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  • Atingidos pela Copa

    A Saga da Tarifa

    SAMBA DO MOVE-NO-MOVE

    Deu no Curral

    Okupa-te do que seu

    Estado de Bronca

    A Hora da Mudana

    BH no Olho da Rua

    Cultura e Educao Bom

    Entrevista: Bruno Duque

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    SUMRIO

  • Atingidos pela Copa Encontro realizado em BH durou trs dias e reuniu atingidos pelas obras da Copa de diversas cidades, desde Fortaleza a Porto Alegre. O evento foi organizado pela Articulao Na-cional dos Comits Populares da Copa (ANCOP). Cada cidade sede possui um Comit organizado pela sociedade civil para conter a coleo de abusos praticados em nome do mundial de futebol. As organizaes participantes do evento divulgaram uma carta intitulada Que um grito de gol no abafe a nossa histria. Apresentamos algumas das demandas levantadas pelo 1 ENCONTRO DOS ATINGIDOS:

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    Trabalhadores da construo civil, ambulantes e catado-res: Pelos casos de impedimento de trabalho propomos um boicote aos patrocinadores da Copa. A execuo das obras produziu 11 mortes. Garantia dos direitos trabalhistas, como a greve.

    Moradia: 250 mil despejos realizados. Por um Brasil sem despejos!

    Desmilitarizao: Lutar contra as leis antiterroristas que probem as antimanifestaes, e criar uma Campanha pela desmilitarizao da Polcia Militar.

    Crianas e adolescentes: Combater explorao sexual e o trfico de pessoas.

  • 5 Protestar no crime, lembra a Anistia Interna-cional em video entitulado No foul play Brazil!. Voc tambm pode dar um Carto Amarelo para o governo na pgina aiyellowcard.org. Wagner Moura, Marcos Palmeira e Camila Pi-tanga tambm apareceram em video chamando pras Ruas no Grito da Liberdade em 2013.

    Protestos contra os abusos das obras da Copa ocorreram em vrios Estados, como SP, RJ, MG e PE, unificando diversos movimentos, ademais de rodovirios, estudantes e servidores pblicos. Outros atos esto sendo organizados em quase todas as cidades-sede da Copa. Manifesto do Comit Popular da Copa de SP aponta exign-cias para se saldar a dvida social gerada com o Megaevento.

    penso vitalcia para as famlias dos operrios mortos e incapacitados e averiguao da responsabili-dade das construtoras. realocao das famlias re-movidas, com moradia dig-na, e o fim dos despejos. fim da violncia estatal con-tra o povo da rua, o direito

    de ir, vir e permanecer no espao pblico. polticas de combate ex-plorao sexual e ao trfico de pessoas. a democracia nos meios de comunicao, para que defato a comunicao seja um direito humano.

  • Cartilhas sobre direitos dos Manifestantes: Cartilha do Artigo 1 9: http://artigo1 9.org Manual dos Advogados Ativistas: http://midialivre.org. Manual- do-Manifestan-te-AA Cartilha do Manifestantede Primeira Viagem, no Facebook de O Povo Na Rua.

    Por Advogados Ativistas Quan-do a Tropa de Choque vai entrar para arrepiar, os policiais reti-ram o velcro com a identificao pessoal. Assim, a instituio mil-itar os transforma em mquinas de violncia, o que j foi objeto de diversos ofcios dos Advoga-dos Ativistas encaminhados SSP. dever do Policial Militar es-tar identificado, de forma ntida, atravs do nome e nmero do batalho. Esta a garantia mn-ima do cidado de se proteger da violncia policial e faz bem para a ASSEMBLEIA POPULAR HORIZONTAL

    Coloca Movimentos Sociais como se fossem criminosos e amedronta a populao para no se manifestar. Todas as Marchas em BH no ms de Maio ocorreram num clima de festividade carnavalesca, sem conflitos com a polcia que manteve a segurana dos manifestantes.

