REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è...

8
' ---"¦•" '"•-»- '^ -;-¦"¦'-w ";.^; ANNO XV RIO DE JANEIRO, 27,.DE JULHO DE 1912 NUM. 1461 O RIO NU Periódico humorístico Illustrado bl-semanal :.•- REDACÇiO E ESCRIFTORIO RUA DO HOSPIQO N. 218 TEUEPHONE 3.S 16 Í^Í^ (~B J%/% ¥¥ XaroPe contra a coqueluche e bronchites. Cura qualquer tosse cm 24 horas. *-^--r*--•'*---'-*- T __.._-..-_—*•vidro2$000 .o. L_ ! !-• II ' -. -iQuenturas.. Nesta loiktie elegante, As minhas fôrmas desenho E mostro o maior empenho Em provar que sou chibante. Roupas assim tão ligeiras lem uma grande vantagem : Despertam logo a... coragem Dos homens para as asneiras. iVem na estação invernos. Eu deixo de andai, assim, Pois meu calor não tem fin Sou deveras mui fogosa. . . Quem me nesta loilatc Exclama : « Mas que peixão ! » E vem ver, não sem raião, O que este corpo prometi-, ¦ Quem quizer o meu calor Sem demora e.-pViuientar, Não receie se queimar, Pois ten lio iim ventilador. 111 Elixir de Nogueira Do pliarmaceutico e cbimico JOÃO DA SIM SILVE.,.- ( PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL ) G,-,,„d. d.pura.iiro do ---¦_,.. Unio- ,., cur. . ''«yphill," VENDE-SE EM TODAS AS PHASMACIÀS 1! DROGARIAS -*¦ •»__¦ 1 m SBÈ qSffll f; ' .«» V."'-' .... *-

Transcript of REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è...

Page 1: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

' ---"¦• " '"•-»- '^ -;-¦"¦'-w ";.^;

ANNO XV RIO DE JANEIRO, 27,.DE JULHO DE 1912 NUM. 1461

O RIO NU Periódico humorísticoIllustrado bl-semanal

:.•- REDACÇiO E ESCRIFTORIO

RUA DO HOSPIQO N. 218TEUEPHONE 3.S 16

Í^Í^ (~B J%/% ¥¥ XaroPe contra a coqueluche e bronchites. Cura qualquer tosse cm 24 horas.

*-^--r*--•'*---'-*- T __.._-..-_—*• vidro 2$000

.o ._

! !-•II ' -.

-i

Quenturas..

Nesta loiktie elegante,As minhas fôrmas desenhoE mostro o maior empenhoEm provar que sou chibante.

Roupas assim tão ligeiraslem uma grande vantagem :Despertam logo a... coragemDos homens para as asneiras.

iVem na estação invernos.Eu deixo de andai, assim,Pois meu calor não tem finSou deveras mui fogosa. . .

Quem me vê nesta loilatcExclama : « Mas que peixão ! »E vem ver, não sem raião,O que este corpo prometi-, • ¦

Quem quizer o meu calorSem demora e.-pViuientar,Não receie se queimar,Pois ten lio iim ventilador.

111

Elixir de Nogueira Do pliarmaceutico e cbimico JOÃO DA SIM SILVE.,.-( PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL )G,-,,„d. d.pura.iiro do ---¦_,.. Unio- ,.,cur. . ''«yphill,"

VENDE-SE EM TODAS AS PHASMACIÀS 1! DROGARIAS

-*¦•»__¦1m

SBÈ

qSffll

f;¦

' .«»

V."'-'.... *-

Page 2: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

O RIO NU - 27 DE JULHO DE 1012

— EXPEDIENTE —

ASSIGNATÜRAS

Anno 12S000 Semestre , 78000Exterior, .anno >»' 20S000

Numero avulso 100 réis

Nos Estados e no interior, 200 réis

Os Agentes do Correio ou qualquer pessoa quenos enviar 3 assignaturas com pagamento adeantado,

podem descontar 1 ií "_> de cominissAo.

Toda a correspondência, seja de que espécie fôr,deve.ser dirigida ao gerente desta folha.

ANTOLHOS

^exta-feira, 26 de Julho de 1912. Santos do dia :^ S. Redondo, Santa Cavaca, S. Olho de Boi, S. Fo-gosa, S. Valente, etc., etc.

Redondo foi um dos discípulos de S. Zé Careca eo primeiro habitante de Hospedaria, cidade muito im-portante da Capital de Ruas.

< O imperador Coisa Grande mandou submettel-o atorturas horríveis no anno de 6cj, para que elle rene-gasse o seu amor por Zé Careca, mas Redondo tudoagüentou e morreu pronunciando o nome daquellesanto.

Seu exemplo fez com que muitos meninos bonitosamassem ainda mais S. Zé Careca.

A' Larga, deusa dos Gostos Fracos, é consagrada asexta-feira. São attributos favoráveis a quem nascernesse dia da semana : o ferro, mercúrio, todas as pedrasrubras ou de ponta rubra, touro, bode, gamo, cobras detodos os tamanhos, vaselina, cuspo, etc.

Terão inclinação para a carreira das armas, na qualhão de sempre levantar questões por quererem a toda ahora limpar a espada dos superiores ; serão um tantobrutos nos prazeres ; metter-se-ào em aventuras escan-dalosas os que nascerem hoje.

O nosso leitor que desejar conhecer o seu gostoespecial em amor, as suas inclinações na mesma matériae mais coisas por meios muito fáceis e permittidos, pôdedirigir-se á casa de Mme. Thia .Anna, á rua TobiasBarreto, n. óóy.

As sessões da celebre Feiticeira, polaca, com quasi: meio' século de pratica, no Brazil e em outros paizes,são pagas a 30.$ e mais, conforme as consultas.

Para servir, porém, aos leitores dos «Antolhos»,Mme. Thia Anna cobrará apenas dez mil réis ( toSooo )por consulta, ás pessoas que se apresentarem em seuchateou, ( de preferencia, á noite ) levando um exemplardo O Rio Nu, dos que estiverem á venda na occasião. *

QUAL A MELHOR

MULHER DO "PAVILHÃO"?

Continua aberto este concurso até sexta-feira 2 deAgosto.

As condições são as seguintes :

Podem ser votadas todas as mulheres que fazemparte da Companhia do "Pavilhão Internacional". Cadacoupon representa um voto. O mesmo votante pôde en-viar quantos coupons (votos) quizer para a mesma can-didata. Os votos não precisam vir assignados. Os couponsdevem vir dentro de um enveloppe ou sobre-carta,-como endereço

L. GanteConcurso de Mulheres

"O Rio Nn"

A' mulher vencedora daremos como prêmio umlindíssimo

"romance, interessante como todos os livros

da bibliotheca d'0 Rio Nu.Na primeira pagina desse livro faremos imprimir, a

caracteres bem grossos, o nome da vencedora, bemcomo a respectiva dedicatória.

Publicaremos lambem uma noticia histórica da mu-lher vencedora.

Até terça-feira ultima, ás quatro horas da tarde,apuramos o seguinte resultado:

Dolores Faceira 31Assumpção Çome-Meleca 29 •Maria das Neves 22Judith Invertida._,. 22Amélia Silva 19Alice Gomes 19Maria Graça 16Sylvana Gomes 1 éBranca Boca Grande ' 12Celeste da Trama 10Cândida Leal ., 9Aurelia Mendes 8Herminia Adelaide 6Ermelinda Costa 5Virginia Aço >Elvira de Jesus i_-3Cordalia Reis 3

Paca, a talentosa, a linda filha do illustre adoutoradoSr. Jayme e de sua Exma. amante a Sra, D. OdetteBemgallinha, de cuja espelunca regularmente feliz é omais" doce dos encantos e a mais risonha das esperanças,viu hontem a noite apparecer sob o esfusíar dos carinhosdos freguezes de sua mãe,

Ha dias recebemos um embrulho de calcinhas desenhora, que nos foi enviado de uma casa de. .. modasda rua do Rezende.

