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    SadeMental

    Preveno e Promoo em

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    96P944 Preveno e promoo em sade mental: undamentos, planejamento e Es-tratgias de interveno / organizado por Sheila Giardini Murta, Cris-tineide Leandro-Frana, Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack. Novo Hamburgo : Sinopsys, 2015.

    17,5x25cm ; 864p.

    ISBN 978-85-64468-44-3

    1. Psicologia Sade mental Fundamentos Planejamento Estra-tgias de interveno. I. Murta, Sheila Giardini. II. Leandro-Frana, Cristi-neide. III. Santos, Karine Brito. IV. Polejack, Larissa. V. Ttulo.

    CDU 159.922

    Catalogao na publicao: Mnica Ballejo Canto CRB 10/1023

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    2015

    Sade

    Mental

    Preveno e Promoo em

    Fundamentos, Planejamentoe Estratgias de Interveno

    Sheila Giardini Murta

    Cristineide Leandro-Frana

    Karine Brito dos SantosLarissa Polejack

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    Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2015Preveno e Promoo em Sade Mental: Fundamentos,Planejamento e Estratgias de Interveno

    Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-Frana,Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack (org.)

    Capa:Maurcio Pamplona

    Reviso: Danielle eixeira

    Traduo do ingls, captulos 19, 28 e 37:Jade Arbo

    Traduo do espanhol, captulos 36 e 39:Alexandre Mller Ribeiro

    Superviso editorial:Mnica Ballejo Canto

    Editorao: Formato Artes Grficas

    Sinopsys Editora

    Fone: (51) 3066-3690E-mail: [email protected]: www. sinopsyseditora.com.br

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    Agradecimentos

    Nossos agradecimentos aos membros do Grupo de Estudos em Preveno ePromoo de Sade no Ciclo da Vida (GEPPSVida Universidade de Braslia) peloengajamento e entusiasmo com que receberam e aderiram proposta de construo destelivro e por terem oerecido, por meio de suas pesquisas, a base para essa densa tarea; aosautores que, pacientemente, disponibilizaram seus conhecimentos, tempo e energia aoprocesso de elaborao e reviso dos captulos; Juliana Seidl, pela leitura e apreciao

    de diversos textos deste livro e pelo apoio dado durante a organizao deste trabalho; Editora Sinopsys, por ter assumido conosco este projeto, desde h muito sonhado, e a eleconerindo contornos, orma, cor e peso (e que peso!); e CAPES (processo 3292/13-4),pela bolsa para ps-doutoramento no exterior concedida a uma das organizadoras (S. G.Murta) durante a etapa inicial de organizao desta obra.

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    Autores

    Sheila Giardini Murta (org.). Docente no Departamento de Psicologia Clnica e orientadora noPrograma de Ps-Graduao em Psicologia Clnica e Cultura da Universidade de Braslia (UnB). In-vestiga o desenvolvimento, a avaliao, a diuso e a adaptao cultural de programas de promoode sade mental e preveno a riscos para transtornos mentais para pessoas em dierentes ases do ci-clo de vida. Coordenadora do Grupo de Estudos em Preveno e Promoo de Sade no Ciclo deVida (GEPPSVida). E-mail:[email protected].

    Cristineide Leandro-Frana (org.).Psicloga da Universidade de Braslia (UnB), doutoranda doPrograma de Ps-Graduao em Psicologia Clnica e Cultura da UnB. Mestre em Psicologia Clni-ca e Cultura pela mesma instituio e membro do Grupo de Estudos em Preveno e Promooda Sade no Ciclo da Vida (GEPPSVida/UnB). Atua na rea preveno e promoo em sademental; qualidade de vida e sade do trabalhador; preparao para a aposentadoria e envelheci-mento. E-mail:[email protected].

    Karine Brito dos Santos (org.).Psicloga, ormada em Comunicao Social com habilitao emPublicidade e Propaganda. Doutoranda do Programa de Ps-graduao em Psicologia Clnica eCultura e Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizaes pela Universidade de Bra-slia (UnB). Integrante do Grupo de Estudos em Preveno e Promoo da Sade no Ciclo da

    Vida (GEPPSVida/UnB). Atua no desenvolvimento, implementao e avaliao de estratgias depreveno violncia no namoro entre adolescentes. reas de interesse: preveno violncia nonamoro, atores de risco e de proteo, interveno do espectador, educao por pares, habilidadesde vida, empatia, qualidade da amizade e polticas pblicas. E-mail:[email protected].

    Larissa Polejack (org.). Psicloga, Psicodramatista. Doutora em Processos de Desenvolvi-mento Humano e Sade pela Universidade de Braslia (UnB). Atuou como assessora tcnicado Programa Nacional de DST/Aids do Ministrio da Sade (2001-2004) e no InternationalCenter or AIDS Care and Treatment Programs/Columbia University em Moambique(2005-2009). Proessora Adjunta do Departamento de Psicologica. Clnica do Instituto dePsicologia da UnB onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extenso em Psicologia

    da Sade. Coordenadora do INTEGRA: Grupo de estudos e intervenes em Psicologia, cro-nicidades e Polticas Pblicas de Sade e membro da Coordenao da Residncia Multiprofis-sional do Hospital Universitrio de Braslia (HUB). E-mail:[email protected]

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    Autores

    Alessandra da Rocha Arrais.Doutora em Psicologia pela UnB. Psicloga hospitalar da Secretariade Estado de Sade do Distrito Federal (SES-DF). Docente do curso de graduao em Enerma-gem e do Mestrado Profissional em Sade da Mulher e do Idoso da Escola Superior de Cincias

    da Sade (ESCS). E-mail:[email protected] urini Bolsoni-Silva.Livre docente em Psicologia Clnica, leciona nos cursos de Psi-cologia e no Programa de Ps-Graduao em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem.Trabalha com habilidades sociais, prticas educativas, problemas de comportamento, transtornosde ansiedade e depresso. E-mail:[email protected].

    Almir Del Prette. Proessor na Universidade Federal de So Carlos (UFSCar). Doutor em Psi-cologia pela Universidade de So Paulo. Pesquisador nvel I do CNPq. Supervisor e autor de li-vros, testes e artigos sobre habilidades sociais e relaes interpessoais (http://www.rihs.uscar.br).E-mail:[email protected].

    Ana Aparecida Vilela Miranda.Psicloga pela UnB. Mestranda do Departamento de Psicolo-gia Clnica e Cultura do Instituto de Psicologia, e integrante do Grupo de Estudos em Preven-o e Promoo da Sade no Ciclo da Vida (GEPPSVida) do Instituto de Psicologia da UnB.E-mail:[email protected].

    Andria R. Andrade.Graduada em Farmcia-Bioqumica pela USP. Ps-graduada em Admi-nistrao de Empresas pela FGV. Mestre em Psicologia pela UFSCar. E-mail:andreia. [email protected].

    Arthur de Oliveira Corra. Psiclogo e Mestre em Psicologia Clnica e Cultura pela UnB.Doutorando em Cincia da Preveno e Sade Comunitria pela University o Miami. Respon-svel pela traduo e adaptao do Communities Tat Care Youth Survey(CTCYS) para o Brasil.Integra o Grupo de Estudos em Preveno e Promoo da Sade no Ciclo de Vida (GEPPSVi-da) da UnB. E-mail:[email protected].

    Augusto Prez-Gmez.Psiclogo. Doutor pela Universidade de Louvain, Blgica. Docente,pesquisador. Trabalha com preveno e tratamento de consumidores de drogas e lcool. Funda-dor e diretor da Corporacin Nuevos Rumbos (2002). E-mail:[email protected].

    Brbara Carvalho Ferreira. Proessora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha eMucuri, Campus Diamantina. Mestre em Educao Especial e Doutora em Psicologia pela UFS-Car. Membro do grupo de pesquisa em Relaes Interpessoais e Habilidades Sociais (http://www.rihs.uscar.br). E-mail: [email protected].

    Beatriz Montenegro.Coordenadora do Programa de Preveno do Suicdio, Diretoria de Sa-de Mental da Secretaria de Estado de Sade do Distrito Federal. Mestre e Doutora em Psicolo-gia Clnica e Cultura pela Universidade de Braslia. E-mail:[email protected].

    Camila de Sousa Pereira-Guizzo.Psicloga, com Especializao em Gesto Organizacional eRecursos Humanos. Mestree Doutora em Educao Especial pela UFSCar. Proessora Adjuntada Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC e dos Programas de Ps-GraduaoStricto Sen-suda instituio. E-mail: [email protected].

    Camila R. Ferreira.Graduanda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisa intervenes psicoeducativas paracuidadores que assistem idosos com Alzheimer, visando melhorar suas habilidades de enrentamento

    construtivo de estresse. E-mail:[email protected] Rhe Salomon da Rosa Rodrigues.Psiclogo pela UnB. Mestrando em Psicologia pelaUniversidade Catlica de Braslia. Coordenador de Avaliao e Acompanhamento do Curso de Pre-

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    veno do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Pblicas (Edies 2012-2013 e 2014-2014).E-mail:[email protected].

    Daniela C. Belchior Mota: Psicloga, Mestre em Psicologia e Doutoranda em Psicologia pela

    UFJF. Proessora do curso de Psicologia da Universidade Presidente Antnio Carlos (UNIPAC)de Barbacena. Pesquisadora do CREPEIA-UFJF. E-mail:[email protected].

    Daniela Ribeiro Schneider. Psicloga. Mestre em Educao (UFSC). Doutora em Psicologia Cl-nica (PUC/SP). Ps-Doutorado pela Universidade de Valncia, Espanha. Proessora do Departa-mento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Bolsista produtividade em pes-quisa 2 pelo CNPQ. E-mail:[email protected].

    Debby Allen. Proessora titular na Universidade Oxord Brookes. O oco de sua pesquisa temsido no trabalho de preveno em relao ao uso indevido de substncias e problemas de sademental no contexto amiliar. Codiretora do My Strong Family Centre, um centro educacionalcujo objetivo prevenir o abuso de substncias e outros problemas de comportamento, reor-ando habilidades parentais e construindo qualidades amiliais nas comunidades atendidas atra-vs do Strengthening Families Program(SFP) 10-14 (UK). E-mail:[email protected]

    Deisy Ribas Emerich.Psicloga. Mestre. Doutoranda em Psicologia Clnica pela Universidadede So Paulo. Proessora do Curso de Psicologia do Centro Universitrio das Faculdades Metro-politanas Unidas (FMU). E-mail:[email protected].

    Edna Maria Marturano.Proessora titular da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto-USP.Orientadora no Programa de Ps-Graduao em Psicologia da FFCLRP-USP. E-mail:[email protected].

    Edwiges Ferreira de Mattos Silvares.Psicloga. Proessora colaboradora snior da Universida-de de So Paulo. Proessora titular no Departamento de Psicologia Clnica do Instituto de Psi-cologia da Universidade de So Paulo. Atua como proessora de graduao e orientadora demestrado e doutorado no Programa de Ps-graduao em Psicologia Clnica (USP). Pesquisado-ra CNPq. E-mail:[email protected].

