Boletim Informativo dos Cooperantes - LacticoopBoletim Informativo Redacção: Av. de Oita, 7 r/c -...

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Trimestral Nº 278 • 2017 Boletim Informativo dos Cooperantes

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Boletim Informativo dos Cooperantes

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// LACTICOOP | EDITORIAL

Ficha TécnicaBoletim Informativo Redacção:

Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 923810-143 Aveiro - EC AVEIROTelef. 234 377 280Fax 234 377 281

Tiragem:850 Exemplares

Periodicidade:Trimestral

Depósito legal:217931/04

Recepção de anúncios:Todos os textos, publicidade e imagens devem ser entreguesaté ao dia 15 de cada Mês.

Colaboraram neste número:

André OliveiraDiogo VilãoFernandes da SilvaFernando TaveiraHenrique MoreiraMário CupidoNuno Cardoso

Execução Gráfica:Creativelab, Branding StudioRua José Afonso 9, 3800-438 AveiroTlf.: 234 346 130 | [email protected]

ImpressãoLitoprintZona indust. 3 MarcosVale do Grou - Apartado343754-908 Aguada Cima-ÁGUEDATelef.: 234 600 330

Tomada de Posse dos Novos Orgãospag. #4

55 Anos Lacticooppag. #6

Árvore do Mês - Pinheiro de Alepopag. #8

O Mercado do Leitepag. #10

Futuro da PACpag. #12

Alltechpag. #14

A Importância do PH no Solopag. #14

Efeito da Profundidade dos Sulcospag. #19

A Não PerderO sector do leite tem conhecido ao longo dos últimos anos grandes alterações conjunturais e estruturais. O fim do regime de quotas leiteiras e a alteração do comportamento do consumidor sobretudo nos países mais desenvolvidos colocaram o sector perante um novo

paradigma que importa encarar e enfrentar com a mesma ambição e perseverança do passado.

É nosso compromisso ter uma participação activa nas várias organizações que a Lacticoop participa, de forma responsável e integradora de modo a influenciar as politicas e decisões importantes para a valorização do sector a nível nacional e ibérico nas duas dimensões: produção e mercado.É nosso objectivo implementar iniciativas que facilitem a proximidade como os produtores e cooperativas associadas através do desenvolvimento de acções de formação/divulgação assim como melhorar continuamente o site “Lactinfo” como ferramenta de apoio à gestão das explorações e ligação à Lacticoop.

Procuraremos ainda desenvolver uma gestão eficiente das operações e uma avaliação permanente das actividades operacionais, contribuindo assim para um bom desempenho de curto prazo da organização, que por sua vez, relectir-se-á na criação de massa crítica para o desempenho positivo no longo prazo.

Joaquim Maria de São José Cardoso

Mensagem do Presidente do

Conselho de Administração

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// LACTICOOP | TOMADA DE POSSE

Tomaram posse no passado dia dois de Janeiro os novos membros dos Órgãos Sociais da Lacticoop para o quadriénio 2017-2020, os quais foram eleitos em Assembleia Geral Eleitoral realizada no dia 2 de Dezembro de 2016.

Verificaram-se alterações na composição de todos os Órgãos Sociais, estando representadas todas as Cooperativas Agrupadas.

A Mesa da Assembleia Geral foi bastante renovada e passou a ser composta pelos seguintes membros:

Presidente:Dr Joaquim de Andrade Duarte Reis, médico veterinário de profissão, é também o actual Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola de Arouca. Eleito pela primeira vez, é uma personalidade que conhece muito bem o sector e os condicionalismos com que o mesmo se debate, pela larga experiência profissional no seio da produção.

Vice-Presidente:João Luis Dias Reis, sócio gerente da Sociedade Agro Leiteira J. Dias Reis & Filhos Lda, exploração localizada no concelho de Mafra.

Secretários:António Paulo dos Reis Ramalho, reconduzido no cargo, é sócio gerente da Agro-Ramalho Lda, localizada no concelho de Cantanhede.Rosa Maria Alves Marques, eleita pela primeira vez para o cargo, é sócia gerente da Agro-Pecuária da Quinta do Junqueiro de

Cima Lda, com sede no concelho de Águeda.

O Conselho Fiscal foi também alvo de renovação e passou a ser constituído pelos seguintes elementos efectivos:

Presidente:Manuel Joaquim Rodrigues Simões, foi reconduzido nesta função, é também membro do Conselho Fiscal da Lactogal e actual Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola de Vouzela;

Vogais:Joaquim Santos Gil, foi reconduzido como vogal deste Órgão. É também o actual Presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola dos Lavadores do Vale do Mondego e membro do Conselho de Administração dos Matadouros da Beira Litoral.

Carlos Manuel Jesus de Oliveira, que inicia funções pela primeira vez, é também membro do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola da Tocha;

Finalmente o Conselho de Administração – Este Órgão foi renovado com a entrada de dois novos administradores e passou a ser constituído pelos seguintes membros efectivos:

Presidente do Conselho de AdministraçãoJoaquim Maria de São José Cardoso, reconduzido mais uma vez para a presidência do Órgão executivo. É o dirigente mais experiente de todos os que compõem o novo elenco directivo. É também membro dos Conselhos de Administração da

TOMADA DE POSSE DOS NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS

DA LACTICOOP UCRL

Mesa da Assembleia Geral: Da esquerda para a direita – Rosa Maria Alves Marques, António Paulo dos Reis Ramalho, Dr. Joaquim de Andrade Duarte Reis e João Luis Dias Reis.

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// LACTICOOP | TOMADA DE POSSE

Lactogal Produtos Alimentares, SA, da Fenalac, da Alip, da Lusogenes da AMABLE, da EABL e da Cooperativa Agricola de Montemor-O-Velho, entre outras.

Administradores:José de Jesus Oliveira Marques, foi reconduzido no cargo. É administrador da Lactogal Produtos Alimentares SA e também o presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola do Bebedouro, entre outras.

Carlos Dias Mota, foi reconduzido no cargo. É também Administrador da Lactogal Produtos Alimentares SA, da ALIP, da Segalab e presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agrícola do Alto Paiva, entre outras.

Dr. Abel António Dias Braz, médico veterinário, eleito pela primeira vez para o Conselho de Administração da Lacticoop, é também Presidente do Conselho de Administração da Copombal – Cooperativa Agrícola de Pombal;

João Paulo Seabra da Silva, eleito pela primeira vez para o conselho de Administração da Lacticoop, é também o presidente do Conselho de Administração da Calcob – Cooperativa Agrícola de Oliveira do Bairro e Vagos;

A entrada em funções dos novos Órgãos sociais inicia-se no ano em que se completa o 55º Aniversário da fundação da Lacticoop e também num momento particularmente difícil para os produtores de leite, pelo que será um mandato muito exigente.