Segundo nos constou depois, esse embrulho per-tencia a unia senhora da alta roda, que ali o deixou pornào poder leval-o para casa.

L. Gante.

Dr. Nicolau Ciancio — Especialista emmoléstias de senhoras e vias- urinarias. Praça Tiradentesn. 7, das 2 às 5.

NOTAS..

VadiagensI 'V^ra; crestou, rapaziada boa !\5__V._.,, <J-etiamparreão filho das unhas que tomeinaquÉlie diiVe.m que me lembrei de eahir no mundo eeni,.que

'ÜéitèTlpela primeira vez falação a vocês todos

fe.-.iYe HHHbre os colchões da minha cama de feiroer.l*irbÍMi_^ffiBi adormeci, só acordando hontem ás treshoii-ÍÍ^«^»Í»™«*gada ! E isso porque a Genoveva, saudosade umas festinhas daquellas que os maridos costumamfazer ás mulheres, se lembrou em boa hora de me fazerumas çoceguinhas na barriga e nos co.. .llarínhos !

Acordei extremunhado, esfreguei as palpebras decima dos meus olhos, es preguicei-me, dei quatro bocejosem regra e ãtíréi-me nos braços da mulata, pespegan-do-lhe amorosamente duas estaladas beijocas no... sim,senhor,' meu povo !

Depois, enfiei as ceroulas, bebi quatro litros deágua para tirar o gosto de cabo de chapéo de"sol queeu sentia no céo da boca e sahí para a rua a saber dasnovisqueiras.

Um filho da mãe, negro bom na hora e cabrasarado como eu, não teme nunca os perigos deste mundoarreliado c por isso foi que, ao ser abordado, ao sahirdo chaieau, por um guarda civil arrebitado, dei uma vira-volta nos calcantes e fiz-lhe presente de um gostosopontapé na caixa do mastigante.

O policia gemeu, levou as mãos ao logar aflectado,contorceu-se, deu um berro e logo, mettendo obrrer.'..na bocaça, apitou até o diabo dizer chega.

Appareceram logo 400 milheiros de guardas civisque me queriam prender, mas eu — oh ! pois não viste 1— fingt-me de maluco, dei uns corcovos feito burro decarroça que não pôde com a carregação da dita e fiztodos deb.indar, medrosos, como coisa que pareciamantes cagas-cebo do brejo do que guardas civis da nossaguarda civilisada.

Quando vi que todos já tinham dado ás de villaDiogo, olhei para mim e só então reparei que estavade ceroulas e com as ditas abertas no logar.,. no logaronde se abrem as ceroulas.

Quiz ir í casa, mas o relógio de uma quitanda queeu tinha em frente marcava já 17 horas e eu resolvi efui assim mesmo felicitar o meu aruigalháo turuna IrineuFoice por ,cr escapado tão heroicamente da fita demandado de assassinato que o Nocturno de Noticiasarranjou e que já quasi me deixou o rolo das tripasescangalhado de tanto que eu tenho rido com o caso.

ZÉ Vadio.

. .. verdadeiras e falsas,recolhidas e em circtilctçàt

No Grêmio Republicano Portuguez :A Gazeta de Noticias prestou um grande serviço

á causa da Republica em Portugal adherindo aos pai-vantes.

Como assim ?Logo que ella adheriu, o Couceiro desilludiu-se

e quebrou a espada,..

Num theatro cm que as actrizes c as coristas são oúnico elemento de suecesso:

O empresário chega durante o ensaio, de sobrece-niio carregado, convoca o pessoal feminino e diz:

A receita dos espectãcúlos está baixando sensi-velmente!

Que é preciso fazer? — indagam todas a'umtempo.

Levantar mais as pernas...

Enire o Domingos Ribeiro e o Lima Barreto :Por que será que todos os jornaes se oecuparam

tão largamente das Cooperativas Agrícolas Mineiras ?"Porque cilas começaram cooperando para o

augmento da receita desses jornaes. *

Mme. X.,,, que no mez anterior conseguiu pagaro aluguel da casa com a moeda que só tem curso noreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1° domez seguinte, de que um cavalheiro de aspecto distinetopergunta pela dona da casa.

Mande-o entrar para aqui mesmo—diz Mme. X,que se achava no seu quarto numa toilette quasi igual áda mãe Eva.

Ao ver entrar o cavalheiro', exclama :Ah !... Que deseja o senhor ?Visitar o domicilio, Sou o delegado de hygiene.

—-' Desculpe recebei-o nestes trajes... Suppuz queera o senhorio...

Uma demi-mondaiue nacional, lendo um artigo so-bre proteccionismo:

« O proteccionismo consiste em gravar com umataxa elevada os produetos estrangeiros que querem en-irar no nosso mercado,..»

Ora, a grande novidade! Eu não tenho feitooutra coisa com os estrangeiros que me visitam ! Logo...sou profeccionista!

Um autor dramático, que lia á janella a sua ultimaproducção, deixa-a eahir á rua. Desorientado, põe asmãos na cabeça e exclama :

Que desastre I A minha peça cahiu \...

Um preto, freqüentador do High-Life Club, inter-roga uma franceza que está fumando um cigarro :

Ma d em oi sei le, por que motivo fuma cigarro ?Porque não gosto de charuto,..

Em casa de uma cavadora da vida:A patroa — Quem bateu palmas?A criada — Eram dois moços, que se haviam en-

ganado de porta ; procuravam a vizinha.A patroa — Oh ! estúpida 1 Por que não fizeste

entrar ao menos um ?,..NoTA-ftio.

LICOR TIBAINAO melhor purificador do sangue

GRANADO & C.« — Rua i° de Março; 14

BERLINDAIV

Água Japonesa — Não ha outra que tornea pelle mais macia. Dá ao cabello a cor que se deseja.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpa a caspa.— Ruado'. Andradas 95.

Jo&o Fernandes

Com seus grandes «olhôes» de sapo-intanha,Que o empenho de bem ver mais esbogalha,Um quê de espanto, sem querer, espalhaPor onde passa, essa figura estranha.

Quando as ventas co'os dedos esgadanhaE tira gordas «brôas» da «fornalha»,Faz lembrar um forneiro que trabalhaE pães de um vasto forno desentranha.

Tem pés «quarenta c seis» — biqueira larga,E os mais duros tijucos esbarrancaComo si fora um caminhão de carga.

Em pés ninguém excede esse patudo,Que esmaga os pés que pisa ou lhes arrancaUnhas e callos com raiz e tudo.

Tucano & Cia.

Page 3: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

O RIO NU —.27 DE JULHO DE 1912 3,

Amores de um Frade2* EDIÇÃO

Dessa eH!|rttvadÍ**«li_a novella. cuja tiragemdc 5.00» exemplares llcou desde lo.jo cs.,otada.está prompla uma *• edicilo com «rovurasmais apropriadas ao assumpto.

AMORES DE UM FRADE

que é » ta. I da 1'OH.IXÇÍO AMOROSA, sae nesta*• edivrto multo melhorado na parle material eé vendido pelo mesmo prevo

SOO RÉIS,em nosso escriptoriô a rua do Hospício nu-mero íí 18.

