Manual Artigo Cientifico 2008
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8/6/2019 Manual Artigo Cientifico 2008
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FACULDADE DE CINCIAS BIOMDICAS DE CACOAL
MANUAL
DE
ARTIGO CIENTFICO
(GRADUAO E PS-GRADUAO)
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CACOAL/RO2008
ARTIGO CIENTFICO
ORIENTAES PARA SUA ELABORAO1
Resumo
O objetivo deste trabalho orientar acadmicos da graduao e ps-graduao sobre aelaborao de artigos cientficos, muito utilizados para divulgao de idias, estudosavanados e resultados de pesquisa. Com uma organizao e normatizao prpria, o artigo
uma publicao pequena, que possui elementos pr, textuais e ps, com componentes ecaractersticas especficas. O texto ou parte principal do trabalho inclui introduo,desenvolvimento e consideraes finais, sendo redigido com regras especficas. O estilo e aspropriedades da redao tcnico-cientfica envolvem clareza, preciso, comunicabilidade econsistncia, havendo uma melhor compreenso do leitor. O contedo do artigo organizadode acordo com a ordem natural do tema e a organizao/hierarquizao das idias maisimportantes, seguidas de outras secundrias. A utilizao de normas textuais, redacionais egrficas, no s padronizam o artigo cientfico, mas tambm disciplinam e direcionam opensamento do autor coerentemente a um objetivo determinado.Palavras-chave: Metodologia. Iniciao Cientfica. Artigo Cientfico.
1. INTRODUO
Os acadmicos, estudiosos, cientistas e pesquisadores so chamados a
um trabalho constante de observao investigao, anlise, experimentao,
interpretao e reconstituio dos fenmenos sociais e, no desenvolvimento
destas atividades, produzem conhecimentos tanto em suas respectivas reas
de atuao como em outras correlatas. As novas descobertas, aliceradas no
acmulo histrico de conhecimentos, resultam de decomposies,comparaes, refutaes e interrelaes entre os conceitos e as teorias de um
lado e a realidade histrica, do outro. Neste processo, todos colaboram com o
avano da cincia. O dinmico e constante movimento de produo cientfica
1 O texto apresentado de autoria de Gilberto J.W.Teixeira, Professor da USP. Com o ttuloArtigo Cientfico Orientaes para sua elaborao, o artigo est disponvel em:.
Cabe frisar que as modificaes e arranjos aqui introduzidos, realizados com o intutode adequar o texto s finalidades propostas pela Faculdade de Cincias Biomdicas de Cacoal
FACIMED, so de total responsabilidade desta mesma instituio.
http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1334http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1334 -
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acontece em diferentes e articulados nveis - local, regional, nacional e mundial
e exige do cientista dedicao, disciplina, mtodo e atualizao permanente.
O Artigo Cientfico se constitui num dos procedimentos mais eficazes e rpidos
para a divulgao dos resultados de uma pesquisa, ou mesmo para o debate
acerca de uma teoria ou idia cientfica. usualmente veiculado em
publicaes especializadas como revistas e jornais cientficos, peridicos,
anais, etc., impressos ou eletrnicos.
Esse formato de publicao cientfica maciamente utilizado pela
maioria dos pesquisadores e grupos de pesquisa no mundo para a divulgao
de novos conhecimentos e tambm como meio para adquirir notoriedade erespeito dentro da comunidade cientfica.
No entanto, observa-se um grau acentuado de dificuldade, por parte do
pesquisador iniciante, na organizao e redao dos primeiros artigos tcnico-
cientficos, principalmente em relao estrutura e organizao do texto,
colocao das idias, utilizao de certos termos, subdiviso dos assuntos,
insero de citaes durante a elaborao do texto, entre outros.
Se o texto em questo (que deve necessariamente contemplar as
caractersticas cientficas) for o relatrio final de uma pesquisa de campo ou
laboratrio, ter uma estrutura mais centrada na metodologia, na apresentao
e discusso dos resultados, utilizando inmeros recursos estatsticos
disponveis, como tabelas e grficos. Contudo, muitos artigos acadmicos tm
um carter terico e, consequentemente, o(s) autor(es) esto mais voltado para
a sua fundamentao terica, procurando ordenar as idias conforme sua linhade raciocnio e acrescentando algumas consideraes pessoais.
As dificuldades para elaborao de um artigo cientfico podem ser
minimizadas se o autor possuir e manejar os mtodos e as tcnicas que o
trabalho cientfico exige. Conforme afirma Ramos et al. (2003, p.15),
Executar uma pesquisa com rigor cientfico pressupe que voc escolha umtema e defina um problema para ser investigado. A definio depender dos
objetivos que se pretende alcanar. Nesta etapa voc elabora um plano de
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trabalho e, aps dever explicitar se os objetivos foram alcanados, [...]. importante apresentar a contribuio da pesquisa para o meio cientfico.
Nesse contexto, o presente artigo tem por objetivo orientar os
interessados na elaborao de artigos cientficos, principalmente acadmicosde graduao e ps-graduao, facilitando o acesso s informaes
necessrias e expondo alguns conceitos e orientaes geralmente dispersos
na literatura. Visa ainda destacar aspectos sobre as finalidades do artigo, sua
redao, organizao conceitual, ordenao temtica, exposio metdica de
informaes cientficas, bem como suas principais caractersticas. Portanto,
configura-se primordialmente num texto didtico que tem por fim colaborar na
aprendizagem dos cientistas que iniciam e possuem diversas dvidas sobre aelaborao e organizao desse tipo de publicao.
Inicialmente so discutidos o conceito, as diferentes classificaes e os
fins pelos quais so elaborados artigos cientficos, em diversos contextos. Num
segundo momento so analisadas as caractersticas e organizao do texto,
seus componentes e o estilo redacional recomendado.
