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ecr estudos deconservao erestaurostudies in conservation and restoration
estudios de conservacin y restauracinn 2 | 2010
ISSN - 1647-2098
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fcha tcnicaEdioCentro de Investigao em Cincia e
Tecnologia das Artes (CITAR)
Universidade Catlica Portuguesa
Centro Regional do Porto
Rua Diogo Botelho 1327
4169 - 005 Porto, Portugal
Direco
Ana Calvo
Conselho de redaco
Eduarda Moreira da Silva
Salom de Carvalho
Comit Cientco
Amlia Dionsio
Ana Isabel Seruya
Antnio Joo Cruz
Carmen Garrido
Gonalo Vasconcelos e Sousa
Jonathan Ashley-Smith
Jos Aguiar
Lus Elias Casanovas
Manfred KollerMargarita San Andrs Moya
Maria Joo Baptista Neto
Maria Jos Alonso
Nieves Valentn
Pilar Roig
Raquel Carreras
Roco Bruquetas
Roger Van Schoute
Assistente de edioPatrcia Fontes
ISSN
1647-2098
Periodicidade
Anual
Data
Dezembro 2010
Design editorial
Mafalda Barbosa
Imagem capa
Microfotograa por MO a 12,5x por Maria
Aguiar, Flores ao ar livre, de Aurlia
de Sousa, Casa-Museu Marta Ortigo
Sampaio
Administrao do website
Lus Teixeira | Mafalda Barbosa
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pertence aos respectivos autores e os
direitos de edio e publicao revista
ecr. Os artigos so da responsabilidade
cientca e tica dos seus autores.
Avaliao annima por peer review.
mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=mailto:revista.ecr%40porto.ucp.pt?subject=8/7/2019 Elias, L. Equilibrio Entre Clima Exterior e Interior Museo. 2010
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ndiceeditorial ......................................................................................................... 05
artigos
A sustentabilidade: o equilbrio entre o clima exterior e as condies
ambiente dos espaos museolgicos: o Arquivo Histrico da Santa Casa da
Misericrdia de Lisboa e o Museu de So Roque
Luis Elias Casanovas .................................................................................... 11
Estudio sobre los Liquenes como bioindicadores del contenido de metales
pesados en el entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle Crisci, Carlo Lalli ...................... 21
O retoque do negativo fotogrco Estudo de uma coleco do Arquivo
Fotogrco da Cmara Municipal de Lisboa
Catarina Pereira .......................................................................................... 38
Escultura funerria de Cristo jacente: diagnstico e particularidades
Jlia Fonseca, Carla Maximiliana .................................................................... 58
Identicao de regies de lacunas numa pintura retabular:
anlise comparativa de mtodos de classicao em ambiente SIG
Frederico Henriques, Alexandre Gonalves ...................................................... 72
As pinturas de tectos em caixotes sc. XVII e XVIII.
A Igreja do antigo convento do Salvador
Ana Rita Rodrigues ...................................................................................... 83
A obra pictrica de Abel Salazar:
estudo tcnico e material da camada pictrica
Ana Brito .................................................................................................. 96
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Estudo tcnico do suporte dos painis do retbulo-mor da S de Lamego de
Gro Vasco: processo e interpretao da radiograa
Joana Salgueiro, Jos Pessoa, Georgina Pinto Pessoa .................................... 110
The concept of original in conservation theoryFake? The Art of Deception revisited
Salom de Carvalho ................................................................................... 124
Algunos recursos online en conservacin y restauracin del patrimonio
Margarita San Andrs ................................................................................ 136
recenses crticas
Preparation for painting. The artists choice and its consequences
Joyce H. Townsend, Tiarna Doherty, Gunnar Heydenreich & Jaqueline Ridge
Ana Calvo ................................................................................................. 169
Mixing and matching: Approaches to Retouching Paintings
Rebecca Ellison, Patricia Smithen e Rachel Turnbull
Ana Bailo ................................................................................................ 173
ART, Conservation and Authenticities. Material, Concept, Context
Erma Hermens and Tina Fiske
Ana Calvo ................................................................................................ 178
Azulejos Tradicionais de fachada em Ovar.
Contributos para uma metodologia de Conservao e Restauro
Maria Isabel Moura Ferreira
Eduarda Vieira .......................................................................................... 180
notcias ........................................................................................................ 183
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editorialUma das questes mais apelativas dos estudos de conservao e restauro reside,precisamente, no quanto se pode ainda descobrir.
Este mistrio, essa curiosidade perante os enigmas que nos so colocados pelas obras de
arte e objectos culturais, convertem-se em desaos fundamentais para a investigao.
Neste novo nmero da revista ecr, queremos contribuir para a difuso do desconhecido
que os especialistas vo revelando.
Outro aspecto de interesse no mundo da conservao consiste na diversidade dos objectos
e materiais que podemos encontrar, assim como nas diferentes focagens aplicveis no
trabalho e explorao deste campo. A pluralidade dos artigos aqui recolhidos consequncia
disso mesmo, muito embora a pintura, como rea principal do nosso grupo de investigaodo CITAR, ocupe a parte mais signicativa.
Aparecem j neste nmero da revista as seces que passaro a ser habituais. Todos
os artigos foram seleccionados aps uma avaliao annima por pares e constituem o
corpo fundamental da publicao. De seguida, guram as recenses crticas de livros que
mereceram um interesse especial. Finalmente, destacamos as notcias de actividades
desenvolvidas, durante o ano de 2010, pelos investigadores do CITAR, da rea de
conservao e restauro da Escola das Artes e do Centro de Conservao e Restauro da
Universidade Catlica Portuguesa.
No primeiro artigo, Lus Elias Casanovas traz-nos as experincias obtidas na Santa Casa
da Misericrdia de Lisboa e no Museu de S. Roque, que tiveram por objectivo demonstrar
o equilbrio necessrio entre o clima exterior e as condies ambiente dos espaos
museolgicos.
Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle Crisci y Carlo Lalli, numa colaborao hispano-
italiana, do-nos a conhecer um estudo sobre o papel dos lquenes epilticos crustceos
como bio-indicadores da contaminao ambiental produzida por metais pesados. O trabalho
apresentado decorreu na envolvente da Igreja de los Santos Juanes de Valncia.
Catarina Pereira contribui com a anlise dos retoques de negativos fotogrcos efectuadosnos incios do sculo XX, baseando-se no estudo da coleco do Arquivo Fotogrco da
Cmara Municipal de Lisboa.
Jlia Fonseca e Carla Maximiliana apresentam o estudo prvio interveno na escultura
de pedra calcria de Cristo jacente, que se encontra no mosteiro de Santa Clara-a-Velha,
em Coimbra.
Frederico Henriques e Alexandre Gonalves proporcionam-nos um artigo dedicado anlise
de mtodos de classicao em ambiente SIG (Sistemas de Informao Geogrca),
aplicado identicao de lacunas numa pintura sobre tbua.
Ana Rita Rodrigues trata das pinturas existentes no tecto de caixotes da Igreja central do
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antigo convento do Salvador, em Braga, salientando a importncia desta tipologia de forros
de madeira no norte de Portugal, os seus materiais e problemas de conservao.
Ana Brito colabora com uma produo sobre os materiais artsticos usados em sete obras
com suporte em madeira do artista Abel Salazar (1889- 1946).
Joana Salgueiro, Jos Pessoa e Georgina Pinto Pessoa oferecem-nos uma experincia de
radiograa e sua interpretao, realizada nas tbuas que pertenceram ao retbulo-mor daS de Lamego, da autoria de Vasco Fernandes.
A reexo de Salom Carvalho aborda o conceito deoriginal na teoria da conservao,
atravs da reviso do catlogo reeditado sobre a exposio ocorrida no British Museum de
1951, Fake? The Art of Deception.
Por ltimo, Margarita San Andrs aporta um enriquecimento da parte informativa desta
revista online, com um artigo que disponibiliza endereos electrnicos da Internet
relacionados com a conservao do patrimnio cultural e respectiva investigao.
De forma modesta inicimos um percurso que, no duvidamos, fruticar. H uma grande
necessidade de plataformas que permitam expor e debater as investigaes em torno da
conservao e restauro em Portugal. Este um novo passo que, graas boa receptividade
dispensada anteriormente por parte tanto dos autores, como dos leitores, parece conrmar
esta aposta.
Ana Calvo
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One of the most fascinating aspects of
conservation studies is precisely what remains
to be discovered. That mystery, the curiosity
raised before the secrecies that each and every
work of art and cultural object withholds, come
to be fundamental challenges for research.
With this new issue ofecr its our intention to
disseminate relevant aspects of the unknown
that experts are starting to unravel.
