Mercados - aicep Portugal Global · Desenvolvimento Euro-asiático (Eurasian Development Bank ......
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Mercados
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Rússia Ficha de Mercado Setembro 2017
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Índice
1. Dados Gerais 3
2. Economia 6
2.1. Situação Económica e Perspetivas 6
2.2. Comércio Internacional 9
2.3. Investimento 11
2.4. Turismo 12
3. Relações Económicas com Portugal 13
3.1. Comércio de Bens e Serviços 13
3.1.1. Comércio de Bens 14
3.1.2. Serviços 17
3.2. Investimento 18
3.3. Turismo 18
4. Condições Legais de Acesso ao Mercado 19
4.1. Regime Geral de Importação 19
4.2. Regime de Investimento Estrangeiro 24
5. Informações Úteis 29
6. Contactos Úteis 31
7. Endereços de Internet 32
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1. Dados Gerais
Mapa:
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)
Área: 17 075 400 Km
2
População: 147 milhões de habitantes (2016)
Densidade populacional: 8,6 habitantes/ Km2
Designação oficial: Federação Russa / Rússia
Chefe do Estado e do Governo: Vladimir Putin (desde maio de 2012)
Primeiro-Ministro: Dmitry Medvedev (desde maio de 2012)
Data da atual Constituição: 12 de dezembro de 1993
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Principais Partidos Políticos: Partido Rússia Unida, Partido Comunista da FR, Partido da Rússia Justa,
Partido Liberal-Democrático. As próximas eleições presidenciais est5ão
agendadas para março de 2018
Capital: Moscovo (15 milhões de habitantes)
Outras cidades importantes: S. Petersburgo (5,2 milhões hab.); Novosibirsk (1,6 milhões hab.);
Ekaterinburg (1,5 milhões hab.); Nizhny Novgorod (1,3 milhões hab.)
Religião: O cristianismo é a religião predominante, expresso através da Igreja
Ortodoxa Russa. Outras religiões importantes: islamismo, judaísmo,
budismo
Língua: A língua oficial é o russo. Os povos da Rússia falam mais de 100 línguas
e dialetos
Unidade monetária: Rublo russo (RUB)
1 EUR = 70,2902 RUB (Banco de Portugal – média de agosto 2017)
Risco País: Risco geral – BB (AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco Político – CCC
Risco de Estrutura Económica: BB – EIU, setembro 2017
Risco de crédito: 4 (1 = risco menor; 7 = risco maior) – COSEC, setembro 2017
Política de cobertura de risco: Operações de Curto prazo/Médio/Longo prazo – Sanções em vigor. Para
mais informações contactar a COSEC (COSEC – setembro 2017)
Principais relações internacionais e regionais:
A Federação Russa é membro, entre outras, da Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa (Organization for Security and Co-
operation in Europe – OSCE), da Organização do Tratado de Segurança
Coletiva (Collective Security Treaty Organization – CSTO), do Banco de
Desenvolvimento Euro-asiático (Eurasian Development Bank – EDB), do
Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (European
Bank for Reconstruction and Development – EBRD), do Banco
Internacional para a Cooperação Económica (International Bank for
Economic Co-operation – IBEC), do Banco de Compensações
Internacionais (Bank for International Settlements – BIS), da Organização
das Nações Unidas (United Nations – UN) e suas agências
especializadas (Funds, Programmes, Specialized Agencies and Others
UN Entities) e da Organização Mundial do Comércio (World Trade
Organization – WTO) desde 22 August 2012.
Ao nível regional faz parte do Conselho da Europa (Council of Europe) e
de uma variedade de organismos / associações como o Fórum de
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Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Asia-Pacific Economic
Cooperation – APEC), a Organização para a Cooperação de Xangai
(Shanghai Cooperation Organization – SCO), a Organização para a
Cooperação Económica do Mar Negro (Black Sea Economic Cooperation
– BSEC), o Conselho dos Estados do Mar Báltico (Council of the Baltic
Sea States – CBSS) e a Comunidade dos Estados Independentes
(Commonwealth of Independent States – CIS). Em Janeiro de 2010, com
vista à eliminação de direitos aduaneiros e barreiras alfandegárias entre
a Bielorrússia, o Cazaquistão e a Federação Russa, foi constituída uma
União Aduaneira (Russia, Belarus, Kazakhstan Sign Customs Union
Agreement) que se tornou efetiva com a entrada em vigor do respetivo
Código Aduaneiro, em 1 de julho de 2010. Entretanto, a Rússia tomou a
iniciativa de propor o aprofundamento da integração económica e política
com a Bielorrússia e o Cazaquistão (e outros Estados da antiga União
Soviética que assim o entendam) através da criação de uma organização
supranacional baseada no modelo de integração da União Europeia
(Russia, Belarus and Kazakhstan Have Agreed to Set Up a Eurasian
Economic Union, Modelled on the EU, with a Target Date of 2015). O
acordo foi assinado entre os presidentes dos 3 países atrás
mencionados em 18 de novembro de 2011 e a União Económica Euro-
asiática foi estabelecida em 1 de janeiro de 2015 (The Eurasian
Economic Union Came Into Effect on January 1, 2015 / Eurasian
Economic Union – EAEU), incluindo mais dois Estados-membros, a
Arménia e o Quirguizistão (EAEU Member-States).
Relacionamento com a União Europeia (UE):
O relacionamento da Federação Russa com a UE rege-se,
fundamentalmente, pelo Acordo de Parceria e Cooperação (APC),
assinado em 24 de Junho de 1994, que em termos de comércio de
mercadorias assume a natureza de acordo não preferencial em que as
partes concedem-se mutuamente o tratamento da nação mais favorecida
(MFN – Most Favoured Nation: conceito de não descriminação – cada
membro da OMC concede aos produtos de um outro membro um
tratamento não menos favorável do que o tratamento que concede aos
produtos semelhantes de qualquer outro país). Em 2008 foram iniciadas
negociações entre a UE e a Rússia tendentes à celebração de um novo
Acordo (que substituirá o APC em vigor), que traduza o atual estádio de
evolução do relacionamento entre as partes (Joint Statement of the EU-
Russia Summit on the Launch of Negotiations for a New EU-Russia
Agreement). Porém, face ao papel da Rússia no conflito da Ucrânia, as
conversações encontram-se suspensas, tendo a UE adotado sanções
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contra a Rússia (EU Sanctions Against Russia Over Ukraine Crisis) em
áreas como o acesso ao mercado de capitais, defesa, bens de dupla
utilização (civil e militar) e tecnologias sensíveis (incluindo as relativas ao
setor da energia) – EU Relations with Russia – European External Action
Service – EEAS. Mais informação sobre o relacionamento bilateral pode
ser consultada no tema – Trade Relations (European Commission).
Ambiente de Negócios
Competitividade (Rank no Global Competitiveness Index 2016-17) 43º Facilidade de Negócios (Rank no Doing Business Rep. 2017) 40º
Transparência (Rank no Corruption Perceptions Index 2016) 131º Ranking Global (EIU, entre 82 mercados) 68º
2. Economia
2.1. Situação Económica e Perspetivas
A Rússia é, indubitavelmente, um dos maiores Estados do mundo, qualquer que seja o prisma de
análise. Conta com uma população de cerca de 147 milhões de habitantes (9º país mais populoso),
distribuída por uma área superior a 17 milhões de km2, o que lhe confere o estatuto de país mais
extenso. De acordo com o Banco Mundial, em 2016, e em termos de Produto Interno Bruto (PIB), a
economia russa surgia no 12º lugar, sendo o 1º produtor mundial de petróleo, o 2º de gás natural e o 5º
produtor de energia elétrica.
Na sequência do conflito na Ucrânia e das sequentes sanções impostas pelo Ocidente, a Rússia tem,
desde 2014, adotado uma política marcadamente nacionalista e antiocidental. Apesar da intensificação
do diálogo com o Ocidente, no âmbito do envolvimento russo no conflito na Síria, não existe qualquer
indício de que a sua posição em relação à Ucrânia se venha a alterar. Recentemente, os EUA aplicaram
sanções mais duras, incluindo a proibição das empresas realizarem negócios com empresas russas para
a construção, reparação ou modernização de gasodutos/oleodutos; a Rússia respondeu proibindo a
importação de quase todos os produtos alimentares ocidentais.
A distribuição sectorial da economia russa é relativamente diversificada. Dados relativos a 2016 indicam
que o sector dos serviços tem um peso preponderante, contribuindo com 62,2% para o PIB, sendo
responsável por 63% do emprego. Segue-se a indústria com 33,1% e um peso de 27,6% no emprego e a
agricultura, que contribui com 4,7% para o PIB e que emprega 9,4% da população ativa.
Na década compreendida entre 1998 e 2008 a economia, impulsionada pela rápida subida da cotação do
petróleo, registou níveis médios de crescimento da ordem dos 7% ao ano, o que se traduziu numa
duplicação dos rendimentos disponíveis e no aparecimento de uma nova classe média.
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No entanto, a crise económica e financeira global que se seguiu afetou negativamente o país,
provocando uma queda abrupta dos preços do petróleo, bem como um corte profundo no acesso ao
crédito externo.
A elevada cotação do petróleo em 2011 veio impulsionar o crescimento do PIB russo, que se fixou em
4,3%, para além de ter contribuído para a redução do défice orçamental contraído no biénio 2008-09.
Nos últimos anos, o declínio da cotação do petróleo, a dificuldade do país em captar investimento
estrangeiro e os efeitos das sanções da comunidade internacional, contribuíram para um significativo
abrandamento do crescimento económico, para 1,8% em 2013 e 0,8% em 2014. Em 2015, o país entrou
em recessão, averbando um crescimento negativo de 2,8%, tendo-se registado uma contração de 0,2%
em 2016.
Segundo o EIU (Economist Intelligence Unit), a economia russa deverá recuperar em 2017, sendo
expectável um crescimento de 1,7%. Em termos homólogos, no 2º trimestre o PIB cresceu 2% o que,
conjugado com a subida do consumo doméstico1, impulsionará o crescimento económico. Os salários
reais deverão crescer 3,3%, o que se traduzirá num incremento do crédito a particulares2. Não obstante,
a consolidação orçamental continuará a restringir o consumo doméstico e o investimento em
infraestruturas, ainda mais com o regresso dos planos orçamentais trienais, no caso para o período
2017-19.
