Revista Veiga Mais

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Revista do Curso de Jornalismo Universidade Veiga de Almeida Edição 20 | Ano 13 | 2º semestre de 2015 Saiba como foi a evolução das áreas de Comunicação Social na UVA As histórias e o crescimento de um dos maiores cursos da Universidade Veiga de Almeida Conheça os responsáveis pela construção dessas duas décadas de história

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Especial 20 anos do curso de Comunicação da Universidade Veiga de Almeida. Edição 20 | Ano 13 | 2º semestre de 2015

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Revista do Curso de JornalismoUniversidade Veiga de Almeida Edição 20 | Ano 13 | 2º semestre de 2015

Saiba como foi a evolução das áreas de Comunicação

Social na UVA

As histórias e o crescimento de um dos maiores cursos da Universidade Veiga de Almeida

Conheça os responsáveis pela construção dessas

duas décadas de história

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32º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E SEUS 20 ANOS DE EXISTÊNCIA A comunicação sempre foi de grande importância, sendo uma ferramenta de integração e troca mútua. O processo consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor, que podem se comunicar por linguagens diferentes. Aprender a interagir com a vida e a comunicar de diversos modos é o que os alunos da Univer-sidade Veiga de Almeida fazem no curso de Comunicação Social, que este ano está completando 20 anos de existência. Exatamente por isso, a revista Veiga +, cujo objetivo é fazer a ponte entre os alunos e a instituição, buscando sempre a troca de informações e visando ser um espaço de aprendizagem aos estudantes, terá como tema central essa data bastante importante para a UVA. Nesta edição, os alunos do 6º período de Jornalismo vão retratar assuntos como a polêmica sobre o diploma de jornalismo, as tecnologias que estão sendo usadas em sala de aula, a avaliação do MEC e a evolução do curso ao longo desses anos. Assun-tos voltados à universidade também estão presentes na revista, como a Semana da Comunicação, a TV universitária e a assessoria da UVA. A Veiga + especial em comemoração aos 20 anos do curso de Comunicação da Veiga de Almeida espera levar ao maior número possível de alunos, professores e funcionários um pouco da história e da evolução do curso ao longo desse tempo. Boa leitura!

Ana Beatriz Gomes

A Revista Veiga Mais é um produto da Oficina de Jornalismo, em um trabalho conjunto realizado com os estudantes em sala de aula e a AgênciaUVA.

Especial “20 anos do curso de Comunicação Social da UVA”. Nº20 • Ano 13 • 2º semestre

Curso de Comunicação Social reconhecido pelo MEC em 07/07/99, parecer CES 694/99

Coordenador de JornalismoProf. Luís Carlos Bittencourt

Coordenadora de PublicidadeProfª. Míriam Aguiar

REPORTAGENSEstudantes da disciplina de Jornalismo de Revista

Professor-orientadorMaristela Fittipaldi

EDIÇÃO, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOGraziella Coutinho, Hellen Costa, Isabelle Reis, Marta Assis e Tiago Soares

Professor-orientadorÉrica Ribeiro

ApoioAgência UVARedaçãoRua Ibituruna 108, Casa da Comunicação, 2º andarTijuca, Rio de Janeiro - RJ 20.271-020Tel: 21 2547-8800 ramais 319 e 416e-mail: [email protected]

Oficina de Propaganda: [email protected]: 1.000Impressão: WalPrint

Outras edições estão disponíveis emhttp://www.issuu.com/agenciauva

EXPEDIENTE

EDITORIAL SUMÁRIOOs queridinhos da Comunicação . . . . . . 4

O aluno do século XXI . . . . . . . . . . . . . . 6

A inclusão das redes sociais nos cursos de Comunicação Social . . . . 7

De volta ao endereço cada vez mais nobre do Rio de Janeiro . . . . . . . . 9

Professores: os grandes autores dos 20 anos de história da UVA. . . . . . 11

Um camaleão chamado Veiga + . . . . . 13

A Busca pela Excelência acadêmica . . . 15

Amor pela telinha . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Ensinar é saber incentivar . . . . . . . . . . 18

Comunicação Social ainda desperta o intesse de estudantes . . . . . 20

Curso de Comunicação Social da UVA é destaque no Enade . . . . . . . 21

E que venham mais 20 anos . . . . . . . . 22

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4 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

OS QUERIDINHOS DA COMUNICAÇÃOPopulares entre os alunos, professores que acumulam homenagens em formaturas falam sobre a convivência em sala de aulaAMANDA GAMA

Já não é mais novidade que, em 2015, o Curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida (UVA) completa 20 anos de existência. Nesse momento, todas as atenções se voltam para a lembrança dos resultados obtidos ao longo desse tempo e para os alunos bem-sucedidos formados pela instituição. Mas e os grandes responsáveis por essas histórias? Essas figuras, que, muitas vezes, se posicionam discretamente no papel de degraus na trajetória de seus alunos, acabam ocupando espaços muito mais importantes em suas vidas. Eles se colocam como coadjuvantes em inúmeras narrativas, mas, dessa vez, é a hora de assumirem os papéis de protagonistas.

É fato que, em meio a qualquer corpo docente, sempre há um professor ou outro que acaba se destacando e caindo nas graças dos estudantes, tornando-se um verdadeiro “queridinho”. Seja pelo carisma, pelo método de ensino, pela benevolência ou

por qualquer outra razão, alguns são unanimidades. Apontar o mais querido não é tarefa das mais fáceis, mas chegar próximo é possível. Basta observar na história da universidade quais professores são mais lembrados no momento mais importante do curso: quando ele chega ao fim .

É reunindo os nomes populares que se chega facilmente à professora Maristela Fittipaldi. Na UVA desde 1997, ela é hoje responsável por disciplinas de Redação e Ética, consideradas fundamentais do curso de Jornalismo. Por isso mesmo, é conhecidíssima entre os alunos do curso, uma figura muito presente para todos, já que costuma acompanhá-los do 4º ao 7º período. Integrante do Núcleo Docente Estruturante do Curso de Jornalismo, já foi coordenadora interina do curso na UVA Barra, em 2001. No entanto, não esconde que seu prazer é mesmo estar em sala de aula.

Se hoje ela é considerada uma “queridinha”, ironicamente, nunca pensou em lecionar, pois se considerava muito tímida. Antes de chegar às salas de aula, exerceu a profissão de jornalista boa parte do tempo no jornal O Globo, no qual ficou por sete anos. Resolveu deixar o veículo em 1995, quando se viu desestimulada pela carreira, devido a questões éticas. Maristela caiu de paraquedas na UVA como palestrante, a convite da amiga, a professora Luíza Cruz. A experiência foi o ponto de partida para que ela decidisse se dedicar ao ensino.

Apaixonada pela missão de lecionar, Maristela acredita que seu destino era ser professora. “Costumo dizer que meus alunos são meus ‘filhos não paridos’, e, para mim, a relação que tenho com eles é de parceria”. Ela explica que costuma brigar com carinho, mas procura deixar claro que não é à toa: “Faço isso porque quero o melhor para eles e quero que sejam o melhor que possam ser”. Para a professora, é importante fazer os alunos entenderem a necessidade de que cada um faça a sua parte. “Tento fazer com que entendam que jogamos no mesmo time. Não somos adversários. Sozinha eu não consigo fazer essa caminhada em direção ao saber”.

Maristela já perdeu a conta da quantidade de vezes que foi homenageada em formaturas, mas se orgulha muito de ser lembrada e querida. “Quem não gosta de receber demonstrações de carinho?!”. Por isso, faz questão de comparecer a todas para as quais foi convidada. Ela explica que só deixou de ir a duas porque tinha passado por procedimentos cirúrgicos, mas gravou vídeos que foram exibidos nas cerimônias. Ela lembra com carinho de todas as homenagens que recebeu, mas conta que considerou muito marcante a primeira vez em que foi patronesse de uma turma. “Não consegui conter o choro. Foi uma turma da Barra, há uns dez anos, eu acho. No meio do discurso, chorei mesmo”.

Para a professora, esse reconhecimento pode ser uma demonstração de que está indo no caminho certo e que os alunos entendem sua intenção. “Amar também é dizer ‘não’, é tirar dois décimos por cada erro, é tirar meio ponto por erros graves de Português,

Foto: Amanda G

ama

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é ser exigente”. Ela também acredita que seus alunos compreendem seu desejo de trocar conhecimentos e, mesmo os que não gostam dela, sabem que ela defende o que acredita, faz o que prega e que não mente para eles. “Acho que eles enxergam essa verdade em mim. Talvez por isso me vejam como alguém em quem podem confiar e com quem podem contar”.

UM “LINHA DURA” POP

Com uma visão um pouco menos romântica, o professor Guilherme Carvalhido é bem sincero ao definir sua relação com os estudantes como de “amor e ódio”. “Eu adoro trabalhar com os alunos. Se não gostasse não estaria aqui. Mas temos uma relação complicada. Normalmente é positiva, mas às vezes eles são desinteressados. Não é comigo, é com a universidade. Mas há momentos em que essa falta de comprometimento me faz acabar detestando”. Carvalhido, como é conhecido pelos estudantes de Comunicação, explica que sempre quis lecionar e que se formou em Ciências Sociais com esse objetivo.

O professor, que já atua há 21 anos na profissão, começou dando aulas para turmas de Ensino Médio. Há 19 anos mudou-se para graduação, quando começou a ensinar na UVA. Responsável pelas disciplinas Comunicação e Mundo Contemporâneo, Economia Política e Trabalho de Conclusão de Curso, o temido TCC, Carvalhido acredita que essa última contribui bastante para que os alunos reconheçam seu trabalho. “Vai passando o tempo e eles vão amadurecendo. Chegando ao fim do curso, muitos me procuram para ajudar no TCC. Eu busco atender e eles ficam agradecidos”, conta.

Para Carvalhido, aliás, essa entrega é um dos motivos pelos quais acaba sendo querido pelos alunos, mesmo com a sua fama de “linha dura”. “Procuro me dedicar o máximo nas aulas. Mesmo quando estou com problemas, busco dar o melhor para passar conhecimento”. Para ele, sua transparência também é um ponto fundamental. “Acho que o momento na sala de aula é sagrado.”.

Tanta rigidez não impediu que o professor se tronasse uma espécie de ícone pop e acumulasse homenagens, o que, para ele, é uma honra. “Não quero me gabar, mas foram mais de 70. Eu não tenho mais onde guardar placa!”. Com tantas histórias de formaturas, o professor encontra dificuldade para selecionar apenas um momento marcante entre tantos. Para ele, fazer essa escolha é até injusto. No entanto, destaca a primeira vez em que foi homenageado. “Pensei: ‘Caramba! Estou fazendo um bom trabalho!”.

O QUE FAZ UM “QUERIDINHO”?

Mas o que define a realização de um bom trabalho? Para a professora e coordenadora do curso de pedagogia da UVA, Luíza Portes, algumas características dos professores costumam colaborar para o sucesso na sala de aula. Ela acredita que os profissionais que conquistam o reconhecimento de seus alunos são aqueles que dominam o conteúdo, se colocam à disposição, são humildes, possuem uma boa dose de paciência e respeitam os alunos. “Aquele que é homenageado, reconhecido, é alguém que desenvolve o conteúdo entendendo que o aluno é ser humano como ele”.