Ao longo dos 55 anos de vida da Lacticoop, foram muitos os dirigentes, que fizeram parte dos Órgãos Sociais da União e que foram capazes de manter uma coesão social forte, nas bases de apoio das cooperativas agrupadas e consequentemente da Lacticoop.

Pelo conhecimento e experiência que a generalidade dos membros dos Órgãos Sociais têm do sector, espera-se o exercício de um mandato que fortaleça a Lacticoop, que ajude a resolver alguns dos problemas sentidos pela generalidade das explorações leiteiras e continue a manter a Lacticoop como um parceiro de referência no sector cooperativo, para bem de todos quantos estão ligados ao universo que forma a nossa União de Cooperativas.

Fernandes da Silva

Conselho Fiscal: Da esquerda para a direita – Joaquim Santos Gil, Manuel Joaquim Rodrigues Simões e Carlos Manuel Jesus de Oliveira.

Conselho de Administração: Da esquerda para a direita – João Paulo Seabra da Silva, Carlos Dias Mota, Joaquim Maria de São José Cardoso, José de Jesus Oliveira Marques e Dr. Abel António Dias Bráz.

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// LACTICOOP | LACTICOOP - 55 ANOS

N o dia 23 de Março a LACTICOOP, UCRL completou o 55º aniversário da sua constituição. Foram cinco décadas e meia a fazer história no mundo rural, em que se juntaram à sua volta largas dezenas de

milhar de produtores de leite, que sentiram a necessidade de se agrupar em cooperativas locais e regionais para assim ganharem dimensão que lhes viesse a permitir ter voz activa na organização do tecido produtivo do sector do leite.

A génese do movimento cooperativo leiteiro remonta ao ano de 1924, quando um grupo de pequenos agricultores das freguesias de Couto de Esteves e Rocas do Vouga no concelho de Sever do Vouga, se uniram e enfrentaram os industriais do sector, reclamando melhor preço para o leite entregue. À época o leite entregue pelos agricultores destinava-se ao fabrico de manteiga. O coro de protestos e união de esforços foram determinantes para a fundação da primeira Cooperativa do sector – a Cooperativa Agrícola de Lacticinios de Couto de Esteves e posteriormente a Cooperativa Agrícola de Lacticinios de Sanfins na freguesia vizinha de Rocas do Vouga. O sucesso destes movimentos estendeu-se ao concelho de Arouca e o Grémio da Lavoura de Arouca, criado em 1942, pediu autorização à tutela para fundar uma cooperativa de Lacticinios.

Após muitas diligências o título de constituição e estatutos da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Lacticínios de Arouca, viriam a ser aprovados por alvará ministerial em 17 de Abril de 1944. Encontrando-se as três cooperativas em funcionamento produzindo e comercializando a manteiga proveniente das entregas de leite dos seus associados com resultados muito satisfatórios, rapidamente surgiu a ideia de avançar para a

constituição de uma União de Cooperativas que fosse capaz de garantir o controlo de toda a fileira desde a produção até ao consumo.

Foi decisiva a acção desenvolvida pelo Engº Manuel Simões Pontes, então Delegado da Direcção Geral dos Serviços de Agricultura, que ganhou consistência no final de 1961 culminando com uma reunião em 16 de Novembro desse ano realizada na sede do Grémio da Lavoura de Sever do Vouga, onde ficou decidido que a sede da futura União ficaria na fábrica de Sanfins, embora com algumas reservas da Cooperativa do Vale do Vouga. Foi agendada nova reunião para o dia 20 do mesmo mês onde estiveram presentes os Engºs Simões Pontes, Ferreira Madail e Vital Rodrigues para além dos delegados das três cooperativas, na qual foi apresentado e aprovado o projecto de estatutos da União.

A dinâmica deste sonho mostrava-se imparável e tornou-se realidade no dia 23 de Março de 1962 com a escritura pública efectuada no Cartório Notarial de Arouca da União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Vouga, com sede social na vila de Sever do Vouga, sendo também nomeados os primeiros elementos dos Órgãos Sociais, tendo exercido o cargo de primeiro Presidente da Direcção o Padre Celestino da Silva Correia Amaral.

À medida que os projectos se iam concretizando, novos desafios se levantavam. Tornava-se indispensável criar uma nova estrutura industrial que fosse capaz de continuar a produzir manteiga, mas também iniciar o fabrico do queijo, dadas as quantidades de leite recolhido que mensalmente iam crescendo.

LACTICOOP - 55 ANOSA DEFENDER A PRODUÇÃO DE LEITE NACIONAL

Primeira fábrica da União em Sanfins – Sever do Vouga(Instalações cedidas pela Cooperativa de Sanfins)

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// LACTICOOP | LACTICOOP - 55 ANOS

Em 1967 a União inicia a sua actividade industrial iniciando-se também o fabrico de queijo em Maio desse ano a pensar já na exportação que viria a concretizar-se em Maio de 1969, com o envio de quatro toneladas de queijo para Moçambique.

Em face do constante alargamento da área social da União determinou que esta se passasse a designar-se por União de Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Mondego, S.C.R.L., vindo em 1970 a adoptar a designação abreviada de LACTICOOP.

Foi ainda no ano de 1970 que a Lacticoop iniciou o abastecimento de leite de leite pasteurizado, “leite do dia”, começando pela cidade de Viseu e algumas sedes de concelho daquele distrito e posteriormente à cidade de Aveiro.

Foi contudo na década de setenta e após a revolução de 25 de Abril, fruto do desmantelamento das Federações dos Grémios da Lavoura e a consequente transferência de funções e património para as cooperativas e a fábrica da Tocha para a Lacticoop, que a produção de leite cresce acentuadamente no País e também na Beira Litoral. Em Outubro de 1975 a Lacticoop toma conta das funções inerentes ao ciclo económico do leite até então da responsabilidade da Organização Corporativa. A intervenção da Lacticoop é determinante na consolidação das cooperativas agrupadas, disponibilizando um vasto quadro de Técnicos Agrários para apoiar os seus associados, particularmente aos produtores de leite.

Na primeira fase a acção da Lacticoop esteve virada para o fomento da produção de leite e por isso foram efectuados avultados investimentos na criação de salas colectivas de ordenha mecânica, dotadas de tanques de refrigeração, elevando assim a qualidade da matéria-prima recolhida. Paralelamente tornou-se imperioso, modernizar tecnologicamente as fábricas de Sanfins e da Tocha para fazer face à introdução progressiva de novos produtos acabados e dinamizar a área comercial, criando delegações comerciais em várias cidades da região centro do país e em Lisboa de forma a ter capacidade para garantir o escoamento de toda a produção. Até 1996 a Lacticoop procurou estar sempre na vanguarda do sector capaz de concorrer em pé de igualdade com os restantes operadores nacionais.

