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     E  D   I    T    O    R    I     A   L  

    Almada tem jovens talentos e tem projetos talentososcom particular interesse para toda a comunidade e arevista P’ALMADA orgulha-se de contribuir para a suadivulgação junto dos leitores, também eles jovens ecom talento, dando a conhecer trajetos de vida e jovensvalores que se lançam nos meios artístico, cultural e/ou

    profissional com a segurança de quem conhece o cami-nho que há que percorrer, com muita luta e perseveran-ça, até se conseguir alcançar o que virá a ser nosso pordireito – esta é a via para o sucesso.

    Com a P’ALMADA constrói-se também uma pequenamontra para todos os colaboradores editoriais, jovenscom talento e ambições nas áreas da comunicação,fotografia, artes gráficas, ilustração e tantas outrasáreas emergentes e de interesse, que passam a ter umnovo canal de divulgação com a aposta na edição online ,permitindo uma maior regularidade na apresentaçãode novos conteúdos idealizados e concretizados pelos

     jovens do Concelho, com o apoio técnico dos serviçosmunicipais da juventude.

    Nesta edição impressa, de caráter anual, vamosapresentar vários projetos cujo percurso tem vindo aassumir uma relevância crescente, como os recentesvencedores dos concursos de música moderna e de

     jovens talentos, dos que estão a ser desenvolvidos por

     jovens empreendedores ou o trabalho realizado a níveldo associativismo jovem, entre outros assuntosque irão decerto cativar o vosso interesse eatenção.

    Após 10 anos de existência, a P’ALMADA man-tém a missão de te dar a conhecer um Conce-lho que rejuvenesce e que acolhe os projetosdos jovens, reconhecendo a sua excelência ecolocando-os num lugar de destaque, comoo das páginas desta revista.

     JOVENS COMMUITO VALOR!

    JUNTA-TE A NÓS!A equipa editorial da  P´ALMADA é composta por jovens doConcelho e utentes das Casas Municipais da Juventudeque, procurando um enriquecimento extracurricular, têmvindo a prestar um serviço voluntário a toda a população

     juvenil do Concelho. Envia a tua proposta de colaboraçãopara [email protected] .

    PARTICIPA!Queres ver algum trabalho teu ser publicado na P´ALMADAonline ? Envia-nos os teus textos literários, artigos de opi-nião, ilustrações e fotografias, cartoons  ou banda desenha-da para  [email protected] .

    BIOGRAFIAS

    CAIXA DE LÁPIS, página 51Alexandra Piteira tem 25 anos e frequentou os cursos de“Arte e Design Têxtil” da Escola Artística António Arroio,“Conservação e Restauro” da Faculdade de Ciências eTecnologia da Universidade Nova de Lisboa e “Pintura” da

    Escola Superior de Belas Artes. Tendo desenvolvido diver-sos trabalhos de desenho, pintura e fotografia, apresentourecentemente a sua primeira exposição individual, intitulada“Once upon a Time”, na Casa Municipal da Juventude - Pon-to de Encontro.

     TEXTO PALMADENSE, página 56Íris Gomes  tem 21 anos e estuda no curso de “Artes Visu-ais” do Instituto Politécnico da Escola Superior de Educa-ção de Setúbal. Frequentou recentemente o “Workshop deIlustração” e o “Workshop de Aerografia”, desenvolvidos porMário Santos no âmbito do “Plano Form´Arte 2013”, na CasaMunicipal da Juventude - Ponto de Encontro.

    D. I. BOX, página 54Nuno Chanoca é formador do Programa Escolhas no projeto+XL – E5G da Associação de Solidariedade e Desenvolvimen-to do Laranjeiro, consultor cultural na EPK.pt e orientador domódulo de “Promoção e Marketing” na Restart. Trabalha na in-dústria discográfica desde 1998, tendo passado pela Polygram,BMG, MVM e Universal Music Portugal, onde executou a funçãode promotor de televisão, trabalhando com inúmeros artistasnacionais e internacionais. De 2003 a 2009, foi chefe de promo-ção na Influenza, outsourcing  de assessoria de imprensa, ondetrabalhou com UHF, Fingertips, Hands on Approach, Sons emTrânsito e em concertos como os de Depeche Mode, Anastaciae Mark Knopfler, entre outros.

    ERRATANa edição n.º 18 da revista P´ALMADA, a autoria do artigo“[Perfil] John Romão – A Voz por detrás do Murmuriu” é deMarta Gregório e não de Ana de Freitas como ficou referido.A P´ALMADA apresenta as suas desculpas às colaboradorase aos seus leitores.

    FICHA TÉCNICADirecção: António Matos – Vereador dos Serviços Municipais de Desenvolvimento Social, Informação e Relações Públicas Coordenação Geral: Divi-são de Juventude – Departamento de Educação e Juventude da Câmara Municipal de Almada Equipe Editorial: Ana de Freitas, Bruno Mendes, DanielFreitas, Daniela Silva, Laura Moura, Mário Santos, Marta Gregório, Marta Tavares, Natasha Mascarenhas, Nuno de Albuquerque, Sérgio Martins, Tatia-na Trilho, Tiago Dias, Vanessa Cabral Design Editorial: Departamento de Comunicação - Câmara Municipal de Almada Créditos Fotográficos: Ana deFreitas, André Dias, Bruno Mendes, Câmara Municipal de Almada, Jorge Gonçalves, Marta Tavares, Nuno de Albuquerque, Projeto Geração Cool / San-ta Casa da Misericórdia de Almada [Associativismo], Rodrigo de Souza Colaboradores nesta Edição: Alexandra Piteira [Caixa de Lápis], Íris Gomes[Texto Palmadense], Nuno Chanoca [D. I. Box], Projeto Geração Cool / Santa Casa da Misericórdia de Almada [Associativismo] Revisão de Textos:Divisão de Juventude – Departamento de Educação e Juventude da Câmara Municipal de Almada  Agradecimentos: Ana Coelho (Corta! Festival),Armanda Capinha (Companhia de Dança de Almada), Benvindo Fonseca, Diana Pereira (Casa do Vapor), Mariana Romão, Raquel Lima (Companhia deDança de Almada), Karina Ismael (Geração Cool E5G), Francis Seleck (ACOME – Associação Cultural O Mundo do Espetáculo), Ricardo Pereira (FlusoSeries)Tiragem: 7500 exemplares Distribuição: Câmara Municipal de Almada Anotado no ICS DEPÓSITO LEGAL: 204684/03; ISSN: 1645-8966Dezembro de 2013.

    Contactos das Casas Municipais da Juventude: Centro Cultural Juvenil de Sto. Amaro, Av. Prof. Ruy Luís Gomes, 2 2800-274 Laranjeiro-Almada,Tel.: 21 254 82 20 | Ponto de Encontro, Rua Trindade Coelho, 3 2800-297 Cacilhas – Almada, Tel.: 21 274 82 10 | Espaço Jovem-Centro de Informáticae Documentação, Centro Comercial M. Bica, loja 66 – Almada, Tel.: 21 272 30 77 | Centro de Lazer de S. João da Caparica, Rua Bernardo Santareno,3, 2825-481 Costa da Caparica, Tel.: 212918250, [email protected].

     [email protected] | www.m-almada.pt/juventude

    António MatosVereador dos Serviços Municipais de Desenvolvimento

    Social, Informação e Relações Públicas

     ÍNDICE3   EDITORIAL 4   PERISCÓPIO

     SÍTIO DA JUVENTUDE E P’ALMADA ONLINE 6   NA ESCOLA COM...

     AGARRA-TE À VIDA!8   EPICENTRO

    ALMADA DESTINGUE JOVENS TALENTOS15   CAIXA DE LÁPIS

    “UNDER YOUR BED...” POR NATASHA MASCARENHAS16   PALAVRAS-CRUZADAS

    MARIA TEMPORÃO - INSÓNIA NA CIDADE 22   ASSOCIATIVISMO

    GERAÇÃO COOL - UMA VOZ NO BAIRRO24   POST IT 

    NOIDZ 2.0.1.3 

    26   PERFIL  JOÃO PEDRO MAMEDE - A VIDA AO QUADRADO

    28   CLICA.MOSVOLUNTARIADO - AJUDAR POR GOSTO E VOCAÇÃO

    34   PERFIL  TIAGO DURÃO - APAIXONADO PELO TEATRO

    36   PERISCÓPIOMUITO CHÃO - UMA VIAGEM PELAS ORIGENS

    38   POST IT UMA CASA A TODO O VAPOR

    40 DEBAIXO DE OLHO SEGUE-LHES O EXEMPLO

    42   ASSOCIATIVISMOO INCRIVEL CORTA!

    44   PALAVRAS-CRUZADASVENCEDORES DO 9º CONCURSO DE MÚSICA MODERNA DEALMADA

    51   BANDA DESENHADA“A GARAGEM - AS AVENTURAS DE JONY E SEUSAMIGOS” POR MÁRIO SANTOS

    52   POST IT FLUSO SERIES - O TEMPO HEXATO

    54   D. I. BOX PRESS KIT - COMO ESCREVER UM PRESS RELEASE?

    56    TEXTO PALMADENSE “MESSAGE IN THE BOTTLE” POR MARTA GREGÓRIO59   CAIXA DE LÁPIS

    “ROSA EM CINZA” POR ALEXANDRA PITEIRA

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           P       E       R       I       S       C          Ó       P       I       O

      P    E   R    I     S   C   Ó      P    I    O   

     SÍTIO DA JUVENTUDEversão 2.0

    A funcionalidade “Mapa do Site”, nofundo de cada página permite umavisão geral, para se aceder intuitivae rapidamente a todos os conteúdos.As “Votações”, o “registo” e a subscri-ção rápida e simples da newsletter,garantem um maior nível de interati-vidade, cujo aprofundamento será ga-rantido com uma nova funcionalidade,

    ainda em desenvolvimento: “Cria aTua Página” irá permitir a criação de“microsites” de conteúdos originais ediretamente carregados pelos jovens,grupos e associações de Almada.

