OS HÁBITOS ALIMENTARES E OS ALIMENTOS FUNCIONAIS
Maria Stela Fonseca Custódio1
Liane Maria Vargas Barboza2
RESUMO Estudos apontam que a maioria dos adolescentes tem uma alimentação inadequada e muitos preferem os alimentos prontos ou semiprontos de fácil consumo. A maioria dos estudantes não tem conhecimento sobre os benefícios de uma alimentação balanceada e dos alimentos funcionais. O objetivo do trabalho foi identificar os hábitos alimentares dos estudantes e os conhecimentos sobre os alimentos funcionais. O projeto intervenção pedagógica foi realizado no Colégio Estadual Pinheiro do Paraná - Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional, localizado no município de Curitiba no Paraná no período de fevereiro a junho de 2013. Para o desenvolvimento da pesquisa foi elaborado um instrumento de coleta de dados com 10 questões abertas, o qual foi aplicado com 50 estudantes das 2ª séries do Ensino Médio no período diurno com faixa etária entre 14 e 16 anos. De acordo com os dados levantados constatou-se que a maioria dos estudantes não tem uma alimentação saudável e não tem conhecimento sobre os alimentos funcionais. Palavras-chave: Hábitos Alimentares. Alimentos Funcionais. Cérebro. 1 Professora de Biologia da rede Estadual de Ensino de Curitiba e Professora do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) - Paraná. E-mail: [email protected]. 2 Professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná.
1 INTRODUÇÃO
O conteúdo estruturante Mecanismos Biológicos das Diretrizes Curriculares
da Educação Básica de Biologia trata a nutrição, como importante fator pelo qual os
alimentos de modo geral, fornecem ao organismo substâncias necessárias para o
bom funcionamento do organismo, proporcionando energia para as reações
químicas, produzindo o crescimento do organismo evitando doenças.
Estudos apontam que a maioria dos adolescentes tem uma alimentação
inadequada e muitos preferem os alimentos prontos ou semi-prontos de fácil
consumo. A mídia exerce uma influência sobre os hábitos alimentares dos
adolescentes, pois nela são veiculadas propagandas que estimulam o consumo de
biscoitos e bolachas, refrigerantes, batatas e salgadinhos, lanches rápidos, molhos
entre outros, raramente vemos anúncios de frutas verduras ou legumes. Diante
desses estímulos os adolescentes podem apresentar uma alimentação pouco
saudável.
Pesquisas têm revelado que uma pessoa mal alimentada/mal nutrida ou com
alimentação pouco variada, fica fraca, irritada, com pouca disposição para o
trabalho, atividades escolares, enfim de realizar qualquer atividade que dependa de
esforço muscular e cerebral.
Alimentos
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Alimento é
toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou
qualquer outra forma adequada, destinada a fornecer ao organismo humano os
elementos normais, essenciais à sua formação, manutenção e desenvolvimento
(ANVISA, 1999).
Para o Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no
uso de suas atribuições legais, considerando a necessidade de constante
aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando à
proteção à saúde da população e a necessidade de estabelecer as diretrizes básicas
para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em
rotulagem de alimentos, e considerando: que diversas forças motivadoras em todo o
mundo têm fortalecido o interesse no uso da alimentação como determinante
importante da saúde; que o consenso da relação estreita entre alimentação-saúde-
doença, novos conceitos sobre as necessidades de nutrientes em estados
fisiológicos especiais, efeitos benéficos de outros compostos não nutrientes, fatores
ligados à urbanização, aumento da expectativa de vida, são fatores que vêm
estimulando a produção de novos alimentos; que há muitos aspectos positivos
demonstrados por pesquisas científicas motivando o uso correto da alimentação e a
produção de alimentos específicos na manutenção da saúde.
Art. 1º Aprovar o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas
para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em
rotulagem de alimentos, constante do anexo desta portaria.
