Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no...

20
ÁREA DE FILOLOXÍAS GALEGA E PORTUGUESA Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval Xoán López Viñas 8

Transcript of Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no...

Page 1: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

ÁREA DE FILOLOXÍAS GALEGA E PORTUGUESA

Dicionario deafixos e voces afixadas do galego medieval

Xoán López Viñas

8

Page 2: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Director: Xosé Ramón Freixeiro Mato (Universidade da Coruña)

Subdirector: Xosé Manuel Sánchez Rei (Universidade da Coruña)

Secretario: Xoán López Viñas (Universidade da Coruña)

Edita: Área de Filoloxías Galega e Portuguesa Departamento de Galego-Portugués, Francés e Lingüística

Depósito Legal: C 2334-2015

ISBN: 978-84-9749-592-9

Distribúe: Consorcio Editorial Galego: [email protected]

Deseño: Torné Asociados

Maquetación: Antonio Souto

Page 3: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

5

Índice

Limiar 9

I. Introdución 11

1. Delimitación e estabelecemento do corpus 12

2. Proceso de elaboración do DAGAVAME 14

3. Guía de uso do DAVAGAME 14

4. Bibliografía 18

4.1. Textos do corpus ...................................................................................................... 184.2. Estudos .................................................................................................................... 18

II. Dicionario de afixos e de voces afixadas do galego medieval 21

Listaxe de abreviaturas 22

1. Prefixos 23

1.1. Prefixo <a-> ............................................................................................................ 231.2. Prefixo <ante-> ........................................................................................................ 351.3. Prefixo <bis-> .......................................................................................................... 351.4. Prefixo <con-, co-> .................................................................................................. 361.5. Prefixo <de-> ........................................................................................................... 361.6. Prefixo <des-> ......................................................................................................... 391.7. Prefixo <en-, in-> .................................................................................................... 721.8. Prefixo <entre-> ...................................................................................................... 801.9. Prefixo <es-> ........................................................................................................... 811.10. Prefixo <re-> ......................................................................................................... 831.11. Prefixo <sobre-> .................................................................................................... 851.12. Prefixo <tras-/trans-> ............................................................................................ 89

Page 4: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

6

2. Sufixos 91

2.1. Sufixos nominais ..................................................................................................... 912.1.1. Sufixo <-acho/a> .......................................................................................... 912.1.2. Sufixo <-aço> ............................................................................................... 912.1.3. Sufixo <-ádego> ........................................................................................... 912.1.4. Sufixo <-age(n)> ........................................................................................... 922.1.5. Sufixo <-al, -ar> ........................................................................................... 922.1.6. Sufixo <-ão/ã, -ano/a> .................................................................................. 982.1.7. Sufixo <-aria, -eria> ................................................................................... 1012.1.8. Sufixo <-az> ................................................................................................ 1082.1.9. Sufixo <-çon> ............................................................................................. 1092.1.10. Sufixo <-do/a (-ada, -ado, -ida, -ido)> ..................................................... 1112.1.11. Sufixo <-edo> ............................................................................................ 1332.1.12. Sufixo <-en> ............................................................................................. 1342.1.13. Sufixo <-ento/a> ....................................................................................... 1342.1.14. Sufixo <-eiro/a, -deiro/a> ......................................................................... 1352.1.15. Sufixo <-es/esa> ....................................................................................... 1602.1.16. Sufixo <-ete/a, -ote/a> .............................................................................. 1622.1.17. Sufixo <-ez/-eza/-eça, -ece/-ice> .............................................................. 1642.1.18. Sufixo <-ia> .............................................................................................. 1722.1.19. Sufixo <-iço> ............................................................................................ 1822.1.20. Sufixo <-idade> ........................................................................................ 1832.1.21. Sufixo <-inho/a> ....................................................................................... 1852.1.22. Sufixo <-io/a> ........................................................................................... 1892.1.23. Sufixo <-isco/a> ........................................................................................ 1922.1.24. Sufixo <-issimo/a> .................................................................................... 1922.1.25. Sufixo <-mento> ....................................................................................... 1932.1.26. Sufixo <-nça> ........................................................................................... 2202.1.27. Sufixo <-nte> ............................................................................................ 2352.1.28. Sufixo <-oiro/a, -doiro/a> ......................................................................... 2382.1.29. Sufixo <-olo/a> ......................................................................................... 2392.1.30. Sufixo <-on> ............................................................................................. 2392.1.31. Sufixo <-onho/a> ...................................................................................... 2432.1.32. Sufixo <-or, -dor> ..................................................................................... 2432.1.33. Sufixo <-oso/a> ......................................................................................... 2692.1.34. Sufixo <-udo/a> ........................................................................................ 2902.1.35. Sufixo <-ume> ........................................................................................... 2952.1.36. Sufixo <-ura, -dura> ................................................................................. 2962.1.37. Sufixo <-vel> ............................................................................................. 306

Page 5: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Índice

7

2.2. Sufixos verbais ...................................................................................................... 3072.2.1. Sufixo <-ar> ................................................................................................ 3072.2.2. Sufixo <-ear, -ejar> .................................................................................... 3692.2.3. Sufixo <-ecer> ............................................................................................ 3712.2.4. Sufixo <-entar> ........................................................................................... 379

2.3. Sufixo adverbial ..................................................................................................... 3792.3.1. Sufixo <-mente> .......................................................................................... 379