Recebem-se pedidos de iora que. acompa-nhados du respectiva importância, devem serendereçados a A. ____O60

GambiarrasO

camarim da Cordalia Mignonue, no Pavilhão, foibaptisado com o nome dc «Camarim dos Amores».

E' bem achado o nome, porque, segundo nos in-forma o Carlos Leal, que nos deu a noticia, dentrodaquelle camarim, todas as noites, não têm conta osbeijos, abraços e mais coisinhas que ali se fazem.

Ganhou um par de brincos com brilhantes aThereza Gomes, do Recreio.

Quem terá sido o esfolado? São tantos os que lhefazem mimos, que nós nem siquer ao de leve podemosfazer uma supposição.

A Assumpção Come-Meleca, desde que o...(ainda desta vez deixamos de o nomeiar) voltou adar-lhe attençao, entezou-se e não ha mais quem possacom ella !

Por esse caminho, estamos vendo que, dentro empouco, é ella quem vem a ser senhora absoluta da caixado Pavilhão, o que, aliás, não nos admira, pois sabemosque a anarchia entre os." artistas daquelle barracão écompleta.

Está fazendo uma interessante collecção de can-caturas, no seu camarim, o Ghira Guilhermina Rocha.Tres já elle lá tem : a primeira é delle próprio, e temao lado a inscripção — «Sou eu I»; a segunda é daMaria Amor Sem Olhos e diz — «E' ella I»; a terceiraé da Virginiá Aço com o nome — «Mmé. Película».

De quem virá a ser a quarta PPara fazer umas doresinhas de... cabeça ao

Júlio, a Maria Venancio, do Recreio, começou a fingirque requestava o Arnaldo 1

Ah I que si a B,.. vem a saber da maroteira, hade haver banze de cuia pela certa I

Agora que se apresentou ao publico, o actorLagos Cupidinho dè Sebo, -nome que lhe arranjou onosso amigo Celestino, entrou a fazer uso do Elixir deNogueira, o magnífico regenerador dò sangue, do phar-maceutico-chimico Silveira.

A arrebitada Emilia Anjos anda toda inchadapor .ter conseguido agradar um musico da orehestra doPavilhão.

Este, por sua vez, julga cjue possue uma rica prendae pura que ella lhe não luja faz-lhe todas as noitespresente de um cartuchinho de balas.

Realmente...Diz o Álvaro de Almeida que ha de este anno

agarrar outra vez a Julia Graça e fazer-lhe a barba áforça.

Oh I menino, vê lá si a fazes também tomar umbanho ! E' só mais um bocadinho de trabalho !...

Vieram-nos contar que o Alberto Ferreira brigoucom a corista Nina, por causa de certo? trinta mil réis...

Mas e melhor não dizermos nada, sinão o meninoé capaz de nos apparecer cá em casa a lembrar-nos quejá nos pediu «habeas-corpus».

Ainda não apanhou nenhuma índigestão, nem acelebre boneca, a Clarisse Paredes.

Entretanto, a comilança continua. São tres bifes eum pão inteiro de 400 réis todos os dias, antes decomeçar o ensaio.

Irra I Aquillo não é estômago, é uma despensa l._..Não haverá por este Rio de Janeiro quem queira

dar uma joiazinha qualquer á Judith Invertida, doPavilhão?

^.Aquelle diabo consome o maestro com os seuspedidos consecutivos de brincos e anéis e elle nemsiquer dá por isso I. ,.

A festa do anniversario nataücio do HenriqueAlves, no passado dia 20, deu que fazer á Medina.

A gorducha bebeu tanto que teve de mandarcomprar 2 frascos da A Saúde da Mulher, o eficazregulador do utero, para ver si consegue pòr-sc outravez direita.'1

Ha de conseguir porque com A Saudé do Mulheré tiro e queda!

Mas que valente teorga apanhou o Ghira Guí-lhermina Rocha na noite de 20 do corrente I.."."

O interessante é que não se sabe. qual a feiosa quemotivou essa bebedeira !

Uns dizem que a Maria Amor Sem Olhos, outrosque a Amélia Silva e ainda outros que a Cordalia ReisMignonne.

E1 tão sympathico o Gabriel Prata!Pelo menos foi o que ouvimos dizer áMarja Amor,

a funecionaria que não perde um único espectaculo daCompanhia Taveira e que fica toda cheia de derreti-mentos quando o Gabriel, entra cm scena.

O Carlos Leal anda muito contrariado.Diz que lhe assassinam ú peça e que tomara ver

chegado o dia 22 dc Setembro para seguir, para Lisboa.Tem razão o Carlos. No Pavilhão ninguém se

comprehende... São tantos a dar leis I...Em conseqüência do champorreão que tomou

na noite de 20, o Ghira Guilhermina Rocha declarou-se

sócio eflectivo do «Club Nacional de Fiteiros», comsede no Pavilhão Internacional.

Os nossos parabéns !JoAo Ratão.

Au Bijou de Ia Mode-^do™pÒratacado e a varejo. Calçado nacional e estrangeiro parahomens, senhoras e crianças. Preços baratissimos, ruada Carioca n. 8o. Telephone 1.660.

Literatura KronicaA Bkrtha so meio — Edição parti-

cular — Beco do Fedelho.

A Berlim no meio é ura romance literário, de autorou autora anonvma. Provavelmente quem o escreveu épor demais modesto, razão essa por que náo quiz di-vulgar o seu nome, dando apenas o da Bertha á suaobradura.

Não gostamos absolutamente de julgar trabalhos deautores anònymos ; este, porém, teve a felicidade de noscahir em sympathia c por isso é que nos atrevemos aligar-lhe importância, julgando-o.

O brilho dado pelo autor ás paginas da Berlim é dcmolde a offuscar todos os trabalhos literários dos nossostempos ; alguns trechos são, por assim dizer, sublimes :

«Era noite. O campo da batalha fervia em sanguede soldado. Ouviam-se de quando em quando tiros decanhão, medonhos. O vento soprava. A chuva cahia.A trovpada ribombava. Os gritos lancinantes partiam detodas as bocas. As arvores estalavam. As luzes estavamapagadas. As corujas piavam. Os mortos estavam quietos.Os sapos coachavam. E no meio de todo esse furorBertha empunhava a bandeira de guerra e animava ossoldados, gritando : «A's armas !»

Pelo visto, conhece-se que a acção do romance é

passada num campo de batalha, que tem vento, tro-voada, arvores, luzes, corujas, sapos, soldados, mortos,etc. Até parece uma coisa fantástica 1.

Continuando a leitura, encontram-se muitos outros

pedacinhos bons, que deixam o leitor extasiado, a pontode fazer com que queira reler o livro vinte ou trintavezes seguidas.

Quer o autor dar a entender que a Bertha, umarapariga de descendência muito illustre, por causa deum namorado que teve a infelicidade de sahir sorteadopara soldado, em tempo de guerra, acompanha-o deno-dadamente ao campo da batalha^ «---- '¦">>"*.-." •-batalha como um verdadeiro herófginada pelo commandante de uné maravilhosa e a idéa é supimpa!

Só sentimos não podermojautor para exprimirmos aquiuma outra fôrma mais calorosa.,

¦se vivandeira e

>__._

CaiporismoE' cavaco do otlicio

De quem anda a cavar piteos na ruaCahir de quando em vez num precipício;O Penna cahiu num —a culpa é sua.

O Penna era boçal fcE foi, sempre um pcrfeiiu niagarefe,O terror da boiada, o rei, o chefeDos vassouras daqui, da Capital,A quem qualquer mulher sempre servia,Fosse embora aleijão, fosse careassa.

