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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES CURSO DE TURISMO BACHARELADO Nivaldo Lourenço de Carvalho Neto Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo Agreste/Trairi. CURRAIS NOVOS-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES

CURSO DE TURISMO BACHARELADO

Nivaldo Lourenço de Carvalho Neto

Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo

Agreste/Trairi.

CURRAIS NOVOS-RN 2016

1

Nivaldo Lourenço de Carvalho Neto

Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo

Agreste/Trairi.

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus Currais Novos, como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em turismo. Orientador: Prof. Me. Rodrigo Cardoso

CURRAIS NOVOS-RN

2016

2

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES

Currais Novos

Carvalho Neto, Nivaldo Lourenço de.

Turismo de aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: um

estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo Agreste/Trairi / Nivaldo

Lourenço de Carvalho Neto. - Currais Novos, 2016.

65f.: il. color.

Orientador: Prof. Me. Rodrigo Cardoso.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó.

Departamento de Ciências Sociais e Humanas.

Curso de Turismo-Bacharelado.

1. Turismo de Aventura. 2. Polo Agreste/Trairi. 3. Empreendimentos de

Aventura. I. Cardoso, Rodrigo. II. Título.

RN/UF/BSCN CDU 338.48

3

Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo

sobre o desenvolvimento da atividade no Polo Agreste/Trairi. O trabalho apresentado foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de bacharel em turismo, no curso de graduação em turismo bacharelado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

Currais Novos-RN, ___/___/____.

_____________________________

Profa. Dra. Carolina Todesco

Coordenador (a) do Curso de Turismo

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________ Prof. Me. Rodrigo Cardoso

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Orientador

___________________________________________________

Profa. Dra. Carolina Todesco Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Examinador

___________________________________________________ Prof.Me. Aylana Laissa Medeiros Borges.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Examinador

4

TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo

total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, à Coordenação do Curso, a Banca

Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte

ideológico empregado ao mesmo.

Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a

propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena –

detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º,

consignam, respectivamente:

§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte,

sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão,

de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda,

aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com

intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos

com violação de direito autoral.

Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente

que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja

comprovado plágio integral ou parcial do trabalho,

Currais Novos-RN, ___ de ____________ de ____.

________________________________

Nome e assinatura do graduando (a)

5

Dedico este trabalho ao meu filho amado,

Nicollas Gabriel, com o intuito de cativar a

escolha do seu futuro e não desistir jamais

dos seus sonhos.

6

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade e confiança depositada em mim. Agradeço por

ter me dado sabedoria e paciência para concluir mais essa etapa em minha vida e

especialmente por se fazer presente em todos os momentos que tracei até chegar

aqui.

A toda minha família, meus irmãos, minha avó, meu pai, meu filho, por ter

me dado todo o apoio necessário para a conclusão do meu curso, e em especial a

minha mãe, Ana Lúcia, que nunca mediu esforços para me ajudar e eu tenho

certeza que sem o apoio da senhora eu nada seria.

Meu filho, Nicollas Gabriel, cada luta e cada vitória minha é dedicada

especialmente a ti, quero poder te proporcionar uma vida repleta de realizações e

em cada momento estarei ao seu lado, como pai, amigo e herói.

Foram tantos incentivos, e com certeza não poderia esquecer os meus

grandes amigos construídos durante a graduação, em especial, Aline Mayara, Elvys

Samuel, José Carlos e Matheus Matuzalém.

Agradeço a Cecilia Meirelles, por cada palavra de incentivo me dando

apoio e por sempre acreditar e confiar em mim, não me deixando desmotivar.

Obrigado por estar sempre presente em minha vida.

Aos meus amigos de infância, Helder Lúcio e David Gabriel, também não

poderia esquecer dos irmãos que a vida me deu, Damon Santos, Ítalo Caio, Lucas

Baracho e Nilson Lima. Sou grato pela amizade e pelo apoio de cada um de vocês,

sem dúvida alguma, minha história foi mais divertida ao lado de vocês.

Aos docentes da UFRN, deixo também meus agradecimentos, vocês

foram os grandes responsáveis por todo conhecimento adquirido até hoje os quais

servirão para minha vida pessoal e profissional. Ao meu professor orientador,

Rodrigo Cardoso, meu muito obrigado pela paciência e por toda contribuição dada

ao meu trabalho.

Neste momento agradeço a todos que contribuiram com essa caminhada

de alguma forma, um caminha trilhado e uma vida inteira de oportunidades para

viver.

7

RESUMO

O presente estudo aborda de que forma o segmento Turismo de Aventura está sendo desenvolvido no Polo Turístico Agreste Trairi, bem como os empreendimentos de aventura estão inseridos no Segmento de aventura. O recorte espacial da pesquisa compreende os municípios de Santa Cruz, Sítio Novo e Passa e Fica que são os municípios do referido Polo que vem trabalhando o segmento de Turismo Aventura. Desta maneira, a pesquisa tem como objetivo analisar como o segmento de Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa foram executados a partir de pesquisas bibliográficas. A abordagem ao campo de estudo foi com caráter qualitativo, assim, foram utilizadas roteiros de entrevistas diretas semiestruturadas, com empreendimentos do segmento de aventura e com secretarias de turismo do Polo. O objetivo geral da pesquisa é Analisar como o segmento Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Dessa maneira, ao final da pesquisa foi possível identificar algumas empresas que trabalham no segmento de aventura no Polo. Além disso, foi percebido que mesmo com algumas dificuldades, como a falta de incentivo por parte do poder público como acontece em alguns municípios da região, as empresas conseguem desenvolver as atividades do segmento de Turismo de Aventura e expandir seu negocio na região.

Palavras-Chave: Turismo de Aventura. Polo Agreste/Trairi. Empreendimentos de Aventura.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 . Rapel em perímetro urbano, na matriz de Santa Rita de

Cássia, Santa Cruz/RN

23

Figura 2 . Equipamentos de segurança 28

Figura 3. Equipamentos de segurança 28

Figura 4. Mapa dos Polos turísticos/RN 31

Figura 5. Rapel na Serra da Telha 42

Figura 6. Pêndulo na Pedra da Boca, Casca Grossa Aventuras 43

Figura 7. Trilha, Parque da Borborema 44

Figura 8. Arvorismo, Parque da Borborema 44

Figura 9. Rapel nos Cânions de Campo Redondo 45

Figura 10. Equipamentos de segurança da Pequeno Felino Adventure 47

Figura 11. Stand de Santa Cruz na feira de evento, Ruraltur 52

Figura 12. Ação de limpeza nos espaços de aventura em Sitio Novo 53

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Empresas e secretarias de turismo entrevistadas 16

Tabela 2 - Empresas identificadas e municípios sede 36

Tabela 3- Perfil dos proprietários 37

Tabela 4 - Perfil dos turistas 39

Tabela 5 - Municípios de atuação das empresas 40

Tabela 6- Equipamentos de segurança utilizados nas empresas 46

Tabela 7- Perfil dos secretários de turismo 50

10

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABETA- Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura.

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas.

CE- Conformidade Europeia.

INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.

MTUR- Ministério do Turismo.

PFA- Pequeno Felino Adventure.

PRT- Plano de Regionalização do Turismo.

SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SETUR/RN- Secretaria Estadual de Turismo.

UIAA- União Internacional das Associações de Alpinismo.

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12

1.1 Justificativa ............................................................................................................................ 15

1.2 Metodologia da Pesquisa ...................................................................................................... 16

2 TURISMO DE AVENTURA ........................................................................................................ 19

2.1 Turismo de Aventura no Brasil .............................................................................................. 22

2.2. Normas e Certificação do Turismo de Aventura ................................................................... 25

3 CARACTERIZAÇÃO DO POLO AGRESTE/TRAIRI ........................................................................ 30

3.1. Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi ........................................................................ 32

4 ANALISE E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 36

4.1. Empreendimentos Turísticos: Desafios e Possibilidades ...................................................... 36

4.2. Poder Público: Iniciativas e Omissões ................................................................................... 50

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 57

APÊNDICE A .................................................................................................................................. 60

APÊNDICE B ................................................................................................................................... 63

12

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o turismo vem sendo uma das principais atividades

econômicas, no qual nas ultimas décadas esse setor teve um aumento significativo.

“Influenciado pelo desenvolvimento tecnológico dos transportes, o maior tempo livre

e as melhores condições das pessoas, aliados às necessidades de evasão, e fuga

dos grandes centros” (ANSARAH, 1999).

Com o aumento da preocupação dos indivíduos com aspectos culturais,

ecológicos, ambientais, surgem vários segmentos turísticos, entre esses estão: o

turismo em áreas naturais o ecoturismo e o Turismo de Aventura, sendo o turismo

natural um segmento mais abrangente, de acordo com McKerher (2002 apud Viana,

Nascimento 2009, p. 80), “o turismo natural engloba ecoturismo, Turismo de

Aventura, turismo educacional e uma profusão de outros tipos de experiências

proporcionadas pelo turismo ao ar livre e alternativo”. Assim, este aumento da

preocupação com os aspectos citados estão vinculado a constantes discussões

ambientais.

Segundo Dias (2008, p.135), “as áreas naturais protegidas em todo

mundo vem recebendo um fluxo cada vez maior de turistas, e a tendência é o

aumento dessa procura”.

O turismo em áreas naturais desponta a partir do desejo do turista em

interagir com o meio ambiente, em que as áreas naturais propiciam a este indivíduo

uma vivência diferente do seu habitat, trazendo aos turistas novas experiências e

proporcionando momentos de lazer em que o indivíduo foge do estresse das

grandes metrópoles. De acordo com Ansarah (1999, p.17), esta “fuga” dos grandes

centros urbanos são atribuídas às formas de recuperação do equilíbrio físico e

espiritual dos moradores das grandes metrópoles. Como é lembrado por Goodwin

(1996 apud FENNELL 2002, p. 46) “O turismo natural, de baixo impacto, contribui

para a manutenção de espécies e habitats diretamente, por meio de uma

contribuição à conservação”.

Nesse contexto, como já foi abordado, surge o segmento Turismo de

Aventura, que está incluso dentro do segmento do turismo natural, assim as práticas

de aventura se destacam no segmento do turismo natural, visto que suas atividades

podem ser divididas em urbanas e em ambientes naturais.

13

A maioria dessas atividades são realizadas em áreas com contato natural,

mostrando assim, a importância do turismo nessas áreas para o segmento de

aventura. Como é destacado por Panosso e Ansarah (2009, p.168) “Tem-se o

conhecimento de que o Turismo de Aventura é praticado no Brasil por sua maioria

em áreas naturais. Mas como se pode observar, o mesmo não se limita a esse

ambiente”.

No Brasil o Turismo de Aventura começa a ser desenvolvido em meados

dos anos 90. No fim dos anos 90, os primeiros equipamentos para a realização de

atividades de natureza começaram a ser produzidos no Brasil (BRASIL, 2005).