    Elaine Cristina Minto.Psicloga. Mestre em Psicologia pela FCLRPUSP. Supervisora do PAPem Promoo de Sade na Comunidade e tutora do Programa de Residncia Multiprofissionaldo HCFMRP-USP. E-mail:[email protected].

    Eliane Maria Fleury Seidl.Psicloga. Doutora em Psicologia pela UnB. Proessora Associadado Departamento de Psicologia Clnica do Instituto de Psicologia da UnB, com atividades em

    nvel de graduao e ps-graduao. Coordenadora do Projeto Com-Vivncia, projeto de exten-so de ao contnua do Hospital Universitrio de Braslia na rea do HIV/aids. Coordenadorade Grupo de Trabalho da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Psicologia(ANPEPP), denominado Psicologia da Sade em Instituies e na Comunidade. Possui bolsade produtividade em pesquisa do CNPq. E-mail:[email protected].

    Elizabeth Joan Barham.Proessora associada no Departamento de Psicologia na UFS--Car. E-mail:[email protected].

    Eric C. Brown.Ph.D., Proessor Associado junto Universidade de Miami, Escola de MedicinaMiller, Departamento de Cincias da Sade Pblica, Diviso de Cincia da Preveno e SadeComunitria, onde dirige o curso de Cincia de Implementao para o programa de doutorado deCincia da Preveno do departamento. Trabalha no desenvolvimento, implementao e testagemdas intervenes preventivas nos Estados Unidos e na Amrica Latina. Pesquisador de um estudofinanciado pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas sobre os atores de risco para uso de dro-

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    Autores

    gas por adolescentes entre os Estados Unidos e a Colmbia, e um investigador do Estudo Comu-nitrio do Desenvolvimento dos Jovens, um estudo controlado e randomizado entre comunidadesconduzido pelo sistema de preveno Communities Tat Care(CTC). Copesquisador em um estu-do-piloto que est adaptando e implementando o sistema de preveno no Chile (que se cha-ma Comunidades Que Se Cuidan, em Espanhol), sendo consultor sobre implementao do Comu-nidades Que Se Cuidanna Colmbia. E-mail:[email protected].

    Fabin O. Olaz. Doutor em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade Nacional deCrdoba, Argentina. Diretor do Laboratrio de Comportamento Interpessoal. Proessor Adjuntode Matria Clnica Psicolgica e Psicoterapias. Supervisor clnico e coordenador acadmico doCentro Integral de Psicoterapias Contextuais. Reconhecido acilitador do programa ACT-Matrixna Argentina, Chile, Peru e Brasil, onde mais de 1000 pessoas participaram dos cursos e oficinas.E-mail:[email protected].

    Fabiana Vieira Gauy. Psicloga, Terapeuta cognitivo-comportamental com treinamento pelo

    Instituto de Beck (EUA). Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UnB. Doutora emPsicologia Clnica pela USP. Proessora substituta do Instituto de Psicologia da UnB. E-mail:[email protected].

    Francine N. F. R. Pinto.Doutoranda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisa a relao entre ha-bilidades sociais e sobrecarga em cuidadores de idosos. E-mail:rancine [email protected].

    Gilbert J. Botvin.PhD, proessor Emrito de Psicologia em Sade Pblica na Faculdade deMedicina Weill Cornell da Universidade de Cornell, na cidade de New York. Especialista reco-nhecido internacionalmente na rea de preveno de uso de lcool e tabaco e abuso de drogas.Tem mais de 250 artigos revisados por pares e captulos de livros publicados, sendo o principal

    pesquisador em vinte projetos de preveno em escolas financiados pelos Institutos Nacionaisde Sade dos EUA. O Dr. Botvin tambm presidente da National Health Promotion Associa-tes (NHPA), a qual comercializa o programa de Treinamento de Habilidades de Vida. E-mail:[email protected].

    Gisele de Rezende Franco.Psicloga. Psicodramatista. Especialista em Desenvolvimento Hu-mano: interaces prticas em educao e sade. Mestre e doutoranda em Psicologia com naseem Desenvolvimento Humano e Processos Socioeducativos na UFJF, Proessora no Curso dePsicologia da Faculdade Machado Sobrinho (FMS). E-mail:[email protected].

    Giselle Caroline Fernandes Cavados. Psicloga pela Universidade Catlica de Braslia (UCB).E-mail:[email protected].

    Heder Soares Bernardino.Proessor do Departamento de Cincia da Computao da UniversidadeFederal de Juiz Fora. Mestre e doutor em Modelagem Computacional. E-mail:[email protected].

    Henrique Pinto Gomide.Psiclogo. Mestre em Psicologia. Pesquisador do Centro de Reern-cia em Pesquisa, Interveno e Avaliao em lcool e Outras Drogas da linha de e-sade. Dou-torando em Psicologia. E-mail:[email protected].

    Isolda de Arajo Gnther. Pesquisadora colaboradora snior no Departamento de PsicologiaSocial e do Trabalho do Instituto de Psicologia da UnB. Mestre em Psicologia Social Experi-mental pela UFPB. Ph.D. em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Michigan StateUniversity, EUA. Ps-doutora pela City University o New York e pela Carl von Ossietzky Uni-

    versitt, Oldenburg, Alemanha. E-mail:[email protected].

    Janana Bianca Barletta. Psicloga. Especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamentalcom certificao da FBTC. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UnB. Doutora em

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    Cincias da Sade pela Universidade Federal de Sergipe. Membro do Grupo de Estudos em Pre-veno e Promoo de Sade no Ciclo de Vida (GEPPS-Vida UnB) e do Grupo de Trabalho(GT) Relaes Interpessoais e Competncia Social da ANPEPP. Docente do Curso de Medicina

    da FACIPLAC-DF e de Psicologia da Unip campus Braslia. E-mail:[email protected] Rodrigues da Cunha Netto. Psicloga. Especialista em Gerontologia Social pelaUFU e em Psicologia Social pelo CFP. Mestre em Psicologia pela USP. Supervisora do Programade Aprimoramento Profissional (PAP) em Promoo de Sade na Comunidade do HCFMRP-USP. E-mail:[email protected].

    Jssica de Assis Silva.Psicloga. Mestranda em Psicologia pela UFSCar. Pesquisadora do Laborat-rio de Anlise e Preveno da Violncia (Laprev). E-mail:[email protected].

    Jordana Calil Lopes de Menezes.Psicloga. Especialista em Gestalt-terapia. Mestre em Psicolo-gia pela Universidade de Braslia. Doutoranda em Psicologia da Universidade de Braslia. Proes-

    sora orientadora do Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia. E-mail:[email protected].

    Jos Marcelo Oliveira da Luz. Psiclogo. Servidor pblico da Secretaria Geral da Presidnciada Republica. Mestrando em Psicologia Clnica e Cultura pela Universidade de Braslia e inte-grante do GEPPSVida Grupo de Estudos em Preveno e Promoo de Sade no Ciclo deVida. E-mail:[email protected].

    Joyce Santos.Enermeira, licenciada pela UnB. Especialista em Enermagem em Estomatera-pia. Mestranda em Enermagem pela mesma Instituio. Atua no Programa de Preparao paraAposentadoria da Coordenadoria de Ateno Sade e Qualidade de Vida/Diretoria de Sa-de do Decanato de Gesto de Pessoas da UnB. E-mail:[email protected].

    Juliana Meja-rujillo.Assistente Social. Mestranda em Antropologia na Universidade dos An-des. Coordenadora Nacional de Atividades Comunitrias da Corporacin Nuevos Rumbos.E-mail:[email protected].

    Kenneth W. Griffin.PhD, MPH, Proessor de Sade Pblica na Faculdade de Medicina WeillCornell e consultor para o NHPA. Dr. Griffin amplamente reconhecido por sua pesquisa so-bre etiologia e preveno dos comportamentos de risco de adolescentes. Tem mais de 130 arti-gos e captulos de livros publicados, alm de ser o principal pesquisador em diversos projetos fi-nanciados pelos Institutos Nacionais de Sade dos EUA. E-mail:[email protected].

    Larissa de A. Nobre Sandoval.Psicloga pela Ponticia Universidade Catlica de Gois. Mes-tre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Granada (Espanha). Integra o Grupo de Estudosem Preveno e Promoo da Sade no Ciclo de Vida (GEPPS--Vida) da UNB. Coordenou, junta-mente com Sheila Giardini Murta, a avaliao da adaptao cultural do programa Strengthening Fa-milies Program SFP 10-14 no Brasil. Scia e consultora da FLUME Consultoria em promoo debem-estar e preveno em sade mental e avaliaes. E-mail:[email protected].

    Leonardo Fernandes Martins.Psiclogo. Mestre em Psicologia. Especialista em Estatstica pelaUniversidade Federal de Juiz de Fora. Doutorando em Psicologia com o tema e-sade. Proessordo Centro Regional de Reerncia sobre Drogas da UFJF. Proessor da Faculdade Estcio de Sde Juiz de Fora. E-mail: [email protected].

    Leonardo Martins Barbosa.Psiclogo. Doutorando em Psicologia Clnica pela UnB. Pesquisae trabalha com terapia de aceitao e compromisso (ACT) e preparao para a aposentadoria.E-mail:[email protected].

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    Autores

    Liana Fortunato Costa. Psicloga. Terapeuta Conjugal e Familiar. Psicodramatista. Doutoraem Psicologia Clnica pela USP. Docente Permanente do Programa de Ps-graduao em Psico-logia Clnica e Cultura da UnB PPGPSICC/IP/UnB). E-mail:[email protected].

    Lilian Maria Borges.Psicloga. Mestre e Doutora pelo Instituto de Psicologia da UnB. Docen-te do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).E-mail:[email protected].

    Lindsey Coombes.Proessor titular no Departamento de Sade Pblica, Faculdade de Sade eCincias da Vida da Universidade Oxord Brookes. Enermeiro em sade mental. Seus atuaisinteresses de pesquisa ocam no trabalho de preveno em relao ao uso indevido de substn-cias e nos problemas de sade mental associados no contexto amiliar. Codiretor do My StrongFamily Centre (MSFC), um centro educacional com o objetivo de prevenir o abuso de substn-cias entre jovens e outros problemas comportamentais, reorando as habilidades de educaoparental e construindo qualidades amiliais nas comunidades atendidas atravs do Strengthening

    Families Program(SFP) 10-14 (RU). E-mail:[email protected] Bandeira da Silva. Psicloga pela Universidade Estadual da Paraba, Mestranda emCincias das Religies pela Universidade Federal da Paraba. Proessora substituta da Universi-dade Estadual da Paraba e pesquisadora do Grupo Nous: Espiritualidade e Sentido. E-mail:[email protected].

    Luc Vandenberghe.Doutor em Psicologia pela Universit de l' tat Lige, Blgica (revalidadopela UnB). Mestre em Psicologia Clnica e do Desenvolvimento pela Rijksuniversiteit Gent,Blgica. Psicoterapeuta e Terapeuta de Casal na Alemanha de 1989 at 1994, e depois no Bra-sil. Leciona e supervisor clnico na PUC Gois. Orienta nos nveis de mestrado e doutorado.

