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AULA 02: ELABORAO E ANLISE DE ARGUMENTOS
SUMRIO PGINA1. Teoria: argumentao 01
2. Resoluo de questes 27
3. Lista das questes apresentadas na aula 112
4. Gabarito 153
Ol!
Em nossa segunda aula, vamos entrar de uma vez nos dois primeiros tpicos
do edital de Raciocnio Crtico: a Elaborao e a Anlise de argumentos. Espero que
voc esteja conseguindo assimilar bem os conceitos at aqui.
Tenha uma boa aula!
1. TEORIA: ARGUMENTAO
1.1 RECONHECIMENTO DA ESTRUTURA BSICA DE UM ARGUMENTO
Como j esboamos na aula passada, um argumento formado por:
- um conjunto de premissas encadeadas logicamente; e
- uma concluso que, supostamente, derive daquelas premissas.
As premissas, ou hipteses, tem a funo de fornecer evidncias que
fundamentem a concluso obtida. A concluso, por sua vez, a ideia que se quer
demonstrar ser correta, com base nas outras informaes fornecidas (premissas).
Portanto, fica claro que utilizamos um argumento quando queremos defender
uma ideia, apresentar um ponto de vista. Nisto um argumento difere-se
fundamentalmente de uma mera proposio. Observe a condicional abaixo:
Se chove, Jos no vai praia.
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Isoladamente esta proposio no pode ser considerada um argumento, pois
ela no est defendendo nenhuma ideia. Ela simplesmente apresenta uma
informao. Por outro lado, esta mesma informao pode servir como premissa para
um argumento. Veja o exemplo abaixo:
Se chove, Jos no vai praia. Ontem choveu. Logo, posso afirmar que
ontem Jos no foi praia.
Aqui sim temos um argumento, pois o autor da fala acima pretendeu
demonstrar uma ideia (que ele tem certeza de Jos no ter ido praia ontem) e,
para isto, forneceu hipteses visando fundamentar esta concluso. Em resumo,
temos o argumento:
Premissa1: Se chove, Jos no vai praia.
Premissa2: Ontem choveu.
Concluso: Logo, posso afirmar que ontem Jos no foi praia.
Em alguns casos, a concluso pode ser enunciada j no incio do argumento:
O Brasil tem a melhor seleo de futebol do mundo, pois a nica que
participou de todas as Copas e tambm a que possui o maior nmero de ttulos.
Repare que foram fornecidas duas informaes (ter participado de todas as
Copas, e ter o maior nmero de ttulos) que permitem inferir a concluso
sustentada, isto , que o Brasil tem a melhor seleo. A estrutura do argumento
seria, basicamente:
Premissa1: A seleo brasileira a nica que participou de todas as Copas
Premissa2: A seleo brasileira possui o maior nmero de ttulos
Concluso: O Brasil tem a melhor seleo de futebol do mundo
Neste momento no cabe entrarmos em discusses de mrito. Algumpoderia discordar do argumento acima, dizendo: O Brasil s participou de todas as
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Copas porque ele est na Amrica do Sul. Se ele disputasse as eliminatrias na
Europa, duvido que teria participado de todas as edies. Isto certamente
enfraqueceria o argumento inicial mas, ainda que frgil, ele continua sendo um
argumento, pois tem premissas e concluso.
A concluso poderia ainda estar no meio do argumento. Observe:
Os servios pblicos no Brasil so muito ruins, de modo que a tributao no
Brasil injusta. Basta lembrar que temos uma das mais altas cargas tributrias do
mundo.
Qual a ideia defendida neste argumento? A tributao no Brasil injusta.
Esta a concluso! E quais os dados fornecidos como suporte esta concluso?
So as duas premissas:
- Os servios pblicos no muito ruins
- A carga tributria no Brasil uma das mais altas do mundo
Em diversas questes ser essencial localizar a concluso e as premissas do
argumento. S assim voc poder avali-lo corretamente. A principal forma de
encontr-las lembrando das definies de premissas e concluso, como vimos
acima. Entretanto, em muitos casos existem algumas palavras tpicas na introduo
de uma premissa ou de uma concluso:
- Indicadores de premissas: pois, porque, dado que, visto que, tanto que etc.
- Indicadores de concluso: assim, logo, deste modo, podemos concluir, da,
consequentemente, segue que etc.
Observe ainda que algumas premissas podem ser apresentadas na forma de
perguntas retricas:
razovel a existncia de vrias pessoas que jamais frequentam a igreja mas,
ainda assim, batizam os seus filhos. Popularmente o batismo visto como umaforma de proteo. Afinal, quem quer arriscar a vida do prprio filho?
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Repare que a pergunta retrica (quem quer arriscar a vida do prprio filho?)
uma das premissas, que poderia ser substituda pela afirmao Ningum quer
arriscar a vida do prprio filho. Assim, teramos a estrutura:
Premissa1: Ningum quer arriscar a vida do prprio filho.
Premissa2: Popularmente o batismo visto como uma forma de proteo.
Concluso: razovel a existncia de vrias pessoas que jamais frequentam a
igreja mas, ainda assim, batizam os seus filhos.
Observe essa questo, que aborda de uma maneira um pouco diferente a
identificao de estrutura de um argumento.
1. FGV CEAG-SP 2012) O envelhecimento da populao e a dificuldade de
exportar produtos e servios para outras regies do mundo contribuem com o
agravamento da crise econmica de alguns pases da Unio Europeia. A dificuldade
desses pases para articular polticas pblicas de ajuste econmico com apoio
popular intensifica esse fenmeno.
Qual das alternativas abaixo mais se aproxima da lgica de argumentao
apresentada no texto acima?
A) A prtica de esportes e uma alimentao saudvel contribuem para a perda de
peso. Entre os mais idosos, estes dois fatores contribuem, ainda, para a preveno
de diversas doenas.
B) A pesca em alto-mar, por ser uma atividade de risco, requer profissionais com
experincia. Profissionais com experincia, por sua vez, so difceis de ser
encontrados e exigem elevada remunerao. Este cenrio contribui para que o
preo dos pescados continue em elevao.
C) Diferenas geracionais, a maior utilizao de dispositivos eletrnicos e a menor
preferncia por opes de carreira consideradas tradicionais ajudam a explicar o
aumento da demanda de jovens por cursos superiores ligados ao desenvolvimento
de novas tecnologias de comunicao.
D) O fenmeno da inverso trmica em So Paulo provoca aumento no nmero de
atendimentos de pronto-socorro nos hospitais, bem como prejudica a respirao de
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parcela substancial da populao paulistana. Esse fenmeno causa, tambm,
perdas financeiras ao Sistema nico de Sade.
E) Nos ltimos anos, houve aumento no nmero de homens que se submeteram a
procedimentos cirrgicos com finalidade esttica. Os homens buscam estes
procedimentos principalmente para perder gordura localizada. Entre as mulheres, o
procedimento mais frequente a colocao de implante de silicone nos seios.
RESOLUO:
A primeira frase do texto do enunciado nos diz que:
- envelhecimento e dificuldade de exportar agravam a crise
A segunda frase nos diz que:
- dificuldade de articulao contribui para agravar a crise
Em resumo, temos:
- envelhecimento, dificuldade de exportar e dificuldade de articulao agravam a
crise.
Repare que o texto do enunciado no propriamente um argumento, mas
uma mera enumerao de 3 causas (envelhecimento, dificuldade de exportar e de
articulao) que geram 1 consequncia (agravar a crise).
Dentre as alternativas fornecidas, apenas a alternativa C fornece algo
parecido. Ela enumera 3 causas (diferenas geracionais, a maior utilizao de
dispositivos eletrnicos e a menor preferncia por opes de carreira consideradas
tradicionais) que levam a 1 consequncia (aumento da demanda por cursos
superiores ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias de comunicao).
Note ainda que a alternativa D est errada pois apresenta uma nica causa
(inverso trmica) que provoca 3 consequncias (aumento nos atendimentos,
prejudica a respirao e gera perdas financeiras).
Vale observar ainda que a alternativa A apresenta 2 causas (prtica de
esportes e alimentao saudvel) e 2 consequncias (perda de peso e preveno
de diversas doenas nos mais idosos).Resposta: C
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1.2 ARGUMENTAO DEDUTIVA E INDUTIVA
Normalmente dividimos os argumentos em Dedutivos e Indutivos. Reveja o
exemplo que usamos na aula passada:
Todo nordestino loiro. Jos nordestino. Logo, Jos loiro.
Estes argumentos da lgica formal, que estudamos na aula passada, so os
chamados argumentos dedutivos. Neles o autor da frase tem a clara pretenso de
provar conclusivamente (sem margem para discusso) o seu ponto de vista. Veja
que, se aceitarmos as premissas como verdadeiras, de fato no resta dvida que a
concluso tem de ser verdadeira.
Ainda como vimos na aula passada, os argumentos dedutivos podem ser
avaliados como Vlidos ou Invlidos, Legtimos ou Ilegtimos. No h meio termo.