No entanto, Luíza questiona o termo “queridinho”, por acreditar que ele pode apresentar a conotação de bonzinho, ou seja, aqueles professores que são adorados por serem permissivos ou não cobrarem nada. “Acho que esse tipo não coopera, não contribui para o aprendizado”, afirma. A coordenadora acredita que o professor admirado é aquele que cobra, mas é justo e deixa as regras do jogo bem claras.

Professora há 39 anos, Luíza já trabalhou com diversas faixas etárias: desde a educação infantil até a pós-graduação. Ela defende que todo estudante tem um mestre inesquecível e conta que esse assunto costuma ser inclusive tema de debates em suas aulas. Segundo a coordenadora, os professores costumam conquistar os alunos por meio da forma que apresentam o conteúdo de sua disciplina. “Para ser querido pela turma, o professor passa por uma série de etapas e sempre busca novas formas de ensinar”.

Luíza também chama atenção para as metodologias que melhoram a dinâmica dentro de sala de aula, favorecendo a integração entre turma e professor. Segundo ela, esse vínculo favorece o contato afetivo, algo muito significante no processo de aprendizagem. “Afetividade é o ponto de partida para tudo. É algo que abre portas”. Luíza explica que, atualmente, muitos estudos já apontam a importância desse contato pedagógico e defende os processos de troca em sala de aula. “O professor que tem clareza de que não somente ensina, mas também aprende, faz com que os alunos se apaixonem”.

COM A PALAVRA: QUEM ESCOLHE

É esse tipo de comprometimento que torna um professor especial para Caroline Dutra. Formada em Publicidade e depois em Jornalismp, ela viu mais uma vez Guilherme Carvalhido e Maristela Fittipaldi assumirem os postos de paraninfos.

Para ela, esses professores conquistam a fama de “queridinhos” por serem autênticos, espirituosos e dedicados. “Um professor querido é aquele que não vai ali só para repetir umas palavras e ir embora, mas que está realmente comprometido com aquilo que faz, que ama fazer e que entende que os alunos serão futuros profissionais e dependem dele para isso”, define.

Caroline acredita que os formandos geralmente repetem as escolhas porque buscam homenagear os professores considerados mais “gente boa” e que mais se relacionam com as turmas. Nesse ponto, ela considera que os que ensinam mais de uma disciplina ao longo do curso são mais lembrados, pois têm oportunidade de criar maiores vínculos com os alunos.

A ex-secretária da Casa da Comunicação, Sueli Pereira, de 55 anos, pensa da mesma forma. Confidente de professores e alunos, ela tem autonomia de sobra para falar sobre o assunto. Ainda mais porque não faz muito tempo que esteve no papel de formanda, em 2007, quando concluiu o curso de Publicidade. Para ela, os professores que dão aulas em vários períodos desenvolvem uma convivência maior com as turmas. “Eles estão mais presentes, se expõem mais”, afirma.

Segundo Sueli, ano após ano, não houve muitas mudanças nas escolhas dos professores homenageados. “São sempre as mesmas vítimas”, brinca. Mas explica essa definição: “É que formatura é muito cansativa”. De qualquer forma, ela observa que os professores sempre se sentem satisfeitos e honrados com as demonstrações de respeito e admiração. Provavelmente, tanto quanto ela se sentiu quando foi homenageada como funcionária. “É gratificante receber esse carinho dos alunos. É diferente do elogio do dia-a-dia”.

Mas Sueli acredita que o fato de as escolhas se repetirem não significa que quem não é homenageado constantemente seja menos querido. Para ela, os “queridinhos” representam todo o corpo docente. No entanto, ela não nega que alguns professores se destacam entre os alunos por serem considerados mais amigos e companheiros. A secretária que, em sua formatura, teve o professor Guilherme Carvalhido escolhido como paraninfo, o cita como exemplo: “Ele é amado por todos, mas muita gente tem medo e nem se inscreve na turma dele porque ele pega no pé e é muito ‘caxias’, mas sabe dar carinho”. Ela aproveita então para sintetizar a sua concepção de “queridinho”: “É aquele professor que sabe ensinar, cobrar e acariciar”.

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6 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

O ALUNO DO SÉCULO XXIA mudança no perfil dos estudantes gira ao redor das novas tecnologias de comunicaçãoTHAYANE MARIA RIBEIRO FERREIRA

A inovação de hoje é a educação de amanhã. Nos últimos vinte anos, além do cinema, da moda, dos penteados e dos carros, o perfil dos jovens estudantes mudou com a ajuda da tecnologia. Como dizia Steve Jobs, a tecnologia move o mundo. E move, sem dúvida, o dia a dia dos estudantes de Comunicação Social. As mudanças não são apenas estéticas, mas profundas e notórias. O jovem, nos últimos anos, além de fazer parte da geração Y - ou a geração superficial para alguns - carrega, apenas dentro do seu aparelho celular, milhares de informações. A maioria são aplicativos compostos por redes sociais, mas tornou-se muito mais fácil e rápido o estudo, em todas suas formas.

Os jovens de hoje também têm muito mais acesso às universidades do que há vinte anos. Antigamente, a faculdade era um espaço elitizado, no qual apenas aqueles que sempre estudaram em colégios de referência conseguiam ingressar. Atualmente, além das cotas em universidades públicas, as facilidades de pagamento das particulares ajudam. Nesse contexto, também está relacionado o fato de que essa geração, diferentemente daquela de duas décadas atrás, deseja o crescimento rápido na carreira e prioriza a vida profissional, resultando em um grande número de estudantes que trabalham para pagar sua faculdade, ao mesmo tempo em que estudam, fazem cursos de línguas estrangeiras, e ainda encontram tempo para academia e para conversar no Whatsapp.

Além disso, esta é a geração de jovens que vivem conectados. Mesmo no trabalho e em outros ambientes de mais formalidade, eles não se desligam das redes sociais. O que antigamente seria uma afronta ao chefe ou ao professor hoje é algo visto como usual, ou melhor, incontrolável. Os benefícios desse novo modo de estudo e de trabalho já foram comprovados, como em empresas como a Google, em que as relações são menos hierarquizadas e mais informais. As reuniões e tarefas colaborativas são feitas pela internet, e nem sempre no mesmo espaço, como era de costume. Além desse fato, existe também a flexibilidade de horários, até mesmo em grandes empresas como esta, na qual não há a necessidade de bater ponto e que é comandada por uma gestão mais pessoal, completamente diferente do

contexto das grandes empresas há vinte anos. Os jovens dessa geração estão habituados a se comunicar, interagir e colaborar virtualmente - tudo ao mesmo tempo.

Neste contexto, muitos professores que se consideram integrados, ou seja, que absorvem com facilidade as novas tecnologias, não se incomodam com a atitude dos alunos em utilizar a internet em plena classe, muito pelo contrário, encontram benefícios nesse fato, como é o caso da professora Luiza Cruz, uma das professoras mais antigas do curso de Comunicação Social na Universidade Veiga de Almeida, e que acompanhou de perto as mudanças nesses últimos vinte anos: “O aluno de hoje é muito mais informado. Quando estou dando aula, o que é muito meu estilo, quando tenho dúvidas em torno de algum conteúdo, olho no meu próprio celular ou peço para algum aluno procurar a resposta, mas as dúvidas não permanecem para a próxima aula”, afirma Luiza.

afirma que não teve dificuldades: “Sou integrada e abraço as novas tecnologias. Fiz parte do comitê gestor de implementação da Internet no Brasil, trabalhei na Embratel. E no início de 1994, quando ainda morava na Inglaterra, já utilizava a internet. Então para mim foi tranquila a transição”, comenta.

Por outro lado, nem todos os professores, mesmo lecionando no curso de Comunicação Social e sabendo da necessidade das mídias sociais e da tecnologia para a profissão nos dias de hoje, se sentem bem com a relação dependente do jovem com o celular que existe atualmente. Como é o caso da professora Luciene Gregorio De Aragon, que dá aula de Estética e Cultura de Massa: “São muitas situações. O lado ruim é quando os alunos usam o tempo da aula para ficar ausentes e perdem o foco”, explica a professora.

Entretanto, na opinião da professora de Técnicas de Reportagem, Luiza Cruz, os professores devem encontrar uma maneira de lidar com essa “perda de foco” dos alunos e não condenar a internet por isso: “São pequenos detalhes. Afinal, os benefícios que as novas tecnologias trouxeram ao meio da Comunicação foram muito maiores que os prejuízos. É claro que é chato você estar em sala e o aluno teclando o tempo todo, é complicado, mas temos que achar um jeito de lidar com isso”, completa Luiza, que se considera integrada às novas tecnologias.

Não parece mesmo possível ignorar as melhorias que tecnologia trouxe, não só para o meio da Comunicação, mas para o dia-a-dia desses futuros comunicadores. No contexto do que se pode esperar nos próximos vinte anos do curso na UVA, é inegável que as mudanças continuarão acontecendo, para tornar seus alunos seres humanos capazes de lidar com a tecnologia e levá-la a outro nível de importância: “Todas as mudanças incluem o maior acesso à informação e a maior integração das diversas plataformas de mídia. A mudança ocorrerá dessa forma, em um processo cada vez maior de interação das plataformas de comunicação, que serão cada vez mais digitalizadas”, opina a professora de Técnicas de Reportagem.

Os futuros jornalistas e publicitários terão em seu cotidiano inúmeras formas de expor sua criatividade. Dezenas de plataformas digitais, como Blogs, WordPress, Facebook, Twitter e Instagram, só tendem a crescer. Se existem aspectos negativos em relação à tamanha mudança no perfil dos alunos nos últimos vinte anos, também há melhorias, que pesam de forma inegável não só no dia-a-dia, mas em maiores termos, por meio do acesso muito mais fácil de quase todos os jovens à tecnologia, elas podem tornar o jovem de hoje um aluno e profissional com muito mais bagagem e com conteúdo de informação completamente globalizado.

A quantidade de janelas

que a internet abre para

eles em torno de conteúdo

é incalculável

Luiza Cruz

De fato, a principal mudança é a informação. Em 1994, nem todos dispunham de computador em casa e o acesso à internet para aqueles que tinham era caro. Na opinião de Luiza, esse é o diferencial dessa geração: “Eu acredito que a principal mudança no perfil dos alunos nos últimos vinte anos é a informação, a quantidade de janelas que a internet abre para eles em torno de conteúdo é incalculável”, ressalta a professora do curso de Comunicação Social.

No contexto da convivência com alunos conectados vinte e quatro horas por dia, a professora Luiza Cruz

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72º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

A INCLUSÃO DAS REDES SOCIAIS NOS CURSOS DE COMUNICAÇÃO SOCIALProfessores da Veiga de Almeida analisam os prós e os contras no uso do Facebook para o compartilhamento de material didáticoHELLEN COSTA

Se, nos dias normais, as xerox do campus Tijuca, da Universidade Veiga de Almeida, já eram movimentadas, em dias de prova, era impossível não pegar fila para entrar. Alunos de vários cursos e períodos se misturavam para copiar o material guardado nas pastas dos professores, imprimir algum trabalho, ou, como os mais desesperados, para imprimir as folhas da monografia.