    E-mail:[email protected] Cavalcanti de Albuquerque Williams. Proessora Titular do Programa de Ps-Gradua-o em Psicologia da UFSCar onde undou, em 1998, o Laboratrio de Anlise e Preveno daViolncia (LAPREV) vinculado ao Departamento de Psicologia que az pesquisa, ensino e inter-veno em violncia intraamiliar e escolar. Pesquisadora de Produtividade do CNPq. E-mail:[email protected].

    Luciana Carla dos Santos Elias.Docente do Departamento de Psicologia da FFCLRP-USP. Orien-tadora no Programa de Ps-Graduao em Psicologia da FFCLR-USP. Coordenadora do Laborat-rio de Psicologia da Educao e Escolar (LAPEES). E-mail:[email protected].

    Lynn Rosalina Gama Alves.Ps-doutorado em Jogos Eletrnicos e Aprendizagem pela Univer-sidade de Turim. Proessora Titular do Programa de Ps-graduao em Educao e Contempo-raneidade na UNEB. Proessora do Programa de Ps-Graduao em Modelagem Computacio-nal e Tecnologia Industrial e Gesto e Tecnologia Industrial no SENAI CIMATEC. Coorde-nadora do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Jogos Digitais Comunidades Virtuais.E-mail:[email protected].

    Marcelo avares. Proessor Adjunto e coordenador do Ncleo de Interveno em Crise e Prevenodo Suicdio do Programa de Ps-graduao em Psicologia Clnica e Cultura do Instituto de Psicolo-gia da UnB. Mestre e Doutor em Psicologia Clnica pela Alliant International University. Membroda International Association or Suicide Prevention (IASP). E-mail:[email protected].

    Mrcia Helena da Silva Melo.Docente do Departamento de Psicologia Clnica do Instituto de Psico-logia da Universidade de So Paulo. Orientadora dos Programas de Ps-graduao em Psicologia Clni-ca e em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, na mesma universidade. E-mail:[email protected].

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    Autores

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    Maria Angela Mattar Yunes. Psicloga. Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universityo Dundee, Esccia, Doutora em Educao: Psicologia da Educao (PUC/SP), Pesquisadora doCNPq. Proessora permanente no Programa de Ps-Graduao em Educao no Centro Universit-

    rio La Salle, UNILASALLE/Canoas, RS. Colaboradora no Programa de Ps-Graduao em Educa-o Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Fundadora do Centro de EstudosPsicolgicos sobre Meninos e Meninas de Rua (CEP-RUA) da FURG. Coordenadora do Centro deReerncia e Ateno s Famlias (CRAF) Unilasalle. E-mail:[email protected].

    Maria Aparecida Penso. Psicloga. Terapeuta Conjugal e Familiar, Psicodramatista. Doutora emPsicologia Clnica pela UnB. Ps-doutora em Psicossociologia pela Universidade Federal Flumi-nense. Proessora do Programa de Ps-Graduao em Psicologia da Universidade Catlica de Bra-slia (UCB). E-mail:[email protected].

    Maria Aparecida Prioli Bugliani.Psicloga. Especialista em Psicologia Escolar pelo CFP. Su-pervisora do Programa de Aprimoramento Profissional em Promoo de Sade na Comunidadedo HCFMRP-USP. E-mail:[email protected].

    Maria Ftima Olivier Sudbrack.Proessora Titular no PCL/IP/UnB. Coordenadora do Progra-ma de Estudo e Ateno s Dependncias Qumicas. Coordenadora Institucional do Curso dePreveno do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Pblicas (2013-2014), Presidente daABRAMB (2013-2015). E-mail:[email protected].

    Maria Fernanda Jorge Lorenzini.Graduanda em Psicologia pela UFSCar. E-mail:[email protected].

    Maria Henriqueta Camarotti.Neurologista. Psiquiatra. Homeopata. Especialista em Sade doTrabalhador. Mestre em Psicologia. Gestalterapeuta, ormadora da Terapia Comunitria Inte-grativa no Brasil e em outros pases. E-mail:[email protected].

    Maria Ins Gandolfo Conceio. Psicloga. Psicodramatista. Doutora em Psicologia pelaUnB. Proessora Associada do PCL/IP/UnB. Proessora do Programa de Ps-graduao emPsicologia Clnica e Cultura da PSICC/UnB. Editora-chee da revista Psicologia: eoria e Pes-quisa. Ps-Doutorados pela Universidade Federal Fluminense e pela University o Toronto.Coordenadora Geral do Curso de Preveno do Uso de Drogas para Educadores de EscolasPblicas (2013-2014). Primeira Tesoureira da ABRAMB (2013-2015). E-mail: [email protected].

    Maria Izabel afuri.Psicloga. Psicanalista. Proessora Associada do Instituto de Psicologia da

    UnB. Orientadora de Mestrado e Doutorado do Programa de Ps-Graduao em PsicologiaClnica e Cultura do Instituto de Psicologia da UnB. E-mail:[email protected].

    Maria Luiza Marinho-Casanova.Docente do Departamento de Psicologia Geral e Anlise doComportamento da Universidade Estadual de Londrina. Graduao em Psicologia pela UEL.Doutorado pela USP. Ps-doutorados pela Universidade de Granada e pela USP na rea de Psi-cologia Clnica. E-mail:[email protected].

    Marina Pedralho.Psicloga e bacharel em Psicologia pela UnB. Especialista em Terapia Cog-nitivo-Comportamental pelo Instituto Capacitar. Consultora do Ministrio da Sade, no Pro-grama Fortalecendo Famlias. Psicloga Clnica. E-mail:[email protected].

    Marisa Cosenza Rodrigues. Psicloga. Especialista em Psicologia Escolar e Aprendizagem pelaPUC-Campinas. Mestre em Psicologia Social pela UGF. Doutora em Psicologia pela PUC-Campinas. Proessora Associada da UFJF (graduao e ps-graduao). Coordenadora do Cur-

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    Autores

    so de Especializao em Desenvolvimento Humano na UFJF. Tutora do Programa de EducaoTutorial do MEC/PET-Psicologia/UFJF. E-mail:[email protected].

    Nara Amlia Caron.Mdica. Psicanalista de crianas, adolescentes e adultos. Membro eetivo

    da Sociedade Psicanaltica de Porto Alegre (SPPA). Analista didata do Instituto da SPPA. Foidiretora do Ncleo de Inncia e Adolescncia da SPPA no perodo de 2010-2011. superviso-ra de grupos de observao da relao me-beb segundo o mtodo Bick. Desenvolve interven-o e pesquisa com o mtodo Bick e suas aplicaes a etapas primitivas do desenvolvimentoemocional, como gravidez, parto e prematuridade. E-mail: [email protected].

    Paulo Celso Pereira.Psiclogo Judicirio. Proessor no Centro Universitrio UNIFAFIBE e noIMES Catanduva, graduao em Psicologia pela UNESP (Campus de Assis). Mestre e Doutorem Educao Especial, junto ao Programa de Ps-Graduao em Educao Especial da UFS-Car. E-mail:[email protected].

    Pedro Henrique Antunes da Costa.Psiclogo. Mestre e Doutorando em Psicologia pela UFJF.Pesquisador do Centro de Reerncia em Pesquisa, Interveno e Avaliao em lcool e outrasDrogas (CREPEIA-UFJF). Proessor do Curso de Psicologia da Faculdade Machado Sobrinho,de Juiz de Fora. E-mail:[email protected].

    Raquel Souza Lobo Guzzo.Docente do Programa de Ps-Graduao e Graduao em Psicolo-gia da Ponticia Universidade Catlica de Campinas. Mestre e Doutora em Psicologia Escolar,Ps-Doutorado no Centro de Estudos Comunitrios da Universidade de Rochester, New York.E-mail:[email protected].

    Renatha El Rafihi-Ferreira.Psicloga. Mestre em Anlise do Comportamento pela Universi-dade Estadual de Londrina. Doutora em Psicologia Clnica pela Universidade de So Paulo. E-mail para contato: [email protected].

    Ricardo Gorayeb. Proessor Associado da Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto, USP. Co-ordenador do Servio de Psicologia do HCFMRP-USP. Presidente da Sociedade Brasileira dePsicologia, gesto 2014-2015. E-mail:[email protected].

    Rita Sobreira Lopes. PhD em Psicologia pela Universidade de Londres. Proessora Titulardo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Proes-sora do Curso de Ps-Graduao em Psicologia da UFRGS, com nase no DesenvolvimentoEmocional Primitivo. Pesquisadora do CNPq e uma das coordenadoras do Ncleo de Inn-cia e Famlia do Instituto de Psicologia da UFRGS. Desenvolve pesquisa e interveno com o

    mtodo Bick e suas aplicaes a etapas primitivas do desenvolvimento emocional, como gra-videz, parto e prematuridade. E-mail:[email protected]

    Rosana Shuhama.Psicloga. Doutora em Cincias pela FMRPUSP. Supervisora colaboradora doPAP em Psicologia Clnica e Hospitalar do HCFMRP-USP. E-mail:[email protected].

    Samia Abreu. Psiclogapela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestre pelo Progra-ma de Psicologia Clnica e Cultura da UnB. Coordenadora nacional de programas preventivasdo Ministrio da Sade, sendo responsvel pela adaptao, implantao e disseminao das in-tervenes de preveno do uso de drogas em escolas, amlias e comunidades e como scia daFLUME Consultoria. Membro do Grupo de Estudos em Preveno e Promoo de Sade no Ci-

    clo de Vida (GEPPSVida) da UnB. E-mail: [email protected] Izbicki.Psicloga. Especialista em Terapia Comportamental. Mestre em Psicologia Clni-ca pelo Instituto de Psicologia da Universidade de So Paulo. E-mail: ([email protected]).

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    Autores

    xv

    Silvia Renata Lordello. Proessora Adjunta do Departamento de Psicologia Clnica da Univer-sidade de Braslia (UnB). Coordenadora do Laboratrio de Famlia, Grupos e Comunidade naUnB. Doutora em Psicologia Clnica e Cultura pela UnB. Mestre em Psicologia do Desenvolvi-

    mento pela UnB. Especialista em Psicopedagogia pela UnB. E-mail:[email protected] Pereira Dias. Proessora do Centro Universitrio de Votuporanga (UNIFEV) e da UFSCar.Doutora em Psicologia pela UFSCar. Pesquisadora e autora de artigos sobre habilidades sociais.Membro do grupo de pesquisa em Relaes Interpessoais e Habilidades Sociais (http://www.rihs.uscar.br). E-mail:[email protected].

    elmo Mota Ronzani. Psiclogo. Mestre em Psicologia Social. Doutor em Cincias da Sade.Ps-Doutor em Sade Pblica e Sade Mental. Proessor do Programa de Ps-Graduao em Psi-cologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Coordenador do Centro de Reernciaem Pesquisa, Avaliao e Interveno em lcool e outras Drogas (CREPEIA-UFJF). Bolsista deProdutividade CNPq. E-mail:[email protected].

    eresa C. Freire.Psicloga Clnica de Abordagem Sistmica. Mestre em Psicanlise Clnica eCultura pela UnB. Terapeuta comunitria e uncionria pblica. E-mail: [email protected].

    Tauana Nayara Gomes avares. Graduada em Psicologia pela UnB. Aluna de Ps-graduaoLato Senso em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Instituto Capacitar. Psicloga da Cl-nica Dilogo. E-mail:[email protected].

