5/10/2018 A cultura da Teca no Acre

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ALTERNATIVAS DEUTILIZA~io DE AREAS ALTERADAS NO ESTADO DO ACRE

CAPITULO VIII

CULTURADA

TECATectona gran dis L.F

Francilino Monteiro e SilvaMarcos Antonio Isaac Junior,Raimundo Maciel D'Avila,

1. INTRODUQAoAs florestas tropicais tern sido

submetidas a forte pressao em ra-zao do desmatamento e do avanc;:oda aqropecuarla. Uma alternativavlavel e 0 reflorestamento com teca(T ec to na g ra nd is L .F ) em areas antro-pizadas, promovendo indiretamen-

te a protecao das florestas nativas e,tarnbern, suprindo a elevada de-manda de madeira nos mercados na-cional e internacional.

munidpios de Brasileia, Xapuri, Epi-taclolandla, Acrelandla, Rio Branco,Bujari, Porto Acre, Senador Guio-mard, Placido de Castro e Capixaba.Neste capitulo, procura-se destacarpassos e aspectos relacionados a re-allzacao do plantio da teca.

Figueiredo et al. (2005) relataque os melhores locais para 0 plan-tio de teca no Estado do Acre sao os

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2. CARACTERIZAQAo DA AREA: CLIMA,SOLO, RELEVO, VEGETAQAo EHIDROGRAFIA

A especie Tec tona g randis L. F .(teca), e orlqlnarla do subcontinen-te lndlco e no sudeste Asiatico, nosparses da India, Myanmar, Tallan-dia, Cambodja, Vietna e Java(LAMPRECHT, 1990; NUNIFU, 1997;DRESCHER, 2004; GONZALEZ,2004; FIGUEIREDO, 2005b;RONDON,2006).Esta especle foi introduzida emdiversas localidades das reqloestropicais, como na Africa Ocidentale, posteriormente, na America Cen-tral e America do Sui (GONzALEZ,2004; FIGUEIREDO,2005b).

Os primeiros plantios de teca, noBrasil ocorreram em 1971, pela em-presa Caceres SIA, no munidpio deCaceres, estado de Mato Grosso

(CENTENO, 1997; FIGUEIREDO,2005b). Atualmente, ela encontra-sedisseminada nos estados de Golas,Rondonia, Amazonas, SaoPaulo,Para-na, Tocantins, Acre e Para (DRESCHER,2004; FIGUEIREDO,2005b).

A teca e uma especle arb6rea degrande aceltacao nos mercados naci-onal e internacional por apresentaruma madeira com qualidades flslcase mecanlcas, que Ihe conferem altovalor de mercado (MACEDO,GOMES,VENTURIN et aI., 2005).

Alern de uma madeira com exce-lente estetica, a teca e uma especleresistente ao fogo de baixa intensi-dade (MALDONADO & LOU PPE,2000; MACEDO et aI., 2005;FIGUEIREDO,2005b).

Trata-se de uma especie capazde desenvolver-se em ambientesde clima quente e umido, com pre-clpltacoes entre 1300 mml ana e2500 mm/ano, tolerando 3 a 5 me-ses de seca (WEAVER, 1993;DRESCHER, 2004; FIGUEIREDO,2005b). As temperaturas variamem torno de 21C a 28C(LAMPRECHT, 1990; GONZALEZ,2004), com rnfnlmas de 2C e maxi-ma de 45C (LAMPRECHT, 1990).

Os solos nos quais a teca se de-senvolve sao franco-arenosos e ar-gilosos aluviais, profundos, bemdrenados, oxigenados e com pH de6,5 a 7,5 (LAMPRECHT, 1990;NUNIFU, 1997; GONZALEZ, 2004; FI-GUEIREDO,2005b).

3. ETAPAS DO PLANTIO DE TECA3.1. PRODU9Ao DE SEMENTES

As sementes de teca podem serobtidas de duas formas: por meiode empresas que comercializam es-sas sementes, ou coletando os fru-tos de arvores cultivadas por pro-dutores locais. t recornendavel, ca-so 0 produtor opte pela coleta defruto de arvores mais antigas e queten ham 0 fuste retllfneo, circula-res, maiores dlarnetros e alturas.