Os estudantes se dividiam em duas xerox: uma localizada na praça de alimentação e a outra na vila. Contudo, com o passar dos anos, o campus passou por algumas modificações. No lugar de uma das xerox, foi construído uma lanchonete, mais uma alternativa para os universitários ou visitantes da faculdade. Além disso, a forma como alunos e professores compartilhavam matérias também estava mudando. O material para estudos foi transferido para os grupos no Facebook, que logo se tornaram uma “extensão” das salas de aula, em que estudantes tiram suas dúvidas e dividem os trabalhos com colegas e professores.

Se há aqueles que gostam e são a favor dessa nova utilidade das redes sociais, há os que desconfiam ou preferem a tradicional xerox para guardar os textos relacionados à disciplina que lecionam. É o caso de Alda de Almeida, ex-professora de Radiojornalismo da Veiga de Almeida. Ela prefere passar o material digitalizado para os alunos por meio de e-mails, por considerar algo mais reservado. “Acho o Facebook algo muito público para se compartilhar este tipo de conteúdo. Eles (os estudantes) podem perder o controle e seu material começa a passear por lugares que você nem sabe, sendo utilizado de maneiras que você nem imagina”, explica.

Mesmo evitando usar as redes sociais para enviar textos para os universitários, ela afirma que participou de um grupo no Facebook criado pela turma de radiojornalismo da noite. Ela diz que eventualmente publica algo lá, mas teme uma mudança no comportamento de seus alunos devido à facilidade de se compartilhar informações pela internet. “Tenho

medo que este grupo no Facebook sirva para substituir a presença do aluno em sala de aula”. Além disso, algo mal compreendido pode ser passado adiante pelas redes sociais. “Um de meus alunos faltou em uma das aulas e perguntou no grupo o que eu havia dito sobre o trabalho. Uma aluna deu uma resposta totalmente errada e eu precisei me intrometer na conversa e

Em véspera de provas, a xerox da vila fica sobrecarregada

corrigir tudo o que a estudante tinha dito de errado. Eu ainda disse para a menina não responder da próxima vez, e sim mandar o colega vir para a aula”

A ausência de alguns alunos durante as aulas é algo preocupante, mas Alda também não fica tranquila com a situação daqueles cujos corpos estão presentes em sala. “É impressionante como os alunos não tiram dúvidas nas aulas. Ninguém tem dúvidas e eu sei que

isso não é verdade, pois quando passam informações para o colega que não veio, passam errado, algo que não foi dito em sala”. Para equilibrar a situação, ela pretende descobrir como se articula o sistema do aluno para hospedar alguns de seus textos na internet. Mas garante que não irá deixar o tradicional método de compartilhamento de materiais de lado. “Mesmo

colocando os textos no sistema do aluno, não pretendo abandonar a xerox por enquanto”.

Além da preferência por algo físico, Alda decidiu continuar colocando novos textos em pastas nas xeros dos campi para evitar problemas no futuro. “Caso algo aconteça com o sistema do aluno e tudo se perca, o aluno ainda terá o material nas pastas para copiar”. Assim, o estudante pode pegar o texto, levar para a

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sala, fazer as anotações no próprio papel enquanto a professora dá aula. Ao menos, era assim que ela gostaria que fosse, mas a realidade é bem diferente. “O fato é que os alunos não pegam a xerox e levam para a sala”, lamenta Alda.

A professora não sabe o motivo que levou ao fechamento da antiga xerox que funcionava na praça de alimentação, a maior do campus da Tijuca, mas acredita que esteja relacionado com o fato de a universidade querer resolver parte dos problemas via online. “Isso é um processo que vem de modo contínuo. Começamos lançando apenas notas no sistema. Hoje, lançamos notas, faltas e conteúdo. É uma tendência natural”. É fato que o sistema do aluno vem sendo mais utilizado pelos professores. Contudo, a verdade por trás do término de uma das xerox da Veiga é outra.

O professor e coordenador do curso de Jornalismo, Luis Carlos Bittencourt, mais conhecido como Bitt, explica que foi uma questão administrativa. Além disso, ele conta que a universidade já estava em busca de novas opções de alimentação para os alunos e considerou a ideia de ter outras lojas que oferecessem alimentos diversificados. “As opções eram poucas. A Veiga estava crescendo muito, ficando ainda mais cheia, e o que tinha aqui não estava dando conta”.

Com o fechamento da copiadora da praça, a da vila passou a ser usada com mais frequência. Apesar disso, Bitt acredita que o movimento não é tão intenso como era antigamente. “As filas eram maiores do que as de hoje. A ideia de se usar a Internet para compartilhar o material facilitou muito a vida dos alunos”. O professor é totalmente a favor desta mudança tecnológica nas formas de se compartilhar arquivos e informações entre professores e alunos. “Hoje em dia, todos têm dispositivo móvel. E a tendência é esta, você substituir o papel por arquivos em pdf e ebooks”.

A troca dos livros físicos pelos virtuais tem gerado várias discussões entre os amantes da leitura. Atualmente, é possível baixar muitos livros pela Internet, em sites que os disponibilizam de forma ilegal, mas o professor não vê problemas em obter alguns. “Eu leio muitos livros físicos e ebooks. Compro em vários lugares e faço a leitura no tablet. É muito mais fácil. E quando há a necessidade de se ter alguma página em mãos, eu imprimo”. Por esta razão, ele entende a preferência dos jovens em pegar as matérias pelo Facebook.

A facilidade que a rede social oferece na criação de grupos e hospedagem de arquivos atrai a atenção. Muitos estudantes da Veiga têm uma página no

Facebook e, de modo geral, os professores não estão familiarizados com o sistema do aluno, usando-o constantemente apenas para lançar as notas das provas. Além disso, por meio do Facebook, é mais fácil se comunicar com os alunos. Contudo, o coordenador do curso de Jornalismo conta que no início de cada semestre ele e os professores fazem um planejamento para cada disciplina, que pode sofrer alterações com o passar dos meses. “Durante o semestre, os professores colocam os produtos que foram feitos pelos alunos em páginas no Facebook. Como não temos um espaço centralizado para fazer essa divulgação toda, nós aceitamos e incentivamos a ideia, mas é preciso que os professores comuniquem as alterações para a coordenação para não arruinar o planejamento inicial”.

O Facebook transformou-se em uma ferramenta acadêmica de estudantes e educadores, porém Bitt alerta para uma possível nova exigência da Veiga de Almeida. “Os professores serão cobrados para colocar material no sistema. Logo, os alunos terão que usar este material. Eles não poderão usar apenas o Facebook, pois, apesar deste contato imediato facilitar o acesso para o aluno, não é um método institucional. Cada vez mais a universidade está construindo um sistema de comunicação entre aluno e professor”.

Contudo, ainda há falhas no sistema, como observa a socióloga e professora do curso de Comunicação, Renata Feital. Ela conta que o maior problema é o sumiço de material. “Tive um aluno que disse não ter estudado a matéria porque não conseguiu baixar o arquivo. Além disso, alguns vídeos eu não consigo colocar no sistema, problemas que não tenho no Facebook”, afirma. Feital diz que outro ponto positivo da rede social é o fato de todos estarem conectados. Tanto ela quanto os alunos. “No Facebook não tem conversa de não ter achado a matéria. Antes, você colocava o material na xerox e o aluno não pegava. Na verdade, a saída da outra xerox foi o que mais me motivou a usar o Facebook para colocar meu material, porque uma xerox pequena não dá para atender esta universidade gigantesca”.

Feital enxergou o problema que a falta de uma das xerox causaria e logo procurou uma solução. Mas ela não foi a única a ter a ideia de migrar o material acadêmico para a rede social. “Há uns dois ou três anos, os professores começaram a compartilhar textos nos grupos do Facebook”, lembra a socióloga. Nesta época, o sistema do aluno ainda estava em fase de testes e frequentemente dava erro quando os professores tentavam hospedar arquivos nele. Enquanto o problema não era solucionado, a rede

social transformou-se no meio mais fácil e rápido de divulgação e de compartilhamento de material entre educadores e estudantes. “Você pode disponibilizar todo o tipo de conteúdo no Facebook, sem um limite. Além disso, quando você coloca o trabalho de um aluno ali, dá uma possibilidade maior de o trabalho dele ser visualizado do que se colocarmos um cartaz ou um vídeo aqui na faculdade”.

A professora não nega ser uma assídua usuária do Facebook, mas admite que toda a facilidade que a rede social trouxe para a vida dos alunos gerou um grande problema: os estudantes tornaram-se dependentes dos slides. Mesmo quando o educador disponibiliza textos referentes à matéria dada para os alunos lerem, se houver slides, eles estudam apenas pelo que está escrito no arquivo do PowerPoint. “A aula não é só slide, ele não substitui o texto. Os slides são apenas um acompanhamento”, ressalta Feital.

Apesar dos avisos, ela admite que não há um controle sobre o uso do material pelos alunos. Os arquivos estão no Facebook, mas o que os estudantes farão ela não tem como saber, mas ela diz não estar preocupada com isso, mesmo se as apostilas que ela escreveu forem parar no computador de um desconhecido. “A informação é de domínio público. Caso alguém compartilhe meus textos com outras pessoas, eu vou adorar”.

O medo da fraude faz com que outros acadêmicos não sigam o mesmo exemplo de professores como Feital. Para garantir que estas pessoas se sintam mais seguras para disponibilizar o material produzido por elas na internet, é necessário que todo o sistema do aluno seja reavaliado. A instituição, professores e estudantes devem trabalhar juntos para criar ideias que possam melhorar essa ponte de informação.

Foto: Hellen Costa

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92º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

DE VOLTA AO ENDEREÇO CADA VEZ MAIS NOBRE DO RIO DE JANEIRONovo campus na Barra abre turma de Comunicação SocialTIAGO SOARES

Se em 2015 o curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida, completa 20 anos, o ano de 2014 marcou o retorno dessa graduação à Barra da Tijuca. O bairro conta hoje com dois Campi. Com a inauguração do campus Downtown, novas turmas foram abertas, de acordo com a demanda inicial. E alguns cursos como: Administração, Ciências Contábeis e Direito migraram do campus Marapendi, também na Barra, além, de uma nova turma de 1º período de Publicidade que trouxe de volta a Comunicação à Barra.

Depois de 11 anos sem turmas de Comunicação Social, a volta marca também uma nova era, uma vez que o crescimento da Barra, tanto residencial

como comercial, abre uma enorme gama de oportunidades profissionais, principalmente na área da Comunicação, com os grandes eventos que já passaram e os que ainda estão por vir como as Olimpíadas 2016. O novo campus fica no bloco 6 do Shopping Downtown. Com uma infraestrutura moderna, o prédio conta com cobertura de rede wi-fi e um atendimento diferenciado aos alunos.