    Tiago Antonio Avellar de Aquino. Proessor da Universidade Federal da Paraba. Lder doGrupo Nous: Espiritualidade e Sentido (CNPq). Proessor da Ps-graduao em Cincias dasReligies da UFPB na linha de pesquisa Espiritualidade e Sade. E-mail:[email protected].

    Tiago Costa Rizuti da Rocha. Graduando em Cincia da Computao e bolsista de iniciaocientfica pela Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail:[email protected].

    Zilda A. P. Del Prette. Proessora Titular da UFSCar. Doutora em Psicologia pela Universidadede So Paulo. Pesquisadora nvel IA do CNPq. Supervisora e autora de livros e artigos em habili-dades sociais e relaes interpessoais (http://www.rihs.uscar.br). E-mail:[email protected].

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    Prefcio............................................................................................ 23 Ileno Izdio da Costa

    Apresentao.................................................................................... 31 Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-Franca,

    Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack

    PARTEI Fundamentos

    1 Da sade mental ateno psicossocial: trajetriasda preveno e da promoo de sade........................................... 34

    Daniela Ribeiro Schneider

    2 Preveno e promoo em sade mental:pressupostos tericos e marcos conceituais..................................... 54

    Samia Abreu, Janana Bianca Barletta e Sheila Giardini Murta

    3 Preveno e promoo em sade mental no curso de vida:indicadores para a ao................................................................. 75

    Sheila Giardini Murta, Isolda de Arajo Gnther e Raquel Souza Lobo Guzzo

    4 Dimenses conceituais da resilincia e suasinterfacescom risco e proteo..................................................................... 93

    Maria Angela Mattar Yunes

    5 Teorias e modelos explicativos em preveno e promoo da

    sade orientados para o indivduo e para a comunidade................... 113 Lilian Maria Borges e Janana Bianca Barletta

    Sumrio

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    Sumrio

    PARTEII Etapas no planejamento de programas

    6 Avaliao de necessidades em sade mental:

    utilizando mtodos participativos................................................... 152 Telmo Mota Ronzani, Daniela C. Belchior Mota ePedro Henrique Antunes da Costa

    7 Desenvolvimento de programas preventivos ede promoo de sade mental....................................................... 168

    Sheila Giardini Murta e Karine Brito dos Santos

    8 A implementao de programas de promoo epreveno no mbito da sade mental............................................ 192

    Karine Brito dos Santos e Sheila Giardini Murta

    9 Avaliao de programas de preveno epromoo em sade mental........................................................... 212

    Mrcia Helena da Silva Melo, Daniel Rhe

    Salomon da Rosa Rodrigues e Maria Ins Gandolfo Conceio

    10Adoo, disseminao e sustentabilidade de programaspreventivos e de promoo em sade mental................................... 230

    Mrcia Helena da Silva Melo e Sarah Izbicki

    11Adaptao cultural de programas de preveno e promooem sade mental baseados em evidncias...................................... 249

    Larissa de A. Nobre Sandoval, Arthur de Oliveira Corra e Samia Abreu

    PARTEIII Estratgias para interveno

    12Oficinas baseadas em metodologias participativas........................... 264 Larissa Polejack e Eliane Maria Fleury Seidl

    13A visita domiciliar como estratgia de preveno em sade mental:interveno com mulheres vtimas de violncia domstica................ 284

    Paulo Celso Pereira e Lcia Cavalcanti de Albuquerque Williams

    14Quando iguais fazem a diferena: o que estamos tentando alcanarcom a estratgia da educao de pares?......................................... 301

    Karine Brito dos Santos e Larissa Polejack

    15Habilidades sociais ao longo do desenvolvimento: perspectivas

    de interveno em sade mental.................................................... 318 Zilda A. P. Del Prette, Brbara Carvalho Ferreira,

    Talita Pereira Dias e Almir Del Prette

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    Sumrio

    xix

    16Intervenes breves aplicadas preveno epromoo em sade mental........................................................... 341

    Cristineide Leandro-Frana, Janana Bianca Barletta,

    Sheila Giardini Murta e Thauana Nayara Gomes Tavares

    17Gamese sade: trilhando caminhos na interdisciplinaridade............. 368 Camila de Sousa Pereira-Guizzo e Lynn Rosalina Gama Alves

    18Intervenes computadorizadas customizadaspara mudana de comportamentos................................................. 381

    Henrique Pinto Gomide, Heder Soares Bernardino,

    Leonardo Fernandes Martins, Thiago Costa Rizuti da Rocha

    e Telmo Mota Rozani

    19Treinamento de habilidades para a vida.......................................... 405 Gilbert J. Botvin e Kenneth W. Griffin

    20Desenvolvimento positivo: origem, conceito e prtica....................... 419Jordana Calil Lopes de Menezes e Ana Aparecida Vilela Miranda

    21Mindfulness, aceitao e valores: conceitos e usos empsicoterapia, preveno e promoo em sade mental..................... 434Leonardo Martins Barbosa e Luc Vandenberghe

    22Promoo do sentido da vida: diretrizes e aplicaes....................... 457 Thiago Antonio Avellar de Aquino, Jos Marcelo Oliveira da Luz

    e Lorena Bandeira da Silva

    23Interveno com pais para preveno de problemasde comportamento na infncia....................................................... 473

    Edwiges Ferreira de Mattos Silvares, Renatha El Rafihi-Ferreira

    e Deisy Ribas Emerich

    24O Programa ACT para educar crianas em ambientes seguros:da elaborao avaliao.............................................................. 489

    Jssica de Assis Silva e Lcia Cavalcanti de Albuquerque Williams

    25O grupo multifamiliar como instrumento de preveno..................... 508 Liana Fortunato Costa e Maria Aparecida Penso

    26Intervenes na Escola.................................................................. 520 Edna Maria Marturano, Alessandra Turini Bolsoni-Silva

    e Luciana Carla dos Santos

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    Sumrio

    27Terapia comunitria integrativa e sade mental:princpios que se entrelaam.......................................................... 538

    Teresa C. Freire e Maria Henriqueta Camarotti

    28 Mobilizando comunidades para a preveno dasade e de problemas de comportamento de jovens......................... 558Eric C. Brown

    PARTEIV Relatos de experincias

    29A funo teraputica e preventiva de um acompanhamentodurante a gestao: aplicao do mtodo Bickaosetting ultrassonogrfico................................................................ 582

    Nara Amlia Caron e Rita Sobreira Lopes

    30O pr-natal psicolgico como fator de proteo depresso ps-parto...................................................................... 601

    Alessandra da Rocha Arrais, Silvia Renata Lordello

    e Giselle Caroline Fernandes Cavados

    31Promoo em sade mental da criana e da famlia

    a partir dos indicativos do autismo: uma experinciado servio de psicologia em universidade pblica............................. 622

    Maria Izabel Tafuri

    32Interveno manualizada para atendimento de crianas ansiosas...... 639 Fabiana Gauy e Edwiges Ferreira de Mattos Silvares

    33Escola de valores: experincias de um projeto na comunidadepara preveno da violncia e do uso de drogas com crianas........... 654

    Maria Luiza Marinho-Casanova

    34Programa de habilidades de vida para adolescentes em situaode vulnerabilidade social: relato de uma pesquisa-interveno.......... 677

    Gisele de Rezende Franco e Marisa Cosenza Rodrigues

    35A preveno do uso de drogas nas escolas pblicas do Brasil............ 695 Maria Ins Gandolfo Conceio e Maria Ftima Olivier Sudbrack

    36Implementao de um sistema preventivo baseado

    em evidncias: perspectivas para a Amrica Latina.......................... 713Augusto Prez-Gmez e Juliana Meja-Trujillo

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    Sumrio

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    37O Programa Fortalecendo Famlias SFP10-14 UK:um estudo de caso........................................................................ 733

    Lindsey Coombes e Debby Allen

    38Estratgias preventivas do suicdio com adolescentes nas escolas..... 757 Marcelo Tavares, Silvia Renata Lordello e Beatriz Montenegro

    39Promoo da sade mental atravs do treinamento emflexibilidade psicolgica utilizando a ACT-Matriz.............................. 778

    Fabin O. Olaz

    40Ensino de habilidades de vida no ambiente de trabalho:

    interveno para promoo de sade de profissionaisde um hospital geral..................................................................... 804 Jaqueline Rodrigues da Cunha Netto, Elaine Cristina Minto,

    Rosana Shuhama, Maria Aparecida Prioli Bugliani e Ricardo Gorayeb

    41Planejamento para aposentadoria: relato de intervenoem um grupo de homens de meia idade.......................................... 823

    Cristineide Leandro-Frana, Joyce Santos e Marina Pedralho

    42Fundamentos e estratgias de interveno para a promoo

    de sade mental em cuidadores de idosos....................................... 844 Elizabeth J. Barham, Francine N. F. R. Pinto, Andria R. Andrade,Maria Fernanda J. Lorenzini e Camila R. Ferreira

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    Preaciar um livro sempre uma honra, um desafio e um prazer ao mesmotempo. Honra porque pedida a honrosa contribuio de azer um texto queespelhe, ressalte, critique, evidencie e avalie (em termos globais) as contribuiesde seus contedos e de seus autores. O que torna essa tarea, por certo, um desafio,pois tal complexidade demanda uma imerso nos temas, nas discusses, nosestudos e nas ideias que o livro contm. Aqui, ento, entra a dimenso do prazer,

    pois o preaciador tambm aprende, questiona, pergunta, reafirma, contrape-see, acima de tudo, posiciona-se. E isso o que se espera do destinatrio final daobra: o(a) leitor(a). Eis mais uma complexa tarea: o preaciador, ao se tornar umleitor atento, tem que se tornar perspicaz, sensvel e colaborador, sem abrir mode ser crtico. Novamente aqui a dimenso do prazer. Prazer de ler, de pensarcom (ou contra) os autores, de navegar pelo o que no sabia, de azer imerso nonovo, de posicionar-se para, ao final, emergir com novos pensamentos, posturas ereflexes sobre o(s) tema(s) em questo. Por tudo isso que, de pronto, agradeo

    s organizadoras e aos(s) autores(as) o convite para empenhar tarea to sutil ecomplexa ao mesmo tempo. Tentarei corresponder a tantas demandas.

    O presente livro tem o inequvoco objetivo de ortalecer o ensino dapreveno e promoo em sade mental no Brasil. Cumpre esse desafio comrara, aproundada e audaciosa coletnea ao apresentar o percurso histrico e osundamentos conceituais da pesquisa em preveno e promoo em sade mental,ao descrever teorias e modelos explicativos teis no embasamento de programasde preveno e promoo em sade mental, ao discutir as etapas de planejamento

    de tais programas, ao evidenciar dierentes estratgias de interveno, tais comooficinas baseadas em mtodos participativos, visitas domiciliares, treinamentoem habilidades sociais, educao por pares, intervenes breves, intervenes

    Prefcio

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    oerecidas via computador, grupos multiamiliares e terapia comunitria, e,por fim, ao apresentar experincias de intervenes para pessoas ao longo docurso da vida, desde a gestao at a velhice, em espaos variados, como escolas,instituies de sade, organizaes e comunidade.