Após 3 anos de contração, no ano em curso o investimento deverá crescer 1,2%3. A estabilização da
economia deverá permitir um crescimento continuado do investimento, ainda que débil, em 2018. Os
cortes na produção petrolífera (acordados entre os membros da OPEP em maio e que deverão vigorar
até ao final do 1º trimestre de 2018) estão a ser cumpridos, o que reduz o risco de uma descida da sua
cotação. Os termos de troca do país serão afetados pelo previsível abrandamento económico da China
em 2018, o que provocará um ligeiro abrandamento do crescimento para 1,5%.
A médio prazo, o crescimento económico estará condicionado pela capacidade produtiva do país,
existindo alguns constrangimentos, nomeadamente bens de capital obsoletos, uma força laboral
envelhecida, baixos índices de investimento e uma elevada dependência dos recursos naturais, que
limitarão o crescimento do PIB, o qual deverá registar uma média anual de 1,6% entre 2018 e 20214.
Entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, a taxa de inflação contraiu de 5,4% para 3,3%, o que
significa que poderá ser alcançada a meta de 4% definida pelo Banco Central da Rússia para o corrente
ano. A descida deste indicador beneficiou das boas colheitas de 2016 e 2017, bem como da relativa
solidez da moeda. O EIU antecipa que a inflação continuará a cair na 2ª metade do ano, devendo fixar-
se, no final deste, em 4,1%. Para 2018, o abrandamento da economia chinesa provocará uma ligeira
desvalorização do rublo, mas a pressão inflacionária externa deverá manter-se relativamente baixa. As
1 Em termos homólogos, o consumo doméstico cresceu 3,3% no 1º trimestre do ano.
2 No 1º semestre de 2017, o crédito ao sector privado aumentou 4%.
3 Um eventual alívio das sanções propiciaria o regresso da banca internacional ao mercado russo, impulsionando o investimento.
4 Menos otimista, o Banco Mundial perspetiva para o período 2017-19 um crescimento médio anual de 1,4%.
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alterações fiscais anunciadas para 2019 deverão impulsionar o índice de preços para 4,8%. No período
2018-21, a inflação média anual deverá situar-se ligeiramente acima de 4%.
Com o preço médio do petróleo a subir e a impulsionar o valor das exportações, o EIU estima que o
saldo da balança corrente russa cresça até 3,5% do PIB em 2017 (2% em 2016). Este saldo será,
contudo, limitado pelo aumento das importações, como consequência da subida do consumo doméstico
e da retoma do investimento. É expectável que o saldo da balança corrente se mantenha superavitário
até 2021, se bem que uma recuperação das importações e do investimento provoque a sua diminuição,
para cerca de 2% do PIB em 2020-21. As sanções impostas pela comunidade internacional e a incerteza
política contribuem para afastar o investimento estrangeiro e as entradas de investimento em carteira, se
bem que estes devam recuperar a partir de 2018.
Principais Indicadores Macroeconómicos
Unidade 2014a 2015
a 2016
a 2017
b 2018
b 2019
b
População Milhões 146,6 146,9 147,0 147,0 147,0 146,9
PIB a preços corrent. de mercado 109
USD 2 059 1 363 1 280 1 567 1 576 1 736
PIB per capita (em PPP) USD 14 040 9 280 8 710 10 650 10 720 11 810
Crescimento real do PIB % 0,8 -2,8 -0,2 1,6 1,5 1,6
Consumo privado Var. % 1,5 -9,2 -4,9 3,1 3,6 3,0
Consumo público Var. % -2,1 -3,0 -0,8 -0,1 -0,3 -0,5
Formação bruta de capital fixo Var. % -1,6 -9,3 -2,5 1,2 1,4 1,5
Taxa de inflação (média) % 7,8 15,5 7,0 4,1 4,0 4,8
Saldo do sector público % do PIB -0,4 -2,4 -3,4 -2,1 -1,3 -1,2
Saldo da balança corrente 109
USD 57,5 68,8 25,5 54,6 36,0 47,8
Saldo da balança corrente % do PIB 2,8 5,0 2,0 3,5 2,3 2,8
Dívida pública % do PIB 9,4 9,1 10,0 11,8 12,7 13,5
Dívida externa 109
USD 549,6 467,7 434,8 451,5 467,5 487,2
Taxa de câmbio 1USD=xRUB 38,4 60,9 67,1 58,4 61,9 59,6
Taxa de câmbio 1EUR=xRUB 51,0 67,6 74,2 66,1 72,0 68,7
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)
Notas: (a) Valores atuais; (b) Previsões
RUB – Rublo russo
Como consequência das sanções internacionais e com a cotação das commodities abaixo dos valores
alcançados num passado recente, o Executivo russo vê-se confrontado com fortes restrições
orçamentais, e com a relutância da Banca ocidental em facilitar a emissão de títulos da dívida. Não
obstante, em meados de junho a Rússia lançou 2 Eurobonds, com a procura a exceder a oferta. Em
2016, o défice orçamental fixou-se em 3,4% graças, em parte, à alienação de 19,5% do capital do
gigante do sector petrolífero Rosneft.
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As projeções do Ministério das Finanças para 2017, num cenário de uma cotação do petróleo de 45,6
USD/barril, apontam para um crescimento económico a situar-se entre 1,5% e 2%. O défice orçamental
deverá cair para 2,1% do PIB.
Segundo o EIU, no período 2018-21 o Ministério das Finanças continuará a reduzir o défice orçamental,
se bem que o ajustamento da despesa, e tendo em conta a eleição presidencial de 2018, deva ser mais
moderado do que inicialmente previsto. Em termos reais, a despesa deverá decrescer e a despesa com
o sector da defesa também sofrerá cortes. Neste período, e segundo as projeções oficias, o Governo
pretende reduzir o défice orçamental de 1,6% em 2018 para 0,7% do PIB em 2021.
No passado mês de junho, o Banco Central cortou, em 25 pontos-base, a taxa de referência, fixando-a
em 9%. Com a inflação abaixo da meta definida, com uma moeda razoavelmente forte (impulsionada
pela subida da cotação do petróleo), com dois excelentes anos agrícolas e uma procura interna irregular,
a inflação continuará a cair em 2017 e 2018, pelo que é de esperar algum alívio da política monetária
restritiva que tem vindo a ser seguida.
2.2. Comércio Internacional
A Rússia é um mercado importante no contexto do comércio mundial e até 2012 detinha quotas de
mercado relevantes, de 2,9% e de 1,8%, enquanto exportador e importador, respetivamente. Em 2016
esses referenciais tinham caído para 1,8% e 1,2%. A balança comercial russa é largamente excedentária
verificando-se, no período em análise (2012-2016), um coeficiente de cobertura das importações pelas
exportações da ordem dos 145%-177%, registando o valor mais elevado em 2015, com 177%.
Evolução da balança comercial
(109
USD) 2012 2013 2014 2015 2016
Exportação fob 529,3 522,8 496,8 341,5 281,8
Importação fob 335,4 341,3 307,9 193,0 194,4
Saldo 193,9 181,5 188,9 148,5 87,4
Coeficiente de cobertura (%) 157,8 153,2 161,4 177,0 145,0
Como exportador 8ª 10ª 11ª 15ª 15ª
Como importador 17ª 16ª 17ª 23ª 23ª
Fonte: Organização Mundial de Comércio (OMC)
O sector energético representa atualmente mais de 47% das exportações totais (em 2015 representou
62,8%), com o petróleo a valer 43,5% das vendas ao exterior em 2016. A dependência da Rússia dos
sectores da energia e metais – sendo que estes pesam cerca de 5% nas exportações totais –, colocam o
país numa situação vulnerável às variações de preços nos mercados internacionais.
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Se até 2012 as exportações tinham registado aumentos significativos, a partir desse ano verificou-se
uma queda acentuada, tendo os valores de 2016 alcançado 281,8 mil milhões de USD, o que
representou um decréscimo de 46,8% face a 2012. Do lado das importações verificaram-se acréscimos
até 2013, interrompidos com a quebra de 2014 e 2015. Em 2016 registou-se um ligeiro incremento de
0,7%.
As projeções do EIU para 2017 apontam para subidas em ambos os fluxos, com as exportações a
crescer mais de 16% e as importações com um acréscimo de 10%.
Encabeçada pelos Países Baixos, a lista dos principais clientes da Rússia não tem sofrido grandes
alterações, excetuando algumas trocas de posição verificadas entre os restantes mercados que
constituem o top 10. De salientar que, em 1990, cerca de 70% das exportações russas tinham como
destino outras repúblicas soviéticas, enquanto as importações representavam apenas 47%. Após o
colapso da União Soviética verificou-se uma alteração profunda desta situação sendo que, atualmente,
mais de 87% das trocas comerciais são realizadas com países fora do âmbito da Comunidade de
Estados Independentes (CEI).
Principais Clientes
Mercado 2014 2015 2016
Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição
Países Baixos 13,4 1ª 11,7 1ª 10,2 1ª
China 7,5 2ª 8,2 2ª 9,8 2ª
Alemanha 5,8 4ª 4,2 4ª 7,4 3ª
Bielorrússia 3,3 7ª 3,6 7ª 4,9 4ª
Turquia 3,0 9ª 3,4 8ª 4,8 5ª
Portugal 0,04 89ª 0,09 68ª 0,23 59ª
Fonte: International Trade Centre (ITC)
A China, a Alemanha e os EUA constituem os principais fornecedores da Rússia, sendo de destacar a
importância da China, que assumiu a primeira posição em 2008, com quotas quase sempre acima dos
16% e que representa atualmente quase 21% das importações russas. A União Europeia assume-se
como o principal parceiro comercial da Rússia, representando mais de 38% do total das compras do país
ao exterior em 2016.
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Principais Fornecedores
Mercado 2014 2015 2016
Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição
China 17,7 1ª 19,3 1ª 20,9 1ª
Alemanha 11,5 2ª 10,4 2ª 10,7 2ª
EUA 6,5 3ª 6,3 3ª 6,1 3ª
Bielorússia 4,3 5ª 4,4 4ª 5,2 4ª
França 3,7 8ª 3,0 8ª 4,7 5ª
Portugal 0,20 53ª 0,22 55ª 0,22 54ª
Fonte: International Trade Centre (ITC)
Quanto à estrutura das exportações russas, é de salientar a sua elevada concentração e permanente
dependência dos combustíveis minerais (47,2% em 2016), o que deixa a balança comercial do país
muito exposta à flutuação dos preços internacionais desses produtos. Por outro lado, as importações são
constituídas fundamentalmente por máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos (31,2%) e por
veículos e material de transporte (8,6%).