3. Parasintéticos 416

3.1. Parasintético <a-…-ar> ........................................................................................ 4163.2. Parasintético <a-…-ear > ...................................................................................... 4413.3. Parasintético <a-…-ecer> ..................................................................................... 4413.4. Parasintético <de-…-ar> ....................................................................................... 4423.5. Parasintético <des-…-ar> ..................................................................................... 4433.6. Parasintético <en-…-ar> ....................................................................................... 4453.7. Parasintético <en-…-ecer> ................................................................................... 4553.8. Parasintético <en-…-entar> .................................................................................. 4583.9. Parasintético <es-…-ar> ....................................................................................... 4583.10. Parasintético <es-…-ecer> .................................................................................. 4623.11. Parasintético <re-…-ar> ..................................................................................... 4633.12. Parasintético <so-…-ar> ..................................................................................... 464

4. Regresivos 467

4.1. Regresivo <-a> ...................................................................................................... 4674.2. Regresivo <-e> ...................................................................................................... 5094.3. Regresivo <-o> ...................................................................................................... 510

Page 6: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto
Page 7: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

11

INTRODUcIóN1

Chega mais perto e contempla as palavras.Cada uma

tem mil faces secretas sob a face neutrae te pergunta, sem interesse pela resposta,

pobre ou terrível, que lhe deres:Trouxeste a chave?

Carlos Drummond de Andrade

O Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval (en adiante DAVAGAME) constitúe o primeiro repertorio lexical, contextualizado mediante corpus e centrado na sincronía galega medieval, sobre este tipo de morfemas derivativos e os seus correspondentes termos afixados. Non se trata, por tanto, dun dicionario ao uso nin tampouco dun dicionario inverso, pois non listamos os vocábulos segundo a súa terminación, senón que só incluímos as voces afixadas ordenadas alfabeticamente conforme o seu afixo, previamente descrito do punto de vista gramatical e semántico.

O DAGAVAME eríxese como unha nova ferramenta dentro dos estudos lexicográficos da lingüística galego-portuguesa, xa que na actualidade non existe ningún glosario similar centrado nos afixos derivativos, nin para o período actual nin restrinxido a unha sincronía pretérita. No máximo, sufixos e prefixos encóntranse incorporados asistematicamente no lemario dalgúns dicionarios xerais actuais. Nestes dicionarios (DLG, DGII, DRAG-e, DXL, GDCLG, GDXL, GDS21LG) unicamente aparecen reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente.

1 Este traballo inscríbese no proxecto de investigación “Glosario crítico da poesía medieval galego-portuguesa» (FFI2009-08917), subsidiado polo “Ministerio de Ciencia y Tecnología. Dirección General de Investigación. Subdirección General de Proyectos de Investigación”.

Page 8: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

12

Nesta versión do DAVAGAME, que como sinalamos no “Limiar” conforma unha revisión e ampliación dunha parte da nosa tese de doutoramento, tentamos presentar un glosario o máis exhaustivo posíbel –a pesar de poderen persistir lagoas ou erros– dos termos afixados que encontramos nunha selección da produción literaria, historiográfica e notarial do galego medieval. Neste sentido, é a nosa intención ampliarmos nun futuro o corpus a toda a produción galego-portuguesa medieval de ambas as marxes do río Miño, para alén de dispoñer o DAVAGAME nunha edición en liña que permita actualizar progresivamente os datos.

Canto á delimitación dos vocábulos que conforman o DAVAGAME, é preciso indicar que unicamente incorporamos a este catálogo lexical aquelas palabras derivadas por afixación, cuxo proceso de formación tivo lugar no sistema lingüístico galego-portugués. En consecuencia, excluímos as creacións afixadas que se orixinaron na lingua latina, malia non esquecermos obviamente o contínuum lingüístico latino-romance. Porén, foi a nosa intención observar o comportamento dos afixos que o galego-portugués utiliza para formar novas palabras e non as de procedencia latina. Así pois, unha palabra como diferença, que finaliza en -nça, foi excluída do noso estudo por a súa formación sufixal ter acontecido no latín; en troca, a palabra demorança foi integrada no dicionario por se tratar dunha palabra de creación galego-portuguesa medieval a partir do verbo demorar con adición do sufixo -nça.

1. Delimitación e estabelecemento do corpusO corpus en que se basea o DAVAGAME engloba toda a produción lírica galego- -portuguesa e unha selección representativa da prosa literaria, historiográfica e notarial do galego medieval, isto é, de textos prosísticos postrobadorescos elaborados en territorio galego2.

A seguir, relacionamos as oito obras representativas do estadio antigo da nosa lingua coas edicións textuais de que partimos.

1. Arte de Trovar (AT). A edición que seguimos para esta poética, que se encontra nas páxinas iniciais do Cancioneiro da Biblioteca Nacional (B) e que chegou a nós de xeito incompleto, é a transcrición realizada por Tavani (2002), na cal consulta o manuscrito conservado en Lisboa e mais a reprodución fotográfica de 1924, para alén de revisar as lecturas anteriores desta obra fragmentaria.

2. Lírica profana (LP). Para a análise das 1673 cantigas profanas (cantigas d’amigo, cantigas d’amor, cantigas d’escarnho e maldizer e xéneros menores)

2 A este respecto, convén salientar que decidimos non incluír toda esta produción por seren algunhas delas obras fragmentarias ou ben por estaren deficientemente editadas na maior parte.

Page 9: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

13

partimos dos dous volumes coordinados por Mercedes Brea (1996), Lírica profana galego-portuguesa, que hoxe en día funcionan como vulgata. Con todo, non consideramos os fragmentos noutras linguas (latín, castelán, provenzal) nin as laudas marianas nin tampouco as cantigas tardías incrustadas nos apógrafos italianos. Así mesmo, en certas cantigas realizamos un aggiornamento editorial da vulgata coa incorporación dalgunhas novas lecturas das edicións críticas posteriores, para alén dunha aplicación coidadosa das Normas de edición para a poesía trobadoresca galego-portuguesa (Ferreiro / Martínez / Tato 2007).Por outra parte, excluímos os textos da escola lírica galego-castelá (1350-1500) por estaren deturpados a nivel lingüístico.