J os argumentos Indutivos no tem esta mesma pretenso. O autor
apresenta algumas evidncias (premissas) que sugerem que a concluso est
correta. O exemplo da seleo brasileira que vimos acima um argumento indutivo:
O Brasil tem a melhor seleo de futebol do mundo, pois a nica que
participou de todas as Copas e tambm a que possui o maior nmero de ttulos.
Assim, os argumentos indutivos no podem ser avaliados conclusivamente
como sendo vlidos ou invlidos. Cabe avali-los de maneira mais subjetiva,
classificando-os em mais fortes ou mais frgeis. Este exemplo acima poderia ser
tratado como um argumento frgil, pois, como j vimos, ele facilmente colocado
em dvida. Note que o fato de ele ser frgil no significa, necessariamente, que a
sua concluso est incorreta. Significa apenas que no foram levantadas premissas
suficientemente fortes para suportar a tese defendida. Da mesma forma, o fato de
um argumento indutivo ser considerado forte no significa que a sua concluso
verdadeira, mas apenas que as hipteses levantadas do bom suporte concluso.
Vale ainda ressaltar que no classificamos argumentos como Verdadeiros
ou Falsos. Estes so atributos tpicos de proposies. Veja que podemos terargumentos vlidos contendo uma ou mais premissas claramente falsas:
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Todo gato voa. Mingau um gato. Logo, Mingau voa.
(lembrando que o argumento vlido pois, aceitando-se as premissas como verdadeiras, a
concluso decorre naturalmente)
Por outro lado, podemos ter argumentos invlidos contendo premissas
claramente verdadeiras e concluso tambm verdadeira:
Os gatos so mamferos. Os pombos so aves. Logo, os jacars so rpteis.
(lembrando que o argumento invlido porque a concluso no deriva das premissas)
Uma classificao adicional que podemos utilizar para os argumentosDedutivos a expresso argumento slido. Dizemos que um argumento dedutivo
slido quando o mesmo VLIDO e as suas premissas so VERDADEIRAS
(disto decorrendo, naturalmente, que a concluso tambm verdadeira). Veja um
exemplo:
O dia tem 24 horas. Cada hora tem 60 minutos. Logo, o dia tem 1440 minutos.
1.3 CONCLUSES APROPRIADAS
Em um dado argumento, dizemos que uma concluso apropriada quando
a mesma puder ser sustentada pelas premissas apresentadas e procedimentos de
raciocnio lgico. Vrias questes abordam este tema, apresentando diversas
premissas em seu enunciado e pedindo que voc aponte a concluso mais
adequada do argumento. Vejamos um exemplo:
2. GMAT)Quando um teste no detector de mentiras considerado inconclusivo, isto
no se deve propriamente a caracterstica da pessoa examinada. Na realidade, tal
resultado significa que o teste no foi capaz de demonstrar se a pessoa foi
verdadeira ou mentirosa. Ainda assim, empregadores vo, em alguns casos,
recusar um candidato a vaga devido ao resultado inconclusivo do teste.
Qual das seguintes concluses mais adequada informao acima?
a) A maioria das pessoas examinadas com resultado inconclusivo so, de fato,
mentirosas.
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b) Testes em detectores de mentira no devem ser usados pelos empregadores
para avaliar candidatos a vagas.
c) Resultados inconclusivos no detector de mentiras so, s vezes, injustamente
usados contra os examinados.
d) Um teste no detector de mentiras indicando que o examinado mentiroso pode,
s vezes, estar errado.
e) Alguns empregadores tem evitado considerar resultados de detectores de mentira
para a avaliao de candidatos.
RESOLUO:
Temos uma questo clssica sobre concluses apropriadas.
Resumidamente, as premissas fornecidas no enunciado so:
1 o teste inconclusivo no demonstra que a pessoa verdadeira nem que
mentirosa
2 empregadores vo recusar alguns candidatos com teste inconclusivo
Vejamos as alternativas apresentadas, buscando a que mais naturalmente
derivada das premissas acima:
a) A maioria das pessoas examinadas com resultado inconclusivo so, de fato,
mentirosas.
No temos elementos para supor que normalmente o teste inconclusivo
ocorre com pessoas mentirosas. A premissa 1 diz apenas que no possvel
afirmar se esta pessoa verdadeira ou mentirosa.
b) Testes em detectores de mentira no devem ser usados pelos empregadores
para avaliar candidatos a vagas.
Esta concluso no pode ser obtida diretamente do argumento. Seria preciso
uma terceira premissa como: no processo de contratao de funcionrios, julgar
como mentirosa uma pessoa que pode ser verdadeira altamente reprovvel. Mas
esta outra verso poderia fortalecer a conduta dos empregadores que rejeitam
pessoas com teste inconclusivo: na contratao de empregados preciso ser
extremamente conservador para evitar contratar pessoas cujas mentiras podemgerar danos imagem da empresa.
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c) Resultados inconclusivos no detector de mentiras so, s vezes, injustamente
usados contra os examinados.
CORRETO. A premissa 1 mostra que, em alguns casos, pessoas verdadeiras
podem ter resultado inconclusivo. A premissa 2 mostra que algumas dessas
pessoas verdadeiras (com resultado inconclusivo) podem ser recusadas. Se tal
recusa se basear no fato de o resultado ter sido inconclusivo, esta pessoa estaria
sendo injustiada.
d) Um teste no detector de mentiras indicando que o examinado mentiroso pode,
s vezes, estar errado.
No temos informaes dentre as premissas para avaliar o grau de acerto do
detector de mentiras, isto , saber se possvel que uma pessoa verdadeira
obtenha o resultado mentiroso no teste.
e) Alguns empregadores tem evitado considerar resultados de detectores de mentira
para a avaliao de candidatos.
No temos informaes para afirmar que os empregadores tm evitado usar
o teste. Sabemos apenas que alguns deles tem utilizado o teste e, com isso,
descartado pessoas com resultado inconclusivo.
Resposta: C
1.4 HIPTESES SUBJACENTES
Ao analisar um argumento devemos nos atentar ao que foi dito e ao que no
foi dito. Neste momento quero chamar a sua ateno para as informaes implcitas
que, apesar de no comunicadas ostensivamente, desempenham importante papel
na compreenso de um argumento. Existem 3 nveis de informaes implcitas:
- pressupostos semnticos: so ideias contidas no significado das palavras. Um
bom exemplo so as expresses idiomticas. Por exemplo: Este apartamento um
ovo. O autor desta frase pressupe que voc conhea um significado alternativo
para a palavra ovo, popularmente utilizado para designar algo apertado, pequeno.
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- ideias subentendidas: algumas ideias no so verbalizadas pelo autor de um
argumento simplesmente porque elas so consideradas subentendidas, devido a
costumes da populao. Quando algum te pergunta Voc tem horas?, voc sabe
que a resposta correta informar as horas (se voc tiver relgio), e no
simplesmente dizer Sim.
- hipteses subjacentes: dentre os 3 nveis de implcito, este o mais importante
(no toa que foi cobrado expressamente no edital). Isto porque as hipteses
subjacentes so premissas necessrias para a obteno da concluso de certo
argumento mas que, normalmente, passam despercebidas para o indivduo
desatento. Veja o seguinte argumento:
medida que os pases emergentes se desenvolverem, mais e mais pessoas
aumentaro o seu poder de consumo, o que levar a uma escassez de alimentos e
recursos naturais.
A estrutura bsica deste argumento :
Premissa: medida que os pases emergentes se desenvolverem, mais e mais
pessoas aumentaro o seu poder de consumo.
Concluso: isto levar a uma escassez de alimentos e recursos naturais.
Repare que h um salto entre premissas e concluso. Para a obteno
daquela concluso faz-se necessrio considerar verdadeiras outras premissas que
no foram ditas (as hipteses subjacentes). Por exemplo, preciso considerar que:
- o aumento do poder de consumo leva necessariamente ao aumento do consumo
propriamente dito (e no poupana, por exemplo);
- a populao no desenvolver meios para aumentar a produtividade capazes de
suprir o aumento na demanda por alimentos;
- a populao no desenvolver meios renovveis de uso dos recursos naturais,
como a energia solar ou elica.
Logo, um argumento mais convincente seria aquele onde estas premissassubjacentes so explicitadas:
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medida que os pases emergentes se desenvolverem, mais e mais pessoas
aumentaro o seu poder de consumo. O aumento do poder de consumo gera maior
necessidade de produo de alimentos e de extrao de recursos naturais para uso
em bens e servios. Estudos prevem que a humanidade no conseguir
desenvolver, ao menos no mdio prazo, meios para aumentar a produtividade no
campo capazes de suprir o grande aumento previsto na demanda por alimentos.
Alm disso, os tcnicos demonstram que o desenvolvimento de meios renovveis
para o uso dos recursos naturais, como a energia elica ou solar, tem encontrado
diversas dificuldades, e no ser capaz de evitar o consumo de recursos no-
renovveis em propores cada vez maiores. Portanto, o desenvolvimento dos
pases emergentes levar a uma escassez de alimentos e recursos naturais.
