ 18,5 bi
US$ 16,3 bi
= US$ 2,1 bi
O saldo em transações correntes foi
deficitário em US$ 6,1 bilhões em
julho, contra saldo negativo de US$
9,2 bilhões em julho de 2014;
Em 12 meses, as transações correntes
acumulam um deficit de US$ 89,4
bilhões (4,3% do PIB).
-
A melhora no saldo em transações correntes
foi explicada, em parte, pelo resultado
positivo na balança comercial, que em julho
registrou saldo de US$ 2,1 bilhões,
influenciado pela redução do total importado
em maior velocidade se comparado as
exportações.
Em relação às contas capital e financeira, os
investimentos diretos no país totalizaram
US$ 5,9 bilhões. Em 12 meses, o IED
totalizou US$ 78,4 bilhões.
Deterioração das contas públicas continua Bra
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A manutenção de um
ambiente de baixo
dinamismo econômico tem
refletido diretamente nas
receitas líquidas do setor
público.
Por outro lado, a
manutenção do crescimento
das despesas tem
sobrecarregado os
resultados fiscais de 2015
Diante disso, a dívida bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS,
governos estaduais e governos municipais), incluindo o endividamento
interno e externo, atingiu em julho R$ 3,684 trilhões (64,6% do PIB).
Governo Central - R$6 bilhões
Governos Regionais - R$3,1 bilhões
- R$10 bilhões
Empresas estatais - R$ 810 milhões
Déficit primário do setor público consolidado não financeiro em julho/15
Moody’s rebaixa rating do Brasil Bra
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Fonte: Bloomberg Elaboração: Direm
Segundo o relatório da Moody’s “o
desempenho econômico mais
fraco que o esperado, a tendência
de alta das despesas do governo e
a falta de consenso político sobre
as reformas fiscais impedirão as
autoridades de atingir superávits
primários elevados o suficiente
para conter e reverter a tendência
de aumento da dívida este ano e
no próximo”.
Essa perspectiva de deterioração
da dívida pública no próximo
biênio e a dificuldade de
estabilizá-la afasta o Brasil de
outros pares com classificação
Baa, representando uma ameaça
à manutenção da condição de país
grau de investimento.
Crédito: ainda sem sinais de recuperação Bra
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Os dados divulgados pelo Bacen
mostraram que o saldo total das
operações de crédito no Sistema
Financeiro Nacional (SFN)
avançou em julho.
A alta verificada na concessão de
crédito direcionado foi o
principal motivo para esse
avanço no mês.
Os destaques negativos ficaram
por conta da elevação das taxas
de juros cobradas e também
pela ampliação da taxa de
inadimplência.
Expectativas do mercado Bra
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As últimas projeções de mercado,
divulgadas pelo Boletim Focus, revelaram
o prosseguimento de uma visão menos
favorável acerca da economia nacional.
Destaque para a piora das expectativas de
crescimento do país. As projeções do PIB
recuaram de -1,80% para -2,26% em
2015 e de 0,2% para -0,40% em 2016.
Da mesma forma, houve leve deterioração do
quadro inflacionário.
Os valores projetados pelos analistas para o
IPCA do ano foram revisados, saindo de
9,25% para 9,28%.
Por sua vez, a expectativa da taxa de juros
Selic permaneceu constante em 14,25% a.a.
e 12,00% a.a. para 2015 e 2016,
respectivamente.
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Regional Agosto
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IPCA – Curitiba teve a maior inflação no mês de julho Regio
nal
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Curitiba
Goiânia
Porto Alegre
São Paulo
Curitiba
Goiânia
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Maiores variações mensais
Acima de 2 dígitos no acumulado em 12 meses
Destaques
Considerando que a maioria das regiões metropolitanas pesquisadas já teve significativos reajustes nos preços administrados, é esperada certa acomodação na variação mensal no nível de preços.
ES e PA se destacam pelo avanço na indústria extrativa Regio
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Os indicadores regionais da Produção Industrial Mensal, relativos a junho de 2015, mostraram leve recuperação em seis unidades da federação em relação a maio.
Em decorrência, principalmente, da forte retração nas vendas de eletrodomésticos e eletrônicos no país, o estado do Amazonas exibiu o maior recuo na indústria no acumulado em 12 meses.
Com forte dependência da indústria extrativa mineral (basicamente petróleo e minério de ferro), Espírito Santo e Pará acumularam robusto crescimento no acumulado em 12 meses.