Art. 2º O descumprimento aos termos desta Portaria constitui infração
sanitária sujeita aos dispositivos da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, e demais
disposições aplicáveis. Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação, revogando-se as disposições em contrário (ANVISA, 1999).
História dos alimentos
Hipócrates aproximadamente 2.500 anos atrás, já dizia "Deixa o alimento ser
o teu remédio e o remédio ser o teu alimento" Nos dias atuais tem havido uma
explosão do interesse acerca do papel dos alimentos ou componentes alimentares
ou ainda alimentos funcionais, que podem melhorar a saúde e o nível de
aprendizagem das nossas crianças.
Desta forma, entende-se que ao ingerir um alimento incorpora-se mais do
que nutrientes como: lipídios, proteínas ou carboidratos incorporaram-se também
ideias, estilos de vida, e sentimentos, que fazem com que nossa memória através do
olfato e do paladar nos transporte para lugares ou tempo de vida diferentes dos
quais estamos vivendo, trazendo lembranças marcantes de significado ímpar.
Nas últimas décadas cientistas e pesquisadores, têm voltado um olhar para
mudanças de hábitos alimentares, que tem uma função primordial de manutenção
da vida e prevenção de doenças. O consumo de alimentos inadequados e aliado ao
sedentarismo tem contribuído para desenvolver várias doenças na fase da
adolescência e podem permanecer na vida adulta. A sensibilização dos adolescentes
para o desenvolvimento de hábitos alimentares mais saudáveis faz-se necessário,
pois é na família que ocorre a formação e a consolidação dos hábitos alimentares.
Essa família que antes preservava a cultura alimentar transmitida de geração em
geração, de baixo custo, de grande quantidade de teor energético e que na maioria
das vezes as refeições eram feitas pelas próprias mães, colhendo o que plantavam
na horta de casa, hoje praticamente não existe mais.
Com as mudanças da vida moderna e a perda da habilidade de cozinhar das
novas gerações, grande parte de nossos adolescentes perderam a tradição
alimentar saudável, substituindo alimentos in natura por alimentos processados,
causando empobrecimento da dieta. Os adolescentes de hoje estão cada vez mais,
optando por porções rápidas, os semi-prontos por produtos industrializados como
macarrão instantâneo, achocolatados, produtos ricos em gorduras, açúcares, doces
e bebidas açucaradas, biscoitos recheados, diminuindo cada vez mais a ingestão de
cereais e/ou produtos integrais, frutas e verduras (JONES, 2004).
O ato de alimentar é uma das atividades mais importantes do ser humano, seja por razões biológicas ou pelas razões socioculturais que envolvem o comer, por isso, a escolha do sistema para preparo dos alimentos é fundamental para sua saúde (BARROS et al., 2011).
Há aproximadamente cinquenta anos, com a chegada da industrialização
dos alimentos, surgiu uma grande modificação alimentar; gorduras processadas e
alimentos exageradamente açucarados. Essa nova dieta vem determinando
mudanças significativas, as quais o código genético humano definitivamente ainda
não conseguiu se adaptar (POVOA; AYER; CALLEGARO, 2005).
Como cita Póvoa; Ayer e Callegaro (2005) o consumo de alimentos
industrializados prejudica a saúde, quando eles se tornam uma rotina de vida.
Entretanto, a necessidade nutricional para a fabricação dos neurotransmissores,
neurotrofinas e demais proteínas que atuam no cérebro não diminuem nunca. Cada
célula é dependente de cerca de quarenta nutrientes para se manter saudável, e
quando a demanda não é satisfeita, a célula entra em sofrimento. No cérebro, isso é
o início dos processos neurodegenerativos e do envelhecimento precoce.
De acordo com Póvoa, Callegaro e Ayer (2005) alguns nutrientes,
denominados Smartnutrients, vem apresentando uma ação positiva sobre o
funcionamento adequado do cérebro, melhorando, em especial, a nutrição do córtex
frontal, a região do cérebro mais sensível aos nutrientes e mais vulnerável à ação
dos agentes poluentes, de qualquer ordem. Alguns dos smart nutrientes são
vitaminas, minerais, gorduras e aminoácidos importantes que atuam na proteção dos
antioxidantes combatendo radicais livres, que causam a degeneração do cérebro.