Principais Produtos Transacionados – 2016
Exportações % Total Importações % Total
27 – Combustíveis e óleos minerais 47,2 84 – Máquinas e aparelhos mecânicos 19,4
72 – Ferro e aço 5,0 85 – Máquinas elétricas e partes 11,8
84 – Máquinas e aparelhos mecânicos 3,1 87 – Veículos e material de transporte 8,6
71 – Pérolas, pedras preciosas, moedas 2,4 30 – Produtos farmacêuticos 4,9
31 – Fertilizantes, etc. 2,3 39 – Plásticos 4,1
Fonte: International Trade Centre (ITC)
2.3. Investimento Estrangeiro
O rápido crescimento do mercado doméstico e a liberalização de sectores estratégicos, em especial o da
energia, foram positivamente acolhidos por parte dos investidores estrangeiros o que se traduziu, em
2008, num investimento total que ultrapassou 70 mil milhões de dólares, e que colocou, nesse ano, a
Rússia no 6º lugar do ranking dos países recetores de IDE. Apesar do país continuar a apresentar um
elevado potencial de captação de investimento, os efeitos da difícil situação económica não deixaram de
se fazer sentir, com os montantes aplicados no mercado a cair mais de 50% em 2009. Os anos
seguintes foram de recuperação, com o país a ocupar, em 2013, o 8º lugar entre os mercados recetores
de investimento estrangeiro, fruto dos mais de 53 mil milhões dólares investidos no país, um acréscimo
de 36,2% face ao ano anterior. Em 2014, e como consequência das sanções internacionais aplicadas ao
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país, o montante investido registou uma queda abrupta de quase 46%. Em 2015, o investimento
estrangeiro no país terá caído cerca de 60%.
No ano transato, os montantes aplicados no país ascenderam a cerca de 37,7 mil milhões de dólares
(um crescimento de mais de 200% face ao ano anterior), a que corresponde o 12º lugar no ranking
mundial, a segunda melhor posição do período em análise. Singapura e as Bahamas assumiram-se
como os principais investidores no mercado russo e a indústria extrativa constituiu o principal sector de
aposta dos investidores estrangeiros.
Investimento Direto
(106
USD) 2012 2013 2014 2015 2016
Investimento estrangeiro na Rússia 30 188 53 397 29 152 11 858 37 668
Investimento da Rússia no estrangeiro 28 423 70 685 64 203 27 090 27 272
Como recetor 13ª 8ª 13ª 27ª 12ª
Como emissor 15ª 6ª 7ª 17ª 15ª
Fonte: UNCTAD – World Investment Report
Enquanto emissora de investimento para o exterior, a Rússia ocupou, em 2016, a 15ª posição do ranking
mundial, com um total de 27 272 milhões de dólares, um acréscimo marginal de 0,6% em relação a
2015. O Chipre, as Ilhas Virgens Britânicas e a Suíça revelaram-se como os principais mercados de
destino do investimento russo.
2.4. Turismo
Indicadores do Turismo
2012 2013 2014 2015 2016
Turistasª (106) 28,2 28,4 25,4 26,9 24,6
Receitasb (10
9 USD) 10,8 12,0 11,8 8,4 7,8
Fonte: World Tourism Organization (UNWTO)
Notas: (a) Chegadas de visitantes não residentes (inclui turistas + excursionistas); (b) Não inclui as receitas de transporte
De acordo com a WTO (World Tourism Organization), em 2016 a Rússia registou a entrada de 24,6
milhões de turistas, o que representa um decréscimo de 8,6% face ao ano anterior, e que coloca o país
na 15ª posição do ranking mundial, baixando 4 lugares em relação a 2015. No que respeita às receitas
geradas, estas quedaram-se pelos 7,8 mil milhões de USD, representando um decréscimo de 7,5% face
ao ano anterior.
Em termos geográficos, e de acordo com dados relativos a 2015, a Europa constituiu o principal emissor
de turistas para a Rússia, com 80,4% do total, destacando-se a Ucrânia (29% do total) e o Cazaquistão
(14,2%) como principais mercados.
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Segundo a mesma fonte, em 2016 os russos realizaram cerca de 29 milhões de viagens turísticas (um
decréscimo de 8,7% em relação a 2015) e a sua despesa terá atingido 26,5 mil milhões de dólares.
3. Relações Económicas com Portugal
3.1. Comércio de Bens e Serviços
De acordo com os dados do Banco de Portugal, em 2016, a quota da Rússia no comércio internacional
português de bens e serviços foi de 0,33%, enquanto cliente, e de 1,63% como fornecedor. Enquanto
cliente de Portugal, registou a quota mais baixa para o período em análise (2012-2016) e enquanto
fornecedor averbou o melhor resultado para o mesmo período.
Quota da Rússia no Comércio Internacional Português de Bens e Serviços
Unidade 2012 2013 2014 2015 2016
Rússia como cliente de Portugal % Export.
0,54 0,64 0,54 0,40 0,33
Rússia como fornecedor de Portugal % Import.
0,75 1,51 1,03 0,89 1,63
Fonte: Banco de Portugal
As exportações portuguesas de bens e serviços para a Rússia, em ciclo ascendente até 2013,
registaram decréscimos nos anos seguintes, com a taxa de crescimento médio anual no período 2012-
2016 a fixar-se em -6,3%. Ao nível das importações, assistiu-se a uma alternância de subidas e descidas
no período em análise (2012-2016), o que se traduziu numa taxa média de crescimento anual de 37,6%.
Balança Comercial de Bens e Serviços de Portugal com a Rússia
(106
EUR) 2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Exportações 349,3 440,0 381,3 298,6 250,4 -6,3 -16,1
Importações 482,8 988,2 710,8 637,1 1 172,7 37,6 84,1
Saldo -133,6 -548,1 -329,5 -338,5 -922,3 -- --
Coef. Cobertura (%) 72,3 44,5 53,6 46,9 21,3 -- --
Fonte: Banco de Portugal
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016
(b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
Devido a diferenças metodológicas de apuramento, o valor referente a "Bens e Serviços" não corresponde à soma
["Bens" (INE) + "Serviços" (Banco de Portugal)]. Componente de Bens com base em dados INE, ajustados para valores f.o.b.
O saldo da balança comercial de bens e serviços, neste período, foi sempre negativo para Portugal e
atingiu, no último ano, 922,3 milhões de euros. O coeficiente de cobertura das importações pelas
exportações quedou-se em 21,3%, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
14
3.1.1. Comércio de Bens
No que se refere ao comércio de bens, segundo os dados do INE, em 2016 a Rússia foi o 34º cliente de
Portugal (uma descida de 1 lugar em relação a 2015), com uma quota de 0,29% do total exportado, e o
9º fornecedor, com uma quota de 1,94% do total das nossas importações e com uma subida de 5
posições face ao ano anterior.
Em termos da importância de Portugal nos fluxos comerciais da Rússia, em 2016 o nosso país ocupou a
59ª posição como cliente, com uma quota de 0,23%, e situou-se no 54º lugar enquanto fornecedor, com
um valor percentual de 0,22%.
Posição e Quota da Rússia no Comércio Internacional Português de Bens
2012 2013 2014 2015 2016 2017
jan/jul
Como cliente Posição 31 23 29 33 34 35
% Export. 0,40 0,56 0,42 0,32 0,29 0,33
Como fornecedor Posição 20 10 15 14 9 9
% Import. 0,84 1,75 1,20 1,06 1,94 2,42
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Nos últimos cinco anos, as exportações nacionais para a Rússia registaram um comportamento
negativo, apresentando uma taxa média anual de crescimento de -1,8%, enquanto as nossas compras
ao mercado registaram um acréscimo médio de 39,3%
Dados relativos aos primeiros sete meses do corrente ano, e quando comparados com o período
homólogo, refletem uma subida das vendas nacionais (+27,9%), a que corresponde uma quota de
0,33%. Verificou-se uma situação idêntica com as importações, as quais contabilizaram um aumento de
77,2%.
Balança Comercial de Bens de Portugal com a Rússia
(106 EUR) 2012 2013 2014 2015 2016
Var % 16/12
a
2016 jan/jul
2017 jan/jul
Var % 17/16
b
Exportações 181,7 263,0 204,1 157,6 146,9 -1,8 83,3 106,6 27,9
Importações 475,7 1 000,1 710,8 636,9 1 187,0 39,3 543,9 963,6 77,2
Saldo -294,0 -737,1 -506,7 -479,3 -1 040,1 -- -460,6 -857,1 --
Coef. Cobertura (%)
38,2 26,3 28,7 24,7 12,4 -- 15,3 11,1 --
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016 (b) Taxa de variação homóloga 2016-2017
2012 a 2015 - resultados definitivos; 2016 - resultados provisórios; 2017 – resultados preliminares
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
15
A balança comercial entre os dois países, tradicionalmente muito desequilibrada e desfavorável a
Portugal registou, para o período em análise, o seu maior défice em 2016, atingindo um valor superior a
1 040 milhões de Euros, verificando-se em 2012 e 2014 uma melhoria deste indicador devido, sobretudo,
a um decréscimo mais acentuado das importações.
A estrutura das exportações portuguesas para a Rússia é amplamente diversificada. Ainda assim,
constata-se que, em 2016, os cinco grupos de produtos mais representativos – madeira e cortiça,
calçado, produtos agrícolas, máquinas e aparelhos e produtos alimentares, – foram responsáveis por
70,4% (72,9% em 2015) da totalidade das exportações portuguesas para o mercado.
Madeira e cortiça – este grupo (capítulos 44 a 46 da Nomenclatura Combinada - NC) ocupou o
primeiro lugar nas exportações portuguesas para o mercado, com uma quota de 21% no último ano,
um decréscimo, em valor, de 6,8% em relação a 2015. O subgrupo que absorveu grande parte das
exportações deste agregado foi o da cortiça aglomerada e suas obras, que representou 18% do total
exportado nesse período.