    Visita-nos, subscreve a newsletter eenvia-nos as tuas notícias!

    O sítio da juventude, em www.m--almada.pt/juventude foi reformulado,apresentando um novo design gráficoe muitas novas funcionalidades.Cumprindo a sua função de informaracerca das atividades e políticasmunicipais dirigidas à juventude doConcelho, a nova página inicial acolheagora, para além da “Agenda” e das

    “Notícias”, menus específicos parainformar acerca do “Fórum Municipalda Juventude”, do “Cartão AlmadaJovem” e das “Associações”. Foramtambém criados novos conteúdos dedivulgação para colocar “Jovens emFoco” e também um “Roteiro Jovemde Almada”.

      w  w  w . m  -a  l  m a d a .p  t /j  u ve n  t 

     u d e 

    P´ALMADA ONLINE Desde a abertura de uma nova cam-panha de angariação de colaborado-res, em setembro, a equipa editorialtem vindo a crescer bastante, contan-do agora com mais de quinze elemen-tos, jovens estudantes ou profissio-nais nas áreas da comunicação, dafotografia e das artes gráficas, da mú-sica e da dança. A P’ALMADA online  irápublicar regularmente os conteúdosidealizados e concebidos pelos seuscolaboradores, proporcionando-lhesvisibilidade para os seus trabalhos econtinuando a assegurar a divulgaçãode inúmeros projetos desenvolvidospelos jovens em Almada.

    A Câmara Municipal de Almada

    lançou no passado mês de outubroa nova versão da revista P’ALMADA,em formato online . A edição n.º zero,experimental, publicou diversos con-teúdos originais, redigidos pelos cola-boradores editoriais ao longo de 2012e 2013, encontra-se disponível numlink  próprio do Sítio da Juventude, apartir da página inicial em www.m--almada.pt/juventude. A versão online  da P’ALMADA permite subscrever umanewsletter de divulgação para enviodas futuras edições.

    w w w . m - a l m a d a . p t /  p a l m a d a 

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      N

       A  E  S  C   O  L   A  C   O  M  . . .

     N  A  E  S C O  L  A C O M 

    ...

    A Academia dos Patins, uma entidade com largaexperiência na organização de eventos e projetos naárea dos desportos radicais urbanos, criou a “TourAgarra a Vida” enquanto veículo de divulgação,informação e prevenção do consumo de drogas epela adoção de estilos de vida saudáveis, através daprática saudável do desporto.

    Com o apoio e organização da Câmara Municipalde Almada, esta digressão passou pela EscolaSecundária Francisco Simões, no Laranjeiro, e pelaEscola Secundária Daniel Sampaio, na Sobreda,em outubro passado. Pelo sucesso alcançado, aP’ALMADA  gostava que as boas vibrações sentidasdurante as sessões da Tour  tocassem ainda mais

     jovens, para que todos pudessem sentir a adrenalinaque as imagens tiradas na Sobreda e no Laranjeirotão bem documentam.

    Numa manhã em que se sentiu fortemente a elevadaanimação proporcionada pelos desportos radicais,foi grande o entusiasmo ou como dizia o animador doevento, foi um… “Gand’Abuso!”.

    A par dos comentários e da apresentação de estilossobre as demonstrações de skate , patins, bmx  e freestyle  scootering , as mensagens foram de apelo àpromoção dos estilos de vida saudáveis, tendo sidorealizado um concurso de frases sob o tema e doqual saíram algumas das frases que aqui te deixamospara reflexão.

    A GA R RA - T  E 

    À  V I DA! Escola Secundária Francisco Simões

    “Com drogas tens uma sensação boa duranteminutos, sem elas tens durante horas”

     Rita Costa, 11º C “Há uma linha que separa a droga da felicidade”

    Íris Matos, 12º B “Viver a vida sem drogas é viver a vida sem limites.Isso sim, é um gand´abuso” Inésia Gonçalves, 10º C “Adrenalina é vida, droga é causa perdida”

     Ana Rita Villar, 10º C “Tour Agarra a Vida não é uma frase, é um ponto departida” Duarte Simões, 11º A 

    Escola Secundária Daniel Sampaio

    “Esta escola é feliz, porque drogas ninguémquis” Joana Cerveira, 7º D “Com umas passas por dia a tua vida não duraria.Com uma skatada por dia dá saúde e energia.”

     Jorge Rafael Luís, 9º D “A única droga que deves ter é uma vida saudávelpara viver” Maísa Filipa Matos, 9º E “Vive a vida com energia sem drogas no teu dia-a-dia”Catarina Pereira 7º B “Vive a vida com o coração, às drogas diz não”

    Gonçalo Correia Sanches, 9º F 

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           E       P       I       C       E       N       T       R       O

      E  P    I    C    E   N  T     R   O   

    ALMADA 

    D I S T  ING  U E 

     JO V EN S  T AL EN T O S

    O Concurso Jovens Talentos,promovido pela Câmara Municipalde Almada, tem como objetivopremiar os jovens do Concelho que

    se distinguem nas mais diversasáreas pelo seu envolvimento nacomunidade.

    Decorreu no passado dia 26 deSetembro, no Auditório FernandoLopes-Graça do Fórum MunicipalRomeu Correia, completamente cheio,a cerimónia de entrega dos prémios da5.ª edição.

    Aos vencedores foram atribuídosprémios no valor de 1000 euros parao Prémio Almada Cidade Educadorae de 500 euros para as restantes

    A jovem cientista Ana Filipa Ferreiratem investigado, através de estudosmoleculares, a forma como o parasitaresponsável pela “doença do sono”- “trypanosoma brucei” - consegueinduzir alterações nos ritmosbiológicos dos seus hospedeiros.

    Natural de Lisboa, desde sempreresidiu na Cova da Piedade. Fez o pré--escolar no externato “O Barquinho”,frequentando mais tarde a EscolaPrimária dos Caranguejais e a EscolaSecundária Emídio Navarro.

    Licenciou-se em Biologia Celular eMolecular, com um mestrado emGenética Molecular e Biomedicina, naFaculdade de Ciências e Tecnologia daUniversidade Nova de Lisboa. Obteveuma bolsa “Erasmus” para mestradono Imperial College London e umabolsa de mérito de melhor estudantede mestrado da Universidade Nova deLisboa do ano letivo 2007/2008. Em2008/2009, foi-lhe atribuído o diploma

    categorias. Para além dos vencedores,que a P’ALMADA apresenta emdestaque nas próximas páginas, foramainda distinguidos com menções

    honrosas: Carina Crucho, DavidePinheiro, Francesca Poggi, JoãoPaulo Albuquerque, João Avó, MariaCanilhas, Miguel Gutierrez, MónicaTrilho e Laura Silva, Pedro Luís e TiagoAraújo.

    A noite tornou-se memorável comas participações do grupo de streetdance  “Mysterious Dancers”, do Clubede Instrução e Recreio do Laranjeiroe da AnTUNiA - Tuna Masculina daFaculdade de Ciências e Tecnologia daUniversidade Nova de Lisboa.

    de melhor aluna do curso. Possui bolsade doutoramento do Programa GABBAda Universidade do Porto, sendodoutoranda na UT Southwestern, emDallas, Estados Unidos da Américae no Instituto de Medicina Molecular,em Lisboa. É autora do livro “Immuneresponse to Virus”, sendo coautora deartigo científico, publicado na imprensaespecializada.

    Para a Ana Filipa, o talento é “gostarde algo, com dedicação e determinaçãopara ultrapassar as barreirasque todos os desafios impõem”.Amante da cultura, do desporto e doconhecimento, vê em Almada o lugaronde fez amigos para toda a vida.Como velejadora do Clube Náutico deAlmada tem o sonho de “dar a volta aomundo em vela”.

    Com tanta ambição e provas dadas,a P’ALMADA desconfia que não será o“trypanosoma brucei” que a irá impedir.

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           E       P       I       C       E       N       T       R       O

      E  P    I    C    E   N  T     R   O   

    Fundada em 2009, a Lifeshaker -Associação é uma organização nãogovernamental (ONG) que tem comoobjetivo primordial a promoção dacultura e do recreio como meios deaprendizagem não formal.

    A multiplicidade dos projetos que aLifeshaker – Associação desenvolvecom o apoio de entidades públicas,

    locais e nacionais, carateriza-se emtrês áreas de ação: a “Educação pelaArte”, a “Educação pelo Desporto”e a “Educação para a Cidadania”.O enfoque da sua intervenção temimpacto num plano local, indo aoencontro de um público-alvo centradona população juvenil socialmentedesfavorecida, em risco ou comtrajetos desviantes, dinamizandoatividades centradas na promoção deestilos de vida saudáveis como a basepara o desenvolvimento de projetos devida.