2. O ARTIGO CIENTFICO
Elaborar um artigo cientfico , num sentido genrico, contribuir para o
avano do conhecimento, para o progresso da cincia. No incio, a produo
cientfica tende a aproveitar, em grande medida, os saberes e conhecimentos
de outros autores, ficando o texto final com um percentual elevado de idias
extradas de vrias fontes (que devem ser obrigatoriamente citadas). Com o
exerccio contnuo da pesquisa e da investigao cientfica, consolida-se a
autoria, a criatividade e a originalidade da produo de conhecimentos, bem
como a sntese de novos saberes. Como afirma Demo (2002, p.29), a
elaborao prpria implica processo complexo e evolutivo de desenvolvimento
da competncia, que, como sempre, tambm comea do comeo. Este comeo
normalmente a cpia. No incio da criatividade h treinamento, que depois se
h de jogar fora. A maneira mais simples de aprender imitar. Todavia, este
aprender que apenas imita, no aprender a aprender. Por isso, pode-se
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tambm dizer que a maneira mais simples de aprender a aprender, no
imitar.
necessrio darmos os primeiros passos nesse processo deconstruo da atitude cientfica, que antes de tudo uma postura crtica,
racional e intuitiva ao mesmo tempo, que provoca a seu termo, como diz Kuhn
(Apud MORIN, 2002), uma srie de revolues desracionalizantes, e por sua
vez, cada uma, nova racionalizao.
Portanto, conhecer a natureza, a estrutura e os mecanismos bsicos
utilizados na elaborao de artigos, apropriar-se de um elemento
revolucionrio que transforma paradigmas cientficos.
2.1. Conceito e finalidade
De acordo com a UFPR (2000b, p.2), artigos de peridicos so
trabalhos tcnico-cientficos, escritos por um ou mais autores, com a finalidade
de divulgar a sntese analtica de estudos e resultados de pesquisas .
Consistem em publicaes mais sintticas, mesmo sendo assuntosbem especficos, com uma abordagem mais enxuta do tema em questo,
apesar da relativa profundidade na sua anlise. Possuem mais versatilidade
que os livros, por exemplo, sendo facilmente publicveis em peridicos ou
similares, atingindo simultaneamente todo o meio cientfico. Como diz Tafner et
al. (1999, p.18) esses artigos so publicados, em geral, em revistas jornais ou
outro peridico especializado que possua agilidade na divulgao.
Por esse motivo, o artigo cientfico no extenso, totalizando
normalmente entre 5 e 10 pginas, podendo alcanar, dependendo de vrios
fatores (rea do conhecimento, tipo de publicao, natureza da pesquisa,
normas do peridico, etc.), at 20 pginas, garantindo-se, em todos os casos,
que a abordagem temtica seja a mais completa possvel, com a exposio
dos procedimentos metodolgicos e discusso dos resultados nas pesquisas
de campo, caso seja necessrio a repetio da mesma por outros
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pesquisadores (LAKATOS e MARCONI, 1991; MEDEIROS, 1997; SANTOS,
2000).
Alm disso, recomenda-se uma determinada normatizao para essaspublicaes, tanto na estrutura bsica quanto na uniformizao grfica, como
tambm na redao e organizao do contedo, diferenciando-se em vrios
aspectos das monografias, dissertaes e teses, que constituem os principais
trabalhos acadmicos.
Em geral, os artigos cientficos objetivam publicar e divulgar os
resultados de estudos:
a) originais, quando apresentam abordagens ou assuntos inditos;
b) de reviso, quando abordam, analisam ou resumem informaes j
publicadas (UFPR, 2000a, p.2).
Observa-se, muitas vezes, a utilizao de ambas as situaes na
elaborao dos artigos, onde incluem-se informaes inditas, tais como
resultados de pesquisa, juntamente com uma fundamentao terica baseada
em conhecimentos publicados anteriormente por outros ou pelo mesmo autor.
Na maioria dos casos, dependendo da rea do conhecimento e da
natureza do estudo, encontram-se artigos priorizando a divulgao de:
procedimentos e resultados de uma pesquisa cientfica (de campo);
abordagem bibliogrfica e pessoal sobre um tema;
relato de caso ou experincia (profissional, comunitria, educacional,
etc.) pessoal e/ou grupal com fundamentao bibliogrfica; reviso bibliogrfica de um tema, que pode ser mais superficial ou bem
aprofundada, tambm conhecida como review.
importante considerar que essas abordagens no se excluem, pelo
contrrio, so amplamente flexveis, assim como a prpria cincia, podendo, na
elaborao do artigo cientfico, serem utilizadas de forma conjugada, desde
que resguardadas as preocupaes relativas a cientificidade dos resultados,
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idias, abordagens e teorias, acerca dos mais diferentes temas que
caracterizam o pensamento cientfico.
Uma dos recursos amplamente utilizados em artigos de peridicos,principalmente nas cincias humanas e sociais , sem dvida, o relato de
experincia, enriquecendo a fundamentao terica do texto com a prpria
vivncia profissional ou pessoal do autor, sem a formalidade de enquadrar o
contedo numa metodologia de estudo de caso, que tornaria o trabalho bem
mais oneroso. O relato de experincia a descrio, de maneira mais informal,
e sem o rigor exigido na apresentao de resultados de pesquisa, que se
incorpora no texto e d, muitas vezes, mais vida e significado para leitura doque se fosse apenas um texto analtico.
Independente do tipo ou objetivo, Medeiros (1997, p.44) afirma que a
elaborao de um artigo cientfico exige o apoio das prprias idias em fontes
reconhecidamente aceitas.
Observa-se, por exemplo, que nas Cincias Naturais o artigo cientfico
quase que exclusivamente utilizado para apresentao e anlise de resultadosde pesquisas experimentais, e o review, em funo do alto nvel de
aprofundamento do tema e complexidade na sua abordagem, normalmente
assinado por cientistas conhecidos tradicionalmente na rea ou linha de
pesquisa em questo. J nas Cincias Humanas e Sociais, o artigo cientfico
utilizado para os mais diversos fins sendo comum, inclusive, outras abordagens
no mencionadas anteriormente.
2.2. Organizao e normatizao
Assim como em todo trabalho acadmico, o artigo cientfico possui uma
organizao e normatizao prpria, que pode ser apresentada da seguinte
forma:
estrutura bsica;
uniformizao redacional;
uniformizao grfica.
