Presentimiento Descubrimiento e Invencion de America

8/16/2019 Presentimiento Descubrimiento e Invencion de America

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P re se n t im ie n to , d e sc u b r im ie n to e i n v e n c ió n

de Amér ica

« A l O c c id e n t e v a n e n c a m in a d a s l a s n a v e s i n v e n to r a s d e r e g io n e s » , a n u n c ió J u a n

de Castel lanos en las Elegías q u e d e d i c ó a C r i s tó b a l C o ló n y H e r n á n P é r e z d e O l iv a

escr ib ió una Historia de la invención de las Indias a pr incip ios del s ig lo XVI

1

. Desde la

per spec t iva ac tua l de una d isc ip l ina de l ími tes b ien def in idos , como lo es la geograf ía ,

e l u so de la pa lab ra « invenc ión» para r e fe r i r se a l descubr imien to de Amér ica puede

parecer e l r esu l tado de una confus ión semán t ica o de una l icenc ia poé t ica . Las

def in ic iones genera lmen te acep tadas ind ican que « inven ta r es t r ans fo rmar las cosas

g rac ias a la in te rvenc ión de l hombre» y «descubr i r es encon t ra r a lgo ya ex is ten te y

h a c e r lo c o n o c e r a l o s d e m á s »

2

. España desve ló a l mundo la ex is tenc ia an te r io r de

Amér ica , po r tan to , l a descubr ió . A l hacer la ing resar en la h i s to r ia de Occ iden te no

só lo con su p resen te , s ino también con su pasado , pudo marcar e l h i to de su

descubr imien to con una f echa p rec isa : e l 12 de oc tub re de 1492 . Nada más senc i l lo en

p r inc ip io , nada más a jeno a una invenc ión .

S in embargo , las empresas que se aparecen ahora con un s igno d i f e ren te

— in v e n ta r y d e s c u b r i r — f u e r o n d u r a n t e l os s i g lo s q u e s ig u i e r o n a l d e s v e l a m ie n to d e

Amér ica , s i no idén t icas en e l p ropós i to , po r lo menos complemen tar ias en la p rác t ica .

Vale la pena de tener se un poco en es tas ideas .

P o r l o p r o n to , h a y q u e s u b r a y a r e l h e c h o d e q u e e l h o m b r e n o s e h a c o n f o r m a d o

nunca con e l «espac io conoc ido» . Su «hor ro r» po r e l vac ío y su anhe lo po r i r más a l lá

de l l ími te que separa lo conoc ido de lo igno to lo ha l levado a « imag inar» o t r as

rea l idades . E l vac ío ha s ido l lenado con la f an tas ía y ha s ido pob lado imag ina t ivamen te

con sus p royecc iones inven t ivas . En es te sen t ido , l a d i s tanc ia ha pod ido se r la garan t ía

de lo f an tás t ico . Lo que no pod ía se r pos ib le «aqu í» , deb ido a las imp lacab les leyes de

la r ea l idad conoc ida , pod ía se r lo todav ía en un «a l lá» desconoc ido . Lo inveros ími l

adqu i r ía v i sos de c red ib i l idad en la med ida de su le jan ía . Se t r a taba , como d i jo

p o é t i c a m e n te B a u d e l a i r e , d e « p lo n g e r d a n s l ' i n c o n n u p o u r t r o u v e r d u n o u v e a u » .

1

Citad o por Isaac J. Pa rdo en

Fuegos bajo el agua. La invención de la utopia

(Fundación La Casa de Bello;

Caracas, 1983); pág. 19.

2

En su estud io sobre las utop ías geog ráf icas, en

Le principe esperance

(Bibl iothéque de phi losophie ;

Gall imard, Par ís, 1982) , Ernst Bloch af irma que en el plano estr ictamente geográf ico, el que inventa aparece

como un ment i roso. Pura y s implemente , a l modo de un Barón de Munchhausen. Por e l cont ra r io , e l

descubr imiento parece no admit i r e l sueño imagina t ivo, a todo lo más una invenc ión cor regida por los

«hechos reales» (Vol. I I , pág. 363) . Por su par te , Marianne Mahn-Lot señala un dist ingo entre ( 'descubrir»,

que implica una idea de intencionalidad evidente en la acepción inglesa de la palabra («discover») y «hallar»

o «encontrar», que supone una no premeditación, un fel iz azar . En portugués, la diferencia es aún más clara:

se habría «achado» (hallado) el Brasil , mientras la India habría sido «descoperta».

(La découverte de

l Amérique,

Quest ions d 'his toi re , F lammar ion, págs . 114-117, Par í s , 1970) .

5



En e s t e s e n t i do , l a p rog re s i va e xp l o ra c i ón de l g l obo t e r r e s t r e ha b r í a s upue s t o un

pa u l a t i no de s me n t i do de l a i nve nc i ón , una ne ga c i ón de l e s pa c i o i ma g i na do po r e l

espac io rea l . La caba l idad de l conoc imiento geográ f ico habr ía des te r rado l a fan tas ía a l

cosmos , fue ra inc luso de l s i s t ema p lane ta r io . No tocar ía más que admi t i r lo que Osear

Wilde ya temía a f ines del s iglo pasado: «Un at las que no incluya la utopía no merece

s iquie ra una mi rada , porque exc luye e l único pa í s en e l que l a humanidad ha soñado

d e s e m b a r c a r »

3

.

D e s de e s t e pun t o de v i s t a , e l de s c ubr i mi e n t o s e opondr í a a l a i nve nc i ón .