    M-nota Jornalstica Jornal Estado de Minas

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    IDENTIFICAO POLICIAL

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  • A Saga da Tarifa

    AUDITORIA DEMENTIRINHA

    Auditora Ernst & Young aumentou o preo dos pneus e dos custos do BRT e di-minuiu o preo de venda dos nibus usados para justificar a necessidade do aumento.

    Aumento da tarifa s fa-vorece aos grandes empresri-os, aumenta a segregao es-pacial e o sofrimento cotidiano de milhes de cidados.

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  • 9Saque de 50 milhes foi ignorado pela Auditoria.Juiz que aumentou a Tarifa alega que prejuzo das empresas seria irreversvel, j o da populao, no.

    Empresas aumentaram as tarifas de nibus antes da publicao do juiz, o que ilegal.

  • SAMBA DO MOVE-NO-MOVE

    BRT (MOVE) colecionou reclamaes de usuarios na Antnio Carlos, Cristiano Mach-ado e Olegrio Maciel. O BRT foi o principal argumento das empresas para aumentar a Tarifa.Porm, 600 nibus circulam a menos e vrias linhas foram extintas. Ademais, a faixa ex-clusiva do MOVE congestiona o trafego privado.

    O Movimento Tarifa Zero aponta que a imobilidade no trnsito gera segregao espacial e que o transporte pblico no deve ser financia-do principalmente pela tarifa. Uma poltica de subsdios que distribua os custos sociais da mobilidade urbana, reverteria a atual concentrao de renda, na qual o rico o que menos contribui com o transporte pblico.

    BH tem uma das tarifas mais caras do mundo. preciso trabalhar 20hs para pagar a passagem.

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  • BH tem uma das tarifas mais caras do mundo. preciso trabalhar 20hs para pagar a passagem

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  • Deu no Curral

    Garis participaram de Assem-bleia dos funcionrios pblicos dia 05 de Maio. Os servidoes municipais de-cidiram entrar em greve por au-mento de 14%, reconhecimen-to, segurana, equipamentos de proteo, plano de sade e outras questes bsicas. Tres regionais aderiram e hou-veram marchas, na Catalo, Centro e Br-040. Terceirizados conseguiram acordo, e agora ganham mais que os garis efe-tivos, alguns com 30 anos de trabalho.

    A Associao dos Barraque-iros do Mineiro (ABAEM) foi porta do Ministrio Pblico dia 21 de Maio. 150 pessoas de baixa renda, alguns trabalham no estdio desde 1965, esto com o trabalho ameaado des-de 2010 por causa das obras da Copa 2014 e da Zona de Excluso FIFA.

    Profissionais da sade, ed-ucao, administrao, fiscal-izao, limpeza, entre outros, entregaram reivindicaes em Abril, inutilmente. Pedem 15% de aumento, pagamentos at-rasados, tratamento igualitrio e melhoria dos equipamentos pblicos para a populao, mais medicamentos e mate-riais para escolas. Dia 06 de Maio, em assembleia na P. da Estao, decidiram entrar em greve at dia 14. Descaso do Prefeito, que afirmou No me preocupo com as manifes-taes e a educao no um problema, fez a Assem-bleia dos Servidores, dia 19, com 3 mil pessoas, decidisse continuar a greve, agora com acampamento permanente na porta da Prefeitura, na Av. Afonso Pena.

    Falncia da empresa foi oculta-da e causou paralisao da bil-heteria dia 09 e 12. Falta salrio desde Maro. Sindicato notifi-cou Ministrio do Trabalho.

    Metrovirios Liberaram Catracas

    Dia 18 centenas de PMs sairam em passeata protestando pela morte de um colega de tra-balho.

    PMs Marcham por Segurana

    Servidores Municipais

    Acampamento contou com aulo de ginstica e de reabil-itao postural, em apoio das Academias da Cidade e do Ncleo de Apoio Sade da

    Famlia. Movimento Antimani-comial e Tarifa Zero tambm se somaram. Feira de escambo, doao de agasalhos e um Ar-rai estiveram na programao.

