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Larva Migrans Visceral
João Victor 1801165
Leticia Hisatugo 1801167
Leticia Rufino 1801166
Maria Julia Martins 1801168
Natália Otani 1801169
Faculdade de Medicina de Jundiaí, maio de 2019
Profª Drª Juliana Quero Reimão Dalla Zanna
Profª Drª Alcione Vendramin Gatti
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Epidemiologia
▪ Nos cães:
▪ A infecção dos cães é mais frequentemente observada em
animais filhotes com até três ou seis meses de idade.
▪ Infecção de cães por T. canis é cosmopolita, com prevalências
que variam de 3%, como a registrada em Israel, (27) a 80,6% no
Egito (31).
▪ No Brasil os estudos revelam prevalências variadas e dão uma
ideia da distribuição desta infecção entre os cães em todo o país.
▪ Grande numero de cães que circulam no meio urbano.
▪ Condições de saneamento ambiental precárias favorecem tanto a
infecção dos cães pelo T. canis quanto a dispersão dos ovos
deste parasito no ambiente.
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Epidemiologia
▪ Nos humanos:
▪ Estudos soroepidemiológicos(Elisa) realizados em diversas
regiões do mundo sugerem que a infecção pode ser um problema
de saúde pública largamente distribuído.
▪ 1% no Canadá e na Espanha, até valores muito elevados, como
92,8% na ilha asiática La Réunion e 86% na Ilha Santa Lúcia.
▪ No Brasil, pouca informação sobre a prevalência .
▪ A tabela mostra estudos realizados por pesquisadores em
algumas cidades do Brasil:
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Epidemiologia
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Agente etiológico ▪ A espécie Toxocara canis, em particular, é reconhecida como
o principal agente causador da doença.
▪ Parasita intestinal comuns em cães e gatos
▪ No entanto, existem outras espécies de nematelmintos que
são agentes etiológicos potenciais da LMV humana, como
Toxascaris leonina, Gnathostoma spinigenim e Toxocara
pteropodis
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Hospedeiros e Ciclo de Vida
▪ O hospedeiro definitivo é o cão ou o gato. Os parasitas apenas completam o seu ciclo de vida no tubo digestivo desses animais.
▪ O homem é um hospedeiro acidental. Portanto as larvas não chegam à idade adulta no organismo humano.
▪ Cada larva fêmea pode produzir até 200.000 ovos por dia, que são excretados nas fezes do animal infestado. Esses ovos adquirem capacidade infectante após 1 semana de incubação no solo.
▪ Os ovos podem ficar infectantes no solo por vários anos
▪ Os ovos atingem o tubo digestivo de cães e gatos e as larvas são liberadas. Elas atravessam a mucosa e atingem a circulação sistêmica, podendo acometer diversos órgãos.
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Hospedeiros e Ciclo de Vida
▪ Algumas larvas podem ficar em estado quiescente durante anos. Essas larvas podem ser ativadas por estímulo hormonal quando as cadelas ficam grávidas. Assim, entram novamente na circulação e atravessam a placenta, infectando os filhotes.
▪ As larvas demoram de 60 a 90 dias para chegarem na idade adulta e podem sobreviver até 25 anos no tubo digestivo do hospedeiro.
▪ Quando os ovos embrionados são ingeridos pelo homem as larvas eclodem e podem atingir diversos órgãos, assim como ocorre nos cães e nos gatos
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Modo de transmissão
▪ Forma infectante: ovos dos helmintos - Toxocara canis e
Toxacara cati
▪ Transmissão acidental pela ingestão:
▪ ovos do solo contaminado com fezes de animais infectados
▪ hospedeiros infectados (coelhos)
▪ Ocorre principalmente em criança de 2 a 5 anos com história
de geofagia
▪ Não é possível ocorrer a auto-infecção
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Aspectos clínicos
▪ Pneumonite e sintomas asmáticos
▪ Hepatosplenomegalia
▪ Febre
▪ Anorexia
▪ Rash cutâneo
*Pode ser assintomática
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Rash cutâneo
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Diagnóstico
▪ Baseia-se em achados clínicos, epidemiológicos e
sorológicos.
▪ O imunoensaio enzimático é recomendado.
▪ É comum haver hiperglobulinemia, leucocitose e eosinofilia
acentuada
▪ Tomografia computadorizada ou ressonância magnética pode
revelar múltiplas lesões ovais distribuídas no fígado ou em
nódulos subpleurais mal definidos no tórax
▪ Biopsia de fígado ou outros órgãos podem demonstrar
reações granulomatosas eosinofilicas
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Tratamento ▪ Pacientes assintomáticos e aqueles com sintomas leves: não
requerem terapia anti-helmíntica, porque a infecção costuma ser
autolimitada.
▪ anti-histaminicos podem ser suficientes para sintomas leves.