Alimentos funcionais
“Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos,
lançada pelo Japão na década de 80, através de um programa de governo que
objetivava desenvolver alimentos saudáveis para uma população que envelhecia e
apresentava grande expectativa de vida” (ANJO, 2004).
Os vários fatores que têm contribuído para o desenvolvimento dos alimentos
funcionais são inúmeros, sendo um deles o aumento da consciência dos
consumidores, que desejando melhorar a qualidade de suas vidas, optam por
hábitos de vida saudáveis.
Os alimentos funcionais apresentam propriedades benéficas além das
nutricionais básicas, sendo apresentados na forma de alimentos comuns. São
consumidos em dietas convencionais, mas demonstram capacidade de regular
funções corporais que podem auxiliar na proteção contra doenças como:
hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose e coronariopatias (SOUZA et al., 2003).
Alimentos funcionais são todos os alimentos ou bebidas que, consumidos na
alimentação cotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à
presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO; CAMPOS, 2005).
A baixa ocorrência de doenças em alguns povos chamou a atenção para a
sua dieta. Os esquimós, com sua alimentação baseada em peixes e produtos do mar
ricos em ômega 3 e 6, têm baixo índice de problemas cardíacos, assim como os
franceses consumidores de vinho tinto. Os orientais, devido ao consumo de soja,
que contém fito estrogênio, têm pouco câncer de mama. Nestes países, o costume
de consumir frutas e verduras também resulta em uma redução do risco de doenças
coronarianas e de câncer, comprovada por dados epidemiológicos (ANJO, 2004).
Com base no exposto acima, a indústria alimentícia investe na pesquisa,
desenvolvimento e marketing de novos produtos.
Os Alimentos Funcionais podem se apresentar em três formas:
Natural: quando está pronto para o consumo, como nas frutas cítricas, ricas em
vitamina C;
Industrializados: quando são produzidos pela indústria, as cápsulas de Ômega 3;
Adicionados: quando a substância funcional é incluída na formulação de um produto,
como os leites fermentados com Lactobacillus (ANJO, 2004).
Alimentos funcionais para o cérebro
A principal fonte de energia do cérebro é a glicose, considerada um
elemento essencial usado como a principal fonte combustível para o cérebro.
A glicose pode ser obtida através dos alimentos ricos em carboidratos,
existem várias fontes de carboidratos disponíveis depende do que cada pessoa
prefere seguir. “Se a pessoa precisa usar a memória de curto prazo em seguida, a
sugestão é um café da manhã com carboidratos de baixo índice glicêmico, como
mingau de aveia, granola ou cereais de modo geral” (POVOA; AYER; CALLEGARO,
2005).
Se a previsão for de uma manhã estressante, é aconselhável evitar até duas
horas antes alimentos com alto índice glicêmico, como pão branco, bebidas
açucaradas e flocos de milho, eles podem aumentar a produção do cortisol (o
hormônio do estresse), que, em altos níveis, pode prejudicar a memória.
Alimentos como o café, chá ou chocolate estimulam o sistema nervoso
central e podem melhorar a concentração, desde que ingeridos sem exagero. "Por
serem estimulantes do sistema nervoso, despertam a atenção", afirma o neurologista
e pesquisador (POVOA; AYER; CALLEGARO, 2005).
O especialista ainda afirma que cereais enriquecidos com nozes e castanhas
são potentes antioxidantes e são coadjuvantes da memória em longo prazo.
De acordo com Póvoa (2005, p. 102 - 107), existe uma lista de nutrientes
importantes para a saúde do cérebro entre eles podemos citar: a vitamina E
encontrada nos grãos integrais, nozes, peixes e vegetais de folhas verdes, tem o
papel de proteger os neurônios impedindo lesões e combatendo o envelhecimento.