Com a chegada de novos operadores europeus ao nosso mercado interno, houve a necessidade de repensar a organização do próprio mercado no sentido de criar dimensão

para combater a concorrência externa.

É com esse sentimento de necessidade que surge a LACTOGAL Produtos Alimentares, SA formada pelas três maiores Organizações do sector cooperativo, Agros, Lacticoop e Proleite, as quais recolhiam mais de dois terços do leite no continente. Com a concentração das actividades de transformação e comercialização do leite e produtos lácteos na Lactogal, esta tornou-se o maior operador do sector da Península Ibérica e permitiu até aos dias de hoje, desempenhar um papel decisivo na regulação do mercado no nosso país. Nas últimas duas décadas a intervenção da Lacticoop passou a ser a recolha e transporte do leite até à porta da fábrica e a prestação de serviços aos produtores de leite, nomeadamente na assistência técnica na qualidade do leite, alimentação animal e equipamentos de ordenha e refrigeração e a venda de factores de produção como as sementes, fertilizantes, pesticidas, fungicidas, alimentação animal, ferramentas e equipamentos.

A realidade do sector hoje nada tem a ver com aquilo que existiu anteriormente. As explorações tornaram-se mais profissionais, especializadas e competitivas. Daí que o seu número diminuiu substancialmente nos últimos cinco anos num processo de selecção natural que apenas liberta espaço para a existência das melhores, as quais continuam a produzir leite suficiente para as necessidades do nosso mercado.A história destes 55 anos de existência da Lacticoop fez-se de momentos melhores e outros piores em função das circunstâncias vividas em cada época. Apesar disso, os seus dirigentes foram sempre capazes de fazer face às dificuldades sentidas e procurar soluções que minimizassem os seus efeitos negativos, norteados por princípios e valores como a cooperação e a solidariedade.

A vida das empresas reflete sempre muito daquilo que são ou foram as pessoas que as serviram e lideraram. Foram muitos os dirigentes e colaboradores que ao longo destas cinco décadas e meia serviram a Lacticoop, em que todos procuraram dar o melhor que podiam e sabiam de uma forma dedicada. Aos que já cá não estão, manifestamos a nossa homenagem e gratidão pelo contributo que deram para chegarmos até aqui. Aos actuais dirigentes e colaboradores da nossa União, cabe a responsabilidade de manter bem viva a esperança de a Lacticoop continuar ser uma empresa cooperativa de referência no nosso país, tanto economicamente, como nos valores que defende.

Fernandes da Silva

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

O pinheiro-de-Alepo é o pinheiro da bacia mediterrânica. É originário do Velho Mundo e foi a cidade de Alepo, importante entreposto comercial da Síria, que lhe deu o nome. Pouco se aventurou para fora da amenidade

das margens do Mediterrânico, encaixando-se numa estreita faixa até aos 200 metros de altitude. Em zonas de clima mais ameno pode subir um pouco mais chegando aos 1000 metros no sul de Espanha e aos 1700 metros na Argélia e Marrocos. Não tolera temperaturas baixas nem tão pouco a ocorrência de geadas mas por outro lado é particularmente rústico, resistente à secura, pobreza e alcalinidade dos solos. Tais características permitem encontrá-lo em zonas inóspitas, onde outra qualquer espécie não resiste.

“ Nunca estive em Alepo. Nem vou estar. Alepo deixou de ser, deixou de existir. Passou de cidade a inexistência, recordação de vidas perdidas, um pedaço de terra com cheiro a bombas e a morte. Alepo é hoje o exemplo agonizante de um mundo capaz de partilhar indignação nas redes sociais, mas incapaz de se mobilizar globalmente.”

(A morte de Alepo – Manuel Fernandes Silva)

Nome vulgar: Pinheiro-de-Alepo, Pinheiro FrancêsFamília: PinaceaeGénero: PinusEspécie: Pinus halepensisCaracterísticas botânicasFolhas: Agulhas verdes a verde amarelado agrupadas aos pares, persistentes, relativamente finas, com cerca de 10 cm de comprimento e que se mantém na árvore até aos dois anos.Flores: A floração ocorre de Março a Maio.

Na mesma árvore encontramos cones masculinos de cor amarelo dourada em grande número nos terminais dos ramos e as pinhas femininas de forma cónica, bastante irregulares, com 5 a 12 cm de comprimento e 4 cm de largura que se mantêm por muitos anos firmes nos ramos. Apresentam um pedúnculo de 1 a 2 cm, bastante mais grosso que o da maioria dos outros pinheiros.

Frutos: Opinhões são pequenos não ultrapassando os 5 a 7 mm. A maturação das pinhas só ocorre no final do Verão do seu segundo ano.

Caule: Fuste direito, de 60 cm de diâmetro. Pode apresentar-se frequentemente bastante tortuoso sobretudo em encostas muito expostas ao vento marítimo. A casca é grossa de tons acinzentados e muito fissurada principalmente na base e

Pinheiro-de-AlepoÁrvore sem terra

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

com a idade adquire tons pardos a avermelhados.

Perfil: É uma árvore de médio porte não ultrapassando os 25 metros de altura. A copa de forma cónica enquanto árvores jovens, torna-se irregular a arredondada com a idade. Os ramos são curtos e finos e despidos de agulhas em grandes extensões o que torna a copa pouco densa e oferece fraca resistência à passagem do vento. No nosso país vamos encontrar o pinheiro-de-Alepo nas zonas do sul com clima mais ameno e solos pobres e em terrenos de natureza calcária onde outras espécies não se desenvolvem. É recomendado como espécie arbórea pioneira para povoar zonas degradadas e solos esqueléticos.

A crescente procura e tratamento paisagístico de espaços costeiros de aptidão turística, transformaram-na também numa espécie ornamental importante. Em termos doutras utilizações este pinheiro não é muito interessante. É uma árvore com taxa de crescimento muito baixa (4 kg/árvore/ano)e mostra-se mais propensa para a produção de frutos do

que estruturas vegetativas. Como os troncos normalmente se apresentam tortuosos e fissurados não são aproveitados para vigamentos ou outros fins mais nobres de carpintaria. A madeira apresenta-se clara, mole e de má qualidade.

Utiliza-se em caixotaria, mobiliário simples e lenha. Já para a produção de resina este pinheiro mostra-se muito apto com registos de produção em França de 1 a 4 kg por árvore. A resina apresenta ainda um nível muito elevado de taninos usados com êxito no curtimento de peles. No vinho retsina grego, muito apreciado sobretudo no verão, adiciona-se resina deste pinheiro no decorrer da fermentação. O tipo de povoamento em que é explorado no entanto, não facilita a colheita da resina estando esta prática cada vez mais em desuso.

