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EDITADO POR JOHN BURROWS COM CHARLES WIFFEN Guia Ilustrado Zahar Música Clássica com a colaboração de Robert Ainsley, Duncan Barker, Karl Lutchmayer, Ivan Hewett, Lisa Colton, Andrew Wilson, Nathanial Vallois, Ann Van Allen Russell, Jenny Nex, Richard Langham-Smith, Sam Thompson, Simon Rees Tradução: André Telles 3 a edição

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    EDITADO POR

    JOHN BURROWSCOM CHARLES WIFFEN

    Guia Ilustrado Zahar

    MúsicaClássica

    com a colaboração deRobert Ainsley, Duncan Barker, Karl Lutchmayer, Ivan Hewett,

    Lisa Colton, Andrew Wilson, Nathanial Vallois, Ann Van Allen Russell, Jenny Nex, Richard Langham-Smith, Sam Thompson, Simon Rees

    Tradução: André Telles

    3a edição

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    Um livro Dorling Kindersleywww.dk.com

    em associação com a rádio Classic FM

    Diretora de arte sênior: Juliette Norsworthy • Editoras do projeto de arte: Victoria Clark,Maxine Lea • Designers: Liz Sephton, Francis Wong • Assistentes de design: Paul Drislane,Kenny Grant, Vanessa Marr • Editores de projeto: Sam Atkinson, Catherine Day, Ferdie

    McDonald • Editores: Caroline Reed, Andrew Szudek, Belinda Wilkinson, Darren Henley (paraClassic FM) • Pesquisa de imagens: Maria Gibbs • Designer da capa: Nathalie Goodwin • Editorda capa: Mariza O’Keeffe • Composição eletrônica: John Goldsmith • Produção: Joanna Bull •

    Gerente editorial: Debra Wolter • Gerente editorial de arte: Phil Ormerod • Diretor editorial: Andrew Heritage • Diretor de arte: Bryn Walls

    Título original: Eyewitness Companions: Classical MusicCopyright © 2005 Dorling Kindersley Ltd.

    Copyright da edição brasileira © 2006:Jorge Zahar Editor Ltda.rua México 31 sobreloja

    20031-144 Rio de Janeiro, RJtel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800

    e-mail: [email protected] • site: www.zahar.com.br

    Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98)

    Revisão tipográfica: Michele Mitie Sudoh e Elisabeth Spaltemberg

    Composição eletrônica: DTPhoenix Editorial

    ISBN 85-7110-911-7Reprodução em cores: GRB, Itália

    Impresso e encadernado na China por L Rex

    CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    Guia de música clássica / editor geral John Burrows com CharlesWiffen; com a colaboração de Robert Ainsley... [et al.]; tradução AndréTelles. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006

    il.

    Tradução de: Classical music: (Eyewitness Companions)Inclui glossárioISBN 85-7110-911-7

    1. Música – História e crítica. 2. Música – Apreciação. 3. Compositores. I. Burrows, John, 1939-. II. Wiffen, Charles.

    CDD 780.43CDU 78.0306-0861

    G971

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    MÚSICA ANTIGA 52

    1112 Torna-se freira aos 15 anos

    1136 Abadessa do mosteiro de Disibodenberg

    c.1147 Funda uma casa religiosa em Bingen

    déc. Música e poemas líricos, Simphonia 1150 armonie celestium revelationum, compilada1151 Ordo virtuum, moralidade teatral

    MARCOS

    MARCOS

    déc.1310 Motetos obtêm sucesso

    c.1320 Compilação de teorias musicais, Ars nova, publicada

    1331 Acompanha o duque de Bourbon a Londres

    1342 Compõe o moteto Petre clemens

    1351 Nomeado bispo de Meaux

    MARCOS

    déc.1150 Administrador da catedral em Paris

    1163 Início da construção de Notre-Dame

    c.1192 Ordenado padre

    c.1200 Compilação do Magnus liber, livro de cantochão

    Hildegarda teve intensas visões (provavelmentedevido à enxaqueca), que registrou em seus livros;ficou conhecida por suas profecias e milagres.