Também nessa época, foram realizadas algumas feiras para que esse

setor fosse promovido e assim fosse conhecido no país. Segundo o Ministério do

Turismo (2010, p. 15) “Em 1999 foi organizada a primeira feira do setor, que

proporcionou a promoção e conhecimento sobre as atividades do segmento”. Essa

feira teve um importante papel, no qual foram criadas algumas associações,

desenvolvendo o setor.

Em 2001, a primeira definição para o segmento foi elaborada no Brasil, na

oficina para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável

realizado em Minas Gerais (BRASIL, 2005).

No ano de 2003 o Ministério do Turismo inicia um debate para a

regulamentação, certificação do segmento no país, visando uma padronização da

área em território nacional e uma maior segurança para seus adeptos.

O presente estudo abordará a relação entre o Turismo de Aventura,

ecoturismo e turismo natural no Polo Agreste/Trairi e como esses segmentos vem

sendo utilizados na formatação de produtos turísticos.

Neste contexto, com o desenvolvimento do Turismo de Aventura no

Brasil, o estado do Rio Grande do Norte localizado no nordeste brasileiro destaca-se

nesse segmento, tanto no interior como na capital do estado pela grande variedade

das atividades realizadas em suas regiões.

Surge no estado roteiros de aventura, que atravessa mangues, falésias,

salinas artesanais, dunas coloridas e vilas de pescadores com buggy ou carro com

tração 4x4 (SETUR/RN, 2016).

No interior do estado destacam-se cidades como, Portalegre, Carnaúba

dos Dantas, Sitio Novo, Passa e Fica e Patu, no qual as principais atividades de

aventura realizadas são as em ambientes naturais terrestres e aéreos, como, trilhas,

14

asa delta, parapente e rapel. Na região litorânea também são desenvolvidas

atividades desse segmento, como kitesurfe, mergulho, mostrando assim a grande

diversidade das atividades de Turismo de Aventura no estado.

Consequentemente, o Polo Agreste/Trairi aproveitando o grande potencial

para a realização das atividades de Turismo de Aventura com aspectos ligados a

natureza, como vegetação, clima, relevo e o significativo aumento do fluxo turístico

já destacado por Ansarah, desenvolve por meio de alguns empreendimentos

algumas atividades relacionadas ao segmento, como, rapel, trilhas, escalada e

arvorismo.

Assim, esta pesquisa foi realizada no Polo Agreste/Trairi localizado no

interior do Rio Grande do Norte, onde será destacado os municípios que tem

empreendimentos ou são realizadas atividades de Turismo de Aventura, além de

também mostrar como esse segmento desenvolve os empreendimentos implantados

na região Agrestre/Trairi.

Nessa perspectiva, com a grande expansão do setor, o Turismo de

Aventura surge na região, na qual, são desenvolvidas atividades que podem ser

executadas tanto em áreas naturais quanto em ambientes urbanos. Assim as

principais atividades realizadas no polo são: o rapel, trilhas, tirolêsa e arvorismo.

Essas atividades são realizadas em maioria por empreendimentos que já estão em

atuação no mercado há muitos anos.

Diante do potencial para desenvolver as atividades de Turismo de

Aventura nos municípios, surgiram alguns empreendimentos que atuam nesse nicho

de mercado, que ofertam diversas modalidades de atividades para o turista e

também agenciam viagens voltadas para o segmento nos municípios da região

Agreste/Trairi.

Tendo em vista o desenvolvimento do segmento no Polo e a abertura de

alguns empreendimentos que surgiram voltados para o setor de aventura, questiona-

se: Como o segmento Turismo de Aventura está sendo implementado nos

municípios de, Passa e Fica, Santa Cruz e Sitio Novo, localizados na Região do

Agreste/Trairi?

Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é Analisar como o segmento

Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo

desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. E como os objetivos

específicos se tem: identificar os empreendimentos turísticos que foram implantados

15

na região em função do segmento de Turismo de Aventura; Analisar os principais

problemas que esses empreendimentos enfrentam para desenvolver o setor nos

municípios e; Pesquisar de que forma o poder público incentiva o desenvolvimento

desse segmento nos municípios da região.

1.1 Justificativa

O Polo Agreste/Trairi é uma região privilegiada para o desenvolvimento

das atividades relacionadas à aventura, dado que, apresenta diversas formações

rochosas, cânions e uma vegetação especifica que favorece aos adeptos das

práticas desse segmento uma experiência única.

Consequentemente, existem empresas que diante da oportunidade de

estarem em uma região privilegiada desenvolvem práticas voltadas para o segmento

de aventura a fim de trazer mais adeptos e turistas para desfrutarem das atividades

oferecidas.

Diante o que foi exposto nessa pesquisa o Turismo de Aventura favorece

um aumento na economia da região com o surgimento de empresas voltadas para o

segmento gerando fonte de renda e diversificando a demanda turística dos

municípios

Sendo assim, a pesquisa é de suma importância, uma vez que esse

devido estudo resultará em informações relevantes em relação ao segmento. Isto

facilitará as empresas que já atuam nesse nicho mercado. Dando oportunidade

também a novos empreendimentos que visam atuar no setor. Á vista disto, a

pesquisa é importante fonte de dados para que tanto os empreendedores do ramo

quanto os residentes tenham conhecimento do desenvolvimento do Turismo de

Aventura.

A pesquisa também se mostra relevante, uma vez que, com base nos

resultados alcançados através do estudo, poderá ocorrer um planejamento das

atividades realizadas nos municípios do Polo, tendo em vista, que o Turismo de

Aventura se apropria de áreas naturais e leva certos riscos que precisão ser

controlados e não tragam nenhum dano aos praticantes.

16

A devida pesquisa apresenta uma grande relevância acadêmica,

apresentando diversos dados e discussões pertinentes sobre a área de estudo

abordada. Além de ser fonte de pesquisas futuras.

Também se mostra pertinente pelo fato do ineditismo da pesquisa sobre o

Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi no interior do Rio Grande do Norte.

Fazendo com que seja uma nova fonte de conhecimento, alavancando debate sobre

o Turismo de Aventura e seus benefícios diante a sociedade.

Portanto, o estudo irá contribuir para um maior aprofundamento do tema

abordado que envolve o desenvolvimento do Turismo de Aventura na região,

servindo similarmente como condutor para a ampliação teórica e possibilitando ao

pesquisador colocar em prática toda teoria aprendida ao decorrer do curso de

turismo.

1.2 Metodologia da Pesquisa

Para a execução da pesquisa foram realizados alguns levantamentos

bibliográficos com intuito de embasar conceitos a respeito dos temas abordados no

estudo. Segundo Santos (2010, p.156).

A pesquisa bibliográfica é feita com base em documentos já elaborados, tais como livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, como jornais e revistas, além de publicações, como comunicação e artigos científicos, resenhas e ensaios críticos. Há muita semelhança entre esse tipo de pesquisa e o de estudo exploratório.

Vários estudiosos em turismo embasaram a pesquisa, tais como, Coelho,

Ferraz, Souza (2006), Bruhns (2005), Eagles (2001), Goodwin (1996), Fennell

(2002), Wood (2002), Dias (2008), Campos (2005), Swarbrooke (2003), Uvinha

(2005) Fernandes (1998), Giaretta (2003), Viana, Nascimento (2009), Buckley

(2011), Panosso, Ansarah (2009), Domingos (2008) Silva (2014), Dantas, Nobrega

(2014). Além dos autores citados também foram usados conceitos do Ministério do

Turismo para que a ideia central da pesquisa fosse bem conceituada .

A pesquisa é qualificada como uma abordagem de caráter qualitativo, por

isso não precisa de procedimentos estatísticos para sua coleta de dados, e aborda

um pequeno número de entrevistados, mas coleta uma quantidade significativa de

informações de acordo com Souza, Fialho e Otani (2007, p. 40),

17

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.

A devida pesquisa é classificada como um estudo de caso, tendo os

empreendimentos voltados para o segmento de Turismo de Aventura o objeto de

estudo, analisando de que forma esses empreendimentos estão sendo

desenvolvidos no Polo Agreste/Trairi. De acordo com Santos (2010, p. 192), o

estudo de caso “É um estudo que analisa com profundidade um ou poucos fatos,

com vistas à obtenção de um grande conhecimento com riquezas de detalhe do

objeto do estudo”.

As empresas foram identificadas por meio de inventários turísticos, além

de informações coletadas nas próprias secretarias de turismo dos municípios

entrevistados (Passa e Fica, Santa Cruz e Sitio Novo).

O universo da pesquisa são os empreendimentos que atuam no

segmento de aventura no Polo Agreste/Trairi. A tabela 1 apresenta as secretarias de

turismo e empreendimentos que trabalham com o Turismo de Aventura

entrevistados na pesquisa.

Tabela 1 – Empresas e secretarias dos municípios entrevistados

EMPRESAS

SECRETARIAS DE TURISMO DOS MUNICÍPIOS

ANCL Adventure

Santa Cruz

Casca Grossa Aventuras

Sitio Novo

Parque da Borborema

Passa e Fica

Pequeno Felino Adventure

-

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas diretas

semiestruturadas com os empreendimentos identificados e com as secretarias de

turismo dos municípios em que as empresas do segmento de aventura atuam. .

Segundo Dencker (2001, p. 137). “ A entrevista é uma comunicação verbal entre

18

duas ou mais pessoas com um grau de estruturação previamente definido, cuja

finalidade é a obtenção de informações de pesquisa.”

Nesse contexto, foram elaborados dois tipos de roteiros. O primeiro roteiro

objetivava realizar entrevista com um representante da secretaria de turismo dos

municípios que trabalham com o segmento de aventura. O segundo tinha objetivo,

realizar entrevista com, proprietários dos empreendimentos de aventura da Região

Agreste/Trairi.

Assim, o roteiro de entrevista do poder público foi realizada com as

secretarias de turismo dos municípios. As entrevistas se dividem em três etapas, no

qual, a primeira parte é composta por algumas perguntas para identificar o perfil

pessoal do entrevistado; a segunda busca entender de que forma o município

conhece e incentiva o segmento; a última etapa busca identificar as principais

dificuldades e omissões do município em relação ao Turismo de Aventura.

Desta maneira, o segundo roteiro foi aplicado com as empresa e também

foi dividida em três partes, a primeira parte foi elaborada com intuito de conhecer o

perfil da empresa e de que forma ela trabalha; a segunda visa identificar quais

procedimentos de segurança a empresa utiliza para a realização das atividades; e a

ultima etapa foi elaborada a fim de saber quais são as principais dificuldades do

empreendimento no segmento de Turismo de Aventura. As entrevistas foram

realizadas nos dias 20 de outubro a 10 de novembro de 2016.

19

2 TURISMO DE AVENTURA

O turismo como uma atividade financeira torna-se uma das principais

formas de uso sustentável dos recursos naturais. Assim, “O pensamento de

conservação tão debatido nas últimas décadas torna a atividade turística como uma

opção de exploração sustentável dos recursos naturais” (COELHO, FERRAZ,

SOUZA, 2006).

Nos últimos séculos existiu um cuidado para a preservação dos recursos

naturais, fazendo com que fossem criados algumas áreas e parques de

conservação, com o objetivo de preservar espaços ecologicamente importantes. De

acordo com Bruhns (2005, p. 86).

