Modulo 2 - 01 Linguas

30
LÍNGUAS Professora MSc. Katiane Iglesias Rocha Araújo Professor MSc. Grimáldo Grella Módulo Unidade Didática – Língua Latina Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 57 12/11/08 1:14:44 PM

Transcript of Modulo 2 - 01 Linguas

Page 1: Modulo 2 - 01 Linguas

LÍNGUAS

Professora MSc. Katiane Iglesias Rocha Araújo

Professor MSc. Grimáldo Grella

Módulo

Unidade Didática – Língua Latina

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 57 12/11/08 1:14:44 PM

Page 2: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

58

Apresentação

Caro(a) Acadêmico(a),

Bem vindo(a) à Unidade Didática Língua Latina!

Como falantes de língua portuguesa, o latim tem para nós um sabor todo especial: o da redescoberta da

nossa própria língua.

Do latim originaram-se as línguas românicas, como o francês, o italiano, o espanhol e, claro, o português.

É por isso que o estudo da língua latina é tão importante, pois passamos a compreender melhor alguns aspec-

tos que utilizamos todos os dias, quando lemos, escrevemos e falamos.

Na Unidade Didática Língua Latina nós vamos traçar um percurso que vem desde a origem das línguas até

os nossos dias, passando por aspectos fundamentais para a compreensão da estrutura do latim, além de suas

transformações e contribuições para a língua portuguesa.

Você vai entender os casos, as declinações, as conjugações verbais e muitos outros pontos fundamentais

do latim.

Além de tudo isso, você vai perceber o quanto o latim ainda está vivo no nosso dia-a-dia, em expressões

que vão desde o etcaetera (de onde vem a abreviação etc), até um simples P.S. (Post Scriptum), que você coloca

em uma carta, ou mesmo nas fertilizações in vitro (que achamos símbolo de modernidade, não é mesmo), a

partir de considerações sobre etimologia.

Em cada unidade didática você irá ampliar os seus conhecimentos quanto às letras, seja no universo da

escrita, seja no universo da expressão oral, desde a época mais antiga à contemporaneidade!

Professora MSc. Katiane Iglesias Rocha Araújo

Professor MSc. Grimáldo Grella

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 58 12/11/08 1:14:44 PM

Page 3: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 1 — Origem e Formação da Língua Latina

59

Conteúdo• Origem das línguas: o indo-europeu; o latim; as línguas românicas

Competências e habilidades• Refletir sobre o mundo em que está, tomando-se como mundo o sistema de representações que

formam o imaginário humano, no caso, o ocidental, relacionando aspectos sociais, culturais e his-tóricos das línguas

Textos e atividades para auto-estudo disponibilizados no Portal• VIARO, Mário Eduardo. A importância do latim na atualidade. In: Revista de ciências humanas e

sociais, São Paulo: Unisa, 1999. v. 1, n. 1, p. 7-12

Duração2 h/a – via satélite com professor interativo

2 h/a – presencial com professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto-estudo

AULA

1____________________ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA LATINA

Un

idad

e D

idát

ica

– Lí

ng

ua

Lati

na

Vamos dar início ao estudo da língua latina. Para tanto, é necessário retomar alguns aspectos his-tóricos sobre a origem das línguas, passando pelo indo-europeu para chegarmos ao latim e às línguas românicas e, entre elas, a nossa língua materna, o português.

A ORIGEM DAS LÍNGUAS

A origem das línguas sempre foi objeto de inte-resse para a humanidade. A língua é um dos mais destacados elementos culturais a ser considerado em cada sociedade. É por meio da língua que cada grupo humano exprime seus pensamentos, constrói em seu imaginário sua concepção de mundo.

Admite-se que as línguas tenham surgido com a

fala, nos primeiros sons articulados pelo homem.

Remontariam, assim, ao próprio aparecimento do

homem. Nesse período as línguas faladas seriam

ágrafas, ou seja, não deixaram escritos que compro-

vassem sua existência.

A criação da língua escrita, no entanto, é mais re-

cente. Originou-se por volta de 4000 a.C. À medida

que era aceita e reconhecida pelos seus falantes, pas-

sou a ter formas peculiares, com sinais e símbolos

próprios. Desse modo teriam tido início os diversos

idiomas espalhados pela terra.

O indo-europeu

Muitos séculos antes de Cristo teria existido um

povo nômade que habitava a Ásia. Esse povo disper-

sou-se pelas regiões que hoje denominamos Índia,

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 59 12/11/08 1:14:44 PM

Page 4: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

60

Oriente Próximo e Europa. Ao espalhar-se por essas

regiões, levou consigo sua língua – o indo-europeu.

Figura 1 – Hieróglifos

Figura 2 – Papiro

O indo-europeu foi descoberto por meio de es-

tudos de gramática comparada: ao aproximarem-se

as raízes vocabulares do latim às de outras línguas

faladas na Índia, na Pérsia, na Grécia, na Gália, na

Germânia e em outras regiões. A partir dessas apro-

ximações, criou-se a hipótese de uma língua que

teria originado esses idiomas. Observe os exemplos

a seguir:

português – pai

latim – pater

espanhol – padre

francês – père

inglês – father

alemão – vater

grego – patér

sânscrito – pitar

Assim, com a dispersão do indo-europeu sur-

giram numerosas línguas, e cada uma delas gerou

posteriormente outros idiomas. Esses idiomas, por

sua vez, foram agrupados em diversos ramos. Mui-

tas dessas línguas não são mais faladas hoje, outras

continuam vivas em grande parte do mundo oci-

dental e em algumas regiões do Oriente. Note a fi-

gura a seguir, onde temos na base o indo-europeu, e

a partir dele os grupos que se ramificaram, além das

línguas que se originaram a partir de cada grupo:

Figura 3 – Línguas provenientes do Indo-Europeu

ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA LATINA

Afinal, o que é o latim? E qual sua importância?

O latim era a língua falada no Lácio, pequena re-

gião da Itália onde, por volta do século VIII a.C., foi

fundada a cidade de Roma. Com o osco e o umbro,

o latim teria se derivado do ramo itálico que, por

sua vez, originou-se do indo-europeu.

Com a expansão do Império Romano, o latim

também difundiu-se por grande parte da Europa

e regiões. Como língua viva, na época em que era

falada, ela também sofreu, evidentemente, muitas

transformações, originando-se outros idiomas. A

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 60 12/11/08 1:14:46 PM

Page 5: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 1 — Origem e Formação da Língua Latina

61

parte escura nos mapas a seguir representa a expan-

são do Império Romano:

Figura 4 – Expansão do Império Romano

Figura 5 – Expansão do Império Romano

Assim, o latim deve sua importância no passado

ao prestígio de Roma, que surgiu como uma peque-

na aldeia, fundada por pastores na região central

do Lácio, porém tornou-se a capital do Império

Romano, cujos limites se estendiam desde a Lu-

sitânia até o Oriente, a Líbia, as terras germânicas

e outras regiões – e, assim, conforme se expandia

territorialmente, o Império Romano levava consigo

sua língua.

Nas terras menos influentes culturalmente, a lín-

gua de Roma foi implantada sem muitas dificulda-

des, sendo até mesmo ensinada nas escolas. Mas nos

lugares que possuíam certa autonomia cultural, a

latinização não foi completa, como na Grécia, onde

a cultura helênica acabou influenciando a língua la-

tina, que incorporou palavras gregas. Na Idade Mé-

dia, o Latim era a língua internacional da política,

da cultura, da ciência e da religião.

O LATIM E A SUA EVOLUÇÃO

Conforme a época e as circunstâncias em que foi

utilizado, o latim tem diferentes classificações, que

marcam sua evolução:

• Latim pré-histórico: é a língua dos primeiros

habitantes do Lácio, não deixou documentos

escritos.

• Latim proto-histórico: é o latim que aparece nos

primeiros documentos, sendo uma primeira

forma escrita da língua.

• Latim arcaico: utilizado entre o século III a.C.

até o início do século I a.C. Aparece em textos

literários antigos e em textos legais.

• Latim clássico: é o latim cultivado, artístico,

muito diferente do latim que era usualmente

falado. Manifesta-se nas grandes obras literá-

rias do século I a.C., como Virgílio, Cícero,

Horácio, entre outros escritores da época. O

latim clássico conservou-se por estar docu-

mentado na forma escrita, tendo se preservado

até os dias atuais, servindo de base para muitas

considerações que hoje se fazem sobre a gra-

mática da língua.

• Latim vulgar: é a língua oral, ou seja, de fato

falada pelo povo. Como língua viva, estava

sujeita às modificações advindas de diferentes

fatores, como delimitações geográficas, influên-

cias estrangeiras (de outras línguas), nível so-

ciocultural do falante etc. Denomina-se tam-

bém sermo vulgaris, ou a língua do povo, e dis-

tanciava-se muito do latim clássico, pois não

possuía nenhuma preocupação com a forma

ou com a elaboração, servindo primeiramente

à sua função comunicativa.

• Latim pós-clássico: encontra-se em obras literá-

rias menos antigas compostas entre os séculos

I e V da nossa era (d.C.).

