Formacao Da Literatura Portuguesa[1]

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Formação da Literatura Portuguesa Módulo 2: Literatura A1: 05/06

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Lit portuguesa, Barroco

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Formação da Literatura Portuguesa

Módulo 2: Literatura

A1: 05/06

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Cronograma

A1:

05/06Organização do trabalho

A2 e A3:

11/06

Formação da Literatura Portuguesa

Formação do Estado Português

A4:

12/06Mensagem: estrutura geral e referências históricas

A5 e A6:

18/06

Os lusíadas: estrutura geral e interesse histórico

Definição dos grupos e divisão das tarefas

A7:

19/06Era Medieval: Trovadorismo

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A8 e A9:

23/06

Era Medieval: Trovadorismo

Era Medieval: Humanismo

A10 e A11:

25/06Era Medieval: Humanismo

A12:

26/06Era Medieval: Humanismo

A13 e A14:

30/06Era Clássica: Classicismo

A15 e A16:

02/07

Era Clássica: Classicismo

Trabalho em História: 1ªv. (Apresentação)

A17:

03/07

Avaliação escrita (Os lusíadas e Mensagem)

Apresentação: relatório final e auto-avaliação

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Módulo 3 – Língua Portuguesa

A1 e A2:

07/07

Vozes presentes no texto: Vozes não marcadas

Vozes marcadas: negação, uso de aspas

A3 e A4:

09/07Discurso direto e modalização em discurso segundo

A5:

10/07Discurso indireto e Discurso indireto livre

A6 e A7:

14/07Avaliação escrita: vozes presentes no texto ficcional e no texto não-ficcional

Cronograma e conteúdos em revisão

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Organização do trabalho

• Objetivos– Utilizar linguagens nos três níveis de competência:

interativa, gramatical e textual;

– Ler e interpretar;

– Analisar metalingüisticamente as diversas linguagens;

– Identificar manifestações culturais no eixo temporal, reconhecendo os momentos de tradição e de ruptura;

– Emitir juízos críticos sobre manifestações culturais.

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Organização do trabalho

• Leituras obrigatórias– Mensagem (Fernando Pessoa)

• 3 partes

– Os lusíadas (Luiz de Camões)• 10 cantos

– Outros textos selecionados

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Organização do trabalho

• Rotinas– Aulas expositivas

• Definição de gêneros relevantes para as tradições estéticas consideradas

• Mapeamento dos fatos históricos relevantes

– Trabalho em grupo• Identificação dos fatos históricos relevantes nas

obras literárias selecionadas (Os lusíadas e Mensagem)

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Grupos de leitura e estudo– Coordenador (01)

• Distribuir tarefas e zelar pelo seu cumprimento• Resolver demandas do grupo• Preparar avaliação do grupo

– Relatores (02)• Proceder aos registros diários• Acompanhar versões preliminares do relatório final• Avaliar o grupo e decidir sobre relatório final

– Redatores e revisores (02)• Acompanhar registros diários • Elaborar versões preliminares e versão final do relatório• Avaliar o grupo e decidir sobre relatório final

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Registros e relatório final

• Registros– Delimitam o problema e os objetivos– Serão diários e duplicados– Base para a elaboração do relatório final– Fornecem conclusões parciais

• Relatório final: artigo acadêmico– Apresenta linguagem e formato específicos– Definição do problema e objetivos– Resolução do problema– Considerações finais

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Primeiras questões

1. Por que recuar no passado em busca das origens da literatura?

2. Há relações entre a literatura do passado e a literatura do presente?

3. Criticamente, o que há de novo nas manifestações estéticas em geral e na literatura em particular?

4. O que é trabalhar em equipe?

5. Quais são as vantagens e desvantagens do trabalho em grupo?

6. Como avaliar o trabalho da equipe?

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Formação da Literatura Portuguesa

Formação do Estado PortuguêsA2 e A3: 11/06

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Aspectos gerais

Idade Média(Teocentrismo)

Trovadorismo

Humanismo

Renascimento(Antropocentrismo)

Classicismo

cantigasnovelas de cavalariacrônicas

1189 (?)

poesia palaciana(redondilhas)crônicasteatro popular

1434

decassílabossonetoepopéiateatro popular

1527

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Pintura medieval(Tahull)

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Pintura renascentista(El Greco)

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Pintura moderna(Portinari)

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Formação do Estado Português

• Queda do Império Romano (476)– Europa militarmente desprotegida;– Invasões bárbaras;– Maciça difusão do Cristianismo.

• Guerras de reconquista (476–1453)– Expulsão dos bárbaros;– Expulsão dos mouros (Península Ibérica);– Europa dividida em reinos e feudos.

