O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ... USO DE...2 CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS JULIANO DO CARMO...
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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS
NA ADOLESCÊNCIA
GOIÂNIA-GOIÁS
2019/1
2
CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS
JULIANO DO CARMO
PEDRO GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS
NA ADOLESCÊNCIA
Orientação: Profa. Dra. Lindomar Guedes Freire
GOIÂNIA- GOIÁS
Trаbаlhо de Cоnclusãо de Cursо, аpresentаdо cоmо
requisitо pаrа nоtа dа disciplinа de TCC, necessáriа pаrа
Grаduаçãо dо cursо de Farmácia dа Fаculdаde Unidа de
Cаmpinаs – FАCUNICАMPS.
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2019/1
O USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS ANTIDEPRESSIVOS
NA ADOLESCÊNCIA
THE USE OF ANTIDEPRESSIVE PSYCHOTROPIC MEDICINES IN
ADOLESCENCE
CARLOS EDUARDO BARBOSA SANTOS1; JULIANO DO CARMO
1; PEDRO
GUSTAVO DE AMORIM ANDRADE 1
; LINDOMAR GUEDES FREIRE FILHA2
RESUMO
Este estudo tem o objetivo de descrever os psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência,
apresentar os fatores epidemiológicos e a atenção farmacêutica (AT) nesse processo. Os artigos foram
pesquisados na MedLine, SciELO, instituições relevantes e livros. O critério de inclusão foi de 10-19 anos, e o de
exclusão as outras faixas etárias. A primeira opção de tratamento está no próprio contexto familiar/social. Já a
aplicabilidade de psicofármacos contempla a história do paciente, clínica atual e plano de tratamento para os
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs) e Inibidores Seletivos da
Recaptação de Serotonina (ISRS). A depressão na adolescência é mundialmente problema de saúde pública/PSP,
podendo se manifestar com agitação/ansiedade/fadiga e culpa. O uso de substâncias lícitas/ilícitas, dificuldades
inúmeras, podem desencadear o gatilho depressivo; com ocorrência maior no sexo feminino. Com o uso de
substância ilícitas há uma maior chance de episódios violentos/letais, podendo causar morte de outros ou ainda o
autoextermínio. Esse evento pode acontecer com ápice por volta dos 16 anos para ambos os sexos, aumentando
gradativamente. A AT hospitalar e/ou farmácia comunitária é de extrema importância, pois esse age com
responsabilidade, comprometimento e conhecimento farmacológico. Além disso o farmacêutico realiza
orientação e retira as dúvidas do paciente, oferecendo assim um bom atendimento que irá resultar na correta
adesão à terapia designada pela equipe multiprofissional, seja ela farmacológica ou psicológica. Diagnosticar a
depressão o mais rápido possível é importante, sendo que é considerada um PSP, ressaltando que o uso de
antidepressivos deve ser sempre orientado.
Palavras-chave: Depressão. Adolescência. Atenção farmacêutica. Psicofármacos.
ABSTRACT
This study aims to describe the psychotropic drugs in the forms of treatment for depression in adolescence, to
present the epidemiological factors and pharmaceutical care (PC) in this process. The articles were searched in
MedLine, SciELO, relevant institutions and books. The inclusion criterion was 10-19 years, and the exclusion
criteria were the other age groups. The first treatment option is in the family/social context. The applicability of
psychoactive drugs contemplates the patient's current clinical history and treatment plan for Tricyclic
Antidepressants (TCAs), Monoaminoxidase Inhibitors (MAOIs) and Selective Serotonin Reuptake Inhibitors
(SSRI). Depression in adolescence is a public health problem (PHP), which can manifest itself with
agitation/anxiety/fatigue and guilt. The use of licit/illicit substances, besides the numerous difficulties, can cause
the depressive trigger; with a higher occurrence in women. With the use of illicit substance there is a greater
chance of violent/lethal episodes, being able to cause death of others or even the self-extermination. This event
can happen at the apex by age 16 for both sexes, increasing gradually. The PC hospital and / or community
pharmacy is extremely important, since it acts with responsibility, commitment and pharmacological knowledge.
In addition, the pharmacist conducts guidance and removes the patient's doubts, thus offering a good care that
will result in correct adherence to the therapy designated by the multiprofessional team, being it pharmacological
or psychological. Diagnosing depression as soon as possible is important, being considered a PHP, emphasizing
that the use of antidepressants should always be oriented.
Keywords: Depression. Adolescence. Pharmaceutical attention. Psychotropic drugs.
.
1Аcаdêmicos dо cursо de Grаduаçãо em Farmácia dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E-mаil:
carlos15ebs@hоtmаil.cоm; carmojuca75@gmаil.cоm; [email protected]; 2Оrientаdоrа, Dоutоrа em Ciênciаs dа Sаúde e prоfessоrа dа Fаculdаde Unidа de Cаmpinаs – FаcUnicаmps. E-
mаil: freirefilhа.lindоmаr@gmаil.cоm
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1 INTRODUÇÃO
Os medicamentos denominados psicotrópicos são definidos como modificadores
seletivos do Sistema Nervoso Central (SNC). Essa denominação foi informada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), que classifica os psicotrópicos em ansiolíticos e
sedativos; antipsicóticos (neurolepticos); antidepressivos; estimulantes psicomotores;
psicomiméticos e pontencializadores da cognição. (RANG; DALE; RITTER, 2001).
A depressão é conceituada pela Organização Pan-Americana da Saúde (2016-2017,
s/n) como um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse
em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar
atividades diárias, durante pelo menos duas semanas.
Hoje, os transtornos da ansiedade são fatores que mais afetam os adolescentes, e isso
vem ganhado um destaque abrangente em estudos, visto que a comunidade científica vem
buscado compreender mais sobre o assunto. Ainda assim, os transtornos de ansiedade são
motivo de debates entre os especialistas do assunto, tendo em vista que cerca de 10% das
pessoas que possuem essa patologia, são crianças e adolescentes. (ASBAHR, 2004).
Atualmente, há diversos medicamentos antidepressivos eficazes, principalmente nos
casos mais graves. Primeiramente o tratamento é realizado com a família, na tentativa social e
sem o uso de medicamentos psicotrópicos. Destaca-se como as principais classes os
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores
Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs). (BALLONE; MOURA, 2008).