Por estar dentro de um shopping, o campus Downtown conta com um convênio junto ao estacionamento e o aluno paga o valor de 150 reais mensais. Além disso, algumas melhorias já estão à disposição dos alunos. Como o curso de Comunicação começou do zero, com turma de 1º

período, a aulas eram todas realizadas nas salas. Mas para o primeiro semestre de 2015, a primeira turma já pode contar com laboratório de fotografia, estúdio de áudio e vídeo, ilha de edição e um laboratório de informática com computadores de ultima geração.

Coordenadora Margaret Carino acredita que a área de Comunicação traz muitas oportunidades para os alunos

O crescimento do campus e dos cursos vai acontecendo gradualmente de acordo com a demanda. No início do ano letivo de 2015, abriu a primeira turma do bacharelado em Jornalismo com 25 alunos. Além disso, outros cursos continuam disponíveis como: Ciência da Computação, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Sistemas de Informação. A expectativa da diretora acadêmica, Nara Iwata, é que o campus vá crescendo e tomando sua própria identidade, assim como acontece nos outros campi.

“A instituição é única, mas cada bairro onde ela está instalada tem o seu próprio perfil. O que acaba formando a identidade do campus”, diz Nara que é diretora acadêmica dos dois campi da Barra, Marapendi e Downtown. Para ela, desde quando o slogan da Veiga de Almeida era “Tradição com Inovação”, a Barra sempre foi a parte da “Inovação”, por características próprias do bairro. A criatividade sempre esteve presente, pelo próprio crescimento e modernização que por ali acontecem. E inspiram os alunos a todo instante.

A vontade de criar já pôde ser testada, e os resultados estão expostos pelos corredores do campus Downtown. Webséries produzidas por alunos da professora Renata Feital, em Técnicas de Redação e

O perfil dos alunos, são

pessoas mais curiosas,

que gostam da novidade

Margaret Carino

Foto: Tiago Soares

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10 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

Expressão, do 2º período, mostraram o tamanho do empenho desses rapazes e moças. Eles escreveram roteiros, fizeram a produção e filmagem e ainda atuaram como atrizes e atores. E no futuro estarão fazendo a diferença no mercado de trabalho.

Mercado este que tem mudado bastante nos últimos anos, segundo a coordenadora do curso de Comunicação/Publicidade, Margaret Carino. “O campo de atuação abriu um leque de oportunidades. O aluno formado hoje não vai só trabalhar numa agência, criando peças publicitárias”. O crescimento de áreas como mídias sociais, audiovisual, programas de televisão, series e etc., faz com que a procura por esse tipo de curso cresça cada vez mais. “Os alunos são pessoas mais curiosas, que gostam da novidade”, justifica Margaret à alta demanda pela Publicidade.

empresas privadas e inúmeros outros lugares. Hoje, o diploma para o exercício não é mais exigido, mas a graduação superior é um passaporte para mercado, cada vez mais exigente em qualidade.

E isso fica por conta do corpo docente. A qualidade de ensino tem garantido à Universidade Veiga de Almeida, desde 2012, atingir o conceito 4 do Índice Geral de Cursos do MEC. E hoje ela ocupa a sexta colocação no ranking das melhores universidades do país, sendo a segunda do Estado do Rio de Janeiro. Um dos professores responsáveis pelo sucesso da Comunicação é Antônio Queiroga, que com o retorno do curso à Barra volta a dar aula no bairro.

“A Barra é uma área imensa com um grande potencial de alunos para o curso de Comunicação, ainda mais com o desaparecimento de varias instituições, o que criou um certo vácuo na região”, afirma Tony Queiroga como é conhecido nos campi. Ele, que já foi professor da Barra quando ainda havia Comunicação no campus Marapendi, diz que a única novidade para ele é o campus Downtown e ainda completa: “É ótimo a Veiga estar apostando nessa nova frente”.

Novas apostas são o que a Veiga de Almeida tem feito desde que passou a integrar a Rede Ilumno em

A instituição é única, mas

cada bairro onde ela está

instalada tem seu próprio

perfil, o que acaba

formando a identidade do

campus

Nara Iwata

O conceito da Universidade Veiga de Almeida perante o MEC e ao mercado, também é um dos fatores pela grande procura. Mas o profissional, seja de Publicidade/Propaganda ou Jornalismo, precisa fazer diferença, sendo inovador e criativo. O publicitário não é mais um profissional que só cria, produz e divulga uma campanha, promovendo um produto, uma personalidade ou um serviço junto ao seu público alvo. Seu foco principal de atuação deixou de ser as agências de publicidade. Hoje ele pode trabalhar em grandes emissoras.

Assim como o jornalista, este um profissional da notícia. Presente na cobertura dos acontecimentos de interesse social, o aluno de jornalismo aprende a transformar fatos em notícias com isenção e objetividade. Seu campo de atuação também teve um crescimento significativo e não se restringe mais às redações dos grandes jornais, revistas, rádio e televisão. Está presente em departamentos de comunicação de

2011, reunindo nove instituições da America Latina, transformando a educação com uma proposta baseada em inclusão. A Veiga mudou até sua logomarca, reforçando o comprometimento em ser uma Universidade que oferece alta qualidade acadêmica. Hoje a UVA tem um corpo docente formado por 800 professores para os mais de 30 mil alunos de diversos cursos.

O campus Downtown, pode-se dizer, foi um presente tanto para professores,quanto para os alunos pelos 20 anos do curso de Comunicação. Aos mestres ,por terem a chance de aumentar a carga horária. E aos alunos pela oportunidade de escolher um novo lugar para estudar. Um campus moderno, em um bairro em crescimento constante e com grandes chances de empregabilidade. Principalmente na área da Comunicação Social.

Fachada da unidade Downtown da Veiga de Almeida

Foto: Tiago Soares

Além do campus Downtown, que fica na Avenida das Américas, 500, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, é possível cursar Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, ou bacharelado em Jornalismo também nos campi Tijuca (Rua Ibituruna, 108, Tijuca – Rio de Janeiro) e Cabo Frio (Estrada Perynas, S/N, Perynas – Cabo Frio – RJ).

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112º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

PROFESSORES: OS GRANDES AUTORES DOS 20 ANOS DE HISTÓRIA DA UVACorpo docente fala sobre as mudanças nas últimas duas décadasCAROLINE APARICIO DUTRA

O tempo não para. E o curso de Comunicação Social na Universidade Veiga de Almeida (UVA) não parou no tempo: já tem vinte anos, muito bem vividos e constantemente aprimorados. Mas nem sempre foi assim. Tudo começou com pouco mais de quatro professores. Atualmente, são mais de trinta profissionais. Alguns fazem parte dessa história há 20 anos, tempo de existência do curso, como Luiza Cruz e Oswaldo Senna. O quadro docente já mudou muito, mas sempre para melhor. Hoje, quase todo os professores do curso tem mestrado ou doutorado, algo que não acontecia há 15 anos.

As exigências do MEC, que se aprimoraram ao longo dos anos, contribuíram para essa qualificação. Mesmo sendo uma obrigação, também se pode dizer que os próprios professores se dedicam mais à docência. “Quando comecei a dar aula, muitos professores tinham a sala de aula como um extra, para completar salário”, lembra Maristela Fittipaldi, na casa há 18 anos e doutora desde 2004. Hoje, há uma equipe qualificada, comprometida, com domínio do conteúdo e que se renova. “A entrada de novos professores também é ótima, pois eles trazem a vivência de que o curso precisa para estar sempre em dia com as demandas do mercado e do próprio público”, opina Maristela.

O quadro de professores também possui caráter transitório. Ao mesmo tempo em que mantém profissionais com mais de dez anos de casa, também se inova com docentes contratados há menos de um ano. “É importante renovar. Desde o início até hoje, o quadro do curso já se transformou bastante”, lembra o professor mestre Oswaldo Senna. A partir de 2012, houve um aumento no número de alunos (atualmente são cerca de 1.600). O bom desempenho da UVA nas avaliações do ENADE e o fato de ter recebido alunos das universidades Gama Filho e UniverCidade também contribuíram para a necessidade de contratações.

A professora mestre Daniela Oliveira é recém-chegada e leciona Jornalismo Digital. Ela trabalhou muito tempo com comunicação corporativa e agora decidiu se dedicar à vida acadêmica com mais ênfase.

Ela acredita que os professores antigos são a segurança de que o ensino tem qualidade, mas também defende a reciclagem com professores mais recentes. “Essa mescla é super importante: professores mais experientes com tempo de casa e professores mais novos que trazem o frescor do mercado”, comenta.

Outro protagonista desse novo cenário é o mestre Gustavo Lacerda. Ele lecionava na casa desde 2012 disciplinas como Oficina de Produção e agora foi efetivado. Já trabalhou na CNT, Agência France Presse e TV UERJ e, como consequência, ministra aula de Telejornalismo. Como prova dessa necessidade de parceria entre os dois tipos de professores, ele trabalha com a professora mestre Mônica Nunes lecionando disciplinas equivalentes. “Eu e a Mônica temos as

mesmas disciplinas e ela, por estar aqui há mais tempo, foi importantíssima no meu processo de chegada. Estamos trabalhando em conjunto”, explica.

Há muitos motivos para que essa contratação de professores, em maior escala, não tenha acontecido antes. Um dos fatores é que a frequência com que se troca de professor é avaliada pelo MEC, e quanto mais isso acontece, menor é o conceito da universidade. O coordenador de Jornalismo, professor doutor Luis Carlos Bittencourt, conhecido como Bitt, acredita que manter uma equipe com pouca rotatividade é positivo, pois o profissional já sabe como funcionam as normas da casa. Além disso, afirma que estar alguns anos trabalhando no mesmo local não significa deixar de se atualizar.

Os professores Mônica Nunes e Gustavo Lacerda lecionam a mesma disciplina e apoiam um ao outro

Foto: Caroline Dutra

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14 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

Foi bom correr atrás.

Ler textos para saber o

que escrever, analisar o

Facebook do Tico e o da

Renata. Aprendi na prática

como é importante uma

apuração.

Tamiris Aimeé

Na “luta” para encaixar as reportagens, muitas vezes, boas pautas não ganham destaque pela simples falta de espaço. Após a correria, que dura quase todo o semestre para escrever, os textos vão para as mãos da professora Érica Ribeiro, que, na disciplina de Oficina de Jornalismo, ajuda os alunos a diagramar, fazer o projeto gráfico e a dar cara à publicação que está por vir. Dentro do tema, grupos de cinco a seis alunos começam desenvolvendo o projeto gráfico e pensando no conceito. Após o processo de criação, a diagramação e a edição da revista são feitas.

Veiga + : Um desafioNo segundo semestre de 2014, cursei uma disciplina

que meu deu como tarefa escrever uma matéria sobre a história desta revista. O que eu não imaginava era que no ano seguinte, eu entraria de cabeça na montagem da edição da Veiga Mais. O mais engraçado é o fato de que, apesar de muitas pesquisas, entrevistas e leituras das edições anteriores, não consegui chegar perto do trabalho que é fazer, do zero, uma revista.

Desde o primeiro dia de aula fui induzida a correr contra o tempo, porque uma revista é muito mais que 24 páginas cheia de textos e fotos: temos a diagramação, a edição de títulos, subtítulos e, na maioria das vezes, refazer o trabalho dos futuros repórteres que estão compondo a edição 20 da V+.