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 61 12/11/08 1:14:47 PM

Page 6: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

62

Além dessas classificações do latim, temos

também:

• Latim de tabeliães: utilizado em documentos

oficiais até o século XII.

• Latim eclesiástico: foi adotado pela igreja como

sua língua oficial, sendo obrigatório até 1962 nas

cerimônias religiosas e nos documentos oficiais

da igreja, isto é, nos documentos eclesiásticos.

• Latim científico: a ciência utilizava o latim

como uma linguagem universal, utilizando-o

para escrita de diversos tipos de documentos

como tratados filosóficos, científicos e acadê-

micos até o início do século XX.

Notamos, pois, que o latim teve diversos usos

com o passar dos tempos. E, com isso, também foi

modificando-se. Como deixou de ser uma língua de

fato falada, persistindo apenas em situações artifi-

ciais de comunicação, o latim é considerado uma

língua morta. Desde as invasões bárbaras, o Império

Romano foi decaindo, e o latim perdeu sua unidade

como língua, gerando inúmeros falares locais que

originaram diversos idiomas (CARDOSO, 1999).

! IMPORTANTE

Das variantes mencionadas, as principais são o latim

clássico, que era utilizado na literatura, e o latim vul-

gar, ou a língua propriamente falada pelo povo. Do

latim vulgar é que se derivaram as línguas românicas,

ou neolatinas, que hoje correspondem ao francês, ao

italiano, ao espanhol, ao catalão, ao romeno e ao

português. Podemos dizer que as línguas românicas

são expressões atuais do latim.

Observe no mapa a seguir a expansão das línguas

românicas no mundo:

Figura 6 – Línguas Românica

O LATIM E SUA ESTRUTURA: MORFOLOGIA

NOMINAL

Já contextualizamos a origem e a formação da

língua latina. Agora é a vez de considerar a estru-

tura ou a língua propriamente dita. Vamos buscar

uma forma simples de apresentar cada aspecto do

funcionamento do latim. Trataremos da fonética

(os sons) e da tipologia dos nomes (substantivos),

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 62 12/11/08 1:14:49 PM

Page 7: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 1 — Origem e Formação da Língua Latina

63

incluindo gênero e número, além de considerar os

adjetivos, pronomes e numerais.

Vimos os aspectos históricos referentes à língua

latina. No entanto, para o estudo de uma língua isso

não basta.

É preciso que se conheça sua estrutura interna, os

mecanismos que determinam seu funcionamento.

Conforme estudos de Cardoso (2005), o latim é

considerado uma língua flexiva ou flexional, isto é,

em suas palavras existe um elemento significativo, e

a esse elemento são acrescentados morfemas (mor-

fema = unidade mínima significativa, envolvendo

significados e possibilidades combinatórias) que

indicam categorias variáveis: em nomes indicam

gênero (masculino, feminino ou neutro), número

(singular ou plural), caso gramatical (nominativo,

genitivo etc); nos verbos indicam pessoa, tempo,

modo e voz. Na frase, as palavras articulam-se por

relações de dependência, conforme o caso grama-

tical.

Por exemplo:

Nomes Verbos

dominus amamos

dominum amabamus

dominorum amabimus

Assim, podemos dizer que o latim é uma língua

sintética, econômica, ou seja, apresenta várias no-

ções concentradas em uma só forma.

Os sons do latim

Apesar de o latim ser uma língua morta que não

é mais falada, há registros deixados por alguns gra-

máticos que tratam de sua fonética, que nos falam

sobre os sons utilizados pela língua latina.

A língua que falamos, a portuguesa, originou-se

do latim e é considerada uma língua neolatina. En-

tão há semelhanças que podem nos ajudar para a

compreensão sobre o funcionamento da língua la-

tina, mas sem generalizações. Os fonemas do latim,

assim como no português, classificam-se em três

categorias: vogais, semivogais e consoantes.

• Vogais: os sons vocálicos podem ser breves ou longos.

a) breves: são marcados pelo sinal denominado braquia ( � ).

/�/ /�/ /ã/ /�/ /�/

Ex.: leg�ere – ler (a sílaba tônica é a que ante-cede a vogal breve)

b) longos: são marcados pelo sinal chamado ma-cro (¯).

/�/ /�/ /�/ /�/ /�/

Ex.: del�re – destruir (a sílaba tônica é a da vogal longa).

• Semivogais: são duas – /i/ e /u/ –, e diferen-ciam-se das vogais correspondentes por es-tarem sempre seguidas de vogal, como nos exemplos juba, lê-se iuba (juba), e vita (vida) lê-se uita. Com o passar dos tempos, e com as transformações ocorridas, adquiraram valor consonantal e correspondem hoje aos fonemas /j/ para a semivogal latina /i/, e /v/ para a semi-vogal latina /u/.

• Consoantes: as consoantes latinas eram inicialmente:

/p//b/

/t//d/

/k/(quê)/g/(guê)

/f/ o v derivou da semivogal (/u/, como vimos)

/s/não o som/z/

/r/ vibrante, diferente do dígrafo (/rr/ do por-tuguês)

/l/

/m//n/(nasais)

A correspondência entre letra e fonema é imper-feita, ou seja, letras diferentes podem representar o mesmo fonema, ou o inverso disso. A representação gráfica desses fonemas representados utilizava as letras seguintes, escritas sob forma maiúscula ocidental:

A, B, C, D, E, F, G, H, I, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, V e X.

• C, K, Q E CH representam o mesmo fonema/K/;

• G é sempre /guê/.

• X representa o grupo de consoantes duplas /ks/

Ex.: lux – luz (lê-se lucs, nox, rex, lex).

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 63 12/11/08 1:14:49 PM

Page 8: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

64

• T seguido de i e mais uma vogal tem som de ∫: Ex.: natio, silentium.

Figura 7 – “Bucólicas”, de Virgílio

Morfologia nominal

Segundo Cardoso (1999), na língua latina, as pa-

lavras podem se flexionar, assumindo formas dife-

rentes conforme o caso gramatical, o gênero e o nú-

mero. Assim, temos palavras variáveis como nomes

(substantivos, adjetivos, numerais e pronomes), ver-

bos (não há artigos em latim) e invariáveis (a maior

parte dos advérbios, as preposições, as conjunções,

as interjeições, com algumas exceções, e partículas,

principalmente as interrogativas).

Quanto ao estudo dos nomes, vamos evidenciar

os substantivos, considerando gênero, número, os

casos gramaticais e as declinações.

Os nomes com os quais nomeamos as coisas e os

seres são os substantivos. Nos substantivos temos

uma raiz significativa à qual se agregam elementos

significativos, que são chamados prefixos, sufixos,

desinências etc.

Exemplos:

Amor (amor)

Am – raiz

Amicus (amigo)

Amica (amiga)

Amicitia (amizade)

Gênero do substantivo

Em latim existem três categorias de gêneros:

masculino, feminino e neutro. Todavia, em algu-

mas línguas, o masculino e o feminino são empre-

gados para seres sexuados, enquanto o neutro para

seres assexuados. No latim, isso não acontece, e tais

gêneros são empregados indiferentemente.

Em geral são masculinos os substantivos que de-

signam seres do sexo masculinos e ofícios mascu-

linos, além desses estão também os nomes de rios,

de mares e de ventos; são femininos os substantivos

que se referem a seres do sexo feminino e, ainda,

os nomes de árvores, de ilhas e de cidades; o uso

do neutro não segue uma lógica, podendo-se defi-

nir a forma neutra quando se apresentam flexiona-

das. Alguns seres sexuados são designados neutros,

como mancipium (escravo), por exemplo. Já quan-

to aos seres assexuados, podem ser designados tanto

por palavras masculinas ou femininas como pelas

neutras.

Número do substantivo

Distinguem-se duas categorias de número em

Latim, assim como no português: o singular e o

plural. No entanto, há palavras que são empregadas

somente no plural, denominando-se pluralia tan-

tum: e também aquelas em que, se usadas no singu-

lar têm um significado, e se empregadas no singular

têm um significado, e se empregadas no singular

têm outro. Veja os exemplos:

Singular Plural

littera (letra) litterae (carta)

fortuna (sorte) fortunae (bens)

Pluralia Tantum

nuptiae (núpcias) arma (armamentos)

Adjetivos, pronomes e numerais

Os adjetivos são as palavras que servem para qua-

lificar ou caracterizar os substantivos. Há casos, no

entanto, em que o adjetivo assume papel de subs-

tantivo, por exemplo, os adjetivos pátrios como Ro-

mani (romanos), Graeci (gregos), ou formas gene-

ralizadas, como bonus (o bom) etc.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 64 12/11/08 1:14:50 PM

Page 9: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 1 — Origem e Formação da Língua Latina

65

Em relação ao caso gramatical latino, o adjetivo

irá exercer sintaticamente funções como adjunto

adnominal, aposto ou predicativo do sujeito e, as-

sim, irá ser empregado no mesmo caso do substan-

tivo que acompanha.

Ex.: Regina pulchra est (A rainha é bonita). – pulchra

é predicado do sujeito, e segue o caso nominativo.