Sabe-se que o uso, em especial, da classe inibidora de serotonina (ISRS), é
considerada a mais eficiente no tratamento da depressão em adolescentes. (QUEVEDO;
NARDI; SILVA, 2018). Hoje, em virtude da informação, a população vem recorrendo cada
vez mais a prescritores de antidepressivos, não sendo a primeira regra para a melhora da
depressão na faixa etária em estudo.
A adolescência compreende à idade de 10 até os 19 anos (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE-OMS,1986). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº
8069/902, considera a adolescência no período dos 12 aos 18 anos (BRASIL,1990). O
presente trabalho será baseado na definição da OMS.
Segundo Bahls (2002), em sua revisão epidemiológica sobre transtornos depressivos, o
índice de depressão em adolescentes está entre 3,3 a 12,4%. Alguns pontos que são
considerados nessa patologia são: estado de humor (depressivo duradouro ou depressivo
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excessivo), períodos de isolamento, momentos de hostilidade com familiares e amigos,
afastamento da escola, falta de rendimento escolar, afastamento de atividades com outras
pessoas, abuso de substâncias ilícitas (álcool, drogas), violência física, imprudência sexual,
fuga de casa, entre outros.
Alguns fatores no histórico familiar, também devem ser considerados, tendo em vista
os aspectos do cotidiano dos adolescentes. A agressividade, a raiva, a agitação, insônia,
apetite desajustado e a baixa autoestima, estão relacionadas com a depressão, além da queixa
de cefaleia como sintomas. (GRILLO; SILVA, 2004).
O profissional prescritor deve seguir um rigoroso critério de avaliação clínica para
definir o tratamento do paciente, tendo em vista todos os aspectos sobre o uso de
psicotrópicos antidepressivos por adolescentes e seus fatores precursores. Lembrando que
nem sempre o uso do medicamento será a primeira opção para a melhora do paciente.
Diante dessa abordagem, o presente estudo tem como objetivo descrever os
psicofármacos no tratamento para depressão na adolescência, bem como apresentar os fatores
epidemiológicos da patologia atualmente, além de destacar a função do profissional
farmacêutico na equipe multiprofissional.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ao buscar a história da depressão, deve-se considerar que, desde as mais antigas
civilizações, já existiam pessoas sintomáticas. A causa para essa patologia era relacionada
com um elemento próprio da natureza humana, e que muitas vezes, era atribuída ao
desenvolvimento durante a sua criação, não sendo muito categórico em relação ao sofrimento
humano. Na época de Hipócrates, acreditava-se que a alteração qualitativa e quantitativa da
bílis negra, era responsável por produzir um estado melancólico, que consequentemente
desenvolveria sintomas de medo e tristeza. Esse pensamento era conhecido como a teoria dos
quatro humores (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra), e que naquela época o
tratamento era feito através da eliminação de excesso destes, por meio de purgativos. (FACÓ,
2008; PERES, 2006).
Tal patologia se assemelha com as doenças de décadas passadas, em que as mesmas
eram apontadas como pestes, como é o caso da tuberculose e da peste bubônica, numa
classificação de doenças graves, sendo contagiosa e que atinge várias pessoas. (HORNSTEIN,
2006; BAHLS, 2002). De acordo com Peres (2006), menciona a depressão, como o mal do
século XXI, caracterizando o homem na atualidade.
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Por muitos anos, a depressão no período da infância e adolescência foi bastante
discutida pelos especialistas da área, que questionavam a sua existência. (FEIJÃO, 2016).
Psicanalistas concordam com tal questionamento, uma vez que esse período não se considera
a formação do ego e interiorização do denominado superego. Considera-se então, que não há
perda da autoestima nem sentimentos adjacentes de culpa nessa fase da vida. (CABALLO;
SIMÓN, 2005).
É sabido que no período da adolescência a depressão pode ser mascarada pelos
conflitos do dia-a-dia, que são habituais desta faixa etária. (PARANHOS; WERLANG,
2009). Ainda sobre estudos atuais, Feijão (2016) afirma que a patologia é comum nesta fase,
podendo ser desenvolvido precocemente, o que causará conflitos em vários momentos da vida
do adolescente sintomático. Para alguns autores a depressão na adolescência é mais grave do
que na fase adulta, e acomete mais em meninas do que em meninos.
Segundo Bahls (2002), na fase da adolescência pode-se verificar características
específicas do transtorno depressivo. Os sintomas normalmente relatados são: irritabilidade,
instabilidade e tristeza, podendo manifestar também crises recorrentes de explosão de raiva,
ou seja, alteração de humor, além de falta de energia para realizar atividades diárias, como por
exemplo ir à escola. Pode-se observar também outros sintomas, como: sentimento de culpa,
desesperança, falta de apetite e alteração do peso, apatia, perturbações do sono como
hipersônia, retardos psicomotor, fadiga e cefaleias, e até mesmo tentativas ou pensamentos de
suicídio, além de problemas com alcoolismo e drogas.
De acordo com esses sinais e sintomas descritos na adolescência, chama-se a atenção
das substâncias neurotransmissoras que desencadeiam a patologia em questão.
A noradrenalina, serotonina, dopamina e acetilcolina, conhecidas cientificamente
como “Aminas Biogenicas”, possuem atividades modeladoras corticais e subcorticais, que
compreende às alterações relacionadas ao sono, humor e apetite, sendo os mais envolvidos na
depressão a Noradrenalina e Serotonina. Consequentemente a Dopamina e Acetilcolina se
mantém desreguladas a esse transtorno. (QUEVEDO; NARDI; SILVA, 2018). Esses autores
acrescentam que devido à baixa de receptores β-adrenergico, a noroadrenalina tem alta
participação na patologia em estudo, e por isso a grande efetividade com as drogas da classe
noroadrenergicas. A variação das taxas de noradrenalina e serotonina estão diretamente
relacionados com a impulsividade, gasto energético e ansiedade, estados observados na
depressão.
O transtorno da ansiedade que levam a depressão em adolescentes, não é tratado
primeiramente com antidepressivos. A intervenção inicia-se com abordagens psicoterápicas,
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que inclui a Terapia cognitiva Comportamental, Psicanálise e psicoterapia de Orientação
analítica. Para o tratamento farmacológico o uso de ISRSs é considerado o de primeira
escolha pelos prescritores, ressaltando ainda que, apesar de se obter uma boa resposta para o
tratamento de ansiedade e depressão, o uso dos ISRSs e de outras classes de antidepressivos,
requer uma maior atenção aos médicos e os pais dos pacientes e pessoas que convivem com o
paciente, devido ao alto risco de suicídio, especificamente no início do tratamento,
necessitando de uma avalição mais criteriosa na fase inicial do tratamento. (ISOLAN;
PHEULA; MANFRO, 2007).