Descubie r to un espac io e incorporado a l a rea l idad conoc ida , lo imaginar io se ver ía

obl igado a re t roceder más a l l á de l nuevo l ími te t razado. Observada as í l a h i s tor i a ,

desde e l t i empo de l a Grec ia c lás ica has ta e l descubr imiento de Amér ica , s e

c omproba r í a un r e t roc e s o de l e s pa c i o i nve n t a do , p r i me ro e n l o s l í m i t e s de l ma r

M ed i te r rán eo , luego a par t i r de l as co lu m nas de H ércu les , y, po co a po co , en e l

espac io de l «Mar Tenebroso», has ta l l egar a l a cos ta amer icana . Luego, e l proceso se

dar ía en t é rminos cont inenta les . La invenc ión re t roceder ía hac ia e l corazón de l a se lva

inhóspi t a o en escondidos va l l es de l a montaña , cada vez más a r r inconada y

de s me n t i da po r l o s p rog re s i vos de s c ubr i mi e n t os .

V a r i a s r a z one s podr í a n a poya r e s t a opos i c i ón . P o r l o p ron t o , de b i do a que l o s

de s c ubr i mi e n t os s e a c ompa ña n de obs e rva c i one s y de s c r i pc i one s que ha c e n i n t e l i g i b l e s

a los demás l a nueva rea l idad , esa apropiac ión de l a rea l idad impl ica una abol ic ión de

la fantas ía . Pero además, en la medida en que lo descubier to exis t ía antes , t iene

también una h i s tor i a que debe se r in te rpre tada de acuerdo a l des ignio de l c roni s ta . La

apropiac ión se da no só lo en los t é rminos de l presente que se aborda , s ino , t ambién ,

de l pasado que se ignora . En genera l , l a s conquis tas que s iguen a los descubr imientos

se encargan de dar coherenc ia a l a empresa . «Conquis ta r e l poder no es suf ic ien te —ha

re c o rda do J . H . P l umb— . H a y que a s e n t a r l o s ob re un pa s a do s e guro y s e rv i c i a l »

4

.

La inevi t ab le manipulac ión de que es obje to e l pasado para l eg i t imar los pr iv i l eg ios y

e l s o j uz ga mi e n t o i nhe re n t e a l a c onqu i s t a de un nue vo t e r r i t o r i o , pa r e c e n s e r

cont ra r i as a l a pura imaginac ión .

S i n e mba rgo , l a i nve nc i ón no ha r e t roc e d i do s i e mpre t a n f á c i l me n t e . En a l gunos

c a so s ,

c ua ndo l a d i r e c c i ón i ma g i na da ha r e s u l t a do c o r r e c t a , e l e s pa c i o i nve n t a do

parece respa ldarse por una exi s tenc ia rea l , como s i l a fan tas ía se hubie ra obje t ivado.

En o t ros , s i l a pre f igurac ión invent iva es muy in tensa , l a v i s ión de l a rea l idad deve lada

queda t eñ ida por e l proyec to . Lo que se esperaba encont ra r de f ine lo que rea lmente

se ha descubie r to . S i l a rea l idad resul t a d i fe rente , los da tos recogidos se re in te rpre tan

y se adecúan al «espacio anhelado». La conquis ta se ideal iza en función del «deber ser»

p r o y e c t a d o .

3

«La vieja t ierra, la vieja is la aba nd ona da, han perdi do su no m br e de Uto pía. U topía es el no mb re

que pasa a través del esplendor de las olas y se refleja en la arena dorada de una is la ignorada, todavía no

conocida. Pese a que el progreso es la realización de las utopías , es también la his toria de nuestros dolores

y de nues t ros sueños» , añade Osear Wilde . Texto c i tado por Mass imo Bald in i en

penskro utópico

(Cittá

Nuova Ed i t r i ce , págs . I O - I I , Roma, 1974).

4

La muerte del pasado,

de J. H. Pi.UMB (Barral Edit., Barcelona, 1974).

6



Fi n a l m e n t e , n o d e b e o l v i d a r se q u e t o d o d e sc u b r i m i e n t o n o só l o e n sa n c h a l a

rea l idad en t é rminos de ce r t idumbre geográ f i ca , s ino que l a modi f i ca sus t anc ia lmente .

E l e sp a c i o c o n q u i s t a d o , p e r o t a m b i é n e l d e l c o n q u i s t a d o r , su f r e n u n r e a j u s t e r e su l t a d o

d e l p r o c e so i n a u g u r a d o . E sp a ñ a y E u r o p a n o f u e r o n , n i p u d i e r o n s e r , l a s m i sm a s

d e sp u é s d e l d e sc u b r i m i e n t o d e Am é r i c a .

E s t a s c o n s i d e r a c i o n e s — q u e p u e d e n p a r e c e r g e n e r a l e s y a b s t r a c t a s— d e b e n

a y u d a r n o s a e n t e n d e r p o r q u é s e h a b l ó d e u n a « i n v e n c i ó n » d e Am é r i c a y p o r q u é

d u r a n t e e l s i g l o q u e s i g u e a su d e sc u b r i m i e n t o , c o n q u i s t a d o r e s y c o l o n Í 2 a d o r e s s e

n e g a r o n a a b a n d o n a r l o q u e s e h a b í a i m a g i n a d o c o n a n t e r i o r i d a d so b r e e l « o t r o

m u n d o » p o s i b l e . L a i n v e n c i ó n , c u a n d o n o e l p r o v i n d e n c i a l i sm o , h a b í a n g u i a d o c o n

t a l c e r t i d u m b r e l o s r u m b o s d e l h o m b r e o c c i d e n t a l h a c i a e l Oe s t e , q u e su d e sm e n t i d o

inmedia to hub ie ra s ido inacep tab le . Amér ica t en ía que se r l o que se e spe raba de e l l a ;

poco impor t aba l a r ea l idad , t an to se c re í a en e l p royec to

5

.