A concepção das áreas protegidas provém do século passado, tendo sido primeiramente nos Estados Unidos, a fim de proteger a vida selvagem ameaçada, segundo seus idealizadores, pela civilização urbana-industrial, destruidora da natureza.

Também no século XX surgem os primeiros parques nacionais no Brasil,

mas só na década de 80 que no país a concepção de desenvolvimento sustentável

ganha força, com algumas conferências que tratavam do desenvolvimento

sustentável, como a Rio 92. De acordo com Coelho, Ferraz e Souza (2006, p. 2,3).

No século XX os primeiros parques nacionais brasileiros foram criados, como o Parque Nacional de Itatiaia em 1937. Somente na década de 1980 a noção de desenvolvimento sustentável surgiu como uma possível interação entre o homem e o meio ambiente no sentido de atender às necessidades do presente sem comprometimento a futuras gerações.

Assim sendo, o turismo voltado para o uso dos recursos naturais está em

alta no setor, pois existe uma maior conscientização das pessoas em relação ao

meio ambiente e tudo que nele está envolvido, além de ser um importante

componente para o setor turístico. Também existe uma “fuga” dos indivíduos que

residem em grandes centros em busca de locais mais tranquilos. “Nesse sentido, o

turismo de natureza em muitos países se torna uma componente chave no setor

turístico, movimentando uma nova demanda nas localidades” (EAGLES, 2001).

Nesse contexto, existe um surgimento de atividades econômicas ligadas

ao turismo que buscam a conservação das áreas naturais. “Essas são formas de

20

exploração sustentáveis que visam causar o menor impacto aos ecossistemas e

suas populações locais” (COELHO, 2006).

Desta forma, o turismo ligado às áreas naturais é um segmento

abrangente, mas sempre busca uma interação do turista com o meio natural que ele

está visitando, fazendo com que ele desfrute das belezas das áreas visitadas. Á

vista disto, sua abrangência se torna um fator primordial para o desenvolvimento de

algumas práticas que estão atreladas a diversos segmentos, como o de aventura e o

ecoturismo, sempre buscando uma interação do turista como ambientes naturais.

Segundo Goodwin (1996 apud FENNELL, 2002 p. 46).

Engloba todas as formas de turismo - turismo de massa, Turismo de Aventura, turismo de baixo impacto, ecoturismo - que utilizam os recursos naturais de uma forma selvagem ou não desenvolvida - inclusive espécies, 19 hábitats, paisagens, atrações aquáticas de água doce e salgada. O turismo na natureza é a viagem com o objetivo de apreciar as áreas naturais não desenvolvidas ou a vida selvagem.

Logo, os segmentos que ganham maior destaque no âmbito do turismo

natural é o Turismo de Aventura e o ecoturismo, pois ambos buscam um contato

direto com a natureza sem que ocorram danos no meio que esta sendo

desenvolvidas as atividades. Embora mesmo com semelhanças, principalmente pela

busca da sustentabilidade essas atividades se tornam completamente diferentes.

Apesar do ecoturismo constituir a versão mais sustentável do turismo da natureza é certo que todas as atividades turísticas, sejam elas em férias, negócios, conferências, congressos, feiras, de promoção da saúde e do bem-estar ou de aventura devem ter como meta a sustentabilidade (WOOD,2002, apud VIANA, NASCIMENTO, 2009, P.81).

O ecoturismo é um segmento no setor turístico que ainda trás certa

imprecisão dos seus conceitos, muito já foi debatido sobre o tema, mas seu

significado ainda é pouco conhecido, devido principalmente à abrangência de suas

atividades. Neste contexto, por ser um segmento abrangente muitas vezes o

ecoturismo é confundido com outros segmentos do turismo, como é o caso do

Turismo de Aventura e Turismo Rural. Segundo Dias (2008, p. 106).

Há ainda certa imprecisão quanto ao significado do termo ecoturismo. Há muitos termos expressões utilizadas que alguns consideram como sinônimos ou explicativos, como por exemplo: Turismo de natureza, turismo orientado ou baseado na natureza, turismo em áreas rurais, Turismo de Aventura, turismo verde, turismo sustentável, turismo rural etc.

21

Mesmo com algumas imprecisões sobre o real significado desse

segmento turístico, alguns autores conceituam e estabelecem algumas

características e significados ao ecoturismo e as atividades que são desenvolvidas

nesse segmento. De acordo com Hetzer (1965, apud Campos, 2005, p. 2):

Existem quatro características básicas para as atividades ligadas ao ecoturismo, são elas: Impacto ambiental mínimo; impacto mínimo a culturas anfitriãs; máximo beneficio econômicos para as comunidades do país ou comunidade anfitriã e; satisfação recreacional máxima para os turistas participantes.

Atualmente surgiram outros conceitos para essas atividades que dão um

melhor entendimento ao ecoturismo. Campos (2005, p. 4) caracteriza o ecoturismo

como uma ferramenta de desenvolvimento sustentável, além de um meio de

compreensão dos valores ambientais e culturais. No Brasil o ecoturismo começa a

ser introduzido no setor do turismo na década de 80. Assim foi criado um conceito

para o segmento elaborado pela EMBRATUR (1994 p.19).

Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

De acordo com o que já foi debatido nos conceitos elaborados pelos

autores, pode compreender que ecoturismo é uma viagem com responsabilidade

ambiental a ambientes naturais, visando à preservação do meio ambiente e uma

melhoria tanto econômica quanto cultural para a comunidade receptora.

Destarte, o Turismo de Aventura também está incluso no turismo natural e

no ecoturismo, pois existem algumas semelhanças nesses três segmentos, no qual

os três precisam de uma interação com os meios naturais, além de proporcionar ao

indivíduo riscos calculados, o que é um diferencial nesse segmento.

Logo, os termos já citados anteriormente compartilham com a ideia do

Turismo de Aventura, mas não são sinônimos da atividade, pois o Turismo de

Aventura não é apenas uma atividade que busca a competitividade e a grande

preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento social como é o caso do

ecoturismo. Ainda de acordo Uvinha (2005, p. 30). O foco do ecoturismo é o meio

ambiente além da preocupação com o desenvolvimento social e econômico dessas

regiões e suas populações.

22

O Turismo de Aventura tem características próprias que a difere de outros

segmentos do turismo. Como é citado por Swarbrooke (2003, p.9) “existem palavras

que caracterizam as atividades de aventura, como, resultados incertos, desafio,

perigo, risco e emoções constantes”. Essas caraterísticas apresentadas mostram

uma grande diferença do segmento de aventura dos demais já apresentados

anteriormente. Swarbrooke (2003, p. 27) também define Turismo de Aventura como:

Atividades de viagem e lazer que são contratadas na esperança de produzirem uma experiência de aventura recompensadora. Essa experiência será de natureza intensiva e envolverá uma serie de emoções, dentre as quais o entusiasmo será a principal. Ela resultara em riscos e desafios intelectuais, espirituais ou emocionais.

O Turismo de Aventura promove a prática de atividades físicas, que tem

por finalidade envolver emoções e riscos controlados exigindo técnicas e

equipamentos específicos, garantindo a segurança dos praticantes (FERNANDES,

1998).

Dessa forma, são evidentes que os ricos que envolvem esse segmento

têm um papel fundamental na caracterização das atividades, além da grande

interação com áreas ao ar livre, tanto em ambientes naturais quanto em ambientes

urbanos.

Nesse sentido, pode-se dizer que o Turismo de Aventura busca a

aventura ou perigo e está ligada, diretamente, à questão do desafio, dos riscos

calculados com intenção de testar limites (GIARETTA, 2003).

Portanto, a partir do que já foi abordado até aqui as atividades do

segmento de aventura passam para seus adeptos uma vivência diferente da habitual

com certo grau de riscos controlados e emoções constantes. Assim, o elemento

comum a qualquer definição de aventura como experiência é o risco controlado.

2.1 Turismo de Aventura no Brasil

As primeiras reflexões e discursões do segmento no Brasil foram

realizadas nos anos 80. “estudiosos consideravam aspectos clássicos do termo

somente como as possibilidades econômicas, além da necessidade da experiência

em meio natural a elementos de risco.” (BRASIL, 2010, p 10)

23

Nesse contexto, o segmento é considerado recente no mercado turístico

do país. Na década de 90 foram realizados os primeiros eventos do segmento, como

à, Adventure Sports Fair, realizado em São Paulo no ano de 1999. Essa feira

possibilitou uma expansão do setor no país, pois foram criadas associações ligadas

ao Turismo de Aventura e uma maior promoção do setor.

Também nos anos 90 foram fabricados os primeiros equipamentos para

dar suporte às atividades de aventura no Brasil (capacetes, botes, cordas, entre

outros). (BRASIL, 2010)

A primeira definição do segmento no Brasil foi elaborada no ano de 2001

na oficina para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo

de Aventura, realizado em Caeté/MG (VIANA, NASCIMENTO.2009, p.5).

Segmento de mercado turístico que promove a prática de atividades de aventura e esportes recreacional, em ambientes naturais e espaços urbanos ao ar livre, que envolvam riscos controlados exigindo o uso técnico e equipamentos específicos, adoção de procedimentos para garantir a segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio ambiental e sócio cultural. (BRASIL, 2005, p.10).

Esse conceito da uma maior noção do que realmente se trata o segmento

Turismo de Aventura, no qual muitas vezes são confundidas com o ecoturismo e

outros segmentos do setor turístico, devido algumas semelhanças entre esses dois

segmentos. Suas atividades em sua maioria são praticadas em áreas naturais

(GIARETA, 2003), mas o Turismo de Aventura não se limita apenas a essas áreas,

mas também a áreas urbanas.

As atividades que estão ligadas ao Turismo de Aventura podem ser realizadas tanto ao ar livre quanto em ambientes artificiais ou construídos. Os atrativos urbanos surgem com as novas tecnologias que criam cenários e oportunidades para atender às mais diversificadas demandas. Como exemplo de atividades urbanas pode citar: paredões de escalada, rapel, bungee jump, piscinas artificiais com ondas para o surfe, entre outras (BRASIL, 2010, p 15).

Assim, o Turismo de Aventura tem uma maior diversificação, pois o

segmento pode ser desenvolvido em áreas urbanas ou projetadas para suas

atividades, agregando maior valor as atividades do segmento de Turismo de

Aventura.

24

Figura 1 - Rapel em perimetro urbano, na matriz de Santa Rita de Cássia, Santa

Cruz/RN.

Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).

A qualificação da mão de obra é essencial para as atividades desse

segmento, já que envolve alguns riscos aos adeptos do Turismo de Aventura. “O

risco é considerado fundamental para a caracterização da atividade” (BUCKLEY,

UVINHA, 2011, p. 35). Assim para que as atividades sejam realizadas de forma

satisfatória e segura é preciso controlar alguns erros que podem ocorrer.