    Volta Tropeiro

    GREVES E PROTESTOS

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    Na Onda Laranja

  • 3 mil em assembleia, dia 19, na porta da PBH

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    SERRA DO CURRAL

  • Okupa-te do que seu

    As Ocupaes Rosa Leo, Es-perana, Vitria, Eliana Silva e Nelson Mandela, ocuparam, no dia 22, a Cidade Administrativa em protesto contra o despe-jo da Nelson Mandela e Rosa Leo, ameaando mais de 1.500 famlias. Um grupo fechou a Avenida MG10 em frente ao Centro Administrativo de MG e outro seguiu acampado na Cidade Administrativa. Elas es-tiveram reunidas uma Comisso de Negociao do governo de MG. O despejo da Nelson Man-dela foi realizado e o decreto das demais segue vigente.

    Um incndio suspeito de-struiu dois barraces na Ocu-pao Guarani-Kaiow, no dia 2. Duas horas antes, um heli-cptero sobrevoava a rea da ocupao, que tem mandado de despejo a favor do especu-lador imobilirio. A Frente Terra e Autonomia (FTA) chama sol-idariedade para com as famlias.

    A Defensora pblica, Cleide Nepomuceno, falou ao Jornal Brasil de Fato que O nme-ro de ocupaes so provas de que a demanda habitacio-nal ainda muito grande. No h polticas suficientes para se pensar no lugar dos pobres na grande BH. Uma vez que as polticas pblicas de acesso moradia so ineficazes, as ocu-paes tm sido uma alterna-tiva de soluo para a mora-dia. Ademais, afirma que na hora do proprietrio pedir a reintegrao, preciso discutir se ele tem a posse do imvel. No simplesmente dar a posse a quem tem a proprie-dade. A propriedade cumpre sua funo social? Conclui, por fim, que as pessoas or-ganizadas no devem aceitar remoes sem a previso de reassentamento.

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    Ocupar Preciso...

  • Linha Verde ocupada em frente a Cidade Administrativa

    Tropa de Choque faz a segurana nas portas do Palcio

    Incndio suspeito de intimidar moradores.

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  • Estado de BroncaA insatisfao do povo no Brasil tratada como Caso de Polcia.

    Greve dos rodovirios de norte a sul: em So Lus, Belme regio metropolitana, no Rio, So Paulo, no ABC, em Curitiba e em Florianpolis. Em Fortale-za estudantes exigiram o meio-passe. Em Goinia, no dia 8,houve revolta contra o aumen-to da tarifa, e em BH ocorreram 5 atos pelo mesmo motivo. Educaao No Prioridade

    Greve dos servidores munic-ipais: na Zona da Mata de Rondnia, desde 23 de maro, na Regio Metropolitana de Belm, em Caruaru (PE), em Salvador, desde 28 de abril. Em BH, Betim e Contagem, h greve unificada, assim como h greve unificada da educao no Estado e Municpio do Rio e em Caxias. Em So Paulo edu-cadores em greve fizeram aula pblica no meio da rua.

    Protestos Operrios: em Belm, dia 12, 6 mil da con-struo civil pediram melhoria salarial, paralisando 80% da obras. Na Baixada Santista 10 assembleias simultneas em 37 empreiteiras mantiveram a greve. As obras do PAC no Complexo Industrial Porturio de Suape (PE) e na Usina Hi-dreltrica Santo Antnio, em Porto Velho (RO) tambm en-frentaram paralizaes e pro-testos, havendo choques com a polcia. Em RO a CUT ameaou os trabalhadores a aceitar o

    acordo com a patronal. Greve de vigilantes bancrios no RJ e greve nos estaleiros de Niteri. Greve dos Garis em BH e novo indicativo de greve dosgaris do RJ por descumprimen-to dos acordos feitos. Greve dos servidores doMinistrio da Cultura em Brasliaameaa fechar museus durante a Copa. Funcionrios de consul-ados e embaixadas do Brasil en-tram em greve. Anunciada greve de PMs em Pernambuco. Policiais civis, fed-erais, rodovirios federais e mil-itares marcaram paralisao na-cional e Aerovirios brasileiros tambm ameaam greve. AM-BEV lanou indicativo de greve durante a Copa, pois a cerveja patrocinadora do mundial se re-cusa a negociar. Salrios so de R$ 1.500 e entre 2010-12, hou-veram 17 mil acidentes com 42 mortes. MTST puxou protesto com 20mil no centro de SP, exigindo controle dos alugueis,preveno de despejos e mu-danas no Programa Minha Casa Minha Vida.