El p resen t imien to de Amér ica

Los « ind ic ios» de l a ex i s t enc ia de «una cua r t a r eg ión de l mundo» preced ie ron su

descubr imien to en cas i dos mi l años y pueden se r r a s t reados en l eyendas , c rón icas de

v ia j e s ex t raord ina r ios de l a an t igüedad , mi tos c l á s i cos y fábu las medieva le s , en los

v e r so s p r e m o n i t o r i o s d e p o e t a s y e n l a s e sp e c u l a c i o n e s i n v e n t i v a s d e c a r t ó g r a f o s y

a s t r ó n o m o s .

En ese ra s t reo se mezc lan l a s r e fe renc ia s a luga res rea l e s v i s i t ados por in t rép idos

navegan tes , t i e r ra s l egendar i a s que apa recen en t r ad ic iones y cu l tu ra s d i fe ren te s con

nombres d ive rsos , pe ro con un fondo prác t i camente idén t i co y , f i na lmente , e l «espac io

ideal» en e l que se ha refugiado y se preserva e l t iempo de la Edad de Oro o e l

e sc e n a r i o i n c o n t a m i n a d o d e l Pa r a í so t e r r e s t r e p a g a n o o c r i s t i a n o . B a s t a p e n sa r e n l o s

mi tos de l a Edad de Oro , l a T ie r ra p romet ida , l a s i s l a s Bienaven turadas , e spac ios

donde todav ía ex i s t i r í a l a f e l i c idad y l a a rmonía en su e s t ado puro . Soc iedades idea le s ,

c l i m a s p e r f e c t o s , c o se c h a s a b u n d a n t e s , á r b o l e s c a r g a d o s d e f r u t o s d i v e r so s y h o m b r e s

l l egando a v i e jos s in t r aba ja r , apa recen en todas l a s p re f igurac iones inven t ivas de los

«espac ios anhe lados» por e l se r humano . Fábu las como l a de l pa í s de Cucaña , Jau ja

en Espa ña , l o h i c i e ro n a n ive l po pu la r ; cons t ru cc io nes l i te ra r i a s co m o la Arc ad ia , en

la prosa y la poesía .

En e l t r anscurso de los s ig los que sepa ra ron l a an t igüedad c l á s i ca de l descubr i

m ien to de Am ér ica , l a ca r togra f í a mí t i ca y fan tá s ti ca fue s i tua nd o e s tos e spac ios hac ia

e l Oes te de Europa . Inc luso e l Pa ra í so t e r rena l de l

Génesis,

cuyos s ignos b íb l i cos , a

d i fe renc ia de los pa ra í sos g reco- romanos y ce l t a s , i nd icaban su s i tuac ión hac ia e l

5

Es in teresante recordar que Cr is tóbal Colón sospecha e l «descubr imiento» de un Nu ev o Mu nd o só lo

a partir de 1498. La intensidad de su proyecto —llegar a las Indias Occidentales—, le impide percibir la

verdadera natura leza de su descubr imiento , pr iv i leg io que cor responde a Amér ico Vespuccio . Por es ta

razón, Edmundo O'Gorman hr \ suger ido que Colón ser ía e l «descubr idor» de Amér ica y Vespuccio su

«inventor» . «La cuar ta reg ión del m un do inve nta es t por Vespuccio» , af i rmó W aldssemüller en su ed ic ión

de 1507 del

Quattuor Navigationes.



O r i e n t e , pudo s e r a c c e s i b l e e n l a i ma g i na c i ón po r e l O c c i de n t e de s de e l mome n t o e n

que se aceptó e l pr inc ip io de l a redondez de l a t i e r ra . La ce r teza de esos d iversos

ru m bo s occ iden ta les de m i tos y pa í ses l ege nda r ios no of rec ía n in gu na du da en e l

mome n t o de l de s c ubr i mi e n t o de A mé r i c a . P o r e l l o , s e pue de r e pe t i r , c on A l fons o

R e ye s , que A mé r i c a fue una « r e g i ón de s e a da a n t e s de s e r e nc on t r a da » , po rque

«s o l i c i t a da ya po r t odos l o s rumbos c omi e nz a a n t e s de s e r un he c ho c omproba do , a

se r un present imiento a l a vez c ient í f i co y poé t i co»

6

. E l de s c ubr i mi e n t o de A mé r i c a

no fue , pues , obra de l aza r . «Europa l a descubre porque l a neces i t a» , s in te t i za por su

p a r t e L e o p o l d o Z e a

7

.

Ese deseo y esa neces idad or ien ta ron desde su or igen c lás ico l a invenc ión hac ia l a

cons t rucc ión de espac ios que e ran esenc ia lmente l a «cont ra imagen», e l reverso de l a

r e a l i da d e u rope a . S u e s t ud i o , de s de l a pe r s pe c t i va de l de s c ubr i mi e n t o de A mé r i c a ,

r e s u l t a i l u s t r a t i vo , po rque t odos e l l o s c on fo rma ron , c on j un t a o s e pa ra da me n t e ,

i n t e g ra dos o a da p t a dos c on t r a d i c i one s p r e - c o l ombi na s , l a p r i me ra v i s i ón que Europa

e l a b o r ó d e l N u e v o M u n d o .

