AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DE ÁREAS PARA A INSTALAÇÃO DE ATERRO … · ATERRO SANITÁRIO COM O USO...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DE ÁREAS PARA A INSTALAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO COM O USO DE FERRAMENTAS DE APOIO À DECISÃO POR MÚLTIPLOS CRITÉRIOS Viviane Born Lajeado, novembro de 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DE ÁREAS PARA A INSTALAÇÃO DE

ATERRO SANITÁRIO COM O USO DE FERRAMENTAS DE APOIO À

DECISÃO POR MÚLTIPLOS CRITÉRIOS

Viviane Born

Lajeado, novembro de 2013

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Viviane Born

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DE ÁREAS PARA A INSTALAÇÃO DE

ATERRO SANITÁRIO COM O USO DE FERRAMENTAS DE APOIO À

DECISÃO POR MÚLTIPLOS CRITÉRIOS

Monografia apresentada na disciplina de

Trabalho de Conclusão de Curso II, na linha de

formação específica em Engenharia Ambiental,

do Centro Universitário UNIVATES, como parte

da exigência para a obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Ms. Rafael Rodrigo Eckhardt

Lajeado, novembro de 2013

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Viviane Born

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DE ÁREAS PARA A INSTALAÇÃO DE

ATERRO SANITÁRIO COM O USO DE FERRAMENTAS DE APOIO À

DECISÃO POR MÚLTIPLOS CRITÉRIOS

A banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada ao Programa de

Graduação em Engenharia Ambiental, do Centro Universitário UNIVATES, como

parte da exigência para a obtenção do grau de Bacharela em Engenharia Ambiental,

na área de Meio Ambiente:

Prof. Ms. Rafael Rodrigo Eckhardt – Orientador

UNIVATES

Prof. Ms. Gisele Cemin

UCS

Prof. Ms. Guilherme Garcia de Oliveira

UNIVATES

Lajeado, novembro de 2013

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Dedico este trabalho especialmente à

minha família, meu exemplo e minha

proteção, por todo o amor, carinho,

compreensão, incentivo e confiança, que

me tornaram a pessoa que hoje sou.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Ditmar e Lucrécia, pelos ensinamentos, exemplo

que são na minha vida e por toda a paciência nos meus erros. À minha irmã

Morgana, por ter sido meu apoio e incentivo incondicional. E também a todo o

restante das famílias: os Born, os Bender, os Marques, os Schneider, os Figueiredo,

os Bisolo, os Beuren e os Martinelli, que mesmo não estando sempre tão próximos

fisicamente torcem e vibram com cada conquista minha.

Ao meu namorado Alessandro, pelo amor, companheirismo e paciência

infinitos. Por me surpreender sempre. Pelo exemplo de amor à profissão de

Engenheiro e Professor. Essa vitória também é tua.

Às minhas muito mais que colegas de trabalho, amigas Marisa e Letícia, que

fazem os meus dias de Univates pra lá de especiais, os melhores. À professora Edí,

pelas lições de vida, ensinamentos e por não medir esforços para me auxiliar a

pleitear o campo de estágio curricular. Muito obrigada.

Aos amigos que fiz ao longo do curso, colegas especiais, pela amizade e

pelos momentos que passamos juntos. Em especial, à minha prima Gabriele –

‘Bizuzu', sem ela algumas dificuldades teriam sido muito maiores do que de fato

foram e algumas aulas não teriam sido tão divertidas. E à Sofia, pelo apoio,

serenidade e vibrações positivas, sempre. Indispensável e companheira na

implementação do TCC I – foste maravilhosa.

Aos professores da graduação, pela dedicação em ensinar, conhecimento

este que contribuiu para minha formação profissional e pessoal.

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Ao meu orientador Prof. Ms. Rafael Rodrigo Eckhardt, por despertar em mim

o interesse pelo Geoprocessamento, por incentivar-me a buscar o meu melhor, por

acreditar em mim. Pelos ensinamentos, orientações, confiança e tranquilidade. Pelo

exemplo de pessoa e profissional que é.

Aos Professores Ms. Gisele Cemin e Guilherme Garcia de Oliveira, pela

disponibilidade e aprendizado oportunizados.

Por fim, aos meus amigos, pelo carinho e por contribuir direta ou

indiretamente para que esse trabalho fosse realizado e o sonho de concluir a

graduação se concretizasse.

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RESUMO

Um dos problemas enfrentados na atualidade pelas administrações municipais é a questão vinculada à disposição final dos resíduos sólidos urbanos, situação que se agrava com o crescimento da população e o consumo de produtos e mercadorias, aspectos que geram um aumento da produção de resíduos. A crescente urbanização tem reduzido o número de áreas adequadas em termos ambientais e econômicos para a instalação de aterros sanitários, local apropriado para a disposição dos resíduos sólidos. Assim, esta monografia tem como objetivo avaliar a aptidão de áreas para a instalação de aterro sanitário nos municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia com o uso de sistemas de informações geográficas – SIG, através da utilização de rotinas de apoio à decisão por múltiplos critérios, bem como verificar se os aterros sanitários instalados nos referidos municípios encontram-se em áreas de alta, média ou baixa aptidão. Uma análise criteriosa desses espaços territoriais é importante para garantir a minimização dos impactos ambientais provenientes desse tipo de empreendimento e otimizar os benefícios econômicos. A metodologia deste estudo consistiu no estabelecimento dos critérios de restrição, dos fatores de aptidão, a padronização em uma unidade comum, comparação pareada dos fatores e agregação dos fatores e restrições. Enquanto que as restrições limitam a análise a regiões geográficas específicas, originando mapas booleanos com classificação de apto – não-apto, nas análises baseadas no conceito de classificação contínua (fuzzy) as variáveis são classificadas num escore de aptidão que mantém a área original de análise, não eliminando nenhuma porção do território. O resultado é o mapa de aptidão para a instalação de aterro sanitário, que revelou 45,54km² de áreas com alta aptidão nos 3 municípios, sendo que ocorrem 98 áreas com mais de 10 hectares. Os aterros dos municípios de Estrela e Lajeado estão localizados em áreas de alta aptidão, enquanto que o aterro sanitário de Teutônia, encontra-se em área de restrição, mas adjacente a 2 áreas com alta aptidão. A conclusão do estudo caracteriza os sistemas de informações geográficas, assim como a metodologia de análise por múltiplos critérios de apoio à decisão, conferem rapidez, baixo custo e precisão nos dados analisados para se definir áreas adequadas à implantação de aterros sanitários, que podem vir a ser aplicadas em outros municípios, facilitando desta maneira a disposição final adequada dos resíduos sólidos urbanos. Palavras – chave: Resíduos sólidos urbanos. Sistemas de informações geográficas. MCE.

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ABSTRACT

One of the problems faced today by the municipal administrations is the question linked to the disposal of solid waste, a situation that is aggravated by population growth and consumption of goods and merchandise, aspects that generate an increase in waste production. Increasing urbanization has reduced the number of suitable environmental and economical areas to install landfill, appropriate location for the disposal of solid waste. Thus, this thesis aimed to evaluate the suitability of areas to the installation of landfill in the municipalities of Estrela, Lajeado and Teutônia with the use of geographic information systems – GIS, through the use of routines to support multiple decision criteria, and verify that the landfill installed in those counties are in areas of high, medium or low fitness. A careful analysis of these territorial areas is important to ensure the minimization of environmental impacts from this type of enterprise and optimize the economic benefits. The methodology of this study was to establish the criteria for restriction factors of aptitude, standardizing on a common unit, pairwise comparison of factors and aggregation of factors and constraints. While the restrictions limits the analysis to specific geographic regions, yielding Boolean maps with classification of fit - non-fit, in the analyzes based on the concept of continuous rating (fuzzy) variables are classified in a fitness score that keeps the original analysis area, non eliminating any portion of the territory. The result is a map of suitability for installation of landfill, which revealed 45,54km² of areas with high fitness in 3 municipalities, with the occurrence of 98 areas with more than 10 hectares. Municipal landfills of Estrela and Lajeado are located in high aptitude areas, while Teutônia landfill is in a restriction area, but adjacent with two high aptitude areas. The conclusion characterizes the geographic information systems as well as the methodology of analysis by multiple criteria decision support, provide fast, low cost and accuracy in the data analyzed to define areas suitable for the establishment of sanitary landfills, that may be applied in other municipalities, thus facilitating the final disposal of solid waste. Keywords: Solid waste. Geographic information systems. MCE

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Destinação final dos resíduos sólidos coletados no Brasil: Inadequado x

Adequado .................................................................................................................. 21

Figura 2 – Destinação fnal dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil (t/dia) 22

Figura 3 – Componentes de SIG ............................................................................... 34

Figura 4 – Princípio básico de funcionamento do sensoriamento remoto ................. 37

Figura 5 – Localização dos municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia-RS .............. 50

Figura 6 – Esboço dos atuais aterros sanitários dos municípios em estudo ............. 54

Figura 7 – Fluxograma das etapas do trabalho ......................................................... 55

Figura 8 – Mapa restrição cursos hídricos................................................................. 57

Figura 9 – Mapa restrição estradas ........................................................................... 58

Figura 10 – Mapa restrição manchas urbanas ......................................................... 59

Figura 11 – Mapa temático declividade ..................................................................... 60

Figura 12 – Mapa temático solos .............................................................................. 61

Figura 13 – Mapa temático geologia ......................................................................... 62

Figura 14 – Mapa temático usos do solo ................................................................... 63

Figura 15 – Mapa temático estradas ......................................................................... 64

Figura 16 – Mapa temático rios ................................................................................. 65

Figura 17 – Mapa temático manchas urbanas .......................................................... 66

Figura 18 – Mapa padronização fator declividade ..................................................... 68

Figura 19 – Mapa padronização fator solos .............................................................. 70

Figura 20 – Mapa padronização fator geologia ......................................................... 71

Figura 21 – Mapa padronização fator usos do solo ................................................... 73

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Figura 22 – Função linear padronização fator distância das estradas ...................... 74

Figura 23 – Mapa padronização fator distância das estradas ................................... 74

Figura 24 – Função linear padronização fator distância dos rios ............................. 75

Figura 25 – Mapa padronização fator distância dos rios ........................................... 75

Figura 26 – Função linear padronização fator distância das manchas urbanas ........ 76

Figura 27 – Mapa padronização fator distância das manchas urbanas..................... 76

Figura 28 – Matriz de comparação pareada dos 7 fatores ........................................ 78

Figura 29 – Rotina de avaliação por múltiplos critérios ............................................. 79

Figura 30 – Mapa de aptidão para instalação de aterros sanitários .......................... 83

Figura 31 – Mapa de aptidão em classes para instalação de aterros sanitários ....... 84

Figura 32 – Mapa com áreas de alta aptidão com mais de 10 hectares ................... 85

Figura 33 – Mapa da classificação das áreas com mais de 10 hectares ................... 86

Figura 34 – Mapa de aptidão em classes com localização dos aterros sanitários .... 87

Figura 35 – Detalhe das áreas em que estão instalados os aterros de Estrela (A),

Lajeado (B) e Teutônia (C), respectivamente ............................................................ 88

Figura 36 – Área de alta aptidão com mais de 10ha localizada em Teutônia ............ 88

Figura 37 – Usos do solo na área visitada ................................................................ 89

Figura 38 – Árvores de médio porte presentes no local visitado ............................... 89

Figura 39 – Solo avermelhado, característico da formação de basalto ..................... 90

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de resíduos sólidos gerados no Brasil .................................. 20

Tabela 2 – Número de municípios brasileiros por destinação adotada ..................... 22

Tabela 3 – Diferenças significativas entre os paradigmas Construtivista e

Racionalista ............................................................................................................... 45

Tabela 4 – Valores de aptidão do fator declividade ................................................... 68

Tabela 5 – Valores de aptidão do fator solo ............................................................... 69

Tabela 6 – Valores de aptidão do fator geologia ........................................................ 71

Tabela 7 – Valores de aptidão do fator usos do solo ................................................. 72

Tabela 8 – Matriz de comparação pareada dos 7 fatores padronizados analisados . 81

Tabela 9 – Pesos de cada fator resultantes da matriz de comparação pareada ....... 81

Tabela 10 – Classes de aptidão para a instalação de aterros sanitários ................... 84

Tabela 11 – Classificação das áreas com mais de 10 hectares ................................ 86

Tabela 12 – Aptidão dos aterros e área visitada em relação a cada fator ................. 91

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 18

2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 18

2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 18

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 19

3.1 Resíduos Sólidos Urbanos ............................................................................... 19

3.2 Geotecnologias ................................................................................................. 24

3.2.1 Geoprocessamento ........................................................................................ 25

3.2.2 Sistemas de Informações Geográficas – SIG .............................................. 30

3.2.3 Sensoriamento Remoto ................................................................................. 37

3.2.4 Ferramentas de Apoio à Decisão .................................................................. 40

3.2.4.1 Análise por Múltiplos Critérios ....................................................................... 44

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 50

4.1 Área de Estudo .................................................................................................. 50

4.2 Materiais ............................................................................................................. 54

4.3 Procedimentos Metodológicos ........................................................................ 55

4.3.1 Estabelecimento dos critérios de restrição ................................................. 56

4.3.2 Estabelecimento dos critérios de aptidão .................................................... 60

4.3.2.1 Padronização ou normalização dos fatores ................................................... 66

4.3.2.2 Comparação ponderada dos fatores ............................................................. 76

4.3.2.3 Agregação dos fatores e restrições ............................................................... 78

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 80

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 93

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95

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1 INTRODUÇÃO

Os resíduos sólidos urbanos são definidos por Pereira Neto (1999), como um

conjunto variado de inúmeros objetos uma vez utilizados pelas atividades humanas

e que são descartados por não representarem mais nenhuma utilidade para aquele

que pertenciam. Em resumo, são os resíduos resultantes das atividades cotidianas

do homem (sociais, residenciais, comerciais e industriais, dentre outras) que vem

aumentando o consumo de bens descartáveis (ENSINAS, 2003), representando a

sua destinação adequada um dos principais desafios enfrentados pelos municípios.

A necessidade de se realizar o manejo e o gerenciamento adequados dos

resíduos sólidos é um desafio, visto que 17,7% dos resíduos coletados no Brasil

ainda são depositados a céu aberto, nos conhecidos lixões e 24,2% são destinados

a aterros controlados, locais estes que não possuem o conjunto de sistemas e

medidas para proteção do meio ambiente contra os danos e degradações,

representando 75 mil toneladas diárias ainda com destinação inadequada. Porém,

significativos 58,1% dos resíduos coletados são destinados corretamente a aterros

sanitários (ABRELPE, 2012).

A busca por alternativas tecnológicas adequadas de disposição final quanto

aos segmentos ambiental, sociocultural, político, econômico e financeiro é uma

prioridade (CASTILHOS, 2003), constituindo-se os aterros sanitários na alternativa

técnica mais aceita na atualidade como forma de disposição final dos rejeitos das

atividades humanas.

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Segundo Hamada (2003), os aterros sanitários compreendem uma forma

segura de disposição dos resíduos, seja pela especificação em locais apropriados,

como pela implementação de sistemas de impermeabilização, drenagem, cobertura

diária e final e tratamento dos efluentes líquidos e gasosos gerados. Porém, a

disponibilidade de áreas para a disposição de resíduos está cada vez mais escassa,

em função da crescente urbanização e devido à taxa crescente de geração de

resíduos sólidos, demandando a seleção de locais de uma forma cada vez mais

exata e criteriosa (TSUHAKO, 2004).