Os adjetivos são declinados como os substanti-

vos, na primeira, segunda ou terceira declinação. Os

adjetivos da primeira e segunda declinação são ditos

de primeira classe, enquanto os da terceira declina-

ção são de segunda classe. Quanto ao gênero, apre-

sentam-se no masculino, feminino e neutro, e são

enumerados nessa seqüência, por exemplo: bonus,

bona, bonum, ou altus, alta, altum, ou ainda bonus,

a, um. Ou altus /a/ um.

Quanto aos adjetivos numerais, há três espécies:

cardinais, ordinais, distributivos ou multiplicativos.

Os três primeiros adjetivos numerais cardinais

são declináveis: (unus, a, um; duo, ae, o; tres, três,

tria). Do quatuor até o centum são indeclináveis.

Os adjetivos numerais ordinais indicam a ordem

e são declináveis: primus, prima, primum; secundus,

a, um; tertius, a, um.

Os adjetivos distributivos que repartem em gru-

pos determinando os objetos: singuli, um por um;

bini, dois a dois, dois para cada um, dois de uma

vez, declinam-se como no plural boni, bonae, bona.

Adjetivos numerais multiplicativos, chamados

também advérbios numerais, são os numerais que in-

dicam o número de vezes em que um objeto ou uma

quantidade é tomada. Em português dizemos uma

vez, duas vezes, mil vezes etc.; em latim emprega-se

um só palavra para essas expresões; exemplos: semel =

uma vez; bis = duas vezes; ter = três vezes; decies = dez

vezes; vicies = vinte vezes e centies = cem vezes.

Os pronomes têm dupla função: podem tanto ter

um significado próprio como podem assumir o sig-

nificado do substantivo, substituindo-o.

Há, em latim, seis espécies de pronomes: 1º pro-

nomes pessoais, 2º pronomes possessivos, 3º pro-

nomes demonstrativos, 4º pronomes interrogativos,

5º pronomes relativos, 6º pronomes indefinidos.

Todos eles, com exceção dos pronomes pessoais,

podem ser empregados como adjetivos.

Os pronomes pessoais (ego, tu etc.) já são de-

marcados pela desinência pessoal na forma verbal,

sendo utilizados quando se quer dar ênfase. Não há

pronome pessoal de terceira pessoa (ele), designan-

do-se a terceira pessoa com pronomes demonstrati-

vos (is, ea, id ou ille, illa, illud).

Atividade

Leia o texto a seguir:

De Roma à Lusitânia

Figura 8 – Do latim ao português

Trabalhadores Romanos no início do Império

Tudo começou no Lácio, aquele que gerou “a úl-

tima flor inculta e bela”, disse Bilac. A moçada rús-

tica do Lácio surgiu no centro da Península Itálica,

fundou Roma, expandiu-se a partir do século 4° a.C.

e não parou mais. Chegou à Península Ibérica (His-

pãnia) no século 3° a.C., mas só a dominou em 19

a.C., dividindo-a em províncias, como a Lusitânia

(Portugal).

A língua portuguesa é filhote, portanto, do latim

vulgar, levado pelos colonizadores. Os romanos

haviam dominado os gregos 150 anos antes de in-

corporado muito da sua cultura. Depois passaram

por lá os visigodos e, por fim, os árabes, antes que

a língua portuguesa se individualizasse, depois de

passar pela fase de romance, o idioma de transição.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 65 12/11/08 1:14:50 PM

Page 10: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

66

Surgiram o italiano, o espanhol, o francês, o catalão, o provençal, o reto-romano, o romeno, o sardo e o dalmático, falado até o fim do século 19 na Dalmá-cia, região da Croácia, costa leste do mar Adriático.

1. Em grupos (até quatro componentes) organizem um debate sobre a temática trabalhada na Aula 1.

Organizem-se para apresentar aos demais cole-gas as considerações levantadas no debate do grupo, em forma de tópicos.

2. Pesquise e responda:

a) O que é o latim? Onde e quando foi falado? Qual a sua importância histórica? Quais lín-guas que originou?

b) Sabe-se que a língua latina pode ter classifi-

cações diversas, conforme a época e a função

social que desempenhou. Fale sobre essa temá-

tica, destacando as principais, exemplificando.

c) Descreva em poucas palavras o caminho per-

corrido desde o indo-europeu até o latim,

sintetizando as informações apresentadas na

Aula 1.

! ATENÇÃO

Leia o texto “A importância do latim na atualidade”, de

Mário Eduardo Viaro. Esse texto irá permear as nossas

discussões nessa unidade didática!

Figura 9 – “Grafitos das Bucólicas em Pompéia

MENDES, J. P. Construção e arte das Bucólicas de Virgílio. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1985. p. 43.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 66 12/11/08 1:14:52 PM

Page 11: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 1 — Origem e Formação da Língua Latina

67

Figura 10 – “Bucólicas”

VIRGÍLIO, Bucólicas, trad. e notas de Péricles Eugênio da Silva Ramos, introdução de Nogueira Moutinho, [Ilus. Marcelo Lima]. São Paulo: Melhoramentos, Ed. Universidade de Brasília, 1933.

I Bucólicas: Nota Introdutória, p. 28.

Bucólicas: relativo aos pastores de qualquer

tipo de rebanho e seus animais; relativo à vida e

costumes do campo; campestre. Derivação por

extensão de sentido – relativo à natureza, à vida

natural – conforme dicionário eletrônico Houaiss,

29/08/2007.

* ANOTAÇÕES

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 67 12/11/08 1:14:53 PM

Page 12: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

68

Conteúdo• Iniciação ao estudo da morfologia nominal da língua – os casos gramaticais do latim

Competências e habilidades• Levar o aluno a compreender a estrutura básica da língua latina, estabelecendo as relações pertinen-

tes com a língua portuguesa

Textos e atividades para auto-estudo disponibilizado no Portal• Noções fundamentais de análise sintática

Duração2 h/a via satélite com o professor interativo

2 h/a presencial com o professor local

6 h/a mínimo sugerido para auto-estudo

AULA

2____________________OS CASOS LATINOS

Un

idad

e D

idát

ica

– Lí

ng

ua

Lati

na

Nesta aula nós realizaremos um estudo compa-

rado entre a língua latina e a língua portuguesa, no

que diz respeito a sintaxe. Assim, iremos conhecer

os casos gramaticais do latim e entender como eles

atuam na formação das frases, do texto...

Esse é um assunto que merece atenção especial.

Toda a organização da frase latina dá-se em decor-

rência dos casos, pois cada um deles apresenta-se

conforme seu valor sintático na frase.

Em português, nós não temos a noção de caso

gramatical. Mas em latim os nomes (substantivos,

adjetivos e pronomes) assumem formas distintas

conforme o caso em que estão empregados.

Assim como os nomes assumem formas distin-

tas, para cada nome há um conjunto de forma que

podem ser assumidas – a esse conjunto de formas

dá-se o nome de declinação. Portanto, declinar um

nome quer dizer enunciar todas as suas formas, caso

por caso (CARDOSO, 1999).

Os casos latinos são ao todo seis, e para melhor

expressá-los, vamos recorrer a aspectos da sintaxe

(análise sintática da frase):

a) Nominativo: (de nominare, nomear) serve

para dar o nome dos seres, respondendo às

perguntas: quem? ou o quê? Ex.: Umbra est

amoena. – A sombra é agradável. – É o caso

do sujeito e do seu predicativo, com verbo no

modo pessoal.

b) Vocativo: (de vocare, chamar) serve para in-

terpelar o objeto ou a pessoa a quem nos diri-

gimos. Ex.: Umbra, ub es? – Sombra, onde es-

tás? – É o caso do vocativo.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 68 12/11/08 1:14:54 PM

Page 13: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 2 — Os Casos Latinos

69

c) Genitivo: (de gignere, gerar) designa a coisa

ou a pessoa a quem pertence um objeto, res-

pondendo às perguntas: de quem? de quê? Ex.:

Nigror umbrae. – O negrume da sombra. – É o

caso do adjunto restritivo.

d) Dativo: (de dare) designa o objeto ou a pessoa

a quem uma ação aproveita ou desaproveita,

respondendo às perguntas: a quem? ou para

quem? a quê? ou para quê? Ex.: Lucem redda-

mus umbrae. – Demos luz à sombra ou para a

sombra. – É o caso do objeto indireto.

e) Ablativo: (de auferre, tirar) designa a pessoa ou

o objeto com, em, de ou por quem e por que algu-

ma ação é praticada. Ex.: Umbra veniunt frigora.

– Da sombra vem o frescor. – É o caso do ad-

junto adverbial, exprimindo as circunstâncias

de modo, tempo, lugar, causa, matéria, instru-

mento e do complemento de causa eficiente:

Amor a Deo. – Sou amado por Deus; Terra sole

illustratur. A terra é alumiada pelo sol.

f) Acusativo: (de accusare, acusar) designa o ob-

jeto de uma ação, respondendo às perguntas;

quem? quê?. Ex.: Lux fugat umbram. – A luz afu-

genta a sombra. – É o caso do objeto direto e de

seu predicativo: Creo te regem. – Faço-te rei.