Algumas questes de sua prova podem apresentar um argumento e
perguntar qual das alternativas de resposta representa uma hiptese subjacente
daquele argumento. Vejamos um exemplo:
3. GMAT)Nos ltimos anos vrios marceneiros tem sido aclamados como artistas.
Mas, como moblias devem ser teis, marceneiros devem exercer seu ofcio com
olhos voltados para a utilidade prtica do produto. Por este motivo, marcenaria no
arte.
Qual das seguintes alternativas uma premissa que suporta a obteno da
concluso acima a partir do motivo mencionado naquela concluso?
a) Algumas moblias so feitas para ser colocadas em museus, onde no sero
usadas por ningum.
b) Alguns marceneiros so mais preocupados do que outros com a utilidade prtica
dos produtos que fabricam.
c) Marceneiros deveriam se concentrar mais na utilidade prtica dos seus produtos
do que eles tem feito atualmente.
d) Um objeto no um objeto de arte se o seu criador preocupa-se com a utilidade
prtica.
e) Artistas no esto preocupados com o valor monetrio dos seus produtos.
RESOLUO:Temos aqui o seguinte argumento:
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Premissa: Como moblias devem ser teis, marceneiros devem exercer seu ofcio
com olhos voltados para a utilidade prtica do produto.
Concluso: Por este motivo, marcenaria no arte.
solicitada a premissa subjacente que permitiu que o argumento saltasse da
premissa explicitada para a concluso obtida. Observe que a alternativa D fornece a
ligao entre a premissa e a concluso. Considerando-a, teramos o seguinte
argumento:
Premissa 1: Como moblias devem ser teis, marceneiros devem exercer seu ofcio
com olhos voltados para a utilidade prtica do produto.
Premissa 2: Um objeto no um objeto de arte se o seu criador preocupa-se com a
utilidade prtica.
Concluso: Por este motivo, marcenaria no arte.
A premissa 2 mostra que o fato de os marceneiros se preocuparem com a
utilidade prtica (como afirmado na premissa 1) faz com que seus objetos no
sejam objetos de arte, permitindo afirmar a concluso marcenaria no arte.
As demais opes de resposta no fornecem elementos para afirmarmos
que a marcenaria no arte. Vejamos:
a) Algumas moblias so feitas para ser colocadas em museus, onde no sero
usadas por ningum.
Aqui temos a sugesto de que algumas moblias poderiam ser obras de arte
(por ficarem em museus), e no o contrrio.
b) Alguns marceneiros so mais preocupados do que outros com a utilidade prtica
dos produtos que fabricam.
O fato de alguns serem mais preocupados com a utilidade no implica que a
marcenaria, como um todo, no arte.
c) Marceneiros deveriam se concentrar mais na utilidade prtica dos seus produtosdo que eles tem feito atualmente.
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Mais uma informao que no permite inferir que a marcenaria no seja arte.
e) Artistas no esto preocupados com o valor monetrio dos seus produtos.
As questes financeiras no foram tratadas por este argumento.
Resposta: D
1.5 HIPTESES EXPLICATIVAS FUNDAMENTADAS
As hipteses ou premissas explicativas so aquelas contidas no corpo do
argumento, servindo de base para a obteno da concluso. J tratamos sobre elas
ao visualizar a estrutura de um argumento. Vamos aproveitar este momento para
resolver um exerccio que permita visualizar como este tpico do edital pode ser
cobrado em sua prova:
4. GMAT)No ltimo ano, um nmero recorde de novos empregos foi criado. Este
ano trar um novo recorde? Bem, um novo emprego criado em empresas j
existentes ou pelo surgimento de novas empresas. Dentre as empresas existentes,
a taxa de novos empregos criados tem sido bem menor este ano do que no ano
passado. Ao mesmo tempo, h evidncia considervel de que o nmero de novas
empresas abertas este ano no ser maior do que no ano passado, e certamente as
empresas abertas neste ano no vo criar mais empregos por empresa do que
aquelas abertas no ano passado. Claramente, pode ser concludo que o nmero
de novos empregos criados este ano ser menor do que o recorde do ano
passado.
No argumento dado, as duas partes em negrito desempenham quais dos seguintes
papis?
a) A primeira uma premissa que, se verdadeira, forneceria suporte para a
concluso principal do argumento; a segunda a principal concluso.
b) A primeira uma premissa que, se verdadeira, forneceria suporte para a principal
concluso do argumento; a segunda uma concluso obtida para dar suporte
principal concluso.
c) A primeira uma objeo que o argumento rejeita; a segunda a principal
concluso do argumento.
d) A primeira uma objeo que o argumento rejeita; a segunda apresenta umaconcluso que pode ser obtida se a objeo fosse mantida.
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e) A primeira uma afirmao que suporta a posio qual o argumento se ope; a
segunda uma afirmao que suporta a principal concluso do argumento.
RESOLUO:
Temos o seguinte argumento:
Premissa1: Um novo emprego criado em empresas j existentes ou pelo
surgimento de novas empresas
Premissa 2: Dentre as empresas existentes, a taxa de novos empregos criados tem
sido bem menor este ano do que no ano passado
Premissa 3: H evidncia considervel de que o nmero de novas empresas
abertas este ano no ser maior do que no ano passado
Premissa 4: as empresas abertas neste ano no vo criar mais empregos por
empresa do que aquelas abertas no ano passado.
Concluso: o nmero de novos empregos criados este ano ser menor do que
o recorde do ano passado.
Portanto, a alternativa A descreve corretamente os papis das partes em
negrito:
a) A primeira uma premissa que, se verdadeira, forneceria suporte para a
concluso principal do argumento; a segunda a principal concluso.
Resposta: A
1.6 ANALOGIA ENTRE ARGUMENTOS COM ESTRUTURAS SEMELHANTES
Como voc j deve ter percebido, muitos argumentos da lgica informal no
tem a inteno de provar a verdade de suas concluses, mas apenas apresentam
essas concluses como sendo provavelmente verdadeiras. A argumentao por
analogia uma grande ferramenta quando a inteno esta.
Temos uma argumentao por analogia quando ressaltamos as
caractersticas em comum entre duas ou mais coisas para concluir que o mesmo
resultado obtido para algumas delas tambm deve ser vlido para as restantes. No
h dependncia entre essas coisas. Veja abaixo um exemplo de analogia entre a
crise econmica de 1929 e a crise econmica atual:
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A crise de 1929 provocou forte retrao na economia, e os seus efeitos foram
sentidos pelos Estados Unidos ao longo de mais de uma dcada. Da mesma forma,
a atual crise econmica est provocando uma profunda recesso, em especial nos
pases europeus, que deve durar vrios anos. Assim como os americanos
conseguiram superar a crise de 29, os europeus tambm podero sobreviver atual
situao.
Repare que o autor do argumento acima no est oferecendo razes lgicas
que demonstrem a capacidade de a Europa se reerguer da crise atual. Ele apenas
faz uma analogia com a crise de 29, para inferir que a sua concluso (a Europa
deve se reerguer) provavelmente verdadeira.
Um argumento analgico, por ser parte da lgica informal, no classificado
em Vlido ou Invlido. Podemos apenas compar-lo com outros e, assim, classific-
lo como mais verossmil ou menos verossmil, mais convincente ou menos
convincente.
Alguns fatores que os auxiliam a avaliar analogias so:
1 - nmero de entidades entre as quais se afirmam as analogias. Observe estes
dois argumentos:
No compre carro desta marca. Eu tive um carro desta fabricante que deu vrios
defeitos.
No compre carro desta marca. Conheo 5 pessoas que tiveram carros deste
fabricante e todos experimentaram vrios defeitos.
Ambos argumentos so analgicos, porm o segundo mais forte que o
primeiro. No primeiro caso, eu posso ter dado o azar de comprar um carro com
defeitos, o que ocorre mesmo com os melhores fabricantes. No segundo caso, h
uma probabilidade maior de que aquele fabricante realmente tenha problemas
maiores no controle de qualidade de seus produtos, vendendo produtos com defeito.
A diferena de convencimento entre os dois argumentos reside no nmero de
fatos/entidades apresentados.
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Lembre-se apenas que estamos avaliando os argumentos qualitativamente
apenas. No cometa o erro de dizer que o segundo argumento 5 vezes mais forte
que o primeiro.
2 - nmero de caractersticas em comum. Veja a diferena entre esses dois
argumentos:
Devo gostar deste meu tnis novo, pois ele da mesma loja onde comprei os tnis
que mais gosto.
Devo gostar deste meu tnis novo, pois ele da mesma marca, tem o mesmo
tamanho e tipo de estofado interno dos tnis que mais gosto.
O segundo argumento claramente mais forte que o primeiro, pois se baseia
em um nmero maior de caractersticas para estabelecer a analogia.
3 - existncia de desanalogias, ou diferenas.Voltemos a este argumento:
No compre carro desta marca. Conheo 5 pessoas que tiveram carros deste
fabricante e todos experimentaram vrios defeitos.