No es exagerado dec i r que l a pr imea « idea» de Amér ica se for jó con l a in tens idad

de l as imágenes que l a precedían en su descubr imiento . Los espac ios de l a invenc ión

c onve rg i e ron , de s de d i ve r s a s d i r e c c i one s , e n l a ob j e t i va c i ón de l t e r r i t o r i o a me r i c a no

pa ra i nve s t i r l o r á p i da me n t e c on s us «a nhe l a da s » v i r t ude s .

En vez de desment i r se , en l a conf rontac ión con l a nueva rea l idad , los mi tos y

leyendas se ac tua l i za ron . As í , l a Edad de Oro que se c re ía def in i t ivamente perd ida

«i l lo t empore» , reaparec ió en e l e spac io amer icano que l a había mantenido , grac ias a l

a i s l amiento y a l a incomunicac ión ent re sus propias grandes c iv i l i zac iones , fue ra de l a

de g ra da c i ón de l a h i s t o r i a e n l a Eda d de H i e r ro que i mpe ra ba e n Europa . Los e s pa c i os

imaginar ios de l Para í so t e r res t re y de l pa í s de Cucaña c reyeron reconocerse en l a

abundanc ia , en e l c l ima y en l a v ida apac ib le de l Nuevo Mundo. E l mi to , en vez de

desaparecer a causa de l descubr imiento , c rec ió y se t rans formó. A veces cambió de

e s c e na r i o y s e h i z o ub i c uo (E l D ora do , l a s A ma z ona s , l a F ue n t e de J uve nc i a ) ; o t r a s ,

s i mp l e me n t e , f ue r e l e í do y , po r t a n t o , r e i n t e rp re t a do , de s de l a pe r s pe c t i va de l N ue vo

M undo , c omo l a A t l á n t i da de l d i á l ogo Critias, de P l a t ón .

H a be r de s c ub i e r t o A mé r i c a no de t uvo l a i nve nc i ón que ha b í a pob l a do l o s ma pa s

de l o de s c onoc i do e n l a a n t i güe da d y l a Eda d M e d i a c on l a i ma g i na c i ón de O c c i de n t e .

Por e l cont ra r io , l a exc i tó y parec ió dar le pruebas t angib les para segui r jus t i f i cando l a

búsqueda de l «espac io idea l» . La invenc ión , en lugar de desment i r se , s e respa ldó con

e l descubr imiento . Bas ta pensar en e l número de expedic iones que se p lanean por l as

c o rona s e s pa ño l a y po r t ugue s a , pe ro t a mbi é n po r i ng l e s e s , a l e ma ne s , ho l a nde s e s y

f ranceses , en búsqueda de lo que hoy parecen quimeras : encont ra r l a fuente de

Juvencia , e l re ino del Padre Juan, las Siete Ciudades , la Sierra de Plata , e l país de la

Cane la , l a C iudad de los Césares , e l Rey B lanco, E l Dorado y e l pa í s de l as Amazonas .

Buena par te de los descubr imientos y explorac iones de vas tos t e r r i tor ios de Amér ica

6

Ultima Tule, por ALFONSO REYES (Obras completas, t o m o X I , p á g . 2 9 ), F o n d o d e C u l t u r a

E c o n ó m i c a , M é x i c o , 1 9 6 0 .

7

América en la historia, p o r L E 'O P O i .n o Z K A ( R e v i s t a d e O c c i d e n t e , M a d r i d , 1 9 7 0 ) .

8



de l Nor t e y de l Sur se h i c i e ron en nombre de mi tos que pa rec ían ce r t idumores . i . a

his tor ia de la f rust rada decepción que seguía a cada expedic ión es la de la fundación

de l imper io e spañol .

La invención confi rmada

E l i m a g i n a r i o c o l e c t i v o o c c i d e n t a l t r a n sp o r t ó a t e r r i t o r i o a m e r i c a n o c i u d a d e s y

proezas de los l ibros de cabal ler ía , ca tá logos de zoología fantást ica y de botánica

ap l i cada , o lv idadas l eyendas y t r ad ic iones . Duran te los años que s iguen a l descubr i

m i e n t o , la a t e n c i ó n d e c ro n i s t a s y a c o m p a ñ a n t e s d e c o n q u i s t a d o r e s s e c o n c e n t r ó e n la

«ve r i f i cac ión» de e sos mi tos y en su adap tac ión amer i cana . E l «a p r io r i» de l Nuevo

Mu n d o , t a l c o m o h a b í a s i d o p r e d i c h o i n v e n t i v a m e n t e , i m p r e g n ó l a d e sc r i p c i ó n d e l a

rea l idad desve lada . La fan ta s í a de l v i a j e imagina r io de S i r John Mandevi l l e , pub l i cado

al rededor de 1355, las «maravi l las» de los via jes de Marco Polo, las fantasías de las

Etimologías

d e Sa n i s i d o r o d e Se v i l l a , p a r e c e n c o m p r o b a r se e n e l Nu e v o Mu n d o .

Berna l Díaz de l Cas t i l l o , a l l l ega r con Hernán Cor t é s a Tenoch t i t l án y descubr i r

los blancos edi f ic ios de la capi ta l de l imper io az teca levantados en e l medio de una

f lo r ida l aguna , c reyó «ve r l a s marav i l l a s de Amadí s de Gaula» . Gonza lo Fe rnández de

Oviedo a f i rmó que l a s Ant i l l a s en que desembarcó Colón e ran l a s i s l a s Hespé r ides que

la ant igüedad c lásica s i tuaba en e l l ími te occidenta l de la t ie r ra a cuarenta días de

navegación de las i s las Gorgonas ( i s las de Cabo Verde) y en las cuales estar ía

prese rvada l a Edad de Oro pa rad i s í aca .