A vitamina C, atua como um poderoso antioxidante, protegendo os neurônios
na formação de neurotransmissores que impedem a depressão e a ansiedade e
pode ser encontrada no limão, acerola, kiwi, caju, goiaba, couve-flor, pimentão entre
outras.
Outro importante nutriente é o selênio, mineral com papel protetor da parede
vascular, protegendo o cérebro de acidente vascular cerebral (AVC) encontrado nas
castanhas, nozes, linhaça e peixes (POVOA; AYER; CALLEGARO, 2005).
O ômega-3 é uma gordura encontrada principalmente nos peixes como
sardinha, atum, salmão e também na linhaça, nozes e castanhas, é capaz de
melhorar as funções cerebrais e auxiliar no controle do stress. Essa gordura previne
doenças degenerativas e regulariza neurotransmissores do bem-estar, atuando
como um potente antioxidante e protegendo o sistema nervoso central dos radicais
livres (POVOA; AYER; CALLEGARO, 2005).
Hábitos alimentares
Observa-se nas pesquisas, que o tema hábitos alimentares tem assumido
uma preocupação constante pelas diversas áreas como a medicina, nutrição e
educação.
Comer não é só satisfazer as necessidades nutricionais, a comida dever ser
vista como forma de comunicação de valores, sentimentos, identidade e importante
forma de conservar nossas culturas e raízes.
Sabemos que o Brasil é o País da diversidade, de norte a sul do país
evidenciamos os mais variados pratos típicos que servem como marcadores de
identidades regionais. Assim, alguns pratos com o acarajé e o vatapá dos baianos, o
arroz com pequi goiano, o tutu e o pão de queijo dos mineiros, o barreado do
paranaense e o churrasco gaúcho entre outros é a representação da variedade de
alimentos que podemos experimentar.
Mesmo com essa variedade nossos adolescentes por influência midiática
principalmente da propaganda da televisão, que estimula o consumo de alimentos
industrializados de rápido preparo, que apresentam grandes quantidades de gordura
saturada, açúcar e o sal. Pouco se observa propagandas estimulando o consumo de
verduras, frutas, e cereais integrais.
O objetivo do trabalho foi conhecer os hábitos alimentares dos estudantes e
o conhecimento sobre os alimentos funcionais para preservação da saúde e o bom
funcionamento do cérebro.
METODOLOGIA
O projeto intervenção pedagógica foi realizado no Colégio Estadual Pinheiro
do Paraná - Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional, localizado no
município de Curitiba no Paraná no período de fevereiro a junho de 2013. O projeto
constou de 8 etapas sendo: elaboração da unidade didática, levantamento dos
hábitos alimentares e alimentos funcionais, desenvolvimento de aulas expositivas
dialogadas abordando os alimentos funcionais, pesquisa no laboratório de
informática sobre os benefícios dos alimentos funcionais para a saúde do cérebro,
leitura dirigidas sobre o ssunto e apresentação em forma de seminário, feira
gastronômica com exposição de alimentos funcionais, informações sobre os
benefícios desses alimentos para a saúde do cérebro, palestra com profissional da
área de nutrição e produção de resenhas críticas.
Neste artigo será abordada a segunda etapa. A pesquisa desenvolvida teve
como base a metodologia da pesquisa-ação. A partir da observação dos hábitos
alimentares dos estudantes diariamente no espaço escolar, buscou-se identificar
com esta pesquisa os principais hábitos alimentares e conhecimento sobre os
alimentos funcionais, visando promover a alimentação saudável para o cérebro.
Para o desenvolvimento da pesquisa foi elaborado um instrumento de coleta
de dados com 10 questões abertas (Anexo), o qual foi aplicado com 50 estudantes
das 2ª séries do Ensino Médio do período diurno com faixa etária entre 14 e 16
anos.
Após o levantamento dos dados foram desenvolvidas atividades didático
pedagógicas, visando trabalhar a alimentação saudável e os alimentos funcionais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria dos estudantes não respondeu o que são alimentos saudáveis.