3. Cantigas de Santa María (CSM). Apoiámonos na última edición crítica en tres volumes de Walter Mettmann (1986-1988-1989)3, en que se relacionan até 429 composicións (427 CSM, precedidas de dúas cantigas iniciais [A (Intitulatio) e B (Prólogo)]); porén, na realidade, trátase de menos poemas ao estaren 9 deles repetidos4, de maneira que a edición final consta de 420 cantigas marianas.

4. Crónica Troiana (CT). Das edicións existentes da Crónica Troiana galega, datada en 1373 e conservada no ms. 10 233 da Biblioteca Nacional de Madrid, a máis sólida é a do profesor Ramón Lorenzo (1985), polo rigor con que cristalizou o traballo e pola emenda dos erros de lectura precedentes, xunto coa achega de novos datos sobre as fontes e a análise lingüística do texto.

5. Livro de Tristan (LT). A edición dos fragmentos do Livro de Tristán galego que manexamos é da responsabilidade de Lorenzo Gradín / Souto Cabo (2001), coordinadores da última lectura do LT, en que se alude nomeadamente á edición pensadiana anterior.

6. Miragres de Santiago (MS). Para o estudo deste manuscrito galego baseámonos na edición que fixa Pensado (1958) ao se tratar da edición publicada máis fiábel.

7. Crónica de Santa Maria de Iria (CSMI). Un dos volumes máis tardíos de todo o noso corpus é este texto historiográfico galego que foi editado por varios autores, sendo a última revisión da responsabilidade de José António Souto Cabo (2001), a cal seguimos. En concreto, asumimos a “Primeira Leitura” do manuscrito que nos ofrece o investigador da USC, xa que se trata dunha edición crítico-interpretativa.

3 Partimos desta edición, e non da de 1972 en catro volumes (con glosario incluído), por ser a última revisada polo autor e na cal se corrixen varias lecturas do manuscrito (p. ex.: adestrado a levaron [na edición de 1972] / adestrado o levaron [na edición de 1986-1988-1989]).

4 O propio editor alemán xa decide non incluír estas cantigas duplicadas e limítase a facer a correspondencia (p. ex.: <373 = 267>). Non obstante, persisten na edición para manter a simbólica numeración.

Page 10: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

14

8. História do Galego-Português (HGP). A prosa notarial ou tabeliónica, que é a única obra que non foi contemplada na tese de doutoramento, está representada polos textos contidos na obra de Clarinda de Azevedo Maia (1996), datados entre os séculos xiii e xv e circunscritos ao territorio galego.

2. Proceso de elaboración do DAGAVAMEApós o estabelecemento do corpus de traballo, constituído por textos en formato papel, procedemos ao tratamento exhaustivo e sistemático dos datos lingüísticos, isto é, exploramos cuantitativa e cualitativamente todos os procesos de derivación afixal existentes nas sete obras medievais. Para realizarmos este traballo seguimos un método indutivo de traballo para a extracción de termos in vivo, ou sexa, a partir de textos reais en soporte papel.

O proceso de elaboración do traballo constou das seguintes fases interrelacionadas:

1. Colecta dos datos verbo pro verbo, en que extraemos os vocábulos, identificamos os morfemas afixais e agrupamos as variantes gráficas.

2. Identificación das voces afixadas galego-portuguesas, en que discriminamos os vocábulos segundo a formación for latina ou romance, tras a consulta cos dicionarios histórico-etimolóxicos. A este respecto, a pesar de que a historia dunha palabra é única, os dicionarios etimolóxicos non sempre fornecen a mesma orixe ou formación etimolóxica, de modo que consideramos prudente recoñecermos que calquera das decisións tomadas ao respecto sobre a determinación dos procesos latino ou romance pode ser sometida a discusión.

3. Análise lingüística das unidades lexicais, en que realizamos a abonación, a clasificación gramatical do derivado e da base, a determinación dos significados e, finalmente, a inclusión no DAGAVAME.

3. Guía de uso do DAVAGAMECanto á organización externa dos artigos lexicográficos do DAGAVAME –isto é, canto á súa macroestrutura–, adoptamos un criterio alfabético reitor tanto na ordenación de todos os prefixos e sufixos como na disposición interna de cada un destes. No caso dos sufixos, cómpre precisar que estes foron colocados conforme a determinación mórfica de cada sufixo, é dicir, desprovisto daqueles elementos –como, por exemplo, da vogal temática– que foren susceptíbeis de alomorfía.

Polo que se refire á microestrutura, no interior de cada artigo lexicográfico ou verbete a información incluída articúlase consoante tres apartados: entrada, aparato de variantes e remisións (á cronoloxía, a outras formacións afixadas e á voz actual).

Page 11: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

15

A) EntradaA entrada, disposta tipograficamente en cor negra grosa para destacar o lemario, está orientada a fornecer de forma resumida as informacións lingüísticas máis importantes. Na súa versión máis extensa, a entrada componse dos seguintes elementos: a) lema principal; b) número total de ocorrencias; c) orixe etimolóxica; d) categoría gramatical; e) definición semántica.

a) O lema, cabeza de verbete ou entrada, é a unidade (neste caso, palabra derivada por afixación) sobre a que versa todo o artigo lexicográfico e vén resaltado tipografi-camente en letra minúscula negra grosa de tipo redondo. Para o estabelecemento do lema optamos por utilizar os criterios morfolóxicos máis habituais nos dicionarios e tamén a escolla do lema medieval máis habitual, por veces apoiado por criterios estatísticos, e regularizado ortograficamente.