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Os estudos e publicaes cientficas, principalmente artigos e
monografias, independentes do tamanho, so normalmente redigidos e
apresentados com vrios aspectos da organizao grfica e redacionalsemelhantes, podendo ser reconhecidos em todo o mundo cientfico. Muitos
acadmicos que iniciam na elaborao de trabalhos de pesquisa reclamam do
excesso de normas e dos detalhes minuciosos com que devem ser redigidos,
considerando um demasiado apego forma externa, em detrimento do fundo
(contedo e informaes), que essencial na produo cientfica.
De certa maneira deve-se concordar que as dificuldades para o iniciante
em trabalhos tcnico-cientficos, sejam artigos ou outros trabalhos, so
acrescidas em funo das regras e normas recomendadas pela academia,
podendo, no incio, haver certo embarao na ateno e na ordenao das
idias. Mas como sempre acontece com o potencial humano, o exerccio e a
prtica continuada de determinada ao proporciona a destreza, que
posteriormente transformada em ato criativo.
Apesar da flexibilidade ser pertinente na elaborao e organizao deartigos cientficos, necessrio que esses textos possuam certas normas, que
gradualmente incorporam-se na atitude cientfica do pesquisador.
Neste trabalho, em funo dos objetivos propostos inicialmente, sero
inicialmente apresentados os assuntos referentes a estrutura bsica e
uniformizao redacional do artigo cientfico.
2.2.1. Estrutura bsica
A estrutura bsica do artigo cientfico a forma como o autor organiza
os componentes do texto, da primeira a ltima pgina. a ordenao coerente
dos itens e dos contedos ao longo da sua redao geral. a maneira como
estruturam-se as partes objetivas/subjetivas, explcitas/implcitas, durante a
elaborao do texto cientfico.
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Em funo do tamanho reduzido recomendado para o artigo cientfico, a
economia e a objetividade so fundamentais na exposio das informaes,
procurando manter a profundidade do tema, seja na abordagem de teorias ou
idias, seja na anlise de resultados de pesquisa e sua discusso. Nesse
ponto, a elaborao de artigos tcnico-cientficos mais complexa que outros
trabalhos acadmicos, onde h maior liberdade na apresentao e exposio
do tema.
No artigo cientfico, o conhecimento e o domnio pelo autor da estrutura
bsica padro muito importante para a elaborao do trabalho, sendo o
mesmo composto de vrios itens, e distribudos em elementos pr-textuais,elementos textuais e elementos ps-textuais, com seus componentes
subdivididos de acordo com o Quadro 1.
QUADRO 1 Distribuio dos itens que compem o artigo cientfico emrelao aos elementos da estrutura bsica
Elementos ComponentesPr-textuais ou parte preliminar Ttulo
Sub-ttulo (quando for o caso)Autor (es)Crdito(s) do(s) autor(es)ResumoPalavras-chave ou descritoresAbstract (quando for o caso)Key-words (quando for o caso)
Textuais ou corpo do artigo IntroduoDesenvolvimentoConcluso
Ps-textuais ou referencial Referncias
Na composio do artigo imprescindvel a presena de cada um
desses elementos. Sendo que contm e apresentam informaes e dados
fundamentais para a compreenso do trabalho como um todo, de suma
importncia no omiti-los.
2.2.1.1. Elementos pr - textuais
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Em seguida, so relacionadas de 3 a 4 palavras-chave que expressem
as idias centrais do texto, podendo ser termos simples e compostos, ou
expresses caractersticas. A preocupao do autor na escolha dos termosmais apropriados visa favorecer os leitores no sentido de ajudad-los a
identificar de imediato o tema principal do artigo lendo o resumo e palavras-
chave. No levantamento bibliogrfico feito atravs de softwares especializados
ou pela internet, utilizam-se em grande escala esses dois elementos pr-
textuais.
Quando o artigo cientfico publicado em revistas ou peridicos
especializados de grande penetrao nos centros cientficos, inclui-se na parte
preliminar o abstract e key-words, que so o resumo e as palavras-chave
traduzido para o idioma ingls.
2.2.1.2. Elementos textuais
Considerada a parte principal do artigo cientfico, compe-se do texto
propriamente dito, sendo a etapa onde o assunto apresentado e
desenvolvido (UFPR, 2000a, p.27) e, por esse motivo, chamado corpo do
trabalho. Como em qualquer outro trabalho acadmico, os elementos textuais
subdividem-se em introduo, desenvolvimento e concluso ou consideraes
finais, sendo redigidos de acordo com algumas regras gerais, que promovem
maior clareza e melhor apresentao das informaes contidas no texto.
Na introduo o tema apresentado de maneira genrica, como umtodo, sem detalhes (UFPR, 2000a, p.28), numa abordagem que posicione bem
o assunto em relao aos conhecimentos atuais, inclusive a recentes
pesquisas, sendo abordadas com maior profundidade nas etapas seguintes do
artigo. nessa parte que o autor indica a finalidade do tema, destacando a
relevncia e a natureza do problema, apresentando os objetivos e os
argumentos principais que justificam o trabalho. Trata-se do elemento
explicativo do autor para o leitor (UFPR, 2000a, p.28). A introduo deve criar
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uma expectativa positiva e o interesse do leitor para a continuao da anlise
de todo artigo.
Em alguns textos, o final da introduo tambm utilizado pelo autorpara explicar a seqncia dos assuntos que sero abordados no corpo do
trabalho.
O elemento textual chamado desenvolvimento a parte principal do
artigo cientfico, caracterizado pelo aprofundamento e anlise pormenorizada
dos aspectos conceituais mais importantes do assunto. onde so
amplamente debatidas as idias e teorias que sustentam o tema
(fundamentao terica), apresentados os procedimentos metodolgicos e
anlise dos resultados em pesquisas de campo, relatos de casos, etc.
Conforme a UFPR (2000b, p.27) o desenvolvimento ou corpo, como
parte principal e mais extensa do artigo, visa expor as principais idias. [...] a
fundamentao lgica do trabalho.
O autor deve ter amplo domnio sobre o tema abordado, pois quanto
maior for o conhecimento a respeito, tanto mais estruturado e completo (dir-se-
amadurecido) ser o texto. De acordo com Bastos et al. (2000) a
organizao do contedo deve possuir uma ordem seqencial progressiva, em
funo da lgica inerente a qualquer assunto, que uma vez detectada,
determina a ordem a ser adotada. Muitas vezes pode ser utilizada a subdiviso
do tema em sees e subsees.
