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CORRENTES HISTORICISTAS

NEOGÓTICONEORROMÂNICO

AUH154 - professor FagginCamila Cavalheiro

Caio MamedeEloise MartinsFlora Belotti

Mª Beatrice Rodrigues

NEOGÓTICOInício – metade do XVIII

• Imitação das formas góticas

• 1742 - Langley – tratado: Gothic ArchitectureRestore and Improved

• Gosto pelo exótico

• Caráter fortemente literário

Contexto histórico – século XIX

• 1830 - Reformas sociais e urbanísticas, movimento neogótico na arquitetura

�Revolução industrial�Arquitetos X engenheiros�Problemas de organização

Neogótico X Neoclássico

“(...) ambos permanecem um ao lado do outro como hipóteses parciais, (...) uma

série de hip óteses estilísticas m últiplas , uma para cada um dos estilos passados.”

(BENEVOLO, p.82)

Características

• Pequenas torres / Pináculos / Cálices / Estantes entalhadas / Abóbadas Nervuradas / Estátuas / Candelabros

• Luzes filtradas por vitrais multicoloridos

• Ascensão da ind ústria de objetos sacros , em 1840.

Detalhe de vitral na Catedral de Notre Dame, Paris.

Estilo Medieval

“Os estilos medievais (...) são apreciados, ..., porque se supõe que não possuem

regras e derivem do predomínio do sentimento sobre a razão.”(BENEVOLO,

p.83)

• Medievalismo � isolamento dos artistas e produto de uma elite de inspiração literária

Inglaterra

“O movimento para a revalorização da Idade Média, na Inglaterra, está ligado,desde seu

início, a uma polêmica contra os objetos de uso em estilo g ótico , ...” (BENEVOLO, p.86)

• Na Inglaterra , vários edifícios medievais são restaurados e ampliados no mesmo estilo

França

• Resistência � École des Beux Arts e manifesto da academia francesa

• Depois de 1830, o gótico destacou-se em casas particulares e edifícios religiosos

• Literatos defendem a conservação dos monumentos medievais

• Restauração de edifícios medievais no período do primeiro Império – século XIX.

Catedral de Notre Dame, Paris, restaurada em 1845, por Lassus e Le duc.

Arquitetos neogóticos

“... induzidos a superar os confins do estilo, a refletir sobre as condições de

partida da arquitetura e sobre as relações entre esta e as estruturas políticas,

sociais e morais .” (BENEVOLO, p.88)

Augustus Welby Northmore Pugin(1/03/1812 – 14/09/1852)

• Durante a juventude, observação e apreensão do gótico por desenhos

•Continuidade a trabalho do pai, Augustus Pugin

•Publicação de livros

•Liderança na ampliação das bases teóricas e ilustrativas

•Socialismo cristão

“A arquitetura se encontra na expressão de sua estrutura”.

•Programa de análise e ação rigoroso

• Retomada: arquitetura + estrutura social medieval

•Oposição ao neoclássico

•Disseminação do modo “punginiano” de construção pela Inglaterra

Palácio de Westminster. Londres, InglaterraFonte: en.wikipedia.org/wiki

Igreja de Santa Maria. Derby, InglaterraFontes: en.wikipedia.org/wiki

http://www.stmarysparish.co.uk

Scarisbrick Hall. Lancashire, InglaterraFonte: en.wikipedia.org/wiki

St. Oswald’s Church. Winwick, InglaterraFonte: en.wikipedia.org/wiki

John Ruskin (1819-1900)

Influência de Pugin

• Arquitetura + Sociedade

• Ética + Estética

• Aversão à civilização industrial

• Revival Neo-Gótico

Teoria de Preservação Histórica

• Conservação x Restauração (Viollet-Le-Duc)

• “A restauração é uma mentira do princípio ao fim.”¹

¹ (DE FUSCO, Renato. História da Arquitetura Contemporânea. Pp 49)

Importância Social da obra

• Ensaios de teoria social, “As Sete Lâmpadas da Arquitetura” e “As Pedras de Veneza”

• Apoio aos Pré-Rafaelitas

• Financiamento de construções

• Restauração de manufaturas antigas

• Fundação da Guilda de St. George

Conceitos

• Retoma pensamento de Pugin: não é possível alterar um setor da sociedade sem modificá-lo por inteiro.