    Nasceu em Lisboa, em 1980, tendocrescido em Almada em estreitarelação com as Artes, onde o fascíniopela Bateria surgiu desde muito novo.Depois de alguns anos a tocar empequenas bandas, aperfeiçoar a técnicada Bateria e o desejo de ser músicoprofissional passaram a ser a suagrande prioridade.

    Em 2001, finalizou o curso da Escolade Jazz do Hot Clube de Portugale, desde aí, teve a possibilidadede estudar e ser acompanhadopor grandes músicos nacionaise internacionais, frequentandoworkshops  e master classes  cominúmeros nomes consagrados nacionale internacionalmente. Em 2012, foiconvidado para lecionar Bateria noColégio Campo de Flores e torna-seanfitrião do evento “Record do Mundode Bateristas”, realizado em Montemor-

    Com uma prática caracterizada pelapromoção da ética, da igualdade entrepares, da solidariedade e da tolerância,obteve distinção a nível nacional como Prémio “Jovens pela Igualdade”,entregue pelo Instituto Portuguêsda Juventude e do Desporto e pelaComissão Nacional para a Cidadania eIgualdade de Género.

    A estrutura organizativa e executivada Lifeshaker - Associação, baseadaexclusivamente em jovens voluntários/as, tem demonstrado responsabilidadee competência ao longo de quatro anosde existência, comprovando o potencialhumano existente. A constatação deque as crianças e jovens que em 2009começaram a frequentar as atividadessão agora a força dinamizadora dosprojetos em curso, comprova que aeducação pelo associativismo é umarealidade paralela ao seu interesse, àsua participação e autonomia.

    -o-Novo, entrando definitivamente paraa História da Música.

    Em 2013, é o primeiro Bateristaportuguês a ser patrocinado pelamarca de baquetas “Te & Son”, tendodesenvolvido um modelo customizadocom o seu selo de assinatura.

    Atualmente, é baterista dos Teratron, juntamente com João Nobre (ex-DaWeasel), Pedro Quaresma (ex-DaWeasel) e Tiago Madeira, com quematuou no Festival Optimus Alive 2011 edo Rock in Rio 2012. É ainda bateristados Trash Candies, de Almada, projetorock  cantado em português, juntandovárias gerações e influências musicaise dos Fokker, projeto extinto nos anos90, agora reavivado e cujo concertoinaugural, em novembro de 2012, foi deabertura para os Great White (bandaamericana de hard rock ).

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      E  P    I    C    E   N  T     R   O   

    Fundadora da ANDA - Almada NãoDorme Associação, a Maria Temporãoé coreógrafa e bailarina de diversascompanhias e escolas de dança dopaís, tendo desenvolvido projetos comgrupos da Companhia de Dança deAlmada, Nuclisol, Jean Piaget, Jazzy,Butterfliesouldflow e 12 macacos,entre outros.

    Vencedora da qualificação do“Eurobattle 2009”, participoucomo bailarina e júri em diversoscampeonatos nacionais einternacionais, desde as Caldas daRainha ao Porto, de Lisboa a Maceió,do Recife ao Rio de Janeiro e a SãoPaulo, na Irlanda e em Inglaterra, entreoutros.

    O Tiago Vidal é o fundador do “GOYouth Conference”, um evento anualrealizado em Lisboa, desde 2012,com o objetivo da promoção doempreendedorismo jovem, da inovaçãoe da educação, tendo como principaisoradores jovens fundadores deempresas americanas e europeias.

    Em 2013, a segunda edição do “GOYouth Conference” decorreu na reitoriada Universidade Nova de Lisboareunindo oradores de Silicon Valley, LosAngeles, Berlim, Londres, Budapestee Lisboa, de onde se destacaram osfundadores de empresas como aRapgenius, uma plataforma com maisde 20 milhões de utilizadores, a Kiip,com mais de 15 milhões de eurosinvestidos, o lead designer  do Preziou o cofundador da PODIO. Tambémesteve presente Hussein Kanji, umbusiness angel considerado o melhorinvestidor em startups  tecnológicas

    Participou como bailarina em váriosvideoclips  de bandas nacionais einternacionais, como os Makongo,os Buraca Som Sistema, os M.A.C.,Jesus Luz (Brasil) e Bruno Méndez.Participou no vídeo promocional “MTV10 anos” e nos projetos “PensandoJunto”, com Gabriel Pensador e“Clinica da Rocinha”, no Brasil, dirigido

    a portadores de deficiência mental.Maria Temporão tem conseguido, comum forte componente organizador ehumano, envolver jovens de diferentesclasses sociais e de vários países,valorizar os seus talentos, na dança,na música e nas artes urbanas. Nestaedição da P’ALMADA, poderás ficar aconhecê-la melhor e ao seu trabalho,na entrevista apresentada nas PALAVRASCRUZADAS (página 16).

    na Europa. Estes oradores partilharamas suas experiências com mais de 400

     jovens empreendedores portugueses eestrangeiros.

    Além deste projeto, o Tiago estáenvolvido na organização doTEDxYouthÓbidos, evento na áreade comunicação online . Foi gestorde projeto na Beta-I, uma associaçãode promoção do empreendedorismo,onde desenvolveu o projeto Beta-talk. Ajudou na investigação deentomologia forense nos laboratóriosda Faculdade de Ciências e Tecnologiade Lisboa e é fellow  na Kairos Society.Participou em vários concursosnacionais e internacionais de ciência eempreendedorismo.

    Como resultado do seu trabalho, jáesteve representado em vários mediaportugueses e estrangeiros como umexemplo de jovem empreendedor.

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      P    A   L   A   V    R    A   S   -C    R    U   Z   A  

    D   A   S   

    por Marta Tavares 

    MARIA TEMPORÃO

     INSÓNIA NA CIDADE 

    A DANÇA E O HIP HOP

    P´ALMADA Com que idade despertastepara a dança?

    MARY ROCK  Tinha a certeza que queriaseguir desporto, só que nunca penseiem seguir dança. Aos 19 anos, entreiem “Animação, Recreação e Lazer”na Escola de Desporto de Rio Maior e,mesmo no final, houve um professorque me levou a experimentar o fitness .Acabei por tirar também este curso,terminando por volta dos 24 anos.

    P´ALMADA O que te levou ao interessepelo hip hop  e pelo breakdance ?

    MARY ROCK  Bem, eu sou de Almadae nós estamos rodeados de culturaurbana. A cultura hip hop  estevesempre presente na minha vida, namaneira de vestir e de conviver comos outros. Quando voltei a Almada,comecei a interessar-me pelo break .Foi engraçado porque eu apenasdançava newstyle  quando decidi ircom um colega de faculdade a umcampeonato de breakdance  a Setúbal.Como o meu colega desistiu, pediajuda a alguns colegas de Setúbal, queme apresentaramo Speedy, um b-boy  muito conceituadocom quem fiz par.Muito perto da hora de começar eleensinou-me uns quantos passos eacabámos por ganhar o campeonato.A partir daí comecei a apaixonar-mecada vez mais e hoje é a minha vida. Eutranspiro break .

    P´ALMADA Em que palcos te iniciaste?

    MARY ROCK  No Auditório FernandoLopes-Graça, onde comecei com aCompanhia de Dança de Almada epelas ruas de Almada, em especial na

    “EU TRANSPIRO BREAK!”

    Praça da Liberdade. Também no Pontode Encontro e na Casa Amarela, ondesempre treinei e onde nasceu a “Let’sBattle”. A nível nacional, desde o Algar-ve a Leiria, ao Porto e a Santarém. Láfora, estive em França, Itália, Espanha,Irlanda e mais recentemente no Brasil,em Recife e Rio de Janeiro.

    P´ALMADA O que te fascina na culturahip hop ?

    MARY ROCK  Acima de tudo o facto deser uma cultura que vivemos desde

    que acordamos até que nos deitamos.Na “Casa da Maria Joana” estamos adesenvolver as quatro vertentes - obreak , o graffiti , o MCing  e o DJing . Eestamos todos envolvidos - Mafia doCaril, M.A.C., o writer  Vilela, entre ou-tros - porque fazemos parte da mesmacultura.

    P´ALMADA Que gratificação retiras doensino da dança e como te sentes aofazê-lo?

    MARY ROCK  Tenho muitos momentosengraçados como, por exemplo, umaaluna de 5 anos que me ofereceuum desenho de uma boneca loira depernas para o ar e que dizia: “Maria,

    gosto muito do hiphop , gostei muito de

    aprender o babyfrise ”.Tenho alunos que estão comigo desdeque comecei a dar aulas há seis anose quando os vejo em battles , enche--me o coração ver que treinaram e quese esforçaram para além das minhasaulas. Fico muito contente quando eleschegam ao pé de mim e me mostramnovas coisas que já conseguem fazer, éencantador…

    P´ALMADA Sentes-te mais bailarina oumais uma pessoa que ajuda os outros alidarem melhor com a vida?