Así, os nomes substantivos sen oposición de xénero lematízanse no masculino singular ou no feminino singular coa grafía máis frecuente. Este mesmo lematizado é o que seguen os nomes adxectivos con unha terminación, ao presentaren unha única forma sincrética para masculino e feminino. Canto aos substantivos con oposición xenérica baseada en diferenzas de sexo e aos adxectivos de dúas terminacións, indícase a forma masculina singular seguida da feminina, representada neste caso mediante a terminación final da palabra precedida de trazo curto (-a, -esa). Polo que respecta aos verbos, estes incorpóranse segundo o infinitivo do verbo correspondente, acompañado do pronome persoal átono -se cando constituír un verbo pronominal; nesta categoría gramatical decidimos incluír tamén os participios/adxectivos. Finalmente, no que se refire aos adverbios en -mente, ao seren invariábeis, transcríbense tal e como aparecen. A este respecto, debemos salientar o feito de incluírmos no glosario os adverbios acabados en -mente, feito que non adoita ser habitual nos dicionarios xerais nin nos glosarios específicos, salvo no DXL, no GDXL, no DDGM ou no Glosario de Mettmann (1972).

b) A seguir, cuantificamos o número total de ocorrencias gráficas (tokens) dunha mesma palabra do noso corpus textual. Este número confrontarase, no estudo relativo a cada un dos prefixos e dos sufixos, coa cifra de palabras lingüística ou gramaticalmente diferentes (types). Cómpre indicar que para o cómputo das ocorrencias de cada voz tivemos en conta as reiteracións do refrán no caso das cantigas profanas, pois o feito de compartillaren o mesmo contexto non invalida que se trata dunha parte da materia textual que os seus autores fixeron constar. Isto mesmo pode aplicarse a outros contextos da prosa en que é frecuente a repetición de certas estruturas.

c) En terceiro lugar, especificamos a orixe etimolóxica da palabra derivada. Neste último aspecto cinxímonos a indicar o étimo máis plausíbel a nos basearmos nos dicionarios histórico-etimolóxicos da lingua portuguesa (DENFLP, DELP, DHLP),

Page 12: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

16

da latina (OLD), da francesa (TLFi) e da española (Coromines / Pascual 1991-1997), para alén das etimoloxías referidas por Lorenzo (1977), por Ferreiro (1997)5. Naqueles casos en que existiren diversas propostas de orixe, seleccionamos a opción maioritaria ou a que consideramos máis acertada. No seu defecto, cando non se encontrou en ningunha destas fontes, a nosa actuación foi realizar unha proposta etimolóxica.

d) No apartado dedicado á categoría gramatical, sinalamos en letra itálica mediante o uso das abreviaturas habituais (véxase “Listaxe de abreviaturas”, páx. 22) o tipo de categoría gramatical (substantivo, adxectivo, verbo ou adverbio).

e) Finalmente, na acepcións reúnense os diferentes significados que se encontran no corpus. A acepción é o significado en que se toma unha unidade léxica e que se expresa mediante unha definición (lexicográfica). Na maior parte dos casos optamos por unha definición sinonímica, mais tamén pode ser perifrástica ou explicativa. En calquera caso, tentamos ser fieis ás definicións de glosarios precedentes (como vemos en DDGM 2006, Ferreiro 2014-, Mettmann 1972, Lopes 2011- ou no RILG 2006-); nesta versión do DAVAGAME aínda non desintegramos semanticamente os contextos segundo as acepcións.

B) Aparato de variantes

No parágrafo seguinte colocamos o aparato de variantes gráficas do lema contextualizadas nos diferentes textos do noso corpus. Esta sección articúlase conforme os seguintes parámetros secuenciais: a) variante gráfica1, 2, 3…; b) número total de ocorrencias (por variante), consonte as obras en que se documenta; c) sigla da(s) obra(s) en que se rexistra; d) número parcial de ocorrencias (por obra); e) abonación(s) e localización na obra.

Canto ás diferentes variantes gráficas, estas aparecen separadas en alíneas diferentes e ordenadas alfabeticamente. A decisión de manter esta diverxencia gráfica sen distribución grafemática para un mesmo fonema radica no feito de estas poderen ter unha utilidade para outros estudos tanxenciais e por preferirmos conservar os datos tal e como aparecen reflectidos nas edicións, posto que en moitos casos hai abreviacións mal desenvoltas, palabras mal segmentadas –sobre todo no caso da lírica– etc. que poderían alterar o significado e/ou a veracidade dos datos lingüísticos.

Os seguintes elementos que se citan son o número total de ocorrencias por variante, a sigla da obra, as ocorrencias por obra e, finalmente, a abonación, isto é, a

5 Alén disto, para o significado e rexistro dalgúns medievalismos que non se recollían nestes dicionarios tamén consultamos Cejador y Frauja (1929).

Page 13: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

17

contextualización da voz sufixada nun fragmento de texto e a súa localización na obra (sigla e número da cantiga ou do capítulo, xunto coa páxina e liña que poden aparecer ou non segundo o texto).

C) Remisións

En terceiro e último lugar, incluímos unha alínea con remisións á cronoloxía, a outras formacións afixadas e á voz actual.

No que se refire á datación cronolóxica, indicamos a data da primeira aparición testemuñal no noso corpus textual, chegándomos a adiantar nalgunha ocasión o século proposto no DHLP.