    Em Goinia estudantes foram presos por incentivarem a de-sordem contra a tarifa de ni-bus. As provas so panfletos polticos.

    PRISO POLTICA em GO

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  • A Hora da MudanaGerar Medo no povo a Arma das Elites para manter tudo como est.

    pelo Povo na Rua

    Militarizao da Polcia prepara o soldado para uma guerra... contra a prpria populao.

    Na Histria, as Mudanas So-ciais ocorrem por causa da Or-ganizao e Luta Popular. Por isto, somo ensinados a compe-tir uns com os outros, em vez de cooperar; somos instigados a nos queixar, em vez de criticar. No Brasil existem inmeras or-ganizaoes populares, que no pertencem a Partidos Polticos.

    A Regra Clara:

    Anistia Internacional: quase todo brasileiro (80%) tem medo de ser torturado pela polcia. A impunidade fundamenta esta realidade.

    A) Prefeito de BH pode perd-er mandato por furo nos cofres pblicos para beneficiar empre-sas de nibus. Caso tramita na Justia.B) KD? Um Processo de cor-rupo, subornoe at assassi-nato, que incrimina os ex-gov-ernadores Anastasia e Acio Neves, simplesmente sumiu do Tribunal de Justia de MG.

    Enquanto isso, na sala de Justia...

    Anistia Internacional: quase todo brasileiro (80%) tem medo de ser torturado pela polcia. A im-punidade fundamenta esta realidade

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  • BH no Olho da RuaMoradores de Rua so invisveis para a maioria da populao, que os trata com extremo preconceito. A democracia vale s

    para alguns?

    Militares admitem retirar moradores de rua na Copa

    Na Semana de mobilizao Nacional em defesa das pessoas em situao de rua, foi lana-da a campanha Sou Morador de Rua e Tenho Direito a Ter Direitos. A Prefeitura de BH aumentou a abordagem contra as 1.827 pessoas que vivem nas ruas de BH, para expuls-las das regies onde circularo turistas na Copa. A coordenadora da Prefeitura, Soraya Romina, ga-rantiu que no haver remoo compulsria. Palavras vazias, pois suas equipes recolheram materiais de moradores de rua, no que Soraya chamou de ao de gesto do espao p-blico, afirmando seu prprio preconceito de forma repug-nante ao dizer que o morador de rua inibe o direito das out-ras pessoas de ir e vir, como se ele impedisse as pessoas de passarem. Visto tamanho preconceito, no de se estranhar que os moradores de rua tenham re-ceio em usar os albergues da prefeitura, onde so mal trat-ados. Os recolhimentos foram feitos por agentes da prefeitu-ra acompanhados dos ces de

    guarda da PM, mostrando a for-ma ofensiva e compulsria da ao ilegal da PBH e da PM. O Coletivo Margarida Alves, em Ao Popular contra o mu-nicpio e o estado conseguiu liminar do Tribunal de Justia que, em julho de 2013, para que fosse imediatamente ces-sada essa conduta arbitrria, ilegal e repugnante e ficou es-tipulada multa de 1 mil reais por dia em caso de descumprimen-to. Prefeitura e PM ignoram a deciso judicial e praticam siste-maticamente roubo institucion-al. O coletivo do Casaro Luiz Es-trela faz companha de doaes de cobertores para a pop de rua. A cada cobertor apreen-dido, 10 doados!

    Moradores de rua em frente a Serraria Souza Pinto, abaixo do Viaduto de St. Tereza, nos idos de 1950. Realidade sobrevive ao tempo.