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           A       V       R       A       S    -       C       R       U       Z       A       D       A       S

      P    A   L   A   V    R    A   S   -C    R    U   Z   A  

    D   A   S   

    MARY ROCK  Sinto-me as duas coisas.Sinto-me bailarina porque tenho treina-do para isso, embora sabendo que embreve isso vai acabar, é a lei da nature-za… Ainda me sinto com a energia e avontade de uma bailarina mas tambémolho para o lado da construção, sempretive as duas coisas, dançar e divulgar acultura, organizando eventos, battles ,“fazer barulho”, como costumamosdizer.

    BRASIL

    P´ALMADA Porque é que a dança étão importante para as pessoas e emespecial para os jovens?

    MARY ROCK  Eu estive durante seis me-ses na favela da Ro-cinha, no Brasil, ondea realidade é muitomais dura e crua eonde reforcei a minha opinião acercado poder do hip hop . Aprendi que o hiphop  pode mudar vidas, miúdos que

    se dedicam ao hip hop  e deixam defazer certas asneiras, seguindo outrorumo. Na favela conheci muitos queme disseram que se não fosse o break ,estariam presos ou mortos.

    P´ALMADA O que te levou ao Brasil?

    MARY ROCK Queria ir seis meses paraum país com ligação ao hip hop . Penseiinicialmente em Nova Iorque, ir aoBronx, onde nasceu o hip hop , conhecer

    a Rock Steady Crew e Afrika Bambaa-ta… mas não tinha dinheiro suficientee decidi-me a ir para o Rio de Janeiro.Lá a cultura tinha o lado social que éuma coisa que sempre me apaixonou.Quando cheguei ao albergue, escreviuma mensagem no Orkut a dizer que

    queria conhecer b-boys  da zona e a partir daíconheci pessoal ligadoao break . Comecei a ir

    a espetáculos, a battles , a cypher’s …foi a maior loucura que alguma vez fizna minha vida.

    P´ALMADA Na favela da Rocinha tra-balhaste no projeto “Pensando Junto”.Qual foi o teu contributo?

    MARY ROCK  Tendo como padrinho Ga-briel, O Pensador, esse projeto era ondeos miúdos aprendiam a ler com rimas dehip hop , a escrever rap  e a dançar parafazer um espetáculo, com o objetivo demudar o seu caminho, afastá-los da rea-lidade das drogas. Eu era professora de

    break  e andava sempre com eles paratodo o lado. Quando me fui embora foium mar de lágrimas e ainda hoje pensoonde é que estarão esses miúdos.

    P´ALMADA Houve algum caso que tetivesse marcado mais, algo impossívelde esquecer?

    MARY ROCK  Uma das coisas que memarcou bastante foi a força que o break  tem em encaminhar os jovens para obom caminho. Por exemplo, na fave-la de Água Fria, no Recife, o pessoaldeslocava-se duas horas para ir para otreino, treinavam três ou quatro horas

    e iam dançar para um semáforo, fazeruma coreografia e pedir dinheiro. Alipassavam o dia todo para ganhardinheiro para comer, é a vida deles. Otreino fazia-se num jardim enorme,com cerca de cinquenta b-boys , umacoisa gigantesca. Isto impressionou--me muito porque lá eles não têm umasala como nós temos. Nós aqui temostudo, temas salas em condições, rádio,um chão lisinho. Foram coisas que

    me marcaram muito, eles têm umaenergia e uma vontade enorme, porquenão têm nada… Nós temos tudo e aspessoas não dão valor a isso.

    PRÉMIO

    P´ALMADA O prémio “Almada - TerraSolidária e das Oportunidades” do 5ºConcurso Jovens Talentos reconhe-ceu o teu trabalho e a entrega comque tens ajudado jovens almadensesatravés da dança. Sentes este prémiocomo um incentivo para expandires oteu trabalho?

    “APRENDI QUE O HIP HOPPODE MUDAR VIDAS”

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         A     S     S     O     C     I     A     T     I     V     I     S     M     O

      A   S   S  O  C   I    A  T    I    V   I    S  MO  

    G E R A Ç Ã O  C O O L U M A  V O Z  N O  B A  I R R O p o r  G e r a ç ã o  C o o l  E 5 G 

    Um dos pontos fortes do projeto “Geração CoolE5G”, promovido pela Santa Casa da Misericórdia deAlmada, é o ateliê de produção musical que se iniciouainda na 4ª Geração Escolhas, em 2010, designadocomo “Oficina de Hip Hop”, para composição e en-saios. Foi aqui que se formaram os “De La Kapta”, umgrupo que começou a trabalhar letras e beats  e que,em pouco tempo, tinha trabalho para mostrar. O somcomeçou a ser conhecido entre os amigos e surgiramas primeiras atuações ao vivo.

    Em Junho de 2012 apresentaram-se na festa deencerramento do ano letivo na Escola SecundáriaMonte de Caparica e, ainda nesse verão, subiram aopalco nas Festas do Monte de Caparica e de Corroios.Seguiram-se mais atuações, entre elas a participa-ção no “Festival Emigrarte”, em Lisboa, evento emque voltaram a participar a 16 de Novembro passado,no Ateneu Comercial de Lisboa.

    Pelo caminho houve uma passagem pelo estúdiopara registar uma primeira mixtape . “Vozes do Bair-ro” é um CD com 8 temas, histórias e vivências doquotidiano dos jovens que integram os De La Kapta.O lançamento deste trabalho integrou-se na Quin-

    zena da Juventude de 2012. Tratou-se de um eventoque englobou uma exposição acerca da história dacultura hip hop  e um concerto em que os De La Kap-ta contaram com a presença de vários convidados ecasa cheia. Este CD já teve duas edições sendo quea primeira era acompanhada por um DVD com umvideoclip  da música “Putos do bairro”.

    O grupo conta atualmente com dez elementos, osquais se encontram a trabalhar em material para um

    segundo CD. Mais uma vez, as vozes cantam o quoti-diano, o amor, a amizade, o sonho e a luta. É que “istode ser um puto do bairro, acredita é lixado mas… se avida te dá um limão faz limonada!”. Mais uma vez asvozes cantam e na voz de quem canta, De La Kapta évida, é união de vozes e um porto de abrigo.

    Para melhorar o funcionamento da “Oficina de HipHop”, com a preciosa ajuda de alguns amigos, foiconstruída no espaço de ensaio uma cabine isoladapara gravação que só falta equipar. E, como à partidanada cai do céu, puseram mãos à obra e apresenta-ram uma candidatura ao programa “Juventude emAção – Iniciativas Jovens”. Aguarda-se pelos resul-tados e se tudo correr bem, os participantes assimo esperam, conta-se que a gravação dos próximostrabalhos já seja feita “em casa”.

    “SE A VIDA TE DÁ UMLIMÃO FAZ LIMONADA!”

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      P   O  S   T

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    NOIDZ2.0.1.3.

    Já são bem conhecidos os aliens  quevieram do planeta Noidz e que con-quistam os nossos palcos com as suaspoderosas armas sonoras. O álbum

    2.0.1.3. é a segunda invasão por partedestes seres do outro mundo, com mú-sica a condizer.

    Com um nível de produção incrível,Zork e companhia conseguem juntaro tradicional português e o fado com orock  e a eletrónica, criando assim umaonda de som explosiva que é genuina-mente sua.

    Recuperando o tema “Root SoundsFrom Earth” do primeiro álbum, o dis-co apresenta enérgicos temas como“Estranha Forma de Vida”, num tributoa Amália Rodrigues com voz de KátiaGuerreiro, “O Pastor”, que renovou umoriginal dos Madredeus ou “Message toEarth”, com Júlio Pereira, entre outrascomposições que quebram a fronteirado imaginário terrestre e nos trans-portam pela diversidade instrumental

    para algo de novo e arrojado.Um disco demente pela sua força e ori-ginalidade.

    por Bruno Mendes 

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    João Pedro Mamede terminou agora alicenciatura em teatro na Escola Supe-rior de Teatro e Cinema, tendo iniciadoa sua formação em Almada, no grupoCena Múltipla da ACOME/AssociaçãoCultural O Mundo do Espetáculo, entre2006 e 2010, formação dada por Fran-cis Seleck, Catarina Pé-Curto e Pedrod´Orey na Casa Municipal da Juventu-de – Ponto de Encontro.

    Foi nesta formação que o João Pedropercebeu o seu gosto pelo teatro.Acostumado a ouvir o Francis dizer que“o teatro é a vida ao quadrado, só noteatro se vive a relação com os outros,no espaço e no tempo”, recorda hoje

    que a formação com Francis foi issomesmo e escusado será dizer o quantoadorou esses tempos.

    Em 2012, participou em “A Mortede Danton” de Georg Büchner, comencenação de Jorge Silva Melo e, jáem 2013, participou em “A Paz” deAntónio Tarantino, com colaboraçãode Jorge Silva Melo e em “Sala VIP” deJorge Silva Melo, com encenação dePedro Gil. Mas foi com a peça “A 20 deNovembro” de Lars Norén, dirigido porFrancis Seleck e produzido pela ACO-ME, num monólogo assombroso, muito

    por Daniela Silva 

     JOÃO PEDROMAMEDE A VIDA AO QUADRADO

    elogiado pela crítica especializada eque percorreu o País numa digressãopromovida pela companhia ArtistasUnidos, que João Pedro garantiu o seulugar de destaque no atual panoramado teatro, a nível nacional.