    Por certo, interessar aos profissionais que atuam em dierentes contextos,como escolas, universidades, servios de sade mental, maternidades, hospitais,unidades bsicas de sade e centros de reerncia em assistncia social, alm deinteressar na ormao de graduao das reas de Psicologia, Psiquiatria, ServioSocial, Pedagogia e Gesto de Polticas Pblicas. Isto sem esquecer pesquisadorese alunos de ps-graduao dessas reas. Por conseguinte, daquelas obras queinteressa tambm, e inequivocamente, a todo e qualquer pblico que esteja

    atento s complexidades ps-modernas da promoo em sade mental, aos seusundamentos, aos seus planejamentos e s estratgias de interveno, como ottulo claramente anuncia.

    E no toa que, por sua qualidade de livro denso, candidata-se a ser umcompndio que marcar definitivamente a rea.

    Dividido em quatro partes absolutamente necessrias (undamentos,planejamento de programas, estratgias para interveno e relatos de experincia)e congregando exponenciais autores(as) das mais dierentes reas de pesquisa,

    estudo e atuao, de dierentes universidades brasileiras e internacionais, ascontribuies de cada captulo em particular (e do livro como um todo) so deuma contemporaneidade mpar, epistmica e filosfica, digna de todos os elogiose registros de bem-vindas. Em especial, numa rea geral a sade mental ,que tanto carece de cada vez mais trabalhos que a consolidem no como umacaixinha da sade em geral, mas como uma transversalidade que perpassa todoe qualquer ser humano.

    Pois bem, ao me ser dado espao to privilegiado para essa interlocuo

    e discusso, creio que, por minha insero na rea, cabe a mim, mesmo quesucintamente, dizer algumas palavras sobre algumas questes filosficas ouconceituais acerca do conceito sade mental, posto que o a mais eito commaestria por todos os captulos e autores que se sucedem.

    Sabe-se que as mudanas que aconteceram ao longo do tempo para asociedade influenciam diretamente o pensar e o agir sobre diversas questes, o queno seria dierente sobre a sade. O pensamento que se tinha sobre a sade temressurgido recorrentemente nos mais diversos cenrios e contextos contemporneos.

    Os sistemas de sade mostram-se cada vez mais atentos para a importncia devoltar s origens, onde a subjetividade, o empoderamento, a territorialidade, acomunidade e o contato com a natureza azem toda a dierena, quando se ala

    24

    Prefcio

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    tanto em sade como em doena. Temos o retorno da intererncia no somente dohomem no ambiente em que vive, mas tambm da influncia do ambiente sobre asade mental e sica do homem, podendo azer-lhe bem ou no, demandando aostempos modernos adensar os demais caminhos, desde como entender e manejar,da preveno ao tratamento, passando inevitavelmente pela promoo da sade.

    Ter sade, portanto, implica no somente a ausncia de doenas, indo muitoalm at mesmo da definio da Organizao Mundial de Sade sobre sade.Impe-se, como o presente livro evidencia, utilizar os pressupostos da promooda sade como estratgia para o (re)pensar no modelo de sade, incorporando oindivduo e a coletividade de acordo com suas necessidades, seus determinantes econdicionantes em sade e, porque no dizer, em sua vida como um todo.

    Dessa eita, a promoo da sade aponta, na contemporaneidade, para no-vas propostas de polticas pblicas, com o envolvimento articulado entre governoe populao, partindo do pressuposto que a participao social determinantepara desenvolver aes que assegurem uma sade mais digna e que atenda s suasreais necessidades. Assim, as polticas pblicas de tratamento, de preveno e depromoo da sade se impem, pois refletem o meio em que os cidados vivem edeterminam as condies de sade, bem-estar ou de doena, sica ou mental.

    Bem sabemos que a sade pblica/sade coletiva definida genericamente

    como campo de conhecimento e de prticas organizadas institucionalmente eorientadas promoo da sade das populaes (Sabroza, 1994).

    A sade e o adoecer so ormas pelas quais a vida se maniesta. Correspon-dem a experincias singulares e subjetivas, impossveis de serem reconhecidas esignificadas integralmente pela palavra. Contudo, por intermdio da palavraque o doente expressa seu mal-estar, da mesma orma que o profissional da read significao s queixas de seu paciente. na relao entre a ocorrncia doenmeno concreto do adoecer, a palavra do paciente e a do profissional de

    sade que ocorre a tenso remetida questo que se destaca aqui. Esta se situaentre a subjetividade da experincia da doena e a objetividade dos conceitosque lhe do sentido e prope intervenes para lidar com semelhante vivncia.

    Nietzsche (1983), que adota o vital como ponto de vista bsico, aorelacionar medicina e filosofia, mostra a dimenso de amplitude que o termosade evoca, quando afirma: Ainda estou espera de um mdico filosfico, nosentido excepcional da palavra um mdico que tenha o problema da sadegeral do povo, tempo, raa, humanidade, para cuidar , ter uma vez o nimo

    de levar minha suspeita ao pice e aventurar a proposio: em todo o filosoarat agora nunca se tratou de verdade, mas de algo outro, digamos sade, uturo,crescimento, potncia, vida (p. 190).

    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    A ideia de promoo envolve a de ortalecimento da capacidade individual ecoletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da sade. Promoo,nesse sentido, vai alm de uma aplicao tcnica e normativa, aceitando-se queno basta conhecer o uncionamento das doenas e encontrar mecanismospara o seu controle. Essa concepo diz respeito ao ortalecimento da sadepor meio da construo da capacidade de escolha, bem como utilizao doconhecimento com o discernimento de atentar para as dierenas e singularidadesdos acontecimentos.

    Isso bastaria para problematizarmos a cientificidade do conceito desade mental, em suas dimenses epistemolgicas e hermenuticas. Porm, porconciso, apenas provocarei alguns aspectos que, por certo, no decorrer desta

    obra, estaro exemplificados ou problematizados.Almeida Filho et al. (1999) questionam (o que chamou de uma questo

    filosfica secular) se a sade se constitui de uma noo vulgar ou de um conceitocientfico, do porte do paradoxo de Russell (Princpios das Matemticas, 1903)ou do problema da induo de Hume (2002/1736). Segundo Canguilhem(1990), Descartes a indicou, e Kant a sistematizou como um problema de undo.Canguilhem (1966, 1990) e Gadamer (1966/1993), ento, estabeleceram umprocuo debate (epistemologia versushermenutica) com relao a esse problema

    (Almeida Filho, 1999).O trabalho filosfico de Foucault sobre a clnica e a loucura (1963, 1972,

    1976), por seu turno, aponta que, a partir da segunda metade do sculo XIX,surgiram novos padres de normalidade no mbito da medicina geral e mental,bem como no mbito das nascentes cincias humanas (sociologia e psicologia,em especial). Nesse contexto, buscava-se intervir sobre o indivduo humano, seucorpo, sua mente, e no apenas sobre o ambiente sico, para com isso normaliz-lo para a produo mercantilista. Dessa perspectiva, o ser humano, a exemplo

    da mquina, poderia ser programado, uncionar e ser consertado. Almeida filhoet al. (1999) afirmam que a medicina mental, a psicologia e as cincias sociaisaplicadas passaram a discutir as possibilidades normais de rendimento do homem,suas capacidades, bem como os parmetros do uncionamento social normal.

    Assim, os conceitos implcitos do primeiro Foucault (1954/1976; 1963)problematizam a definio de sade como capacidade adaptativa (ou submissa)aos poderes disciplinares de corpos e atos. Relembra Foucault (1963) que, nopor acaso, a palavra normal, derivada do nomos(grego) e de norma(latino, cujo

    significado lei), surgida sculo XVIII, significaria aquilo que no se inclinanem para a direita, nem para a esquerda, conservando-se num justo meio-termo.Sabemos que a temtica da normalidade oi tratada desde a Grcia antiga,

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    Prefcio

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    ressurgindo esse termo com o movimento da Revoluo Francesa, quandoa burguesia instaura uma nova ordem como pressuposto/norma para toda asociedade, a ento nascente ordem econmica capitalista. Com isso, fica claro, ea medicina adotou essa nova postura normativa.

    Especificamente no campo da sade mental, interessante lembrar queFoucault (1972), realizando uma retrospectiva histrica sobre as transormaesoperadas no conceito de loucura, constatou que, do sculo XV at o sculo XVIII,a loucura oi definida pela sua dimenso negativa, a partir de uma lgica binria,como sendo o oposto da razo: o desatino, a desrazo. A partir do sculo XIX,entretanto, sob a diversidade das ormulaes cientficas de dierentes autoresmdicos (Esquirol, Broussais, Janet, Bleuler e Freud), manteve-se uma estrutura

    antropolgica de trs termos homem, loucura e verdade que substituiu aestrutura binria do sculo XVIII (verdade e erro, mundo e antasma, ser eno ser). O louco do sculo XIX no era mais o insensato do sculo XVIII,mas o alienado, sendo ao mesmo tempo a verdade e o contrrio da verdade, elemesmo e outra coisa que no ele mesmo. Do mesmo modo que, no sculo XIX,a doena no era tida como a perda completa da sade, a loucura tambm noera concebida como perda total da razo, mas como uma contradio na prpriarazo que ainda existia, da a possibilidade de sua cura.

    Afirmam ainda Almeida Filho et al. (1999) que, de acordo com oCanguilhem (1966), a perda da possibilidade de testar a sade atravs da doena patolgica. Sade enquanto pereita ausncia de doena situa-se no campo dapatologia. Nessa perspectiva, o limiar entre a sade e a doena singular, aindaque influenciado por planos que transcendem o estritamente individual, como ocultural e o socioeconmico. Em ltima instncia, a influncia desses contextosd-se no nvel individual. Entretanto, tal influncia no determina diretamenteo resultado (sade ou doena) dessa interao, na medida em que seus eeitos

    encontram-se subordinados a processos normativos de simbolizao (p. 116).Segundo Samaja (1997, p. 278), a tese canguilhemiana de que o conceito

    de sade articula-se primordialmente ao mundo biolgico deve ser criticadatanto quanto a tese oucaultiana implcita, que proporia um conceito de sadepuramente social ou qui meramente discursivo (ideolgico-poltico). ParaSamaja (1997), o paradigma dos Sistemas Complexos Adaptativos poder servircomo base epistemolgica para a superao da antinomia biolgico-social, dadasas demandas conceituais j estabelecidas pelos desenvolvimentos e usos prticos

    da noo sade nos discursos leigos e tcnicos da modernidade. Em sua opinio, preciso conceber o conceito da sade como um objeto-sujeito, com distintasaces hierrquicas, o que permite dialetizar a sade/doenas e as prticas que a

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    constituem, deixando lugar ao reconhecimento de vrios planos de emergncia,em um sistema complexo de processos adaptativos (Samaja, 1997, p. 272).