Exportações de Portugal para a Rússia por Grupos de Produtos
(106 EUR) 2012 % Tot 12 2015 % Tot 15 2016 % Tot 16
Var % 16/15
Madeira e cortiça 44,7 24,6 33,1 21,0 30,9 21,0 -6,8
Calçado 23,3 12,8 20,6 13,1 20,0 13,6 -3,3
Agrícolas 8,3 4,6 18,6 11,8 18,3 12,4 -1,9
Máquinas e aparelhos 44,4 24,4 33,9 21,5 18,1 12,3 -46,7
Alimentares 12,7 7,0 8,6 5,5 16,3 11,1 88,9
Químicos 6,0 3,3 5,8 3,7 8,1 5,5 39,8
Metais comuns 5,7 3,2 5,7 3,6 6,4 4,4 12,5
Plásticos e borracha 7,1 3,9 4,4 2,8 5,0 3,4 12,5
Matérias têxteis 6,2 3,4 4,5 2,9 4,7 3,2 4,1
Minerais e minérios 7,7 4,3 7,4 4,7 4,5 3,1 -38,9
Pastas celulósicas e papel 3,3 1,8 2,4 1,5 3,8 2,6 58,0
Veículos e outro mat. transporte 1,9 1,1 3,6 2,3 1,7 1,2 -52,5
Vestuário 3,8 2,1 1,2 0,8 1,5 1,0 19,0
Instrumentos de ótica e precisão 3,0 1,7 0,8 0,5 1,2 0,8 54,8
Peles e couros 0,3 0,2 0,1 0,0 0,2 0,1 205,0
Combustíveis minerais 0,0 0,0 -100,0
Outros produtos (a) 3,3 1,8 6,8 4,3 6,3 4,3 -6,6
TOTAL 181,7 100,0 157,6 100,0 146,9 100,0 -6,8
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Nota: (a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas.
Calçado – esta categoria, composta pelo capítulo 64 da NC, representou uma quota de 13,6% do
total exportado para aquele mercado no último ano. Este grupo é composto, quase exclusivamente,
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
16
por um único produto – calçado com sola exterior de borracha, plástico, couro e parte superior em
couro natural e registou uma descida de 3,3%.
Produtos agrícolas – constituído pelos capítulos 1 a 15 da NC, posicionou-se na terceira posição nas
exportações de Portugal para a Rússia com 12,4% do total, subindo a quota de 2015, mas
decrescendo 1,9% em valor. O subgrupo que absorveu a maior fatia das exportações deste
agregado foi o das tripas, bexigas e buxos (6,7%).
Máquinas e aparelhos – neste conjunto incluem-se as máquinas e aparelhos mecânicos e elétricos
(capítulos 84 e 85 da Nomenclatura Combinada - NC) e ocupou o quaro lugar no ranking das
exportações portuguesas para a Rússia em 2016, com uma quota de 12,3%, um decréscimo de valor
de 46,7% em relação ao ano anterior.
Produtos alimentares – constituído pelos capítulos 16 a 23 da NC, posicionou-se na quinta posição
nas exportações de Portugal para a Rússia em 2016 com uma quota de 11,1%, tendo-se verificado
um acréscimo de 88,9% em relação ao ano anterior.
De acordo com os dados do INE, entre 2012 e 2016 assistiu-se a um decréscimo do número de
empresas portuguesas que exportaram para a Rússia (de 547 para 518).
Importações de Portugal Provenientes da Rússia por Grupos de Produtos
(103 EUR) 2012 % Tot 12 2015 % Tot 15 2016 % Tot 16
Var % 16/15
Combustíveis minerais 295,7 62,2 499,0 78,3 1 062,5 89,5 112,9
Agrícolas 65,4 13,7 26,5 4,2 37,8 3,2 42,3
Químicos 54,2 11,4 36,7 5,8 28,8 2,4 -21,3
Metais comuns 30,1 6,3 44,8 7,0 24,1 2,0 -46,2
Madeira e cortiça 5,7 1,2 6,6 1,0 11,1 0,9 67,8
Plásticos e borracha 18,8 4,0 12,0 1,9 9,2 0,8 -23,2
Pastas celulósicas e papel 2,7 0,6 6,3 1,0 7,2 0,6 15,2
Peles e couros 0,3 0,1 3,2 0,5 2,9 0,2 -7,5
Máquinas e aparelhos 0,8 0,2 0,4 0,1 1,3 0,1 264,3
Veículos e outro mat. transporte 0,1 0,0 0,3 0,1 0,4 0,0 25,3
Minerais e minérios 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 §
Matérias têxteis 0,1 0,0 0,2 0,0 0,1 0,0 -56,8
Alimentares 0,1 0,0 0,2 0,0 0,1 0,0 -49,5
Vestuário 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 396,1
Calçado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 469,3
Instrumentos de ótica e precisão 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 -64,4
Outros produtos (a) 1,5 0,3 0,7 0,1 1,1 0,1 54,3
TOTAL 475,7 100,0 636,9 100,0 1 187,0 100,0 86,4
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Nota: (a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas.
§ - Coeficiente de variação> = 1000% ou valor zero em 2015
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
17
No que diz respeito às importações portuguesas provenientes da Rússia, verifica-se uma forte
concentração num único produto, os combustíveis minerais, os quais representaram 89,5% do total
importado em 2016. Dos restantes grupos de produtos, destacam-se ainda os produtos agrícolas, os
produtos químicos e os metais comuns. Estes quatro grupos de produtos representaram, no ano
transato, 97,1% do total das importações portuguesas provenientes deste mercado.
Combustíveis minerais – esta categoria é composta pelo capítulo 27 da NC e destaca-se como a
principal importação portuguesa da Rússia, tendo registado um acréscimo em valor de 112,9% em
relação a 2015. Este grupo é composto, exclusivamente, por óleos brutos de petróleo ou de minerais
betuminosos (77,6%) e por óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exceto óleos brutos, com
uma quota de 11,9%.
Produtos agrícolas – este conjunto é composto pelos capítulos 01 a 15 da NC e surge na segunda
posição, representando 3,2% do total importado da Rússia em 2015, um acréscimo em valor de
42,3% face ao ano anterior. Destaque para os peixes congelados, exceto os filetes e carne de peixe
(2,3%).
Produtos químicos – este grupo (capítulos 28 a 38 da NC) foi o terceiro mais importado em 2016
(2,4% do total), tendo registado uma queda de 21,3% em relação ao ano anterior. Este conjunto é
composto, na sua maioria, por compostos de função nitrilo (1,8% do total).
Metais comuns – integram os capítulos 72 a 83 da NC, sendo o quarto grupo mais importado em
2016 (2% do total e um decréscimo em valor de 46,2% em relação a 2015), com destaque para os
produtos laminados de ferro ou aço, não ligado, com 1% do total.
3.1.2. Serviços
Quota da Rússia no Comércio Internacional Português de Serviços
2012 2013 2014 2015 2016
Rússia como cliente de Portugal % Export
0,57 0,54 0,55 0,40 0,41
Rússia como fornecedor de Portugal % Import
0,42 0,55 0,37 0,30 0,45
Fonte: Banco de Portugal (BdP)
Ao contrário do que se verifica no comércio de mercadorias, na área dos serviços a balança bilateral tem
sido tradicionalmente favorável a Portugal, com o saldo, no período 2012-2016, a fixar-se sempre acima
dos 48 milhões de Euros. Neste período, e por força da quebra verificada nos dois últimos anos, o
crescimento médio anual das exportações nacionais de serviços foi de -0,7%, enquanto o das
importações registou uma evolução positiva de 12%. É, todavia, de salientar que a quota da participação
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
18
da Rússia no total das exportações portuguesas de serviços representou apenas 0,41% em 2016. A
evolução das importações de serviços entre 2012 e 2016 tem-se pautado por alguma irregularidade.
Balança Comercial de Serviços de Portugal com a Rússia
(106 EUR) 2012 2013 2014 2015 2016
Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Exportações 114,1 119,1 129,7 101,3 107,2 -0,7 5,8
Importações 44,4 60,6 44,5 38,7 58,5 12,0 51,0
Saldo 69,7 58,5 85,3 62,6 48,7 -- --
Coef. Cobertura (%) 256,8 196,5 291,7 261,6 183,3 -- --
Fonte: Banco de Portugal (BdP)
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016
(b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
3.2. Investimento
Não existem dados disponíveis que permitam fazer uma análise dos fluxos relativos ao investimento. Por
esta razão, não é possível apresentar informação respeitante às relações bilaterais de investimento
direto com este mercado.
3.3. Turismo
É inquestionável a importância da Rússia enquanto mercado outbound, com cerca de 29 milhões de
viagens turísticas para fora do país em 2016. Segundo o Banco de Portugal, as receitas geradas por
turistas russos (único indicador disponível) registaram, no período compreendido entre 2012 e 2016, uma
taxa de crescimento médio anual de 3,2%. No último ano, verificou-se uma subida das receitas de cerca
de 1,7% face a 2015, tendo atingido 65 milhões de euros.
De acordo com o Turismo de Portugal, em 2016 a Rússia ocupou a 20ª posição na procura externa para
Portugal, com uma quota de 0,7%. Dados relativos às dormidas no 1º semestre de 2017, indicam que a
região de Lisboa foi o principal destino dos turistas russos, com uma quota de 55%, seguida das regiões
Norte (14%) e Centro (12%) Por outro lado, e no mesmo período, os hotéis concentraram 77% das
dormidas de russos no nosso país.
Indicadores de Turismo da Rússia em Portugal
2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Receitasc (10
6 EUR) 63,9 79,8 95,2 63,9 65,0 3,2 1,7
% do totald 0,74 0,86 0,92 0,56 0,51 -- --
Fonte: Banco de Portugal (BdP)
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016; (b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
(c) Inclui apenas a hotelaria global; (d) Refere-se ao total de estrangeiros
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
19
4. Condições Legais de Acesso ao Mercado
4.1. Regime Geral de Importação
Em 2010, a Rússia, a Bielorrússia e o Cazaquistão estabeleceram uma União Aduaneira (Customs
Union), passando a aplicar às mercadorias provenientes de países terceiros a mesma Pauta Aduaneira
Comum (PAC), isto é, as mesmas tarifas aduaneiras, apesar de existirem algumas exceções durante um
período transitório (Customs Code).