Entre brigas, deadlines e tensões, a revista começou do zero, sendo desenhada em um “rafe” e algumas vezes refeita para dar ao público o melhor dos 20 anos de Comunicação na faculdade. Após escrever minha matéria para a revista, vi que quando se monta uma, todas as matérias se encaixam e formam uma grande colcha de retalhos, cada um contando a sua história e assim narrando a trajetória deste curso que há anos forma profissionais para um mercado de trabalho cada vez menor (Isabelle Reis).

Dentro de todo o processo, seja o de escrita das matérias ou o de conclusão da revista, o maior vilão que está sempre contra os alunos é o tempo. O deadline para conclusão das reportagens é até uma semana antes das provas e, para a edição sair, até o fim do semestre. A professora Érica concorda que os bons exemplares são aqueles que saem no prazo. “Não há melhor nem a pior, e sim as que estão fora e as que estão dentro do deadline. Eu não tenho preferência por uma revista, acho que as que saem no prazo são sempre melhores. Se não saírem não faz sentido”.

Apesar da força de vontade para lançar as revistas no prazo ser a prioridade, Maristela tem sua revista preferida. O ano foi 2008 e o tema da edição era para comemorar os 200 anos da Imprensa. Os alunos tiveram um ano para trabalhar no assunto, o dobro do prazo que os alunos tinham normalmente e, com isso, foram mais cobrados e conseguiram trabalhar melhor as matérias. “Contar nossa própria história foi muito motivador e os alunos se dedicaram bastante”

Já o coordenador Luis Carlos escolheu, entre tantas edições, aquelas em que ele mesmo produziu

as fotos, relembrando seus tempos de fotógrafo. Porém, deixou claro que apenas tem um carinho especial pelas edições, mas que acredita que a melhor é sempre a que está por vir. “Eu acho que os alunos devem estar motivados a fazer a cada período a melhor revista de todas. Eu não consigo escolher uma melhor, porque eles passam meses preparando as matérias e todos se esforçaram. Por isso, para mim, todas são boas”.

Para os alunos que participaram desta experiência, ficaram as lembranças e a realidade de se escrever uma grande reportagem, mas para os que estão por vir, esta edição pode servir de exemplo para um futuro novo tema. E as novidades não param. A partir deste ano, o curso de Jornalismo não será mais uma habilitação de Comunicação Social: será um curso, com novo currículo. Além dos alunos, a Veiga+ também ganhará com todas essas mudanças. “A Agência UVA, que, no início, muitas vezes ajudou na produção do veículo, será reformada e destinada novamente para que os alunos aprendam e escrevam para o Esquina Grande Tijuca e a Veiga+. Além de um cantinho só seu, a revista também terá uma maior periodicidade, para o melhor desempenho e treinamento dos futuros jornalistas da Veiga”, antecipa Bitt. Resta esperar pelas próximas edições.

Na revista Veiga +, todas as matérias são produzidas pelos alunos do curso de jornalismo

Foto: Isabelle Reis

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152º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

A BUSCA PELA EXCELÊNCIA ACADÊMICACurso oferece formação completa aos estudantes de comunicaçãoANA CAROLINA MELÔNIO

Todo profissional tem o desafio de ser manter atualizado, acompanhando as mudanças e exigências do mercado, de correr atrás dos seus objetivos e metas e ainda de fazer com que a tecnologia oferecida se torne sua aliada, pois todos almejam o sucesso. Mas como uma instituição com mais de 40 anos de ensino pode manter a tradição de seu Curso de Comunicação Social e ao mesmo tempo atender às demandas dessa geração imediatista? Esse é o desafio. Não é tarefa fácil, mas, ao longo de seus vinte anos de existência, o curso de Comunicação da Universidade Veiga de Almeida vem se reinventando e se transformando, para que o profissional de comunicação chegue ao mercado com uma formação completa e atualizada, pronto para concorrer no mercado e conquistar seu espaço.

O coordenador do curso de Jornalismo da UVA, Luís Carlos Bittencourt (Bitt), afirma que a grade curricular do curso foi montada de tal forma que pudesse ser flexível, para se adaptar às necessidades de formação dos profissionais. “Principalmente na atualização que fizemos em 2006, quando concebemos um perfil de egresso de formação mais integrada”. Foram oferecidas disciplinas que pudessem dar uma formação geral nos primeiros períodos, bem como reforçassem o texto e a narrativa e o desenvolvimento da percepção em audiovisual. Foi também introduzida na universidade a disciplina Inovação e Criatividade, depois adotada por outros cursos.

Estes profissionais que vivenciam, ao longo dos quatro anos da faculdade, diversas opções de atuação podem realizar trabalhos práticos com a teoria vista em sala de aula. Assim, os alunos conseguem definir com quais áreas possuem mais afinidades e onde querem atuar no mercado. Além de contar com conteúdos para mídias impressa e digital nas Oficinas de Jornalismo e de Propaganda, o curso também dispõe dos laboratórios da Casa de Comunicação na produção de programas de televisão e Web TV. Em 2006, foi realizado um projeto de pesquisa cujo objetivo era desenvolver matrizes de linguagem audiovisual para internet a partir da produção de Web TV e uma Web Rádio para o curso de Comunicação Social na disciplina de Oficina de Comunicação. Durante todo o ano de 2007, diversas pesquisas foram realizadas,

a fim de desenhar todo o escopo da programação e testagem dos recursos operacionais e tecnológicos.

Quando, em 2008, nasceu a TV UVA, um grande espaço para a formação de futuros profissionais também surgia. De acordo com o coordenador de produção da TV e ex-aluno da UVA, Anderson Barreto, lá os alunos podem sentir o que é fazer TV em suas diversas etapas desde o primeiro período. Isso faz a diferença na hora de escolher uma carreira, no momento de uma entrevista de estágio ou na resolução de problemas.

entender e querer ser, um dia, o que essas pessoas eram nos estúdios. Quando prestou vestibular, ele não sabia o que queria, mas decidiu por sua paixão por televisão.

Anderson também sabe que o mundo está em constante evolução e que os desafios são cada vez maiores. Por isso, o avanço se faz necessário na busca pela excelência. Para acompanhar tais transformações, a partir deste ano, irá acontecer uma nova reforma curricular, de acordo com as novas Diretrizes do Ministério de Educação, para o curso de Jornalismo, que deixa de ser uma habilitação de Comunicação Social para se transformar em um curso específico. “Reformulamos o perfil do egresso, reforçando o desenvolvimento de habilidades para lidar com as ferramentas digitais, e enfatizamos, além da formação específica, as competências para as atividades em comunicação corporativa”, explica o professor Bitt. Uma forma de manter o histórico do curso e, ao mesmo tempo, se adaptar aos novos tempos e às necessidades do mercado de trabalho.

Reformulamos o perfil

do egresso, reforçando

o desenvolvimento de

habilidades para lidar com

as ferramentas digitais,

e enfatizamos, além da

formação específica,

as competências para

as atividades em

comunicação corporativa.

Luiz Carlos Bittencourt

O interesse desse ex-aluno e hoje coordenador de produção da TV UVA começou desde pequeno, quando participava de plateias de programas na extinta Rede Manchete. Os bastidores e o trabalho por trás das câmeras o encantavam. “Aquela correria, gente com fone no ouvido, câmeras indo de um lado para o outro e uma voz misteriosa que dizia o que tinha que acontecer. Tudo me fascinava”, conta Anderson. Ele foi para Comunicação para

O trabalho por trás das câmeras fascinava o coordenador de produção da TV UVA, Anderson Barreto

Foto: Hellen Costa

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16 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

AMOR PELA TELINHATV UVA desperta interesse dos alunos de Jornalismo e Publicidade pelo audiovisualJULIANA SAREMBA

Eles são estudantes apaixonados pela TV, um sentimento que descobriram quando entraram na TV UVA, um canal universitário que, desde a fundação em 2008, deu a oportunidade a aproximadamente 240 jovens de aprenderem a profissão, fossem como apresentadores, produtores, editores ou roteiristas. Hoje, muitos deles seguem a carreira em grandes emissoras e sempre se lembram do aprendizado que obtiveram na TV universitária, um verdadeiro celeiro de jovens talentos.

É o caso da ex-aluna Juliana Fonseca, 23. Ela entrou na TV UVA no 3º período e lá ficou durante quase um ano, tempo suficiente para que tivesse a certeza, acima de tudo, do caminho que deveria seguir. “Quando eu cheguei, era muito crua. Mas não demorou muito para eu conseguir meu espaço, ter mais segurança e estar incrivelmente feliz com a oportunidade de passar por lá antes de seguir a carreira fora”, afirma.

Ela optou por experimentar a produção e conta que, antes de entrar, desconhecia o trabalho de uma produtora audiovisual. “Então eu descobri e passei a amar”. Hoje, ela continua nessa mesma área da TV, porém em outra emissora, o Canal Woohoo, no qual conseguiu estágio quando estava no 6º período da faculdade. Quando consegue um tempinho vago, ainda volta à universidade para dar aulas de produção no workshop que a TV UVA proporciona aos alunos que estão começando no curso.

Para um jovem estudante dos primeiros períodos, as possibilidades de conseguir um estágio e ganhar dinheiro na área são muito poucas, em decorrência do número de vagas no mercado, que se torna pequeno comparado ao número de estudantes que estão se formando em Comunicação Social nos últimos anos. Por isso, a TV UVA torna-se uma porta de entrada por meio da qual o aluno, apesar de não receber remuneração, ganha o diferencial de já ter experiência logo nos primeiros anos de curso. “Fiquei 11 meses na TV UVA sem receber nada. Na verdade, recebia sim! Todo o meu esforço sempre foi reconhecido”, afirma Juliana.

Além dela, outro aluno da Veiga também se apaixonou pela televisão e teve suas habilidades aprimoradas na TV UVA. Seu nome é Alex Sampaio,

e hoje, aos 34 anos, ele lembra que, durante os últimos períodos do curso de Jornalismo no ano 2000, participava de algumas matérias. “Minhas primeiras oportunidades no vídeo foram na TV universitária. Havia um programa de entrevistas em que os alunos participavam fazendo perguntas e eu sempre me oferecia para participar”, lembra.

Toda dedicação e interesse de Alex foram reconhecidos pela Diretora Geral da TV UVA, Mônica Miranda, que o indicou para trabalhar em sua primeira emissora fora da faculdade. “Uma amiga da Mônica que dirigia um programa de vendas na Band Rio precisou de emergência de um apresentador substituto. No mesmo dia estava ao vivo, sem TP, com ponto eletrônico pela primeira vez e muito improviso. Ali eu tive certeza de que era isso que me dava prazer”, conta.

O estudante, que seria apenas o apresentador substituto, passou um ano nesse programa, que era diário, e quando o projeto acabou, foi para São

Paulo em busca de novas oportunidades. Lá ele conseguiu entrar em uma emissora afiliada do SBT, na qual, já no primeiro dia de trabalho, teve que fazer passagem, escrever texto, fechar offs. “Todo o conteúdo e teoria da faculdade foram fundamentais e na prática fui me desenvolvendo”, afirma. Hoje, depois de muitas idas e vindas, Alex faz parte do Núcleo de Jornalismo da TV Record como apresentador, profissão pela qual se apaixonou durante seus tempos de faculdade.