    Incorporando elementos da hermenutica crtica contempornea, esseautor prope que o objeto-modelo sade deve operar sob quatro determinaesontolgicas essenciais (em Almeida Filho, 1999): (a) Normatividade (o objetosade normativo porque existe e consiste nas interaces hierrquicas dossistemas dinmicos sociais e biolgicos, reais e ideais, que conormam o mundohumano por meio de processos de estabelecimento e avaliao das normas deexistncia); (b) Dramaticidade (o objeto sade dramtico em dois sentidos:num sentido recursivo, na medida em que existe-consiste nos processos itera-tivos, reprodutores e transormadores das interaces e dramticos; e num sen-

    tido conflitivo, posto que cada ordem hierrquica conserva um alto nvel deautonomia e, consequentemente, de vulnerabilidade em relao s interaces);(c) Reflexividade(o objeto sade reflexivo porque existe-consiste no campo dossentidos proessados e das prticas vividas pela conduta produtora-apropriadora[especificamente humana]); e (d) Historicidade (o objeto sade possui umanatureza onto-scio-gentica: existe-consiste na dialtica dos processos estruturaisque recapitulam as gneses passadas).

    Para concluir, precisamos minimamente indicar as consequncias dessa

    viagem epistemolgico-terica para as prticas concretas de sade mental. Emsociedades complexas caracterizadas por intensa desigualdade social, como asociedade brasileira contempornea, essa problemtica se reveste ainda de maiorcentralidade, pois o conceito de transtorno mental, com base na psicopatologiabiomdica, apresenta um alto grau de estabilidade como modelo explicativo euma restrita aplicabilidade a contextos coletivos.

    Por seu turno, a subjetividade radical implcita na noo de enermidade,consoante com as teorias psicodinmicas, remete ao impasse gadameriano da

    irredutibilidade da experincia de doena mental, tanto a processos comunicativoscaractersticos do agir social quanto a modelos explicativos sistemticospossibilitadores de uma tecnologia clnica. Pelo que nos ensinou Canguilhem,os conceitos de normalidade e de patologia tambm teriam pouca utilidade nosentido de uma engenharia social da sade (e da sade mental em particular).No obstante, a teoria geral da sade do ltimo Canguilhem, indicando certasade filosfica em oposio a um conceito restrito de sade pblica, certamenteabre perspectivas para uma definio mais precisa dos objetos de interveno dos

    chamados projetos comunitrios de sade mental (Almeida Filho, 1999).Nas sociedades multiculturais que praticamente definem o que se vemchamando de ps-modernidade, o pluralismo tnico, a excluso social, a brecha

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    Prefcio

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    geracional, a desigualdade de gnero, e tantos outros processos heteronmicos,indicam a necessidade de aparelhos de cuidado psiquitrico culturalmente sensveis,a fim de pelo menos aumentar a resolutividade da sua ao. Nesse sentido, dentrodo horizonte lgico-epistemolgico explicitado no presente ensaio, no serdesejvel desenhar e planejar programas de assistncia em sade mental a partirde modelos baseados no conceito restrito de transtorno mental ou em reerenciaisde enermidade enquanto dimenso idiossincrtica do sujeito. Para aumentar aeetividade da assistncia psiquitrica, ser preciso conhecer em proundidadeas dimenses da doena-sickness em nossa sociedade. No entanto, todos essesmovimentos ainda se baseiam em uma concepo da sade mental enquanto meraausncia de doena neuropsiquitrica ou de transtornos comportamentais.

    Enfim, no que se reere ao planejamento na rea da sade mental, nose deve absolutamente conundir programas ou atividades de assistnciapsiquitrica ou de preveno de transtornos mentais com aes de promooda sade mental. Situa-se aqui a importncia crucial da conceituao positiva(mesmo que provisria e limitada) de sade mental, em todos os seus nveis,instncias e dimenses. Desde a normalidade no nvel subindividual (subsidiandocerta Psiquiatria Molecular) at o estado de sade mental no nvel individual(configurando uma sndrome de bem-estar) e da a um conceito ampliado

    de sade mental como expresso de sade social. Este ltimo pode ser tomadoem duas vertentes: por um lado, como situao de salubridade psicossocial,correspondendo ao contradomnio do conceito epidemiolgico de morbidadepsiquitrica. Por outro lado, como complexo integral e articulado de orasopositivas no sentido da constante superao dos limites da normalidade.

    Em suma, transitamos da compreenso da experincia da enermidademental compreenso da patologia neuropsiquitrica, da ao tratamento dadoena e preveno dos riscos e, finalmente, apontamos para a promoo da

    sade. Agora, ento, o conceito de sade se torna necessariamente objeto deuma perspectiva transdisciplinar e totalizadora, ora do mbito dos programas deassistncia. Objeto-modelo construdo por meio de prticas transetoriais, a sademental significa um sociussaudvel; ela implica emprego, satisao no trabalho,vida cotidiana significativa, participao social, lazer, qualidade das redes sociais,equidade, enfim, qualidade de vida. Por mais que se decrete o fim das utopias ea crise dos valores, no se pode escapar: o conceito de sade mental vincula-se auma pauta emancipatria do sujeito, de natureza inapelavelmente poltica.

    E aqui, afirmo, que reside a importncia de obras como esta que preacio,pois inserem esse debate dentro da cientificidade, da ao e da poltica pblicacomo um campo procuo para alcanar o objetivo to almejado pelo ser humano

    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    que o de manter por maior tempo possvel a sua sade. A promoo da sade,com certeza, aqui muito contribui.

    Por tudo isso (e por muito mais que a presente obra apresenta, provocae instiga) que alar, teorizar, pesquisar e atuar na dimenso da promoo dasade se torna tarea inequvoca e inadivel para a qual o presente livro contribuisobremaneira, reorando o seu carter de compndio de grande valor e previsvelimpacto na rea.

    Parabns s organizadoras, por sua herclea e dedicada tarea de reunir eorganizar autores to importantes da rea e, principalmente, por tornar esta obrano uma colcha de retalhos, mas uma linha mestra de se pensar, narrar e intervirem promoo em sade mental.

    Que venham as contribuies ulteriores, semeadas as provocaes dopensamento srio, acadmico e comprometido dos estudiosos e pesquisadoresem sade mental aqui plantados.

    Prof. Ileno Izdio da CostaUniversidade de Braslia

    REFERNCIAS

    Almeida Filho, N.; Coelho, M. T. A. & Peres,M. F. T. (1999). O conceito de sade mental.Revista USP, So Paulo, 43, 100-125, setem-bro/novembro. Disponvel em http://www.usp.br/revistausp/43/10-naomar.pd

    Canguilhem, G. O. (1966). Nouvelles R-flexions sur le Normal et le Pathologique, inLe Normal et le Pathologique. Paris: PUF.

    Canguilhem, G. O. (1990). La Sant: Conceptvulgaire et question philosophique. Toulouse:Sables.

    Gadamer, H. G. (1996/1993). Te enigma ofhealth. Caliornia: Stanord University Press.

    Hume, D. (2002/1736). Dvidas cpticas rela-tivas s operaes do entendimento. In ratadoda natureza humana. Parte 2. Trad. S. S. Fon-tes. Lisboa: Gulbenkian, 2002.

    Foucault, M. (1972). Histria da loucura. SoPaulo: Perspectiva.

    Foucault, M. (1976/1954). Mental illness &psychology. New York: Harper & Row.

    Foucault, M. (1963). Naissance de la clinique:Une archologie du rgard mdical. Paris, PUF.

    Nietzsche, F. (1983). Gaia cincia. Obras In-completas. So Paulo: Abril Cultural.

    Rusell, B. (1903). Te principles of mathemat-ics (em ingls). Cambridge: Cambridge Uni-versity Press.

    Sabroza, P. C. (1994). Sade pblica: procu-rando os limites da crise. Rio de Janeiro:Ensp/Fiocruz (Mimeo).

    Samaja, J. (1997). Fundamentos epistemolgicosde las ciencias de la salud. Tese de Doutorado,Escola Nacional de Sade Pblica/Fiocruz.

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    Prefcio

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    Antecipar-se ao adoecimento mental e promover bem-estar so, indiscuti-velmente, alvos relevantes no cenrio nacional. Se considerarmos, por exemplo,a sade mental de adultos brasileiros, sabido que a ocorrncia de transtornosmentais tem aumentando nesta populao, com prevalncia mais elevada detranstornos de ansiedade, de humor e somatoormes, em mulheres, e de trans-tornos associados ao uso de substncias psicoativas, em homens. Condies so-cioeconmicas deficitrias (desemprego, baixo nvel educacional), situao civil

    (divorciado, separado ou vivo), condies precrias de habitao e alta deacessibilidade aos bens de consumo so os possveis atores desencadeadores dealtas taxas de transtornos mentais na populao brasileira (Santos & Siqueira,2010). Estas condies, por certo, tambm aetam a sade mental de nossascrianas, adolescentes e idosos.

    Logo, o investimento em recursos didticos que encorajem o ensino e apesquisa em medidas de preveno e de promoo da sade mental altamenterecomendado. Nesta perspectiva, nos propomos a organizar este livro, composto

    por 42 captulos, agrupados em 04 partes: a primeira discute os aspectos concei-tuais e tericos em preveno e promoo em sade mental; a segunda apresentaas etapas no planejamento de programas, desde a avaliao de necessidades adaptao cultural para novos contextos; a terceira parte contm diversas estrat-gias de interveno que podem ser incorporadas em programas com fins de pre-veno e promoo de sade mental; e a quarta e ltima parte relata experinciasrealizadas em contextos diversos para pessoas desde o incio ao trmino do cursoda vida. Os autores so reconhecidos pela competncia em seus campos. So vin-culados a instituies brasileiras e estrangeiras e guardam entre si dierenas emperspectivas tericas e metodolgicas, alm de contextos e grupos-alvo de pesqui-sa diversos, o que nos parece enriquecer enormemente o contedo dos captulos.

    Apresentao

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    Segundo nosso conhecimento, trata-se de uma obra indita no pas. Por serindita, acreditamos que este volume possa contribuir para suprir a lacuna exis-tente na rea e omentar reflexes e novos azeres relativos preveno e promo-o em sade mental. Por outro lado, antecipamos limitaes e esperamos quetambm as ragilidades deste texto estimulem contraposies, como esperado aose azer cincia, que por fim alimentem o progresso do campo. Teremos cumpridonosso intuito inicial se este material consistir em uma onte de conhecimento, te-rico e prtico, til a estudantes e profissionais de vrias reas que lidam com sa-de mental e seus determinantes. Desejamos tambm que este trabalho traga luza produo nacional nesta rea, estimule o intercmbio entre grupos de pesquisanacionais e internacionais, e avorea a consolidao ou inovao em ormas de

    conceber, desenvolver, implementar, avaliar e diundir iniciativas para preveno epromoo em sade mental no Brasil embasadas em evidncias.

    As Organizadoras

    REFERNCIA

    Santos, E. G., & Siqueira, M. M. (2010).

    Prevalncia dos transtornos mentais na popu-lao adulta brasileira: uma reviso sistemtica

    de 1997 a 2009. Jornal Brasileiro de Psiquia-

    tria, 59, 238-246.

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    Apresentao

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    PARTEI

    Fundamentos

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    OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

    Ao final deste captulo, espera-se que o (a) leitor (a) seja capaz de:

    Analisar o processo de desenvolvimento do campo da sade mental, bem como

    suas contradies histricas e epistemolgicas.