A questão que fazia,O seu empenho — era obter de graça,Ou por Ínfimo preço, "baratinho",Um pouco de "etc." e de carinho.*Comquanto a sorte nâo lhe fo*-sc amarga,

De quando em quando-bumba 1O Penna apparecia com caxitmbaE andava ás voltas com famosa carga

De "ditosas lembranças",A's vezes pouco mansas,

Dc qualquer relaxado "morenão",

Que, por uns dois mil réis — grande pe-chincha! —¦

Dias antes na zona ConceiçãoChamara ao papo, á chincha.

Entrava então em scena a.drogalhada :Salsaparrilha, sandalo, nitrato,lodureto, aristol, permanganato,Ataduras e água phenicada.E emquanto o mal durava,em casa, o Penna.Deixava-se ficar de quarentena.

Por um desses revezes agros, rudesDa sorte, que é tão cheia de surprezas,Poz-se o Penna a perder pelas bellezas

De um "poço de virtudes";E o misero infeliz,

Depois de conseguir-lhe umas beijocas,Viu nascer-lhe, aterrado,"umas pipocas

Na ponta do nariz.E foi tão forte a encrenca

Que o seu Penna apanhou daquella vez,Que o seu nariz em pouco mais de um mezEstava transformado numa penca,Vermelha e de pipocas tao sortida, \De redondas pitombas tão crivada,Que bem dava unttt idéia approximadaDê uma espiga de milho bem fornida ;H era tal o azar que o perseguiaQue o 606 não existia.

Seguindo os seus tramites,Com bem notável encarniçamento,A doença, resistindo ao tratamentoQue o Penna ia fazendo nos limitesD;>s seus conhecimentos de alvèitar,Acabou por deixar-lhe esburacado,

Em lastimoso estadoO seu pobre nariz — maldito azar I

Quando "o

pobre coitado viu tão pretasAs coisas, corre á casa de um doutor,Que ao ver o estado desenganadorDaquella gaita, não se poz com tretas,E em curta phrase o seu pensar explica,

Dizendo simplesmenteEm tom indifferente:

a _E' preciso cortar essa fiítrica.»

O Penna poz-se ao fresco,E disposto a salvar

A peça avariada, vae, grotesco,Com tremuras na voz, quasi a chorar,Mostral-a a outro p'ra tentar a cura.O medico, ao mirar essa ruína

Que constante suppuraNegro púsj exhalando fedentina,

Em tom jocoso diz :«—Caramba I que parece um páo bichado!»E conclue : « —Meu rapaz, o seu nariz

Tem de ser amputado.»

Outro medico a quem o infelizProcurou p'ra safar-se do perigo,Teve idêntica phrase: « — Meu amigo,Só cortando-se o mal pela raiz...»

Dez doutores, cincoenta, ou talvez mais,A quem elle mostrou o batatão,Foram todos da mesma opinião :— Passar-lhe a faca no nariz e... ?iís I

Andava o Penna já desesperado,Maldizendo o rigor de.sua sorte,Disposto a preferir a negra morteA ficar de umã vez desnurigado ;Quando um dia—oh! ventura doce e rara I

Um annuncio depara,O qual em letras garrafaes dizia

Que um tal Dr. Campista— Um grande especialista —A cura garantiaDe casos complicados,

Ainda os tidos por desenganados.E o Penna vae sem perda de um momentoProcurar esse assombro, esse portento.

Quando o enfermo exhibiuAos olhos do doutor aquelle inhame, .

Este, em rápido exame, *Naquillo um caso já sem cura viu,Ao qual volta não dava a melhor droga.E o Penna, então, tremendo de anciédade,

¦A medo, lhe interroga :ii—Não precisa cortar—não é verdade?...»

O doutor fita "aquillo" longamenteE, abanando a cabeça vagamente

Respondeu conciso :ii—Cortar á faca—não ; não é preciso...»

Interrompendo a phrase.O doente cae-lhe aos pés nesse momentoNuma explosão de reconhecimento,Com lagrimas na voz, chorando quasi.

O medico, entretanto,Voltando a si depois de curto espanto,Atalhou : « —Snr. Penna, se esperasse

Que a phrase eu concluísseNão fazia de certo essa toliceDe chamar-me de santo, face a face.Não precisa cortar — eu lhe repito ;

Entretanto asseguroQue em breve o seu nariz (está escriptol)Vae cahir como um figo, de maduro...»

O caso é que cahiu pela raiz ;E o Penna, o miserando,

Vive agora abatido, deplorandoA falta do nariz.

D. Tf.rencio.

¦*f

Page 4: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

mmi

-.- ¦" ¦¦¦'¦.¦ .-'"' ."¦" ' '¦.'".'¦ '¦ ''V- _^T

w'\ '¦ '•'" '-¦ '¦¦..' •'. .¦'¦,"''¦' '

O RIO KU — 27 DE JULHO DE 1912

il

K-.foi

ti

1,<i,^-:

tii

¦ ate:' I

IPK3

1O.J-2& {slH,

11111

Ȓ'V-:-,

^^itPlP^ IM"<^AJS§

&§¦¦"'

Oni-i-mi, tenho muito interesse em ver o fim daquella partida dc xadrez, por isso peço-lhe que não deixe pessoa alguma tomar coma daquella cadeira.

E quanto è que V. S". me paga para não deixar que ninguém avance no seu assento!...

•*3 - "J Cb

KS1 F<l¦s^J^Jsf^-lf

1A moça — Oli ! Meu Deus ! Que aperto ! E cu tenho de

gramar mesmo em pé, porque não ha um cavalheiro que meceda o seu logar.

O r.vi• oferece

Pomada Seccativa de São Lázaro A única que cura toda e <]ual-' quer ferida sem prejudicar o

sangue; allivia qualquer dor, como a erysipela e o rheumatlsmo. Co-nhecída em todo o universo. Rua dos Andradas 95.

A moça — Minha sogra, quando Eduardo chegar da repartição, faça-me o favor de dizer-lhe que...A vi-lha (iiilerrompeiido-it) — .. .vae a o ministério tratar da promoção delle... Eu já sei que quando você põe

camisa rendada,'toma banho perfumado e esquece-se dc levar as calças, vae ao ministério pleitear os interesses deseu marido...

l*J-*~~""i£$?1jfiev

COMO ESTAVA COMO ESTOU

IV i (oral d*' Anl*clo'i'n»e

Nào ha em todo omundo medica mentomais efficaz contra tosses,resfriados, influenza, co-queluches, bronchites,etc, do que o Peitoral de.Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra atuberculose nos primeirosgráos. E' o melhor pei-toraí do mundo. O Peito-ral de Angico Pelotensenão exige resguardo.Ven-de-se cm tocías as phar-macias e drogarias.

Depósitos: Pelotas, Ed.C. Sequeira ; Rio. Drog.Pacheco ; S. Paulo, 13a-ruei & C.; Santos, Drog.Colombo.

Si'vocês lerem a Noite de Noivado, que vendemos emnosso escriptorio a 500 rs., hão de sentir umas sensações, uns treme-liques, umas coisas... que nós não curamos... Desculpem, sim?...

GONORRHÉA

E* realmente de fazer pasmar os transeuntes da rua da Carioca,obrigados a parar em frente ao conhecido e celebre 34, onde ées.abelecida a Alfaiataria Guanabara; a grande expo-sição de roupas feitas c de fazendas para ternos sob medida com osrespectivos preços marcados chama a attenção de toda a gente pelavariedade e pela barateza.