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Formação do Estado Português

• Séc. XII– Acirramento da luta entre cristão e mouros;– D. Henrique de Borgonha recebe o condado

de Porto Cale, anexa o condado de Coimbra;– Em 1114 morre D. Henrique de Borgonha;– D. Afonso Henriques continua as lutas e anexa

o Reino de Leão;– Porto Cale, Coimbra e Leão formam a nação

portuguesa.

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Literatura medieval portuguesa:poesia

• Língua: Galego-português;• Predominância da oralidade

– Versos simples (trovas - trovador - Trovadorismo);

– Estruturas repetidas;

– Acompanhamento musical;

– Temática amorosa• O amor como sentimento cotidiano (e humano);

• Saudades de quem se ausenta em guerras.

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Literatura medieval portuguesa:poesia

• Primeiros textos inspirados na poesia do sul da França (Provença);

• Por isso, a Literatura medieval portuguesa também é chamada de Literatura provençal;

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Literatura medieval portuguesa: prosa

• Cronicões– narrativas de fatos históricos importantes colocados em

ordem cronológica, entremeados de fatos fictícios

• Hagiografias– narrativas que contam a vida de santos (biografias)

• Nobiliários– ou livros de linhagens, são relatórios a respeito da vida

de um nobre: sua árvore genealógica (antepassados), relação das riquezas e dos títulos de nobreza que possui, etc.

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Literatura medieval portuguesa: prosa

• Novelas de cavalaria– Narrativas dos grandes feitos de um herói (e seus

cavaleiros), entremeados de célebres histórias de amor;– O herói cultua a amada, mas não se contenta apenas em

vê-la; ele quer e é correspondido pela amada. Para isso, enfrentam obstáculos;

– Ao amor físico (e adúltero), dá-se o nome de amor cortês;

– O casal não tem final feliz e é severamente punido pelo pecado cometido;

– Presença da temática homossexual.

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Literatura medieval portuguesa: prosa

• Novelas de cavalaria– Os heróis medievais não têm a força física exagerada

dos heróis da Antigüidade;

– São sempre jovens, belos e elegantes. Suas amadas são sempre “as mais belas do reino”

– A maioria das novelas de cavalaria portuguesas são traduções ou adaptações de novelas francesas ou inglesas;

– Matéria de Bretanha: referências rei ao Artur e aos cavaleiros da Távola Redonda.

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Mania de PeitãoÀ noite ela é uma estrelaOfusca o brilho da luaNão há beleza na TerraQue se compare com a suaMas o que o povo desconheceÉ que este tremendo cicloneMusa da geração 2000É armação de siliconeMania de peitão,Mania de peitão,Mania de peitão,É armação de silicone

Seu Jorge/Bento Amorim

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EragonHá muitos anos atrás existiam os Cavaleiros do Dragão, que tinham por missão fazer o bem. Sua destreza nas batalhas era inigualável, já que cada um deles possuía força equivalente à de dez homens. Os Cavaleiros eram imortais, a não ser que fossem atingidos por lâmina ou veneno, e ajudaram os homens de Alagaesia a construir grandes cidades e acumular uma grande riqueza. No auge desta era nasceu um garoto, Galbatorix (John Malkovich), que possuía um grande poder e aos 10 anos foi aceito como Cavaleiro do Dragão.

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Aos poucos os Cavaleiros tornaram-se arrogantes e, numa viagem descuidada, Galbatorix e dois amigos foram emboscados. Os amigos e o dragão de Galbatorix foram mortos, com o próprio sendo encontrado por um fazendeiro e entregue ao conselho dos Cavaleiros. Recuperado, Galbatorix requer um novo dragão para si, o que é recusado pelo conselho. Revoltado, Galbatorix jura se vingar dos Cavaleiros e passa a estudar os segredos negros que havia aprendido com um espectro.

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Um dia ele rouba um ovo de dragão e convence Morzan, um Cavaleiro parvo, a ajudá-lo na prática de magia proibida. Juntos eles ganham força e declaram guerra aos Cavaleiros, recebendo o apoio de outros 12 Cavaleiros do Dragão. Galbatorix vence a guerra e, desde então, governa Alagaesia. Até que um dia o jovem Eragon (Edward Speelers) encontra na floresta uma estranha pedra azul. Para sua surpresa nasce um dragão da pedra, o que o torna o mais novo Cavaleiro do Dragão.

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Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis signum.

Bendito sejas Deus nosso Senhor, que nos deu um sinal.