! ATENÇÃO

Vamos declinar, por exemplo, a palavra rosa, rosae

(rosa). Note que normalmente apresenta-se nos dicio-

nários ou vocabulários a palavra nos casos nominativo

singular e genitivo singular, respectivamente:

Singular Plural

Nominativo ros-a ros-ae

Vocativo ros-a ros-ae

Gentivo ros-ae ros-arum

Dativo ros-ae ros-is

Ablativo ros-a ros-is

Acusativo ros-am ros-as

Revisando

Na construção da frase, cada palavra irá ser declinada de acordo com a função sintática que

desempenha.

Note a relação dos casos com a função sintática:

1) Rosa pulchra est. – Rosa é bonita. – nominati-

vo (sujeito)

2) Rosa est Mariae. – A rosa é da Maria. – geni-

tivo (complemento nominal)

3) (Ego) Rosam dabo Mariae. – Darei a rosa à

Maria. – acusativo (objeto indireto)

4) (Ego) Rosam dabo Mariae. – Darei a rosa à

Maria. – dativo (objeto indireto)

5) (Ego) De Maria loquor – Falarei sobre Maria

– ablativo (adjunto adverbial)Romulus a pas-

tore educatus est – Rômulo foi educado pelo

pastor – ablativo (agente da passiva).

6) Maria, ubi es? – Maria, onde estás? – vocativo

(vocar, chamar).

SAIBA MAIS

Material Complementar:

Noções fundamentais de análise sintática (disponível no

Portal Acadêmico).

Tenha em mãos esse material, pois vamos utilizá-lo du-

rante a aula via satélite.

+

AtividadeLeia o texto a seguir:

O Brasil

Brasilia terra nostra est. Americae maxima terra

Brasilia est. In Brasilia olim silvae erant. Silvae terrae

nostrae erant magnae et pulchrae. Silvas ferae habi-

tabant. Incolae Brasiliae erant indigenae habitabant

parvas casas in silvis et terram colebant. Adorabant

lunam et stellas. Indigenae tenebant lanceas, clavas

et sagittas. Brasilia hodie terra culta est. Opera sem-

per fuit grata incolis Brasiliae. In scholis magistrae

narrant puellis pulchras historias nostrae carae pa-

triae. Brasiliam multo amo. Brasiliam amamus. Sal-

ve, Brasília, nostra cara patria!

Vocabulário

adorabant: adoravam

Brasilia: Brasil

casa: choupana

colebant: cultivavam

erant: existiam

hodie: hoje

in: em, no

indigena: indígena

luna: lua

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 69 12/11/08 1:14:54 PM

Page 14: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

70

olim: outro

parva: pequena

pulchrae: belas

sagittas: setas

tenebant: tinham

1. A partir do texto, identifique o caso, o número

e a função sintática de:

a) silvae

b) silvas

c) silvis

d) Brasília

e) Brasiliae

f) Brasiliam

g) parvas casas

h) stellas

2. Aquila no captat muscas. (provébio)

Diga qual o sujeito desta oração:

Sobre o sujeito, qual o caso e o número: ______

Vocabulário

aquila, ae: águia

capio, is, cepi, captum, capere: apanhar, agarrar,

pegar.

capto, as, avi, atum, are: tentar agarrar; apanhar;

procurar; cortejar; lisonjear; fazer por enganar; es-

preitar.

fortuna, ae: destino, sorte

musca, ae: mosca

non: não

rego, is, rexi, rectum, regere: dirigir, governar, etc.

sapientia, ae: sabedoria

vita, ae: vida

sum, es, fui, esse: ser, estar, existir

O verbo da oração é captat (apanhar). Dê a tradu-

ção da frase:

3. Vitam regit fortuna, non sapientia. (Cícero)

Análise da oração:

Em “Vitam regit fortuna” o verbo é transitivo direto.

Diga qual é o objeto direto: ;

número: ; caso: .

Decline no singular as palavras: vita, ae; fortuna,ae

e sapientia,ae.

Singular Singular Singular

Nom.

Voc.

Gen.

Dat.

Abl.

Acus.

* ANOTAÇÕES

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 70 12/11/08 1:14:55 PM

Page 15: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 3 — As Declinações

71

Vamos dar continuidade ao estudo da morfolo-

gia nominal. Nesta aula, vamos falar sobre as de-

clinações do latim. No Portal Acadêmico está uma

tabela das declinações, como material de suporte às

atividades. Preste bastante atenção e faça as leituras

sugeridas como suporte para um bom acompanha-

mento das temáticas trabalhadas.

Como já mencionamos, em latim os nomes pos-

suem uma raiz fixa à qual são acrescentados pre-

fixos, sufixos, desinências. A esse radical podem

unir-se, também, vogais temáticas, isto é, vogais que

determinam o grupo a que pertence o substantivo

– ou sua declinação.

Temos, então, as vogais temáticas: -a-, -o-, -i-, -u, -e-.

Existem algumas palavras, entretanto, que não apresen-

tam essa vogal temática. Tais palavras foram incluídas

entre aquelas que têm vogal temática -i-. Dessa forma,

Conteúdo• Morfologia nominal: as cinco declinações da língua latina

Competências e habilidades• Desenvolver no aluno a habilidade lógica, reconhecendo a estrutura da língua latina, estabelecendo

as relações pertinentes com a língua portuguesa

Textos e atividades para auto-estudo disponibilizados no Portal• Atividades para auto-avaliação

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto-estudo

AULA

3____________________AS DECLINAÇÕES

Un

idad

e D

idát

ica

– Lí

ng

ua

Lati

na

na língua há cinco declinações, ou seja, cinco gru-pos em que se dividem os nomes.

Por sua vez, para cada declinação temos formas próprias para cada um dos casos latinos, que even-tualmente podem se repetir. Então, para compreen-dermos o funcionamento do latim, precisamos ter

em mente as declinações e os casos latinos.

COMO RECONHECER A DECLINAÇÃO DE UM

NOME?

Para reconhecer a declinação de um nome temos de

observar a forma que ele assume no genitivo singular,

pois esse é o único caso gramatical do latim que apre-

senta terminações distintas para cada uma das decli-

nações. Note, ainda, que terminação não é o mesmo

que desinência. Entenda-se, pois, por terminação a

parte final da palavra que se conecta ao radical.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 71 12/11/08 1:14:55 PM

Page 16: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

72

! IMPORTANTE

Para exemplificar vamos considerar a palavra rosa, rosae ou rosa, ae – a primeira forma refere-se ao nominativo sin-gular da palavra, e a segunda diz respeito ao genitivo singu-lar; já na segunda notação temos o nominativo singular se-guido da terminação do genitivo singular, inferindo-se que será anexado ao radical da palavra (CARDOSO, 1999).

Então, para cada uma das declinações o genitivo singu-lar terá uma terminação específica: ae – rosa, ae, pri-meira declinação; – i – dominus, i; segunda declinação; – is – vultur, is: terceira declinação; – us – manus, us: quarta declinação; – ei – dies, ei: quinta declinação.

PRIMEIRA DECLINAÇÃO

A primeira declinação tem o genitivo singular em ae. Abrange nomes femininos e masculinos em em a. Ex.: rosa, rosae, = rosa; puella, ae, = menina. Os substantivos masculinos nessa declinação cor-respondem aos nomes de ofícios comuns a pessoas do sexo masculino, como nauta, ae, = marinheiro,

agricola, ae, = agricultor.

1ª declinação (tema A)

Casos Sing. Plu.

Nominativo ros-a ros-ae

Vocativo ros-a ros-ae

Genitivo ros-ae ros-arum

Dativo ros-ae ros-is

Ablativo ros-ae ros-is

Acusativo ros-am ros-as

OBS: lembre-se de que é no genitivo singular (em negrito) que as declinações podem ser identificadas com maior facilidade. Observe que é bastante simples: a palavra conserva a sua raiz, à qual as terminações vão sendo conectadas.

2ª declinação (tema O)

A segunda declinação tem o genitivo singular em i. Abrange nomes masculinos e femininos em us,

masculinos em er e neutros em um.

Casos Sing. Plu.

Nominativo domin-us domin-i

Vocativo domin-e domin-i

Genitivo domin-i domin-orum

Dativo domin-o domin-is

Ablativo domin-o domin-is

Acusativo domin-um domin-os

Ex.: Hortus, i (masc. = jardim); Alvus, i (fem. =

ventre).

A maior parte dos nomes em us são masculinos.

Pertencem ao gênero feminino todos os nomes de

árvores, cidades, ilhas, e vários nomes de países,

como Aegyptus, o Egito.

Os nomes em er, masculinos todos perdem, nos ou-

tros casos, o e do nominativo e do vocativo, com ex-

ceção de alguns poucos que se declinam como puer.

Ex.: Líber, i (masc. = livro); Puer, i (masc.= menino).

Os nomes em um são do gênero neutro. O nomi-

nativo, o vocativo e o acusativo são sempre idênticos

e terminam em a no plural.