A disposição final dos resíduos sólidos em áreas inadequadas e realizada

sem conhecimento detalhado do local ocasiona sérios problemas ambientais e

sociais. De acordo com Tsuhako (2004), o local ideal à implantação de um aterro

sanitário deve reunir condições técnicas, econômicas e ambientais com vistas a

evitar ou minimizar impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade.

Para Tchobanoglous, Theisen e Vigil (1993), do ponto de vista técnico, para a

escolha da área de implementação de aterros sanitários, deve-se levar em

consideração fatores relacionados a condições do solo e topografia, condições

climatológicas, hidrologia de águas superficiais, condições geológicas, distância do

meio urbano, entre outros.

Nesse contexto, através dos sistemas de informações geográficas (SIG), com

os quais os dados podem ser inseridos, armazenados, analisados, visualizados e

disseminados (BATTY, 2007), nos últimos 20 anos, o foco da representação de

cidades e regiões moveu-se quase inteiramente para o âmbito digital. O SIG é aceito

como sendo uma tecnologia que possui o ferramental necessário para realizar

análises com dados espaciais e oferece, ao ser implementado, alternativas para o

entendimento da ocupação e utilização do meio físico, compondo o chamado

universo da Geotecnologia (SILVA, 1999). Constitui-se em uma importante

ferramenta de apoio à decisão, por permitir a manipulação de grandes volumes de

dados, a integração de imagens, e possuir potencial para realizar grande diversidade

de análises com eficiência a um baixo custo e num curto espaço de tempo.

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As ferramentas de apoio à decisão caracterizam-se pela capacidade de

analisar problemas complexos, incorporando critérios tanto quantitativos como

qualitativos, e que, muitas vezes, são conflitantes entre si. A Metodologia Multicritério

de Apoio à Decisão (MCDA – Multicriteria Decision Aid), especialmente, consiste em

uma alternativa para encontrar soluções viáveis e compatíveis com os diversos

interesses do decisor (BANA; COSTA, 1992), o qual modela um problema de

decisão a partir de uma estrutura partilhada pelos intervenientes do processo.

Ensslin et al. (2001) citam que métodos de apoio à decisão por múltiplos

critérios que utilizam o paradigma científico construtivista, consideram mais de um

aspecto e, portanto, avaliam ações segundo um conjunto de critérios. Cada critério é

uma função matemática que mede a performance das ações potenciais em relação

a um determinado aspecto.

A avaliação de áreas aptas à instalação de um aterro sanitário significa uma

decisão entre as possibilidades existentes, com base em alguns critérios. Estes

critérios, conforme a teoria da decisão, representam uma base mensurável e

avaliável para uma decisão, e constituem um fator ou restrição. Enquanto que as

restrições limitam a análise a regiões geográficas específicas, originando mapas

booleanos com classificação de apto – não-apto, nas análises baseadas no conceito

de classificação contínua (fuzzy) as variáveis são classificadas num escore de

aptidão que mantém a área original de análise, não eliminando nenhuma porção

(WEBER e HASENACK, 2000).

Diante do exposto, este trabalho visa analisar, através das ferramentas acima

descritas, as áreas territoriais dos municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia,

situados no Vale do Taquari, RS, com o objetivo de identificar os espaços mais aptos

à instalação de um aterro sanitário, bem como verificar se o local que se encontram

aqueles atualmente instalados estão localizados nas áreas mais adequadas, ou seja,

de alta aptidão.

Os municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia estão situados no Vale do

Taquari, localizado na região Central do Rio Grande do Sul, a uma distância média

de 110 km da capital do Estado, Porto Alegre. Os resíduos coletados nos municípios

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mencionados são encaminhados ao centro de triagem e aterro sanitário instalados

em cada um destes municípios.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

A presente monografia tem como objetivo analisar, através da utilização de

ferramentas de apoio à decisão por múltiplos critérios, o território dos municípios de

Estrela, Lajeado e Teutônia, situados no Vale do Taquari, RS, com o objetivo de

identificar as áreas aptas à instalação de um aterro sanitário, bem como verificar se

os locais onde se encontram os aterros sanitários instalados dos referidos

municípios estão em áreas adequadas.

2.2 Objetivos específicos

O objetivo geral foi alcançado através do desenvolvimento dos objetivos

específicos elencados a seguir:

Organizar mapas de geologia, solos, recursos hídricos, estradas,

declividade, distância de áreas urbanas, uso e cobertura do solo;

Estabelecer os critérios para identificar a aptidão das áreas analisadas;

Determinar a aptidão da área de estudo com vistas à instalação de

aterros sanitários;

Avaliar se os aterros sanitários instalados estão localizados em áreas

de alta aptidão.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Resíduos Sólidos Urbanos

Uma das atividades do saneamento ambiental, que envolve a coleta e o

tratamento de esgoto, o abastecimento de água potável, o manejo de água pluvial e

dos resíduos sólidos, é aquela que contempla a gestão e o gerenciamento integrado

de resíduos sólidos urbanos (GIRSU), tendo por objetivo principal propiciar a

melhoria ou a manutenção da saúde pública e do meio ambiente. O termo gestão é

utilizado para definir decisões, ações e procedimentos adotados em nível

estratégico, enquanto gerenciamento visa à operação do sistema de limpeza urbana.

A Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, define os resíduos sólidos da seguinte forma:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’ água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

Essa definição torna evidente a diversidade e complexidade que envolve a

questão pertinente aos resíduos sólidos. De forma geral, os resíduos sólidos de

origem urbana (RSU) compreendem aqueles produzidos pelas inúmeras atividades

desenvolvidas em áreas com aglomerações humanas do município. Normalmente,

os resíduos de origem domiciliar e aqueles com características similares, como os

comerciais e os resíduos da limpeza pública, são encaminhados para a disposição

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em aterros sob responsabilidade do poder municipal. Ressalta-se que o

gerenciamento de resíduos de origem não domiciliar, como é, por exemplo, o caso

dos resíduos de serviço de saúde ou da construção civil, são igualmente de

responsabilidade do gerador, estando sujeitos à legislação específica vigente.

A Tabela 1 apresenta a quantidade de resíduos sólidos urbanos gerada no

país. Os dados apresentados revelam um aumento de 0,8% no índice de geração

per capita de RSU e um acréscimo de 1,8% na quantidade total gerada. Tais índices

superam o crescimento da população urbana registrado de 2010 para 2011, que foi

de 0,9% (ABRELPE, 2012).

Tabela 1 – Quantidade de resíduos sólidos gerados no Brasil

Região

2010 2011

RSU Gerado (t/dia)/ Índice (Kg/hab/dia)

População Urbana (hab)

RSU Gerado (t/dia)

Índice (Kg/hab/dia)

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

12.920 / 1,108 50.045 / 1,289 15.539 / 1,245 96.134 / 1,288 20.452 / 0,879

11.833.104 39.154.163 12.655.100 75.252.119 23.424.082

13.658 50.962 15.824 97.293 20.777

1,154 1,302 1,250 1,293 0,887

Total Brasil 195.090 / 1,213 162.318.568 198.514 1,223

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2012).

Para que o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos seja integrado, deve

englobar etapas articuladas entre si, desde a não geração até a disposição final,

com atividades compatíveis com as dos demais sistemas do saneamento ambiental,

sendo essencial a participação ativa e cooperativa do governo, iniciativa privada e

sociedade civil organizada.

O depósito de resíduos sólidos a céu aberto, também chamado de vazadouro

ou lixão, é uma forma de disposição desordenada, sem compactação ou cobertura

dos resíduos, o que propicia a poluição do solo, ar e água, bem como a proliferação

de vetores de doenças. Por sua vez, o aterro controlado tem como único cuidado a

cobertura periódica dos resíduos com camada de solo. Tais formas de destinação

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final ocorrem devido à falta de capacitação técnico-administrativa, baixa dotação

orçamentária municipal, pouca conscientização da população quanto aos problemas

ambientais ou mesmo falta de estrutura organizacional das instituições públicas

envolvidas com a questão nos municípios, o que acaba refletindo na inexistência ou

inadequação do sistema de gerenciamento de resíduos.

Conforme pode ser visualizado na Figura 1, em termos percentuais houve

uma discreta evolução na destinação final ambientalmente adequada de RSU, em

comparação ao ano de 2010. No entanto, em termos quantitativos, a destinação

inadequada cresceu 1,4%, o que representa 23,3 milhões de toneladas de RSU

dispostos em lixões e aterros controlados (ABRELPE, 2012).

Figura 1 – Destinação final dos resíduos sólidos coletados no Brasil: Inadequado x

Adequado

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2012).

Nesse sentido, a busca de alternativas tecnológicas de disposição final

adequadas quanto às dimensões ambiental, sociocultural, política, econômica e

financeira é uma prioridade. Nesses termos, enquadram-se os aterros sanitários,

como alternativa técnica aceita atualmente como forma de disposição final.

A definição técnica para aterro sanitário é apresentada pela NBR 8.419 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1992), como sendo uma técnica

de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, não causando danos à saúde

pública e minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de

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engenharia para confinar os resíduos sólidos a menor área e volume possíveis,

cobrindo-os com uma camada de terra periodicamente.

Para se ter uma ideia real do cenário brasileiro, os resultados da Pesquisa

Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2012) apontam os aterros sanitários como o

destino final dos resíduos sólidos em 58,1% dos municípios brasileiros, conforme

Figura 2 e Tabela 2.

Figura 2 – Destinação final dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil (t/dia)

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2012).

Tabela 2 – Número de municípios brasileiros por destinação adotada

Destinação Final 2011 – Regiões e Brasil

Norte Nordeste Centro-Oeste

Sudeste Sul Brasil

Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixão

88 109 252

446 502 846

154 148 164

808 640 220

698 365 125

2.194 1.764 1.607

Total Brasil

449

1.794

466

1.668

1.188

5.565

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2012).

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Quanto à destinação dos resíduos sólidos exclusivamente urbanos, dos 70

municípios do Rio Grande do Sul que responderam o questionário ao Sistema

Nacional de Saneamento – SNIS (2009) 54,29% tem a disposição dos resíduos

sólidos urbanos em aterro sanitário, 31,43% em aterro controlado e 14% em lixão no

Rio grande do Sul (CHAVES, 2012).

No Vale do Taquari, uma coleta de dados exploratória realizada pelo grupo de

pesquisa Práticas Ambientais e Redes Sociais: investigações das realidades dos

resíduos sólidos domésticos no Vale do Taquari/RS, entre abril e agosto de 2007,

nos 36 municípios da região, apontou que apenas 10 adotam coleta seletiva. Do

total, 61,1% dos municípios não possuem aterro, 19,4% o possuem, 11,1% têm

aterro controlado e 8,3% dos municípios dizem que possuem aterro sanitário e

controlado (CASARIL et al., 2009).

O entendimento da problemática e o gerenciamento dos resíduos sólidos

urbanos estão numa instância bem mais complexa do que apenas na utilização de

tecnologias. É preciso pensar na origem do problema, fazer uma reflexão não sobre

o resíduo em si, no aspecto material, mas também quanto ao seu significado

simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, além das relações históricas

estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos.

Outra dificuldade do cenário brasileiro é que as áreas disponíveis para a

destinação final dos resíduos sólidos apresentam-se cada vez mais escassas, uma

vez que devem ser atendidos critérios de ordem social, econômica e principalmente,

ambiental. Contudo, o que pode ser verificado é que a administração municipal,

incumbida do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, geralmente opta pelas

áreas que possuem menor valor econômico, porém nem sempre adequadas sob

ponto de vista ambiental.

Nesse sentido, a complexidade inerente a este tipo de análise vem sendo

facilitada com o auxílio das geotecnologias, ferramentas computacionais, como

softwares SIG (Sistemas de Informações Geográficas), os quais fornecem suporte

para discriminar áreas potenciais para instalação de aterros sanitários, de maneira

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mais rápida e eficiente e viabilizam o estudo referente à aptidão de aterros sanitários

já instalados.

3.2 Geotecnologias

Em função de se tratar de um tema ainda recente, o termo geotecnologias

apresenta várias definições na comunidade científica (FONSECA, 2008). Guerra e

Marçal (2006) definem as geotecnologias como um conjunto de recursos

tecnológicos (Sistemas de Informações Geográficas – SIG, geoprocessamento,

cartografia digital, sensoriamento remoto, Sistema de Posicionamento Global –

GPS), com o intuito principal de coletar, processar, analisar e visualizar informações

com referência geográfica, através do processamento digital de imagens de

satélites, elaboração de bancos de dados georreferenciados, quantificação de

fenômenos naturais, além de outras análises, proporcionando uma visão mais

ampliada do ambiente.

Nas últimas duas décadas, o campo do conhecimento que envolve as

geotecnologias experimenta um crescimento técnico-científico significativo, sendo

amplamente divulgado e aceito pelos órgãos governamentais e pelas empresas

como subsídio para tomada de decisão e planejamento estratégico (BOLFE, 2006).

As geotecnologias utilizadas para estudos ambientais consistem num

importante grupo de ferramentas que ampara diversas demandas do planejamento e

da gestão territorial. A habilidade de análise espacial de ambientes urbanos

possibilita o melhor conhecimento do uso do solo e oferece uma maior capacidade

de avaliar, planejar e gerenciar a dinâmica dos municípios. Deste modo, as

geotecnologias apresentaram-se ao longo do tempo como uma ferramenta eficaz

também na análise, planejamento e implantação de soluções com relação à

destinação final dos resíduos sólidos urbanos (MORAES; FERREIRA; OLIVEIRA,

2010).

Apesar da sustentabilidade ambiental, promovida em diferentes contextos da

sociedade, ter possibilitado a maior cobrança por parte dos diferentes setores da

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sociedade civil, em solucionar problemas pertinentes ao gerenciamento dos resíduos

sólidos (SAMIZAVA et al., 2008), ainda é preciso avançar muito no que tange à

tomada de decisões por parte do poder público, quanto à disposição final dos

resíduos sólidos (MORAES; FERREIRA; OLIVEIRA, 2010).

3.2.1 Geoprocessamento

Para Couto (2009), a obtenção de informações sobre a distribuição geográfica

de fenômenos e objetos constitui atividade importante na organização da sociedade.

A análise através da combinação e do cruzamento de diversos dados em ambiente

computacional, informações estas inicialmente contidas apenas em mapas e

documentos em papel impresso, foi possibilitada pelo progresso da informática, na

segunda metade do século XX, dando início à prática do geoprocessamento. Esta

técnica é caracterizada por Câmara, Davis e Monteiro (2001) como uma área do

conhecimento que faz uso de procedimentos matemáticos e computacionais no

manuseio de informações geográficas, influenciando em Cartografia, Análise de

Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e

Regional. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), caracterizados como

ferramentas computacionais do geoprocessamento, possibilitam análises complexas

ao integrarem dados de diversas fontes e possibilitarem a criação de bancos de

dados georreferenciados. Além disso, permitem a automatização da produção de

documentos cartográficos.