O desenvolvimento ou parte principal do artigo, nas pesquisas decampo, onde so detalhados itens como: tipo de pesquisa, populao e
amostragem, instrumentao, tcnica para coleta de dados, tratamento
estatstico, anlise dos resultados, entre outros, podendo ser enriquecido com
grficos, tabelas e figuras. O ttulo dessa seo, quando for utilizado, no deve
estampar a palavra desenvolvimento nem corpo do trabalho, sendo
escolhido um ttulo geral que englobe todo o tema abordado na seo, e
subdividido conforme a necessidade.
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A concluso parcial e a ltima parte dos elementos textuais de um
artigo, e deve guardar propores de tamanho e contedo conforme a
magnitude do trabalho apresentado, sem os delrios conclusivos comuns dosiniciantes, nem os freqentes exageros na linguagem determinstica.
Comumente chamado de Consideraes finais, em funo da maior
flexibilidade do prprio termo, esse item deve limitar-se a explicar brevemente
as idias que predominaram no texto como um todo, sem muitas polmicas ou
controvrsias, incluindo, no caso das pesquisas de campo, as principais
consideraes decorrentes da anlise dos resultados. O autor pode, nessa
parte, conforme o tipo e objetivo da pesquisa, incluir no texto algumasrecomendaes gerais acerca de novos estudos, sensibilizar os leitores sobre
fatos importantes, sugerir decises urgentes ou prticas mais coerentes de
pessoas ou grupos, etc.
Como lembram Tafner et al. (1999, p.46) a concluso deve explicitar as
contribuies que o trabalho alcanou, [...] deve limitar-se a um resumo
sintetizado da argumentao desenvolvida no corpo do trabalho, [...] devem
estar todas fundamentadas nos resultados obtidos na pesquisa .
Sugere-se que cada componente dos elementos textuais em um artigo
cientfico tenham um tamanho proporcional em relao ao todo, conforme
explicitado na Tabela 1.
TABELA 1 Proporcionalidade de cada elemento textual em relao aotamanho total do corpo ou parte principal do artigo cientfico
n Elemento textual Proporo01
02
03
Introduo
Desenvolvimento
Concluso ou Consideraes finais
2 a 3 de 10
6 a 7/ de10
a 1de 10Total 10/ 10
2.2.1.3. Elementos ps textuais
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Os elementos ps-textuais compreendem aqueles componentes que
completam e enriquecem o trabalho acadmico, sendo alguns opcionais,
variando de acordo com a necessidade. Entre eles destacam-se: Referncias,
ndice remissivo, Glossrio, Bibliografia de apoio ou recomendada, Apndices,
Anexos, etc.
No artigo cientfico utiliza-se obrigatoriamente a Referncia, que
consiste no conjunto padronizado de elementos que permitem a identificao
de um documento no todo ou em parte (UFPR, 2000a, p.37). Com maior
freqncia utilizada a lista de referncias por ordem alfabtica (sistema
alfabtico) no final do artigo, onde so apresentados todos os documentos
citados pelo autor. Menos comum, tambm pode-se optar pela notaonumrica, que utiliza predominantemente as notas de rodap na prpria pgina
onde o documento foi citado. Existem normas para utilizao de ambas,
disciplinadas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT, e
periodicamente atualizadas.
2.2.2. Uniformizao redacional
2.2.2.1. Organizao do texto cientfico
Considerada por muitos uma etapa extremamente difcil, vale lembrar
que, para escrever textos tcnicos, segue-se basicamente o mesmo raciocnio
utilizado para sua leitura. (SANTOS, 2000, p.89)
Da mesma forma como se faz o fichamento e o esquema na leitura
tcnica, a grande maioria dos pesquisadores e estudiosos que elaboram textoscientficos recorrem previamente de um planejamento ou esquema (esqueleto)
montado a partir de leituras, observaes e reflexes, atravs de tcnicas
apropriadas, como o fichamento, as listas de assuntos, o brainstorming. A
organizao coerente desse plano de contedos deve respeitar os objetivos do
trabalho e a ordenao natural do tema, pois dessa forma, conforme afirma
Medeiros (1997) no se repetem idias e nem deixa-se nada importante de
lado.
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A redao inicia-se pela limpeza (seleo) dos dados; segue-se a
organizao dos blocos de idias; faz-se a hierarquizao das idias
importantes. Agora as informaes esto prontas para serem redigidas.
(SANTOS, 2000, p.91).
Sugerindo a utilizao de outros recursos, principalmente eletrnicos, na
redao do texto cientfico, Mttar Neto (2002) sugere que no seja realizada a
etapa inicial de livre associao de idias, como no brainstorming, mas sim
utilizado o sumrio nos processadores de textos no computador (Microsoft
Word, por exemplo), evitando o caos na fase inicial da redao.
[...] mtodo do sumrio tende a preservar tanto a possibilidade da livreassociao quanto da ordenao, do comeo ao final da redao do texto. Donosso ponto de vista, o caos deve estar pr-ordenado, desde o incio, e, com osumrio, o espao para o caos fica preservado, at o final do processo [...].(MTTAR NETO, 2002, p.175)
Qualquer contedo que se queira divulgar por intermdio de um artigo
cientfico, seja o resultado de uma pesquisa, uma teoria, uma reviso, etc.,
possui um certo grau de dificuldade, em funo do espao pequeno para odesenvolvimento das idias. Por isso, Medeiros (2000) sugere que a
apresentao do texto deva ser clara, concisa, objetiva; a linguagem correta,
precisa, coerente, simples, evitando-se adjetivos inteis, repeties, rodeios,
explicaes desnecessrias.
2.2.2.2. Redao tcnico-cientfica
O estilo da redao utilizada em artigos cientficos chamado tcnico-
cientfico, diferindo do utilizado em outros tipos de composio, como a
literria, a jornalstica, a publicitria (UFPR, 2000c, p.1). Com caractersticas e
normas especficas, o estilo da redao cientfica possui certos princpios
bsicos, universais, apresentados em diversas obras, principalmente textos de
metodologia cientfica, que colaboram para o desempenho eficiente da redao
cientfica.