O objetivo da TV UVA, segundo a coordenadora administrativa Shirley Vasconcelos, é exatamente a capacitação dos alunos para o mercado de trabalho. “Colocamos isso em prática por meio de treinamentos, workshops de apresentação, produção, roteiro, edição e laboratórios. Enfim, aqui, os realmente interessados saem com uma boa bagagem”, afirma.

A ex-aluna Gil Castilho confirma essa realidade, pois, apesar de a TV não ter sido sua primeira oportunidade de estágio, ela conta que sua participação foi uma das melhores experiências profissionais e que contribuiu muito para sua formação. Lá aprendeu alguns conceitos que aplica até hoje em seu trabalho, na parte de redes sociais da TV Globo. Aliás, para ela, todos os alunos de Comunicação da Veiga deveriam aproveitar as monitorias e estágios da própria faculdade. “Eles proporcionam experiências únicas”, afirma.

A coordenadora administrativa, Shirley Vasconcelos, diz que o objetivo da TV universitária é a capacitação dos alunos de comunicação para o mercado de trabalho

Foto: Isabelle Reis

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172º SEMESTRE DE 2015 • ANO 13 | EDIÇÃO 20 • V+| UVA | 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

A DESCOBERTA PELAS DUAS ÁREAS

UVA. Foi lá que ele teve a oportunidade de se formar na carreira de que gostava, quando conseguiu uma bolsa de estudos em 1999, ano em que iniciou sua graduação. Sempre gostou de televisão e via na telinha seu futuro. Por isso, nunca seguiu a área do impresso. “Toda a minha carreira, desde estagiário até hoje, foi dedicada a trabalhar com televisão, produção e apresentação”, afirma.

Seu primeiro estágio não poderia ser diferente: foi na TV universitária da Veiga, na qual viu na prática tudo aquilo que sempre amou. Porém, quando se formou em 2002, saiu da faculdade e conseguiu crescer no mercado de trabalho, atuando como produtor da Band, TV Brasil e repórter da TV UERJ. Entretanto, quatro anos depois, o destino deu uma nova oportunidade para que Anderson voltasse à TV UVA como coordenador dos novos monitores e estagiários na parte de produção audiovisual.

Além de voltar ao canal, ele também voltou às salas de aula com um objetivo diferente: ensinar. Em 2009, teve a primeira experiência dando aula de Telejornalismo, quando foi chamado para substituir uma professora e se viu apaixonado pelo trabalho. “Eu percebi que estar ali me deixava feliz. Era bom ensinar para outras pessoas uma área que dominava e de que eu gostava”. No mesmo ano começou a dar aulas também para a pós-graduação.

Hoje em dia, além da coordenação da TV, Anderson mantém suas aulas na pós e apoia alguns professores nas aulas do ciclo básico de Jornalismo e

Publicidade. Mas afirma que sua visão de carreira para o futuro é apenas dando aula. “Quero o mesmo que alguns de meus professores que trabalharam na área de Jornalismo e hoje em dia dedicam-se a ensinar os futuros comunicadores”, conta.

Na volta de Anderson à universidade, ele percebeu mudanças tanto na TV quanto na grade curricular dos alunos. “A TV está muito maior do que era, pois, além do canal universitário existe a web TV e redes sociais. Além disso, o currículo está muito mais prático, mesmo no ciclo básico. A possibilidade de atuação está muito mais rápida e prazerosa. Na minha época era muito mais teórico”, conta o jornalista.

Por conta destas transformações, a busca pelo curso só cresce. Segundo Anderson, quando ele entrou na Veiga, havia apenas uma turma de Jornalismo e uma de Publicidade. Hoje já se formam pelo menos oito turmas da mesma disciplina nos primeiros períodos. Para Shirley, o motivo desse interesse pela Comunicação é que o audiovisual se tornou uma vitrine bastante empolgante. “Os alunos ficam deslumbrados”, conta.

Para todos esses profissionais, a TV UVA se tornou uma porta de entrada para o mercado de trabalho televisivo pelo qual eles se apaixonaram e que escolheram seguir. Alex Sampaio resume sua importância para os alunos: “Precisamos correr atrás. Eu insistia e me oferecia para integrar a equipe da TV UVA e só assim comecei a subir a escada. É preciso foco, determinação, estar atento às oportunidades e aberto ao aprendizado constante e diário”.

É comum que os alunos que optaram por fazer alguma das duas graduações do curso de Comunicação Social - Jornalismo ou Publicidade - fiquem confusos ou descubram um interesse pela área oposta à que escolheram. Foi o que aconteceu com alguns estudantes da Veiga que passaram pela TV UVA e acabaram em um caminho diferente do que sempre acharam que era o certo.

Gil, por exemplo, sempre gostou de se expressar pela escrita e de contar histórias. “Para mim, nada mais natural que eu me tornasse jornalista quando fizesse vestibular”, conta. Porém, quando estava terminando o curso, se identificou mais com a área de Publicidade e ingressou para a segunda graduação, também na UVA. Hoje, ela se encontrou na profissão na área de mídias sociais, na qual sempre teve mais facilidade. “Mas não foi o que eu sempre quis. Até o fim da faculdade de Jornalismo, eu queria trabalhar com TV, escrevendo roteiros ou fazendo produções de programas audiovisuais”, conta.

Já para Daiene Beatriz foi o contrário: ela entrou na faculdade para estudar Publicidade e Propaganda no primeiro semestre de 2010, porém, no meio do percurso, descobriu sua felicidade no Jornalismo, que agora está cursando e que se programa para terminar no fim deste ano. “Eu sempre fui apaixonada por Jornalismo, mas quando conheci um pouco da Publicidade, achei que pudesse ter mais oportunidades. Depois que comecei, voltei a ter dúvida novamente e quase mudei. Até que decidi que gostaria de fazer as duas graduações e que isso só me tornaria uma profissional mais completa”, confessa.

Durante o período em que passou pela TV UVA, porém, Daiene teve mais experiência com a área do telejornalismo, uma antiga paixão. Assim, a prática que teve na TV universitária, junto com o conhecimento adquirido com as disciplinas que cursou, fizeram a diferença para que ela conquistasse uma vaga na TV Globo. “Chegar a uma entrevista e já ter uma experiência o faz sair à frente de muitos candidatos”, afirma.

A vaga que Daiene conquistou foi para o quadro “Parceiros do RJ”, no telejornal vespertino RJ TV. “Ter a oportunidade de trabalhar na maior emissora de TV do país não tem explicação. Eu tive a oportunidade de conhecer e aprender com os melhores profissionais da área e acompanhar o dia-a-dia de uma redação”, conta.

ALUNO QUE VIROU PROFESSOR

A história profissional do ex-aluno de Comunicação Anderson Barreto está totalmente ligada à Universidade Veiga de Almeida e à TV

Estagiários e monitores da TV universitária da Veiga de Almeida

Foto: Isabelle Reis

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18 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

ENSINAR É SABER INCENTIVARProfessores da UVA estimulam os alunos a expor seus trabalhosMARIANA SANTOS

Entrar para uma faculdade é o sonho de muitas pessoas. Alguns já sabem a graduação que querem fazer desde pequenos, outros só pensam nisso quando pressionados pela família. Uma parte entra na faculdade sem saber o que de fato quer fazer, outra escolhe um curso, mas acaba trocando antes do fim. Esses são acontecimentos comuns nas universidades. Mas o que todas as pessoas esperam ao entrar para a vida acadêmica é ter os melhores profissionais em sala e ser estimulada a trabalhar seu potencial e evoluir sempre. Os professores que fazem isso ficam marcados e se tornam queridinhos, mas o mais importante para eles é que os alunos levem seus trabalhos para fora do ambiente acadêmico.

Dois professores, de matérias distintas, têm o mesmo método de ensinar. Gustavo Lacerda e Renata Feital passam trabalhos em vez das provas habituais, estimulam os alunos a pôr em prática tudo que aprenderam na teoria e quando o projeto é concluído, o incentivo não para. O objetivo deles é fazer com que os trabalhos saiam de sala de aula e vão parar em festivais, em concursos e nas mídias sociais. O importante é divulgá-los, para que fiquem conhecidos. Gustavo, mais conhecido como Guto, acabou de entrar para o corpo docente da UVA para ministrar aula de produções para televisão e já está na lista dos professores que mais passam trabalhos, mas também já é um dos mais adorados. Ele enxerga isso com felicidade e orgulho, pois valoriza o método que usa como mais real e dinâmico, em que as avaliações não se restringem às provas tradicionais. “É importante que os alunos possam lidar com a realidade do cotidiano, que eles descubram que a produção acadêmica não se restringe às avaliações tal como estamos acostumados”.

Mas ele não para por aí: quer passar para os alunos uma nova visão da universidade. Quer que os universitários enxerguem o ambiente acadêmico como algo contínuo, no qual há possibilidades de evoluir e fazer sempre mais a todo o momento. “A academia é uma continuidade da vida e não um momento remoto. O professor pode ser um condutor de informações de uma prática cotidiana da profissão que os alunos, em geral, ainda não viveram”, acredita Guto Essa forma de lecionar e o jeito que fala da profissão com amor ele aprendeu quando cursava Jornalismo. Ele lembra

que seus professores também estimulavam sua turma sempre e o que o ajudou muito foi participar da TV universitária da sua faculdade. “Lá realizei diversas produções que foram importantes para enfrentar o mercado, descobrir certas malícias que só se aprende trabalhando”. É por ter vivido esse momento e saber o quão importante foi para sua carreira que ele é o primeiro a estimular as turmas em que dá aula.

Mas não são todos os professores que tiveram a sorte de ser incentivados na época em que eram universitários. Renata Feital dá aula de disciplinas de texto jornalístico e já é antiga no corpo docente da Veiga, assim como está há muito tempo na lista dos mais queridos pelos alunos. Ela lembra que seus professores passavam trabalhos, mas não levavam adiante, eram limitados ao ensino em sala, bem tradicional e nada dinâmico. “Eu escrevia para os professores lerem e é isso que eu não quero para os meus alunos. Eu lembro que era muito frustrante

você escrever e saber que às vezes os professores nem liam”. Feital quer fazer a diferença e não levar adiante a forma como os professores tratavam seus textos. “Eu acho que fazer um trabalho e ele ficar restrito ao ambiente interno não acrescenta muito. O mais legal é quando ele pode ser visto por outras pessoas, mesmo que não esteja bem feito, que tenha problemas técnicos, mas os alunos fizeram, então temos que mostrar”. Quando chega o fim do semestre, ela se torna mais ativa no Facebook, pois utiliza sua rede social para compartilhar e divulgar as produções dos alunos.