Another highly interesting aspect in the
conservation world is the diversity of objects
and materials that can be found, as well as thevariety of exploring and working approaches
that can be used.
The present issue reects the mentioned
aspects presenting a multiplicity of articles,
where painting as the main subject of our
research group at CITAR- appears signicantly.
This issue is now composed by sections and
this frame will be used on future ecrissues. All
the articles have been selected by anonymous
peer review, and constitute the main core of
the publication.
A book review section follows, with a selection
of books that have attracted special attention.
Finally, there are news concerning CITAR
researchers activities developed during 2010
and information about conservation and
restoration degree at the School of Arts (Escola
das Artes), as well as the Conservation and
Restoration Centre (Centro de Conservao eRestauro) of the Portuguese Catholic University.
In the rst article, Luis Elias Casanovas explains
the experiences that took place at Santa Casa
da Misericrdia de Lisboa and the San Roque
Museum, in order to show the necessary
balance between the weather outside and
environment in museum spaces.
In their article, Pilar Bosch Roig, Donatella
Barca, Gino Mirocle Crisci y Carlo Lalli, in a
Spanish-Italian cooperation, show the role of
editorial editorialUna de las cuestiones ms llamativas de los
estudios en conservacin y restauracin reside
precisamente en cunto queda por descubrir.
Ese misterio, esa curiosidad ante los enigmas
que nos plantean las obras de arte y los objetos
culturales, se convierten as en alicientes
fundamentales de la investigacin. Con este
nuevo nmero de la revista ecr queremos
contribuir a la difusin de las incgnitas que los
especialistas van desvelando.
Otro aspecto de inters en el mundo de la
conservacin es la diversidad de objetos ymateriales que podemos encontrar, as como
los distintos enfoques aplicables al trabajar y
explorar en este campo. Consecuencia de todo
ello es la pluralidad de artculos aqu recogidos,
aunque la pintura -como gnero principal de
nuestro grupo de investigacin del CITAR-
ocupe la parte ms signicativa.
Aparecen ya en este nmero de la revista
las secciones que sern habituales. Todos los
artculos se han seleccionado tras una evaluacinannima por pares. Estos constituyen el cuerpo
fundamental de la publicacin. Despus,
aparecen las reseas bibliogrcas de libros
que han merecido un especial inters. Y,
nalmente, las noticias de actividades de los
investigadores del CITAR, de la especialidad de
conservacin y restauracin en la Escola das
Artes, y del Centro de Conservao e Restauro
de la Universidade Catlica Portuguesa.
En el primer artculo, Luis Elas Casanovas
aporta las experiencias obtenidas en la Santa
Casa de Misericordia de Lisboa y el Museo de
San Roque, con el n de mostrar el necesario
equilibrio entre el clima exterior y las condiciones
ambiente de espacios museolgicos.
Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle
Crisci y Carlo Lalli, en una colaboracin
hispano-italiana, muestran en un estudio el
papel de los lquenes epilticos crustceos como
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crustacean epilithic lichens as bioindicators
of environmental pollution caused by heavy
metals. The samples for this work were taken
from the Santos Juanes church surroundings in
Valencia.
Catarina Pereira contributes with the analysis of
the retouching photographic negatives made in
the early twentieth century, based on the study
of the photographic collection of the Cmara
Municipal de Lisboa (Lisbons City Hall).
Jlia Fonseca and Carla Maximiliana present
the preliminary report to the conservation work
of the limestone sculpture of a Dead Christ
from the collection of the Santa Clara-a-Velha
monastery, located in Coimbra
Frederico Henriques and Alexandre Gonalvescontribute with an article dedicated to
the analysis of classication methods in
environmental GIS (Geographic Information
Systems), applied to the identication of the
lacunae in a panel painting.
Ana Rita Rodrigues provides an article on the
painted wood cassetones in the central nave
ceiling of the ancient monastery of Salvador,
in Braga, highlighting the importance of this
type of coffered ceilings in northern Portugal,
their materials and conservation issues.
Ana Brito presents a research paper on pictorial
materials used on seven paintings with wooden
supports by the artist Abel Salazar (1889-
1946).
Joana Salgueiro, Jos Pessoa and Georgina
Pinto Pessoa offer an experience of X-ray and
its interpretation, taken of panels that belong
to the main retable of the Lamegos cathedral,painted by Vasco Fernandes.
Salom de Carvalhos reection approaches
the concept of original in the theory of
conservation through the revision of the
re-edited catalog of the Fake? The Art of
Deceptionexhibition at the British Museum in
1951.
Finally, Margarita San Andrs enriches the
informative part of this online journal with an
article that provides Internet addresses related
bioindicadores de la contaminacin ambiental
producida por metales pesados. Han realizado
su trabajo en el entorno de la iglesia de los
Santos Juanes de Valencia.
Catarina Pereira contribuye con el anlisis de los
retoques de negativos fotogrcos efectuados
en los inicios del siglo XX, basndose en el
estudio de la coleccin del Archivo fotogrco
de la Cmara Municipal de Lisboa.
Julia Fonseca y Carla Maximiliana presentan el
estudio previo a la intervencin en la imagen
de piedra caliza de Cristo yacente, que se
encuentra en el monasterio de Santa Clara-a-
Velha, en Coimbra.
Frederico Henriques y Alexandre Gonalves
aportan un artculo dedicado al anlisis demtodos de clasicacin en ambiente SIG
(Sistemas de Informacin Geogrca), aplicado
a la identicacin de lagunas en una pintura
sobre tabla.
Ana Rita Rodrigues trata de las pinturas
existentes en el techo de casetones de la nave
central del antiguo Convento del Salvador,
en Braga, poniendo de relieve la importancia
de esta tipologa de cubiertas en el norte
de Portugal, sus materiales y problemas de
conservacin.
Ana Brito colabora con un trabajo de
investigacin sobre los materiales artsticos
utilizados en siete obras con soporte de madera
del artista Abel Salazar (1889- 1946).
Joana Salgueiro, Jos Pessoa y Georgina Pinto
Pessoa, ofrecen una experiencia de radiografa
y su interpretacin, realizada en las tablas que
pertenecieron al retablo mayor de la S deLamego, de Vasco Fernandes.
La reexin de Salom de Carvalho aborda
el concepto de original en la teora de
la conservacin, a travs de la revisin
del catlogo reeditado sobre la exposicin
celebrada en el British Museum de 1951, Fake?
The Art of Deception.
Por ltimo, Margarita San Andrs contribuye a
enriquecer la parte informativa de esta revista
online con un artculo que ofrece direcciones de
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to cultural heritage conservation and research.
One year ago we began this project modestly
and now we believe that these are only the rst
steps of a long and fruitful way. In Portugal,
there is a great need for platforms that allow
professionals and researchers to present and
discuss the conservation and restoration issues
and share their experiences on the research
eld. The good reception of the rst journal -
ecrnumber one (2009), both by authors and
readers encourages us to continue.
Ana Calvo
Internet relacionadas con la conservacin del
patrimonio cultural y su investigacin.
De una forma modesta hemos iniciado un
camino que, no dudamos, ha de fructicar.
Existe una gran necesidad de plataformas que
permitan exponer y debatir las investigaciones
en torno a la conservacin y restauracin en
Portugal. Este es un nuevo paso que, gracias a
la buena acogida dispensada anteriormente por
parte de autores y lectores, parece conrmar lo
bien fundada de esta apuesta.
Ana Calvo
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artigos
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A sustentabilidade: o equilbrio entre o clima
exterior e as condies-ambiente dos espaos
museolgicos: o Arquivo Histrico da Santa Casa da
Misericrdia de Lisboa e o Museu de So Roque
Lus Elias Casanovas
Resumo
O estudo da sustentabilidade das solues para assegurar condies-ambiente adequadas
nas instituies museolgicas inicia-se quando o custo dos combustveis torna imperativa
a poupana de energia e se impe a necessidade de reectir sobre as formas de reduzir
os consumos energticos, necessrios para respeitar as normas xadas com crescente
rigidez para a temperatura e a humidade relativa, cuja bondade, alis, h muito se
contestava. O edifcio assume um papel importante neste processo e, entre ns,
consegue-se alcanar um notvel equilbrio entre o clima exterior e as necessidades da
conservao, desde que se respeitem as caractersticas dos edifcios histricos e o passado
das coleces, intervindo-se o menos possvel, tal como preconizado nos princpios da
Carta de Nova Orlees. Como exemplo, apresentam-se dois casos de estudo, nos quais
se baseou a comunicao efectuada na Conferncia Going Greene: towards sustainability
in conservation, no British Museum, em 24 de Abril de 2009: um edifcio do sculo XVII,
o Palcio Nisa, para onde foi transferido, em 2003, o Arquivo Histrico da Santa Casa da
Misericrdia de Lisboa, e a Casa Professa da Companhia de Jesus, edifcio do sculo XVI,
sede da SCML e onde, se encontra instalado, igualmente, o Museu de So Roque. Ambosso patrimnio da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa, instituio de solidariedade
social, fundada no sculo XIV.