E l p r o v i d e n c i a l i sm o e x p l i c ó y f u n d ó e l d e sc u b r i m i e n t o d e Am é r i c a . E l p r o p i o

Fray Bar to lomé de l a s Casas l l egó a dec i r que «sue le l a d iv ina p rov idenc ia o rdena r

q u e s e p o n g a n n o m b r e s y so b r e n o m b r e s a l a s p e r so n a s q u e s e ñ a l a p a r a s e r v i r

conforme a los o f i c ios que l e s de te rmina comete r , según a saz pa rece por muchas pa r t e s

de la Sagrada Escr i tura , y e í f i lósofo en e l IV de la Metaf ís ica , d ice «que los hombres

deben conven i r con l a s p rop iedades y o f i c ios de l a cosa» . L lamóse , pues , por nombre

C r i s t ó b a l , q u e q u i e r e d e c i r t r a e d o r o l l e v a d o r d e C r i s t o , y t u v o p o r so b r e n o m b r e

C o l ó n , q u e q u i e r e d e c i r p o b l a d o r d e n u e v o »

8

. Aris tóte les y la Bibl ia expl ican así cómo

Colón , por t ene r e l nombre y ape l l ido que t en ía , e s t aba «de te rminado a comete r» e l

descubr imien to de Amér ica en nombre de l c r i s t i an i smo, según l a v i s ión mes ián ica de

su b iógra fo .

Por su pa r t e , e l padre Acos ta , en l a obra

De Natura Novi Orbis

— q u e A l e j a n d r o

Hu m b o l d t r e c o n o c i e r a c o m o l a b a se d e l a m o d e r n a g e o g r a f í a a m e r i c a n a — e x p l i c ó e l

o r igen de l a s migrac iones humanas hac ia e l Nuevo Mundo y l a d ive rs idad de l a f lo ra

y de l a f auna de l con t inen te a pa r t i r de l Arca de Noé de l

Génesis.

L o s e j e m p l o s p o d r í a n

mul t ip l i ca r se , pe ro lo impor t an te e s seña la r a t r avés de los e l eg idos cómo se rea l i zó

un e s fue rzo consc ien te por «exp l i ca r» e l Nuevo Mundo a t r avés de l a s ca t egor í a s

8

Historia de las Indias,

p o r F R A Y B A R T O L O M É D E L A S C A S AS , capí tulo sobre Cr is tóba l Colón

r e pr oduc ido e n

América y el Nuevo Mundo,

antolog ía preparada p or R. Díaz Ale jo y Joa qu ín Gi l ( Jo aquín

Gil , editor , pág. 83, Buenos Aires, 1942) .

9



conoc idas y hace r lo in t e l ig ib l e a los demás s in t r ansgred i r l os p r inc ip ios de l a

invenc ión que lo p reced ió .

« L o s e sp a ñ o l e s — h a e x p l i c a d o C l a u d e L e v y S t r a u s s— n o t r a t a n d e a d q u i r i r n u e v a s

nociones en América , s ino más bien ver i f icar ant iguas leyendas: las profec ías de l

An t i g u o T e s t a m e n t o , lo s m i t o s g r e c o - l a t i n o s , c o m o l a A t l á n t i d a y l as Am a z o n a s , l as

l evendas medieva le s , como e l imper io de l Padre Juan y l a Fuen te de Juvenc ia»

9

. Este

es fue rzo de adecuac ión de l a r ea l idad a un « imagina r io» que l a p recede da como

resu l t ado una «v i s ión» de Amér ica que se t r ansmi te y se rep i t e en los años que s iguen

a su d e sc u b r i m i e n t o y c o n q u i s t a . Mu c h o s d e e so s c a r a c t e r e s , a l g u n o s a m b i v a l e n t e s y

con t rad ic to r ios , supe rv iven en l a s « ideas» suces ivas de Amér ica y son mani f i e s tos en

la represen tac ión , cuando no e l e s t e reo t ipo , de lo que se en t i ende en l a ac tua l idad por

« iden t idad» amer i cana . Lugares comunes de l «debe r se r» que rep i t en no só lo los

europeos desde v i s iones l e j anas y e squemát i cas , s ino los p rop ios h i spanoamer icanos

en la idea que se for jan sobre su «dest ino manif iesto» o e l derecho legí t imo a

re iv ind ica r «una u top ía amer i cana» .

«Amér ica no e ra o t ra cosa que e l i dea l de Europa . En e l Nuevo Mundo só lo que r í a

ve r lo que hab ía deseado que fue ra Europa» , ha e sc r i to Leopoldo Zea

10

. En ese

t e r r i t o r io v i rgen y s in h i s to r i a , aunque c iv i l i zac iones mi l ena r i a s p roba ran os t ens ib l e

mente lo con t ra r io , se podr í a rehace r e l mundo occ iden ta l . E l fu tu ro amer i cano se

t iñó desde su incorporac ión a l a h i s to r i a un ive rsa l con l a s nos t a lg i a s de l pasado

europeo . Nos ta lg i a s que no e ran o t ra cosa que « l a d i spos ic ión de e sp í r i t u que

reencuen t ra por v í a s menta l e s los sen t imien tos y los e s t ados de a lma ya conoc idos» ,

e s dec i r , l o v iv ido en e l imagina r io co lec t ivo europeo

n

.