    Hildegarda de Bingenb 1098–1179 n Alemã w 77

    Escritora, poeta, líder religiosa, diplo-mata e compositora, as realizações deHildegarda são notáveis – e únicas parauma mulher da época. Destinada à Igre-ja por sua nobre família, viveu anos nacontemplação religiosa. Sua correspon-dência com papas e imperadores mostrasua importância política e diplomática,tendo escrito extensamente sobre medi-cina, ciência e teologia. Sua música con-templativa e extática é composta de li-nhas homofônicas de textos religiosos;não se trata de cantochão, mas de umaforma específica que explorava padrõescurtos variados e repetidos.

    Léonin (Leoninus)

    b morto c.1201 n Francês w ?

    A única referência escrita a um músicochamado Léonin foi registrada mais deum século após sua morte por ummonge inglês anônimo, que o descreveucomo “o maior compositor de organumpara amplificação do serviço divino”.Professor, administrador e poeta, Léo-nin tornou-se cônego na nova catedralde Notre-Dame de Paris. Nenhumamúsica sua se conservou, mas atribui-sea ele a criação do Magnus liber, o“Grande Livro” de cânticos usado emNotre-Dame no final dos anos 1100. Olivro, mais tarde editado por Pérotin,assentou as fundações da idéia deharmonia e escrita composicional.

    Em 1340, Vitry era um dos intelectuaisfranceses de proa – poeta, filósofo, can-tor, compositor, escritor, crítico, bispo eerudito. Viajou bastante, tendo se en-volvido com freqüência nas relaçõesinternacionais. Seus motetos – prova-velmente partituras de seus própriospoemas em latim – gozaram de ampladifusão e sucesso crítico, bem como suapoesia. Seu livro didático, Ars nova,consolidou inovações como o uso damínima e outras notas breves. Vitrypode ter criado a ballade, embora nãohaja registros de autoria sua.

    b 1291–1361 n Francês w 30

    Philippe de Vitry

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    ��1644 Nascimento

    de AntonioStradivari

    1661 �O italiano Lully é

    nomeadosuperintendente

    musical de Luís XIV

    um grupo de músicos florentinos e poe-tas conhecidos como Camerata, entreeles os compositores Giulio Caccini eJacopo Peri e o poeta Ottavio Rinuccini,que estavam tentando recriar o estilocantado do drama grego antigo. Essenovo estilo foi primeiro visto em interme-di – breves dramas musicais interpreta-

    dos entre os atos das peças faladas –,mas em 1598 os três colaboraram emDafne, a primeira ópera autêntica. Doisanos depois, Peri e Caccini escreveramóperas sobre o mito de Orfeu, Euridice,mas foi Orfeo (1607), de Monteverdi, aprimeira ópera de referência. A nova for-ma de arte combinaria uma gama de es-tilos musicais – falas recitativas, árias to-cantes, coral e interlúdios instrumentais –dentro de uma ampla estrutura narrativa.

    A Igreja católica torceu o nariz paraos temas “imorais” de algumas óperas eproibiu-as durante o Advento e aQuaresma. O vazio foi preenchido poroutro tipo de música vocal dramática:

    A ERA BARROCA78

    1637 Primeiro espaçopúblico deópera, Veneza

    1618 Começo da Guerrados Trinta Anos,que devastou aEuropa central

    ��1607 Ópera Orfeo, deMonteverdi,apresentada emMântua

    1649 Guerra Civil inglesa (1642-49)termina com a execução deCarlos I

    1600 1620 1640 1660

    1600 Euridice, óperaprecursora, dePeri e Rinuccini

    OS INTRUMENTOS DO BARROCO ANTIGOMichael Praetorius, prolífico compositor alemão, publi-cou seus Syntagma musicum em 1619, o qual incluía umguia enciclopédico dos instrumentos da época.