Palavras-chave
Sustentabilidade, inrcia higroscpica, utuaes conrmadas, condies-ambiente.
Sustainability: balance between external climate and environmental conditions
in museums the Historic Archive of Santa Casa da Misericrdia de Lisboa andSo Roque Museum
Abstract
The study of the sustainability of solutions to ensure appropriate environmental conditions
in museum institutions begins when the cost of fuel makes it imperative to save energy
and imposes the need to reect on ways to reduce energy consumption, necessary to
meet the standards set, with increasing rigidity, for the temperature and relative humidity,
whose kindness, in fact, was questioned long ago. The building has an important role in
this process, and, in our case, it is possible to achieve a remarkable stability between the
external climate and the needs of conservation, provided it respects the characteristics of
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A sustentabilidade: o equilbrio entre o clima exterior e as condies-ambiente
dos espaos museolgicos: o Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
e o Museu de So Roque
Lus Elias Casanovas
historic buildings and the collections past, with the minimum intervention, as recommendedin the New Orleans Charter principles.
As an example of this, are presented two cases, which were the base of the communication
made at the Conference Going Greene: towards sustainability in conservation, in the British
Museum, in April, 24, 2009: a XVII century Palace, and the XVI century Professed House of
the Jesuits. Both belong to the Santa Casa da Misericrdia de Lisboa a welfare institution
founded in the XIV century.
Keywords
Sustainability, hygroscopic inertia, conrmed uctuations, environmental conditions.
Sostenibilidad: el equilibrio entre las condiciones climticas exteriores y las
condiciones ambientales de los museos El Archivo Histrico de la Santa Casa da
Misericordia de Lisboa y el Museo de San Roque
Resumen
El estudio de soluciones para garantizar la sostenibilidad de las condiciones ambiente
comienza cuando el precio del combustible hace que sea imperativo ahorrar energa e
impone la necesidad de reexionar sobre las maneras de reducir el consumo necesariopara cumplir con las normas establecidas, con creciente rigidez, para la temperatura y la
humedad relativa, cuyos benecios, de hecho, desde hace mucho tiempo se contestaba. El
edicio asume un importante papel en este proceso y se consigue un notable equilibrio entre
el ambiente externo y las necesidades de conservacin, a condicin de que se respeten
las caractersticas de las edicaciones histricas y el pasado de las colecciones, con una
intervencin mnima, como se recomienda en los principios de la Carta de Nueva Orleans.
Como ejemplo, se presentan dos casos de estudio, en los que se bas la comunicacin
realizada en la conferencia Going Greene: towards sustainability in conservation, en el
British Museum, el 24 de Abril 2009: un edicio del siglo XVII, el Palacio de Nisa, donde setrasladaran, en 2003, de los Archivos Histricos de la Santa Casa da Misericordia de Lisboa,
y la Casa Profesa de la Compaa de Jess, siglo XVI, sede de SCML y donde est instalado,
tambin, el Museo de San Roque. Ambos son propiedad de la Santa Casa de la Misericordia
de Lisboa, institucin de caridad, fundada en el siglo XIV.
Palabras-clave
Sostenibilidad, inercia higroscpica, uctuaciones conrmadas, condiciones ambiente.
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A sustentabilidade: o equilbrio entre o clima exterior e as condies-ambiente
dos espaos museolgicos: o Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
e o Museu de So Roque
Lus Elias Casanovas
IntroduoEm 1999, com a Prof. Doutora Ana Isabel Seruya, apresentmos em Lyon na reunio do
Comit de Conservao do ICOM uma comunicao que tinha por tema as condies
ambiente numa Exposio organizada pela Comisso Nacional para as Comemoraes dos
Descobrimentos Portugueses (Casanovas, L. et al1999). Sugerimos ento que tendo em
ateno os registos de temperatura e humidade relativa efectuados de Julho a Setembro de
1996 se agurava possvel controlar as condies ambiente recorrendo ao comportamento
da prpria estrutura do imvel de sculo XVI, conhecido pelo Celeiro Comum (idem, p.
27/28). Os resultados conrmaram a nossa hiptese mas data no nos permitimos tirar
concluses porquanto se poderia considerar tratar-se de um caso particular uma vez que a
Exposio decorreu durante a estao quente, condies s quais a construo tradicional
do Sul de Portugal se adapta particularmente bem.
Embora j tivssemos estudado casos similares (Casanovas, L. 2008: 155, 157, 212, 226)
foi essa a razo que nos levou a considerar que a soluo adoptada dicilmente se poderia
adaptar a outros climas1 at porque nos faltavam ento os conceitos necessrios para
legitimar qualquer generalizao que pretendssemos propor: a inrcia higroscpica ainda
no sara do laboratrio (and Ramos, 2001) e as utuaes conrmadas (Michalski, S.
2007) faziam a sua apario muito discreta no Manual de 1999 da ASHRAE (ASHRAE,
1999 p.20.3/20.4). Os casos do Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
e do Museu de So Roque que iremos tratar so diferentes porque a informao histrica
disponvel extensa e os registos efectuados so numerosos e credveis.
Fundada em Agosto de 1498 pela Rainha D. Leonor, viva de D. Joo II, a Santa Casa da
Misericrdia de Lisboa, como escreveu o Dr. Rui Antnio Ferreira da Cunha, seu Provedor,
tem vindo a acumular ao longo dos 510 anos da sua existncia um patrimnio de grande
valor social, histrico e artstico proveniente de doaes, heranas e aquisies (Cunha,
R.A. Ferreira da, 2008:7).
Este esplio, guardado nas duas instituies referidas, sofreu ao longo dos sculos as
vicissitudes habituais que Philip R. Ward resumiu assim Os objectos que ns preservamosno foram destrudos pelo tempo porque o tempo raramente , por si s, um agente de
destruio. Esses objectos, que tm muitas vezes centenas e mesmo milhares de anos de
existncia, escaparam aos perigos do fogo, s tempestades aos abalos de terra, s guerras
aos roubos ao vandalismo e, acima de tudo, nossa negligncia.
Muitas vezes esto mais expostos ao perigo numa construo moderna do que jamais
1 Finais de Maro de 2000 recebemos uma carta de duas estudantes da Northumbria University, Virgnia Llad-Buisn e Britta M. New, que juntamos, na qual solicitam a nossa opinio sobre a possibilidade de aplicao dosistema descrito noutros climas e com outro tipo de edifcios.
Na nossa resposta, que igualmente juntamos, referimos que tudo depende do comportamento dos materiais,que no caso concreto do nosso pas se agura como muito bem adaptado para tirar partido do clima
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dos espaos museolgicos: o Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
e o Museu de So Roque
Lus Elias Casanovas
estiveram ao longo da sua existncia: as utuaes da temperatura, o excesso ou a carnciade humidade, a exposio s radiaes ultravioleta, os insectos, os gases atmosfricos e uma
manipulao desenvolta podem destruir o que a natureza preservou (Ward, P. 1982: 6,7).
Permitimo-nos sublinhar a importncia desta armao de 1982 citando o mesmo autor que
em 1989 escreveu A cincia mede, produz resultados quanticveis e goza do benefcio
da preciso. A conservao aplica estes resultados a problemas de uma innita variedade
para cuja soluo no h absolutos (Ward, P. 1989: 29).
Entre os acidentes a que estiveram sujeitos os dois edifcios de que nos iremos ocupar
encontramos o Terramoto de Lisboa, de 1755, que destruiu parcialmente o Palcio Niza,
onde se encontra o Arquivo Histrico desde 2007, e totalmente a Casa Professa da SantaCasa da Misericrdia de Lisboa, onde se instalou o Museu de So Roque em 1905. Ambos
sofreram portanto intervenes muito signicativas a partir das ltimas dcadas do sculo
XVIII, mas no tocante ao comportamento das estruturas no esqueamos que as alvenarias
anteriores a 1755 no eram muito diferentes das alvenarias dos primrdios do sculo XIX
(Pinho, F. 2000), sobretudo nos casos da Casa Professa e do Palcio Niza, visto que o local
onde se encontravam era conhecido pela Pedreira (Matos Sequeira, G. 1939: 1, 14).