A espécie representa também um perigo sério na propagação de fogos. As agulhas, particularmente as de mais idade, são inflamáveis bem como as pinhas que ficam fixadas à árvore por longos anos depois da maturação e libertação dos pinhões. Como a baixa densidade das copas permite o desenvolvimento de espécies de sub-bosque, também quase sempre inflamáveis, o controlo dos fogos torna-se muito difícil.

A capacidade de resistir em solos frágeis e secos e de poder estabelecer importantes barreiras contra os ventos marítimos parecem ser, de facto, os aspectos mais interessantes desta espécie mediterrânica.Assim fossem os homens que com ela coabitam, nomeadamente os da terra que lhe deu o nome!... Enraizados ao solo pátrio que conheceu uma civilização tão rica e onde jazem os seus antepassados, suportando a sede e a fome, serenos na sua defesa, antes de se deixarem arrastar por um qualquer vento sem rumo certo…

Mário Cupido

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// LACTICOOP | O MERCADO DO LEITE

O mercado do leite em 2016 e projeção do ano 2017

O mercado do Leite e Lacticínios na UE em 2016 foi fortemente marcado pelas consequências da abolição do sistema de quotas leiteiras na UE em março de 2015 e mostrou-se muito depressivo no primeiro semestre do ano, em resultado de um descontrolado crescimento da produção.

O excesso de oferta de leite na UE (assim como nos principais blocos produtores) coincidiu com a manutenção de alguma contração das importações a nível internacional, sendo de destacar a continuação do embargo Russo, factos que motivaram a fraca remuneração da matéria-prima ao produtor.

Ainda assim, a redução da produção no segundo semestre do ano, em resultado da autodisciplina dos países/produtores (estimulada posteriormente por ajudas públicas à contenção da mesma), o reforço das medidas de intervenção pública/ajudas à armazenamento na manteiga, no leite em pó e no queijo e a melhoria dos mercados exportadores resultaram num reequilíbrio do mercado e consequente recuperação sensível das cotações dos produtos industriais e da matéria-prima.

Gráfico I – Evolução da Produção mensal de leite na UE (Fonte:CE)

Apesar do forte travão da produção a partir de Maio, a produção de leite na UE em 2016 deverá, ainda assim, registar um crescimento muito próximo de +1%.

Em Portugal, a Produção de Leite em 2016 sofreu uma forte redução (-4,5%), a qual foi particularmente significativa no segundo e terceiro trimestre do ano, em consequência das medidas de autocontenção da produção introduzidas por praticamente todos os compradores de leite através da contratualização.

Gráfico II – Evolução da Produção mensal de leite em Portugal (Fonte: IFAP)

Esta medida permitiu a contenção de perdas ao nível do rendimento dos produtores e resultou de uma necessidade absoluta de adequação a condições de mercado muito desfavoráveis, caracterizado pela quebra do consumo (no caso do leite UHT -7,6% em 2016) e a abundância de excedentes de leite a preços baixos no mercado europeu, que a Distribuição continuou a explorar oportunisticamente.

Gráfico III – Evolução da Produção mensal de leite em Portugal €/100kg (Fonte: IFAP)

Com efeito, os preços do leite ao Produtor durante o ano de 2016 atingiram valores muito baixos, condicionando fortemente o rendimento e a própria sustentabilidade das operações económicas.

Foi uma infeliz confirmação dos perigos da desregulamentação da oferta de leite na UE, situação particularmente penosa para os países periféricos, sendo que em Portugal podemos ainda somar o papel pernicioso que os operadores da Distribuição assumem em momentos difíceis de mercado.A partir do verão ocorreu uma recuperação dos níveis de remuneração ao produtor, tendência que praticamente acompanhou a descida da oferta de leite, sendo

25,00

27,50

30,00

32,50

35,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Espanha Galiza França Portugal Fenalac

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// LACTICOOP | O MERCADO DO LEITE

que em Portugal esse processo foi mais lento. Com efeito, não obstante a contenção da produção ter ocorrido mais cedo, a recuperação ocorreu mais tarde e de forma mais lenta. Ficam aqui patentes, os desafios particularmente exigentes a que estamos sujeitos no nosso país. Ainda assim, regista-se que os preços praticados ao produtor no universo da Fenalac foram superiores aos dos restantes compradores do País em 10 dos 12 meses de 2016, assim como em relação à Galiza (região de Espanha mais relevante sectorialmente para Portugal). Por outro lado, os preços médios praticados na Espanha e França foram, genericamente, superiores.

Para o ano de 2017, as perspetivas para a produção de leite em Portugal são de um otimismo moderado. No plano internacional e a nível europeu, no princípio do ano registaram-se recuperações significativas da remuneração da matéria-prima, em particular no norte e centro da UE.

Em Portugal, o movimento também ocorreu mas foi mais tímido, sendo que os desenvolvimentos futuros estarão fortemente condicionados pela continuação da pressão exercida pela Espanha em matéria de limitação às exportações nacionais, pelo desempenho do consumo e pela atitude mais ou menos ponderada da Distribuição em matéria promocional e de política de abastecimento. Importa também referir o impacto crescente que a Região Autónoma dos Açores (RAA) tem no restante território nacional, na medida em que a sua produção apresenta um conjunto de exceções e apoios especiais que tem resultado numa crescente concorrência desleal com os demais operadores.

Em termos europeus, as projeções para 2017 estão dependentes do ritmo da libertação dos stocks de leite em pó e manteiga por parte das autoridades comunitárias, do comportamento dos níveis de produção e da atitude dos mercados importadores.

Daquilo que se pode, à data, antecipar existem sentimentos de franca recuperação, não obstante todas as dúvidas e as incertezas em relação ao grau e à extensão desse movimento. Para além das questões de mercado, importa sublinhar que ao nível das Políticas Públicas nacionais urge atuar decididamente para potenciar os sinais positivos de mercado. Por uma questão de economia de espaço, em destaque figuram as principais medidas que advogámos.