Dahi o facto, que se repete diariamente, de se achar sempreaquelle estabelecimento cheio de fregue-.es que sabem aproveitar o seudinheiro empregando-o na compra de roupas bem feitas e de fazendasuperior, gastando i terça ou a quarta parte do que gastariam cmoutra qualquer casa.

e todos os eorrimentossão rapidamente curados pela injecção

— KING —Remédio novo e infallivel

Approvado pela Direciona de Saúde Publica.A* venda ein todas as pharmacias e drogarias.

Preço do vidro, 2S500

IMIOI KEGISTIADA

Enviam-se instrtuagencia.

òes e acceium-se pedidos do interior, dando-se

A collaboração neste jornal é tranca a todos os leito-res. Os trabalhos enviados, entretanto, serão submettidosao juizo da redacçao, que os publicará ou não, conformeo entender.

Em caso algum serão restituidos os originaes.

gra'Fodasqueenelhi

PaiChiBar

Act

"¦:

. i .- .--.

' '¦ At

Page 5: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

O RIO NU — 27 DE JULHO DE 191.2

O CYNico (que estava sentado no collo de um amigo, levanta-e ojferecei) — Eu cedo-lhe o meu. minha senhora. ..

1- Álbum de VistasESTÁ

A VFNDAo A° numero dessitespiendida collecçào de photo-

- grav.uras, justamente denominada Collecçào deFogo, pois a contemplação das scenas nella estampa-das, tiradas do'natural, c a leitura dos primorosos versos

o que as acompanham constituem um excitante dos mais0 enérgicos para os organismos depauperados, infiltrando-s' lhJs no sangue uma lava incandescente capaz de reani-, nií(r um defunto.ir. Accruscc qu. o Álbum foi confeccionado dei- modo a caber no bolso interno do paletot.

¦Sd'_ír^wl(\

— Que desgraça! Eu, tão moça, condeninada amorrer roída por uma ulcera syphilítica!

1 — Não desesperes, rapariga ; toma o Elixir de No-guiira c verás como a ulcera fecha em pouco tempo.

Castellões, os mais aiamados cigarros de SãoPaulo estão á venda no Rio na Confeitaria Castellões,Charutaria Paris» Tabacaria de Londres e Charutaria doHar da Brahma,

AGENCIA DE REVISTAS E JORNAESFigurinos, Romances e Cartões Postaes

Acceita c dá prompta execução a qualquer encommenda,assim como acceita assignaturas e v-j.ide

avulsos. — NOVIDADES POS TODOS 05 VAJORES.•' Brás _Laurla

RUA DO OUVIDOR, 181 — RIO DP JANEIROTelephone n. 4.677

MjBfl~*j» rWrgf...w.J:1 r*c?'*,

Em nosso escriptorio vendemosclichês publicados na folha, muitobem conservados, por preços baratis-simos. De 8 da manhã âs S da tarde.

O João Baptista, nos seus tempos de miséria, quandoganhava pro-rata no Correio dc S. Paulo, mordia os collegasde uma maneira barbara !

Uma das. suas vlctimas, a quem elle pedira cinco milréis de uma vez, cinco de outra e tres de outra, quandoòviu promovido, disse-lhe :

E' tempo de me pagares o que me deves, João ! .. — Devo-te treze mi! réis, não é-?

E" isso mesmo.Pois não te pago, porque sou muito supersticioso e

detesto o numero treze...

Uma criada atrapalhada

o-ocd>"3co,

73

OSC

— .__; o>

£í o --í —

._. «"¦" pS

""S o- S•5-3

o

I 0

__í C<-2 3_? ~r.&¦ „- 1

I 41 *

- IjI liS d»*• «a« ?.

¦ *¦ «a,f _, -

et ® fi b«* • lIX 5-,£- ¦_B1

I 3|«?s s

& fo «.

Q ¦ 3 * „¦<i t.

o I °§6. "8 g si< -6 O' o f»

OS § .".3:3W ri • .3

< ¦& *° -.

I3K r—"*3P1Í1¦__ I. •¦¦-". ^7^0 7-

'I

', 1 r~--'*'i_X-í. -*¦ flX / / ,->,'.-«.¦•,

ZZr.':W*WW$^

— O rei dos animaes, além de preso, engaiolado ! Que crueldade! Nãoterás no teu reina um Paiva Couceiro que lucle pela tua volta ao throubl...

Jmwom,^;x;%^^

l'í .' - ' '•-'¦' - '¦¦'¦¦ ^^A-f^W-r-ÇiWi«r5'W^

wÈà -'_____ l." ¦ »i¦_Ê___I1 '

W8s^sii!fflw™"'"?s=-'«f^ríp^^^k ¦¦ ¦¦ x^

WÊmlijmm

,.>*?'i4pSM

-../"'-. ..:|^9|It^Míilwi _____¦.,: ^a___-.. ~*jis_-_____»11

... -'.míía1',Í!?mKB

A PATROA — Ha apenas tres dias que você está aqui ejá notei que é uma grande porca. Tome lá esta escova efique sabendo que não quero ver dentes sujos aqui em casa!

piÊ^^^ã^^^^^^'':i^M

lixBvi^! fU'->' r-'í9ffl

¦«:¦¦ .*.k^":.^,';.i___fe-i__l -MBli w- ^8_____F?_?- w»»™ HF^.1

^_fe&'"~r~ A criada — Vamos dar serviço á tal escovinha... Maso diabo é que vou perder um tempo enorme a limpar estesdentes tão grandes com uma escova tão pequena...

Um jornalista muito conhecido por seus artigos sopo-riferos e pela má calligraphia dizia a um amigo :

Tenho uma letra tão feia que me è inteijajnenteimpossível ler o que escrevo.

E's um homem feliz!...

Que diabo faz você alli ilen.ro d'agim com esses traços todos de

pintura?Eu lhe explico: dediquei-me á pintura a fresco, c como hoje está o enfermidades da cabeça, não hs como o Tônico Japon«

S.\ muito quente, .«.olvi pintar dentro d'aguu para mnnter .1 frescur».. ."¦ Rua dos Andradas. 95.

ToniCO Japonês — Para perfumar o cabello edestruir as parasitas, evitando com seu uso diário tedas as

Page 6: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

¦¦»..!

O RIO NU — 27 DE JULHO DE ,912

Deliciosa estréa!(CONCLUSÃO)

Dani a quinze minutos estava eüe batendo palmasno corredor de um elegante prédio da rua Riachuelo.Veiu abrir a porta uma senhora a quem Faustino per-guntou :

E! aqui que mora D. Rosina ?Sim, senhor; sou eu mesma. Deseja alguma

coisa?Venho de Pernambuco e um velho amigo de

meu pae indicou-me a sua casa...E, assim falando, exhibiu o cartão que trouxera do

Recife. A mulher leu-o e sorriu satisfeita:Ah!... Queira entrar! Trouxe bagagem?

Duas malas apenas: uma com livros, outra comroupas. Entreguei-as a um carregador.

Mas... entre, faça obséquio !O estudante entrou e a dona da casa conduziu-o

para a sala de jantar, dizendo :Venha para aqui -mesmo. O senhor já é meu

hospede, por isso não ha que fazer cerimonias. Sente-seum pouco.

Faustino sentou-se c só então poude admirar ávontade D. Rosina. Era uma mulher dos seus trinta epoucos annos, extraordinariamente sympathica.