Como escreveu Stefan Michalski O que indiscutvel que os seres humanos sempre
guardaram e cuidaram do que considerava precioso. Preservar uma actividade humana
muito antiga. (Michalski, S. 2004). Ora hoje podemos estudar com muito mais rigor opassado das nossas coleces e dos edifcios que as albergam, graas a novos conceitos
como o das utuaes conrmadas e a inrcia higroscpica e recorrendo sempre que
necessrio e possvel histria da arte e do clima.
Assim poderemos encarar os dois casos que iremos tratar integrados numa realidade mais
ampla que a do controle das condies-ambiente nos espaos museolgicos em Portugal.
Portugal encontra-se no que Gary Thomson considerava A zona temperada do clima dos
museus para estabelecer uma distino com as duas regies principais a saber os climas
tropicais e os climas secos. Escreveu ele Haver um clima que se possa designar como
uma zona temperada onde ao longo do ano a humidade relativa mdia permanece entre oslimites moderadamente seguros de 40 a 70% e o aquecimento raramente necessrio?.
(Thomson 1981 p.88).
No pretendemos com isto defender que os museus e os edifcios histricos em Portugal
nunca necessitam de tratamento de ar por meios mecnicos para controlar as condies
ambiente, mas signica sim que recorrendo a uma gesto correcta das caractersticas dos
edifcios possvel encontrar solues de compromisso em que a dependncia dos meios
mecnicos pode ser substancialmente reduzida, ou seja, em que podemos assegurar de
forma muito simples a sustentabilidade do sistema.
Cabe aqui recordar um nome, o de Max von Pettenkofer, que em 1870 chamou a ateno
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e o Museu de So Roque
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para a importncia dos revestimentos das paredes na estabilizao das condiesambiente(Casanovas, 2008 p 100).
Em 2006, no decurso de uma discusso sobre o passado da Cincia da Conservao, Catarina
Antomarchi2 sugeriu que se olhasse esse passado como um continuo onde vamos encontrar
contribuies de diferentes pases e culturas e de reas to diversas como a Histria das
Ideias e das Instituies. E de facto, consultando por exemplo os Preprints of the 1980 IIC
Vienna Congress, encontramos como que as sementes dos nossos mtodos de hoje incluindo
recomendaes especcas para manter sob controlo os valores extremos da temperatura e
da humidade relativa e a necessidade de respeitar as condies existentes (ASHRAE 1999).
Em Portugal temos dois aspectos particularmente signicativos: a importncia da estruturados edifcios e o nosso clima, cujo comportamento no se pode explicar pela proximidade
do Mediterrneo, visto que uma das suas caractersticas mais surpreendente o elevado
nmero de microclimas, que nos obriga por vezes a estudar as condies exteriores com
equipamento mvel, cujos resultados procuramos depois conrmar por comparao com
estaes meteorolgicas prximas3.
Estes dois aspectos, o edifcio e o clima envolvente, bem como a histria de Portugal durante
os ltimos dois sculos, tm de ser encarados como essenciais quando olhamos para a
sustentabilidade do ambiente museolgico, porque no s a introduo do aquecimento
na nossa vida quotidiana foi tardia, quando comparada com a de outros pases, como aEspanha, como permaneceu uma prtica que nos estranha4, o que tornou difcil para
os nossos primeiros conservadores procurar controlar a humidade relativa, embora estes
tivessem conscincia da necessidade do aquecimento nos seus museus (Casanovas, 2008
p.59). Estas circunstncias e a diculdade, cultural, de recorrer ao equipamento ento
disponvel, zeram do edifcio a principal ferramenta para controlar as condies-ambiente
dos museus em Portugal. Por isso, e para formarmos uma ideia correcta do passado da
conservao entre ns, temos de procurar entender no s o edifcio mas a relao entre
as condies-ambiente e, sobretudo, o clima urbano que, em certos casos, como Lisboa e
o Porto, uma realidade em si mesmo.
Conclumos portanto que, em Portugal, no recomendvel modicar o clima interior de
um edifcio sem termos a certeza de que essa modicao inevitvel e mesmo assim
devemos respeitar o princpio da interveno mnima. Signica, mais, que temos de procurar
compreender porque razo a maior parte das obras de arte que herdmos esto bem
conservadas, dado que em alguns casos devamos acrescentar a despeito do seu passado.
2 2008, Antomarchi, C. In: Casanovas, L.E. Conservao Preventiva e Preservao das Obras de Arte, SantaCasa da Misericrdia de Lisboa, Lisboa, 56.
3 Exemplos deste fenmeno so inmeros, mas basta lembrar nos arredores de Lisboa, Mafra, Sintra e Queluz
e numa regio bem diferente, Portalegre e Elvas, Tomar etc.4 O frio enrijece diz-se nas Beiras e em TrsosMontes
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e o Museu de So Roque
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O Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa e o Palcio NisaO Palcio Nisa, outrora propriedade dos Condes da Vidigueira5, foi adquirido pela Santa
Casa da Misericrdia de Lisboa em 1926 e nele foram sendo instalados diversos servios
que a actividade da Instituio ia exigindo, nomeadamente no sector mdico e assistencial.
Pouco a pouco no entanto foi-se tornando mais difcil adaptar os espaos s exigncias
dos servios e concluiu-se que seria prefervel retir-los para locais mais bem adaptados
e, sobretudo, sem as limitaes impostas pela estrutura do edifcio. Tendo em ateno a
situao do Arquivo Histrico, foi decidido a sua transferncia do espao que ocupava na
Av. D. Carlos I para o Palcio Nisa, o que se veio a concretizar em 2003.
Essa transferncia pode ser estudada com base no que hoje designamos por utuaesconrmadas porquanto as condies-ambiente do espao onde o acervo se encontrava
eram monitorizadas, conforme atrs referimos, desde 1990, o que permitiu optar por
uma soluo perfeitamente sustentvel sem recurso a equipamentos mecnicos e cujos
resultados provocaram alguma surpresa quando da apresentao no British Museum. Com
efeito, para quem tem de enfrentar o clima do Norte da Europa, no fcil aceitar que a
estrutura de um edifcio possa ser um elemento activo no controle das condies-ambiente
como Tim Padeld demonstrou recentemente (Padeld, T. 2004: 131 - 137).
O que se decidiu foi vericar cuidadosamente as condies-ambiente das salas de depsito
do Arquivo, observando o evoluir dos valores que, em certo momento, nos causaram algumaapreenso e nos levaram a prever a possibilidade de introduzir ar seco nas salas, sobretudo
nas que se encontram no piso -2, situao que at agora no se revelou necessria.
Com efeito, os registo efectuados e de que inclumos dois exemplos mostram-nos uma
estabilidade invejvel: desde Outubro de 2008 a humidade relativa no oscila mais do que
5% numa semana e a mdia mantm-se praticamente estacionria desde Outubro.
A explicao reside na inrcia higrotrmica das salas, na taxa de renovao de ar, nas
caractersticas do clima de Lisboa, mormente na Colina de So Roque, e, por ltimo, no
papel estabilizador do prprio acervo.
O Museu de So Roque e a Casa Professa da Santa Casa da Misericrdia de Lisboa
A Casa Professa foi doada pelo Marqus de Pombal Santa Casa da Misericrdia de Lisboa,
em 1762, e do edifcio primitivo pouco resta, mas, como j referimos, o comportamento
termo higromtrico do edifcio no deve ter sido afectado de forma signicativa.
Para podermos comparar o comportamento do edifcio antes da entrada em servio da
5 Ver entre outros o II Volume do Carmo e a Trindade p 184/186 e de Jlio de Castilho Lisboa Antiga O BairroAlto I Vol. p 261/265 3. Edio Ocinas Grcas da CML 1954
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instalao de tratamento de ar6
recorremos Sala do Braso, da qual dispomos de registosdesde 1998. Embora este espao tenha sido modicado, no sofreu alteraes signicativas
em termos estruturais.
Para alm dos registos de cariz histrico, temos os que se efectuam sistematicamente
desde a entrada em servio do equipamento, em Dezembro 2008.
No fcil interpretar os registos antigos porque a mudana das folhas no era efectuada
de forma correcta, pelo que nem sempre possvel uma correspondncia exacta com as
condies exteriores determinadas s 00, 06, 12 e 18 UTC. No entanto, a estabilidade dos
valores da temperatura e da humidade relativa ca amplamente comprovada, o que, como
se sabe, muito mais importante do que o respeito, subserviente, por um valor arbitrrioxado por via de regra sem ter em ateno a realidade histrica em que a coleco se insere.