E n c i e r t o m o d o , c o m o h a so s t e n i d o J e a n Se r v i e n , Oc c i d e n t e n o h a b r í a e m p r e n d i

d o e l d e sc u b r i m i e n t o d e u n Nu e v o Mu n d o , s i n o « u n r e t o r n o a su s o r í g e n e s m á s a l l á

de l a s aguas p r imord ia l e s de l océano» . La Edad de Oro y e l Pa ra í so t e r re s t re que

c reye ron encont ra r , no h i c i e ron más que exorc i za r l a ve rdade ra rea l idad . Grac ia s a l a

in t ens idad de e sa evocac ión nos tá lg i ca , Amér ica pudo apa rece rse como l a suma de l a s

pe r fecc iones , como una au tén t i ca T ie r ra de Promis ión .

Por la s imple «terapia de la le janía» que fac i l i taba la ruptura de cruzar e l océano

Atlánt ico, e l pasado volvía a ser posible en e l futuro, repet ic ión c íc l ica de un t iempo

p e r d i d o q u e e m p r e n d e n g o z o so s p i o n e r o s y e m i g r a n t e s . « No h a y l u g a r e n l a t i e r r a

que pueda ser tan fe l iz como América . Su posic ión la a le ja de todas las quere l las de l

mundo . Amér ica no t i ene más que comenza r con los unos y con los o t ros» , a f i rmó

T h o m a s P a i n e

12

desde l a pe r spec t iva de l «a i s l ac ion i smo» amer icano , p r inc ip io de

«insular idad» que será una de las garant ías de la utopía .

En nombre de l a « invenc ión» de Amér ica , pa r t i c ipando de l e sp í r i t u de lo que

Erns t B loch ha l l amado « la s u top ía s geográ f i cas» , sueños soc ia l e s co lec t ivos europeos

0

Ci tado por Mar ianne Mah n Lot en ob. di., pág. 90.

10

Z E A ,

ob. cit.

11

«Utopie : cocagne e t age d 'or», por A L E X A N D R E C I O U D R A N E S C U en revue

Diogene,

nú m . 75, pág s .

8 6 - 1 2 4 , 1 9 7 1 .

12

Ci tado por Danie l J . Boo rs t in en

Tbe exploring spirit: America, the

World

then, now

( R a n d o m H o u s e ,

Nueva York, 1976) .

I O



t o m a r o n c o n s i s te n c i a e n e l N u e v o M u n d o y s e o r g a n i z a r o n e n c o n j u n t o s c o h e r e n t e s

de ideas- imágenes , muchas veces con t rad ic to r i a s en t re s í : l a Cruz que rev ive e l Pa ra í so

te r re s t re se ve conf ron tada a l a Espada que busca E l Dorado ; e l oc io y l a abundanc ia

de Jauja a l severo pr inc ipio bíbl ico de «ganarás e l pan con e l sudor de tu f rente» en

e l que c re í an los cons t ruc to res de l a Nueva Je rusa lén en t i e r ra amer i cana .

«Un nuevo v ivero de imágenes»

L o q u e i m p o r t a su b r a y a r e s q u e A m é r i c a , a p a r t i r d e su d e sc u b r i m i e n t o , se

convie r t e en «un nuevo v ive ro de imágenes» , u t i l i zando l a f e l i z me tá fora de José

L e z a m a L i m a . « De sd e su i n c o r p o r a c i ó n a la h i s t o r i a o c c i d e n t a l , e l N u e v o M u n d o

ent re l aza ín t imamente e l mi to c l á s i co y l a nueva u top ía»

13

. Porque , s i b i en «no se

puede en tende r Amér ica s i se o lv ida que somos un cap í tu lo de l a h i s to r i a de l a s

u t o p í a s e u r o p e a s» , c o m o h a e sc r i t o Oc t a v i o Pa z , e s t u d i a r l a u t o p í a su p o n e , a d e m á s ,

e s tud ia r una fo rma de pe rmanenc ia de an t iguos mi tos . Son jus t amente los mi tos

e u r o p e o s t r a n sp l a n t a d o s a Am é r i c a l o s q u e p e r m i t e n e l n a c i m i e n t o d e l a u t o p í a

renacen t i s t a . Los re l a tos y c rón icas que l l egan a l a convul s ionada Europa de l a época ,

aun aque l los que no e ran más que l a t r a spos ic ión de los p rod ig ios de l eyendas de l a

an t igüedad c l á s i ca o de los l i b ros de caba l l e r í a , i n f luye ron d i rec t amente en los au to res

d e l o q u e f u e u n n u e v o g é n e r o — e l u t ó p i c o — a p a r t i r d e l a p u b l i c a c i ó n d e

Utopía

en

1516.

E l p rop io Moro rec ib ió l a i n f luenc ia de l

De Orbe Novo,

d e Pe d r o Má r t i r ,

pub l i cado en 1511 y de l a s ca r t a s de Amér ico Vespucc i r eun idas en e l Quattuor

Navigationes

q u e c i r c u l a r o n e n E u r o p a e so s m i sm o s a ñ o s .

E l géne ro u tóp ico se d i funde a l mismo t i empo que l a conqui s t a de Amér ica se

a c e le r a. U n o y o t r o se a c o m p a sa n e n u n p r o g r e s i v o m o v i m i e n t o p e n d u l a r e n t r e

t eor í a - imagina t iva y p rác t i ca de l a conqui s t a y de l a co lon izac ión , en t re geomét r i cas

concep tua l i zac iones de múl t ip l e s pa í se s de «n inguna pa r t e» , «nuevas At l án t idas» ,

«Ocean ías» , «c iudades de l so l» que se ed i t an mien t ra s se mul t ip l i can l a s exped ic iones

a los r incones más a i s l ados de l con t inen te , muchas veces t r a s l a s hue l l a s de un mi to o

una l eyenda . M i to y u to p ía su pe r v iv en en expe r i enc ia s pa ra l e l a s , t angen c ia l e s o

sup e rpu es t a s , y pu ed en rec ono ce rs e en d ive rsos m om en to s de la h i s to r i a de l s ig lo XVI.