Com a forma diferente de ensinar, os dois professores conquistam os estudantes rapidamente e deixam saudade quando a disciplina termina. Brenda Salgado está no 7º período de Jornalismo e foi aluna da Feital no início da graduação. “Ter aula com ela foi surpreendente, maravilhoso e um pouco enlouquecedor: era muito trabalho diferente. Lembro

Durante a produção da monografia, Renata Feital descobriu que desejava tornar-se professora

Foto: Isabelle Reis

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que uma vez ela mandou a gente ir para o pátio e encenar uma história, quase surtei nesse dia de tanta vergonha, mas participei e depois queria fazer mais”. Quem foi da mesma turma da Brenda no início e que também tem a professora como referência de aula dinâmica é Tamiris Aimée. “O que eu levei de muito importante da aula dela foi a forma de construção de um roteiro. Também aprendi a montar uma web novela, o que foi muito legal, apesar de trabalhosa. E eu adoro ela, então sou suspeita”.

As duas ainda reconhecem que a professora sempre divulgou os trabalhos que elas fizeram e que as incentivava a colocar os vídeos no Youtube e no Facebook e os textos em blogs. “Eu também fiz a web novela e me lembro dela compartilhando nosso vídeo e marcando pessoas que já eram profissionais da televisão para que conhecessem nosso trabalho”, comenta Brenda. Já Tamiris recorda que ela incentivava muito que todos os trabalhos fossem registrados, porque se alguém usasse, elas ganhavam os direitos autorais. “Assim não teríamos o trabalho usado sem o reconhecimento devido”.

Mas não são apenas os professores antigos que fazem falta e deixam saudades. Quem começou a ter aula com Guto e teve a sorte de ser da primeira turma dele já sente a perda que vai ter quando a disciplina chegar ao fim. Larissa Cardoso é uma dessas pessoas. Ela está no 7º período de Jornalismo e teve duas aulas com ele. “Eu não tinha ideia de quem era ele quando vi o nome na grade, mas resolvi me arriscar e não me arrependo. Ele é um dos melhores professores dessa faculdade”. Ela fez um documentário e uma reportagem para a disciplina dele e conta que foi uma superação em vários sentidos. “Na reportagem porque eu tive que perder a vergonha da câmera e no documentário porque tive que ir a campo. O lugar era muito longe e cheio de mosquito, mas valeu a pena”. Guto mal começou a lecionar na Universidade, mas já ficou marcado pela quantidade de trabalhos e por sua primeira frase em sala de aula: “Vamos produzir um documentário e quero que vocês o coloquem para concorrer em um festival”. Nesse momento, ele deixou registrado para sua turma que era um profissional que ia fazer a diferença.

E ele quer continuar sendo visto assim, pois acredita que a sala de aula é laboratório para uma produção e que não pode morrer no fim de cada semestre com uma simples avaliação, que considera algo muito subjetivo e relativo. Além disso, ele não quer que o enxerguem apenas como professor, mas também como um amigo e companheiro, que está ali para ajuda-los.

Quer que os alunos realizem o trabalho para adquirir conhecimento e não se esforcem apenas para ganhar uma boa nota. “Este conhecimento, que não está nos livros vai acompanhar o jovem pela vida inteira e vai transformá-lo em um cidadão, e não em um repetidor de atitudes convencionadas”. Guto deixa claro por que é um profissional diferenciado, por que luta para que seus alunos tenham o trabalho exposto fora de sala e por que defende que todos os professores deveriam ser assim: “Se topamos entrar para a academia, é importante que a gente saiba canalizar as energias para que os alunos, acima de tirar uma boa nota, percebam que são capazes de algo muito maior e grandioso. E isso só é possível com a prática”.

falou sobre pessoas que convivem com o vírus HIV. Premiação, aliás, é uma das metas que eles esperam que seus alunos alcancem. E, pelo visto, eles estão bem próximos de ver isso acontecer, pois dois alunos deles estão concorrendo à final de um festival. O aluno do Guto foi finalista de um concurso da Uerj com a produção de um documentário e o de Feital está concorreu ao prêmio de melhor curta metragem também da Uerj. Os professores ficam emocionados e felizes com a conquista deles e esperam ser presenteados com mais realizações como essas.

Eles também realizaram trabalhos como profissionais e universitários que não chegaram a ganhar prêmios, mas que marcaram suas vidas. “Minha monografia me marcou porque tive que entrar nas redações dos jornais para fazer entrevista e me senti maravilhada, inclusive foi ali que descobri que queria continuar escrevendo trabalhos acadêmicos e ser professora”, conta Feital. Já Guto conta que os trabalhos que o marcaram foram dois programas sobre a escravidão no Brasil que ele ajudou a produzir. “Eu vi de perto a crueldade que foi o Cemitério dos Pretos Novos, que existiu na Gamboa e hoje é sede do Instituto dos Pretos Novos, e ouvi dos especialistas sobre a dura rotina dos negros que desembarcavam no Cais do Valongo no século XIX. Estas histórias não devem ser esquecidas”.

A dedicação e a paixão que eles têm com seus próprios trabalhos é o que eles querem deixar transparecer e passar para suas turmas, e por isso acreditam que os professores precisam ter paciência, deixar os alunos livres para criar e acreditar e incentivar o potencial de cada um que passa por suas salas. Eles escolheram ser professores, escolheram ter que corrigir trabalhos todos os dias, alguns até feitos de má vontade e com muitos erros, mas mais do que isso eles escolheram fazer a diferença. E deixam claro em uma frase o que é ser um bom professor. “Ele tem que ser um mediador de experiências que eclodem na vida durante o tempo em que o aluno vive a academia”, declara Guto. Já Feital ressalta que um bom professor tem que ser tolerante e ter paciência. “Se a pessoa não for tolerante não pode ser professor e também tem que saber ouvir. Quando eu perder minha capacidade de fazer isso vou me aposentar, porque aí não vai dar mais certo”. Eles optaram por formar profissionais preparados para imprevistos do dia-a-dia e do mercado de trabalho e resolveram formar mais que jornalistas e publicitários: decidiram formar pessoas que refletem sobre tudo que produzem e não apenas fazem trabalhos para obter nota.

Este conhecimento, que

não está nos livros vai

acompanhar o jovem

pela vida inteira e vai

transformá-lo em um

cidadão, e não em um

repetidor de atitudes

convencionadas.

Gustavo Lacerda

O amor que ele sente pelo que faz é visto também nos olhos da professora Renata Feital, que partilha da mesma opinião de seu colega de profissão. Ela enxerga a exposição dos trabalhos como um ganho para os dois lados. “Eu ganho porque meu trabalho está sendo visto, as pessoas estão vendo que as coisas acontecem e eu gosto de dar visibilidade ao que faço. E os alunos ganham porque é uma entrada no mercado de trabalho, é uma experiência diferente da que se tem em sala”.

Tanta dedicação só poderia render bons resultados: os dois professores ganharam prêmios com trabalhos feitos por eles. Feital ganhou o prêmio de melhor reportagem, feita em São Paulo, sobre uma associação de moradores de uma comunidade, e Guto ganhou a premiação do Conselho Regional de Serviço Social com o Programa Campus, da TV Uerj, em que

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COMUNICAÇÃO SOCIAL AINDA DESPERTA O INTESSE DE ESTUDANTESCurso cresce mesmo sem a obrigatoriedade do diplomaDIEGO WILSON

A polêmica não é nova. A discussão está na pauta do dia desde 2009, quando o Supremo Tribunal Regional (STF), presidido por Gilmar Mendes, derrubou a obrigatoriedade do diploma de curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão de jornalista. Desde então, a luta para reverter esta decisão passou a ser uma bandeira de diversos setores.

O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) aprovou no dia 6 de agosto de 2014 apoio à PEC 206/2012, que restabelece a exigência do diploma. O parecer foi proposto por Celso Augusto Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com base nas PECs 33/2009 e 386/2009. O assunto é tão delicado que, segundo Schröder, “enquanto foi norma no Brasil, a exigência da formação nunca impediu o direito à opinião e à livre manifestação do pensamento, nem a colaboração, especializada ou não, nos meios de Comunicação Social”.

Apesar de todo esse imbróglio, a Universidade Veiga de Almeida comemora 20 anos do curso de Comunicação Social e a cada ano mais alunos desejam cursar a faculdade de Jornalismo. Coordenador do curso de Jornalismo, o professor Luís Carlos Bittencourt avalia que a UVA não foi atingida pela decisão do STF. Desde a sua gestão e de outros coordenadores, os cursos de Jornalismo e Publicidade cresceram bastante ao longo de uma década.

A UVA, que tem no curso de Comunicação Social um dos mais cobiçados da instituição, só perdendo para cursos como Engenharia, é também uma das graduações em que menos estudantes param no meio do caminho, ou seja, com menos evasão. O curso de Comunicação Social só cresce na UVA. Em 2014, foram mais de 700 alunos matriculados no período da manhã e à noite. O número é 20% maior que no ano anterior. Bitt acredita que o sucesso do resultado vai desde a qualidade dos professores até a formação dos alunos. Seu maior desafio é preparar os jovens para o mercado de trabalho. “A situação lá fora está

É inadmissível dizer que

jornalista não precisa

de diploma. É uma

aberração, uma vergonha

e inconcebível essa

afirmativa, principalmente

na atualidade, em que são

exigidos cada vez mais

conhecimentos específicos

para todas as áreas de

atuação.

Raquel Roseli Ricas

complicada. Cada vez mais as empresas estão cobrando das universidades um preparo maior dos estudantes. Nós, como educadores, estamos aqui para ajudar da melhor maneira possível o futuro dos alunos”.

O momento é de bastante incerteza no mercado de trabalho, avalia Vinícius Covas, formado em Jornalismo. Após seis meses de intercâmbio no México e com um pensamento novo, ele afirma que a obrigatoriedade do diploma é importante mas o aluno precisa ter algo de diferente. “O mercado de trabalho está saturado, então a minha dica é que os estudantes realizem cursos extracurriculares e se capacitem, buscando agregar maior conhecimento”.

Com o diploma em xeque, a ex-professora de radiojornalismo Alda de Almeida diz que os alunos

precisam estar cientes do que querem. Muitos só estão preocupados em acabar o curso e pegar o diploma. Sua maior queixa é como esses estudantes estarão preparados para um mercado cada vez mais competitivo. ”Sou a favor da obrigatoriedade do diploma porque a universidade dá uma base importante para que o estudante, quando formado, não saía despreparado para o mercado de trabalho”.

A não obrigatoriedade do diploma ainda terá novos capítulos. As propostas de emenda à constituição 33 e 386/2009 até o momento aguardam por aprovação na Câmara dos Deputados. O Sindicato dos Jornalistas é crítico às medidas tomadas pelo STF. Em uma nota oficial do site da FENAJ, a jornalista Raquel Roseli Ricas diz: ”É inadmissível dizer que jornalista não precisa de diploma. É uma aberração, uma vergonha e inconcebível essa afirmativa, principalmente na atualidade, em que são exigidos cada vez mais conhecimentos específicos para todas as áreas de atuação”.

Com ou sem a obrigatoriedade do diploma, a Universidade Veiga de Almeida vem buscando maneiras de atrair novos estudantes para os cursos de Jornalismo e Publicidade. E pelos excelentes números que registra, as estratégias vêm dando certo.