A comparao dos registos no deixa, alis, margem para dvidas, como demonstramos
com os dois registos que juntamos e que foram realizados na Sala do Braso: as condies
actuais so caracterizadas por uma permanente instabilidade, que vai inevitavelmente
afectar a curto prazo a conservao do acervo, nomeadamente, mas no exclusivamente,
a pintura sobre madeira.
Concluses
Dois edifcios diferentes, condiesambiente igualmente diferentes e uma primeira
concluso: Garry Thomson tinha razo, pelo que importa olhar o comportamento dos
nossos edifcios na perspectiva de aproveitar o seu passado para nos garantir o futuro das
coleces que vier a albergar.
Para tal, e esta a segunda concluso, torna-se necessrio estudar o que esse passado nos
legou recusando, serenamente, as solues que nos pretendam impor em nome de uma
tecnologia cujas limitaes no domnio especco da conservao, onde no h absolutos,
h muito que se conhecem e sem esquecer nunca que, como escreveu a Prof. Ana Calvo:
As obras de arte esto vivas.
Referncias
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Casanovas, L.E. 1987 a, Anlise da Evoluo Anual das Condies-Ambiente na Biblioteca
do Palcio Nacional de Mafra. Algumas interrogaes. In: I Semana dos Arquivos. Actas
Cascais, 67/73.
6 Preferimos utilizar esta designao em vez do habitual ar condicionado porquanto na maior parte dos casos
entre ns, mas tambm noutros pases como o Reino Unido, as instalaes no correspondem s exignciasregulamentares do ar condicionado.
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Nota biogrca
Luis Elias Casanovas, investigador do CITAR, Licenciado em Engenharia Electrotcnica
pela Escola Politcnica Federal de Lausanne em 1951, doutorado em Histria da Arte pela
Faculdade de Letras de Lisboa em Janeiro de 2007.
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Anexos
Imagem 1 - Museu de S. Roque: Sala doBraso
Imagem 2 - Casa Professa, actualmente Museude So Roque.
Imagem 3 - Registo termo higromtrico(Arquivo Histrico).
Imagem 4 - Planta do piso -2 do Edifcio doArquivo Histrico.
Imagem 5 - Registo termo higromtrico(Arquivo Histrico incio a 27/12/99).
Imagem 6 - Registo termo higromtricosemanal (Arquivo Histrico incio a
10/09/08).
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Imagem 7 - Registo termo higromtrico
(Museu de S. Roque Sala do Braso incio a05/01/1999).
Imagem 8 - Registo termo higromtrico
(Museu de S. Roque Sala do Braso incio a19/01/2000).
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Estudio sobre los Liquenes como bioindicadores del
contenido de metales pesados en el entorno de la
Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle Crisci, Carlo Lalli
Resumen
Los lquenes debido a su naturaleza simbionte poseen unas caractersticas nicas que
les coneren un papel clave como bioindicadores de la contaminacin ambiental. Se han
realizado muchos trabajos utilizando lquenes epifticos como bioindicadores, pero tan
solo unos pocos estudios han utilizado lquenes epilticos. El objetivo de este trabajo es
poner de maniesto la calidad del aire de la ciudad de Valencia y corroborar la ecacia
de los lquenes epilticos crustceos como bioindicadores de la contaminacin ambiental.
Para ello se analizan los metales pesados encontrados en los lquenes que crecen sobre lafachada de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia situada en el centro neurlgico de
la ciudad.
Palabras clave
Lquenes, bioindicadores, metales pesados, materiales ptreos, contaminacin ambiental.
Estudo dos Lquenes como bio-indicadores de metais pesados no meio ambiente
da Igreja dos Santos Juanes de ValnciaResumo
Os Lquenes, devido sua natureza simbitica, possuem caractersticas nicas que lhes
conferem um papel crucial como bio-indicadores de contaminao ambiental. Existem
muitos trabalhos que utilizam lquenes epifticos como bio-indicadores, no entanto, poucos
se centram no uso de lquenes epilticos. O estudo realizado tem como objectivo por em
manifesto a qualidade do ar da cidade de Valencia e corroborar a ecincia dos lquenes
epilticos crustosos como bio-indicadores da contaminao ambiental. Para tal, analizaram-
se os metais pesados presentes em lquenes que crescem na fachada da Igreja dos Santos
Juanes de Valncia, situda no centro nevrlgico da cidade.
Palavras-chave
Lquenes, bio-indicadores, metais pesados, materiais ptros, contaminao ambiental.
Study of lichens as bioindicators of heavy metals in the environment of the Santos
Juanes church in Valencia
Abstract
The lichens do to their symbiont nature have unic characteristics that confer them a key
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Estudio sobre los Liquenes como bioindicadores del contenido de metales pesados en el
entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle Crisci, Carlo Lalli
role as a bioindicators of the environmental contamination. Many investigations have been
done using epiphytic lichens as a bioindicators, but only a few of them have used crustoseepilithic lichens. The main objective of this work is to show the air quality of Valencia
and corroborate the efcacy of the crustose epilithic lichens as a bioindicators of the air
pollution. With this objective it has been analyzed the heavy metals inside the lichens
growing on the faade of the Santos Juanes church in Valencia situated in the nerve center
of the city.
Keywords
Lichens, bioindicators, heavy metals, petreus material, air pollution.
Introduccin
En los ltimos aos, la calidad del aire se ha visto afectada debido a un incremento en la
emisin de contaminantes sobre todo producido por la actividad humana, este descenso en
la calidad del aire produce una serie de efectos en los organismos vivos. Existen organismos
que reejan estos contaminantes ambientales aportando informacin muy til para la
prevencin y el control de la contaminacin ambiental. Estos son llamados bioindicadores,
es decir organismos que responden a la contaminacin ambiental con alteraciones en sus
funciones vitales o con la acumulacin en sus tejidos de las sustancias contaminantes,proporcionando de este modo informacin sobre el medio en que se encuentran. Un buen
ejemplo de buenos organismos bioindicadores utilizados para este n son los Lquenes.
Los lquenes estn constituidos por la simbiosis entre un hongo y un alga o cianobacteria,
formando una asociacin mutualista o simbiosis, en la que ambos obtienen benecio,
generando de este modo un organismo diferente mucho ms resistente a condiciones
ambientales adversas.
Los lquenes fueron reconocidos por primera vez como bioindicadores en el s.XIX,
producindose un crecimiento importante en los estudios de biomonitoreo ambiental con
lquenes a partir de 1960 cuando se identica el dixido de azufre como factor clave de sucrecimiento, salud y distribucin. Hoy en da existen ms de dos mil estudios publicados
sobre la utilizacin de lquenes como bioindicadores, principalmente de la contaminacin
medioambiental (lluvia cida, contaminacin por metales pesados, derrames de
hidrocarburos, radionuclidos, contaminacin por derrames de dixido de azufre), pero
tambin como bioindicadores de cambios climticos y como bioindicadores de continuidad
ecolgica.
La amplia utilizacin de los lquenes como bioindicadores de la contaminacin ambiental se
debe a que cumplen los requisitos necesarios para actuar como tales ya que poseen una
elevada sensibilidad a los contaminantes atmosfricos, una difusin espacial mundial, una
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entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
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bioindicadores de la contaminacin ambiental, en particular del contenido de metales
pesados.Los objetivos de este trabajo consisten en el estudio de la calidad del aire de la ciudad de
Valencia mediante la utilizacin de lquenes como bioindicadores de la cantidad de metales
pesados, as como el estudio del impacto que estos contaminantes atmosfricos tienen
sobre la salud de los edicios Histrico-artsticos de la ciudad de Valencia, en concreto
estudiando su impacto sobre el material ptreo que conforma la Iglesia de los Santos
Juanes de Valencia (Roig-Picazo, 1990). sta iglesia (g.1) se encuentra situada en el
centro de la ciudad de Valencia, donde el trco es abundante y constante las veinticuatro
horas del da, lo que genera una contaminacin a su alrededor que puede estar dandola
gravemente. Todos los lquenes que hemos encontrado sobre ella son crustceos, laausencia de lquenes frondosos nos est dando los primeros indicios de que el nivel de
contaminacin ambiental es elevado (Quijada, 2006).
Figura 1 - a) Imagen del exterior de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia; b) Imagende los lquenes creciendo en el tejado de la Iglesia; c) Imagen detalle de uno de los lquenes
encontrados en la Iglesia.
Por otro lado este estudio pretende comprobar la ecacia de los lquenes crustceos lapdeos
como bioindicadores de la contaminacin ambiental, en particular de la contaminacin por
metales pesados, ya que no hay muchos estudios en este sentido.