3 METODOLOGIA
Para realização dessa pesquisa, foram utilizadas técnicas de análise de documentos e
também a revisão da literatura. (MARCONI; LAKATO, 2010). Com essas técnicas, pode-se
fazer um estudo em vários softwares, revistas, jornais, arquivos públicos, entre outros, como
critério de método analítico da revisão literária e produções acadêmicas, com os seguintes
aspectos: buscas de artigos publicado no meio acadêmico, em revista especializada e
arquivos.
A busca por artigos foi realizada através de pesquisas em bancos de dados, onde
filtrou-se as palavras-chaves e os anos em que há abrangência de publicação dos referidos
temas. A base de pesquisa nas principais fontes foram MedLine, SciELO, BVS, jornal da
sociedade de pediatria, revistas de psicologia e pediatria, arquivos do IBGE, OMS, MS, e
também em bulários e livros farmacológicos. Usou-se como critério para definição de
pesquisa os anos de abrangência, que compreende ao período das publicações de referências,
verificando se havia compatibilidade com o critério de pesquisa já publicado nos anos
anteriores a 2019, porém de relevância para compor o tema.
Dentro da pesquisa, foi utilizado como descritores as seguintes palavras: depressão,
adolescente e antidepressivos e confirmada pelo Descritores em Ciências da Saúde (2019). O
critério de inclusão foi definido pela procura de causas e sintomas da patologia em estudo, a
depressão na adolescência, na faixa etária de 10 a 19 anos, conforme idade definida pela OMS
e usado pelo Ministério da Saúde do Brasil (MS), pois atualmente as normas de conduta para
essa faixa etária já preconizada no Brasil.
Todavia, dentro da análise para critério de exclusão, as referências com temas que
quase sempre estão vinculados a depressão de outras faixas etárias, foram descartadas, mesmo
porque o foco estava voltado em especial ao público adolescente. Nesse caso, foram
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descartadas as palavras como: depressão em adultos, depressão em idoso, depressão em
criança e outras doenças e causa que se referia a essa faixa etária.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Psicofármacos no tratamento para adolescente com depressão
O tratamento para adolescentes com transtornos de depressão, em geral, costuma ser
bem-sucedido, se diagnosticado o quanto antes. O uso de medicamentos psicofármacos
normalmente são eficazes, bem como a psicoterapia e as terapias comportamentais. O ato da
prescrição da farmacoterapia em tratamentos de depressão, não deve se restringir apenas a um
diagnóstico e um único medicamento. O paciente, seus parentes e equipe multiprofissional
precisam se envolver no direcionamento do paciente depressivo. Deve se atentar em relação
às razões para o uso dos medicamentos psicotrópicos e antidepressivos, bem como os
benefícios esperados e os eventuais riscos.
A opção e o início da intervenção medicamentosa, segundo Soares et al. (2009),
devem ser embasados no relato do paciente, na clínica atual e no plano de tratamento.
A escolha da medicação deve ser feita de forma minuciosa, individualizada e
detalhada, com o objetivo de evitar reações inesperadas. É muito importante que todos os
envolvidos no tratamento, sejam bem orientados quanto ao início da medicação, assim como
outras intervenções psicoterápicas.
O início do tratamento de depressão em adolescentes é recomendado a utilização
apenas da metade da dose habitual, e o paciente deve ser monitorado continuamente entre
duas e quatro semanas, a fim de evitar incidentes. Após esse período, pode aumentar ou não o
medicamento, não sendo recomendado o uso descontinuado entre seis a oito semanas. Logo,
após a melhora do paciente, é sugerido um acompanhamento mensal para prevenir possíveis
recaídas.
Atualmente, diversos fármacos antidepressivos são eficientes, principalmente nos
casos mais graves. A primeira opção de tratamento para essa patologia está no contexto
familiar e social, sem a administração de medicamentos psicofármacos. Destaca-se como as
principais classes de medicamentos os Antidepressivos Tricíclicos (ADTs), Inibidores da
Monoaminoxidase (IMAOs), os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) e
também os Antidepressivos Atípicos. (BALLONE; MOURA, 2008). Sabe-se que o uso em
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especial da classe dos ISRSs, é considerado a mais eficiente no tratamento da depressão em
adolescentes.
Antidepressivos Tricíclicos (ADTs)
Os ADTs agem em nível pré-sináptico, com o bloqueio de recaptura de monoaminas,
em especial a norepilinefrina (NE; ou noradrenalina - NA) e serotonina (5-HT), em menor
proporção a dopamina (DA). O mecanismo inibitório da recaptura de 5-HT é secundária a de
NE, devido ao fato preferencial das aminas terciária executarem a sua inibição. Os efeitos
colaterais estão associados à atividade pós-sináptica, que perde a instabilidade com o
neurotransmissor envolvido.
Os ADTs bloqueiam receptores muscarínicos, histaminérgicos de tipo 1, α-2 e β-
adrenérgicos, serotonérgicos diversos e mais dificilmente os dopaminérgicos.
Necessariamente, essas ações não se correlacionam com o efeito antidepressivo, mas com
efeitos colaterais. O bloqueio do receptor 5-HT1 contribui para o efeito terapêutico.
(BRASIL; BELISARIO FO, 2000). A metabolização dos ADTs se estabelece entre 55% a
80%, pelo efeito de primeira passagem, em que o pico plasmático atinge rapidamente de 1 a 3
horas, por aminas terciárias (amitriptilina), se comparado com aminas secundárias
(desipramina e nortriptilina) que levam de 4 a 8 horas para atingir o pico plasmático. Por
serem lipofílicos, é necessário ter a sua concentração essencialmente no miocárdio e em
tecidos cerebrais, que se unem as proteínas plasmáticas, ocorrendo assim, o metabolismo
hepático primariamente.
As diferentes mudanças na dose de ADTs levam a alteração proporcional no nível
plasmático e exibem farmacocinética linear, podendo variar entre idade e sexo. A
concentração pode decair antes da menstruação, no caso das mulheres. (ROSA;
CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). A tabela 1 mostra a vida média de alguns ADTs.