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Com fins didticos, sero apresentadas, em forma de quadro
explicativo, as principais informaes e os princpios bsicos sobre o estilo da
redao tcnico-cientfico, baseando-se em trs referncias bibliogrficas que
tratam do tema.
Bastos et al. (2000, p.15) estruturam os princpios bsicos da
uniformizao redacional em quatro itens indispensveis: clareza, preciso,
comunicabilidade e consistncia.
QUADRO 2 Descrio dos princpios bsicos da redao tcnico-cientficasegundo Bastos et al. (2000)
Caracterstica DescrioClareza no deixa margem a interpretaes diversas;
no utiliza linguagem rebuscada, termosdesnecessrios ou ambguos;
evita falta de ordem na apresentao das idias;Preciso cada palavra traduz exatamente o que o autor
transmite;Comunicabilidade abordagem direta e simples dos assuntos;
lgica e continuidade no desenvolvimento dasidias;
uso correto do pronome relativo que; uso criterioso da pontuao;
Consistncia de expresso gramatical violada quando, porex., numa enumerao de 3 itens, o 1 substantivo, o 2 uma frase e o 3 um perodocompleto;
de categoria equilbrio existente nas sees deum captulo ou subsees de uma seo;
de seqncia ordem na apresentao decaptulos, sees e subsees do trabalho.
A UFPR (2000c) descreve as caractersticas da redao tcnico-cientfica em
diversos princpios bsicos, sendo os principais apresentados no Quadro 3.
QUADRO 3 Descrio dos princpios bsicos da redao tcnico-cientficasegundo UFPR (2000c)
Caracterstica DescrioObjetividade e
coerncia abordagem simples e direta do tema;
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seqncia lgica e ordenada de idias; coerncia e progresso na apresentao do tema
conforme objetivo proposto; contedo apoiado em dados e provas, no
opinativo;Caracterstica Descrio
Clareza e preciso evita comentrios irrelevantes e redundantes; vocabulrio preciso (evita linguagem rebuscada e
prolixa); nomenclatura aceita no meio cientfico;
Imparcialidade evita idias pr-concebidas; no faz prevalecer seu ponto de vista;
Uniformidade uniformidade ao longo de todo texto (tratamento,pessoa gramatical, nmeros, abreviaturas, siglas,
ttulos de sees);Conjugao uso preferencial da forma impessoal dos verbos;
Santos (2000) estabelece o estilo e as propriedades da redao
cientfica, enumerando vrias caractersticas importantes para cada tipo, sendo
os principais apresentados no Quadro 4.
QUADRO 4 Descrio dos princpios bsicos da redao tcnico-cientfica
segundo Santos (2000)Tipo Caracterstica DescrioEstilo daredao
BrevidadeConcretude
ConsistnciaImpessoalidade
Preciso
Simplicidade
afirmativas compactas e claras; evita substantivos abstratos e
sentenas vagas; usa termos correntes e aceitos; viso objetiva dos fatos, sem
envolvimento pessoal; usa linguagem precisa
(correspondncia entre a linguagem eo fato comunicado);
texto sem complicaes e explicaeslongas;
Propriedadesdo texto
Clareza
CoernciaDireo
ObjetividadeSeletividade
redao clara, compreendida na 1leitura;
as partes do texto so interligadas; indica o caminho que vai seguir
(unidade de pensamento); imparcialidade na redao; prioriza contedos importantes;
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3.NORMAS DE APRESENTAO GRFICA DO ARTIGO
3.1. PAPEL, FORMATO E IMPRESSO
De acordo com a ABNT o projeto grfico de responsabilidade doautor do trabalho. (ABNT, 2002, p. 5, grifo nosso).
O texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se papel de boa
qualidade, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na cor preta, com exceo
das ilustraes.
Utiliza-se a fonte tamanho 12 e letra Arialou Times New Roman para o
texto; e menor (tamanho 10) para as citaes longas, notas de rodap,
paginao e legendas das ilustraes e tabelas. No se deve usar, para efeitode alinhamento, barras ou outros sinais, na margem lateral do texto.
3.2. MARGENS
As margens so formadas pela distribuio do prprio texto, no modo
justificado, dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita
fique reta no sentido vertical, com as seguintes medidas:
Superior: 3,0 cm. da borda superior da folhaEsquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.
Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;
Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.
3.3. PAGINAO
A numerao deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm. da
borda do papel com algarismos arbicos e tamanho da fonte menor, sendo que
a primeira pgina no leva nmero, mas contada.
3.4. ESPAAMENTO
O espaamento entre as linhas de 1,5 cm. As notas de rodap, o
resumo, as referncias, as legendas de ilustraes e tabelas, as citaes
textuais de mais de trs linhas devem ser digitadas em espao simples de
entrelinhas.
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As referncias listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si
por um espao duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de
rosto, na folha de aprovao, sobre a natureza, o objetivo, nome da instituio
a que submetido e a rea de concentrao do trabalho deve ser alinhada do
meio da margem para a direita.
3.5. DIVISO DO TEXTO
Na numerao das sees devem ser utilizados algarismos arbicos. O
indicativo de uma seo secundria constitudo pelo indicativo da seo
primria a que pertence, seguido do nmero que lhe foi atribudo na seqncia
do assunto, com um ponto de separao: 1.1; 1.2...Aos Ttulosdas sees primrias recomenda-se:
a) sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo
numrico correspondente;
b) nas sees secundrias, os ttulos sejam grafados em caixa alta e em
negrito, com fonte 12, precedido do indicativo numrico correspondente;
c) nas sees tercirias e quaternrias, utilizar somente a inicialmaiscula do ttulo, com fonte 12, precedido do indicativo numrico
correspondente.
Recomenda-se que todos os ttulos destas sees sejam destacados em
NEGRITO.
importante lembrar que necessrio limitar-se o nmero de seo oucaptulo em, no mximo at cinco vezes; se houver necessidade de mais
subdivises, estas devem ser feitas por meio de alneas.
Os termos em outros idiomas devem constar em itlico, sem aspas.
Exemplos: a priori, on-line, savoir-faire, know-how, apud, et alii, idem,
ibidem, op. cit.. Para dar destaque a termos ou expresses deve ser utilizado
o itlico. Evitar o uso excessivo de aspas que poluem visualmente o texto.