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    ��1703 Vivaldi nomeado

    professor deviolino no

    orfanato Pietà,Veneza

    ��c.1709 Bartolomeo

    Cristoforifabrica

    primeiropiano

    moderno

    1722 Traité de

    l’harmonie,de Rameau

    1742 Primeiraapresentaçãodo Messias,de Haendel,Dublin

    1722 J.S. Bach

    assume comoKantor em Leipzig

    1731 Primeiros

    concertospúblicos

    emBoston

    o oratório. Embora, como a ópera,usasse recitativos, árias, duetos e peçasinstrumentais, o oratório não era ence-nado no palco nem tinha figurinos oucenários, e tendia naturalmente paraassuntos bíblicos. A ópera cômica foi umdesenvolvimento tardio, ganhando corponos anos 1730. Nasceu de peças cômicascurtas (intermezzi), como La serva padrona,de Pergolesi (1738), apresentada nosintervalos entre os atos de óperas sérias.

    MÚSICA INSTRUMENTALA ópera não foi a única forma musical aflorescer. Cortes mais ou menos impor-tantes ao redor da Europa mantinhamconjuntos de câmara como marca deprestígio. Isso criou uma demanda porsonatas e concertos instrumentais paraentreter os nobres patronos e seus convi-dados. Na sonata, o violino (que poderiaemular certas qualidades do vocal) ganhourepertório novo e gerou um interessecrescente pelo seu potencial. Foi tambéma era dos grandes fabricantes de violino deCremona – Amati, Stradivari e Guarneri.

    O séc.17 também assistiu ao nas-cimento da orquestra, impulsionada emgrande parte por sua expansão na ópera,com seu formato crescendo paralela-mente ao espetáculo visual cênico. Amúsica de teclado (sobretudo para cravoe órgão) também floresceu, e virtuosescomo Johann Pachelbel e os Couperinficaram conhecidos nos círculos dascortes e igrejas.

    A ERA BARROCA 79

    Embora as inovações do Barroco pri-mitivo não tenham se originado na Itália,estilos nacionais distintos começaram asurgir: o italiano, de predominância me-lódica, virtuosístico com grande senso demétrica; o francês, desenvolvido por Lullyna corte de Luís XIV, bastante influen-ciado pelos ritmos de dança; o alemão,levado ao auge por J.S. Bach, era essen-cialmente um híbrido dos dois, com oacréscimo do elemento contrapontístico.

    1732 Casa deóperainauguradano CoventGarden

    1680 1700 1720 1740��1750

    Morte deJ.S. Bach

    1689 Dido and

    Aeneas, dePurcell

    A MONTAGEM DA ÓPERA

    A ópera começou como um entretenimentode corte, em geral para ocasiões privadas es-pecíficas, como um casamento entre duas ca-sas nobres. Veneza abriu um espaço públicode ópera em 1637, e outras cidades, comoHamburgo (1678), a imitaram. Os preços altosdos ingressos, contudo, restringiram a platéiaàs classes mercantis e superiores. A exigênciado público garantiu que as encenações fossemcada vez mais espetaculares. Grandes quantiasde dinheiro eram gastas em figurinos suntuo-sos, iluminação e cenários, com efeitos espe-ciais incluindo carros aéreos, deuses descendodos céus por complexos sistemas de cordas eroldanas e sofisticadas danças de grupo.

    MÚSICOS NA CORTE DE MÓDENA, C.1690Essa pintura de Anton Domenico Gabbiani mostra umpequeno conjunto de câmara. Vários violinistas e umcellista reúnem-se em torno de um cravista.

    CENÁRIO DE ÓPERA BARROCAA ópera Giunio Bruto – cujo primeiro ato é deCesarini, o segundo de Caldara e o terceiro de Alessandro Scarlatti – estreou em 1707.

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    Seus primeiros estudos de órgão e com-posição deram-lhe um domínio plenoda fuga e do estilo denso e cerebral donorte da Alemanha. O interesse peloconcerto italiano e pela abertura fran-cesa, bem como pelas suítes de dança,veio depois e foi sintetizado num estilocoeso.

    Bach era um artesão no bom e nomau sentido; suas estruturas harmônicaseram minuciosamente intricadas(Nietzsche disse que a música de Bachdava-lhe o vislumbre da “ordem maiselevada das coisas”), mas foi acusado deser igualmente demasiado formalista,criando obras complexas à custa daexpressão emocional. Quando o estilocortesão mais leve e “natural” começou a ganhar popularidade nos anos 30,Bach foi acusado de estar ultrapassado.Ironicamente seus filhos compositores

    Carl PhilippEmanuel eJohann ChristianBach tornaram-se proeminentesrepresentantes do novo estilo.