MetodologaLa seleccin de puntos de muestreo se realiz en funcin de los diferentes tipos de sustratos
existentes sobre la fachada de la iglesia donde crecan los lquenes: piedra caliza y ladrillo;
y en funcin de las diferentes especies liqunicas mas abundantes, que en este caso fueron
Candelariella sp.; Lecanora sp. y Caloplaca sp.
As mismo para poder realizar una valoracin del nivel de contaminacin existente en
la ciudad, comparamos los niveles de metales pesados obtenidos en los lquenes de la
iglesia con los niveles obtenidos en lquenes de una zona mnimamente contaminada.
Para realizar esta comparacin tomamos muestras de lquenes de las mismas tres
especies de una rea rural, donde la contaminacin se supone mnima, en la Sierra de
a
b
c
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Albarracn (Teruel), utilizando estas muestras como controles negativos de contaminacin
por metales pesados (blancos) para nuestros anlisis. Tambin tomamos muestras delos soportes donde encontramos los lquenes en la iglesia para medir las cantidades
de estos metales pesados y observar como stos se acumulan en los soportes, ya que
esta acumulacin podra estar daando la fachada de la iglesia debido a la formacin de
costras negras.
La toma de muestras (tabla 1) se realiz mediante la utilizacin de bistur y lupa tomando
una pequea muestra que contuviese tanto al liquen como a su sustrato.
Tabla1 - Listado de la toma de muestra: especies liqunicas, sustrato sobre el que crecen y lugarde origen de la muestra.
La identicacin morfolgica de las especies liqunicas (g.2) se realiz mediante anlisis
estereomicroscpico, anlisis al microscopio de luz visible y luz ultravioleta, anlisis con
microscopa electrnica (SEM-EDX) as como mediante ensayos qumicos (KOH e Hipoclorito
de Sodio), todos estos anlisis, junto con las tablas taxonmicas nos permitieron reconocer
la especies liqunicas.
Figura 2 - Imgenes de microscopa estereoscpica arriba y de microscopa ptica debajo de loslquenes a) Candelariella sp. b) Caloplaca sp. c) Lecanora sp.
El estudio de la acumulacin de contaminantes en los lquenes consisti en el anlisis
de las cantidades de metales pesados, expresadas en ppm, mediante la tcnica de ICP-
MS tras ataque cido en el Departamento di Scienze della Terra de la Universit della
Calabria (Cosenza, Italia). Los metales pesados analizados fueron Vanadio (V), Cromo
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(Cr), Magnesio (Mn), Cobalto (Co), Nquel (Ni), Cobre (Cu), Zinc (Zn), Arsnico (As),
Rubidio (Rb), Estroncio (Sr), Molibdeno (Mo), Cadmio (Cd), Antimonio (Sb), Bario (Ba),Plomo (Pb), Bismuto (Bi) y Uranio (U).
Se realizan 3 anlisis por muestra calculando las medias y el porcentaje de enriquecimiento
de los metales respecto al control (blanco) (tabla 2).
Tabla2 - Medias de los datos (ppm) obtenidos de los anlisis mediante ICP-MS tras ataque cidode metales pesados en los lquenes muestreados.
Para el clculo del porcentaje de enriquecimiento en metales de los lquenes respecto
del control calculamos para cada especie las medias de los valores de los metales de
cada especie tanto de las muestras como de los controles; posteriormente calculamos el
incremento de cada elemento respecto al control; y por ltimo calculamos el porcentaje del
incremento de los elementos respecto al blanco. De los resultados obtenidos se realizan los
correspondientes anlisis grcos.
Resultados y discusionLos resultados obtenidos para Lecanora sp. (g.3) muestran un aumento de todos los
valores respecto al control en un rango comprendido entre el 7,77% (V) y el 685,91%
(Sb). A excepcin de Mn (-14,62%) y Cd (-19,27%) cuyos porcentajes disminuyen
ligeramente. Los elementos ms abundantes son el Mo (1322,06%), el Sb (685,91%) y el
Cu (509,47%).
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Figura 3a - Anlisis de Lecanora sp. - Tabla de datos de niveles se metales pesados
Figura 3b - Anlisis de Lecanora sp. - grca del porcentaje de enriquecimiento de los metalespesados respecto al blanco
En el caso de Caloplaca sp. (g.4) encontramos un elemento que aumenta de manera muy
elevada respecto al resto que es el Cd (7558,44%), mientras el resto de los elementos
aumentan en un rango de un grado de magnitud mayor al de Lecanora sp., comprendiendo
en este caso porcentajes de entre 27,40% (Ba) y el 1970,03% (Sb), encontramos de
nuevo dos elementos que disminuyen ligeramente respecto al control, el Ni (-17,01%) y
el As (-26,71%).
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entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
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Figura 4a - Anlisis de Caloplaca sp. - Tabla de datos de niveles se metales pesados
Figura 4b - Anlisis de Caloplaca sp. - grca del porcentaje de enriquecimiento de los metalespesados respecto al blanco
En cuanto a Candelariella sp. (g.5) existe un elemento que bioacumula preferentemente,
el Cu (43716,56%). El resto de los elementos aumentan en un rango similar al encontrado
en Lecanora sp. comprendido entre el 6,51% (Zn) y el 624,30% (Mo), a excepcin de
Mn que disminuye un -65,85 %. Siendo los elementos ms abundantes el Cu, Mo y Sb
(492,89%) al igual que Lecanora sp.
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Estudio sobre los Liquenes como bioindicadores del contenido de metales pesados en el
entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
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Figura 5a - Anlisis de Candelariella sp. - Tabla de resultados y grca del porcentaje deenriquecimiento de los metales pesados en Candelariella sp. respecto al blanco
Figura 5b - Anlisis de Candelariella sp. - grca del porcentaje de enriquecimiento de losmetales pesados en Candelariella sp. respecto al blanco
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entorno de la Iglesia de los Santos Juanes de Valencia
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Figura 5c - Anlisis de Candelariella sp. - grca del porcentaje de enriquecimiento de losmetales pesados en Candelariella sp. respecto al blanco sin incluir el Cu.
En base a los anlisis realizados, encontramos en la mayora de los casos mayor concentracin
de metales en las muestras tomadas de la Iglesia respecto al control, observando variaciones
en funcin del metal y de la especie de liquen estudiada, lo que nos est indicando que la
contaminacin ambiental por metales pesados es mucho mayor en el centro de la ciudad deValencia que en la zona rural de la Sierra de Albarracn, como era de esperar.
Los elementos ms abundantes comunes a las tres especies estudiadas son el Cu, el Mo y
el Sb. El Cu, especialmente abundante en Candelariella sp., es un elemento presente en
numerosos pesticidas (fungicidas e insecticidas) y fertilizantes utilizados en la agricultura
y en pigmentos utilizados en la industria de la cermica, producindose tambin en la
combustin de fuel de los automviles. Por lo que las elevadas concentraciones de este
elemento en el centro de la ciudad se deben a que Valencia es una ciudad rodeada de
campos de cultivo as como una ciudad muy transitada por vehculos adems de tener una
importante industria cermica, poseyendo las tres fuentes fundamentales de este metalpesado. El Mo se utiliza entre otras cosas, para la construccin de piezas de automviles,
sus elevadas concentraciones pueden provenir por tanto de la fbrica de coches Ford
que se encuentra a las afueras de Valencia (Almussafes). Respecto al Sb es utilizado en
cermica y en metales de consumo como revestimiento de cables, por lo que su elevada
concentracin puede deberse a la importante industria de cermica y de la construccin
existente en Valencia. Todos estos elementos son transportados por el viento desde los
campos y desde las fbricas de automviles, de cermica hasta la iglesia de los Santos
Juanes, donde los lquenes los absorben y acumulan (Riccardi et al., 2001).
En el caso de Caloplaca sp. encontramos un elemento que aumenta en gran medida respectoal resto de los elementos (1 grado de magnitud mayor) que es el Cd (7558,44%), el
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cadmio proviene de los pesticidas y fertilizantes utilizados en la agricultura Valenciana. Este
aumento tan elevado nos est indicando por un lado que existe una elevada contaminacinde Cd en el aire de la Ciudad y por otro lado que la especie Caloplaca sp. tiene una gran
capacidad de acumular el Cd presente en la atmosfera, mientras que las otras dos especies
estudiadas no son capaces de bioacumularlo (Lecanora sp. -19,27%) o lo acumulan pero
en poca cantidad (Candelariella sp. 11,90%).