O aprofundamento da integração económica e política proposto pela Rússia à Bielorrússia e ao
Cazaquistão (Russia Sees Union with Belarus and Kazakhstan by 2015), e outros Estados pós-soviéticos
que assim o entendam, através da criação de uma organização supranacional baseada no modelo de
integração da União Europeia (UE), levou a que a 1 de janeiro de 2015 fosse estabelecida a União
Económica Euro-asiática (The New Eurasian Economic Union / Eurasian Economic Union – EAEU) que,
para além dos países acima mencionados, também inclui a Arménia desde January 2, 2015 e o
Quirguizistão a partir de May 8, do mesmo ano.
A PAC também se aplica aos novos membros (com um período transitório até 2022), sendo que a
Eurasian Economic Commission (EEC) já aprovou o novo Código Aduaneiro da União que, em princípio,
deverá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2018 (The New EAEU Customs Code Will Enter Into Force on 1
January 2018).
Também de acordo com orientações da EEC a importação de vários produtos é proibida ou está sujeita
a restrições, caso em que é necessário obter a respetiva licença junto dos organismos governamentais
(Single List of Goods Subject to Prohibitions or Restrictions on Import). Consultar, ainda, a Market
Access Database (MADB), destinada às empresas comunitárias exportadoras e da responsabilidade da
Comissão Europeia (Tema – Procedures and Formalities / selecionar Country: Russian Federation /
Country Overview / Prohibited Imports).
No caso da Rússia, e na sequência das sanções adotadas pela UE no âmbito do conflito com a Ucrânia,
está interdita, desde 7 de agosto de 2014, a importação de diversos produtos alimentares e agrícolas
provenientes da União Europeia. De facto, após várias prorrogações, a última das quais a 4 de julho de
2017, através de Resolução do Presidente da Federação Russa, continua em vigor, até 31 de dezembro
de 2018, inclusive, a proibição de importação de produtos agrícolas, matérias-primas e produtos
alimentares originários da UE, EUA, Canadá, Austrália, Noruega, Ucrânia, Albânia, Montenegro, Islândia
e Liechtenstein. A lista dos bens pode ser consultada no site da aicep Portugal Global. Mais informação
– Russian Import Ban on EU Products – no site da Comissão Europeia.
Por sua vez, a licença de importação necessária para os bens sujeitos a restrições deve ser solicitada
junto do Ministério da Indústria e Comércio (ex.: equipamento criptográfico; sangue e tecido humano;
narcóticos e substâncias psicotrópicas; substâncias venenosas) ou dos departamentos regionais do
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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referido Ministério (ex.: produtos fitofarmacêuticos e de origem animal; armas e munições para fins civis;
dispositivos eletrónicos de rádio e aparelhos de alta frequência) – MADB / selecionar Country: Russian
Federation / Country Overview / Import Licensing.
Para além da referida licença, são requeridos certificados veterinários e fitossanitários (EU – Russia SPS
Issues), respetivamente, no caso de produtos de origem animal e vegetal, certificados que devem atestar
que os produtos em causa não são portadores de qualquer doença.
Importa, ainda, salientar que para a exportação de bens de origem animal (ex.: carne; peixe; produtos
lácteos) os produtores portugueses devem estar devidamente acreditados e autorizados a exportar para
o mercado pelo Federal Service for Veterinary and Phytosanitary Surveillance – Rosselkhoznadzor
(organismo pertencente ao Ministério da Agricultura russo) e constarem das listas e do site oficial desta
entidade. Atualmente esta regra aplica-se apenas aos produtos de origem animal não abrangidos pela
interdição russa mas, quando do fim da interdição, aplicar-se-á a todos os produtos de origem animal.
Com vista à obtenção da referida autorização, os produtores portugueses devem dirigir-se às Direções
de Serviços de Alimentação e Veterinária Regionais da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
(DGAV), em Portugal, para serem devidamente auditados de acordo com as condições de produção,
sanitárias, entre outras, harmonizadas ou não harmonizadas, exigidas, respetivamente, pela EAEU ou
pelo Estado-membro de destino. Atualmente, o processo acreditação/autorização implica sempre a
deslocação de técnicos russos a Portugal para inspeção in loco das empresas de produção (Consultar o
Portal GlobalAgriMar / Constrangimentos à Exportação / Mercado – Rússia).
Deste modo, as empresas que não produzem, mas que querem exportar produtos de origem animal, só
podem fazê-lo caso estes sejam elaborados por fabricantes devidamente autorizados. Quando os
produtores portugueses não constem das listas e do site oficial do Rosselkhoznadzor, nenhum
importador será autorizado a introduzir os seus produtos em território russo.
Na exportação de produtos agrícolas para a Rússia (não sujeitos à proibição já referida) e conforme
Memorando estabelecido com a Comissão Europeia em 2008 (dado a conhecer, em Portugal, pela
Circular 4/DSPFSV/2008 do Ministério da Agricultura), devem ser acauteladas determinadas obrigações,
com o objetivo de garantir a segurança dos referidos produtos para consumo humano, no que respeita a
resíduos de pesticidas, nitratos e nitritos. Contactada a Divisão de Gestão e Autorização de Produtos
Fitofarmacêuticos da DGAV, a mesma confirmou a validade da referida Circular, frisando, no entanto,
que os Limites Máximos de Resíduos (LMR) da Rússia estão a ser harmonizados de forma faseada no
âmbito da União Aduaneira, sendo que os LMR atualmente em vigor podem ser consultados no site da
Comissão Europeia – SPS Requirements for Exporting to the Russian Federation.
No que se refere à Pauta Aduaneira Comum (PAC), esta segue o Sistema Harmonizado de Designação
e Codificação de Mercadorias, sendo os direitos calculados numa base ad valorem sobre o valor CIF
(custo, seguro e frete) dos bens (alguns produtos estão, no entanto, sujeitos a tarifas específicas e
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
21
outros a taxas combinadas). Como regra existem 3 taxas: 5%; 10%; e 15%, sendo que há lugar a
algumas isenções. A média dos direitos aduaneiros em 2017 situa-se nos 5,1%.
Com a entrada efetiva na Organização Mundial do Comércio (OMC) em Agosto de 2012, a Rússia
vinculou-se a reduzir os direitos de importação, estando previsto um calendário faseado para o
desmantelamento tarifário no respetivo Protocolo de Adesão (consultar o Annex I, Protocol on the
Accession of the Russian Federation – Schedule CLXV). O período de transição para a redução dos
direitos de importação é de 2 a 3 anos, sendo de 5 a 7 anos nos setores mais “sensíveis” para a
produção nacional, tais como indústria automóvel, agricultura, maquinaria agrícola e indústria ligeira (ex.:
têxtil; vidro; papel; alimentos).
Para além da redução dos direitos de importação, a Rússia comprometeu-se, igualmente, a facilitar as
regras e procedimentos em muitas áreas que afetam as relações económicas bilaterais com a União
Europeia (UE), assumindo particular relevância os regulamentos em matéria de procedimentos
aduaneiros, a utilização de medidas de saúde e sanitárias, as normas técnicas e a proteção da
propriedade intelectual.
Aos direitos de importação, acresce, ainda, o pagamento de Imposto sobre o Valor Acrescentado / Value
Added Tax – VAT, de acordo com as seguintes taxas:
• Taxa normal – 18%, aplicável à generalidade dos bens e serviços, sendo que o Governo prevê
um acréscimo da taxa normal de IVA para 22% a partir do dia 1 de janeiro de 2019 (Russia VAT
Rise to 22% January 2019);
• Taxa reduzida – 10%, que incide sobre determinados bens alimentares, jornais e livros,
medicamentos, entre outros (Russian VAT Compliance and Rates).
Sobre mercadorias como bebidas alcoólicas, tabaco, alguns veículos automóveis e produtos petrolíferos
recaem, também, Impostos Especiais de Consumo (Excises Duties).
Os encargos aduaneiros aplicados na importação dos produtos na Rússia podem ser consultados no site
da Market Access Database (MADB – apenas acessível para os utilizadores localizados na União
Europeia), no tema Tariffs, selecionando o mercado e o produto (clicando no código pautal específico do
produto, classificação mais desagregada, os interessados têm acesso a outras imposições fiscais para
além dos direitos de importação – VAT, Excise Duty e Customs Clearance Fee).
Nesta matéria é, ainda, de referir que existem várias Zonas Económicas Especiais (Special Economic
Zones (SEZ) na Rússia, onde, entre outros incentivos, a importação de mercadorias pode estar isenta do
pagamento de direitos aduaneiros.
Quanto à documentação (geral/específica) exigida à entrada de mercadorias neste país, os interessados
podem aceder ao tema Procedures and Formalities no já referido site da MADB. É possível clicar nos
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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itens aí referidos para obter informação pormenorizada sobre cada uma das formalidades/documentos,
chamando-se especial atenção para a coluna Country Overview, na qual podem ser consultadas
variadíssimas matérias, de entre as quais se destacam os procedimentos aduaneiros de importação, o
licenciamento e registo de bens, as importações proibidas, as regras de rotulagem e embalagem e a
regulamentação técnica de produtos.
No que se refere à rotulagem é de destacar que a legislação russa exige a utilização de informação em
língua russa nos rótulos e embalagens (Russian Mandatory Language on Labels of the Products).
Quanto aos requisitos técnicos dos produtos, salienta-se que existem, neste momento, dois sistemas de
normalização/certificação em vigor na Rússia. Um que resulta da União Económica Euro-asiática
(Eurasian Economic Union – EAEU) e é aplicado no território dos países membros e um outro que vigora
exclusivamente em território russo – MADB, selecionar Country: Russian Federation / Country Overview /
Standardisation.
Relativamente ao sistema de normalização/certificação no âmbito da União, importa mencionar que já foi
publicada legislação que visa a harmonização das normas técnicas não só entre os países membros
(para eliminar obstáculos à livre circulação das mercadorias) mas, também, aplicável aos produtos
provenientes de países terceiros (List of Current Technical Regulations of the Customs Union / Enacted
Technical Regulations of the Customs Union).
A lista das normas uniformizadas na EAEU tem vindo a ser alargada à medida que as mesmas entram
em vigor, sendo que abrangem, nomeadamente: bens alimentares (ex.: produtos de origem animal;
aditivos e óleos alimentares), tabaco, brinquedos, cosméticos e perfumes, máquinas e equipamentos,
elevadores, equipamentos de baixa tensão, rotulagem de produtos alimentares, produtos de indústria
ligeira – MADB, selecionar Country: Russian Federation / Country Overview / Standardisation.
