Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    1. INTRODUÇÃO

    O aparelho genital f eminino é f ormado porórgãos  interiores  – ovários, tubas  uterinas (trompas de Falópio), útero e vagina – e porórgãos exteriores – f ormações labiais (montepúbico,grandes epequenos lábios), vestíbu-lo ou espaço interlabial, órgãos erécteis (clí -toris e bulbos vestibulares) e glândulas ane-xas (uretrais, parauretrais e vestibulares). Os ovários e as tubas uterinas são vulgarmenteconhecidos por «anexos».

    2. OVÁRIOS

    Os ovários são estruturas pares situadas em espaços denominados f ossas ováricas, juntodas paredes laterais dapélvis menor, de cadalado do útero,porbaixo e atrás das tubas. Es-tão fixos às f aces posteriores dos ligamentos largos  pelo mesovário. Apesar disso a suaposição é variável.

    2.1.FORMA E DIMENSÕES De f orma oval,medem 3,0 a 4,0 x 2,0 x 1,0 cm. 2.2. MEIOS DE FIXAÇÃO

    São considerados meios de fixação:— O  ligamento suspensor ou  infundibulo-

    pélvico estende-se da parede pélvica até

    ao bordo aderente do ovário, é acompa-nhado pelos vasos ováricos que entram na pélvis menor junto da bifurcação da

    artéria ilí aca comum, um pouco por f orado uréter.

    — O  ligamento tubo-ovárico une a extre-midade superior do ovário ao infundí -bulo da tuba.

    — O ligamento útero-ovárico ou próprio doovário estende-se da extremidade inf e-rior do ovário ao ângulo lateral do úteroatrás e por baixo da tuba.

    — O  mesovário é uma prega peritonealdupla, curta, que une o hilo do órgão aof olheto posterior do ligamento largo, in-terrompendo-se nesse local, pelo que o

    ovário não tem revestimento peritoneal.Este meso permite ao ovário movimen-tos  de charneira semelhantes  aos  deuma porta nas suas dobradiças2,6,7.

    2.3. CONFORMAÇÃO EXTERIOR E RELAÇÕES

    Tem duas f aces, dois bordos e duas extremida-des. A f ace lateral ocupa a f ossa ovárica olhan-dopara os vasos ilí acos internos euréter. A f ace

    medial está  relacionada com  as  fímbrias  datuba uterina e com ansas intestinais. O bordoanterior ou hilo adere ao ligamento largopelomesovário. O bordo posterior é livre. A extre-midade superior está  coberta pelas  fímbrias e relacionada com o ligamento suspensor doovário. A extremidade inf erior está unida aoútero pelo ligamento útero-ovárico2,6,7,10.

    2.4. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

    É proveniente das  artérias  ováricas, cola-terais  da aorta e acessoriamente da artéria

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    Anatomia cirúrgica do aparelhogenital femininoAntónio Bernardes

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  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    Figura 1. Vista superior dos órgãos pélvicos com peritoneu intacto. 1: uréter; 2: recto; 3: fundo de saco vesico-uterino;

    b: bexiga; la: ligamento largo; o: ovário; r: ligamento teres; t: tuba uterina; ú: útero.

    Figura 2. Vista anterior dos órgãos pélvicos dissecados, conservados por desidratação e pintados. b: bexiga; la: liga-

    mento largo; o: ovário; r: ligamento teres; t: tuba uterina; ú: útero; úv: ligamento útero-ovárico; v: vagina.

    4 Capítulo 1

    1

    2

    ú

    3

    b

    o

    r

    la

    t

    t

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    o

    úvúv

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    uterina. As artérias ováricas têm um trajectooblí quo descendente no espaço retroperito-neal acompanhadas pelas veias, linfáticos enervos, que f ormam com o peritoneu parie-tal que os cobre, o ligamento suspensor. Noinício do trajecto estes vasos são mediais aouréter, mas depois cruzam-no anteriormen-

    te ficando por f ora dele na pélvis menor. As artérias  ováricas  terminam  por bifurcação

     junto da extremidade superior do ovário ori-ginando as artérias tubária externa e ováricaexterna. A ovárica externa une-se à ováricainterna, ramo terminal da uterina, consti-tuindo uma arcada transversal na espessurado mesovário de onde partem  as  artérias helicí neas para o ovário4. Para evitar a lesãodo uréter durante a laqueação dos vasos no

    ligamento suspensor, deve traccionar-se oligamento para f ora, af astando-o do uréter eproceder depois à identificação deste.

    2.5. DRENAGEM VENOSA

    Faz-se para um plexo situado no mesovárioe na parte terminal do ligamento suspen-sor que dá  origem  às veias  ováricas  inter-na e externa. A veia ovárica externa drenapara a veia ovárica que acompanha a arté-

    ria homónima, drenando à direita na veiacava inf erior e à esquerda na renal esquer-da. A veia ovárica interna drena para a veiauterina4.

    2.6. DRENAGEM LINFÁTICA

    Tem  uma via principal ao longo dos  liga-mentos suspensores para os gânglios (G) lá-tero-cava e látero-aórticos  junto da origem 

    das artérias ováricas e uma via acessória queacompanha os vasos uterinos para os G ilí a-cos internos4.

    Figura 3. Vista posterior dos órgãos pélvicos com peritoneu intacto (esquema). f: fímbrias; la: ligamento largo;

    ls: ligamento suspensor do ovário; o: ovário; t: tuba uterina; to: ligamento tubo-ovárico; ú: útero; úv: ligamento

    útero-ovárico.

    o

    ú

    úvúv

    tof

    f

    o

    la

    la

    ls

    t

    tFundo doútero

    Ligamentosuterossagrados

    uréter

    uréter

    Vasosováricos

    istmo

    ampola

    infundíbulo

    5Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino

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    Figura 4. Vascularização dos

    órgãos pélvicos femininos

    (esquema). ao: aorta; vc: veia

    cava inferior; b: bexiga; la:

    ligamento largo; o: ovário;

    t: tuba uterina; út: útero.

    Figura 5. Vascularização dos órgãos pélvicos femininos (esquema). o: ovário; t: tuba uterina; ú: útero; v: vagina.

    út

    artéria e veiaováricas

    ao

    rimrim

    vc

    t

    oot

    la

    b

    artéria e veiaováricas

    uréter

    artéria ilíacainterna

    artéria tubáriaexterna

    artéria ovárica

    artéria uterina

    artéria vaginal

    artéria uterina

    artériaovárica

    artéria vaginal

    artéria tubáriainterna

    artéria ováricainterna

    ú

    v

    o

    o

    t

    Capítulo 16

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    2.7. INERVAÇÃO

    Simpática é proveniente do plexo celí aco,cu jos nervos caminham com os vasos ovári-cos nos ligamentos suspensores evem ainda

    dos plexos hipogástricos superior e inf erior.As fibras parassimpáticas vêm dos plexos hi-pogástricos inf eriores, onde chegam através dos nervos esplâncnicos pélvicos das raí zes de S2, S3 e S43.

    3. TUBAS UTERINAS

    As tubas uterinas (ex. oviductos ou trompas de Falópio)5 são dois cilindros com 7 a 14 cm de comprimento que se estendem da extre-midade superior do ovário aos  cornos  doútero, possuindo uma abertura para este ór-gão (orifício uterino) e outra para a cavidadepélvica (orifício abdominal).