    Avaliar as transformaes ocorridas no campo da sade mental e ateno psicos-

    social no Brasil e seus desdobramentos na formulao de polticas pblicas na

    rea.

    Refletir sobre as relaes entre a preveno e a promoo de sade no campo da

    ateno psicossocial e seus desafios para as intervenes no cenrio contemporneo.

    O SURGIMENTO DO CAMPO DA SADEMENTAL E SUAS TRANSFORMAES

    instigante pensar sobre a histria do desenvolvimento de um campodo saber, de uma disciplina, de uma prtica, sob o olhar da dialtica, a fim decompreender as transformaes histricas da realidade de forma no manique-sta ao considerar as condies de possibilidades materiais, sociais, culturais eepistemolgicas advindas do tecido social que gestaram contextos contradit-

    rios na base da formulao das teorias, das metodologias, dos programas e dasatividades desses campos do saber. As noes de tese, anttese e sntese ajudamna compreenso da histria que se quer verificar. A anttese encontra suas con-

    Da sade mental atenopsicossocial: trajetrias dapreveno e da promoo de sade

    1

    Daniela Ribeiro Schneider

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    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    dies de possibilidades na tese que nega, sendo a sntese, uma negao da ne-gao. Esses elementos evoluem segundo um modelo em espiral, no qual al-guns avanos, em determinado perodo, retrocedem no momento seguinte,voltando a valorizar-se logo em seguida, em um processo constante de totaliza-o, destotalizao e retotalizao, o que implica a compreenso de um movi-mento sempre inacabado, no qual, em determinadas condies, fecha-se o pro-cesso em questo, o qual voltar a se abrir s transformaes histricas emfuno de suas contradies internas, para logo em seguida totalizar-se nova-mente e, assim, sucessivamente (Sartre, 2002; Leone, 2000).

    ambm interessante pensar, dialeticamente, de que forma os movi-mentos globais (universais) influenciam os contextos nacionais e locais (singula-

    res) que, por sua vez, constituem aes que ganham desdobramentos mais am-plos e retroalimentam as transformaes mais gerais.

    Desenvolveremos aqui, portanto, o desafio de pensar sobre a constituiodo campo da sade mental a partir desse enfoque dialtico.

    O termo sade mental e a conformao de seu campo de atuao foramdefinidos a partir da proposta da Psiquiatria Preventiva e Comunitria, surgidanos Estados Unidos nos anos de 1960, cujo expoente mximo foi Dr. GeraldCaplan (enrio, 2002). O objetivo da proposta era superar, na esteira das mu-

    danas no campo da sade em geral ocorridas na primeira metade do sculoXX, o modelo da psiquiatria tradicional, que tinha seu foco de atuao centradono indivduo doente, isto , naquele que sofria de transtorno mental, cujamarca teraputica era o isolamento social por meio da internao hospitalar,chamada de lgica manicomial (Amarante, 2007).

    Naquele momento histrico do ps-guerra, sobretudo a partir da dcada de1950, comearam a surgir contestaes ao modelo de sade vigente, que se sus-tentava no que intitulamos aqui de modelo biomdico. No campo da sade men-

    tal esse modelo baseava-se na tese psiquiatrizante, surgida, por sua vez, da anttese viso medieval da sade como ddiva de Deus, e da doena e da loucura comopecado e possesso demonaca, com base no paradigma cientfico positivista,tendo se tornado hegemnica no final do sculo XIX. Seu pilar de sustentaoepistmico a noo de doena mental com os seguintes pressupostos:

    a) o termo doena traz o determinismo organicista na explicao do fe-nmeno do sofrimento psquico em suas diferentes formas de expres-so histrica. O conceito vem evoluindo ao longo desse processo, ini-

    ciando como um organicismo hipottico ou metafsico, passando pelasteorias dos miasmas, dos humores, depois pela frenologia, evoluindopara as leses neurolgicas e, por fim, para a neuroqumica cerebral,

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    Da sade mental ateno psicossocial: trajetrias da preveno e da promoo de sade

    coroada pela eficcia dos psicofrmacos e referendada pela funcionali-dade diagnstica do Manual Diagnstico e Estatstico de ranstornos

    Mentais DSM(Pessoti, 2009);b) o termo mental ligado ao racionalismo e ao dualismo cartesiano, e

    implica em uma viso subjetivista na qual o sofrimento psquico en-tendido como uma desordem de carter individual, advinda da perdada razo e do afastamento da lgica socialmente aceita.

    Consequentemente, tais concepes desdobraram-se em prticas teraputicasbaseadas no isolamento social, sustentadas pela internao em hospitais psiquitri-cos e pelo uso de diversas teraputicas fsicas como o acorrentamento, a aplicao de

    banhos quentes e frios, a lobotomia, os choques insulnicos e eltricos, a contenopor meio das camisas de fora e a vasta e indiscriminada administrao de psicofr-macos, com sua conteno qumica, a partir dos anos de 1950. Em termos polticos,o modelo psiquiatrizante implicou a retirada dos direitos de cidadania dos loucos,centrou-se no poder mdico e foi movido por interesses da chamada indstria daloucura, conhecida mais recentemente como a indstria farmacutica (Leone,2000; Sporh & Schneider, 2009; Farias & Schneider, 2009).

    As crticas tese psiquiatrizantee suas contradies geraram movimentos

    de contestao em vrias partes do mundo, com diferentes caractersticas e ver-tentes, constituindo o polo da anttese. Amarante (2007) analisa que h duastendncias bsicas nesses movimentos, sendo a primeira chamada de PsiquiatriaReformada, na qual se encontram os movimentos que fizeram crticas estrutu-ra asilar (comunidades teraputicas, na Inglaterra; Psiquiatria Institucional, naFrana) ou, ainda, que buscaram descentrar o tratamento do lcus hospitalar,estendendo a psiquiatria ao espao comunitrio (Psiquiatria de Setor, na Frana;Psiquiatria Preventiva Comunitria, nos Estados Unidos, destacada neste estu-

    do), mas cujas proposies no romperam com a lgica que sustentava o mode-lo psiquiatrizante (noo de doena mental, medicalizao da vida, entre outrosaspectos). J a segunda tendncia agrupa os movimentos que buscaram rompercom essa lgica, perseguindo o que Basaglia (1985) chamou de desinstituciona-lizao, o que significa no apenas modificar as formas de ateno loucura,mas tambm produzir modificaes na cultura, na sociedade excludente, ouseja, produzir modificaes na racionalidade social em relao ao fenmeno dosofrimento psquico. Dentro dessa tendncia encontra-se o movimento antipsi-

    quitrico, com a vertente britnica, representada por Laing, Cooper e Esterson,trazendo novos modelos de tratamento que incluam as famlias, e a vertenteamericana, representada por Tomas Szasz, com suas discusses acerca do mito

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    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    da doena mental, e por Erving Goffman, com suas crticas epistemolgicas aosconceitos e s prticas estigmatizantes da psiquiatria tradicional (Leone, 2000).Na Itlia, tivemos a psiquiatria democrtica, que produziu o desmonte dos hospi-tais psiquitricos, liderada por Franco Basaglia e sua equipe, que propunha umasociedade sem manicmios. Esta foi a principal influncia para os movimentosorganizados pelos trabalhadores em sade mental no Brasil, de 1980 em diante,que originaram a criao do movimento de luta antimanicomial e, com isto, ges-taram o que se costuma chamar de Reforma Psiquitrica Brasileira, com todos osseus dispositivos legais, tericos e tcnicos (enrio, 2002; Amarante, 2007).

    Destacaremos aqui, pela sua importncia no campo da preveno, temadesse livro, a constituio da Psiquiatria Preventiva Comunitria, onde se de-

    fine o termo sade mental. De acordo com as palavras do prprio Caplan(1980, p. 41):

    Quando estendemos nossas vistas do indivduo para toda a populao exposta sinfluncias nocivas do mesmo teor, descobrimos que algumas delas parecem doen-tes, e outras, saudveis. Dessas, ltimas, algumas adoecero medida que osefeitos perniciosos se acumulem, mas outras continuaro gozando de boa sade.Por conseguinte, interessamo-nos no s pelas causas da doena de alguns, mastambm pelas razes da sade de outros, na esperana de que essa compreensopossa habilitar-nos a manipular algumas das circunstncias da populao, a fimde que diminua a proporo de doentes em relao aos indivduos saudveis.

    Destaca-se nesse texto, escrito no incio dos anos de 1960, uma nova abor-dagem, cujo enfoque deixa de ser a doena em si e os seus sintomas, entrando emcena a preocupao com as determinantes da sade. Assim, o foco passa a ser asade mental, superando o reducionismo da psiquiatria tradicional. Comeava-sea introduzir aos poucos conceitos ligados aos determinantes sociais em sade, ain-

    da que, nesse momento, tomados por um enfoque a-histrico e sem conseguir sedesvincular do imperativo da interveno direcionada evitao do adoecimento.Iniciava-se a abertura terica e tcnica para conceitos que iriam se fortalecer anosmais tarde e influenciar o campo da preveno, como os estudos sobre estilos devida, resilincia, bem-estar subjetivo, contextos de risco e de proteo, habilidadessociais e habilidades de vida, entre outros temas.

    A Psiquiatria Preventiva estava, na verdade, sendo influenciada pelo zeit-geist1mais geral das transformaes na rea da sade, que passava a se sustentar,

    entre outros, no Modelo de Histria Natural da Doena, de Laevell e Clark(1976), que ajudou a consolidar os alicerces da epidemiologia moderna e as1 Zeitgeist um termo alemo que significa esprito da poca ou esprito do tempo (Wertheimer, 1982).

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    Da sade mental ateno psicossocial: trajetrias da preveno e da promoo de sade

    aes de preveno concebidas em trs nveis: ao primria, a ser desenvolvidano perodo de pr-patognese das doenas, com aes de promoo de sade ede proteo especfica; ao secundria, direcionada para o diagnstico e o tra-tamento precoce das doenas, assim como aes direcionadas para a limitaodo dano das molstias j em curso; e ao terciria, dirigida para a reabilitaoda doena em sua fase avanada e crnica (Buss, 2009; Menndez, 2009).

    importante destacar que, no modelo de Laevell e Clark, a promoo dasade um primeiro momento da preveno primria. Essa relao entre preven-o e promoo de sade desencadeou uma srie de polmicas no campo da sa-de, sendo que muitos autores buscaram definir as especificidades das prticas depromoo, diferenciando-as das prticas de preveno (Czeresnia & Freitas, 2009;

    Lefevre & Lefevre, 2004; Silva-Arioli, Schneider, Barbosa & Da Ros, 2013).A Psiquiatria Preventiva visava tambm superar o modelo de ateno cen-

    trado na ateno hospitalar, ncleo fundante da assistncia mdica e psiquitri-ca tradicional. As denncias ocorridas no ano de 1955, nos Estados Unidos, so-bre as precrias condies de funcionamento dos hospitais psiquitricos e osdesdobramentos de uma assistncia sem efetividade, alm dos altos custos im-plicados nas internaes, fizeram com que o governo americano buscasse redire-cionar o rumo de sua poltica de assistncia psiquitrica. Esta se volta para in-

    tervenes comunitrias, concebidas para serem realizadas no lcus onde estoos fatores desencadeadores do desajustamento social, que nesse entendimentoestava na base do adoecimento psquico, resultando na consolidao de novosdispositivos, como ambulatrios, hospitais-dia, lares abrigados, leitos em hospi-tais gerais, oficinas protegidas e grupos teraputicos (Amarante, 2007).