Tabela 1. Vida média de Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) e seu estado de equilíbrio.
Fármacos (ADTs) Eliminação/horas Estado de equilíbrio/dias
Imipramina 4 a 34 05
Amitriptilina 10 a 46 05
Clomipramina 17 a 37 05
Nortriptilina 13 a 88 05
Fonte: Neves, 2015.
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Inibidores da Monoaminoxidase (IMAOs)
Os IMAOs exercem ação inibitória da Monoaminoxidase (MAO), que interage na
metabolização de serotonina, noradrenalina e dopamina, quando administrado Isocarboxazida,
fenelzina e tranilcipromina. Esses IMAOs não seletivos, se ligam de maneira irreversíveis as
MAOS A e B. Dessa forma, sobrevém à redução na atividade da MAO, ocorrendo aumento
da concentração dos neurotransmissores no Sistema Nervoso Central (SNC) e no Sistema
Nervoso Simpático (Sistema Ortossimpático ou Sistema Toracolombar). (ALAMO et al.,
2011; BRASIL; BELISARIO FO, 2000).
Esses posicionamentos não seletivos dos IMAOs têm como efeito a sensibilização dos
receptores a2 ou b-adrenérgicos e de seretonina. As alterações, provavelmente sucedidas nas
características dos receptores realizadas pela admissão crônica de IMAOs, se assemelham
melhor no desempenho da ação antidepressiva em relação ao aumento na atividade do
neurônio secundário ao acréscimo na concentração de neurotransmissores, o que explica a
delonga no início da ação terapêutica. (ALAMO et al., 2011; BRASIL; BELISARIO, 2000).
Novas inovações possibilitou o desenvolvimento de IMAOs seletivos da MAO-A e da
MAO-B. Além de compostos que podem ser alterados, e que contornam o problema das crises
hipertensivas. (NEVES, 2015). A figura 1 mostra a ação dos IMAOs sobre a MAO.
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Figura 1. Mecanismo de ação dos IMAOs. 1- Libertação do neurotransmissor na fenda pré-sináptica, 2- Ação do
neurotransmissor, 3- Inibição da MAO.
Fonte: Cordeiro, 2014.
A moclobemida (inibidor seletivo da MAO-A) é reversível e possui afinidade com 5-
HT e NA. Já a selegilina não apresenta efeito antidepressivo significativo na MAO-A.
(ROSA; CAVALCANTE; TERRA JUNIOR, 2018). A figura 2 mostra a ação da
moclobemida.
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Figura 2. Síntese de dopamina e seu metabolismo por MAOA e MAOB. Ação da moclobemida.
Fonte: Youdim, Edmondson e Tipton, 2006.
Devido a inibição da MAO de fato perene, através da ação dos IMAOs, faz-se
necessário adotar dieta pobre em tiramina e aminoácido precursor de catecolaminas, para
evitar uma crise potencializada dos efeitos hipertensivos que pode ser fatal. (ROSA;
CAVALCANTE; TERRA JR, 2018). O quadro 1 apresenta alimentos que devem ser
consumidos e os evitáveis durante o tratamento da depressão, além de mostrar os alimentos
que podem potencializar a inibição da MAO.
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Quadro 1. Alimentos consumidos e não consumidos durante o tratamento de depressão.
ALIMENTOS CONSUMIDOS EVITADOS
Triptofano e ômega 3 Carne, peixe, frutos do mar,
ovo, castanha, amendoim,
ervilha, abacate, couve-flor,
banana, grão-de-bico, abacate,
aveia, chocolate amargo;
Queijo forte ou curado,
Bebidas alcoólicas (aguardente,
vinho, cerveja),
Chocolate,
Carnes curadas,
Citrinos,
Alimentos fritos ou gordos,
Nozes e outros frutos secos,
Diversos corantes e aditivos
alimentares, glutamato
monosódico, excesso ou
abstenção de cafeína,
Aspartame, nitritos, sulfitos,
Fígado de aves, sardinha de
conserva, gelados, iogurtes,
Extratos vegetais e de carne,
carne de porco, marisco,
Figos de conserva,
Tomate de conserva, feijão
enlatado.
Magnésio Chocolate, castanhas,
amêndoas, sementes de
abóbora, arroz integral, gérmen
de trigo, aveia, abacate e
banana;
Vitaminas do
complexo B
Espinafre, couve manteiga, leite
e derivados, fígado, frango,
ameixa e melancia;
Vitamina C Acerola, goiaba, abacaxi,
laranja, limão, tangerina, amora,
framboesa;
Fibras Frutas, vegetais e sementes
como chia, linhaça e gergelim.
Fonte: Millichap, 2002.
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs)
Os fármacos antidepressivos da classe ISRSs, tendo como os mais usuais, a
citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina, são as últimas gerações de
fármacos que melhor se obtém resultados eficazes e satisfatórios, mas, sobretudo com poucos
problemas de qualidade e segurança. A neurotransmissão serotonérgica sofre uma
potencialização devido à ação potente e seletiva da recaptação de serotonina, mutual a sua
inibição através dos ISRs3. (FONSECA et al., 2018). A figura 3 mostra a ação dos inibidores
da recaptação de seretonina.
3Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina - ISRSs. Esses agentes bloqueiam a recaptação da serotonina
na membrana pré-sináptica, aumentando assim a sua concentração na membrana terminal do nervo pós-
sináptico. (LATTIMORE et al., 2005).
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Figura 3. Diagrama esquemático, que mostra o mecanismo de ação dos Inibidores Seletivos da Recaptação de
Serotonina (ISRSs).
Fonte: Lattimore et al., 2005.
A variação na recaptação da serotonina se dá através da potencialização, devido a sua
inibição, bem como da atração por noradrenalina e dopamina. A sertralina e paroxetina tem
maior êxito enfático na inibição de receptação. A sertralina se diferencia farmacologicamente
na classe dos ISRSs, devido a sua facilidade em inibir a recaptação de dopamina. (FONSECA
et al., 2018).