O termo geoprocessamento pode ser desagregado em geo (terra – superfície

– espaço) e processamento (de informações – informática). Assim, pode ser definido

como ramo da ciência que estuda o processamento de informações

georreferenciadas através da utilização de aplicativos (normalmente SIGs),

equipamentos (computadores e periféricos), dados de diversas fontes e profissionais

especializados. Este conjunto deve permitir a manipulação, avaliação e geração de

produtos (geralmente cartográficos), relacionados principalmente à localização de

informações sobre a superfície da terra (PIROLI, 2010).

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Segundo Câmara (2007), o geoprocessamento é uma tecnologia

multidisciplinar, que permite a convergência de diferentes disciplinas científicas para

o estudo de fenômenos ambientais e urbanos, para as quais o espaço é uma

linguagem comum. Para o mesmo autor, se a variável “onde” é importante para o

negócio pretendido, então é o geoprocessamento a ferramenta de trabalho a ser

utilizada, principalmente em se tratando da dimensão continental do Brasil, em que

há uma grande carência de informações adequadas para a tomada de decisões

sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais.

Com o objetivo de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas,

nos anos 50, nos Estados Unidos e na Inglaterra, ocorreram as primeiras tentativas

de automatizar uma porção do processamento de dados, porém em função da

precariedade da informática na época e a especificidade das aplicações

desenvolvidas não se pode classificar estes processos como “sistemas de

informação”. Os primeiros SIGs surgiram na década de 60, no Canadá, compondo

um programa governamental para criação de um inventário de recursos naturais,

contudo a sua capacidade de armazenamento e a velocidade de processamento

eram muito baixas. Nos anos 70 surgem os primeiros sistemas comerciais de CAD

(Computer Aided Design, ou projeto assistido por computador), que contribuem para

a melhora das condições de produção de desenhos e plantas para engenharia e que

serviram de referência para os primeiros sistemas de cartografia automatizada. A

década de 80 representa o momento quando a tecnologia de sistemas de

informações geográficas inicia um período de acelerado crescimento que dura até os

dias de hoje (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001).

A introdução do geoprocessamento no Brasil inicia-se a partir do esforço de

divulgação e formação de pessoal feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ), no

início dos anos 80. A vinda ao Brasil, em 1982, do Dr. Roger Tomlinson, responsável

pela criação do primeiro SIG (o Canadian Geographical Information System),

incentivou o aparecimento de vários grupos interessados em desenvolver tecnologia,

entre os quais Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais (INPE) (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001).

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Piroli (2010) descreve os principais componentes do geoprocessamento como

sendo:

Informática: a evolução da informática possibilitou o desenvolvimento

das geotecnologias e permitiu o trabalho com grandes volumes de dados nos

ambientes computacionais, necessários nos projetos desenvolvidos em

geoprocessamento. A informática divide-se em hardware, que corresponde ao

computador e aos periféricos utilizados e software, que refere-se aos aplicativos que

fornecem as rotinas e módulos necessários para adquirir, armazenar, visualizar e

plotar as informações geográficas.

Sistemas de Informações Geográficas (SIG): são sistemas de

informações designados a trabalhar com dados referenciados a coordenadas

espaciais, geralmente constituídos por programas e processos de análise, que têm

como característica principal associar uma informação de interesse com sua

localização espacial. Estes aplicativos possibilitam a manipulação de dados

geograficamente referenciados e seus respectivos atributos e a integração desses

dados em várias operações de análise geográfica.

Sensoriamento Remoto (SR): é a arte e a ciência de se obter

informação sobre um objeto sem estar diretamente em contato físico com ele,

podendo ser utilizado para medir e monitorar importantes características biofísicas e

atividades humanas na Terra.

Sistema de Posicionamento Global (GPS): constituído por uma

constelação de pelo menos 24 satélites que orbitam a Terra a 20.200 km de altitude,

cada um passando sobre o mesmo ponto da superfície terrestre duas vezes por dia.

Estes satélites enviam sinais de rádio que são captados pelo aparelho de GPS, que

em função da localização dos satélites calcula e informa a coordenada de qualquer

ponto da superfície do planeta.

Cartografia Digital: os mapas e cartas topográficas, se transformados

em imagens, fornecem informações preciosas para o geoprocessamento. Muitos

mapas estão disponíveis no formato analógico (em papel), no entanto, podem ser

convertidos para o formato digital através de scanners.

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Topografia e Levantamentos em Campo: apesar da tecnologia estar

bastante evoluída e as fontes de dados hoje disponíveis serem bem diversas, a

complementação e a confirmação das informações no campo ainda são

fundamentais e indispensáveis na maioria dos projetos de geoprocessamento. Além

disso, as escalas dos materiais disponibilizados muitas vezes não permitem o

detalhamento exigido para determinados fins. A topografia possibilita o levantamento

de informações com a qualidade requerida, especialmente em pequenas áreas.

Embora atualmente se disponha de imagens de satélite de alta resolução, o custo

das mesmas e as dificuldades na sua obtenção muitas vezes fazem com que a

utilização das técnicas de topografia seja a solução para levantamentos de

informações locais.

Processamento Digital de Imagens: caracteriza as transformações e

adaptações realizadas para modificar uma imagem, com a finalidade de ajustá-la à

necessidade de um determinado trabalho. Os processamentos mais habituais

usados em geoprocessamento são as composições de bandas de imagens de

satélite, correções atmosféricas, aplicações de filtros e de contrastes, elaboração de

fusões de imagens, transformações e restituições, classificações de imagens,

reclassificações, entre outros. O domínio destas técnicas e em que casos aplicá-las

é um dos elementos mais importantes no trabalho com geoprocessamento.

Profissional Capacitado: todo o conjunto de ferramental e tecnologias

apresentados anteriormente de nada adianta se não houver o profissional

especializado, com capacidade para aplicar os recursos tecnológicos disponíveis,

integrar o uso das diferentes metodologias e interpretar os resultados do trabalho

desenvolvido.

A ferramenta de maior relevância no geoprocessamento é o SIG e,

provavelmente por essa razão, diversas vezes estes termos são usados como

sinônimos, apesar do segundo estar contido no primeiro. O SIG é o personagem

principal, pois tem a capacidade de armazenar e processar dados provenientes de

diferentes fontes e combiná-los para gerar informações relevantes, seja por meio de

relatórios, gráficos ou cartografia temática. O SIG é indispensável para a

caracterização e análise dos fenômenos que ocorrem no espaço geográfico

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(NASCIMENTO, 2012).

Além de possibilitar o aperfeiçoamento e a integração dos dados, as técnicas

do geoprocessamento também permitem realizar análises mais complexas, com a

associação destas às informações obtidas do imageamento a partir de aeronaves ou

plataformas orbitais (satélites), além dos radares, e a incorporação destes dados

através do uso de hardware, software e banco de dados espaciais, chegando-se a

um grande conjunto de elementos que permitem a utilização da informação

geográfica de forma a avaliar conjunturas e distinguir potencialidades (FONSECA,

2008).

Esse incremento nas aplicações de geoprocessamento como instrumento de

avaliação e planejamento, seja no meio acadêmico como no setor privado, abrange

desde a identificação de locais próprios à implantação de empreendimentos (usinas

de reciclagem e de geração de energia, áreas de lazer, indústrias, estabelecimentos

comerciais), a avaliação da degradação ambiental (GOES et al., 1995), estudos de

viabilidade ou planejamento agrícola (WEBER, 1996), até como ferramenta de apoio

à decisão (VALDAMERI, 1996). Em função disso seu íntimo vínculo ao planejamento

e gestão territorial, que Silva (1999) refere como potencialidade das técnicas de

geoprocessamento e SIG em estudos ambientais, significativamente com referência

às interações do meio natural e a ação antrópica, diagnosticadas através da análise

do uso do solo, destacando-se alguns trabalhos, entre os quais os de Hadlich

(1997), Torezan e Lorandi (2000), Rodrigues, Zimback e Piroli (2001).

Hadlich (1997) utilizou as técnicas de geoprocessamento e cartografia digital

na avaliação de riscos de contaminação dos recursos hídricos por agrotóxicos e

aplicou-a a micro bacia hidrográfica do Córrego Garuva-Sombrio/SC. Torezan e

Lorandi (2000) aplicaram técnicas de geoprocessamento na análise de componentes

ambientais, como instrumento de planejamento de áreas com potencial de serem

exploradas por atividades de mineração de areia na bacia do Rio Bonito (SP).

Rodrigues, Zimback e Piroli (2001) utilizaram SIG para realizar uma avaliação do uso

da terra na parte inicial da Bacia do Rio Pardo, em Botucatu-Pardinho/SP, visando

subsídios para o planejamento adequado do uso na área.

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Atividades complexas, como o planejamento e a tomada de decisão, foram

favorecidas pela possibilidade de processamento simultâneo de grandes

quantidades de dados georreferenciados. A seleção de áreas para disposição final

de resíduos sólidos é exemplo de atividade em que, com o emprego do

geoprocessamento, se observa significativa melhora na qualidade dos resultados e

facilidades em toda a operação (GOMES; MARTINS, 2001).

No Estado, Weber e Hasenack (2000), aplicaram SIG para um zoneamento

de aptidão à instalação de um aterro sanitário no município de Osório/RS, através da

classificação contínua de dados e análise espacial não booleana, considerando os

critérios restritivos e escalonados. O resultado obtido no referido estudo confirma os

SIGs como uma ferramenta útil e ágil na integração de informações espaciais para

gestão do uso do solo.

3.2.2 Sistemas de Informações Geográficas – SIG

Os Sistemas de Informações Geográficas, conhecidos como SIG,

compreendem importantes instrumentos de organização e análise da informação,

sendo utilizados dentro das mais diversas especialidades. Foram criados e

desenvolvidos para proporcionar aos utilizadores a integração de informação

georreferenciada num sistema de informática, permitindo através de ferramentas de

análise, a geração de novas informações, em função das necessidades específicas

dos usuários.

Os SIG são instrumentos fundamentais ao serviço da gestão dos recursos

naturais e do ordenamento do território, possibilitando a disposição, a qualquer

momento, de um conjunto integrado de multidados de diversas origens, de fácil

atualização e relacionáveis entre si, através de um referencial comum, o mesmo

espaço geográfico (BURROUGH, 1986).

Os Sistemas de Informações Geográficas são sistemas de informação

especialmente concebidos para armazenar, analisar e manipular dados geográficos,

ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização

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geográfica é uma característica inerente e indispensável no seu tratamento. Os

dados geográficos podem ser captados a partir de diversas fontes, registrados e

armazenados nas chamadas bases de dados geográficos (CÂMARA et al., 1996).

De acordo com Câmara (1993), os SIG são sistemas que integram numa

única base de dados informações espaciais com origem em dados cartográficos, de

censo e de cadastro urbano e rural, imageamento de satélites e modelos numéricos

de terrenos; além de combinar várias informações mediante a utilização de

algoritmos de manipulação, gerando mapeamentos derivados; também permitem a

consulta, recuperação, visualização e impressão do conteúdo da base de dados

geocodificados.

Para Moura (2003), os SIG são essenciais para o planejamento, pois

contribuem em muito na sistematização de dados, já que ao buscar formas de

trabalhar com as relações espaciais ou lógicas, tende-se a evoluir do descritivo para

o prognóstico. Ao invés de, simplesmente descrever elementos ou fatos, pode-se

traçar cenários, simulações de fenômenos, com base em tendências observadas ou

julgamentos de condições estabelecidas.

O termo SIG é utilizado para nomear sistemas que realizam o tratamento

computacional de dados geográficos e recuperam informações com base em suas

características alfanuméricas e através de sua localização espacial; oferecem ao

administrador (urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente

de trabalho, no qual todas as informações disponíveis sobre um determinado

assunto estão ao seu alcance, interligadas com base no que lhes é comum – a

localização geográfica. Para que isto seja possível, a geometria e os atributos dos

dados num SIG devem estar georreferenciados, ou seja, localizados na superfície

terrestre e representados em projeção cartográfica (CÂMARA; MEDEIROS, 2003).

Resumidamente, SIG é um sistema constituído por um conjunto de programas

computacionais que integra dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de

coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente

referenciados a um sistema de coordenadas conhecido (FITZ, 2008).

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As diversas definições para SIG refletem a multiplicidade de usos, visões e

aplicações desta tecnologia, porém o seu maior potencial está na conjugação das

várias metodologias com uma perspectiva multidisciplinar da sua utilização. De uma

forma geral, é possível identificar duas importantes características do SIG comuns a

estas diferentes abordagens, a da possibilidade de integração, numa única base de

dados, de informações geográficas provenientes de fontes diversas e da

possibilidade de recuperar, manipular e visualizar estes dados através de algoritmos

de manipulação e análise (CÂMARA et al., 1996).

De preferência, os SIG devem ter capacidade para dar suporte nas ocasiões

seguintes (CÂMARA, DAVIS E MONTEIRO 2001; FITZ, 2008; ROCHA, 2000), sejam

elas ambientais, econômicas ou sociais:

Quando a localização espacial de algum dado é necessária, por

exemplo: uma árvore em um terreno qualquer, ou um córrego em uma bacia

hidrográfica;

Quando se quer associar atributos a alguma informação espacial, por

exemplo: qual a espécie da árvore no terreno, ou quais os nomes e respectivas

vazões dos rios e córregos de uma bacia hidrográfica;

Nos cálculos de distâncias, por exemplo: qual é o comprimento de

algum rio ou rodovia;

Nos cálculo de áreas, por exemplo: qual a área da reserva legal de

uma propriedade, ou qual a área de determinada bacia hidrográfica;

Para determinar trajetos de menor custo, resistência ou distância, por

exemplo: qual o melhor percurso economicamente para o trajeto do(os) caminhões

de coleta de resíduos sólidos domiciliares dentro de um município ou bairro;

Nos cruzamentos de dados espaciais, por exemplo: na procura de uma

área mais adequada para o plantio de determinada cultura agrícola;

Quando se quer caracterizar a importância entre as localizações

espaciais, por exemplo: qual seria a melhor área para a implantação de um aterro

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sanitário dentro de um limite municipal;

Na quantificação de eventos associados a uma localização espacial,

por exemplo: os deslizamentos de terra numa serra em determinado período;

Nas análises estatísticas, como por exemplo: associar a precipitação

com o tempo de retorno para determinada região e relacionar isto com a

probabilidade de enchentes ou de deslizamento de encostas;

Na simulação de mudanças entre diferentes períodos em determinadas

condições, como por exemplo: quais os animais que estão presentes em

determinada região numa determinada época do ano;

Na identificação de informações posicionadas espacialmente, como por

exemplo: espacializar as ocorrências de crimes em determinadas regiões para

aumentar o policiamento;

Para criar ou estabelecer zonas de interesse, como exemplo: do ponto

de vista ambiental, procurar áreas dentro de uma região para se criar um corredor

ecológico para poder manter a sobrevivência e manutenção de espécies nativas; do

ponto de vista econômico, estabelecer uma área para abrir um comércio, por

exemplo, “padaria” em um determinado bairro; e do ponto de vista social, realizar

estudos para estabelecer onde se deve construir uma escola ou hospital dentro de

um município.

De acordo com Piroli (2010), os SIG apresentam três aplicações fundamentais

na área geográfica:

Como ferramenta para produção de mapas, e para geração e

visualização de dados espaciais;

Como suporte para análise espacial de fenômenos e para a

combinação de informações espaciais;

Como bancos de dados geográficos, que tem funções de

armazenamento e integração de informações espaciais.