Fernando CardosoFENALAC

a) Distribuição

- Monitorização da aplicação do recentemente acordado Código de Boas Práticas Comercias no âmbito da PARCA; - Intensificação/Divulgação do trabalho de fiscalização da ASAE em relação à fiscalização das PIRC (Práticas Restritivas das Relações Comerciais), com particular destaque para as Promoções

- Acompanhamento dos trabalhos do Parlamento Europeu/ Comissão Europeia visando criação de uma política comunitária em relação às Práticas Desleais no Comércio.

b) Mercado

- Reavaliação do Regime do IVA dos produtos “ditos alternativos” ao leite: Bebidas de Soja, Arroz, Aveia,…

- Informação pela Administração (Ministério Educação, Saúde, Agricultura,..) sobre os benefícios do leite

- Estímulo da compra de produtos lácteos nacionais por parte de entidades públicas (refeitórios, cantinas, bares,..)

c) Rotulagem da origem

- Introdução quanto antes da legislação relativa à rotulagem obrigatória de origem do leite nos Produtos lácteosd) Combate às restrições impostas por Espanha às exportações de lácteos nacionais- Sensibilização musculada das autoridades espanholas para as limitações à circulação e bens no espaço comunitários; - Endurecimento das ações de fiscalização sobre a circulação rodoviária das importações de produtos lácteos;

- Reforço da pressão sobre a Distribuição para estabelecer acordos voluntários semelhantes aos existentes em Espanha;

g) Custos de Contexto - Clarificação do regime de IMI das explorações leiteiras (aplicação do regime urbano/rústico)

- Simplificação do REAP e adequação das taxas de licenciamento das Câmaras Municipais

h) Ajudas Públicas - Análise do prolongamento de ajudas excecionais de 2016 (isenção parcial de Segurança Social, ajudas diretas (por vaca), linhas de crédito, antecipação de ajudas…

- Análise do apoio ao gasóleo agrícola, eletricidade verde,…

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1. A PAC na Construção Europeia

A PAC tem nos seus princípios a necessidade de garantir o abastecimento alimentar através da adequada utilização dos recursos, para o que são necessários níveis de rendimento adequados aos agricultores para que a atividade seja atrativa. Foi a eficácia na prossecução deste caminho que fez da PAC um dos principais alicerces da construção europeia nestes últimos 50 anos. Esse sucesso não deve, contudo, fazer-nos esquecer que os seus objetivos originais permanecem válidos e ainda mais relevantes no contexto geopolítico atual.

A agricultura, enquanto ramo da atividade económica, tem características únicas que interagem com o ambiente, o clima, os recursos naturais, a paisagem, o território, a saúde e os outros setores da economia (a indústria, o comércio, a restauração, o turismo), assim como com os consumidores, e desempenha outras importantes funções que a PAC deve estimular.

A PAC pós-2020 deve prosseguir os seguintes grandes objetivos: I. Manutenção da atividade produtiva em todas as regiões da UE, assegurando a resiliência agrícola, a ocupação e vitalidade das zonas rurais; II. Desenvolvimento de uma agricultura eficiente e inovadora, capaz de garantir relações equilibradas para os agricultores na cadeia alimentar e de satisfazer as necessidades alimentares e nutricionais dos cidadãos europeus; III. Preservação dos recursos naturais: solo, água e biodiversidade, das paisagens diversificadas do território europeu, assim como uma resposta concertada para a mitigação e adaptação às alterações climáticas.

2. Arquitetura e instrumentos da PAC

A arquitetura da PAC, baseada em dois pilares, contribui para diversos objetivos comuns, que exigem uma maior coordenação dos seus instrumentos que potencie, ainda mais, a sua eficácia.

Os instrumentos da PAC devem continuar a promover, por um lado, condições de concorrência mais equitativas entre todos os agricultores da UE e entre agricultores e outros agentes económicos. Por outro lado, deve-se assegurar que todos os agricultores

têm os meios adequados para poder competir nesse mercado alargado, bem como desempenhar as outras funções e respeitar as restrições produtivas que lhes são exigidas.

A PAC atual contém um conjunto de instrumentos abrangente, os quais devem ser modernizados e simplificados, como refere a Comissão Europeia no seu processo de consulta pública alargada. Deve-se continuar no sentido de uma maior harmonização de níveis de apoio e coordenação de decisões entre estados-membros e de uma melhor adequação de instrumentos aos objetivos da PAC e às diferentes exposições a falhas de mercado.

Ambiente, clima, saúde, nutrição e bem-estar animal Os agricultores possuem uma posição privilegiada para a produção de bens públicos de valor acrescentado ao nível europeu no que diz respeito ao ambiente, clima e alimentação saudável.

Existe a necessidade de caminhar para uma agricultura mais eficiente – abrangendo a intensificação sustentável – no sentido do novo paradigma da economia circular. Neste âmbito, a definição de instrumentos que privilegiem modos de produção que façam uma utilização sustentável dos recursos naturais (solo, água e biodiversidade) constitui uma componente incontornável numa PAC modernizada.

A condicionalidade, o greening, e as medidas agroambientais e climáticas têm sido instrumentos com eficácia diferenciada na produção de bens públicos ambientais, na proteção dos recursos naturais e do bem-estar animal, e na compensação de custos ligados à segurança alimentar. Deve ser promovida a sinergia e melhoria destes instrumentos.

Deve também introduzir-se maior flexibilidade aos agricultores para a obtenção dos ganhos ambientais. A contratação por períodos mais curtos, o alargamento dos modelos de certificação ambiental, a integração de objetivos nutricionais são vias que devem ser desenvolvidas.

Resiliência como vantagem competitiva O investimento e gestão do risco não só criam sistemas agrícolas que respondem de forma resiliente às adversidades, como promovem condições para o seu desenvolvimento e competitividade. É através do investimento nas explorações e em infraestruturas

PORTUGAL ANTECIPA DOCUMENTO SOBRE FUTURO DA PAC NA UNIÃO EUROPEIA

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// LACTICOOP | PAC

de base, da investigação e da inovação que se pode garantir um setor vivo e dinâmico, capaz de suscitar interesse por parte de jovens e novos agricultores e desenvolver a resiliência dos sistemas agrícolas, devendo-se potenciar a sinergia entre os apoios ao rendimento do primeiro pilar e os apoios ao investimento do Desenvolvimento Rural.

Os défices de investimento estão associados, frequentemente, a diferentes condições de acesso ao crédito não relacionadas com a agricultura e à indisponibilidade de instrumentos adequados de gestão do risco.

É necessário prosseguir o apoio ao investimento, à inovação e à investigação, que é a resposta aos maiores desafios que a PAC atual e futura enfrentará, nomeadamente a adaptação às alterações climáticas. Neste contexto, é essencial que haja uma resposta para lidar preventivamente com fenómenos extremos, como são os casos das inundações e da seca, em que o apoio a infraestruturas de prevenção, incluindo o regadio, atua como fator de promoção da previsibilidade na atividade económica, com ganhos de produtividade para a economia e o ambiente. Para além disso, haverá que assegurar uma gestão global do risco que colmate o desincentivo ao investimento agrícola. De facto, há riscos individuais incomportáveis, nomeadamente, devido à diminuta capacidade financeira da pequena e média agricultura, que influenciam negativamente as decisões de investimento ou mesmo a viabilidade das explorações agrícolas.