• “A virtude ou vício de qualquer nação estáescrito em sua arte”²

• Defende que o trabalho deve proporcionar prazer para o trabalhador

² (DE FUSCO, Renato. História da Arquitetura Contemporânea. Pp.49)

Conceitos

• Cultura – deve ter uma base moral/religiosa

• Ciência – não deve comprometer o homem

• Arte – deve apresentar valor social

Gótico e Clássico para RuskinGÓTICO � técnica pura, “como uma prática religiosa”³, em

reverência às formas naturais, e ao mesmo tempo, uma retomada ao ofício humilde e moral.

Ruskin: “Não tenho dúvidas de que o único estilo adequado às obras modernas nos países do norte seja

o gótico setentrional do século XIII”

CLASSICISMO � padronização esvaziada de moral e valor social.

³(ARGAN, G. C. Arte Moderna. Pp. 31)

William Morris (1834-1896)

ARTE � POLÍTICA

ARTESANATO � COMÉRCIO

FORMULAÇÃO TEÓRICA � ATIVIDADE PRÁTICA

ARTE DECORATIVA � ARQUITETURA

• Contato com os pré-rafaelitas

• Construção de sua casa: A Casa Vermelha

• Atividade política na ala socialista

• Morris, Marshall, Faulkner & Co.

• Art Workers Guild

• Movimento Artes e Ofícios

• Kelmscott Press

A Casa Vermelha em Bexleyheath, Kent. Casa de William Morris e Jane Morris, decorada por Morris e projetada por Philip Webb

Desenho de padrãoinspirado na flora britânica, por William Morris

(Identificação por Linda Parry, William Morris Textiles, New York, Viking Press, 1983)

Suporte Ideológico

PUGIN � Catolicismo

RUSKIN � Esteticismo e Moralismo Social

MORRIS � Socialismo

Influência de Ruskin• Valorização social da arte

• Adesão ao trabalho e ao medievalismo (RevivalGótico)

• Aversão à produção industrial

• Teoria da preservação histórica por meio da conservação

O caráter político da Arte

• Morris � arte não é somente um fenômeno estético, é “um importante sustento da vida”

• Vê a arte como parte indissociável da sociedade (Pugin e Ruskin)

• Arquitetura como problema político

• Influência para o posterior Movimento Moderno

Diferença entre Morris e Ruskin

• Morris rejeita o SISTEMA da produção industrial, mas NÃO AS MAQUINAS

• Mal das cidades modernas: sistema liberal , mercantilismo e a lei do m áximo benefício

• Revolução Industrial também significa POTÊNCIA CRESCENTE DA CLASSE TRABALHADORA

MOVIMENTO ARTES E OFÍCIOS

renovação

artes aplicadas campo urbanístico

Viollet Le Duc

Arquiteto e historicista

Restauro:Fazia uma análise do projeto original e realizava o restauro de acordo com o “modelo ideal” projetado por ele;

Não respeitava o edifício histórico;

Catedral de Notre Dame, ParisLe duc restaurou a fachada oeste, destruída na revolução francesa

Neogótico

Modelo construtivo ainda não superado;

Uma linguagem, não um estilo;

Valorizava as estruturas metálicas e o uso de ferro e cimento;

Saint-Denys de l'Estrée

Neorromânico

Estados Unidos:

Henry Hobson Richardson - Arcos- Pedra

Chicago – Auditorium building, de Sullivan e Adler

Marshall Field Store, de Henry Hobson Richardson

Amsterdam:

Hendrik Petrus Berlage-Bolsa de Amsterdam:

Muro talhado bidimensionalmente;

Estilo românico:-Métrica modular das naves;-Rítmo das fachadas internas;-Solução da fachada principal;

Arquitetura Historicista e o Ecletismo no Brasil

O Brasil no final do XVIII

• Homogeneidade de estilo;• Pouco contato com o exterior;• Residências iguais, tanto de alta quanto de baixa renda;• Dependência dos recursos territoriais disponíveis;

A vinda da Corte e da Missão Francesa

• Abertura dos Portos;• Criação da Imprensa;• Novas Escolas;• Vinda de profissionais qualificados;• Uso de novos materiais e produtos industrializados na

construção;• Uso racionalizado da alvenaria de tijolos e da madeira –

Os cálculos aumentam as possibilidades construtivas e diminuem os gastos;

• Fim do empirismo;