    3.1. SITUAÇÃO

    A tuba uterina ocupa quase todo o bordosuperior do ligamento largo, entre o liga-mento redondo que está à f rente e o ovárioque fica atrás.

    3.2 MEIOS DE FIXAÇÃO

    Continuidade com  o útero, o ligamentotubo-ovárico e o peritoneu  que f orma oligamento largo.

    3.3. DIRECÇÃO

    As  tubas uterinas  estendem-se transversal-mente em  direcção póstero-lateral até às paredes laterais dapélvis, onde se encurvam caindo sobre os ovários.

    3.4. CONFORMAÇÃO EXTERIOR

    Classicamente dividem-se em quatro partes,que de f ora para dentro são: infundíbulo, am-pola, istmo e parte uterina, intramural ou in-

    tersticial. O infundíbulo é a parte mais lateralda tuba, em f orma de funil, com o bordo livredotado de pregas, as  fímbrias, relacionadas directa e intimamente com  o ovário. Possui o orifício abdominal com 2 mm de diâmetro

    na transição infundíbulo-ampolar. Há  varia-ções anatómicas normais da relação entre oinfundíbulo e o ovário que podem dificultarou inviabilizar a captação do óvulo, tais como:a retroversão ou  anteversão uterinas  acen-tuadas, ou quando as fímbrias são múltiplas,demasiado compridas ou cobrem uma super-fície diminuta de um grande ovário.A ampola é apartemais móvel da tuba, cons-titui os dois terços restantes do seu compri-mento, estendendo-se do istmo ao infundí -bulo e pode atingir 1 cm de diâmetro.O  istmo representa o terço medial da tuba,estende-se da ampola ao corno uterino etem um diâmetro de 2 mm.A parte intramural está localizada na espes-sura da parede uterina e tem  um  compri-mento aproximado de 1 cm e um diâmetrode 1 mm1,8,9,10.

    3.5. RELAÇÕES

    Ocupa quase todo o comprimento do bordosuperior do ligamento largo, relacionando-se adiante com o ligamento redondo e be-xiga, atrás com o ligamento útero-ovárico erecto e em cima com as ansas intestinais.

    3.6. CONFORMAÇÃO INTERIOR

     É percorrida por um canal virtual com pre-gas  mucosas  longitudinais. Tem  5 cm  decomprimento e 0,5 mm e 2 mm de calibre,respectivamente a nível dos orifícios uterinoe abdominal.

    3.7. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

    É proveniente da anastomose entre a artéria

    tubária externa, um dos ramos terminais daovárica (colateral da aorta) e a artéria tubáriainterna, ramo terminal da uterina4.

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 7

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    Figura 7. Corte sagital dos órgãos pélvicos e do períneo (esquema). b: bexiga; r: ligamento teres; v: vagina.

    Figura 6 . Vista superior dos órgãos pélvicos dissecados. la: ligamento largo; o: ovário; t: tuba uterina; ú: útero.

    recto

    la

    la

    tt

    o

    ú

    fundo de sacorectovaginal

    v

    r

    b

    corpo do útero

    uréter

    colo do útero

    recto

    corpo perineal

    ovário

    tuba uterina

    fundo do útero

    sínfise pública

    uretra

    clítoris

    pequeno lábio

    8 Capítulo 1

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    3.8. DRENAGEM VENOSA

      Faz-se para um  plexo situado no mesos-

    salpinge que drena para as  veias  tubárias internas  e externas, satélites  das  artérias homónimas4.

    3.9. DRENAGEM LINFÁTICA É semelhante à do ovário: ao longo dos liga-mentos suspensores para os G látero-cava elátero-aórticos situados junto da origem das artérias ováricas ou acompanhando os vasos 

    uterinos para os G ilí acos internos4.

    3.10. INERVAÇÃO

    É semelhante à dos ovários: simpáticaprove-niente do plexo celí aco, cu jos nervos cami-nham com os vasos ováricos nos ligamentos suspensores  e dos plexos  hipogástricos su-perior e inf erior.As fibras parassimpáticas vêm dos plexos hi-

    pogástricos inf eriores, onde chegam através dos nervos esplâncnicos pélvicos das  raí zes de S2, S3 e S4.

    4. ÚTERO

    É um órgão fibromuscular oco em f orma de

    pêra, destinado a conter o ovo f ecundadodurante o seu desenvolvimento e a expulsá-lo quando atinge a maturidade.

    4.1. LOCALIZAÇÃO

    O útero é ímpar e mediano, está situado nocentro da pélvis menor entre a bexiga e orecto, por baixo das  ansas  intestinais  e porcima da vagina, na qual se introduz.

    4.2. CONFORMAÇÃO EXTERIOR

    O útero pode comparar-se a um cone tron-cado de base superior que varia de f ormae de dimensões com  a idade e número degestações. Descrevem-se de cima para baixotrês partes: corpo, istmo e colo (cérvix).

    4.2.1. O CORPO

    O  corpo uterino é conóide, achatado nosentido ântero-posterior na nulípara mas 

    Figura 8 . Vista posterior dos órgãos pélvicos (esquema). f: fímbrias; la: ligamento largo; o: ovário; t: tuba uterina;

    to: ligamento tubo-ovárico; úv: ligamento útero-ovárico; v: vagina.

    fundo doútero

    istmodo útero

    úv

    la

    o

    to

    t

    f

    v colo do útero com asua cavidade

    apêndice vesicular(hidátide de Morgagni)

    vasosováricos

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 9

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    globoso na multípara. Possui duas f aces, três bordos, dois ângulos e uma extremidade. As f aces ântero-inf erior e póstero-superior sãoconvexas, regulares, lisas  e totalmente co-bertas por peritoneu.Os  dois bordos  laterais  dão inserção aos  li-gamentos largos, sendo em sentido verticalplanos ou côncavos na nulípara mas conve-xos na multípara e deixam-se atravessar pe-los vasos e nervos do útero.O bordo superior ou  fundo situa-se entre os dois cornos  do útero, para cima dos  orifícios uterinos das tubas. Posiciona-se 2-3 centíme-tros porbaixo doplano quepassapelo estreitosuperior da bacia e é transversalmente rectilí -neo na nulípara e convexo na multípara. É f or-temente convexo no sentido ântero-posterior.Os dois ângulos ou cornos do útero são os locais onde se inserem as tubas uterinas e os ligamentos redondos e útero-ováricos.A extremidade inf erior confunde-se com oistmo.

    4.2.2. O ISTMO

    O  istmo é um estreitamento circular com 1cm de altura que separa o corpo do colo, si-tuado a uma distância semelhante do vérti-ce e da base (nulípara) ou um pouco abaixoda sua parte média (multípara). Adiante nãoestá  revestido por peritoneu  pois  a serosareflecte-se da f ace anterior do corpo do úte-ro para a bexiga, f ormando o fundo de sacovesico-uterino. Atrás e lateralmente tem  re-

    lações análogas às do corpo uterino.