Neste quadro, considera-se essencial manter um nível base de apoio direto ao rendimento enquanto fator que atenua a volatilidade dos rendimentos dos agricultores. O regime de pagamento base, e os vários apoios para zonas com condicionantes naturais (incluindo apoios associados devidamente justificados) deverão ser mantidos, mas estes instrumentos poderão ser melhor combinados. Em complemento, os riscos associados a fenómenos extremos (climáticos, geopolíticos, alarme nos consumidores) com probabilidade baixa, mas com grande impacto nos rendimentos dos agricultores deverão ser objeto de medidas específicas. A internalização da gestão de risco pelos agricultores é o meio mais eficaz de lidar com a volatilidade, pelo que o desenho dos instrumentos de apoio à gestão de risco, ou mesmo de crises de mercado, deve, em coerência, iniciar-se com uma camada de apoio direto ao nível individual.

Assim, associado ao efeito estabilizador, que é fornecido, na maior parte dos casos, pelo pagamento base, deve refletir-se na reserva de uma parcela destes pagamentos para dar resposta a situações inesperadas e extremas através de um veículo financeiro voluntariamente contratado por conjuntos de agricultores com interesses comuns (a nível setorial ou regional) para dar uma resposta preventiva (através do investimento) ou por compensações a posteriori (e.g. regimes de seguros ou fundos mutualistas).

Relações equilibradas na cadeia alimentar Para assegurar a eficácia da PAC é essencial que as relações entre os vários operadores na cadeia alimentar sejam equilibradas. A dispersão a montante, e a concentração a

jusante, conduzem a poderes negociais assimétricos. Esta matéria deverá ser abordada através da derrogação de regras de concorrência para permitir alguma concentração da oferta primária, bem como do estabelecimento de regulamentação comunitária incentivadora de boas práticas e impeditiva de práticas comerciais desleais. 4

Neste âmbito, aponta-se ainda para a importância de regimes específicos com comprovada eficácia (caso dos apoios aos setores do vinho e da fruta e hortícolas) em que a organização da produção tem um papel central.

Pequena agricultura e jovens agricultores A atratividade da atividade agrícola é essencial para garantir fluxos de investimento de constante melhoria no fornecimento de alimentos em quantidade e qualidade, na vitalidade das zonas rurais e na promoção de bens públicos ambientais. Neste contexto, o papel da renovação geracional e da presença de uma rede de agentes económicos no meio rural é fundamental. Contudo, existe um conjunto de dificuldades para este universo, relacionados com os custos de capital (incluindo a tecnologia), pelo que a PAC terá de ter um foco específico para estas falhas de mercado.

O apoio à pequena agricultura deverá ser continuado. Os diversos regimes de apoio aos jovens agricultores podem ser mais bem combinados e simplificados.

****** A PAC, ao longo da sua história, foi respondendo de forma eficaz aos desafios da sociedade europeia, e para o período pós-2020 serão criadas novas ambições. Do objetivo inicial de segurança alimentar, à integração de objetivos ambientais, climáticos e territoriais, a PAC contribuirá como um fator de estabilidade num contexto de incerteza geopolítica.

Este processo de revisão deve conduzir a uma PAC modernizada e simplificada que atue de forma equilibrada no abastecimento de alimentos ao mercado e na sustentabilidade dos territórios rurais, nomeadamente através ao apoio à estabilização de rendimentos e ao incentivo ao investimento.

O processo de revisão da PAC coincide com a elaboração do próximo Quadro Financeiro Plurianual da UE. Este facto reforça-nos o sentido de exigência e de boa aplicação dos recursos. Neste contexto, é nossa responsabilidade construir em comum, ao nível da UE, uma política geradora de elevado valor acrescentado europeu.

REDE RURAL NACIONAL - Folha Informativa nº 72 Mar 2017 - DESENVOLVIMENTO RURAL

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Benchmarking- processo contínuo de comparação entre os concorrentes de um mercado. Base de dados que compara processos, práticas das melhores empresas que não estejam em fase de arranque ou investimento.

Para fazer Benchmarking, é necessário construir um modelo simples e fiável de avaliação económica da exploração leiteira.

Comparar o que é comparável

Só faz sentido comparar explorações trabalhando em velocidade de cruzeiro.

A análise do negócio do leite deve centrar-se no seu activo mais importante- as vacas leiteiras. Consideremos animal no activo ou em vida útil a partir do momento que se torna capital ativo valioso para o produtor (ativo circulante) a partir da 1ª inseminação confirmada.

Assim centraremos a análise nos seus animais no activo, que são as novilhas confirmadas prenhes as vacas secas as vacas em produção.

MODELOS ACTUAIS O “modelo de Barcelona” divulgado por alguns Veterinários

Adaptação do índice ATR dos Estados Unidos e visa a maior produção por animal no activo em permanência nas instalações.

Os adeptos deste modelo em Espanha e em Portugal deixaram cair a venda de activos extra leite e não contabilizam o valor residual do animal em fim de lactação.

Passou a ser o seguinte:

Como é óbvio este modelo não se ajusta ou não faz o agrado da de alguns dos decisores na exploração porque parte do princípio que o negócio do leite pode ser desenvolvido de forma isolada dos imputs necessários: animais de reposição, forragens e silagens.

Baseia os aumentos de produtividade em obras ou melhoramentos físicos na exploração (o que como princípio é bom) mas não contabiliza essas obras ou melhoramentos. Menospreza o valor real tanto de animais de reposição como o valor residual das vacas de refugo, nomeadamente refugo voluntário.

O “modelo do Sul e Ilhas” baseado na superfície agrícola útil elegível para efeito de ajudas à produção

Visa o melhor aproveitamento da superfície.

Baseia-se na alta disponibilidade de superfície arável. Produzem para auto consumo e venda externa.

No caso das Ilhas os animais passam muito tempo ao ar livre e a vida útil é em média prolongada, ainda que a produtividade por

CONSTRUINDO UM MODELO DE AVALIAÇÃO ECONÓMICA VALORIZANDO A PRODUTIVIDADE,

A SAÚDE E LONGEVIDADE DOS ANIMAIS

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// LACTICOOP | ALLTECH

Afertilidade do solo está relacionada principalmente com a combinação de minerais e componentes orgânicos, juntamente com a estrutura certa para a troca de ar e água ideal. É possível garantir

a correcção racional do solo utilizando cálcio e magnésio para melhorar a estrutura física do solo. Isto resulta num melhor equilíbrio químico e impulsiona a biologia do solo. Ao controlar a acidez de cobertura através da forte base, também é possível facilitar a absorção de compostos

fertilizantes pelas plantas.

A calagem é responsável pela melhoria das condições químicas nas camadas superficiais do solo e o calcário é importante no solo para fornecer cálcio e magnésio para as plantas e neutralizar a acidez.

A falta de cálcio causa severas restrições ao crescimento radicular prejudicando a absorção dos principais nutrientes para a planta (N, P, K, Ca e Mg). Por isso, para uma correta

A importância da correcção do PH do solo

animal em permanência, com as devidas excepções, seja baixa.