Os efeitos farmacodinâmicos estão associados devido à inibição da síntese óxido
nítrica, através da paroxetina e, provavelmente por outros ISRSs. As misturas racêmicas de
citalopram e fluoxetina formam distintas estruturas quirais de perfis farmacodinâmicos e
farmacocinéticos diversificados. O metabólito da fluoxetina dispõe de mecanismo de atuação
prolongada e é farmacologicamente ativo. Os perfis farmacocinéticos variados estão presentes
nos ISRSs, que abrange meia vida, farmacocinética, depuração devido à idade e a inibição de
isoenzimas metabolizadoras de fármacos do citocromo P450. (CYP). (SOARES, 2009).
Os ISRSs fazem absorção mais acelerada, pois sofrem pouco com o metabolismo de
primeira passagem e formam ligações mais fortes com proteínas plasmáticas, que são
rapidamente absorvidas, aumentando assim o seu nível plasmático. Metabolizados
principalmente pelo fígado, os ISRSs afetam as enzimas metabolizadoras do citocromo P-450,
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e podem comprometer o metabolismo de outras drogas metabolizadas por este sistema.
(ROCHA; WERLANG, 2013).
Diferente dos adultos, as doses dos medicamentos em crianças e adolescentes se fazem
necessárias de forma mais elevada por peso, para efeito terapêuticos, pois assim são mais
eficazes, com equivalência em níveis séricos. Isso se explica devido a dois fatores:
metabolismo mais acelerado pelo fígado e filtragem glomerular aumentada. As optativas de
escolha para administrações dos psicofármacos se dá por: aqueles com menor risco de se
obter efeitos colaterais indesejáveis; resposta rápida do paciente; apoio de seus familiares
quanto ao tratamento; e a própria experiência do médico. Com relação ao uso da posologia,
inicialmente recomenda-se doses mínimas. (ROCHA; BATISTA; NUNES, 2004).
De acordo com Ramos, Cordas e Salzano (2006), as opções na utilização do
tratamento medicamentoso devem ser centradas em dois pilares fundamentais: o diagnóstico e
a identificação dos sintomas alvos. O paciente deve estar sem efeitos de medicação entre uma
a duas semanas. É importante salientar a ausência de medicação para o sono (hipnóticos). Se o
paciente estiver hospitalizado, faz-se necessário uma boa atenção farmacêutica no que se
refere aos medicamentos administrados no tratamento com combinações medicamentosas.
Além disso, é importante verificar também aqueles medicamentos que foram interrompidos
durante o tratamento, podendo ter indícios de abstinência, potencialização do efeito esperado
ou até mesmo a inibição (eritromicina e o cetoconazol) do tratamento.
4.2 Fatores Epidemiológicos da depressão em adolescentes
A cada dia, os transtornos depressivos vêm em constante alta, crescendo em proporção
igual com a população no geral. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), haverá
mais depressivos no mundo nos anos seguintes, do que outras patologias de propagação
endêmicas, tais como: infarto, má nutrição e doenças infecciosas. O fato é que a depressão
está em constante evolução global. (BAHLS, 1999). Sendo uma constante crescente dessa
patologia, em análise de todos os níveis e faixas etárias, verifica-se também o aumento no
interesse da comunidade científica em buscar novos estudos da depressão na adolescência.
A depressão voltada ao público adolescente, recentemente vem sendo alvo de estudos
cada vez mais discutidos por diversos setores da comunidade, entre vários profissionais. No
entanto, o primeiro estudo ou publicação é datada de 1975, pelo National Institute of Mental
Health – NIMH no EUA. No Brasil tem sua primeira publicação sobre o tema, em 1984, por
Souza, com uma divulgação mais voltada para a classe infanto-juvenil, do que para
adolescentes. (BHATARA, 1992).
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A depressão é apontada como sendo uma doença comum e de fácil reconhecimento
pela classe médica. Muitos profissionais da medicina atendem e prescrevem antidepressivos
para adolescentes, e também são unânimes em afirmar que a depressão é bem grave em
adolescentes e mais perniciosas do que em adultos. (MARTINS; COHEIN, 2000). Verifica-se
que o surgimento de novos casos diagnosticados é mais frequente ano a ano, com índices
comprovados. Interessante destacar que essa patologia está mais precoce a cada época,
contudo vem sendo considerado um fenômeno epidemiológico severo.
Segundo estudo mostrado pela OMS (2017), em um comparativo mundial sobre a
depressão, houve um crescimento entre 1990 a 2015. De acordo com o demonstrativo da
figura 4, nas Américas o índice é maior do que no resto do mundo.
Figura 4. Prevalência de depressão por região da OMS, em ¨% da população.
Fonte: Global Burden of Disease Study, 2015 – World Health Organization apud Ostetti e Almeida, 2017.
Sabe-se ainda que os sintomas depressivos são iguais entres todas as faixas etárias, e
que no adulto, tanto quanto no adolescente, são bem semelhantes. Sendo assim, não se pode
distinguir, entre as diferenças etárias, pois no geral não há uma grande variável. (CÂNDIDA,
2005). A autora enfatiza que entre crianças e adolescentes há semelhança em termos de
comparabilidade dos sintomas de transtornos mentais. De acordo com comparativos de
pesquisas e estudo populacionais, cerca de 20% das crianças e adolescentes de idade entre
17
cinco e dezessete anos, apresentam algum tipo de transtorno mental diagnosticável, e que no
geral, está relacionado a alguém de sua família diretamente. O quadro 2, demonstra a relação
dos integrantes familiares com a depressão e a criança ou adolescente.
Quadro 2. Diagnóstico psiquiátrico com a respectiva doença em algum integrante da família
mais extensa da criança e adolescente encaminhada ao serviço de saúde.
Motivo do encaminhamento
(Anos da criança/adolescente)
Familiar e diagnóstico
psiquiátrico
Tipo de abuso identificado
Encoprese*, medo, sono
agitado (6 anos)
Tia materna/psicose,
tia paterna/uso substancias
psicóticas
Abuso físico e abuso
psicológico
Agressividade (11 anos)
Avó materna/humor
Abuso sexual (12 anos)
Avó materna/neurótica Abuso sexual
Agressividade
comportamental,
autoagressivo (8anos)
Avó materna/humor _________________
Ansiedade, fuga domiciliar e
escolar (11anos)
Tia materna /psicose Abuso físico e abuso
psicológico
Ansiedade, irritabilidade
(11anos)
Avó paterna/humor Negligência
Agressividade, irritabilidade,
alucinação visual (7anos)
Avó materna/neurótica Abuso físico e abuso
psicológico
Parente busca serviço,
agitado, confabulação (9 anos)
Tio materno/ sustâncias
psicóticas, tia materna/
neurose, avó materna
/psicótica
Abuso físico
Hiperatividade, agressividade
(5anos)
Avó materna/neurose. __________________
Fonte: Lacerda e Fiamenghi Jr, 2013.