    4.2.3. O COLO

    O  colo uterino é cilí ndrico, ligeiramentedilatado no terço médio, com  2 a 4 cm  decomprimento. Em todo o seu contorno e naunião dos dois terços superiores com o terçoinf erior dá  inserção à vagina, descrevendoum anel com 0,5 a 0,8 cm de altura, disposto

    de modo oblí quo para baixo e para e f ren-te. As  túnicas  musculares  dos  dois  órgãos são indissociáveis. O eixo maior do colo está 

    orientado obliquamente para baixo e paratrás, «atravessa»perpendicularmente apare-de anterior da vagina, ficando a «olhar» paraa sua parede posterior.A inserção da vagina permite dividir o colo

    em dois segmentos: supravaginal e vaginal.O  supravaginal mede 1,5 a 2,0 cm  de altu-ra e é muito importante para o sistema desuporte da fáscia endopélvica do colo e davagina. Está separado da bexiga por tecidocelular pouco denso, a fáscia pré-cervical,cu ja dissecção permite af astar f acilmente os dois órgãos. Atrás está revestido por perito-neu e separado do recto pelo fundo de sacorectovaginal. Os dois bordos laterais relacio-nam-se com a base dos ligamentos largos ecom o espaço pelvirrectal superior onde secruzam a artéria uterina e o uréter.O segmento vaginal (ex. f ocinho-de-tenca)5,12

    é acessível à observação clí nica por via vagi-nal, tem a f orma de cone troncado com 1,8cm  de altura atrás  e 0,6 cm  adiante. Possui ainda 2 a 2,5 centímetros de altura e de es-pessura. Está circunscrito na sua base porum 

    fundo de saco anular que o separa das pare-des vaginais, o f órnix vaginal, no qual se reco-nhecem  quatro segmentos: anterior, muitopequeno, posterior, profundo e laterais, deprofundidade crescente da f rente para trás.O vértice deste segmento possui o orifício in-f erior ou exterior do colo com 4 a 7 mm dediâmetro, que dá acesso ao canal cervical. O orifício divide o vértice do colo em duas me-tades: os  lábios anterior (mais proeminente)

    e posterior. Ele assume aspectos  dif erentes conf orme se trata de uma mulher: nulípara,em que é pequeno, elíptico, com 3-4 milíme-tros  de diâmetro, possuindo o colo consis-tência elástica; na primípara o colo diminui de consistência e o orifício alonga-se trans-versalmente em  f enda, podendo os  lábios adquirir uma ou  duas  incisuras pequenas; ena multípara o orifício tem  a f orma de umaf enda transversal que pode atingir 1,5 cm,

    com lábios irregulares e incisuras várias. Após a menopausa o colo atrofia-se, o orifício ficapunctif orme epor vezes pode obliterar-se11.

    10 Capítulo 1

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    4.3. DIMENSÕES EXTERIORES

    Na nulípara o útero tem 6 a 7 cm de compri-mento (3,5 cm para o colo), 4 cm de largurano corpo e 2 cm  no colo e a espessura de2,5 a 3,0 cm; na multípara mede 7 a 8 cm decomprimento (5 a 5,5 cm para o corpo), 5 cm de largura na base e 3 cm naparte média e 3cm de espessura.

    4.4. PESO

    O útero na nulípara pesa em média 40 a 60gramas e na multípara 60 a 80 gramas.

    4.5. CONFORMAÇÃO INTERIOR

    O útero possui uma cavidade central, virtual,que se continua em cimapelos canais das tu-bas e em baixopela vagina. Um estreitamen-

    tocorrespondente ao istmo divide a cavidadeem duas partes: a cavidade do corpo (cavitasuteri ) e o canal cervical. O  diâmetro verticalna nulípara mede em média 5,5 cm (2,5 para

    o corpo, 0,5 para o istmo e 2,5 para o colo),medindo na multípara 6,5 cm (3,5 para o cor-po e 3,0 para o colo); o diâmetro transversala nível da base do útero na nulípara varia de2,0 a 2,4 cm e na multípara de 3,0 a 3,3 cm.A cavidade do corpo é triangular com duas f aces, três bordos e três ângulos. As f aces an-terior e posterior são lisas e separadas entresi por muco. Há um bordo superior e dois laterais  convexos  na nulípara e rectilí neos 

    ou côncavos na multípara. Dos três ângulos,dois  são súpero-externos, continuando-sepelos canais tubares através dos orifícios das tubas  (ostium uterinum tubae uterinae) e ooutro ângulo é inf erior, comunicando com ocanal cervical através do orifício interior docolo (ostium anatomicum uteri internum)5,12.O canal cervical é fusif orme, está preenchidohabitualmente por um rolho de muco e tem dois orifícios, um inf erior ou exterior (ostium

    uteri ) e um  superior ou  interior, correspon-dente ao istmo do útero. As  suas  f aces  an-terior e posterior têm uma saliência longitu-dinal de onde partem pregas obliquamente

    Figura 9. Vista do segmento vaginal do colo do útero em peças naturais de cadáver fresco após secção e re-

    batimento da vagina (v).

    colo do útero muco cervical

    orifício exterior do colo do útero

    v

    v

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 11

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    12 Capítulo 1

    ascendentes. O  conjunto de uma colunaprincipal e das pregas associadas é conheci-do por árvore da vida ( plicae palmatae). Há na literatura alguma confusão sobre a rela-ção anatómica entre orifício interior e o ist-mo. O f acto mais importante é que durantea gravidez o istmo expande e transf orma-senum segmento da cavidade do corpo ondeo f eto descansa10,11.

    4.6. CONSTITUIÇÃO ANATÓMICA

    A parede do útero tem 2 a 2,5 cm de espes-sura sendo f ormada por três  túnicas sobre-postas  de f ora para dentro: serosa (ou pe-rimétrio), muscular (miométrio) e mucosa(endométrio).

    4.6.1. SEROSA

    A serosa não cobre totalmente o órgão:adiante, reveste o corpo e o istmo reflectin-do-se depois para a f ace superior da bexiga

    f ormando o fundo de saco vesico-uterino;atrás, cobre todo o útero e os  dois  centí -metros  superiores  da vagina reflectindo-sedepois para o recto f ormando o fundo sacorectovaginal; lateralmente, continua-se com 

    os  f olhetos  dos  ligamentos  largos. A uniãoda serosa ao útero não é unif orme sendomuito aderente: a nível do fundo, da metadesuperior da f ace anterior e em quase toda af ace posterior do corpo, pelo que é impossí -vel separá-la do órgão nesses locais.

    4.6.2. MUSCULAR MIOMÉTRIO

    A camada muscular f orma a quase totalida-de da espessura do órgão, sendo constituí dapor fibras  musculares  lisas  fusif ormes  dis-postas em três planos sobrepostos.

    4.6.3. MUCOSA ENDOMÉTRIO

    A mucosa émuito fina, f riável, reveste toda asuperfície interior do útero,possui espessura

    Figura 10. Vista das cavidades do útero em peças naturais de cadáver fresco (A) e parafinado e pintado (B) . la:

    ligamento largo; v: vagina.

    fundo do útero

    cavidadedo corpo

    cavidadedo colo

    fórnix

    lala

    la

    v

    v

    A B

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    máxima na parte média da cavidade do cor-po (1-2 mm), diminuindo gradualmente em direcção ao fundo e ao colo.