Pe ro aunque los t ex tos de l a an t igüedad c l á s i ca , medieva l y re l ig iosa s iguen

e s t a n d o e n e l o r i g e n d e m u c h o s d e sc u b r i m i e n t o s , v a s i e n d o c a d a v e z m á s e v i d e n t e q u e

la n u e v a d i s c u s i ó n e n t a b l a d a g i r a a l r e d e d o r d e c ó m o o r g a n i z a r y a d m i n i s t r a r e l Nu e v o

M u n d o . L a

Utopía

que e s , an te s que nada , una fo rmulac ión t eór i ca y o rgán ica de una

soc iedad idea l a l modo como lo hab ía s ido

ha República

de Pla tón , sus t i t uye poco a

p o c o l o s m u n d o s « d a d o s» i m a g i n a t i v a m e n t e « a p r i o r i » . E l m u n d o a l t e r n a t i v o , l a o t r a

13

En Am ér ica , en los pr ime ros años de la conquis ta —rec uerda José Lezama Lim a— , « la imaginación

no fue la loca de la casa , s ino un principio de agru pa mi ent o, de reco noc imi ent o y de legítima

diferenciación». El cronis ta de Indias l leva la nove la de caballería al paisaje. Flora y fauna son objeto- de

reconocimiento en relación con los viejos bestiarios , fabularios y l ibros sobre las plantas mágicas. La

imaginación va estableciendo las semejanzas. (La expresión americana, po r J . LEZAMA LIMA, E d. Un ive rsi

taria, Chile, 1969).



rea l idad , hay qu e con s t ru i r l a co n e s fue rzo a pa r t i r de un p ro yec to u tó p ic o . E l mi to

c lá s i co y l a e sca to log ía c r i s t i ana que suponían «o t ro mundo» que ya ex i s t i r í a en

«a lguna» pa r t e y a l que ún icamente habr í a que accede r por l a « reve lac ión» de su

ex i s t enc ia , ceden a l p royec to u tóp ico . «Se t r a t a de l hombre que juega a se r Dios , no

d e l h o m b r e q u e s u e ñ a c o n u n m u n d o d i v i n o »

14

, ha re sumido Ruyer . No se r í a

e x a g e r a d o d e c i r q u e g r a c i a s a l d e sc u b r i m i e n t o d e Am é r i c a , e l h o m b r e o c c i d e n t a l

d e sa r r o l l a su c o n d i c i ó n d e m i ú r g i c a .

Desde e s t e pun to de v i s t a , e l sen t ido de l a búsqueda o r ig ina l de l Pa ra í so t e r re s t re

c a m b i ó r a d i c a l m e n t e d e c o n t e n i d o , a u n q u e l a i n t e n c i ó n s i g u i e r a s i e n d o l a m i sm a . Ya

no se t r a tó de recupe ra r los re s tos de una Edad de Oro p rese rvada por mi l agro en

a lgún r incón amer i cano . Con l a u top ía se apues t a a l fu tu ro a pa r t i r de un t e r r i t o r io

nuevo , p l eno de pos ib i l idades . Se t r a t a de o rgan iza r una soc iedad idea l con se re s

humanos rea l e s , de recoge r e l desa f ío p rác t i co de oponer a l a conqui s t a puramente

mi l i t a r y a l domin io ind i sc r iminado de l na t ivo , una soc iedad a l t e rna t iva jus t a e

igua l i t a r i a , l e jos de l a cor rompida Europa .

De a l l í e l g ran in t e ré s que p rovoca e l descubr imien to de Amér ica . En luga r de

t e r m i n a r e l p r o c e so d e b ú sq u e d a d e l E d é n , l a v e r d a d e r a e m p r e sa d e i n s t a u r a c i ó n d e

l a u t o p í a r e c i é n c o m i e n z a . « E l h o m b r e c o n su m a n o p u e d e c r e a r u n a s e g u n d a

na tura l eza» , a f i rma Fray Lui s de Granada . La u top ía t r ansf i e re a l hombre e l debe r y

l a re sponsab i l idad de t r ansformar e l mundo , p r iv i l eg io de los d ioses en e l pasado . E l

h o m b r e p u e d e h a c e r t o d o , p r e v e r y , so b r e t o d o , o r g a n i z a r l a n u e v a r e a l i d a d . E l

p r o y e c t o u t ó p i c o s e r á e se n c i a l m e n t e o r g a n i z a t i v o . E s t a b l e c e r á su s p r o p i o s f i n e s c o n

su s p r o p i o s m e d i o s .

S i l os t ex tos de l a an t igüedad hab ían s ido e l motor de l descubr imien to de Amér ica

a l i nd ica r l a d i recc ión cor rec t a de l a i nvenc ión p royec tada , l os t ex tos de l Renac imien to

insp i rados por l a conqui s t a se rv i rán pa ra o rgan iza r e l nuevo t e r r i t o r io . La desac ra l i -

zac ión de l Pa ra í so t e r re s t re impl í c i to en l a obra que e l se r humano emprende en t i e r ra

a m e r i c a n a n o su p o n e , s i n e m b a r g o , q u e su e se n c i a v a r í e su s t a n c i a l m e n t e . S i C a m p a -

nel la escr ibe en su

Cittá del Solé

q u e « Pr e se n t a m o s n u e s t r a R e p ú b l i c a n o c o m o d a d a

por Dios, s ino como un hal lazgo de la f i losof ía y la razón humana», ese «hal lazgo»

fina lmente par t ic ipa de m uc ha s de las co nd ic io ne s de la «C ivi tas Dei» c lásica .