A vinda da Corte e da Missão Francesa

• Criação da atual Escola de Belas Artes;• Limpeza das cidades e dos centros urbanos,

principalmente no RJ, para trocar o ar de “colônia” pelo europeu, digno de receber a capital do Reino;

• Grande uso de materiais construtivos importados , como o vidro, o ferro fundido e ferramentas de construção em geral, principalmente da Inglaterra;

• Aumento do poder aquisitivo e surgimento de uma classe média influente;

O Neoclássico no Brasil

• Já existiam algumas obras neoclássicas, mas foram construídas “de ouvido”, sem todas as regras trazidas pela Missão Francesa;

• Oficialmente introduzido no Brasil pela Missão Francesa (1816) e escolhido como o estilo do Império;

• Grandjean de Montigny : Principal difusor do neoclassicismo no Brasil;

• “Evolução Artificial”: Criou-se um padrão de fachada neoclássica que foi repetido e copiado em muitos projetos;

Auguste Henri Victor Grandjeande Montigny (1776 – 1850)

Fachada da Academia Imperial de Belas-Artes (1822) – Rio de Janeiro,fotografada por Marc Ferrezem 1891

Fachada da Academia Imperial de Belas-Artes, localizada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Fachada principal da Praça do Comércio (1819-1820) – Grandjean de Montigny - Rio de Janeiro, atualmente Casa França-Brasil.

Paço Imperial da Quinta da Boa Vista (1822 – 1831) – Manuel da Costa e Pedro José Pezerát– Rio de Janeiro

Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (1838 – 1854) - José Maria Jacinto Rebelo

Teatro Santa Isabel (1840 – 1850) - Louis Léger Vauthier – Recife, PE

Museu (Palácio) Imperial (1845 – 1862) - Júlio Frederico Koeler – Petrópolis, Rio de Janeiro

Theatro Nossa Senhora da Paz (1869 – 1874) - José Tibúrcio Pereira Magalhães – Belém, PA

O Atraso de São Paulo

• Assim como em outros municípios mais pobres, o neoclassicismo chega mais tarde em São Paulo, basicamente quando Rio de Janeiro já está reconstruída;

• Somente na metade do séc. XIX que São Paulo começa a sair do “império da taipa”, ajudado pelo declínio da mineração, o avanço do café e a chegada dos imigrantes;

• Fazendeiros e empresários do café: importante papel no progresso da cidade. Diferente dos latifundiários, eles dependem dos serviços da cidade. Posteriormente serão os principais investidores (início da industrialização);

• Não houve uma “Missão” em São Paulo, não havia rigorosamente um estilo a ser seguido, o que favoreceu ao surgimento do Ecletismo;

O Ecletismo no Brasil

• Num primeiro momento não houve especulações sobre o ecletismo;

• Com o tempo, a miscelânea estilística foi sendo associada ao progresso e à liberdade de expressão, como se a obediência a um só estilo fosse sinal de atraso próprio de outras épocas;

• Tornou-se, portanto, um movimento intencional . Sabiam o que estavam fazendo;

• Não era tido por seu praticantes como uma ruptura com o Neoclássico, e sim uma continuação modernizadora ;

O Ecletismo no Brasil

• Como os arquitetos formados na única escola nacional se mantinham no estilo neoclássico ensinado por Montigny, os arquitetos que trouxeram os estilos múltiplos vieram todos de fora do país, contratados pelas classes mais altas;

• Foi implantado principalmente nos bairros em construçãodas grandes cidades, como por exemplo a Av. Paulista (1890) e a zona sul do Rio de Janeiro;

O Ecletismo no Brasil

• Ecletismo popular : praticado pelas camadas mais pobres. Muitas vezes sofriam alterações projetuais para melhor adaptação aos programas, gerando algumas misturas estilísticas na própria obra;

• Em meados do séc. XX o Ecletismo foi tido como aberração, o que resultou na demolição de muitas obras importantes e gerou muita polêmica. Somente a partir dos anos 80 que foi revalorizado como uma expressão legítima de sua época, merecedor de respeito, atenção e proteção;

Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851 – 1928)

