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Sustentabilidade Socioambiental Prof. João Osvaldo Rodrigues Nunes Departamento de Geografia – FCT/UNESP

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Sustentabilidade Socioambiental

Prof. João Osvaldo Rodrigues NunesDepartamento de Geografia – FCT/UNESP

O presente diálogo é resultado de reflexões e práxis realizadas a partir da atuação como professor da disciplina de Geomorfologia e coordenador do Laboratório de Solos da FCT/UNESP-Campus de Presidente Prudente-SP.

A principal reflexão a que nos propomos esta relacionada aos seguintes aspectos:

- O que é sustentabilidade socioambiental?

- É o resultado da interação entre as dinâmicas da natureza e da sociedade?

Estas indagações são frequentes em vários momentos de nossa vida profissional, principalmente na nossa atuação como professores.

Quando ministramos aulas de disciplinas vinculadas as áreas de exatas e da natureza, observamos que o conceito de natureza, na maioria dos casos, esta vinculado ao Habitat ou ao ecossistema, cujo meio esta relacionado aos elementos da natureza (bióticos e abióticos), sem a presença da ação humana.

O mesmo para o caso das disciplinas das áreas das humanidades, em que discutimos os aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais dissociados dos ambientais.

Atualmente, as ciências têm rumado para visões mais integradas e interdisciplinares, em que a concepção de ambiente é compreendida como um todo em constante movimento, onde a dinâmica da sociedade empreende ações sobre a dinâmica da natureza, gerando ambientes tecnificados e alterados.

Precisamos entender que a perspectiva de pensarmos a sustentabilidade socioambiental, deve partir do paradigma do Diálogo de Saberes (Acadêmicos e Populares).

Neste aspecto, o pensar e agir a partir da ótica da sustentabilidade socioambiental deve ser concebido como o local onde moramos, vivemos e convivemos em sociedade. É a cidade com suas desigualdades sociais e ambientais. É o rural com seus conflitos agrários e usos inadequados dos solos gerando erosões.

O ambiente urbano

Periferia urbana - Favelas Lixões

Lançamento de esgoto in natura Favelas em APPs

O ambiente rural

Êxodo Rural

Queimadas Erosões

Assim, um dos conceitos integradores que pode ser utilizado na perspectiva da sustentabilidade socioambiental é o de paisagem.

É na paisagem que ocorrem as transformações sociais e ambientais decorrentes das dinâmicas da sociedade e da natureza, a partir das relações históricas e dialéticas, seja nas escalas do nacional, regional e local.

Deste modo, consideramos que a apropriação da paisagem ocorre de modo desigual, combinado e contraditório devido à sua dinamicidade atual.

Desta forma, para compreenderemos a sustentabilidade socioambiental é necessário resgatar a história de ocupação e expansão de paisagem, ou do ambiente, correlacionando com as diferentes formas de apropriação (técnicas) que a sociedade realiza sobre alguns elementos naturais, tais como: o relevo, o solo, os cursos dágua, a cobertura vegetação, etc.

Assim, as técnicas utilizadas pela sociedade, no qual ocasionam as diferentes transformações do ambiente, epistemologicamente podem ser compreendidas como sinônimos de tempo, onde cada técnica representa um momento histórico, uma temporalidade das possibilidades de realização humana.

Por isso que as técnicas, inseridas no período Técnico-Científico-Informacional (SANTOS, 1996), têm um importante papel na preocupação da interpretação histórica das transformações espaciais e ambientais (Meio natural, Meio Técnico e Meio Técnico-Científico Informacional)

• “Por isto não podemos ficar na abstração teórica do possível, mas precisamos construir estratégias

políticas e epistemológicas que abram vias de acesso para a sustentabilidade

socioambiental”(LEFF, 2010, p.93)

Práticas de sustentabilidade socioambiental

Circuito Científico Cultural

Circuito Científico Cultural

5 - ESTAÇÃO METEOROLÓGICA

A Estação Meteorológica, vinculada ao Laboratório de Climatologia da FCT/Unesp, registra os elementos e fenômenos meteorológicos, desde 1968. Mantém um acervo de registros, utilizado em larga escala pela comunidade. Sempre colabora com a imprensa local fornecendo informações diárias da previsão do tempo e dos fenômenos meteorológicos de impacto e atende as escolas da região. Atua no apoio aos professores das disciplinas de Climatologia, Meteorologia, Hidrologia e outras. Há também uma estação meteorológica automática, que registra e armazena os dados, que são transmitidos, via satélite, para o INMET em Brasília. As visitas às instalações da estação são monitoradas e voltadas ao interesse didático dos visitantes, apresentando os equipamentos e a rotina dos trabalhos.