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3.6. ALNEAS
De acordo com Mller, Cornelsen (2003, p. 21), as alneas so utilizadas
no texto quando necessrio, obedecendo a seguinte disposio:
a) no trecho final da sesso correspondente, anterior s alneas, termina
por dois pontos;
b) as alneas so ordenadas por letras minsculas seguidas de
parnteses;
c) a matria da alnea comea por letra minscula e termina por ponto e
vrgula; e na ltima alnea, termina por ponto;
d) a segunda linha e as seguintes da matria da alnea comeam sob aprimeira linha do texto da prpria alnea.
3.7. ILUSTRAES E TABELAS
As ilustraes compreendem quadros, grficos, desenhos, mapas e
fotografias, lminas, quadros, plantas, retratos, organogramas, fluxogramas,
esquemas ou outros elementos autnomos e demonstrativos de sntese
necessrias complementao e melhor visualizao do texto. Devemaparecer sempre que possvel na prpria folha onde est inserido o texto,
porm, caso no seja possvel, apresentar a ilustrao na prpria pgina.
Quanto s tabelas, elas constituem uma forma adequada para
apresentar dados numricos, principalmente quando compreendem valores
comparativos.
Conseqentemente, devem ser preparadas de maneira que o leitor
possa entend-las sem que seja necessria a recorrncia no texto, da mesma
forma que o texto deve prescindir das tabelas para sua compreenso.
Recomenda-se, pois, seguir, as normas do IBGE:
a) a tabela possui seu nmero independente e consecutivo;
b) o ttulo da tabela deve ser o mais completo possvel dando indicaes
claras e precisas a respeito do contedo;
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c) o ttulo deve figurar acima da tabela, precedido da palavra Tabela e
de seu nmero de ordem no texto, em algarismos arbicos;
d) devem ser inseridas mais prximas possvel ao texto onde foram
mencionadas;
e) a indicao da fonte, responsvel pelo fornecimento de dados
utilizados na construo de uma tabela, deve ser sempre indicada no rodap
da mesma, precedida da palavra Fonte: aps o fio de fechamento;
f) notas eventuais e referentes aos dados da tabela devem ser
colocadas tambm no rodap da mesma, aps o fio do fechamento;
g) fios horizontais e verticais devem ser utilizados para separar os ttulos
das colunas nos cabealhos das tabelas, em fios horizontais para fech-las naparte inferior. Nenhum tipo e fio devem ser utilizados para separar as colunas
ou as linhas;
h) no caso de tabelas grandes e que no caibam em uma s folha, deve-
se dar continuidade mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de
fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha
seguinte. Nesta folha tambm so repetidos os ttulos e o cabealho da tabela.
3.8. CITAES
3.8.1. Indicao da fonte das citaes
Considerando-se indispensvel a indicao da fonte consultada, sua
apresentao pode ser realizada em dois locais, isto , no incio ou no final do
pargrafo.
Assim, no texto:
Ex: Para Dantas (1999, p. 24), o comportamento da fase oral toimportanyte que os problemas na faringe podem ser pouco percebidos.Ex: Segundo Dantas, o comportamento da fase oral to importante que os
problemas na faringe podem ser pouco percebidos (1999, p.24).Ex: O comportamento da fase oral to importante que os problemas na
faringe podem ser pouco percebidos (DANTAS, 1999, p. 24).
3.8.2. Citao Textual (Direta)
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a transcrio literal de um texto ou parte dele, devendo ser copiada da
maneira como est no original, conservando-se a grafia, pontuao, uso de
maisculas e idioma. Colocar entre aspas duplas e indicar a fonte da citao
com o sobrenome do autor, o ano e a pgina. Deve ser observado, alm do
emprego de aspas em citao, a pontuao correspondente, sendo que
citao que inicia o pargrafo, as aspas fecham depois do ponto final;
citao que no inicia o pargrafo, as aspas fecham antes do ponto
final;
caso haja referncia bibliogrfica, o ponto vem sempre depois dela.
a) Quando a citao iniciar o pargrafo, com maiscula, e o
pensamento se completar at o fim do mesmo, as aspas fecham
depois do ponto final.
Ex: Algum certamente havia caluniado Josef K., pois uma bela manh ele foi
detido sem ter feito mal algum.
b) Se a citao no iniciar o pargrafo, as aspas fecham antes doponto final.
Ex: Comenta Bradbury (1992, p. 230), o simples fato de terem sido
acusados que, de algum modo, os torna mais atraentes.
c) A omisso de palavras indicada pelo uso de reticncias no
incio e/ou no final do texto, e no meio, entre parnteses.
Ex: O chamado perodo silbico (terceiro perodo), que evolui ...at a criana
chegar a uma exigncia rigorosa: uma slaba por letra, sem omitir slabas e
sem repetir letras (FERREIRO, 1985, p. 12).
Ou
Ex: Na esquina da Rua dos Ourives deteve-o um ajuntamento de pessoas
(...), um homem (...) lia em voz alta um papel, a sentena (ASSIS, 1997, p.
50).
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d) Palavras que estejam com erros ortogrficos ou expresses
que causem estranheza, colocar, aps a mesma, o termo sic, em
minscula e entre colchetes, significando que o transcrito
encontrava-se assim mesmo no original.
Ex: Um rapazinho esfarrapado o apanhara, estava porta da colchoaria [sic],
aguardando a ocasio de restitu-lo (ASSIS, 1997, p.64).
e) Quando a citao ultrapassar trs linhas, deve aparecer em
pargrafo distinto, sendo a margem do pargrafo o dobro dopargrafo normal (recuo de 4 cm), em espao simples no texto,
terminando a 1 cm da margem direita e letra tamanho 10, podendo
vir ou no entre aspas.
Ex: Severino (2002, p. 185) entende que:
A argumentao, ou seja, a operao com argumentos,apresentados com objetivo de comprovar uma tese, funda-
se na evidncia racional e na evidncia dos fatos. Aevidncia racional, por sua vez, justifica-se pelos princpiosda lgica. No se podem buscar fundamentos maisprimitivos. A evidncia a certeza manifesta imposta pelafora dos modos de atuao da prpria razo.
f) Nas citaes de Bblia a fonte geralmente indicada pelo ttulo
do livro da Bblia, seguido de vrgula, nmero do captulo e nmeros
dos versculos separados por dois pontos.