    4.7. ESTÁTICA POSIÇÃO E DIRECÇÃO

    O útero possui grande mobilidade exceptono ponto central, correspondente ao istmo,o local mais fixo do órgão. O ponto centralestá  localizado adiante do plano que uneas espinhas isquiáticas, no centro da pélvis menor. Os eixos maiores do corpo e do coloencontram-se neste local e f ormam um ân-gulo aberto para a f rente (anteflexão) quevaria entre 100 e 140o. Se o ângulo estiveraberto para trás diz-se que o órgão está em retroflexão.O  útero posiciona-se habitualmente em anteflexão e anteversão (inclinado anteriore superiormente em  relação ao eixo maiorda vagina). A versão é o ângulo que o eixomaior do útero (considerado comoum todo)f az com o da vagina. Quando as duas extre-midades do órgão se deslocam em sentidos 

    opostos em redor de um eixo horizontal quepassa pelo istmo (deslocamento do órgãoem bloco como o de um ginasta que rodaem  torno de uma barra horizontal), o úte-

    ro poderá  ficar em  anteversão (fundo paraa f rente), em  retroversão (fundo para trás)ou em látero-versão se o fundo ficar para adireita e o colo para a esquerda da linha mé-dia e vice-versa.Se o istmo estiver situado à f rente, atrás ou lateralmente em relação à posição habitual,diz-se que o útero está respectivamente em anteposição, retroposição ou látero-posição.Podem  ocorrer várias  combinações  da ver-são, da flexão e da posição, todas  fisiológi-cas, sendo apenas variações do normal.A posição e a direcção do útero depen-dem  da solidez dos  elementos  perineais de sustentação (músculos  e aponevroses do perí neo, sendo os  elevadores  do ânus os mais  importantes) e da preservação ou diminuição do ângulo uterovaginal normal,habitualmente aberto para a f rente. Estaangulação é assegurada pela acção dos elevadores do ânus sobre o corpo perinealque, deslocando-o para cima e para dian-te, f echam e empurram a vagina em direc-ção ao púbis. Por outro lado, os ligamentos 

    uterossagrados  traccionam  a extremidadesuperior da vagina para trás e a tonicidadedos  ligamentos  redondos mantém  a ante-flexão uterina11.

    Figura 11. Posição e direcção do útero sob visão lateral para observar os ângulos que explicam a anteflexão e

    a anteversão (esquema): ú- útero; v- vagina.

    fundo do útero

    flexão

    versão

    ú

    v

    eixo longitudinaldo corpo do útero

    eixo longitudinal

    do colo do útero

    eixo longitudinalda vagina

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 13

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

    12/26

    14 Capítulo 1

    4.8. RELAÇÕES

    O fundo do útero encontra-se a 2-2,5 cm atrás dasí nfisepúbica, enquanto que o orifício exte-rior do colo está situado 3 cm à f rente do cóc-cix.Podemos considerar duas regiões topográ-ficas distintas, a supravaginal, intra-abdominal(inclui ocorpo, istmo eporção supravaginal docolo) e a vaginal, visívelporvia endovaginal.

    4.8.1. PORÇÃO SUPRAVAGINAL

    Aporção supravaginal relaciona-se adiante ede cimaparabaixo com as ansas intestinais ecom a bexiga através do fundo de saco vesi-co-uterino, estando a nível do istmo e da par-te supravaginal do colo separado da bexigapela fáscia pubocervical e pelos ligamentos vesico-uterinos. A f ace póstero-superior está separada do recto pelo fundo de saco recto-vaginal, onde se alojam vísceras  intestinais.Os bordos laterais dão inserção aos f olhetos anterior e posterior dos  ligamentos  largos,relacionando-se com os vasos uterinos. A ní -

    vel do colo, a porção supravaginal está rode-adaporum anel denso de fáscia endopélvica(ou anel de fáscia pericervical) onde estão fi-xos os ligamentos ou fáscias pubocervicais eos ligamentos uterossagrados e cardinais. O uréter passa a 1,5-2 cm de distância do colo,onde se cruza com a artéria uterina2,6,7,10.

    4.8.2. PORÇÃO VAGINAL

    A porção vaginal relaciona-se através  das paredes  da vagina: adiante com  o trígonovesical e com os uréteres que penetram nabexiga quase à altura do orifício exterior docolo; atrás com o recto; lateralmente com as artérias e plexos venosos vesicovaginais.

    4.9. MEIOS DE FIXAÇÃO Os  meios principais  de fixação são os  que

    resultam  da interacção do músculo eleva-dor do ânus (MEA) com o tecido conjuntivoque une o colo do útero às paredes dapélvis 

    menor. Os meios de fixação podem ser clas-sificados em três tipos por ordem de impor-tância funcional:— Sustentação:MEA,corpoperineal (ex. núcleo

    fibroso central doperí neo) e vagina5,12.

    — Suspensão: lâminas  sacro-recto-genito-púbicas e ligamentos cardinais.

    — Orientação: ligamentos  redondos  eligamentos largos.

    4.9.1. SUSTENTAÇÃO

    O útero e a cúpulavaginal «descansam» sobreum plano duplo,superior e inf erior.O primeiroé omais importante, f ormadopelos MEA, queconstituem um «contra-apoio activo» e outroinf erior constituí do pela vagina (aderente aocolo do útero) e pelo corpo perineal (que porsua vez sustenta a vagina), que representam em conjunto um  «contra-apoio passivo». As f ormações  musculofibrosas  de sustentaçãonão se inserem  directamente no útero mas constituem  por baixo dele uma plataf ormasólida, activa, relativamente potente, compa-

    rativamente com os sistemas de suspensão ede orientação,meios puramente passivos.Os dois MEA e os músculos isquiococcígeos as-sumem a f orma de uma lâmina larga côncavapara cima (como um funil) que encerra quasecompletamente a pélvis menor, deixando es-paço apenas para o recto epara o hiatouroge-nital (atravessado pela uretra e vagina). CadaMEA está fixo ao corpo do púbis, às espinhas isquiáticas e aum espessamento da fáscia ob-

    turadora (situada entre o púbis e as espinhas)denominado arco tendinoso doMEA1,8,9.O  MEA é f ormado por três  componentes:puborrectal, a parte medial, que assume oaspecto de «f erradura» aberta para o púbis,passando atrás daunião anorrectal e limitan-do o hiato urogenital; pubococcígeo, a parteintermédia, mais larga, que se une à contra-lateral na linha média atrás do ânus, f orman-do uma raf e fibrosa, o ligamento anococcí -

    geo; iliococcígeo, a parte póstero-lateral doMEA que se estende do arco tendinoso e daespinha isquiática ao corpo anococcígeo1,8,9.

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    Figura 12. Vista superior do diafragma pélvico feminino (esquema). R: orifício para a passagem da transição

    anorrectal; H: hiato urogenital para a passagem da uretra e da vagina.

    Figura 13. Vista inferior do diafragma pélvico feminino (esquema). 1: partes puborrectal e pubococcígea do

    músculo elevador do ânus; 2: parte iliococcígea do músculo elevador do ânus; 3: músculo coccígeo.