MODELO ALLTECH

Na Alltech acreditamos ser possível gerir, medir e comparar explorações com base na produtividade e longevidade dos animais.

De facto, grande parte da média exploração em Portugal, tem algumas ou muitas restrições de área, produz e quer continuar a produzir forragens e silagens para auto consumo , recria e quer continuar a recriar as suas novilhas de reposição porque acreditam estarem mais adaptadas às condições físicas e de maneio da sua exploração.

Muitos produtores, nomeadamente os produtores Alltech acreditam que é possível produzir com alta performance e alta produtividade, não abdicando do prolongamento da vida útil dos seus animais.

Na prática devemos considerar o que é melhor para cada caso:

30000 Litros = 3 lactações X 10000 litros = 2,5 lactações X 12000 litros

TURN OVERRetorno do capital investido

REPRODUÇÃO ALIMENTAÇÃO SANIDADE

Qual é o histórico e o objectivo da exploração?

Na Alltech respondemos a estas e outras questões.

André OliveiraTechnical Sales Manager

[email protected]

ALLTECH PortugalParque Monserrate

Av. Dr. Luís Sá, nº 9 Arm. AAbrunheira, 2710-089 Sintra

Tel: +351 219 605 510Fax: +351 219 605 519

Telem: + 351 916 609 331

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// LACTICOOP | CORREÇÃO DO PH

correcção o produtor deve utilizar um correctivo calcário.

A profundidade do sistema radicular determina a sobrevivência e produtividade das plantas, mas a sua distribuição é fundamental, para que esta explore a camada arável do solo (0-20cm). É nessa camada de solo que se encontram grande parte dos nutrientes e outros elementos que a raiz vai encontrar e explorar com facilidade.

A aplicação do correctivo deve ser uniforme em toda a extensão do terreno, de modo a haver um grande contacto entre as partículas do solo. Deve ser incorporado o mais profundo possível e antes da sementeira. Este factor de localização, determina a eficiência do correctivo. É essencial que a incorporação seja feita de modo a permitir o máximo contacto com a camada arável.A acidez dos solos é um dos principais factores limitativos da nutrição das plantas e de bloqueio dos nutrientes.

Assim ao corrigir o ph vai aumentar a capacidade de troca de nutrientes, economizando e optimizando a adição de fertilizantes, bem como, incentivando a produtividade da cultura e desempenhando um papel importante numa agricultura sustentável.

Qual o melhor Calcário?No momento da compra do calcário, o produtor deve observar aspectos técnicos e económicos. Sendo normalmente os correctivos calcários baratos, Infelizmente, os preços elevados do transporte e a dificuldade de distribuição no solo, podem trazer consequências na opção de fazer ou não a sua aplicação.

Podemos desde já dizer que existem diversos correctivos da acidez no mercado, como cal, cal hidratada, resíduos de cal, calcário moído, entre outras. Nesse artigo dar-se-á ênfase aos correctivos calcários, de maior utilização e vulgarização.

As características mais importantes do calcário são os teores de cálcio e magnésio, expressos respectivamente em percentagens de CaO (óxido de cálcio) e MgO (óxido de magnésio), poder de neutralizante e reactividade do material, estando directamente condicionada pala sua granulometria.

O correctivo é classificado em calcítico (menos de 5% de óxido de magnésio, MgO) e magnesiano ou dolomítico (quando apresenta de 6-12% de MgO)Antes de escolher um ou outro correctivo, o produtor deverá verificar a etiqueta, que representa a análise em laboratório das características químicas do produto.

Para finalizar podemos dizer que a melhor alternativa operacional é, utilizar calcário dolomítico, uma vez que os nossos solos, além de serem ácidos têm baixas quantidades de magnésio o que está interligado. Essa prática traz excelentes resultados agronómicos. Naturalmente aumenta o custo, pois MgO tem um preço mais alto. A adição de magnésio nas formulações NPK têm bons resultados, mas as quantidades são baixas, originando sempre aquando um cálculo de adubação, nunca desprezar este elemento.

Quando aplicar?

A época de aplicação dos correctivos é muito variável, no entanto há épocas do ano em que esta prática é facilitada. Refiro-me ao Inverno, depois de um corte das forrageiras, por exemplo ou numa eliminação de infestantes com uma grade de discos ou numa cultura alternativa. Esta época é a ideal para uma incorporação profunda ou uma forma de lixiviação que leve o correctivo em profundidade. A época de aplicação deve ser cerca de três meses antes da cultura objectivo.

A Lacticoop através das suas lojas Terra a Terra vai levar a efeito uma campanha de correcção do pH do solo.

Quem comprar o correctivo agrícola Lusisolo® lojas Terra a Terra, tem como bónus o empréstimo da máquina para o seu espalhamento.

O Lusisolo é um correctivo alcalinizante constituído por Hidróxido de Cálcio, Óxido de Cálcio e carbonato de Cálcio com um Valor Neutralizante de 73.

Devido ao seu elevado valor neutralizante tem uma dose recomendada por hectare de 800 a 1000kg.Sendo esta uma época por excelência para aplicação de correctivos, é imperativo fazer análises de terra para uma correcta programação da fertilização cultura que se avizinha, o milho. Com certeza que o nosso pH não é o ideal dai a oportunidade.

Uma boa calagem é quase sempre sinónimo de grandes colheitas.

Terra a TerraFernando Taveira

Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal S.A.Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 LisboaTel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050 - www.portugal.pioneer.com

Estabilidade Aeróbica (horas)

11B91

Control

0 20 40 60 80 100 120 140

128,8

71,5

Preservação da qualidade do seu Pastone ao longodo tempo

• Garante um pH fi nal mais baixo do Pastone.• Redução das perdas de matéria seca.• Reduz substancialmente o aquecimento do silo.

Preservação da qualidade do seu Pastone ao longodo tempo

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®, SM, TM marcas comerciais e marcas de serviço DuPont, Pioneer o de seus respectivos proprietários. © 2015 PHII.

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Com a cada vez mais competitiva agricultura moderna, torna-se imperativo para os agricultores a obtenção de maior rendimento das culturas, sendo pela via da melhor gestão dos recursos ou pela via da evolução das

técnicas culturais.

Nesse âmbito, o departamento Agronómico Pioneer, em permanente presença junto dos agricultores, tem vindo a identificar alguns dos aspetos menos positivos e possíveis de serem melhorados. Um dos pontos que a Pioneer vem reclamando desde há muito junto dos agricultores que regam por sulco, é a profundidade e a metodologia da realização desta técnica cultural. Assim, em parceria com a Escola Superior Agraria de Coimbra, a Pioneer estabeleceu um protocolo de colaboração, do qual resultou a elaboração de um estudo específico que teve como objectivo demonstrar alguns dos pontos a melhorar nas condições deste tipo de rega, seja no Vale do Mondego ou em qualquer outra zona de produção de milho.