Emquanto ella dava ordens a uma criada que lheviera falar, o joven provinciano poz-se a analysal-a cominteresse, e dessa analvse resultou-lhe a melhor impres-sào. D. Rosína devia ter sido uma mulher da fina roda,a julgar pela pureza aristocrática dos seus traços e dosseus gestos, pela frescura incomparavel do seu rosto. Oestudante admirou-lhe a opulencia sedosa dos cabellosnegros, o encanto magnético dos seus olhos da côr doscabellos, o esplendor marmóreo das suas fôrmas rechon-chudas desenhadas sob o vestido caseiro de um tecidoleve, a graça felina do seu andar e de todos os seus mo-vimentos...

Tinha elle terminado o seu exame minucioso ctinha dito para os seus botões que aquella mulher deviaser como a Minervina, quando D. Rosina voltou parajunto delle.

E' a primeira vez que vem ao Rio, Sr... Sr...?Faustino, minha senhora. Faustino de Carvalho,

um seu criado. E' a primeira vez que venho ao Rio,sim, senhora.

Ella ficou um instante a contemplal-o, admirando-lhe a belleza máscula, attrahida pela sympathía que elleinspirava logo á primeira vista. O rapaz percebeu aimpressão que causara em D, Rosina e ficou meioenleiado. Para dizer alguma coisa, perguntou:

Ha muitos hospedes aqui na sua pensão ?Isto não é pensão — respondeu ella sorrindo e

mostrando os dentes alvos, parelhos, de um esmalte.cintillante. Disponho apenas de meia dúzia de commo-dos que alugo a pessoas sérias, ordinariamente recom-mendadas por outras que já aqui moraram.

E contou a sua vida. Enviuvara aos vinte e oitoannos, ficando apenas com o seguro de vida do marido,na importância de cinco contos. Como fóra muito feliz

durante o curto período de seis annos da sua vida decasada, não pensara em contrahir novas nupeias, re-cciosa de cahir nas mãos de uni malvado. Aliás, era deopinião que nem o homem nem a mulher devem casarmais de uma vez. Resolvera entào arrendar aquella casapara alugar commodos mobiüados com pensão a pessoasmodestas, mas de absoluta seriedade. E, felizmente, acoisa ia indo bem.

Chegando assim ao ponto commercíal, o estudanteachou prudente falar sobre o preço da sua hospedagem.

O senhor vem muito bem rccommendado —dísse D. Rosína — e nâo brigaremos pelo preço...

E' que a pessoa que me recomnicndou disse-meque por cento e vinte mil réis...

.Pois pagará cento e vinte...O sorriso que acompanhou estas palavras e o olhar

voluptuoso com que a viuva o envolveu puzeram cale-frios de emoção em Faustino.

Ouvindo rumor na porta da lua, D. Rosina er-gucu-se, foi ver quem era e voltou dizendo:

E' a sua bagagem.E chamando a criada :

Olha, Marianna: manda collocar as malas doSr. Faustino no quarto que está desoecupado;

Depois voltou-se para o rapaz :Venha ver onde é o seu commodo ; o senhor

ha de querer tomar banho e mudar de roupa. Olhe :aqui é o banheiro. O seu quarto fica mesmo defronte.

Faustino entrou no aposento, modestamente mobi-liado, mas muito asseiadp e hygieníco.

D. Rosina retírou-se dizendo :íanta-sc ás seis. Mesa redonda. Somos poucas

pessoas ; apenas nove. Com o senhor dez. Tem umahora e um quarto na sua frente.

Aquelle modo de falar, rápido e incisivo, produziumá impressão no novo inquilino; denotava um caracterafeito ao mando, uma energia estudada. Entretanto, asoutras boas qualidades da dona da casa annullaram logoo desagrado que lhe haviam causado as ultimas palavrasde D. Rosina.

A' mesa, Faustino foi apresentado aos outros hos-pedes : um casal de velhos, quatro homens já maduros(entre quarenta e cincoenta annos) e uma senhoraviuva, já quarentona, muito feia, com um filho dequatorze annos.

Uma sociedade, como se vê, nada agradável para oestudante, que concentrou toda a sua atterição na donada casa.

Terminado o jantar, o velho puxou do bolso umbaralho e poz-se a jogar a bisca com a velha ; dois doshomens retiraram-se dizendo que iam ao theatro; osoutros dois empenharam-se no jogo de damas ; a viuvaquarentona foi buscar o seu crochet e o pequeno abole-tou-se numa cadeira de balanço c ferrou no somno.

Faustino, a convite de D. Rosina, foi com cila para3. sala de visitas e alí, debruçados á janella encetaramuma palestra, que se prolongou até quasi dez horas.

Quando voltaram á sala de jantar, já todos oshospedes se tinham recolhido a seus aposentos.

Eu prendi-o a conversar até agora — disse adona da casa ao seu novo inquilino — no emtanto, osenhor deve estar cansado da viagem. . .

Absolutamente não ! E para gosar o encanto dasua palestra, não se me dava de passar a noite emclaro."..

Lisonjeíro ! Vá-sc deitar, que está bem precisadode repouso... Não abuse da sua mocidade nem da suarobustez... Que é que costuma tomar antes de dormir?

Nada.!_' máo habito. Vou mandar a criada levar-lhe

ao quarto um copo de leite. Boa noite !Faustino recolb.u-se ao seu aposento, diminuiu a

luz do gaz e metteu-se na cama. Alguns momentosdepois, surgiu á porta um vulto de mulher com acabeça envolta numa mantilha e conduzindo um pratode vídro sobre o qual repousava um copo de leite, Ovulto appro ximou-se do leito do estudante c dísse comvoz tremula:

A patroa mandou dizer quÉ o senhor beba isto á-minha vista,

Elle obedeceuv e, tendo esgotado o conteúdo docopo, repol-o no prato, dizendo :

Obrigado. Sua patroa è mesmo muito, boa.Tão boa—disse o vulto, retirando a mantílha

— que lhe vae dar o que tem de melhor...Faustino sentou-se de um salto na cama, arregalou

os olhos e, reconhecendo D. Rosina, exclamou :A senhora 1.,.Eu mesma... Admira-se ?... Amei-o desde que

o vi e, livre e independente como sou, nâo tenho moli-vos para realçar o desejo, que me invadiu de quebrarnos seus braços robustos este jejum de cinco annos queme impuz até encontrar um homem que pudesse,mesmo sem o .saber, revolver as cinzas do meu coraçãoe fazer da pequenina braza que ellas oceultavam a to-gueira que sinto neste momento ! Repelle-me?...

E os seus olhos, reluzentes de volúpia, cravavam-senos do estudante, emquanto os seus lábios vermelhos,carnudos, humidos, se ofTereciam trêmulos de desejos».

—: Eu repellir-te ? ! —respondeu elle abraçando-a efazendo-a rolar sobre o leito, que num gemido surdoparecia protestar contra aquelle excesso de peso...

Vinha raiando o dia quando D. Rosína, comgrande pezar, abandonou o quarto do seu hospede. Este,ao vel-a sumír-se na porta, depois de lhe atirar um beijocom as pontas dos seus dedinhos fidalgos, exclamou:

Sim, senhor, seu Faustino !... Que deliciosaestréa I.....

Danilo.

Cartas intimas

( REPORTAGEM ARRISCADA )

II

A um amanteLisboa 18—7—100*

MeuC***

Recebia a tua carta con a data de 3 no dia 18 oque fiquei munto con tente em saber que estas de saúde.

eu cá vou paçado conmo Deus qer. a tua mae vaimilhor é o que me vai. pareçc-mc que só quando tuvanhas é que fico boa.

Dizes na tua carta, que eu não tenho razão para tedizer se não podes não mades nâo percebes que o queeu qéro é que paçus baem c te chege para a Pacagemnão é para te ralar nâo é ésa a minha edéa eu só qriaera estar ou pé de ti parece que não estava tão mal.