    R

    parte ilicoccígea domúsculo elevador do ânus

    H

    arco tendinoso domúsculo elevador

    do ânus

    parte pubococcígea domúsculo elevador do ânus

    parte puborrectal domúsculo elevador do ânus

    músculo coccígeo

    músculoobturador interno

    arco tendinoso domúsculo elevador

    do ânus

    ossocoxal

    ossocoxal

    sacro

    canal obturador

    uretra

    vagina

    arco tendinoso domúsculo elevador

    do ânus

    1

    2

    3

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 15

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    O MEA sustenta as vísceras pélvicas e é a es-trutura mais importante da continência f ecale urinária, porque a sua contracção em con-

     junto diminui as dimensões do hiato uroge-nital, f echa a curvatura anorrectal e desloca-

    a para a f rente e para cima.O corpo perineal é uma estrutura fibromus-cular piramidal ímpar, debase inf erior situadano centro do perí neo entre o orifício da vagi-na e o canal anal. O vértice da pirâmide está na união do terço médio e inf erior da vagina,por baixo dos MEA, num local onde a vaginasof re uma angulação. Resulta do entrecruza-mento na linha média de ligamentos (mem-brana perineal) e músculos  do perí neo (pu-bococcígeos, transversos). Suporta a vagina eindirectamente sustenta o colo do útero.A vagina insere-se em  todo o contorno docolo do útero a nível da parte superior dasua parede anterior. Por isso, o maior eixo doútero (oblí quo para baixo e para trás) f az um ângulo quase recto com  o da vagina (oblí -quo para baixo e para diante). Deste modo,o aumento da pressão abdominal tende a

    diminuir aquele ângulo e a empurrar o úterocontra a parede posterior da vagina, ela pró-pria sustentada pelo corpo perineal.

    4.9.2. SUSPENSÃO

    As  lâminas  sacro-recto-genito-púbicas  sãoduas f ormações fibromusculares sagitais,para-medianas, localizadas no tecido celular subpe-ritoneal, por cima dos MEA, de cada lado do

    colo supravaginal e da cúpula vaginal onde sefixam. Incluem  os  ligamentos  pubocervicais à f rente e os uterossagrados atrás, ref orçados pelos  ligamentos cardinais. O útero coloca-severtical e perpendicularmente entre as  duas lâminas tal como um «ginasta apraticarbarras paralelas», apoiando-se nelas a nível do istmo.Os ligamentos pubocervicais estendem-se daf aceposterior dopúbis até ao útero,passandode cada lado da uretra (por baixo da bexiga).

    Os  ligamentos  uterossagrados  (ou  recto-uterinos, ex. pregas de Douglas) estendem-se do sacro obliquamente para a f rente epara baixo até ao útero, contornando as f a-

    ces  laterais do recto. Unem-se entre si atrás do colo do útero por uma prega transversal,o Torus uterinus, f ormando uma f erraduraaberta para trás. Eles  transportam  também alguns nervos autónomos.Os ligamentos cardinais (ou cervical transver-so ex. Mackenrodt) são f ormados por tecidofibromuscular que envolve os vasos e nervos que se estendem transversalmente daparedepóstero-lateral dapélvis (junto da origem dos vasos ilí acos internos) até ao útero, relaciona-dos com abase dos ligamentos largos.Este sistema de suspensão mantém o centrodo útero na posição normal, obrigando-oa retomá-la quando se af asta por qualquermotivo. Por outro lado também suspende aparede anterior do recto e a f ace inf erior dabexiga, que acompanham os deslocamentos uterinos2,6,7,10.

    4.9.3. MEIOS DE ORIENTAÇÃO

    Inserem-se no corpo do útero e limitam asuamobilidade, assegurando apenas a direcção

    do órgão. Não têm função útil de suporte.Os  ligamentos  teres  do útero ou  redondos (lig. teres uteri )5,12  são dois  cordões  com  12a 15 cm de comprimento, 2 a 5 mm de ca-libre e podem  suportar 600 a 900 gramas.Inserem-se nos cornos do útero por baixo eà f rente das  tubas, percorrem o trajecto in-guinal e fixam-se ao púbis e ao tecido celularsubcutâneo dos grandes lábios.Os  ligamentos  largos  (lig. latum uteri )5,12 são

    f ormados pela sobreposição de dois  f olhetos peritoneais  que revestem  as  f aces  do útero,estendendo-se dos  seus  bordos  laterais  atéàs paredes laterais da pélvis onde se continu-am com o peritoneu parietal. Cada ligamentotem duas f aces e quatrobordos. A f ace ântero-inf erior olha para a bexiga e é levantada peloligamento redondo. A f ace póstero-superiorrelaciona-se com o recto, sendo elevada pelomesovário e pelos ligamentos útero-ovárico e

    tubo-ovárico.O bordomedial relaciona-secom obordo lateral do útero econtém os vasos ute-rinos.O bordo lateral dos ligamentos insere-senaparede lateral dapélvis, é estreito naporção

    16 Capítulo 1

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    superior por onde recebe os vasos ováricos ealarga-seprogressivamente naparte inf erior.O bordo superior estende-se do ângulo superiordo útero até à parede pélvica, sendo ocupadopela tuba emais lateralmentepela terminação

    do ligamento suspensor do ovário, a partir dolocal em que a tuba abandona obordo e deixacair o infundíbulo sobre o ovário.O bordo inf e-rior é largo, determinadopelo af astamento das duas lâminas que constituem o ligamento.Cada ligamento largo tem duas porções: um andar superior, o mesossalpinge, imediata-mente por baixo da tuba, fino e flutuante,que acompanha o útero em  todos  os  seus deslocamentos; um andar inf erior, o meso-métrio, denso e espesso, separado do supe-rior pelo mesovário (prolongamento poste-rior do ligamento largo).O paramétrio é o tecido conjuntivo situado naespessura da base do ligamento largo juntodo corpo e das partes inf eriores do útero e quecontém: os  ligamentos cardinais, uterossagra-dos epubocervicais, os vasos e nervos uterinos e ouréter que atravessa obliquamente aporção

    externa dabase do ligamento largopara a f ren-te epara dentro.O paramétriocontinua-separabaixo ao longo da parede da vagina, passandoa denominar-separacólpio ( paracolpium)5,12.

    4.10. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

    O útero é vascularizado principalmente pe-las artérias uterinas e acessoriamente pelas artérias ováricas e do ligamento redondo.

     4.10.1. ARTÉRIA UTERINA

    A artéria uterina origina-se da ilí aca interna etermina a nível docorno do útero. Tem um com-primento de 13 a 15 cm. Após a sua origem caminha ao longo da parede lateral da pélvis menor, depois  inflecte-se transversalmentepara dentro no bordo inf erior do ligamentolargo, em direcção ao colo do útero. O uréter

    caminha aqui  obliquamente para diante epara dentro, cruzando a artéria por detrás a 2cm de distância do bordo lateral do colo. Atin-ge depois o bordo lateral do útero que acom-

    panha de f orma helicí nea, passa atrás do liga-mento redondo e termina emitindo as artérias tubária interna (que nomesosalpinge se anas-tomosa com atubária externa), ovárica interna(que no mesovário se anastomosa com a ová-

    rica externa) eum ramopara o fundo do útero.Durante o seu trajecto emite ramos colaterais ureterais, vesicais  inf eriores, cervicovaginais,uterinos ao longo do bordo lateral do útero eum ramo para o ligamento redondo.