O projeto de Normatização e Certificação visa identificar os aspectos

críticos da operação responsável e segura desse segmento e subsidiar o

desenvolvimento de um sistema de normas para as diversas atividades (VIANA,

NASCIMENTO, 2009). Assim o processo de certificação do segmento é de grande

relevância e também é prioritário para a execução das atividades, buscando certa

sincronia do poder público e privado para garantir segurança e dar credibilidade ao

setor.

25

Entretanto, como é destacado por Panosso e Ansarah (2009, p.174) ”Há

que se destacar como ponto negativo um significativo número de empresas

informais aumentando o risco de acidentes e, ao mesmo tempo, prejudicando a

atividade”.

O Turismo de Aventura gera a seus adeptos alguns riscos e incertezas,

tornando indispensável a certificações de suas atividades, em muitos casos algumas

empresas desconhecem os perigos que o segmento pode trazer ao turista. Assim

segundo Panosso e Ansarah (2009, p.176):

O país apresenta diversas opções de destinos que possuem atributos naturais compatíveis com o desenvolvimento de atividades de Turismo de Aventura, ao mesmo tempo, não se pode deixar de lembrar que o Turismo de Aventura também pode ser desenvolvido em áreas urbanas, o que amplia as possibilidades de oferta. Porém, independente da área onde este for implementado, os requisitos mínimos exigidos devem ser religiosamente respeitado visando o sucesso do empreendimento.

Pode-se observar diante do exposto que o país tem uma grande

diversidade nas atividades de Turismo de Aventura, mas além do potencial

apresentado é necessário a qualificação e implementação dos requisitos de

certificação da atividade para não ocorrer contratempos.

2.2. Normas e Certificação do Turismo de Aventura

A normatização e certificação do segmento Turismo de Aventura é uma

prática imprescindível para as atividades relacionadas ao segmento. Como já foi

debatido anteriormente o Turismo de Aventura envolve alguns riscos, isso torna

ainda mais importante a prática de normas que orientem a operação das atividades.

“A normatização e certificação é uma iniciativa do Mtur, que tem principal objetivo a

operação responsável do Turismo de Aventura no Brasil (UVINHA, 2005)”.

As normas técnicas são documentos estabelecidos por consenso e aprovados por um organismo reconhecido que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para as atividades ou resultados visando um ótimo grau de ordenação em um dado contexto (UVINHA, p. 44, 2005).

26

Assim, pode-se dizer que as normas técnicas são desenvolvidas por

alguns setores interessados e são aprovadas e regidas por órgãos reconhecidos.

”No Brasil quem desempenha o papel de organismo de normatização nacional é a

ABNT (UVINHA, 2005, 40)”.

A certificação é uma das maneiras de garantir a conformidade de um produto, do serviço, do sistema, de gestão de uma empresa ou uma pessoa a requisitos especificados. As empresas utilizam esses instrumentos para se diferenciar e para abrir novos mercados e conquistar novos clientes ou, muita das vezes, são obrigadas a comprovar por meio da certificação a conformidade de seus produtos, serviços ou de seu sistema de gestão (BRASIL, 2005, p.30).

Dessa forma, como as normas técnicas a certificação consiste em

ferramentas que atribuem à conformidade de um serviços, pessoas e produtos.

Assim, também precisam de órgão que seja especializado nessas atividades. “Esses

organismos podem ser públicos ou privados e o INMETRO tem o papel de

organismo nacional de acreditação para organismos de certificação” (BRASIL, 2005,

p.38).

Existe uma grande preocupação com as atividades do Turismo de

Aventura, pois suas atividades geram riscos controlados que expõem os turistas a

certo nível de incerteza, assim, se torna notável a busca por ferramentas e

organismos que rejam e tomem algumas medidas para controlar os riscos e

incertezas que são geradas nas atividades relacionadas ao segmento.

“A segurança no segmento envolve alguns fatores, como, pessoas,

equipamentos, procedimentos e as empresas prestadoras de serviço (UVINHA,

2005, 42)”. Diante disto, a segurança nas atividades do Turismo de Aventura

depende diretamente da interação desses fatores citados pelo autor, para um maior

controle e prevenção de acidentes.

Existem alguns atores que regulam as normas e certificações do Turismo

de Aventura no Brasil, que são o Ministério do Turismo, a ABNT, o INMETRO, o

Instituto de Hospitalidade e ABETA. Segundo Uvinha (2005, p. 68).

O desenvolvimento das ferramentas de normatização e certificação no Turismo de Aventura significa um salto tecnológico para o segmento. A consolidação de padrões de referência, estabelecidos em normas de forma participativa, cria a oportunidade de uma mudança de cenário na questão da segurança e da qualidade no Turismo de Aventura.

27

Assim, o Turismo de Aventura é considerado um segmento prioritário, que

exige um envolvimento dos órgãos públicos e privados, para garantir uma maior

credibilidade em suas atividades.

O governo brasileiro, por meio do Ministério do Turismo, fez suas apostas no segmento em 2003, viabilizando um projeto que prevê a criação de normas técnicas específicas para atividades de Turismo de Aventura. Visando a operação segura e responsável, o Ministério do Turismo foi além, criando o Programa Aventura Segura, uma iniciativa reconhecida internacionalmente e que conta com a participação do SEBRAE nacional. O programa vem sendo implementado desde dezembro de 2005 pela Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura– ABETA (Abeta, 2009).

Nesse contexto, são ferramentas de definição das politicas, além de

serem importantes ferramentas de referencias para a certificação de pessoas ou

organizações (DOMINGOS, 2008, P. 56).

Dessa forma, as normas são utilizadas como diretrizes para a

organização das atividades no segmento de Turismo de Aventura, tendo em vista

que essas atividades geram riscos e incertezas controladas aos adeptos do Turismo

de Aventura. Assim, a partir das normas estabelecidas são utilizados alguns

equipamentos para um melhor desenvolvimento das atividades no segmento.

A prática responsável e segura das atividades de Turismo de Aventura exige, além dos procedimentos corretos, o uso de equipamentos em conformidade com normas nacionais e internacionais, com especificações técnicas e informações sobre origem, fabricação e validade. (BRASIL, 2010, p. 53)

Nesse contexto, os equipamentos são indispensáveis nas práticas de

aventura independentemente da atividade realizada. De acordo com o livro Turismo

de Aventura: Orientações Básicas (2010, p. 54):

Além dos equipamentos individuais e coletivos apropriados para cada atividade, também faz-se necessário haver na operação de Turismo de Aventura equipamentos ou suprimentos de apoio que podem variar dependendo das características operacionais, como por exemplo: Recursos de comunicação, água para hidratação, material para resgate, recursos de orientação e equipamentos de primeiros socorros.

Os equipamentos de segurança são oferecidos pelas empresas aos

clientes e aos condutores das atividades visando uma maior segurança nas

atividades realizadas, buscando sempre seguir as normas que são estabelecidas.

“Os equipamentos devem ser fornecidos em quantidade suficiente para o grupo, em

28

condições de uso e que atendam aos requisitos técnicos e de segurança para cada

atividade” (BRASIL, 2010, p, 59).

Além disso, as empresas devem ficar atentas à certificação e o material

dos equipamentos utilizados, para que assim as atividades realizadas não tragam

riscos indesejáveis aos praticantes.

Todos os equipamentos de proteção individual devem conter a certificação e prazo de validade. Para os equipamentos existentes é o certificado de aprovação (CA) do Inmetro, que certifica equipamentos para o uso industrial. Para utilização no Turismo de Aventura, as certificações União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA) e Conformidade Europeia (CE) são as mais indicadas e internacionalmente reconhecidas (RELATÓRIO DIAGNÓSTICO, 2005, p. 61).

Assim, os equipamentos utilizados variam de acordo com a atividade,

Segundo Bitencourt, Amorim e Navarro (2006, p.31) “Alguns equipamentos mais

utilizados são: luvas, capacete, botas, sapatilhas, mosquetões de aço, carretilhas,

cadeirinha, freio oito, corda estática, luvas e capacetes”.

Figura 2 - Equipamentos de segurança

Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).

29

Figura 3 - Equipamentos de segurança

Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).

Portanto, o desenvolvimento dessas ferramentas possibilita um

crescimento do segmento no setor de turismo, pois poderá estabelecer uma maior

segurança e qualidade nos serviços prestados aos turistas, que terão maior

comodidade em sua viagem sem se expor a riscos indesejáveis. Além de tornar os

destinos que exploram o segmento mais competitivo em relação aos destinos

internacionais.

30

3. CARACTERIZAÇÃO DO POLO AGRESTE/TRAIRI

O Programa Nacional de Regionalização do Turismo surge com intuito de

gestão descentralizada do turismo, fazendo com que as atividades turísticas sejam

contempladas em uma região como um todo, não apenas em um destino especifico.

De acordo com as Diretrizes Operacionais do Programa de Regionalização do

Turismo (2009, p.23), uma de suas diretrizes é a Inclusão, entendendo a região

como espaço plural e participativo, que amplia as capacidades humanas e

institucionais, facilitando as relações políticas, econômicas, sociais e culturais.

Assim, o Programa de Regionalização do Turismo (PRT) pode ser

entendido como uma forma descentralizada, tornando não apenas um município

com destino, mas fazendo com que uma determinada região se una incluindo outras

cidades que não tinham relevância para a atividade turística. Deste modo, segundo

o Ministério do Turismo (BRASIL, 2009, p. 81):

A regionalização do turismo deve ser compreendida como uma proposta que busca desconcentrar a oferta turística por meio da criação e estruturação de novos destinos no interior do país, tanto para o mercado interno como para o mercado externo.

Beni (2006, p.124) afirma que “a regionalização como uma abordagem de

desenvolvimento, por meio do planejamento sistêmico, das regiões turísticas que se

complementam entre si e têm potencialidades para atrair um fluxo turístico”. Assim,

pode-se notar que um dos seus principais objetivos é o desenvolvimento conjunto da

região.

Nesse contexto, o estado do Rio Grande do Norte conta com diversos

atrativos que possibilitam o desenvolvimento do turismo em diversas localidades,

proporcionando uma união dos municípios fazendo com que gere um maior fluxo

nas regiões turísticas. Sendo assim, de acordo com Silva (2015, p.83):

A constituição das regiões turísticas do RN iniciou em 2005, com a institucionalização de três regiões: o Polo Costa das Dunas, Polo Costa Branca e Polo Seridó. Nos anos de 2008 e 2009, foram criados o Polo Serrano e o Polo Agreste/Trairi respectivamente.

Assim, a criação desses Polos possibilita aos destinos das regiões um

maior desenvolvimento da atividade turística, tendo em vista que a regionalização do

turismo busca a complementariedade dos municípios das regiões fazendo com que

31

o turista não fique preso a apenas um destino. Abaixo o mapa destaca os Polos

turísticos do estado do Rio Grande do Norte.

Mapa do Rio Grande do Norte 4 – Polos Turísticos/RN

Fonte: Projeto de pesquisa, Política e turismo no interior do potiguar: avaliação dos

investimentos públicos (2015 apud SILVA, 2015 p. 30).