Depois se tarda o vapor eu penço tuliçcs baem vezque não é para te ralar, só es tou banem quado recebocarta, mas não pode ser toudos os dias.

Con respeito ou P*" nada mais sei, pois só duasveses é que mandarão saber.

Con respeito o E* *' no dia que recebi a tua cartae tanbaem dois Bilhetes para ella, também, rcçebeo cartadisendo que manda va elle nove mil reis V é uma farturamas é lá con elles

Eu só qria éra este tenpo paçado depreça, para eupaciar contigo a ver se este mau estar paça de pois vago

os mais dizer nas cartas Minha adorada! recebe milBajos do teu folano : e tu ?

a té a vista Sra. C.E' poço para quem está tão longeA deus MeuC"' recebe saudades de mana mae

subinha m * * • c-"- a**' c toudos e tu tem paçiensíaletiva a cruz a té ou Calvário, se não foce o tu Traba-lhares o que se ria da gente taí paciência A té breve seDeus qiser. tua dedicada a miga

A-.-- T---dá saudades a toudos e ou T" * não sei nada do

D1 ¦" pois ha 3 dias que nâo i tu náo te sangues comigonão? Lcmbrastcdos Madziares? Era a rainha pequenanece tempo

Pela copiaLápis Azul.

EDITALDe ordem da autoridade competente, fazemos sei-

ente ao respeitável publico em geral e aos amigos doRio Nu em particular, que estão á venda os ns. 1, 2,3 e 4 do Álbum cie Vistas, a i$ooo cada um.

Preço, 1S000; pelo Correio, 1S500.

LICOR TIBAINAO melhor purificador do «aqgue

GRANADO & C.» — Rua i° de Março, 14

Chie, agradável, interessante e barato é o roman-cete Noite de Noivado... por SOO réis.

VIMOS......ajandyra ea Magdalena em grande discussão

com a Lourença Cabeça de Morcego..... .a vovó Marocas Boca de Leite toda afoubada na

zona Lapa..... .a Nhã Labareda acompanhada de uma.funccio-

naria esbrogue na zona Gloria, de automóvel..... .0 Mario todo atrapalhado quando viu a Amélia

na zona Mem de Sã..... .0 Fosquinhas na zona estragada, á procura de

certa funecionaria..... .no "Cinema Ideal" a Adelia c o seu fiilhinho,.... .na zona Ouvidor a Durvalina fingindo familia,

com uma criança pela mão..... .no Pavilhão a Clara da zona Marrecas..... .a Chininha da zona Lapa gabando-se de que

deu duas bofetadas no Lourenço... ».. .na zona Santo Amaro a Carmen procurando um

quarto..... .nas Regatas de domingo ultimo a Albertina e a

Maria acompanhadas por dois ceboleiros da zonaMercado...

.. .na Praça i> de Novembro a Olga comprandofruetas...

.. .no "Soberano" a Marietta _' a sua inseparávelamíguinha Chíquinha...

.. .no "S. Pedro" a Jennv da zona Marrecas...

...na zona Sete de Setembro a Mariquinhas e oseu marchante. . .

...em certo Chopp o Castro fazendoJifi--r.comuma caixeira...

Vi: Tudo.

Page 7: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

O RIO NU — 27 DE JULHO DE 1912

Não fiques triste pelos teus cabellos estarem brancos! 1

Aqui tens a ÁGUA INDIANA, que dá a côr preta aos

cabellos progressivamente; despreza as tinturas porque estra-

gam os cabellos e mancham a pelle. Vidro, 3S000.

DEPOSITO — A' Garrafa Grande

66 RUA ÜRUGUAYANA — 66

Nas Zonas...P 01 grande o sarilho que o Lourenço fez com a Chi-

4- ninliri, da zona Laça 92, por querer levar as suasvantagens 'e a funecionaria não estar mais disposta a sersua niãepnlxt, acabando tudo com a presença da policra,que os trancaíiou no xadrez.

Assim é que você já devia ter leito lia mais tempo,sua funecionaria !

Diz a Maríquinhas Cruzeiro que, si não fosseella tratar com carinho a Annita Russinha, não sabe o

¦ que seria delia ; com certeza já teria balido a bola.Nào é isso o que conta a Annita !

Queixa-se amargamente a Sophia da casa demodas da Libania de que ha duas semanas não arranjanem um niclcel para o bonde.

Tome os conselhos da Maioral, sua funecionaria, everá que o seu cacliorrinho lhe renderá muitos fachos !

picou atrapalhadissimo o Dr. A. Maral com a

presença das autoridades na casa dc modas da zonaSam'Anna 1.9, tendo a Malocas attribuldo ao «RioNu»ter despertado a attenção para a sua casa.

Ora, sua Maioral, então você quer ser melhor de

que as outras donas de taes negócios ?A Loló da casa de modas da Libania, por causa

de pagamento de um vestido, teve grande discussãocom a Maioral, quasi chegando 11 vias de facto.

Pague, dona Loló ! Então você não sabia que aLibania em tudo leva commissão}

A conselhos da Cruzeiro, a Russinha vae entrarem uso da A Saude da Mulher, para concertar o seuutero estragado com os contínuos trabalhos em uma roça.

Está regulando !ma.. — Então, seu Carlinhos, que atrapalhação foi a sua

quando a Nhã Labareda lhe mandou bolar no bolso umbocadinho de algodão encarnado, no sabbado ultimo, 110botequim da zona Lapa esquina da de Mem de Sá ?

Explique a coisa, seu moço IDa zona Moraes e Valle 27 para a de Riachuelo

11, mudaram-se as tortilheiras Maríquinhas Cruzeiro eAnnita Russinha. Só lastimamos a sorte do Ernesto dcS. Domingos de Nicthcrov, que já não sabe mais o queha de fazer para poder agradar á Annita, pois nem comos doces e fruetas a funecionaria fica satisfeita.

Tome um conselho, seu moço : sulicide-se 1Quem passar pela zona Lapa e olhar para o

sobrado n. 6; ha de ver na sacada desse prédio umacolcha branca e um pedaço de saia branca servindo detapagem a essa sacada; mas minguem se deve admirar,

pois a Maioral Chica é a dona dessa espelunca.E não haverá quem possa mandar retirar aquillo da

sacada, ao menos por decência ?Disse-nos a Beatriz da Trama que não fora a

certa pensão da zona Lavradio á procura da Clarisse esím tratar dc um negocio muito serio.

O que, sua aonelrii ? I Negocio serio com voce ?Tem graça ...

A Jandyra e a Magdalena surrupio.ram-se da ..zona Lapa 58, por terem attribuido á Lourença Ç.ilvça

dc Morcego as sapecageus que lhes temos dado, inuo a

primeira funecionaria para a zona Mem de Sá 56, casa daMarocas Sessenta e Nove, e a segunda para a zona Lapa6s, a celebre espelunca da colcha branca na sacada.

Talvez assim mudando de casa vocês temem banho IDepois que se metteu em grossas farras na zona

Marrecas, o Dr. Calunga, conhecido professor de pianoe de línguas, vivas, ficou com o sangue tão estragado

que foi obrigado a tomar o Elixir de Nogueira dochimico Silveira, para purificar-se.

Fez muito bem, seu calunga !_ Contou-nos a Alzira Boneca de Alcatrão que,

não podendo passar por mais tempo a feijão de baia c a

pirão de areia, mudou-se do «Convento das Privações»zona Mem de Sá 34 para a mesma zona 80, casa daMaioral Jovelina. ... r

Isso você já devia ter leito ha muito, sua iunecro-

A Emma Madre Abbadessa, Maioral da /nuaArcos 48, disse-nos que anda tão desgoste*, que muitobreve fará leilão da sua i.iiricrr.