*Encoprese: incontinência fecal, geralmente associada a fatores psíquicos e definidas como repetidas
evacuações, pode ser voluntária ou não, e de fundo emocional ou fisiológico e psicológico.
18
Estudos mostram que os sintomas semelhantes são a agitação e ansiedade, fadiga e
sentimento de culpa, que são comuns em todas as faixas etárias, porém entre os adolescentes
esses sintomas sempre manifestam de forma mais agressiva, o que os tornam mais visíveis, e
muitas vezes confundidos com outros fatores adjuntos, tais como: história pregressa da
patologia em sua família, pais e avós, situação econômica e social, aceitabilidade psicológica
e variável biológicas, rotinas em sociedade e em família, entre outros fatores. (ASBAHR,
2004; BAHLS; BAHLS, 2002; MARTINS; COHEIN, 2000).
Observando um estudo publicado por Aragão et al., (2009), realizado com alunos do
Ensino Médio em uma cidade brasileira, fica claro os sintomas mais relevantes da depressão,
como demonstrados na tabela 2.
Tabela 2. Concepções/discrição da depressão entre adolescentes do Ensino Médio.
Categoria e Subcategoria Adolescente do Ensino Médio
F %
Tristeza 26 20
Solidão 26 20
Demência 25 19
Choro 16 12
Doenças 15 12
Morte 10 08
Falta de apetite 06 05
Angústia 05 04
Total 129 100
Fonte: Aragão et al., 2009.
Alguns avaliadores e/ou prescritores, médicos pediatras e hebiatra, psiquiatras e
psicólogos (MELO; SIEBA; MOREIRA, 2017; BENETTI et al., 2007), veem com
dificuldade o comparativo em estabelecer a relação causal entre as faixas de idades, e que é o
fator de início da depressão em adolescentes. Contudo observa-se o fator sócio familiar como
sendo o que surge cada vez mais cedo.
Do ponto de vista da psicanálise, é consenso que na adolescência inicia-se os conflitos,
e é nesse momento que há vivência nos contextos interpessoais de importância e relevância. A
adolescência é o instante em que se muda a real perspectiva da vida, sendo o marco da
passagem da criança para a fase adulta. Pode-se chamar essa fase da vida de intermediária ou
adolescência, tendo como primeiro fato ou/a modificação de um padrão até então comum. A
infância caracterizada como leve, sem grandes responsabilidades e sem rigor, na adolescência
19
há um novo padrão com maiores responsabilidade, novas fórmulas de cobranças, tendo regras
diferenciadas para a nova vida adulta. (ASBAHR, 2004).
Nesta fase de dúvidas e incertezas, há como fator principal a ebulição hormonal em
ambos os sexos. Observa-se no contesto geral, o início de uma nova fase nos relacionamentos
sexuais, pessoais e sociais.
Com tais mudanças, o corpo está em adaptação rápida, porém o psíquico ainda não
está totalmente adaptado, pois ainda demora algum tempo, não estando totalmente maduro
e/ou pronto para modificações tão rápidas, sendo isso o suficiente para gerar os primeiros
conflitos, graves e/ou não tão graves assim, no que pode ser avaliado como o novo fator, que
é o ser adolescente. (ASBAHR, 2004; BAHLS, 2002).
Estudos de Aragão et al. (2009), catalogaram em uma escola púbica no Brasil as
causas da depressão entre adolescentes, sendo as mais relevantes mostrada na tabela 3.
Tabela 3. Causa da depressão entre adolescentes no Ensino Médio.
Categorias e
subcategorias
Adolescentes do Ensino Médio
F %
Baixa autoestima 45 37
Problemas familiares 32 26
Exclusão social 23 19
Perdas 10 08
Estresses 06 05
Falta de diálogo 06 05
Total 122 100
Fonte: Aragão et al., 2009.
No contexto geral, é na adolescência que se começam os relacionamentos, e isso vem
sendo um fator importante no que diz respeito aos campos dos relacionamentos afetivos e
sexuais. Nessa fase da vida há um destaque principal para a mudança no corpo do
adolescente, com evidências para as mudanças hormonais, que embora em constates mutação,
ainda leva algum tempo para se adaptar e organizar esse novo ser.
Contudo, tais fatores podem levar o adolescente a ter crise conflitais severas,
destacando os sintomas mais comuns da ansiedade, sendo eles: a raiva, agressividade,
violência, surtos psicóticos, que são, em geral, voltados principalmente para a sociedade e a
família. (CAMPOS; PRETTE; PRETTE, 2014).
20
Supondo que a adolescência seja o período mais crítico, pode-se afirmar que será
também o momento em que a patologia se manifesta com grande intensidade, sendo diferente
para cada indivíduo. Alguns passam por esta circunstância com poucas problemáticas, ou seja,
alguns indivíduos têm maior equilíbrio, conforme a sua influência no âmbito familiar. A
família em equilíbrio e ajustada favorece melhores condições emocionais e psicológicas,
conseguindo assim passar com melhor leveza por essa fase da vida.
No entanto, outros indivíduos, não tendo o apoio familiar necessário ou ainda vivendo
em lares conflitantes, desajustados ou com membros familiares tendo os sinais e sintomas e
com o diagnóstico de depressão, será inevitável que tal adolescente passe por esse processo
sem haver alguma perda. É provável que adolescentes expostos à condições estressantes
familiares, tenham sintomas e transtornos depressivos. (BAHLS, 2002).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (2013), no que
foi abordado, cita-se ainda, mais alguns sintomas ou fatores que podem desencadear o gatilho
depressivo entre adolescentes, que são o uso de substâncias lícitas (cigarros, bebidas,
alcoólicas, remédios), substâncias ilícitas (drogas, maconha, cocaína, craque...), dificuldades
entre relação sexual, conflito de gênero, dificuldade de afetividade interpessoais e sociais.
Observa-se ainda que a ocorrência depressiva em adolescentes é bem variável, de
acordo com sexo e idade, mostrando diferentes padrões de comportamentos. As modificações
reais e comparações analíticas, podem ser divergente entre os gêneros. Indivíduos do sexo
feminino têm mais episódios de depressão, além de mais casos de agressividade e isolamento.