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CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UVA É DESTAQUE NO ENADE Universidade é bem conceituada pelo Ministério da EducaçãoDÉBORA RABELO

Conceito 4 de um máximo de 5 no MEC, nota 4 de um máximo de 5 no Enade. Mesmo para quem entende pouco de siglas ligadas à educação, é fácil perceber: o curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida, tanto em Jornalismo quanto Publicidade, é um dos melhores do Rio de Janeiro entre universidades públicas e privadas. Mas o que é Enade e o que ele avalia?

Enade é o Exame Nacional de Desempenho para estudantes universitários criado pelo Ministério da Educação (MEC), sendo uma das avaliações mais importante do Sistema Nacional de avaliação da Educação Superior (SINAES). Por meio dele, são avaliados o desenvolvimento dos alunos com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação, a competência e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional e também a conexão à realidade brasileira e mundial do estudante.

Mas a função do Enade não para por aí. Ele também avalia as instituições de ensino acompanhando o desempenho quanto aos conteúdos passados para os estudantes e é dada uma pontuação à universidade, conforme o resultado obtido no exame, sendo 5 a maior nota. As que conquistam boas notas conseguem ter uma visibilidade positiva.

Para chegar esse sucesso, porém, o trabalho tem sido duro e contínuo. O atual coordenador de Jornalismo, Luís Carlos Bittencourt, desde de 1998 no cargo, sabe o desafio que é enfrentado todos os dias para chegar a esse resultado. “Algumas das medidas tomadas foram as mudanças na grade curricular, trazendo mais prática para os alunos no primeiro período, e a contratação de professores altamente capacitados, muitos deles autores de livros”, destaca o coordenador.

Para melhorar ainda mais o desempenho dos alunos, a UVA incentiva a avaliação dos alunos em provas no modelo do Enade. Essa medida foi tomada pela própria universidade para servir de base para aqueles que irão fazer o exame. A professora Alípia Ramos, do curso de Comunicação Social, que já trabalha na instituição há 13 anos, sabe muito bem

a importância da preparação para essa avaliação e fica muito feliz em saber que faz parte de uma das melhores universidades do país. “Me sinto prestigiada, porque essa vitória, na verdade, é do aluno, que se esforça para aprender, colocando tudo em prática e, consequentemente, ajuda a elevar o grau de satisfação da sua instituição”, afirma a professora.

Com essa avaliação, que a cada três anos mede o grau de conhecimento dos alunos, torna-se facultativa a realização do exame para aqueles que estão iniciando na faculdade, mas para os que já estão concluindo o curso é obrigatória a participação, de acordo com a Lei nº10.861. Caso o aluno não compareça no dia, sofre a pena de ter seu diploma retido. Mas essa não é a intenção do MEC: é mesmo estimular participação.

Entre os benefícios que o Enade traz para o aluno está a valorização do diploma no mercado de trabalho, pois, à medida que os cursos são bem avaliados, tendo um bom desempenho, poderão se tornar uma referência para o mercado e o estudante terá mais oportunidades de emprego.

A aluna Amanda Pacheco do curso de Jornalismo da UVA, sabe a importância dessa avaliação. Não sendo obrigatória sua participação porque era ingressante, ela fez questão de aproveitar essa oportunidade e contribuir para a valorização do seu curso. “Mesmo sendo facultativo, decidi fazer o Enade. Meu nome estava na lista do MEC e me senti responsável não só por mim, mas por representar todos os alunos na avaliação do nosso curso. Sei que isso trará bom resultado para todos”, declara a estudante.

Os esforços dos alunos se aliam à dedicação dos professores - que são a pedra principal nesse sucesso e vão às salas de aula passar não só informações, mas formar verdadeiros profissionais capazes de pensar de forma coerente e sensata as questões da sociedade -, e à determinação dos que estão nos bastidores como coordenadores. Juntos, todos lutam para estruturar uma grade curricular adequada, visando o máximo aproveitamento do aluno para construir uma carreira de sucesso e seu bom rendimento no mercado de trabalho.

UM SONHO QUE VIROU REALIDADE

Foi em 1933, por meio do sonho de Mário Veiga de Almeida, que nasceu a história da Universidade Veiga de Almeida. Aos 16 anos, junto com sua irmã, Maria Anunciação de Almeida, Mário Veiga de Almeida, o fundador da UVA, começou a alfabetizar crianças que, com dificuldade de leitura, não conseguiam acompanhar a catequese junto à Igreja de Santo Cristo, onde desenvolvia uma atividade voluntária. Eles utilizavam como sala de aula a mesa de jantar da modesta residência onde viviam, adotados por seus padrinhos, uma vez que perderam seus pais ainda crianças.

Em 1937, a sala de aula improvisada muda de endereço, para uma casa com poucas salas de aula, surgindo a primeira escola, o Colégio Sagrado Coração de Jesus. Em 1945, nova mudança, já para o Instituto Coração de Jesus, e, na década de 50, para o Colégio Veiga de Almeida, já contando nessa época com cerca de três mil alunos. O ensino superior teve seu início em 1971, com a criação da Escola de Engenharia Veiga de Almeida, com os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Elétrica. Em 1992, a criação de novos cursos levaram ao reconhecimento e à oficialização, por parte do MEC, da Universidade Veiga de Almeida, que conta hoje com 5 campi e um centro de excelência em saúde.

Meu nome estava na

lista do MEC e me senti

responsável não só por

mim, mas por representar

todos os alunos na

avaliação do nosso curso

Amanda Pacheco

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22 20 ANOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL | UVA | V+ • EDIÇÃO 20 | ANO 13 • 2º SEMESTRE DE 2015

E QUE VENHAM MAIS 20 ANOSProfessores e coordenadores de comunicação social da UVA falam sobre o curso e as expectativas para o futuro da graduaçãoCÁSSIO DE MOURA INÁCIO

“O que será do amanhã? Responda quem puder”. Trecho do famoso samba enredo da União da Ilha do Governador de 1978, este refrão também retrata muito bem o momento pelo qual o Curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida vem passando. No ano em que comemora duas décadas de existência, o curso já conquistou muitos pontos a seu favor: tem nota 4 no ENADE, conceito 4 no MEC, é um dos melhores do Rio de Janeiro entre universidade públicas e privadas, além de contar com um corpo docente altamente qualificado. Mas justamente para que os próximos 20 anos sejam tão bons ou ainda melhores, o curso vem passando por mudanças e inovações, resultados não só das exigências do MEC, mas também do desejo de se manter sempre em dia com as demandas do mercado e da própria sociedade.

O professor Gustavo Lacerda, que leciona Laboratório de Telejornalismo 2 e Jornalismo Audiovisual, é um dos que sugerem algumas ideias para que o curso melhore

ainda mais. “Eu gostaria que a gente tivesse a possibilidade de sair cada vez mais desse modelo de aula aluno-quadro-professor, cadeiras uma atrás das outras. Poder levar os alunos para um ambiente social, poder ter conhecimento de comunicação”. O jornalista acha que o curso de Comunicação da Veiga oferece como diferencial uma possibilidade maior de lidar com a prática, além de uma boa base teórica. “O aluno aqui pode produzir web séries, programas de TV, matérias jornalísticas, trabalhar com entretenimento. Para mim, a possibilidade de transitar por todas as áreas do setor audiovisual é fundamental”.

Mas não é só o professor Gustavo que vê na área prática o diferencial do curso. Daniela Oliveira, professora de Jornalismo Digital, defende as disciplinas de laboratório e a boa estrutura. “O curso mescla professores que já estão há mais tempo aqui e que são muito experientes, com professores mais novos. As disciplinas de laboratório me atendem perfeitamente e a coordenação está muito atenta ao que os cursos precisam e também ao futuro dessa profissão. O curso está de acordo com as mudanças por que o Jornalismo está passando”, diz ela.

Daniela comenta de sua vivência em outras faculdades. “A experiência que eu tive foi com um formato em que tanto jornalistas quanto publicitários e assessores de imprensa fazem um laboratório de conteúdo acontecer. É um projeto laboratório totalmente integrado”, conta a professora.

Já na área de Publicidade, a coordenadora Míriam Aguiar fala em expandir a Oficina de Propaganda. “Penso em criar um espaço de atendimento a outras empresas. Porém, é uma dinâmica que tem que ser criada e regulamentada”, explica ela. Ainda sobre a oficina, ela conta que no próximo semestre ela será reformada, com uma nova estrutura, logomarca e terá um espaço mais produtivo.

Uma professora que, mais do que ninguém, pode opinar sobre o curso de Comunicação Social é Érica Ribeiro. Ela se formou em Jornalismo na Universidade Veiga de Almeida e já vivenciou grandes mudanças nestes 20 anos de história. “Eu passava o dia inteiro na faculdade, sempre gostei muito de ficar aqui”, conta ela. Érica aponta algumas mudanças que o curso

sofreu ao longo do tempo. O aumento no número de disciplinas práticas é uma delas. “Tínhamos mais disciplinas teóricas e nos dois primeiros anos do curso a gente não fazia nada prático. Hoje você entra no curso e no primeiro período o professor pede para você fazer um vídeo, uma web novela”, explica a professora. Um dos principais motivos de toda essa mudança é a facilidade que hoje os alunos têm de possuir equipamentos como um simples celular, a partir do qual um vídeo é filmado.

Mas Érica não se dá por satisfeita e quer mais: “Eu acho que para o curso ser completo, ele deveria ser integral. O aluno chegaria aqui às 8 horas da manhã e ficaria até as 6 da tarde. Os professores poderiam se reunir com os alunos para uma reunião de pauta, e eles sairiam para as ruas fazerem matérias, assim como funciona em um jornal. Mas acho que seria inviável”, reconhece.

Coordenador do curso de Jornalismo, Luís Carlos Bittencourt explica que é difícil pensar na comunicação daqui a 20 anos. “A comunicação está passando nos últimos anos por uma série de transformações que não deixam de maneira nenhuma a gente fazer um exercício de futurologia”, explica ele. Mas, de qualquer maneira, ele salienta que é preciso fazer um planejamento, no mínimo uma perspectiva, para que o que existe de base hoje no curso possa servir de referência para trabalhar a comunicação. “Nós temos que dar ferramentas aos alunos para que eles possam ter uma boa inserção no mercado profissional. Estas ferramentas são as digitais”, conta o coordenador.

Uma grande novidade que surgiu destas mudanças é a nova grade do curso de Jornalismo para 2015. “A grade irá mudar para os alunos que estão entrando, e, consequentemente, para a Publicidade também. Com isso, nós estamos traçando um perfil novo para o profissional que nós queremos formar”, diz ele. Para Bitt, é necessário implantar novas disciplinas derivadas do Jornalismo Digital. Muitas ideias novas estão surgindo para os próximos 20 anos no curso de Comunicação Social da Veiga. Novos laboratórios, novas disciplinas, novos projetos. É a UVA em dia e no ritmo das mudanças por que a comunicação, como um todo, está passando.

A professora Érica Ribeiro acredita que, para ser completo, o curso de comunição deveria ser integral

Foto: Isabelle Reis

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