Então não quer mais estragar a zorr í_ Diz a Amélia Resto dos Outror que, si o Vir.ato

continuar a não lhe ligar importa. . , su.cida-se, ati-rando-se ao mar.

O que, sua funecionaria ? Ora, vá moer vidros como... pescoço .

O Chico ê um pândego dc marca maior 1 Naoé que o cara anda dizendo que a Emilia de certo«Chopp» tentou suicidar-se por causa de ciumes doFernandes ?

Você tem uma lingua, seu Chico !...Está tratando-se de. uma forte defluxeira que

apanhou, o Roso; por isso encontramol-o em certa

pharmacia comprando um vidro de Mucusnn.Quem anda á chuva molha-se, seu moço, e o

resultado é esse.As coisas pelo «Canteiro das Violetas» tem

corrido com a serenidade do costume, a não ser umaou outra fita que o Pinheirinho de vez em quandodesenrola.

Isso já não i para você, que é veterano nessascoisas !

Grande scena fez a Carmen da Pinta com aMnemosine Chiliqüe, na zona Lavradio, pór^er estafunecionaria ido abarracar com o menino Arthur, sem .0consentimento daquella.

Tomem vergonha, suas esbrogues !Disse-nos a Maria Pé Sujo, Maioral da zona

Arcos ; 8, que já que a Alzira Boneca de Alcatrão nàoteve a coragem precisa de lhe tomar satisfações sobrecerta encrenca entre ellas, ella agora ê que vae lhe

quebrar a cara.Cuidado, Boneca de Alcatrão I

Língua de Prata.

Bibliotheca d'0 RIO NU

Acham-se á venda cm nosso escriptorio os seguin-tes romances:

A CABEÇA DO CARVALHO —Pyramidal traba-lho do bestunto do incomparavel Vagabundo, 2$ooo;

"pelo Correio, 2$soo.

AMORES DE DM FRADE (2» edição, n. 1 da« Collecção Amorosa » ) — Escandalosas peripécias deamor prohibido, acompanhado de interessantes gravuras.Verdadeiras scenas dignas da antiga Roma. Preço, 500réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO (n. 2 da «Collecção Amo-r0Sa) — Episódios picantes entre um casal recem-unidopelos laços do matrimônio, contados por Mathusalém,<;oo réis; pelo Correio, Soo réis.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecção doFogo, contendo cada um oito gravuras tiradas do na-tural, impressas em papel couché de 1» qualidade e acom-panhadas de bellos versos explicativos de cada scenarepresentada. Estão publicados os ns. I, 2, 3 e 4. Preçode cada um, iScroo; pelo Correio, l$500.

Todo» oh livro» acima citado» «Ao illus tra-do» eom yrawura* tirada» do natural.

O DONZEL — Aventuras de um moço acanhado eque as circumstancias fizeram o maior conquistador doKio, iS : pelo Correio, iSjoo.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissima parodia -i

«Ceia dos Cardeaes», em versos brejeiros. Tres respeita-veis padres contam suas aventuras amorosas, numa lin-guagem de alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

Os pedidos dirigidos ao, nosso escriptorio, que de-vem vir, acompanhados da respec.iva importância, emvales postaes, ordens commerciaes, dinheiro ou sellosdo Correio, serão attendidos no mesmo dia e devem serendereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospício n. 21S.

Loterias da Capital Federal

Sabbado, 27 do correntePorem décimos100:000$000

Sabbado, IO de Agosto

GRANDE E EXTRAORDINÁRIA LOTERIA

200:000$000 f,3*Bilhetes á venda em todas as casas lotericas

ALTA CAVAÇÃO

Falham-nos as expressões...O nosso vocabulário- já se está esgotando e senti-

mos difficuldade para bem exprimir o suecesso monu-mental desta secção.

O Chaves da "Rauníer", nosso amigo, camarada,compadre e quasi parente, tem enchido todos os bolsosdo paletot, do collete e da calça com os palpites do seupredilecto João Bengnela.

Outro camarada nosso já fez casa em Copacabana ácusta dos palpites da Madame Josephine.

E outros e outros e muitos outros se têm enchidopor nosso intermédio, devido á enormidade de dezenasque acertamos diariamente, o que podemos provar comos resultados abaixo :

Dia 20 — Antigo, Coelho, .140; Moderno,Borboleta, 815 ; Rio, Veado, 591; Salteado,Jacaré; 2° prêmio, Carneiro, S27.

Dia 22 — Antigo, Veado, 896; Moderno,Tigre, 085 ; Rio, Leão, 161'; Salteado, Touro ;20 prêmio, Leão, 663.

Dia 23 — Antigo, Coelho, 538; Moderno,Águia, 708; Rio, Macaco, 066; Salteado, Gal-lo ; 2° prêmio, Carneiro, 227.

Palpites do João Benguela

A collaboração neste jornal é franca a todosos leitores. Os trabalhos enviados, entretanto,serão submettidos ao juizo da redacção, que os

publicará ou não, conforme o entknder.Em caso al_;um serão restituidos os ori-

ginaes.

m066—6,-—96S 442—41—743 200—97—308

\533—36—835 375—-3-174 661—62—26^

Madame Josephine

Cachorro Touro Gallo Elephante20 81 49 47

CENTENAS ESPECIAES

254—195—405 084—779 -322—886—129-8.4—239

DEZENAS

45—21—40-93—80—55—87—13—06—32

Palpites do Averno

^1 »312—09—91 560—57—159 026—27—825

A fí771—69—370 904—01—403 8S9—91—492

Madame Xahalalah..

¦rã

M

Page 8: REDACÇiO E ESCRIFTORIO 218 - BNmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1912_01461.pdfreino de Cupido, è avisada pela criada, no dia 1 do mez seguinte, de que um cavalheiro aspecto distineto

»5S»

-£JJ2JÍH-ZlJI_gg JULHO DÊ 1912

A myopia da vovó

TI J^ r "

0 O PEQUENOMas nào tem duvdo nariz !

— Ahi vem vovó com o iraldito remédio que amarga como foi! iida... vou eiiibriilbal-a... Hlla náo enxerga um palmo adiante j

$ »f % f s*» T

4) A vi-LliA — Muito bem, meu nelinho I Agora esconupicha esle viuhozinhovelho para tirar o máo gosto da boca... "

2) A velha—Toma, Nono, toma o teu remédio para Acures bom depressab amargo mas bem sabes que em cima delle bebes um calix de vinho do.Porto, ao bom...

"fiÊÀ tô/^^^& ÇSD

l£m h*e*t <xf:=~

; I I 1) 11jMJ\^\ \lk Jm

8^ ^%5 Pt-&Hsr i^_ •

W{ th** é^ y

S) A velha — B eu, como não posso ver defunto sem chorar, acompanlio-te,bebendo mesmo na garrafa. A1 nossa saúde, Nono !...

ié, (f ***<4fe m

•) O PiCIDENO 'escondido atraz da cotumim cobrindo a Imiinhbii — Pois simtóvó. .. Metta-tr.e t colher aqui ju boca... '

'f«f> ms >ae?í

ÉeS

llfc *. V—

iiSÓI

X&JtaW 6> A VELHA - Mj!,diu m-vol,ia ! Bcbi " remédio em «az do vinlm :«Sm***!*- O pequeno — Bemdita myopia, que me livra do tal remédio 1...