Vamos acrescentar a seguinte informao: as 5 pessoas citadas acima
compraram esses carros usados, enquanto voc pretende comprar um exemplar
zero quilmetro. Esta diferena reduz substancialmente a fora do argumento. E
se, alm disso, voc pretenda comprar um automvel de luxo da marca, enquanto
as 5 pessoas haviam comprado automveis populares (cujo controle de qualidade
costuma ser pior)? O argumento fica ainda mais fraco. Portanto, muito importante
avaliar se existem diferenas considerveis entre os casos anteriores e o caso atual,
sobre o qual se pretende estabelecer uma concluso.
4 relevncia dos critrios de comparao.Voltemos ao exemplo dos tnis:
Devo gostar deste meu tnis novo, pois ele da mesma loja onde comprei os tnisque mais gosto.
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Devo gostar deste meu tnis novo, pois ele da mesma marca, tem o mesmo
tamanho e tipo de estofado interno dos tnis que mais gosto.
Alm do segundo argumento comparar um maior nmero de caractersticas,
ele compara caractersticas mais relevantes. O fato de dois tnis serem comprados
na mesma loja bem menos relevante para a concluso (gostar ou no do tnis) do
que eles terem a mesma marca, tamanho e estofado.
Por fim, no campo da lgica formal podemos definir que duas proposies
(ou dois argumentos) so anlogas quando possuem estrutura lgica similar.
Vejamos uma questo sobre isso:
5. FUNIVERSA CFM 2012)Considere as duas proposies a seguir.
P: No conjunto dos nmeros inteiros, mltiplo de trs todo nmero cuja soma dos
valores absolutos de seus algarismos igual a um mltiplo de trs.
Q: No conjunto dos nmeros inteiros, mltiplo de nove todo nmero cuja soma dos
valores absolutos de seus algarismos igual a um mltiplo de nove.
Em relao a essas duas proposies, correto afirmar que:
a) P e Q so anlogas
b) P e Q apresentam concluses idnticas
c) Q uma deduo que se faz a partir de P
d) P uma inferncia que se faz a partir de Q
e) Q uma inferncia que se faz a partir de P
RESOLUO:
Repare que a proposio P (critrio de divisibilidade por 3) e a proposio Q
(critrio de divisibilidade por 9), so similares do ponto de vista lgico, entretanto
uma no concluso nem premissa da outra. Ambas tem essa estrutura:
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No conjunto dos nmeros inteiros, mltiplo de X todo nmero cuja soma
dos valores absolutos de seus algarismos igual a um mltiplo de X.
Portanto, podemos afirmar apenas que P e Q so anlogas.
Resposta: A
1.7 FATORES QUE REFORAM OU ENFRAQUECEM UMA ARGUMENTAO.
ERROS DE RACIOCNIO.
Na aula passada comeamos a tratar sobre Falcias ou Sofismas, que so
erros de raciocnio. Podemos chamar de falcia qualquer argumento equivocado.
Alguns raciocnios so to equivocados que no enganam ningum. Veja este:
Todas as pessoas que morreram este ano beberam gua. Logo, beber gua faz mal
sade.
Assim, no estudo da nossa matria trataremos com falcias os argumentos
incorretos com aparncia de corretos, ou seja, aqueles que poderiam enganar um
ouvinte/leitor perspicaz. Normalmente o engano ocorre devido ao apelo persuasivo,
em regra psicolgico, daquela linha de argumentao.
O erro de raciocnio pode localizar-se na forma ou no contedo do
argumento. Os argumentos formalmente errados so aqueles onde a concluso no
deriva das premissas, ou seja, so os argumentos invlidos que estudamos na aula
passada. Neste momento, portanto, nos concentraremos nos erros de raciocnio
no-formais, que esto relacionados com o contedo do argumento.
Podemos cometer um equvoco no-formal basicamente de duas maneiras:
- apresentarmos premissas que so irrelevantes, ou pouco relevantes, para a
obteno da concluso;
- utilizarmos palavras ou expresses vagas, com mais de um significado, que
possam levar a interpretaes distintas.
No primeiro caso acima, estamos diante das falcias de relevncia, enquanto
no segundo estamos tratando das falcias de ambiguidade. Nos prximos
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pargrafos conheceremos as principais falcias. No se preocupe em gravar os
seus nomes, mas sim em entender o seu significado. As suas questes de prova
vo pedir para que voc identifique o erro em um determinado argumento, e no
que voc d nomes em latim para aqueles erros. Por isso, vamos sempre trabalhar
com exemplos. Observe esta tentativa de corromper um fiscal:
Sonegador: Caro fiscal, voc no deveria lavrar este Auto de Infrao. Voc ainda
est em estgio probatrio, e eu tenho amigos no governo.
Alm das questes criminais envolvidas, o erro na argumentao do
sonegador apresentar premissas irrelevantes (estgio probatrio e amigos no
governo) para a concluso que ele pretende demonstrar (descabimento da lavratura
do Auto). Estamos diante de uma falcia de relevncia. Mais do que isto, este um
caso particular, onde o argumentador utiliza-se da fora (fsica ou psicolgica a
ameaa, no caso) para demonstrar o seu ponto de vista. Costumamos chamar
esta falcia de recurso fora.
Tente agora identificar o erro lgico deste argumento, proferido por um aluno
universitrio:
Professor, voc precisa anular algumas faltas minhas. Se eu tiver mais uma falta de
agora at o final do ano vou estourar o limite, e assim precisarei de mais um ano
para concluir a faculdade!
Temos mais um caso onde as premissas (estourar o limite, ficar mais 1 ano)
so irrelevantes para se demonstrar a concluso (que o professor deveria anular as
faltas). Ao invs de tentar justificar as suas faltas (ex.: tive duas faltas devido
alteraes na grade horria que no foram avisadas com antecedncia), ele leva a
discusso para um lado puramente emocional, clamando pela piedade do professor.
Chamamos esta falcia de apelo piedade. Em alguns casos ela funciona!
Vejamos agora este argumento:
Voc deveria baixar o livro pirata, pois o livro original muito caro. Ou voc gosta de
jogar dinheiro fora?
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Ser que o mero fato de um livro ser caro uma premissa relevante para
justificar a pirataria? Alguns diriam: No em uma civilizao que preze pela
honestidade, o respeito aos direitos autorais e livre iniciativa. Voc pode at
entender que a pirataria uma prtica legtima, mas para isto precisa levantar uma
premissa mais relevante. Repare na pergunta colocada ao final deste argumento. O
autor deste argumento sabe que o seu ouvinte no gosta de gastar dinheiro (quem
gosta?), e apela para esta circunstncia para tornar o seu argumento mais
convincente. Isto porque ns, seres humanos, temos a tendncia de questionar
menos aquelas coisas que nos so favorveis. A explorao desta tendenciosidade
humana certamente deixa o argumento mais protegido de crticas, mas no retira
sua natureza falaciosa. Estamos diante de uma falcia conhecida como apelo
circunstancial.
O prximo exemplo retrata um discurso de um poltico em comcio:
Meu povo, vocs devem votar em mim. Ou vocs querem manter no poder esta
filosofia neoliberalista da classe dominante?
Repare que o uso de expresses como neoliberalista e classe dominante
tornam este argumento mais aceitvel pelas pessoas, apesar de no propriamente
trazerem crticas especficas poltica que se encontra no poder. Este uso de
chaves que estimulam a receptividade do grande pblico conhecido como apelo
popular.
Passemos a mais um caso importante. Veja estes dois argumentos:
Veta a lei dos royalties do petrleo, Dilma!
A atriz principal da novela das 8 defende isto.
claro que voc deveria aceitar a que a velocidade da luz um limite mximo.
Einstein entendia desta forma!
Temos dois argumentos onde o autor pretende convencer o seu ouvinte da
concluso (vetar ou aceitar a tese da velocidade da luz) utilizando, como premissa,
o fato de que determinada autoridade pensava assim, ou defendia tal ideia. Trata-seda falcia denominada apelo autoridade. No primeiro caso, a menos que a atriz
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seja uma grande entendida do assunto, a sua opinio no deveria valer mais do que
a de um leigo qualquer. Mas a verdade que este recurso persuasivo surte grandes
efeitos, sendo bastante explorado em comerciais de xampu, refrigerante etc. O
segundo caso deve ser avaliado com um pouco mais de cuidado. Em uma
discusso entre leigos, dizer que Einstein defendia aquela ideia certamente refora
a argumentao (embora no seja uma prova propriamente dita), pois trata-se de
uma verdadeira autoridade no assunto em pauta. Mas este mesmo argumento seria
totalmente descabido em uma discusso entre tcnicos, em um seminrio de Fsica,
onde apenas aspectos essencialmente tcnicos deveriam ser levantados.
Existe uma espcie de inverso do apelo autoridade. Veja este exemplo:
Voc no deveria usar este perfume. O cantor Jos Man o utiliza!