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De um modo amplo, SIG podem ser utilizados para (NASCIMENTO, 2012):

Elaboração de mapas de vulnerabilidade ou riscos potenciais;

Cadastro urbano e rural;

Gerenciamento de serviços de utilidade particular ou pública;

Modelagem de processos;

Gestão e ordenamento territorial;

Elaboração de planos diretores ou de manejo;

Monitoramento ambiental.

Conforme Eastman (1998), SIG não é uma peça de software única, constitui-

se de vários elementos distintos, como pode-se visualizar na Figura 3. Embora nem

todos os sistemas se constituam de todos os componentes, para se ter um

verdadeiro SIG, deve-se ter a presença de um grupo essencial.

Figura 3 – Componentes de SIG

Fonte: Eastman (1998).

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Para que a funcionalidade do SIG se cumpra é necessário um banco de

dados, cuja aquisição depende do projeto que vai ser realizado e dos parâmetros,

indicadores e variáveis que serão utilizados. Estes dados podem ser obtidos em

órgãos governamentais federais e/ou estaduais, Secretarias, Prefeituras,

Concessionárias e outros, porém, caso não se encontre todos os dados necessários,

deve-se gerá-los, o que demandará custos, prazos e tempo necessário para sua

formação (NASCIMENTO, 2012).

Os dados utilizados em SIG compreendem dois elementos, um banco de

dados espacial ou geográfico, que descreve a forma e a posição das feições e um

banco de dados de atributos ou descritivo, descrevendo as características ou

qualidades dessas feições (EASTMAN, 1998). Enquanto que em alguns sistemas os

bancos de dados mencionados estão rigidamente separados, em outros, como no

Idrisi, por exemplo, estão integrados numa única entidade.

O sistema de visualização cartográfica permite, através de elementos

selecionados do banco de dados, produzir mapas de saída na tela ou em alguns

dispositivos de saída em meio sólido como uma impressora ou plotter. Através do

sistema de digitalização de mapas, pode-se converter mapas em papel para um

formato digital, através de mesas digitalizadoras ou scanners, aprimorando mais o

banco de dados.

O sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD) é utilizado para

entrada, gerenciamento e análise de dados de atributo. Com o SGBD é possível

introduzir dados de atributo como informação tabular e estatística e após, extrair

tabulações especializadas e sumários estatísticos para gerar novos relatórios

tabulares.

O sistema de análise geográfica possibilita a análise de dados baseada em

suas características espaciais reais, com base na sua posição geográfica. O

sistema de processamento de imagens é um software que permite tomar uma

imagem de sensoriamento remoto, como LANDSAT, e convertê-la em dados

interpretados na forma de mapa de acordo com vários procedimentos de

classificação. O sistema de análise estatística oferece procedimentos estatísticos

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tradicionais bem como rotinas específicas para a descrição de dados espaciais, em

função de sua especialidade.

O sistema de apoio à decisão é uma das funções mais importantes de um

SIG, auxiliando na construção de mapas de aptidão através de múltiplos critérios,

além de atender decisões sobre localização quando há múltiplos objetivos

envolvidos. A integração do SIG e de metodologias de apoio à decisão possibilita a

tomada de decisão de uma maneira mais fundamentada, visto que o decisor tem a

sua disposição dados/informações mais acessíveis e com maior flexibilidade.

Em SIG existem duas estruturas principais de armazenamento de dados em

mapas no formato digital, o Vetorial e o Raster (NASCIMENTO, 2012). No formato

vetorial a representação de um elemento ou objeto é uma tentativa de reproduzi-lo o

mais exatamente possível, se comparado à realidade, através de um ou mais

vetores. Qualquer um dos elementos gráficos pode ser descrito por pontos, linhas ou

polígonos e estão situados em sistemas de coordenadas bidimensionais (x,y) ou

tridimensionais (x,y,z). Dentre as representações dos três elementos geométricos

básicos (pontos, linhas e polígonos), os pontos são estabelecidos por um único par

de coordenadas, as linhas são conjunto de pelo menos dois ou mais pontos, e os

polígonos são conjuntos de pontos em que sua última coordenada coincide com a

primeira, fechando desta forma o polígono (NASCIMENTO, 2012).

No formato raster a representação do espaço é através de uma matriz P (m,

n) composto de m colunas e n linhas, onde cada célula possui um número de linha,

um número de coluna e um valor correspondente ao atributo estudado, sendo que

cada célula é individualmente acessada pelas suas coordenadas (CÂMARA; DAVIS;

MONTEIRO, 2001). As células podem ser chamadas de pixels “picture element”, ou

seja, elemento da imagem. A representação matricial considera que a superfície da

área analisada é plana e a resolução espacial depende da área abrangida no terreno

por cada célula individualmente. Consequentemente, quanto mais células se utilizar

para representar uma área, melhor será a sua resolução espacial, porém, será

necessário também um espaço de armazenamento maior.

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Além de permitirem um fácil acesso à informação múltipla integrada numa

única base de dados, os SIG possibilitam a elaboração de diferentes cenários

alternativos e a simulação dos seus efeitos espaciais, permitindo uma melhor e mais

correta definição das medidas de planejamento a serem aplicadas. Por este motivo,

constituem instrumentos poderosos de apoio à decisão nos diferentes níveis.

3.2.3 Sensoriamento Remoto

A Figura 4 apresenta o princípio básico de funcionamento do sensoriamento

remoto (SR), que compreende a transferência de energia eletromagnética de uma

fonte artificial ou natural, sendo o Sol (A) a fonte natural mais significativa para a

Terra. Essa energia se propaga (B) com frequências e comprimentos de ondas

específicos os quais, ao colidirem sobre determinada superfície (C), o alvo, podem

ser, de um modo geral, absorvidos ou refletidos conforme a natureza da substância.

Parte da energia refletida é então captada por sensores instalados em satélites (D),

que os enviam às estações de recepção na Terra (E) e processam e analisam as

informações (F) gerando dados tais como imagens ou valores numéricos (G)

(DUCATTI, 2010).

Figura 4 – Princípio básico de funcionamento do sensoriamento remoto

Fonte: http://geoprocessamentoifgoiass.blogspot.com.br/2011/07/sensoriamento-remoto.html.

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O sensoriamento remoto pode ser definido como o conjunto de processos e

técnicas utilizados para medir propriedades eletromagnéticas de uma superfície, ou

objeto, sem que haja contato entre o objeto e o equipamento sensor (CÂMARA et

al., 1996). De acordo com Rocha (2000), o sensoriamento remoto pode ser

conceituado como a aplicação de dispositivos que, colocados em aeronaves ou

satélites, nos permitem obter informações sobre objetos ou fenômenos da superfície

da Terra, sem contato físico com eles.

Conforme Piroli (2010), a aquisição de informações pode ser realizada por

dois tipos de sensores:

Orbital: quando as informações são coletadas por sensores

localizados em órbitas ao redor do planeta, coletando dados da superfície a

determinados intervalos de tempo e de espaço. Os exemplos mais comuns são as

imagens de satélite, geradas por um sensor que detecta e quantifica a quantidade

de energia enviada e refletida pelos objetos.

Não-orbital: quando é realizado por sensores aerotransportados, não

localizados em órbitas, que utilizam, para seu deslocamento, aviões, balões ou

veículos aéreos não tripulados (principalmente aeromodelos). Os produtos mais

comuns desse método de aquisição são as fotografias aéreas, geradas pela

sensibilização química causada pela luz em um papel fotográfico.

O SR iniciou com a invenção da câmara fotográfica, primeiro instrumento

utilizado e que atualmente é ainda empregado para tomada de fotos aéreas.

Inicialmente essas câmaras eram carregadas por pombos e balões e posteriormente

por aviões, normalmente com fim militar de fotografar áreas inimigas e obter

informações em épocas de conflitos. Somente posteriormente estes dados foram

utilizados também para uso civil (FIGUEIREDO, 2005).

As imagens de satélite experimentaram um novo impulso na obtenção de

dados para a área ambiental, especialmente a partir da década de 1970, com o

lançamento de sensores orbitais, pancromáticos e/ou espectrais (LANDSAT, SPOT,

CBERS, IKONOS, QUICKBIRD e NOAA). Os cinco primeiros são destinados ao

monitoramento e levantamento dos recursos naturais terrestres, enquanto que o

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último é um satélite meteorológico, destinado principalmente aos estudos climáticos

e atmosféricos, mas também utilizado para SR (FIGUEIREDO, 2005). A resolução

das imagens produzidas pelos diferentes sensores apresentam características

distintas, podendo ser um dos fatores determinantes da sua aplicação.

As imagens do sensor Thematic Mapper (TM), do LANDSAT 5, têm sido muito

utilizadas em função de conter as informações em seis bandas espectrais com

resolução espacial de 30 metros, abrangendo as faixas espectrais do visível e

infravermelho refletido e também uma banda do infravermelho termal, abrangendo

esta última uma resolução espacial de 120 metros. As imagens são disponibilizadas

no formato de banda simples, preto e branco ou composições coloridas, nos

formatos analógico ou digital, representando grande utilidade nos estudos de escala

regional relativos à identificação, análise e interpretação de aspectos do meio físico

(BROLLO, 2001).

Apesar de demandarem grandes investimentos e muita energia nos seus

lançamentos, os satélites orbitam em torno da Terra por muitos anos e em função de

serem mantidos a grandes altitudes, onde não há resistência do ar e a pequena

força gravitacional terrestre é equilibrada pela força centrífuga do movimento orbital

do satélite, durante a sua operação em órbita o consumo de energia é mínimo. Estes

sensores registram um processo contínuo de tomada de imagens da superfície

terrestre coletadas 24 horas por dia, durante toda a sua vida útil (FIGUEIREDO,

2005). Um exemplo disso é o satélite Landsat 5, lançado em 1984, que permaneceu

ativo até janeiro de 2012, gerando imagens durante 28 anos, substituído pelo satélite

Landsat 8, ativo desde 2013.

O princípio básico que possibilita a aquisição de informações sobre o

levantamento dos recursos naturais através do SR está baseado no comportamento

espectral dos alvos terrestres, que são registrados por diferentes sensores,

operantes em diferentes faixas ópticas do espectro eletromagnético, em diferentes

bandas ou canais, conforme suas distintas configurações (VALÉRIO FILHO, 1998),

disponibilizado em formato digital e estruturado em matrizes regulares, em que cada

quadrícula corresponde a uma área do terreno. Em cada pixel é registrado um vetor

de valores, números digitais (ND), no qual cada valor corresponde à quantidade de

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energia refletida pelos objetos da superfície, em diferentes gamas do espectro

eletromagnético. A característica espectral peculiar de cada alvo (água, solo,

vegetação) é resultado da interação da energia eletromagnética, proveniente do sol,

com as propriedades físicas e químicas dos alvos terrestres, que são registradas

pelos sensores (passivos). Esta energia refletida é medida de acordo com as suas

características técnicas: resolução espacial (tamanho do pixel), espectral (número de

bandas e largura de cada banda do espectro eletromagnético a que um sensor é

sensível), rádio métrica (número máximo possível de ND por canal) e temporal

(RICHARDS, 1986). As zonas do espectro que têm sido mais utilizadas em detecção

remota são: o visível, que inclui o azul, verde e vermelho, o infravermelho próximo e

o infravermelho médio (RICHARDS, 1986).

Dados os aspectos gerais considerados, neste trabalho o sensoriamento

remoto favorece a obtenção de informações sobre o terreno, em seus aspectos

fisiográficos como em relação ao uso do solo, aspectos estes de significativa

relevância para a avaliação da aptidão de áreas para disposição de resíduos, como

um produto final de nível de excelência de maneira rápida e eficiente.

3.2.4 Ferramentas de Apoio à Decisão

Para Saaty (2001), a vida de cada um é um somatório de suas decisões, seja

no segmento profissional ou pessoal, o que torna, rotineiramente, como se decide

tão significativo como quanto se decide, podendo decisões tomadas rapidamente se

refletirem desastrosamente, enquanto a morosidade na decisão poder significar

oportunidades perdidas. Entretanto, como decidir é fulcral, uma abordagem

sistemática e compreensiva para a tomada de decisão deve ser utilizada.

A tomada de decisão consiste, basicamente, na escolha de uma opção entre

diversas alternativas existentes, seguindo determinados passos previamente

estabelecidos e culminando na resolução de um problema de modo correto ou não

(BINDER, 1994).

Conforme Hasenack e Weber (1998), uma decisão é uma opção entre

alternativas existentes que se baseiam em algum critério. Um critério compreende

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uma base mensurável e avaliável para uma decisão, podendo ser um fator de

restrição. Um fator acentua ou suaviza a aptidão de uma alternativa específica para

uma finalidade em análise e uma restrição limita as alternativas consideradas. Uma

regra de decisão é o procedimento pelo qual critérios são combinados para uma

determinada avaliação que vise um objetivo específico. Essa avaliação por ser feita

por múltiplos critérios ou com múltiplos objetivos, e estes podem ser

complementares ou conflitantes.

O apoio à decisão pode ser definido como a atividade que permite, através de

modelos claramente revelados, porém não necessariamente completamente formalizados,

ajudar na obtenção dos elementos de resposta às questões que são expostas a um

interventor num processo de decisão. Estes elementos buscam esclarecer e normalmente

prescrever a decisão, ou simplesmente favorecer um comportamento que venha acrescentar

coerência à evolução do processo, aos objetivos e sistema de valores utilizados pelo

interventor (ROY, 1985).

As decisões relacionadas às questões ambientais exigem dos decisores,

atualmente, uma tomada de decisão coerente e comprometida com o atendimento

de vários aspectos (defesa, economia, técnica). O grau de incerteza é uma das

características habitualmente associada às decisões ambientais. Uma decisão

implica em assumir riscos e nesta perspectiva, bons processos e resultados podem

ser associados à probabilidade. Se utilizar-se bons processos e existir um mínimo de

incerteza envolvida, então existe uma alta probabilidade dos resultados serem bons.

Decisões ambientais, no entanto, tendem a estar associadas a uma incerteza

considerável (GOUGH; WARD, 1996).

O ambiente de decisão, segundo Westmacott (2001), é formado pela

disponibilidade de conhecimentos e habilidades, o entendimento e a comunicação

entre os tomadores de decisão, a vontade de cooperação entre os decisores, os

recursos financeiros disponíveis, entre outros, fatores estes que interferem na

capacidade de um decisor em tomar decisões bem como a incerteza relacionada a

estas decisões.

Um modelo de apoio à decisão refere-se a um processo, e não a um simples

momento de escolha de uma alternativa. Além disso, leva em consideração os

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sistemas de valores dos decisores na avaliação de suas ações, ou seja, consideram

mais de um aspecto e, portanto, avaliam as ações segundo um conjunto de critérios

(ENSSLIN et al., 2001). Deste modo, cada critério é uma função matemática que

mede o desempenho das ações potenciais com relação a um determinado aspecto.

Na perspectiva de reduzir a margem de erro em tomadas de decisão são

utilizados diferentes métodos de inferência espacial, como o booleano e de

combinação linear ponderada, por exemplo, que atribuem pesos de influência para

diferentes variáveis. Na Combinação Linear Ponderada (Weighted Linear

Combination – WLC) os fatores são padronizados para uma escala contínua de

aptidão de 0 (menos apto) a 255 (mais apto), enquanto que no método booleano as

definições são mais rígidas, classificando determinada área em particular como

absolutamente apta ou não apta. Com WLC será usado o conceito relativo ou fuzzy

para definir aquelas áreas que são aptas e para definir o limite entre o apto e o

inapto para os nossos fatores (PINTO, 2010).