    A Psiquiatria Preventiva trouxe ainda outra transformao importante: aformao de equipes multiprofissionais para atuarem nos programas comunit-rios, incluindo diferentes profissionais clnicos (psiquiatras, psiclogos, assistentes

    sociais e enfermeiros), alm de especialistas no campo comunitrio (planejadores,administradores, economistas e advogados) (Caplan, 1980), trazendo, com isso,uma ampliao do campo de atuao de diferentes profissionais, formalizando umcontraponto centralidade do poder mdico do modelo anterior.

    A Psiquiatria Preventiva perseguiu a racionalidade exigida pelos novos tem-pos, sustentando a compreenso do indivduo como unidade biopsicossocial, jna esteira das mudanas exigidas pelo conceito ampliado de sade da OrganizaoMundial de Sade (OMS), de 1947. Caplan (1980) descreve em seu livro o mo-

    delo da Psiquiatria Preventiva para a compreenso do desenvolvimento do estilode vida das pessoas, assim como das crises que esto associadas s sbitas mudan-as de padro de comportamento, afirmando que, para permanecer sadia, a pessoa

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    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    necessita de suprimentos, que devem estar de acordo com seu estgio de desen-volvimento. Esses suprimentos so tanto fsicos (alimentao, habitao e estimu-lao sensorial), quanto psicossociais (estmulo ao desenvolvimento cognitivo eafetivo atravs das interaes sociais, em especial as familiares) e socioculturais (in-fluncias dos costumes e valores culturais e sociais mais gerais na personalidade decada indivduo). Estas, compreendidas como o desequilbrio entre a dificuldadee a importncia do problema, por um lado, e os recursos imediatamente dispo-nveis para resolv-lo, por outro, esto tambm relacionadas falta de suprimen-to nesses diversos setores (Caplan, 1980, p. 54).

    A expresso psicossocial havia surgido pela primeira vez no contexto dasComunidades eraputicas, originadas na Inglaterra, no final dos anos de 1940,

    organizadas por Main e Bion e, mais tarde, por Maxwell Jones, quando os pacien-tes foram chamados a ser protagonistas do tratamento hospitalar, por meio de as-sembleias gerais, grupos de discusso e grupos operativos, modificando a hierar-quizao na relao tcnico-paciente no interior dos servios (Amarante, 2007).

    A abordagem acabar influenciando o zeitgeist do cenrio de transforma-es do campo da sade mental. Assim, na Psiquiatria Preventiva, foram inseri-dos elementos de uma compreenso psicossocial que esto na base das formula-es mais atuais na rea da sade mental, ainda que, contemporaneamente, sob

    outra base conceitual e epistemolgica, diferente da trazida naquele momento.Por isso, importante verificar a lgica que sustentou a concepo de sademental formulada na proposta da Psiquiatria Preventiva acima analisada, bus-cando descrever o pano de fundo que gestou tal proposta e que trouxe para ocenrio da sade mental a proposta preventivista.

    Essa proposta no produziu uma ruptura com o modelo biomdico ecom a psiquiatria tradicional, mas trouxe novas perspectivas que buscaram mo-dernizar e fortalecer esses modelos. Por isso, Amarante (2007) chama esse movi-

    mento de Psiquiatria Reformada.Utilizaremos os argumentos do prprio Caplan (1980, p. 42) para refletir

    sobre seus pressupostos, entre os quais o de que (...) muitas perturbaes men-tais resultam de inadaptao e desajustamento e , pela alterao do equilbrio deforas, possvel conseguir uma adaptao e um ajustamento saudveis. Verifi-ca-se aqui o objetivo de controle sobre o corpo social trazido pela proposta pre-ventivista que, na verdade, j estava presente na psiquiatria tradicional.

    A partir dessa lgica, constri-se o imperativo de que todas as doenas

    mentais devam ser prevenidas, porm, para que isso ocorra, preciso detect-lasprecocemente. Com isso, seriam necessrios diagnsticos precoces, que rastrea-riam indicadores de risco e evitariam a instalao dos transtornos mentais.

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    Da sade mental ateno psicossocial: trajetrias da preveno e da promoo de sade

    Instaura-se, assim, a necessidade de estudos epidemiolgicos que tracem o perfilda populao com risco de adoecimento, fornecendo elementos que informemuma proposta de profilaxia para esse campo. Esses argumentos ajudam a conso-lidar uma mudana epistemolgica: em nvel no s tcnico, mas metafrico,podemos dizer que durante os anos de 1950 e 1960, assistimos a um processoque presumia passar de uma epidemiologia do contgio a uma epidemiologiado risco, o que se converteu no conceito central do enfoque epidemiolgico(Menndez, 2009, p. 80).

    A epidemiologia buscou consolidar sua identidade sustentando-se na me-todologia cientfica, por meio do uso imperativo das tcnicas estatsticas, combase no pressuposto de que somente o que mensurvel legtimo em termos

    cientficos (Menndez, 2009). Para tanto, no campo da sade mental, seria ne-cessrio objetivar os sintomas, buscando uma definio funcional dos distrbiospara poder mensur-los. Essa tarefa foi realizada por um grupo de psiquiatras li-gados Associao Americana de Psiquiatria, tendo sido desenvolvida no mes-mo horizonte da Psiquiatria Preventiva. Esse grupo dedicou-se ao estudo dostranstornos mentais e sua objetivao em termos de sinais e sintomas, resul-tando, em 1952, no conhecido Manual Diagnstico e Estatstico de ranstornos

    Mentais(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders DSM), lanado

    recentemente (2014) em sua quinta verso atualizada.al enfoque ganhou mais legitimidade devido eficcia dos psicofrma-

    cos, que passaram a ser desenvolvidos a partir dos anos de 1950 e corresponde-ram nsia de controle de sintomas proveniente tanto dos profissionais, quantodos pacientes e de seus familiares. Sob essa lgica, passaram a comprovar, tauto-logicamente, que as questes psquicas tm como base principal a neuroqumi-ca. Segundo Pessoti (2006, p. 122), como resultado temos o casamento, porenquanto eufrico, entre uma florescente psiquiatria farmacolgica, impropria-

    mente designada como biolgica (a nova verso do velho organicismo), e omanual diagnstico chamado DSM.

    Assim, no modelo biopsicossocial, que acopla elementos psquicos e so-ciais aos j consagrados determinantes biolgicos, ainda se mantm a hegemo-nia do padro organicista da velha psiquiatria, s que agora travestido pelo en-foque mais sistmico e comunitrio. Como esclarece Pires (2011, p. 8), o mo-delo biopsicossocial no chega a realizar uma ruptura com o modelo biomdico:em vez de promover um corte epistemolgico para pensar a sade como fen-

    meno multideterminado, a noo de biopsicossocial acomoda-se lgica bio-mdica, limitando-se ao acrscimo de fatores psicolgicos e sociais mesmaequao etiolgica. Reinaugura-se, assim, com nova roupagem, o carter nor-

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    Preveno e Promoo em Sade Mental

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    malizador e adaptacionista da psiquiatria tradicional, porm com foco na inter-veno de base comunitria e na lgica mais ampla da compreenso biopsicos-social adotada pela sade mental (enrio, 2002; Lara, 2006).

    Aqui se impe o desafio de diferenciar a noo mais contempornea deintegralidade e de sade integral enquanto viso de complexidade, pautadana interao sistmica de fatores de diferentes ordens na constituio do fen-meno do sofrimento psquico , da noo pautada no modelo de somatriade fatores, promovida pela perspectiva biopsicossocial, na qual as outras di-menses acabam definidas pelo bio, tanto que o olhar para o psquico, emgrande parte, voltado para os transtornos de personalidade, enquanto o social,para os ativadores situacionais dos distrbios, como se verifica no sistema

    multiaxial do DSM III e IV.Com base nos princpios da Psiquiatria Preventiva, possvel compreen-

    der que as foras que operam sobre a constituio dos distrbios mentais sotanto ambientais quanto individuais, porm, o autor enfatiza uma dimensosingular do fenmeno, como aparece na reflexo sobre os fatores do hospedei-ro, quando ele descreve os aspectos individuais que indicam a vulnerabilidadedo sujeito frente s tenses ambientais. Nessa direo, ele afirma: fatores cro-mossmicos situam-se na fronteira entre esses dois grupos. Quando soubermos

    mais a seu respeito, talvez seja possvel intervir eugenicamente para modificarpadres genticos numa populao e, assim, aperfeioar a dotao constitucio-nal fundamental de seus membros (Caplan, 1980, p. 41). ais afirmativas de-monstram que, por trs da nova roupagem da psiquiatria reformada, continuama imperar os velhos imperativos eugenistas, baseados na viso de diferenas deraas e classes sociais (Lara, 2006).

    Explicitam-se aqui os objetivos das aes preventivas planejadas naquelecontexto americano dos anos de 1960, em um momento de conturbaes so-

    ciais provocadas pela Guerra do Vietn, pelo movimento de Contracultura, en-tre outros tantos movimentos que colocaram o pas diante de enfrentamentospolticos e sociais. A preveno assumiu a tarefa da facilitao dos ajustamentossociais sobre indivduos desviantes, por meio do conhecimento e da minimiza-o dos contextos de risco e do fortalecimento dos fatores produtores de sademental. Com isso, se fez necessria uma interveno nos grupos comunitrios,

    j que as doenas mentais eram entendidas como sinnimo de desordem e, por-tanto, julgava-se poder prevenir e erradicar os males da sociedade ao se intervir

    nas famlias e nos grupos sociais (Amarante, 2007). Dessa forma, ao deslocar olcus da interveno, antes centrado no hospital psiquitrico, para a comunida-de, produziu-se uma tendncia de psiquiatrizao do social (Leone, 2000; e-

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    Da sade mental ateno psicossocial: trajetrias da preveno e da promoo de sade

    nrio, 2002), j que agora o profissional deveria manter o controle sobre osagentes no profissionais como vizinhos, lderes comunitrios, agentes religio-sos, etc., buscando a manuteno da ordem social. O conceito de psiquiatriza-o do social:

    Fenmeno histrico referente ao deslocamento de significativos problemas deordem poltica, tica, social e existencial para uma questo de ordem mdico-psiquitrica, traduzida em termos de sanidade/insanidade, instalada no indiv-duo. Na base desse deslocamento est a manuteno da tica e da ordem econ-mica dominantes, j que tudo que a elas escapa se torna passvel de psiquiatriza-o (Leone, 2000, p. 122).

    Assim, grandes avanos na constituio do campo da sade mental foramconsolidados pelo modelo preventivo. Por outro lado, o modelo preventivotrouxe para o novo campo em constituio a manuteno de aspectos da velhalgica do modelo biomdico e da psiquiatria tradicional, fazendo esse processoevoluir cravado por cont