    4.10.2. ARTÉRIA OVÁRICA

    A artéria ovárica é ramo colateral da aorta, di-rige-se para baixo e para f ora, cruza à direita aveia cava inf erior e à esquerda o músculopso-as.Passa à f rente douréter e desce no ligamen-to suspensor do ovário, terminando no pólosuperior deste por divisão dicotómica nas ar-térias tubária externa e ovárica externa (que seanastomosam com as homónimas internas).

    4.10.3. ARTÉRIA DO LIGAMENTO REDONDO

    A artéria do ligamento redondo nasce daartéria epigástrica inf erior e percorre o liga-mento redondo até ao útero, onde se unecom um ramo da uterina4.

    4.11. DRENAGEM VENOSA

    De cada lado do útero há um plexo venosomuito rico, o plexo uterovaginal, que acom-panha a artéria uterina e que comunica pos-

    teriormente com as veias  rectais e anterior-mente com  o plexo vesical. O plexo drenatambém pela pudenda interna para a ilí acainterna. Acessoriamente drena pelas  veias ováricas externas para a ovárica epelas veias do ligamento redondopara aveia epigástricainf erior. A ovárica direita drena directamentepara a veia cava inf erior, enquanto que a es-querda drena para a veia renal esquerda4.

    4.12. DRENAGEM LINFÁTICA

    A drenagem linfática f az-se para um plexo pe-riuterino subperitoneal, localizado principal-

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 17

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    Figura 14. Vista superior da vascularização dos órgãos pélvicos femininos (esquema). b: bexiga; la: ligamento

    largo; o: ovário; r: ligamento teres; t: tuba uterina; ú: útero.

    mente nos bordos laterais eparedeposterior doútero.Daqui há vias pref erenciais de drenagem em função do território uterino: a parte supe-rior docorpo e do fundo drenapara os G látero-aórticos homolaterais através de linfáticos que

    acompanham  os  vasos  ováricos  e acessoria-menteparaG inguinais superficiais através dos ligamentos redondos; aparte inf erior do corpodrena para os G  ilí acos externos; o colo drenaparaG ilí acos externos e internos (em particularos obturadores) e pré-sagrados  (estes  através dos ligamentos uterossagrados)4.

    4.13. INERVAÇÃO 

    A inervação é meramente vegetativa ef eita principalmente pelos  nervos  utero-

    vaginais  que caminham  na espessura dos ligamentos cardinais com as artérias uteri-nas, provenientes dos plexos hipogástricos inf eriores direito e esquerdo. Os  af erentes simpáticos  destes  plexos  são os  nervos intermesentéricos  e os  esplâncnicos  lom-bares  (que passam  no plexo hipogástricosuperior e nos  nervos  hipogástricos) e os nervos  esplâncnicos  sagrados  (vindos  dacadeia simpática látero-vertebral). O úterorecebe também ramos simpáticos do plexoovárico que caminha no ligamento suspen-sor do ovário.A inervação parassimpática é provenientedos  nervos  esplâncnicos pélvicos  (ex. ner-vos  erigentes) que nascem  das  raí zes  dos 2o, 3o e 4o nervos sagrados3.

    ú

    b

    la

    o

    t

    r

    recto

    uréter

    artéria uterina

    artériaobturadora

    ligamentouterossagrado

    18 Capítulo 1

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    Figura 15. Vascularização dos órgãos pélvicos femininos frescos de cadáver. la: folheto posterior do ligamento

    largo dissecado; o: ovário; t: tuba uterina; ú: útero; v: vagina.

    Figura 16. Vasos e gânglios linfáticos dos órgãos pélvicos femininos (esquema). la: ligamento largo; b: bexiga;

    o: ovário; t: tuba uterina; ú: útero; v: vagina.

    artériauterina

    artériauterina

    ú

    ú

    la

    la

    v

    o

    g. pré-aórtico

    úo

    la

    b

    t

    g. ovárico

    g. ilíacointerno

    g. pré-sagrado

    g. inguinaisprofundos

    g. inguinaissuperficiais

    g. obturador

    g. ilíacosexternos

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 19

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

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    Figura 18. Inervação dos órgãos pélvicos femininos (dissecção em cadáver). p: promontório após secção do

    peritoneu parietal posterior; s: sacro.

    Figura 17. Inervação dos órgãos pélvicos femininos (esquema). b: bexiga; o: ovário; t: tuba uterina; ú: útero.

    tronco simpáticolátero-vertebral

    nervoshipogástricos

    nervos

    esplâncnicospélvicos

    pl. inter-mesentérico

    pl. hipogástricosuperior

    pl. ovárico

    ú

    t

    o b

    pl. hipogástricoinferior

    pl. hipogástricosuperior

    nervoshipogástricos

    p

    s

    p

    20 Capítulo 1

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    Figura 19. Inervação dos órgãos pélvicos femininos (dissecção em cadáver). p: promontório após secção do

    peritoneu parietal posterior; s: sacro.

    5. VAGINA

    É um  canal musculomembranoso ímpar emediano que se estende do colo do úteroaté ao vestíbulo da vulva. A metade superiorestá situada na pélvis menor e a metade in-f erior no perí neo.

    5.1. FORMA

    A vagina é cilí ndrica, achatada no sentido

    ântero-posterior, geralmente colapsada es-boçando um «H» em corte transversal.

    5.2. DIRECÇÃO

    A vagina é oblí quaparabaixo epara diante, f or-ma um ângulo de 70o com o plano horizontal,excepto o seu terço distal que é quase vertical.

    5.3. COMPRIMENTO

    A vagina tem 7 a 9 cm, com 3 mm de espes-sura média.

    5.4. RELAÇÕES

    A metade superior da vagina está acima dopavimento pélvico e envolvida pela fásciavisceral endopélvica. A metade inf erior está relacionada com os bordos mediais dos mús-culos elevadores do ânus. A distensibilidadedas suas paredes permite palpar pelo toquevaginal as espinhas isquiáticas, o promontó-rio e muitos tumores pélvicos.A parede anterior olha para a f rente e para

    cima, estando relacionada com abexiga e com a uretra. Posteriormente está separada do rec-to pelo fundo de saco rectovaginal em cimae pela fáscia peritoneoperineal (ou septo rec-tovaginal) em baixo (geralmente fina ou  ine-xistente). O corpo perineal (ex. núcleo fibrosocentral doperí neo) separa-a do canal anal.Lateralmente está  relacionada com  os para-métrios,músculos elevadores do ânus,bulbos vestibulares emúsculos bulbo-esponjosos.

    A extremidade superior ou cúpula fixa-se aocolo do útero circunf erencial e intimamentepela parte superior da sua f ace anterior e por

    nervoshipogástricos

    pl. hipogástricoinferior

    recto

    p

    s nervosesplâncnicos

    pélvicos

    s

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 21

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    isso a parede anterior da vagina tem 7-8 cm de comprimento e a posterior tem 9 cm. A in-serção vaginal delimita com o colo do úteroum fundo de saco anular, o f órnix da vagina. Aparte posterior do f órnix é mais profunda do

    que a anterior, relacionando-se com o fundode saco rectovaginal.A extremidade inf erior corresponde ao orifí -cio da vagina (introitus), ao hímen ou às ca-rúnculas himeniais1,8,9.