As sementes coletadas das arvo-res matrizes precisam ter sua dor-rnencla quebrada, para isso,e precisosubrnete-la as seguintes etapas:

I" etapaGOLOG AR AS SEM ENTES NUM SAGO DE NYLON ESUBM ERG I-LA EM AGUA DURANTE A NO lTE ;2" etapaDURANTE 0 D IA , AS SEM ENTES DEVEM SER EXPOSTASAO SO L, SO BRE UM A LO NA PLAST IG A ;3" etapaAS TEG N IGAS DESG R ITAS NOS PASSOS I E II PREG ISAMSER REPET ID AS TRES VEZES ;4" etapaAPOS GONG LU IR O S PASSOS DESG R ITOS AG IM A , ASSEM ENTES DEVERAo SER POSTAS EM AGUA PORMA IS 24 HO RAS .

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3.2.SEMEADURAAp6s concluir 0 processo da

quebra de dorm encia das semen-tes de teca, inicia-se a parte de se-meadura, onde se introduz as se-mentes diretamente nos subs-tratos do canteiro num espaca-mento de 10 X 5 cm. A preparacacdo canteiro deve ser a pleno sol, li-vre de arvores que produzam som-bras, e com solo de boa dre-

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nagem. 0 substrato a ser utilizado,pode ser uma mistrura de areiacom terra orqanlca, Para 0 plantiodas sementes na fase de canteiros,normal mente, dimensiona-se umperfodo entre 5 e 8 meses, antes dareallzacao do plantio definitivo.

Ap6s a qerrnlnacao das plantu-las nos canteiros, estas devem serrepicadas para os sacos plastlcos

ou tubetes, estando prontas para 0plantio definitivo entre 3 e 4 meses.

A Embrapa Acre orienta que, nafase de lnsercao das sementes noscanteiros de cultivos, a parte da se-mente que apresenta a cicatriz deInsercao com 0 cacho deve ser posi-cion ada preferencialmente para ba-ixo e a semente deve ter uma pe-quena parte exposta na superffcie.

3.3.IRRIGAC;AoAp6s a semeadura, 0 nao acon-

tecimento de chuvas num perfodosuperior a dois dias, recomenda-serealizar turno de rega diariamente.

3.4. PLANTIODEFINITIVOQuando for realizado 0 plantiodeflnltlvo, deve lembrar-se de rea-

lizar a analise qufmica e ffsica do so-lo, caso seja necessarlo, corrigir asdeflclenclas de nutrientes antes doplantio (FIGUEIREDOet aI., 2005).

Os melhores espacarnentos pa-ra 0 cultivo da teca, no Acre, se-gundo estudos, varia entre 3 X 2m (1.666 plantas por hectares) a 2X 2,5 m (2.000 plantas por hecta-res). Porern, vale acrescentar quea dlmensao do espacamento po-de ser ajustada de acordo com 0objetivo do cultivo.

Atencao especial deve ser dadaas atividades de tratos silvicultura-is, pois, inicialmente, recomenda-se realizar os des bastes, cujo obje-tivo visa eliminar arvores de-feituosa, suprimida, com proble-mas fltossanltarios etc. posterior-mente e feita a desrama ou pod a, aqual deve ser iniciada ao terceiroana e repetida a cada intervalo de

Figura 1. Sistema silvapastoril, plantacao de teca junto com crlacao de gado,Brasil. Foto: Evandro O. Figueiredo

dois anos, sendo que a altura dadesrama deve ser de no maximoum terce (1/3) da copa da arvore,

Alguns meses ap6s 0 desbaste,ocorrera uma forte rebrota dos tocosdas arvores desbastadas, assim, reco-menda-se eliminar total mente as re-brotas , por meio de arboricida, 0qual precisa ser prescrito por um en-genheiro aqronorno ou florestal.

Para a deflnlcao do momentopropkio de se realizar 0corte finalda teca, e imprescindfvel um acom-panhamento tecnlco do povoa-mento, no entanto, estudos reali-zados para esta cultura, conside-ram um tempo rnedlo de 25 anospara a execucao da colheita. Vale

acrescentar que 0momento da ex-ploracao do corte final pode variarconforme 0 objetivo do plantio.