No caso deste trabalho, evita, assim, decisões rígidas de definições de uma

área em particular como absolutamente apta ou não apta, ou seja, permite não

apenas reter toda a variabilidade dos dados contínuos, mas oferece também a

possibilidade dos fatores compensarem-se uns com os outros. Um escore de aptidão

baixo em um fator para uma área qualquer pode ser compensado por um escore alto

de aptidão em outro fator. A forma como ocorre a compensação de um fator com o

outro será determinada por um conjunto desses pesos dos fatores que indica a

importância relativa de cada fator (EASTMAN, 1998).

Na modelagem dos sistemas de apoio à decisão é importante considerar a

maneira humana de pensar, pois segundo Westmacott (2001), a maneira humana de

pensar nem sempre é normativa ou racional, entretanto muitas vezes condicionada,

na qual as pessoas utilizam toda sua experiência para alcançar uma decisão. Deste

modo, por maiores que sejam os esforços no sentido de reproduzir bons processos

para a tomada de decisões através de um sistema computacional, estes devem ser

encarados como sistemas de apoio e não como decisores.

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Paralelamente, Davis e McDonald (1993) identificam a dificuldade de

encadear modelos de decisão tendo em vista que muitas das informações

necessárias no reconhecimento de uma alternativa aceitável são qualitativas,

incertas e incompletas. Neste caso, a responsabilidade pela decisão, cabe ao

decisor e não ao modelo, devendo os sistemas de apoio à decisão ser

desenvolvidos com o objetivo de prover o ambiente de decisão através de

informações adicionais, ferramentas analíticas e de gerenciamento, as quais de

outra maneira poderiam não estar disponíveis (WESTMACOTT, 2001).

Conforme Chiavenato (1999), a decisão é o processo de análise e escolha

entre várias alternativas disponíveis da trajetória de ação que terá que ser seguida.

Qualquer decisão envolve, necessariamente, seis elementos:

1. Tomador de decisões: é a pessoa que faz uma escolha ou opção entre

várias alternativas disponíveis da ação;

2. Objetivos: aquilo que o tomador de decisões pretende alcançar com

suas ações;

3. Preferências: critérios que o tomador de decisões usa para fazer sua

escolha;

4. Estratégia: é a trajetória de ação que o tomador de decisões escolhe

para atingir os objetivos. É o caminho escolhido e depende dos recursos dos quais

se dispõem;

5. Situação: aspectos do ambiente que envolvem o tomador de decisões,

muitos dos quais fora do seu controle, conhecimento ou compreensão e que afetam

sua escolha;

6. Resultado: é a consequência ou resultante de uma dada estratégia.

Para Santos (2004), para uma tomada de decisão é necessário ter foco bem

estabelecido, perceber a verdadeira problemática e buscar o objetivo determinado.

Além disso, atentar para as medidas alternativas e ter certeza de que a mesma será

executada, além do controle dos seus efeitos.

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Westmacott (2001) e Davis e McDonald (1993) concordam que, embora haja

uma variedade significativa de sistemas de apoio à decisão e, consequentemente,

diversas estruturas dos referidos sistemas, a estrutura tradicional é constituída por

três componentes básicos: a base de dados, a interface com o usuário e a base de

modelos.

Interface com usuário: diz respeito à única parte do sistema de apoio

à decisão com a qual o usuário terá contato, exercendo uma importante função na

utilização do sistema. Além de interpretar uma grande variedade de solicitações do

tomador de decisões, a interface é capaz também de justificar resultados da base de

dados e modelos.

Base de dados: utilizada nas operações para o gerenciamento de

dados (armazenamento, atualização, recuperação e processamento), nela estão

contidos todos os dados e informações que irão alimentar o modelo.

Base de modelos: atualmente existe uma grande diversidade de

modelos (estruturais, matriciais, numéricos, matemáticos, espaciais, etc.) e técnicas

de modelagem. A definição destes depende especialmente das necessidades do

usuário, dos objetivos do sistema, dos recursos financeiros e o tempo disponível.

Levando-se em consideração todo o processo decisório, com a exigência de

habilidade e consciência dos agentes envolvidos em decisões relacionadas a

situações complexas, foram criadas diversas teorias e metodologias a elas

associadas visando fornecer subsídios à tomada de decisão. A análise da aptidão

das áreas em que estão instalados os aterros sanitários dos três municípios do Vale

do Taquari, abordados neste trabalho, é um processo de decisão de natureza que

envolve múltiplos critérios, no qual são considerados diversos atributos que implicam

na avaliação das referidas áreas.

3.2.4.1 Análise por Múltiplos Critérios

No dia-a-dia os problemas geralmente são complexos e multidimensionais,

além de envolverem vários conflitos entre os agentes que participam da tomada de

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decisão. Deste modo, quando é necessário decidir, precisa-se levar em

consideração diversos critérios (representam os diversos aspectos de um mesmo

problema) para avaliar um conjunto de alternativas que foram designadas para a

resolução de um dado problema. Em função do atendimento aos critérios

selecionados e geralmente conflitantes, pode-se então afirmar que se encontra num

processo de decisão por múltiplos critérios (LEONETI, 2012). A análise por

multicritérios surgiu como crítica ao modelo racional da teoria da decisão, o qual se

fundamenta na concepção de um único decisor, de um único critério e informação

perfeita (BAASCH, 1995).

De acordo com Ensslin et al. (2001) existem abordagens multicriteriais de

apoio e de tomada de decisão, os paradigmas construtivista e o racionalista,

respectivamente, conforme Tabela 3.

Tabela 3 – Diferenças significativas entre os paradigmas Construtivista e

Racionalista

Construtivista Racionalista

Usuário Facilitador Analista

Característica Apoio à tomada de decisão Tomada de decisão

Modelos Visam ser ferramenta de comunicação

Visam representar a realidade

Resultados Atendem objetivos e valores (recomendação)

Solução ótima (prescrição)

Objetivo Geração de conhecimento (separar conclusões robustas

de conclusões frágeis)

Encontrar solução ótima (aceitar ou rejeitar a

solução) Validade Respaldo de uma comunidade

científica Tão mais válido quanto mais

próximo da realidade

Fonte: Adaptado de Ensslin et al. (2001).

Para o mesmo autor, métodos baseados no paradigma construtivista,

vinculados às Metodologias Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA – Multicriteria

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Decision Aid), que visam gerar conhecimento aos decisores, buscam também

reconhecer a relevância da subjetividade dos mesmos, porque consideram que os

valores dos tomadores de decisão são capazes de condicionar a formação dos seus

objetivos, interesses e aspirações. Já no paradigma racionalista, vinculado às

Metodologias Multicritério de Tomada de Decisão (MCDM – Multicriteria Decision

Making), Ensslin et al. (2001) considera que os decisores são racionais, portanto

possuem o mesmo nível e tipo de conhecimento e raciocinam da mesma forma

lógica, deste modo visam encontrar uma solução ótima (MONTIBELLER NETO,

1996).

O MCDA é utilizado na classificação (ranking) de soluções alternativas de

problemas em uma enorme variedade de campos que inclui Finanças, Gerência

Ambiental e Medicina (DOUMPOS; ZOPOUNIDIS, 2002). Vincke (1992) classifica os

métodos de MCDA em três escolas de abordagens:

Escola Americana: com métodos baseados na função de utilidade.

Escola Francesa ou Escola Europeia: com métodos de subordinação e

síntese.

Programação Matemática de Múltiplos Objetivos: com métodos

interativos.

As aplicações de diferentes métodos de MCDA utilizam, basicamente, a

mesma ferramenta, a matriz de decisão. Nos diversos métodos de MCDA também

se seguem os mesmos três passos principais para o Auxílio à Decisão:

estabelecimento de critérios e alternativas, atribuição de pesos e síntese dos

resultados. A grande distinção entre um método e o outro se dá na maneira como

estes passos são executados. Assim, aplicações de métodos diferentes de MCDA,

em um mesmo problema decisório, podem gerar resultados diferentes entre si

(GUGLIELMETTI; MARINS; SALOMON, 2003; ZANAKIS et al., 1998).

A maioria dos pesquisadores de metodologias de múltiplos critérios de língua

inglesa adotam o paradigma racionalista, explicando a larga utilização de técnicas

baseadas na escola racionalista por parte dos pesquisadores dispersos em todo

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mundo (Ensslin et al., 2001). A integração dos sistemas de apoio à decisão e SIGs

ocorre, preferencialmente, segundo a abordagem racionalista (Barredo, 1996).

Segundo Bana e Costa (1992) o apoio à decisão é a atribuição de quem se

utiliza de modelos visivelmente explícitos e de certa forma formalizados e que

pretende obter elementos de resposta às questões a um interventor num processo

de decisão. Estes elementos competem a esclarecer a decisão e a recomendar ou

favorecer um comportamento com o objetivo de aumentar a coerência entre a

evolução do processo de uma forma, os objetivos e os sistemas de valores desse

interventor por outra.

Deste modo, pode-se dizer que a atividade de apoio à decisão insere-se no

processo de decisão com a participação de uma pessoa munida de alguns

instrumentos analíticos, denominado de facilitador, o qual não tem por objetivo a

tomada de decisão, mas simplesmente de orientar, esclarecer e modelizar o

processo.

As metodologias baseadas em MCDA caracterizam-se, principalmente, pela

capacidade de analisar problemas complexos, incorporando critérios tanto

quantitativos como qualitativos, e que, muitas vezes, são conflitantes entre si. O

MCDA consiste em uma alternativa para encontrar soluções viáveis e compatíveis

com os diversos interesses do decisor (BANA; COSTA, 1992), o qual modela um

problema de decisão a partir de uma estrutura partilhada pelos intervenientes do

processo.

Para Gomes, Gomes e Almeida (2002), o ator de um processo decisório pode

ser um indivíduo ou grupo de pessoas que, que por meios de sistemas de valores,

influencia direta ou indiretamente na decisão. Já os atores intervenientes são

aqueles que possuem o poder de decidir e os atores agidos são aqueles que

sofrem de forma passiva as consequências das decisões tomadas, ou seja, podem

intervir indiretamente no processo fazendo pressão nos intervenientes. Enquanto

que os decisores são aqueles indivíduos/instituições que tem poder institucional

para ratificar uma decisão, que estabelecem limites do problema e especificam o

objetivo a ser alcançado e emitem julgamentos. Sobre eles recairiam a

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responsabilidade legal/moral da escolha que são raramente tomadas por apenas

uma pessoa.

Conforme os mesmos autores, para a identificação do contexto decisório são

estabelecidos os seguintes aspectos para a realização de um processo de apoio à

decisão: identificação dos atores e decisores envolvidos; identificação do tipo de

ação que será envolvida e escolha da problemática de referência.

Às pessoas envolvidas no processo de tomada de decisão dá-se o nome de

atores. Estes atores têm diferentes graus de ingerência no processo de decisão,

conforme visto acima, seja agindo diretamente sobre o processo, como o facilitador

e os decisores, ou sofrendo suas consequências. Nas diversas áreas, o gestor deve

estar ciente das etapas de um processo decisório, assim como dos passos para uma

decisão eficaz com o objetivo de buscar subsídios para uma decisão inteligente,

pautada em critérios consistentes (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002).

Ainda, para que seja possível identificar os atores envolvidos, deve-se apurar

o grau de interesse que eles têm na decisão e o grau de poder que eles nela podem

exercer, lembrando que um ator é aquele indivíduo que compartilha um mesmo

sistema de valores (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2002).

Reforçando-se a informação vista anteriormente, a decisão pode ser definida

como a escolha entre alternativas, que podem representar diferentes localizações,

planos, classificações, ou hipóteses a respeito de um fenômeno. A decisão é

suportada pela consideração dos critérios que funcionam como normas em busca de

melhores alternativas e representam condições possíveis de quantificar ou avaliar

colaborando para a tomada de decisão (CALIJURI; MELO; LORENTZ, 2002).

Os critérios podem ser de dois tipos: restrições e fatores. As restrições estão

amparadas em critérios booleanos (verdadeiros ou falsos, 0 ou 1) que limitam a

análise a regiões geográficas específicas, diferenciando-as em aptas e não aptas.

Os fatores são critérios que determinam algum grau de aptidão para todas as

regiões geográficas, aptidão esta normalmente medida numa escala contínua e

abrangendo todo o espaço de solução previsto inicialmente (CALIJURI, 2000).

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Segundo Gonçalves (2007), no primeiro, que envolve a combinação

booleana, os critérios são adaptados à lógica binária (0/1), em termos da aptidão,

combináveis sequencialmente, através de operadores como a intersecção (AND) e a

união (OR). Neste método não há a ponderação das entradas, de acordo com os

seus níveis de importância. Embora muito simples e prático, normalmente não é o

mais adequado, pois, o ideal é que as variáveis com importâncias relativas

diferentes recebam pesos diferentes e não sejam tratadas igualmente (MOREIRA;

CÂMARA NETO; ALMEIDA FILHO, 2004).

No segundo, que envolve a lógica fuzzy, a combinação de critérios contínuos

se dá através da normalização para uma escala contínua (0 a 255), sendo possível

atribuir a cada fator o peso da sua importância no processo de agregação de dados,

designado de Combinação Linear Ponderada. Este método diminui a subjetividade

na tomada de decisão e é muito comum a sua utilização para padronizar1 os fatores

presentes num modelo de múltiplos critérios (MOREIRA; CÂMARA NETO; ALMEIDA

FILHO, 2004).

Conforme Ramos (2000), em função de razões que remontam à facilidade

com que estas abordagens podem ser implementadas, a combinação booleana tem

dominado as aplicações em SIG vetoriais, enquanto a lógica fuzzy domina as

aplicações em SIG raster.

Desta maneira, a aplicação das rotinas de apoio à decisão constituem

subsídio importante para que se atinja os objetivos propostos neste trabalho, a fim

de que a escolha feita venha garantir as melhores condições de proteção da

qualidade ambiental, saúde pública e atender os interesses da comunidade, tendo

em vista que a escolha do local para a implantação de um aterro sanitário tem

influência direta sobre os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos.

1 Transformação de unidades de medidas diferentes numa única base de comparação.

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4 METODOLOGIA

4.1 Área de Estudo

Os municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia estão situados na mesorregião

Centro Oriental Rio-Grandense e na microrregião Lajeado-Estrela, fazendo parte da

região geopolítica do Vale do Taquari. A Figura 5 demonstra a posição geográfica

dos municípios em relação ao Brasil, ao Estado do Rio Grande do Sul e ao Vale do

Taquari.

Figura 5 – Localização dos municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia-RS

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Em termos geomorfológicos, os municípios estão localizados na Encosta

Inferior do Planalto Meridional ou, Patamares da Serra Geral. Este, por sua vez, é

composto por duas formações geológicas distintas: a Formação Serra Geral,

constituída basicamente por basaltos, e a Formação Botucatu, constituída por

arenito. A Formação Serra Geral é a que predomina nos municípios, sendo

observados também, em alguns pontos, afloramentos da Formação Botucatu e

depósitos aluvionares. A Formação Serra geral se caracteriza como sendo de áreas

propícias ao desenvolvimento e a preservação de uma vegetação do tipo florestal

(STRECK et al., 2002).