    5.5. MEIOS DE FIXAÇÃO

    A vagina é solidária com  o pavimento pél-vico e com  o perí neo, sendo o seu suporteprincipal resultante da interacção entre os músculos elevadores do ânus e o tecido quea une bilateralmente às paredes  da pélvis.Em pormenor ela fixa-se por:— Ligamentos cardinais  (ou cervicais  trans-

    versos) e uterossagrados que suspendem o terço superior da vagina acima doplanodos elevadores; se estes  ligamentos esti-verem intactos o colo do útero desloca-se

    pouco lateralmente ao toque vaginal.

    — Um espessamentobilateral oblí quo da fás-cia endopélvica (em  f orma de «fita») queune os bordos laterais da vagina ao «arcotendinoso» da fásciapélvica (espessamen-to das fáscias que cobrem os músculos ob-turador interno e elevador do ânus e quese dispõe da f rente para trás, desde o arcopúbico até à espinha isquiática).

    — Músculos  elevadores do ânus  que supor-tam o terço distal da vagina e o canal anal.

    — O corpo perineal, atrás do terço distal davagina (ver descrição detalhada atrás  apropósito do útero).

    — A fáscia pubovesicocervical que se es-tende (de trás  para a f rente e de cimapara baixo) desde a fáscia endopélvicaque rodeia a região do colo do útero(onde também se inserem os ligamentos cardinais e uterossagrados) até ao púbis;ela f orma à f rente da vagina uma cama-da fibrosa horizontal de sustentação porbaixo da bexiga e da uretra, prevenindoo cistocelo. Em muitos casos a parte des-cendente desta última fáscia é fina ou 

    mesmo inexistente como tal.

    Figura 20. Vista anterior dos órgãos pélvicos femininos (esquema). la: ligamento largo; v: vagina; 1: arco tendinoso do

    músculo elevador do ânus; 2: músculo elevador do ânus; 3: membrana perineal; 4: músculo obturador interno.

    uréter

    artériavaginal

    fásciapélvica

    raiz doclítoris

    m. ísquio-cavernoso

    m. bulbo-esponjoso

    pequenoslábios

    bulbovestibular

    v

    lala

    1 1

    2 2

    3 3

    4

    4

    ligamentocardinal com

    vasos uterinos

    uréter

    prolongamentoanterior da

    fossa ísquio-anal

    tuberosidadeisquiática

    }

    22 Capítulo 1

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

    21/26

    5.6. CONFORMAÇÃO INTERIOR

    A conf ormação interior da vagina é constitu-í da por pregas transversais e colunas  longi-tudinais paramedianas anterior e posterior.

    5.7. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

    A parte superior da vagina por ramos  des-cendentes  ou cervicais  da artéria uterina; aparte média pela artéria vaginal e por ramos da rectal média (provenientes  da ilí aca in-terna); a inf erior pela vaginal e por ramos dapudenda interna4.

    5.8. DRENAGEM VENOSA

    Faz-se para plexos situados de cada lado davagina e daqui para os plexos uterinos, veias rectais  médias  e pudendas  internas, todos tributários das veias ilí acas internas4.

    5.9. DRENAGEM LINFÁTICA

    Da parte superior da vagina f az-se para G ilí acos  internos e externos (através de va-sos linfáticos que acompanham as artérias uterinas); da parte média para G  ilí acos internos  (por linfáticos que acompanham as artérias vaginais); da parte inf erior paraG  sagrados, ilí acos  comuns  e inguinais superficiais4.

    5.10. INERVAÇÃO

    A inervação da vagina f az-se pelo plexo hi-pogástrico e na extremidade distal pelo ner-vo pudendo3.

    5.11. ESPAÇOS POTENCIAIS

    Os espaços «potenciais» são preenchidos sópor tecido laxo f acilmente dissecável:— O espaço vesicocervical está logo porbai-

    xo da reflexãoperitoneal que f orma o fun-do de saco vesico-uterino, continuando-se mais abaixopelo espaço vesicovaginal.

    — O espaço vesicovaginal, que se estendeaté à união da uretra com a vagina.

    — O  espaço rectovaginal estende-se atrás da vagina desde o fundo de saco recto-vaginal até ao vértice do corpo perineal.

    6. VULVA

    A vulva é o conjunto dos órgãos genitais exte-riores, que incluem f ormações labiais (montepúbico, grandes e pequenos lábios), vestíbu-lo ou espaço interlabial, órgãos erécteis (clíto-ris e bulbos vestibulares) e glândulas anexas (glândulas vestibulares maiores emenores).

    6.1. FORMAÇÕES LABIAIS

    6.1.1. MONTE PÚBICO

    O monte púbico é a saliência arredondada,proeminente, constituí da por tecido fibro-adiposo, situada à f rente da sí nfise púbica,triangular de base superior, coberta de pêlos 

    após a puberdade.

    6.1.2. GRANDES LÁBIOS

    Os grandes lábios são duas pregas cutâneas alongadas  de diante para trás  e achatadas transversalmente, representando os  análo-gos do escroto. A união das suas extremida-des f orma as comissuras anterior e posterior.O bordo superior é aderente e o inf erior é

    livre e limita com o oposto a rima pudenda.Nas suas espessuras fibro-adiposas terminam os  ligamentos redondos. Possuem um tecidocelular subcutâneo semelhante ao da paredeabdominal anterior. Esse tecido é constituí dopor uma camada adiposa superficial e poruma membrana profunda denominada fásciaperineal superficial (ex. fáscia de Colles)5,12. Estafáscia insere-se lateralmente nos ramos isquio-púbicos e atrás namembranaperineal, evitan-

    do apropagação de fluidos patológicos do es-paço perineal superficialpara as coxas ou paraametadeposterior do perí neo. Anteriormente

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 23

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

    22/26

    a fáscia não tem inserção nos corpos dos púbis nem na sí nfise, continuando-se para a paredeabdominal anterior, o que f acilita a comunica-ção entre ela e o perí neo anterior.

    6.1.3. PEQUENOS LÁBIOS Os  pequenos  lábios  são duas  pregas  com aspecto de mucosa, alongadas  de diantepara trás e achatadas  transversalmente, def orma e tamanho variáveis. Representam os análogos  do corpo esponjoso no homem.O bordo inf erior é livre, estando o superioraderente e relacionado com o músculo bul-bo-esponjoso e com os bulbos vestibulares.As  suas  extremidades  posteriores  podem estar unidas  aos  grandes  lábios  ou  estãounidas  entre si por uma prega transversal,o f reio dos pequenos lábios (frenulum labio-rum pudendi ). As  extremidades  anteriores bifurcam-se em  uma parte lateral e outramedial. As partes laterais unem-se para f or-mar o prepúcio do clítoris  e as partes me-diais unem-se para f ormar o f reio do clítoris.