Já o gênero masculino apresenta padrão depressivo com grau de agressividade bem mais
violento, sendo também mais letal, podendo causar morte de outros ou até mesmo seu
autoextermínio. (BAHLS, 2002). Na tabela 4, pode ser verificada duas variáveis.
Tabela 4. Descrições das variáveis sexo e idade.
VARIÁVEL % (N)
Sexo
Masculino
38,5 (77)
Feminino 61,5 (123)
Idade
14 ou menos 15,3 (31)
15 a 17 anos 77,7 (157)
18 a 19 anos 6,9 (14)
Fonte: Nascimento et al., 2018.
21
De acordo com Soares et al. (1999), o início da depressão é por volta dos
treze/quatorze anos em menina, e quinze/dezesseis em meninos. Mas, no geral o ápice de
agressividade é por volta dos dezesseis anos para ambos os sexos, e com o passar dos anos a
tendência é aumentar, gradualmente, os sintomas. Após os dezesseis anos, observa-se uma
maior evolução por parte das taxas de expressividade relatada em ambos os sexos no geral.
Ao avaliar a tabela 5, observa-se que o estudo mostra a média em relação a depressão obtida
em função do sexo e ano letivo.
Tabela 5. Média e desvio padrão, sexo e escolaridade.
Variável Depressão
N M DP
Sexo
M 225 5,5 4,3
F 231 14,2 10,19
Escolaridade
7° 80 15,5 13,0
8° 207 8,7 7,43
1° ano/2°grau 169 8,7 7,32 Fonte: Reppold e Hutz, 2003.
No entanto, nessa fase alguns estudos epidemiológicos divergem sobre causa e gênero.
Na depressão em adolescentes, em longa análise na literatura, observa-se que há bastante
divergências, não tendo claramente o exato momento em que ocorre o episódio depressivo e
suas manifestações. Dessa forma, não se sabe em que instante ou etapa da vida do adolescente
haverá um maior predomínio entre os gêneros, meninas ou meninos, pois os dados ainda são
insuficientes ou escassos. (BAHLS, 2002).
Alguns dos fatos abordado de real importância para a avaliação dos sintomas e sua
definição de diagnóstico da depressão no adolescente, são corriqueiros e de fácil análise.
Faz-se necessário observar o adolescente e verificar comportamentos, tais como:
suspeitas de mudanças de alteração no humor diário, ora muito eufóricos, deprimidos,
agressivos, agitados, podendo afetar o convívio no âmbito familiar e escolar, com ênfase
principal em seus rendimentos escolares e acadêmicos. (CLARKE; HARVEY, 2012).
Outros fatores também são considerados de relevância, sendo eles: a alteração de peso
corporal, obesidade ou anorexia, excesso abusivo de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas,
cocaína, maconha, craque, comportamento sexual inadequados, prostituição e promiscuidade.
Outros fatores fora do comum, segundo os padrões sociais, podem ser relatados como
sintomas da depressão, com comportamentos que afrontaram o seu grupo de vivência social e
familiar, como a autoafirmação de identidade de gênero, conflito social-psicológico, alta
22
agressividade, brigas e conflitos constantes, comportamento violento, episódios de explosões,
como o de raiva ou o de apatia, procedimento exagerado de má conduta, podendo levar a
comportamento criminal, pequenos furtos e/ou roubos com consequências danosa, e/ou só
apenas comportamental, no caso para chamar a atenção de algum membro familiar ou afetivo,
e também a hostilidade com outros de seu convívio.
Outro sintoma observado é o isolamento total e/ou parcial, fugas da realidade
vivenciando um mundo de fantasia e mentiras, criando um habitat de ilusões fictícias,
podendo fantasiar ainda doenças não existentes de causa dolorosa, sem fundo verídico, tal
como, dor com queixa física e imprecisa, não sabendo exatamente o local ou causa precisa.
(BAPTISTA; GOLFETO, 2000).
É necessária uma avaliação mais criteriosa, em especial com o sexo masculino, em
que observa-se o comportamento do garoto. Nota-se, em alguns casos emoções reprimidas e
não exposição de seus sentimentos ou emoções perante a sociedade, o que pode levar a ter
comorbidades associadas, uma espécie de duplo gatilho desencadeador da depressão. (ZINN-
SOUZA et al., 2008). Esses autores relatam ainda que são de grande importância a avaliação
e a observação de patologias agressivas e neuropsicológicas de risco, como por exemplo de
abuso de substância químicas e transtorno obsessivo compulsivo (TOC), e/ou débito de
atenção, hiperatividade, transtorno de conduta comportamental e transtorno sexual, abuso
sexual e psicológico, depressão severa com uso de fármacospsicotópios e álcool. Nesses
casos, o fator é agravado, podendo desenvolver psicoses graves, aumentando inclusive o
sentimento de autoextermínio e até suicídio.
Deve-se atentar aos fatos da família e do adolescente de ambos os gêneros, desde
ocorrências de grau com pouca relevância, até o de grau ou quadros mais graves. Desta forma,
será mais fácil a administração de antidepressivos e um melhor monitoramento nas
consequências causadas pelo uso indiscriminado desse tipo de medicamentos.
Após observação desses sintomas, e também a avaliação na rotina familiar e social do
adolescente de ambos os gêneros, fica mais fácil o diagnóstico, que pode ser executado pelos
prescritores de psicofármacos, para assim utilizar como terapia de primeira escolha os
medicamentos apropriados para essa patologia, que são os antidepressivos.
4.3 Papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento do
paciente depressivo
A atenção farmacêutica foi instituída pela primeira vez no ano de 1990, como “a
provisão responsável do tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados
23
concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes” (HEPLER; STRAND, 1999,
p.43). Após alguns anos, o profissional farmacêutico foi reconhecido pela OMS, como um
dispensador de atenção à saúde, que tem a capacidade de colaborar ativamente na prevenção
de enfermidades e na promoção da saúde, juntamente com outros membros da saúde,
valorizando assim o profissional na atuação da atenção farmacêutica. (ORGANIZACIÓN
PANAMERICANA DE LA SALUD, 1993).