Note que aqui a concluso (no usar o perfume) suportada pela
depreciao de algum (no caso, o Jos Man). Ao invs de apresentar uma
premissa mais relevante, o autor deste argumento apela para a m reputao do
cantor Jos Man (provavelmente por outros motivos, e no pela sua capacidade de
escolher perfumes) para persuadir o ouvinte. Temos o chamado apelo pessoal, ou
apelo contra o homem.
Prossigamos:
Sempre que vai chover pesado as folhas do carvalho ficam onduladas. Logo, so
elas que trazem a chuva.
A argumentao acima falha ao atribuir uma falsa causa chuva. As falsas
causas so muito comuns em fenmenos como este, que tem alguma relao entre
si: quando a umidade aumenta muito, o que normalmente ocorre quando est
prestes a chover, as folhas do carvalho absorvem muita gua e ficam onduladas.
A nossa tendenciosidade nos faz deixar de detectar possveis falsas causas.
Veja este outro exemplo:
O divrcio muito prejudicial criana. Quando os pais se divorciam, h boa
chance dos filhos terem futuros problemas de relacionamento.
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Se voc contrrio ao divrcio, talvez no veja falhas nesta frase. Mas
alguns podem entender esta frase como falaciosa, dizendo: pais que se divorciam
geralmente brigam vrias vezes na frente das crianas, gerando traumas que
podero trazer futuros problemas de relacionamento.
Intimamente ligados falsa causa esto dois outros erros de raciocnio: o
acidente e a generalizao apressada. Eles ocorrem quando tratamos como regra
geral o que ocorreu em um ou alguns casos particulares. Exemplos:
Joo bebeu gua, foi dirigir e se acidentou. Logo, devemos evitar beber gua
antes de dirigir.
Jos corrupto, pois ele poltico e, recentemente, a mdia mostrou vrios
polticos envolvidos em escndalos de corrupo.
Vamos prosseguir? Veja esta frase:
Existe vida aps a morte, pois nunca foi provado que aps a morte no h
mais nada.
Nesta frase o autor tenta convencer que a sua concluso verdadeira (existe
vida aps a morte) porque nunca foi provado o contrrio. O erro aqui entender que
a no-comprovao do contrrio faz prova conclusiva da verdade afirmada.
diferente dizer:
Pode existir vida aps a morte, pois nunca foi provado que aps a morte no
h mais nada.
Nesta ltima frase o autor no tem a pretenso de tratar a no-comprovao
como prova conclusiva, mas apenas como uma sugesto para o seu ponto de vista.
Ainda assim, trata-se de um ponto de vista tendencioso, pois algum poderia dizer,
com o mesmo nvel de certeza:
Pode no existir vida aps a morte, pois nunca foi provado que aps a morteh alguma coisa.
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Nos trs exemplos acima estamos tratando de argumentos cuja falha o
apelo ignorncia.
Passemos anlise desta argumentao de CARRAHER:
Nossa equipe a mais destacada do torneioporque tem os melhores jogadores
e o melhor treinador. Sabemos que possui os melhores jogadores e o melhor
treinador; por conseguinte, bvio, vai ganhar o ttulo. E ganhar o ttulo pois
merece conquist-lo. claro, merece ganhar o ttulo porque a melhor equipe do
torneio.
Observe as duas partes em negrito. A primeira uma das premissas, a
segunda a concluso. Repare que, na verdade, o argumento conclui algo que j
havia sido dado como verdadeiro na premissa. Chamamos este tipo de falcia de
petio do princpio.
Avanando mais um pouco, responda seguinte pergunta com SIM ou
NO:
Voc deixou de trair o seu namorado (ou sua namorada)?
Repare que esta pergunta traioeira. Qualquer resposta pode levar a uma
concluso no necessariamente verdadeira. O SIM nos dir que voc traa seu
parceiro, mas agora no faz mais isso. O NO nos indicar que voc no s o traa,
como continua nesta prtica. Chamamos este erro de falcia da pergunta complexa,
pois na verdade temos 2 perguntas em 1:
- Antigamente voc traa o seu namorado?
- E hoje, voc trai o seu namorado?
Como voc pode perceber, a soluo para sair de uma pergunta como esta
dividir a sua resposta em duas partes. Ex.: Eu no traa minha namorada econtinuo no a traindo.
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Vejamos ainda este ltimo exemplo:
O homem o nico ser vivo capaz de amar. Joana mulher. Logo, Joana
no capaz de amar.
O erro deste argumento chamado de falcia de ambiguidade. Isto se deve
ao duplo sentido que a palavra homem pode assumir (ser humano do sexo
masculino, ou ser humano em geral). Assim, muita ateno: o uso de termos vagos
ou com duplo sentido costuma ser uma grande fonte de erros de raciocnio.
Concluindo este tpico sobre Erros de Raciocnio, perceba que o importante
para resolver questes de raciocnio crtico estar muito atento e questionar a
argumentao proposta. Perguntas como Esta pessoa especialista neste assunto
para dar tal opinio?, ou Qual a importncia desta informao para provar o seu
ponto de vista?, Especifique melhor este aspecto so as suas grandes
ferramentas!
Antes de prosseguir, vejamos duas questes sobre fatores que reforam ou
enfraquecem um dado argumento. Este um tipo de questo muito comum nas
provas da FGV e do GMAT, havendo boa chance de ser cobrado pela FCC em sua
prova:
6. FGV CEAGSP 2012) comum, em pesquisas de marketing, serem
elaborados experimentos para mensurar a influncia de determinados tratamentos
(como, por exemplo, o efeito de um comercial) sobre variveis de interesse (como,
por exemplo, atitudes de consumidores). Em um desses experimentos, exibiu-se um
vdeo contendo opinies contrrias sobre o aborto para uma amostra de 500
indivduos e, ao final, pediu-se que cada um deles respondesse a um questionrio.
Outros 500 questionrios foram preenchidos por uma amostra de pessoas que no
viram o vdeo. Depois de analisados os dados coletados, constatou-se que
respondentes do gnero feminino e de baixa escolaridade que tinham visto o vdeo
declararam-se fortemente contra o aborto, e que pessoas com elevado nvel de
escolaridade declararam-se a favor do aborto, independentemente de ter visto ovdeo. Os pesquisadores explicaram os resultados afirmando que, em relao aos
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homens, as mulheres, por se identificarem mais fortemente com a experincia da
gravidez e com a ideia da maternidade, so mais sensveis aos estmulos do vdeo
e, por isso, tiveram sua atitude influenciada contra o aborto.
Se verdadeira, qual das afirmaes abaixo mais enfraquece a explicao oferecida
pelos pesquisadores na ltima frase do texto?
A) No havia, nas amostras, pessoas com elevado nvel de escolaridade que
declararam ser contra o aborto.
B) A amostra de 500 pessoas que viram o vdeo era composta predominantemente
por mulheres.
C) A proporo de homens e mulheres, bem como de pessoas de alta e baixa
escolaridade, entre as duas amostras, era diferente.
D) A atitude perante o aborto determinada nica e exclusivamente pela
escolaridade, no pelo gnero.
E) No h qualquer relao de dependncia entre gnero e nvel de escolaridade.
RESOLUO:
O argumento dos pesquisadores pode ser esquematizado assim:
Premissa1: Mulheres de baixa escolaridade que viram o vdeo declararam-se
fortemente contra o aborto
Premissa2: Pessoas de alta escolaridade declararam-se a favor do aborto
Concluso: Em relao aos homens, as mulheres tiveram sua atitude influenciada
contra o aborto
Observe que a premissa 2 d margem para entendermos que homens E
MULHERES de alta escolaridade so favorveis ao aborto, tendo ou no visto o
vdeo. Nada sabemos sobre os homens de baixa escolaridade. Vejamos qual das
afirmativas auxilia a derrubar a concluso acima:
A) No havia, nas amostras, pessoas com elevado nvel de escolaridade que
declararam ser contra o aborto.
Esta afirmativa foge da questo central, que verificar se as MULHERES so
ou no influenciadas pelo vdeo.
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B) A amostra de 500 pessoas que viram o vdeo era composta predominantemente
por mulheres.
Se isso fosse verdade, a concluso ainda poderia estar correta, pois no
seria possvel efetuar a comparao entre homens e mulheres de modo a
refutar/enfraquecer a concluso.
C) A proporo de homens e mulheres, bem como de pessoas de alta e baixa
escolaridade, entre as duas amostras, era diferente.
Idem ao anterior. Isto tornaria ainda mais difcil chegar a qualquer concluso.
A concluso dada poderia ainda estar correta.
D) A atitude perante o aborto determinada nica e exclusivamente pela
escolaridade, no pelo gnero.
Este o nosso gabarito. Se for verdade que a atitude perante o aborto
depende s da escolaridade, enfraqueceramos substancialmente a concluso de
que as mulheres tiveram a sua atitude influenciada. O correto seria dizer As
pessoas de baixa escolaridade tiveram a sua atitude influenciada contra o aborto.
E) No h qualquer relao de dependncia entre gnero e nvel de escolaridade.
Mais uma alternativa que no ataca o ponto central, que determinar se o
gnero influencia a posio em relao ao aborto.