    Após a morte de Bach, sua músicapermaneceu sinônimo do estilo antigo.Contudo, tinha seus defensores, entreeles o barão Gottfried von Swieten,que organizou concertos da música deBach em Viena. Sabe-se que Beetho-ven tocava os “48”; ninguém escuta afuga coral da Nona sem cogitar ainfluência de Bach.

    MARCOS

    1692 Ingressa na Lateinschule, Eisenach

    1695 O pai morre; mora com o irmão Johann Christoph, que lhe ensina órgão

    1700 Corista em Lüneburg

    1703 Violinista na orquestra da corte do duque de Weimar; parte para ser organista em Arnstadt

    1705 Caminha cerca de 350km até Lübeck para conhecer Buxtehude

    1707 Organista na Mühlhausen; casa-se com a prima Maria Barbara Bach

    1708 Organista da corte e músico de câmara (mais tarde diretor de concertos) do duque de Weimar

    1714 Nasce o filho Carl Philipp Emanuel

    1717 Assume o posto de diretor musical (Kapellmeister) na corte de Cöthen; muitas de suas obras instrumentais foram escritas nesse período, incluindo os Concertos de Brandenburgo

    1721 Morte da esposa; casa-se com Anna Wilcke

    1723 O príncipe Leopold deAnhalt-Cöthen morre,e Bach perde o posto de Kapellmeister;

    Kantor da Thomasschule, Leipzig, depois de Georg Telemann (o maisfamoso compositor então) ter deixado o posto; a maioria de suas cantatas foicomposta nesse período; escreve o Magnificat

    1724 Primeira apresentação da Paixão segundo são João

    1729 Diretor do Collegium Musicum; primeira apresentação da Paixão segundo são Mateus

    1733 Compõe um trecho da Missa em si menor

    1735 Nascimento de seu caçula Johann Christian Bach (o “Bach de Londres”)

    1746 Problemas de visão; compõe A arte da fuga

    1747 Visita o filho Carl Philipp Emanuel emPotsdam e toca para Fredericoo Grande; uma das obrasimprovisadas durante sua visitatorna-se a Oferenda musical

    1749 Conclui a Missa em si menor

    1750 Cirurgias na vista provocam sua morte

    JOHANN SEBASTIAN BACH 119

    O príncipe Leopold deAnhalt-Cöthen tinha 23anos quando contratouBach como seuKapellmeister em 1717.

    Página da segunda fuga doCravo bem-temperado.

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    1718 Oboísta da corte de Dresden

    1719 Especializa-se na flauta

    1727 Acrescenta uma segunda chave à flauta

    1739 Começa a fabricar flautas

    1741 Começa a trabalhar para Frederico II

    1752 Publica Sobre a execução da flauta transversa

    MARCOS

    Exímio flautista,Frederico II daPrússia tocou paraseus cortesãos sob aregência experientede seu professorQuantz.

    1730 Artaserse, ópera, apresentada em Veneza; casa-se com a famosa mezzo-soprano Faustina Bordoni

    1731 Cleofide, ópera, apresentada em Dresden; impressiona Bach

    1742 Lucio Papiro, ópera, montada em Dresden

    MARCOS

    Hasse montou várias óperas naSemperoper de Dresden, muitas vezesem parceria com o libretista PietroMetastasio.

    A ERA CLÁSSICA134

    Johann Adolph Hasseb 1699–1783 n Alemão w 1.600

    Nos anos 1700, as óperasde Hasse – montadas emproduções de alta quali-dade e criadas para can-

    tores específicos – espalharam sua famapela Europa. Sua ênfase na beleza maisque na complexidade preparou o cami-nho para o estilo clássico. Festejado pelanobreza e realeza em Viena, Nápoles,Paris, Londres e Berlim, foi admiradopor Bach e Mozart. Um dos últimosalunos de Alessandro Scarlatti em Ná-poles, foi diretor musical por 30 anosna corte de Dresden, onde a músicaflorescia. A vasta produção deHasse, muitas vezes compostacom rapidez, inclui 63 óperas,90 cantatas e 80 concertos para flauta dedicados aFrederico II da Prússia.