    João diz que foi um dos trabalhosque mais gostou, por representar “umdiálogo com o público e daí residir umamaior dificuldade e um maior desafio”,tendo tido o privilégio de atuar empalcos como o Teatro Helena Sá Costa,no Porto, a Casa de Teatro de Sintra– Chão de Oliva, o Teatro da Politéc-nica, em Lisboa ou o Teatrão/OMT emCoimbra, entre outros.

    João Pedro criou junto de Pedro SousaLoureiro, “Playground Session”, a partirde Eduardo II de Marlone e criou tam-bém junto de Catarina Rôlo Salgueiroe com João Aboim (pianista) “Hansel& Gretel dedicam-se ao futuro em 3passos”. Neste momento divide a suavida entre o trabalho como ator nacompanhia Artistas Unidos e o trabalhode criação que faz com o seu grupo “OsPossessos”, do qual também fazemparte Catarina Rôlo Salgueiro e NunoGonçalo Rodrigues.

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    O trabalho voluntário de cariz socialtem vindo a ganhar protagonismo aolongo dos últimos anos, tornando--se numa realidade incontornável nasociedade atual, impulsionado pelascrescentes carências da população.A crise tem vindo a contribuir para aconsciencialização da importância dasolidariedade e do voluntariado. Umapreocupação constante com o futuroe o espírito de entreajuda são motivosapontados por muitos para se torna-rem voluntários, podendo-se definiresta atividade como um exercício dacidadania que se traduz numa rela-ção solidária para com o próximo, departicipação livre e cívica na resoluçãoprática de problemas que afetam asociedade em geral.

    A emissão do Cartão do Voluntariadopela CNPV - Conselho Nacional para aPromoção do Voluntariado é um direitoque assiste ao voluntário como reco-nhecimento público do seu serviço.Outros direitos do voluntário são rece-ber apoio e formação de acordo com os

    por Tatiana Trilho 

    VOLUNTARIADOAJUDAR POR GOSTO E VOCAÇÃO

    seus conhecimentos, ter um ambientede trabalho favorável e participar nasdecisões que dizem respeito ao serviçoque presta. Em contrapartida, cabe--lhe observar certos deveres comopreservar a vida privada e as convic-ções de quem está a ajudar, guardarsigilo sobre assuntos confidenciais ourespeitar as opiniões e recomendaçõesdos profissionais e especialistas.

    O relatório da ONU - Organização das

    Nações Unidas, em 2011, mostrou quese inscreveram em projetos de volun-tariado mais de 18 mil pessoas, distri-buídas por 162 países e que as suasintervenções foram maioritariamentedirigidas para a África Subsariana. Aárea em que se desenvolveram maisprojetos foi a de “prevenção e recupe-ração de crises”. A nível nacional existeum grande número de organizações,associações e atividades de trabalhovoluntário. O CNPV – Conselho Nacio-nal para a Promoção do Voluntariadofornece, em www.voluntariado.pt , todasas informações necessárias.

    Voluntariado na Europa

    O SVE - Serviço Voluntário Europeu, emwww.sve.pt , permite aos jovens, comidade entre os 18 e os 30 anos, levara cabo serviços de voluntariado atédoze meses, num país que não o seu.As atividades têm lugar em países daUnião Europeia e os voluntários são es-colhidos independentemente das suashabilitações literárias, qualificaçãoprofissional ou experiência específica,sendo dada formação aos candidatosapós a sua seleção.

    Voluntariado Internacional

    A OIKOS, em www.oikos.pt , é umaorganização não-governamental para odesenvolvimento, fundada em Portugalem 1938 e reconhecida internacional-mente: “acreditamos, acima de tudo,num mundo sem pobreza e injustiçaonde o desenvolvimento humano sejaequitativo e sustentável à escala locale global”, afirmam os seus dirigentes.Em Portugal, o seu trabalho desenvol-ve-se nas áreas da educação para acidadania global, do desenvolvimento

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    de parcerias para a promoção do “bemcomum” e do exercício da “influênciapública”. A organização promove oenvolvimento cívico através do volun-tariado, da angariação de donativos, daassinatura de petições públicas e darealização de eventos.

    Em www.ataca.org,encontras a ATACA– Associação de Tutores e Amigos daCriança Africana, uma associação desolidariedade social sem fins lucrati-vos, com sede no Porto e que visa odesenvolvimento humano nas regiões

    do mundo mais desfavorecidas, contri-buindo com voluntários para projetosdesenvolvidos em várias regiõesde Moçambique. A associação temoperações de voluntariado em África eem Portugal, sendo possível ser-se vo-luntário, tutor à distância ou fazer umdonativo. O prestigiado prémio “ACE –Active Citizen of Europe Award – 2012”foi atribuído a Isabel Fernandes, de 24anos, pelo trabalho voluntário desen-volvido como coordenadora da missãoem Moçambique, entre junho de 2011 eagosto de 2012.

     

    Voluntariado Nacional

    É do conhecimento público a existênciade várias associações onde os voluntá-rios têm de estar bem preparados paralidar com situações de grande com-plexidade emocional, exigindo-se umaintervenção especializada. É o caso daAPAV - Associação de Apoio à Vítima,em www.apav.pt , onde o voluntariadopode assegurar o atendimento direto àvítima ou prestar serviços no âmbito dasua experiência profissional.

    Já em www.ligacontracancro.pt , na

    LPCC – Liga Portuguesa contra oCancro, a adesão do voluntário é maisescrutinada, exigindo-se que seja maiorde idade, compareça a entrevistas deavaliação sobre a sua disponibilidade emotivações, que frequente um curso deformação no caso da candidatura seraceite, que estagie durante um períodode tempo variável e que cumpra umhorário previamente acordado para odesenvolvimento da sua atividade.

    Em www.bancoalimentar.pt , o BA- Banco Alimentar promove a campa-nha “Alimente esta Ideia”, recolhendo

    alimentos em supermercados por todoo país. A nível nacional, esta é a açãode solidariedade que, num tão curtoespaço de tempo, mobiliza o maior nú-mero de voluntários. O voluntário podeparticipar na campanha de recolhade alimentos ou no armazenamento edistribuição dos donativos. A ajuda dosportugueses tem vindo a crescer todosos anos.

    O programa “Jovens para as Flores-tas”, em juventude.gov.pt , pretende

    alertar os jovens para a necessidadede “cuidar” da floresta e de conscien-cializá-los para o estado em que estase encontra. Uma das atividades quese destaca é o “Campo de VoluntariadoJovem”, com a duração de sete dias,onde os jovens voluntários contribuempara a limpeza de espaços florestais,a recuperação trilhos e caminhos, aobservação e vigilância da fauna e daflora, entre outras atividades.

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    Voluntariado em Almada

    Em Almada existem diversas asso-ciações que acolhem voluntário e dãoapoio aos mais carenciados.

    Se estás interessado, encontrarás em www.voluntariado.ptuma listagem dasorganizações do Concelho que apelamao teu apoio!

    Um desses exemplos é a Lifeshaker –Associação, em lifeshakers.blogspot.pt ,e do seu projeto “AJA – Almada JovemAtiva”, de mobilização para a criação deuma rede de voluntariado jovem entre

    associações e outras entidades, comcobertura em todo o Concelho. Os vo-luntários contribuem na organização deeventos cujo objetivo seja a promoçãoda igualdade a diferentes níveis - igual-dade de géneros, de oportunidades,entre outros. Em 2012, esta associaçãofoi distinguida com o 2º lugar do “Pré-mio Jovens pela Igualdade”, atribuídopela Comissão para a Cidadania eIgualdade de Género, premiando apresença regular da componente deigualdade de género no desenvolvimen-to dos seus projetos.

    A Lifeshaker - Associação promoveuum encontro, na Quinzena da Juven-tude de 2012, com objetivo de debatera prática do voluntariado no Conce-lho, tendo apresentado o resultado

    de um questionário aplicado a jovensde Almada sobre a sua relação como trabalho voluntário. Os resultadosmostraram que mais de metade dos

     jovens inquiridos (55%) nunca teveexperiências dessa natureza mas quequase todos (87%) mostram disponibi-lidade em receber informação sobre oassunto e que a maioria (57%) revelainteresse em participar em atividadesdo género, regular ou pontualmente.

    O Escutismo é um movimento mundialde carácter não político, aberto a todos,fundado por Baden-Powell com o pro-

    pósito de “contribuir para a educaçãointegral dos jovens de ambos os sexos,baseado na adesão voluntária (…) que

    permite a cada jovem ser protagonistado seu próprio crescimento (…)”. O CNE- Corpo Nacional de Escutas desen-volve diversas atividades, promovendovalores como a igualdade, o respeito, asolidariedade e as “boas ações”. Exis-tem agrupamentos por todo o concelhode Almada, o seu contato encontra-sedisponível em www.cne-escutismo.pt .

    Também presente no concelho deAlmada, a Associação de Escoteirosde Portugal, www.escoteiros.pt , tem oseu grupo 173 sediado na Charneca deCaparica, desde o ano de 1991. Este

    grupo promove o voluntariado em tor-no do espírito de equipa e da entreaju-da, reforçado nas atividades culturais,

    desportivas, lúdicas, ambientais eserviços à comunidade, participandoregularmente em atividades promovi-das no Concelho, como a Quinzena daJuventude ou a FAJA - Feira das Asso-ciações Jovens de Almada. Descobremais em www.grupo173.no.sapo.pt .