Resposta: D
Chega de teoria por hoje! Na prxima seo temos uma bateria de exerccios
para voc praticar bastante a nossa disciplina.
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2. RESOLUO DE QUESTES
Hoje trabalharemos questes de 3 fontes: GMAT, ANPAD e FGV. Aproveite
para observar o estilo de cobrana de cada uma dessas instituies. Voc ver que
o GMAT e a ANPAD se aproximam mais, enquanto vrias questes da FGV so
muito parecidas com aquelas encontradas em provas de interpretao de textos.
Deixo aqui outra dica importantssima: antes de ler o texto longo que a
maioria dessas questes tem, vale a pena passar o olho na pergunta propriamente
dita, para j ler o texto sabendo a que se atentar. Nas primeiras questes eu vou
deixar essas perguntas propositalmente em negrito.
7. GMAT)Mquinas de fazer neve funcionam pulverizando uma nvoa que congela
imediatamente em contato com o ar frio. Como este sbito congelamento mata
bactrias, a empresa QuickFreeze est planejando vender um sistema de
purificao de gua que utiliza o mesmo princpio. O processo funciona apenas
quando as temperaturas esto baixas, de modo que os municpios que vierem a
usar este sistema tambm precisaro manter um sistema convencional.
Qual das seguintes informaes, se verdadeira, oferece suporte mais slido
para a previso de que municpios vo comprar o sistema de purificao da
QuickFreeze, mesmo tendo que manter um sistema convencional?
a) Bactrias no so as nicas impurezas que precisam ser removidas da gua
b) Vrios municpios tm sistemas de purificao antigos que precisam ser
substitudos.
c) Os sistemas convencionais de purificao de gua no tem tido grande xito na
eliminao de bactrias em baixas temperaturas
d) Durante perodos de clima quente, quando no est em uso, o sistema de
purificao da QuickFreeze requer baixa manuteno
e) Lugares onde os invernos so frios raramente tm problema de falta de gua.
RESOLUO:
Precisamos buscar, dentre as alternativas de resposta, uma que fornea uma
explicao razovel para os municpios adquirirem sistema QuickFreeze mesmo
tendo que manter o sistema convencional. Vejamos:
a) Bactrias no so as nicas impurezas que precisam ser removidas da gua
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Esta informao seria til para demonstrar que os municpios ainda precisam
manter o sistema convencional MESMO QUE adquiram o sistema QuickFreeze,
para remover as demais impurezas da gua (alm das bactrias). Mas no fornece
um motivo razovel para adquirir o QuickFreeze.
b) Vrios municpios tm sistemas de purificao antigos que precisam ser
substitudos.
Se esta informao for verdadeira, ser preciso substituir os sistemas atuais.
Mas esta substituio poderia ser, em tese, por novos sistemas do modelo
convencional e no necessariamente envolveria a aquisio do QuickFreeze.
c) Os sistemas convencionais de purificao de gua no tem tido grande xito na
eliminao de bactrias em baixas temperaturas
CORRETO. Aqui temos uma justificativa para que os municpios adquiram o
QuickFreeze, mesmo tendo que manter os sistemas convencionais: durante os
perodos frios, o QuickFreeze far o papel de eliminao de bactrias, que hoje
mal desempenhado pelos sistemas convencionais.
d) Durante perodos de clima quente, quando no est em uso, o sistema de
purificao da QuickFreeze requer baixa manuteno
Esta afirmao no fornece uma razo para adquirir o QuickFreeze. Por
menor que seja o seu custo de manuteno, os municpios j tero que arcar com o
custo de manuteno dos sistemas convencionais (que precisaro continuar em
operao, como diz o enunciado), e s faz sentido adicionar um novo sistema se ele
trouxer algum benefcio adicional.
e) Lugares onde os invernos so frios raramente tm problema de falta de gua.
Mais uma vez no temos uma justificativa para os municpios, alm de
manterem o sistema convencional de tratamento de gua, adquirirem tambm o
QuickFreeze.
Resposta: C
8. GMAT) Suncorp, uma nova empresa com recursos limitados, tem desmatadograndes reas da floresta amaznica para criao de gado. Esta prtica continua
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apesar de que lucros ainda maiores poderiam ser obtidos da extrao de borracha,
que no destri a floresta, do que com a criao de gado, que destri a floresta.
Qual das seguintes informaes, se verdadeira, mais ajuda a explicar por que
a Suncorp tem insistido na menos rentvel das duas atividades mencionadas
acima?
a) O solo da floresta amaznica muito rico em nutrientes que so importantes para
o desenvolvimento do pasto.
b) A criao de gado em climas tropicais mais rentvel do que a criao de gado
em locais de clima frio.
c) Em certos municpios, lucros obtidos na criao de gado so mais tributados do
que lucros obtidos em qualquer outra indstria.
d) Parte do gado criado nos pastos abertos na Amaznia so mortos por onas.
e) A quantidade de dinheiro necessria para comear um negcio de extrao de
borracha o dobro da necessria para comear a criao de gado.
RESOLUO:
Precisamos de uma explicao para a Suncorp continuar operando na
criao de gado, que menos rentvel, ao invs de investir na borracha. Vejamos
as opes:
a) O solo da floresta amaznica muito rico em nutrientes que so importantes para
o desenvolvimento do pasto.
Esta informao nos leva a entender que a criao de gado atrativa, mas
no explica o porqu da Suncorp no migrar para uma atividade ainda mais rentvel
(borracha).
b) A criao de gado em climas tropicais mais rentvel do que a criao de gado
em locais de clima frio.
O foco da questo que, NA AMAZNIA, a criao de gado menos
rentvel que a extrao de borracha.
c) Em certos municpios, lucros obtidos na criao de gado so mais tributados do
que lucros obtidos em qualquer outra indstria.
Se os lucros da criao de gado so mais tributados, isto seria um motivo a
mais para a Suncorp sentir-se atrada pela extrao de borracha.
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d) Parte do gado criado nos pastos abertos na Amaznia so mortos por onas.
Este seria mais um motivo para a Suncorp sentir-se desestimulada a
prosseguir na criao de gado, e migrar para a extrao de borracha.
e) A quantidade de dinheiro necessria para comear um negcio de extrao de
borracha o dobro da necessria para comear a criao de gado.
CORRETO. Aqui temos um motivo plausvel para que, mesmo a extrao de
borracha sendo mais rentvel, a Suncorp insista na criao de gado: ela uma
empresa com recursos limitados, por isso foi forada a optar pela atividade que
exige menos dinheiro para comear (criao de gado).
Resposta: E
9. GMAT) A populao de jacars de Parland tem decrescido nos ltimos anos,
principalmente devido caa. A principal presa dos jacars uma espcie de peixe
de gua doce que possui alto valor como alimento para moradores de Parland, os
quais tem torcido para que o declnio na populao de jacars leve a um aumento
na quantidade de peixes disponveis para consumo humano. Entretanto, a
populao destes peixes tem diminudo, mesmo no havendo crescimento na
quantidade de peixes capturada anualmente para consumo humano.
Qual das seguintes informaes, se verdadeira, mais ajuda a explicar a queda
na populao destes peixes?
a) A queda na populao de jacars fez com que pescadores pudessem trabalhar
em partes dos lagos e rios que antes eram considerados perigosos.
b) Ao longo dos ltimos anos, as empresas de comrcio de peixe de Parland
aumentaram o nmero de barcos utilizados na atividade.
c) O principal predador destes peixes outra espcie de peixe que tambm uma
presa dos jacars.
d) Vrios moradores de Parland que caam jacars o fazem devido ao alto preo de
mercado do seu couro, e no pelo fato de que os jacars so uma ameaa para a
populao de peixes.
e) Em pases vizinhos, nos quais o rio de Parland tambm passa, jacars esto sob
risco de extino como resultado da intensa caa.
RESOLUO:
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A populao da espcie de peixes que servia de alimento para os moradores
de Parland e tambm para o jacar tem diminudo, mesmo com a reduo da
populao de jacars. Vejamos qual alternativa fornece a explicao mais razovel
para a queda na populao de peixes:
a) A queda na populao de jacars fez com que pescadores pudessem trabalhar
em partes dos lagos e rios que antes eram considerados perigosos.
O enunciado disse que no houve crescimento na quantidade de peixes
capturada para consumo humano, o que torna esta alternativa invlida para explicar
a reduo na populao de peixes.
b) Ao longo dos ltimos anos, as empresas de comrcio de peixe de Parland
aumentaram o nmero de barcos utilizados na atividade.
Como disse acima, no houve crescimento na quantidade de peixes
capturada para consumo humano.
c) O principal predador destes peixes outra espcie de peixe que tambm uma
presa dos jacars.
CORRETO. Se os jacars tambm se alimentavam do principal predador
destes peixes apreciados pela populao de Parland, a reduo na populao de
jacars fez proliferar a populao do predador e, com isso, reduzir a populao dos
peixes.
d) Vrios moradores de Parland que caam jacars o fazem devido ao alto preo de
mercado do seu couro, e no pelo fato de que os jacars so uma ameaa para a
populao de peixes.