    Johann Joachim Quantzb 1697–1773 n Alemão w c.600

    Filho de um ferreiro,Quantz começou aaprender música apenasaos 11 anos. Após esta-

    giar na Itália, França e Inglaterra, dei-xou o oboé para se tornar o primeiroflautista profissional na Europa. Estrelada orquestra de Dresden, foi notadopelo futuro imperador Frederico II daPrússia, a quem serviu com afinco pormais de 30 anos, fazendo fortuna comoprofessor e fabricante de flautas, compo-sitor e músico. A volumosa produção de

    Quantz, a maioria para Frederico, inclui300 concertos e 325 sonatas para flauta,todos elaborados mas de qualidade irre-gular. Seu livro sobre flauta tornou-o fa-moso por toda a Europa.

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    1786 Muda-se para Paris, conhece Maria Antonieta e Napoleão

    1789 Primeira apresentação registrada em Londres

    1797 Obras para piano tornam-se mais complexas

    1800 Foge de Londres para Hamburgo

    1806 Compõe Elégie harmonique sur la mort du prince Louis Ferdinand de Prusse.

    MARCOS

    MARCOS

    1774 Compõe Ruth, oratório, aos oito anos

    1799 Compõe The Death of Abel, oratório

    1802 Publica Sinfonia em si bemol maior

    1813 Solista de órgão no Covent Garden, Londres

    1817 Internado depois de se jogar pela janela

    MARCOS

    1791 Copista e aluno de Mozart

    1799 Publica Solimann II, Singspiel

    1802 Compõe Il noce di Benevento, balé

    A ERA CLÁSSICA 147

    Samuel Wesley

    b 1766–1837 n Inglês w c.430

    Wesley foi um menino-prodígio que se tor-nou algo como uma celebridade indepen-dente nos círculos musicais londrinos; nun-ca teve encomendas ou cargos na corte,vivendo como professor e escritor, além deorganista conhecido por extraordináriasimprovisações. A maior parte de suaprodução é de músicaeclesiástica em latim, com-binando os estilos antigo enovo. Crises de depressão e um divórcio caro preju-dicaram sua carreira.

    Conhecido como o compositor queconcluiu o Réquiem de Mozart, Süss-mayr – cujas limitações são nítidas aolado de Mozart – era contudo um com-positor laborioso que gozou de conside-rável sucesso nos palcos de Viena. Áriasde sua Der Spiegel von Arkadien, ao estiloda Flauta mágica, eram cantadas noscafés e tabernas e circulavam em cópiaspiratas. Ocupou vários postos institu-cionais e escreveu em diversos estilosnacionais: idiomas cômicos francês eitaliano, opera seria italiana e formas po-pulares alemãs. Seu talento melódicosobressai em seus solos, duetos e trios.Foi Kapellmeister do Teatro Nacionalde Viena de 1794 até a morte.

    b 1766–1803 n Austríaco w 160

    Franz Xaver Süssmayr

    Dussek compôs a sonataElégie harmoniqueinspirado pela morte deseu patrono na batalha deSaalfeld, em 1806.

    para Maria Antonieta em Paris e du-rante a Revolução fugiu para Londres.Deixou a cidade após uma falência epassou a levar uma vida temerária e sel-vagem, acompanhando o príncipe daPrússia, seu patrono, em batalha.Retornou a Paris no fim da vida.

    De certo modo um ro-mântico precoce, Dussekfoi festejado de Londres aSão Petersburgo como

    pianista virtuose e compositor. Seus ela-borados concertos e sonatas vendiam beme, sob vários aspectos, são harmonica-mente mais felizes que os de Mozart ouBeethoven. No entanto, foram esquecidosapós sua morte. Inovador ao piano, dispôso instrumento lateralmente para melhorara visão da platéia e investiu na produçãode modelos com teclado ampliado. Tocou

    b 1760–1812 n Tcheco w c.280

    Jan Ladislav Dusssek

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    obras do séc.20, como assinfonias Alpina, de Strauss,e Sea, de Vaughan Williams.