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O Laboratório de Solos da FCT/Unesp desenvolve atividades de pesquisa, ensino e extensão desde 1984. Atualmente são realizadas pesquisas na área física de solos, além da execução do projeto de extensão “Trilhando pelos Solos”, cujo objetivo é a elaboração de materiais didáticos que ajudam a ilustrar os fatores de formação, as características físicas, os processos de degradação e técnicas de conservação de solos. O público alvo são alunos de rede pública e privada, bem como cursos técnicos e de nível superior, uma vez que há uma adequação do conteúdo de acordo com o interesse e faixa etária. As visitas ao Laboratório de Solos são monitoradas e visam promover discussões sobre a relação sociedade/natureza, tendo como eixo central o recurso natural: solo.

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O Centro de Ciências é um espaço da FCT/Unesp em que o aluno aprende Ciências brincando, tendo por tema “É proibido não mexer”. Com uma dinâmica voltada para a aprendizagem a partir do lúdico, o Centro de Ciências procura envolver o aluno com experimentos simples, nos quais a maior preocupação é a sua interação com o objeto de estudo, construindo junto ao mesmo os conceitos envolvidos em cada experimento e associando- os com seu dia a dia. Assim, o olhar, o tocar e o verificar, despertando a curiosidade e o interesse do aluno pela sua compreensão, são as bases do nosso caminho rumo ao conhecimento. No Centro de Ciências possuímos experimentos de diversos assuntos, tais como Óptica, Eletricidade, Mecânica e Ciências em geral. Para os professores, contamos também com uma coletânea de vídeos instrutivos, além de uma Experimentoteca com diferentes experiências de Ciências, Física, Química e Biologia. Esses materiais suplementam as aulas da rede de ensino, enriquecendo o aprendizado do aluno e estão disponíveis para empréstimo mediante agendamento. Inf. [email protected]

No projeto “Educação Ambiental e Águas”, desenvolvido no Centro de Ciências, o objetivo principal é promover atividades que contribuam para a sensibilização e conscientização da comunidade escolar sobre as questões ambientais, em especial sobre o cuidado com as águas, por meio de jogos, teatro de fantoches, maquetes, visitas monitoradas, palestras, mini-cursos e exposições. Para auxiliar o professor em sala de aula são disponibilizados materiais didáticos para empréstimo. Com essas atividades busca-se maior integração Escola-Universidade em ações de Educação Ambiental, envolvimento e mobilização de professores, alunos e comunidade na melhoria da qualidade ambiental de vida da população.

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Isso é feito através de seu artesanato, como: cestarias, arte plumária, cerâmica, armas, enfeites, instrumentos musicais, dentre outros. A Pré-História é representada por material arqueológico (pedra lascada, pedra polida e cerâmica) encontrado na região através das pesquisas e escavações. Mais recentemente, foi incluída uma área de Paleontologia, mostrando fósseis de sáurios e quelônios da era mesozóica. As visitas são acompanhadas por monitores que explicam o roteiro da exposição, seguindo uma seqüência cronológica e didática.

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O Centro de Estudos de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil (CELLIJ), também conhecido como “Sala de Leitura”, funciona na FCT/Unesp desde 1996 com vários projetos. O objetivo é despertar e sedimentar o gosto pela leitura. Uma das atividades oferecidas ao público é a “Hora do Conto”. Uma história da Literatura Infantil Brasileira ou Mundial é escolhida e contada para as crianças. Com técnicas diferenciadas; com o uso do livro, do flanelógrafo, de fantoches e outros. Os alunos são convidados a executar e discutir os textos, para em seguida, interpretar através de atividades artísticas. Através de uma conversa sobre o que foi narrado, o contador estabelece uma relação com a história em si, com o contexto (do aluno e do autor) e com as ideologias emanadas pelo texto. Tudo isso para formar o leitor de maneira prazerosa e interativa.