Ao considerar-se a atenção farmacêutica em adolescentes, há alguns pontos de
relevância, pois esta fase da vida é tendenciosa a desenvolver Problemas Relacionados aos
Medicamentos (PRM).
De acordo com o Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica (CBAT, 2002, p.19), o
PRM “é um problema de saúde, podendo estar relacionado a farmacoterapia, que pode ter ou
não está relacionado nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário”. O PRM
pode ser de diferentes causas, como as relacionadas aos profissionais de saúde e ao
medicamento, ao sistema de saúde, ao próprio usuário e seus aspectos biopsicossociais.
Na proposta enviada pelo CBAT (2002), foi desenvolvido alguns componentes da
prática profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica no Brasil, com o objetivo e
elementos constitutivos para a prática. Esses dados são demonstrados no quadro 3:
Quadro 3. Elementos constitutivos da prática da Atenção Farmacêutica
1. Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos);
2. Orientação farmacêutica;
3. Dispensação;
4. Atendimento Farmacêutico;
5. Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico;
6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados.
Fonte: Conselho Brasileiro de Atenção Farmacêutica, 2002, p.18.
O papel do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional no direcionamento
do paciente depressivo é de extrema importância, ao considerar-se o sucesso
farmacoterapêutico. Atualmente, a relação do farmacêutico-paciente identificada como
Atenção Farmacêutica na prática profissional, desenvolve habilidades de comunicação com o
paciente na ação diária. (D’ANDRÉA et al., 2012).
O ponto chave para a Atenção Farmacêutica é o acompanhamento/seguimento
farmacoterapêutico, em que o profissional farmacêutico se dispõe às responsabilidades e
24
necessidades do paciente, identificando e prevenindo possíveis problemas medicamentoso, de
forma sistemática e documentada, para alcançar assim, um melhor resultado, proporcionando
uma superior qualidade de vida ao usuário. (CONSELHO BRASILEIRO DE ATENÇÃO
FARMACÊUTICA, 2002).
Segundo Fridman e Filinger (2003), a Atenção Farmacêutica aos pacientes com
problemas neuropsiquiátricos deve seguir aspectos concretos, como:
1.O manejo das reações adversas aos medicamentos (RAM) mais frequentes;
2.Enfermidades concomitantes que possam influenciar no tratamento adequado do
transtorno mental;
3.A adesão ao tratamento;
4.A possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas ou medicamento -
alimento que possam prejudicar o sucesso da farmacoterapia;
5.Fornecer orientações sobre cuidados específicos com o medicamento prescrito;
6.O uso de psicofármacos por grupo de risco (gestante, lactante, idosos, crianças);
7.Uso de medicamentos isentos de prescrição (MIP), que possam interagir com
medicamentos prescritos; Monitoramento e seguimento do tratamento
medicamentoso;
8.Fatores farmacotécnicos: necessidade de trocar a via de administração, a forma
farmacêutica, impossibilidade de preparação de certa forma farmacêutica, etc;
9.Contribuir para a educação do paciente, familiares e cuidadores. (FRIDMAN;
FILINGER, 2003, p.352).
De acordo com Morente e Gastelurrutia (2003), demostraram que pacientes com
quadro depressivo, tende a recorrer ao farmacêutico com a finalidade de ajuda, relacionada
aos medicamentos para o tratamento da patologia. Em países como os Estados Unidos e
Espanha, a procura está entre a quinta e oitava posição, respectivamente, de consultas mais
frequentes na farmácia comunitária, em que envolve a procura do profissional em buscas
relacionadas aos efeitos adversos da medicação e sua efetividade.
Neste contexto, o profissional farmacêutico é essencial para auxiliar o paciente a
cumprir, de formar efetiva, o tratamento, esclarecendo possíveis dúvidas e problemas
relacionados com a medicação e com o correto tratamento farmacoterapêutico ao paciente
depressivo.
O uso de psicofármacos pode ser um complemento útil ou até mesmo indispensável no
processo de melhora do paciente, principalmente ao considerar o risco de suicídio em
determinadas depressões. (CABALLO; SIMÓN, 2005).
Portanto, é papel do profissional farmacêutico dialogar com o paciente ou familiares,
buscando a orientação sobre abordagens terapêuticas para a melhora e a cura da depressão,
principalmente quando esse paciente for um adolescente.
25
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A depressão deve ser diagnosticada rapidamente. Os familiares e pessoas mais
próximas têm grande importância nessa investigação de patologia, pois a partir delas que o
indivíduo normalmente procura ajuda. É através dessas análises que muitas pessoas são
levadas a uma possível avaliação de depressão.
O método mais eficaz é o uso de antidepressivos, não anulando a possibilidade da
melhora sem o uso destes, pois as terapias comportamentais e acompanhamento, auxiliam o
paciente na reinserção social, fator que muitas vezes é determinante da patologia. A classe de
antidepressivos mais utilizada para a faixa etária em estudo (adolescência), são os inibidores
seletivos da serotonina (ISRSs), pois tem seu efeito e segurança comprovada para este grupo.
A depressão, em muitos países, já é considerada um problema de saúde pública. Tal
posição se dá pelo crescente índice de diagnósticos positivos da patologia na população.
A procura de profissionais para o correto diagnóstico, e em alguns casos o preparo dos
profissionais atuantes nas equipes multiprofissionais, são pontos determinantes para auxiliar o
paciente e a família durante o tratamento contra a depressão. Aspectos sociais também devem
ser considerados, como a possibilidade de quem não tem condições financeiras, para arcar
com os custos de acompanhamento e medicamentos.
Nesse contexto, destaca-se a responsabilidade do profissional farmacêutico, sendo o
último profissional a realizar a atenção ao paciente e familiares, seja em locais privados ou
públicos.
Sendo assim, o profissional farmacêutico deve estar aberto e disponível a orientar o
paciente e a família em qualquer dúvida pertinente a farmacoterapia adotada, com o objetivo
de auxiliar o paciente na melhora dos sinais e sintomas da patologia, além de evitar que o
mesmo desista do tratamento, seja por reações adversas associada ao medicamento, falta de
conhecimento sobre a doença, ou ainda por motivos financeiros.
O paciente com depressão, juntamente com a equipe de saúde, precisa estar atento às
mudanças de medicamento e alternativas que contemplem a situação do paciente, adotando
medicamentos genéricos e prevenindo a desistência do paciente aos retornos com os
profissionais para avaliação do tratamento.
26
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