Neutros em UM

Casos Sing. Plu.

Nominativo templ-um templ-a

Vocativo templ-um templ-a

Genitivo templ-i templ-orum

Dativo templ-o templ-is

Ablativo templ-o templ-is

Acusativo templ-um templ-a

Esquema sobre a segunda declinação

Casos Sing. Plu.

Nominativo -us,-er, ir, -um -i,-i, -i, -a

Vocativo -e, er, ir, -um -i, -i, -i, -a

Genitivo -i -orum

Dativo -o -is

Ablativo -o -is

Acusativo -um -os, -os, -os, -a

Adjetivos das duas primeiras declinações

Adjetivos em us pertencem à primeira declina-

ção e à segunda. No masculino, declinam-se como

dominus; no feminino, como rosa; e no neutro

como templum. Ex.: bonus, bona, bonum, bom.

Boni, bonae, bona. O adjetivo concorda em gênero,

número e caso com o nome ao qual se refere.

3a declinação (tema I)

A terceira declinação tem o genitivo singular em

is. Compreende nomes masculinos, nomes femini-

nos e nomes neutros.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 72 12/11/08 1:14:56 PM

Page 17: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 3 — As Declinações

73

Alguns são parissilábicos, isto é, têm tantas sílabas no nominativo singular como no genitivo; outros são imparissilábicos, isto é, têm no genitivo singular uma sílaba a mais do que no nominativo. Nomes im-parissilábicos têm o genitivo plural em um; nomes parissilábicos têm o genitivo plural em ium.

O radical dos nomes imparissilábicos termina, geralmente, por consoante. Acha-se, suprimindo a desinência is do genitivo singular.

O radical é muitas vezes modificado ou alterado no nominativo singular. Por isso, as terminações desse caso são muitas diversas.

No nominativo, ora é s a desinência, ora não há desinência alguma, é o que se dá sempre com os no-mes neutros.

Nomes com nominativos sem desinências

O radical desses nomes termina, geralmente, por uma consoante líquida.

3a declinação

Casos Sing. Plu.

Masculinos e femininos

Nominativo vultur(m) vultur-es

Vocativo vultur vultur-es

Genitivo vultur-is vultur-um

Dativo vultur-i vultur-ibus

Ablativo vultur-e vultur-ibus

Acusativo vultur-em vultur-es

Casos Sing. Plu.

Neutros

Nominativo fulgur fulgur-a

Vocativo fulgur fulgur-a

Genitivo fulgur-is fulgur-um

Dativo fulgur-i fulgur-ibus

Ablativo fulgur-e fulgur-ibus

Acusativo fulgur fulgur-a

Nomes com o nominativo em S. Ex.; princips, principis; dux, ducis; lapis, lapidis.

Genitivo plural em IUM nos imparissilábicos. Ex.; dens, dentium.

Genitivo plural em ium nos nomes parissilábicos. Ex.; avis, avis, f. (aves) caedes, caedes, f. (assassino) uter, uteris, m. (odre).

Nomes neutros em E, Al, AR parissilábicos em

e têm o ablativo em i e o nominativo, vocativo e

acusativo plural em ia. Ex.; mare, maris; animal,

animalis.

4a declinação (tema U)

A quarta declinação tem o genitivo singular em

us, e abrange masculinos e femininos e nomes neu-

tros u.(menos sus, suis: porco e grus, grui: ave).

4a declinação

Casos Sing. Plu.

Masculinos e femininos

Nominativo man-us man-us

Vocativo man-us man-us

Genitivo man-ui man-uum

Dativo man-u man-ibus

Ablativo man-u man-ibus

Acusativo man-um man-us

Casos Sing. Plu.

Neutros

Nominativo corn-u corn-ua

Vocativo corn-u corn-ua

Genitivo corn-us corn-uum

Dativo corn-ui corn-ibus

Ablativo corn-u corn-ibus

Acusativo corn-u corn-ua

Podemos elaborar um quadro com as desinên-

cias da maior parte das palavras da 3ª declinação:

Singular Plural

N. = várias terminações - es

V. = igual ao nominativo - es

G. = is - um ou ium

D. = i - ibus

Abl. = e - ibus

Acus. = em es

5a declinação (tema E)

É a mais simples de todas e possui poucas pala-

vras. Abrange os substantivos de tema em e, e são, na

maioria, palavras femininas. Apenas dies, die, i(dia) e

meridies, meridiei (meio dia) são masculinos.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 73 12/11/08 1:14:56 PM

Page 18: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

74

Casos Sing. Plu.

Nominativo di-es di-es

Vocativo di-es di-es

Genitivo di-ei di-erum

Dativo di-ei di-ebus

Ablativo di-e di-ebus

Acusativo di-em di-es

+ SAIBA MAIS

CARDOSO, Z. de A. Iniciação ao Latim. 4.ed. São Pau-

lo: Ática, 1999.

Este livro apresenta de forma simples, resumida, mas

muito abrangente, os fundamentos da língua latina.

É uma leitura rápida, mas muito útil para quem pre-

tende ampliar ou aprofundar seus conhecimentos sobre

latim!

Atividade1. Observe as figuras a seguir:

panis ignis

equus sol

ovum puer

vesper arbor

mundus

Diga a que declinação pertence as palavras e em qual caso estão empregadas. Em seguida, faça uma análise comparativa entre essas palavras e as pala-vras da língua portuguesa correspondentes a esses referentes, quais as semelhanças e as diferenças.

2. Note as palavras panis, vésper e arbor. A partir do radical dessas palavras, diga algumas palavras do português que tenham delas derivado.

Veja o exemplo:

Equus eqüino equitação égua

Panis

Vesper

Arbor

3. Você conhece a fábula da Cigarra e da Formi-ga? Leia o texto a seguir e faça uma tradução para o português (o intuito desse exercício é que você visualize a estrutura da língua, principalmente as terminações das palavras):

Cicada et formica

Formica est laboriosa, sed cicada laboriosa non est. Quotidie laborat et cicada errat e cantat. Nullam escam habet. Tum formicam petit et escam rogat. Formica non negat escam cicadae. Bona et laborio-sa formica dat escam pigra cicadae. Cicada cantat et

formica saltant. Salve, cicada.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 74 12/11/08 1:14:58 PM

Page 19: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 3 — As Declinações

75

Vocabulário

cicada: cigarra

laboriosa: trabalhadora

quotidie: todos os dias

labora: trabalha

errat: passeia

hora: estação

advenit: chega

nulla: nenhuma

esca: alimento

petit: procura

rogat: pede

saltat: dança

4. Usualmente encontramos nomes em latim nas

marcas de produtos, nomes fantasia de empresas e

outros.

Figura 10 – Fachada prédio comercial em Campo Grande, MS.

Figura 11 – Lupo,– “ meia da loba”

Nos exemplos, as palavras em latim Lupo, de

lupus, i (lobo), e Pax, de pax, pacis (paz), são uti-

lizadas como marca de um produto e na fachada

de uma empresa. Faça uma pesquisa de campo, ou

seja, vá ao seu objetivo de interesse, na sua cidade, e

faça uma relação dos nomes em latim que você en-

controu nas ruas e lojas. Depois, diga qual a tradu-

ção dessas palavras e qual a relação de sentido que

estabelecem. Diga, também, qual a declinação e em

que casos estão as palavras que você encontrou.

* ANOTAÇÕES

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 75 12/11/08 1:14:59 PM

Page 20: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

76

Conteúdo• Sistema verbal da língua latina

Competências e habilidades• Desenvolver no aluno a habilidade lógica, reconhecendo a estrutura da língua latina, estabelecendo

as relações pertinentes com a língua portuguesa

Textos e atividades para auto-estudo disponibilizado no Portal• Atividades para auto-avaliação

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto-estudo

AULA

4____________________A ESTRUTURA VERBAL: TEMPOS, MODOS E CONJUGAÇÕES VERBAIS; O VERBO ESSE

Un

idad

e D

idát

ica

– Lí

ng

ua

Lati

na

Agora que você já conhece os casos e as declina-ções é a vez de estudar o sistema verbal da língua latina. Fique atento!!! Vamos tratar desse assunto de forma bem simples, mas muito útil!

Como na língua portuguesa, o sistema verbal do latim possui uma pluralidade de tempos, modos, vozes e pessoas. Não se pretende nesta aula que você decore todas essas variações, mas que compreenda seu funcionamento, que se mostra de forma bastan-te racional em sua organização.

TEMPOS E MODOS VERBAIS

De acordo com Cardoso (1999), os tempos ver-bais em latim agrupam-se em dois blocos:

a) infectum (não-feito) – indicam ações ou pro-

cedimentos gerais que não estão terminados,

concluídos, ou que ainda estão em prossegui-mento. Abrange os tempos presente, imperfei-to (pretérito) e o futuro.

b) perfectum (feito, realizado) – indicam ações que começaram e terminaram, que já foram concluídas. Inclui os tempos perfeito (preté-rito), mais-que-perfeito (pretérito) e o futuro perfeito.