▪ Pacientes com sintomas leves a graves: mebendazol ou albendazol,
ivermectina, dietilcarbamazina e derivados imidazólicos.
▪ podem ser indicados corticoides para pacientes com sintomas
intensos.
▪ Fotocoagulação a laser pode ser usada para matar larvas na retina.
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Profilaxia
▪ Aplicação regular de vermífugos em cães e gatos.
▪ Filhotes: 2, 4, 6 e 8 semanas (migração transplacentária ou
colostro contaminado).
▪ Adultos: 1 a 2 vezes por ano.
▪ Descarte adequado das fezes desses animais, evitando o
contato.
▪ Lavagem das mãos adequadas após o contato com terra e
antes de comer.
▪ Redução da população canina 10% da população
humana (OMS)
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Aspectos importantes ▪ Na década de 40, na Islândia, a erradicação de cães controlou a
infecção humana por Toxocara no país, sendo possível concluir que o Toxocara canis é o principal agente etiológico da doença, sendo o Toxocara cati, de importância secundária.
▪ Não é comum encontrar vermes adultos no homem, por ele não ser seu hospedeiro definitivo, mas pode ocorrer a ingestão acidental da larva que pode ser eliminada nas fezes dos cães.
▪ Inflamação aguda agregados de eosinófilos, neutrófilos e alguns monócitos. Larvas encapsuladas por uma cápsula de colágeno.
▪ Infecções crônicas larvas encapsuladas por granulomas maduros com centro de células mononucleadas e leucócitos.
▪ A presença das larvas não é essencial para a formação do granuloma maduro. É a liberação de antígenos Toxocara excreção e secreção (TES) que inicia a resposta inflamatória.
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Caso clínico
▪ Paciente de 25 anos, branco, do sexo masculino, advogado, natural e procedente de Florianópolis.
▪ Paciente previamente hígido, iniciou com lesões da pele pruriginosas na região periumbilical, com progressão rápida em poucos dias. Evoluiu com comprometimento do tórax, abdômen e região deltóidea, sendo preservados membros, dobras flexurais, região anogenital, face, mucosas e anexos. Negava qualquer intercorrência prévia, bem como uso de medicações e/ou outros sinais e sintomas.
▪ Ao exame percebiam-se diversas pápulas eritematosas, confluentes em alguns pontos, formando placas papulosas eritematosas de bordas bem delimitadas
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Dorso do paciente comprometido com as lesões papulo-eritematosa Lesões na região axilar
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Os exames laboratoriais de sangue (glicemia,
bioquímica hepática e renal, VHS e sorologias
para colagenoses), parcial de urina e
parasitológico de fezes (três amostras em dias
alternados) mostraram-se inalterados, com
exceção do hemograma e IgE. O hemograma
apresentou eosinofilia relativa com 1092
eosinófilos/mm3 (12%), e os títulos de IgE
836KU/L (normal < 100). Os exames
radiológicos de tórax e a ultra-sonografia
abdominal não evidenciaram alterações. A
histopatologia da pele demonstrou dermatite
perivascular superficial com predomínio de
eosinófilos, bem como espongiose com
formação de vesículas contendo linfócitos e
eosinófilos. Histopatologia demonstrando quadro inflamatório
inespecífico
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▪ Os diagnósticos iniciais formulados foram: dermatite de contato alérgica, penfigóide bolhoso inicial, vasculite urticariforme, angeíte alérgica de Churg-Strauss e síndrome hipereosinofílica. Procedeu-se com pesquisa sorológica, por meio de enzima imunoensaio (Elisa) para Echinococus granulosus, Trichinella spiralis, Toxocara canis e Toxocara cati. Evidenciaram-se títulos reagentes elevados para T. canis de 2,45 (positivo > 1,10) - Laboratório Balage, Espanha, caracterizando quadro de larva migrans visceral, todavia apenas com repercussões cutâneas e hematológicas.
▪ Realizou-se tratamento sistêmico com ivermectina 12mg/dia (200mg/kg/dia) durante três dias consecutivos com melhora imediata da eosinofilia, bem como involução total das lesões cutâneas. Solicitou-se sorologia de controle 30 dias após o tratamento, que exibiu títulos reduzidos de 0,25, considerados negativo (negativo < 1,00 / borderline 1,00 - 1,10 / positivo > 1,10) - Laboratório Balage, Espanha.
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Referências bibliográficas
▪ https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doenças-infecciosas/nematódeos-vermes-filiformes/toxocaríase
▪ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572011000200004
▪ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962003000200009
▪ http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v23n2/10.pdf
▪ http://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/viewFile/460/526
▪ http://cachorrosblogs.blogspot.com/2010/09/cachorros-verminoses-toxocariase_25.html
▪ https://www.revistas.ufg.br/iptsp/article/download/17003/10298/
▪ http://www.spp.pt/UserFiles/file/Protocolos_SPP/Protocolo_Toxocarose.pdf