O Polo Agreste Trairí se destaca pela diversidade entres seus destinos

turísticos, que apresentam diversidade cultural e gastronômica, além de ter na

religiosidade um forte segmento, tendo em vista que o Complexo Turístico e

Religioso Alto de Santa Rita de Cássia está localizado na cidade de Santa Cruz. O

SETUR/RN (2016) ainda ressalta que:

O Polo Agreste/Trairi atrai visitantes tanto pelo seu cenário magnífico como pelas demonstrações de fé e religiosidade de seu povo. Devido à beleza de suas serras, formações rochosas, trilhas e lajedos, a região é de grande interesse para o desenvolvimento do Turismo de Aventura. Multidões de todas as partes do Estado participam dos festejos juninos e religiosos. Em Santa Cruz está erguido um complexo turístico que abriga a maior estátua religiosa cristã do mundo, a Figura de Santa Rita de Cássia, com 56 metros de altura. As tradicionais vaquejadas e os festivais gastronômicos também são outros atrativos para quem visita a região.

De acordo com Silva (2015, p. 96) O Polo “Agreste/Trairi sua formação

deu-se a partir da junção de secretarias de turismo da região e, consequentemente,

32

pela constituição de uma associação, denominada Associação de Desenvolvimento

Turístico do Agreste/Trairi (ADETURSAT), no início de 2009”. Assim, o poder público

tem uma importante função na criação do Polo, tendo em vista que o Polo é formada

por iniciativa das secretarias dos municípios da região.

Segundo a secretaria executiva do Polo Agreste/Trairi a primeira

formação do Polo contava com 16 municípios que eram: Coronel Ezequiel; Japi;

Jaçanã; Montanhas; Monte das Gameleiras; Nova Cruz; Passa e Fica; Santa Cruz;

São Bento do Trairi; São Paulo do Potengi; Santo Antônio; São José do Campestre;

Serra Caiada; Serra de São Bento; Sitio Novo e; Tangará.

Ainda segundo a secretaria executiva no ano de 2016 ouve uma

reestruturação no Polo e o numero de cidades que integram o Polo caiu de 16 para

7. Hoje as cidades que estão integradas no Polo são: Coronel Ezequiel; Jaçanã;

Passa e Fica; Santa Cruz; Serra de São Bento; Sitio Novo e; Tangará.

Portanto, o Polo Agreste/Trairi tem como seu objetivo a regionalização da

atividade turística na região, fazendo com que os destinos com pouco fluxo de

turistas tenham uma maior relevância na atividade, descentralizando a oferta

turística de apenas um município.

3.1. Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi

O estado do Rio Grande do Norte possui atributos naturais compatíveis

com o desenvolvimento das atividades de aventura. “A geografia do Rio Grande do

Norte é rica em montanhas, dunas, cavernas, cachoeiras, grutas propiciando

práticas como mergulho e trilhas para amantes do Turismo de Aventura”

(SETUR/RN, 2014).

As atividades do segmento são realizadas no litoral e no interior do

estado, mas existem grandes diferenças nas atividades desenvolvidas nessas

regiões. Essas diferenças são conciliáveis a partir da localização dos municípios.

No Polo Costa das Dunas existem alguns dos destinos mais procurados

por turistas que buscam aventura, como é o caso de Natal, pipa e São Miguel do

Gostoso. ”Por estarem localizados na região litorânea do estado esses municípios

33

desenvolvem algumas atividades marinhas, aéreas e terrestres, como, mergulho,

passeios de buggy, kitesurf” (SETUR/RN, 2016).

No interior do estado ás atividades que mais são encontradas são as de

contato terrestre, marinho e aéreo, como trilhas ecológicas, tirolesa, cachoerismo,

arvorismo, escalada, asa delta, parapente, rapel e entre outros, mostrando assim a

grande diversidade encontrada no estado.

Na cidade de Acari, localizada no Polo Seridó é possível identificar

diversas formas de atividades ligadas ao Turismo de Aventura. “Acari possibilita aos

turistas diversas trilhas a pé ou em bicicleta, possibilitando aos turistas

acampamentos ao ar livre” (DANTAS, NOBREGA, 2014, p. 24).

Em Portalegre também localizada no interior do Rio Grande do Norte, no

Polo Serrano é encontrado grande diversidade de atividades ligadas ao Turismo de

Aventura e o ecoturismo. De acordo com Viana e Nascimento (2009, p.79).

O Município de Portalegre, no Rio Grande do Norte, possui um rico acervo histórico, cultural e ambiental, apresentando recursos potenciais e infra-estrutura viáveis economicamente para o turismo. Além de possuir diversos atrativos que são compatíveis com o Turismo de Aventura, como, cachoeiras, sítios arqueológicos, serras, grutas e fontes naturais.

Já o Polo Agreste/Trairi conhecido pela religiosidade dos destinos que

o integram, além de ser uma região privilegiada por cânions e rochas que são

opções para escaladas e rapel, surge recentemente o segmento do Turismo de

Aventura que é uma opção de lazer e entretenimento para os turistas.

Nesse contexto, o Turismo de Aventura está em desenvolvimento na

região propiciando aos turistas e adeptos das atividades do segmento diversos tipos

de atividade. Muitas vezes essas atividades são desenvolvidas em ambientes

urbanos, como é o caso do rapel que é realizado na torre central da Igreja Matriz e

na estatua de Santa Rita de Cássia, no município de Santa Cruz/RN.

Em Sitio Novo, município localizado no Polo Agreste/Trairi, se destaca por

ser um destino que trabalha com o segmento de aventura, tendo em vista que

empresas desenvolvem atividades relacionadas ao segmento na localidade.

Passa e Fica, também se destaca no Polo, por está localizado próximo ao

Parque Estadual Pedra da Boca. O parque atrai diversos turistas que desenvolvem

atividades como, rapel, escalada e trilhas.

34

Assim o Polo Agreste/Trairi oferece aos turistas diversas modalidades de

atividades ligadas ao segmento de Turismo de Aventura. Abaixo foram listadas de

acordo com o SETUR/RN 2016 as atividades que são realizadas no polo.

Rapel: Técnica de descida em corda utilizando equipamentos

específicos. A descida pode ocorrer em cachoeiras, prédios, paredões, abismos,

penhascos, pontes e declives, com a utilização de cadeirinhas de alpinismo, cordas,

mosquetões, freios e, às vezes, roldanas.

Escalada: Atividade práticada individualmente ou em grupo,

abrangendo dois grandes tipos: a escalada de bloco (ou boulder) e a de falésia (ou

via). Pode ser práticada em ambientes naturais ou artificiais (paredes e muros

especialmente equipados para tal) e pode ser livre, quando o escalador utiliza

somente apoios naturais (agarras e cristais) da rocha ou artificial, quando utiliza

equipamentos como apoio para progredir na via.

Caminhada: Realização de percursos a pé, em ambientes naturais

com pouca infraestrutura, com diferentes graus de dificuldade, também chamadas

de hiking (curtas) e trekking (longas). O objetivo pode ser de superação de limites ou

contemplação. A caminhada leva os práticantes a locais, na maioria dos casos,

desprovidos de vias de acesso, com muitas belezas naturais e alguma dificuldade de

se percorrer, seja pela topografia seja pelos obstáculos.

Arvorismo: Locomoção por percursos em altura instalados em árvores

ou outras estruturas, com diferentes níveis de dificuldade, conhecido também como

arborismo, treeropecourses, canopytourou canopywalking. Com equipamentos de

segurança específicos, a atividade oferece a possibilidade de percorrer um circuito

de habilidades em altura e integrar-se com o meio ambiente em locais até então

inatingíveis.

Tirolesa: Cabo aéreo tensionado ligando dois pontos afastados na

horizontal ou diagonal, onde o cliente, ligado a ele, desliza entre um ponto e outro. É

um deslocamento rápido cujo deslize ocorre com o auxílio obrigatório de roldanas,

mosquetões e uma cadeirinha de alpinismo. A velocidade depende do peso do

práticante e da tensão e inclinação do cabo.

Fonte: ABETA 2009. Diagnóstico do Turismo de Aventura no Brasil.

35

Assim, a partir do exposto na lista acima feita pela secretaria estadual do

RN, fica evidente a grande diversidade das atividades relacionadas ao segmento de

aventura no Polo Agreste/Trairi.

36

4. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS RESULTADOS

O estudo foi realizado com empresas de turismo, mais precisamente com

empreendimentos que realizam atividades voltadas para o Turismo de Aventura

localizadas no Polo Agreste/Trairi no estado do Rio Grande do Norte. Além das

secretarias dos municípios de atuação dessas empresas que estão inseridas no

Polo.

Para que fossem alcançados os resultados foram elaborados dois roteiros

de entrevistas que foram feitos com as empresas e com o poder público dos

municípios, as entrevistas foram respondidas pelos proprietários das empresas e

pelos secretários de turismo dos municípios.

4.1. Empreendimentos Turísticos: Desafios e Possibilidades

A primeira parte dos resultados do estudo se baseia em fazer um

levantamento para identificar as empresa que trabalham com o semento de aventura

no Polo Agreste/Trairi. Assim foram identificados quatro empreendimentos que

trabalham com o Turismo de Aventura nas cidades do Polo, por meio dos inventários

turísticos, além de informações cedidas pelos secretários de turismo dos municípios.

Abaixo estão listados os empreendimentos identificados e a cidade sede das

empresas.

Tabela 2 – Empresas identificadas e municípios sede.

EMPRESAS

MUNICÍPIO SEDE

ANCL Adventure

Santa Cruz/RN

Casca Grossa Aventuras

Araruna/PB

Parque da Borborema

Santa Cruz/RN

Pequeno Felino Adventure

Santa Cruz/RN

37

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Foi possível identificar que a maioria dos empreendimentos que

trabalham com o segmento de aventura no Polo está localizada no município de

Santa Cruz/RN. Sendo que a ANCL Adventure, Casca Grossa Aventuras e a

Pequeno Felino Adventure são empresas que agenciam viagens e realizam as

práticas de aventura. Já o Parque da Borborema que é localizado na fazenda Boa

Hora em Santa Cruz é um parque de aventuras com espaços para diversas

modalidades voltadas para o Turismo de Aventura.

Nesse contexto, foi possível identificar as empresas que trabalham com o

Turismo de Aventura no Polo e também onde as empresas estão localizadas. De

acordo com as entrevistas foi traçado um perfil pessoal dos proprietários das

empresas. Na tabela 3, logo abaixo é possível visualizar esse perfil.

Tabela 3 – Perfil dos proprietários

EMPRESA

ESCOLATIDADE DO PROPIETÁRIO

ANCL Adventure

Superior Completo

Casca Grossa Aventuras

Superior incompleto

Parque da Borborema

Superior Completo

Pequeno Felino Adventure

Superior Completo

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Assim, pode ser descrito um perfil dos proprietários dos empreendimentos.