A Formação Botucatu pertence à Era Mesozoica, situada abaixo da Formação

Serra Geral, é constituída por depósitos de arenitos, e, em alguns locais, por

depósitos de conglomerados e arenitos conglomeráticos relacionados à presença de

correntes efêmeras de drenagem. Os arenitos são de granulação fina e média, de

coloração vermelha, rósea ou amarelo-clara, bem selecionados. Como estrutura

característica desses arenitos ocorre estratificação cruzada tangencial de grande

porte. O ambiente de deposição é desértico e o material foi depositado por ação

eólica. Esta formação, juntamente com outras unidades gonduânicas, constitui-se no

maior aquífero da América do Sul, conhecido como Aquífero Guarani (BETIOLLO,

2006).

Os depósitos aluvionares compreendem sistemas deposicionais fluviais

meandrantes e fluviais anastomosados. Os sedimentos depositados nestes sistemas

ocupam os canais, barras longitudinais, barras de meandro e planícies de inundação

dos rios, sendo constituídos por uma gama granulométrica muito variável,

compreendendo desde clastos de tamanhos de grânulos até matacão (geralmente

onde a declividade é consideravelmente elevada), areias finas a grossas, e silte e

argilas (onde a declividade do terreno é mais branda). Preferencialmente, os

sedimentos mais grossos depositam-se nos canais e barras dos sistemas

mencionados, enquanto que a sedimentação síltico argilosa desenvolve-se nas

extensas planícies de inundação (várzeas) dos cursos médio a inferior dos rios

principais (VIEIRA, 1984).

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A região da encosta inferior do Planalto Meridional é caracterizada por

escarpamento acentuado pela dissecação provocada pelo curso inferior de rios

como o Taquari, formando assim pontos de aclive acentuado, porções com os típicos

morros testemunhos, como é o caso do Roncador e Roncadorzinho, e também com

porções de planícies que se comprimem entre a encosta do planalto e o rio

(VIEIRA,1984).

A composição dos solos regionais tem origem a partir da decomposição de

rochas eruptivas basálticas da formação Serra Geral e de rochas areníticas da

formação Botucatu e da sedimentação de materiais na planície de inundação dos

rios em períodos atuais. Alguns são bem drenados e profundos, apresentam baixa

saturação e elevado teor de ferro, e corrigida a fertilidade química, possuem boa

aptidão agrícola, desde que utilizadas práticas conservacionistas adequadas. Outros

solos vão de rasos a profundos, e possuem alta fertilidade química. Estes se situam

especificamente nas várzeas encaixadas do rio Taquari e afluentes, e apresentam

alto potencial para culturas anuais, entretanto, apresentam risco de inundação

(STRECK et al., 2002).

Os municípios são caracterizados por um clima temperado e úmido com

verões frescos e invernos rigorosos, sendo classificado como um clima “Cfa”. A

variedade "Cfa" se caracteriza por apresentar chuvas durante todos os meses do

ano e possuir a temperatura do mês mais quente superior a 22°C, e a do mês mais

frio superior a 3°C (KÖPPEN, 1923).

Os referidos territórios municipais pertencem à Bacia Hidrográfica Taquari-

Antas e apresentam ampla e densa rede hidrográfica. A hidrografia corresponde a

2,35% da área total do Vale do Taquari. A rede hidrográfica do Vale do Taquari é

classificada como mediana, apresentando densidade de 13,08 metros por hectare.

De modo geral predominam arroios de até 10 metros de largura (DNAEE-EESC,

1980).

Os municípios estão inseridos no Bioma Mata Atlântica, com cobertura vegetal

na Região Fitogeográfica da Floresta Estacional Decidual, que reveste áreas de

relevo dissecado da Serra Geral, correspondentes às partes elevadas das escarpas

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formadas pelo vale dos rios (TEIXEIRA; NETO, 1986).

Os 3 municípios, inseridos no Vale do Taquari, possuem uma diversidade

característica de regiões que baseiam sua economia em pequenas e médias

propriedades. Suas divisas de solo fazem com que prevaleçam minifúndios de

propriedade familiar, com produção de alimentos e praticamente 80% da sua

atividade produtiva girando em torno do agronegócio (CODEVAT, 2012).

Ainda assim, com o advento da urbanização no estado, na década de 1950,

após 30 anos, o Rio Grande do Sul deixou de ser um estado rural para se tornar

urbano. O aparecimento de indústrias e o desenvolvimento do comércio e do setor

de serviços provocaram mudanças significativas, alterações estas percebidas

também nos municípios em estudo (CODEVAT, 2012).

No Vale do Taquari, em 1970, 74,27% da população vivia no meio rural e,

passadas três décadas, o quadro praticamente se inverteu: hoje 73,84% vive na

zona urbana. Nesta região, de 2000 a 2008, a taxa de urbanização regional

apresentou crescimento de 9,26% enquanto que no Estado atingiu 4,15%. Dentre os

municípios, Teutônia destaca-se com um índice de crescimento populacional de

11,57%. No mesmo período, o Vale do Taquari apresentou crescimento de 6,99% e

o Estado de 5,30% (CODEVAT, 2012).

O crescimento populacional e o fenômeno da urbanização embasam o

aumento do consumo de produtos e consequentemente a geração de resíduos, que

requisitam um local adequado para destinação, os aterros sanitários. A Figura 6 traz

a localização atual dos aterros sanitários instalados nos municípios em estudo.

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Figura 6 – Esboço dos atuais aterros sanitários dos municípios em estudo

4.2 Materiais

Softwares de geoprocessamento ArcGIS 9.3 e Idrisi Selva 17.0;

Mapa dos limites municipais – IBGE/2006;

Mapa das unidades de mapeamento de solo da região, em meio digital

– EMBRAPA/2012;

Mapa Geologia – CPRM/2007;

Arquivos digitais das redes viária, hidrográfica, das curvas de nível –

UFRGS/2006;

Imagens de satélite Landsat 5 para geração dos mapas de usos do

solo e manchas urbanas – INPE/2004;

GPS;

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4.3 Procedimentos Metodológicos

Entre as diversas ferramentas que auxiliam na seleção de áreas para a

implantação de aterros sanitários, neste trabalho fez-se uso da lógica fuzzy e análise

multicritério; análises booleanas; sistemas de informações geográficas (SIG) -

ArcGIS e Idrisi.

A Figura 7 apresenta as etapas de desenvolvimento da metodologia adotadas

para fins de obtenção dos objetivos específicos para posterior alcance do objetivo

geral da presente proposta de trabalho.

Figura 7 – Fluxograma das etapas do trabalho

Fonte: Autora (2013).

Levantamento das informações existentes

Seleção e definição dos Fatores e Restrições

Ponderação dos Fatores

Matriz de Comparação Pareada

Rotina de agregação

Reclassificação em classes temáticas

Separação nas áreas da classe de maior aptidão por área

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A determinação de áreas aptas à implantação de um aterro sanitário implica

numa decisão entre várias alternativas possíveis, baseada em critérios restritivos, as

restrições e os critérios escalonados, os fatores.

A escolha dos critérios utilizados para o desenvolvimento deste estudo se deu

com base em pesquisa bibliográfica aprofundada, a fim de que fossem selecionados

os critérios ambientais e socioeconômicos que representassem com a maior

fidelidade possível a realidade do local e subsidiassem a análise desejada, através

dos dados disponíveis para este fim, priorizando menor investimento, menos risco ao

meio ambiente e à saúde pública. E também baseando-se nas questões legais (NBR

13896/1997, NBR 8419/84, Normativa Técnica FEPAM 003/95) e em trabalhos

realizados por Calijuri et al. (2002) e Weber e Hasenack (2000) e normalmente

adotados nos estudos para seleção de locais para a disposição adequada de

resíduos sólidos urbanos.

4.3.1 Estabelecimento dos critérios de restrição

Os planos de informação classificados como restrições possuem caráter

booleano e eliminam as áreas que, devido a impossibilidades técnicas ou legais, não

podem ser utilizadas para a destinação de resíduos sólidos, conforme segue:

Cursos hídricos e distância de cursos hídricos

Estabeleceu-se a distância mínima de 200 metros de qualquer corpo d’ água,

a fim de evitar possíveis contaminações dos mesmos, conforme Figura 8.

Foi tomada como padrão a medida mínima de 200 metros de distância,

referenciada na NBR 13896/97. Esse valor baseia-se no critério de distanciamento

que atende a Portaria nº 124 de 20/08/80 do Ministério do Interior a qual estabelece

que “quaisquer indústrias potencialmente poluidoras, bem como as construções ou

estruturas que armazenam substâncias capazes de causar poluição hídrica, devem

ficar a uma distância mínima de 200 metros de coleções hídricas ou cursos d’ água

mais próximos.” Em complemento à legislação, a NBR 8419 de 03/84, cita a

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necessidade de avaliação da bacia e sub-bacia hidrográfica onde se localizará um

aterro sanitário. Já o artigo 6º da Lei Estadual nº 9.921/93, que dispõe sobre

resíduos sólidos no estado do Rio Grande do Sul, indica que devem ser tomadas

medidas de proteção das águas superficiais, subsuperficiais e subterrâneas,

respeitando as normas e critérios técnicos estabelecidos pela Fundação Estadual de

Proteção Ambiental (FEPAM/RS), as quais indicam o mesmo distanciamento mínimo

de 200 metros.

Além da questão legal, a bibliografia consultada também traz o

distanciamento mínimo de 200 metros na maioria das situações estudadas

anteriormente. MARQUES et al. (1995), indicam as áreas de drenagem dos cursos

d’ água, que serão utilizadas como mananciais para abastecimento público, como

locais de interesse ambiental, dos quais as unidades de disposição de resíduos

sólidos urbanos devem manter afastamento de aproximadamente 200 metros. Em

Cleps e Gumiero (1993), áreas mais próximas do que 200 metros de corpos hídricos

foram consideradas inadequadas à disposição final de resíduos sólidos urbanos, o

mesmo ocorrendo em VIEIRA & LAPOLLI (1999).

Figura 8 – Mapa restrição cursos hídricos

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Estradas e distância mínima das estradas

A distância mínima das estradas foi estabelecida em 200 metros, objetivando

preservar as áreas de circulação do impacto visual do aterro, mas também visando

não onerar custos com relação ao transporte dos resíduos desde a sua coleta até a

sua destinação final, Figura 9.

Figura 9 – Mapa restrição estradas

A restrição distância de estradas é importante pois demonstra se a área tem

uma boa infra-estrutura, além da disponibilidade de rede de energia elétrica. Quanto

mais próxima da rede viária for a instalação de aterros sanitários, melhor. Porém, a

partir de uma determinada distância esta variável começa a se tornar um fator

negativo, devido ao custo do transporte dos resíduos tornar-se inviável

economicamente.

Em acordo com TSUHAKO (2004), estabeleceu-se a utilização da distância

de 200 metros, com o objetivo de evitar a poluição visual e também de facilitar o

acesso ao aterro sanitário pelos caminhões contendo os resíduos coletados. Ainda

segundo o mesmo autor, distâncias entre 500 e 1000 metros do sistema viário

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oneram sensivelmente os custos operacionais devido à necessidade de construção

de acessos. Para CALIJURI et al. (2002) distâncias acima de 700 metros do sistema

viário elevam os custos operacionais.

Manchas urbanas e distância de manchas urbanas

A distância mínima de manchas urbanas e núcleos populacionais foi

estipulada em 500 metros, com o objetivo de mitigar a disseminação de doenças e

evitar problemas com a comunidade do entorno, conforme Figura 10.

Figura 10 – Mapa restrição manchas urbanas

A distância de manchas urbanas é um critério significativo a ser considerado.

O mau cheiro, a proliferação de insetos e roedores, a poluição sonora provocados

pelo tráfego intenso dos caminhões de resíduos, podem trazer danos à saúde

humana e, portanto, deve existir uma distância mínima entre espaços urbanos e o

aterro sanitário. Com base na NBR 13896/97, se utilizará a distância mínima de 500

metros.

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4.3.2 Estabelecimento dos critérios de aptidão

Os fatores utilizados para a avaliação foram selecionados de acordo com os

métodos usuais de aplicação e encontram-se elencados a seguir, juntamente com os

mapas temáticos que os representam.

Declividade

A declividade representa a inclinação do terreno em porcentagem, sendo

intimamente ligada com a velocidade do escoamento superficial das águas e do

provável escoamento subsuperficial do chorume provenientes de aterros. Assim

sendo, quanto menor for a declividade, melhor será a área para construção de

aterros sanitários.

Figura 11 – Mapa temático declividade

Fonte: UFRGS (2006).

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Neste trabalho o fator declividade de acordo com o grau de limitação de uso

do solo em função à suscetibilidade à erosão foi dividido em classes de acordo com

a classificação de Ramalho Filho e Beek (1995), que segue: 0 a 3% - plano, de 3 a

8% - suave ondulado, de 8 a 13% - moderadamente ondulado, de 13 a 20% -

ondulado, de 20 a 45% - forte ondulado, de 45 a 100% - montanhoso e acima de

100% - escarpado, conforme Figura 11.

Solos

Com relação aos tipos de solo, de acordo com nova classificação proposta

pela EMBRAPA (2006), estão presentes nos municípios em estudo os solos do tipo

Planossolos, Neossolos, Chernossolos e Argissolos, conforme Figura 12.

Figura 12 – Mapa temático solos

Fonte: EMPBRAPA (2012).

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Os solos da classe Planossolos apresentam péssima drenagem e ocorrem em

áreas inundáveis, os Neossolos são solos pouco desenvolvidos, não apresentando

horizonte B diagnóstico, enquanto isso, os Chernossolos são pouco porosos e

apresentam argilas expansivas e pegajosas quando molhadas, o que dificulta a

drenagem e os Argissolos apresentam maior teor de argila, característica que lhes

confere baixa permeabilidade, se caracterizando como uma impermeabilização

eficiente.

Geologia

Os basaltos constituintes da Formação Serra Geral são predominantes na

região analisada, representando 418km², seguidos pelos Depósitos Aluvionares

(Areia e Cascalho), que recobrem 32km², os riodacitos que compõem uma pequena

porção de 5km² e 0,6km² de quartzo arenito, representam o afloramento da

Formação Botucatu, conforme Figura 13.

Figura 13 – Mapa temático geologia

Fonte: CPRM (2007).

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Usos do solo

A imagem do satélite Landsat 5 (órbita-ponto - 222-080 (15/10/2004), 221-080

(08/10/2004) e 221-081 (08/10/2004)) mosaicada, com 30 metros de resolução, foi

classificada pelo método supervisionado da máxima verossimilhança gaussiana,

método probabilístico pelo qual os pixels da imagem são associados com a

respectiva classe temática com base na criação de amostras de treinamento. Foram

delimitadas 9 classes de uso do solo, conforme Figura 14.

Figura 14 – Mapa temático usos do solo

Fonte: INPE (2004).

Distância das estradas

Os principais eixos viários nos municípios em análise são as rodovias BR 386,

RS 128 Via Láctea, RS 453 denominada Rota do Sol e a RS 130, que juntamente

com as vias municipais, constituem a malha viária pela qual circulam também os

caminhões transportando os resíduos sólidos coletados nos municípios analisados,

conforme Figura 15.

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Figura 15 – Mapa temático estradas

Fonte: UFRGS (2006).