    Com tantas teorizaçõesconstantemente sobre as direções que amúsica deveria tomar, não surpreendeque a era romântica tenha sido palco de

    168

    1840 �CasamentodeSchumanncom ClaraWieck

    ��1827 Schubert compõe o grande ciclo de cançõesWinterreise, um anoantes de morrer

    1834 Schumann criaa revista NeueZeitschrift fürMusik

    1824 Morte de Byron emMissolonghi, durantea Guerra deIndependência grega

    1832 Chopin dá seuprimeiroconcerto emParis

    1839 Romeu eJulieta,sinfoniadramática de Berlioz

    LINHA DO TEMPO: A ERA ROMÂNTICA

    1830 1860

    1853 Schumann defendea música do jovemBrahms

    1840s �Liszt percorre toda a Europa,sendo aclamado como virtuose

    BERLIOZ REGENDOOs românticos eram muitas vezesridicularizados por seu estilo eexcessos; no caso de Berlioz (aquiretratado num desenho de 1846),pelas vastas orquestras exigidaspara interpretar suas obras.

    1840 1850

    O ESPÍRITO DO ROMANTISMOEsse caminhante solitário, pintadopor Caspar David Friedrich (c.1818),personifica a atmosfera do início doromantismo na música.

    harmonias das peças pos-teriores para piano, quaseimpressionistas, do mes-mo compositor, comoNuages gris.

    A era romântica podereivindicar a “redescober-ta” da música do passado.Quando, em 1829, Men-delssohn organizou umaapresentação da Paixão segundo são Mateus,de Bach, desenterrou um grande tesouromusical que foi revivido nas décadasseguintes. Não apenas ele alertoumúsicos e ouvintes para o significado daprópria música de Bach, como estimuloumúsicos a tocar obras do passado ecompositores como Brahms a usar seusmateriais e formas.

    CONEXÕESSe músicos de períodos anteriores ten-deram a se concentrar apenas em seuofício, os românticos foram multidisci-plinares: tanto Berlioz como Schumannpublicaram crítica e música; Weberlançou um romance; Liszt escreveuensaios variados; e Wagner assinoutanto os libretos como a música desuas óperas. Os compositores ro-mânticos, portanto, se referiam fre-qüentemente a idéias para além daprópria música – p.ex., a paisagem e a natureza tornaram-se temas impor-tantes, dos lieder de Schubert até

    1848 Revoluções por toda a Europa

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    creo

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    O aclamado baixo buffo SignorLablache fez o papel do médicocharlatão Dulcamara numa pro-dução do séc.19 da ópera O exilirdo amor, de Donizetti.

    MARCOS

    VIDA E MÚSICA

    Numa vida extremamente produtiva, Donizetti escreveu 65óperas, uma dúzia delas ainda importantes dentro do repertóriolírico. Como seu contemporâneo Bellini, Donizetti escreveu

    óperas de bel canto que celebravam a beleza da voz humana em melodias longas eexpressivas com ornamentação coloratura elaborada e vívida. Mostrou talentoigual na tragédia e na comédia.

    Gaetano Donizettib 1797–1848 n Italiano w c.550

    1806 Começa estudos com Mayr, Bérgamo

    1815 Estuda com Padre Mattei em Bolonha

    1818 Enrico di Borgogna produzida em Veneza

    1822 Zoraida di Granata, sucesso em Roma

    1830 Anna Bolena encomendada pelo La Scala; primeiro sucesso internacional

    1832 Compõe L’elisir d’amore

    1834 Compõe Maria Stuarda

    1835 Compõe Lucia di Lammermoor

    déc.1840 Compõe para o Opéra de Paris

    1840 La fille du régiment e La favouritecompostas para Paris

    1843 Compõe Don Pasquale

    1844 Apresenta sintomas de paralisia sifilíticae loucura

    1846 Internado num sanatório em Ivry

    OBRAS-CHAVE

    Donizetti nasceu numa família pobre emBérgamo e estudou com os grandes pro-fessores Simon Mayr e Padre Mattei.Muitas vezes chegou a produzir quatroóperas por ano, escrevendo nos mais va-riados estilos, embora a maior parte desuas obras baseie-se em figuras históricasou ficcionais. Consolidou seu nome emRoma com Zoraida di Granata, e o sucessode Anna Bolena em Milão permitiu-lheconcentrar-se na ópera trágica, ainda quecontinuasse a escrever comédias. Apóstrabalhar em Paris e Viena, em 1844 co-meçou a mostrar sintomas de paralisia einsanidade, resultantes da sífilis, e voltoua Bérgamo, onde foi acolhido pelo sobri-nho e amigos, morrendo ali em 1848.