Os seguintes indicadores teñen que ver coas remisións a outras palabras derivadas por afixación, coas cales rivaliza en termos de produtividade quer no galego medieval quer en todo o sistema lingüístico, seguido da referencia á voz galega actual.

Eis o modelo de microestrutura de artigo lexicográfico:

assacar [6] (< a- + sacar) v. ‘imputar calumniosamente, inventar’asacar [1]: CT [1]. et tal cousa lles asacã que nũca foy dita nẽ penssada (CT 51.7).assacar [5]: LP [3]. que mi assaca tal mentira e al, / ai meu amigo, vedes quant’ i á: (LP 63,4). | De fazer mentira sei-m’eu guardar, / mais non de quen me mal quer assacar. (LP 63,4). | Pero d’Ambroa sei eu ca foi lh’i; / mais queres-te-lhi tu mal assacar. (LP 116,15). || CSM [1]. outrosi que me guardes | d’ome torp’ alvardan, / e d’ome que assaca, | que é peor que can, / e dos que lealdade | non preçan quant’ un pan, pero que sempr’ en ela | muito faland’ estan (CSM 401.62-71). || CT [1]. Cõmo fforõ assacados os jogos dos dados et do asederex et das tablas (CT 16.1).: xiii || : sacar/asacar || : asacar

V1

Entrada

rEmisións

sEparador dE obras

númEro dE ocorrEncias por variantE

obra + ocorrEncias por obra

sEparador dE ExEmplos

númEro total dE ocorrEncias

orixE EtimolóxicalEma catEgoría gramatical

acEpcións

aparato dE variantEs

v1= variantE 1v1= variantE 2

V2

cronoloxía rEmisións a outras vocEs mEdiEvais, portuguEsas ou galEgas modErnas

rEmisión á voz actual

Page 14: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

18

4. Bibliografía

4.1. Textos do corpusAT = Tavani, Giuseppe (ed.) (2002) [1999]: Arte de Trovar do Cancioneiro da Biblio-

teca Nacional de Lisboa. Introdução, Edição crítica e Fac-símile (Lisboa: Edições Colibri).

CSM = Mettmann, Walter (ed.) (1986-1988-1989): Cantigas de Santa María. I (Canti-gas 1 a 100). II (Cantigas 101 a 260). III (Cantigas 261 a 427). Edición, introduc-ción y notas de… (Madrid: Clásicos Castalia).

CSMI = Souto Cabo, José António (ed.) (1986) = Vasques, Rui: Crónica de Santa Maria de Íria. Estudo e edizón de José António Souto Cabo (Santiago: Cabido da S. A. M. I. Catedral de Santiago / Ediciós do Castro).

CT = Lorenzo, Ramón (ed.) (1985): Crónica Troiana (A Coruña: Fundación Pedro Ba-rrié de la Maza / RAG).

HGP = Maia, Clarinda de Azevedo (1996): História do Galego-Portugués. Estado lin-güístico da Galiza e do Noroeste de Portugal desde o século XIII ao século XVI (Coimbra: Fundação Calouste Goulbenkian / JNICT).

LP = Brea, Mercedes (coord.) (1996): Lírica profana galego-portuguesa. 2 vols. (San-tiago de Compostela: Xunta de Galicia / Centro Ramón Piñeiro para a Investigación en Humanidades).

MS = Pensado Tomé, José Luís (ed.) (1958): Miragres de Santiago. Versión gallega del códice latino del siglo XII atribuido al papa Calisto I. Anexo LXVIII da Revista de Filología Española (Madrid: CSIC).

LT = Lorenzo Gradín, Pilar / Souto Cabo, José António (coord.) (2001): Livro de Tristan e Livro de Merlin. Estudio, edición, notas e glosario (Santiago de Compostela: Xunta de Galicia / Centro Ramón Piñeiro para a Investigación en Humanidades).

4.2. EstudosÁlvarez, Rosario / Xove, Xosé (2003): Gramática da lingua galega (Vigo: Editorial

Galaxia).

Cejador y Frauja, Julio (1929): Vocabulario medieval castellano (Madrid: Hernando).

Coromines, Joan / Pascual, José Antonio (1991-1997): Diccionario crítico etimológico castellano e hispánico (Madrid: Editorial Gredos).

DDGM = González Seoane, Ernesto Xosé (coord.) / Álvarez de la Granja, María / Boullón Agrelo, Ana Isabel (2006): Dicionario de dicionarios do galego medieval (Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela).

DELP = Machado, José Pedro (19773): Dicionário Etimológico Língua Portuguesa. 5 vols. (Lisboa: Livros Horizonte).

Page 15: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

19

DENFLP = Cunha, Antônio Geraldo da (19862) [1982]: Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira).

DGII = Ledo Cabido, Bieito (2004): Dicionario de galego (Vigo: Ir Indo).

DHLP = Houaiss, Antônio (2001): Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro: Objetiva).

DLG = Alonso Estravís, Isaac (1995): Dicionário da Língua Galega (Santiago de Com-postela: Sotelo Blanco).

DRAG-e = Real Academia Galega (2012-): Dicionario da Real Academia Galega (A Coruña: Real Academia Galega) [Versión electrónica]. Dispoñíbel en http://www.realacademiagalega.org/dicionario#inicio.do.

DXL = Carballeira Anllo, Xosé M.ª (coord.) (2005): Dicionario Xerais da Lingua (Vigo: Xerais).

Ferreiro, Manuel (1997): Gramática histórica da lingua galega. II. Lexicoloxía (Santia-go de Compostela: Edicións Laiovento). [2.ª ed.: 2001].