Esses tempos verbais podem ser conjugados em vários modos: indicativo, subjuntivo, imperativo. Também são utilizados nas formas não pessoais, isto é, no infinitivo, no gerúndio, no particípio, também no gerundivo e no supino.

Como já vimos, em relação aos casos e às decli-

nações existe um radical ao qual se agregam as ter-

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 76 12/11/08 1:14:59 PM

Page 21: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 4 — A Estrutura Verbal: tempos, modos e conjugações verbais; o verbo esse

77

minações (desinências etc). No sistema verbal isso

não é diferente: temos radicais para o infectum, o

perfectum e o supino.

Mas você deve estar perguntando o que é supino,

não é mesmo? Para compreendermos o funciona-

mento de uma língua, é preciso ter em mente alguns

aspectos de sua estrutura. Conforme nos explica

Cardoso (1999), o supino é um antigo nome verbal

em -tu. Foi muito utilizado na época arcaica, mas

seu uso foi reduzido no período clássico. Restou do

supino somente o acusativo (em -um), e o ablati-

vo em -u). Almeida (1997) acrescenta, ainda, que

o supino é uma forma especial do infinitivo invariá-

vel, utilizada para indicar finalidade. Por exemplo,

amatum (para amar), auditum (para ouvir).

Há três radicais diferentes no verbo latino. Va-

mos observar como eram tais radicais para esses

tempos:

Exemplo: verbo laudare (louvar)

Infectum Perfectum Supino

laud- laudau- laudat-

laudo (louvo)

laudas

laudavi

(louvei)

laudaturus,a,um

(devendo louvar)

laudabam (louvava) laudaveram (louvara)

laudabo (louvarei) laudavero (terei

louvado)

OBS: Em latim, há quatro conjugações. Distinguem-se pela terminação do infinitivo presente e da primeira pessoa

singular do indicativo presente.

1ª c/i are Ind/Pre o laudo laudare

2ª c/i ere - eo deleo delere

3ª c/i ere - o ou io lego legere

4ª c/i ire - io audio audire

Ex.: o verbo laudare (louvar); tempos primitivos:

laudo,as, laudavi, laudatum, laudare = a louvar.

CONJUGAÇÕES VERBAIS

Os verbos latinos são geralmente agrupados em

quatro conjugações. A primeira caracteriza-se pela

presença da vogal temática -a; a segunda apresenta a

vogal temática -e; a terceira conjugação é mais com-

plexa, pois é formada pela vogal temática -e (bre-

ve), e também por verbos atemáticos, como ferre;

(fero, fers, tuli, latum, ferre – levar, trazer) e a quarta

conjugação traz a vogal temática -i. Há, no entan-

to, verbos da terceira conjugação que confundem

com os da quarta conjugação, por exemplo, dicere

(dizer), que não apresenta a vogal temática na pri-

meira pessoa do singular no presente do indicativo,

na forma dico, is, xi, ctum, cere.

Há, ainda, verbos que não se enquadram em ne-

nhuma conjugação, como o verbo esse, (ser, estar);

trata-se de um verbo especial que auxilia os outros

verbos, principalmente na voz passiva.

Temos, então, numa perspectiva resumida, as

conjugações com verbos terminados em:

are = laudare (louvar)

ere = delere (destruir)

ere = legere = (ler)

ire = audire (ouvir)

VOZES VERBAIS

Em latim há voz ativa e voz passiva (como no

português). Há alguns verbos latinos que só pos-

suem a forma ativa, como o verbo esse; e outros que

são conjugados apenas na forma passiva, embora

tenham significação ativa, como mentiri (mentir)

ou prosficicsi (partir), que são chamados de verbos

depoentes.

A voz passiva pode indicar também impessoali-

dade do sujeito, como em dicitur (falar-se), bibitur

(beber-se) (CARDOSO, 1999, p 68).

Verbos irregulares e verbos defectivos

São considerados irregulares os verbos que não

acompanham as formas geralmente usadas nas con-

jugações. Os mais importantes são ferre (levar), velle

(querer), ire (ir) e seus compostos.

Derivam de velle os verbos nolle (não querer) e

malle (preferir). Há também o verbo edere – edo, is,

edi, esum, edere (comer), que é irregular.

Os verbos defectivos são aquele que não são

conjugados em algumas pessoas, tempos ou mo-

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 77 12/11/08 1:15:00 PM

Page 22: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

78

dos. Estão entre os verbos defectivos aqueles que

indicam fenômenos da natureza, que são conju-

gados somente na terceira pessoa do singular e no

infinitivo, como pluit (chove), tonat (troveja), nin-

git (neva).

! IMPORTANTE

O verbo esse não se enquadra em nenhuma das con-

jugações vistas. Apresenta certas peculiaridades, sendo

muito antigo na língua. Na língua portuguesa, quanto

ao sentido, corresponde aos verbos ser, estar e haver

(quando no sentido de existir).

Presente Pret Imp. Futuro Pret Perf.

sum eram ero fui

es eras eris fuist

est erat erit fuit

sumus eramus erimus fuimus

estis eratis eritis fuistis

sunt erant erunt fuerunt

Atividade1. Longa est vita, si plena est. (Sêneca)

A forma est é a terceira pessoa do singular do ver-

bo esse, no presente do indicativo. O verbo esse é

um verbo de ligação, ou seja, pede um predicativo

do sujeito que é expresso no mesmo caso do sujeito

(nominativo).

Qual é o sujeito da oração?

Número?

Qual é o predicativo do sujeito?

Número?

2. Verae amicitiae sempitenae sunt. (Cícero)

A forma verbal sunt é a terceira pessoa do plural

do verbo esse, no presente do indicativo. Assim com

o singular est, também exige predicativo do sujeito.

Transcreva da oração:

O sujeito:

O adjunto adnominal que qualifica o sujeito:

O predicativo:

Traduza a frase:

3. Traduza as frases seguintes:

Sempronia est magistra:

Livia est discípula:

Discipulae sedulae sunt:

Julia et Silvia quoque discipulae sunt:

Discípula bona semper sedula est:

Vocabulário

amicitia, ae: amizade

longus, a, um: longo

plenus, a, um: cheio

sempiternus, a, um: eterno

verus, a um: verdadeiro

Sempronia, ae: Simpronia

est (esse): ser, é

magistra, ae: mestra, professora

Lívia, ae: Lívia

discípula, ae: aluna

sedula, ae: aplicada, atenta

sunt (esse): ser, estar, são

quoque: também

bonus, a, um: boa

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 78 12/11/08 1:15:00 PM

Page 23: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 4 — A Estrutura Verbal: tempos, modos e conjugações verbais; o verbo esse

79

Observe abaixo a tabela de conjugação completa do verbo auxiliar ESSE (SER, ESTAR)

Verbo sum (ser, estar)

Indicativo Subjuntivo Imperativo Infinitivo Particípio

P S

sum (eu sou) sim se – está tu ser = estar

es sis

est sit es esse

P P

sumus simus

estis sitis

sunt sint Este (sede vós

I S

eram (eu era) essem

eras esses

erat esset

I P

eramus essemus

eratis essetis

erant essent

F S

ero (eu serei) se – esta

eris es ou esto dever ser,estar devendo ser

erit esto fore (invariável) futurus, a, um

F P

erimus

eritis este ou estote ou futurum, am

erunt sunto um esse

P/P/S

fui (eu fui) fuerim

fuit fueris

fuist fuerit

P/PP

fuimus fuerimus ter sido, estado

fuistis fueritis

fuerunt fuerint fuisse

Compostos de Sum

Absum, estar ausente; Desum, faltar a; Obsum, prejudicar.

Adsum, estar presente, Insum, estar em, Praesum, estar à frente.

Em prosum, ser útil, pro torna-se antes de vogal. Ind. Pres.: prosum, prodes, prodest, prosumus, prodestis, prosunt. Imp. proderam, fut.

prodero, Imper. prodes Inf. prodesse.

Em possum, poder, pot torna-se antes das vogais, torna-se pos antes de s e faz cair o f do perfeito. Ind. pres. Possum, potes, potest,

possumus, potestis, possunt. Imperf. poteram, Fut. potero, Perf. potui, Sub posim, possem, Inf. posse.

O imperativo, futuro do infinitivo, particípio futuro não se usa.

+ q p S

fueram(eu fora)

fuissem

fueras fuisses

fuerat fuiset

+ q p p

fueramus fuissemus

fueratis fuissetis

fuerant fuissent

F A S

fuero

fueris

fuerit

F A P

fuerimus

fueritis

fuerint

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 79 12/11/08 1:15:00 PM

Page 24: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

80

Conteúdo• Aspectos da transição da língua latina à língua portuguesa

Competências e habilidades• A partir do estudo comparativo da língua latina e da língua portuguesa, levar o aluno a perceber

questões referentes aos estudos lingüísticos, como as transformações de uma língua, suas variantes, entre outros fatores, numa perspectiva diacrônica e sincrônica

Textos e atividades para auto-estudo disponibilizado no Portal• Atividades para auto-avaliação

• Atividades de revisão para avaliação

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto-estudo

AULA

5____________________DO LATIM AO PORTUGUÊS;

METAPLASMOS E ETIMOLOGIA

Un

idad

e D

idát

ica

– Lí

ng

ua

Lati

na

Finalmente, vamos concluir nossa unidade didáti-

ca considerando as transformações que conduziram

o latim às expressões que hoje utilizamos: as línguas

românicas e, entre elas, a língua portuguesa.