    Fundada em 2012, a 1ª Companhia deAlmada da Associação Guias de Por-tugal promove o desenvolvimento dovoluntariado juvenil junto das jovens,regendo-se pelos mesmos princípiosorientadores de Baden Powell. Realizaas suas atividades, regularmente, no

    Parque Aventura, perto da Piscina Mu-nicipal da Charneca da Caparica. Sabemais em www.guiasdeportugal.org.

    Conclusão

    Considerando muito importante a pro-moção do voluntariado e a sua prática,especialmente quando promovido no

    âmbito da juventude, a P´ALMADA deixa-te a seguinte reflexão: “Podesmudar a vida de uma pessoa em trocade uma hora do teu tempo, descobrin-do que ser solidário compensa e que…a melhor gratificação não é a monetá-ria!”.

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      P    E   R    I     S   C   Ó      P    I    O   

    MUITO CHÃOUma viagem pelas Origens 

    plateia sentem-se as vibrações deum país onde a espiritualidade e osdeuses convivem com o humano e omudano. Os bailarinos estão enraiza-

    dos no chão e na terra mas, simul-taneamente, evocam os deuses e,por momentos, quase que chegam adançar com eles. Porque entre o chãoe o céu há lugar para a dança.

    Benvindo Fonseca foca-se na ex-periência sensorial dos bailarinos eprocura explorar aquilo que consideraser a essência da dança: “o movimen-to, nunca desprovido de emoção eintenção”. Mariana Romão, bailarinada Companhia de Dança de Almada,revela que, para o intérprete, este “éum trabalho de busca interior e co-municação com algo superior e trans-cendente (…) e por isso a mensagemque o público sente chegar é essa, tãosensorial, introspetiva e espiritual”.

    A plenitude do mundo está aqui refle-tida no cruzamento de linguagens ena diversidade de escolhas sonoras.O pulsar da terra eleva-se do chão efaz-se ouvir nos passos dos bailari-nos e no som grave do didgeridoo,instrumento de sopro dos aborígenesaustralianos, tocado ao vivo por Car-los Mil-Homens.

    A celebração dos 30 anos de carreirade Benvindo Fonseca fica tambémmarcada pela relação estreita docoreógrafo e antigo bailarino com

    A P’ALMADA assistiu à estreia de“Muito Chão”, coreografia de BenvindoFonseca, no Fórum Municipal LuísaTodi, em Setúbal. Um espetáculo

    sensorial, dançado por oito talentososbailarinos da Companhia de Dançade Almada, “Muito Chão” encerra atrilogia de coreografias que comemo-ra os 30 anos de carreira de BenvindoFonseca, que se estreou como bailari-no profissional em 1983, no Grupo 7ªPosição.

    Depois de África em “Edzer” e Portu-gal com “Casa do Rio”, o coreógrafoevoca a Índia, num regresso às suasorigens. Benvindo Fonseca nasceuem Moçambique, os pais são deCabo Verde, os bisavôs maternos sãoportugueses e os paternos, indianos.Daqui resulta uma profusão de raízese influências, revisitadas nesta trilo-gia, que se traduz, simultaneamente,numa “caminhada espiritual” e numa

    viagem interior, segundo revelouBenvindo Fonseca à publicação MaisTMJB – o jornal do Teatro MunicipalJoaquim Benite, onde o espetáculo foientretanto apresentado.

    Em “Muito Chão”, o coreógrafoprocurou explorar a Índia enquanto“associação do terreno e do espiritu-al, do autêntico e do etéreo” e levarestes paradoxos até ao limite. Na suaopinião, a dança étnica indiana oscilaentre dois extremos: “tem qualquercoisa de humano e de espiritual”. Da

    por Ana de Freitas 

    a Companhia de Dança de Almada(CDA). Depois de “Xancan” (1994) e“Com os Olhos de... Água para Choco-late” (2002), os bailarinos de Almadavoltam a entrar no seu universo,dançando “Casa do Rio” (2011) e“Muito Chão” (2013), cuja ante estreiafoi apresentada em conjunto com ainauguração da exposição “SempreBenvindo”, comemorativa dos 30anos de carreira, na abertura da 21ªQuinzena da Dança de Almada.

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    UMA CASA A TODO O VAPOR 

    Eu tenho a “minha” casa. Tu tens a“tua”. E se pudéssemos ter uma casa“nossa”? Nossa de todos, de um grupo,de uma comunidade, construída pornós e para todos nós, uma casa quea todos recebe de braços abertos? A“Casa do Vapor” foi assim.

    Erguida pelo coletivo Exyzt, a casanasceu fruto do voluntariado dos mo-radores da Cova do Vapor, que muitocontribuíram também para a sua ma-nutenção e dinamismo enquanto es-paço cultural. O projeto torna-se aindamais interessante se tivermos em con-ta que a casa foi construída para serdesconstruída. Um espaço efémero, deincentivo à aprendizagem e à valoriza-ção cultural, composta por uma cozi-nha, cicloficina, rampa de skate , fornocomunitário e uma biblioteca com cen-tenas de livros doados.

    A Casa do Vapor conseguiu completar--se de algo de misterioso, raro nos diasde hoje. As madeiras que a suportavam

    foram abaixo mas a verdadeira Casa,essa, ela vive.

    por Bruno Mendes 

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    D  E  B  A  I  X  O 

    D  E 

    O  L  H O 

    Ricardo interrompeu os estudos emdesign  gráfico, para ser mecânico deaviões na Força Aérea. Retomou ocurso e complementou-o com váriosworkshops , de 3D, fotografia e webdesign . Trabalhou em empresas decomunicação e depois aventurou-secomo freelancer , mas como o seuprimeiro voo a solo não correu bem,sentiu “a necessidade de saber o queera um negócio”. Assim que ouviu falardo Programa de Apoio ao Empreende-dor foi “a correr” inscrever-se.

    “Foi um curso intensivo, mas valeu apena”, diz-nos Ricardo. Ao longo dedois meses “deram-me ferramentaspara perceber o que estava a fazermal, para corrigir os meus erros e parame adaptar ao mercado de trabalho”,resume.

    A sua ideia de negócio eram as visitasvirtuais que “só tem a Google” comoconcorrência direta, ironiza. Masgraças a esta formação, é nesta área

    S  E  G  U  E  - L H  E  S   

    O   E  X  E  M  P  L O  

    que continua a trabalhar. “Percebi quese tiver o tal elemento diferenciador,consigo ir mais longe”, afirma.

    Sediou-se no Quarteirão das Artes,um dos quatro ninhos de empresas doConcelho, onde já estabeleceu duasparcerias. “Aqui o meu projeto estásempre a crescer”, por isso, “apesar depagarmos uma renda o investimento é

    fantástico”.Entre outros projetos, já fez umavisita virtual à Casa da Cerca, o seuprojeto-piloto, em que experimentoue aperfeiçoou a técnica; uma visitavirtual do avião de instrução elementarda Força Aérea, o Chipmunk; o  site  dorestaurante Sushic, do Lisboa AlmadaHotel, incluindo uma visita virtual. Gos-taria de fazer uma visita virtual em 3Da Almada Velha, mas recriando o seuambiente ao longo dos séculos. Temtudo o que precisa para o fazer, masfalta-lhe tempo e dinheiro para pôr depé este elogio à terra onde cresceu.

    Quando soube do Programa de Apoioao Empreendedor, a formação já tinhacomeçado, mas ainda assim, Rita Dóriainscreveu-se. Sempre quis ter o seupróprio negócio, mas sentia que lhefaltavam conhecimentos ao nível dacriação de empresas.

    Foi já com a sua ideia de negócio deli-neada: aproveitar a sua formação emdesign  e criar uma marca inspirada nosbordados tradicionais portugueses.

    “Quando terminei o curso decidi arris-car”. “Hoje em Dia” é o nome da sualoja, que veio dar um toque de roman-tismo à Rua Cândido dos Reis, em Caci-lhas. Está estrategicamente localizada

     junto ao Centro Municipal de Turismo,atraindo muitos clientes estrangeiros,que querem levar uma recordação donosso país, mas também portugue-ses que querem levar um mimo paraquem está longe de Portugal, diz-nosRita, mostrando algumas das peçasmaioritariamente confecionadas por sie pela mãe, de quem herdou o gostopor “coisas manuais e antigas”.

    O cheirinho a rosmaninho recebe-nosnesta loja, onde encontramos sacos dehistórias em linho, onde os bordadosnos explicam símbolos nacionais comoo fado ou a filigrana, mas tambémindividuais com as receitas típicas donosso país, lenços dos namorados compoemas de Fernando Pessoa, toalhascom o nome dos clientes ou lençóiscom monogramas delicados. Todos osprodutos podem ser personalizadospara o cliente, que pode ainda trazerpeças para serem bordadas ao seugosto.