En el caso de los elementos que disminuyen ligeramente respecto al control, encontramos
en Caloplaca sp. el Ni (-17,01%) y el As (-26,71%); lo que nos est indicando que Caloplaca
sp. no es capaz de acumularlos, mientras que las otras dos especies estudiadas si que son
capaces de acumularlos. Esta disminucin del Ni respecto al blanco puede deberse a que
los elevados niveles de Cd en Caloplaca sp., estn compitiendo con el Ni ya que ambos soncationes bivalentes, de manera que el Ni deja de ser acumulado en el rea urbana, rica
en Cd, mientras que esto no sucede en el rea control, pobre en Cd. Respecto al As, este
viene desplazado por el aumento en la acumulacin de otros elementos abundantes en el
rea urbana como el Sb.
EnLecanora sp.encontramos otros dos elementos que disminuyen ligeramente Cd (-19,27%)
y el Mn (-14,62%) elementos que en Caloplaca sp. si son acumulados abundantemente
(sobretodo el Cd) sin embargo en el caso del Mn, Candelariella sp. no lo acumula mientras
Caloplaca sp. si. Esta disminucin del Cd y del Mn est probablemente ocurriendo debido
a la existencia de competicin con los cationes bivalentes Cu y Mo, que son acumuladospreferencialmente por Lecanora sp. en el rea urbana debido a su elevada abundancia.
En el caso de Candelariella sp. el Mn disminuye un -65,85 % lo que nos est indicando
que Candelariella sp. al igual que Lecanora sp. no es capaz de bioacumular este elemento,
mientras Caloplaca sp. si lo bioacumula (327,57%). Esta disminucin de Mn de nuevo se
debe probablemente la gran acumulacin de un catin bivalente competidor, el Cu muy
abundante en la ciudad de Valencia.
Todos estos resultados demuestran como la bioacumulacin de metales pesados en lquenes
vara ampliamente entre especies.
De la comparacin de las tres especies estudiadas (g.6) observamos que Lecanora sp.y Candelariella sp. tienen un comportamiento muy similar respecto a la acumulacin de
metales pesados, ya que retienen preferencialmente los mismos elementos (Cu, Mo y Sb),
y poseen un rango de acumulacin tambin similar (7,77%-685,91% y 6,52%-624,30%
respectivamente, si no contamos con el Cu). Mientras que Caloplaca sp. se comporta de
una forma diferente, es capaz de retener los metales pesados en un rango de un grado de
magnitud mayor (27,40% y el 1970,03% sin contar con el Cd) que el resto de especies
estudiadas. Lo que nos est indicando que Caloplaca sp. es una especie capaz de acumular
mayores cantidades de metales pesados presentes en la atmosfera respecto a Lecanora
sp. y Candelariella sp.
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Figura 6a - Comparativa de las tres especies liqunicas estudiadas - Tabla de resultados delporcentaje de enriquecimiento de los metales pesados respecto al control de las tres especies
liqunicas estudiadas
Figura 6b - Comparativa de las tres especies liqunicas estudiadas - grca comparativa delporcentaje de enriquecimiento de los metales pesados respecto al blanco de las tres especies
liqunicas estudiadas
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Por ltimo respecto a la comparativa de las concentraciones (g.7) de los metales pesados
en los lquenes respecto a sus sustratos, encontramos en la mayora de los elementosuna menor cantidad de metales en los sustratos que en los lquenes, debido a que los
lquenes tienen una elevada capacidad de acumularlos a lo largo de los aos. Sin embargo
en la piedra caliza encontramos mayores cantidades de Sr que en los lquenes, que puede
explicarse por la existencia de sulfato de estroncio, celestina, como material accesorio
propio de la calcita. En el caso del ladrillo encontramos mayores cantidades de algunos
elementos como Mn, Ba que pueden ser constituyentes del ladrillo y por eso se encuentran
en elevada concentracin; y elementos como V, Rb y Sr que probablemente se deba a la
elevada porosidad del ladrillo.
Figura 7a - Comparativa de las tres especies liqunicas estudiadas y los dos tipos de sustratospiedra caliza y ladrillo - Tabla de concentraciones medias en ppm de los metales pesados
obtenidos de las tres especies liqunicas estudiadas y de los dos sustratos estudiados
Figura 7b - Comparativa de las tres especies liqunicas estudiadas y los dos tipos de sustratos
piedra caliza y ladrillo - grca comparativa de los valores en ppm de metales pesados de las tresespecies liqunicas estudiadas y de los dos sustratos estudiados
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Conclusiones
Este trabajo nos ha permitido demostrar que en la ciudad de Valencia tenemos una abundantecontaminacin de Cd (principalmente), de Cu, de Mo y de Sb, encontrando valores en los
lquenes mucho mayores a los normales en el aire urbano. Esta contaminacin proviene de
la industria agrcola, cermica, automovilstica y de la construccin, todas ellas abundantes
en Valencia. Estudios anteriores realizados en lquenes epifticos ya mostraron resultados
similares en Italia donde encontraron elevadas concentraciones de Cd en 1989 (Benco, 1989)
y de Cu en 2001 (Mangiaco, 2001:49), as como en zonas urbanas de Arizona, Estados
Unidos, se encontraron elevadas concentraciones de Zn, Cu, Pb, and Cd (Zschau, 2003:21).
Por otro lado, este estudio nos ha permitido comprobar que los lquenes epilticos
crustceos pueden ser, al igual que los lquenes epifticos, utilizados como bioindicadoresde la contaminacin atmosfrica debida a Metales Pesados. Permitiendonos demostrar que
de las tres especies estudiadas Caloplaca sp. es la que mejor acumula los metales pesados
en sus tejidos siendo por lo tanto una especie altamente eciente como bioindicador de la
contaminacin por metales pesados de la atmosfera.
ste estudio, es importante porque elevadas concentraciones de estos metales pesados
en el aire puede ser peligroso para la salud humana as como para el buen estado de los
edicios Histrico-artsticos.
Por un lado se conoce que los metales pesados se encuentran en las costras negras que
recubren los edicios y las esculturas en zonas urbanas con elevada contaminacin ambiental
ya que estas costras se forman por deposicin de sustancias atmosfricas contaminantes
en suspensin (Barca, 2010). Las costras negras producen un importante deterioro esttico
debido al ennegrecimiento de fachadas, detalles ornamentales, policromas, y por otro
lado, generan procesos de deterioro del material ptreo, sobretodo exfoliaciones, prdida
de cohesin y presencia de sales (yeso); este deterioro es debido a las diferencias fsico-
qumicas entre las costras y el material ptreo sobre el que se encuentran, produciendo
por ejemplo diferencias de comportamiento trmico que llevan a la fracturacin de la
costra y con ella a la disgregacin y prdida del material ptreo. Los metales pesados
presentes en las costras negras de las reas contaminadas, actan como catalizadoresde las reacciones qumicas entre el material y los agentes agresivos deteriorantes de los
materiales ptreos acelerando de este modo los procesos de formacin de costras negras
y de degradacin de los materiales. Una forma de evitar el desarrollo de estas costras
negras consistira en intervenir sobre el medio ambiente eliminando o disminuyendo los
niveles de contaminacin de los centros histricos de las ciudades. Este estudio es por
tanto importante ya que los criterios en restauracin y conservacin estn siendo cada vez
ms conscientes de que deben aplicarse no solo a los materiales artsticos sino tambin al
medio ambiente que los rodea.
Por otro lado, diversos estudios demuestran la relacin de la contaminacin de metales
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pesados en el aire con el aumento de enfermedades como cnceres; Cislaghi y Nims
(1997:463) establecieron la correlacin en Italia entre zonas delimitadas por lquenes quereejaban los grados de contaminacin por metales pesados y la frecuencia de cncer de
pulmn. Riccardi (2001) realiz un monitoreo con lquenes epifticos de un rea de Npoles,
Italia, donde se encontraban elevados casos de tumores digestivos en la poblacin, pudiendo
relacionarlos con la elevada contaminacin de metales pesados. Clnicamente se sabe que
los metales pesados que hemos encontrado contaminando el aire de Valencia pueden ser
txicos para la salud humana. El Cd es uno de los metales pesados ms txicos ya que
puede producir dao en pulmones, riones, sistema nervioso central, sistema inmune e
infertilidad, pudiendo daar el ADN y desarrollar cncer e incluso provocar la muerte. El Cu
puede daar el hgado y los riones e incluso causar la muerte. El Mo es altamente txico
produciendo disfuncin heptica, deformidades en articulaciones, irritacin ojos y piel, etc.
el Sb puede producir enfermedades pulmonares, problemas digestivos y de corazn.