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Mensagem (Fernando Pessoa)

Estrutura geral e interesse históricoA4: 12/06

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Descrição geral

• Único livro em português publicado em vida por Fernando Pessoa (1934)

• Em 44 textos, propõe-se recontar a história de Portugal, desde sua formação até o início do século XX

• Prenuncia o Quinto Império, o renascimento de Portugal

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Descrição geral

• Dividido em três partes– Brasão 19 poemas

• Aborda a formação de Portugal e as primeiras conquistas ultramarinas

– Mar Português 12 poemas• Remonta às grandes navegações

– O Encoberto 13 poemas• Tematiza o declínio de Portugal e anuncia uma

futura possível grandeza

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"O pequeno livro de poemas" é um livro de orações pagãs, contendo um plano, cheio de heróis que abandonam a carne e o osso em favor do símbolo. É um livrinho fácil de ler, mas difícil de compreender, porque nos exige a análise e a reflexão. Não tem o lirismo inocente e clássico de Camões, nem o tom cristão e pacífico dos sermões de António Vieira, mas o melhor de ambos, reduzidos ao seu essencial, despidos de pretensões.

HIPÓLITO, Nuno. A Mensagem de Fernando Pessoa, anotada e comentada. 2006, p. 4.

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Bellum sine bello.

Guerra sem guerrear.

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Primeira parte / Brasão

I. OS CAMPOSPrimeiro / Os CastelosSegundo / O das QuinasII. OS CASTELOSPrimeiro / UlissesSegundo / ViriatoTerceiro / O Conde D. HenriqueQuarto / D. TarejaQuinto / D. Afonso HenriquesSexto / D. DinizSétimo (I) / D. João, O PrimeiroSétimo (II) / D. Filipa de Lencastre

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III. AS QUINAS

Primeira / D. Duarte, Rei de Portugal

Segunda / D. Fernando, Infante de Portugal

Terceira / D. Pedro, Regente de Portugal

Quarta / D. João, Infante de Portugal

Quinta / D. Sebastião, Rei de Portugal

IV. A COROA

Nun’Álvares Pereira

V. O TIMBRE

A cabeça do grifo / O Infante D. Henrique

Uma asa do grifo / D. João, O Segundo

A outra asa do grifo / Afonso de Albuquerque

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Terceiro / O Conde D. Henrique

Todo começo é involuntário.Deus é o agente.O herói a si assiste, várioE inconsciente.

À espada em tuas mãos achadaTeu olhar desce.“Que farei eu com esta espada?”

Ergueste-a, e fez-se.

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Possessio maris.

A posse do mar.

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X. O monstrengo

O monstrengo que está no fim do marNa noite de breu ergueu-se a voar;À roda da nau voou três vezes,Voou três vezes a chiar,E disse, “Quem é que ousou entrarNas minhas cavernas que não desvendo,Meus tetos negros do fim do mundo?”E o homem do leme disse, tremendo,“El-Rei D. João Segundo!”

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Três vezes do leme as mãos ergueu,Três vezes ao leme as reprendeu,E disse no fim de tremer trez vezes,“Aqui ao leme sou mais do que eu:Sou um Povo que quer o mar que é teu;E mais do que o monstrengo, que a minh’alma temeE roda nas trevas do fim do mundo,Manda a vontade, que me ata ao leme,De El-Rei D. João Segundo!”

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Pax in Excelsis.

Paz nas alturas.

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Quinto / Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer —

Brilho sem luz e sem arder,

Como o que o fogo-fátuo encerra.

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Ninguém sabe que coisa quer.Ninguém conhece que alma tem,Nem o que é mal nem o que é bem.(Que ânsia distante perto chora?)Tudo é incerto e derradeiro.Tudo é disperso, nada é inteiroÓ Portugal, hoje és nevoeiro...

 É a Hora!

  Valete, Fratres.

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Outras referências

• Mensagem anotada e comentada

A Mensagem de Fernando Pessoa, anotada e comentada (Nuno Hipólito)

http://omj.no.sapo.pt/FernandoPessoaMensagem.htm

• Fernando Pessoahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_pessoa

• Mensagemhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem_%28livro%29

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Exemplo de iluminura: Rei Arthur e sua corte

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Exemplo de iluminura em letra capitular: referência ao Salmo 80

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Os Lusíadas (Luís de Vaz Camões)

Estrutura geral e interesse históricoA5 e A6: 18/06/07

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Bem sei que a vida moderna não deixa tempo para a leitura de bons livros. Assim, envio-lhes o resumo de clássicos da literatura que muito ajudarão a engrandecê-lo culturalmente.

1) Leon Tolstoi: Guerra e Paz. Paris, Ed. Chartreuse. 300 páginas.Resumo: Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade Moscou. A mocinha casa-se com outro. Fim..................................................................................................