Ferreiro, Manuel / Martínez Pereiro, Carlos Paulo / Tato Fontaíña, Laura (eds.) (2007): Normas de edición para a poesía trobadoresca galego-portuguesa / Guidelines for the Edition of Medieval Galician-Portuguese Troubadour Poetry (A Coruña: Uni-versidade da Coruña).

Ferreiro, Manuel (dir.) (2014-): Glosario da poesía medieval profana galego-portugue-sa. Universidade da Coruña http://glossa.gal [data da última revisión: 01/2/2014].

Freixeiro Mato, Xosé Ramón (2000): Gramática da lingua galega. II. Morfosintaxe (Vigo: A Nosa Terra).

GDCLG = Pena, Xosé Antonio (dir.) (2004): Gran Dicionario Cumio da Lingua Galega (Vigo: Edicións do Cumio)

GDS21LG = Pena, Xosé Antonio (dir.) (2005): Gran dicionario século 21 da lingua galega (Vigo: Galaxia / Do Cumio).

GDXL = Carballeira Anllo, Xosé M.ª (coord.) (2009): Gran Dicionario Xerais da Lin-gua. Vol. I: A-G. Vol. II: H-Z (Vigo: Xerais).

Lopes, Graça Videira; Ferreira, Manuel Pedro et al. (2011-), Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA. [Consulta em 01/2/2014] Disponível em: <http://cantigas.fcsh.unl.pt>.

Lorenzo, Ramón (1977): La traducción gallega de la Crónica General y de la Crónica de Castilla. II. Glosario (Ourense: Instituto de Estudios Orensanos “Padre Feijoo”).

Mettmann, Walter (ed.) (1972): Cantigas de Santa Maria. Vol. IV: Glossário (Coimbra: Universidade de Coimbra).

OLD = Oxford University Press (1968): Oxford Latin Dictionary (Oxford: Clarendon Press).

Page 16: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

RILG = (2006-): Recursos integrados da lingua galega (RILG) (Vigo / Santiago de Com-postela: SLI / ILG). Dispoñíbel en http://sli.uvigo.es/RILG/.

TLFi = (2005): Trésor de la Langue Française informatisé (Paris: CNRS Éditions). Dis-poñíbel en http://atilf.atilf.fr/ e http://www.cnrtl.fr/etymologie/.

Page 17: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

36

1.4. Prefixo <con-/co->con-/co- (lat. cŭm, com-/con-) pref. 1. Prefixo nocional que xera substantivos desubstantivais. || 2. Significa ‘contigüidade, compañía’.

coirmão -ã [2] (< co- + irmão/ã) s. ‘fillo ou filla do seu tío ou tía’coirmãa [1]: LP [1]. Quand’eu passei per Dormãa / preguntei por mia coirmãa (LP 46,6). coyrmão [1]: CT [1]. que erã anbos primos coyrmãos et caualeyros bõos et ardidos (CT 126.16-17).: xiii || : coirmão, coirmán || : curmán -á

comarca [1] (< con- + marca) s. f. ‘rexión, territorio’comarca [1]: CSM [1]. Ca un sant’ om’ y está / que end’ é Patriarcha / daquela terra e á / en pode-la comarca, / e conssello te dará / bõo, se Deus [me] parca (CSM 115.163-168).: xiii || : comarca

1.5. Prefixo <de->de- (lat. dē) pref. 1. Sufixo nocional que constrúe substantivos desubstantivais. || 2. Participa na formación parasintética <de-…-ar>. || 3. Denota ‘intensidade’ (demudar, detardar), ‘separación’ (departir, derraigar) e ‘negación ou oposición’ (decinger, desoterrar). || 4. Compite co prefixo des- para o valor de ‘negación ou oposición’.

decaer [3] (< de- + caer) v. ‘caer; perder a acción xudicial’decaer [3]: LP [2]. que, se lh’ outren non acorr’ i, / o mestre dequeerá (LP 30,15). | Mais, se decae, quen sera / que ja dereito nen razon (LP 30,15). || Ca os mestre entende ja, / se decaer, que lh’ é cajon (LP 30,15).: xiii || : decair || : decaer

decinger [1] (< de- + cinger) v. ‘descinxir, soltar ou afrouxar algo que está cinguido’decinger [1]: CSM [1]. decingeu log’ a cinta (LP 178.37).: xiii || : descinxir || : descinguir

defalecer [7] (< de- + falecer) ‘perder as forzas; desmaiar’defalecer [6]: HGP [6]. en guiſa que (n)õ |11 defaleſcã cõ mĩgua de lauor (HGP 8.10-11). | a tapedeſ en guyſa que nõ defaleſca per mgua de tapa|5dura (HGP 63.4-5). | en guyſa que nõ |10 defaleſçã per mgua de bõo paramẽto (HGP 63.4-5). | que nõ defaleſ|15ca per lauor (HGP 94.14-15). | en guiſa que nõ defaleſca per lauor (HGP 117.17). | en guiſa que nõ defaleſca per |22 lauor (HGP 117.21-22). deffalecer [1]: HGP [1]. en guiſa que nõ deffaleſcã per mgua de lauor (HGP 107.11). |: xiii (1271) || : desfalecer/desfaleçer || : desfalecer