Teatro Municipal de São Paulo (1903 – 1911) – Ramos de Azevedo

Pinacoteca do Estado de São Paulo (1905) – Ramos de Azevedo

Palácio das Indústrias (1911 - 1924) – Ramos de Azevedo – São Paulo

Palácio da Justiça de São Paulo (1920 - 1942) – Ramos de Azevedo

Palácio dos Correios (1922) – Ramos de Azevedo – São Paulo

Mercado Municipal de São Paulo (1928 – 1933) – Ramos de Azevedo

Casa das Rosas (1935) – Ramos de Azevedo – São Paulo

Museu do Ipiranga (1884 - 1890) – Tommaso Gaudenzio Bezzi – São Paulo

Estação da Luz (1895 - 1901) – Henry Driver – São Paulo

Teatro Municipal do Rio de Janeiro (1905 - 1909) – Francisco de Oliveira Passos

Palácio de Manguinhos – Fundação Oswaldo Cruz (1904) - Luiz de Moraes Júnior –Rio de Janeiro

Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1905 – 1910) - Sousa Aguiar

Palácio Laranjeiras (1909 – 1913) - Joseph Gire e Armando da Silva Telles –Rio de Janeiro

Museu da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (1910) - Heitor de Mello

Teatro Amazonas (1884 - 1896) - Gabinete Português de Engenharia e Arquitetura de Lisboa– Manaus, AM

Edifício Ely (1922 - 1923) - Theodor Wiederspahn – Porto Alegre, RS

Típica residência popular em estilo eclético do início do século XX

Outros movimentos historicistas

• Principais movimentos historicistas no país:

– Neogótico– Neocolonial

Neogótico

• Embutido nas mesmas tendências que geraram o Ecletismo, popularizou-se a partir da década de 1880;

• Empregado principalmente nas construções de igrejas e catedrais ;

• Movimento que retoma uma arquitetura que não faz parte da história brasileira;

Igreja do Caraça (1876 – 1883) – Padre Clavelin – Serra do Caraça, MG

Real Gabinete Português de Leitura (1880 - 1887) – Rafael da Silva e Castro – Rio de Janeiro

Palacete da Ilha Fiscal (1881 – 1889) – Adolpho José Del Vecchio – Rio de Janeiro

Catedral de São Pedro de Alcântara (1884 - 1925) – Francisco Caminhoá –Petrópolis, RJ

Catedral de Santos (1909 - 1967) –Maximilian Emil Hehl – Santos, SP

Catedral da Sé (1913 - 1954) –Maximilian Emil Hehl – São Paulo

Catedral da Nossa Senhora da Boa Viagem (1913 – 1932) – Belo Horizonte, MG

Catedral Metropolitana de Fortaleza (1938 – 1978) - George Maunier

Neocolonial

• Os movimentos arquitetônicos historicistas sempre foram associados a um caráter nacionalista. No Brasil, essa valorização histórica aparece com o Neocolonial, talvez o único historicismo legítimo do país;

• Iniciado no começo do séc. XX, está ligado à busca de uma arte genuinamente nacional ;

• Existe a intenção de contrapor o Ecletismo e os outros movimentos historicistas no Brasil, sendo ao mesmo tempo tradicionalista e moderno;

Beneficência Portuguesa de Campinas (1877 - 1879)

Palacete Numa de Oliveira (1916) – Ricardo Severo – São Paulo, SP

Beneficência Portuguesa de Santos (1922 - 1926)

Palácio Teresa Cristina (1927) – Teresópolis, RJ

Instituto Superior de Educação do Estado do Rio de Janeiro (1927 - 1930) – Brunhs & Cortez

Faculdade de Direito da USP (1934) – Ricardo Severo – São Paulo, SP

Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (década de 1940) - São João da Boa Vista, São Paulo

Bibliografia• BENEVOLO, Leonardo. O movimento neogótico. In: ___. História

da arquitetura moderna . São Paulo: Perspectiva, 1976. p.82-90.• LEMOS, Carlos. O neoclássico e o ecletismo. In: ___. Arquitetura

brasileira. São Paulo: Melhoramentos/Edusp, 1979. p.103-120.• ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Cia das Letras,

1992.• DE FUSCO, Renato. Historia de la arquitectura contemporanea.

Madrid: Blume, 1981• GIEDION, Sigfried. Espaço, tempo e arquitetura: O

desenvolvimento de uma nova tradição. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

• HITCHCOCK, Henry-Russell. Architecture: Nineteenth and Twentieth Centuries. Middlesex: Pelican, 1958.

• http://www.wikipedia.org

Quais as diferenças entre o conceito de preservação de obras históricas da França

para a Inglaterra?