O motivo pelo qual as pessoas caam jacars irrelevante para a anlise
sobre a reduo da populao de peixes.
e) Em pases vizinhos, nos quais o rio de Parland tambm passa, jacars esto sob
risco de extino como resultado da intensa caa.
Aqui tambm no temos uma explicao para a reduo da populao de
peixes.
Resposta: C
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10. GMAT)O design da fabricante de automveis Maxilux para o seu novo modelo
de luxo, o Max 100, inclui um modelo especial de pneus que visa complementar a
imagem do veculo. A oferta vencedora para fornecer estes pneus foi apresentada
pela Rubco. Analistas concluram que o negcio iria apenas cobrir os custos da
Rubco com os pneus, mas executivos da Rubco alegam que ter vencido a disputa
pode gerar lucro para a empresa.
Qual das seguintes informaes, se verdadeira, mais fortemente justifica a
alegao feita pelos executivos da Rubco?
a) Em qualquer modelo da Maxilux, o pneu reserva tem exatamente o mesmo
modelo e fabricante dos pneus que so montados nas rodas.
b) A Rubco possui contratos de exclusividade para fornecer Maxilux pneus para
outros vrios modelos de automveis.
c) A fbrica do Max 100 e aquela dos pneus fornecidos pela Rubco so muito
prximas uma da outra.
d) Quando as pessoas que compraram cuidadosamente um automvel de luxo
precisam substituir um componente desgastado, elas quase sempre substituem com
um componente do mesmo tipo e fabricante.
e) Quando a Maxilux fechou o contrato de pneus com a Rubco, o nico critrio no
qual a proposta da Rubco estava claramente frente das demais era o preo.
RESOLUO:
Os executivos da Rubco entendem que, mesmo sabendo que ao faturamento
pela venda de pneus para equipar os veculos novos Max 100 somente cobre os
custos, o negcio pode ser lucrativo para a empresa. Vejamos qual alternativa
fornece uma razo para acreditarmos que o negcio pode ser mesmo lucrativo:
a) Em qualquer modelo da Maxilux, o pneu reserva tem exatamente o mesmo
modelo e fabricante dos pneus que so montados nas rodas.
Esta informao certamente j foi considerada pelos executivos ao fazer os
seus clculos, que consideraram 5 pneus por veculo novo, e no somente 4.
b) A Rubco possui contratos de exclusividade para fornecer Maxilux pneus para
outros vrios modelos de automveis.
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A existncia de outros contratos em vigor no justifica o porqu de este
contrato para o Max 100 ser lucrativo, dado que as vendas de pneus novos para
estes veculos vo apenas cobrir os custos.
c) A fbrica do Max 100 e aquela dos pneus fornecidos pela Rubco so muito
prximas uma da outra.
A proximidade das fbricas j foi considerada pela Rubco para calcular o
custos do fornecimento dos pneus.
d) Quando as pessoas que compraram cuidadosamente um automvel de luxo
precisam substituir um componente desgastado, elas quase sempre substituem com
um componente do mesmo tipo e fabricante.
CORRETO. Aqui temos um motivo forte para acreditar que o negcio pode
ser lucrativo: ao se tornar o fabricante dos pneus originais, a Rubco cria para si um
grande mercado, que o mercado de reposio de pneus, pois a maioria das
pessoas prefere adquirir pneus do mesmo fabricante original.
e) Quando a Maxilux fechou o contrato de pneus com a Rubco, o nico critrio no
qual a proposta da Rubco estava claramente frente das demais era o preo.
Mais um item onde falta uma explicao razovel para o negcio ser lucrativo
para a Rubco.
Resposta: D
11. GMAT)Qual das seguintes alternativas completa a passagem de maneira mais
lgica?
A maioria dos capacetes de bicicleta oferecem boa proteo para a parte de cima e
de trs da cabea, mas pouca ou nenhuma proteo para a regio temporal, nas
laterais da cabea. Um estudo sobre traumas na cabea resultantes de acidentes de
bicicleta demonstrou que uma grande proporo deles foi causada por pancadas na
regio temporal. Portanto, se os capacetes de bicicleta protegessem esta rea, o
risco de srios traumas cranianos em acidentes de bicicleta seria bem reduzido,
especialmente porque...
a) entre os ciclistas includos no estudo sobre traumas na cabea, apenas umapequena proporo estavam usando capacete no momento do acidente
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b) mesmo aqueles ciclistas que regularmente utilizam capacetes tem baixo
entendimento sobre o nvel e tipo de proteo que os capacetes geram
c) um capacete que tivesse proteo para a tmpora teria que ser bem maior e mais
pesado que os atuais capacetes
d) o osso da regio temporal relativamente fino, e impactos nesta rea so,
portanto, muito propensos a causar danos cerebrais
e) ciclistas geralmente caem sobre o brao ou o ombro em quedas para os lados, o
que reduz a probabilidade de impactos graves na lateral da cabea
RESOLUO:
Precisamos encontrar uma explicao (porque...) para fortalecer a
concluso de que, se os capacetes protegessem a regio temporal, o risco de
traumas cranianos em acidentes de bicicleta seria bem reduzido. Vejamos:
a) entre os ciclistas includos no estudo sobre traumas na cabea, apenas uma
pequena proporo estavam usando capacete no momento do acidente.
Se poucos ciclistas pesquisados estivessem usando capacete durante o
acidente, no seria possvel chegar concluso do estudo, pois no sabemos quais
teriam sido os traumas se estas pessoas estivessem de capacete.
b) mesmo aqueles ciclistas que regularmente utilizam capacetes tem baixo
entendimento sobre o nvel e tipo de proteo que os capacetes geram.
O nvel de entendimento sobre a proteo do capacete irrelevante para o
estudo, bastando que as pessoas o utilizem.
c) um capacete que tivesse proteo para a tmpora teria que ser bem maior e mais
pesado que os atuais capacetes.
Esta informao nos d uma caracterstica negativa dos capacetes com
proteo para a tmpora, mas no explica porque o risco de traumas cranianos
seria reduzido com seu uso.
d) o osso da regio temporal relativamente fino, e impactos nesta rea so,
portanto, muito propensos a causar danos cerebrais.
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CORRETO. Se a tmpora frgil e impactos nesta rea facilmente causam
danos cerebrais, proteg-la com capacetes especiais reduziria bastante o risco de
traumas cranianos em acidentes de bicicleta.
e) ciclistas geralmente caem sobre o brao ou o ombro em quedas para os lados, o
que reduz a probabilidade de impactos graves na lateral da cabea.
O prprio enunciado j afirmou que grande parte dos traumas ocorreu devido
a pancadas na regio temporal, o que invalida a tese esboada nesta alternativa.
Resposta: D
12. GMAT)Fumaa de madeira contm toxinas perigosas que causam alteraes
nas clulas humanas. Como a fumaa de madeira apresenta alto risco para a
sade, necessria uma legislao para regular o uso de queimas ao ar livre e de
fornos a lenha.
Qual das seguintes alternativas, se verdadeira, oferece maior suporte para o
argumento acima?
a) A quantidade de toxinas perigosas contidas na fumaa de madeira muito menor
do que a quantidade contida em um volume igual de gases provenientes da
exausto de automveis.
b) Dentro da jurisdio coberta pela legislao proposta, a maior parte do
aquecimento e cozimento feita utilizando leo ou gs natural.
c) Fumaa produzida pela queima de carvo significativamente mais txica do que
a fumaa produzida pela queima de madeira.
d) Nenhum efeito benfico significativo na qualidade do ar poderia resultar se as
queimas ao ar livre fossem banidas na jurisdio coberta pela legislao proposta.
e) Em vales onde madeira usada como o principal combustvel para aquecimento,
a concentrao de fumaa resulta em baixa qualidade do ar.
RESOLUO:
A concluso do argumento acima : necessria uma legislao para
regular o uso de queimas ao ar livre e de fornos a lenha. Precisamos encontrar
uma alternativa que suporte esta concluso, ou seja, uma premissa deste
argumento. Vejamos:
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a) A quantidade de toxinas perigosas contidas na fumaa de madeira muito menor
do que a quantidade contida em um volume igual de gases provenientes da
exausto de automveis.
O fato de a quantidade de toxinas dos automveis ser ainda maior pode levar
algum a pensar: ento devemos nos preocupar com regulamentar os
automveis. Isto no refora a necessidade de regulamentar a queima de madeira.
b) Dentro da jurisdio coberta pela legislao proposta, a maior parte do
aquecimento e cozimento feita utilizando leo ou gs natural.
Isto no refora a necessidade de regulamentar a queima da madeira pelo
contrrio, esta afirmativa sugere que pouca madeira queimada na regio onde a
legislao est sob discusso.
c) Fumaa produzida pela queima de carvo significativamente mais txica do que
a fumaa produzida pela queima de madeira.