Por sua vez, ao nível nacional, os bens exportados para a Rússia, independentemente da sua origem,
estão sujeitos à regulamentação especial e ao cumprimento de formalidades específicas,
frequentemente complexas (State Standards of the Russian Federation – GOST). As normas técnicas
harmonizadas da União vão substituindo as antigas normas técnicas nacionais de cada país membro
(Technical Regulations of the Customs Union).
A entidade competente por ambos os sistemas de normalização/certificação é a Federal Agency on
Technical Regulating and Metrology (Rosstandart) e as empresas portuguesas podem efetuar uma
pesquisa por produto no site da referida entidade (Standards Catalogue), no sentido de averiguar quais
os requisitos técnicos exigidos para cada situação concreta.
A declaração de conformidade da União (Certificate of Conformity / Declaration of Conformity of the
Eurasian Economic Union) ou a declaração de conformidade de âmbito nacional (Declaration of
Conformity / Certificate of Conformity) apenas podem ser emitidas em nome de uma empresa registada
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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na Rússia pelo que o processo de certificação deve ser tratado pelo importador ou parceiro registado no
mercado junto das agências especializadas na Rússia em matéria de certificação (exemplo, entidade
estatal: RoTEST; entidades privadas: Bureau Veritas – contatos, EUROTEST, Intertek – contatos, SGS
Group – contatos, TEXNOTEST).
Em face da complexidade existente ao nível do quadro legal que rege as operações de importação,
resultante da União Aduaneira em vigor, e das muitas alterações que se verificam numa fase de
adaptação das ordens jurídicas internas dos respetivos países membros, o que provoca um grau elevado
de instabilidade e incerteza jurídicas, as empresas exportadoras portuguesas devem acautelar de forma
eficaz os seus interesses.
Assim, no caso de pretenderem abordar o mercado russo, é aconselhável salvaguardarem eventuais
riscos (ex.: formas de pagamento, documentação a preparar; regulamentação técnica a observar; entre
outras questões) não só solicitando o apoio do cliente importador mas, também, através da contratação
de assessoria jurídica e/ou de agências/consultoras internacionais especializadas (ex.: SGS Group para
obtenção de informação sobre a regulamentação técnica a observar).
No que diz respeito à contratação pública o respetivo regime jurídico está materializado,
fundamentalmente, na Lei Federal n.º 44-FZ, de 5 de abril de 2013 (On the Contract System in State and
Municipal Procurement of Goods, Works and Services), que apenas permite a candidatura de empresas
de direito russo (a Rússia ainda não assinou, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, o Acordo
sobre Contratos Públicos / Agreement on Government Procurement – GPA).
Desta forma, é proibida a participação direta de empresas estrangeiras (leia-se estabelecidas no
exterior) ou o contacto direto destas com entidades públicas russas a fim de lhes apresentar propostas
comerciais. Uma empresa estrangeira apenas pode participar na contratação pública de forma indireta,
desde que tenha instalada a sua produção na Rússia, a sua representação (após o seu registo na
Rússia) possa ser considerada de direito russo ou se concorrer através de um parceiro russo (ex.:
importador; distribuidor; representante).
Para um melhor conhecimento do quadro legal desta matéria, o site Public Procurement Institute
disponibiliza informação pormenorizada (List of Legal Acts on the Contract System).
Por último, os agentes económicos podem consultar os principais entraves comunicados pelas empresas
europeias à Comissão no tema Trade Barriers, do site da MADB. Também o Relatório da Comissão ao
Conselho Europeu sobre as Barreiras ao Comércio e ao Investimento, de dezembro de 2016 (Trade and
Investment Barriers Report – Factsheet) refere algumas barreiras tarifárias e não tarifárias existentes no
mercado russo. No que diz respeito aos produtos agroalimentares, a lista de barreiras não tarifárias às
exportações notificadas ao Ministério de Agricultura português pode ser consultada no Portal
GlobalAgriMar (selecionar Constrangimentos à Exportação).
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4.2. Regime de Investimento Estrangeiro
As bases em que assenta o regime jurídico do investimento externo estão contidas na Lei Federal n.º
160-FZ, de 9 de julho de 1999 (Federal Law on Foreign Investments in the Russian Federation), com
alterações posteriores (nomeadamente a Lei Federal n.º 165-FZ, de 18 de julho de 2017, que entrou em
vigor a 30 de julho) e a Lei Federal n.º 57-FZ, de 29 de abril (Federal Law on Procedures for Foreign
Investments in the Business Entities of Strategic Importance for Russian National Defense and State
Security) que define o quadro legal das operações em setores estratégicos, também objeto de
alterações, a última das quais a 1 de julho de 2017.
Há anos que a Rússia tem apostado na liberalização do investimento estrangeiro, alterando por diversas
vezes a lei do investimento estratégico no sentido de ajustar algumas das suas normas e eliminar as
excessivas barreiras administrativas que ainda se colocam aos promotores, como a exclusão de
algumas atividades da lista de setores estratégicos (recursos naturais, defesa, média e monopólios),
sujeitas a controlos administrativos (ex.: autorização prévia).
Não obstante as reformas implementadas, a última revisão legal efetuada em 2017 assume contornos
preocupantes, já que se traduz numa inversão de tendência na definição da política económica do
Governo numa ótica protecionista, através de um acréscimo das restrições em sede de investimento
estrangeiro (nomeadamente o proveniente de empresas offshore ou entidades sob o seu domínio) e de
um controlo mais acentuado do Estado sobre transações que envolvam participação de capital externo
em empresas estratégicas russas (ex.: aquisições de partes sociais ou dos seus ativos).
Na prática, o modo como as autoridades irão interpretar e aplicar a nova legislação é ainda uma
incerteza/incógnita.
Referem-se, seguidamente, algumas das principais regras em vigor:
• O Governo russo passa a deter poder discricionário para efetuar alterações relativamente a
qualquer transação (mesmo que a atividade não envolva uma componente estratégica a
salvaguardar) efetuada por um investidor estrangeiro em qualquer fase do processo.
De acordo com o novo regime jurídico (em vigor desde 30 de julho de 2017), passou a ter
consagração legal a possibilidade do primeiro-ministro russo (através da Governamental
Commission for Control over Foreign Investment), invocando razões de garantia da defesa
nacional e segurança do Estado, interferir no tipo de formalidades processuais (ex.: notificações
ou obtenção de licença administrativa prévia) a que estão sujeitas quaisquer transações
realizadas por investidores estrangeiros que tenham implicações numa entidade jurídica russa
(ex.: empresa comercial), mesmo após a operação já estar concluída.
O conceito de investidor estrangeiro, para este efeito, pode significar um cidadão russo com
dupla nacionalidade, ou uma empresa russa controlada por investidores estrangeiros. Para além
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dos motivos genéricos de salvaguarda já invocados, não há outros requisitos legais a cumprir, o
que significa que pode abranger qualquer tipo de operação, mesmo que se trate de uma simples
transação comercial realizada por uma empresa privada.
No caso de ser necessário obter aprovação governamental, a transação não pode estar
concluída até a referida Comissão dar o seu acordo. Qualquer disputa resultante de eventual
violação da legislação terá que ser dirimida, com carácter de exclusividade, pelos tribunais
arbitrais russos.
Referir, ainda, que as alterações legais introduzidas não preveem mecanismos de
proteção/segurança jurídicas ao promotor externo relativamente a eventuais modificações
legislativas posteriores que possam alterar as condições inicialmente aprovadas para o
desenvolvimento e realização do seu negócio, o que implica um risco assinalável para os
investidores estrangeiros que pretendam desenvolver um negócio na Rússia.
Em face destes contornos, a arbitrariedade da decisão é elevada e o grau de controlo das
autoridades governamentais na atividade económica acentua-se de forma considerável.
• Os investimentos a realizar em empresas estratégicas russas por parte de entidades
estabelecidas em territórios offshore ou que sejam objeto de controlo por empresas offshore
passam a estar sujeitos a uma supervisão mais rigorosa e apertada (Strategic Investment Law).
Em vigor a 1 de julho de 2017, a alteração legislativa tem como objetivo a implementação de
uma política restritiva em relação à intervenção de empresas estrangeiras sediadas em territórios
offshore na economia russa.
A proibição, que já existia na lei em relação às transações que visavam a aquisição do controlo
de empresas estratégicas russas (sujeitas a obtenção de aprovação governamental – Federal
Antimonopoly Service (FAS) passa a aplicar-se não apenas aos Estados estrangeiros,
organizações internacionais e às entidades sob o seu domínio, mas também aos investidores
que detenham uma empresa em território offshore ou que sejam controlados (direta ou
indiretamente) por entidades estabelecidas em zonas offshore.
O conceito de empresa offshore inclui entidades legalmente constituídas em Estados ou
territórios que ofereçam tratamento fiscal preferencial às empresas aí instaladas e / ou que não
exijam notificação às referidas empresas quando da realização de transações financeiras. A lista
desses Estados e territórios (aprovada pelo Ministério das Finanças) é extensa e abrange, entre
outros: Andorra; Emirados Árabes Unidos; Ilhas Caimão; Ilhas Virgens Britânicas; Liechtenstein;
Panamá; Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau; República das Seychelles;
e São Marinho.
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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Os setores estratégicos (para efeitos de defesa nacional e segurança do Estado) foram revistos,
tendo sido introduzidos dois novos tipos: uso de material nuclear e substâncias radioativas, para
fins de defesa do Estado; e realização de atividade empresarial via plataformas de comércio
eletrónico, no contexto de recurso a procedimentos de contratação pública (estadual e
municipal). Por outro lado, a obtenção de uma licença não é condição obrigatória para que uma
empresa seja considerada de interesse estratégico. De acordo com as novas regras, a existência
de outros documentos de autorização pode bastar para classificar determinada atividade como
estratégica.
Mencionar, também, que os investidores estrangeiros terão que avisar as autoridades, no prazo
de 90 dias (após a entrada em vigor do diploma), sobre as participações superiores a 5% que
detenham no capital de empresas estratégicas (incluindo as localizadas na Crimeia ou
Sevastopol).
• Proibição das empresas/investidores estrangeiros estabelecidos em jurisdições offshore
participarem em processos de privatizações.