     Ricardo Matos 

     Rita Dória 

    ESTE É O TEU MELHOR C ONTACTOGabinete de Apoio à Criação de Emprego eCaptação de InvestimentoRua da Judiaria, nº 14, 2800 - 125 AlmadaTel.: 21 273 63 80email: [email protected]: www.almadadigital.pt

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         A     S     S     O     C     I     A     T     I     V     I     S     M     O

      A   S   S  O  C   I    A  T    I    V   I    S  MO  

    O  INCR Í V EL COR T A!

    Existe um lugar em Almada onde o conceito de “bar”e “sala de espetáculos” se juntam, tornando-o únicode seu género – estamos, pois, a falar da Cine Incrí-vel. De facto, “incrível” é também um de muitos bonsadjetivos para descrever este espaço. Gerida pelaAssociação Alma Danada, é um ponto de encontrodas artes e cultura, seja música, cinema, teatro, foto-

    grafia ou workshops , funcionando como uma caixinhade experimentação para uns e um local de afirmaçãopara outros. Este grupo de amigos, voluntários, temvindo a dinamizar o espaço, criando eventos sema-nalmente e alimentando um “ambiente diferente,confortável”, que “se transmite para as pessoas”, detal forma que “quem vem uma vez, normalmentevolta”.

    Foi com base nesta realidade que surgiu o “Corta!Festival de Artes e Cinema”. O programa, de quatrodias, procurou contribuir para o primeiro tema, o“Halloween”, abrindo com a excelente atuação dosaliens Noidz, que encheram o espaço com os meta-leiros RAMP e com o rock  interventivo dos PunkSi-

    p o r   B r u n o  M e n d e s 

    natra, acompanhados por quatro DJs. No plano doCinema e das Artes, o programa compôs-se comuma sequência de sete filmes internacionais de ter-ror e seis curtas-metragens nacionais, um workshopde “StopMotion” e a presença do realizador Jeróni-mo Ribeiro. O festival reflete a filosofia e as váriassemanas de trabalho desta família de amigos, queprima pela persistência e teimosia em “não deixar acultura morrer”, em remar contra a crise e procuraracordar um público algo adormecido que não temnada a perder mas tudo a ganhar.

    Só através de muito “trabalho, cansaço e muitosono”, bem como a ajuda de associações como aGaita-de-Foles ou o movimento “Shortcutz”, foi pos-sível a realização de um evento deste calibre, semajuda monetária nem qualquer tipo de lucro, paraalém da satisfação em receber o gosto e aprovaçãopor parte dos participantes. A bilheteira, já de sibastante acessível, reverteu para os artistas e atéas legendas dos filmes, por exemplo, foram feitaspelos voluntários, começando todas por informarque “esta legendagem não respeita o novo acordoortográfico”.

    O futuro do “Corta!” tem apenas uma certeza, ade querer acontecer novamente. Poderá surgir namesma altura, por ocasião do próximo “Hallowe-en”, assim como pode ir buscar temas tão variadosquanto estes organizadores se lembrem e quecorrespondam a diferentes alturas do ano.

    Porque o que importa é que a cultura esteja semprepresente.

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      P    A   L   A   V    R    A   S   -C    R    U   Z   A  

    D   A   S   

    por Marta Gregório 

    VENCEDORES

    P´ALMADA Como foi que começou avossa banda?

    GLASS IN THE PARK (BRUNO)Já tinha uma banda com a RitaSedas (vocalista). Quando acabou,continuámos juntos a fazer música.Queríamos algo mais do nosso estiloe descobrimos o Diogo (baterista), quea Rita já conhecia. A partir do Diogo,conhecemos a Inês (baixista). Játivemos outros membros, segundosguitarristas, mas acabámos por ficar sónós os quatro.

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(DUARTE) Eu e o Manuel (baterista)fomos colegas desde os quatro anose no 10º ano, na Escola Secundária doMonte da Caparica, fiz uma banda como Cláudio (guitarrista). Quando essabanda acabou, o Manuel desafiou-mea formar uma nova banda, arranjámosum cantor/guitarrista e depois oCláudio entrou. Entretanto veio outrocantor/ guitarrista, o Daniel, o qualacabou também por sair, até chegar oEmanuel (vocalista) e mais um outroguitarrista, o Francisco, que tambémacabou por sair.

    CLÁUDIO Nós conhecemos o Emanuelporque ele foi colega de mestrado doJoão (letrista e pai do Duarte).

    EMANUEL Na realidade foi umaoportunidade para trabalhar comexcelentes músicos de tenra idadee fazer-me sentir também com 20anos. Uma oportunidade, como artistaem início de carreira, para privarcom futuras estrelas e o pai delas eexpressar-me através da excelentemúsica produzida na banda.

    MC KOKHAL (MÁRCIO) Comeceiem 1994, a partir do êxito dos Black

    Company “Não sabe Nadar”. Tinha 10anos e morava no Barreiro. Comeceia pesquisar, até descobrir Gabrielo Pensador e aí, por volta de 1997,comecei a escrever as minhas letras.Em 1999, dei o meu primeiro concerto,com o meu grupo. Por volta de 2006,deixei de cantar e estive afastado cercade quatro anos. Entretanto, fui pai e,em 2010, voltei com mais força. É umrenascer, a solo. E embora trabalhecom várias pessoas dou mais força àminha carreira a solo.

    9º CONCURSO DE MÚSICA

    MODERNA DE ALMADAP´ALMADA Quais são as vossasinfluências musicais?

    GLASS IN THE PARK (INÊS) Temosinfluências musicais muito diferentes,o que dá um resultado diferente deoutras bandas que conhecemos.

    DIOGO Há alturas que oiço mais o queeles ouvem, cenas mais alternativas,sem muito barulho e há outras em queoiço mais metal. Vario um bocado entreos extremos. Sou um bocado vidradonas cenas mais pesadas mas tantoposso estar a ouvir Linda Martini comoParamore ou Slipknot.

    BRUNO Oiço mais um som alternativo,do tipo Muse, Bloc Part y, The SmashingPumpkins.

     INÊS Eu tenho alguma influênciade hardrock  mas também de rock  alternativo e de bandas mais recentescomo os Warpaint.

    BRUNO Nós somos uma mistura devários estilos. A nossa base é o rock  alternativo. Temos músicas maisviradas para o pop , outras mais para onew metal e para o punk .

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(DUARTE) Eu e o Cláudio somos osautores das músicas. Depois, o meu paiescreve as letras, o Manuel adicionaa bateria e o Emanuel interpreta asletras. As principais influências, emtermos instrumentais, são os Queensof the Stone Age, Neil Young, FrankZappa, Led Zeppelin, Arctic Monkeys.Linda Martini é mais em termos deatitude de banda.

    CLÁUDIO A nossa referência a nívelnacional é Linda Martini, é de longe anossa banda portuguesa preferida.

    EMANUEL  Pessoalmente, tenhobastantes influências do AntónioVariações, Eddie Vedder, Jim Morr isson.O soul dos afroamericanos, etc. A nívelda performance  vou buscar um poucoaos The Doors e ao Mick Jagger que,sem eu saber, tem influência.

    MC KOKHAL (MÁRCIO) Sempre foiclaro que queria fazer música hip hop ,apesar de ter outras influências, deoutros estilos de música. Oiço muitoreggae , Damian Marley. Gosto muitodo reggae  português de Bezegol ou

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      P    A   L   A   V    R    A   S   -C    R    U   Z   A  

    D   A   S   

    dos Nirvana. Mas identifiquei-me como hip hop , que é um estilo de músicaque nos permite expressar os nossosmedos e sentimentos de uma formapoética. Tento acima de tudo deixarsentimento naquilo que faço. Se eu nãosentir, quem é que vai sentir aquilo queeu faço?

    P´ALMADA Que importância tevea experiência que o 9º Concursode Música Moderna de Almada vosproporcionou?

    GLASS IN THE PARK (DIOGO) O anopassado bastava ouvir as bandasque estavam a concurso para seconseguir destacar as que poderiam vira dar em alguma coisa. Este ano nãoaconteceu isso. Para além de existiremmais bandas, acho que esteve tudomais equilibrado. Antes do concertoestávamos a tremer um bocadinhomas depois passou e não tínhamosmesmo ideia de quem poderia ganhar.

    BRUNO Quando ouvi as bandas do diaanterior fiquei sem expectativas porqueas bandas eram todas muito boas.

     INÊS Por seremmais bandasrock  tambémficámos nadúvida do quepoderia dar. Édifícil compararuma bandade rock  com outra do hip hop . Poroutro lado, estamos mais maduros,mais habituados a concertos, maisà vontade. É sempre importanteconcorrer, achamos que é umainiciativa muito boa. Mais uma vezfomos ver o que as pessoas pensam

    de nós e pelos vistos valeu a pena…É sempre bom receber um prémioporque é o reconhecimento do nossotrabalho e porque podemos investir emmaterial e crescer como banda.

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(EMANUEL) Foi muito bom, querem termos de experiência como deorganização e apoio técnico. Foi muitobom conhecer outras bandas e outrosartistas.

    DUARTE  Também não estávamos àespera deste

    segundo lugar.No nosso tipode música, comgrandes solosde guitarra,não é muitohabitual.