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  • Cultura e Educao BomO movimento estudantil contra o Sistema Neoliberal.

    por Alejandro Urra Gonzalez, desde Chile

    A educao no Chile uma das mais caras do mundo. O sistema Neoliberal chileno, im-posto pela sangrenta ditadura de Pinochet, continuou em to-dos governos eleitos posterior-mente. A privatizao de quase todos os servios pblicos deix-ou seus preos para lgica do mercado, segregando os seto-res que no podem pagar pelos servios, castigando as famlias com o corte de luz, agua e gs, caso de seu no paga-mento e negando o acesso a outros servios como moradia, educao e sade. O Estado concentrou a responsabilidade nos Bancos, para dar crdi-tos populao, que assim passaram a endividar qualquer pessoa que quisesse estudar ou ter uma moradia. Para estudar medicina na universidade pbli-ca o estudante deve pagar U$D 837 mensais. Como o salario mnimo de U$D 372 mensais, a maioria da populao est marginada do acesso universi-trio. O movimento estudantil, des-de os anos noventa, fez con-stantes protestos e ocupaes de universidades. Em 2006 os estudantes do ensino m-dio se mobilizaram, ampliando a demanda universitria para uma necessidade educacional geral. As famlias comearam a se mobilizar com seus filhos, ocupando escolas pblicas e privadas, unificando a deman-da secundarista: fim do lucro na educao. O movimento estu-dantil conseguiu criticar os pi-

    lares do neoliberalismo ao artic-ular suas demandas com as da populao: basta de lucros nos servios bsicos, pois so um direito e no um privilgio de quem possa pagar. Isto trouxe o questionamento de todos os mecanismos do Estado chileno, como sade, moradia, etc. Este Estado se dedicou a perseguir e banalizar o movimento social, tomando o aparelho informati-vo como ferramenta de desin-formao e criminalizando o movimento estudantil. Porm, isto resultou ser a prpria sen-tena social frente ao Estado. A populao no aceitou o discurso de violncias nas mar-chas e tomou a proposta do fim dos lucros nos servios. Assim chegamos a 2014, com Michel Bachelet novamente presidenta e sua proposta de escutar a petio dos es-tudantes. Dia 21 de maio em Valparaso ela disse que a ed-ucao gratuita levar um pra-zo de 6 anos. Voltaram as ocu-paes de estabelecimentos secundaristas, argumentando que no se est discutindo os problemas de fundo. A pesar da manobra governista, de so-mar setores estudantis para trabalhar com eles, o grosso da populao entendeu que a nica forma de conseguir algo organizando-se, indo pra rua e articulando com outros setores sociais. Assim fizeram os estu-dantes, que romperam o indi-vidualismo neoliberal e conse-guiram consensuar uma ideia a nvel nacional: a educao um direito e no um privilgio.

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  • Governo esvaziou bancada 2 vezes para no votar o projeto de lei que regulamenta o uso do mercado distrial de Santa Tereza, pois a prefeitura quer que a FIEMG faa a escola de mecnica e estacionamento no lugar.

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    O movimento estudantil contra o Sistema Neoliberal.

    Basta de lucros nos servios bsicos, pois so um direito e no um privilgio de quem possa pagar!

  • Marcha da Maconha e das Vadias somaram multides em BH. Outra cultura vem nascendo. Faa parte!

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    Diametral uma plataforma aberta para comunicao entre pessoas localizadas em pontos opostos do globo. O projeto atualizado atravs de enventos propostos pelos participantes nos quais a co-municao estabelecida por meio de video-conferncias pautadas pelo movimento do sol em torno da Terra As videoconferncias, realizadas a cu ab-erto, em locais pblicos, funcionam como um portal que une os dois pontos mais distantes do planeta, onde os transeuntes se deparam com transeuntes estrangeitos que surgem in-terrompendo suas atividades cotidianas. A tecnologia utilizada fica subordinada ao sol porque as webcams necessitam de luz para captarem imagens com qualidade, j