A abertura dos sulcos demasiado profundos e de forma deficiente, pode diminuir com maior ou menor expressão os objetivos da cultura, ou seja a produção final. Podemos enumerar, sem ordem cronológica, alguns dos aspectos negativos tais como a perda antecipada da eficácia dos herbicidas, a destruição de parte das raízes do milho com o consequente aumento das doenças do sistema radicular, maior risco na acama pela raiz, entre outros. As consequências são normalmente mais graves quanto mais tardiamente se efectuar a abertura dos sulcos, pois coincidirá com o milho em estádios de desenvolvimento mais adiantados.

Os ensaios, realizados em 2016, na Quinta dos Torreões, Vale do Mondego (região onde predomina o sistema de rega por sulcos, teve como principal objectivo demonstrar a melhor metodologia na abertura dos sulcos a fim de tirar o maior partido desta necessidade. Foram ensaiadas 5 modalidades, nomeadamente, sem mobilização, sacha, sulco superficial (10 cm profundidade), sulco médio (15 cm profundidade) e sulco profundo (20 cm profundidade). Em jeito de conclusão,

o ensaio com um delineamento experimental rigoroso, permitiu comprovar que os sulcos superficiais relativamente às restantes modalidades podem acrescentar o seguinte: - Melhoria “significativa da produção final” com um acréscimo que, neste caso, rondou os 7%. Este resultado é um bom indicador do efeito negativo que a maior profundidade da sacha e dos sulcos provoca, por destruição de grande parte do volume das raízes; - Tanto maior quanto maior o estádio de desenvolvimento das plantas. - Tanto mais negativo, quanto maior for o stress em que as plantas se encontrem.- Melhor controlo das infestantes, por melhor eficácia dos herbicidas aplicados. Redução em mais de 50% da superfície coberta por infestantes;

- Maior resistência dos caules à acama, por enraizamento mais consistente, por maior diâmetro médio dos caules e menor sensibilidade a doenças das folhas e do caule. - A resistência à acama é superior, sendo em média 0,82kgf/planta, correspondendo em média a mais 43,4% da resistência mecânica. - Relativamente ao diâmetro médio dos caules, este é superior em 2,14 mm, correspondendo a um ganho de 10%.

A experimentação desenvolvida permitiu igualmente verificar que as condições de drenagem e de rega em função da profundidade dos sulcos deverão ter sempre em conta as características de drenagem interna do solo e os métodos de gestão da água adotados.

Deste modo, procurou dar-se um contributo com relativa utilidade, para os agricultores que utilizam sistemas de rega por sulco ou que por necessidade efectuam sachas muito tardiamente. Para mais esclarecimentos, não hesite em contactar o assessor agronómico da sua zona.

(Ensaio desenvolvido no âmbito de trabalho curricular de Diogo André Ferreira Vilão, aluno da Escola Superior Agrária de

Coimbra.)

Efeito da profundidade dos sulcos no rendimento final na cultura do milho

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Preservação da qualidade do seu Pastone ao longodo tempo

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// LACTICOOP | FERTINAGRO

O adubo com triplo efeitoRenovation Fuerza é uma gama de fertilizantes complexos, completos e tecnológicos, especialmente concebida para utilização como adubo de fundo em todo o tipo de culturas.

Caracteriza-se pelo fornecimento em simultâneo e em cada grão de adubo, de todas as substâncias necessárias para uma adequada nutrição das plantas. Apresenta-se com uma granulometria homogénea e de precisão que permite uma eficaz disposição dos grânulos de adubo na superfície a fertilizar, maximizando a concentração de todo o tipo de nutrientes na solução do solo, optimizando-se as doses a aplicar.

Com um modo de acção único, de triplo efeito, o Renovation Fuerza actua a nível Edáfico, Nutricional e Fisiológico;

O EFEITO EDÁFICO faz-se sentir a: Nível Biológico: pela utilização da Tecnologia Prolife que incorpora microelementos edáficos capazes de nutrir os microorganismos do solo.

Nível Químico: a incorporação de nutrientes secundários (Mg, Ca e S) permite uma elevada eficiência dos nutrientes do suelo e fertilizante por correcção do pH e actuação sobre a C.T.C (Capacidade de Troca Catiónica).

Nível Físico: a sua granulometría homogénea e de precisão permite uma óptima disposição dos grãos de adubo na zona do solo a fertilizar, aumentando a concentração de tecnología e nutrientes por unidade de superfície e maximizando a zona de contacto entre as raízes e os nutrientes. Deste modo, simulamos o fornecimento de nutrientes em culturas intensivas de estufa e garantimos a eficiência do produto.

O EFEITO NUTRICIONAL: Pelo fornecimento de macronutrientes (NPK) protegidos e de elevada eficiência adequados para cubrir as necessidades nutricionais de todo o

tipo de culturas.

Aplicando nutrientes secundários (Mg, Ca e S) totalmente solúveis e assimiláveis, de elevado aproveitamento pela cultura e pelo solo.

Completando a nutrição da cultura com microelementos (Fe, Zn) essenciais complexados por LS´s (Lignosulfonatos) e Aa´s (Aminoácidos) para a máxima produção (Lei de Liebig).

O EFEITO FISIOLÓGICO: Estimulando o desenvolvimento radicular por incorporação de Extractos húmicos seleccionados e activados (Patente EP 16382349. Procedimento para a obtenção de Ác. Húmicos com alta capacidade de complexação de iões metálicos). Fornecendo energia á cultura em cada estado fenológico, reduzindo o stress e incrementando a produção por aporte de Aminoácidos livres (Patente EP 15382623. Composição fertilizante que inclui iões metálicos complexados com Aa´s para melhorar a solubilidade do P por parte dos microorganismos presentes no solo).

BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DE RENOVATION FUERZA

Fertilizante tecnológico com triplo efeito: nutre a cultura, estimula e fornece energia para processos metabólicos e corrige o solo: máxima produção.Incorpora nutrientes minerais protegidos e assimiláveis pela cultura: menos perdas. Formulado com Extractos Húmicos activados (Patente EP 16382349) que além de estabilizar os nutrientes no solo, permite a sua introdução na via xilemática da planta: maior disponibilidade de nutrientes na raíz, caules, folhas e frutos. Adequado fornecimento de energia para os processos metabólicos (Patente EP 15382623): menor sensibilidade frente ao stress.

Máxima tecnologia em fertilização: maior rentabilidade da adubação.

Elaborado e adaptado por: Henrique César Moreira, Director de Zona_Fertinagro Portugal [email protected] I www.fertinagro.pt

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