DO LATIM ÀS LÍNGUA ROMÂNICAS

O latim vulgar, como língua viva, estava sujeito a

constantes modificações. Entretanto, o latim clássi-

co se tornava cada vez mais uniforme, afastando-se

da forma falada.

Enquanto a escrita, sob a forma do latim clássico,

permaneceu intacta, a oralidade, passou por trans-

formações tamanhas que originou outros falares. As

pessoas pensavam que estavam falando latim, mas

na verdade já falavam outras línguas.

Figura 12 – Expansão da língua portuguesa

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 80 12/11/08 1:15:01 PM

Page 25: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 5 — Do Latim ao Português; Metaplasmos e Etimologia

81

O latim vulgar, ou a língua que era falada pela di-

versidade de povos dominados pelo Império Roma-

no, não é uma língua, um idioma em sentido estri-

to, mas, antes disso, é uma concepção que abrange

os falares mais diversos, não sendo fixo ou estável.

Era um latim falado em diferentes localidades: Itá-

lia, Gálea, Espanha e em vários outros. Para cada

uma dessas regiões havia também falares locais aos

quais o latim ia se sobrepondo, ou seja, as línguas de

substrato, que aos poucos cessaram de ser faladas,

deixando um resíduo de hábitos articulatórios, de

questões morfológicas e sintáticas, introduzindo na

língua latina termos romanizados, visto que esses

povos conservavam algumas palavras de sua língua

nativa.

Assim, o latim vulgar passou a apresentar dife-

renciações locais, constituindo pouco a pouco o

que hoje denominamos francês, italiano, espanhol,

português...

Os sons, as formas e os significados da maioria

das palavras permaneceram inalterados no latim

clássico. Em contrapartida, no latim vulgar, a fo-

nética, a morfologia, o emprego, o significado das

palavras e a sintaxe foram quase totalmente modi-

ficados. Desse modo, o latim serviu de base às di-

ferentes línguas românicas, que são na atualidade

expressões modernas do latim vulgar.

Essa diferenciação do latim vulgar de uma re-

gião para a outra, que resultou nas transformações

semânticas, fonéticas, morfológicas e sintáticas,

criando as línguas românicas, é devida a vários fa-

tores, entre os quais podemos destacar o isolamen-

to geográfico de um local ao outro, a variação cul-

tural, as circunstâncias educacionais, os substratos

lingüísticos originais e os superstratos lingüísticos

subseqüentes.

A LÍNGUA PORTUGUESA

Embora a influência do latim tenha sido decisiva

para a formação da língua portuguesa, há outros fa-

tores que merecem serem destacados.

A invasão dos povos bárbaros, desmembrando o

Império Romano e isolando as diversas regiões nas

quais Roma exercia influência, aumentou o proces-

so de dialetação do latim vulgar. Tais dialetos foram,

pouco a pouco, tornando-se tão diferentes entre si,

que acabaram por resultar em línguas diversas.

Além dos bárbaros, a chegada dos árabes à Pe-

nínsula Ibérica, onde se localiza Portugal, também

teve influência decisiva para a formação da língua

portuguesa, trazendo consigo inovações quanto ao

vocabulário e à pronúncia.

Mais tarde, com a reconquista da região e a con-

seqüente expulsão dos árabes, foram formando-se

reinos, entre eles, destacamos os de Leão e Castela,

pois mais tarde constituíram o Condado Portuca-

lense, que no ano de 1143 veio a ser Portugal.

A dialetação do latim vulgar, a influência das in-

vasões bárbaras e árabes, aspectos dos quais já fa-

lamos, conferiram ao falar da região do Condado

Portucalense feições típicas que, mesmo que ainda

não fosse a língua portuguesa tal como hoje a co-

nhecemos, já se afastava muito da língua latina tal

como havia sido implantada pelos romanos. A essa

língua intermediária, entre o latim vulgar e o portu-

guês propriamente dito, damos o nome de romanço.

A exemplo do português, as outras línguas români-

cas como o espanhol, o italiano, entre outras, tam-

bém tiveram seus romanços, que dariam mais tarde

origem às línguas modernas.

Dessa forma, nas regiões da Gallaecia (Galiza) e

da Lusitânia formou-se o romanço galego-portu-

guês. Quando Portugal separou-se da Galiza, no

século XII, o galego-português era o idioma falado

em toda a região, e por três séculos foi o veículo da

produção poética trovadoresca. Gramaticalmente,

o galego-português sofreu uma série de transforma-

ções até adquirir, já no século XVI, características

distintas que resultaram na língua portuguesa.

Temos, então, as fases históricas da língua portu-

guesa, conforme Campedelli (1999, p. 17).

Português proto-histórico

Do final do século IX até o século XII

Textos em latim bárbaro

Os mais antigos documentos: um título de doação de 874 e um

título de venda de 883.

Português arcaico Do século XII ao século XVI

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 81 12/11/08 1:15:01 PM

Page 26: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

82

Textos em galego-português e textos só em galego ou só

em português.

Os documentos literários dessa época são as cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer,

além das novelas de cavalaria e demais registros comerciais,

históricos etc.

Português moderno Século XVI

Uniformização da língua

A literatura renascentista portuguesa, principalmente a obra de Camões, teve papel

fundamental na uniformização nessa etapa. Do século XVI são

as primeiras gramáticas e os primeiros dicionários da língua

portuguesa

Assim, a própria língua portuguesa foi sofrendo

modificações, por derivação, estrangeirismo, entre

muitos fatores que, com o passar dos tempos, re-

sultou na língua tal como a conhecemos e falamos

hoje.

O PORTUGUÊS NO MUNDO

São evidentes as diferenças que existem entre o

português falado em Portugal e o falado no Brasil. É

uma forma de podermos visualizar as transforma-

ções que podem ocorrer numa língua.

A principal causa da expansão do português pelo

mundo foram as grandes navegações, entre os sé-

culos XV e XVI, que levaram a língua às colônias

portuguesas.

Assim, hoje o português é falado no Brasil, em

Portugal e em cinco países africanos como língua

oficial. Mas a língua portuguesa também é falada

em outros lugares da América do Norte e da Euro-

pa, por causa do grande contingente de imigrantes.

Hoje, a língua portuguesa é falada por cerca de

180 milhões de pessoas, somente no Brasil, fican-

do em sexto lugar entre as línguas mais faladas no

mundo (CAMPEDELLI, 1999, p. 17).

! IMPORTANTE

Metaplasmos

Os metaplasmos dizem respeito às transforma-

ções fônicas e morfológicas ocorridas nas palavras,

tanto na escrita como na fala.

Essas alterações não ocorrem somente em relação

ao latim, mas na própria língua portuguesa, ou em

outras línguas como um todo. São alterações que

ocorrem de geração para geração, e é natural que

ocorram, pois as línguas estão vivas no uso que fa-

zemos delas diariamente.

Em geral, tais modificações se dão devido a troca,

acréscimo ou supressão de fonemas, podendo tam-

bém ser originadas por transposição do fonema ou

do acento tônico.

Nosso intuito aqui é que você compreenda como,

com o passar do tempo, tais transformações foram

correndo. Você não precisa se preocupar em de-

corar os metaplasmos que vamos mencionar, mas

entender como ocorreram na fonética e na morfo-

logia. Assim, temos:

Metaplasmos de permuta

Consistem na troca ou substituição de um fone-

ma por outro. Entre os processos ocorridos nessa

categoria, podemos evidenciar:

a) Sonorização – é a troca de um fonema surdo

pelo sonoro correspondente (homorgânico).

São os fonemas /p/, /t/ /c/, e /f/ que sonori-

zam /b/, /d/, /g/ e /v/, respectivamente. Exem-

plos: lupo>lobo; totu>todo; acuto>agudo;

profectu>proveito.

b) Vocalização – é a transformação de um fone-

ma consonantal em um vocálico. Exemplos:

octo>oito; pectu>peito; palpare>poupar.

c) Consonantização – é a transformação de um

fonema vocálico em consonantal. Exemplo:

vita>vida; vivere>viver.

d) Assimilação – é o metaplasmo caracterizado

pela perfeita identidade ou aproximação de

dois fonemas, originado pela influência que

um exerce no outro. Pode ser vocálica, conso-

nantal, total, parcial, regressiva ou progressi-

va. Exemplo: paomba>poomba>pomba; per-

sicu>pessicu>pêssego.

e) Dissimilação – é a queda ou diversificação do

fonema, por já existir fonema semelhante ou

igual na palavra. Exemplo: local (e)>lugar;

parabola>paravra>palavra.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 82 12/11/08 1:15:02 PM

Page 27: Modulo 2 - 01 Linguas

AULA 5 — Do Latim ao Português; Metaplasmos e Etimologia

83

f) Nasalização e desnasalização – é a transfor-

mação de um fonema oral em nasal, ou vi-

ce-versa. Exemplo: mãe (matre)>mãe; coro-

na>coroa>coroa.

g) Apofonia ou deflexão – a sílaba inicial é mo-

dificada quando se junta a um prefixo.