    Em algumas crianças os lábios podem estar

    unidos  por tecido fibroso (sinequias) cu jalise requer tratamento adequado.

    6.1.4. VESTÍBULO

    O vestíbulo é o espaço alongado entre os pe-quenos lábios que se estende do clítoris até aof reio dos pequenos lábios. Entre o orifício vagi-nal e o f reio existe a f ossa vestibular (navicular).O vestíbulo possui várias aberturas: da uretra,da vagina, das glândulas vestibulares maiores (ex. Bartholin)5,12 e menores. O  orifício uretralexterno ou  meato está  situado à f rente doorifício da vagina, 2,5 cm abaixo do clítoris. O orifício vaginal tem aspecto variável de acordocom a morf ologia do hímen. O hímen é umamembrana mucosa que encerra parcialmenteo orifício vaginal, de f orma variável (semilunar,septado, cribif orme, f ranjado, etc.) que ocasio-nalmente não existe. Não tem nenhuma fun-çãoconhecida,mas é responsávelporconflitos sociais  e problemas  médico-legais  graves. O hímen é raramente imperfurado, sendo nessecaso responsável por hematocolpos (retenção

    de fluxomenstrual e de outras secreções).

    Figura 21. Órgãos genitais exteriores. al: algália; 1: monte púbico com (A) e sem (B) tricotomia prévia; 2: grande lábio;

    3: pequeno lábio; 4: prepúcio do clítoris.

    24 Capítulo 1

    glande do

    clítoris

    hímen

    1

    al4 4

    2 2

    22

    3 333

    1A B

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    23/26

    6.2. ÓRGÃOS ERÉCTEIS

    6.2.1. CLÍTORIS

    O clítoris é um análogo do pénis desprovidode uretra, situado entre a comissura ante-rior dos grandes  lábios e o meato uretral. Éconstituí do por duas raí zes (crus clitoridis)5,12,

    corpo e glande. As duas  raí zes  (crura) inse-rem-se nos ramos  isquiopúbicos e unem-sena linha média do arco púbico para f ormar ocorpo. Este desenha um ângulo agudo parabaixo e para trás, terminando na glande, queestá coberta pelo prepúcio.O corpo está fixoà sí nfise púbica pelo ligamento suspensordo clítoris. O clítoris possui  dois corpos ca-vernosos  cu jas  raí zes  estão cobertas  pelos músculos  isquiocavernosos, que se contra-

    em para manter a erecção.O corpo esponjo-so não existe como tal, estando substituí do

    pela união das extremidades anteriores dos dois  bulbos  vestibulares  junto da glande,f ormando a comissura dos bulbos.

    6.2.2. BULBOS VESTIBULARES

    Os bulbos vestibulares são órgãos pares ho-mólogos do bulbo e do corpo esponjoso dopénis situados de cada lado do orifício inf e-rior da vagina e da uretra. Têm 3 cm de com-primento, encontrando-se cobertos  pelos músculos  bulbo-esponjosos. As  f aces  pro-fundas  relacionam-se com a membrana pe-rineal. As  extremidades  anteriores  dos bul-bos f ormam dois cordões finos que se unem 

     junto da glande do clítoris. As extremidades posteriores  contactam  com  as  glândulas vestibulares maiores.

    6.3. GLÂNDULAS ANEXAS

    6.3.1. GLÂNDULAS VESTIBULARESMAIORES EX. BARTHOLIN

    Estas glândulas são homólogas das glându-las bulbo-uretrais masculinas (ex. Cowper)5,12.São redondas ou ovalares com 0,5 a 0,8 cm dediâmetro. Estão situadas de cada lado do ori-fício inf erior da vagina, por baixo dos bulbos vestibulares. Os seus canais excretores têm 2cm de comprimento abrindo-se no vestíbuloentre o hímen e os pequenos lábios, às cincoe sete horas em posição de decúbito dorsal.Durante o coito segregam muco que lubrifi-

    ca aparte distal da vagina.

    6.3.2. GLÂNDULAS VESTIBULARESMENORES EX. SKENE5,12

    As glândulas vestibulares menores  incluem glândulas mucosas  de dois  tipos conf ormea localização: as parauretrais estão situadas por baixo da uretra, abrindo-se os  seus ca-nais novestíbulo; as periuretrais localizam-se

    por cima da uretra e abrem-se nela. Alguns consideram-nas homólogas da próstata.

    Figura 22. Órgãos genitais exteriores. c: carúnculas hime-

    niais, vestígios cicatriciais da laceração do hímen; 1: pe-

    queno lábio; 2: vestíbulo; 3: freio dos pequenos lábios.

    glande doclítoris

    3

    prepúcio

    meatouretral

    11

    3

    cc

    2}

    25Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

    24/26

    Figura 23. Vista inferior do diafragma pélvico (esquema). 1: músculo esfíncter externo do ânus; 2: músculo elevador

    do ânus; 3: músculo grande glúteo; 4: músculo transverso superficial.

    Figura 24. Vista inferior do diafragma pélvico (esquema). 1: músculo esfíncter externo do ânus.

    glande do

    clítoris

    prepúcio

    músc. ísquio-cavernoso

    músc. bulbo-esponjoso

    pequeno lábio

    arco tendinoso domúsculo elevador

    do ânus4

    1 1

    2 2

    3 3

    glande doclítoris

    pequeno lábiobulbo

    vestibular

    membranaperineal

    glândula vestibular

    maior

    sinfise pública

    m. ísquio-cavernoso

    m. íbulbo-esponjoso

    1 1

    26 Capítulo 1

  • 8/16/2019 Artigo NP2 - Anatomia Do Genital Feminino

    25/26

    6.4. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

    A vascu lar ização arterial é da responsa-bilidade das  artérias  pudendas  externas superficial e profunda, ramos  colatera is da f emoral e artérias perineais ramos das pudendas internas (provenientes das ilí a-cas internas)4.

    6.5. DRENAGEM VENOSA

    A drenagem venosa f az-se para veias  ho-mónimas  das  artérias, contudo as  veias pudendas  externas  drenam  para a veiagrande saf ena4.

    6.6. DRENAGEM LINFÁTICA

    A drenagem  linfática f az-se bilateralmentepara G inguinais e pélvicos (através do bura-co obturado)4.

    6.7. INERVAÇÃO 

    A parte cutânea anterior da vulva é inervadapelos nervos  ilio-inguinais e ramos genitais dos  genitof emorais. A parte cutânea pos-terior é inervada pelos  ramos perineais dos nervos pudendos  e dos  cutâneos  f emorais posteriores3.

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    Figura 25. Vista inferior do diafragma pélvico (esquema). 1: músculo esfíncter externo do ânus; 2: músculo elevador

    do ânus; 3: músculo grande glúteo; 4: músculo transverso superficial.

    glande doclítoris

    bulbovestibular músc. ísquio-

    cavernoso

    músc. íbulbo-esponjoso

    pequeno lábio

    nervo dorsaldo clítoris

    nervoperineal

    nervo pudendo

    artériapudenda interna

    artériarectal inferior

    4

    1

    2

    3

    3

    Anatomia cirúrgica do aparelho genital feminino 27

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    O  autor agradece ao Dr. Luís  José Sano Polanco os 

    esquemas incluí dos no capítulo.