Por todo lo expuesto en este trabajo queremos enfatizar la importancia de la realizacin
de estudios de la calidad del aire de las reas urbanas tanto para controlar la salud de
los edicios como para controlar la salud de las personas que en ellas habitan, siendo
los lquenes una buena y econmica forma para realizarlo, permitiendo no solo realizar
estudios puntuales sino tambin estudios de la evolucin de la calidad del aire a lo largo
del tiempo.
Referencias
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Agradecimientos
Esta investigacin ha sido nanciada por el Ministerio de Ciencia e Innovacin gracias a la
concesin de una beca FPI y una Estancia Breve de 3 meses a la doctoranda Pilar Bosch
Roig, para trabajar con el Profesor Carlo Lalli, en el Opicio delle Pietre Dure (OPD) de
Florencia.
Al Ministerio per i Beni Culturali Italiano y a todos los miembros del OPD por permitir la
realizacin de esta investigacin. Al Departamento di Scienze della Terra de la Universit
della Calabria, Cosenza, Italia por sus importanes anlisis de los Metales Pesados. A los
Catedrticos Teresa Domnech Carb y Fernando Bolvar Galiano directores de todas las
investigaciones para la tesis Doctoral de Pilar Bosch Roig, por todo su apoyo en este
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Pilar Bosch Roig, Donatella Barca, Gino Mirocle Crisci, Carlo Lalli
proyecto. A los Catedrticos Pilar Roig Picazo e Ignacio Bosch Reig por los interesantes
comentarios de la versin preliminar del presente manuscrito.
Notas biogrcas
Pilar Bosch Roig, [email protected]; licenciada en Biologa en la Universidad de Valencia,
actualmente realizando la Tesis Doctoral en el Instituto de Restauracin del patrimonio
(IRP) de la Universidad Politcnica de Valencia (UPV), inscrita al programa de Doctorado
Ciencia y Restauracin del Departamento de Restauracin y Conservacin de Bienes
Culturales de la UPV, tesis dirigida por Mara Teresa Domnech Carb, Directora del IRP,
y Fernando Bolvar Galiano del departamento de pintura de la Universidad de Granada.
Lneas de investigacin centradas en el Biodeterioro del Patrimonio Cultural.
Donatella Barca, [email protected]; licenciada en Ciencias Geolgicas en la Universidad de
Calabria, Italia; obtiene el ttulo de Doctor en Tectnica y Geologa estructural en 1992;
nombrada Investigadora Universitaria del Sector GEO/07 por la facultad de Ciencias
Matemticas, Fsicas y Naturales de UNICAL en 2005, siendo desde entonces responsable
cientca del Laboratorio de Espectrometra de masa ICP-MS y LA-ICP-MS del Departamento
de Ciencias de la Tierra de la Universidad de Calabria. Sus investigaciones se basan en la
aplicacin de tcnicas analticas de Espectrometra de masa a plasma en diversos campos:
geocientco, Bienes Culturales as como en el estudio medioambiental, sobretodo en el
estudio de la contaminacin de agua y suelos mediante la caracterizacin de metales
pesados.
Gino Mirocle Crisci, [email protected]; licenciado en Geologia en la Universidad de Pisa,
estudia varios meses en Estados Unidos (beca NATO y FORMEZ). Investiga en el Istituto
de Mineraloga y Petrografa de la Universidad de Pisa; es profesor de Petrografa,
Mineraloga, Geoqumica y Vulcanografa del Departamento de Ciencias de la Tierra en
la Universidad de Calabria y dirigiendo la facultad de Ciencias Mat. Fis y Nat. (2005
2012). Sus investigaciones se centran en el estudio petrogrco y geoqumico de las rocas
magmticas; la aplicacin de Autmatas Celulares a las problemticas de las Ciencias de la
Tierra; y al estudio petrogrco y geoqumico y de los Bienes Culturales.
Carlo Lalli, [email protected]; licenciado en Biologa; trabaja para el Ministero per i
Beni e le Attivit Culturali desde 1982, dirige el Laboratorio de Qumica 1 del Opicio delle
Pietre Dure (OPD) de Florencia. Ensea Qumica de la restauracin en la Escuela de Alta
formacin del OPD, en la Universidad de Florencia, y en otras universidades e institutos de
Espaa y Brasil. Es coordinador nacional de la Comisin NORMAL Bronzi y forma parte de
la Comisin NORMAL Inquinanti Atmosferici dellUNI NORMAL. Se encarga de los anlisis
qumicos de numerosas obras de arte, colaborando con numerosos centros como Paul
Getty Center, National Gallery, Istituto Croato di Restauro.
mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:allicarlo%40hotmail.com?subject=mailto:crisci%40unical.it?subject=mailto:d.barca%40unical.it?subject=mailto:pboschroig%40gmail.com?subject=8/7/2019 Elias, L. Equilibrio Entre Clima Exterior e Interior Museo. 2010
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O retoque do negativo otogrfco
Estudo de uma coleco do Arquivo Fotogrfco da
Cmara Municipal de Lisboa
Catarina Pereira
Resumo
Para aqueles que no esto ligados prtica da fotograa, mas que ainda assim tm
interesse por esta, sejam Historiadores, funcionrios em arquivos ou Conservadores
Restauradores, difcil entender e apreciar o trabalho de um retocador de negativos do
incio do sculo XX. A descoberta das potencialidades do retoque manual no foi menos
que surpreendente vista do que actualmente se consegue por manipulao digital. Deste
modo pensamos que este tema no apenas uma curiosidade para um pequeno grupo de
investigadores, mas um tema de interesse actual.
Palavras-chave
Retoque, negativo, gelatina, fotograa, vidro, mscara.
Retouching of photographic negatives - Study of a collection at ArquivoFotogrco da Cmara Municipal de Lisboa
Abstract
For those not connected to the practice of photography, but that still have interest about
it, may they be historians, archives staff or conservators is difcult to understand and
appreciate the work of the retoucher from the early XX century. The discoveries made of
the potential of retouching negatives by hand were no less then surprising under the light
of what can be done today by means of the computer. This subject isnt there for, just a
curiosity for a small group of researchers but a theme with contemporary interest.
Keywords
Retouching, negative, gelatin, photography, glass, masks.
Retoque de negativos fotogrcos - Estudio de una coleccin del Archivo
Fotogrco de la Cmara Municipal de Lisboa
Resumen
Para aquellos que no estn relacionados con la prctica de fotografa, pero que an as
tienen inters por ella, bien sean historiadores, archiveros o conservadores, es difcil
entender y apreciar el trabajo del retocador fotogrco de los inicios del siglo XX. Los
descubrimientos hechos en este trabajo ponen en evidencia las potencialidades del retoquemanual, cuyos resultados no son menos que sorprendentes que los que actualmente se
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logra con el ordenador. Por tanto consideramos que este tema no es solo una curiosidad
para un pequeo grupo de investigadores sino que es un tema de inters actual.
1. Introduo
Este trabalho centrar-se- sobre o retoque manual em negativos de vidro com emulso
de gelatina e brometo de prata. O interesse por este tema surge no seguimento da 2
Semana da Fotograa, ciclo de conferncias realizadas na Goleg em Setembro de 2009
com o tema A fotograa nos museus de fotograa. Aps a apresentao de Duarte
Ribeiro1 que abordou o retoque na sua forma artstica e em conversa com este e outros
participantes, vericou-se que o tema retoque no estava ainda devidamente estudado,
apesar de alguns fotgrafos nacionais importantes, por evidncias no seu trabalho, o
tivessem utilizado e desenvolvido.
Este estudo baseou-se na observao de negativos em vidro de uma coleco pertencente
ao Arquivo Fotogrco da Cmara Municipal de Lisboa. O Arquivo institucionalizado em
1942, mas apenas em 1994 se estabelece nas actuais instalaes no nmero 246 da Rua
da Palma. O arquivo rene coleces de fotograa da cidade de Lisboa2 e os seus principais
objectivos so a centralizao da produo fotogrca dispersa pelos vrios servios
camarrios e assegurar a sua conservao. O acervo do arquivo est dividido em coleces
identicadas com trs letras normalmente correspondentes ao nome do fotgrafo autor ou
doador (Boas, 1997: 1-4). A coleco NEG, o alvo deste estudo, constituda actualmente
por 5132 elementos, maioritariamente, negativos de vidro com emulso de gelatina e
brometo de prata (da a designao NEG)3. Permaneceu no esquecimento durante largo
perodo de tempo at ao momento de trasladao para a Rua da Palma (Dias, 1997: 3)
perdendo-se, por isso, a razo da sua origem e propsito. No entanto sabe-se que em
1965 adquirida uma coleco de negativos aos leiloeiros Soares e Mendona, coleco
importante, no por pertencer a um fotgrafo de renome, mas pela variedade temtica