Nesta questão os mesmos citaram exemplos de alimentos saudáveis. Dos
respondentes 27% citaram as saladas como sendo os alimentos considerados
saudáveis, 26% responderam que as frutas são consideradas alimentos saudáveis,
16% legumes, 9% disseram carne, 6% disseram arroz e feijão, 1% disseram que a
soja, os alimentos integrais, batata, peixe e sucos naturais são alimentos saudáveis
e 2% responderam água.
Outros ainda citaram que são os alimentos que combinem sem exagero, e
alimentos com pouca gordura e com cardápio balanceado.
Na questão número dois no que se refere aos alimentos funcionais, 84%
responderam que não sabem o que é alimento funcional e 16% disseram que
sabem.
Quanto à questão que aborda os conhecimentos sobre os alimentos
funcionais 77% dos entrevistados informaram que não conhecem os alimentos
funcionais, 11% disseram que são verduras, 2% citaram a água, o amaranto, a
quinoa, granola e 10% afirmaram que são as frutas.
Na questão relacionada aos alimentos que melhoram as funções cerebrais
14% dos estudantes citaram o peixe, 6% as verduras, 5% as frutas, legumes e as
nozes, 3% disseram citaram o feijão e o chocolate, 2% citaram o arroz, levedo,
pimenta, castanha, amêndoa, ameixa, chá, carne, linhaça, grão de bico e alimento
funcional e 2% não entenderam a pergunta.
Na questão que relata o hábito de tomar café pela manhã, apenas três
pessoas que representam 3% dos entrevistados afirmaram que não comem nada
pela manhã, e duas pessoas representando 2% não opinaram.
Houve uma grande variedade de alimentos citados e que são consumidos
durante o café da manhã desses adolescentes, o pão com 23% apresentou maior
índice entre os outros alimentos consumidos pelos adolescentes, o café em segundo
lugar com 11%. Outros alimentos também foram informados como bolachas 11%,
bolo 6%, achocolatado 4%, leite 4% e o pão com margarina 3%.
Suco e frutas apresentaram o mesmo índice de consumo de 4% entre os
respondentes. O café com leite, pão com mortadela, pão integral, queijo
apresentaram o mesmo índice de resposta 2% e vitamina, sanduiche, barra de
cereal, sucrilhos, salames, requeijão, maionese, presunto, ovo, pão com patê o
índice de 1%. Dos respondentes 2% informaram que não consomem nenhum
alimento durante o café da manhã. Nesta questão 4% informaram que não tomam o
café da manhã, 4% não consomem nenhum tipo de alimento nesta refeição, 4% não
responderam a questão e 4% informaram que raramente consomem algum tipo de
alimento, porém não informou os alimentos.
Em relação ao almoço identificou-se que 62% almoçam regularmente, 32%
não almoçam todos os dias e 6% declaram que algumas vezes na semana
almoçam.
Com relação ao jantar 48% informaram que fazem esta refeição, 26% fazem
somente um lanche, 16% relataram que algumas vezes jantam ou fazem um lanche
e 10% informaram que não jantam e nem fazem lanche.
Os adolescentes passam, gradativamente, maior tempo fora de casa, na
escola e com os amigos que, também, influenciam na escolha dos alimentos e
estabelecem o que é socialmente aceito.
Estudos realizados por Gambardella, Frutuoso e Franch (1999) para
identificar a pratica alimentar de adolescentes verificaram que 76% dos adolescentes
almoçavam e 53% jantavam.
Quando questionados sobre o consumo de líquidos durante as refeições
47% declaram que consomem sucos, 36% declararam que consomem refrigerantes,
10% consomem água e 1% declarou que consome chá, 2% café e 4% não consoem
nenhum tipo de líquido.