A perceptível uma diversidade de idades dos donos dos empreendimentos, porém a

escolaridade chama a atenção onde, apenas um empreendedor não possui

educação superior, não que esse fato possa ser empecilho (obstáculo), para o

planejamento da atividade, porém é um facilitador para adaptações e criatividade na

gestão dessas atividades. Dessa forma, vai de encontro às características desse

segmento de atividade que exige um profissionalismo, pois essa modalidade de

turismo requer procedimentos de segurança e sistemáticos cuidados.

A organização deve estabelecer e manter planos e procedimentos para

identificar o potencial e atender a acidentes incidentes e situações de emergência,

38

bem como para prevenir e reduzir as possíveis consequências que possam estar

associadas a eles (ABNT NBR 15331, 2005).

A seguir será traçado e relatado algumas informações das empresas,

como, localização, número de funcionários tempo de atuação e entre outras

informações.

A ANCL Adventure tem seu proprietário residente em Santa Cruz/RN,

Graduado em Física. O empreendimento está localizado no município de Santa Cruz

e oferece pacotes de viagens voltados para o Turismo de Aventura. A empresa atua

profissionalmente no mercado a cerca de seis anos, mas faz doze anos que o

proprietário do empreendimento atua na área de aventura, tendo em vista que desde

2010 a empresa atua com CNPJ. Em relação aos funcionários a ANCL não tem

nenhum funcionário fixo e trabalha com pessoas residentes nos município de

atuação, no qual a própria empresa da o devido treinamento.

A ANCL também trabalha com algumas fichas cadastrais, para que assim

tenham um maior controle dos praticantes. A principal forma de pagamento que a

empresa utiliza é o dinheiro em espécie pago no dia da realização das atividades,

mas também aceitam cartões de débito e credito. Tem como forma de divulgação as

redes sociais, o site da empresa e panfletagem.

Localizada no município de Araruna/PB, mais precisamente na Pedra da

Boca1 a Casca Grossa Aventuras atua no mercado de aventura desde o dia 01 de

Janeiro de 2001, logo são quinze anos de atuação do empreendimento no mercado.

Sendo que a empresa não tem CNPJ e atua na informalidade. A principal forma de

divulgação da empresa são as redes sociais, mas ainda tem a divulgação boca a

boca como a principal meio de propaganda. A forma de pagamento que a empresa

utiliza é o dinheiro em espécie antes da realização das atividades. Conta também

com o serviço de quatro funcionários que não são fixos, o número dos funcionários

varia com a quantidade de turistas por atividade.

O Parque da Borborema atua como um parque de aventura,

disponibilizando diversas modalidades de aventura para os turistas e adeptos das

atividades. O parque está localizado na zona rural do município de Santa Cruz/RN

na fazenda Boa Hora, a oito quilômetros do centro da cidade. O empreendimento

1 O Parque Estadual Pedra da Boca é um atrativo turístico, onde são realizadas atividades relacionadas ao segmento de aventura. Está localizado no município de Araruna/PB na divisa com estado do Rio Grande do Norte.

39

atua no mercado desde o ano de 2010 e conta com dois funcionários fixos e

dependendo do número de turistas são chamados alguns condutores temporários

que são pagos de acordo com sua função. A forma de pagamento adotada pelo

parque é o dinheiro em espécie podendo ser pago por meio de deposito bancário, ou

antes, da realização da atividade. Tem como principal meio de divulgação a

panfletagem em feiras de turismo.

A empresa Pequeno Felino Adventure (PFA) trabalha com o Turismo de

Aventura desde o ano de 1981, onde já realizava atividades como tirolesa, rapel e

escalada, o empreendimento é considerado como pioneiro na região, mas apenas

no ano de 2016 a empresa saiu da informalidade. A Pequeno Felino Adventure

conta com um funcionário fixo, mas quando o número de turistas é elevado o

empreendimento trás alguns funcionários que não são fixos para atuar nas

atividades. A forma de pagamento utilizada pela empresa é o dinheiro em espécie,

no qual é cobrada a metade do valor quinze dias antes da atividade, podendo ser

feita a transação através de contas bancarias e a outra metade do valor cobrado é

cobrada antes da realização das atividades. A empresa utiliza as redes sociais como

a principal forma de divulgação, mas também utiliza a panfletagem para alcançar

novos clientes. Na tabela 4 é possível visualizar o perfil dos turistas que utilizam dos

serviços das empresas.

Tabela 4 – Perfil do Turista

EMPRESAS

PERFIL DO TURISTA

ANCL Adventure

Adultos de faixa etária de 18 á 45 anos, militares.

Caca Grossa Aventuras

Adultos, de faixa etária de 22 a 40 anos.

Parque da Borborema

Crianças, jovens e idosos.

Pequeno Felino Adventure

Público de todas as faixas etárias

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

As empresas ANCL Adventure e a Casca Grossa Aventuras trabalham com

um público parecido, as duas empresas trabalham em sua maioria com o público

adulto que já tem certo nível de habilidade com as atividades e já praticaram uma ou

mais vezes as modalidades de aventura. Na ANCL ainda foi possível identificar que

seus clientes têm certo nível de poder aquisitivo e muitas vezes são militares.

40

O Parque da Borborema e a Pequeno Felino Adventure também tem o

perfil de seus clientes parecidos, no qual, a partir das entrevistas realizadas, foi

possível identificar que as duas empresas oferecem serviços para todos os tipos de

faixas etárias, tendo um forte número de consumidores do turismo pedagógico e dos

de terceira idade. A Pequeno Felino Adventure, também atende vários clientes

adultos de idade entre 20 a 40 anos, esses clientes dessa faixa etária são em sua

maioria turistas que buscam visitar a Pedra de São Pedro2 em Sitio Novo/RN. Na

tabela abaixo serão listadas os municípios que as empresa atuam.

Tabela 5 – Municípios de atuação das empresas

EMPRESA

MUNICÍPIOS DE ATUAÇÃO

ANCL Adventure

Campo Redondo/RN, Santa Cruz/RN, São Bento/RN, Sitio Novo/RN.

Casca Grossa Aventuras

Araruna/PB, Conde/PB, Dona Inês/PB, Passa e Fica/RN

Parque da Borborema

Santa Cruz

Pequeno Felino Adventure

Campo Redondo/RN, Santa Cruz/RN, Japí/RN, Sitio Novo/RN.

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

A partir do exposto na tabela 5, é possível identificar o campo de atuação

das empresas. Assim, percebe-se que a ANCL Adventure trabalha com dois

municípios que estão integrados no Polo Agreste/Trairi que são os municípios de

Santa Cruz e Sitio Novo, os atrativos onde são realizadas as atividades de aventura

são: O Parque da Borborema em Santa Cruz e a pedra de São Pedro. Também foi

possível identificar que existem dois municípios de atuação da empresa que não

estão inseridas no Polo, que são as cidades de São Bento do Trairi, onde o atrativo

2 Atrativo turístico localizado no município de Sitio Novo/RN, no qual, são desenvolvidas atividades de Turismo de Aventura.

41

que são ofertadas às práticas são, a Serra da Telha e em Campo Redondo, no qual

o atrativo são os cânions do Letreiro.

A Casca Grossa Aventuras tem como seu principal meio de atuação o

estado da Paraíba, mas atua no município de Passa e Fica/RN que faz parte do Polo

Agreste/Trairi. Em Passa e Fica o atrativo é a pedra da boca onde são realizadas

diversas modalidades de aventura. Acrescenta-se que o atrativo Pedra da Boca está

Localizado no Território da Paraíba (estado vizinho do RN), especificamente o

Parque Estadual Pedra da Boca está no município de Araruna-PB. O melhor acesso

ao atrativo principal do parque é pelo o município de Passa e Fica. É uma situação

em que a comercialização do turismo de aventura pode envolver conflitos

administrativos, bem como para o desenvolvimento de empreendimentos, na medida

em a fiscalização, ou mesmo o acesso pode ser dificultado e até proibido.

Já o Parque da Borborema está fixado no município de Santa Cruz, como

se trata de um parque de aventura seu campo de atuação está limitado ao

município. Pode-se dizer que o parque é o próprio atrativo, tendo em vista que

oferece varias práticas voltadas para o segmento de Aventura.

O empreendimento Pequeno Felino Adventure atua em quatro municípios

sendo que dois municípios não estão integrados no Polo, que são Campo

Redondo/RN e Japi/RN, sendo que o município de Japi os proprietários da empresa

ainda estão adequando os atrativos para as atividades colocando pontos de rapel e

ajustando as trilhas para caminhada. Já nos munícipios do Polo, como Santa Cruz e

Sitio Novo os atrativos visitados são o Parque da Borborema e a Pedra de São

Pedro.

Um ponto merece reflexão sobre o turismo de aventura no Polo. Alguns

atrativos usados para o turismo de aventuras por esses empreendedores são de

propriedade particular e sendo assim algumas medidas de conservação e circulação

de pessoas tem um pouco mais de controle, já nos atrativos que estão localizadas

em terras públicas esse controle é dificultado. O descuido com o patrimônio

ambiental é de certa forma esquecido pelo setor público, onde esses é que poderiam

exercer a prerrogativa de alternativas de empregabilidade e renda para a população

local.

Com o auxilio das entrevistas também foi possível à identificação dos

tipos de serviços e atividades oferecidas pelos empreendimentos, nas localidades

que constituem o Polo Agreste/Trairi.

42

A ANCL Adventure o proprietário e instrutor da empresa relatou que ele

tenta unir três atividades de aventura para elaborar e fechar o pacote com o turista.

As três atividades são, o trekking ou as caminhadas dependendo do nível de

instrução do grupo, o camping/acampamentos e por fim o rapel. Desta forma, a

empresa tenta unificar essas três atividades para assim, formatar seus pacotes com

intuito de que o turista sinta de fato a emoção que as atividades de aventura trazem

aos praticantes.

Figura 5 – Rapel na Serra da Telha ANCL Adventure.

Fonte: Claudio Alves (2016)

O empreendimento Casca Grossa Aventuras oferece o serviço de criação

de atrativos voltados para o Turismo de Aventura, no qual, a empresa cria pontos e

estruturas propícias para a realização das atividades do segmento. Também

oferecem aos turistas e clientes atividades como arvorismo, rapel, pendulo,

caminhada, tirolesa e escalada. Além de prestar consultorias para empresas

voltadas para o segmento.

43

Figura 6 – Pêndulo na Pedra da Boca, Casca Grossa Aventuras

Fonte: Júlio Cesar Castelliano (2015).

O parque de aventuras Parque da Borborema oferece aos turistas

diversas atividades relacionadas ao Turismo de Aventura, dentre elas estão: Trilhas;

tirolesa; rapel; arvorismo; pista de obstáculos; slackline; spiroball e; passeios a

cavalo. O parque conta com mais de 5 trilhas, todas com placas de sinalização e

parada para descanso. Em algumas paradas, existem os redarios que são

colocados nesses pontos pela empresa para melhor acomodar os visitantes.

As trilhas do Parque dão acesso a um mirante, no qual é realizada a

atividades do rapel e possibilita ao turista uma vista panorâmica da fazenda Boa

Hora, onde está localizado o empreendimento.

44

Figura 7 – Trilha Parque da Borborema

Fonte: Acervo próprio (2015).