Também os grupos empresariais que detenham empresas em jurisdição offshore (não
meramente aqueles controlados por uma empresa offshore) estão proibidos de adquirir
propriedade estadual e municipal quando de uma privatização, salvo se existir regulamentação
governamental especial a permitir uma determinada operação.
Em conclusão, as alterações legislativas introduzidas traduzem-se num reforço significativo (com
contornos ainda pouco transparentes no que respeita à sua aplicação) do controlo estatal sobre o
investimento estrangeiro nas empresas russas em geral e nas estratégicas, em particular.
Para obtenção de informação mais pormenorizada sobre as reformas introduzidas na legislação de
investimento estrangeiro na Rússia, indicam-se alguns links relevantes e atuais:
• Changes in Legislation on Foreign Investments in Strategic Companies of the Russian Federation
(September 2017, World Services Group – WSG);
• Changes in the Legal Regulation of Foreign Investment in Russia (September 2017, Best
Lawyers);
• Russia Tightens Control Over Foreign Investments into Russian Companies (8 August 2017,
Baker & McKenzie);
• Further Significant Amendments to the Russian Legislation on Foreign Investments: Transactions
Made by Foreign Investors in Respect of Russian Businesses Became Subject to Discretionary
Governmental Control (August 2017, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLC);
• Amendments to the Foreign Investments Law: A Means to Tighten Control? (2 August 2017,
White & Case LLP);
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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• Russia Tightens Control Over Transactions Involving Foreign Investors (July 28, 2017, Skadden,
Arps, Slate, Meagher & Flom LLP and Affiliates);
• State Regulation of Foreign Investments in Russia to Undergo Major Changes (July 11 2017,
Dentons Attorney Advertising).
Dado que as alterações verificadas/reformas implementadas ou a implementar são recentes e que a
interpretação da legislação em vigor (ou a publicar) nem sempre tem contornos lineares/transparentes
(até pelo facto de ser difícil o cesso à sua tradução em língua inglesa), é previsível que se verifiquem
situações de incerteza e insegurança jurídicas, sendo aconselhável e prudente que as empresas
portuguesas recorram sempre à contratação de assessoria local especializada (técnico-jurídica) para
obtenção de esclarecimentos e orientações para a realização dos seus projetos.
Neste mercado a eficácia da atividade comercial depende, em grande parte, da forma da atividade
empresarial adotada, sendo que, na prática, não é rara a situação em que a atividade comercial se
desenvolve sem registo ou com violação das normas de registo, o que é ilegal e passível de
responsabilidade penal.
A legislação da Federação Russa permite escolher entre registar a própria atividade empresarial ou
constituir uma pessoa coletiva.
No que se refere às formas de estabelecimento, o investidor estrangeiro pode optar por criar uma
sociedade de direito russo (através de uma joint-venture com uma empresa local ou detenção em 100%
do capital social), constituir uma sucursal ou, simplesmente, abrir um escritório de representação (para
desenvolvimento de atividade meramente promocional).
De um modo geral, estas operações de investimento externo não obedecem a formalidades especiais
(para além da tramitação própria junto dos notários e registos) submetendo-se, no entanto, as
filiais/sucursais e os escritórios de representação a inscrição/registo no FTS – Federal Taxation Service
(antes da alteração legislativa que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2015 este registo era da
competência da State Registration Chamber e da Chamber of Commerce and Industry of the Russian
Federation). Estes procedimentos são normalmente realizados por advogados russos.
Para obtenção de informações adicionais sobre o quadro legal do investimento estrangeiro,
designadamente, formas de estabelecimento, sistema fiscal/tributário, aspetos laborais e incentivos, os
interessados podem consultar as seguintes publicações / guias / sites:
• Russia: Foreign Investment (September 2017, Santander Trade Portal);
• Foreign Investments in the Russian Federation: Current Trends in Legislation and Judicial
Practice (Newsletter September 2017, Beiten Burkhardt Rechtsanwaltsgesellschaft mbH);
• Foreign Investment in Russia. Recent Amendments (August 2017, Egorov Puginsky Afanasiev &
Partners, Law Offices);
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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• State Regulation of Foreign Investment in Russia to Undergo Major Changes (July 2017,
Dentons);
• Doing Business in Russia (June 2017, CMS Legal);
• Russia 2017 Investment Climate Statements (June 2017, U.S. Department of State);
• Doing Business in Russia (May 2017, KPMG);
• Guidance Overseas Business Risk – Russia (May 2017, Gov.UK);
• Doing Business in Russia (April 2017, Baker & Mckenzie);
• Doing Business in Russia (April 2017, Lexology / Baker McKenzie);
• Investing in Russia (April 2017, B&R Beurs);
• Doing Business and Investing in the Russian Federation (February 2017, PwC);
• Doing Business in Russia: Russian Labor Law (February 2017, Awara Group);
• Doing Business in Russia (2017, Deloitte);
• How to Start a Business? (Federal Tax Service of Russia);
• Tax Guides and Country Highlights – Russia 2017 (Deloitte International Tax Source);
• 2017-18 Worldwide Tax Guide – Russia (PKF International);
• 2017 Changes to Russian Tax Code Affecting Foreign Investors (January 2017, Russian
Briefing);
• 2017 Worldwide VAT, GST and Sales Tax Guide – Russian Federation (January 2017) / 2017
Worldwide Corporate Tax Guide – Russian Federation (January 2017, EY).
É, ainda, de referir que o Estado russo garante a repatriação de dividendos, lucros e royalties, após o
cumprimento das respetivas obrigações tributárias.
Quanto à aquisição de terrenos e imóveis é permitida a investidores estrangeiros, com algumas
exceções, como, por exemplo, a aquisição de terras para uso agrícola e de propriedades junto da
fronteira. Nesta matéria houve alterações legislativas, sobretudo ao nível de procedimentos, que deverão
ser conhecidas dos promotores externos.
A Russia Investment Agency, criada em December 2013, enquanto entidade responsável pela
promoção, atração e apoio ao investimento estrangeiro, pode ser abordada por potenciais promotores
externos interessados em estabelecer um negócio na Rússia. Em maio de 2014 a agência passou a ser
designada por Russian Investment Agency “Invest in Russia”,nasequênciadepublicaçãodelegislação
específica.
A utilidade desta Agência foi questionada quando da sua constituição por, entre outras razões, já existir,
desde 2011, o Russian Direct Investment Fund (RDIF), uma subsidiária (100%) do banco estatal
Vnesheconombank (VEB), especializada em captar investimento estrangeiro. Cumpre realçar que este
Fundo lançou, em 2013, o Center for Investment’s Promotion to Attract Investment into the Russian
Regions, que criou um Portal de informação (Information Portal) designado por Invest in Russia, com o
objetivo de captar investimento nacional e estrangeiro para as diversas regiões da Federação Russa.
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Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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Sublinhar, uma vez mais, que em face da rápida e constante alteração a que está sujeito o ordenamento
jurídico russo (na sequência das reformas em curso) e à grande influência das autoridades oficiais no
ambiente de negócios, é essencial que as empresas portuguesas recorram a assistência/assessoria
jurídica especializada quando pretendam estabelecer-se neste mercado, de modo a acautelar o sucesso
das operações a realizar e a minimizar eventuais riscos que possam surgir.
Por último importa informar que por forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações
bilaterais de investimento, foram celebrados entre Portugal e a Rússia a Convenção para Evitar a Dupla
Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento (em vigor desde 11
de dezembro de 2002) e o Acordo sobre Promoção e Proteção Recíprocas de Investimentos (aguarda
publicação do Aviso de entrada em vigor).
No Portal da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) os utilizadores também podem aceder a informação
pormenorizada sobre as Convenções para Evitar a Dupla Tributação:
• Convenções e Quadro Resumo das Convenções Celebradas por Portugal;
• Formulários para Acionar as Convenções para Evitar a Dupla Tributação Celebradas por
Portugal;
• Certificados e Certificações / Convenções e Diretivas / Formulários / Reembolsos a Não
Residentes (FAQS – Relações Internacionais).
Quanto aos aspetos práticos relativos à operacionalidade das Convenções, o contacto a estabelecer
pelas empresas em Portugal é a Direção de Serviços das Relações Internacionais (DSRI) da AT (em
caso de dúvidas/esclarecimentos deverá ser utilizado o e-mail: [email protected]).
Nota:
Para mais informação legislativa sobre mercados externos, os interessados podem aceder ao site da aicep Portugal Global em
Mercados Externos ou na Livraria Digital.
5. Informações Úteis
Formalidades na Entrada
Para viajar para a Rússia, os cidadãos portugueses necessitam de visto de entrada no país, pelo que
terão que o solicitar atempadamente. Para mais informações, recomenda-se o contacto com o Centro de
Vistos da Rússia em Lisboa ou a Secção Consular da Embaixada da Federação Russa em Lisboa.
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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Hora Local Corresponde ao UTC mais três horas. Esta informação refere-se ao fuso horário a que pertence
Moscovo
Horários de Funcionamento
Serviços Públicos:
9h00/9h30/10h00-18h00 (intervalo de uma hora para almoço)
(segunda-feira a sexta-feira)
Bancos:
9h30/10h00 – 20h00 (segunda-feira a sexta-feira; algumas agências bancárias trabalham aos sábados e
domingos)
Comércio:
Dependendo da localização, certos estabelecimentos podem ter horários diferenciados e alguns
funcionam 24 horas.
Tradicional
9h00 – 20h00 (segunda-feira a domingo)
Centros comerciais
Abertura 9h30/10h00 – encerramento 22h00/24h00 (segunda-feira a domingo).
Hipermercados
Abertura 8h00/10h00 – encerramento 23h00/24h00 (segunda-feira a domingo).
Muitos supermercados e algumas lojas estão abertos 24 horas por dia.
Feriados
1 a 9 de janeiro – Feriados de Ano Novo e Natal Ortodoxo
23 de fevereiro – Dia dos Defensores da Pátria
8 de março – Dia Internacional da Mulher
1 de maio – Dia do Trabalhador
9 de maio – Dia da Vitória
12 de junho – Dia da Rússia
4 de novembro – Dia da Unidade do Povo
Corrente Elétrica
220 volts AC, 50Hz.
aicep Portugal Global
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Pesos e Medidas
É utilizado o sistema métrico.