Pesquisa realizada por Silva e Almeida (2009) para verificar os hábitos
alimentares de estudantes da escola pública e particular identificaram que dos
alunos da escola pública (82,14%) e da escola particular (78,57%) tem o hábito de
ingerir líquidos durante as refeições. Estes dados estão de acordo com os
diagnosticados nesta pesquisa, na qual a maioria dos estudantes declarou que
consomem algum tipo de líquido durante as refeições. O consumo de líquidos
durante as grandes refeições prejudica a digestão enzimática pela diluição excessiva
do trato gastrointestinal e promove a distensão estomacal que ao longo do tempo
propiciará um maior recipiente para o bolo alimentar.
Já quanto ao consumo de refrigerantes à pesquisa de Silva e Almeida (2009)
identificou que a grande maioria dos estudantes da escola pública (71,42%) tinham o
hábito de consumir refrigerantes, esta porcentagem está acima da encontrada no
estudo realizado, onde a maioria dos estudantes pesquisados revelou que
consomem sucos.
Quanto à questão que abordava os alimentos funcionais na mídia televisiva
80% informaram que não assistiram nenhum programa, 20% declaram que
assistiram a um programa.
Com relação à leitura de reportagem que abordasse os alimentos funcionais
66% informou que não havia lido nada em relação a esta temática, 34% informaram
que leram.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa constatou-se que a maioria dos estudantes não tem
conhecimento sobre os alimentos funcionais e seus benefícios para a saúde.
A escola precisa desenvolver atividade que possam diagnosticar os hábitos
alimentares dos estudantes para poder orientá-los e sensibilizá-los sobre a
importância de desenvolver hábitos alimentares saudáveis, pois sabe-se que a
maioria dos estudantes não tem o acompanhamento dos pais nas principais
refeições muito menos as informações sobre os alimentos saudáveis.
Os professores precisam desenvolver atividades interdisciplinares para
promover a alimentação saudável, incluindo os alimentos funcionais para que
possam alimentar-se corretamente a fim de prevenir e ou evitar doenças.
Palestras sobre alimentação saudável e alimentos funcionais precisam ser
desenvolvidas com os pais, pois a família é um referencial na transmissão da cultura
alimentar.
REFERÊNCIAS ANJO, D. L. C. Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. Jornal Vascular Brasileiro, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 145-154, 2004. ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução nº 19, de 30 de abril de 1999. Estabelece o Regulamento de procedimentos para registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e ou de saúde em sua rotulagem. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/19_99.htm>. Acesso em: 20/08/2012. BARROS, R.M. et al. Análise e elaboração dos fatores de correção e cocção de alimentos. Anuário da produção de iniciação científica discente do Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional (IPADE). v. 13, n. 16, maio de 2011. CANDIDO, L. M. B.; CAMPOS, A. M. Alimentos funcionais. Uma revisão. Boletim da SBCTA, Campinas, v. 29, n. 2, p. 193-203, 2005.
GAMBARDELLA, A. M. D.; FRUTUOSO, M. F. P.; FRANCH, C. Prática alimentar de adolescentes. Revista de Nutrição, Campinas, v.12, n. 1, p. 5-19, jan./abr., 1999.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n1/v12n1a05.pdf>. Acesso em: 07/11/2013. MACHADO, F. M. S.; SANTIAGO, V. R. Os benefícios do consumo de alimentos funcionais. In: TORRES, E. A. F. S.; MACHADO, F. M. S. São Paulo: Ponto Crítico,
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Anexo
Questionário
1- O que é alimento saudável para você?
2- Você sabe o que é alimento funcional?
3- Quais os alimentos funcionais você conhece?
4- Que o tipo de alimento você acha que pode melhorar o funcionamento do
cérebro?
5- Quais os alimentos você ingere no café da manhã?
6- Você almoça todos os dias?
7- No período da noite você janta ou faz lanche?
8- Você ingere algum tipo de líquido durante as refeições? Qual?
9- Você já assistiu a um programa na televisão que abordou os alimentos
funcionais?
10- Você já leu alguma reportagem que falava dos alimentos funcionais?
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