Ex: Tira primeiro a trave de teu olho e assim voc ver para tirar a palha do
olho do teu irmo (Mateus, 7:5).
g) Para destacar palavras ou frases em citao, deve-se sublinh-
las colocando a expresso (grifonosso), entre parnteses, no
final da citao seguida de ponto.
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Ex: Conforme atesta Le Goff (1973, p.91), nos meios universitrios
circulavam, desde o princpio do sculo XIII, uma srie de poemas
especialmente dedicados Virgem (grifo nosso).
3.8.3. Citao Livre (Indireta)
a transcrio no literal de um texto ou parte dele. Deve-se indicar a
fonte de onde foi tirada a idia, colocando-se o sobrenome do autor e, em
seguida, o ano entre parnteses. dispensvel o uso de aspas.
a) Citaes extradas de livros e/ou peridicos impressos.
Ex: No mesmo sentido, LURIA (1988) em seus estudos sobre o
desenvolvimento da pr-histria da escrita, sugere que o segundo passo que a
criana d nesta direo o de diferenciar este signo e faz-lo expressar
realmente um contedo especfico.
b) As informaes obtidas atravs de canais informais (palestras,
debates, conferncias, entrevistas no transcritas, correspondncia
pessoal, anotaes de aula etc., s podem ser usadas, como
citaes, quando for possvel comprov-las.
Ex: Eduardo de Almeida NAVARRO em entrevista concedida em agosto de
1998, durante o programa Nossa Lngua Portuguesa, afirma que o brasileiro
fala muito mais tupi do que imagina.
3.8.4. Apresentao dos nomes dos autores das citaes (textuais oulivres)
a) Trabalho de um autor: indicar o sobrenome e o ano de publicao
entre parnteses.
Ex: MAGALDI (1962) considera a pea O auto da Compadecida o texto mais
popular do teatro brasileiro moderno.
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b) Trabalhos de dois autores: indicar os sobrenomes dos dois autores
ligados por ampersand(&), e, em seguida, o ano da publicao.
Ex: KAPLAN & SADOCK (1993) estimam que pacientes com transtornos
mentais procurem preferencialmente um profissional da rea mdica em geral
e no um especialista na rea de sade mental.
c) Trabalho de trs ou mais autores: indicar apenas o primeiro autor
seguido da expresso et al. Que significa: e outros.
Ex: Segundo BASSETTO et al. (1988), uma dificuldade inicial no processo de
alimentao, se no for bem trabalhada, pode tornar-se prejudicial ao beb.
3.8.5. Trabalhos sem autoria especfica
Os trabalhos que no apresentam uma autoria especfica so indicados
pelo ttulo com a primeira palavra em maiscula, seguido do ano.
Ex: Conforme a definio encontrada na ENCICLOPDIA Barsa (1982)...
3.8.6. Autoria de uma instituio
Devem ser citados pelo nome da instituio por extenso e em
maiscula, seguido da data e separado por vrgula.
Ex: De acordo com a ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,
1992...
3.8.7. Autores com mais de um trabalho no mesmo ano
Deve-se acrescentar ao lado do ano da obra citada, a letra a minscula,
devendo permanecer tanto no texto sempre que mencionado, quanto na
referncia bibliogrfica. Nas demais obras do mesmo autor que forem
mencionadas, seguir a seqncia do alfabeto.
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Ex: WEISZ (1998a), relata que essas descobertas levaram a um
reordenamento... Segundo WEISZ (1998b), para a criana caminhar em seu
processo de alfabetizao, precisa pensar...
3.8.8. Autor com mais de um trabalho
Deve-se citar o sobrenome e as datas em ordem cronolgica
crescente separados por vrgula.
Ex: Conforme MARCHESAN (1995, 1998)...
3.8.9. Vrios autores para uma mesma afirmao
Deve-se cit-los com a ordem cronolgica crescente das publicaes
e separ-los entre si por ponto e vrgula.
Ex: A Fonoaudiologia contribui na melhora da qualidade de vida dos pacientes
com seqelas fonoaudiolgicas (MOURO, 1997; ANGELIS, 1999).
3.8.10. Citao dentro de uma citao
Conhecida como citao de segunda mo, indicada no trabalho pelaexpresso apud, que significa que o autor do trabalho no consultou a obra
original do referido autor.
. No texto
Ex: Segundo LUPO apud CHIATTONE & SEBASTIANI (1997, p.115) a
psicologia , da forma como se nos apresenta hoje, uma cincia
multiparadigmtica.Ou
O conhecimento em psicologia permanece especializado e, cada grupo adere a
uma orientao prpria; portanto, a psicologia , da forma como se nos
apresenta hoje, uma cincia multiparadigmtica (LUPO apud CHIATTONE &
SEBASTIANI, 1997, p.115).
. Em nota de rodap
Ex: Segundo LUPO1 a psicologia , da forma como se nos apresenta hoje, uma
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cincia multiparadigmtica.
_______________
1. Apud CHIATTONE, H. B. de C. & SEBASTIANI, R. W. A tica em psicologia hospitalar. In:
ANGERAMI-CAMON, V. A. (Org.).A tica na sade. So Paulo: Pioneira, 1997. p.111-140.
Ou
A crena de que a psicologia , da forma como se nos apresenta hoje, uma
cincia multiparadigmtica. 1
________________
1. LUPO apud CHIATTONE, H. B. de C. & SEBASTIANI, R. W. A tica na sade. So Paulo:
Pioneira, 1997.p.111-140.
4. NOTAS DE RODAP
As notas de rodap destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer
consideraes, que no devem ser includas no texto, para no interromper a
seqncia lgica da leitura. Referem-se aos comentrios e/ou observaes
pessoais do autor e so utilizadas para indicar dados relativos comunicao
pessoal.