3) Luís de Camões: Os Lusíadas. Editora Lusitânia. 550 páginas.Resumo: Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super-gente-fina), ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Fim.

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.................................................................................................

6) William Shakespeare: Hamlet. Londres, Oxford Press. 950 páginas.

Resumo: Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.

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Sobre o gênero épico

• Narrativa em versos que retrata a história de um povo

• Presença de um personagem que representa metonimicamente o seu povo: a parte (personagem) representando a totalidade (povo)

• Presença de um narradorVer p. 54 (L.D.)

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Luís de Vaz Camões

• Nascimento: 1524 Morte: 1580• Publicação de Os Lusíadas: 1572• Inserção na estética do Classicismo

– Referências à mitologia pagã– Busca pela perfeição estética (novas formas,

consideradas mais puras)– Retomada dos valores da Antigüidade Clássica– Novas condições socioeconômicas: ascensão da

burguesia, Grandes Navegações, cultura universitáriaVer p. 138-141 (L.D.)

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Os Lusíadas: estrutura épica

• Proposição– Apresentação da obra

• Invocação– Referência às Tágides

• Dedicatória– Referência a D. Sebastião

• Narração– A história de Portugal e a viagem de Vasco da Gama

Ver p. 147-149 (L.D.)

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Canto I (e.29: decisão de Júpiter)

E porque, como vistes, têm passados

Na viagem tão ásperos perigos,

Tantos climas e céus exprimentados,

Tanto furor de ventos inimigos,

Que sejam, determino, agasalhados

Nesta costa Africana como amigos;

E, tendo guarnecida a lassa frota,

Tornarão a seguir sua longa rota.

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Canto I (e.97: cilada de Baco)

Mas o Mouro, instruído nos enganos

Que o malévolo Baco lhe ensinara,

De morte ou cativeiro novos danos,

Antes que à Índia chegue, lhe prepara.

Dando razão dos portos Indianos,

Também tudo o que pede lhe declara,

Que, havendo por verdade o que dizia,

De nada a forte gente se temia.

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Canto I (e.97: cilada de Baco)

Mas o Mouro, instruído nos enganos

Que o malévolo Baco lhe ensinara,

De morte ou cativeiro novos danos,

Antes que à Índia chegue, lhe prepara.

Dando razão dos portos Indianos,

Também tudo o que pede lhe declara,

Que, havendo por verdade o que dizia,

De nada a forte gente se temia.

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Canto I (e.100: interferência de Vênus)

Pera lá se inclinava a leda frota;

Mas a Deusa em Citere celebrada,

Vendo como deixava a certa rota

Por ir buscar a morte não cuidada,

Não consente que em terra tão remota [Quíloa]

Se perca a gente dela tanto amada,

E com ventos contrairos a desvia

Donde o piloto falso a leva e guia. [ref. Baco]

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Canto II (e.109: pedido do rei de Melinde)

Mas antes, valeroso Capitão,

Nos conta (lhe dizia), diligente,

Da terra tua o clima e região

Do mundo onde morais, distintamente;

E assi de vossa antiga geração,

E o princípio do Reino tão potente,

Cos sucessos das guerras do começo,

Que, sem sabê-las, sei que são de preço;

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Canto III (e.3: início da narração de Gama)

Prontos estavam todos escuitando

O que o sublime Gama contaria,

Quando, despois de um pouco estar cuidando

Alevantando o rosto, assi dizia:

Mandas-me, ó Rei, que conte declarando

De minha gente a grão genealogia;

Não me mandas contar estranha história,

Mas mandas-me louvar dos meus a glória.

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Canto IV

• e. 95: Episódio do Velho do Restelo– Apresenta um discurso contrário às Grandes

Navegações– O principal argumento é relativo ao

enfraquecimento e à desmilitarização do reino– Receio de novas invasões mouras na península

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Canto V (e. 41: Gigante Adamastor) p.155

E disse: Ó gente ousada, mais que quantas

No mundo cometeram grandes cousas,

Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,

E por trabalhos vãos nunca repousas,

Pois os vedados términos quebrantas

E navegar meus longos mares ousas,

Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,

Nunca arados d'estranho ou próprio lenho;

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Canto VI (e. 35: nova tempestade)

A ira com que súbito alterado

O coração dos Deuses foi num ponto,

Não sofreu mais conselho bem cuidado

Nem dilação nem outro algum desconto:

Ao grande Eolo mandam já recado,

Da parte de Neptuno, que sem conto

Solte as fúrias dos ventos repugnantes,

Que não haja no mar mais navegantes!

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Outros cantos (VIII a X)

• Ver livro didático: p. 153-154