    os projetores, pelo contrrio, necessitam da escurido para que suas imagens sejam bastante ntidas. Enquanto dia em um dos pontos, noi-te no outro. Assim um deles s pode filmar enquanto o outro s pode projetar. A dif-erena entre pontos diametralmente opos-tos exatamente de 12h. A comunicao entre os dois no eficaz a no ser nos momentos em que o sol no est totalmente de um lado nem do outro. Ela apenas funciona simultanemante de am-bos lados para captao e para projeo apenas nos momentos em que o sol est se pondo de um lado e nascendo do outro. Em um intervalo de aproximadamente 40 minutos possvel estabelecer uma comuni-cao fluente entre as partes, enquanto am-bos vem os vdeos sumirem na escurido ou/e serem ofuscados pela luz.

    Diametral

  • A Imagem como Sensibilidade da Viso

    Entrevista a Bruno Duque. Por Ramon Ramalho

    A percepo visual, o sentido mais valorizado no mundo atual, a base da pesquisa do artista plstico Bruno Duque, formado na escola Guignard e profes-sor do SENAI (sistema FIEMG). Uma foto tirada de uma pintura no idntica obra mesma. Sobretudo hoje, na era digital, tomamos com naturalidade a imagem, a foto de uma pintu-ra como se esta fosse a prpria obra, sem perceber que ela sua expresso virtual, e esta pode ser muito discrepante em cores e textura do elemento original. Aprofundando na virtualidade da vida moderna, a pesquisa at-ual de Bruno Duque, em artic-ulao com um grupo de cerca de cinco artistas nipnicos, uti-liza das plataformas eletrnicas para unir duas partes do mundo diametralmente opostas, Belo Horizonte, no Brasil, e Okinawa, no Japo. Um muro, em cada uma destas cidades, se trans-forma em um portal de mtuo acesso, atravs de um projetor ligado a uma webcam que no horrio pr- definido filma os dois lugares, mostrando a mu-dana da luz na simultaneidade entre a aurora de um e a alvora-da do outro, para evidenciar a fora da luz do sol, a mais po-tente das fontes primrias, que ao girar em torno da Terra, de-termina o dia-a-dia de nossas vidas. Esta proposta romnti-

    ca do portal diametral ape-nas uma de suas possibilidades, que est em aberto. As pessoas podemintervir livremente na projeo, seja realizando um protesto poltico, mostrando cartazes de descontento ou simplesmente as diferentes pessoas e partes do cotidiano de um e outro lu-gar opostos no globo. Assim, o projeto possui este vis rel-acional no qual os indivduos intervm na interao com a cmera, se possvel de forma espontnea.O papel da arte na sociedade, para Bruno Duque, se comprom-ete com a quebra dos objetivos j socialmente impostos. Con-tudo, esta possibilidade crtica se v comprometida pela ab-soro da arte pela sociedade, ao rotular tudo que lhe parece estranho, diferente, como uma forma de arte, que assim se relega esfera do inusual, como algo fora da normalidade cotid-iana. As pessoas, como seres sociais que so, normalmente temem a fico desligada do mundo, e buscam se enquadrar em padres de vida j estabe-lecidos, enquanto o artista con-segue uma licena para vagar pelos limites da margem ao faz-er sua arte, discrepando do pa-dro rotineiro da realidade so-cial que advoga necessidade de estabilidade constante e do utilitarismo pragmtico de cada coisa, contra o qual o artista deve-se opor.

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    Pintura de Bruno Duque

    . Capa:

    Ana Hugues80 x 100 cmacrlica sobre tela

    . Pginas 2 e 3:

    Luz e calordptico 23,5 x 29,5 cadaleo s/ MDF

    . Pginas 4, 5, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 17, 18 e 19:

    Luzpolptico: 13 peas5 x 8 cm cada leo sobre madeira

    . Pginas 7, 13 e 15:

    Fotografos IIpoliptico: 9 peas5 x 8 cm cadaleo e acrlica s/ madeira

    . Pgina 22 e 23

    Atire a segunda pedra80 x 60 cmleo s/ tela

    Bruno Duque:bduque.see.me

    facebook.com/projetodiametral

  • Entr

    e em

    con

    tato

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