    A ÓPERA ROMÂNTICA242

    MARIA STUARDAÓPERA d 150:00 p 2 o c v

    Baseada numa peça trágica de Schiller,a ópera de Donizetti se passa na Ingla-terra em 1567. Elisabeth aprisionouMaria, rainha da Escócia, mas tem ciú-me do amor de Maria por seu própriofavorito, o conde deLeicester. Este convenceElisabeth a ter com Maria,que lhe roga por piedade.Elisabeth rejeita seu pedido, eMaria a insulta. Elisabeth con-dena Maria à morte e obrigaLeicester a presenciar suaexecução.

    DON PASQUALEÓPERA d 120:00 p 3 o c v

    Composta para os quatro grandes canto-res do bel canto do Théâtre Ita-

    lien, essa opera buffa tardiaconta a confusa história dasmaquinações de Don Pas-

    quale para deserdar Ernes-to, seu sobrinho rebelde,

    enquanto o dr. Malates-ta planeja casar Ernestocom a viúva Norina.

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    CONCERTO PARA PIANO N.2,OP.18CONCERTO d 35:00 p 3 o s

    O infindável fluxo lírico do primeiro emais duradouro sucesso de Rachmaninov– desfecho feliz de suas sessões com o dr.Dahl – inspirou seu uso direto e indiretona música pop e no cinema.1º MOVIMENTO (MODERATO, 11:00) Oito acor-des agourentos ao piano introduzem umprimeiro tema sombrio, contrastado como segundo, mais otimista; uma figuramarcial breve é repetida como ponteentre os dois.2º MOVIMENTO (ADAGIO SOSTENUTO, 12:00)

    Tema doloroso, esparsamente urdido en-tre piano, madeiras solo e cordas, desen-volve-se com delicada e infinita tristeza.3º MOVIMENTO (ALLEGRO SCHERZANDO, 12:00)

    Após o início retumbante, entra o nos-tálgico e sincero tema, que tornou Rach-maninov internacionalmente famoso,tocado no oboé e nas violas e então assu-mido pelo piano. O tema reaparece emformas mais apaixonadas antes do fimafirmativo mas difuso.

    SINFONIA N.2, OP.27ORQUESTRAL d 55:00 p 4 o

    Após o sucesso de seu Concerto n.2,Rachmaninov produziu esta Sinfonia,possivelmente sua melhor obra orquestral,

    para coroar sua volta depois do desastreda primeira incursão numa sinfonia. Amaior parte de suas obras foi compostaem sua idílica propriedade campestre,Ivanovka, mas esse espaçoso n.2 nasceuem Dresden.1º MOVIMENTO (LARGO, 19:00) Um tema mottoescuro e grave abre esse amplo movi-mento, transformando-se depois emmelodias resolutas e fluentes, emboratrágicas, com seções mais solares e certoclímax apaixonado.2º MOVIMENTO (ALLEGRO MOLTO, 9:00) Vigorosoe resplandecente, orquestrado com brilho,esse movimento contém um tema bas-tante angustiante, com um desfechoinesperadamente abrandado.3º MOVIMENTO (ADAGIO, 14:00) Rachmaninovclássico e suntuoso, que entra direto namelodia pungente e de fôlego do clarinetecontra cordas serenamente íntimas,erguendo uma onda de emoção, quasetriunfante, com um fim tranqüilo.4º MOVIMENTO (ALLEGRO VIVACE, 13:00)

    Desenlace bombástico e enérgico de umaobra notável.

    FOCO

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    INFLUÊNCIAS

    A música de Rachmaninov foi considerada poralguns antiquada e emocionalmente estereotipada,tendo exercido pouca influência sobre compositoresocidentais. Contudo, hoje sua reputação como ofecho de uma grande linhagem está garantida.

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