Mais uma afirmativa que no refora a necessidade de regulamentar a
madeira, mas sim desvia o foco para a necessidade de regulamentar a queima do
carvo.
d) Nenhum efeito benfico significativo na qualidade do ar poderia resultar se as
queimas ao ar livre fossem banidas na jurisdio coberta pela legislao proposta.
Outra alternativa que no refora a necessidade de regulamentar a queima
da madeira ao ar livre.
e) Em vales onde madeira usada como o principal combustvel para aquecimento,
a concentrao de fumaa resulta em baixa qualidade do ar.
CORRETO. Aqui temos uma posio favorvel regulamentao da queima
da madeira, pois esta afirmativa mostra o efeito danoso desta queima em vales,
onde a fumaa fica concentrada e leva reduo da qualidade do ar.
Resposta: E
13. GMAT) Caador: Vrias pessoas culpam somente os caadores pelo
declnio na populao de veados do Greenrock National Forest nos ltimosdez anos. Claramente os ursos tm um papel importante neste declnio. Nos dez
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ltimos anos, a populao protegida desta espcie aumentou nitidamente, e exames
em ursos encontrados mortos na floresta durante a estao de caa ao veado
mostrou que boa parte deles tinha recentemente se alimentado de veados.
No argumento do caador, a parte em negrito desempenha qual dos seguintes
papis?
a) a principal concluso do argumento
b) uma evidncia que o argumento tenta explicar
c) uma explicao que o argumento conclui ser correta
d) Fornece evidncia que suporta a principal concluso do argumento.
e) Introduz a opinio qual o argumento se ope.
RESOLUO:
Observe que o caador dedica o seu argumento a demonstrar que a
afirmao em negrito (culpa dos caadores pela reduo da populao de veados)
falha. Para isso ele levanta premissas que apontam a culpa para outra causa (os
ursos). Veja a estrutura do argumento:
Premissa 1: Nos dez ltimos anos, a populao protegida de ursos aumentou
nitidamente
Premissa 2: Exames em ursos encontrados mortos na floresta durante a estao de
caa ao veado mostrou que boa parte deles tinha recentemente se alimentado de
veados.
Concluso: Claramente os ursos tm um papel importante no declnio da populao
de veados.
Assim, nos resta marcar a alternativa E.
Resposta: E
14. GMAT)Uma grande empresa de jornalismo sentiu uma queda na audincia na
semana seguinte apresentao de uma matria controversa sobre economia. A
empresa tambm recebeu um grande nmero de reclamaes sobre a reportagem.
A empresa, entretanto, sustenta que reaes negativas reportagem no tm
relao com a queda da audincia.
Qual das seguintes afirmaes, se verdadeira, mais contribui para sustentar aposio da organizao?
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a) Outras grandes empresas de jornalismo sentiram reduo similar na audincia
durante a mesma semana.
b) Os telespectadores que registraram reclamaes faziam parte da audincia
regular dos programas da organizao.
c) As principais empresas de jornalismo atribuem publicamente a queda na
audincia s suas prprias reportagens apenas quando recebem reclamaes sobre
estas matrias.
d) Esta no foi a primeira vez que esta empresa levou ao ar uma reportagem
polmica sobre economia que motivou reclamaes de telespectadores.
e) A maioria dos telespectadores de redes de jornalismo tem, nas notcias
difundidas por estas empresas, a principal fonte de informao sobre economia.
RESOLUO:
Precisamos encontrar uma alternativa que reforce a seguinte afirmao:
reaes negativas reportagem no tm relao com a queda da audincia.
Portanto, preciso que a queda de audincia possa ter outra explicao. Vejamos
as alternativas:
a) Outras grandes empresas de jornalismo sentiram reduo similar na audincia
durante a mesma semana.
CORRETO. O fato de que outras empresas tambm experimentaram
reduo na audincia no mesmo perodo levanta dvidas quanto real causa da
queda de audincia. Talvez algum fator externo (ex.: a semana coincidiu com um
grande feriado nacional, quando as pessoas viajam e assistem menos televiso)
possa explicar a queda na audincia das empresas. Isso sustenta a posio da
empresa, no sentido de que as reaes negativas reportagem no tm relao
com a queda da audincia.
b) Os telespectadores que registraram reclamaes faziam parte da audincia
regular dos programas da organizao.
O fato de os reclamantes serem espectadores usuais da rede no relevante
para explicar a queda da audincia.
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c) As principais empresas de jornalismo atribuem publicamente a queda na
audincia s suas prprias reportagens apenas quando recebem reclamaes sobre
estas matrias.
Ao contrrio do que diz essa afirmao, a empresa recebeu reclamaes e,
ainda assim, no atribuiu publicamente a queda na audincia reportagem.
d) Esta no foi a primeira vez que esta empresa levou ao ar uma reportagem
polmica sobre economia que motivou reclamaes de telespectadores.
O fato de no ser a primeira reportagem polmica tambm no relevante
para explicar a queda na audincia. Ainda mais quando comparamos esta
alternativa com a letra A, que prov uma justificativa muito mais slida.
e) A maioria dos telespectadores de redes de jornalismo tem, nas notcias
difundidas por estas empresas, a principal fonte de informao sobre economia.
Mais uma informao irrelevante para explicar a queda na audincia.
Resposta: A
15. GMAT) Mdico: O hormnio melatonina tem gerado expectativas como um
possvel remdio para distrbios do sono, quando tomado em forma sinttica.
Entretanto, como os efeitos colaterais de longo prazo da melatonina ainda so
desconhecidos, eu no posso recomendar o seu uso neste momento.
Paciente: Sua posio inconsistente com a sua prtica usual. Voc receita vrios
medicamentos que sabe terem srios efeitos colaterais. Logo, preocupaes sobre
efeitos colaterais no devem ser a verdadeira razo pela qual voc no vai
prescrever a melatonina.
O argumento do paciente falho porque ele deixa de considerar que:
a) os efeitos colaterais da melatonina sinttica podem ser diferentes daqueles da
melatonina produzida naturalmente.
b) possvel que o mdico no acredite que a melatonina tenha provado
conclusivamente ser efetiva
c) distrbios do sono, se no tratados, podem levar a srias complicaes mdicas
d) os efeitos colaterais de um remdio podem levar algum tempo para se
manifestarem
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e) riscos conhecidos podem ser ponderados em relao aos benefcios conhecidos,
mas riscos desconhecidos no.
RESOLUO:
Pelo dilogo acima podemos depreender que o mdico no pretende receitar
o hormnio porque desconhece os seus efeitos colaterais. J o paciente alega que o
mdico receita vrios medicamentos que sabe terem efeitos colaterais graves, o que
tornaria a prtica do mdico inconsistente. Repare que a preocupao do mdico se
deve ao fato de ele desconhecer os efeitos colaterais daquele novo remdio, e no
do fato de os efeitos conhecidos serem mais ou menos graves. Esta a falha
cometida pelo paciente.
Veja que a alternativa E reproduz essa falha cometida pelo paciente:
e) riscos conhecidos podem ser ponderados em relao aos benefcios conhecidos,
mas riscos desconhecidos no.
Como o mdico desconhece os efeitos de longo prazo do hormnio
melatonina, ele no tem condies de compar-los aos benefcios que este
medicamento traria ao paciente. J em remdios onde o efeito de longo prazo
conhecido, o mdico pode fazer esta comparao entre os efeitos danosos e os
benefcios conhecidos do medicamento, decidindo por receitar ou no ao paciente.
Resposta: E
16. GMAT) Pssaros machos da espcie bowerbird constroem ninhos com
decorao elaborada, os bowers. Sabendo que populaes de bowerbirds de
diferentes locais constroem bowersque exibem diferentes estilos de construo e
decorao, pesquisadores concluram que os estilos de construo destes pssaros
so adquiridos culturalmente, e no transmitidos geneticamente.
Qual das seguintes alternativas, se verdadeira, mais fortalece a concluso dos
pesquisadores?
a) Existem mais caractersticas comuns do que diferenas entre os estilos de
construo de ninhos da populao local de bowerbirds que foi estudada mais
exaustivamente.
b) Jovens machos da espcie so incapazes de construir ninhos e aparentemente
passam vrios anos assistindo os mais velhos antes de se tornarem experientes noestilo de construo local.
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c) Os ninhos de uma populao de bowerbirdsno tm as torres e a ornamentao
caractersticas dos ninhos da maioria dos outros bowerbirds.
d) Bowerbirdsso encontrados apenas na Nova Guin e Austrlia, onde populaes
locais de pssaros raramente tm contato umas com as outras.
e) bem conhecido que os dialetos musicais de alguns pssaros so aprendidos,
ao invs de transmitidos geneticamente.
RESOLUO:
Precisamos de uma afirmao que reforce a ideia de que os bowerbirds
aprendem a construir seus ninhos com o seu grupo, ou seja, esta no uma
habilidade transmitida geneticamente.
a) Existem mais caractersticas comuns do que diferenas entre os estilos de
construo de ninhos da populao local de bowerbirds que foi estudada mais
exaustivamente.
Isto mostra apenas que, em uma mesma populao destes pssaros, o estilo
de construo