As notas so reduzidas ao mnimo e situadas em local to prximoquanto possvel ao texto. Para fazer a chamada das notas de rodap, usam-se
os algarismos arbicos, na entrelinha superior sem parnteses, com
numerao progressiva nas folhas. So digitadas em espao simples em
tamanho 10. Exemplo de uma nota explicativa: A hiptese, tambm, no deve
se basear em valores morais. Algumas hipteses lanam adjetivos duvidosos,
como bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais no sustentam sua base
cientfica.2
5. USO DE NEGRITO, ITLICO E SUBLINHADO
Recursos empregados para se destacar palavras ou frases. As tipologias
itlico e negrito so, atualmente, as mais utilizadas. Recomenda-se que seja
adotada a primeira tipologia nos trabalhos acadmicos digitados, levando-se
2
Contudo, nem todos os tipos de investigao necessitam da elaborao dehipteses, que podem ser substitudas pelas questes norteadoras.
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em conta as especificaes abaixo. O uso de negrito utilizado para realar
palavras, comumente empregado em:
a) ttulos de captulos e sub-captulos;
b) expresses que indicam consulta (ver, vide);
c) indicao das palavras Fonte, Tabela, Quadro, Figura, Foto, Nota
etc.
O itlico tambm utilizado para realar palavras ou expresses; no
entanto, para algumas situaes o seu uso obrigatrio, tais como:
a) palavras e frases estrangeiras;
b) ttulos de livros e peridicos (tanto no texto quanto nas referncias
bibliogrficas);c) letras e palavras que meream destaque ou nfase;
d) nomes de espcies em botnica, zoologia e paleontologia.
O sublinhado tambm utilizado para se dar destaque, embora
atualmente pouco utilizado, devendo ser substitudo pelas especificaes
acima indicadas.
6. TERMOS LATINOS Quando se faz citao de uma mesma obra mais de uma vez, pode-se
fazer a identificao da fonte consultada, utilizando-se dos termos latinos. A
primeira meno indicada pela referncia completa; na segunda e
subseqentes, podero ser usados os referidos termos, que vm indicados
sem grifo seguido de vrgula. O uso excessivo das abreviaturas, apesar de
comum, dificulta a leitura devendo portanto ser evitadas. So eles:
Idem ou Id. = do mesmo autor
Ibidem ou Ibid. = na mesma obra
Op. Cit. = na obra citada
Apud= citado por
Loc. Cit. = no lugar citado
Passim = aqui e ali; em vrios trechos ou passagens
In = dentro de, contido em
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Et al= e outros
7. CONSIDERAES FINAIS
O artigo cientfico, assim como outros tipos de trabalhos acadmicos,
abordam temas tericos de pesquisa, revises bibliogrficas, pesquisas de
campo, e tem a finalidade de comunicar ao mundo cientfico os conhecimentos
elaborados a partir dos critrios da cincia.
A elaborao de qualquer artigo deve respeitar uma organizao
prpria, constituda de uma estrutura bsica, uma uniformizao redacional e
uma grfica, que somadas formam o conjunto de normas recomendadas para
este tipo de publicao.
A estrutura bsica do artigo cientfico composta dos elementos pr-
textuais, textuais e ps-textuais, subdivididos em vrios componentes e
contendo informaes imprescindveis para o entendimento do tema, da sua
fundamentao e da autoria do trabalho.
A elaborao e o desenvolvimento do texto no artigo cientfico requer a
definio e o entendimento exato do tema e sua ordenao natural, a
organizao e a hierarquizao interna das idias principais e secundrias, e a
compreenso acerca da necessidade de uma linguagem simples e concisa
devido ao tamanho pequeno recomendado para o artigo.
A redao tcnico-cientfica desenvolvida no texto do artigo possuicaractersticas de estilo e propriedade prprias, como clareza, preciso,
comunicabilidade e consistncia, possibilitando a compreenso exata e objetiva
por parte do leitor e a economia de espao, sem perder a qualidade na
comunicao das idias.
A utilizao de normas e diretrizes para elaborao e apresentao de
artigos cientficos, alm de padronizar o formato geral e a organizao do texto,
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so fundamentais para construo gradativa do pensamento cientfico do autor,
estabelecendo parmetros individuais seguros na abordagem e anlise de
temas e problemas cientficos.
Este artigo foi elaborado para orientar acadmicos e iniciantes na
atividade de produo do conhecimento, reforando conceitos e pressupostos
cientficos, propondo normas j de domnio da cincia e organizando alguns
procedimentos utilizados na redao de textos tcnico-cientficos.
8. REFERNCIAS
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS ABNT, Rio de Janeiro.Normas ABNT sobre documentao. Rio de Janeiro, 2000. (Coletnea de normas).
BASTOS, Llia et al. Manual para elaborao de projetos e relatrios depesquisa, teses, dissertaes e monografias. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,2000.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5. ed. Campinas: Autores Associados,2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina Andrade. Fundamentos dametodologia cientfica. 3. ed. So Paulo: Atlas, 1991.
MTTAR NETO, Joo Augusto. Metodologia cientfica na era dainformtica. So Paulo: Saraiva, 2002.
MEDEIROS, Joo B. Redao Cientfica: a prtica de fichamentos, resumos eresenhas. 3. ed. So Paulo: Atlas, 1997.
MORIN, Edgar. Cincia com conscincia. 6. ed. Rio de Janeiro: BertrandBrasil, 2002.
RAMOS, Paulo; RAMOS, Magda Maria; BUSNELLO, Saul Jos. Manualprtico de metodologia da pesquisa: artigo, resenha, monografia,dissertao e tese. Blumenau: Acadmica, 2003.
SANTOS, Antnio. Metodologia cientfica: a construo do conhecimento. 3.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
TAFNER, Malcon; TAFNER, Jos; FISCHER, Julianne. Metodologia dotrabalho acadmico. Curitiba: Juru, 1999.
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TEIXEIRA, Gilberto J. W. Artigo Cientfico - Orientaes para suaelaborao. Disponvel em:.Acesso em: 11 fev. 2008.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN (UFPR). Normas paraapresentao de documentos cientficos: teses, dissertaes, monografias etrabalhos acadmicos. Curitiba: UFPR, 2000a. v.2.
______. Normas para apresentao de documentos cientficos: peridicose artigos de peridicos. Curitiba: UFPR, 2000b. v.4.
______. Normas para apresentao de documentos cientficos: redao eeditorao. Curitiba: UFPR, 2000c. V.8.