De e s t e modo , l a s expe r i enc ia s p rác t i cas de l a u top ía soc ia l c r i s t i ana en Amér ica ,

especia lmente la de los f ranciscanos, la de Bar tolomé de las Casas, la de Vasco de

Qui roga y l a de los j e su í t a s , pa r t i c ipan de e sa dob le condic ión t e r re s t re y ce l e s t i a l en

e l p royec to e l aborado de una soc iedad idea l con «se res s in ma ldades n i dob leces» ,

como de f in i e ra a los ind ios e l padre De l a s Casas . E l e sp í r i t u de l c r i s t i an i smo pr imi t ivo

ha s ido reencont rado y una renovac ión de l a Ig l e s i a Romana puede se r conceb ida a

p a r t i r d e Am é r i c a . L o s m i s i o n e r o s d e l a s ó r d e n e s m e n d i c a n t e s r e f o r m a d a s , so b r e l a s

c u a l e s h a b í a a d q u i r i d o a sc e n d i e n t e E r a sm o , n o só l o p r o c u r a r í a n l a e v a n g e l i z a c i ó n d e

los ind ios , s ino que busca r í an ins t aura r duran te e l t r anscurso de l s ig lo XVI una

soc iedad mode lo donde «ob je t iva r» e l i dea l de l a u top ía .

E l s ig lo XVI pro longa l a « invenc ión» de Amér ica con su «ca rga u tóp ica» como

14

L utopie et les utopies,

p o r R A Y M O N D R U Y E R ( P U F , p a g . 9 , P a r í s , 1 9 5 0 ) .

1 2



a f i rma Marava l l

15

. E l Nuevo Mundo puede se r t odav ía e l e scena r io donde se

formulan imagina t ivamente t eor í a s «he te rodoxas» sobre pos ib l e s soc iedades a l t e rna t i

vas y au tá rqu icas . S in embargo , p ron to se pe rc ibe que Amér ica no puede se r una

espe ranzada «con t ra - imagen» de Europa s in a t en ta r a l a e senc ia l un idad de l Imper io

español . Las ideas cent ra l izadoras y absolut i s tas rec laman la erradicación de lo

«d i fe ren te» , por t an to de l a invenc ión . Los mi tos , l eyendas y u top ía s que hab ían

ayudado a fo rmar e sa p r imera « idea» de Amér ica como «summa» de l debe r se r

eu ro pe o , deb en re t roc ede r an te func iona r ios y adm in i s t ra dor es de la Co rona en los

siglos XVII y XVIII . Esas utopías cr i s t iano-socia les se abandonan f rente a la cont ra-re

forma y e l d ic tado de la Santa Inquisic ión.

Re t roceso de l a invenc ión , pe ro no des t i e r ro de f in i t i vo . E l p royec to imagina r io de

Amér ica reapa rec ió en o t ros momentos de l a h i s to r i a . Los v i e jos mi tos combinados

c o n n u e v a s u t o p í a s r e su r g e n c o n n o m b r e s d i f e r e n t e s e n e l m o m e n t o d e l a I n d e p e n

dencia de los a lbores de l s iglo XIX, en e l de la consol idación de los estados nacionales ,

y s e p r o l o n g ó su b t e r r á n e a m e n t e e n l a s i m á g e n e s c o n t e m p o r á n e a s c o n q u e e se m i sm o

«deber ser» ha s ido ree laborado. Sin lugar a dudas, e l estudio de esta función utópica

en re lac ión a la his tor ia de l cont inente es «una de las ta reas más val iosas a las cuales

h a b r í a q u e e n t r e g a r se e l h o m b r e a m e r i c a n o »

16

, t a l como puede p roponerse s in r i e sgo

de exage rac ión

17

.

F E R N A N D O A I N S A

212,

Rué Vaugirard

PARIS-/JOIJ

15

La «carga utó pica del siglo xvi es estud iada en detal le po r

J O S É A N T O N I O M A R A V A L L

en Utopia y

reformismo en la España de los Austrias

(siglo xxi de España, Madrid, 1982) .

16

ARTURO ANDRÉS R O I G , en Teoría y crítica del pensamiento latinoamericano (pág. 183, FC E,

México, 1981) , reivindica los estudios del «saber de conjetura» entre los que incluye la utopía como

«discurso l iberador». Coinc ide con Horac io Cer rut t i Guldberg en que Amér ica , que «comenzó s iendo una

utopía para otros» va elaborando utopías «para si» en lo que puede ser pleno ejercicio del «derecho de

nuest ra utopía».

17

En «N otas para un estudio de la función de la utop ía en la histor ia de Am érica Latina» (Anu ario

es tudios La t inoamer icanos núm. 16,

Latino América,

publ icac ión de l Cent ro Coordinador y Difusor de

Estudios La t inoamer icanos , Univers idad Naciona l Autónoma de México, págs . 93-115, México, 1983) , por

Fernando Ainsa , he desar rol lado e l d is t ingo ent re utopía y func ión utópica en re lac ión a c inco momentos

part iculares de la histor ia americana.

13

Presentimiento Descubrimiento e Invencion de America

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