Safra agrícola deve crescer 8,1% em 2015 Regio
nal
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De acordo com o sétimo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), todas as regiões brasileiras devem registrar expansão em relação à safra de 2014, com destaque para o crescimento esperado para o Norte e Nordeste.
Rio de Janeiro -57%
Espirito Santo -49%
Rio Grande do Norte -45%
Paraíba 180%
Alagoas 69%
Amazonas 61%
Maiores crescimentos Maiores quedas
Vendas no varejo recuaram na maioria das unidades da federação em junho Regio
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A inflação mais pressionada, o crédito mais caro, o mercado formal de trabalho enfraquecido e os níveis de confiança em queda livre ajudam a explicar o fraco desempenho do comércio varejista no país.
No acumulado em 12 meses, os quatro primeiros destaques estaduais pertencem à região Norte, com crescimento bem acima da média nacional. Em relação às localidades com piores desempenhos no comércio, as duas UF’s com maiores recuos pertencem à região Centro-Oeste.
Crédito Regio
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Em relação ao segmento PF, nota-se que a maioria das UF’s com melhores indicadores de crédito (maior crescimento e menor inadimplência) que a média Brasil são do Sul e Centro Oeste.
Em relação ao crédito PJ, DF, RJ e CE registraram elevadas taxas de crescimento e baixa inadimplência, sinalizando melhor qualidade das respectivas carteiras em relação às demais.
SP registra o maior recuo na atividade nacional Regio
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Altamente dependente do minério de ferro e do petróleo.
Crescimento explicado pelo significativo avanço da indústria extrativa, que possui elevada participação no PIB desses estados.
O Ceará tem conseguido manter a maioria dos indicadores de atividade em níveis melhores que a média nacional.
Com ênfase para o crescimento no setor de serviços (6,5% em 12 meses) e na agricultura (crescimento de 22,4% na produção de grãos em relação à última safra).
São Paulo registra a maior queda na atividade nacional. O forte recuo verificado na indústria de transformação é o principal motivo para esse desempenho.
Taxa de desocupação eleva na maioria das UF’s Regio
nal
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2T/2014 R$
RN 11,5 11,6 1.321 6,3
BA 10,1 12,7 1.204 0,7
AL 9,7 11,7 1.234 -0,5
DF 9,2 9,6 3.425 2,9
AP 9,9 10,1 1.747 -0,8
AM 8,3 9,5 1.614 0,3
PA 7,0 8,9 1.247 -1,6
PB 8,8 9,1 1.216 -0,1
RR 5,2 7,8 2.054 10,1
MA 7,2 8,8 941 -0,1
AC 9,6 8,7 1.572 7,1
TO 7,7 7,6 1.584 6,8
SE 9,6 9,1 1.377 -3,4
SP 7,0 9,0 2.407 2,0
PE 7,9 9,1 1.551 -4,0
MG 6,8 7,8 1.644 0,3
CE 7,5 8,8 1.144 -0,7
PI 7,0 7,7 1.078 -0,6
GO 5,4 7,3 1.787 -1,7
ES 6,5 6,6 1.733 -3,5
RJ 6,4 7,2 1.983 3,2
MS 3,9 6,2 1.735 -1,3
MT 3,9 6,2 1.832 -1,4
RS 4,9 5,9 1.981 -0,1
PR 4,1 6,2 2.062 -0,3
RO 4,1 4,9 1.545 0,6
SC 2,8 3,9 2.053 -0,5
Brasil 6,8 8,3 1.840 0,8Fonte: IBGE - Pnad Contínua
Taxa desocupação (%) Rendimento médio real
2T/2015Var. acum.
12 meses (%)
UFOs dados regionais da Pnad Contínua referentes ao segundo trimestre deste ano revelaram que a taxa de desocupação aumentou em quase todas as unidades da federação em relação ao mesmo período do ano anterior.
Acre, Sergipe e Tocantins foram os únicos estados que que tiveram queda na taxa de desocupação, sendo que somente nos dois primeiros houve aumento na população ocupada.
Em relação à renda, o Distrito Federal é a unidade da federação com o maior patamar de rendimento. Já Roraima e Acre demonstram as maiores taxas de crescimento real no salário médio.
A Pnad Contínua mostra um retorno das pessoas ao mercado de trabalho nas regiões
brasileiras, fato associado à redução da renda real das famílias e à deterioração do mercado formal de trabalho. Esse movimento foi mais
intenso em Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
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Panorama Econômico
Diretoria Estratégia da Marca Gerência de Assessoramento Econômico