Page 18: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

37

deleixar [1] (< de- + leixar) v. ‘desleixar, deixar, desamparar’deleyxar [1]: CT [1]. et a quen eles leyxã ese he deleyxado (CT 399.67-68).: xiv || : desleixar

demudar [1] (< de- + mudar) v. ‘transformarse ou modificarse, mudar’demudar [1]: CT [1]. que os moyto nõ dultasse et que o coraçõ nõ ouuesse demudado (CT 115.10).: xiv || : mudar || : demudar

departir [45] (< de- + partir) v. ‘distinguir, xulgar; falar, conversar, narrar; separar, dividir’departir [45]: LP [15]. E ja sobr’ esto con muitos departi (LP 56,10). | -Joan Baveca, des quand’ eu naci, / esto vi sempr’ e oí departir (LP 64,22). | E non depart’ en ren de que se vença, / pero lh’ outr[o] aguisado falar (LP 71,6). | sen leterad’ ou trobador seer, / non pod’ omen departir este “grave” (LP 79,34). | Mais eu sei ben trobar e ben leer / e quer’ assi departir este “grave” (LP 79,34). | E pois vos assi departi este “grave”, / tenho-m’ end’ ora por mais trobador (LP 79,34). | Lourenç’ Eanes, terras hu (eu) andey / [eu], non vi vilan tan mal departir (LP 88,14). | porque xa non souberon seguir, / nunca quedaron pois en departir / Joan Baveca e Pero d’Ambrõa (LP 116,11). | Joan Baveca e Pero d’ Ambrõa / ar departiron logo no Gran Can (LP 116,11). | e hun ei quando quero mover, / mais este non sei eu ben departir” (LP 116,14). | tornar-me poss’ e departir, / com’ el depart’, en como Deus / prês mort’ en poder dos judeus (LP 116,31). | E tod’ ome que mi oir, / senpre verá que departir (LP 120,42). | e aqueste mal que te tanto dura / ora t’o quero eumui ben departir (LP 126,14). | Non fostes conhocedor, / quando as non departistes (LP 135,3). | Mais, por vus eu non mentir, / non as pudi departir (LP 135,3). || CSM [8]. Mas un frade mẽor os fez vĩir / e fez-lles sermón, en que departir / foi como Deus quis por nos remiir / nacer, como dit’ avia (CSM 143.19-22). | E disse: “Pagão, sse queres guarir, / do demo de chão / t’ ás a departir / e do falsso, vão, / mui louco, vilão / Mafomete cão, / que non te valer / pode, e crischão / te faz irmão / nosso, e loução / sei em sem temer (CSM 192.98-109). | E macar esto dizian, | as missas yan oyr / e as oras enas festas, | segund’ oý departir, / e demais ar comungavan | por sse mellor encobrir; / e o que assi fazi[a]n, | tĩiano por sisudo (CSM 208.15-18). | departir (CSM 249.16-19). | e outrossi nas sas festas | ar fazia-lle mudar / senpr’ outros panos mais ricos | póla festa mais onrrar, / e ben assi as fazia | põer sobelo altar; / demais trobava per ela, | segund’ oý departir (CSM 295.17-20). | E pois ei começado, | Sennor, de te pedir / merçees que me gães, | se o Deus por bem vir, / roga-lle que me guarde | de que non quer graçir / algo que ll’ ome faça | neno ar quer servir, / outrossi de quen busca | razon pêra falir, / non avendo vergonna | d’errar nen de mentir, / e [de] quen dá juyzio | seno ben departir / nen doutro gran consello | sem ant’ i comedir, / e d’ome mui falido | que outro quer cousir, / e d’ome que mal joga | e quer muito riir (CSM 401.52-61). | Sennor Santa Maria, | pois que começad’ ey / de pedir-che merçee, | non me departirey; / poren te rog’ e peço, | pois que teu Fillo Rey / me fez, que del me gães siso, que mester ey, / com que me guardar possa | do que me non guardey, / per que d’oj’ adeante | non erre com’ errey / nen meu aver enpregue | tan mal com’ enpreguey / em algũus logares, | segundo que eu sey, / perdend’ el e meu tenpo | e aos que o dey; / mas des oi mais me guarda, | e guardado serey (CSM 401.82-91). | Santa Egreja ordin[n]ou / çinque festas, porque achou / çinque

Page 19: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Xoán López Viñas

38

letras no nome sou, / como vos quero depa[r]tir (CSM 410.14-17). || CT [10]. Éytor departeu a terçeyra aaz (CT 121.52). | dez mill caualeyros que os departirã moy mal (CT 127.156.157). | et ferírõnos de tal gisa que tódoslos departirõ (CT 131.44-5). | de tal gisa que o nõ podo home osmar cõmo forã departidas (CT 131.46-47). | que os entonçe departirõ (CT 132.44-45). | nõ ouueron mays uagar de departir (CT 204.131-132). | Tã brauament que departía tódaslas pressas (CT 305.30). | Et senpre en este pleito departíã (CT 352.22-23). | forõ todo speriçudos et departir (CT 462.36). | que ela lle fezo jogos departidos (CT 487.41). || MS [2]. departida das outras estrelas (MS 216). | “Et en aquel tenpo tragerã ao Señor Deus das ostes et poboo departido (MS 218). || HGP [10]. duas partes do quarto da pu|31marega donega que departe toda a pumarega (HGP 34.32). | a qual ſe departe do caſal de Sante que he do moeſteyro (HGP 34.34). | eſta herdade commo he departida dou a uos a meatade (HGP 34.39). | commo |6 ſe departe da herdade do Outeiro (HGP 43.5-6). | commo ſe departe de hũa parte da da herdade do dito moeſteiro (HGP 43.13). | enna frijgliſia de Santo Eſteuõo de Valcarria que departe da vjña de Juã Çerna (HGP 44.41). | commo departe da vjña de |44 Juã Perez (HGP 44.43-44). | a qual herdade fora ia diuizada |28 departida per homeeſ booſ (HGP 103.20). | como departe pelo eſtremadoyro (HGP 108.9). | como departe pela de Pedro Calcado (HGP 108.11).: xiii || : partir || : departir