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6 - LABORATÓRIO DE SOLOS

4 - CENTRO DE CIÊNCIAS3 - CEMAArq - MUSEU2 - CELLIJ

                                     A Biblioteca da FCT/Unesp é uma das 29 bibliotecas que compõem a Rede de Bibliotecas da Unesp, distribuídas entre as Unidades Universitárias e Complementares. Instalada em amplo prédio de 2.110 m2, dividido em dois pavimentos, um para o acervo bibliográfico e outro para leitura com salas individuais e coletivas, a Biblioteca da FCT conta com acervo bibliográfico bastante diversificado, nas diferentes áreas do conhecimento, com aproximadamente 200.000 publicações, distribuídas entre livros, periódicos, teses, trabalhos acadêmicos, mapas, atlas, folhetos, fitas de vídeo, slides etc. A equipe da Biblioteca está capacitada a dar um excelente atendimento ao usuário. Se tiver dificuldade em utilizar algum de nossos serviços, não hesite, peça informação a qualquer integrante de nossa equipe. Teremos o maior prazer em atendê-lo.

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1 - BIBLIOTECA

No Centro de Museologia, Antropologia e Arqueologia (CEMAArq) encontra-se aberta à visitação pública uma exposição contendo material indígena, que objetiva apresentar aos visitantes uma idéia da riqueza da cultura indígena atual.

Projeto Trilhando pelos Solos

Projeto Colóide (Profa. Dra. Maria Cristina Perusi)

http://labsolos.wix.com/labsolos

Realizado no Laboratório de Sedimentologia e Análise de Solos da FCT/ UNESP, Campus de Presidente Prudente-SP.

O projeto de pesquisa e extensão Universitária “Trilhando pelos Solos” vem desenvolvendo suas atividades desde 2004.

Laboratório de Sedimentologia e Análise de Solos da FCT-UNESP, local onde as visitas são recebidas.

O projeto “Trilhando pelos Solos” visa ensinar os fatores de origem do solo e sua conservação, utilizando recursos didáticos que facilitem o processo de aprendizagem.

Atende alunos dos ensinos Infantil, Fundamental I e II, Médio, Técnico, Superior e EJA (Ensino de Jovens e Adultos).

Formação dos solos

Amostras de Rocha

Conservação dos solos

Maquetes

Movimentos de massa

Macropedolito

Trabalho de campo: retirada do macropedolito de Plintossolo – Jardins - MS, 2012.

Exposição dos Macropedolitos

Técnicas de teatro

Figura. Triangulação de interação

Figura. Elaboração dos bonecos

Figura. Canção da Lola e alunos brincando com o

cenário.

Visitas no LabSolos

Visitas no LabSolos

Visitas externas

Visita a Escola Estadual Prof. Arlindo Fantini.

Visitas externas

Livreto: “Trilhando pelos solos”.

João Osvaldo Rodrigues Nunes Marcus Vinicius Zecchini Caio augusto Marques dos Santos Denise Dantas Jerônimo

Livreto: “Trilhando os solos: Atividades lúdicas e jogos no ensino de solos.”

Denise Dantas JerônimoAndressa Bigoni PerozziJoão Osvaldo Rodrigues Nunes

Desta forma, para entender a sustentabilidade socioambiental é necessário compreender de forma integrada como as dinâmicas da natureza e da sociedade se manifestam a partir de uma concepção de conjunção buscando a compreensão de totalidade.

“Romper com o pensar em TER e pensarmos mais no pensar em SER”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

AB’SABER, A.N. – (Re)conceituando Educação Ambiental. Rio de Janeiro: CNPq; MAST, Foulder, 1991 (folder de divulgação).

CUNHA, Sandra Baptista da, GUERRA, Antônio José Teixeira. Degradação ambiental. In: GUERRA, Antônio José Teixeira, CUNHA, Sandra Baptista da. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p.337-79.

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178p.LUCHESE, B. M.; FAVERO, L. O. B.; LENZI, E. Fundamentos da Química do Solo. 2ed. Rio

de Janeiro: Freitas Bastos. 2002. 159p. TEIXEIRA, Wilson et al. (orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo:USP/Oficina de Textos, 2000. 557 p.A QUALIDADE da escola aprendente. Disponível em:

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