A teca, quando em cons6rciocom outras espectes, plantacoes 1 0 -calizadas na reqiao norte, pode va-riar a dlsposlcao das arvores, Emcasos de sistemas agroflorestais adensidade esta em torno de 100 a150 arv.zha,

Quanto a adocao do sistema sejasilvipastoril (Figura 1) ou agroflo-restal, 0 espacarnento do povoa-mento vai variar, pois a teca e umaespecie exigente por luz e, por issoo manejo aplicado ao plantio altera,isto e, os tratamentos silviculturaisserao diferenciados para a especieque sera consorciada com a teca.

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4. PRAGAS E DOENQASA teca sofre principal mente ata-

que da larva-desfolha-dora (Hyblaeapuera Cramer, ordem Lepidoptera).

Esta especle ocorre em plantiosna Africa e Asia. 0 desfolha mentointense pode ocasionar blfurcacoes,No Brasil, ocorreu ataque de pragas

no Estado de Mato Grosso nos muni-dpios de Caceres e Rosario Oeste,em 1997 e 1998, respectivamente(FIGUEIREDO,et al., 2005a).

No Brasil, os principais proble-mas enfrentados nas plantacoes deteca sao as formigas, estas devem

ser combatidas antes e durante 0plantio deflnltlvo, Uma observacaoconstatada por pesquisadores e cul-tivadores de teca e que quandoconsorciada com outra especle naoacontece 0 ataque de formigas nateca (FIGUEIREDOet al., 2005).

5. POVOAMENTOS DE TECA NO ACREEm 2005, Figueiredo (2005) rea-

lizou estudos em povoamentos deteca nos munidpios de Rio Brancoe Acrelandla (Figuras 2 e 3) para ve-rificar 0 desempenho no Estado.o povoamento de teca implan-tado em 2007, localizado na ColoniaSao Francisco I, em Rio Branco, si-tua-se a margem direita da rodoviaestadual AC-40, km 18. A densidadede plantio de teca era de 1111 indi-vlduos/ha, com 7,4 anos de idade,num espacarnento de 3 x 3 m.

A Figura 4 mostra 0plantio nomunidpio de Rio Branco, ColoniaSao Francisco.

Rio ' Branco

KJIOIet ros52,50 5 10 15 2e :25 30 .35HHH E3 E3 r I

Figura 2. tocallzacao dasareas de povoarnentos deteca no Acre, Brasil,2005.

6745'W 57'W

6 1 0 0 0 068'W

6 2 0 0 0 067'45'W

Projecti on: Brasil - UTM SAD 69 (Fuso 19)Pixel S ize: 30 MetersDatum: SAD69/Brazi lE l lip so id : S o u th Am e ric an 1 96 9

57'SOW 67'i5W

6 5 0 0 0 0 6 6 0 0 6 7 0 0 6 8 0 0 0 6 9 0 0 0 7 0 0 0 0 7 1 0 0 0 0 7 2 000067'30'W 67'i5'W 67'W

N

* E 0 10 15 20 25 lles1 E l E l ~ '1 15 20 25 30 35 40KmS M a p S c al e 1 :7 50 , 0, 0 0Figura 3. tocallzacao das areas de povoarnentos de teca no Estado do Acre, imagem Landsat, Brasil, 2005.69

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6. CUSTO DE IMPLANTAQAo DEPOVOAMENTO DE TECA

o custo de lmplantacao depen-de de varlos fatores como: localiza-c;:aoda area, densidade do plantioe qualidade do solo. Figueiredo etal. (2005) relata que plantios comdensidade inicial de 1.667 arv./ha,no Estado do Acre, custam em me-dia R$ 1.560,00.

Estudos feitos por estes autoresindicam que a manutencao porhectare de teca, deve levar em con-slderacao a adrnlnlstracao, contro-Ie de pragas, roc;:agem, desrama,desbaste, controle de lncendios,fertillzacao, depreclacao de equi-pamentos e outras acoes.

A producao em volume da tecavaria conforme 0 material geneti-co, da qualidade do local e trata-mentos silviculturais, dentre ou-tros. Figueiredo et al. (2005a), espe-ra que a producao em plantios deteca no Estado do Acre alcance en-tre 250 a 350 m3.ha

Figura 4. Imagens do plantio no municfpio de Rio Branco na Colonia Sao Francisco I, Acre. Fotos: Evandro O. Figueiredo

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