    MC KOKHAL (MÁRCIO) Eu participeimas antes não fazia a mínima ideiada existência do concurso. Quem mefalou do concurso foi um amigo queparticipou mas não foi selecionado.Fui com expectativas mas, com algunscontratempos que aconteceram antes

    do concurso, quando entrei em palco jáia sem expectativas nenhumas. Quandoanunciaram o meu nome caiu-me tudo,porque não estava à espera. Por isso,este terceiro prémio, para mim, soube--me a primeiro!

    P´ALMADA Este prémio deu-vos umnovo estímulo para os projetos quepossam ter na calha?

    GLASS IN THE PARK (DIOGO) Aindanão falámos muito disso.

     INÊS Temosandado a compormais algumasmúsicas masestamos aindareticentessobre o que vamos fazer. Se vamosfazer gravações, se vamos investir novisual…

    DIOGO Cada um está a pensar da suaforma. Da minha parte o próximo passoera gravar um álbum mesmo à séria.Era esse o grande desafio.

    BRUNO Para mim, era também gravarum álbum.

     INÊS Temos de entrar em consensomas, sim, o próximo passo seria gravarum álbum.

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(DUARTE) Claro que o prémio nos abriuportas e agora estamos mais pertodo EP, tudo o que nos possa ajudar adivulgar a nossa música é ótimo.

    CLÁUDIO Agora sabe-se que os Sopasganharam um prémio no Concursode Música Moderna de Almada e estaentrevista não estaria a acontecer se

    não tivéssemos

    ganho. Sãoportas que seabrem…

    MC KOKHAL(MÁRCIO) Só participar, estar ali entredez artistas, é uma oportunidade única.Ainda bem que a Câmara Municipalde Almada tem estas iniciativas, nãovejo muitas Câmaras em Portugal aapoiar o que os jovens fazem. Nestemomento estou a limar as arestas deum projeto meu, que vou colocar paradownload  gratuito. Também tenhooutro projeto já gravado e que está

    “(…) PARTICIPAR, ESTAR ALIENTRE DEZ ARTISTAS, É UMA

    OPORTUNIDADE ÚNICA.” MC KOKHAL

    “(…) É SEMPRE BOM RECEBERUM PRÉMIO PORQUE É O

    RECONHECIMENTO DO NOSSOTRABALHO E PORQUE PODEMOS

    INVESTIR EM MATERIAL E CRESCERCOMO BANDA.” GLASS IN THE PARK 

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    A P´ALMADA APRESENTA

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     B  A  N D  A 

    D  E  S  E  N  H  A D  A 

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           P       A      L

           A       V       R       A       S    -       C       R       U       Z       A       D       A       S

     INÊS Mas também já não fica tão vaziocomo às vezes ficava.

    BRUNO Está um bocado mais levedo que quando começámos. Agoraestamos mais melódicos.

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(CLÁUDIO) Estamos muito diferentes.As faixas que estamos a trabalharagora têm uma complexidade maior.Agora procuramos fazer música maiscomplexa sem abandonar as nossasraízes. Procuramos fazer uma fusãoentre novas explorações sonoras eas nossas bases do blues rock , dossolos de guitarra e dos tempos muitomarcados…

    MC KOKHAL (MÁRCIO) Há uns anosatrás era um bocado quadrado emrelação a outros estilos, não fazia fusãode estilos de música. O coletivo ondetambém estou inserido trabalha umafusão de reggae com hip hop , funk ,

     jazz  e sonoridades afroamericanas.O nome do projeto ainda está nosegredo dos deuses mas posso

    adiantar que se chama Cartel Desgaia(risos). Em crioulo, “desgaia” significa“desenrasca-te” e é mesmo isso que épreciso nos tempos que correm.

    P´ALMADA Qual foi até agora ovosso maior desafio enquanto banda/artistas?

    GLASS IN THE PARK (BRUNO) A nossamaior dificuldade agora é arranjar sítiopara ensaiar (risos). Ficámos sem salade ensaio.

    DIOGO Ficamos sempre mais nervososem concursos, com júri a ver. Tentamos

    tocar o mais perfeitinho possível. Achoque esse é sempre o maior desafio.

    BRUNO Isso e termos gravado o EP emtrês dias. Passei doze horas fechadonuma sala para gravar a guitarra…

     INÊS Foi um grande nervosismoporque a Rita ficou muito mal da voz,

    estava super constipada. Aliás, teve degravar uma semana depois porque nãodava mesmo. E depois ficámos todosdoentes! (risos)

    BRUNO O nosso próximo desafio élançar as próximas duas faixas e, emprincípio, vamos ter o apoio de umaeditora, a necrosymphonic.

     SOPAS DE CHAVALO CANSADO(CLÁUDIO) Lembro-me quando onosso antigo vocalista saiu, o Daniel. Omundo caiu-me aos pés. Pensei: “istoé o fim dos Sopas!”. Mas depois veio oEmanuel e isso foi superado.

    DUARTE  Diria que o nosso maiordesafio foi tentar gravar o EP. Tivemosalguns problemas com a produtora,

    gastámos um verão inteiro a tentargravar um EP e não conseguimos. Masagora com o dinheiro que recebemosdo prémio vamos gravar um EP comodeve de ser!

    MC KOKHAL (MÁRCIO) Talvez o maiordesafio seja estar a regressar à música.Embora pense que o maior desafio é ode todos os dias: querermos superar-nos a nós próprios, tentar fazer melhordo que fizemos.

     SEGUE A EVOLUÇÃO DA HISTÓRIA NA VERSÃO ONLINE DA P´ALMADA.Acessível no sítio da juventude, em  www.m-almada.pt/juventude.

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      P   O  S   T

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     I  T  

    FLUSO SERIESO TEMPO HEXATO

    Na maior parte do tempo, esquecemo--nos que o tempo é aquele que partilhatodo o nosso tempo connosco e porisso nem sempre lhe damos o real va-lor que merece. Assim, o “Ar Origins”traz-nos um gato azul - o “Fluso” - que

    gosta de surfar na onda do tempo e queao ver a forma quadrática (calendário)como o tratamos, decidiu trazer-nosuma nova forma de o ver e de lidar comele.

    Na prática, o Fluso trabalha com he-xágonos e cores para tratar o tempocomo ele merece e para nos ajudar ausufruir de um tempo mais hexato.Para além dos normais dias da semanae feriados, nestas formas geométricascabem ainda outros amigos do tempoque fazem dele uma constante, taiscomo os ciclos da Lua, datas importan-tes e datas engraçadas, eclipses, sig-nos (na aplicação digital), estações doano, solstício/equinócio, entre outros.

    Na página facebook.com/Fluso.series podem ver-se citações, passatempos eaté… uma solução para a crise!

    por Bruno Mendes 

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    C  A  I  X   A 

    D  E 

     L  Á  P  I   S 

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       T  E

       X   T   O  P   A  L  M   A   D  E  N  S  E

    “   Ro s  a  e  mC i   n z a ”   ,   po r  A  l   e  x a  n d r  a  P i   t   e i  r  a 

    sociais. Note-se que o meu problema não foi, claro,ter deixado de perceber português, foi antes terdeixado de compreender o sentido que as pessoaslhe davam ao imprimir-lhe as suas ideias.

    O episódio mais constrangedor sucedeu numa noite(ainda no início de convivência com a minha novacondição psicológica, chamemos-lhe assim) emque levei a minha namorada da altura a jantar fora,poucos dias depois do dia de Natal. Tudo corria es-plendidamente, o restaurante tinha poucas pessoase ela estava lindíssima. A dada altura, a minha com-panheira começou a falar sobre o jantar de Natal daempresa e sobre o fato específico da sua arqui--inimiga (nem sei como lhe chamar, suponho quenem ela saiba) ter levado um vestido igual ao dela.À medida que avançava na conversa, vi-a a ficarcada vez mais enfurecida e com os olhos raiados desangue. Julguei estar a alucinar e, tentando apurar averdade, disse-lhe “desculpa, mas não percebi bem oqueres dizer com isso.” Indignada, voltou a explicar--me pormenorizadamente o que tinha acontecido.“Querida,” – disse eu – “desculpa-me, mas não estoua conseguir perceber bem a razão pela qual estásassim”. Ela atirou o guardanapo para cima da mesae disse que era óbvio que eu não lhe estava a daratenção. E até hoje, permaneço na ignorância. MasDeus, como ela ficou feia quando se enfureceu!

    Foi então que comecei a equacionar a hipótese deser inapto para lidar com um certo tipo de pessoas.O tipo que se pode dizer que corresponde à maioria.Então, pensei em mudar de casa para um local quepermitisse manter-me fisicamente e mentalmenteapartado da realidade. A realidade da maioria, estáa seguir-me? Foi então que comprei um pequenobarco a um pescador reformado e, a 25 de dezembrodo ano passado, decidi que ia viver no mar, de ondea costa me pareceria apenas um quadro de formaspouco definidas que se tornava apenas uma sombranas manhãs de nevoeiro. A vida tomou o gosto dacadência da ondulação e percebi que aquela eraa minha oportunidade de me reencontrar comigopróprio e com algo que, apesar de ainda não sabermuito bem o que era, me faz saber que afinal tenho omeu lugar no mundo. Peço desculpa se me alongueidemasiado mas é que não quero mesmo deixar a re-alidade equivocada quanto à minha existência e queme tome por um náufrago. Isto se der pela minhafalta, claro.

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