dependorar [5] (< de- + pendorar) v. ‘colgar’dependorar [1]: CSM [1]. Enas unllas atan ben / o teve, macar gross’ era, / que sol non caeu per ren; / e assi chamand’ estava | a Sennor que nos manten, / dependorado das unllas | e colgado por caer (CSM 242.26-29). dependurar [1]: CT [1]. en tal gisa de Vlixas foy dependurado da sela por caer quanto podería tirar hũ arquo (CT 134.26).depondorar [2]: MS [2]. Et ena çinta que el tragia a rredor avia oyto palmos sen aquela que se depondoraua de la fiuela a fondo (MS 133). | et poseas y hu ainda seẽ ante o seu altar depondoradas en testemoyo d’este miragre (MS 194).depundurar [1]: MS [1]. Ante o altar estã depunduradas tres laãpaas grãdes a onrra de lhesucristo et de Santiago (MS 167).: xiii || : dependorar-pendorar / dependurar-pendurar || : dependurar

derraigar [1] (< de- + raigar) v. ‘arrancar pola raíz’derraygar [1]: CSM [1]. Os maos feitos, dar-t-ia | porende maa norte, / e levaría o demo | ta alma en sorte; / mais contra todas tas coitas | darei gran conorte; / poren maa voontade | de ti derrayga (CSM 399.42-45).: xiii || : desarraigar

desoterrar [1] (< de- + soterrar) v. ‘desenterrar; levantar da terra’desoterrar [1]: CSM [1]. En desoterra-lo / e dali leva-lo / e despois deita-lo / como merecia; / ca maravillosa / vertude fez en mostra-lo / a mui vertuosa (CSM 195.191-197).: xiii || : des- + soterrar?; soterrar, enterrar || : desoterrar

detardar [3] (< de- + tardar) v. ‘atrasar’detardar [3]: CSM [1]. Como dizen que andou / pera o mundo salvar; / mas se de quant’ el mostrou / foss’ a mi que quer mostrar, / faria-me logo sou / crischão, sen detardar, /

Page 20: Xoán López Viñas Dicionario de afixos e voces afixadas do ... · reunidos os prefixos, salvo no DXL e no GDXL que recollen o sufixo -mente. 1 Este traballo inscríbese no proxecto

Dicionario de afixos e voces afixadas do galego medieval

39

e crismar / con estes mouros barvudos (CSM 46.52-59). || CT [1]. nõ queyrades mays detardar aquesto que uos digo (CT 138.12). | se lle hũ pouco mays detardada o acorro (CT 141.62). || CSMI [1]. Os quaes canonigos, indo perllo camiño, adoesceu Ungo de grande enfermidade, et Vicente se finou enno camiño porlo qual se detardaron as leteras (CSMI VI.6.2.10-12).: xiii || : tardar || : detardar

1.6. Prefixo <des->des- (lat. dē+ĕx) pref. 1. Prefixo nocional que se xunta a toda clase de bases (substantivos, adxectivos e verbos). || 2. Aparece na formación parasintética <des-…-ar>. || 3. Indica a noción de ‘acción contraria, negación, oposición ou privación’. || 4. Rivaliza co prefixo de- para o valor de ‘negación ou oposición’.

desaconselhar [8] (< des- + aconselhar) v. ‘non ter remedio ou auxilio’desaconselhar [4]: LP [4]. e, meus amigos, por Deus, que farei / eu, sen conselho, desaconselhado? (LP 116,20). | que m’ aconselh’! E desaconselhado / fiqu’ eu sen vós, e non ar fica migo (LP 120,1). | e vos das outras donas mais valer, / pois eu, cativo, desaconselhado (LP 125,52). | que farei eu, desaconselhado? (LP 151,21).desaconsellar [3]: CSM [1]. E ar quero-vos demostrar / gran lediç’ aficada / que ouv’ ela, u vyu alçar / a nuv’ enlumẽada / seu Fill’; e poys alçada / ontr’ a gent’ assũada, / muy desaconsellada, / dizend’: Assi verrá juygar, est’ é cousa provada (CSM 1.53-62). || CT [2]. ca se tinã por desaconsellados et por desbaratados et confundudos (CT 346.4-5). | et outras muytas uezes estauades desaconsellados et encolleytos (CT 442.8).desaconssellar [1]: CSM [1]. Hũas a mesquỹos, enfermos, coitados, / e outras a pobres muit’ envergonnados, /e aconssellava desaconssellados; / assi do seu todos avian quynnões (CSM 145.15-18).: xiii || : desconselhar || : desaconsellar

desacordar [7] (< des- + acordar) v. ‘perder o acordo, esquecer’desacordar [5]: LP [5]. Achei-o eu jazer desacordado, / que non cuidei que podesse guarir (LP 43,6). | Achei-o eu mal doente, u jazia / desacordado todo con o mal (LP 43,6). | E, mentr’ eu d’ ela fui namorado, / nunca me viron desacordado, / mais ora ja non á i recado, (LP 143,7). | Quant’ eu pugi no coraçon / mi fez ela desacordar (LP 147,19). | se lh’ o corpo non aventuran i, / non guarra ja, ca jaz desacordado (LP 154,13). || CT [2]. nẽ en quen mais poucos desacordem (CT 287.23). | que o meollo se lle uoleou et esteuo desacordado hũa peça (CT 380.8-9).: xiii || : desacordar

desafazer [1] (< des- + afazer) v. ‘desacostumar, facer perder o costume’desafazer [1]: CSM [1]. E foi-sse logo a Salas, | que sol non tardou niente, / e levou sigo a livra | da cera de bõa mente; / e ya muy ledo, como | quen sse sen