Exemplo: sub+jactu>subjectu>sujeito; ob+

fácil>officiu>ofício.

h) Metafonia – é a modificação sofrida pela vo-

gal tônica de uma palavra em virtude da in-

fluência sofrida pela aproximação da vogal

ou semivogal /i/ da sílaba seguinte. Exemplo:

dormio>durmo.

Metaplasmos de aumento

Ocorreram devido à junção de outros fonemas.

Podem ser denominados também metaplasmos por

acréscimo. São eles:

a) Prótese – é o siples acréscimo de um fonema

a uma palavra. Exemplo: spiritu>espírito; scri-

bere>escrever.

b) Epêntese – é o acréscimo de um no interior

do vocábulo. Exemplo: um(e)ru>ombro; stel-

la>estrela.

c) Paragoge – ou epítese, é o acréscimo de

um fonema no final da palavra. Exemplo:

ante>antes; zink>zinco.

d) Anaptixe – é um tipo especial de epêntese,

que consiste na intercalação de um fonema

vocálico para desfazer um grupo consonantal.

Exemplo: blatta>bratta>barata.

Metaplasmos de subtração

Também denominados metaplasmos de supres-

são, são caracterizados pela subtração ou diminui-

ção de fonemas nas palavras. São eles:

a) Aferes – corresponde à queda do fonema no

início do vocábulo. Exemplo: attonitu>tonto;

acumen>agume>gume.

b) Síncope – é a queda do fonema no interior da

palavra. Exemplo: malu>mau; teneru>tenro.

c) Haplologia – é um tipo especial de síncope,

representada pela queda da sílaba medial, por

haver outra igual ou semelhante na palavra.

Exemplo: vendita>vendeda>venda.

d) Apócope – é a queda do fonema no final da

palavra. Exemplo: mar>mar.

e) Sinalefa ou elisão – é a queda do fonema vo-

cálico no final do vocábulo, quando a palavra

seguinte começa por vogal. Exemplo: de+

intro>dentro.

f) Crase – é a fusão de dois fonemas vocálicos

em um só. Exemplo: pede>pee>pé; colore>

coor>cor.

Metaplasmos de transposição

São representados pela deslocação de um fonema

ou do acento tônico da palavra.

a) Transposição do fonema – pode ser verificada

na mesma sílaba ou entre sílabas.

Essa transposição recebe a denominação de metá-

tese ou hipértese. Exemplo: semper>sempre (trans-

formação na mesma sílaba); rabia>raiva (transposi-

ção entre sílabas).

b) Transposição do acento tônico – recebe o

nome de hiperbibasmo. Pode ser sístole, ou

o recuo do acento tônico, como em saliva>

saivá>selva (arcaico)>seiva; ou diástole, ou o

avanço do acento tônico, como em júdice>juiz,

muliere>mulher.

Para refletir

Etimologia

Todos nós temos um interesse em saber o signifi-

cado das palavras, de onde elas vieram. Assim surgiu

a etimologia, para estudar a origem das palavras.

A partir da descoberta das semelhanças entre as

línguas românicas, provenientes do latim, os estu-

dos de etimologia ganharam força, pois havia sido

encontrada uma relação existente entre algumas

palavras. Então, descobriu-se que as palavras passa-

vam por alterações específicas para entrar na língua

portuguesa, francesa e outras.

Por exemplo, há palavras latinas que contém as

iniciais pl-, e que passavam pelas mesmas modifica-

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 83 12/11/08 1:15:02 PM

Page 28: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

84

ções para chegar ao português, com as iniciais ch-,

como acontece em:

Latim Português

plicare chegar

plenus cheio

plorare chorar

São tendências gerais, alterações que ocorrem

com bastante freqüência. É claro que há palavras

que fogem a essas tendências, como acontece com a

palavra estrela, que veio do latim stella. Inicialmen-

te, o r que foi inserido não tinha explicação, mas

se descobriu que essa palavra sofreu influência da

palavra astrum (BUENO, 2002, p. 11).

Além das palavras derivadas de palavras latinas,

há no português palavras que se originam de outras

línguas românicas ou estrangeirismos. O mesmo

acontece em relação ao português, que contribuiu

para o vocabulário de outras línguas.

Atividade1. A partir das leituras disponibilizadas no Por-

tal Acadêmico, observe a etimologia de algumas

palavras.

Agora, organize um breve glossário etimológi-

co da língua portuguesa (com no mínimo quinze

palavras).

2. utilizando também o material disponibilizado

no Portal, selecione pelo menos cinco palavras e fale

sobre os metaplasmos, utilizando-as como exemplos.

3. A partir da leitura do texto: “A importância do

latim na atualidade”, disponível na Aula 1, selecio-

ne algumas palavras do latim utilizadas atualmente.

Fale sobre o uso e o sentido dessas palavras.

* ANOTAÇÕES

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 84 12/11/08 1:15:02 PM

Page 29: Modulo 2 - 01 Linguas

Referências

85

Referências

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática

latina: curso único e completo. 27. ed. São Paulo:

Saraiva, 1997.

AZEVEDO, Fernando de. Pequeno dicionário

latino-português. 8. ed. São Paulo: Companhia

Editora Nacional, 1957.

BERGE, Damião; CASTRO, Ludovico M. G. de;

MULLER, Reinaldo. Ars Latina: curso prático de

língua latina. 30. ed. Petrópolis, Vozes, 1998.

BUENO, Márcio. A origem curiosa das palavras e/ou

dos significados. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.

CAMPEDELLE, Samira Youssef; SOUZA, Jésus

Barbosa. Gramática do texto – texto da gramática.

São Paulo: Saraiva, 1999.

CARDOSO, Zélia de Almeida. Iniciação ao latim.

5. ed. São Paulo: Ática, 2005.

COMBA, Júlio. Programa de latim I. São Paulo:

Salesiana, 2002.

CRETELLA JÚNIOR, José. Latim para o ginásio.

72. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1960.

DICIONÁRIO LATIM-PORTUGUÊS-

PORTUGUÊS-LATIM. Porto Editora: Portugal, 2006.

ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. 3. ed. São

Paulo: Ática, 1999.

IRMÃOS MARISTAS. Gramática latina. 4. ed. São

Paulo: Editora do Brasil, 1961.

RONAI, Paulo. Curso básico de latim. gradus

primus. 18. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

______. Curso básico de latim. gradus secundus.

8. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

SOARES, João S. Latim 1 – iniciação ao latim é à

civilização romana. 3. ed. Coimbra: Almedina, 1998.

STOCK, Leo. Gramática de latim. Tradução de

António Moniz e Maria Celeste Moniz. 2. ed.

Lisboa: Editorial Presença, 2005.

VIARO, Mário Eduardo. A importância do latim

na atualidade. Revista de ciências humanas e

sociais, São Paulo, Unisa, v. 1, n. 1, p. 7-12, 1999.

Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/dlcv/lpot/

Mviaro018.pdf>. Acesso em: 04 out. 2005.

WILLIANS, Edwin Bucher. Do latim ao português.

Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

Ilustrações

Figura 1: Disponível em: <http://www.dimensao6/

01Ad62002.html>. Acesso em: 09 nov. 2005.

Figura 2: Disponível em: <http://www.recogito.

l.pl/recogito mo/foto/mo-2-2.jpg>. Acesso em:

03 out. 2006.

Figura 3: SOARES, João S. Latim 1 – iniciação

ao latim e á civilização romana. 3. ed. Coimbra:

Almedina, 1998, p. 9.

Figura 4 e 5: Disponível em: <http://www.cit.

gu.edu.au/~wiseman/Roman/19Maps.html>.

Acesso em: 2 out. 2006.

Figura 6: ILARI, Rodolfo. Lingüística românica.

3. ed. São Paulo: Ática, 1999. p. 53.

Figura 7: Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento,

ano 1, n. 7, maio 2006.

Figura 8: Disponível em: <http://www.ibiblio.org/

expo/vstican.exhibit/a_vatican lib/images/vlib21.

jpg>. Acesso em: 09 nov. 2005.

Figura 9: Disponível em: <http://www.anotek.com/

LOGOLTIN.GIF>. Acesso em: 14 nov. 2005.

Figura 10: Disponível em: <http://www.sicep.com.

brdestaque/pax.asp>. Acesso em: 02 out. 2006.

Figura 11: Disponível em: <http://www.marisa.

com.br/scripts/produto.asp?cap=1&d=6241>.

Acesso em: 02 out. 2006.

Figura 12: Disponível em: <http://www.edinfor.

pt/anc/anchistoria-mar001.html>. Acesso em: 02

out. 2006.

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 85 12/11/08 1:15:03 PM

Page 30: Modulo 2 - 01 Linguas

Unidade Didática — Língua Latina

86

Módulo02_Letras_1sem_Un01.indd 86 12/11/08 1:15:03 PM