Figura 8 – Arvorismo Parque da Borborema

Fonte: Acervo próprio (2015).

Os proprietários da empresa Pequeno Felino Adventure, desenvolvem

diversas atividades de Turismo de Aventura na região, dentre elas estão, o rapel,

45

tirolesa, arvorismo, acampamento, tirolesa, arco e flecha, slackline; spiroball,

passeios a cavalo e trilhas. As modalidades de acampamento são ofertadas com a

caminhada em trilha e o rapel, assim, o empreendimento tenta unir essas práticas

para que o turista pernoite no próprio local de atividade. A empresa também oferece

o serviço de criação de atrativos de aventura, no qual, o empreendimento monta

estruturas para a realização de atividades, além de criar pontos de rapel e tirolesa

em localidades que apresentam potencialidade para as práticas.

Figura 9 – Rapel nos cânions de Campo Redondo/RN

Fonte: Emanoel Messias PFA (2016).

Dessa forma, como já foi apresentado nessa pesquisa as atividades

relacionadas ao Turismo de Aventura geram alguns riscos que precisam ser

controlados para que assim as atividades sejam realizadas em conformidade com as

normas que regem o segmento.

Portanto, os equipamentos de segurança são utilizados de acordo com as

atividades, para que assim as práticas de aventura sejam efetuadas com segurança.

46

A seguir a tabela 6 mostra os tipos de equipamentos utilizados pelas empresas e

também a certificação desses equipamentos.

Tabela 6 – Equipamentos de segurança utilizados pelas empresas

EMPRESAS

EQUIPAMENTOS DE

SEGURANÇA

CERTIFICAÇÃO DOS

EQUIPAMENTOS

ANCL Adventure

Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas, corda, corda de alta resistência, protetores de cordas, cordeletes.

C.E, UIAA

Casca Grossa Aventuras

Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas e corda de alta resistência.

C.E, UIAA

Parque da Borborema

Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas e corda.

C.E, UIAA

Pequeno Felino Adventure

Capacete, sapatilha, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas, corda, corda de alta resistência, protetores de cordas e cordeletes.

C.E, UIAA

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Então, a tabela 6 mostra que os empreendimentos entrevistados buscam

está em conformidade com as normas estabelecidas para que as das atividades

sejam realizadas com êxito, não trazendo danos aos clientes e adeptos das práticas.

Neste contexto, também foi possível identificar que todos os

empreendimentos usam a certificação da UIAA3 e da C.E.4 A UIAA é a União

Internacional de Associações de Alpinismo, a entidade tem como finalidade

estabelecer normas internacionais para equipamentos e procedimentos de uso dos

próprios equipamentos, além de estabelecer algumas normas de capacitação para

os condutores. A marcação C.E marca a indicação de que um equipamento de

segurança atende aos requisitos da União Europeia.

3 União Internacional de Associações de Alpinismo. Certificação utilizada nos equipamentos de

aventura.

4 C.E. (Conformidade Europeia). Certificação utilizada nos equipamentos de Turismo de Aventura.

47

Figura 10 – Equipamentos de segurança da Pequeno Felino Adventure.

Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).

Além dos equipamentos de segurança é necessário um elevado nível de

instrução por parte dos instrutores que estão conduzindo as atividades, para que

assim não gerem transtornos aos turistas.

Neste contexto, a ANCL Adventure conta com alguns instrutores, seu

instrutor principal tem diversas qualificações na área, as principais são: A NR 35,

que é uma qualificação em trabalho em altura e; o curso de socorrista. Os outros

instrutores que foram classificados pelo entrevistado como instrutores secundários,

tem treinamento específico para cada atividade, treinamento esse que é feito pela

própria empresa. Assim, seus condutores têm qualificação adequada para atender a

demanda dos clientes que utilizam os serviços da empresa.

A empresa também tem um sistema de banco de dados, no qual, o

empreendimento envia uma ficha eletrônica para os clientes, para que assim, a

empresa tenha conhecimento de todo seu perfil, além de ter conhecimento também

de todas as informações em relação à saúde do turista, para que não aconteçam

surpresas indesejadas na hora da execução das atividades.

O empreendimento Casca Grossa Aventuras seu instrutor principal tem

especializações nas áreas de mídia e marketing, trabalho em altura e gestão de

48

segurança, todas essas especializações voltadas para o segmento de aventura. Os

outros instrutores que prestam serviço à empresa tem treinamento especifico em

resgate e em trabalho em altura, esses treinamentos são oferecidos pelo próprio

empreendimento.

Nesse contexto, o Parque da Borborema também realiza treinamento

especifico para seus condutores, que tem cursos na área do turismo como

condutores locais de turismo, além de terem treinamento em condutores de trilhas

ecológicas e treinamento em travessia de arvorismo.

Entretanto, a empresa quando recebe uma quantidade elevada de turistas

o Parque da Borborema terceiriza os serviços de instrutores, onde os condutores da

empresa Pequeno Felino Adventure prestam serviço ao parque, quando solicitado.

A Pequeno Felino Adventure tem dois instrutores ambos com

especializações na área do turismo quanto na área específica do Turismo de

Aventura. Os cursos feitos pelos instrutores são cursos disponibilizados pela

prefeitura de Santa Cruz em parceria com o SEBRAE. Alguns cursos são, Condutor

local de turismo, hospitalidade e bem atender, além do curso de condutores locais

em trilhas ecológicas, sendo esse disponibilizado pela prefeitura de Sitio Novo

também em parceria com o SEBRAE. Os instrutores do empreendimento também

tinham cursos específicos na área de aventura, como é o caso da NR 35 e trabalho

em altura.

Nesta perspectiva, as empresas se mostram bem preparadas para

atender os turistas e adeptos a modalidade do Turismo de Aventura, pois atendem

os requisitos de segurança para os equipamentos, além de terem especializações

necessárias para a condução das atividades, sendo que o Turismo de Aventura é

um segmento em que as normas de segurança são prioritárias para o

desenvolvimento das modalidades.

De acordo com as entrevistas realizadas foi possível a identificação das

principais dificuldades enfrentadas pelos empreendimentos entrevistados no âmbito

do segmento de aventura nos municípios de atuação das empresas.

Nesse contexto, a ANCL Adventure relata que a principal dificuldade que

senti é a falta de sinalizações e melhorias das estradas de acesso, tendo em vista

que os principais atrativos estão localizados em áreas de difícil acesso nas zonas

rurais dos municípios. Entretanto, a empresa não sente tantas dificuldades para

49

desenvolver seu trabalho tendo em vista que já esta a mais de seis anos no

Mercado.

A Casaca Grossa Aventuras, o entrevistado relatou que mesmo sem

nenhum apoio por parte do poder público não sente nenhuma dificuldade para

desenvolver o segmento e suas atividades no seu município de atuação, mas

reconhece que o poder público não dá nenhuma assistência para o Turismo de

Aventura nas localidades que sua empresa desenvolve as atividades.

A entrevistada do Parque da Borborema, relata que a principal dificuldade

é a falta de sinalização nas vias que dão acesso ao parque, além da estrada que é

precária e quando chove fica inacessível.

O empreendimento Pequeno Felino Adventure ao ser entrevistado diz que

as cidades mais estruturadas como Santa Cruz e Sitio Novo a empresa não tem

dificuldades tendo em vista que os municípios dão apoio ao segmento

disponibilizando cursos e realizando ações voltadas para o turismo. Entretanto,

mesmo nas cidades mais estruturadas a empresa diz que sente falta de sinalização

nas vias que dão acesso aos atrativos.

Dessa forma, fica evidente perceber que a principal dificuldade dos

empreendimentos está ligada as estradas que dão acesso aos atrativos de aventura,

tendo em vista, que na maioria das vezes essas estradas não são pavimentadas e

estão em um péssimo estado. Também foi possível identificar que, não existem

placas de sinalização para que, facilite a chegada do turista nos atrativos que são

realizadas as atividades.

A principal reclamação dos empreendedores é sobre a falta de

sinalização dos atrativos e a falta de cuidado com as estradas que dão acesso aos

atrativos, levando em consideração que esses atrativos estão localizados nas zonas

rurais dos municípios e as estradas são todas de barro e precisam ter um cuidado

periódico para que nas épocas chuvosas os atrativos não fiquem inacessíveis.

Entretanto, mesmo com as dificuldades, todas as empresas relataram

que estão há muitos anos no mercado e estão em amplo desenvolvimento,

buscando novas rotas para ampliar seu campo de atuação.

50

4.2. Poder Público: Iniciativas e Omissões

A última parte dos resultados dessa devida pesquisa se baseia em fazer

um levantamento para identificar de que forma as secretarias de turismo das cidades

envolvidas no segmento de aventura incentivam o desenvolvimento na região.

Dessa forma, a partir das entrevistas feitas com os empreendimentos, foram

identificados os municípios de atuação das empresas que estão incluídas no Polo

Agreste/Trairi, os municípios são: Passa e Fica/RN; Santa Cruz/ e; Sitio Novo/RN.

Através das entrevistas realizadas com as secretarias dos municípios, foi

possível identificar as principais iniciativas do poder público em ralação ao segmento

de aventura, além de apontar as principais dificuldades. Neste contexto a tabela

mostra o perfil pessoal dos secretários de Turismo dos municípios entrevistados.

Tabela 7 – Perfil secretários de turismo

MUNICÍPIOS

FUNÇÃO

ESCOLARIDADE

TEMPO DE ATUAÇÃO

Passa e Fica

Secretario de Turismo

Superior Incompleto

Quatro anos

Santa Cruz

Secretario de Turismo

Superior

completo/Especialização

Sete anos

Sitio Novo

Secretario de Turismo

Superior

completo/Mestrado

Um ano e seis meses

Fonte: Elaborado pelo autor (2016).

Desta forma, foi possível perceber que os secretários tem um nível

elevado de escolaridade, sendo que as secretárias dos municípios de Santa Cruz e

a Secretária do município de Sitio Novo são formadas em turismo e tem

especialização na área, o secretario de Passa e fica, está cursando engenharia civil.

Em relação ao tempo de atuação, o secretario do município de Sitio Novo, atuou

como secretário de turismo esporte e lazer de Sitio Novo de Abril de 2015 até

outubro de 2016, sendo assim ele não desempenha mais o papel de secretário do

município, também atuou como coordenador da secretaria de turismo, esporte e

lazer do município, no ano de 2013.

51

Assim, o roteiro de entrevistas também busca entender qual a importância

do segmento de aventura para os municípios entrevistados.

De acordo com o secretário de turismo do município de Passa e Fica o

Turismo de aventura é importante na localidade, pois o segmento gera emprego e

renda em Passa e Fica, tendo em vista que muitas pessoas vivem do turismo no

município, além de complementar a renda de diversas famílias.

Já em Santa Cruz o gestor municipal de turismo relata que, o Turismo de

aventura tem sua importância em Santa Cruz considerando que o segmento abre

um leque de outros segmentos no município, tendo em vista que o principal

segmento trabalhado no município é o religioso. Marcela ainda relata a importância

de não ficar presa apenas a um segmento, mas também trabalhar outros, como o

turismo rural e gastronômico, fortalecendo assim, o destino.