Distância dos rios

A área de estudo está inserida na Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas, mais

precisamente na porção da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari. Os territórios

municipais em análise apresentam significativo manancial hídrico, sendo o Rio

Taquari o mais importante, mas também o Rio Forqueta, os arroios Estrela, Boa

Vista, Engenho, Saraquá, Forquetinha, das Antas, dentre outros córregos e sangas

de menor porte sem denominação, conforme Figura 16.

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Figura 16 – Mapa temático rios

Fonte: UFRGS (2006).

Distância das manchas urbanas

Os municípios analisados possuem uma urbanização com abrangência

territorial significativa, conforme Figura 17, que evidencia a expansão urbana

ocorrida, principalmente, nas últimas três décadas.

A aceitação da população vizinha é um fator importante a ser avaliado. A

preocupação dos moradores com possíveis odores, ruídos (incremento do tráfego e

operação do aterro), poeira, incômodo visual, desvalorização da área são os motivos

que muitas vezes levam a vizinhança a mover ações no ministério público, para

combater a instalação do aterro sanitário.

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Figura 17 – Mapa temático manchas urbanas

Fonte: INPE (2004).

O modelo de avaliação utilizado neste trabalho consiste numa sequência que

envolve 3 etapas metodológicas: a padronização ou normalização dos fatores, a

comparação ponderada pareada dos fatores e a agregação dos fatores e restrições.

4.3.2.1 Padronização ou normalização dos fatores

Os planos de informação escalonados são aqueles que possuem

classificação contínua (declividade, distância de estradas, solos, etc.) e quando

combinados resultam num mapa que demonstra a variação de aptidão para o

objetivo pretendido.

Habitualmente, as unidades dos valores de diferentes critérios são

incompatíveis, o que inviabiliza a sua agregação. Mapas geológicos apresentam a

informação em classes, mapas de distância são apresentados em unidades

métricas, enquanto as declividades são expressas em graus ou em percentual. A

padronização é um processo de conversão dos valores dos dados originais em

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escores uniformes de aptidão ao propósito desejado e faz-se necessária para

uniformizar as unidades de todos os mapas, atribuindo-lhes uma escala comum de

valores de aptidão para que possam ser agregados para a geração de um mapa final

de aptidão à implantação de um aterro sanitário.

Além de possibilitar a transformação das unidades das variáveis para uma

base única de mensuração, a padronização tem a finalidade também de hierarquizar

internamente cada variável, descrevendo assim o modo como a aptidão à

implantação de um aterro sanitário pode variar espacialmente. Neste trabalho a

padronização foi realizada para o intervalo de um byte (0 a 255), utilizando-se a as

funções fuzzy de pertinência ao conjunto específico para cada variável, conforme os

fatores anteriormente estabelecidos, mediante a rotina FUZZY do software Idrisi.

Enquanto isso, os critérios restritivos, por representarem restrições absolutas à

instalação dos aterros sanitários, foram aplicados como máscaras, como maneira de

descartar todas as áreas que não atendem a alguma das restrições por elas

representadas.

Declividade

O intervalo denominado plano, com faixa de variação entre 0 e 3% de

declividade, foi considerado a mais adequado ao uso pretendido, pois neste intervalo

há pouco ou quase nenhum risco de erosão, recebendo aptidão máxima (255).

Seguido pelas áreas com declividade entre 3 e 8%, as quais se atribuiu valor de

aptidão 215, 8 a 13%, valor de 190 e de 13 a 20% valor de 100, consideradas em

conformidade com as normas da FEPAM, que considera válido o intervalo entre 2 e

20%. A partir destes intervalos, às faixas com declividade superior a 20% foi

atribuído valor de aptidão mínimo, tendo em vista serem inadequadas ao fim

pretendido, conforme a Tabela 4 e Figura 18.

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Tabela 4 – Valores de aptidão do fator declividade

Declividade Valor de Aptidão (0 a 255)

0 – 3% - Plano 255

3 – 8% - Suave Ondulado 215

8 – 13% - Moderadamente Ondulado 190

13 – 20% - Ondulado 100

20 – 45% - Forte Ondulado 0

45 – 100% - Montanhoso 0

100% ou mais - Escarpado 0

Fonte: Autora (2013).

Figura 18 – Mapa padronização fator declividade

Solos

Os solos menos permeáveis se mostram mais adequados à implantação de

aterros sanitários, podendo-se considerar que o teor de argila encontrado nos solos

é o fator primordial para esta análise. Assim, quanto maior o teor de argila, menor é

a permeabilidade e maior a resistência à erosão, maior será a aptidão do solo para a

instalação de aterros sanitários.

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Considerando estes aspectos, conforme Tabela 5 e Figura 19, atribuiu-se

aptidão máxima (255) aos Argissolos, devido a sua maior adequabilidade ao

descarte de resíduos, em função da sua baixa permeabilidade, funcionando como

um filtro, retendo as substâncias à medida que o chorume se movimenta através

dele, reduzindo seu poder contaminante; seguidos pelos Chernossolos, aos quais se

atribuiu o valor de aptidão 180, pois ainda apresentam teor considerável de argila. A

partir deste, os Neossolos, por serem solos muito jovens, pouco desenvolvidos,

atribui-se valor de aptidão 50 e aos Planossolos, devido a sua localização em

várzeas, muito próximo aos cursos d’ água, atribui-se baixo valor de aptidão, 10. Às

áreas urbanizadas e com presença de mananciais hídricos atribui-se valor mínimo

(0).

Tabela 5 – Valores de aptidão do fator solo

Solos Valor de Aptidão (0 a 255)

Argissolos 255

Chernossolos 180

Neossolos 50

Planossolos 10

Água 0

Urbano 0

Fonte: Autora (2013).

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Figura 19 – Mapa padronização fator solos

Geologia

Com relação a este fator deve-se avaliar o risco de contaminação das águas

subterrâneas, neste caso o maior aquífero da América do Sul, o Aquífero Guarani.

Não se constituem em locais apropriados para instalação de aterros sanitários

os depósitos aluvionares, caracterizados pela presença de areia e cascalho, visto

que a existência destes elementos é característica na proximidade de mananciais

hídricos.

Considerando o risco de contaminação de águas subterrâneas, áreas com a

presença da Formação Botucatu, neste caso representada pelos quartzo arenitos,

não são as mais adequadas para instalação de aterros sanitários, tendo em vista

sua localização muito próxima ao aquífero, bem como sua porosidade acentuada, o

que aceleraria a percolação do chorume, no caso de algum vazamento acidental.

Riodacitos e basaltos, embora possuam composição química diversa, muitas

vezes são confundidos, por ambos serem provenientes de derrames de lava, sendo

considerados adequados para a instalação de aterros sanitários, devido a sua baixa

porosidade, que se constituiria como obstáculo ao percurso do efluente do aterro

sanitário até o lençol freático, no caso de ocorrência de algum extravasamento

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acidental. Devido à estabilidade, o basalto é mais adequado ao riodacito.

De acordo com as características acima destacadas, atribuiu-se aptidão

máxima (255) às áreas onde se localizam os basaltos, seguidas pelas áreas nas

quais estão presentes os riodacitos, aptidão expressa com o valor 180, reduzindo

para 80 nas regiões que se encontram os quartzo arenitos e valor de aptidão de 20

para áreas com a presença de areia e cascalho, conforme Tabela 6 e Figura 20.

Tabela 6 – Valores de aptidão do fator geologia

Geologia Valor de Aptidão (0 a 255)

Basalto 255

Riodacito 180

Quartzo Arenito 80

Areia e Cascalho 20

Fonte: Autora (2013).

Figura 20 – Mapa padronização fator geologia

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Usos do solo

Neste fator é considerado o recobrimento do solo da região em análise, de

acordo com as suas características agrícolas e ambientais.

Áreas em que o solo se encontra exposto, recoberto com agricultura ou

campos, receberam aptidão máxima (255), seguidas pelas florestas de regeneração

(capoeiras), com valor de aptidão 200, floresta industrial (exóticas), com aptidão de

150, enquanto que áreas de floresta nativa receberam valor de aptidão 10 e as áreas

urbanas, cursos hídricos e banhados, valor 0, de acordo com a Tabela 7 e Figura 21.

Valorizou-se nesta análise a importância ambiental das florestas nativas e

banhados, bem como as áreas urbanas e os cursos d’ água, que já se caracterizam

como restrições, conferindo valor baixo ou mínimo de aptidão aos locais com estas

coberturas.

Tabela 7 – Valores de aptidão do fator usos do solo

Usos do solo Valor de Aptidão (0 a 255)

Solo exposto 255

Agricultura 255

Campos nativos e antrópicos 255

Floresta em regeneração 200

Floresta industrial 150

Floresta nativa (Estacional Decidual) 10

Área urbana 0

Hidrografia 0

Banhados 0

Fonte: Autora (2013).

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Figura 21 – Mapa padronização fator usos do solo

Distância das estradas

As estradas consistem em um importante fator econômico, visto que a

abertura de um acesso para a área encarece os custos de implantação e operação

do aterro sanitário. Assim sendo, considerou-se que quanto maior a proximidade das

estradas, maior a aptidão das áreas para implantação de aterro sanitário, pois

menores serão os investimentos de transporte (255), respeitando a restrição mínima

de 200 metros. À medida que a distância das vias aumenta, a aptidão reduz

linearmente, até o limite de 1000 metros, quando a aptidão é estabilizada como

mínima (1), conforme Figuras 22 e 23.

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Figura 22 – Função linear padronização fator distância das estradas

255 200 metros

0 1000 metros

Fonte: Autora (2013).

Figura 23 – Mapa padronização fator distância das estradas

Distância dos rios

Os cursos d’ água constituem-se num importante fator ambiental, sendo

indispensável a manutenção de uma distância adequada na instalação de um aterro

sanitário, visando preservar a integridade destes ambientes. Assim sendo,

considerou-se a menor aptidão (1) para as áreas situadas a 200 metros e à medida

que a distância aumenta, a aptidão aumenta linearmente, até o limite de 1000

metros, quando a aptidão é estabilizada como máxima (255), conforme Figuras 24 e

25.

A P T I D Ã O

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Figura 24 – Função linear padronização fator distância dos rios

255 1000 metros

0 200 metros

Fonte: Autora (2013).

Figura 25 – Mapa padronização fator distância dos rios

Distância das manchas urbanas

As manchas urbanas, do ponto de vista econômico, caracterizam-se também

como um importante fator de análise, visto que intrínsecas a estas, estão as

questões que envolvem aterros sanitários com a saúde pública, bem como a

distância a ser percorrida entre a coleta e a destinação final dos resíduos. Deste

modo, considerou-se que quanto maior a proximidade das manchas urbanas, maior

a aptidão das áreas para implantação de aterro sanitário (255), respeitando a

restrição mínima de 500 metros, visando a preservação da saúde da população que

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vive no entorno do local. À medida que a distância das manchas urbanas aumenta, a

aptidão reduz linearmente, até o limite de 7000 metros, quando a aptidão é

estabilizada como mínima (1), conforme Figuras 26 e 27.

Figura 26 – Função linear padronização fator distância das manchas urbanas

255 500 metros

0 7000 metros

Fonte: Autora (2013).

Figura 27 – Mapa padronização fator distância das manchas urbanas

4.3.2.2 Comparação ponderada dos fatores

O peso final de cada variável foi estimado através do método AHP (Analytical

Hierarchy Process – Processo de Hierarquização Analítica) aplicado à matriz de

A P T I D Ã O

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comparação par a par. A ferramenta AHP foi desenvolvida por Saaty no final da

década de 1970 e é utilizada para calcular os fatores de ponderação necessários

com a ajuda de uma matriz, em que todos os critérios relevantes são comparados

uns com os outros para reproduzir um fator de preferência associado a um peso.

Segundo Saaty (1980), estudos psicológicos afirmam que um indivíduo não

pode comparar simultaneamente mais de 7 (± 2) elementos. Assim, o autor sugere

uma escala para comparação, consistindo em valores variando de 1 a 9, os quais

descrevem a intensidade de importâncias, ou preferência, sendo o valor 1 atribuído

a uma igual importância entre os fatores, 3 moderada, 5 forte, 7 muito forte, 9

extrema, enquanto 2, 4, 6 e 8, que são valores intermediários, podem ser utilizados

para a comparação de critérios extremamente próximos em grau de importância

(PÉRICO; CEMIN; REMPEL, 2006).

Como os critérios que interferem na escolha de áreas para a implantação de

aterros sanitários contribuem com pesos diferenciados no processo final de decisão,

uma vez definidos e padronizados os fatores, estabeleceu-se uma comparação

quantitativa de cada fator de forma pareada com o outro, de acordo com a

importância de cada um para a aptidão da área, através do uso da rotina WEIGHT

do Idrisi, conforme Figura 28.

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Figura 28 – Matriz de comparação pareada dos 7 fatores

A rotina utilizada auxiliou no estabelecimento de pesos finais através da

comparação da importância relativa das variáveis duas a duas, diminuindo assim a

subjetividade da decisão.

4.3.2.3 Agregação dos fatores e restrições

Obtidos os pesos de cada fator, a avaliação pelos múltiplos critérios foi

finalizada através da combinação linear dos fatores, procedimento que multiplica o

peso de cada fator calculado na matriz de comparação pareada pelo respectivo

mapa do fator (padronizado de 0 a 255), gerando o mapa final de aptidão à

implantação dos aterros sanitários para toda a área analisada, através da rotina

MCE (Multi Criteria Evaluation) e do método WLC (Weighted Linear Combination –

Combinação Linear Ponderada), Figura 29. Este método permite a compensação

entre fatores (trade-off), o que significa que uma baixa adequabilidade num dado

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fator pode ser compensada por um conjunto de boas adequabilidades em outros.

Figura 29 – Rotina de avaliação por múltiplos critérios

Em resumo, ao final da implementação da rotina de apoio à decisão, os sete

mapas dos fatores, multiplicados pelos seus pesos, são somados. A rotina ainda

elimina os locais indicados como restrições. O resultado é um mapa da aptidão

relativa (0 - 255) para a implantação de aterros sanitários. Os valores próximos a

255 apresentam a maior aptidão, os valores próximos a 0 apresentam a menor

aptidão e o valor 0 indica ausência absoluta de aptidão, ou seja, são locais que

apresentam restrições à instalação de aterros sanitários.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Intervir eficazmente através de um processo de auxílio à escolha de áreas

para implantação de um aterro sanitário não significa apenas utilizar-se de dados

corretos mas, sobretudo, obter um modelo de raciocínio capaz de traduzi-los em

informações capazes de subsidiar as decisões envolvidas neste processo.

Após estruturados e padronizados os mapas dos fatores utilizados para a

definição das áreas aptas para instalação de aterro sanitário, desenvolveu-se uma

regra de decisão para alcançar os objetivos do estudo. Nesse contexto, o

geoprocessamento se caracteriza como um instrumento de redução da

subjetividade no processo de decisão, no qual é possível atribuir pesos aos fatores

considerados na análise de modo a ponderar a participação de cada variável na

análise desejada.

Neste trabalho, o conjunto de pesos dos fatores foi obtido a partir da

comparação pareada. Através dessa técnica, cada fator foi combinado com os

demais através de uma matriz de comparação pareada. Indicou-se qual o fator

mais importante e quanto esse fator (coluna da esquerda) é mais importante que

cada um dos demais fatores (linha superior) aos quais está sendo comparado.