6. Contactos Úteis
Em Portugal
Embaixada da Federação Russa
Rua Visconde Santarém, 57
1000-286 Lisboa
Tel.: +351 218 462 423/4 | Fax: +351 218 463 008
E-mail: [email protected] | http://www.embrussia.ru/
aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE
Rua Júlio Dinis, 748 9º Dto.
4050-012 Porto – Portugal
Tel.: +351 226 055 300 | Fax: 351 226 055 399
E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt
aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE
Av. 5 de Outubro, 101
1050-051 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 217 909 500
E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt
COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA
Direção Internacional
Av. da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 700 | Fax: +351 217 913 720
E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt
Na Rússia
Embaixada de Portugal
Botanitchesky Per., 1
Moscovo - Rússia
Tel.: +7 495 981 3410 | Fax: +7 495 789 8539
aicep Portugal Global
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aicep Portugal Global
Botanicheskiy Pereulok, 1, 2nd fl.
Moscovo - Rússia
Tel.: +7-495-787 1193 | Fax: +7-495-787 1191
E-mail: [email protected]
Delegação da UE na Federação Russa
Kadashevskaya embankment 14/1
Moscovo 119017 - Rússia
Tel.: +7-495-721 2000 | Fax: +7-495-721 2020
E-mail: [email protected] | http://eeas.europa.eu/delegations/russia/index_en.htm
Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento
Ducat Place III, Second floor
6, Gasheka Street
Moscovo 125047 - Rússia
Tel.: +7 495 787 1111
http://www.ebrd.com
Banco Mundial
Bolshaya Molchanovka st. 36/1
121069 Moscovo - Rússia
Tel.: +7-495 745 7000
E-mail: [email protected] | http://www.worldbank.org
Central Bank of the Russian Federation
Neglinnaya st. 12
Moscovo 107016 - Rússia
Tel.: +7-495 771 9100 | Fax: +7-495 621 6465
E-mail: [email protected] | http://www.cbr.ru/eng/
7. Endereços de Internet
A informação online aicep Portugal Global pode ser consultada no Site da Agência, nomeadamente, nas
seguintes páginas:
• Guia do Exportador
• Guia de Internacionalização
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• Temas de Comércio Internacional
• Mercados Externos (Rússia)
• Livraria Digital
Outros endereços:
• Amendments to the Foreign Investments Law: A Means to Tighten Control? (2 August 2017,
White & Case LLP)
• Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC)
• Autoridade Tributária e Aduaneira – AT (Quadro das Convenções para Evitar a Dupla Tributação
Celebradas por Portugal / Formulários para Acionar as Convenções para Evitar a Dupla
Tributação Celebradas por Portugal / Certificados e Certificações / Convenções e Diretivas /
Formulários / Reembolsos a Não Residentes)
• Bank for International Settlements (BIS)
• Black Sea Economic Cooperation (BSEC)
• Bureau Veritas (entidade privada de certificação)
• Central Bank of the Russian Federation
• Changes in Legislation on Foreign Investments in Strategic Companies of the Russian Federation
(September 2017, World Services Group – WSG)
• Changes in the Legal Regulation of Foreign Investment in Russia (September 2017, Best
Lawyers)
• Chamber of Commerce and Industry of the Russian Federation
• Collective Security Treaty Organization (CSTO)
• Constrangimentos à Exportação para Países Terceiros (Portal GlobalAgriMar, Gabinete de
Planeamento, Políticas e Administração Geral – GPP, Ministério da Agricultura, Florestas e
Desenvolvimento Rural)
• Commonwealth of Independent States (CIS)
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• Council of Europe
• Council of Federation of the Federal Assembly
• Council of the Baltic Sea States (CBSS)
• Cronologia – Medidas Restritivas da UE em Resposta à Crise na Ucrânia (2017, Conselho
Europeu)
• Delegation of the European Union to Russia / Russian Federation and the European Union (May
2016, European External Action Service – EEAS) / Acordo de Parceria e de Cooperação
UE/Rússia
• Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) / Direções de Serviços de Alimentação e
Veterinária Regionais (DSAVR)
• Doing Business and Investing in the Russian Federation (February 2017, PwC)
• Doing Business in Russia 2017 (April 2017, Baker & Mckenzie)
• Doing Business in Russia (June 2017, CMS Legal)
• Doing Business in Russia (April 2017, Lexology / Baker McKenzie)
• Doing Business in Russia (2017, Deloitte)
• Doing Business in Russia (May 2017, KPMG)
• Doing Business in Russia: Russian Labor Law (February 2017, Awara Group)
• Doing Business in Russian Federation 2017 / Doing Business in Russia – Business Reforms
2017 / Doing Business in Russia – Law Library – Business Laws and Regulations / Doing
Business in Russia – Starting a Business – Moscow 2016 / Doing Business in Russia – Starting a
Business – Saint Petersburg 2016 / Trading Across Borders in Russia – Moscow 2016 / Trading
Across Borders – Saint Petersburg 2016 (Doing Business Project – World Bank Group)
• EAEU: New Customs Code Enters Into Force on 1 January 2018 (Pravsky Consulting)
• Embaixada da Federação da Rússia em Portugal
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
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• Embaixada de Portugal na Rússia
• EU/Russia – Trade Relations (February 2017, European Commission)
• Eurasian Development Bank (EDB)
• Eurasian Economic Commission (EEC) / Eurasian Economic Union (EAEU) / Law Portal
• EUR-Lex (Acesso ao Direito da União Europeia)
• European Bank for Reconstruction and Development (EBRD)
• EUROTEST (entidade privada de certificação, apenas em russo)
• Federal Agency on Technical Regulating and Metrology
• Federal Antimonopoly Service
• Federal Customs Service (FCS)
• Federal Service for Intellectual Property
• Federal Service for Veterinary and Phytosanitary Surveillance
• Federal State Statistics Service
• Federal Tax Service of Russia
• Foreign Investments in the Russian Federation: Current Trends in Legislation and Judicial
Practice (Newsletter September 2017, Beiten Burkhardt Rechtsanwaltsgesellschaft mbH)
• Foreign Investment in Russia. Recent Amendments (August 2017, Egorov Puginsky Afanasiev &
Partners, Law Offices)
• Further Significant Amendments to the Russian Legislation on Foreign Investments: Transactions
Made by Foreign Investors in Respect of Russian Businesses Became Subject to Discretionary
Governmental Control (August 2017, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLC)
• Government of the Russian Federation
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
36
• Guia Prático – Destacamento de Trabalhadores de Portugal para Outros Países (março 2017,
Instituto da Segurança Social)
• Guidance Overseas Business Risk – Russia (May 2017, Gov.UK)
• How to Start a Business? (Federal Tax Service of Russia)
• Integrated Foreign Economic Information Portal / Investing in Russia (Ministry of Economic
Development)
• International Bank for Economic Co-operation (IBEC)
• Intertek (entidade privada de certificação)
• Investing in Russia (April 2017, B&R Beurs)
• Market Access Database – MADB (Tariffs; Procedures and Formalities; Trade Barriers)
• Ministry of Economic Development / Special Economic Zones
• Ministry of Finance
• Ministry of Foreign Affairs
• Novo Quadro de Apoio Portugal 2020 / Programa Operacional Competitividade e
Internacionalização (Compete 2020)
• Organization for Security and Co-operation in Europe (OSCE)
• Overview of FTA and Other Trade Negotiations, September 2017 / Other Trade Negotiation –
Russia (European Commission)
• Outcomes of the EEC Council: The EAEU New Customs Code Will Enter Into Force on January
1, 2018 (28 April 2017, Eurasian Economic Commission)
• Portal das Comunidades Portuguesas (Conselhos aos Viajantes (Rússia) / Trabalhar e Viver no
Estrangeiro / Folheto Trabalhar no Estrangeiro)
• Portal GlobalAgriMar / Constrangimentos à Exportação / Gabinete de Planeamento, Políticas e
Administração Geral – GPP (Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural –
MAFDR / Ministério do Mar – MM)
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
37
• President of Russia
• RoTEST (entidade pública de certificação, apenas em russo)
• Russia Corruption Report (2017, Business Anti-Corruption Portal)
• Russia: Foreign Investment (September 2017, Santander Trade Portal)
• Russia Investment Agency / Invest in Russia
• Russia – The World FactbooK (Central Intelligence Agency)
• Russia Tightens Control Over Foreign Investments into Russian Companies (8 August 2017,
Baker & McKenzie)
• Russia Tightens Control Over Transactions Involving Foreign Investors (July 28, 2017, Skadden,
Arps, Slate, Meagher & Flom LLP and Affiliates)
• Russia 2017 Investment Climate Statements (June 2017, U.S. Department of State)
• Russian Direct Investment Fund (RDIF) / CenterforInvestment’sPromotiontoAttractInvestment
into the Russian Regions / Invest in Russia
• Russian National Tourist Office
• Segurança Social (Destacamento de Trabalhadores para Países com os quais não foram
Celebrados Acordos Bilaterais / Convenções, como é o caso da China)
• Seguro de Investimento Português no Estrangeiro da COSEC / Formas de Realização de
Investimento / Riscos e Coberturas / Contactos
• SGS Group (entidade privada de certificação)
• Shanghai Cooperation Organization (SCO)
• Sputnik
• State Regulation of Foreign Investments in Russia to Undergo Major Changes (July 11 2017,
Dentons Attorney Advertising)
aicep Portugal Global
Rússia – Ficha de Mercado (setembro 2017)
38 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Avenida 5 de Outubro 101 – 1050-051 LISBOA
Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt
Capital Social – 114 927 979,87 Euros• MatrículaCRCPortoNº1•NIPC506320120
• Tax Guides and Country Highlights – Russia 2017 (Deloitte International Tax Source)
• TEXNOTEST (entidade privada de certificação, apenas em russo)
• The Eurasian Economic Union Deals, Rules and the Exercise of Power (May 2017, Royal
Institute of International Affairs)
• The Russian Investment Forum
• United Nations (UN) / Funds, Programmes, Specialized Agencies and Others UN Entities
• World Trade Organization (WTO)
• World Bank Group / World Bank in China
• 2017-18 Worldwide Tax Guide – Russia (PKF International)
• 2017 Changes to Russian Tax Code Affecting Foreign Investors (January 2017, Russian Briefing)
• 2017 Worldwide VAT, GST and Sales Tax Guide – Russian Federation (January 2017) / 2017
Worldwide Corporate Tax Guide – Russian Federation (January 2017, EY)