No município de Sitio Novo o entrevistado trata o Turismo de Aventura

como essencial para município de Sitio Novo, pois antes do segmento a cidade era

conhecida apenas pelo Castelo de Zé dos Montes. Desta maneira o segmento de

aventura diversifica a oferta turística do município, além de criar outros postos de

trabalho, tendo em vista que dois empreendimentos trabalham o Turismo de

Aventura em Sitio Novo.

Nesse contexto, também foi perguntado qual o motivo dos municípios

terem escolhido trabalhar com o Turismo de Aventura. Assim, Passa e Fica e Sitio

Novo tem motivos parecidos para trabalhar com o segmento, tendo em vista que

ambos citaram que os principais motivos são os potenciais apresentados nos

municípios como: Potenciais naturais para realizações de trilhas e; formações

rochosas para as práticas de rapel e escalada.

A secretária de Santa Cruz relatou que não escolheu trabalhar com o

segmento, o município escolheu trabalhar com o turismo religioso, pois a cerca de

sete anos não existia turismo no município até a construção do Complexo Turístico e

Religioso Alto de Santa Rita de Cássia. Entretanto a iniciativa de trabalhar com o

Turismo de Aventura surgiu das empresas privadas, que viram o potencial do

município e resolveram apostar no segmento.

Algumas ações foram desenvolvidas nos municípios, o roteiro de

entrevista possibilitou apontar quais ações foram realizadas.

52

Em Passa e Fica, foram realizados diversos cursos voltados para o

turismo em parceria com o Sebrae, com objetivo de capacitar a mão de obra, além

da criação de um plano de marketing para o município.

No município de Santa Cruz a principal ação realizada é a de apoio ao

Parque da Borborema, que é considerado o principal atrativo de aventura do

município, este apoio acontece por meio de divulgação em feiras de turismo com

material impresso. Além deste apoio a secretaria ofereceu cursos em parceria com

Sebrae para qualificar a mão de obra. Também é realizada a manutenção das

estradas que dão acesso aos atrativos de aventura da cidade.

Figura 11 – Stand de Santa Cruz na feira de eventos Ruraltur

Fonte: Marcela Pessoa (2015).

No ano de 2015 em Sitio Novo, também foram realizadas ações voltadas

para o Turismo de Aventura, no qual, a secretarias realizou reuniões com empresas

que trabalham com o segmento. Também foram realizadas ações de limpeza dos

espaços onde acontecem as práticas, além de participar de feiras como a Ruraltur

53

para mostrar o potencial do município para as atividades de aventura. Também foi

oferecido pelo município o curso de condutor local para que assim fossem

capacitados os envolvidos com o setor do turismo no município.

Figura 12– Ação de limpeza dos espaços de aventura em Sitio Novo

Fonte: Emanoel Messias (2015).

No município de Passa e Fica, o secretário de turismo, relata que a

principal dificuldade enfrentada pelo segmento de aventura no município é a falta de

investimento dos empresários, tendo em vistas que os empresários não acreditam

que o segmento pode desenvolver a economia em Passa e Fica.

Em Santa Cruz, a principal dificuldade enfrentada pela cidade no

âmbito do Turismo de Aventura, segundo relato da secretária de turismo é mesmo

com os cursos disponibilizados pelo município, não existe mão de obra qualificada,

tendo em vista que o segmento trás certos riscos aos turistas.

Já em Sitio Novo a entrevistada que foi secretária de turismo esporte e

lazer até outubro de 2016, fala que a principal dificuldade do município em relação

ao Turismo de Aventura são as limitações em termo de apoio por parte do poder

público acreditar que o turismo é uma atividade que precisa de um olhar

diferenciado, tendo em vista que a atividade precisa de um planejamento adequado

54

para que seja desenvolvido. Também tem dificuldade em relação à parte financeira,

pois a secretaria não trabalhava com um orçamento definido para que pudesse ser

gasto com ações necessárias para o turismo no município.

Por fim, foi questionado se as secretarias dos municípios sentem

falta de apoio em relação à secretaria estadual de turismo para o segmento de

aventura.

Diante disto, a secretaria de turismo do município de Passa e Fica,

falou que a secretaria estadual do Rio Grande do Norte está cada vez mais presente

do município, além de ter um maior apoio tanto da secretaria estadual de turismo

quanto da Emprotour nos últimos anos, com ações de marketing voltadas para o

município de Passa e Fica/RN.

A cidade de Santa Cruz e Sitio Novo, de acordo com as secretarias de

turismo dos municípios, relataram versões parecidas em relação ao apoio da

secretaria de turismo do estado.

Assim, ambas relataram que o contato com a secretaria de turismo do

estado é muito pouco, só tinham contato com a secretaria nas reuniões do Polo, que

tinham apenas contato informativo, não tinham nenhuma ação para o

desenvolvimento do turismo nos município.

Por fim, foi possível identificar a preocupação dos secretários de

turismo dos municípios entrevistado, tendo em vista que a maioria dos secretários

tem formação na área do turismo, onde, todos os municípios realizam ações para o

desenvolvimento do setor. Também foi possível perceber que dois municípios (Santa

Cruz e Sitio Novo) relatam a falta de apoio por parte da secretaria estadual de

turismo, no qual, só tinha contato com a secretaria do estado em reuniões do Polo,

onde, não tinha nenhum tipo de ações voltadas para os municípios.

55

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Turismo de Aventura é um dos segmentos prioritários no Polo

Agreste/Trairi, tendo em vista que a maioria das cidades entrevistadas destacam sua

importância, pois gera novos postos de emprego e renda nas localidades. Também

é relevante ressaltar as potencialidades da região que favorecem o desenvolvimento

das empresas que promovem as práticas no mercado de aventura.

Neste contexto, o Turismo de Aventura é considerado pelos autores como

um segmento que envolve práticas de esporte de aventura que geram riscos

controlados aos seus adeptos e pode ser desenvolvida tanto em ambientes urbanos

como em ambientes naturais, buscando sempre manter uma harmonia entre os ricos

e a segurança que é relevante para que não exponha os turistas e adeptos do

segmento a riscos indesejáveis.

Esta pesquisa teve como objetivo geral Analisar como o segmento

Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo

desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Então, a pesquisa buscou

fazer um levantamento dos empreendimentos que trabalham com o Turismo de

Aventura na Região. Assim foi identificado quatro empreendimento que

desenvolvem as práticas na região.

Também foi possível detectar, que essas empresas estão no mercado a

bastante tempo, antes mesmo de serem elaborados os Polos Turísticos de acordo

com o PRT5. Entretanto, essas empresas mostraram que a partir da criação dos

conselhos municipais de turismo e a criação dos Polos os empreendimentos tiveram

um maior contato com as secretarias de turismo dos municípios.

Mas, em contra partida, os empreendimentos identificados sentem

bastante dificuldades na infraestrutura básica que os municípios oferecem em

relação a estradas e sinalização dos atrativos.

Desta forma, seria de grande relevância, um estudo que analisasse as

limitações estruturais dos espaços que são desenvolvidos as prática de aventura,

5 Programa de Regionalização do Turismo.

56

tendo em vista que a falta de infraestrutura básica desses espaços foram as

principais dificuldades apontadas pelos empreendimentos.

Um dos objetivos específicos do estudo era pesquisar de que forma o

poder público incentiva o desenvolvimento desse segmento no município. Assim

foram entrevistadas três secretarias de turismo (Santa Cruz, Sitio Novo e Passa e

Fica), tendo em vista que os municípios têm empresas de aventura em atuação.

Neste contexto, foi possível identificar que as secretarias municipais de

turismo mostram diversas ações voltadas para o setor do turismo e para o segmento

de aventura, ações estas que são realizadas esporadicamente, como, cursos

profissionalizantes, divulgação em feiras e limpeza dos espaços de realizações das

práticas.

A dificuldade encontrada na pesquisa foi à realização das entrevistas,

tendo em vista que os entrevistados tinham pouca disponibilidades de horário e

dificultou algumas entrevistas. Também foi considerada como uma dificuldade a

distância entre as cidades e o translado entre elas.

Assim, ressaltasse que se deve haver uma maior preocupação com o

segmento de aventura tendo em vista que o segmento diversifica e aumenta a

demanda dos municípios, além de gerar novos postos de trabalho e geração de

renda para os residentes do município.

Nesse contexto, há uma grande necessidade de investimento no Turismo

de Aventura, em cursos voltados para as práticas das atividades, já que é uma das

principais dificuldades encontradas é a mão de obra qualificada. Além de

investimento na parte de infraestrutura básica aos pontos que dão acesso aos

atrativos.

57

REFERÊNCIAS

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60

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA

Roteiro de entrevistas para os empreendimentos de aventura do Polo

Agreste/Trairi

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

Entrevista para pesquisa de campo

OBJETIVO: Entrevistar empreendimentos que trabalham no segmento de

turismo de aventura no Polo Agreste/Trairi.

1- Nome do estabelecimento:

______________________________________________________________

2- Nome do proprietário:

______________________________________________________________

3- Escolaridade:

___________________________________________________________

4- Idade:

____________________________________________________________

5- Data de fundação:

______________________________________________________________

______________________________________________________________

6- Quantidade de proprietários:

______________________________________________________________

61

7- Qual tempo de atuação do empreendimento no mercado? :

____________________________________________________________

____________________________________________________________

8- Quantos funcionários atuam na empresa? :

______________________________________________________________

______________________________________________________________

9- Tipos de serviços oferecidos pelo empreendimento:

______________________________________________________________

______________________________________________________________

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10- Quais os municípios de atuação da empresa? :

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11- Como funciona a divulgação da empresa?

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12- Formas de pagamento:

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13- Perfil do turista:

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14- A empresa utiliza algum tipo equipamento de segurança, especifique quais

são?

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15- Os equipamentos de segurança utilizado pelo empreendimento tem

certificação?-

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16- Existe algum tipo de especialização na área do Turismo de Aventura?

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17- O empreendimento realiza treinamento específico para os guias ou

condutores que atuam na empresa?

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18- Na sua opinião, quais as principais dificuldades enfrentada pelo

empreendimento no segmento de Turismo de Aventura nos municípios de

atuação da empresa?

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APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA

Roteiro de entrevistas para as secretarias de turismo dos municípios

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

Entrevista para pesquisa de campo

OBJETIVO: Entrevistar os gestores do turismo nos municípios que existem a

pratica e execução de esportes de aventura.

1. Nome do entrevistado:

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2. Escolaridade:

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3. Quanto tempo trabalha na secretaria de turismo?

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4. Na sua opinião, qual a importância do Turismo de Aventura no município? :

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5. Por que o município escolheu trabalhar com o segmento de Turismo de

Aventura?

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6. Quais ações realizadas no âmbito do segmento de aventura?

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7. Quais as principais dificuldades em trabalhar com o segmento de aventura no

município?

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8. A secretaria sente falta de algum apoio em relação à secretaria estadual de

turismo para o segmento de aventura?

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