A atribuição dos pesos foi realizada de forma subjetiva, após consultar as

normativas sobre o tema, a relação entre os fatores utilizados com a segurança

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aspectos econômicos, sociais e ambientais com os aterros sanitários e após

consultas a profissionais da área, conforme Tabela 8.

Tabela 8 – Matriz de comparação pareada dos 7 fatores padronizados analisados

Fatores Decli- vidade

Geologia Solos Dist. Rios

Usos Solo

Dist. Estradas

Dist. Manchas Urbanas

Declividade 1

Geologia 5 1

Solos 5 0,6 1

Dist. Rios 3 0,4 0,6 1

Usos Solo 1,5 0,2 0,2 0,8 1

Dist. Estradas

2 0,3 0,3 0,6 1 1

Dist. Manchas Urbanas

7 2 2,5 3 5 4 1

Quando a matriz de comparação pareada foi concluída, calculou-se os pesos

de cada fator resultantes da comparação pareada, sendo que o peso representa a

contribuição do fator para a definição das áreas mais aptas para a instalação de

aterros sanitários, bem como efetuou-se a avaliação de consistência da mesma,

conforme é possível visualizar na Tabela 9.

Tabela 9 – Pesos de cada fator resultantes da matriz de comparação pareada

Fatores Pesos

Distância das Manchas Urbanas

Geologia

Solos

Distância dos Rios

0,3294

0,2292

0,1832

0,0985

Distância das Estradas 0,0649

Usos do Solo 0,0569

Declividade 0,0379

TOTAL 1,00

* Razão de consistência da matriz de comparação pareada => 0,02 (aceitável)

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O peso mais importante para o objetivo principal é a distância de manchas

urbanas, com 0,3294, seguido por geologia e solos, com pesos de 0,2292 e 0,1832,

respectivamente. Os fatores que receberam o menor peso foram declividade

(0,0379), usos do solo (0,0569), distância das estradas (0,0649) e distância dos rios

(0,0985).

A razão de consistência indica a confiabilidade do julgamento adotado,

sendo que quanto mais próxima estiver de zero, mais adequado terá sido o processo

de comparação par a par dos fatores.

Padronizados os fatores de aptidão, determinados os critérios de restrição e

calculados os pesos dos sete fatores na matriz de comparação pareada, utilizou-se o

método de agregação conhecido como Combinação Linear Ponderada, disponível

no módulo MCE (Multi Criteria Evaluation) do conjunto de ferramentas de apoio à

decisão do SIG Idrisi Selva – Versão 17.0, através do qual atribuiu-se a cada fator o

peso da sua importância no processo de agregação de dados.

O processo de agregação dos dados por Combinação Linear Ponderada

através do módulo de avaliação por múltiplos critérios consistiu na multiplicação de

cada imagem com os fatores padronizados (valores de 0 - 255) pelo seu peso

correspondente (calculado na matriz de comparação pareada) e a soma dos

resultados. A última etapa do processo da rotina compreendeu a multiplicação desse

resultado com a restrição booleana, que representa uma barreira absoluta sem

aptidão, o que gerou o mapa de aptidão para instalação de aterro sanitário,

conforme Figura 30.

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Figura 30 – Mapa de aptidão para instalação de aterros sanitários

Analisando-se o mapa de aptidão para a instalação de aterros sanitários

percebe-se que as áreas de aptidão mais alta localizam-se logo na periferia das

áreas mais urbanizadas dos municípios, especialmente em Lajeado e Teutônia.

Ainda, as áreas de aptidão menor se concentram especificamente mais em algumas

extremidades do território dos municípios. Ao Sul do mapa, área pertencente ao

município de Estrela, o afloramento do Botucatu pode ser responsável pela redução

da aptidão nesta região, bem como na porção Leste do mapa, área já no município

de Teutônia, pode-se atribuir a baixa aptidão à declividade mais acentuada.

Os valores de aptidão para a instalação de aterro sanitário, obtidos a partir

da avaliação por múltiplos critérios, foram reclassificados para classes temáticas de

aptidão em intervalos iguais. Os resultados estão apresentados na Tabela 10 e

Figura 31.

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Tabela 10 – Classes de aptidão para a instalação de aterros sanitários

Aptidão Valores Área Total (km²) %

Sem Aptidão - 336,13 73,54

Baixa 1 - 51 0,0087 0,002

Média Baixa 51 - 102 9,49 2,076

Média 102 - 153 26,9 5,88

Média Alta 153 - 204 39,02 8,54

Alta 204 - 255 45,54 9,96

Total - 457,09 100

Figura 31 – Mapa de aptidão em classes para instalação de aterros sanitários

Como pode-se observar na Tabela 10 e na Figura 31, a área de estudo

apresenta aproximadamente 10% do seu território, 45,54km², com características de

alta aptidão para a instalação de aterro sanitário. As áreas com média aptidão

correspondem a 16,5% da área de estudo, 75,41km². As áreas com baixa aptidão

são praticamente inexistentes, representam 0,002% do território, o equivalente a

0,0087 km². Já as áreas que apresentam restrições absolutas, representadas pelos

recursos hídricos, estradas e manchas urbanas, compreendem a maior porção da

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área analisada, representando 73,54% da área, 336,13km², e não são indicadas

para a instalação de aterros sanitários. A este percentual significativo pode-se

atribuir a crescente urbanização ocorrida especialmente nas últimas três décadas,

bem como a abundante rede hidrográfica presente na área de estudo.

Embora não seja objetivo deste estudo determinar áreas para a instalação

de aterros sanitários, considerou-se relevante destacar, das áreas de alta aptidão,

quantas delas possuem área superior a 10 hectares, que hoje corresponderia a área

mínima necessária para a instalação de um aterro sanitário nesses municípios,

levando-se em consideração a população, a quantidade de resíduos gerados e o

tempo mínimo de vida útil do aterro de 20 anos. Gerou-se então o mapa que

demonstrasse estas áreas, Figura 32.

Figura 32 – Mapa com áreas de alta aptidão com mais de 10 hectares

O mapa contabiliza 98 áreas que totalizam 4.107 hectares, sendo que a

média de cada área é de 41,9 hectares. O município de Estrela contém uma faixa de

áreas com alta aptidão com mais de 10 hectares que atravessa o município. Lajeado

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apesar de possuir o menor território dos 3 municípios, apresenta a maior

urbanização, consequentemente o número de áreas com estas características neste

município não é muito significativo. Já em Teutônia, substancialmente, pode-se dizer

que a maior parte das áreas que possuem alta aptidão tem mais de 10 hectares.

Considerando a quantidade significativa de áreas acima de 10 hectares,

através da ferramenta Reclass, classificou-se estas áreas de acordo com a Tabela

11, que resultou no mapa representado na Figura 33.

Tabela 11 – Classificação das áreas com mais de 10 hectares

Classificação Área Total (hectares) Número de Áreas

10 a 20 ha 504 35

20 a 50 ha 1136 37

Mais de 50 ha 2467 26

Total 4107 98

Figura 33 – Mapa da classificação das áreas com mais de 10 hectares

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Dos 4.554 hectares de áreas com alta aptidão, 4.107 hectares correspondem

a áreas com mais de 10 hectares, o que corresponde a mais de 90% da área em

referência. 35 áreas possuem entre 10 e 20 hectares, relativas a 504ha, 37 áreas

possuem de 20 a 50 hectares, representando 1.136ha, e 26 áreas possuem mais de

50 hectares, correspondendo a mais da metade da área referida, 2.467 hectares.

Na Figura 34 é possível visualizar os aterros sanitários dos municípios em

análise sobrepostos ao mapa de classes de aptidão. Os aterros instalados nos

municípios de Estrela e Lajeado encontram-se em áreas de alta aptidão, enquanto

que o aterro do município de Teutônia encontra-se em área de restrição, porém

entre duas áreas adjacentes de alta aptidão.

Figura 34 – Mapa de aptidão em classes com localização dos aterros sanitários

Visando a melhor visualização, a Figura 35 destaca os aterros sanitários dos

3 municípios avaliados, em detalhe, sinalizando a instalação dos aterros dos

municípios de Estrela e Lajeado em áreas de aptidão elevada, bem como o aterro do

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município de Teutônia em área de restrição, porém em sua adjacência, contendo

duas áreas de alta aptidão.

Figuras 35 – Detalhe das áreas em que estão instalados os aterros de Estrela (A),

Lajeado (B) e Teutônia (C), respectivamente

Realizou-se visitação a uma das áreas de alta aptidão, com mais de 10

hectares, identificada neste estudo. A referida área (Figura 36) localiza-se no

município de Teutônia e a sua escolha foi realizada de maneira aleatória.

Figura 36 – Área de alta aptidão com mais de 10ha localizada em Teutônia

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A área atualmente apresenta plantio de milho e numa porção o solo está

exposto (Figura 37). Há presença de árvores de médio porte no local (Figura 38).

Figura 37 – Usos do solo na área visitada

Fonte: Autora (2013).

Figura 38 – Árvores de médio porte presentes no local visitado

Fonte: Autora (2013).

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Não há cursos hídricos nas proximidades e a urbanização do município de

Teutônia encontra-se mais distante, concentrada às margens da RS 128, a Via

Láctea. A área visitada possui uma estrada em boas condições em suas adjacências

e a sua declividade não é acentuada. O solo avermelhado presente no local é

característico das formações de basalto, Figura 39.

Figura 39 – Solo avermelhado, característico da formação de basalto

Fonte: Autora (2013).

As características do local visitado corroboram com a metodologia utilizada

neste trabalho, visando a avaliação da aptidão de áreas para a instalação de aterro

sanitário, o que demonstra que é fundamental a realização de atividades in loco para

a avaliação das condições reais da área.

A Tabela 12 apresenta a aptidão dos 3 aterros sanitários e da área visitada,

em relação a cada um dos fatores utilizados neste estudo.

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Tabela 12 – Aptidão dos aterros e área visitada em relação a cada fator

Fator Peso Aterro

Lajeado Aterro Estrela

Aterro Teutônia

Área Visitada

Distância das Manchas Urbanas

0,3294 164 138 210 235

Geologia 0,2292 255 255 255 255

Solos 0,1832 255 255 255 255

Distância dos Rios 0,0985 55 29 2 70

Distância das Estradas 0,0649 139 230 57 133

Usos do Solo 0,0569 255 255 255 255

Declividade 0,0379 255 255 190 215

O aterro sanitário de Lajeado possui aptidão máxima (255) com relação aos

fatores Geologia, Solos, Usos do Solo e Declividade, tendo em vista estar localizado

em área com cobertura basáltica, solo do tipo argissolo e com declividade de 0 a

3%, considerada plana. Em relação ao fator Distância das Manchas Urbanas, fator

que exerce maior influência na determinação da aptidão de uma área para a

instalação de aterro sanitário, nesta análise, o valor de aptidão é 164, seguido pelo

Distância das Estradas, 139, e Distância dos Rios, com aptidão 55.

No aterro sanitário do município de Estrela, igualmente ao de Lajeado, os

fatores Geologia, Solos, Usos do Solo e Declividade representam aptidão máxima,

255, pelas mesmas justificativas. Já o fator Distância das Estradas possui aptidão

maior nesta área, 230, porém o fator Distância das Manchas Urbanas tem valor de

aptidão 138 e o Distância dos Rios 29, representando baixa aptidão.

Já o aterro sanitário de Teutônia possui aptidão máxima, 255, nos fatores

Geologia, Solos e Usos do Solo, representando características similares às áreas

dos aterros instalados nos municípios de Estrela e Lajeado. O fator Distância das

Manchas Urbanas possui aptidão bastante significativa, 210, enquanto que o fator

Declividade tem aptidão 190, caracterizando inclinação na faixa de 8 a 13%, com

terreno moderadamente ondulado. A aptidão do fator Distância das Estradas é 57.

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Nesta área, o fator Distância dos Rios possui aptidão próxima a mínima, 2,

praticamente se caracterizando como uma restrição.

Na área visitada, localizada no município de Teutônia-RS, igualmente à área

onde se localiza o aterro sanitário deste município, os fatores Geologia, Solos e

Usos do Solo possuem aptidão máxima (255). O fator Distâncias das Manchas

Urbanas possui aptidão relevante, 235. O fator Declividade tem aptidão 215,

representando um terreno com inclinação de 3 a 8%, terreno suave ondulado.

Distância das Estradas e dos Rios têm aptidão 133 e 70, consecutivamente.

Analisando estas informações é possível constatar que, nenhuma das 4 áreas

possui aptidão máxima com relação ao fator de maior interferência na determinação

da aptidão para instalação de aterro sanitário, Distância das Manchas Urbanas, de

acordo com este estudo. Já com relação aos fatores Geologia e Solos, com 0,2292 e

0,1832, respectivamente, pesos de importância, as 4 áreas possuem aptidão

máxima, bem como o fator Usos do Solo, com peso 0,0569. Os valores de aptidão

do fator Declividade das 4 áreas encontram-se em acordo com os padrões exigidos

pela FEPAM, que estabelece a declividade máxima de 20% como adequada para a

instalação de aterros sanitários. O fator Distância das Estradas variou de 230 a 57. E

o fator Distância dos Rios teve a menor aptidão com relação aos demais fatores

analisados, variando de 70 a 2.

Deste modo, o estudo realizado constitui-se numa ferramenta muito útil para

auxiliar na tomada de decisão em empreendimentos que afetam o ambiente em que

estão localizados. Como vantagens desta análise pode-se citar, do ponto de vista

econômico, a possibilidade de evitar a especulação imobiliária, do ponto de vista

social, busca manter a integridade da saúde da população, e do ponto de vista

ambiental, reduzir ao máximo os impactos ao meio ambiente.

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6 CONCLUSÃO

A avaliação de áreas para a localização constitui-se num importante

instrumento de planejamento ambiental, pois até mesmo um aterro sanitário que

cumpra todos os critérios técnicos de engenharia, se instalado numa área

desfavorável pode vir a causar prejuízos significativos ao meio ambiente e à

população.

O desenvolvimento deste trabalho, de acordo com a metodologia proposta,

possibilitou o alcance dos objetivos estabelecidos, com uma expectativa otimista, já

que identificou-se 98 áreas, com mais de 10 hectares, de alta aptidão para a

instalação de aterro sanitário nos municípios de Estrela, Lajeado e Teutônia, que

contabilizam 4107 hectares, correspondendo a mais de 90% das áreas de alta

aptidão.

Os aterros sanitários dos municípios de Estrela e Lajeado estão localizados

em áreas de alta aptidão, enquanto que o aterro do município de Teutônia está

localizado em área de restrição, porém se encontra na adjacência de duas áreas de

alta aptidão.

A análise por múltiplos critérios, baseada no processo analítico hierárquico

(AHP), apesar de não diminuir a subjetividade do estudo, permite avaliar se o

raciocínio utilizado é coerente, além de subsidiar a geração de melhores cenários ao

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tomador de decisão, especialmente quando se integra uma grande quantidade de

variáveis, como é o caso deste estudo. A integração da lógica binária com a

classificação contínua da superfície de dados (lógica fuzzy) possibilita a modelagem

de cenários ambientais mais precisos.

O SIG Idrisi se demonstrou como uma ferramenta prática e confiável para a

seleção de áreas mais adequadas à instalação de aterro sanitário à medida que

integra uma série de componentes analisados em ambiente computacional, visando

minimizar os impactos ambientais causados pelo empreendimento ao meio ambiente

e à população.

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